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  • 7/24/2019 Garantia Qualidd Armaduras Betao Armado

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    BE2008 Encontro Nacional Beto Estrutural 2008

    Guimares 5, 6, 7 de Novembro de 2008

    Garantia da Qualidade das Armaduras para Beto Armado

    Claudia Moreira1, Joo Andr1, Ana Louro1, Joo Falco1, Manuel Pipa1

    RESUMO

    A utilizao em Portugal das armaduras para beto armado (armaduras ordinrias) regulada peloRegulamento de Estruturas de Beto Armado e Pr-esforado (REBAP) que especifica os tipos dearmaduras (vares e redes electrossoldadas) e as suas principais caractersticas, estipulando ainda aobrigatoriedade da sua prvia Classificao pelo Laboratrio Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

    Adicionalmente, tendo em vista a adopo em Portugal dos princpios preconizados pela UnioEuropeia, consignados na Directiva dos Produtos de Construo, tm sido publicados vrios Decretos-Lei no mbito da garantia da qualidade destes produtos.

    Nesta comunicao descrevem-se as alteraes introduzidas pelos novos documentos regulamentares eso apresentados os novos instrumentos e os requisitos a satisfazer que visam a garantia da qualidadedas armaduras de ao para beto armado.

    PALAVRAS-CHAVE

    Qualidade

    Certificao

    Ao

    Beto armado

    1 Laboratrio Nacional de Engenharia Civil, Departamento de Estruturas, 1700-066 Lisboa, Portugal. [email protected]

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    1. INTRODUO

    A garantia da qualidade constitui um elemento essencial em qualquer indstria ou processo produtivo,j que estabelece um vnculo entre as intenes (definio de nveis da qualidade baseados em critriosde segurana, normas, regulamentos, etc.) e a sua materializao na realidade.

    O termo qualidade vem do latim qualitate, e utilizado em situaes bem distintas, encontrando-se associado conformidade com os requisitos, adequao ao uso, e aptido para a finalidade ou satisfao do cliente.

    A qualidade de qualquer processo construtivo passa por uma boa definio das exigncias conceptuais doprojecto e pela sua transposio para a fase de execuo, na seleco de processos e tcnicas, na qualidadeintrnseca dos materiais e dos componentes a incorporar na obra e na adequada qualificao dos diversosintervenientes. No que diz respeito aos produtos de ao, a definio mais adequada a de conformidadecom as exigncias. Estas exigncias so definidas pelo Laboratrio Nacional de Engenharia Civil(LNEC), atravs de especificaes tcnicas em articulao com outros documentos normativos.

    O controlo da qualidade dos produtos de ao utilizados para armaduras de beto armado, tem vindo a

    ser alvo de ateno pelas entidades competentes, tendo sido reestruturado no ltimo ano.

    No artigo que se segue, na sequncia de outras comunicaes publicadas sobre este tema [1, 2], sodescritos os procedimentos de controlo da conformidade destes produtos com as respectivasespecificaes tcnicas, tanto a montante como a juzante da sua comercializao.

    2. ENQUADRAMENTO

    A utilizao em Portugal das armaduras de ao para beto armado regulada pelo REBAP -Regulamento de Estruturas de Beto Armado e Pr-esforado, Decreto-Lei n 349-C/83, de 30 deJulho [3] que especifica os tipos de armaduras e as suas principais caractersticas mecnicas,

    estipulando ainda para as armaduras ordinrias a obrigatoriedade da sua prvia classificao peloLaboratrio Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Relativamente s armaduras de pr-esforo, ofacto de apresentarem uma grande variedade de tipos e caractersticas no permitiu, como seriadesejvel, o seu enquadramento em classes como no caso das armaduras ordinrias.

    Com efeito, no REBAP so apenas indicadas as caractersticas das armaduras mais correntes em betoarmado. A utilizao de armaduras com outras caractersticas envolve, em geral, no s a definio dedisposies construtivas especiais, como tambm a necessidade de especificar exignciasrelativamente a propriedades particulares ligadas tecnologia do seu fabrico. Por estas razes,considerou-se prefervel fazer depender a utilizao dessas armaduras de uma homologao a concederem cada caso pelo LNEC. Como tal, a homologao seria exigida no caso de armaduras que, pela suageometria ou caractersticas do ao, no possam ser classificadas como de tipo corrente, como porexemplo o fio e o cordo de pr-esforo.

    A partir de 1998 foram publicadas vrias especificaes LNEC, para cada um dos tipos de armadurasa classificar (incluindo armaduras de pr-esforo), que definem, para alm das caractersticasmecnicas e tecnolgicas, a geometria das nervuras, os ensaios a realizar para a sua qualificao e asrespectivas condies de aceitao, e ainda as marcas de identificao de cada produto.

    Com a entrada de Portugal na Unio Europeia, a legislao comunitria assume um papel cada vez maisrelevante sendo particularmente importante para o sector da construo a Directiva 89/106/CEE [4], de21 de Dezembro de 1988, relativa aos Produtos da Construo.

    Esta Directiva (DPC), transposta para o direito nacional atravs do Decreto-Lei n.113/93 de 10 deAbril [5] alterado e republicado pelo Decreto-Lei n. 4/2007, de 8 de Janeiro [6], estabelece como

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    objectivo a convergncia das disposies legislativas, regulamentares e administrativas dos EstadosMembros, no sentido de eliminar quaisquer entraves tcnicos livre circulao, colocao no mercado,ou utilizao daquele tipo de produtos. Segundo a DPC, um produto da construo encontra-se apto aser utilizado quando permite que a obra a que se destina satisfaa as seguintes exigncias essenciais:resistncia mecnica e estabilidade, segurana contra incndio, higiene, sade e ambiente, segurana nautilizao, proteco contra o rudo e economia de energia e isolamento trmico.

    A DPC estabelece um mecanismo atravs do qual atribuda uma marcao CE aos produtosconsiderados aptos a serem usados, assinalando a sua conformidade com as especificaes tcnicasaplicveis e a presuno da sua aptido ao uso.

    Sendo obrigatrio que um produto posto venda na UE respeite as Directivas que se lhe aplicam, umfabricante dispe de trs tipos de especificaes tcnicas que lhe permitem demonstrar a conformidadedo produto com os requisitos essenciais estabelecidos:

    Normas nacionais correspondentes transposio de normas europeias harmonizadas; Aprovaes tcnicas europeias (ETA) so apreciaes tcnicas favorveis de aptido ao uso

    dos produtos no normalizados, estabelecidas com base na satisfao das exigncias essenciais

    das obras onde esses produtos sejam incorporados. Uma ETA pode ser concedida a umproduto de construo desde que se verifique uma das seguintes condies:o No exista Norma Europeia harmonizada aplicvel a esse produto e a Comisso

    Europeia no tenha emitido nenhum mandato para a sua elaborao;o O produto se desvie significativamente das normas Europeias harmonizadas.

    Face ao exposto anteriormente, as ETA aplicam-se fundamentalmente a produtos com umcarcter inovador, incluindo aqueles que so colocados em obra sob a forma de um kit, para osquais ser necessrio estabelecer as respectivas regras de montagem.;

    Especificaes tcnicas nacionais reconhecidas a nvel comunitrio, desde que no existamnormas harmonizadas.

    Em Portugal, a actividade de certificao de aos para beto foi iniciada em 1992 pelo Instituto

    Portugus da Qualidade (IPQ), com a colaborao do LNEC, que a pedido voluntrio dos produtoresportugueses, passou a conceder a Licena para Uso da Marca Produto Certificado.

    Actualmente em Portugal com a publicao, em 1999, do Decreto-Lei n 128/99 [7] (referente a ao paraarmaduras ordinrias), em 2007, do Decreto-Lei n. 28/07 [8] (referente a ao para armaduras de pr-esforo) e do Decreto-Lei n. 390/2007 [9] obrigatria a certificao de todos os produtos de ao parautilizao em armaduras para a construo em beto armado e pr-esforado1, complementando, tambm,desta forma, as disposies previstas no artigo 23. do REBAP, relativas obrigao de classificao ouhomologao destes produtos.

    Por via desta alterao legal, aos produtos j abrangidos por normas ou especificaes LNEC, que no

    estando enquadrados no mbito da classificao eram homologados, como as armaduras de pr-esforo, passaram apenas a ser certificados, i.e. passou a ser exigido unicamente uma Licena para Usoda Marca Produto Certificado concedida por um organismo acreditado pela entidade competente nodomnio da acreditao (IPAC Instituto Portugus de Acreditao) em conformidade com asmetodologias do Sistema Portugus da Qualidade.

    Relativamente aos produtos de ao para construo no existem normas harmonizadas (que implementama marcao CE), nem aprovaes tcnicas europeias, pelo que: (i) as especificaes LNEC passaramtambm a servir como documentos de referncia para a elaborao dos procedimentos de certificao dos

    1Entende-se por ao para utilizao em armaduras para beto armado os produtos em ao destinados a serem

    utilizados como armaduras em beto armado que se apresentem na forma de vares, fios, cordes, barras, rolosou bobinas, redes electrossoldadas, trelias e fitas ou bandas denteadas, independentemente do processotecnolgico utilizado na sua obteno.

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    produtos de ao para construo, e (ii) os produtos que satisfaam as disposies nacionais relativas certificao obrigatria podem ser colocados no mercado, embora sem marcao CE.

    Deste modo, para colocar no mercado armaduras ordinrias para beto armado necessrio obter oDocumento de Classificao e a Licena para Uso da Marca Produto Certificado. Para comercializaros restantes produtos alvo de normas ou especificaes LNEC, apenas necessrio obter a Licena

    para Uso da Marca Produto Certificado. Finalmente, os produtos no enquadrados no quadronormativo Portugus devem continuar a ser homologados pelo LNEC.

    No ano de 2007, 35 fabricantes (5 nacionais e os restantes estrangeiros) certificaram, em Portugal, 71produtos diferentes, nmero que subiu em 2008 para 41 fabricantes (8 nacionais e os restantesestrangeiros), correspondendo a 84 produtos certificados, ver a Figura 1. A maioria dos produtoscertificados corresponde a armaduras ordinrias (82%).

    Por fim, com a entrada em vigor da norma Portuguesa NP ENV 13670-1 [10] e com a publicao doDecreto-Lei 301/07 [11] tornou-se obrigatrio para as estruturas objecto das classes de inspeco 2 e 3estabelecidas na NP ENV 13670-1, a aceitao das armaduras de ao, tambm pelo utilizador, atravs da

    inspeco e dos ensaios de recepo previstos na NP ENV 13670-1, feitos em laboratrios acreditados,podendo a amostragem ser efectuada, no local da entrega destes produtos na obra, pelo produtor sobcontrolo do utilizador. Para as estruturas objecto da classe de inspeco 1, os ensaios de recepo apenasso obrigatrios quando estabelecidos nas especificaes de projecto, podendo sempre ser solicitados peloutilizador ou pelas entidades de superviso (director tcnico da obra ou entidade fiscalizadora), em caso dedvida sobre a conformidade das armaduras com as disposies especficas da NP ENV 13670-1. Estecontrolo suplementar visa melhorar a qualidade dos produtos de ao aplicados em obra, funcionando comouma medida preventiva de modo a diminuir a probabilidade de um material com propriedades fora doslimites especificados seja aplicado.

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    10

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    Portugal

    Espanha

    Frana

    Itlia

    Luxemburgo

    Alemanha

    RepblicaCheca

    Letnia

    Polnia

    Moldvia

    Turquia

    Tailndia

    Pases de Origem

    2007

    2008

    Figura 1. Produtos certificados em Portugal (2007/2008).

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    3. CONTROLO A MONTANTE

    3.1 Classificao e Homologao

    O Regulamento de Estruturas de Beto Armado e Pr-esforado (REBAP/83) estipula aobrigatoriedade de Classificao das armaduras ordinrias para beto armado pelo Laboratrio

    Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

    Os Documentos de Classificao (DC) elaborados pelo LNEC ao abrigo do REBAP, alm decomprovarem que os produtos esto em conformidade com as Especificaes LNEC correspondentes (vero Quadro 1), atribui-lhes uma identidade. Esta identidade definida atravs da geometria das nervurastransversais (tipo de ao), gama de fabrico e atravs de cdigos estabelecidos por engrossamento ouomisso destas nervuras que identificam o pas de origem e o fabricante (ver o Quadro 2).

    Salienta-se que no so objecto de DC as redes electrossoldadas de pequeno dimetro (inferior ou igual a4,5 mm), pois estes produtos so considerados como armaduras secundrias, cuja funo basicamente ade limitar a fendilhao do beto. No so igualmente objecto de DC os produtos de ao para pr-esforo.

    Quadro 1. Especificaes LNEC para classificao de produtos de ao para armaduras de betoarmado.

    Especificao E 449 Vares de ao A400 NR para armaduras de beto armado. Caractersticas,ensaios e marcao.

    Especificao E 450 Vares de ao A500 NR para armaduras de beto armado. Caractersticas,ensaios e marcao.

    Especificao E 455 Vares de ao A400 NR de ductilidade especial para armaduras de betoarmado. Caractersticas, ensaios e marcao.

    Especificao E 456 Vares de ao A500 ER para armaduras de beto armado. Caractersticas,ensaios e marcao.

    Especificao E 458 Redes electrossoldadas para armaduras de beto armado. Caractersticas,ensaios e marcao.

    Especificao E 460 Vares de ao A500 NR de ductilidade especial para armaduras de betoarmado. Caractersticas, ensaios e marcao.

    Especificao E 478 Fios lisos de ao A500 EL. Campo de aplicao, caractersticas e ensaios.Especificao E 480 Trelias electrossoldadas para armaduras de beto armado Campo de

    aplicao, caractersticas e ensaios.

    As Figuras 2 a 6 apresentam a geometria das nervuras transversais definidas nas Especificaes LNEC.

    Figura 2. Geometria das nervuras do ao

    do tipo A400NR.

    Figura 3. Geometria das nervuras do ao

    do tipo A500NR.

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    Figura 4. Geometria das nervuras do aodo tipo A400NR SD.

    Figura 5. Geometria das nervuras do aodo tipo A500NR SD.

    Figura 6. Geometria das nervuras do ao do tipo A500ER.

    A identificao do pas de origem e do fabricante definida, como referido anteriormente, atravs de cdigosestabelecidos por engrossamento ou omisso das nervuras transversais, ver a Figura 7 e o Quadro 2.Seguindo uma lgica de desburocratizao e de maximixao da eficcia do processo de colocao nomercado de um produto de ao para a construo em beto armado, desde o incio de 2008 aclassificao dos materiais e a concesso da certificao so feitas em simultneo. Ou seja, aclassificao atribuida com base nos ensaios realizados para concesso da certificao.

    Por ltimo, procedeu-se recentemente a uma reviso das especificaes LNEC, excepo das

    referentes aos produtos de ao para pr-esforo. Deste processo resultam as seguintes alteraes: Os produtos de ao com menos de 5 mm de dimetro no podem ser utilizados como

    armaduras principais de elementos estruturais. Neste sentido, foi criada a especificao E 479relativa a redes electrossoldadas de pequeno dimetro;

    Foi criada a especificao E 480 relativa a trelias electrossoldadas para armaduras de beto armado.

    Destacam-se ainda as alteraes procedidas nas especificaes relativas a armaduras nervuradas: As partes 1 e 2 da norma internacional ISO 15630 [12-13] passam a ser as normas de ensaio

    de referncia para os vrios produtos; A verificao de que os produtos produzidos em rolos continuam aps endireitamento, a cumprir

    as exigncias da especificao aplicvel da responsabilidade da entidade que efectua o

    endireitamento dos rolos. Esta entidade dever implementar um procedimento interno que incluaa realizao de ensaios sobre amostras do produto endireitado, de modo a confirmar que estesatisfaz todos os requisitos desta Especificao. Este processo pode ser realizado em articulaocom o produtor dos rolos, o qual poder indicar as condies preferenciais de endireitamento;

    Foi introduzido o dimetro de 14 mm; Foram actualizados, de acordo com a EN 10080:2005 [14], os valores mximos especificados

    para a composio qumica dos vares; Foram uniformizadas as exigncias relativamente geometria das nervuras; Os vares podero apresentar outro tipo de perfil, desde que seja semelhante ao indicado na

    especificao aplicvel, permitindo uma identificao inequvoca do tipo de ao. Em zonasdelimitadas dos vares poder ser admitida uma alterao local da morfologia das nervuras. Estaalterao pode corresponder introduo de uma sigla em relevo, em que ocorra a substituio das

    nervuras. No entanto, est excluda a possibilidade de introduo de um tipo alternativo de marcao;

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    Figura 7. Exemplo de cdigo de marcas de identificao dos vares nervurados.

    Quadro 2. Identificao de acordo com o pas de origem do produto.

    Pases N de nervuras normais

    ustria, Alemanha e Suia 1Blgica, Holanda e Luxemburgo 2

    Frana 3Itlia 4

    Reino Unido, Irlanda e Islndia 5Dinamarca, Sucia, Noruega e Finlndia 6

    Espanha e Portugal 7Grcia, Repblica Checa e Turquia 8

    Outros Pases 9

    Na situao acima referida poder ser necessrio demonstrar experimentalmente por ensaiosadicionais, considerados adequados, que as caractersticas mecnicas e de aderncia dosvares satisfazem as exigncias da especificao aplicvel;

    Por ltimo, foi introduzida uma identificao do produto fabricado em rolo, que ser efectuadaatravs de um cdigo que consiste no engrossamento de uma nervura transversal na srie denervuras oposta da identificao do fabricante e do pas de origem.

    Com esta reviso, o LNEC coloca disposio do meio tcnico nacional documentos normativosactualizados sob a forma de especificaes LNEC que incorporam o estado da arte no que toca aprodutos de ao para armaduras para beto armado.

    Deste modo, fcil estabelecer equivalncias entre os tipos de ao definidos nas especificaes LNECcom os definidos no Eurocdigo 1992-1-1 [15]: o ao A500 ER corresponde a um ao de ductilidadeA, os aos 400/500 NR correspondem a aos de ductilidade B e, finalmente, os aos 400/500 NR SDcorrespondem a aos de ductilidade C.

    Como referido anteriormente, no mbito do REBAP foi estipulado que os produtos de ao noclassificveis seriam homologados. Incluem-se neste grupo o fio, o cordo e o varo de ao para pr-esforo, e as redes electrossoldadas de pequeno dimetro. Estes produtos tm as suas caracteristicas

    definidas nas seguintes especifiaes LNEC: Especificao E 452 - Fios de ao para pr-esforo. Caractersticas e ensaios; Especificao E 453 - Cordes de ao para pr-esforo. Caractersticas e ensaios; Especificao E 459 Vares de ao para pr-esforo. Caractersticas e ensaios; Especificao E 479 - Redes electrossoldadas de pequeno dimetro. Campo de aplicao,

    caractersticas e ensaios.

    Com a entrada em vigor do Decreto-Lei 28/2007, no caso das armaduras de pr-esforo, e do Decreto-Lei 390/2007, no caso das redes electrossoldadas de pequeno dimetro, passou a ser obrigatria acertificao destes produtos, sendo exigido unicamente a concesso de uma Licena para o Uso daMarca Produto Certificado para estes produtos puderem ser comercializados.

    No entanto, produtos de carcter inovador, no abrangidos por normas europeias, harmonizadas ouno, ou normas portuguesas ou outra especificao oficial, necessitam de homologao pelo LNECantes de serem colocados no mercado.

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    3.3 Certificao

    Em Portugal, na ausncia de normas europeias harmonizadas aplicveis citadas no JOUE - JornalOficial da Unio Europeia, a certificao de produtos de ao utilizados como armaduras de beto

    armado concretizada atravs da atribuio da Licena ao Uso da Marca Produto Certificado poruma entidade independente acreditada para o efeito pelo IPAC.

    Contudo, o procedimento utilizado actualmente em Portugal para a certificao de armaduras parabeto armado no difere muito daquele previsto na marcao CE, j que as normas harmonizadasEN 10080 e prEN 10138[16] especificam sistemas de avaliao da conformidade para a marcao CEdo tipo 1+, o sistema mais exigente. Assim existem as figuras do controlo interno, do controlo externoe certificado de conformidade do produto. As principais diferenas incidem sobretudo na amostragema submeter a ensaio (nmero de provetes, vazamentos e dimetros envolvidos) para os controlos deconcesso e de acompanhamento e tambm no prprio tipo de ensaios a realizar. Neste ltimo domnio de assinalar no estar previsto na norma EN 10080 o recurso a ensaios cclicos alternados, o queconstitui uma regresso relativamente ao nvel de exigncia actualmente requerido no modelo de

    Marca Produto Certificado. Como tal, no indiscutvel que em Portugal sejam anulados esubstitudos os procedimentos de certificao nacionais com a entrada em vigor da marcao CE.

    A atribuio desta Licena feita de acordo com procedimentos elaborados com base em normaseuropeias e prevm, fundamentalmente, duas formas de controlo do produto: (i) a execuo de ensaiosrealizados, em paralelo, pelo fabricante e por um laboratrio externo acreditado (ii) e a anlise docontrolo interno da produo do fabricante.

    O processo de certificao engloba, as seguintes fases: (i) Concesso e (ii) Acompanhamento.Visto considerar-se demasiado exaustiva a descrio do processo de certificao de todos os produtosabrangidos pelo Decreto-Lei n. 390/2007, ir ser apenas descrito o processo relativo aos vares de ao

    para beto armado que, representam uma parte significativa dos produtos certificados no nosso pas.

    A fase de concesso iniciada quando o fabricante solicita, entidade certificadora, a certificao doseu produto. Esta entidade realiza ento uma auditoria em que, para alm serem verificadas ascondioes de fabrico e de controlo interno da produo2, realizada uma recolha de amostras. Sendo aunidade de inspeco o vazamento, so ento recolhidas um determinado nmero de amostras de umnmero predefinido de vazamentos. As amostras so recolhidas em duplicado (provetes contguos)

    para serem ensaiadas pelo fabricante e por um laboratrio externo acreditado (ensaios de concesso).Cada amostra contm os provetes necessrios para a realizao dos ensaios descritos no Quadro 3.

    Os ensaios de concesso visam caracterizar o produto e atestar a sua conformidade com asespecificaes LNEC aplicveis.

    Os resultados dos ensaios realizados num laboratrio externo acreditado so analisados e comparadoscom os resultados obtidos pelo fabricante, com objectivo de verificar a conformidade do produto edespistar erros sistemticos que possam ocorrer nos ensaios de controlo interno da produo,realizados pelo fabricante.O LNEC emite um parecer tcnico, sob a forma de Nota Tcnica, no qual se (i) apresentam osresultados obtidos nesta anlise, (ii) identificam as principais anomalias do produto, (ii) apresentam asdiferenas nos resultados obtidos nos ensaios realizados pelas duas entidades e (iv) propem asmedidas preventivas e/ou correctivas a implementar.

    2O controlo interno deve basear-se no seguinte: todos os elementos, requisitos e disposies adoptados pelofabricante sero sistematicamente documentados sob a forma de normas e procedimentos escritos. Essa

    documentao do sistema de controlo da produo deve assegurar uma compreenso comum das garantias dequalidade e permitir verificar a obteno das caractersticas exigidas do produto e a funcionalidade efectiva dosistema de controlo da produo.

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    A entidade certificadora, com base na nota tcnica e nos resultados da auditoria por si realizada, decideento a concesso, ou no, da Licena para o Uso da Marca Produto Certificado. Caso seja atribudaa licena, o fabricante entrar na fase de acompanhamento, caso contrrio, agendada uma novacolheita de amostras e o processo repete-se.

    Aps a concesso da certificao, os fabricantes entram, como foi referido anteriormente, na fase deacompanhamento. Este acompanhamento semestral, no caso dos vares de ao, redes electrossoldadas,trelias e redes electrossoldadas de pequeno dimetro, e trimestral, no caso dos fios e cordes para pr-esforo.Assim, voltando ao exemplo dos vares de ao para beto armado, realizada semestralmente umaauditoria em que, para alm ser verificada a manuteno ou melhoria das condies de fabrico e decontrolo interno da produo, realizada uma nova recolha de amostras em duplicado para seremensaiadas pelo fabricante e por um laboratrio externo acreditado (ensaios de acompanhamento).

    A amostragem e os ensaios realizados na fase de acompanhamento so os descritos no Quadro 4. Nestafase, o parecer tcnico do LNEC baseado, no s na avaliao dos resultados obtidos nos ensaios deacompanhamento, mas tambm na anlise do controlo interno da produo realizada pelo fabricante.

    O controlo interno da produo efectuado, realizando um certo nmero de ensaios com umaincidncia pr-definida de acordo com o material em causa. Trimestralmente, so calculados

    parmetros estatsticos (mdia, desvio padro e os valores caractersticos mnimo e mximo) dosresultados obtidos e, no caso dos vares de ao, so semestralmente analizados pelo LNEC.

    Com base na anlise destes dois elementos, o LNEC elabora uma nota tcnica. Esta nota tcnica podeter trs concluses diferentes. Pode confirmar a conformidade do produto e assim, a continuidade daLicena para o Uso da Marca Produto Certificado. Pode sugerir que, devido a anomalias detectadasno produto ou na realizao dos ensaios, seja reforado o controlo de acompanhamento (este reforo realizado duplicando a amostragem de acompanhamento numa prxima auditoria). Finalmente podeainda, e no caso de j terem sido realizados controlos reforados, sem melhoria considervel da

    produo e/ou sem evidncias de melhoria da proficincia para execuo dos ensaios, ser sugerida asuspenso da Licena para o Uso da Marca Produto Certificado.

    Quadro 3. Amostragem e ensaios realizados na concesso da certificao a vares de ao para betoarmado.

    Produto Dimetros Vazamentos TracoDobragem/Dobragem-

    desdobragem

    Mediode

    nervuras

    Det.Composio

    qumica

    Cclicosalternados

    Fadiga

    A400NR 3 2 6 x 10 6 x 10 6 x 10 6 x 1 - -A500NR 3 2 6 x 10 6 x 10 6 x 10 6 x 1 - -

    A500ER 2 2 4 x 10 4 x 10 4 x 10 4 x 1 - -A400NR SD 3 3 9 x 10 9 x 10 9 x 10 9 x 1 9 x 1 9 x 1A500NR SD 3 3 9 x 10 9 x 10 9 x 10 9 x 1 9 x 1 9 x 1

    N total de ensaiosAmostragemCONCESSO

    Quadro 4. Amostragem e ensaios realizados no acompanhamento da certificao a vares de ao para beto armado.

    Produto Dimetros Vazamentos TracoDobragem/Dobragem-

    desdobragem

    Mediode

    nervuras

    Det.Composio

    qumica

    Cclicosalternados

    Fadiga

    A400NR 1 1 1 x 10 1 x 10 1 x 10 1 x 1 - -A500NR 1 1 1 x 10 1 x 10 1 x 10 1 x 1 - -A500ER 1 1 1 x 10 1 x 10 1 x 10 1 x 1 - -

    A400NR SD 2 1 2 x 10 2 x 10 2 x 10 2 x 1 2 x 1 2 x 1A500NR SD 2 1 2 x 10 2 x 10 2 x 10 2 x 1 2 x 1 2 x 1

    Amostragem N total de ensaiosACOMPANHAMENTO

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    Garantia da Qualidade das Armaduras para Beto Armado

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    4. CONTROLO A JUSANTE

    O controlo a montante, i.e. a certificao, diz mais respeito ao produtor e ao fabricante no sentido emque constitui um elemento que permite atestar perante o mercado a eficcia do controlo interno daqualidade dos produtos implementado. O cliente que compre um produto certificado tem a garantiaque o processo de fabrico foi auditado por uma entidade externa independente, e que estatisticamentea produo cumpre o especificado em normas ou outros documentos tcnicos. No entanto, aobrigatoriedade da certificao dos produtos de ao para beto armado e pr-esforado retirou ocarcter diferenciador que este instrumento possua enquanto voluntrio.

    Adicionalmente ao controlo a montante, necessrio o controlo dos produtos a jusante por vrios motivos: Todas as estruturas devem cumprir, com um grau apropriado de fiabilidade3, requisitos

    essenciais de resistncia e funcionalidade. A filosofia actual de dimensionamento de estruturasconsiste em assegurar os requisitos essenciais atravs da verificao de vrios EstadosLimites, expressos por via de modelos simples que incluem variveis (aces, propriedades

    materiais, propriedades geomtricas) definidas por valores caractersticos4

    , sendo-lhesaplicados factores de segurana para ter em conta, no caso dos materiais, entre outros factores,a possibilidade de um desvio desfavorvel (interpretado como uma variao aleatria) das

    propriedades do material em relao aos valores caractersticos. No caso do ao paraarmaduras ordinrias e de pr-esforo o coeficiente de segurana equivale 1,15. Este valor foidefinido no Eurocdigo 1992-1-1 a partir de, um coeficiente de variao da resistncia do aoigual a 4% e um ndice de fiabilidade igual a 3,8. Deste modo, se o ao a aplicar em obraapresentar uma disperso superior a 4%, possvel manter a mesma probabilidade de rotura daestrutura, se forem adoptadas uma das seguintes medidas: (i) diminuir as outras fontes de incerteza,(ii) aumentar o coeficiente de segurana aplicado ao material, ou (iii) diminuir o tempo de vida tilda estrutura.

    No possvel garantir que o produto certificado colocado em obra cumpre as exigncias

    mnimas, j que os requisitos especificados para o controlo interno e externo nos procedimentosde certificao aplicam-se a uma amostragem aleatria da produo e no a toda a produo. Nacircunstncia de isso no suceder, o que possvel dado que os valores caractersticosrepresentam um percentil, normas como a EN 10080 e o Eurocdigo 1992-1-1 definem que amdia dos valores individuais deve exceder o valor caracterstico mais um parmetro positivoque depende da propriedade, e limitam o desvio por defeito dos valores individuais em relaoao valor caracterstico.

    Estes dois factos levam a que se adoptem medidas preventivas durante a recepo em obra dos materiaisde construo, como a introduo da figura de ensaios de aceitao [10, 17], de modo a diminuir a

    probabilidade de um material com propriedades fora dos limites especificados seja aplicado.Neste sentido foi publicada em 2007 pelo IPQ Instituto Portugus da Qualidade, a norma PortuguesaNP ENV 13670-1. Esta pr-norma, que se insere num quadro normativo mais vasto representado naFigura 8, estabelece o nvel de execuo requerido quando se ligam materiais tais como beto fresco,armaduras, etc. numa estrutura que atinge o nvel de resistncia mecnica e estabilidade pretendido.O Documento Nacional de Aplicao (DNA) da NP ENV 13670-1 especifica que enquanto aos varesde ao para beto armado e pr-esforado no for aposta a marcao CE, estes produtos devemsatisfazer o Regulamento de Beto Armado e Pr-esforado (REBAP).

    Esta pr-norma estabelece na sua seco 11 trs classes de inspeco (classe de inspeco 1, 2 e 3), eos seus requisitos. Pretende-se com a inspeco assegurar que as obras so executadas em

    3Fiabilidade: capacidade de uma dada estrutura, em determinadas condies, cumprir os requisitos essenciais para

    os quais foi projectada, durante um perodo de tempo de referncia.4 Denomina-se valor caracterstico da propriedade de um material o valor estatstico ao qual existe 95% deprobabilidade de os valores nominais serem superiores.

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    conformidade com a NP ENV 13670-1 e com as disposies das especificaes de projecto5. OQuadro 5 apresenta o guia para a seleco das classes de inspeco.

    Com a publicao do Decreto-Lei 301/07 tornou-se obrigatrio para as estruturas objecto das classes deinspeco 2 e 3 estabelecidas na NP ENV 13670-1, a aceitao das armaduras de ao, tambm peloutilizador, atravs da inspeco e dos ensaios de recepo previstos na NP ENV 13670-1, feitos emlaboratrios acreditados, podendo a amostragem ser efectuada, no local da entrega destes produtos naobra, pelo produtor sob controlo do utilizador.

    Figura 8. Panorama normativo de estruturas de beto armado e pr-esforado.

    Para as estruturas objecto da classe de inspeco 1, os ensaios de recepo apenas so obrigatriosquando estabelecidos nas especificaes de projecto, podendo sempre ser solicitados pelo utilizador ou

    pelas entidades de superviso (director tcnico da obra ou entidade fiscalizadora), em caso de dvidasobre a conformidade das armaduras com as disposies especficas da NP ENV 13670-1.

    Quadro 5. Guia para a seleco das classes de inspeco.

    Item Classe de inspeco 1 Classe de inspeco 2 Classe de inspeco 3

    Tipo de construo

    Edifcios 2 andares

    Pontes correntesEdifcios > 2 andares

    Pontes especiaisEdifcios de grande alturaGrandes barragensReservatrios

    Tipo de elementosestruturais

    Lajes e vigas em betoarmado com vos < 10 mPilares e paredes simplesEstruturas de fundaessimples

    Lajes e vigas em betoarmado com vos > 10 mPilares e paredesesbeltosMacios de

    Elementos fortementecomprimidosFundaes delicadas ecomplicadas

    5 As especificaes de projecto fazem parte dos documentos elaborados pelo projectista, nas quais devem

    constar a descrio de todos os produtos a utilizar e quaisquer requisitos para a sua aplicao, em particular asclasses de inspeco a considerar, a definio do responsvel pela inspeco, os ensaios de recepo de produtossem Marcao CE ou certificao por entidade independente.

    Directiva dos Produtos de Construo+

    Legislao nacional

    Eurocdigo 1990: Bases para o Projecto de Estruturas+

    Anexo nacional

    Eurocdigo 1992: Projecto de Estruturas de Beto+

    Anexo nacional

    Eurocdigo 1991: Bases do projecto e aces em estruturas+

    Anexo nacional

    NP EN 13670: Execuo de estruturas em beto+

    Anexo nacional

    NP EN 206-1: Beto+

    Anexo nacional

    EN 10080: Armadurasordinrias

    EN 13369: Pr-fabricados

    prEN 10138: Pr-esforo

    Normas de produto eensaio

    Normas de produto eensaio

    Normas de produto eensaio

    Normas de produto eensaio

    Autoridades

    Projectistas

    Donos de

    Obra

    Fabricantes

    Laboratrios

    de ensaio

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    encabeamento de estacasTipo de materiais emobra:Beto conforme aEN 206:Classe de resistncia

    Classe de exposio

    Armaduras

    At C25/30 inclusive

    X0; XC1, XC2, XA1, XF1

    Passivas

    Qualquer

    Qualquer

    Passivas e de pr-esforo

    Qualquer

    Qualquer

    Passivas e de pr-esforo

    Como tal deve ser seguido o seguinte procedimento para que um produto de ao para a construo embeto armado seja colocado em obra:

    Com a guia de remessa de cada fornecimento entregue na obra, devem ser apresentados aodono de obra ou a quem o represente: o certificado do produtor ou o relatrio dos ensaiosfeitos pelo produtor correspondente ao ao fornecido, o documento de classificao dos aos

    pelo LNEC (se aplicvel) e, a licena para o uso da marca produto certificado;

    Para efeito dos ensaios de recepo das armaduras de ao, a realizar em laboratrio acreditado,devem ser constitudos lotes6dos quais so retiradas amostras para a realizao dos ensaiosobrigatrios (traco, geometria das nervuras, corte das soldaduras). Os resultados obtidosdevem satisfazer os valores prescritos nas especificaes LNEC aplicveis.

    O nmero mnimo de amostras a colher em cada lote e as dimenses deste so as seguintes: Para as armaduras de ao ordinrias: 1 amostra por cada 50 toneladas; Para as armaduras de ao de pr-esforo: 1 amostra por cada 25 toneladas.

    As propriedades das armaduras de ao a verificar na recepo por meio de ensaios sobre provetescortados de cada amostra, e o nmero destes provetes, so os indicados no Quadro 6.

    Quadro 6. Ensaios de recepo.

    Propriedades/caractersticas

    Nmero de provetes a ensaiar em cada amostra de

    Armaduras ordinrias Armaduras de pr-esforo

    Vares Redes electrosoldadas Fios Cordes Vares

    Mecnicas (incluindo ductilidade) 2 1 em cada direco 2 2 2Aderncia (geometria das nervuras) 1 1 em cada direco Resistncia ao corte da soldadura 1

    Se para determinada propriedade se obtiver um valor no conforme, a amostragem deve ser repetidacom o dobro das amostras. Caso se repita algum resultado no conforme, o lote deve ser rejeitado.

    Quando as especificaes de projecto exigirem ensaios de recepo de outras propriedades (por

    exemplo, fadiga ou relaxao), deve ser estabelecido nessas especificaes o mtodo de ensaio, oplano de amostragem e os critrios de aceitao.

    REFERNCIAS

    [1] LOURO, A.S.; PIPA, M.; POMPEU SANTOS, S. - Qualidade dos aos para beto em Portugal.Normalizao e Certificao. In Congresso Nacional da Engenharia de Estruturas - ESTRUTURAS2002. Lisboa: LNEC, 2002.

    6Lote a diviso do fornecimento constituda por, simultaneamente, provir do mesmo produtor e ser do mesmotipo de ao (e no caso de ao de pr-esforo, do mesmo dimetro).

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    [2] LOURO, A.S.; FALCO, J.T.; PIPA, M. - Qualidade dos aos para beto em Portugal.Perspectivas futuras. In Encontro Nacional Sobre Qualidade e Inovao na Construo - QIC 2006.Lisboa: LNEC, 2006.

    [3] REBAP Regulamento de Estruturas de Beto Armado e Pr-esforado, Decreto-Lei n 349-C/83,de 30 de Julho.

    [4] Directiva do Conselho 89/106/CEE [2], de 21 de Dezembro de 1988, relativa aos Produtos daConstruo.

    [5] Decreto-Lei n.113/93 de 10 de Abril.

    [6] Decreto-Lei n. 4/2007, de 8 de Janeiro.

    [7] Decreto-Lei n. 128/99, de 21 de Abril.

    [8] Decreto-Lei n. 28/07 de 12 de Fevereiro.

    [9] Decreto-Lei n. 390/2007 de 10 de Dezembro.

    [10] NP ENV 13670-1 Execuo de estruturas em beto Parte 1: Regras gerais, Julho 2007.

    [11] Decreto-Lei 301/07 de 23 de Agosto.

    [12] EN ISO 15630-1:2002 Steel for the reinforcement and prestressing of concrete- Test Methods-Part 1: Reinforcing bars, wire rod and wires (ISO 15630-1:2002).

    [13] EN ISO 15630-2:2002 Steel for the reinforcement and prestressing of concrete - Test methods -Part 2: Welded fabric (ISO 15630-2:2002).

    [14] EN 10080:2005: E Steel for the reinforcement of concrete Weldable reinforcing steel General, Maio 2005.

    [15] NP EN 1992 - 1-1: 2005 Eurocdigo 2: Projecto de estruturas de beto Parte 1- 1: Regrasgerais e regras para edifcios.

    [16] Draft prEN10138 Prestressing steels - Part 1: General requirements, Setembro 2005.

    [17] Documento 0 para la revisin de la Instruccin de Hormign Estructural (EHE), Maro 2007,Ministerio de Fomento.