betao e cofragem

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G ESTÃO DE P ROJECTOS 2008/2009 BETÃO ARMADO EM MURO 3 INCLUINDO BETÃO, COFRAGEM E ARMADURAS Projecto nº: 8 Nº de Ordem: 25 Tiago Lopes de Almeida Coimbra Turma 8

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GESTÃO DE PROJECTOS 2008/2009

BETÃO ARMADO EM MURO 3 INCLUINDO BETÃO,

COFRAGEM E ARMADURAS

Projecto nº:

8

Nº de Ordem:

25

Tiago Lopes de Almeida Coimbra

Turma 8

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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1. Introdução

O presente trabalho, elaborado no âmbito da disciplina de Gestão de Projectos, tem como

principais objectivos a elaboração de Medições relativas a determinada parte de um projecto de

estabilidade de um edifício, neste caso, um muro de suporte; e a pesquisa e compreensão do

processo construtivo.

Na primeira componente, relativa às Medições, pretende-se uma compreensão da obra

através do projecto facultado e a quantificação dos materiais a usar. Neste caso, do muro de

suporte, foi necessário quantificar o betão, as armaduras e a cofragem. Para tal, usou-se o livro

“Regras de Medição na Construção” de M. Santos Fonseca do LNEC como orientação geral.

Relativamente à componente Tecnologias Construtivas, esta tem como objectivo a

realização do Caderno de Encargos do projecto, para tal recorre-se à aplicação informática

PRONIC. Esta aplicação permite gerar automaticamente as fichas de execução dos trabalhos e as

fichas dos materiais a partir da edição dos artigos. Também as fichas de custos e de medições

podem ser obtidas, adicionalmente, nesta aplicação.

O Caderno de Encargos é um documento obrigatório em qualquer obra e faz parte

integrante do projecto de arquitectura. Contém a descrição dos trabalhos a realizar de modo a

efectuar a obra conforme as disposições legais e as regras de boa construção e contém também as

disposições legais relativas aos materiais a utilizar.

2. Memória Descritiva

• Arquitectura

O edifício do projecto corresponde a uma habitação unifamiliar de R/C+1 pisos inserida

numa urbanização composta por várias habitações similares.

O R/C é composto pelo hall de entrada, duas casas de banho, um grande salão, a cozinha e

uma garagem com capacidade para dois carros.

No 1º piso existem três quartos e duas casas de banho.

• Estruturas

A nível estrutural o edifício é composto por fundações directas (sapatas isoladas e

conjuntas), vigas, lajes aligeiradas, laje maciça em betão armado, pilares e vigas lintel.

O muro de suporte M3 tanto serve de sustentáculo às terras que ladeiam a região da

construção, como também efectuam a delimitação da habitação com o exterior. É fundado numa

fundação directa de sapatas contínuas.

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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• Materiais

Para execução do muro M3 são necessários os seguintes materiais:

o Betão de classe C 20/25 (B25) em que a máxima dimensão de agregados não poderá

exceder 39 mm, valor explicado mais à frente na Ficha Tecnológica.

o Aço em varão de diâmetros Ø8, Ø10 e Ø12 mm, de uma classe de resistência A 400 NR. O

recobrimento é de 3 cm e o diâmetro mínimo de dobragem é de 20Ø. As armaduras devem

ser dobradas e cortadas no local da obra para evitar deformações. Para a colocação das

armaduras garantindo o recobrimento mínimo devem usar-se espaçadores;

o Cofragens metálicas (ou outras similares, por exemplo em madeira) de dimensões variadas;

o Arame dúctil para amarrar varões, “arame queimado”.

São necessários, igualmente, alguns equipamentos, de entre os quais se citam:

o Máquina de dobrar ferro;

o Betoneira ou camião betoneira, se o betão não for feito no local da obra;

o Vibrador de agulha;

o Escoras e peças de acoplamento das cofragens;

o Ferramentas diversas tais como martelos, pás, colheres, etc.

• Disposições construtivas

No contexto deste trabalho há que identificar e descrever duas disposições construtivas, a

saber: o posicionamento das armaduras face à cofragem (recobrimento) e os espaçamentos dos

varões.

As armaduras não podem ficar encostadas à cofragem, há que garantir uma espessura

mínima de betão que recubra as armaduras, isto é, é necessário garantir um recobrimento mínimo

do aço. Por um lado há que garantir a boa aderência do betão às armaduras, de modo a que ambos

cumpram as suas funções na estrutura. Por outro lado, o aço das armaduras é muito sensível aos

agentes atmosféricos, pelo que a sua corrosão é um fenómeno a evitar tanto quanto possível pois

esta reduz a resistência e a durabilidade da estrutura. O betão por si só confere às armaduras um

ambiente alcalino para a sua boa conservação. Todavia, os agentes atmosféricos (em particular a

água, os sais nela dissolvidos e o ar) reduzem o carácter alcalino do betão, conduzindo à

despassivação, e consequente degradação, das armaduras. Entende-se assim a necessidade de

uma camada suficientemente espessa de betão, que isole o aço no máximo de tempo possível. O

recobrimento indicado nas peças desenhadas, e por isso adoptado neste trabalho é de 3 cm.

Em regra, as peças desenhadas não estipulam um espaçamento exacto a dar aos varões.

Indicam antes um espaçamento máximo que não deverá ser excedido, ficando o número de varões

necessários uma função desse espaçamento. Para saber a quantidade de varões, divide-se o

comprimento da base horizontal subtraída do recobrimento de ambos os lados pelo espaçamento,

trunca-se e soma-se um varão.

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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• Processo de Construção

Neste ponto serão tratados essencialmente os processos técnicos associados à construção

de um muro de suporte com fundação directa em sapata contínua. Encontrou-se aqui um dos

condicionamentos do projecto, visto que não existiam dados suficientes para caracterizar

completamente o muro. Optou-se então por medir o comprimento total do muro (111,947 m) e dividir

esse valor pelo número de muros, 5. Obteve-se, assim, para o comprimento de cada muro 22,389

metros.

Figura 1 – Planta onde é visível o desenvolvimento do muro

De seguida sugere-se uma sequência possível para a execução do muro de suporte,

devidamente enquadrado no restante processo construtivo:

1. Trabalhos de fundação, tais como: terraplanagens, regularização do terreno nos locais onde

assentarão as fundações, espalhamento da camada de betão de limpeza na zona da

sapata, montagem das cofragens laterais, colocação das armaduras dentro destas,

proceder à betonagem da sapata.

De notar que nesta fase são betonadas quer as armaduras das sapatas, quer as armaduras

da base dos muros, que futuramente serão emendadas para a sua extensão total;

2. Dobrar o aço que servirá de armadura ao muro, cumprindo escrupulosamente as peças

desenhadas do projecto. O aço é transportado para a obra habitualmente em varões com

comprimentos de 12 m, pelo que depois tem de ser cortado e dobrado à medida exacta;

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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3. Montar as armaduras, como está constante nas peças desenhadas do projecto, amarrando

os varões nos pontos de sobreposição de armaduras, utilizando o arame dúctil, “arame

queimado”. Colocar as armaduras no local onde vão ser betonadas, procedendo às

emendas necessárias, nomeadamente, com os varões que vêm da sapata;

4. Montar as cofragens do muro respeitando os espaçamentos face à armadura estipulados

pelo projectista – recobrimento das armaduras, executando o seu correcto escoramento.

Devem ser colocadas escoras do lado de fora da cofragem para impedir que a esta abra

quando receber o betão, e também do lado de dentro, de reduzidas dimensões, para

permitir o cumprimento da largura exacta do muro;

5. Proceder à betonagem, vibrando bem o betão, de modo a que nenhum volume vazio

subsista;

6. Manter as superfícies do betão em exposição ao ar, sempre húmidas, regando o betão

todos os dias por exemplo. Deixar ocorrer a cura do betão.

De notar que neste caso concreto o muro apresenta, sensivelmente a meia altura, uma

redução de largura que representa uma espécie de patamar. Nesta situação o processo divide-se

em duas fases: uma primeira para o patamar inferior como descrito nos pontos supracitados, e,

após a cura deste betão realizar a segunda fase de betonagem, para o patamar superior.

Figura 2 – Armaduras, cofragem e escoras para realização do muro de suporte

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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• Esquema do muro M3

O muro a executar tem o seguinte aspecto, em corte.

Figura 3 – Corte do muro a executar

3. Medições

As medições dos volumes de betão, das áreas de cofragens e do peso de armaduras

necessárias para a execução do muro M3, foram realizadas com base nas regras práticas presentes

nas “Regras de Medição na Construção” de M. Santos Fonseca do LNEC. Passam-se a citar as

regras aplicadas:

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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6. Fundações

6.3. Fundações directas

6.3.4 – Muros de suporte e paredes

a) A medição será realizada em m3.

b) A determinação das medidas para cálculo das medições obedecerá às regras seguintes:

- Os comprimentos serão determinados segundo figuras geométricas simples.

- As alturas, imediatamente acima das fundações, serão as distâncias entre as faces

superiores das sapatas ou vigas de fundação e o nível do tosco do primeiro pavimento.

7. Betão, cofragem e armaduras em elementos primários

7.1. Regras gerais

a) As medições dos trabalhos de betão, betão armado e betão armado pré-esforçado serão

realizadas de modo a ficarem individualizados, em subcapítulos próprios, os trabalhos de betão,

cofragens, armaduras e elementos pré-esforçados em betão.

c) As medições serão descriminadas por elemento de construção.

d) As medições deverão indicar as referências de identificação mencionadas no projecto para cada

elemento de construção, como já foi referido na alínea anterior, de forma a assegurar a

coordenação das peças escritas e desenhadas e a permitir a sua verificação.

7.2. Betão

7.2.1 – Regras gerais

d) As medidas para cálculo das medições serão obtidas a partir das formas geométricas indicadas

no projecto. No entanto não serão deduzidos: os volumes das armaduras, ordinárias ou de pré-

esforço; os volumes correspondentes a reentrâncias até 0.15m de comprimento do perfil de cada

reentrância e os volumes correspondentes a chanfros até 0.10m de comprimento do respectivo

perfil sem chanfro.

e) A medição engloba todas as operações relativas à execução dos trabalhos de betão,

nomeadamente: fornecimento e transporte de materiais, preparação, carga, transporte, colocação

em obra, compactação (vibração) e cura.

7.3. Cofragens

7.3.1 – Regras gerais

b) As medições serão realizadas de modo a ficarem individualizadas, em rubricas próprias, os

trabalhos relativos a cada espécie de cofragem nomeadamente as seguintes: cofragens correntes;

cofragens especiais.

g) A medição engloba todas as operações relativas à execução dos trabalhos de cofragens

nomeadamente fornecimento e transporte de materiais, fabrico, montagem, desmontagem, carga,

transporte, descarga, reparações e limpezas.

i) Os elementos de construção a considerar, serão os mesmos que forem indicados nas medições

de betão. As medições correspondentes a cada tipo de elemento serão feitas separadamente, em

rubricas próprias.

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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7.3.2 – Cofragens de paredes, cortinas e palas, lajes maciças, escadas, pilares e montantes, vigas,

lintéis e cintas.

a) A medição será realizada em m2.

b) As medidas para a determinação das medições são obtidas das superfícies moldadas,

considerando como limites dos elementos os indicados na rubrica betão.

7.4. Armaduras

7.4.1 – Regras gerais

b) As medições das armaduras serão realizadas de modo a ficarem individualizadas em rubricas

próprias, os trabalhos relativos aos diferentes tipos de aços utilizados em armaduras,

nomeadamente em: varões; redes electrosoldadas; perfilados; armaduras para pré-esforço.

d) As medidas para determinação das medições serão obtidas a partir das formas geométricas

indicadas no projecto. Refira-se que esta regra destina-se a facilitar o cálculo das medições e está

de acordo com o critério adoptado já em casos semelhantes.

e) As percentagens para quebras, para desperdícios ou para sobreposições, quando estas não

estiverem assinaladas no projecto, serão previstas nas composições dos custos.

f) A medição engloba todas as operações relativas à execução dos trabalhos de armaduras,

nomeadamente fornecimento e transporte de aços, dobragens, armações, ligações, emendas,

carga, transporte, descarga, e colocação em obra.

h) Os elementos a considerar em cada projecto, nas medições de armaduras, serão os mesmos que

foram indicados nas medições de betão.

7.4.2 – Aço em varão

a) A medição será realizada em kg.

b) A determinação das medidas para o cálculo das medições obedecerá às regras seguintes: os

comprimentos serão determinados em m e convertidos em kg, de acordo com a massa nominal dos

varões; os comprimentos serão medidos tendo em consideração os levantamentos, os ganchos de

amarração e as sobreposições, quando estas estiverem assinaladas no projecto.

c) A medição de cada diâmetro nominal será individualizada em rubrica própria.”

Aplicando estas regras obtiveram-se as seguintes medições para o muro M3.

Tabela 1 – Medições de betão e cofragem

Designação UN P.S. Dimensões Quantidades

Largura Comprimento Altura Parcial Total

Betões

Betão em muro m3 1 0,250 22,389 1,798 10,064

m3 1 0,200 22,389 1,703 7,626

17,690

Cofragens

Em muro m2 1 - 22,39 3,50 78,39

m2 1 - 22,39 1,70 38,13

m2 1 - 22,39 1,80 40,26 156,77

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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Tabela 2 – Medições de armadura

Designação

Nº de partes iguais

Nº de varões iguais

em cada parte

Comprimento de

cada varão

Comprimento total dos varões

6 8 10 12 16 20 25

0,222 0,395 0,617 0,888 1,578 2,466 3,853

Armaduras em muro

Conf. da armadura

Armadura segundo x

0,14

1 113 4,14

466,4

3,84

0,16

Nº varões = 113

0,19

1 180 2,57

461,3

2,14

0,24

Nº varões = 180

0,14

1 91 2,31

211,2

2,17

Nº varões = 91

Armadura segundo y

1 68 22,869 1555,1

1 2 22,789 45,6

Total (m) 466,4 1555,1 718,1

Total (kg) 184,2 959,5 637,7

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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A medição do betão esta dividida em duas partes devido ao estreitamento que o muro sofre,

sensivelmente a meio da sua altura. Daí a largura ser diferente, e também em relação a altura

verificou-se que o patamar inferior é ligeiramente mais alto que o superior.

No que toca às cofragens, as medições estão divididas em três porque se considerou um

único elemento para a parte exterior do muro, aquela que fica à vista, e dois elementos distintos

para o lado do muro que fica enterrado. Utilizaram-se dois elementos deste lado devido à existência

do patamar que provoca um encurtamento da largura do muro. De referir, ainda, que não foram

consideradas as cofragens de topo. Uma vez que a designação do muro é M3 e existem cinco

muros, admitiu-se que este muro se situava entre dois dos outros muros (M2 e M4) e que por isso a

cofragem destes se une com a cofragem medida para o muro M3. Também a betonagem será

realizada em simultâneo para estes muros.

Referencia final para o facto de se ter considerando, devido à falta de dados, que na junção

dos muros estes apresentam altura constante, ou seja, onde se une o M2 com o M3 e o M3 com o

M4 a altura é a mesma. Este aspecto é relevante também no que concerne às armaduras e seus

comprimentos de amarração.

A armadura é primeiramente medida em metros. As armaduras segundo xx são calculadas

retirando às dimensões do muro os recobrimentos nominais de cada lado, nomeadamente, na parte

superior do muro. No entanto, existem armaduras não cotadas, para esses casos admitimos que o

comprimento do varão corresponde ao diâmetro mínimo de dobragem, que toma o valor 20Ø, estes

varões situam-se na parte pertencente à sapata. Em relação às armaduras segundo yy decidiu-se

quantificar as armaduras necessárias como se o muro se prolongasse para os muros subjacentes,

como já foi referido anteriormente. Resulta daí que ao comprimento total do muro M3 se

acrescentou duas vezes o diâmetro mínimo de dobragem, 20Ø, por forma garantir o comprimento

de amarração necessário para posteriormente proceder às emendas.

A quantidade de armadura em kg é obtida multiplicando o comprimento desta pelo peso

específico do aço, para o diâmetro respectivo.

Obtiveram-se desta forma os valores finais resultantes das medições das armaduras,

2739,6 metros que correspondem a 1781,4 kg.

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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4. Ficha Tecnológica

Nº de ordem

25

Projecto

8

Muro 3 – Tiago Coimbra

Bibliografias indicadas ao longo da Ficha e na secção respectiva

Sequência das operações:

Numa fase inicial começou por se escolher a partir

dos capítulos que constituem o PRONIC, o capítulo

referente à estrutura em análise, referente a Estruturas de

Betão Armado e/ou Pré-Esforço

Dentro de cada capítulo há ainda várias opções a

tomar, sendo estas apresentadas de seguida com a

correspondente justificação.

1.

2. Betão Normal ‘Cinzento’ Armado, é um betão de

massa volúmica normal. Não há necessidade de

requisitos especiais relativamente ao betão, outros

tipos de betão, nomeadamente leves, teriam

interesse em estruturas com necessidade de baixar

o peso próprio. Também betões brancos seriam de

boa aplicação em locais onde este material fosse o

acabamento, por outro lado betões especiais

poderiam encarecer o projecto.

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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3. Especificação de 50 anos, de acordo com a função e vida útil pretendida para um projecto. O nosso

edifício, tendo em conta a NP EN 206-1 2007 é classificado como um projecto de categoria 4 cujo

tempo de vida útil pretendido é 50 anos sendo descrito como parte integrante de edifícios e outras

estruturas comuns.

4. Foi assim definido já que na lista do PRONIC não eram especificados muros de suporte.

5. O elemento estrutural em estudo é um muro de suporte.

6. Resistência à Compressão

A opção tomada relativamente à classe de betão a usar na concepção do muro, C20/25, já se

encontrava definida em projecto.

7. Classe de Exposição Ambiental

Optou-se por adoptar a classe XC2 uma vez que o muro de suporte estará em contacto directo com

solo, e, devido a percolação se encontrará num ambiente húmido. Trata-se ainda de betão armado que está

enterrado em solo não agressivo e sujeito a longos períodos de contacto com água não agressiva.

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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8. Cloretos Os Cloretos influenciam a corrosão das armaduras. Actualmente a Especificação 461 do LNEC limita o

seu valor a um máximo de 0,4% por massa de cimento, em betão com armaduras de aço ou outros metais

embebidos, que é o nosso caso, como não vão ser tomadas medidas preventivas para redução desses teores

até porque o betão se encontra em ambiente não agressivo o seu valor será fixado como um máximo de 0,4.

9. Consistência A consistência de um betão tem a ver com a facilidade deste se deformar ou adaptar a um molde

quando ainda está fresco. A consistência depende do tipo de elemento a betonar, no caso dos muros o betão é

aplicado por descarga directa. Assim, para o muro M3 a exigência será de uma classe de consistência S2.

10. Dimensão máxima do agregado

O Betão tira do inerte, em particular do inerte grosso, uma boa parte da sua resistência, assim há

necessidade de utilizar inertes de qualidade e com a dimensão máxima compatível com a facilidade de

colocação em obra. A Norma portuguesa NP ENV 206 obriga a que três condições sejam respeitadas, e,

dessas três a mais condicionante deve ser adoptada. De acordo com a tabela seguinte a dimensão

condicionante é D ≤ 39 mm, no PRONIC abaixo de 39 mm temos 32 mm.

• D ≤ ¼ da menor dimensão do elemento estrutural

• D ≤ distância livre entre as barras da armadura

diminuída de 5mm

• D ≤ 1,3 vezes a espessura de recobrimento das

armaduras

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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11. Hidrófugo

O hidrófugo é um adjuvante, os adjuvantes são produtos incorporados durante o processo de

amassadura do betão com uma dosagem menor 5% em massa da dosagem de cimento do betão. Os

adjuvantes servem para modificar as propriedades do betão, fresco ou endurecido. No caso do adjuvante

hidrófugo este é indicado para aplicação em solos uma vez que reduz a absorção capilar do betão endurecido.

Assim, no caso em estudo como se está num ambiente exterior ao edifício há necessidade de incorporação

deste produto apesar de encarecer o processo.

12. Acabamento da Superfície

Nesta situação poderiam-se tomar várias opções, uma vez que o muro tem uma face que ficará

enterrada e outra face visível que vai ser pintada. Optou-se por admitir a solução de betão à vista com

superfície lisa já que esta opção permite que a pintura seja aplicada directamente mas também porque a

superfície do muro que ficará visível é maior, em área, do que a face enterrada.

13. Altura de escoramento

Uma vez que o muro apresenta uma altura de 3,5 metros, considerou-se mais razoável adoptar escoras

com alturas superiores a 4,0 metros porque estas quando estão na sua posição final apresentam sempre uma

inclinação o que faz com que o comprimento aumente.

14. Tipos de Aço

O aço especificado no projecto é o A 400 NR, varões rugosos, ou seja, com alta aderência. Além de

referir que é rugoso, refere que o aço é dúctil, neste caso é rugoso e com ductilidade alta.

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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15. Quantidades

Após a definição de todas as especificações tem-se que definir a quantidade de betão, cofragem e

armadura necessária em concordância com as medições efectuadas para as mesmas.

a) Quantidade de Betão

b)

c) Quantidade de cofragem

d) Quantidade de Aço

e)

16. Preços

No PRONIC não existem fichas de custos definidas para muros de suporte. Desta forma recorri às

fichas de custos de uma parede, por se tratar do elemento estrutural mais parecido com um muro de suporte.

Desta forma, os preços unitários considerados para os três artigos foram os seguintes:

a) Preço do betão, em euros, €.

b) Preço da cofragem, em euros, €.

c) Preço da armadura, em euros, €.

Da conjugação de todos estes elementos o PRONIC gerou vários documentos, os considerados mais

relevantes apresentam-se em Anexo.

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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5. Planeamento

• Geral

Em primeiro lugar, para um bom desenrolar das operações em estaleiro e a economia quer

de tempo, quer de dinheiro, é preciso assegurar que se procede a uma boa organização do estaleiro

de acordo com o prazo de execução e as características da obra. Assim, a execução de uma obra e

o seu controlo devem ser necessariamente acompanhados de um plano de trabalhos elaborado

correctamente. É isso que se pretenderá, de alguma forma, realizar nesta parte do trabalho.

A organização de um estaleiro tem de levar em conta factores como:

o Mão-de-obra, que deve ser controlada e programada permanentemente, devido ao

seu peso nos gastos totais de uma obra;

o Materiais, que devem ser aprovisionados de tal forma que possam ser colocados à

disposição da obra em tempo oportuno, nas quantidades e na qualidade desejadas;

o Máquinas, definidas e transportadas para estaleiro atempadamente em função das

necessidades e do orçamento disponível;

o Subempreitadas, controladas, quer em termos de qualidade, bem como da

produtividade e dos custos;

o Meios de apoios e instalações fixas, como oficinas de reparações, armazéns e

carpintarias, em função da dimensão da obra e do espaço disponível no estaleiro

para a sua reparação;

o Segurança na obra, dado que é um assunto que assume cada vez mais

importância, quer pelos riscos para as pessoas envolvidas, quer pelos custos

associados aos acidentes de trabalho. A diminuição dos acidentes e doenças

profissionais assenta em medidas preventivas, através de metodologias e acções

de protecção, envolvendo a análise dos riscos inerentes aos diversos trabalhos e a

coordenação dos diferentes intervenientes.

De seguida, procedeu-se a um planeamento geral das actividades em estaleiro,

considerando que o que demora menos tempo a fazer em estaleiro é a betonagem, consideraram-

se, para as restantes actividades, múltiplos dessa fase do projecto. A Tabela 3 apresenta o

planeamento geral da obra em questão, sendo necessário fazer alguns comentários: a montagem

do estaleiro e encomenda dos materiais precede e acompanha todas as restantes actividades; as

armaduras de toda a estrutura, incluído a habitação mas também os muros de suporte, podem ser

feitas antes da cura do betão das fundações, no entanto só devem ser colocadas no final dessa

fase; as alvenarias apresentam-se a começar antes da cura do betão, considerando que se começa

pelas alvenarias do R/C, enquanto o betão do piso superior ainda está em cura; os acabamentos só

se começam depois de as instalações estarem acabadas e a limpeza culmina o processo.

Page 17: Betao e Cofragem

Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

1 7

Tabela 3 – Planeamento Geral da obra

Fase Tempo (unidades de tempo)

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

Estaleiro

Encomenda e recepção

de materiais

Escavações

Fundações Armaduras

Cofragem

Betonagem

Cura

Estrutura Armaduras

Cofragem

Betonagem

Cura

Alvenarias

Instalações (eléctricas,

águas, etc.) Acabamentos e

revestimentos Arranjos exteriores

Limpezas

• Particular

Como se viu no Processo de construção, e execução de um muro de suporte consiste

basicamente em:

o Dobragem, montagem e posterior colocação da armadura;

o Instalação da cofragem;

o Betonagem.

Para a duração destas tarefas arbitraram-se valores que se consideram ser razoáveis e

condizentes com a realidade. Na Tabela 4 apresenta-se o número de horas aproximado que cada

tarefa demoraria a realizar. Estes tempos incluem: para o betão, o lançamento, a vibração e a

compactação; para a cofragem, a montagem, desmontagem, limpeza e reparações; e para a

armadura incluem o seu corte, dobragem, armação e aplicação.

Tabela 4 – Tempo estimado de duração das tarefas

Tempo (unidades de tempo)

Fase 1 2 3 4 5 6 7 8

Armadura

Cofragem

Betão

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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6. Bibliografia

• Sousa, H. “Gestão de Projectos 4º ano”, FEUP

• Santos Fonseca, M. “Curso sobre regras de medição na construção” LNEC

• Martins, J. G. e Oliveira, N. “Materiais de Construção 1 – Betões, Elementos Gerais,

Natureza e Qualidade”, 2ª Edição, 2005

• Eurocódigo 2: Projecto de estruturas de betão, ENV 1992 – LNEC

• Norma Portuguesa; NP ENV 206; 1993

• www.peri.pt

• www.sten.es

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Betão armado em Muro 3 incluindo betão, cofragem e armaduras Gestão de Projectos 2008

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Anexos

Anexo I - Caderno de Encargos Anexo II - Condições Técnicas, fichas de trabalho

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Tiago Coimbra

Projecto 8 nº 25

Edíficio de Habitação

CADERNO DE ENCARGOS

Tiago Coimbra

Projecto 8 nº 25

CADERNO DE ENCARGOS

Page 21: Betao e Cofragem

MAPA DE TRABALHOS EQUANTIDADES

Capítulo Descrição Artigos

CAP.7 Estruturas de Betão Armado e/ou Pré-esforçado 7.1.1.1.22

Capítulo Descrição Un Qtd.

CAP.7 ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO E/OU PRÉ-ESFORÇADO

7.1 TRABALHOS DE CONSTRUÇÃO EM GERAL

7.1.1 BETÃO NORMAL "CINZENTO" ARMADO

7.1.1.1 ESPECIFICAÇÃO 50 ANOS

7.1.1.1.22

Execução de Muro de Suporte , em betão armado normal “cinzento”, incluindo fornecimento, colocação, compactação e cura de betão C20/25 , XC2 , Cl 0.40 , S2 , Dmáx 32 mm com incorporação de hidrófugo ; transporte, montagem, desmontagem, óleo descofrante e limpeza de cofragem para betão à vista com superficie lisa e escoramento acima de 4.0 m ; fornecimento, colocação, carga e descarga, desperdícios e empalmes e elementos de montagem de armaduras certificadas em aço A400 NR , e todos os trabalhos, materiais e execução de acordo com o projecto.

7.1.1.1.22.1 Betão m³ 17,690

7.1.1.1.22.2 Cofragem m² 156,77

7.1.1.1.22.3 Armadura kg 1781

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ESTIMATIVA ORÇAMENTAL

INDICE DE CAPÍTULOS

Capítulo Descrição Preço

Total(Euros) %

CAP.7

Estruturas de Betão Armado e/ou Pré-esforçado

7250,79 100,00%

Total global 7250,79 100,00%

Capítulo Descrição Un Qtd. Preço Unitário (Euros)

Preço Total

(Euros)

7.1 TRABALHOS DE CONSTRUÇÃO EM GERAL

7.1.1 BETÃO NORMAL "CINZENTO" ARMADO

7.1.1.1 ESPECIFICAÇÃO 50 ANOS

7.1.1.1.22

Execução de Muro de Suporte , em betão armado normal “cinzento”, incluindo fornecimento, colocação, compactação e cura de betão C20/25 , XC2 , Cl 0.40 , S2 , Dmáx 32 mm com incorporação de hidrófugo ; transporte, montagem, desmontagem, óleo descofrante e limpeza de cofragem para betão à vista com superficie lisa e escoramento acima de 4.0 m ; fornecimento, colocação, carga e descarga, desperdícios e empalmes e elementos de montagem de armaduras certificadas em aço A400 NR , e todos os trabalhos, materiais e execução de acordo com o projecto.

7.1.1.1.22.1 Betão m³ 17,690 94,71 1675,42

7.1.1.1.22.2 Cofragem m² 156,77 20,00 3135,40

7.1.1.1.22.3 Armadura kg 1781 1,37 2439,97

TOTAL Estruturas de Betão Armado e/ou Pré-esforçado

7250,79

Page 23: Betao e Cofragem

MEDIÇÕES

INDICE DE CAPÍTULOS

Capítulo Descrição Artigos

CAP.7 Estruturas de Betão Armado e/ou Pré-esforçado 7.1.1.1.22

CONDIÇÕES TÉCNICAS

EXECUÇÃO DE TRABALHOS

Capítulo Ficha Artigos

Capítulo 7 FET-Estruturas de Betão_Geral 7.1.1.1.22

CONDIÇÕES TÉCNICAS

MATERIAIS E ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO

Material Artigos

Água 7.1.1.1.22

Aço em varão para armaduras 7.1.1.1.22

Adjuvantes para betão 7.1.1.1.22

Cinzas volantes 7.1.1.1.22

Agregados reciclados para betão 7.1.1.1.22

Cimento 7.1.1.1.22

Agregados para betão 7.1.1.1.22

Betão normal "cinzento" 7.1.1.1.22

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Tiago Coimbra

Projecto 8 nº 25

Edifício de Habitação CONDIÇÕES TÉCNICAS ProNIC

FET-Estruturas de Betão_Geral

� Definição do Trabalho

Execução: Compreende o conjunto das actividades desenvolvidas para a conclusão física do trabalho (fornecimento, colocação, compactação e cura do betão; fornecimento, montagem, desmontagem de cofragem e escoramentos ou cimbres; fornecimento, montagem e colocação de armaduras) e a inspecção e documentação daí decorrentes.

Definições de termos utilizados:

Estrutura - Combinação organizada de elementos ligados entre si projectada para suportar cargas e ter rigidez adequada.

Elemento estrutural - Parte de uma estrutura, fisicamente identificável, como por exemplo, pilares, vigas, lajes, paredes, etc.

Betão - Material formado pela mistura de cimento, agregados grossos, finos e água, com ou sem a incorporação de adjuvantes e adições, que desenvolve as suas propriedades por hidratação do cimento.

Betão normal “cinzento” - Material formado pela mistura de cimento “cinzento”, agregados grossos e finos e água, com ou sem incorporação de adjuvantes e adições, que desenvolve as suas propriedades por hidratação do cimento, com massa volúmica normal, isto é, após secagem em estufa, superior a 2000 Kg/m3 mas não excedendo 2600 Kg/m3.

Betão fabricado no local - Betão produzido no local da obra pelo utilizador do betão para seu próprio uso.

Betão pronto - Betão entregue num estado fresco por uma pessoa ou entidade que não é o utilizador. Considera-se também betão pronto o betão produzido fora do local de construção pelo utilizador e o betão produzido no local de construção, mas não pelo utilizador.

Armadura - Elemento em aço com secção transversal circular ou praticamente circular, adequado para o reforço do betão.

Cofragem - Conjunto que inclui os moldes destinados a conter e dar forma às massas de betão e as estruturas de suporte desses moldes (escoramentos, cavaletes, outros).

� Materiais

- Betão normal “cinzento”

- Cofragem (madeira, metálica, matérias plásticas ou outros)

- Aço em varão

Requisitos Materiais/Elementos de Construção

• Cimbres e Cofragens

o Requisitos Gerais

Os cimbres e as cofragens, incluindo os seus apoios e fundações, devem ser dimensionados e construídos de modo a que sejam:

- capazes de resistir a qualquer acção a que fiquem submetidos durante a construção;

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- suficientemente rígidos para assegurar que as tolerâncias especificadas para a estrutura são satisfeitas e que a integridade do elemento estrutural não é afectada;

A forma, função, aspecto e durabilidade das obras permanentes não devem ser danificados ou deteriorados pelo comportamento dos cimbres e das cofragens ou pela sua remoção.

Podem ser utilizados quaisquer materiais que conduzam à satisfação dos critérios de resistência rigidez e acabamento de superfície estabelecidos para a estrutura. Os materiais devem estar em conformidade com as normas aplicáveis, devendo ser tomadas em consideração as características de cada material em particular.

o Cofragens

As cofragens devem conservar o betão na forma pretendida até este endurecer.

As cofragens e as juntas entre painéis ou pranchas devem ficar suficientemente estanques para evitar a perda de finos.

As cofragens deverão ser dimensionadas e construídas de forma a produzir o acabamento definido no projecto.

O tipo de cofragem a utilizar é função do acabamento superficial pretendido.

Poder-se-ão utilizar moldes em madeira, contraplacado marítimo, metálicos ou outros, revestidos ou não por telas absorventes, devendo-se prestar atenção redobrada à:

- resistência e rigidez para evitar deformações

- estanquidade

- limpeza (especialmente no caso de cofragens metálicas, por forma a evitar manchas de ferrugem)

- número de utilizações reduzido (no caso de moldes em madeira)

Não se deverá proceder à reutilização de cofragens com desgastes superficiais, rasgos, falhas ou outros defeitos que possam afectar a qualidade da superfície. Antes de cada utilização, os painéis de cofragem serão cuidadosamente inspeccionados e limpos.

No projecto devem estar convenientemente indicadas a localização e detalhes das juntas de construção. Os planos de betonagem têm que ser cuidadosamente estudados de modo a que as juntas de trabalho não fiquem aparentes.

Pode ser recomendável em determinadas situações proceder-se à preparação em obra de amostras (protótipos), fabricados com os mesmos equipamentos, processos e materiais previstos para a fase de construção. Estas amostras, após (aprovação) servirão de referência para aceitação de cor e textura de superfícies de betão armado à vista.

o Produtos descofrantes

Os produtos descofrantes devem ser escolhidos e aplicados de forma a não serem prejudiciais ao betão, às armaduras ou às cofragens e não terem efeitos nocivos no meio ambiente.

Os produtos descofrantes devem ser produtos que, além de facilitar a desmoldagem não promovam o aparecimento de manchas, a coloração desigual e a formação de bolhas de ar nas superfícies, a não ser que seja esse o objectivo.

Os produtos descofrantes devem ser aplicados de acordo com as especificações do produto e com as disposições aplicáveis.

o Cimbres

Quando requerido, o método de montagem e desmontagem de estruturas provisórias deve estar descrito em instruções próprias. Estes devem estabelecer os requisitos para a montagem, ajuste, contra-flecha intencional, carregamento, desmontagem, descofragem e desmantelamento.

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O projecto dos cimbres deve tomar em consideração a deformação durante e após a betonagem para prevenir a fissuração do betão jovem. Este objectivo pode ser atingido:

- limitando a deformação ou o assentamento;

- controlando a sequência da betonagem ou a especificação do betão;

As cunhas para o correcto ajuste dos apoios das cofragens deverão ser devidamente fixadas para evitar deslizamentos durante a betonagem.

o Inserções nas cofragens e elementos embebidos

As inserções temporárias para manter as cofragens em posição, as barras, e elementos semelhantes a incorporar no betão e peças embebidas tais como (chapas de ancoragem), chumbadouros e espaçadores devem:

- ser fixados firmemente de forma a assegurar a sua manutenção na posição definida durante a betonagem e a compactação;

- não introduzir acções inaceitáveis na estrutura;

- não reagir de forma prejudicial com o betão, ou com a armadura;

- não produzir descolorações ou manchas inaceitáveis na superfície;

- não alterar o desempenho funcional e a durabilidade do elemento estrutural;

- não impedir a colocação e compactação adequadas do betão fresco.

Qualquer peça embebida deve ser suficientemente resistente e rígida para poder manter a sua forma durante a betonagem e deve estar isenta de contaminantes que a possam afectar.

· Armaduras

As armaduras a serem empregues nos diferentes elementos de betão armado deverão satisfazer as prescrições enunciadas nas fichas de materiais e elementos de construção do presente caderno de encargos no que diz respeito a aços para armaduras ordinárias.

O aço deverá ter um Documento de Classificação do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Os varões de aço terão as secções previstas nos desenhos constituintes do projecto.

• Betão

Os requisitos a que o betão deve obedecer e as especificações e recomendações complementares referentes aos procedimentos a ter em conta relativamente aos materiais constituintes, fabrico, equipamento de produção e transporte do betão constam da ficha de material betão.

� Trabalhos Preparatórios

Disposições Gerais

Com vista a assegurar que as obras são executadas em conformidade com a NP ENV 13670-1 e com as disposições das especificações de projecto é necessário proceder a inspecções referentes à verificação da conformidade dos produtos e dos materiais a usar, bem como da execução dos trabalhos.

Os requisitos de inspecção devem ser estabelecidos usando uma das seguintes 3 classes:

- Classe de Inspecção 1

- Classe de Inspecção 2

- Classe de Inspecção 3

em função da importância do elemento/estrutura e da complexidade da sua execução tendo em vista a sua capacidade para desempenhar a função.

As especificações de projecto previstas na NP EN 13670-1 deverão ainda considerar as

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seguintes disposições, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 301/2007:

- tempo de vida útil pretendido para a estrutura ou produto estrutural em betão;

- a classe de inspecção a aplicar na construção das estruturas de betão, bem como se a entidade responsável pela inspecção é ou não independente da supervisão de acordo com o artigo 8.º do decreto supracitado;

- as propriedades do betão que devem ser objecto de ensaios de recepção pelo utilizador para controlo em obra dos requisitos adicionais previstos na NP EN 206-1, quando estes forem considerados necessários, podendo os respectivos planos de amostragem e critérios de aceitação ser os utilizados no controlo da conformidade do produtor e fazer parte dele;

- as propriedades das armaduras de aço que devem ser objecto de ensaios de recepção pelo utilizador, para além das previstas na NP EN 13670-1, bem como os respectivos planos de amostragem e critérios de aceitação;

- se são obrigatórios os ensaios de identidade do betão e os ensaios de recepção das armaduras para as estruturas objecto da classe de inspecção 1;

- as operações de observação e de manutenção consideradas necessárias durante a vida útil pretendida.

As orientações para a escolha da classe de inspecção (que deve ser fixada nas especificações de projecto) são fornecidas no quadro G1 do Anexo G da NP ENV 13670-1e no Decreto-Lei nº 301/2007.

As orientações para a inspecção das operações de execução do trabalho estão referenciadas nos quadros G2 a G7 do mesmo Anexo.

Todos os trabalhos preparatórios devem estar concluídos, inspeccionados e documentados conforme requerido pela classe de inspecção antes do início da betonagem.

• Cimbres e Cofragens

As cofragens susceptíveis de absorver quantidades significativas de água do betão ou facilitar a evaporação devem ser adequadamente humedecidas para reduzir a perda de água do betão, a não ser nos casos em que esse propósito é deliberado, por exemplo, no caso de cofragens de permeabilidade controlada.

A superfície interior das cofragens deve estar limpa. Se as cofragens forem utilizadas para produzir superfícies de betão aparente, devem ser objecto de tratamento adequado à obtenção do acabamento pretendido.

Pode ser útil para a limpeza dos moldes prever uma janela provisória no fundo dos mesmos. (Quando forem requeridos acabamentos especiais, estes devem ser estabelecidos nas especificações de projecto. Podem ser especificados painéis experimentais de tamanho conveniente como forma de aprovação da qualidade da superfície).

A superfície interior das cofragens deve estar limpa. Se as cofragens forem utilizadas para produzir superfícies de betão aparente, devem ser objecto de tratamento adequado à obtenção do acabamento pretendido.

Pode ser útil para a limpeza dos moldes prever uma janela provisória no fundo dos mesmos. (Quando forem requeridos acabamentos especiais, estes devem ser estabelecidos nas especificações de projecto. Podem ser especificados painéis experimentais de tamanho conveniente como forma de aprovação da qualidade da superfície).

Antes do início das operações de betonagem, as inspecções aos cimbres e cofragens, de acordo com a classe de inspecção aplicável, devem englobar:

- a geometria das cofragens;

- a estabilidade dos cimbres, das cofragens e das suas fundações;

- a impermeabilidade das cofragens e dos seus constituintes;

- a remoção de detritos (tais como poeiras, neve ou gelo e resíduos de arame de amarração

Page 28: Betao e Cofragem

na secção a betonar);

- o tratamento das faces das juntas de construção;

- a remoção da água da base dos moldes (excepto quando se seguirem procedimentos para betonagem debaixo de água ou procedimentos para a deslocação da água sem que esta se misture com o betão);

- preparação da superfície das cofragens;

- aberturas e caixas salientes.

A orientação quanto à frequência e o âmbito das inspecções das operações anteriores à betonagem encontra-se estabelecidas no Quadro G4 do anexo G da NP ENV 13670-1).

• Armaduras

Antes do início das operações de betonagem, as inspecções devem abranger:

- a posição das armaduras em relação às especificações de projecto, incluindo o recobrimento e o espaçamento das armaduras;

- a fixação das armaduras, incluindo as disposições para assegurar a conveniente resistência contra a flutuação e a estabilidade dos seus apoios;

- a não existência de pontas de arame de atar encostadas à cofragem.

- a verificação de que as armaduras não estão corroídas;

• Betão

O fabrico deve ser efectuado de modo a que a mistura dos materiais constituintes assegure a distribuição uniforme dos referidos materiais e uma consistência uniforme do betão dentro do tempo de amassadura. Durante a carga e transporte, incluindo o transporte no estaleiro, devem ser minimizadas quaisquer alterações prejudiciais do betão fresco, tais como segregação, exsudação perda de pasta ou quaisquer outras alterações.

Relativamente ao acesso ao local da betonagem, o utilizador deve preparar com antecedência o acesso dos camiões betoneira (meio de transporte do betão) e bombas de colocação aos locais de fornecimento, evitando a necessidade de manobras demoradas. Os acessos devem estar preparados para suportar as cargas dos camiões, serem regulares e isentos, tanto quanto possível, de lamas e objectos (tábuas, ferros, pedras, etc) permitindo assim uma boa circulação. Os acessos devem permitir que os camiões se possam cruzar com facilidade, evitando demoras no fornecimento.

As juntas de betonagem deverão estar limpas, isentas de leitada e convenientemente humedecidas.

Os moldes deverão estar limpos de detritos, neve, gelo e água acumulada.

A temperatura da superfície da junta de betonagem deverá ser superior a 0 ºC no momento da betonagem.

As orientações relativas às inspecções das operações anteriores à betonagem, referentes à especificação do betão e à produção do mesmo encontram-se indicadas no Quadro G2 do anexo G da NP ENV 13670-1.

� Processo/Modo de Execução

Armaduras

• Corte e Dobragem

O corte e a dobragem do aço das armaduras deve respeitar as especificações de projecto.

O corte dos varões poderá ser realizado com recurso a meios manuais (tesouras e cisalhas) ou por meios mecânicos.

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Para a dobragem são aplicáveis os seguintes requisitos:

- dobragem a ritmo uniforme;

- quando se verificar uma temperatura inferior a -5ºC a dobragem do aço só deverá realizar-se quando permitido pelas normas nacionais ou por disposições específicas de projecto, satisfazendo as precauções adicionais;

- a dobragem com recurso ao aquecimento dos varões só deverá efectuar-se quando objecto de especificação adicional ao presente caderno de encargos.

Para dobragem dos varões, o diâmetro do mandril a usar deve ser adequado ao tipo de aço usado e nunca inferior aos valores indicados no Quadro C.1 da NP ENV 13670-1. Adicionalmente deverão seguir-se as disposições válidas no local da construção.

A desdobragem dos varões só deverá ser autorizada se:

- for utilizado equipamento especial para limitar concentrações de tensões;

- se existir um procedimento de desdobragem aprovado.

NOTA: A autorização pode ser concedida nas especificações de projecto ou nas disposições válidas no local da construção.

• Montagem, Soldadura, Emendas

o Montagem

A montagem propriamente dita pode ser feita em oficina ou no local da obra.

Se for efectuada no local da obra, evitam-se assim as possíveis deformações que possam surgir durante o transporte.

A operação de montagem faz-se sobre cavaletes ou bancos de carpinteiro especiais.

Alguns destes bancos devem ser desmontáveis, por forma a facilitar a montagem de armaduras de vigas contínuas.

A operação compreende as seguintes fases:

- instalação dos bancos nas suas posições e colocação das armaduras - guias e de alguns estribos.

- colocação dos varões da armadura principal, começando pelas rectas e depois as que mudam de direcção, com os respectivos estribos.

- colocação dos restantes estribos, efectuando a amarração total com arame de atar.

A rigidez e resistência a deformações por choque ou vibrações do conjunto deve ser assegurada de modo a que a armadura mantenha a sua forma durante o transporte, colocação e betonagem.

As várias peças das armaduras (varões e estribos) devem ser atadas com arame recozido de forma a tornar sólidas as ligações.

o Soldadura

A soldadura deve ser efectuada satisfazendo as disposições do REBAP artigo nº156, utilizando os métodos preconizados no anexo C da NP ENV 13670-1 e/ou as válidas no local da construção.

A soldadura não deve ser efectuada nas zonas de dobragem dos varões nem perto delas. Deve respeitar-se os limites indicados no Quadro C.2 da NP ENV 13670-1.

A soldadura por pontos para montagem das armaduras é permitida desde que não existam contra-indicações nas disposições específicas para o local da construção.

Page 30: Betao e Cofragem

o Emendas

Os varões devem ser emendados por sobreposição, acopoladores ou soldadura de acordo com as disposições do ponto 8.7 da ENV 1992-1-1 (versão de 2004).

As emendas dos varões, quando efectuadas por sobreposição, o comprimento de sobreposição deverá ser calculado de acordo com a expressão (8.11) da ENV 1992-1-1 (versão de 2004).

• Colocação

A colocação das armaduras deverá respeitar as especificações do projecto e do presente caderno de encargos.

Deverá prestar-se especial atenção ao recobrimento e às armaduras nas proximidades de pequenas aberturas que possam não estar contempladas no projecto de estrutura.

O espaçamento mínimo entre varões (medido na horizontal ou vertical) não deverá ser inferior ao diâmetro máximo do varão utilizado, ao valor do diâmetro máximo do agregado acrescido de 5 mm, ou 20 mm.

As armaduras devem ser posicionadas e fixadas por forma a que durante a betonagem não ocorram deslocamentos e a sua posição final cumpra as exigências de recobrimento e as tolerâncias indicadas no capítulo 10 da norma NP ENV 13670-1.

Os posicionadores/espaçadores a utilizar devem ser convenientemente envolvidos pelo betão, não devem prejudicar a betonagem nem devem contribuir para o enfraquecimento da peça, seja directamente, seja facilitando a acção agressiva do meio ambiente. Deverão ser constituídos por materiais inertes relativamente ao tipo de betão e aço das armaduras, e ser adequados ao tipo de acabamento pretendido para a superfície do elemento.

Os requisitos de recobrimento aplicam-se ao valor nominal, Cnom, e dizem respeito à superfície exterior de qualquer armadura mesmo nas zonas de eventuais peças de ligação.

O recobrimento das armaduras especificado deve ser assegurando usando espaçadores. Só é permitida a utilização de espaçadores de aço em contacto com a superfície do betão em ambientes secos por exemplo classe de exposição X0 segundo a NP EN 206-1:2005.

Em zonas de grande densidade de armaduras deverá ser garantido o afastamento suficiente entre varões de modo a permitir uma compactação correcta do betão.

• Inspecção antes betonagem

Antes do início das operações de betonagem, as inspecções, de acordo com a classe de inspecção aplicável, devem confirmar que:

- as armaduras indicadas nos desenhos estão na posição e com o espaçamento especificados;

- o recobrimento está de acordo com as especificações;

- as armaduras não estão contaminadas por óleo, gordura, tinta ou outras substâncias prejudiciais;

- as armaduras estão adequadamente amarradas e fixadas de forma a evitar o seu deslocamento durante a betonagem;

- o espaçamento entre os varões é suficiente para permitir a colocação e compactação do betão.

Page 31: Betao e Cofragem

Betão

• Entrega/Recepção do betão

Na recepção do betão fresco o utilizador deve ter destacado um responsável para o efeito que deverá efectuar a verificação quando o camião betoneira chega ao local da obra.

Deverá ser efectuada a verificação da guia de remessa antes da descarga. A guia de remessa deverá conter a informação indicada no ponto 7.3 da NP EN 206-1. A verificação deverá ser documentada por assinatura de guia.

O betão fresco deverá ser inspeccionado antes e durante a descarga de acordo com as orientações fornecidas no quadro G3 do anexo G da NP ENV 13670-1 e no Decreto-Lei nº 301/2007.

A recolha de amostras de betão fresco para avaliação e controlo de conformidade das propriedades do betão deverão ser feitas de acordo com as normas aplicáveis.

As amostras deverão ser colhidas entre ¼ e 2/3 da descarga e não no início ou no fim da mesma. Todas as amostras deverão ser misturadas convenientemente de forma a obter-se um produto homogéneo.

As amostras não deverão ser colhidas no betão que já se encontre vazado dentro das cofragens.

Na ficha de (material) indicam-se os métodos para avaliação e controlo de conformidade do betão.

• Colocação e compactação

O betão deve ser colocado e compactado de modo a assegurar que todas as armaduras e elementos a integrar no betão fiquem adequadamente embebidos de acordo com os requisitos estabelecidos para o recobrimento.

O ritmo de colocação e compactação deve ser tal que conduza à não existência de juntas frias e evite assentamentos excessivos ou sobrecargas nos cimbres e cofragens.

É essencial assegurar a compactação adequada em pontos singulares como sejam as mudanças de secção, as zonas apertadas, as saliências e as zonas de elevada densidade de armadura e juntas de construção.

Deve ser minimizada, tanto quanto possível, a segregação durante a colocação e compactação.

A compactação deverá ser efectuada por vibração interna, a não ser que seja acordado e especificado de outro modo.

O betão deverá ser colocado tanto quanto possível perto da sua posição final. A vibração deve ser utilizada para compactar o betão e não como um meio de movimentação do betão a distâncias apreciáveis.

A vibração com agulha ou com vibradores acoplados aos moldes deverá ser aplicada sistematicamente após a colocação e até que a expulsão do ar ocluído tenha praticamente cessado. Deverá ser evitado um excesso de vibração que possa provocar o enfraquecimento das camadas superficiais ou a segregação.

O betão deve ser compactado devidamente de modo a permitir a libertação do ar em excesso. O grau de compactação é função da consistência do betão. Um betão fluido não deverá ser vibrado, mas sim ligeiramente apiloado, pois poderá segregar. Pelo contrário, um betão seco necessitará de uma vibração vigorosa.

A espessura da camada de betão colocada deverá ser normalmente inferior ao comprimento da agulha do vibrador. A vibração deverá ser sistemática e incluir a revibração da faixa superior da camada anterior.

Page 32: Betao e Cofragem

Em secções de grande altura, recomenda-se voltar a compactar a camada superficial para compensar o assentamento plástico por baixo da armadura superior.

Quando forem apenas utilizados vibradores acoplados aos moldes, a camada de betão após compactação não deverá, em situações normais, exceder 100mm excepto se for considerado aceitável com betonagens de ensaio. Pode ser necessária a vibração complementar perto dos apoios para se obter a compactação pretendida.

Deverá ser efectuado em tempo oportuno o acabamento superficial através de processo que permita obter o efeito especificado. O acabamento da superfície não deverá produzir leitada.

Nos casos de betão à vista, os vibradores de agulha poderão revelar-se insuficientes, pelo que pode ser necessária a sua utilização em associação com vibradores aplicados exteriormente na cofragem.

Dever-se-á ter em conta que é mais difícil a obtenção de acabamentos em superfícies verticais pelo que estas exigem maior potência de vibração.

Deverá prestar-se especial atenção às seguintes disposições na colocação do betão:

- Aplicação por camadas não superiores a 50 cm, sendo que em paramentos verticais deverão ser preferencialmente inferiores a 30 cm;

- Vibração contínua com penetração na superfície da camada inferior de cerca de 15 cm;

Não deverá ser adicionada água, cimento, endurecedores de superfície ou outros materiais durante as operações de acabamento, a não ser que tal esteja especificado ou acordado.

O betão deve ser protegido contra a radiação solar, vento forte, congelação, água, chuva e neve durante a colocação e compactação.

O quadro G5 do anexo G da norma NP ENV 13670-1 fornece as orientações relativas às inspecções das operações de colocação e compactação.

• Protecção e Cura

O betão nas idades jovens deve ser objecto de cura e protecção:

- para minimizar a retracção plástica;

- para assegurar uma resistência superficial adequada;

- para assegurar uma durabilidade adequada na zona superficial;

- para assegurar resistência à congelação;

- para proteger contra vibrações prejudiciais, impacto ou danos.

Os métodos de cura devem permitir obter baixas taxas de evaporação da superfície do betão ou manter esta permanentemente húmida.

Para a cura são adequados os seguintes métodos, usados separadamente ou em sequência:

- manutenção das cofragens no seu lugar;

- cobertura do betão com capas impermeáveis ao vapor fixadas nos extremos e nas juntas para evitar dissecação por correntes de ar;

- colocação de coberturas húmidas sobre a superfície e manutenção do seu estado de humidade;

- manutenção da superfície do betão visivelmente húmida com água adequada;

- aplicação de uma membrana de cura de aptidão estabelecida;

Podem ser utilizados outros métodos de cura de igual eficácia.

Logo que a compactação e as operações de acabamento superficial do betão terminarem, a

Page 33: Betao e Cofragem

cura da superfície, se for necessária, deve ser iniciada sem demora. Para evitar fissuração por retracção plástica em superfícies livres, deve ser executada, se for necessária, uma cura temporária antes do acabamento.

A duração da cura aplicada deve ser função do desenvolvimento das propriedades do betão na zona superficial.

Para betões submetidos a ambientes correspondentes às classes de exposição ambiental X0 e XC1, e só para estes, a duração mínima da cura deve ser de 12h, desde que o início da presa não exceda 5h, e a temperatura da superfície do betão seja igual ou superior a 5ºC.

O betão utilizado em ambientes correspondentes às classes de exposição diferentes de X0 e XC1 deve ser curado até que a resistência da superfície tenha atingido, no mínimo 50% da resistência característica à compressão. O quadro E1 do anexo E da NP ENV 13670-1 indica a duração da cura em número de dias por forma a satisfazer este requisito.

As estimativas do desenvolvimento das propriedades do betão podem basear-se num dos seguintes métodos:

- cálculo da maturidade a partir de medições de temperatura efectuadas a uma profundidade máxima de 10 mm abaixo da superfície;

- cálculo da maturidade baseada na média diária da temperatura do ar;

- cura de provetes seguindo a temperatura da obra;

- outros métodos, de aptidão estabelecida;

Os cálculos de maturidade deverão ser baseados numa função de maturidade comprovada para o tipo de cimento ou de mistura (de cimento e adição) utilizada.

No caso de superfícies de betão sujeitas a abrasão ou outras condições de exposição igualmente severas, poderá ser necessário aumentar os períodos de cura para se atingirem coeficientes de resistência mais elevados.

Não é permitida a utilização de membranas de cura em juntas de construção, em superfícies a tratar ou superfícies em que seja pretendia a aderência a outros materiais, excepto se subsequente ou se se demonstrar que não têm efeitos prejudiciais nas operações subsequentes.

As membranas de cura podem penetrar na superfície do betão e tornar muito difícil a sua remoção, pelo que a decapagem a jacto de areia ou a lavagem com jacto de água a alta pressão é normalmente necessária quando se exige a sua remoção.

Excepto se for permitido nas especificações de projecto, as membranas de cura não devem ser utilizadas em superfícies com requisitos especiais de acabamento.

A temperatura da superfície do betão não deve descer abaixo de 0ºC até que o betão da zona superficial tenha atingido uma resistência tal que consiga resistir à acção do gelo sem sofrer danos (em geral desde que fc > 5 MPa).

Excepto se for especificado de outro modo, a temperatura máxima do betão num elemento não deve exceder 65ºC, a não ser que exista informação que demonstre que, com a combinação dos materiais que foi usada, temperaturas mais elevadas não terão efeitos adversos significativos no comportamento em serviço do betão.

Os possíveis efeitos prejudiciais de altas temperaturas no betão durante a cura incluem:

- redução significativa da resistência;

- aumento significativo da porosidade;

- formação de etringite retardada;

- aumento da diferença de temperatura entre o elemento betonado e o elemento anteriormente betonado.

O quadro G6 do anexo G da NP ENV 13670-1 fornece orientações relativas às inspecções

Page 34: Betao e Cofragem

das operações de protecção e cura.

� Controlo e Aceitação

Todas as inspecções referidas anteriormente, relativas à verificação da conformidade dos produtos e materiais utilizados, ás operações anteriores à betonagem, às operações de colocação e compactação do betão deverão ter sido efectuadas e aprovadas.

A avaliação e o controlo de conformidade dos requisitos especificados para o betão devem ser efectuados de acordo com o indicado na ficha do material betão.

A avaliação e o controlo de conformidade dos requisitos especificados para as armaduras devem ser efectuados de acordo com o indicado na ficha aço para armadura ordinária.

Inspecção depois da betonagem

• Cofragens

- a resistência do betão deve ser estimada para se verificar a possibilidade de remover os cimbres e as cofragens;

- a estrutura deverá ser examinada para assegurar que as inserções temporárias foram removidas.

• Armadura

- as juntas de construção devem ser examinadas para confirmar que os varões de espera estão correctamente colocados.

Após descofragem, todas as superfícies devem ser inspeccionadas de acordo com a classe de inspecção, para avaliar a sua conformidade com os requisitos.

O quadro G7 do anexo G da NP ENV 13670-1 fornece as orientações relativas às inspecções a efectuar após betonagem.

Tolerâncias geométricas

A estrutura deve respeitar os desvios máximos permitidos para evitar efeitos prejudiciais em termos de:

- resistência mecânica e estabilidade em situações provisórias e de serviço;

- comportamento em serviço durante a utilização da estrutura;

- compatibilidade geométrica entre a estrutura e a colocação dos seus componentes não estruturais.

As tolerâncias estruturais normativas consideradas relevantes para as estruturas de edifícios estão definidas no ponto 10 da NP ENV 13670-1 e são complementadas pelas recomendações (tolerâncias que poderão ser ou não estruturais, dependendo da função do elemento) incluídas no anexo F da referida norma.

Secções Transversais

As dimensões das secções transversais, o recobrimento e a posição das armaduras não devem apresentar, em relação aos valores pretendidos, desvios superiores aos definidos nas figuras abaixo.

A conformidade com os requisitos estabelecidos para o recobrimento deve ser verificada em cada medição individual, excepto se as disposições válidas no local da construção permitirem uma abordagem estatística.

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Do anexo F da norma NP ENV 13670-1

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A norma estabelece duas classes de tolerância estrutural:

- a classe de tolerância 1, considerada como a classe de tolerância normal que cumpre os pressupostos de projecto da NP ENV 1992 e o nível de segurança pretendido;

- a classe de tolerância 2 para permitir a especificação de valores nacionais e condições especiais de projecto. Esta classe deverá ser utilizada em conjunto com a classe de inspecção 3.

Desempeno Superficial

Os requisitos estabelecidos nesta norma referem-se apenas à classe de tolerância 1. – classe de tolerância normal para cumprir pressupostos de projecto da ENV 1992 e o nível de segurança pretendido. A classe de tolerância 2, definida para a especificação de valores nacionais, deve ser usada em conjunto com a classe de inspecção 3.

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Nas superfícies lisas de betão aparente os valores máximos recomendáveis de desempeno determinados de acordo com o especificado no anexo da NP ENV 13670-1 deverão ser os seguintes:

Global L = 2,0 m 5 mm

Local L = 0,20 m 2 mm

O projecto poderá ainda, dependendo do tipo de acabamento pretendido, fixar outros valores para o desempeno, bem como outras exigências relativamente à textura e tonalidade dos paramentos.

Aberturas e inserções

Aberturas e inserções – vigas pilares, paredes, lajes, etcU

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� Ensaios

Os ensaios de recepção e de avaliação da conformidade do betão e das armaduras são os indicados nas respectivas fichas de material.

Quando se verificar a necessidade de avaliação das características do betão nas estruturas podem ser utilizados os seguintes ensaios:

Extracção, exame e ensaio à compressão de carotes – ensaio efectuado de acordo com a NP EN 12504-1:2003

Determinação no índice esclerométrico (ensaio não destrutivo) – ensaio efectuado de acordo com a NP EN 12504-2:2003

Determinação da “força de destacamento” – ensaio efectuado de acordo com a EN 12504-3:2005

Ensaios sónicos - ensaio efectuado de acordo com a EN 12504-4:2004

� Referências Técnicas e Normativas

NP ENV 13670-1: 2007 Execução de estruturas em betão. Parte 1: Regras Gerais

NP ENV 1992-1-1 Eurocódigo 2: Projecto de estruturas de betão. Parte1.1 regras gerais e regras para edifícios

NP EN 206-1:2007 Betão: Especificação, desempenho, produção e conformidade

Decreto-Lei nº 301/2007 de 23 de Agosto

NP EN 12350-1:2002 Ensaios de betão fresco. Parte 1: Amostragem

NP EN 12350-2:2002 Ensaios de betão fresco. Parte 2: Ensaio de abaixamento

NP EN 12350-3:2002 Ensaios de betão fresco. Parte 3: Ensaio Vêbê

NP EN 12350-4:2002 Ensaios de betão fresco. Parte 4: Grau de compactibilidade

NP EN 12350-5:2002 Ensaios de betão fresco. Parte 5: Ensaio da mesa de espalhamento

NP EN 12350-6:2002 Ensaios de betão fresco. Parte 6: Massa volúmica

NP EN 12350-7:2002 Ensaios de betão fresco. Parte 7: Determinação do teor de ar. Métodos pressiométricos

NP EN 12390-1:2003 Ensaios de betão endurecido. Parte 1: Forma, dimensões e outras exigências para o ensaio de provetes e para os moldes

NP EN 12390-2:2003 Ensaios de betão endurecido. Parte 2: Execução e cura dos provetes para ensaios de resistência mecânica

NP EN 12390-3:2003 Ensaios de betão endurecido. Parte 3: Resistência à compressão dos provetes de ensaio

NP EN 12390-4:2003 Ensaios de betão endurecido. Parte 4: Especificação para as máquinas de ensaio à compressão

NP EN 12390-5:2003 Ensaios de betão endurecido. Parte 5: Resistência à flexão dos provetes de ensaio

NP EN 12390-6:2003 Ensaios de betão endurecido. Parte 6: Resistência à tracção por compressão dos provetes de ensaio

NP EN 12390-7:2003 Ensaios de betão endurecido. Parte 7: Massa volúmica do betão endurecido

NP EN 12390-8:2003 Ensaios de betão endurecido. Parte 8: Profundidade de penetração da água sob pressão

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NP EN 12504-1:2003 Ensaios do betão nas estruturas. Parte 1: Carotes – extracção, exame e ensaio à compressão

NP EN 12504-2:2003 Ensaios do betão nas estruturas. Parte 2: Ensaio não destrutivo – Determinação no índice esclerométrico

EN 12504-3:2005 Testing concrete in structures. Part 3: Determination of pull-out force.

EN 12504-4:2004 Testing concrete. Part 4: Determination of ultrasonic pulse velocity

NP 332:1964 - Aço laminado. Varão para Betão. Dimensões

� Critérios de Medição

As medições dos trabalhos de betão armado e betão armado pré-esforçado serão realizadas de modo a ficarem individualizados, em subcapítulos próprios, os trabalhos de betão, cofragens, armaduras e elementos pré-fabricados em betão.

As medições serão individualizadas por elemento de construção.

As medições deverão indicar as referências de identificação mencionadas no projecto para cada elemento de construção, de forma a assegurar a coordenação das peças escritas e desenhadas e a permitir a sua verificação.

Betão

• Regras gerais

As medições serão realizadas de modo a ficarem individualizados os trabalhos de betão (armado, pré-esforçado, leve, branco, colorido, autocompactável, entre outros)

Cada rubrica das medições será decomposta, de preferência, de acordo com as diferentes características do betão indicadas no projecto, designadamente:

- classes de resistência;

- classes de exposição ambiental;

- classe de máximo teor de cloretos;

- máxima dimensão do agregado;

- classe de consistência

As medidas para o cálculo das medições serão obtidas a partir das formas geométricas indicadas no projecto. No entanto não serão deduzidos:

- os volumes das armaduras, ordinárias;

- os volumes correspondentes às reentrâncias até 0,15 m de comprimento do perfil de cada reentrância e os volumes correspondentes a chanfros até 0,10 m de comprimento do respectivo perfil sem chanfro.

- os volumes relativos a aberturas, cavidades ou furacões existentes nos elementos de construção iguais ou inferiores a 0,10 m3.

- a medição engloba todas as operações relativas à execução dos trabalhos de betão, nomeadamente: fornecimento e transporte de materiais, preparação, carga, transporte, colocação em obra, compactação (vibração) e cura.

Sempre que necessário, as operações referidas anteriormente poderão ser separadas em rubricas próprias.

A medição de betão será realizada em m3.

Cofragens

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· Regras gerais

As medições serão realizadas de modo a ficarem individualizadas, em rubricas próprias, os trabalhos relativos a cada espécie de cofragens, nomeadamente cofragens para elementos a revestir, cofragem para betão com face à vista, cofragem com estereotomias.

Cada rubrica de medição será decomposta, de preferência, de acordo com as características das cofragens, nomeadamente:

- condições particulares de execução.

As cofragens perdidas deverão ser medidas em rubricas próprias.

As medidas para determinação das medições serão obtidas a partir das formas geométricas das superfícies de moldagem indicadas no projecto.

As deduções relativas a aberturas a executar nos moldes, só serão consideradas quando a sua área for superior a 0,50 m2 como, por exemplo, nos casos seguintes:

- aberturas existentes nos elementos de construção;

- atravessamentos de tubos, cabos ou condutas;

- intersecções de vigas com paredes, e de vigas secundárias com vigas principais.

A medição engloba todas as operações relativas à execução dos trabalhos de cofragens nomeadamente fornecimento e transporte de materiais, fabrico, montagem, desmontagem, carga, transporte, descarga, reparações e limpezas.

Sempre que necessário, as operações da alínea anterior poderão ser separadas em rubricas próprias.

Os elementos de construção a considerar, serão os mesmos que forem indicados nas medições de betão. As medições correspondentes a cada tipo de elemento serão feitas separadamente, em rubricas próprias.

A medição será realizada em m2.

As medidas para a determinação das medições são obtidas das superfícies moldadas, considerando como limites dos elementos os indicados na rubrica betão.

Armaduras

· Regras gerais

As medições serão feitas a partir do peso das armaduras previstas nos desenhos de construção.

As percentagens para quebras, desperdícios e sobreposições, quando estas não estiverem assinaladas no projecto, serão incluídas nos custos unitários.

A medição engloba as operações relativas à execução dos trabalhos de armaduras, nomeadamente fornecimento e transporte de aços, dobragens, armações, ligações, emendas, carga, descarga e colocação em obra.

· Aço em varão

A medição será realizada em Kg.

A determinação das medidas para o cálculo das medições obedecerá às regras seguintes:

- Os comprimentos serão determinados em m e convertidos em Kg, de acordo com a massa nominal dos varões;

- Os comprimentos serão medidos tendo em consideração os levantamentos, os ganchos de amarração e as sobreposições, quando estas estiverem assinaladas no projecto.

A medição de cada diâmetro nominal será individualizada em rubrica própria.

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� Riscos Associados

Riscos

- Projecções de betão fresco

- Electrocussão

- Queda de altura

- Queda ao mesmo nível

- Perfuração provocada por pregos e ferro de armadura

- Colapso da estrutura de suporte

- Choques provocados pelos equipamentos de transporte de betão

Outros riscos relacionados com o manuseamento dos elementos e materiais envolvidos no trabalho. Estes riscos e as respectivas medidas de prevenção encontram-se identificados nas fichas de materiais.

Medidas preventivas

Prever os meios humanos e materiais necessários de acordo com o tipo e ritmo da betonagem a executar.

Assegurar que as protecções colocadas na altura das operações de cofragem sejam mantidas em bom estado.

Instalar quadro eléctrico com disjuntor de alta sensibilidade em perfeito estado de conservação e funcionamento.

Providenciar iluminação suficiente para o caso de betonagens de noite.

Certificar-se de que existem condições que permitem, de um lugar seguro, verificar o comportamento da cofragem e do escoramento.

Interditar o acesso à zona do escoramento.

Verificar as condições de acesso das autobetoneiras, zona de manobra e estacionamento da bomba, colocação e circulação do balde da grua e fixação dos tubos de transporte de betão.

Cumprir a sequência e tempo de betonagem pré-estabelecida.

Se se estiver a betonar com auxílio do balde da grua evitar despejá-lo de uma só vez concentrando a carga sobre um único ponto da cofragem.

Preferir baldes com descarga de fundo e manga, que facilitam o doseamento da saída do betão e permitem anular os efeitos provocados pelas descargas de altura.

O balde de betão deverá ter um trajecto pré-definido de modo a não transitar sobre as pessoas.

Se se estiver a utilizar betão bombado evitar que a descarga se faça de um modo tangencial à cofragem ou escoramento a não ser que tal tenha sido previsto no cálculo dessa estrutura.

Se se estiver a utilizar autobomba de betão com lança e mangueira de distribuição, os trabalhadores encarregados da sua manobra, junto a aberturas ou bordos de lajes, deverão estar sempre voltados de frente para esses vãos.

Caso tal não seja possível, deverão estar munidos de cinto de segurança com espia, a não ser que o guarda-corpos existente seja suficientemente rígido.

Em qualquer caso, sempre que o manobrador da bomba ou da grua não possa ver convenientemente a zona de betonagem, colocar sinaleiros que orientem as manobras.

Em caso de entupimento das condutas rígidas de betão, a sua desobstrução deverá ser feita com todo o cuidado, designadamente, aquando do desengate dos tubos que poderão estar em sobrepressão.

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Se se utilizar a bola de limpeza, a ponta do tubo deverá estar voltada para uma superfície capaz de resistir convenientemente ao impacto da saída da bola. Não se deverá permitir a presença de pessoas junto à saída do tubo.

Durante toda a betonagem deverá estar assegurada a vigilância do comportamento do escoamento, assim como a organização do local de trabalho.

Garantir, em permanência, caminhos de fuga da zona de betonagem.

Não permitir que o vibrador seja utilizado de modo que, ao encostar repetidamente à cofragem, possa pôr em risco o travamento dos painéis.

Os operários envolvidos no conjunto de operações para a execução de um elemento de betão armado deverão estar munidos do seguinte equipamento de protecção individual:

- Capacete de protecção (com francalete);

- Luvas de protecção mecânica;

- Botas de protecção mecânica;

- Cinto de segurança (exporádico);

Nas operações de montagem da cofragem e armação do ferro, e:

- Capacete de protecção;

- Botas impermeáveis com protecção mecânica;

- Luvas de PVC;

- Protectores auriculares;

� Outras Disposições

Os requisitos comuns para a execução de estruturas de betão projectadas de acordo com a ENV 1992-1-1 são estabelecidos na NP ENV 13670-1. O Quadro A1 do anexo A da NP ENV 13670-1 fornece um resumo da informação que deverá ser incluída nas especificações de projecto, para que este esteja conforme com a norma.

Procedimentos para o fabrico e colocação de betão a temperaturas elevadas

Tanto quanto possível, deverão ser evitadas as betonagens sujeitas a temperaturas superiores a 30º C (35ºC); porém, quando tal não for de todo possível, deverão ser tomadas as seguintes precauções:

No fabrico:

- Procurar baixar a temperatura de betão fresco através de:

- agregados arrefecido por armazenagem à sombra ou por aspersão de água fria;

- utilização de água fria na amassadura;

- utilização de cimento/ligante de menor calor de hidratação;

- uso de retardador de presa, de modo a evitar perdas de trabalhabilidade;

Na colocação:

- Programação cuidada dos trabalhos, disponibilizando os recursos (m.o. e equipamento), de modo a minimizar tempos e distâncias de transporte, acelerar a colocação e compactação de forma a evitar esperas e prolongamentos;

- Escolha da melhor hora do dia para a betonagem, de preferência da parte da tarde, fazendo com que a maior libertação de calor da hidratação do cimento coincida com temperaturas ambientes mais baixas e não durante o período de maior calor, como acontecerá se se optar

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por betonar de manhã;

- Pulverização de cofragens e armaduras com água fria antes da colocação do betão de modo a baixar a temperatura e evitar a absorção por parte daquelas, de água de amassadura;

- Cuidados de cura acrescidos, eventualmente recorrendo a membranas de cura se a aspersão de água for insuficiente;

Procedimentos para o fabrico e colocação de betão a temperaturas baixas

Em caso de necessidade de efectuar betonagens a temperaturas ambiente inferiores a 5 ºC devem-se tomar as seguintes precauções:

No fabrico:

- Utilização de cimento/ligante de elevado calor de hidratação e com resistências mecânicas elevadas em idades jovens;

- Uso de água aquecida na amassadura;

- Recurso a adjuvantes adequados com vista a acelerar o endurecimento do betão. Utilização em simultâneo de adjuvante introdutor de ar, para precaver os efeitos do congelamento de água na massa do betão;

Na colocação:

- Aplicação do betão da parte da manhã de modo a fazer coincidir a temperatura máxima diurna com o período de fim de presa e início da endurecimento, por forma a permitir o desenvolvimento das resistências iniciais;

- Remoção de quaisquer resíduos de gelo ou neve das cofragens e do local de aplicação;

- Protecção do betão, por tempo suficiente, após a colocação de modo a fixar o calor de hidratação. No caso de temperaturas muito baixas, promover o aquecimento do local com fontes de calor artificiais.

� Manutenção

Medidas de protecção

Sendo factor de grande importância a durabilidade da aparência e uma manutenção a custos baixos, e tendo em vista a facilidade de lavagem dos paramentos de betão à vista, pode ser recomendável a aplicação de produtos de protecção de superfície.

Os produtos à base de silanos e siloxanos, sendo incolores permitem manter as superfícies sem alteração de cor assegurando uma durabilidade de boa aparência.

Os produtos acrílicos, formando um filme superficial, poderão conferir uma maior protecção ao ataque dos agentes químicos, sendo, no entanto, a sua durabilidade mais afectada pela exposição aos raios U.V.

Lavagem

Quando for necessário limpar uma fachada de betão à vista deve utilizar-se jacto de água quente de intensidade controlada e com auxílio de soluções de limpeza.

Após esta lavagem as superfícies devem ser cuidadosamente enxaguadas com água limpa. Se necessário, na limpeza, deverão usar-se escovas de fibra bastante rija, começando-se primeiro de baixo para cima e após lavagem com água limpa acabar-se de cima para baixo.

Se este processo não for considerado suficiente pode utilizar-se outro de comprovada eficácia.

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