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LONDRINA 2019 BIANCA MOREIRA DE SOUZA A EQUOTERAPIA NO TRATAMENTO EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

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LONDRINA

2019

BIANCA MOREIRA DE SOUZA

A EQUOTERAPIA NO TRATAMENTO EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

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LONDRINA 2019

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.

Orientador:

BIANCA MOREIRA DE SOUZA

A EQUOTERAPIA NO TRATAMENTO EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

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BIANCA MOREIRA DE SOUZA

A EQUOTERAPIA NO TRATAMENTO EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Londrina, 01 de abril de 2019

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Dedico este trabalho a todos que me

ajudaram nessa caminhada!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, autor da minha vida trajetória e autor da minha

história, pela força e coragem que me proporcionou ao longo desta caminhada.

Agradeço a minha mãe e ao meu avô, que sempre me incentivou e me encorajou

a família e amigos que incentivaram que colaboraram para a conclusão deste curso.

Agradeço a todos os professores do curso, os quais foram indispensáveis e

essenciais na minha vida acadêmica.

Agradeço ao orientador pelo apoio, revisão textual e ideias para a concretização

deste trabalho.

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MOREIRA, Bianca Souza. A equoterapia no tratamento em crianças com

síndrome de down. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso

(Bacharel em Fisioterapia) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2019.

RESUMO

O presente estudo refere-se sobre a prática da equoterapia no tratamento em crianças com sindrome de down. Trata-se de uma abordagem qualitativa de revisão bibliográfica embasados nas bases de dados SCIELO e LILACS e outras fontes da internet. A equoterapia é um recurso terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, onde busca o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências e/ou necessidades especiais.O fundamento principal deste tipo de terapia é o movimento tridimensional da andadura ao passo, permitindo ao corpo do paciente deslocamentos para frente e para trás, para um lado e para o outro e para cima e para baixo, com associação de movimentos de cintura pélvica.Os benefícios promovidos pela equoterapia em pacientes com sindrome de down é a melhora do controle postural (pela estimulação das reações de equilíbrio e de coordenação da postura) e da flexibilidade da cadeia muscular posterior. Também mostra benefícios como melhora dos movimentos de tronco, quadril e pelve e ainda grande influência na postura, no equilíbrio e na coordenação desta criança, também são observados ganhos psicossociais, trazendo maiores benefícios ao paciente e a sua família.

Palavras-chave: Equoterapia; sindrome de down; Equilíbrio.

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MOREIRA, Bianca Souza. Hippotherapy in the treatment of children with

down syndrome. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel

em Fisioterapia) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2019.

ABSTRACT

The present study refers to the practice of hippotherapy in the treatment of children with down syndrome. This is a qualitative approach to bibliographic review based on the SCIELO and LILACS databases and other internet sources. Equine therapy is a therapeutic and educational resource that uses the horse within a multidisciplinary and interdisciplinary approach in the areas of health, education and riding, where it seeks the biopsychosocial development of people with disabilities and / or special needs. Therapy is the three-dimensional movement of the walking gait, allowing the patient's body to move back and forth, side to side and up and down, with associated pelvic girdle movements. The benefits promoted by equine therapy in patients with down syndrome is improved postural control (by stimulating balance and posture coordination reactions) and flexibility of the posterior muscle chain. It also shows benefits such as improved trunk, hip and pelvis movements, as well as great influence on the posture, balance and coordination of this child, are also observed psychosocial gains, bringing greater benefits to the patient and his family.

.

Keywords: Equine therapy; Down's syndrome; Balance.

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO................................................................................................13

2. A EQUOTERAPIA COMO MEIO DE INTERVENÇÃO. 16

3. DESCREVER A FISIOPATOLOGIA DA SINDROME DE DOWN. 19

4. ESTUDAR A INFLUÊNCIA DA EQUOTERAPIA NO EQUILIBRIO. 22

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................23

REFERÊNCIAS............................................................................................24

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1. INTRODUÇÃO

A Síndrome de Down é um acidente genético de causas desconhecidas que

ocorre aproximadamente a cada um ou dois nascimentos em mil, sendo conhecida

como Trissomia do cromossomo 21. O portador desta patologia apresenta algumas

características físicas normais, além de uma função intelectual limitada, este fato está

associado à hipotonia global, fraqueza muscular e hiperflexibidade articular que

dificultam os processos de aquisição e controle dos movimentos.

A fisioterapia por meio da equoterapia,em pacientes com crianças com

Síndrome de Down vem crescendo e apresentando efeitos benéficos, principalmente

no que diz respeito ao desenvolvimento das variáveis psicomotoras (equilíbrio estático

e dinâmico, coordenação motora ampla e fina, lateralidade, orientação temporal e

espacial e esquema corporal).

A equoterapia vem sendo utilizada em crianças com síndrome de down (SD),

no intuito de melhorar o controle de tronco apresentado por esses pacientes a

reabilitação usando a equoterapia pode proporcionar benefícios nas áreas motoras,

sensoriais e musculoesquelética, entretanto esse assunto é pouco estudado o

propósito desse tema é investigar e conhecer o trabalho da fisioterapia por meio da

equoterapia e como esse trabalho vem fazendo a diferença na vida desses pacientes

com síndrome de down(SD).

Analisado os aspectos supracitados de acordo e o grau de relevância do

estudo, chegou-se ao seguinte problema: Quais os benefícios que a equoterapia pode

proporcionar em crianças com síndrome de down (SD)?

Frente ao problema acima citado foi elaborado o seguinte objetivo geral:

Observar os benefícios fisioterapêuticos para o desenvolvimento motor da criança

com síndrome de down (SD) por meio da equoterapia. Sendo assim os objetivos

específicos apresentados para o desenvolvimento do trabalho foram: Apresentar a

equoterapia como meio de intervenção, descrever a fisiopatologia da síndrome de

down (SD), estudar a influência da equoterapia no equilíbrio.

A metodologia é de caráter bibliográfico uma abordagem qualitativa, e as fontes

utilizadas foram em Cientifico Eletrônico Library Online (SCIELO) e Google

Acadêmico. Foram incluídos nesta pesquisa, artigos referentes à Equoterapia no

tratamento em crianças com síndrome de down(SD). Foram excluídos todos os artigos

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que se repetiam e que não se adequavam ao tema proposto. Este estudo tem como

característica uma revisão de literatura. Desta forma este trabalho foi criado através

de uma pesquisa bibliográfica reunindo estudo de vários autores que trazem

informações sobre os mesmos assuntos. Além da busca na íntegra desses termos

vão ser realizadas associações entre eles por meio dos operadores and, or, and not,

possibilitando uma melhor filtragem de documentos importantes para o estudo. Os

artigos utilizados para fomentar esse estudo serão aqueles confeccionados entre os

anos 2000 e 2018.

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2. A EQUOTERAPIA COMO MEIO DE INTERVENÇÃO

A Equoterapia não é uma descoberta atual como recurso terapêutico, nos

tempos de Hipócrates (458-370 AC) já era empregada para prevenção da insônia,

entre outros males e na reabilitação de militares acidentados na guerra que sofreram

com sequelas da mesma, onde já se faziam uso, para melhoria destes quadros

(FRAZÃO 2001).

É um recurso terapêutico educacional, que atua nos níveis psicológicos físico

e posturais e usa o cavalo como mecanismo de trabalho trazendo uma abordagem

interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e equitação, essa terapia fundamenta-

se no movimento rítmico, preciso e tridimensional com cavalos comparando a ação

da pelve humana no ato de andar, nesta ótica busca superar danos sensoriais,

motores cognitivos e comportamentais através de uma atividade lúdica-desportiva,

onde são facilitados pelo contato direto do movimento do cavalo com o corpo

(OLIVEIRA et al, 2013).

O cavalo é um animal manso, de porte e força que se deixa montar e manusear,

hoje lhe é a dado grande destaque como agente cinesioterapêutico, pois através das

movimentações transmite diferentes estímulos para o praticante e de todos aqueles

que se beneficiam dessa ferramenta que é o cavalo (ROBACHER et al. 2004).

O cavalo apesar de ter vontade própria e também muita força, ele desenvolve

um vínculo facilmente, este animal que se dispõe a levar um homem em seu dorso,

tem temperatura superior a sua de um a dois graus, seu pelo é macio, e traz sensação

de conforto e aconchego ao toque é símbolo universal de força, virilidade, velocidade,

beleza e no momento da terapia todos esses atributos se encontram inteiramente a

disposição do praticante, está relação se dá na medida em que o praticante começa

a se vincular, com o animal o que promove uma sensação de superação e , por

consequência um aumento na sua autoestima ( ARRUDA, 2004).

O vínculo é construído através das relações e no caso citado esta relação não

está apenas no âmbito mental, mas físico também. Os dois cavalo e praticante, por

meio dos estímulos que um propicia ao outro vão tentando se adaptar, o praticante

precisa se equilibrar e acompanhar os movimentos do cavalo e o cavalo por sua vez,

está alerta as ordens do praticante, pouco a pouco essa inter-relação vai se ajustando

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e trazendo para o mesmo a sensação de ser compreendido, o que é uma das

condições facilitadoras e essenciais no processo terapêutico (ROGERS ,1978).

O cavalo pode movimentar-se de três maneiras: ao passo, ao trote e ao galope.

Nesses diferentes andares, o cavalo não move os membros da mesma maneira,

sendo que os movimentos do dorso são diferentes, e os do praticante serão adaptados

a qualquer movimento. Na realidade ainda parado, um cavalo raramente está

totalmente imóvel, ele troca a pata de apoio, desloca a cabeça para olhar à esquerda

ou à direita, abaixa e alonga o pescoço, todas essas modificações de atitudes impõem

ao praticante um ajuste no seu comportamento muscular a fim de responder aos

desequilíbrios provocados por esses movimentos (WICKERT, 1999).

No decorrer da montaria, os movimentos do cavalo exercitam o cérebro do

praticante por meio de ajustes posturais, motores e respiratórios, entre outros exigindo

com essa atividade a participação do corpo como um todo, contribuindo assim para o

desenvolvimento desse paciente (LIMA 2000).

Mesmo quando o praticante é incapaz de efetuar os movimentos de forma

independente, o cavalo o faz em sua marcha, intensificando o mecanismo de resposta

pela repetição simétrica, rítmica e cadenciada de seu movimento e assim

remodelando a postura do praticante por meio da constante solicitação da memória

do corpo por despertar sensorial (PIEROBON; GALETTI, 2008).

A equoterapia torna o portador de necessidades especiais menos

dependente, traz melhorias para o corpo e para a mente, melhora o equilíbrio estático

e dinâmico e otimiza a coordenação motora trazendo excelentes resultados para o

praticante (ANDE, 2000).

O tratamento proporciona alinhamento postural e posicionamento, o

fisioterapeuta busca principalmente a estimulação do equilíbrio e a modulação de

tônus muscular, ganho sensorial e motor e uma maior autonomia ao praticante,

estimulando-o como participador da terapia (MORELLI et al., 2001).

A equoterapia promove constantemente o mecanismo do controle postural e

noções de posição dos diversos segmentos corporais no espaço, proporcionando as

reações de equilíbrio adaptando constantemente, através do sistema vestibular onde

processam as informações sensoriais relacionadas com o equilíbrio e o movimento

ocular (SILVA; GRUBITS, 2004).

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A cinesioterapia é importante para estes pacientes com resultados

neurológicos, e associadas a esta, esses pacientes podem se beneficiar de terapias

alternativas como a equoterapia que visa melhorar a qualidade de vida desses

pacientes (LIPORONI; OLIVEIRA, 2005).

Entende-se que os estímulos empíricos provocados pela equoterapia, que são

captados pelos órgãos sensoriais das crianças de maneira gradual, após um tempo

são interpretados pelo cérebro como se fosse um sinal rítmico, proporcionando a partir

da neuroplasticidade cerebral, uma associação e dissociação das áreas cerebrais

responsáveis pelas vias neurogênicas do controle motor, o que leva a uma

reconfiguração ou configuração das capacidades motoras das crianças, possibilitando

que estas consigam realizar funções motoras até então inábeis ( NASCIMENTO

et,al.,2010).

A sessão de equoterapia ativa a liberação de noradrenalina, devido à

movimentação lombar, levando em consideração a amplitude do passo do animal, que

pode alterar a quantidade de liberação deste neurotransmissor. Com a liberação de

noradrenalina estimulamos também a liberação de dopamina que exerce uma função

determinante na regulação e no controle do movimento, na motivação e na cognição

do paciente (WALTER ,2013).

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3. DESCREVER A FISIOPATOLOGIA DA SINDROME DE DOWN. 19

A síndrome de Down foi descrita, primeiramente, com o termo “mongolismo”

em 1866 pelo Dr. Langdon Down como a presença de um cromossomo extra no grupo

G, e foi descoberta, em 1959, por Lejeune (UMPHRED, 1994).

O antigo nome “mongolismo”, usado para referir-se a esta síndrome, baseava-

se no semblante oriental, produzido pelas pregas epicântricas e fissuras palpebrais

inclinadas para cima. Atualmente este termo é considerado impróprio, e é sugerido

pelo autor que não seja utilizado (THOMPSON; McINNES e WILLARD, 1993).

A síndrome de Down foi uma das primeiras afecções a serem examinadas

cromossomicamente. Sendo confirmada por Lejeune, em 1959, a presença de 47

cromossomos e o membro extra é um cromossomo acrocêntrico pequeno, e este foi

então designado cromossomo 21 (THOMPSON; McINNES e WILLARD, 1993).

Os portadores da síndrome de Down possuem excesso de cromossomos. A

trissomia do 21 é a anormalidade cromossômica mais comum totalizando 92% dos

casos e os 8% restantes advêm de translocações. A probabilidade de ter um filho com

trissomia do 21 aumenta com a idade materna. “Nas mães menores de 20 anos de

idade, a incidência da síndrome de Down é de 1:2500 nascidos vivos, enquanto nas

mães com 45 anos de idade é de aproximadamente 1:50” (OSKI et al., 1992).

Apesar disso encontramos um maior número de mães menores de 35 anos

com crianças portadoras da síndrome de Down pela proporção maior de mães com

esta faixa etária. Para Stern (1982), a idade do pai não influencia na incidência, ou

seja, não é uma das causas do aparecimento de casos de síndrome de Down. E

segundo Stansfield (1985), o que pode estar relacionado é a não-disjunção do par de

cromossomos 21 durante a espermatogênese podendo produzir uma criança com

síndrome de Down.

As características dismórficas podem variar, entretanto as crianças com

síndrome de Down apresentam um fenótipo distintivo. Os pacientes apresentam

hipotonia, baixa estatura e braquicefalia. O pescoço é curto, com pele redundante na

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nuca. “As orelhas são de implantação baixa e têm uma aparência dobrada típica, os

olhos exibem manchas de Brushfield ao redor da margem da íris e a boca é aberta,

muitas vezes mostrando a língua sulcada e saliente” (THOMPSON; McINNES e

WILLARD, 1993).

As mãos são curtas e largas, podendo existir uma única prega palmar

transversa, denominada “prega simiesca” e os quintos dedos defletidos, ou

clinodactilia. Os pés mostram um amplo espaço entre o primeiro e o segundo dedos,

com um sulco estendendo-se proximalmente na face plantar (THOMPSON; McINNES

e WILLARD, 1993).

Quanto ao desenvolvimento, essas crianças apresentam um certo atraso que

aparece até o final do primeiro ano (THOMPSON; McINNES e WILLARD, 1993). Com

cerca de 9 meses essas crianças se sentam, e andam sem apoio aos 2 anos de idade.

Somente perto dos 4 anos se inicia o uso de algumas palavras e sentenças curtas

(MARCONDES et al., 1978).

Com o decorrer de seu desenvolvimento observa-se um atraso cognitivo e

diminuição da concentração. Os bebês com síndrome de Down manifestam

perturbações do comportamento lingüístico que resultam em alterações na

compreensão, expressão e funcionalidade da linguagem e são devidas a múltiplos

fatores, como limitações do desenvolvimento cognitivo, alterações no funcionamento

neurológico, distúrbios de audição, alterações do desenvolvimento motor (TRISTÃO

e FEITOSA, 1998).

A principal alteração do desenvolvimento motor é a hipotonia muscular, que

pode comprometer o controle da língua, dos lábios e dos demais componentes do

aparelho fonador, incluindo os da respiração (TRISTÃO e FEITOSA, 1998). Outras

alterações que podem aparecer estão no sistema urinário, onde o controle

esfincteriano é adquirido ao redor de 4 anos. Em 40% dos casos de síndrome de Down

são encontradas cardiopatias congênitas. Possivelmente, por causa do

desenvolvimento muscular anormal, o abdômen das crianças com síndrome de Down

é protuberante, freqüentemente encontra-se a diástase dos retos e a hérnia umbilical

e essas crianças estão mais suscetíveis às infecções do trato respiratório

(MARCONDES et al., 1978). O cerebelo e tronco cerebral tem tamanho, relativamente

pequeno e a redução no tamanho dos hemisférios cerebrais é especialmente aparente

nos pólos frontais (UMPHRED, 1994). Pode-se encontrar alterações neurofibilares e

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placas neuríticas, similares às encontradas nos pacientes com síndrome de

Alzheimer, podem estar presentes nos pacientes com síndrome de Down que

ultrapassam os 40 anos de idade (SANVITO, 1997).

McGraw (1966) observou uma falta de mielinização das fibras nervosas nas

áreas pré-centrais, nos lobos frontais e cerebelo de bebês com síndrome de Down,

mostrando uma falta de maturidade do SNC. E conforme colocou o mesmo autor, “a

quantidade de mielina no cérebro reflete o estágio de maturação do desenvolvimento”.

Esse atraso da mielinização parece ser um fator contribuinte para a hipotonicidade

generalizada aparente durante esse período (UMPHRED, 1994).

Observa-se também uma persistência de vários reflexos primitivos além do

tempo que deveriam normalmente desaparecer. Entre esses reflexos estão os

reflexos de preensão palmar e plantar, o reflexo de marcha e o reflexo de Moro. As

possíveis causas neurológicas para esses achados clínicos seriam a maturação

cerebelar, o tamanho do cerebelo e tronco cerebral relativamente pequenos e o

retardo de maturação das vias corticais a partir do córtex motor (COWIE, 1970). A

região do cromossomo 21 é essencial para a expressão das alterações faciais,

neurológicas e cardiovasculares e os genes localizados dentro dessa região é que

determinam o fenótipo característico da síndrome de Down e sua perspectiva de vida

(COTRAN; KUMAR e COLLINS, 1999)

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4. A INFLUÊNCIA DA EQUOTERAPIA NO EQUILÍBRIO

A equoterapia é uma terapia utilizando o cavalo com o conhecimento científico,

visando obter melhorias nos aspectos físicos e/ou psíquicos no tratamento de pessoas

portadoras de deficiências, sendo assim melhorando a capacidade funcional dos

pacientes que realizam o tratamento (ANDE,1996).

As indicações do método são muitas, como a promoção do equilíbrio, eliciação

de respostas automáticas, de reações de endireitamento corporal, noção espacial,

estimulação proprioceptiva, visual e auditiva, dentre outras. O paciente será mais

beneficamente estimulado, conforme a sua incapacidade, quanto maior for a

criatividade do terapeuta, sempre dentro dos limites que a técnica estabelece

(AUGUSTO, 1999).

O praticante a cavalo, em um movimento ondulatório e rítmico (cerca de 90 a

120 ciclos/minuto), proporciona diminuição do tônus muscular através da inibição não

recíproca. As reações de equilíbrio são estimuladas pelos inputs vestibulares e

proprioceptivos, por meio das variações de velocidades, do comprimento e cadência

do passo, bem como das trocas de direções durante a sessão. Com os estímulos

repetidos ocorre o efeito da habituação, onde o praticante ganha conhecimento do

movimento do animal e das reações que o seu próprio corpo estabelece, mantendo o

controle postural apropriado (BENDA; et al,2003).

O alinhamento corporal está relacionado ao ajuste tônico e a organização

biomecânica com o deslocamento do centro de gravitacionais e pela movimentação

tridimensional do cavalo. Com isso ocorre estímulo do aparelho vestibular, que ativa

a musculatura de sustentação da cabeça e tronco. Os estímulos articulares de

pressão, somatossensorial e visual também contribuem para o ajuste tônico

adequado. Com o ajuste postural há uma estabilização da cintura escapular e

membros superiores, possibilitando movimentos mais seletivos (SILVEIRA et al;2008).

O equilíbrio postural está relacionado à habilidade de manter o centro de

massa do corpo dentro dos limites de estabilidade, sendo inter-relacionada através

das forças da gravidade e dos músculos e das forças inerciais, pode se afirmar que a

tarefa básica do equilíbrio é a manutenção da estabilidade corporal tanto em condição

estática quanto dinâmica (HORAK,2006).

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Montar exige equilíbrio e coordenação, nestas ações os sistemas

proprioceptivo, vestibular e sensório motor são incitados, o que ajuda no

restabelecimento da postura. Somando-se a estes sistemas tem-se que os

movimentos do cavalo de forma rítmica, lenta, constante e equivalente, implicam no

praticante uma sensação relaxante, diminuindo os tônus muscular provocado pela

ansiedade ou medo, mas em contrapartida o ambiente equestre proporciona também

a esta diminuição por ser um ambiente agradável e diferente (MAYUMI ,2004).

Baseado em que o tratamento oferece alinhamento postural e posicionamento,

o fisioterapeuta busca principalmente a estimulação do equilíbrio, a modulação dos

tônus musculares, a pratica da integração sensorial e dos ganhos motores e uma

maior independência ao praticante, encorajando o como participador ativo da terapia

(MARTINEZ, 2005).

A estimulação do equilíbrio é um dos maiores benefícios que o paciente será

capaz de conseguir na prática da equoterapia. A estrutura anatômica não pode deixar

de ser comentada os canais semicirculares do aparelho vestibular, que estão

organizados de maneira a mensurar qualquer mudança espacial de nosso corpo, visto

que nos movimentamos em três dimensões, nas mudanças de níveis de altura e nas

posições latero-laterais e anteroposteriores do corpo. Devido a esta percepção

corporal, são importantes ajustes posturais, tanto para a aquisição da posição em pé,

como em qualquer deslocamento (PIEROBON ,2008).

Dentre os efeitos positivos no controle postural e equilíbrio em crianças com

PC com a prática da equoterapia, autores descreveram ainda que a equoterapia

colaborou para que as posturas se tornassem menos compensadas, com melhor

simetria permitindo um refinamento dos padrões de movimento, assim como aumento

das habilidades funcionais nas atividades diárias, melhorando o desempenho

funcional da criança, além de maior autonomia nas mudanças posturais (SILKWOOD

et al,2012).

Essas atividades trabalharam os aspectos físicos relativos aos músculos de

membros superiores e membros inferiores, por exemplo: alongamento e

fortalecimento muscular, controle postural, propriocepção, dissociação de cinturas,

coordenação motora e equilíbrio ao praticante (FERREIRA et al,2017).

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Para um praticante com Paralisia Cerebral (PC), que pode ter sofrido a lesão

antes, durante ou após o nascimento, o início antecipado é indicado com de melhoria

geral, amparado principalmente por sua família. Após uma avaliação cautelosa, ações

são desenvolvidas, para que se possa obter o aperfeiçoamento do esquema corporal,

melhor mobilidade de braços e mãos, um refinamento no que tange a aquisição da

coordenação olhos-mãos e olhos-boca e a competência de pegar e de brincar com

seu corpo (BEZERRA; 2011).

A equoterapia dispõe de um arsenal muito rico de benefícios, resposta do

movimento tridimensional do cavalo, considerável e essencial para a terapia a melhora

do equilíbrio, da postura e da marcha das crianças está relacionada ao ajuste tônico

do simples sentar sobre o cavalo (LERMONTOV ,2004) .

De modo geral, a equoterapia é capaz de proporcionar controle postural e

coordenação de movimentos, pois tem melhoria nas relações das partes superiores

com as inferiores do tronco, do tronco com a pelve e da pelve com as pernas,

estimulando a consecução de um equilíbrio melhor para esse indivíduo praticante

(SEVERO, 2010).

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A equoterapia não é uma descoberta atual como recurso terapêutico entre

(458-370 AC) já se era empregada prática da mesma, em pessoas quem sofriam com

insônia e entre outros males, era usada na reabilitação de militares acidentados que

sofriam com sequelas, é um recurso terapêutico que atua em vários níveis sendo um

deles o ajuste postural, ajustes motores e também respiratórios.

A equoterapia é um método terapêutico que ajuda na reabilitação de crianças

com deficiência, crianças com síndrome de down, também podem se beneficiar com

esse recurso pois o mesmo oferece uma melhora para a realização de atividades

relacionadas a autocuidados, locomoção, mobilidade, comunicação e cognição social.

Baseado em que o tratamento oferece alinhamento postural e posicionamento,

o fisioterapeuta busca principalmente a estimulação do equilíbrio, a modulação dos

tônus musculares, a pratica da integração sensorial e dos ganhos motores e uma

maior independência ao praticante, encorajando o como participador ativo da terapia.

É importante estudos futuros, a respeito da equoterapia em crianças com

síndrome de down, pois o tema ainda é escasso diante desse método, e diante do

conhecimento das pessoas a respeito da mesma, é necessário aprofundamento e

realização de novas pesquisas sobre os benefícios que ela pode trazer a criança

durante o tratamento.

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REFERÊNCIAS

AUGUSTO V. Equoterapia: Levantamento bibliográfico sobre as

principais indicações e contra-indicações,1999.

ANDE – Associação Nacional de Equoterapia. História da equoterapia no mundo.

Brasília: ANDE, 2000.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ECOTERAPIA - ANDE. Manual do

cavaleiro. Brasília, 1996.

ARRUDA, K.V.P. O cavalo como agente libertador do fluxo ao desenvolvimento

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