bens de domínio público

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Domnio pblico bens pblicos

Wanildo Jos Nobre Franco Bacharel em Direito das FIC Faculdades Integradas Claretianas de Rio Claro SP; Especialista em Direito Internacional e Relaes Internacionais na UNIMEP Universidade Metodista de Piracicaba Piracicaba SP Inserido em 26/12/2005 Parte integrante da Edio no 158 Cdigo da publicao: 989

SUMRIO: 1 Da histria 2 Do domnio pblico 3 Dos bens pblicos 4 Da classificao 4.1 Bens de uso comum ou bens do domnio pblico 4.2 Bens de uso especial ou bens do patrimnio indisponvel 4.3 Bens dominiais ou bens dominicais ou bens do patrimnio fiscal ou bens do patrimnio disponvel 5 Da administrao dos bens pblicos 6 Da utilizao dos bens pblicos 6.1 Do Uso comum do povo 6.2 Do uso especial 6.3 Da autorizao de uso 6.4 Da permisso de uso 6.5 Da cesso de uso 6.6 Da concesso de uso 6.7 Da concesso de direito real de uso 7 Da alienao dos bens pblicos 7.1 Conceito 7.2 Do direito 7.3 Das formas de alienao 7.3.1 Da venda e compra 7.3.2 Da doao 7.3.3 Da dao em pagamento 7.3.4 Da permuta, troca ou escambo 7.3.5. Da investidura 7.3.6 Da concesso de domnio 7.3.7 Da legitimao de posse 7.4 Observaes 8 Da imprescritibilidade da impenhorabilidade Da no onerao dos bens pblicos 8.1 Da imprescritibilidade 8.2 Da impenhorabilidade 8.3 Da no onerao dos bens pblicos 9 Da aquisio de bens pela administrao pblica 10 Das terras pblicas 10.1 Terras pblicas 10.1.1 Terras rurais pblicas 10.1.2 Terras urbanas pblicas 10.1.3 Terras devolutas 10.1.4 Plataforma continental 10.1.5 Terras ocupadas tradicionalmente pelos ndios 10.1.6 Terrenos de marinha 10.1.7 Terrenos acrescidos 10.1.8 Terrenos reservados 10.1.9 Ilha dos rios pblicos e ilhas ocenicas 10.1.10 lveos abandonados 10.1.11 Faixa de fronteira 10.1.12 Vias e logradouros pblicos 10.1.13 reas ocupadas com as fortificaes 10.2 Das guas pblicas 10.2.1 guas nacionais 10.2.1.1 guas internas 10.2.1.2 guas externas 10.2.2 Legislao sobre guas pblicas 10.3 Das jazidas 10.3.1 Legislao sobre jazidas 10.4 Das florestas 10.4.1 Legislao sobre florestas 10.5 Da fauna 10.5.1 Legislao sobre fauna 10.6 Espao areo 11 Da questo ecolgica 11.1 Legislao sobre proteo ambiental 12 Jurisprudncia colacionada 13 Bibliografia consultada. 1 Da histria Nas mais remotas sociedades sempre foi constatada a necessidade de existncia de algum tipo de dominao e de regulamentao, a cargo do Estado, sobre determinados bens. Em rigor, a vida em sociedade seria praticamente impossvel, no fora a presena de bens destinados ao cumprimento de finalidades de interesse coletivo. Nos Estados Modernos, essa dominao e regulamentao advm de um regime jurdico adequado que, alm de especificar sua composio e utilizao, cria regras de proteo contra atos ilegtimos, ou danosos, quer provindos de particular, quer do prprio Estado. Atualmente, todos os pases conhecem um tratamento bastante minucioso dispensado regulamentao e proteo desses bens, por meio de normas legais que garantam o atingimento dos objetivos e finalidades para os quais esto voltados e que deram origem ao seu surgimento. [1] No direito romano institutas havia referncias a bens pblicos, que incluam as res communes e as res universitatis, ao lado das res publicae. Estas ltimas, insusceptveis de apropriao privada, pertenciam a todos, ao povo. Os bens pblicos na idade mdia eram considerados propriedade do rei, e no mais do povo. Porm, com base nos antigos textos romanos que influenciaram todas as legislaes ao longo da histria logo se voltou a atribuir ao povo a propriedade desses bens pblicos, cabendo ao monarca, na condio de governante supremo, to-somente o poder de polcia sobre os mesmos. [2] O Estado, como Nao politicamente organizada, exerce poderes de Soberania sobre todas as coisas que se encontram em seu territrio. Alguns bens pertencem ao prprio Estado; outros, embora pertencentes a particulares, ficam sujeitos s limitaes administrativas impostas pelo Estado; outros, finalmente, no pertencem a ningum, por inapropriveis, mas sua utilizao subordina-se s normas estabelecidas pelo Estado. Este conjunto de bens sujeitos ou pertencentes ao Estado constitui o domnio pblico, em seus vrios desdobramentos. [3]

Existe uma distino clara entre propriedade e dominao e regulamentao. O pas somos ns, seus cidados, seus legtimos donos e de todas as coisas, excetuadas as da propriedade privada assegurada pelo Cdigo Civil art. 98 ss.. O Estado, por nossa delegao ao escolhermos os governantes e os legisladores estabelece as regras comuns, legais, e as executa administrativamente, em nosso nome, com vistas ao interesse coletivo. 2 Do domnio pblico noo mais abrangente que propriedade, pois a se incluem os bens que no so do Poder Pblico. [4] o poder de dominao ou de regulamentao que o Estado exerce sobre os bens do seu patrimnio (bens pblicos), ou sobre os bens do patrimnio privado bens particulares de interesse pblico ou sobre as coisas inapropriveis individualmente, mas de fruio geral da coletividade res nullius. Neste sentido amplo e genrico o domnio pblico abrange no s os bens das pessoas jurdicas de Direito Pblico interno como as demais coisas que, por sua utilidade coletiva, merecem a proteo do Poder Pblico, tais como as guas, as jazidas, as florestas, a fauna, o espao areo e as que interessam ao patrimnio histrico e artstico nacional. [5] De um lado, um poder poltico, superior a tudo, chamado domnio eminente, que autoriza as limitaes impostas pelo Estado ao exerccio de direitos em todo territrio nacional, e, de outro lado, um poder sobre os bens de que proprietrio ou simples administrador, conhecido como domnio patrimonial, exercido sobre os bens pblicos. [6] So poderes de soberania e em direitos de propriedade. Aqueles se exercem sobre todas as coisas de interesse pblico, sob a forma de domnio eminente; estes s incidem sobre os bens pertencentes s entidades pblicas, sob a forma de domnio patrimonial. O domnio eminente no constitui um direito de propriedade; o poder que o Estado exerce potencialmente sobre as pessoas e os bens que se encontram no seu territrio. Esse poder no admite restries; contudo, o absoluto dessa potestas est condicionado ordem jurdico-constitucional e aos princpios, direitos e garantias da Lei Fundamental. O domnio eminente um poder sujeito ao direito; no um poder arbitrrio. Em nome do domnio eminente que so estabelecidas as limitaes ao uso da propriedade privada, as servides administrativas, a desapropriao, as medidas de policia e o regime jurdico especial de certos bens particulares de interesse pblico. Esse poder superior (eminente) que o Estado mantm sobre todas as coisas existentes em seu territrio no se confunde com o direito de propriedade que o mesmo Estado exerce sobre as coisas que lhe pertencem, por aquisio civil ou administrativa. Aquele um domnio geral e potencial sobre bens alheios; este um domnio especfico e efetivo sobre bens prprios do Estado, o que o caracteriza como um domnio patrimonial, no sentido de incidir sobre os bens que lhe pertencem. O domnio patrimonial do Estado sobre seus bens direito de propriedade, mas direito de propriedade pblica, sujeito a um regime administrativo especial. A esse regime subordinam-se todos os bens das pessoas administrativas, assim considerados bens pblicos e, como tais, regidos pelo Direito Pblico, embora supletivamente se lhes apliquem algumas regras da propriedade privada. Mas advirta-se que as normas civis no regem o domnio pblico; suprem, apenas, as omisses das leis administrativas. O patrimnio pblico formado por bens de toda natureza e espcie que tenham interesse para a Administrao e para a comunidade administrada. Esses bens recebem conceituao, classificao e destinao legal para sua correta administrao, utilizao e alienao, como veremos no decorrer deste item, em que, a final, trataremos da aquisio de bens que passaro a integrar o patrimnio pblico. 3 Dos bens pblicos

o conjunto de coisas corpreas e incorpreas, mveis, imveis e semoventes de que o Estado se vale para poder atingir as suas finalidades. [7] So os bens necessrios Administrao Pblica para o atingimento dos fins coletivos de propiciar o bem estar e a satisfao dos habitantes de seu territrio. So os bens do domnio pblico res quorum commercium non sit, res public ou loca publica, [8] federais, estaduais, distritais ou municipais, conforme a entidade poltica a que pertena ou o servio autrquico, fundacional ou paraestatal a que se vinculem. No so somente as coisas que pertencem s pessoas jurdicas de Direito Pblico, ou seja, Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios e suas autarquias, mas tambm aquelas coisas que, embora no pertencendo a essas pessoas, esto destinadas a prestao de servio pblico. [9] So todas as coisas, mveis e imveis, direitos e aes de que sejam titulares os entes pblicos, mesmo no se destinando utilizao pelo pblico. Seu estudo corresponde ao direito administrativo das coisas. [10] Genericamente, toda espcie de bens, sob o domnio do Estado. Porm cabe especificar, conceituando da seguinte forma so todas as coisas corpreas, incorpreas, imveis, mveis, semoventes, crditos, direitos e aes [11] , que pertenam a qualquer ttulo s entidades estatais, autrquicas, fundacionais de Direito Pblico. Formam o patrimnio pblico e se submetem ao regime de direito pblico. [12] Em sentido estrito poderia-se incluir os bens das entidades no-pblicas que desempenham servio pblico, ou integram a Administrao Pblica indireta, no entanto, os bens das entidades paraestatais no se encaixam na categoria de pblicos, por no se imputar-lhes o essencial do regime jurdico dos bens pblicos, isto , inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade. [13] A soberania territorial do Estado est bastante ligada relao bem pblico domnio do Estado, no entanto, necessrio se faz dizer que no Estado Democrtico de Direito, o Estado cumpre, por meio de suas funes, as competncias que lhe so constitucionalmente atribudas, no tendo, por isso, um domnio irrestrito sobre todos os bens. [14] Bem Pblico aquele que por determinao legal ou por sua prpria natureza, pode ser utilizado por todos em igualdade de condies, sem necessidade de consentimento individualizado por parte da Administrao. [15] Outros bens h, contudo, sobre os quais o Estado exerce um domnio eminente, ainda que sendo eles da propriedade privada, simplesmente pelo fato de estarem em seu territrio e suscitarem interesse pblico. A, a expresso de sua soberania, a manifestao do summa potestas a qualidade que tem o poder de ser supremo dentro dos limites de sua ao. [16] O Cdigo Civil os reparte inicialmente em pblicos e particulares, esclarecendo que so pblicos os do domnio nacional, pertencentes Unio, aos Estados e aos Municpios, e, por excluso, declara que so particulares todos os outros, seja qual for a pessoa a que pertencerem art. 98 e ss.. So bens pblicos os que, originariamente integrando o patrimnio nacional, os bens transferidos a autarquias e fundaes pblicas. [17] Ento, ainda que pertencentes a um ente pblico, esto franqueados para uso e fruio de todos, normalmente, sem restries ou nus (no desfigura sua natureza se a Administrao condiciona tal a requisitos peculiares, estabelecendo condio de uso ou o pagamento da retribuio admitida no art. 103 do Cdigo Civil). [18] J aos bens das entidades paraestatais empresas pblicas, sociedades de economia mista, servios autnomos etc. so bens pblicos com destinao especial e administrao particular das instituies a que foram transferidos para consecuo dos fins estatutrios. A despeito de serem bens pblicos, dada sua destinao especial a organizaes de personalidade privada e sua administrao em moldes particulares, os bens das entidades paraestatais prestam-se a onerao como garantia real e sujeitam-se a penhora por dvidas da entidade, como, tambm, podem ser alienados na forma estatutria, independentemente de lei. No mais, regem-se pelas normas do Direito Pblico, inclusive quanto imprescritibilidade por usucapio, uma vez que, se desviados dos fins especiais a que foram destinados, retornam sua condio originria do patrimnio de que se destacaram. 4 Da classificao

A Constituio Federal, em seus arts. 20 e 26, enumeram os bens da Unio e os bens dos Estados, mencionando tambm so as terras devolutas, aquelas que so do Estado, mas sem destinao de uso comum, uso especial, ou uso dominial. [19] Pelo Cdigo Civil, os bens podem ser de uso comum do povo (uso indistinto das pessoas, como praas, ruas, estradas etc), de uso especial (possuem destinao a local de prestao de servio pblico) e dominicais ou dominiais (Estado proprietrio, como se fosse um particular). A afetao de um bem ao uso comum a destinao que se lhe atribui, ou por ser de sua natureza, ou por lei, ou ato administrativo, ao uso comum do povo. A desafetao ocorre quando do trespasse do bem ao uso especial, ou dominical, por meio de lei. [20] Podem ser federais, estaduais ou municipais, conforme a entidade poltica a que pertenam ou o servio autrquico, fundacional ou paraestatal a que se vinculem. Todos os bens pblicos so bens nacionais, por integrantes do patrimnio da Nao, na sua unicidade estatal, mas, embora politicamente componham o acervo nacional, civil e administrativamente pertencem a cada uma das entidades pblicas que os adquiriram. [21] Segundo a destinao [22] os bens pblicos em trs categorias: I os de uso comum do povo , atais como rios, mares, estradas, ruas e praas; II os de uso especial, tais como os edifcios ou terrenos destinados a servio ou estabelecimento da administrao federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III os dominiais, que constituem o patrimnio das pessoas jurdicas de direito pblico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. pargrafo nico no dispondo a lei em contrrio, consideram-se dominicais os bens pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico a que se tenha dado estrutura de direito privado. Todos os bens vinculados ao Poder Pblico por relaes de domnio ou de servio ficam sujeitos sua administrao. Da o dizer-se que uns so bens do domnio pblico, e outros, bens do patrimnio administrativo. Com mais rigor tcnico, tais bens so reclassificados, para efeitos administrativos em: bens do domnio pblico (os da primeira categoria: de uso comum do povo); bens patrimoniais indisponveis (os da segunda categoria: de uso especial); bens patrimoniais disponveis (os da terceira e ltima categoria: dominiais), segundo se l no Regulamento da Contabilidade Pblica. 4.1 Bens de uso comum ou bens do domnio pblico So os de uso indistinto das pessoas, como os rios, mares, praias, estradas, ruas e praas Enfim, todos os locais abertos utilizao pblica adquirem esse carter de comunidade, de uso coletivo, de fruio prpria do povo. Sob esse aspecto pode o domnio pblico definir-se como a forma mais completa da participao de um bem na atividade de administrao pblica. 4.2 Bens de uso especial ou bens do patrimnio indisponvel So os que se destinam especialmente execuo dos servios pblicos e, por isso mesmo, so considerados instrumentos desses servios. No integram propriamente a Administrao, mas constituem o aparelhamento administrativo, tais como os edifcios das reparties pblicas, os terrenos aplicados aos servios pblicos, os veculos da Administrao, os matadouros, os mercados e outras serventias que o Estado pe disposio do pblico, mas com destinao especial. 4.3 Bens dominiais ou bens dominicais ou bens do patrimnio fiscal ou bens do patrimnio disponvel So aqueles que, embora integrando o domnio pblico como os demais, deles diferem pela possibilidade sempre presente de serem utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela Administrao, se assim o desejar. Da por que recebem tambm a denominao de bens patrimoniais disponveis ou de bens do patrimnio fiscal. Tais bens integram o patrimnio do Estado

como objeto de direito pessoal ou real, isto , sobre eles a Administrao exerce poderes de proprietrio, segundo os preceitos de direitos constitucional e administrativo. Todas as entidades pblicas podem ter bens patrimoniais disponveis, isto , bens no destinados ao povo em geral, nem empregados no servio pblico, os quais permanecem disposio da Administrao para qualquer uso ou alienao, na forma que a lei autorizar. 5 Da administrao dos bens pblicos Normalmente, o poder de utilizao e conservao das coisas administradas, diversamente da idia de propriedade, que contm, alm desse, o poder de onerao e disponibilidade e a faculdade de aquisio. Da por que os atos triviais de administrao, ou seja, de utilizao e conservao do patrimnio pblico, independem de autorizao especial, ao passo que os de alienao, onerao e aquisio exigem, em regra, lei autorizadora e licitao para o contrato respectivo. Rege-se pelas normas do Direito Pblico, aplicando-se supletivamente os preceitos do Direito Privado no que aquelas forem falhas ou omissas. A transferncia da propriedade dos bens imveis se opera segundo as normas e instrumentos civis escritura e registro sendo os atos e procedimentos administrativos que a antecedem meras formalidades internas que no afetam a substncia negocial do contrato civil realizado entre a Administrao e o particular. Por essa razo que, uma vez feita a transcrio, ou simplesmente assinadas a escritura, tornam-se irretratveis os atos ou procedimentos administrativos precedentes e a transferncia do domnio s poder ser modificada ou invalidada por via judicial ou por acordo entre as partes. A utilizao indevida de bens pblicos por particulares, notadamente a ocupao de imveis, pode e deve ser repelida por meios administrativos, independentemente de ordem judicial, pois o ato de defesa do patrimnio pblico, pela Administrao, auto-executvel, como o so, em regra, os atos de polcia administrativa, que exigem execuo imediata, amparada pela fora pblica, quando isto for necessrio. 6 Da utilizao dos bens pblicos Os bens pblicos ou se destinam ao uso comum do povo ou a uso especial. Em qualquer desses casos o Estado interfere como poder administrador, disciplinando e policiando a conduta do pblico e dos usurios especiais, a fim de assegurar a conservao dos bens e possibilitar sua normal utilizao, tanto pela coletividade, quanto pelos indivduos como, ainda, pelas reparties administrativas. Uso comum do povo todo aquele que se reconhece coletividade em geral sobre os bens pblicos, sem discriminao de usurios ou ordem especial para sua fruio. o uso que o povo faz das ruas e logradouros pblicos, dos rios navegveis, do mar e das praias naturais. Esse uso comum no exige qualquer qualificao ou consentimento especial, nem admite freqncia limitada ou remunerada, pois isto importaria atentado ao direito subjetivo pblico do indivduo de fruir os bens de uso comum do povo sem qualquer limitao individual. Para esse uso s se admitem regulamentaes gerais de ordem pblica, preservadoras da segurana, da higiene, da sade, da moral e dos bons costumes, sem particularizaes de pessoas ou categorias sociais. qualquer restrio ao direito subjetivo de livre fruio, como a cobrana de pedgio nas rodovias, acarreta a especializao do uso e, quando se tratar de bem realmente necessrio a coletividade, s pode ser feita em carter excepcional. 6.1 Do uso comum do povo Os bens de uso comum do povo so os usados por todos, de forma igualitria, independendo de autorizao administrativa. [23] So annimos, indeterminados, e os bens utilizados o so por todos os membros da coletividade, razo pela qual ningum tem direito ao uso exclusivo ou a privilgios na utilizao do bem o direito de cada indivduo limita-se igualdade com os demais na fruio do bem ou no suportar os nus dele resultantes. 6.2 Do uso especial Os bens de uso especial so aqueles onde esto instalados rgos que prestam servio pblico, podendo fazer uso deles as pessoas as quais correspondam o servio ali prestado. [24]

todo aquele que, por um ttulo individual, a Administrao atribui a determinada pessoa para fruir de um bem pblico com exclusividade, nas condies convencionadas. tambm uso especial aquele a que a Administrao impe restries ou para o qual exige pagamento, bem como o que ela mesma faz de seus bens para a execuo dos servios pblicos, como o caso dos edifcios, veculos e equipamentos utilizados por suas reparties, mas aqui s nos interessa a utilizao do domnio pblico por particulares com privatividade. Todos os bens pblicos, independentemente de sua natureza, so passveis de uso especial por particulares, desde que a utilizao consentida pela Administrao no os leve a inutilizao ou destruio, caso em que se converteria em alienao. Ningum tem direito natural a uso especial de bem pblico, mas qualquer indivduo ou empresa pode obt-lo mediante contrato ou ato unilateral da Administrao, na forma autorizada por lei ou regulamento ou simplesmente consentida pela autoridade competente. Assim sendo, o uso especial do bem pblico ser sempre uma utilizao individual, a ser exercida privativamente pelo adquirente desse direito. O que tipifica o uso especial a privatividade da utilizao de um bem pblico, ou de parcela desse bem, pelo beneficirio do ato ou contrato, afastando a fruio geral e indiscriminada da coletividade ou do prprio Poder Pblico. Esse uso pode ser consentido gratuita ou remuneradamente, por tempo certo ou indeterminado, consoante o ato ou contrato administrativo que o autorizar, permitir ou conceder. As formas administrativas para o uso especial de bem pblico por particulares variam desde as simples e unilaterais autorizao de uso e permisso de uso at os formais contratos de concesso de uso e concesso de uso como direito real solvel, alm da imprpria e obsoleta adoo dos institutos civis do comodato, da locao e da enfiteuse. [25] 6.3 Da autorizao de uso o ato unilateral, discricionrio e precrio pelo qual a Administrao consente na prtica de determinada atividade individual incidente sobre um bem pblico. No tem forma nem requisitos especiais para sua efetivao, pois visa apenas a atividades transitrias e irrelevantes para o Poder Pblico, bastando que se consubstancie em ato escrito, revogvel sumariamente a qualquer tempo e sem nus para a Administrao. Essas autorizaes so comuns para a ocupao de terrenos baldios, para a retirada de gua em fontes no abertas ao uso comum do povo e para outras utilizaes de interesse de certos particulares, desde que no prejudiquem a comunidade nem embaracem o servio pblico. Tais autorizaes no geram privilgios contra a Administrao ainda que remuneradas e frudas por muito tempo, e, por isso mesmo, dispensam lei autorizativa e licitao para seu deferimento. 6.4 Da permisso de uso o ato negocial, unilateral, discricionrio e precrio atravs do qual a Administrao faculta ao particular a utilizao individual de determinado bem pblico. Como ato negocial, pode ser com ou sem condies, gratuito ou remunerado, por tempo certo ou indeterminado, conforme estabelecido no termo prprio, mas sempre modificvel e revogvel unilateralmente pela Administrao, quando o interesse pblico o exigir, dada sua natureza precria e o poder discricionrio do permitente para consentir e retirar o uso especial do bem pblico. A revogao faz-se, em geral, sem indenizao, salvo se em contrrio se dispuser, pois a regra a revogabilidade sem nus para a Administrao. O ato da revogao deve ser idntico ao do deferimento da permisso e atender s condies nele previstas. A permisso, enquanto vigente, assegura ao permissionrio o uso especial e individual do bem pblico, conforme fixado pela Administrao, e gera direitos subjetivos defensveis pelas vias judiciais, inclusive aes possessrias para proteger a utilizao na forma permitida. Via de regra, a permisso no confere exclusividade de uso, que apangio da concesso, mas, excepcionalmente, pode ser deferida com privatividade sobre outros interessados, desde que tal privilgio conste de clusula expressa e encontre justificativa legal. Qualquer bem pblico admite permisso de uso especial a particular, desde que a utilizao seja tambm de interesse da coletividade que ir fruir certas vantagens desse uso, que se assemelha a um servio de utilidade pblica, tal como ocorre com as bancas de jornais, os vestirios em praias e outras instalaes particulares convenientes em logradouros pblicos. Se no houver interesse para a comunidade, mas to-somente para o particular, o uso especial no deve ser permitido nem concedido, mas simplesmente autorizado, em carter precarssimo. V-se, portanto, que a permisso de uso um meio-termo

entre a informal autorizao e a contratual concesso, pois menos precria que aquela, sem atingir e estabilidade desta. A diferena de grau na atribuio do uso especial e na vinculao do usurio com a Administrao. 6.5 Da cesso de uso a transferncia gratuita da posse de um bem pblico de uma entidade ou rgo para outro, a fim de que o cessionrio o utilize nas condies estabelecidas no respectivo termo, por tempo certo ou indeterminado. ato de colaborao entre reparties pblicas, em que aquela que tem bens desnecessrios aos seus servios cede o uso a outra que deles est precisando. Entre rgos da mesma entidade, no se exige autorizao legislativa e se faz por simples termo e anotao cadastral, pois ato ordinrio de administrao atravs do qual o Executivo distribui seus bens entre suas reparties para melhor atendimento do servio. Quando, porm, a cesso para outra entidade, necessrio se torna autorizao legal para essa transferncia de posse, nas condies ajustadas entre as Administraes interessadas. Em qualquer hiptese, a cesso de uso ato de administrao interna que no opera a transferncia da propriedade e, por isso, dispensa registros externos. 6.6 Da concesso de uso o contrato administrativo pelo qual o poder Pblico atribui a utilizao exclusiva de um bem de seu domnio a particular, para que o explore segundo sua destinao especfica. O que caracteriza a concesso de uso e a distingue dos demais institutos assemelhados autorizao e permisso de uso o carter contratual e estvel da outorga do uso do bem pblico ao particular, para que o utilize com exclusividade e nas condies convencionadas com a Administrao. Pode ser remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, mas dever ser sempre precedida de autorizao legal e, normalmente, de concorrncia para o contrato. Sua outorga no nem discricionria nem precria, pois obedece a normas regulamentares e tem a estabilidade relativa dos contratos administrativos, gerando direitos individuais e subjetivos para o concessionrio, nos termos do ajuste. Tal contrato confere ao titular da concesso de uso um direito pessoal de uso especial sobre o bem pblico, privativo e intransfervel sem prvio consentimento da Administrao, pois realizado intuitu personae, embora admita fins lucrativos. o que ocorre com a concesso de uso remunerado de um hotel municipal, de reas em mercado ou de locais para bares e restaurantes em edifcios ou logradouros pblicos. 6.7 Da concesso de direito real de uso o contrato pelo qual a Administrao transfere o uso remunerado ou gratuito de terreno pblico a particular, como direito real resolvel, para que dele se utilize em fins especficos de urbanizao, industrializao, edificao, cultivo ou qualquer outra explorao de interesse social. [26] transfervel por ato inter vivos ou por sucesso legtima ou testamentria, a ttulo gratuito ou remunerado, como os demais direitos reais sobre coisas alheias, com a s diferena de que o imvel reverter Administrao concedente se o concessionrio ou seus sucessores no lhe derem o uso prometido ou o desviarem de sua finalidade contratual. Desse modo, o Poder Pblico garante-se quanto fiel execuo do contrato, assegurando o uso a que o terreno destinado e evitando prejudiciais especulaes imobilirias dos que adquirem imveis pblicos para aguardar valorizao vegetativa, em detrimento da coletividade. Pode ser outorgada por escritura pblica ou termo administrativo, cujo instrumento ficar sujeito a inscrio no livro prprio do registro imobilirio competente. Desde a inscrio o concessionrio fruir plenamente o terreno para os fins estabelecidos no contrato e responder por todos os encargos civis, administrativos e tributrios que venham a incidir sobre o imvel e suas rendas. A concesso, embora erigida em direito real, no se confunde com a enfiteuse ou aforamento, [27] que instituio civil bem diversa e menos adequada ao uso especial de bem pblico por particulares. 7 Da alienao dos bens pblicos

A administrao dos bens pblicos compreende normalmente a utilizao e conservao do patrimnio pblico, mas, excepcionalmente, pode a Administrao ter necessidade ou interesse na alienao de alguns de seus bens, caso em que dever atender s exigncias especiais impostas por normas superiores. 7.1 Conceito Alienao toda transferncia de propriedade, remunerada ou gratuita, sob a forma de venda, permuta, doao, dao em pagamento, investidura, legitimao de posse ou concesso de domnio. Qualquer dessas formas de alienao pode ser utilizada pela Administrao, desde que satisfaa as exigncias administrativas para o contrato alienador e atenda aos requisitos do instituto especfico. Inicialmente, toda alienao de bem pblico depende de lei autorizadora, de licitao e de avaliao da coisa a ser alienada, mas casos h de inexigibilidade dessas formalidades, por incompatveis com a prpria natureza do contrato. Existe uma forma excepcional de alienao de bem pblico, restrita a terras devolutas, que a denominada legitimao de posse. 7.2 Do direito A alienao de bens imveis est disciplinada, em geral, na legislao prpria das entidades estatais, a qual, comumente, exige autorizao legislativa, avaliao prvia e concorrncia, inexigvel esta nos casos de doao, permuta, legitimao de posse e investidura, cujos contratos, por visarem a pessoas ou imvel certo, so incompatveis com o procedimento licitatrio. Cumpridas as exigncias legais e administrativas, a alienao de imvel pblico a particular formaliza-se pelos instrumentos e com os requisitos da legislao civil escritura pblica e transcrio no registro imobilirio e qualquer modificao ou invalidao do contrato translativo da propriedade s poder ser feita por acordo entre as partes ou por via judicial. Ilegal a anulao ou revogao unilateral dos atos administrativos que precederam a alienao, com pretensos efeitos modificativos ou invalidatrios do contrato de transferncia do domnio imobilirio, que contrato civil em que, apenas, uma das partes a Administrao. A alienao de bens mveis e semoventes no tem normas rgidas para sua realizao, salvo, em princpio, a exigncia de avaliao prvia, autorizao legal e licitao, podendo a Administrao interessada dispor a esse respeito como melhor lhe convier. As vendas so geralmente feitas em leilo administrativo, sem maiores formalidades, e entregando-se no ato a coisa ao licitante que oferecer o melhor preo acima da avaliao, em lance verbal, para pagamento vista. 7.3 Das formas de alienao 7.3.1 Da venda e compra o contrato civil ou comercial pelo qual uma das partes (vendedor) transfere a propriedade de um bem outra (comprador), mediante preo certo em dinheiro. [28] Toda venda, ainda que de bem pblico, contrato de Direito Privado. No h venda administrativa; h, to-somente, venda e compra civil ou comercial em que o vendedor a Administrao, mas isto no transforma a operao em contrato administrativo. , e ser sempre, contrato de Direito Privado, apenas realizado pelo Poder Pblico com formalidades administrativas prvias, exigidas para a regularidade da alienao do bem pblico. As formalidades administrativas para a venda de bem pblico imvel so a autorizao competente; a avaliao prvia e a concorrncia nos termos da legislao pertinente. Tratando-se de bem de uso comum do povo ou de uso especial, haveria necessidade de desafetao legal, que poder constar da mesma norma que autorize a alienao. A avaliao dever ser feita por perito habilitado ou rgo competente da entidade estatal, responsvel por seu patrimnio. A concorrncia obedecer s normas gerais do Decreto-lei Federal 2.300/86, no que couber, e s especiais do Estado ou do Municpio, se as tiver, aplicveis espcie. Quanto venda de bens mveis e semoventes, exigem-se tambm, em princpio, autorizao legal, avaliao e licitao prvia. A autorizao, entretanto, poder ser genrica, isto , dirigir-se a bens indiscriminados, como ocorre com os materiais inservveis. O procedimento licitatrio poder ser qualquer um dos legalmente previstos, inclusive o leilo administrativo, que o mais simples e recomendvel.

7.3.2

Da doao

o contrato pelo qual uma pessoa (doador), por liberalidade, transfere um bem do seu patrimnio para o de outra (donatrio), que o aceita. [29] contrato civil, e no administrativo, fundado na liberalidade do doador, embora possa ser com encargos para o donatrio. A doao s se aperfeioa com a aceitao do donatrio, seja pura ou com encargo. A Administrao pode fazer doaes de bens mveis ou imveis desafetados do uso pblico, e comumente o faz para incentivar construes e atividades particulares de interesse coletivo. Essas doaes podem ser com ou sem encargos e em qualquer caso dependem de lei autorizadora, que estabelea as condies para sua efetivao, e de prvia avaliao do bem a ser doado, no sendo exigvel licitao para o contrato alienativo. S excepcionalmente poder-se- promover concorrncia para doaes com encargos, a fim de escolher-se o donatrio que proponha cumpri-los em melhores condies para a Administrao ou para a comunidade. Em toda doao com encargo necessria a clusula de reverso para a eventualidade do seu descumprimento. 7.3.3 Da dao em pagamento a entrega de um bem que no seja dinheiro para solver dvida anterior. A coisa dada em pagamento pode ser de qualquer espcie e natureza, desde que o credor consinta no recebimento em substituio da prestao que lhe era devida. [30] A Administrao pode utilizar-se da dao em pagamento, com prvia autorizao legislativa e avaliao do bem a ser empregado no resgate da dvida. Fixado o valor da coisa dada em pagamento, as relaes entre as partes reger-se-o pelas normas da compra e venda, e, se aquela for ttulo de crdito, a transferncia importar cesso, sujeitando-se, ento, aos preceitos deste instituto. [31] 7.3.4 Da permuta, troca ou escambo o contrato pelo qual as partes transferem e recebem um bem, uma da outra, bens esses que se substituem reciprocamente no patrimnio dos permutantes. H sempre na permuta uma alienao e uma aquisio de coisa, da mesma espcie ou no. A permuta pressupe igualdade de valor entre os bens permutveis, mas admissvel a troca de coisa de valores desiguais com reposio ou torna em dinheiro do faltante. Essa complementao em pecnia, para igualarem-se os valores das coisas trocadas, no desnatura a permuta, desde que a inteno precpua de cada parte obter o bem da outra. A permuta de bem pblico, como as demais alienaes, exige autorizao legal e avaliao prvia das coisas a serem trocadas, mas no exige licitao, pela impossibilidade mesma de sua realizao, uma vez que a determinao dos objetos da troca no admite substituio ou competio licitatria. Qualquer bem pblico, desde que desafetado do uso comum do povo ou de destinao pblica especial, pode ser permutado com outro bem pblico ou particular, da mesma espcie ou de outra. O essencial que a lei autorizadora da permuta identifique os bens a serem permutados e a avaliao previa atribua-lhes corretamente os valores, para a efetivao da troca sem leso ao patrimnio pblico. 7.3.5 Da investidura a incorporao de uma rea pblica, isoladamente inconstruvel, ao terreno particular confinante que ficou afastado do novo alinhamento em razo de alterao do traado urbano. Esse clssico conceito doutrinrio merece, atualmente, ampliao, no sentido de abranger qualquer rea inaproveitvel isoladamente, remanescente ou resultante de obra pblica [32] uma vez que esta pode afetar tambm os terrenos rurais. Assim sendo, rea inaproveitvel isoladamente aquela que no se enquadra nos mdulos estabelecidos por lei para edificao urbana ou aproveitamento para fins agropecurios, concluindo que a inaproveitabilidade da rea, isoladamente, justificativa suficiente para a alienao e tambm para a dispensa de licitao, pois no poderia ser usada por outrem que no o proprietrio do imvel lindeiro. Realmente, essa situao cria para o proprietrio confinante o direito de adquirir por investidura a rea pblica remanescente e inaproveitvel segundo sua destinao natural, visto que s ele pode incorpor-la ao seu lote e utiliz-la com o todo a que ficou integrada. Por isso mesmo, a investidura, embora seja forma de alienao e aquisio de imvel pblico, exige autorizao legislativa, dispensando a concorrncia, uma vez que a transferncia de propriedade s se pode fazer ao particular lindeiro e pelo preo apurado em avaliao prvia, segundo os valores correntes no local. Esse carter de incorporao compulsria

permite aos beneficirios da investidura a plena utilizao da rea a ser investida, desde o momento da retrao do alinhamento ou da concluso das obras, de que resultaram sobras inaproveitveis de terrenos pblicos na divisa ou no meio das propriedades particulares. A formalizao da investidura se faz por escritura pblica ou termo administrativo, sempre sujeitos a transcrio no registro imobilirio. 7.3.6 Da concesso de domnio forma de alienao de terras pblicas que teve sua origem nas concesses de sesmaria da Coroa e foi largamente usada nas concesses de datas das Municipalidades da Colnia e do Imprio. Atualmente, s utilizada nas concesses de terras devolutas da Unio, dos Estados e dos Municpios, [33] consoante prev a tais concesses no passam de vendas ou doaes dessas terras pblicas, sempre precedidas de lei autorizadora e avaliao das glebas a serem concedidas a ttulo oneroso ou gratuito, alm da aprovao do Congresso Nacional quando excedentes de dois mil e quinhentos hectares. Quando feita por uma entidade estatal a outra, a concesso de domnio formaliza-se por lei e independe de transcrio; quando feita a particulares exige termo administrativo ou escritura pblica e o ttulo deve ser transcrito no registro imobilirio competente, para a transferncia do domnio. A concesso de domnio de terras pblicas no deve ser confundida com a concesso administrativa de uso de bem pblico, nem com a concesso de direito real de uso de terrenos pblicos, que j estudamos precedentemente, porque importa alienao do imvel, enquanto estas concesses de uso como direito pessoal ou real possibilitam apenas a utilizao do bem concedido, sem a transferncia de sua propriedade. 7.3.7 Da legitimao de posse modo excepcional de transferncia de domnio de terra devoluta ou rea pblica sem utilizao, ocupada por longo tempo por particular que nela se instala, cultivando-a ou levantando edificao para seu uso. A legitimao da posse h que ser feita na forma da legislao pertinente, sendo que, para as terras da Unio, o Estatuto da Terra [34] disciplina o procedimento e a expedio do ttulo [35] para o devido registro do imvel em nome do legitimado. Quanto s terras estaduais e municipais, so igualmente passveis de legitimao de posse para transferncia do domnio pblico ao particular ocupante, na forma administrativa estabelecida na legislao pertinente. Expedido o ttulo de legitimao de posse, que, na verdade, ttulo de transferncia de domnio, seu destinatrio ou sucessor, dever lev-lo a registro. No registro de imveis podem apresentar-se quatro situaes distintas a) b) c) d) o imvel no estar registrado; o imvel estar registrado em nome do prprio legitimado; o imvel estar registrado em nome do antecessor do legitimado; o imvel estar registrado em nome de terceiro estranho ao legitimado.

No caso a, registra-se normalmente o ttulo de legitimao. No segundo e no terceiro casos b e c, o registro do ttulo de legitimao de posse substituir os registros anteriores. No quarto caso d, registra-se o ttulo de legitimao de posse, ficando sem efeito o registro existente. Em qualquer dos casos prevalecero as metragens e a descrio do imvel constantes do ttulo de legitimao de posse, pois a finalidade precpua deste ato a regularizao da propriedade pblica e das aquisies particulares por essa forma anmala, mas de alto sentido social. Por final, no h nestes casos usucapio do bem pblico como direito do posseiro mas, sim, reconhecimento do Poder Pblico da convenincia de legitimar determinadas ocupaes, convertendo-as em propriedade em favor dos ocupantes que atendam s condies estabelecidas na legislao da entidade legitimante. Essa providncia harmoniza-se com o preceito constitucional da funo social da propriedade [36] e resolve as to freqentes tenses resultantes da indefinio da ocupao, por particulares, de terras devolutas e de reas pblicas no utilizadas pela Administrao.

7.4 Observaes A. Cumpre observar que os bens do domnio pblico, posto que disposio do povo, da coletividade, esto e permanecem sob a responsabilidade nos aspectos de administrao, manuteno, conservao e vigilncia do Poder Pblico, que tem a obrigao de cuidar para que estejam sempre em condies normais de utilizao pelo pblico em geral. B. Esse bens podem ser objeto de limitaes ao exerccio do direito de uso, com base no poder de polcia do Estado, sem desnaturar o uso comum e sem transform-lo em uso privativo. feita uma distino entre os bens de uso comum ordinrio (abertos a todos, indistintamente, sem exigncia de qualquer controle ou remunerao) e os de uso comum extraordinrio (sujeitos a restries impostas que limitem a categoria dos usurios, determinem remunerao ou exijam outorga administrativa). C. Por conseguinte, existe a possibilidade de um bem pblico ficar condicionado ao uso privativo de determinada pessoa ou grupo de pessoas determinadas, sob os institutos de autorizao, permisso ou concesso de uso, atos de outorga esses baixados pela Administrao Pblica consoante sua convenincia e senso de oportunidade. 8 Da imprescritibilidade da impenhorabilidade da no onerao dos bens pblicos Os bens pblicos so, em regra, imprescritveis, impenhorveis e no sujeitos a onerao, e a razo de ser desses atributos, tem fundamentos constitucionais e legais, alm de encontrarem plena justificao na prtica administrativa. 8.1 Da imprescritibilidade A imprescritibilidade dos bens pblicos decorre como conseqncia lgica de sua inalienabilidade originria. Se os bens pblicos so originariamente inalienveis, segue-se que ningum os pode adquirir enquanto guardarem essa condio. Da no ser possvel a invocao de usucapio sobre eles. principio jurdico, de aceitao universal, que no h direito contra Direito, ou, por outras palavras, no se adquire direito em desconformidade com o Direito. 8.2 Da impenhorabilidade A impenhorabilidade dos bens pblicos decorre de preceito constitucional que dispe sobre a forma pela qual sero executadas as sentenas judicirias contra a Fazenda Pblica, sem permitir a penhora de seus bens. Admite, entretanto, o seqestro da quantia necessria satisfao do dbito, desde que ocorram certas condies processuais (CF, art. 100). O Cdigo de Processo Civil [37] contm seo especial para a execuo contra a Fazenda Pblica, [38] estabelecendo as regras para o pagamento das requisies judiciais, na ordem de apresentao do precatrio e conta do respectivo crdito. Isto significa que caber ao Poder Pblico providenciar os recursos necessrios execuo, que se realiza sem penhora de qualquer bem pblico. 8.3 Da no onerao dos bens pblicos A impossibilidade de onerao dos bens pblicos das entidades estatais, autrquicas e fundacionais uma questo indiscutvel, diante da sua inalienabilidade e impenhorabilidade. Penhor, anticrese e hipoteca so, por definio legal, direitos reais de garantia sobre coisa alheia. [39] Como tais, tipificam-se pelo poder de seqela, isto , de acompanhar a coisa em todas as suas mutaes, mantendo-a como garantia da execuo. O que caracteriza esta classe de direitos reais a ntima conexo em que se acham com as obrigaes cujo cumprimento asseguram. por vincularem a coisa, diretamente, ao do credor, para a satisfao de seu crdito, que lhes cabe, adequadamente, a denominao de direitos reais de garantia. Nas dvidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, a coisa dada em garantia fica sujeita, por vnculo real, ao cumprimento da obrigao. [40] S aquele que pode alienar poder hipotecar, dar em anticrese ou empenhar; s as coisas que se podem alienar podero ser dadas em penhor, anticrese ou hipoteca [41] Ficam afastados, os bens de uso comum do povo e os de uso especial, que so, por natureza, inalienveis. Restam, portanto, os dominiais e as rendas pblicas.

Quanto a estes existe o obstculo constitucional da impenhorabilidade em execuo judicial. Se tais bens, embora alienveis, so impenhorveis por lei, no se prestam a execuo direta, que consectrio lgico de vnculo real, que se estabelece entre a coisa e a ao do credor hipotecrio, pignoratcio ou anticrtico. Exige o interesse pblico a CF o resguardou que o patrimnio das pessoas pblicas fique a salvo de apreenses judiciais por crditos de particulares. Para a execuo de sentenas condenatrias da Fazenda Pblica, a Lei Magna e o Cdigo de Processo Civil instituram modalidade menos drstica que a penhora, porm no menos eficaz que esta, ou seja, a da requisio de pagamentos, conta dos crditos respectivos, e o subseqente seqestro de dinheiro, se desatendida a requisio. Ressalvaram-se, assim, os interesses da Administrao, sem se descuidar dos direitos de seus credores. 9 Da aquisio de bens pela administrao pblica O Estado, no desempenho normal de sua administrao, adquire bens de toda espcie e os incorpora ao patrimnio pblico para a realizao de seus fins. Os bens pblicos so adquiridos pelas mesmas formas previstas no Direito Privado compra, venda, doao, etc e pelas normas especficas de Direito Pblico, como a desapropriao ou a determinao legal. [42] Essas aquisies ou so feitas contratualmente, pelos instrumentos comuns do Direito Privado, sob a forma de compra, permuta, doao, dao em pagamento, ou se realizam compulsoriamente, por desapropriao ou adjudicao em execuo de sentena, ou, ainda, se efetivam por fora da lei, na destinao de reas pblicas nos loteamentos e na concesso de domnio de terras devolutas. Essas modalidades de aquisio e alienao j foram vistas nos tpicos anteriores, restando apenas advertir que cada modalidade de aquisio tem forma e requisitos especficos para sua efetivao, segundo se trate de mvel ou imvel e de acordo com o valor do bem a ser adquirido. Toda aquisio de bens pela Administrao dever constar de processo regular no qual se especifiquem as coisas a serem adquiridas e sua destinao, a forma e as condies de aquisio e as dotaes prprias para a despesa a ser feita com prvio empenho, [43] nos termos do contrato aquisitivo, precedido de licitao, quando for o caso. [44] O desatendimento das exigncias legais na aquisio de bens para o patrimnio pblico poder dar causa a invalidao do contrato, at mesmo por ao popular [45] e a responsabilizao do infrator por emprego irregular de verbas ou rendas pblicas, [46] alm do ressarcimento do dano, se houver leso aos cofres pblicos. Os bens imveis de uso especial e os dominiais adquiridos por qualquer forma pelo Poder Pblico ficam sujeitos a registro no registro imobilirio competente; os bens de uso comum do povo vias e logradouros pblicos esto dispensados de registro enquanto mantiverem essa destinao. [47] 10 Bens do domnio pblico 10.1 Terras pblicas 10.1.1 Terras rurais pblicas So aquelas destinadas, originariamente, agricultura e pecuria, podendo servir a outros usos ou manter-se intocadas para preservao da flora, da fauna e de outros recursos naturais, com jurisdio da Unio por intermdio do INCRA. 10.1.2 Terras urbanas pblicas So as que se destinam, precipuamente, ao uso da prpria Administrao Pblica, bem como as reas ocupadas pelos chamados edifcios pblicos. A jurisdio sobre os terrenos urbanos ou urbanizveis da competncia dos Municpios (Constituio Federal/88, art. 30), o que permite, assim, transformar, por lei especfica da edilidade, reas rurais em reas urbanas. 10.1.3 Terras devolutas So todas as terras que pertencem ao domnio pblico, de qualquer das entidades estatais, e que no se achem utilizadas pelo Poder Pblico, nem destinadas a fins administrativos especficos. 10.1.4 Plataforma continental

O leito e o subsolo das reas submarinas que se estendem alm de seu mar territorial, em toda a extenso do prolongamento natural de seu territrio terrestre, at o bordo exterior da margem continental, ou at uma distncia de duzentas milhas martimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental no atinja essa distncia. [48] Os recursos naturais existentes ou encontrados na plataforma continental so considerados bens da Unio, de acordo com a Constituio Federal, neles se incluindo o petrleo off-shore e fauna marinha. 10.1.5 Terras ocupadas tradicionalmente pelos ndios So as pores do territrio nacional necessrias sobrevivncia fsica e cultural das populaes indgenas que as habitam, onde enterraram e cultuam seus mortos e mantm suas tradies. Um dos grandes problemas brasileiros consiste na demarcao das reservas indgenas. 10.1.6 Terrenos de marinha Todos os que, banhados pelas guas do mar ou dos rios navegveis, em sua foz, vo at a distncia de 33 metros para a parte das terras, contados desde o ponto em que chega o preamar mdio. [49] 10.1.7 Terrenos acrescidos Todos aqueles que se formam com a terra carreada pela caudal. [50] Os que se tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagos, em seguimento aos terrenos de marinha. [51] Os que acrescem terrenos de marinha pertencem Unio. 10.1.8 Terrenos reservados Fica reservada para a servido pblica nas margens dos rios navegveis e de que se fazem os navegveis, fora do alcance das mars, salvas as concesses legtimas feitas at a data da publicao da presente lei a zona de sete braas contadas do ponto mdio das enchentes ordinrias para o interior e o Governo autorizado para conced-la em lotes razoveis na forma das disposies sobre os terrenos da marinha. [52] So faixas de terras particulares que margeiam rios, lagos e canais pblicos, oneradas com a servido de trnsito na largura de quinze metros, que corresponde, aproximadamente, a sete braas. [53] 10.1.9 Ilhas dos rios pblicos e ilhas ocenicas As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com outros pases; as praias martimas; as ilhas ocenicas e as costeiras. [54] So bens dos Estados-membros as reas, nas ilhas ocenicas e costeiras, que estiverem no seu domnio, excludas aquelas sob domnio da Unio, Municpios ou terceiros. [55] Ilhas martimas ocenicas so as que se encontram afastadas da costa e no resultam do relevo continental, ou da plataforma submarina as que resultam do relevo continental ou da plataforma submarina recebem a denominao de ilhas costeiras. 10.1.10 lveos abandonados Entende-se por lveo a faixa de terra ocupada pelas guas de um rio ou lago, isto , o leito das guas perenes. Abandonado, passa ao Poder Pblico se a mudana do primitivo leito do rio ou lago ocorreu por obra do Poder Pblico. 10.1.11 Faixa de fronteira uma faixa de 150 (cento e cinqenta) km de largura, ao longo das fronteiras terrestres, considerada fundamental para defesa do territrio nacional, [56] e cuja ocupao e utilizao sofrem restries legais. 10.1.12 Vias e logradouros pblicos

So as terras ocupadas com as vias e logradouros pblicos e que pertencem Administrao da esfera que os construiu. As terras ocupadas pelas vias frreas seguem a natureza da estrada a que se destinam, podendo pertencer ao domnio pblico de qualquer das entidades estatais, ser de propriedade particular ou, ainda, exploradas mediante concesso federal ou estadual. 10.1.13 reas ocupadas com as fortificaes Correspondem aos terrenos em que foram, so ou vierem a ser construdas fortificaes e outras construes blicas necessrias defesa nacional e que pertencem Unio. 10.1.14 Legislao sobre terras pblicas

y Decreto-lei n 9.760, de 05.09.46 (alterado pela Lei n 7.450, de 23.12.85), sobre Bens Imveis da Unio; y Lei n 4.504, de 30.11.64, sobre o Estatuto da Terra; y Ato Complementar 45, de 30.11.64, sobre a Aquisio de Propriedade Rural por Estrangeiros, regulamentado peloDecreto-lei n 494, alterado pelo Decreto-lei n 924, de 10.10.69, sendo complementado pela Lei n 5.079, de 07.10.71;

y Lei n 4.947, de 06.04.66, sobre a Reforma Agrria; y Decreto-lei n 554, de 25.04.66, sobre a Desapropriao de Imveis Rurais por Interesse Social; y Decreto-lei n 582, de 15.05.69, estabelecendo outras Medidas sobre a Reforma Agrria; y Decreto-lei n 1.416, de 18.08.75, que dispe sobre a Ratificao das Concesses e Alienaes de Terras Devolutasna Faixa de Fronteira;

y Lei n 6.383, de 07.12.76, que dispe sobre o Processo Discriminatrio de Terras Devolutas da Unio e d outrasprovidncias;

y Decreto-lei n 1.561, de 13.07.77, que dispe sobre a Ocupao de Terrenos da Unio; y Lei n 6.634, de 02.05.79, sobre a Faixa de Fronteira; y Decreto-lei n 2.375, de 24.11.87, que dispe sobre Terras Pblicas.10.2 Das guas Pblicas 10.2.1 guas Nacionais As guas nacionais externas ou internas, segundo o Direito Internacional Pblico conforme o uso que a elas se d e o domnio que as caracterize, so classificadas em pblicas, comuns e particulares. Segundo este critrio, guas pblicas so todas as que pertencem a uma pessoa jurdica de Direito Pblico ou tm destinao pblica (uti universi); guas comuns so as correntes no navegveis nem flutuveis e de que essas no se faam; guas particulares so as nascentes e todas as demais situadas em propriedade privada, desde que no estejam classificadas entre as pblicas ou as comuns. [57] 10.2.1.1 guas internas So aquelas que banham exclusivamente o territrio nacional ou lhe servem como fronteira e linha divisria com Estados estrangeiros, abrangem os rios, lagos e mares interiores, os portos, canais e ancoradouros, as baas, golfos e esturios cujas aberturas no ultrapassem os limites adotados em Convenes Internacionais. 10.2.1.2 guas externas So que contornam o continente, compreendem o mar territorial, a zona contgua, a zona econmica exclusiva e o altomar. Como mar territorial, convencionou-se que compreende uma faixa at um limite que no ultrapasse 12 milhas martimas, medidas a partir de linhas de base, ou seja, da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, onde o Brasil exerce sua soberania. A zona contgua, que uma faixa de igual largura, pois no pode estender-se alm de 24 milhas martimas, contadas das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial.

A zona econmica exclusiva, compreendendo a faixa que vai das doze s duzentas milhas, obedecendo a mesma contagem para o mar territorial e zona contgua. Por alto-mar ficou convencionado serem consideradas todas as partes do mar no includas na zona econmica exclusiva, no mar territorial ou nas guas interiores de um Estado, nem guas arquipelgicas de um Estado arquiplago. Separando os diversos continentes, e como res nullius, so guas de uso comum, sem que sobre elas qualquer Nao possa sequer pretender exercer direitos de soberania ou domnio individual. [58] No se deve esquecer dois aspectos referentes s guas, principalmente as internas: seu potencial hidroeltrico como fonte de energia de interesse coletivo e nacional, e ser o meio em que se processa a pesca, no menos relevante para o povo. 10.2.2 Legislao sobre guas pblicas

y Cdigo de guas, Decreto n 24.643, de 10.07.34, que dispe sobre a Classificao e Utilizao das guas Internas,bem como sobre o Aproveitamento do Potencial Hidrulico, fixando as respectivas Limitaes Administrativas de Interesse Pblico;

y Decreto-lei n 852, de 11.11.38, que reclassifica as guas do Domnio da Unio (*); y Decreto-lei n 2.281, de 05.06.40, que dispe sobre a Tributao das Empresas de Energia Eltrica (*); y Cdigo de guas Minerais, Decreto-lei n 7.841, de 08.08.45, que conceitua as guas Minerais e dispe sobre suaPesquisa, Lavra e Explorao Industrial;

y Lei n 2.308, de 31.08.54, que institui o Fundo Federal de Eletrificao e cria o Imposto nico sobre a Energia Eltrica(*);

y Decreto n 41.019, de 26.02.57, que regulamenta os Servios de Energia Eltrica, alterado pelos Decretos 68.419/71 e 83.269, de 12.03.79 (*); y Lei n 3.890-A, de 25.04.61, que autoriza a constituio da empresa Centrais Eltricas Brasileiras S/A Eletrobrs(*);

y Decreto n 68.419, de 25.03.71, que aprova o regulamento do Imposto nico sobre Energia Eltrica, o Fundo Federalde Eletrificao, o Emprstimo Compulsrio em favor da Eletrobrs, e altera o Decreto n 41.019/57 (*);

y Decreto n 75.700, de 07.05.75, sobre Produo das Fontes; y Decreto n 78.171, de 02.08.76, que regula o Controle e a Fiscalizao das guas Minerais; y Decreto n 84.422, de 23.11.80, sobre Controle Sanitrio; y Lei n 8.617, de 04.01.93, que dispe sobre o Mar Territorial, a Zona Contgua e a Zona Econmica Exclusiva e aPlataforma Continental Brasileiros. (*) implicam alteraes e modificaes do Cdigo de guas. 10.3 Das jazidas Entende-se como jazida toda massa individualizada de substncia mineral ou fssil, aflorando superfcie ou existente no interior da terra e que tenha valor econmico. [59] Mina a jazida em lavra. A jazida fenmeno geolgico, da natureza, enquanto a mina o resultado de explorao da jazida, traduzindo uma atividade econmica e produtiva. [60] CF, art. 176. As jazidas, em lavra ou no, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidrulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento, e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade do produto da lavra. pargrafo 1 A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput deste artigo somente podero ser efetuados mediante autorizao ou concesso da Unio, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituda sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administrao no Pas, na forma da lei, que estabelecer as condies especficas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indgenas.

pargrafo 2 assegurada participao ao proprietrio do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. pargrafo 3 A autorizao de pesquisa ser sempre por prazo determinado, e as autorizaes e concesses previstas neste artigo no podero ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prvia anuncia do poder concedente. pargrafo 4 No depender de autorizao ou concesso o aproveitamento do potencial de energia renovvel de capacidade reduzida. [61] Tem-se ento, nos dispositivos constitucionais [62] e respectivos pargrafos, estabelecendo serem da propriedade da Unio os minrios, ainda que os solos sobre os quais se encontrem pertenam a particulares, podendo serem explorados pelo sistema de autorizao ou concesso, com direito de participao no resultado da lavra. [63] Como toda concesso, a de lavra um ato unilateral pelo qual o Presidente da Repblica confere ao concessionrio o direito de lavrar determinada jazida ou mina. O ttulo de concesso de lavra um bem jurdico de valor econmico que se integra no patrimnio de seu titular, ficando a Unio obrigada a indenizar o concessionrio da lavra toda vez que suprimir ou restringir a concesso. O regime de monoplio disciplinado por leis especiais e compreende, [64] a pesquisa e lavra das jazidas de petrleo e gs natural e outros hidrocarbonetos fluidos, bem como a pesquisa, a lavra o enriquecimento, o reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios e minerais nucleares e seus derivados. O dois mais expressivos tipos de jazidas, pela importncia estratgica e econmica, so as de petrleo e de minerais nucleares, no se podendo deixar de citar todos os minerais de alto valor econmico, os metais nobres, os raros e aqueles indispensveis ao desenvolvimento de qualquer nao (ouro, prata, ferro, tungstnio, mangans, etc.). 10.3.1 Legislao sobre jazidas

y Cdigo do Petrleo, Decreto-lei n 3.236, de 07.05.41; y Lei n 4.118, de 27.09.62, que estabelece Normas para a Explorao dos Minrios Atmicos; y Cdigo de Minerao, Decreto-lei n 227, de 28.02.67, modificado pelos Decretos-leis n 318, de 14.03.67, e 330, de13.09.67, e Leis n 6.403, de 15.12.76, n 6.567, de 24.09.78, e n 8.901, de 30.06.94, e seu Regulamento, Decreto n 62.934, de 02.07.68;

y Lei n 6.189, de 16.12.74, e Decreto n 80.266, de 31.08.77, considerando Reservas Nacionais as Minas e Jazidas desubstncias de Interesse para a Produo de Energia Atmica;

y Lei n 6.340, de 05.07.76, que dispe sobre a Minerao em rea de Pesquisa e Lavra de Petrleo; y Lei n 6.567, de 24.09.78, que institui Regime Especial para Explorao e Aproveitamento das Substncias Mineraisque especifica e altera o Sistema de Pesquisa e Lavra, s facultado ao proprietrio do solo ou a quem dele tiver expressa autorizao. 10.4 Das florestas a forma de vegetao, natural ou plantada, constituda por um grande nmero de arvores, com o mnimo espaamento entre si. [65] a mata cerrada. Nossa flora, composta de um riqussimo e variadssimo conjunto de espcies vegetais, nas mais diversas regies do imenso territrio nacional, tem em suas florestas uma das suas mais importantes razes para exercer o domnio eminente. O solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente, [66] enquanto o Cdigo Florestal as diz bens de interesse comum a todos os habitantes do Pas, o que significa permitir que sobre elas se exeram direitos de propriedade, desde que com as limitaes que as leis impuserem. Tanto assim que qualquer entidade estatal pode constituir reservas florestais ou parques florestais, em suas prprias terras ou nas particulares neste caso, mediante desapropriao o que demonstra a competncia concorrente da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios para legislar sobre a matria.

Sua importncia transcende o aspecto econmico, tratando-se de uma questo ecolgica. Passou-se [67] a se falar em florestas de preservao permanente, possibilitada a interdio de derrubadas criminosas em determinadas reas do Pas, ou de certas espcies de rvores, e tornando obrigatrio o reflorestamento em algumas regies. Dentre as medidas de proteo s florestas, inclui-se a chamada defesa sanitria, a cargo de todas as entidades estatais, e particularmente do IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, sucessor do antigo IBDF Instituto Brasileiro de Defesa Florestal, [68] no bojo de uma gigantesca restruturao da Administrao Pblica brasileira. No bastasse toda a relevncia das florestas como coisa de uso comum, ela ainda representa o hbitat de parte considervel de nossa fauna, no menos rica e variada. 9.4.1 Legislao sobre florestas:

y Decreto-lei n 3.583, de 03-09-41, probe a Derrubada de Cajueiros em reas Rurais; y Decreto n 27.314, de 17.10.49, declara protetoras algumas florestas (hoje, ditas de preservao permanente); y Decreto n 30.052, de 04.10.51, declara Imunes de Cortes alguns tipos de rvores; y Cdigo Florestal, Lei n 4.771, de 15.09.65, alterado pela Lei n 6.535, de 15.06.78; y Lei n 5.106, de 02.09.66, Decreto-lei n 1.134, de 16.11.70, e Decreto n 79.046, de 27.12.76, sobre IncentivosFiscais para Empreendimentos Florestais;

y Decreto Legislativo n 39, de 1976, aprova Acordo entre Brasil e Peru para a Conservao da Flora e da Fauna dosTerritrios Amaznicos dos dois pases;

y Lei n 7.754, de 14.04.89, estabelece Medidas de Proteo das Florestas Existentes nas Nascentes dos Rios.10.5 Da fauna A fauna constitui fonte primria de alimentao para inmeros caadores, amadores ou profissionais, conquanto sirva, tambm, a propsitos criminosos, como o aprisionamento de aves de nossa diversificada fauna. A fauna silvestre, os ninhos, abrigos e criadouros naturais de seus componentes ficaram incorporados ao domnio pblico da Unio. [69] H competncia concorrente entre a Unio, os Estados e o Distrito Federal para legislar sobre a matria, cabendo a preservao da fauna, como da flora, a todas as entidades estatais, inclusive os Municpios. A exemplo da defesa sanitria citada no estudo das florestas, constitui importante aspecto de proteo fauna a defesa sanitria animal, mormente no tocante ao combate s epizootias e zoonoses em geral. Existe uma preocupao estatal com a reproduo e preservao das espcies, notadamente aquelas ameaadas de extino, da a razo do Cdigo de Caa [70] e todos seus complementos de menor rea geogrfica de abrangncia (legislaes, regulamentaes e normalizaes estaduais). A fauna marinha no menos relevante populao do Pas. Portanto, a pesca tambm merece ateno, havendo um Cdigo de Pesca [71] a regular todo ato tendente a capturar ou extrair elementos animais ou vegetais que tenham na gua seu normal ou mais freqente meio de vida, [72] podendo ser classificada como comercial, desportiva e cientfica, conforme o seu objetivo seja de comrcio, de lazer ou pesquisa. [73] Fonte de alimentao das populaes ribeirinhas e da atividade pesqueira, nossas guas tm atrado, inclusive, estrangeiros que at aqui vm pescar principalmente japoneses e j suscitou uma disputa internacional resolvida na Corte Internacional de Justia, da Haia, com a Frana guerra da lagosta em que as guas internacionais e a plataforma continental brasileira foram argidas em defesa do direito de cada pas. A reproduo das espcies marinhas, igualmente, protegida, sendo normalmente proibida a pesca na poca da reproduo, nas reas onde se verificam as desovas piracema. 10.5.1 Legislao sobre fauna

y Decreto-lei n 1.159, de 15.03.39, que dispe sobre a Execuo, pelos Estados-membros, das Leis, Regulamentos edemais Disposies Federais sobre a Caa e a Pesca;

y Lei n 569, de 21.12.48, regulamentada pelo Decreto n 27.932, de 28.03.50, que estabelece Medidas de DefesaSanitria Animal;

y Cdigo de Caa, Lei n 5.197, de 03.01.67, alterado pela Lei n 7.653, de 12.02.88; y Cdigo de Pesca, Decreto-lei n 221, de 28.02.67; y Lei n 7.679, de 23.11.88, que Proibiu a Pesca, nos Cursos dgua, nos Perodos em que Ocorrem FenmenosMigratrios para Reproduo, e, em gua Parada ou Mar Territorial, nos Perodos de Desova, de Reproduo e de Defeso, etc. 10.6 Do espao areo coisa insusceptvel de domnio privado, pela prpria natureza. O cu do condor j disse o poeta de todos os pssaros e de todas as aeronaves. Sua principal utilidade pblica, como bem aprecivel a justificar a preocupao dos Estados, refere-se ao trfego areo, considerando-se como rea de soberania nacional a projeo acima do respectivo territrio. Por esse motivo, em no tendo havido solicitao prvia e prvia autorizao especfica de um governo para que uma aeronave estrangeira cruze seus ares, ter se verificado uma invaso de seu espao areo, constituindo causa de reao legtima que todos os governos reconhecem e acatam. Em se tratando de aeronaves militares, ser agresso e a reao armada pode, e deve ser mais enrgica, nos termos da melhor doutrina do Direito Internacional Pblico. Basicamente, rege-se pelo Cdigo Brasileiro de Aeronutica. [74] Entende-se tambm como espao areo a projeo sobre a plataforma continental ou o mar territorial, o que for mais extenso. 11 Da questo ecolgica A luta pelo equilbrio ecolgico, diante da atitude predatria do homem civilizado que, a pretexto do desenvolvimento, devasta florestas, exaure o solo, extermina a fauna e polui as guas e o prprio ar de que necessitamos como bem vital de natureza no-econmica, no comeou hoje nem modismo, mas tornou-se, nos ltimos vinte e cinco anos, uma questo essencial para a humanidade. A preservao da Natureza requisito fundamental quanto a todos os elementos essenciais vida humana. Da a razo de tanto se falar e se insistir no tema da proteo ambiental em uma vastssima legislao. As normas ambientais se revestem de trs aspectos: A. B. C. controle da poluio; a preservao dos recursos naturais; a restaurao dos elementos destrudos. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados. [75] O mundo todo vem se preocupando com a questo da ecologia ameaada, acarretando srios danos ao homem e ao prprio planeta Terra. Fala-se todos os dias no buraco da camada de oznio que aumenta sem parar, o superaquecimento dos mares, a destruio da hilia o chamado pulmo do mundo essa reserva monumental de oxignio que preenche a Amaznia. culpa do homem, crime do homem e compete ao homem reparar. A ONU j promoveu duas grandes conferncias mundiais, a ltima delas no Rio de Janeiro, em 1992, sobre o Meio Ambiente. Vinte anos antes, na Sucia, havia se tratado do tema pela primeira vez. Pouco foi feito at agora e so exatamente os pases mais desenvolvidos, os mais ricos, aqueles que mais contribuem, com suas indstrias e suas pesquisas inclusive nucleares para a degradao da qualidade de vida que temos conhecido. Eles, que mais podem, mais devem. 11.1 Legislao sobre proteo ambiental:

y Decreto n 23.777, de 23.01.34, que regulariza o Lanamento de Resduo Industrial em guas Fluviais; y Portaria n 85-DCP, de 07.06.61, que probe o Lanamento de Resduos Slidos ou Lquidos nos Cursos dgua, semTratamento;

y Decreto n 50.877, de 29.07.61, que dispe sobre o Lanamento de Resduos Txicos ou Oleosos nas guasInteriores ou Litorneas do Pas;

y Lei n 4.118, de 27.08.62, que dispe sobre a Poltica Nacional de Energia Nuclear; y Lei n 5.318, de 23.09.67, que institui a Poltica Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional de Saneamento; y Lei n 5.357, de 17.11.67, que estabelece Penalidades para Embarcaes e Terminais Martimos e Fluviais queLanarem Detritos ou leo em guas Brasileiras;

y Portaria n 170/72-SUDEPE, de 20.04.72, que probe o Lanamento de Detritos Poluidores, Particularmente da Borra Cinzenta oriunda das Salinas, nas Lagoas Litorneas; y Decreto-lei n 1.413, de 14.08.75, que dispe sobre o Controle da Poluio do Meio Ambiente provocada porAtividades Industriais, regulamentado pelo Decreto n 6.389, de 03.10.75;

y Portaria n 231/76-MINTER, de 27.04.76, que estabelece os Padres de Qualidade do Ar; y Lei n 6.453, de 17.10.77, que dispe sobre a Responsabilidade Civil e Criminal por Danos Nucleares; y Decreto n 81.107, de 22.12.77, que define as Atividades consideradas de Alto Interesse para o Desenvolvimento e aSegurana Nacionais;

y Portaria n 323-MINTER, de 29.11.78, e 158-MINTER, de 03.11.80, que probem o Lanamento de Vinhoto em qualquer Coleo Hdrica; y Lei n 6.803, de 02.07.80, que estabelece as Diretrizes Bsicas para o Zoneamento Industrial nas reas Crticas dePoluio;

y Portaria n 100/80-MINTER, de 14.07.80, que fixa Padres de Emisso de Fumaa por Veculos movidos a leoDiesel;

y Decreto-lei n 1.809, de 07.10.80, que institui o Sistema de Proteo ao Programa Nuclear Brasileiro; y Lei n 6.894, de 16.12.80, que dispe sobre o Controle da Produo e Comrcio de Fertilizantes (alterada pela Lei6.934, de 17.03.81, e pelo Decreto-lei n 1.899, de 21.12.81) e regulamentada pelo Decreto n 86.955, de 18.02.82;

y Decreto-lei n 1.865, de 26.02.81, que dispe sobre Pesquisa e Lavra de Minrios que contenham ElementosNucleares;

y Lei n 6.938, de 31.08.81, que instituiu a Poltica Nacional do Meio Ambiente e criou o Sistema Nacional dePreservao e Controle;

y Decreto n 90.857, de 24.01.85, que estabelece Reservas de Minrios Nucleares; y Lei n 7.365, de 13.09.85, que probe a Fabricao de Detergentes No-biodegradveis, vedando, tambm, suaImportao;

y Resoluo 18/86-CONAMA, de 06.05.86, que institui o Programa de Controle da Poluio do Ar por VeculosAutomotores;

y Resoluo n 6/88-CONAMA, de 15.06.88, que determina Controle Especfico para vrios Resduos Industriais; y Lei n 7.735, de 22.02.89, que criou o IBAMA; y Resoluo 3/89-CONAMA, de 15.06.89, que dispe sobre a Emisso de Aldedos por Veculos Automotores Leves; y Resoluo 4/89-CONAMA, de 15.06.89, que dispe sobre a Emisso de Hidrocarbonetos por Veculos AutomotoresLeves;

y Lei n 7.797, de 10.07.89, que criou o Fundo Nacional do Meio Ambiente; Lei n 7.802, de 11.07.89, que regula todas as Fases da Produo ao Destino Final dos Resduos de Agrotxicos,

inclusive sua Fiscalizao e Controle;

y Lei n 8.028, de 12.04.90, que criou a Secretaria do Meio Ambiente; y Lei n 8.490, de 19.11.92, que transformou a Secretaria do Meio Ambiente em Ministrio do Meio Ambiente; y Lei n 8.723, de 28.10.93, que dispe sobre a Reduo de Emisso de Poluentes para Veculos Automotores.12 Jurisprudncia colacionada

EMENTA CIVIL ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONAL AO CIVIL PBLICA PROTEO AO MEIO AMBIENTE EDIFICAES EM TERRENOS DE MARINHA SEM PRVIA AUTORIZAO DOS RGOS FEDERAIS COMPETENTES. REMESSA EX OFFICIO EM AC N 26.101 - PE Relator: O SR. JUIZ JOS MARIA LUCENA Partes Autoras: MINISTRIO PBLICO FEDERAL E OUTRO Partes Rs: MUNICPIO DE ITAMARAC, ISAAS JOS DE BARROS E OUTROS, EDINALDO CORREIA DE OLIVEIRA, LUCIANO MENDONA DA SILVA E CONSTRUTORA E INCORPORADORA RR LTDA. Remetente: JUZO FEDERAL DA 2 VARA PE Advogados: DRS. JAIRO ALVES PEREIRA E OUTRO, JOS DAVID GIL RODRIGUES E OUTROS, AUGUSTO NETO DE MENDONA FILHO E ARTHUR CEZAR FERREIRA PEREIRA E OUTROS (PARTES RS). As praias so bens pblicos e devem ser preservadas para uso comum do povo. Todo e qualquer ato causador de degradao ao meio ambiente estar sujeito interveno e controle pelo Poder Pblico, tal como assegura a Constituio Federal em vigor (art. 225). As construes de bares sem as mnimas condies higinicas, em plena orla martima, no s prejudicam o bem-estar da coletividade, quanto depredam o meio ambiente. Padecem de nulidade os atos praticados pela Prefeitura do Municpio, que permitiu a edificao dos referidos bares em terrenos de marinha, pertencentes Unio Federal, sem autorizao legal. Sentena confirmada. Remessa improvida. ACRDO Vistos e relatados estes autos, em que so partes as acima indicadas, decide a 3 Turma do Tribunal Regional Federal da 5 Regio, por unanimidade, negar provimento remessa oficial, nos termos do voto do Relator e notas taquigrficas constantes dos autos e que integram o presente julgado. Custas, como de lei. Recife, 16 de dezembro de 1994 (data do julgamento). JUIZ RIDALVO COSTA Presidente JUIZ JOS MARIA LUCENA Relator. RELATRIO SENHOR JUIZ JOS MARIA LUCENA: Remessa oficial de sentena que, em ao civil pblica movida pelo Ministrio Pblico Federal e a Unio contra o Municpio de Itamarac e litisconsortes, condenou-os demolio das barracas irregularmente construdas na orla martima, por sua conta e risco, ficando aquele impedido de expedir licena para explorao de qualquer edificao em suas praias ou em terrenos de marinha sem a prvia autorizao da Capitania dos Portos de Pernambuco e do Departamento de Patrimnio da Unio DPU. Os autores alegaram como fundamento do pedido lanado exordial os prejuzos ao meio ambiente, em face da finalidade dos prdios irregularmente levantados - explorao de bares e restaurantes sem as condies mnimas de higiene. Acrescentaram, ainda, o fato de o Municpio, alm de estar se omitindo em garantir coletividade o seu bem-estar, est a conceder incentivos fiscais para a profuso das referidas construes em plena orla martima, em terrenos de marinha, pertencentes Unio, sem autorizao da mesma.

Devidamente citado, o Municpio de Itamarac no apresentou contestao. exceo do litisconsorte Ednaldo C. de Oliveira, que contestou o pedido afirmando a sua ilegitimidade passiva ad causam, haja vista o seu imvel no estar localizado em terreno de marinha, e Luciano Mendona da Silva, que negou ser proprietrio de quaisquer das barracas aludidas nos autos, os demais argiram a inpcia da inicial, por se tratar de posse mansa e pacfica h mais de ano e dia, cuja ao cabvel seria a de reintegrao de posse. No mrito, negaram a existncia de poluio ao meio ambiente e ressaltaram o problema social a se formar com a demolio dos referidos boxes, pondo fim ao meio de sobrevivncia das famlias deles dependentes. Laudo pericial s fls.125/142. Douto representante do Ministrio Pblico Federal, s fls. 230/237, elaborou parecer e opinou pela manuteno da sentena remetida. Regularmente processados, subiram os autos para desembargo. Relatei. VOTO SENHOR JUIZ JOS MARIA LUCENA (Relator): As provas constitudas nos autos so fartas em demonstrar a irregularidade das construes levantadas em plena orla martima da Ilha de Itamarac e os prejuzos delas decorrentes com relao ao meio ambiente e ao bem-estar dos moradores do local. A primeira questo a se analisar e que, por si s, j eiva de nulidade os atos praticados pelo ento Prefeito do Municpio de Itamarac, a impossibilidade de se construir em terreno de marinha, pertencente Unio, sem a autorizao dos rgos federais competentes. No poderia, assim, o Municpio dispor de bens de que no detm a propriedade e muito menos para explorao de atividades a acarretar danos natureza e aos bens de uso comum do povo, tais como as praias. Os documentos apresentados s fls.17/18, 67/74 deixam patente a ilegalidade acima apontada, atravs dos quais se autorizou a edificao dos bares e restaurantes. Por outro lado, s fls. 21 e 22, ofcios encaminhados Procuradoria da Repblica em Pernambuco, respectivamente pela Capitania dos Portos e pela Delegacia do Patrimnio da Unio, ambos no Estado de Pernambuco, informam sobre a inexistncia de qualquer solicitao por parte da autoridade municipal para a realizao das construes ora impugnadas. Ademais, as concluses constantes no laudo pericial, s fls. 129, ratificaram as alegaes lanadas inicial quanto localizao dos prdios na orla martima, em terrenos de marinha, de propriedade da Unio, e precariedade das condies higinicas dos mesmos. Verificou-se a ausncia de fossas em algumas das construes, de modo que o esgotamento sanitrio se d a cu aberto. Tudo isto a acarretar a poluio da praia e a restringir o espao livre dos banhistas. A defesa ao meio ambiente implica em preserv-lo de agentes poluentes, quer sejam eles de origem orgnica ou inorgnica, especialmente por se tratar de um bem pblico de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, tal como prev o art. 225 da CF em vigor. Municpio ru nem ao menos contestou a ao e os argumentos da defesa dos litisconsortes quanto ausncia de crime contra a natureza no podero prevalecer diante das provas concretas de danos ao patrimnio pblico. Outrossim, sabe-se que, em face da ilegalidade do Poder Pblico, cabe aos prejudicados to-somente pleitear a indenizao devida junto autoridade responsvel, porm no evita o desfazimento do ato eivado de nulidade para o restabelecimento do status quo anterior. Isto posto, nego provimento remessa para manter a sentena. Assim voto. USUCAPIO BENS PBLICOS. Intervindo no processo a Prefeitura municipal de Campo Grande, provando que a rea em questo de domnio pblico, correta a deciso do juiz a quo ao julgar extinto o processo por impossibilidade jurdica do pedido, uma vez que a Smula 340

do STF preceitua que, "desde a vigncia do CC, os bens dominiais, como os demais bens pblicos, no podem ser adquiridos por usucapio". (Ap. 1.240-89, "q". 16.8.89, 2 TC TJMS, Rel. Des. JOS CARLOS CORRA DE CASTRO ALVIM, in RJTJMS 54-104). GUA PLUVIAL VEDAES LEGAIS AO USO DE GUAS PLUVIAIS GUAS PLUVIAIS DE DOMNIO PBLICO DE USO COMUM VEDAO LEGAL art. 566. art. 566. As guas pluviais que correm por lugares pblicos, assim como as dos rios pblicos, podem ser utilizadas por qualquer proprietrio dos terrenos por onde passem, observados os regulamentos administrativos. FLORESTA DESTRUIO CORTE DE RVORES CAA DANO FOGO BALES REGENERAO COMRCIO E TRANSPORTE DE MADEIRAS EXTRAO ILEGAL HULHA COMBUSTVEL MEDIDA DE SEGURANA CONTRAVENO PENAL PUNIO PRISO MULTA CRIME FLORESTAL RVORE MADEIRA art. 26. art. 26, Lei de Contraveno Penal Constituem contravenes penais, punveis com trs meses a um ano de priso simples ou multa de uma a cem vezes o salrio-mnimo mensal, do lugar e da data da infrao ou ambas as penas cumulativamente: a) destruir ou danificar a floresta considerada de preservao permanente, mesmo que em formao ou utiliz-la com infringncia das normas estabelecidas ou previstas nesta Lei; b) cortar rvores em florestas de preservao permanente, sem permisso da autoridade competente; c) penetrar em floresta de preservao permanente conduzindo armas, substncias ou instrumentos prprios para caa proibida ou para explorao de produtos ou subprodutos florestais, sem estar munido de licena da autoridade competente; d) causar danos aos Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais, bem como s Reservas Biolgicas; e) fazer fogo, por qualquer modo, em florestas e demais formas de vegetao, sem tomar as precaues adequadas; f) fabricar, vender, transportar ou soltar bales que possam provocar incndios nas florestas e demais formas de vegetao; g) impedir ou dificultar a regenerao natural de florestas e demais formas de vegetao; h) receber madeira, lenha, carvo e outros produtos procedentes de florestas, sem exigir a exibio de licena do vendedor, outorgada pela autoridade competente e sem munir-se da via que dever acompanhar o produto, at final beneficiamento; i) transportar ou guardar madeiras, lenha, carvo e outros produtos procedentes de florestas, sem licena vlida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente; j) deixar de restituir autoridade, licenas extintas pelo decurso do prazo ou pela entrega ao consumidor dos produtos procedentes de florestas; l) empregar, como combustvel, produtos florestais ou hulha, sem uso de dispositivo que impea a difuso de fagulhas, suscetveis de provocar incndios nas florestas; m) soltar animais ou no tomar precaues necessrias para que o animal de sua propriedade no penetre em florestas sujeitas a regime especial; n) matar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentao de logradouros pblicos ou em propriedade privada alheia ou rvore imune de corte; o) extrair de florestas de domnio pblico ou consideradas de preservao permanente, sem prvia autorizao, pedra, areia, cal ou qualquer outra espcie de minerais; p) (Vetado). q) transformar madeiras de lei em carvo, inclusive para qualquer efeito industrial, sem licena da autoridade competente. (Alnea acrescentada pela Lei n 5.870, de 26.03.1973).

AO DE USUCAPIO PRETENSO DE AUMENTO DA FAIXA DE DOMNIO PBLICO NECESSIDADE DE DESAPROPRIAO PARA TAL INTENTO. Recurso desprovido. (TAPR AI 153462900 (12766) 2 C.Cv. Rel. Juiz Fernando Vidal de Oliveira DJPR 04.08.2000). MANUTENO DE POSSE BEM DE DOMNIO PBLICO MERA OCUPAO IMPROCEDNCIA RECURSO PROTELATRIO M-F CONFIGURADA APELAO DESPROVIDA. No tem direito proteo possessria atravs da ao de manuteno de posse o ocupante de bem pblico porquanto a ocupao configura mera tolerncia do poder pblico. litigante de m-f quem altera a verdade dos fatos utilizando-se de recurso com intuito manifestamente protelatrio. (TAPR AC 144462000 (13027) Foz do Iguau 3 C.Cv. Rel. Juiz Rogrio Coelho DJPR 26.05.2000). DIREITOS AUTORAIS INTERDITO PROIBITRIO LIMINAR DECISO BASEADA EXCLUSIVAMENTE NAS ALEGAES DA AUTORA REPRODUO NENHUMA CRIAO ARTSTICA TRABALHO ARTESANAL DE DOMNIO PBLICO. A deciso liminar em ao de interdito proibitrio no pode lastrear-se exclusivamente nas alegaes da parte autora, mxime considerando que se vindicam direitos autorais pertinentes a reproduo de frutas naturais, sem demonstrao de criao artstica, trabalho artesanal de domnio pblico. Agravo provido. (TJBA AG 18.546-9/00 (7720) 2 C.Cv. Rel. Des. Amadiz Barreto J. 21.11.2000). (Ementas no mesmo sentido) A deciso liminar em ao de interdito proibitrio no pode lastrear-se exclusivamente nas alegaes da parte autora, mxime considerando que se vindicam direitos autorais pertinentes a reproduo de frutas naturais, sem demonstrao de criao artstica, trabalho artesanal de domnio pblico. Agravo provido. (TJBA AG 18546-9/00 (7720) 2 C.Cv. Rel. Des. Amadiz Barreto J. 21.11.2000). RECURSO ELEITORAL PROPAGANDA IRREGULAR AFIXAO DE ADESIVOS EM POSTES BEM DE DOMNIO PBLICO PROVIMENTO NEGADO. A colocao de propaganda eleitoral em bens de domnio pblico, ainda que no cause dano, sujeita o infrator pena pecuniria ante a irregularidade (art. 37 da Lei n 9.504/97). (TREMS REL 200/00 (3.790) Rel. p/o Ac. Juiz Antnio Rivaldo M. de Arajo J. 14.12.2000). MARCA ABSTENO DE USO ALEGAO DE DOMNIO PBLICO. Transao anterior a vedar o uso Ademais, uso que revela simples imitao Recurso no provido. (TJSP AC 86.514-4 So Paulo 5 CDPriv Rel. Des. Silveira Netto 21.10.1999 v.u.). AO DE REINTEGRAO DE POSSE DOMNIO PBLICO IMPROCEDNCIA DO PEDIDO. Ao de Reintegrao de Posse. Imvel j integrado ao domnio pblico. Praa Pblica. Esplio autor que nunca teve posse do terreno. Impossibilidade de reintegrao. Indenizao que h de ser pleiteada atravs de via prpria. Desprovimento do apelo do autor. Provimento do recurso do Municpio para julgar improcedente o pedido autoral. (DSF) (TJRJ AC 15.515/98 (Reg. 220.499) 13 C.Cv. Rel Des Nilza Bitar J. 11.02.1999). DESAPROPRIAO DOMNIO PBLICO DA PREFEITURA VALOR DA INDENIZAO BENFEITORIAS EXCLUSO RECURSO PROVIDO. Ao de Desapropriao. Valor da indenizao referente ao imvel expropriado fixado sem excluir edificao de propriedade do Municpio. Provimento do recurso para excluir do valor indenizatrio a verba referente s benfeitorias de propriedade da Prefeitura. (MSL) (TJRJ AC 2.402/98 Reg. 291098 Cd. 98.001.02402 Mangaratiba 3 C.Cv. Rel. Des. Galdino Siqueira Netto J. 08.09.1998). USUCAPIO EXTRAORDINRIO REA DE DOMNIO PBLICO MUNICIPAL IMPOSSIBILIDADE.

O princpio de imprescritibilidade aquisitiva dos bens pblicos patrimoniais foi consagrado nos arts. 183, pargrafo 3, e 191, ambos da CF. Deciso mantida. (TARS AC 198051419 9 C.Cv. Rel Juza Mara Larsen Chechi J. 27.10.1998)JCF.183 JCF.183.3 JCF.191. LOTEAMENTO REGISTRO DE LOTEAMENTO CENTRO COMUNITRIO DOMNIO PBLICO DA PREFEITURA DESMEMBRAMENTO DE TERRENO ANULAO DO ATO. Mandado de segurana. Loteamento devidamente inscrito no RG.I Desmembramento em lotes da rea, anteriormente destinada a Centro Comunitrio, em razo da desistncia da Cooperativa Sul Fluminense, relativamente construo de casas populares a seus cooperativados. Desmembramento deferido pelo Municpio e posteriormente anulado, por estar tal rea afetada ao domnio pblico. Alegao de malferimento, a direito lquido e certo. No apenas sob o imprio dos Decretos-leis n 58/37 e 271/67, como sob a gide da Lei n 6.766/79, uma vez registrado o loteamento no RG.I, as vias de comunicao e os espaos livres, constantes do Memorial e da planta, ou ainda as vias e praas e as reas destinadas a edifcios pblicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto, passam a integrar o domnio do Municpio, restando inalienveis. Nessa situao, s podero reverter ao patrimnio do loteador, se houver lei que o autorize, atendidos os demais requisitos, exigidos pela lei de regncia. lcito Administrao rever seus prprios atos, se praticados ao arrepio da lei. Isso no traduz violao a direito lquido e certo, que inexiste na espcie. Provimento do recurso, para a denegao da segurana. (TJRJ AC 4708/97 (Reg. 270298) Cd. 97.001.04708 Barra Mansa 2 C.Cv. Rel. Des. Luiz Odilon Bandeira J. 11.11.1997). ATO JURDICO ATO ILCITO ATO ADMINISTRATIVO INTERDITO PROIBITRIO CONSTRUES IRREGULARES EM IMVEL DE DOMNIO PBLICO AMEAA DE TURBAO OU ESBULHO INOCORRNCIA. Interdito proibitrio contra atos da administrao Pblica tendentes a coibir construes irregulares em imvel do domnio Pblico. Inexistncia de ameaa de turbao ou esbulho na prtica de atos legtimos fundados em regular poder de polcia da Municipalidade. Inapropriabilidade de bens Pblicos por particulares. Inexistncia de posse destes a ser protegida, e concesso da tutela possessria em favor do Municpio, para se reintegrar na posse do bem Pblico. (TACRJ AC 3822/95 (Reg. 2565-2) 4 C. Rel. Juiz Nascimento A. Povoas Vaz J. 24.08.1995) (Ementa 41284). BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 30 ed. So Paulo: Globo, 1993. BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito administrativo. So Paulo: Saraiva, 1994. CELSO NETO, Joo. Domnio pblico: os bens que todos usamos e a questo ecolgica. 25. ed. 1998. Teresina: Jus Navigandi, 1998. Disponvel em: . Acesso em set. 2003. Decreto Legislativo n 5, de 1987 (Conveno das Naes Unidas sobre o Direito do Mar, Partes II, V e VII), Dirio do Congresso Nacional, Seo II, de 12.11.87. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 6.ed. So Paulo: Atlas, 1996. FIGUEIREDO, Lucia Valle. Curso de direito administrativo. 5. ed. rev., atual., ampl. So Paulo: Malheiros, 2000. FHRER, Maximilianus Cludio A.; FHRER, Maximiliano Roberto E.. Resumo de direito administrativo. 11. ed., So Paulo: Malheiros, 2001. 143 p. HENRIQUES, Antnio; MEDEIROS, Joo Bosco. Monografia no curso de direito: metodologia e tcnicas de pesquisa. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2003. 298 p. MAGALHES, Roberto Barcellos. Dicionrio jurdico e repertrio processual. Rio de Janeiro: Editora Didtica e Cientfica. v 3. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 22 ed., atual. So Paulo: Malheiros, 1997, 733 p. MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 14. ed. So Paulo: Malheiros, 2001. MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil interpretada: e legislao constitucional. 2. ed. So Paulo: Atlas, 2003. 2984 p.

NEGRO, Theotonio; COUVA, Jos Roberto Ferreira. Cdigo civil: e legislao civil em vigor. 22. ed., atual. So Paulo: Saraiva, 2003. 1606 p. _____; _____. Cdigo de processo civil: e legislao processual em vigor. 35. ed., atual. So Paulo: Saraiva, 2003. 2104 p. NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Cdigo de processo civil comentado: e legislao extravagante. 7. ed., rev. e ampl. So Paulo: RT. 2003. 1856 p. PEREIRA, Caio Mrio da Silva. Instituies de direito civil. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994. 1 v. SCHIESARI, Nelson. Direito administrativo: coletnea atualizao jurdica. So Paulo: Hemeron, 1975. 248 p.

Notas: [1] BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito administrativo. So Paul