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11. O domínio público sob jurisdição portuária Duarte Lynce de Faria, 16 de novembro de 2016 Ano letivo 2016/17

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  • 11. O domínio público

    sob jurisdição portuária

    Duarte Lynce de Faria, 16 de novembro de 2016

    Ano letivo 2016/17

  • 2

    O ESPAÇO PORTUÁRIO UTILIZADO PARA A

    MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM DAS

    MERCADORIAS

  • 3

    O domínio público sob jurisdição portuária

    • O domínio público (hídrico) como propriedade pública, subtraída ao comérciojurídico privado. Espécies: domínio público marítimo (DPM), fluvial e lacustre;o DPM abrange o leito e as margens sob a influência das marés até aos 50 mda linha do preia-mar;

    • Usos do domínio público: utilização de serviço público (concessão demovimentação de cargas na área portuária), utilização privativa (autorização,licença e concessão), cedência de utilização, mudança de titularidade oumutação dominial (do Estado para outras entidades públicas territoriais comoas Regiões Autónomas ou as Autarquias Locais) e a alteração do regimedominial (de público para privado mediante “desafetação”).

  • 4

    O domínio público sob jurisdição portuária

    • Qualificação das áreas sob jurisdição portuária:

    1. De exploração portuária;

    2. Sem utilização portuária exclusiva; e

    3. Sem utilização portuária reconhecida (objeto de mudança de titularidade ou dealteração do regime dominial).

    Apenas até aos 50 metros da linha de preia-mar está sujeita ao DPM, i.e., emprincípio, não poderá deixar de ser “área pública” (exceto por “desafetação”);

    • Os títulos de utilização privativos – autorização, licença (até 10 anos), concessão (até75 anos). A “delimitação” prova que a propriedade é privada apesar de se situardentro dos 50 metros do preia-mar (desde 1864 em geral ou 1892 na arribaalcantilada);

    • As concessões de serviço público de movimentação de cargas na zona portuária –Bases Gerais DL 324/94, de 30 de dezembro, prazo máximo 30 anos.

  • Definição de 1864

    Decreto de 31 de dezembro de 1864 - artº 2º

    São do domínio público imprescritível, osportos de mar e praias e os rios navegáveise flutuáveis, com suas margens, os canais evalas, os portos artificiais e docas existentesou que de futuro se construam…

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  • DOMÍNIO PÚBLICO

    Definição de 1864

    Decreto de 31 de dezembro de 1864 artº 2º

    São do domínio público imprescritível:

    • os portos de mar e praias

    • os rios, com suas margens,

    • os canais e valas,

    • os portos artificiais e docas existentes ou que de futuro se construam…

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  • A DOMINIALIDADE PÚBLICA

    outras realidades

    7

    Soberania

    Domínio sobre o território

    Direito internacional

    – Convenções internacionais

    Direito interno

    – Domínio público

    – Domínio comum

    – Domínio privado

    – Propriedade privada

    Coisa é tudo aquilo que pode ser objeto de relações jurídicas

    Estão fora do comércio todas as coisas que :

    • não podem ser objeto de direitos privados tais como

    – as que se encontram no domínio público

    – as que são, por natureza, insuscetíveis de apropriação individual

    (Art.º 202 do C. Civil)

  • Definição do Domínio Público

    Bens ou valores que:

    Pela natureza ou determinação da lei estão subtraídosao comércio jurídico privado; e, consequentemente,

    Se encontram afetos ao uso público ou à satisfaçãodireta ou indireta de necessidades de interesse públicogeral

    8

  • 9

    Regime do DP

    Inalienabilidade – Não podem ser transferidos

    Impenhorabilidade – Não podem ser penhorados

    Imprescritibilidade – Não permitem a usucapião

  • Conceito de DP

    Bens fora do comércio júrídico

    Fora do comércio jurídico-privado

    Susceptiveis de comércio Jurídico-publico

    Utilização privartiva(autorizações, licernçase concessões

    Mudanças de titularidade

    Alteração do regime dominial

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  • Uso público

    »geral

    »Imediato

    »Gratuito

    Uso de ente público

    Necessidades de interesse geral

    Uso privativo

    Uso extraordinário

    11

    Usos dominiais

  • QUADRO LEGAL

    ANTIGO E NOVO REGIME

    • Decreto-Lei n.º 468/71

    • Leis Orgânicas portuárias

    • Leis da desafetação

    • Doutrina da CDPM

    • Prática administrativa

    • Lei da Água

    • Lei da titularidade dos recursos hídricos

    • Lei dos usos

    • Lei da desafetação

    12

  • 13

    DPTitularidade

    DP Hídrico em geral:

    Estatal

    Regional

    Municipal

    DP marítimo - Estado

  • Domínio público hídricoespecies

    Domínio publico maritimo

    Domínio publico fluvial

    Domínio publico lacustre

    E as albufeiras?

    14

  • Domínio publico territorial

    Domínio publico infraestrutural

    Domínio publico monumental

    Domínio publico ambiental

    DOMÍNIO PÚBLICO NATURAL

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    Espécies dominiais

  • A DOMINIALIDADE PÚBLICAperspectiva institucional

    • PROPRIEDADE

    PÚBLICA

    • SERVIDÃO

    TERRITORIAL

    • INTERDIÇÃO OU

    CONDICIONAMENTO

    DE USO

    • OBRAS PÚBLICAS E TRANSPORTES(portos)

    • ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

    AMBIENTE

    16

  • Extinção do DPM(imprópria)

    Sobreposição de outros bens dominiais

    •Estradas

    •Fortes militares

    •Vias férreas

    Sobreposição de bens do domínio

    privado

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  • A força da dominialidadeparticulares

    Uso público geral– Imediato, livre e gratuito

    Uso privado apenas quando – autorizado,

    – licenciado

    – concessionado

    Ocupação abusiva– afastamento sem recurso aos tribunais

    – demolição das obras pela entidade admnistrante

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  • Domínio publico portuário

    Tráfego marítimo de passageiros

    Trafego marítimo de mercadorias

    Náutica de recreio

    Pesca

    Actividades logísticas

    Construção e reparação navais

    programas de ordenamento e expansão

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    A NECESSIDADE DA CRIAÇÃO DO

    EM ÁREAS DE ATIVIDADE DO:

  • Áreas sem utilização portuária reconhecida

    Áreas sem utilização portuária exclusiva

    Áreas de exploração portuária

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  • O novo enquadramento para reafectação do DPM

    em áreas urbanas ribeirinhas

    O Decreto-lei n.º 100/2008, de 16 de junho, estabelece os procedimentos aaplicar à gestão dos bens do domínio público marítimo que possam ser afetados ausos alternativos compatíveis com a sua natureza.

    Este diploma regula ainda os procedimentos a que deve obedecer a reafectação dodomínio público integrado em áreas sem utilização portuária reconhecida ou aadopção das modalidades de usos compatíveis dos recursos hídricos que seencontrem compreendidos nas referidas áreas.

    Nas situações em que não se verifique qualquer utilização portuária reconhecida ouinteresse para a expansão portuária, particularmente no caso de bens que seinsiram em meio urbano ou confinem com ele, o diploma regula ainda oprocedimento a adoptar em função de circunstâncias específicas devidamentefundamentadas, para efeitos de exclusão da jurisdição portuária.

  • Quando tais bens a excluir da jurisdição portuária não devam permanecer afectos ao uso exclusivo daságuas, enquanto bens do domínio público marítimo, prevê o Decreto-lei 100/2008, que possam serreafectados e objecto de “cedência de utilização” ou “mutação dominial subjetiva”,salvaguardando sempre a natureza pública dos bens imóveis a ceder ou transferir.

    Consideram-se susceptíveis de serem declaradas áreas sem utilização portuária reconhecidaaquelas onde não se verifique: Tráfego Marítimo de Mercadorias e Passageiros Náutica de Recreio Pesca Construção e Reparação de Embarcações Atividades Logísticas Áreas que não se integram nos programas de ordenamento e expansão dos portos.

  • 1. Reafectação de bens imóveis em áreas sem utilização portuária reconhecida:

    Regime de reafectação de bens imóveis do DPM

    2. Cedência e mutação dominial subjetiva

    a) Nos casos de cedência de utilização, o ato ou contrato administrativo que a concretizeé da competência dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e dostransportes.

    b) Nos casos de mutação dominial subjetiva para a titularidade de outras pessoascoletivas públicas territoriais, o ato de mutação dominial implica a aprovação por RCM.

    a) Levantamento e identificação dos imóveis (áreas) sem utilização portuária que seráexcluídos da gestão das administrações portuárias;

    b) Os imóveis podem ser desafetados do DPM para o Domínio Público Geral do Estado,mantendo-se, contudo, a titularidade pública.

  • 26/01/2010 – Reunião da Assembleia Municipal para aceitar a transferência para o domínio público municipal de Lisboa dos bens identificados como áreas sem utilização portuária reconhecidas, e da forma de pagamento como compensação pela mutação

    dominial subjetiva.

    11/11/2009 – Reunião de Câmara de Lisboa - aceitação das condições de transferência para o domínio público do município de Lisboa das áreas sem utilização portuária reconhecidas,

    03/09/2009 - Resolução de Conselho de Ministros – onde são definidos os limites das áreas, bem como, o montante e a forma de pagamento a assegurar pela Câmara de Lisboa, como contrapartida da transferência;

    31/03/2009 – Decreto – lei n.º 75/2009 – (na sequência do despacho de 10/08/2007) desafectação do domínio público marítimo dejurisdição da APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A., para o domínio público geral do Estado e, procedimento a adotar paraas parcelas remanescentes

    18/06/2008 – a Câmara Municipal de Lisboa delibera promover a discussão publica do Plano Geral da Intervenção para a FrenteRibeirinha de Lisboa;

    28/01/2008 – Protocolo de intenções entre o Estado Português e o município de Lisboa, no qual se previa a possibilidade demutação dominial subjetiva, de áreas sem qualquer utilização portuária, atual ou prevista, e que não estivessem afetas ao usoexclusivo das águas;

    10/08/2007 - Despacho do Secretario de Estado dos Transportes a determinar ao Instituto Portuário e dos Transportes Marítimo eàs administrações portuárias territorialmente competentes o levantamento das áreas não afetas às atividades portuárias

    LISBOAPROCESSO DE

    TRANSFERÊNCIA DAS

    ÁREAS RIBEIRINHAS

  • 25

    SERVIÇOPÚBLICOQQUERPÚBLICO

    USO PRIVATIVO

    ESTAB.IND.PRÓPRIO

    DOMÍNIOPUBLICO

    LICENÇAPRECÁRIAAJ. DIRECTOATÉ 10 ANOSSEM AMORT.

    CONCESSÃOMOV. CARGASESTÁVEL-CONC.PÚBLICOATÉ 30 ANOSAMORTIZAÇÕES CEDÊNCIA/MUTAÇÃO

    DOMINIAL

    DESAFECTAÇÃO PRIVADA

    LOCAÇÃO/VENDA

    GESTÃO DO DOMÍNIO PÚBLICODECLARAÇÃOINTERESSEPÚBLICO

  • 26

    EMPRESATRABALHO

    PORTUÁRIO(ETP)

    EMPRESATRABALHO

    TEMPORÁRIO(ETT)

    EMPRESAESTIVA

    OPERAÇÃO DE

    TERMINAIS E MOV. DA CARGA

    OPERAÇÃO E TRABALHO PORTUÁRIO

    TRABALHADORESTIPO A, B e C

  • 27

    Modelos de organização dos portos

    • Tool Port

    A AP é proprietária dos terrenos, infra-estruturas e equipamentosfixos, disponibiliza cais para movimentação pública e " portuáriose outros, através de acordos de CP.

    • Service/Operating Port

    A AP disponibiliza não só a infra-estrutura, cais e equipamentomas presta, também, serviços operacionais aos navios e cargas.

    • Landlord Port

    A AP é proprietária dos terrenos e infra-estruturas básicas e aluga ao sector privado cais e terraplenos através de um contrato de

    leasing/concessão.

    • Private Port

  • 28

    Modelos de organização dos portosCore

    Gestão,

    MarketingInfraest.

    Equip.

    Armaz.Carga

    Pilotagem

    Reboque

    Amarraç.

    Segurança

    DragagensOutros

    serviç.

    PrivatePr Pr Pr Pr

    Pr Pr Pr Pr Pr Pr Pr

    ToolPr

    Pr Pr Pr Pr

    LandlordPr Pr Pr Pr Pr Pr

    Pr Responsabilidade do Sector Privado

    Responsabilidade do Sector Público

  • Sector PrivadoMov. Carga

    Armazenagem

    Equipamento

    Segurança (terminal)

    Navios

    GovernoRegulação

    Alfândega

    Acessos rodo-ferrov.

    Sector PúblicoPlaneamento

    Regulação

    Concursos conc.

    Contratação serv.

    Reboque

    Equip. Fixo

    Água

    Electricidade

    Segurança (porto)

    Infraest.

    (construção)

    D.p.m.

    VTS

    Ajudas à naveg.

    Regulação

    Pilotagem

    Acessos Marít.

  • 30

    Project Finance

    Concessionário Bancos

    ConstrutorOperador

    Estado /AP

    Accionistas

    Outro regulador

    Seguradoras

    Contrato

    de concessão

    Contrato

    directo

    Capital

    SuprimentosContrato

    de financiamento

    Contrato de construção

    ou operaçãoApólice de seguros

    Contratos de

    prestação

    de serviços

  • 31

    Concessão de serviços

    públicos

    Concessão de uso

    privativo do domínio público

    Concessão de obras

    públicas + exploração

    Atribuição a um agente económicoprivado do direito de prestar umserviço ou exercer uma atividadede interesse público

    Terminais ou cais portuários (ex.Terminal de Contentores deLeixões)

    Transporte de energia elétrica,de gás natural

    Atribuição a um agente económicoprivado do direito de usar umaparcela dominial para seu própriointeresse, desde que este coincidacom o interesse público

    Cais para movimentação de cargas próprias (ex. Terminal da Galp Energia em Leixões)

    Atribuição a um agente económicoprivado da construção de umaobra pública, tendo este em trocao direito de exploração da mesma

    Terminais de cais portuários (ex. Terminal XXI do Porto de Sines)

    Infra-estruturas rodoviárias (Auto-Estradas)

    Tipologia Descrição ExemplosPRINCIPAIS TIPOS DE CONCESSÃO

  • 32

    ESQUEMA GERAL DE CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS PORTUÁRIOS

    Donos das

    Mercadorias

    (Exportador

    e/ou

    Importador)

    Agente de

    Navegação ou

    Transitário

    Companhia

    de

    Navegação Serviços de

    Apoio ao Navio

    Terminal

    Portuário

    Concessionado

    Operador

    Portuário

    Administração

    do Porto

    Pilotagem,

    Rebocadores,

    Atracação,

    Vigias, etc.

    Administração

    do Porto

    E T Portuário

    Administração

    do Porto

    Administração do

    Porto e

    Operadores

    Rendas

    Mão de Obra

    Infra-estruturas

    Terrestres

    Infra-estruturas

    Marítimas

  • 33

    OS QUATRO “C” DA COMPETETIVIDADE PORTUÁRIA

    •CONSOLIDAÇÃO – ORDENAMENTO PORTUÁRIO E TARIFAS DAS AP’S

    •CONEXÃO – ENTRE OS UTENTES PORTUÁRIOS - SISTEMAS SI/TI (“JUP”)

    •CONCESSÕES – TARIFAS E TRABALHO PORTUÁRIO POR CONCESSÃO

    •CONCORRÊNCIA – ENTRE TERMINAIS E SERVIÇOS «IDÊNTICOS»

    A COMPETETIVIDADE PORTUÁRIA – O CÍRCULO DA

    “INDECISÃO”