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BENDITA ENTRE

TODAS

AS MULHERES

MARIA

De

IZAN LUCENA LUCENA

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Prefácio

Maria remédio dado por Jesus

Queridos irmãos e irmãs, no dia de hoje somos presenteados pela graça de Deus que nos é transmitida por meio da Virgem Maria, como nos ensina o Magistério da Igreja.

Aqui neste Livro “Bendita entre todas as mulheres” vimos os feitos realizados por Deus, por meio de Nossa Senhora, por isso, este meio de comunicação deseja ir ao encontro de todos aqueles que necessitam de salvação, e por isso anunciamos o amor de Deus, e apresentamos o amor a Virgem Maria como via de encontro à graça de Deus.

É desejo de Deus que todo cristão ame Nossa Senhora, quando Jesus no alto da cruz diz: Mulher, eis aí teu filho... Eis aí tua mãe (Jo 19, 26-27). Ele nos chama a amarmos e cuidarmos da Virgem Maria. Com estas palavras Jesus afirma que jamais seremos esquecidos, pois temos uma mãe.

Vejo que muitos trazem consigo objetos com as imagens da Virgem Maria, porém, precisamos não somente trazer os adesivos, objetos, terços, com as imagens de Nossa Senhora, deveram confiar plenamente que a mãe está conosco, que ela cuida de nós, pois encontramos na Virgem Maria o cuidado de mãe.

Nossa Senhora fica sempre ao nosso lado. Principalmente quando temos alguma ferida, ela fica até sejamos curados. Qual mãe não fica com seu filho nos momentos de dor? Assim é a Virgem Maria, ela está sempre conosco. Para isso precisamos acolhê-la em nossa

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vida, como mãe, e deixarmos que sejamos curados pelo Senhor, aos pés da Virgem Maria.

Ela recebeu uma ordem do Senhor para cuidar dos seus filhos, mesmo aqueles que estão longe de seu amor, têm certeza, que a mãe cuida de nós. Por isso eu digo, se você tem algum filho que está longe de Deus, coloque seus filhos aos cuidados da Virgem Maria, tenho certeza que ela está junto a seu filho.

As mãos da Virgem Maria nos trás a cura por meio de seu filho Jesus. Quanta vez diante de uma situação difícil pede a intercessão da Virgem Maria e logo as coisas se resolvem. Os olhos de Nossa Senhora também nos trás as cura. Em muitos momentos peço a ela que me ensine a ver com seus olhos. Meus irmãos aprendam a enxergar como ela, certamente será conduzida à santidade.

A presença da Virgem Maria nos cura, quando estamos com ela somos curados. Recordemos os relatos da aparição da Virgem Maria em Guadalupe, vimos que ela intercedeu pela cura do tio de São Juan Diego. Meu querido irmão abra o nosso coração a todas as graças que o Senhor quer derramar sobre nós por meio da Virgem Maria, lhe convido a rezar: “Mãe olhe por mim, ensina-me a enxergar como à senhora, faça que eu consiga ver a vontade de Deus, abra os meus horizontes. Olha para mim, para que teu olhar me transforme e me faça novo. Faça que eu levante os meus olhos para o céu, e que eu não esqueça que lá os meus olhos se encontrarão os teus. Ensina-me a pronunciar o teu nome, como teu filho Jesus muitas vezes pronunciou, quero está em teu colo e dizer que eu te amo. Cuide de mim, minha querida mãe, eu te amo.” Amém.

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Ao longo da história, tanto os teólogos quanto a piedade

popular se dividiram na opinião se Maria morreu de fato ou se apenas

adormeceu e foi levada ao céu em corpo e alma pelos anjos. A basílica

em sua honra em Jerusalém chama-se exatamente “Dormitio Mariæ” e

um dos documentos mais antigos que temos sobre os últimos dias de

Maria também leva esse título. O dogma da Assunção de Maria,

proclamado em 1950, não dirimiu a questão, afirmando que “a

Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de

sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”. O

corpo de Maria, elevado ao céu, podia já ser um corpo glorificado,

como o de Jesus após a ressurreição.

Tanto os que falam em morte natural de Maria quanto os que

falam em sono profundo da Mãe de Deus têm seus bons argumentos.

Estes últimos argumentam com sua conceição imaculada. Se a morte é

conseqüência do pecado, Maria, sem pecado e sem sombra de pecado,

não podia morrer. Lembram também que a imortalidade é uma

característica da Igreja. Ora, sendo Maria o protótipo da Igreja, bem

podia Deus realizar nela o que fará com a Igreja no final dos tempos,

ou seja, ressuscitar os que morreram e “arrebatar com eles para as

nuvens, ao encontro do Senhor nos ares os que ainda estão vivos” (1Ts

4,16-17).

Os que afirmam sua morte natural lembram que também Jesus

era imaculado e santíssimo e passou pela morte, destino de todos os

filhos de Adão, porta e parto necessários para a imortalidade. Maria é

o modelo de todos os resgatados pelo Cristo através de sua morte e

ressurreição. Também Maria, que se uniu a Ele no Calvário, ter-se-á

configurado a ele na morte e na ressurreição. Assim como ela, sem

pecado, passou por dores, angústias, desconfortos, perseguição,

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também terá passado pela prova maior: a morte corporal. Sem que

com isso se afirme que seu corpo sofreu a decomposição.

As duas tradições são antiqüíssimas. Em nossos dias prevalece a

tese de que Maria passou pela morte à imitação de Jesus. Mas é ainda

e continuará a ser uma questão em aberto. Também não temos

certeza de onde e quando Maria encerrou sua passagem terrena.

Sabe-se que, na dispersão dos Apóstolos, Maria acompanhou João,

como recomendara Jesus na Cruz (Jo 19,16-27). O Apóstolo João teria

migrado para Éfeso, hoje sudoeste da Turquia, uns 600 km ao sul de

Istambul. Maria teria findado seus dias em Éfeso. Esta tradição tomou

corpo a partir do século XVIII com as visões da camponesa alemã Ana

Catharina Emmerich (1774-1824) que, em sonho ou numa revelação,

“viu” no alto da montanha popularmente denominada “Colina do

Rouxinol”, distante 7 km da antiga cidade portuária de Éfeso, a capela

Meryem Ana Evi (Casa da Mãe de Deus), que seria a casa em que

Maria teria terminado seus dias. Catharina viajou para lá, encontrou

tudo como “vira” em sonho e começou a restaurar a antiga capela-

casa de Maria, que até hoje os peregrinos podem visitar. Mães turcas,

católicas e muçulmanas visitam continuamente aquele santuário, para

terem um bom parto e sorte na educação dos filhos. No entanto, não

há documentos históricos que favoreçam essa tradição e as escavações

arqueológicas mostraram que a capela é certamente posterior ao

século VI.

Outra tradição faz Maria terminar sua jornada terrena em

Jerusalém, no Monte Sion e ser sepultada no lugar onde se encontra

hoje a Basílica da “Dormição de Nossa Senhora”, na região do Vale do

Cedron, local tradicional de sepulturas. Os estudos arqueológicos e

outros indícios fazem remontar o túmulo aos tempos romanos, ou

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seja, ao primeiro século da nossa era. Além disso, foram encontradas

grafites, escritas pelos primeiros cristãos, que iam honrar o local do

túmulo de Maria. Foram encontradas também algumas sepulturas

judeu-cristãs, que ladeiam a câmara mais interna. Temos ainda a

tradição oral de dois mil anos: os cristãos sempre foram lá venerar o

túmulo da Mãe de Deus. E temos, além disso, alguns relatórios de

peregrinos (famoso é o de Etérea), que por lá passavam e registravam

suas impressões sobre a visita e a liturgia celebrada no local. Maria

teria voltado de Éfeso para Jerusalém, onde moravam seus parentes,

quando o Apóstolo João retornou para participar do primeiro Concílio

Ecumênico da Igreja (At 15,6-29).

Na década de 60, quase ao mesmo tempo em que o franciscano

Frei Bellarmino Bagatti fazia as escavações científicas junto ao túmulo

de Maria, foi descoberto, na biblioteca do Louvre, em Paris, um

documento em grego que possibilitou chegar a outros documentos,

sobretudo a três, muito próximos entre si tanto na informação quanto

no estilo. São eles: De Transitu Mariæ (em língua etíope), Dormitio

Mariæ (em grego) e Transitus Mariæ (em latim). Estes textos devem

ser datados do final do segundo século até começos do século quarto.

Os três textos concordam em que Maria tenha terminado seus dias em

Jerusalém.

A última referência bíblica a respeito de Maria a temos nos

Atos, ainda quando os Apóstolos estavam no Cenáculo, depois da

Ascensão de Jesus: “Todos permaneciam unânimes na oração com

algumas mulheres, Maria, Mãe de Jesus, e seus irmãos” (At 1,14). Mas

até o século VIII o texto grego “Dormitio Mariæ” encontrava-se no final

da bíblia, depois do livro do Apocalipse. Hoje esse texto é considerado

apócrifo, isto é, não pertencente ao conjunto dos livros da Sagrada

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Escritura, portanto, não revelado. Mas de todo respeito. Podia-se

perguntar por que a Igreja não aceitou esse livro como revelado.

Porque seu estilo é todo diferente e, no IV século, quando se fixou a

canonicidade dos livros da Escritura, esse livro tinha muitos acréscimos

heréticos e tendenciosos contra a divindade de Jesus, contra a

maternidade divina de Maria, contra a Santíssima Trindade, e já não se

sabia mais qual era o texto original. O texto descoberto agora é

anterior a esses acréscimos e, por isso, merece algum crédito e, diria,

alguma veneração.

Segundo este texto e segundo o texto intitulado “Transitus

Mariæ”, teríamos os seguintes passos: Maria recebe o anúncio de sua

morte e garantia de amparo no momento da passagem; os Apóstolos

se reúnem milagrosamente em torno de seu leito; Maria morre à

semelhança de todos os seres humanos; durante o funeral, os judeus

promovem uma manifestação hostil; depois do sepultamento, segue-

se a ressurreição, sendo levada ao céu. Não podemos esquecer que

não estamos num terreno de fé. Mas de piedosa crença popular. Na

verdade, os últimos dias de Maria e sua passagem para a eternidade

estão envoltos num véu de mistério que dificilmente a história ou a

teologia conseguirão desvendar.

Que idade teria Nossa Senhora quando terminou seus dias na

terra? Há um texto antigo que diz: “Dois anos depois de Cristo ter

vencido a morte e subido ao céu, Maria começou a chorar no refúgio

de seu quarto”, ou seja, Maria passou a viver seus últimos dias. O texto

passa a contar esses últimos dias, inclusive sua assunção ao céu. Se

Maria concebeu Jesus aos 14 anos, deu à luz aos 15 (idade normal

naquele tempo na Ásia Menor para casar) e Jesus morreu em torno

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dos 33 anos, Maria teria 50 anos ao morrer. Sabe-se que era a idade

média de vida das mulheres naquele tempo e naquela região.

Há uma tradição, que vem dos primeiros tempos da Igreja, que

conta que, chegado o momento do trânsito de Maria, Jesus teria vindo

buscá-la, acompanhado dos Arcanjos Miguel e Gabriel. O Arcanjo

Miguel foi o anjo vencedor de Lúcifer no paraíso terrestre (Ap 12,7-9) e

o vencedor do dragão de sete cabeças, que quis devorar o filho da

mulher revestida de sol (Ap 12,3-5). No passamento de Maria, hora

mais de triunfo e vitória do que de morte, retorna, na piedade popular,

o grande Arcanjo, como que para re-arrumar o paraíso perdido e

introduzir nele, agora celestial, a humanidade inteira, representada em

Maria Imaculada, virgem, esposa e mãe, Mãe de Deus. Retorna Miguel,

o protetor da Igreja contra Satanás, para acompanhar na entrada da

glória aquela que é o protótipo da comunidade cristã redimida e

santificada.

Retorna também, na piedosa crença popular, com o Cristo

glorioso, o Arcanjo Gabriel, o embaixador de Deus na Anunciação (Lc

1,26), a testemunha da escolha da jovem Maria de Nazaré como Mãe

do Filho de Deus, o Messias Salvador. O Arcanjo, presente no início da

história da salvação trazida pelo Cristo e na qual Maria se envolvera

cem por cento, retorna no momento em que ela termina sua missão e

seus dias na terra, entra gloriosa no seio da Trindade para ser, no

tempo e na eternidade, a Mãe da Igreja, a terníssima Rainha do Céu e

da Terra.

Maria esteve associada a Jesus a vida inteira (de fato, os

teólogos a chama “Sócia de Cristo”). Associada no corpo, fazendo uma

unidade com ele. Associada na missão redentora a ponto de ser

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chamada “Mãe da Redenção”. Associada na morte e associada por

toda a eternidade na glória. Passando pela morte, Maria tornou-se

para a humanidade a “feliz porta do céu, para sempre aberta”.

Apresentação

Foi Duns Scotus, grande teólogo franciscano do século 13, que

encontrou um silogismo que solucionava a dificuldade de admitir que

também Nossa Senhora como filha de Adão e Eva devia estar sujeita

ao pecado original, mas que foi dele preservada, em previsão dos

méritos de Cristo, com antecipada aplicação da redenção universal de

Jesus. Era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do

pecado original, pois era Maria destinada a ser Mãe do seu filho. Isso

era possível para a onipotência de Deus; portanto, Deus, de fato, a

preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo (cf. D.

Servílio Conti, IMC).

Perante esta sutil, mas irretorquível argumentação, os teólogos

concordaram em aceitar esta doutrina. De fato, desde 1300 a doutrina

da Imaculada Conceição de Maria no seio materno fez rápidos

progressos na consciência dos fiéis, induzindo a Igreja a introduzir no

calendário romano já no século XV a festa da Conceição Imaculada de

Maria.

A Província Franciscana da Imaculada Conceição celebra no dia

8 a sua Padroeira. Para marcar esta data, oferecemos alguns textos

para a reflexão deste dia. O primeiro texto, “Maria de Nazaré, quem é

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esta mulher?“, o teólogo Jesus Epeja nos situa no contexto histórico.

Maria de Nazaré é alguém de nossa raça. Como o demais ser humano

nasceu e viveu num contexto histórico, social, econômico, político e

cultural. De Frei José Carlos Pedroso, escolhemos o texto “Pequenos e

fracos, como a Virgem de Nazaré”.

No Dicionário Franciscano, a ocorrência tão frequente da

palavra Mãe nos lábios e nos escritos de Francisco revela por si só a

importância que esta figura e símbolo tiveram na experiência de

Francisco. Ele elege a bem-aventurada Virgem Maria, advogada da sua

Ordem para sempre: e em Maria inspiram-se, como modelo, para

realizarem a sua ação materno-salvífica para todos os homens da

Igreja.

Um texto da Campanha da Fraternidade de 90, com tema “A

Fraternidade e a Mulher”, tiramos um trecho que fala sobre a Mãe de

Deus. O culto àquela que a fé cristã chama de Nossa Senhora reside e

se expressa, fundamentalmente, nos nomes com os quais a Igreja a

aclama e cultua: Mãe de Deus, Virgem, Imaculada e Assunta aos Céus.

Chiara Lubich lembra que devemos imitar Maria, porque ela é o

modelo de todo cristão e o caminho direto que conduz a Deus.

Para entender o Dogma da Imaculada, republicamos a série de

artigos de Frei Clarêncio Neotti sobre as festividades do jubileu de 150

anos do Dogma.

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BENDITA ENTRE

TODAS

AS MULHERES MARIA

De

IZAN LUCENA LUCENA

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Descendência

Sua mãe Ana foi uma mulher nazarena que apesar de não ser

mencionada nos evangelhos. Disse São Cirilo de Alexandria: “Causa-me

grande admiração que existam pessoas que duvidem em chamar a

Virgem Santíssima de Mãe de Deus. Realmente, Nosso Senhor Jesus

Cristo é Deus. Então por que não pode ser chamada Mãe de Deus a

Virgem Santíssima que o gerou?”

A Palavra de Deus assumiu a descendência de Abraão, e,

formando para si um corpo vindo de mulher, tornou-se participante da

carne e do sangue. Quando chegou o tempo previsto, Deus enviou seu

Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito a Lei, a fim de resgatar

os que estavam sujeitos a Lei e para que todos recebessem a filiação

adotiva (Gl 4.4-5).

Por isso é tão saboroso repetir com doçura e confiança: “Santa

Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de

nossa morte, amém!

Que bem que faz! E colocamos nossas intenções com Jesus,

nosso Intercessor, com Maria, a Medianeira de todas as graças!

Nossa Senhora expressou a Santa Bernadete Soubirous um

desejo (Podes ter a gentileza de vir aqui por quinze dias?), fez uma

promessa (Não prometo tornar-te feliz neste mundo, mas no outro!) e

um pedido (Penitência! Reza pela conversão dos pecadores!), deu uma

ordem (Vai beber da água da fonte e lavar-te nela!), insistiu num

projeto (Vai dizer aos sacerdotes que venham aqui em procissão e

construam uma capela!) e revelou-se: “Eu sou a Imaculada

Conceição!”.

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Na verdade, a afirmação ouvida – “Eu sou a Imaculada

Conceição” – decepcionou Bernadete: “Mas estão você não é a Virgem

Maria?”. Cheia de tristeza, viu a Senhora desaparecer. Foi então falar

ao Pe. Peyramale que não era Maria que via, mas a “Imaculada

Conceição”. O sacerdote estremeceu. Afinal, aquela menina semi-

analfabeta não podia mesmo conhecer a profundidade da expressão

ouvida, nem saber que, quatro anos antes (em 8 de dezembro de

1854), Pio IX proclamara o dogma da Imaculada Conceição.

Nossa Senhora, a Imaculada, a Virgem Santíssima, cheia de

graça, a bendita entre as mulheres, está em minha vida desde antes

que eu nascesse na oração de minha mãe e de outros queridos

parentes meus.

Mas como seria a vida interior de Nossa Senhora? São Macário

do Egito pode nos ajudar a ter uma pequena visão do que seria esta

maravilha: O coração Imaculado da Mãe de Deus! Na verdade; Macário

pensava em descrever para seus discípulos como é o coração de

alguém dedicado inteiramente a Deus! E quem tem um coração assim

senão a Virgem Puríssima?

“Às vezes eles estão como que mergulhados em tristeza e

pranto pelo gênero humano. Desfazem-se em lágrimas pelo ardente

amor que nutrem para com a humanidade (Nossa Senhora de La

Salette)! Outras vezes, pelo contrário, são inflamados pelo Espírito

Santo de tanta alegria e amor que, se fosse possível, levariam todos no

seu coração, sem nenhuma distinção: os bons e os maus (Nossa

Senhora Auxiliadora, refúgio dos pecadores)... Freqüentemente, sua

alma repousa num místico silêncio, na tranqüilidade e na paz (Nossa

Senhora, Rainha da Paz)... Recebe dons espirituais de inteligência, de

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sabedoria inefável e de indescritível conhecimento do Espírito. E assim

a graça instrui sobre coisas que não se podem explicar com a língua,

nem expressar com palavras (sede da sabedoria). Outras vezes, pelo

contrário, comportam-se como pessoas comuns (Nossa Senhora,

Virgem de Nazaré)...

Anunciação do nascimento de Jesus

Lc 1.26-38

No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da

Galiléia chamada Nazaré. Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. O anjo entrou onde ela estava, e disse: Alegre-se, cheia de graça! O Senhor esta com você! Ouvindo isso; Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. O anjo disse: Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim. Maria perguntou ao anjo: Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem? O anjo respondeu: O Espírito Santo virá sobre você, e a força do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. Para Deus nada é impossível. Maria disse: Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo a deixou.

Nesse texto do evangelho de Lucas, fazemos a seguinte reflexão:

Partindo do pressuposto que os anjos são apenas seres enviados por Deus, ou seja, mensageiros de Deus, chegamos à conclusão, que quando o anjo disse: “Alegre-se, cheia de graça”, que essa saudação partiu do próprio Deus

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e o anjo como enviado apenas reproduziu as palavras de Deus. Portanto, é o próprio Deus que quis que Maria fosse bem-aventurada e cheia de graça.

Ave Maria, cheia de graça. Sim, cheia de graça porque agradável a

Deus, aos anjos e aos homens. Aos homens, por causa de sua fecundidade; aos anjos, por causa de sua virgindade; Deus, por humildade. Ela mesma atesta que Deus olhou para ela porque viu sua humildade (MM, p. 29).

Se ela é aquela criatura única “cheia de graça” e da presença do

Senhor – “O Senhor é contigo” -, então Maria está repleta de todos os dons e graças de Deus.

“Maria é a filha predileta de Deus”, diz o Concílio Vaticano II, (LG,

n.53), “Aquela que na Santa Igreja ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós” (LG, n. 54).

O mesmo Concílio afirma que “por graça de Deus exaltada depois do

Filho acima de todos os anjos e homens, como Mãe Santíssima de Deus, Maria esteve presente nos mistérios de Cristo e é merecidamente honrada com o culto especial pela Igreja” (LG, n. 66).

Maria é hoje a maior evangelizadora da Igreja; É a “Estrela da

Evangelização” como lhe chamou o Papa Paulo VI, na Encíclica Evangelii Nuntiandi.

“Ave, Cheia de graça! Aos outros santos a graça é dada em parte,

contudo a Maria foi dada em sua plenitude. Assim ‘‘a graça santificou não só a alma, mas também a carne de Maria, a fim de que com ela revestisse depois o Verbo Eterno”.

O Catecismo da Igreja Católica afirma com toda a certeza: “Na

descendência de Eva, Deus escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe de seu Filho. “Cheia de graça”, ela é o fruto mais excelente da redenção desde o primeiro instante de sua concepção; foi totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu puro de todo pecado pessoal ao longo de sua vida.

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Nossa Senhora de Fátima

A Maternidade

Ensina o Concílio Vaticano II

“Quis, porém, o Pai das misericórdias, que a encarnação fosse

precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser a Mãe do

Seu Filho, para que, assim como contribuiu para a morte, a mulher

também contribuísse para a vida”. (LG, n. 56).

A Igreja crê e afirma que Maria é verdadeiramente Mãe de

Deus, porque ela é a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem. Os

evangelhos a denominam como “Mãe de Jesus” (cf. Jo 2,1; 19,25).

Desde antes do nascimento de seu Filho, ela é chamada “Mãe do meu

Senhor” (cf. Lc. 1,43). E o anjo anunciou a Maria que o filho que

nasceria dela seria “Santo, Filho de Deus” (cf. Lc. 1,31-35). Maria não

gerou ao Deus criador, mas gerou e deu a luz a Jesus, que é homem e

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Deus. Homem por ter nascido da carne de Maria; Deus por ter a

natureza divina.

A encarnação é o maior acontecimento de todos os tempos.

Deus se fez homem, seu deixar de ser Deus, e isto se fez por meio de

Maria. Ela passou a ser a partir daí o ponto de união entre o céu e a

terra. Foi ela quem deu a Jesus a carne e o sangue humano; assim,

tornou-se o elo definitivo de ligação entre o céu e a terra.

Maria é Theotókos (Theo = Deus, Tókos = Mãe)! Mãe de Deus.

Maria é verdadeiramente Mãe de Cristo, que é verdadeiro Filho de

Deus. Uma das mais belas orações da Liturgia das Horas, uma antífona

mariana, diz: “Ó tu que geraste, diante da admiração da natureza, o

santo que Te gerou”. Na plenitude dos tempos, diz o apóstolo, Deus

enviou Seu Filho ao mundo nascido de uma mulher (Gl 4.4).

São Luiz de Montfort ensina: “Deus, sem precisar, porque se

basta a si mesmo, quis começar e acabar suas maiores obra por meio

da Santíssima Virgem” (Tvd n.16).

Infelizmente até hoje os cristãos protestantes, ainda enganados

pela heresia de Nestório, seguida por Lutero, consideram Maria

apenas Mãe de Cristo homem, e não Mãe de Deus. Assim, tristemente,

não lhe prestam o devido culto, e, o que é pior, ofende-a com muitos

insultos e profanações de suas imagens sagradas. Que o Filho de Deus

não leve em conta esses pecados.

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Nossa Senhora Auxiliadora

Bendita entre todas as mulheres

Todas às vezes que rezamos a Ave Maria, saudamos Maria com

aquela mesma saudação que Santa Isabel, “Cheia do Espírito Santo”,

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saudou sua prima, “em alta voz”: “Bendita és tu entre as mulheres” (Lc

1.42).

Santo Agostinho dizia que “a glória do homem está na carne de

Cristo, e a honra na mulher na Mãe de Cristo” (Tm, p. 20).

Isabel é a primeira a manifestar ao mundo que Maria é Mãe de

Deus, e o fez “em voz alta”. E o anjo Gabriel disse também a Maria: “O

Santo que nascer de ti será Chamado Filho de Deus” (Lc 1.32).

Isabel saudou Maria chamando-a de “Mãe do meu Senhor” (Lc

1.43). E também Santa Isabel, “Cheia do Espírito, exclamou em alta

voz”: “Bendito é o fruto do teu ventre (Lc 1.42).

Ad Jesum per Mariam – A Jesus por Maria.

Ou ainda

“Tudo por Jesus, nada sem Maria”

Santa Brígida, famosíssima vidente, muito respeitada na idade

média (1303-1363), em seu “Discurso Angélico”, diz ter ouvido de

Deus, numa visão, que Adão, Abraão, Isaac, Jacó e David sentiram-se

arrebatados de alegria quando o Espírito Santo os fez saber que a Mãe

de Deus nasceria de sua posteridade (MM, p. 42).

Santo Anselmo disse a Maria: “Vosso Filho, Nosso Senhor Jesus

Cristo, vos concederá, ó Mãe, tudo o que vós quiserdes: Ele está

sempre disposto a vos ouvir. Basta que queiras nossa salvação”. (MM,

p. 45).

Santo Epifânio escreveu: “Com exceção de Deus, tu és, ó

virgem, superior a todas as coisas”.

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Ensina Santo Afonso que “Maria é a filha primogênita do Pai

Eterno”, e diz os Santos Padres: “Eu saí da boca do Altíssimo, a

primogênita antes de todas as criaturas” (Eclo 24,5). Maria é a

primogênita de Deus por te sido predestinada juntamente com o Filho

nos decretos divinos, antes de todas as criaturas. Ou então é a

primogênita da graça como predestinada para Mãe do Redentor,

depois da previsão do pecado (GM p. 208).

Esta glória de Maria a fez cantar perante Santa Isabel:

“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria

em Deus meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isso,

desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,

porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo

nome é Santo... (Lc 1.42ss).

Maria foi escolhida por Jesus

Diz Santo Afonso que Nossa Senhora revelou a Santa Isabel de

Turíngia que, quando era ainda menina, no templo de Jerusalém foi

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consagrada a Deus, também revelou Santa Brígida que desde

pequenina foi cheia do Espírito Santo e, à medida que crescia em

idade, aumentava também em graça.

Afirma Santo Afonso “que certamente por amor dessa excelsa

menina acelerou o Redentor sua vinda ao mundo. Enquanto Maria em

sua humildade não se julgava digna nem mesmo de ser a serva da

Divina Mãe, foi ela mesma a eleita para essa sublime dignidade.

Maria dizia sempre: Oh! Com que afeto e fervor repetiam

diante de Deus as súplicas dos profetas, para que mandasse o

Redentor (GM, p. 247).

São João Crisóstomo afirmou que: “Deus escolheu Maria para

sua Mãe na terra, porque aqui não achou Virgem mais Santa e perfeita

que ela, nem lugar mais digno para Sua morada do que seu

sacrossanto seio”.

Foi essa “humildade”, profunda e real, que tanto encantou o

coração de Deus que fez com que a elegesse a “bendita entre as

mulheres”.

Quanto mais reconhecemos nosso “nada”, mais Deus se faz

“Tudo” em nós.

Diz Santo Antônio que “O perfume da humildade de Maria

subiu ao céu e atraiu o verbo do seio Eterno do Pai a seu seio virginal”.

Maria é ainda “bendita entre todas as mulheres”, porque às

outras herdaram o pecado original e ela foi sempre isenta de toda a

mácula.

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A humildade de Maria é tal que ela se perturbou quando o anjo

Gabriel a louvou com a saudação: “Ave, cheia de graça; o Senhor é

convosco” (Lc 1.28).

E a resposta de Maria ao anjo Gabriel foi a mais bela, a mais

humilde e prudente que poderia dar: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-

se em mim segundo tua palavra”.

Na opinião de São Germano, “Deus não pode deixar de ouvir as

súplicas de Maria, porquanto precisa reconhecê-la como sua

verdadeira e Imaculada Mãe” (GM, p. 262).

Um dia Nossa Senhora disse a Santa Matilde que ninguém

podia honrá-la melhor do que com a saudação da Ave-Maria. Se assim

fizermos, especialmente rezando o terço diariamente, e até mesmo o

Rosário receberá de Maria graças sobre graças. Na súplica de cada Ave

Maria, nós lhe dizemos: “Santa Maria, mãe de Deus...”. É esta

majestade que lhe dá poder de rogar por nós pecadores, agora e na

hora de nossa morte. Roguemos então a ela, que é “cheia de graça”,

que nos conceda sermos, também nós, por sua intercessão, repletos

da graça de Deus, em todo tempo e lugar, sem o que pereceremos.

Esposa do Espírito Santo

Nossa Senhora, como nenhuma outra criatura, tem uma

comunhão e uma união e uma união extremamente profunda e íntima

com a santíssima trindade. É a filha predileta do Pai Eterno, a Mãe

bendita do Filho e a esposa toda bela do Espírito Santo.

25

Disse-lhe o anjo Gabriel: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a

força do Altíssimo te envolverá com sua sombra. Por isso o ente santo

que nascerá de ti será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35).

O Concílio Vaticano II chamou Maria de o “sacrário do Espírito

Santo” (LG, n. 53).

A ladainha Lauretana a chama de “Arca da Aliança” porque,

como disse Teodoro de Ancira, “ela continha não só a lei, mas o

legislador”. E para Santo André de Creta “ela é a nova arca de Deus,

onde repousa o Espírito Santo” (MM, p. 71). É o templo sagrado de

Deus.

Ensina São Luiz de Montfort quando fala de Nossa Senhora e o

Espírito Santo: “Maria é a fonte selada (CT 4.12) e a Esposa fiel do

Espírito Santo, onde só ele pode entrar” (Tvd, n. 5).

Maria no desígnio de Deus

Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao

mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo.

Alma Mater – A sua humildade foi tão profunda que não teve

na terra atrativo mais poderoso nem mais contínuo que o de se

esconder de si mesma e de toda criatura, para que só Deus a

conhecesse.

Maria é a fonte selada e a Esposa do Espírito Santo onde só Ele

tem entrada. Maria é o Santuário e o repouso da Santíssima Trindade

onde Deus está mais magnífico e divinamente que em qualquer outro

26

lugar do universo, sem excetuar a sua morada acima dos querubins e

serafins.

Eu digo com os Santos: A divina Maria é o paraíso terrestre do

novo Adão; onde este se encarnou por obra do Espírito Santo para

realizar incompreensíveis maravilhas.

Só Deus é “aquele que é” (Ex. 3.14).

Deus Pai e Maria

Nenhum dom celeste é, portanto, concedido aos homens, que

não passe pelas suas mãos virginais.

Quando o Espírito Santo, seu esposo, encontra Maria numa

alma, voa para ela, entra nela com plenitude e comunica-se-lhe tanto

mais abundantemente quanto maior lugar esta alma dá à sua esposa.

O Reino de Deus está dentro de vós (Lc 17.21). A devoção à virgem

Maria é necessária a todos para salvar-se. Somente Maria dá aos

miseráveis filhos de Eva, a infiel, o livre-acesso ao paraíso terrestre.

Rainha do Céu e da Terra

Maria é Rainha desde o momento em que foi escolhida e

aceitou ser a Mãe do Rei do universo. Filho e Mãe participaram da

mesma monarquia. A mãe do Rei é Rainha.

27

Maria é, sobretudo, Rainha da misericórdia, como a chama a

Igreja.

A Santa Brígida, Nossa Senhora disse certa vez: “Eu sou Rainha

do céu e Mãe da misericórdia; para os justos sou a alegria e, para os

pecadores, a porta por onde entram para Deus.

Nossa Senhora da Conceição

Eu sou a Imaculada Conceição

28

Em 25 de março de 1858, na festa da anunciação, revelou seu

nome a Santa Bernadette, nas aparições de Lourdes, disse-lhe ela: “Eu

sou a Imaculada Conceição”.

A partir daí, o Padre Peyramale, que era Cura de Lourdes,

passou a acreditar nas aparições de Maria à pobre Bernadette, e com

ele toda a Igreja.

Em 27 de novembro de 1830, Nossa Senhora apareceu a Santa

Catarina Labouré, na Capela das filhas da Caridade de São Vicente de

Paulo, em Paris, e lhe pediu para mandar cunhar e propagar a devoção

à chamada “Medalha Milagrosa”, precisamente com esta inscrição: “Ó

Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Escutemos o que nos diz São Bernardo (1090-1153), abade e

doutor da Igreja, o poeta apaixonado por Maria, em seu famoso

“sermão sobre o Missus est: “Ó tu, quem quer que sejas que nas

correntezas deste mundo te apercebas: antes ser arrastado entre

procelas e tempestades do que andando sobre a terra, desviares os

olhos desta Estrela, se não queres afogar-te nessas águas”.

29

A Virgindade Perpétua

A Igreja nos ensina que Maria sempre foi virgem: “antes do

parto, no parto e depois do parto”. Confirmado pela tradição.

O Papa Paulo IV que, em 7-8-1555, apresentou a perpétua

virgindade de Maria entre os temas fundamentais da fé. Assim se

expressou: “A bem-aventurada virgem Maria foi verdadeira Mãe de

Deus, e guardou sempre íntegra a virgindade, antes do parto, no parto

e constantemente depois do parto”.

Toda a tradição cristã e até mesmo os reformadores

protestantes, como Lutero e João Calvino, professaram a virgindade de

Maria.

Em 1537, Lutero diz: “O Filho de Deus fez-se homem, de modo

a ser concebido do Espírito sem o concurso de varão e a nascer de

Maria pura, santa e sempre virgem.

Em 1542, João Calvino publicou o Catecismo da Igreja de

Genebra, onde se lê: “O Filho de Deus foi formado no seio da virgem

Maria... Isto aconteceu por ação milagrosa do Espírito Santo sem

consórcio de varão”.

Até mesmo o Corão de Maomé, que reproduz certas

proposições do cristianismo, professa a virgindade de Maria.

O último Concílio, na Constituição Dogmática “Lumem

Gentium”, afirmou: “Jesus, ao nascer, não lhe violou, mas sagrou a

30

integridade virginal (LG, n. 57), repetindo o que já tinha sido afirmado

no Concílio de Latrão, no ano de 649”.

Para a tradição cristã, o seio virginal de Maria, fecundado pelo

Espírito Santo, tornou-se como o madeiro da cruz (Mc 15.39) ou as

ligaduras do sepulcro (Jo 20.5-8). Da mesma forma que Jesus

ressuscitado atravessava as paredes do sepulcro e do cenáculo, “sem

as rasgar”, assim o fizera em relação à virgem Maria ao nascer.

A virgindade de Maria no parto é de certo modo ilustrada por

passagens bíblicas do Antigo e do Novo testamento, entre as quais a

sarça que ardia, mas não se consumia (Ex 3.2), os nascimentos

extraordinários de Isaac (Gn 17.21), Sansão (Jz 13.2-7), Samuel (1 Sm

1.1-23), João Batista (Lc 1.5-25).

O magistério da Igreja confirma o dogma da virgindade: “No

creio está claro que “Cristo nasceu da virgem Maria”. O decreto do

Concílio Ecumênico de Constantinopla II diz que Jesus, “encarnado da

Santa Gloriosa Mãe de Deus e sempre virgem Maria, dela nasceu”.

Diz o Catecismo: “Maria é virgem porque sua virgindade é o

sinal de sua fé, “sem mescla de dúvida e falsidade” (LG, n. 63), e de sua

doação sem reservas à vontade de Deus” (n. 506). Maria é ao mesmo

tempo, diz o Catecismo, “Virgem e Mãe por ser a figura e a mais

perfeita realização da Igreja (n. 507).

Santo Agostinho, o catecismo, cita e nos ensina: “Maria

permaneceu virgem concebendo seu Filho, virgem ao dá-lo à luz,

virgem ao carregá-lo, virgem ao alimentá-lo de seu seio, virgem

sempre” (n.510).

31

Consagração de Maria

Embora essa consagração de Maria ao templo não tenha sido

narrada por nenhum livro da Bíblia, é apresentada com riqueza de

detalhes pela tradição. Segundo muitos escritos, a apresentação de

Marta foi solene: tantos no momento da sua oferta como durante o

tempo de permanência no templo, quando ocorreram alguns fatos

prodigiosos. Segundo uma tradição, Maria, conforme a promessa feita

pelos seus pais, Santa Ana e Santo Joaquim, foi conduzida ao templo

aos três anos de idade, acompanhada por um grande número de

meninas hebraicas que seguravam tochas acesas, com a presença das

autoridades de Jerusalém e entre cantos angélicos. Subiu sozinha,

embora fosse tão pequena. Os escritos dizem ainda que Maria no

templo se alimentasse com uma comida extraordinária trazida

diretamente pelos anjos e que ela não residia com outras meninas. Foi

de fato por meio deste serviço ao Senhor no templo que Maria

preparou seu corpo, mas, sobretudo sua alma, para receber o Filho de

Deus.

Um anjo revelou a Santa Brígida, diz Santo Afonso, que

“nenhuma língua saberia exprimir o quanto a inteligência da virgem

santíssima se aprofundou em Deus, desde o primeiro momento em

que O conheceu. Aos primeiros clarões dessa primeira luz, ofereceu-se

inteiramente a Deus, dedicando-se exclusivamente a seu amor e sua

glória. Nossa Rainha determinou logo sacrificar sua vontade a Deus

com todo seu amor, por todo o tempo de sua vida.

32

São Gregório de Nissa, o mais especulativo dos padres gregos

do século IV, afirma: “sabendo Nossa Senhora da promessa que seus

pais haviam feito de consagrá-la a Deus, foi a primeira a pedir-lhes com

muita insistência que a conduzissem ao templo em cumprimento da

promessa”. (GM, p. 242).

Exclama São Germano, de joelhos, Maria beija a mão de seus

pais e depois, sem voltar para trás, sobe os 15 degraus e apresenta-se

ao sacerdote São Zacarias; despedindo-se do mundo, e renunciando a

todos os bens, ela se oferece e se consagra a seu Criador (GM, p. 243).

Diz ainda Santo Afonso: “Aí no templo, Maria ofereceu-se a seu

Deus, sem reserva de coisa alguma. Foi então, como se julga, que para

agradar a Deus, sem reserva de coisa alguma, fez voto de sua

virgindade. “A meu amado é meu e eu sou dele” (Ct. 2.16).

Também Santo Anselmo fala da vida de Nossa Senhora menina,

no templo: “Maria era dócil, pouco falava, estava sempre composta,

séria, e jamais se perturbava. Perseverança na oração, na leitura dos

livros Santos, nos jejuns, enfim em toda sorte de obras virtuosas” (GM.

P. 246).

E também à Santa Brígida revelou Nossa Senhora: “determinei,

além disso, consagrar a Deus minha virgindade, e não possuir coisa

alguma no mundo, entregando ao Altíssimo toda minha Vontade”

(GM, p. 246).

Veja o que falou o Profeta Isaías: “Uma virgem conceberá e

dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7.14).

Porque haveria de ser uma virgem a dar ao mundo o Redentor?

Primeiro, ensinam os santos padres da Igreja, porque foi por uma

33

virgem (Eva) que o pecado entrou no mundo; então, também por

outra virgem (Maria), haveria de entrar a salvação.

E nos ensina ainda São Leão Magno, doutor da Igreja e Papa:

“Não transparece uma razão profunda no fato de Cristo ter querido

nascer de uma virgem? Seria a de ocultar ao demônio que a salvação

nascera para os homens, fim de que, ignorando a geração espiritual,

não julgasse que havia nascido de modo diferente aquele que via

semelhante aos outros. Notando que sua natureza era igual à de

todos, supunha que sua origem fosse à mesma; e não percebeu que

estava livre dos laços do pecado aquele que não encontrou isento da

fraqueza dos mortais...

Santo Irineu, bispo e mártir do século II, opondo Maria a Eva

diz: “como por uma virgem desobediente foi o homem ferido, caiu e

morreu, assim também, por meio de uma virgem obediente à palavra

de Deus, o homem recobrou a vida. Era justo e necessário que Adão

fosse restaurado em Cristo, e que Eva fosse restaurada em Maria, a fim

de que uma virgem, feita advogada de uma virgem, apagasse e

abolisse por sua obediência virginal a desobediência de uma virgem”

(VMM, p. 44).

São João Damasceno, o grande defensor e apóstolo das

imagens dos santos e da virgem Maria, diz também: “Eva tornou-se

culpável de prevaricações e por ela entrou a morte no mundo; Maria

Santíssima, dando seu consentimento e sujeitando-se à vontade de

Deus, enganou a serpente enganadora (VtMM, p. 45). Também São

Jerônimo escreveu: “A morte por Eva, a vida por Maria”; E afirmou

Santo Agostinho: “Por uma mulher a morte, por uma mulher a vida”.

34

São Jerônimo, quando falava da virgindade, dizia:” “A virgindade para

mim é uma consagração em Maria e em Cristo” (VtMM, p. 97).

Olhando para a virgindade incomparável de Maria poderemos

resgatar esta grande virtude. É o modelo da virgem Maria que

devemos propor com urgência a nossos jovens, para que possam viver

a beleza da bem-aventurança que diz: “Felizes os puros de coração

porque verão a Deus” (Mt 5.8).

A concebida sem pecado

Deus misericordiosamente prometeu a salvação por meio de

uma mulher. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: “O gênero

humano inteiro é em Adão como um só corpo de um só homem. Em

virtude desta “unidade do gênero humano” todos os homens estão

implicados no pecado de Adão” (n. 404).

São Leão Magno, Papa do século V e doutor da Igreja, afirma:

“O antigo inimigo, em seu orgulho, reivindicava com certa razão seu

direito à tirania sobre os homens e oprimia com poder não usurpado

aqueles que haviam seduzido, fazendo-os passar voluntariamente da

obediência aos mandamentos de Deus para a submissão à sua

vontade. Era, portanto justo que só perdesse seu domínio original

sobre a humanidade sendo vencido no próprio terreno onde vencerá”.

Maria foi concebida no seio de sua mãe, Santa Ana, sem o

pecado original. Como disse o Cardeal Suenens: “A santidade do Filho

é causa da santificação antecipada da Mãe, como o sol ilumina o céu

antes de ele mesmo aparecer no horizonte”.

35

O Cardeal de Bérulle explica assim: “para tornar a terra digna

de trazer e receber seu Deus, o Senhor fez nascer na terra uma pessoa

rara e eminente que não tomou parte alguma no pecado do mundo e

está dotada de todos os ornamentos e privilégios que o mundo jamais

viu e jamais verá, nem na terra e nem no céu” (Tm, p. 307).

O anjo Gabriel lhe disse na anunciação: “Ave, cheia de graça...”

(Lc 1.28). Nesse ”cheia de graça”, a Igreja entendeu todo o mistério e

dogma da Conceição Imaculada de Maria. Se ela é “cheia de graça”,

mesmo antes de Jesus ter vindo ao mundo, é porque é desde sempre

toda pura, bela, sem mancha alguma; isto é, Imaculada. E assim Deus

preparou a mãe adequada para seu Filho, concebido pelo Espírito

Santo diretamente (Lc 1.35).

Maria tinha de ser medianeira de paz entre Deus e os homens.

São Bernardino de Sena, diz a Maria: “antes de toda criatura fostes, ó

Senhora, destinada na mente de Deus para mãe do homem Deus. Se

não por outro motivo, ao menos pela honra de seu Filho, que é Deus,

era necessário que o Pai Eterno o criasse pura de toda mancha (GM, p.

210).

Diz o livro dos Provérbios: “A glória dos filhos são seus pais” (Pr

17.6); logo, é certa que Deus quis glorificar seu Filho humanado

também pelo nascimento de uma mãe toda pura.

São Tomaz de Vilanova disse em sua teologia sobre Nossa

Senhora: “Nenhuma graça foi concebida aos seus que Maria a

possuísse desde o começo em sua plenitude” (GM, p. 211). São João

Damasceno, doutor da Igreja, afirma: “Há, porém, entre a Mãe de

Deus e os servos de Deus uma infinita distância”, (GM, p. 211). São

Anselmo, bispo e doutor da Igreja, pergunta: “Deus, que pôde

36

conceder a Eva a graça de vir “imaculada” ao mundo, não teria podido

concedê-la também a Maria?”.

Santo Afonso de Ligório afirma: “O espírito mal buscou, sem

dúvida, infeccionar a alma puríssima da virgem, como infeccionado já

havia com seu veneno a todo o gênero humano. Mas louvado seja

Deus! O Senhor a preveniu com tanta graça, que ficou livre de toda

mancha do pecado. E dessa maneira pôde a Senhora abater e

confundir a soberba do inimigo” (GM, p. 210).

A carne de Jesus é a mesma carne de Maria e Seu sangue é o

mesmo sangue de Maria; logo, a honra do Filho de Deus exige uma

Mãe Imaculada.

Santo Agostinho de Hipona, bispo e doutor da Igreja, diz: “nem

se deve tocar na palavra “pecado” em se tratando de Maria; e isso por

respeito àquele de quem merecem ser a Mãe, que a preservou de todo

pecado por sua graça” (GM, p. 215).

Maria é aquilo que disse o salmista: “O Altíssimo santificou seu

tabernáculo; Deus está no meio dele” (Sl 45.5); ou ainda: “A santidade

convém à Vossa casa, Senhor” (Sl 42.6).

Afirma Santo Afonso: “Se conveio ao Pai preservar Maria do

pecado, porque lhe era Filha, e ao Filho porque lhe era Mãe, está visto

que o mesmo se há de dizer do Espírito Santo, de quem era a virgem

Esposa” (GM, p. 218).

“O Espírito Santo descerá sobre ti (Lc 1.35). Ela é, portanto o

templo do Senhor, o sacrário do Espírito Santo, porque por virtude

dele se tornou Mãe do Verbo Encarnado”, afirmou São Tomás (GM, p.

218).

37

Submissão de Jesus a Maria

Uma das maiores glórias que Maria recebeu de Deus foi, sem

dúvida, o fato de Jesus ter sido submisso a ela durante a sua vida

terrena. Quem teve a honra e a glória de conhecer um filho que, sendo

Deus, lhe foi obediente e submisso? “E ele lhes era submisso” (Lc

2.51).

Esse “aniquilamento” de Jesus desatou o nó da soberba e da

desobediência de Adão. Nesse contexto, ele se humilhou fazendo-se

submisso a Maria e a José.

São Luiz de Montfort afirma que: “Jesus deu mais glória a Deus

submetendo-se a Maria durante trinta anos, do que se tivesse

convertido toda a terra pela realização dos mais estupendos milagres”

(Tvd, n. 18).

Pois que a graça aperfeiçoa a natureza e a glória aperfeiçoa a

graça, é certo que Nosso Senhor continua a ser no céu tão Filho de

Maria como o foi na terra.

Esta profunda e amável submissão de Jesus a Maria, por trinta

anos na terra e por toda a eternidade no céu, tem um significado

muitíssimo profundo para cada um de nós.

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: “A submissão de

Jesus a sua Mãe e a seu pai legal cumpre com perfeição o quarto

mandamento. Ela é a imagem temporal de sua obediência filial ao seu

38

Pai celeste. A submissão diária de Jesus a José e a Maria anuncia e

antecipa a submissão da quinta-feira santa: “não a minha vontade...”

(Lc 22.42). A obediência do Cristo no cotidiano da vida escondida

inaugurava já a obra de restabelecimento daquilo que a desobediência

de Adão havia destruído” (n. 532).

Diz Santo Ambrósio que “desde que Jesus Cristo se dignou

escolher Maria por Mãe, estava como Filho realmente obrigado a

obedecer-lhe”. Os santos dizem: “Jesus é onipotente por natureza,

Maria o é pela graça” (GM, p. 132).

39

Maria é a vitória de Deus sobre o mal

Disse Deus a ela no paraíso: “Porei inimizade entre ti e a

mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te ferirá a cabeça, e tu

lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).

Os Santos Padres afirmam que assim como o pecado entrou no

mundo por meio da mulher, assim também a salvação haveria de

chegar à humanidade pela mulher. E esta mulher, a nova Eva, a nova

Virgem, desde toda a eternidade Deus escolheu que fosse Maria.

Quando Jesus se dirige à Sua Mãe e lhe chama de “mulher”, em

vez de chamá-la de mãe, em Caná de Galiléia (Jo 2) e aos pés da cruz

(Jo 19.25-27), é para nos indicar qual é a “Mulher” a que Deus se

referiu no Gênesis. Esta “mulher” é Sua mãe. Assim, nas bodas de

Caná, Jesus lhe diz: “mulher”, isso não compete a nós? Minha hora

ainda não chegou (Jo 2.4). E depois, na cruz, momentos antes de

morrer, quando Jesus nos dá Sua mãe para nossa mãe, Ele diz a ela:

“Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19.26). Fica assim, muito clara, que a

“mulher” do Gênesis que esmagaria a cabeça da serpente maligna é

Maria. Por isso Maria é odiada por Satanás, porque trouxe no seio

Aquele que seria o Salvador da humanidade, o vencedor de Satanás.

Maria é a medianeira de todas as graças de

Deus

Diz São Bernardo: “Deus quis que recebessem tudo por Maria”

(VtMM, p. 99). São Luiz de Montfort afirma: “Deus Pai ajuntou todas as

águas e denominou-as mar; reuniram todas as graças e denominou-as

40

Maria”. Este é o imenso tesouro do Senhor – dito pelos anjos. Ela o

canal misterioso. E nenhum “dom” é concedido aos homens sem que o

seja pelas mãos de Maria.

Se examinarmos com a devida atenção a vida de Jesus, veremos

que foi por Maria que Ele quis agir em muitas situações. Por Maria Ele

se encarnou; pela palavra de Maria santificou São João Batista, seu

precursor, no seio de Isabel. Foi por Maria que Ele, nas núpcias de

Caná (Jo 2), mudou “seiscentos” litros de água em vinho da melhor

qualidade, seu primeiro milagre.

Tudo o que ela faz é para manifestar a glória de Jesus e para

que creiamos Nele. Maria é a grande intercessora junto a Jesus, já que

Ele a quis para nossa Mãe?

Se a maior de todas as graças que recebemos de Deus Pai, Jesus

Cristo veio a nós por meio de Maria, como então todas as outras

graças menores chegariam a nós, senão por ela?

Se Deus nos abriu essa avenida larga e bela que é Maria, para

que por ela Seu amado Filho chegasse a nós, é lógico que tudo o mais

nos venha por Maria.

É claro que Deus é o Senhor absoluto de todas as graças. E

Maria não é mais que uma pura criatura, e tudo que obtém recebem

de Deus gratuitamente. Contudo, mais do que qualquer outra criatura

na terra ela honrou e amou a Deus, sendo escolhida para ser mãe de

seu Filho.

É para exaltá-la de um modo extraordinário que Deus

determinou que por suas mãos houvessem de passar e sejam

concebidas todas as graças dispensadas a nós. Não que Deus não

41

possa mandar-nos Suas graças sem que seja pelas mãos de Maria;

apenas ele não o quer.

Santo Afonso chega a dizer que: “Todos os eleitos só se salvam

pela mediação dessa divina Mãe”.

São Paulo ensina que “há um só medianeiro entre Deus e os

homens, o homem Jesus Cristo, que se deu a si mesmo em redenção

por todos” (1 Tm 2.5-6); e com isso o Apóstolo mostra que nenhuma

outra pessoa tem em si mesma autoridade própria, nem

merecimentos próprios, para se apresentar diante de Deus como

medianeira dos homens.

São Leão XIII diz: “Há um só medianeiro entre Deus e os

homens e esse é Jesus Cristo; mas há juntado de Jesus Cristo a

santíssima Virgem, Mãe de Deus, que por sua íntima cooperação com a

obra da redenção foi constituída medianeira.

O Concílio Vaticano II nos ensina que “um só é o nosso

mediador... Todavia a materna missão de Maria a favor dos homens de

modo algum obscurece nem diminui essa mediação única de Cristo,

mas até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-

aventurada virgem a favor dos homens não se origina de alguma

necessidade interna, mas do divino beneplácito.

São Bernardo diz: “Tal é a vontade de Deus que quis que

tivessem tudo por Maria. Se, portanto, temos alguma esperança,

alguma graça, algum dom salutar saiba que isso nos vem por suas

mãos”. São Bernardino de Sena: “Todos os dons virtudes e graças do

Espírito Santo são distribuídos pelas mãos de Maria, a quem ela quer,

quando quer, como quer e quando quer” (Tvd, p. 137).

42

São Efrém, que morreu em 373: “Minha Santíssima Senhora,

Santa Mãe de Deus, cheia de graças e favores divinos, distribuidora de

todos os bens! Vós sois, depois da santíssima trindade, a soberana de

todos; depois do medianeiro, a medianeira do universo, ponte do

mundo inteiro para o céu. Olhai benigna para minha fé e meu desejo

que me foram inspirados por Deus” (VtMM, p. 97).

São Pedro Canísio, doutor da Igreja: “O Filho atenderá Sua mãe

e o eterno Pai ouvirá Seu próprio Filho: eis o fundamento de toda

nossa esperança”. Santo Agostinho afirma que as orações de Maria

junto a Deus têm mais poder junto da majestade divina que as preces

e intercessão de todos os anjos e santos do céu e da terra (Tvd, n. 27).

É a rainha de todas as graças, medianeira de todas graças (VtMM, p.

68).

Leão XIII, na Encíclica “octobri mense”, faz suas as palavras de

São Bernardo: “Toda a graça concebida ao mundo segue esta tríplice

gradação de Deus a Jesus Cristo, de Jesus Cristo à santíssima virgem,

da santíssima virgem aos homens: tal é a ordem maravilhosa de sua

disposição” (VtMM, p. 74).

“Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e a

humanidade: O homem Jesus Cristo, que se entregou como resgate

por todos” (1 Tm 2.5-6).

Nos primeiros tempos da Igreja havia o costume de invocar

Maria. Prova disso é a oração “sob tua proteção, ó Mãe de Deus...”,

que é aproximadamente, do ano 200. O título de mediadora, referente

a ela, começou a ser usado no século VI e tornou-se mais popular a

partir do século XII.

43

O único mediador entre Deus e o homem é Jesus: “ninguém vai

ao Pai a não ser por mim” (Jo 14.6). Assim, quando dizemos que Jesus

é o mediador, que é o único mediador, entendeu essa palavra no

sentido absoluto, original e exclusivo. Já quando dizemos que Maria é

mediadora, essa palavra é usada no sentido relativo e subordinada,

como participação na única mediação de Cristo.

Nesse sentido podemos ir além e dizer que há outros

mediadores: os apóstolos, os missionários e todos os que pregam o

evangelho. São também mediadores os párocos, os catequistas, bem

como os pais que educam os filhos segundo a fé cristã. Cada batizado é

chamado a ser um mediador, já que a Palavra de Deus vai chegar a

outros graças a seu trabalho.

A mediação de Maria é especial, tendo em vista seu lugar único

no mistério de Cristo e da Igreja. No céu, Maria não é mediadora junto

ao mediador, mas nele e por ele; ela está em comunhão total com

Cristo. Logo, quando o povo de Deus, iluminado pelo Espírito Santo,

recorre a Maria em suas necessidades, sabe que a mediação de Maria

depende da única mediação Cristo, e que todas as graças têm a mesma

fonte: “O coração aberto de seu Filho”.

“Diz a Escritura: E habitarei na herança do Senhor (Eclo 24.7-

13). A herança do Senhor é a Igreja, em sua totalidade, e é, em

particular, Maria e, do mesmo modo, a alma de cada fiel. No

tabernáculo da fé que anima a Igreja, habitará até o fim do mundo; e

no amor da alma fiel, habitará para todo o sempre”.

44

Nossa Senhora

Mãe da Igreja e Nossa Mãe

Já que pela encarnação no seio de Maria, Jesus, assumindo

nossa natureza humana, se fez irmão de cada um de nós, ele quis

então que Sua mãe fosse também à mãe de todos nós.

“Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mãe

de todos os viventes” (Gn 3.20). O nome Eva no hebraico é “Hava”,

que significa vida. Maria, a nova Eva, por ter dado à luz Àquele que é a

vida, tornou-se a verdadeira mãe dos viventes, que renasceram da

morte do pecado, por Jesus Cristo.

A partir do Calvário, Maria passou a ser a mãe “dos novos

viventes”. Que honra é para nós poder chamar de nossa mãe a mãe de

Nosso Senhor! Você já pensou nisto profundamente?

45

São Paulo ensina que “quem está em Cristo é uma nova

criatura. Passou o que era velho, eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17).

Maria é agora a mãe dessas “novas criaturas” que Jesus resgatou da

morte, do pecado e do demônio para “a liberdade dos filhos de Deus”

(Rm 8.21).

O Papa Leão XIII ensina na Encíclica “Adintricem Populi” disse:

“Foi uma revelação exímia dos mistérios da caridade de Cristo,

quando, morrendo, legou Sua mãe ao discípulo João pelo testamento

memorável: “Ecce Filius Tuus”. Segundo o senso da Igreja, Cristo

designou em São João o gênero humano, principalmente aqueles que

lhe aderirão na fé” (VtMM, p. 61).

Maria é também Mãe da Igreja, pois essa é o corpo místico de

Cristo. A Igreja é Jesus. São Paulo afirma bem clara esta grande

verdade aos Coríntios: “Vós sois o corpo de Cristo, e cada um, de sua

parte, é um de seus membros (1 Co 12:27).

Portanto, fica assim claro que somos o “Corpo de Cristo”, e

Maria, mãe de Cristo, logo é também a mãe de seu corpo que é a

Igreja. Esses fatos históricos mostram que Maria não é apenas a

protetora de cada um de nós, mas também da Santa Igreja que Seu

Filho lhe confiou aos pés da cruz. Veja: “São João Bosco teve certa vez

um sonho profético. Viu o oceano agitado e uma barca grande que se

agitava entre as ondas encapeladas do mar bravio que ameaçava virá-

la. Quando a barca estava a ponto de virar, Dom Bosco viu surgir duas

colunas, em cada um de seus lados, impedindo-a de naufragar. Sobre

uma das colunas viu a hóstia Santa no ostensório; sobre a outra coluna

ele viu Maria. E, no timão da barca, em seu comando, Dom Bosco viu o

Papa. São os três grandes auxílios que Jesus deixou à Sua Igreja para

46

que ela não pereça no oceano agitado do mundo ateu, materialista,

consumista e hedonista: a Eucaristia, Maria e o Papa.

Segundo uma tradição católica estima-se que a virgem Maria

teria nascido a 8 de setembro, num sábado, data em que a Igreja

festeja a sua Natividade. Também é da tradição pertencer à

descendência de Davi – neste sentido existem relatos de Inácio de

Antioquia, Santo Irineu, São Justino e de Tertuliano – consta ainda do

“apócrifo” Evangelho do nascimento de Maria e do “Proto-

evangelizam” e é também de uma antiga tradição que remota do

século II que seu pai seria São Joaquim, descendente de Davi, e que

sua mãe seria Santana, da descendência do Sacerdote Aarão.

De acordo com o costume judaico aos três anos, Maria teria

sido apresentada no templo de Jerusalém, é também da tradição que

ali teria permanecido até os doze anos no serviço do Senhor, quando

então teria morrido seu pai, São Joaquim.

Com a morte do pai teria se transferido para Nazaré, onde São

José morava. Três anos depois aconteceriam os esponsais.

É dezenove vezes citada no Novo Testamento, entre elas: “A

virgem engravidará e dará à luz um filho... Mas José não teve relações

com ela enquanto ela não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de

Jesus... Será chamado Filho do Altíssimo”. Maria pergunta ao anjo

Gabriel: “Como acontecerá isso se sou virgem (literalmente): Se não

conheço homem?” O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre

você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim,

aquele que nascer será chamado Santo, Filho de Deus”. (Lc 1.26-35).

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Nossa Senhora de Fátima

Maria Assunta ao Céu

Nossa Senhora foi elevada ao céu de corpo e alma após sua

morte, que a Igreja desde os primeiros séculos chama de “Dormição”;

isto é, a morte de Maria, se ocorreu – porque não é dogma de fé -, foi

como um suave sono.

Joseph Patsch, no seu livro “A Mãe do Senhor”, diz que Maria

passou à outra vida consumida pelo fogo de seu grande amor por Jesus

e por sua grande nostalgia por ele e pelo céu. Seu corpo não pôde

resistir a essa grande saudade, a esse profundo impulso que fez com

que as cadeias despedaçassem e a alma libertada voasse exultante

para os braços paternos de Deus (M.S, p. 269).

O Dogma da Assunção foi proclamado solenemente pelo Papa

Pio XII no dia 1 de novembro de 1950 e sua festa é celebrada no dia 15

de agosto.

48

É preciso lembrar aqui que somente Jesus e Maria subiram ao

céu, de corpo e alma. Os santos estão no céu apenas com suas almas,

pois os corpos estão na terra, aguardando a ressurreição do último dia.

Maria, ao contrário, foi elevada ao céu, também com seu corpo já

ressuscitado. É uma grande glória de Maria.

Maria é a Arca da Nova Aliança, pois levou Jesus vivo no seio.

Deste modo, sua visita foi ocasião para Isabel exultar no Espírito Santo

e para que João Batista fosse santificado no seio de sua mãe (Lc 1.39-

45).

Maria não guardava em si as tábuas de pedra da Lei, como a

Arca da Antiga Aliança, mas Jesus, a Pedra Angular (Mt 21.42) da Nova

e Eterna Aliança. Por isso a Igreja crê aplicar-se a ela a profecia do

Salmo: “Eleva-te, Senhor, para o lugar do teu repouso, tu e a arca de

tua santificação” (Sl 132/131.8).

Que sinal Deus nos dá no mistério da Assunção? “O dom de

Deus a Maria, elevando-a ao céu em corpo e alma, é sinal do que ele

quer realizar em cada um dos seus filhos: a ressurreição e glorificação

da carne, em resposta à confiança manifestada por Jó muito antes da

vinda do Cristo Salvador: “mesmo que me tenham destruído a pele, na

minha carne contemplará a Deus! (Jó 19.26).

Como explicar a Assunção de Maria? A Assunção diz respeito à

ressurreição antecipada de Maria, Mãe de Deus, que morreu, porém,

como Jesus, não teve seu corpo entregue à corrupção, mas

transformado, adequado para a ressurreição, sendo depois

transportado ao céu pelo poder divino.

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Proclamada como verdade dogmática pela Igreja em 1 de

novembro de 1950, a Assunção de Maria não é uma verdade expressa

diretamente pela Bíblia, mas daí tirada indiretamente pela tradição:

“Pois, assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão

a vida. Cada um, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; depois,

aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda; A seguir

haverá o fim, quando Ele entregar o reino a Deus Pai, depois de ter

destruído todo principado, toda autoridade, todo poder” (1Co 15.22-

24).

Diretamente (como já foi observado), a Escritura não menciona

este fato, mas silêncio não significa rejeição nem recusa. Certo é que

este fato não contradiz a Bíblia, pois o Antigo Testamento nos faz

conhecer o exemplo de Henoc que foi levado por Deus: “Henoc andou

com Deus, depois desapareceu, pois Deus o arrebatou” (Gn 5.24). No

Novo Testamento este mesmo fato nos é lembrado por São Paulo: “Foi

pela fé que Henoc foi levado, a fim de escapar da morte; e não o

encontraram, porque Deus o levou” (Hb 11.5a).

50

Dogmas a respeito da Virgem Maria

1 QUAIS SÃO OS DOGMAS QUE A IGREJA ENSINA A RESPEITO DA VIRGEM?

A Igreja ensina os seguintes dogmas a respeito da Virgem:

A MATERNIDADE DIVINA A IMACULADA CONCEIÇÃO A VIRGINDADE PERPÉTUA A ASSUNÇÃO AOS CÉUS

2 DEVEMOS CRER NESTES DOGMAS DE FÉ?

Sim, devemos crer plenamente. Se alguém se atrevesse a negá-los ou duvidar deles conscientemente, cometeria um pecado mortal.

3 EM QUE CONSISTE O DOGMA DA MATERNIDADE DIVINA ou MÃE DE DEUS?

O dogma da MATERNIDADE DIVINA consiste em que a Virgem Maria é verdadeira Mãe de Deus, por ter engravidado por obra do Espírito Santo e dado à luz a Jesus Cristo, não quanto a sua Natureza Divina, senão quanto à Natureza humana que tinha assumido. A Igreja afirma este Dogma desde sempre, e o definiu solenemente no Concílio de Éfeso (século V). O Concílio Vaticano II menciona esta verdade com as seguintes palavras:

"Desde os tempos mais antigos, a Bem Aventurada Virgem é honrada com o título de Mãe de Deus, e cujo amparo os fiéis dão com suas súplicas em todos seus perigos e necessidades" (Const. Dogmática Lumen Gentium, n. 66).

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4 EM QUE CONSISTE O DOGMA DA IMACULADA CONCEIÇÃO?

O Dogma da IMACULADA CONCEIÇÃO consiste em que a Virgem foi preservada imune da mancha do pecado original desde o primeiro instante de sua Concepção, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em atendimento aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gero humano. Esta verdade foi proclamada como Dogma de Fé pelo Papa Pio IX, 8 de dezembro de 1854, na Bula Ineffabilis Deus.

5 EM QUE CONSISTE O DOGMA DA VIRGINDADE PERPÉTUA?

O Dogma da VIRGINDADE PERPÉTUA consiste em que a Mãe de Deus conservou plena e perpetuamente sua Virgindade. É dizer, que foi Virgem antes do parto, no parto e perpetuamente, depois do parto. A Igreja afirma este Dogma desde o Credo composto pelos Apóstolos O Concílio Vaticano II diz:

"Ela é aquela Virgem que conceberá e dará a luz um Filho, que se chamará Emmanuel" (Const. Dogmático Lúmen Gentium, n 55).

6 EM QUE CONSISTE O DOGMA DA ASSUNÇÃO AOS CÉUS?

O Dogma da ASSUNÇÃO AOS CÉUS consiste em que a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem, cumprido o curso de sua vida terrena foi subida em corpo e alma à glória celestial. Este Dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII, o 1º de novembro de 1950, na Constituição Munificentíssima Deus.

7 ALÉM DESTES PRIVILÉGIOS QUE TÍTULOS TÊM NOSSA SENHORA?

Nossa Senhora tem os seguintes títulos: Mãe dos homens, Mãe da Igreja Advogada Nossa, Corredentora, Medianeira de todas as graças, Rainha e Senhora de todo o criado, e todos os louvores que contém o Rosário.

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8. QUAIS SÃO AS RELAÇÕES QUE EXISTEM ENTRE A VIRGEM MARIA E A SANTÍSSIMA TRINDADE?

A Virgem tem uma relação especialíssima com a Santíssima Trindade por que:

É Filha de Deus Pai, já que foi criada por Deus. É Mãe de Deus Filho, pois é a Mãe de Jesus Cristo. É Esposa de Deus Espírito Santo, pois o Espírito Santo formou o

corpo de Jesus nas entranhas puríssimas da Virgem.

CULTO À VIRGEM

1 DEVEMOS DAR CULTO À VIRGEM

Sim, porque é a Mãe de Deus e Mãe espiritual de todos os cristãos.

2 RENDEMOS O MESMO CULTO A DEUS QUE À VIRGEM?

Não. O Deus, por ser o Supremo Senhor de todo o criado, rende-lhe culto de adoração, chamado LATRIA. À Virgem, em mudança, por sua grandeza a veneramos com um culto especial, chamado de HIPERDULIA.

3 POR QUE CHAMAMOS MEDIANEIRA À VIRGEM?

Ainda que Jesus Cristo seja o único mediador entre Deus e o homem, não se exclui por isso a existência de outra mediação secundária e subordinada a da Virgem Maria. A Virgem é medianeira de todas as graças, porque intercede por nós diante de seu Filho Divino, e porque nos leva da mão à Pátria Celestial.

4 É NECESSÁRIA A DEVOÇÃO À VIRGEM MARIA?

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A devoção à Virgem é necessária para salvar-nos, mas com necessidade moral, que se apóia no querer de Deus que nos deu-a como Mãe.

5 QUE CARACTERÍSTICAS TÊM DE TER NOSSA DEVOÇÃO À VIRGEM MARIA?

Como bons filhos seus, temos de venerá-la, invocá-la, imitá-la e amá-la.

6 COMO PODEMOS IMITÁ-LA?

Imitamos à Virgem Maria através de todas as virtudes, pois todas as viveram no maior grau possível.

7 DE QUE MANEIRA PODEMOS DIRIGIR-NOS À SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA?

Além das orações que a piedade de cada um possa compor, a Igreja recomenda dizer as seguintes: A AVE MARIA, O ANGELUS, A SALVE MARIA, LEMBRE-VOS, O MAGNIFICAT, BENDITA SEJA TUA PUREZA, JACULATÓRIAS, e de maneira especial porque Ela o pediu, o rezo do Santo Rosário.

8 QUE É O SANTO ROSÁRIO?

O Santo Rosário é um conjunto de Aves Maria e Pais Nossos em honra da Virgem, estas orações costumam ir acompanhadas de piedosas meditações a respeito dos principais mistérios de nossa fé.

9 POR QUE SE CHAMA ROSÁRIO A ESTAS ORAÇÕES?

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Chama-se Rosário porque as orações que se enlaçam com as meditações dos mistérios (gozosos, dolorosos, luminosos e gloriosos) formam uma coroa de rosas que se oferece a Maria Santíssima.

10 QUAL É O MÊS DEDICADO À VIRGEM MARIA DE UM MODO ESPECIAL?

O mês dedicado à Virgem é o mês de maio. Assim o dispôs a Igreja.

11 QUAL É O DIA DA SEMANA TRADICIONALMENTE DEDICADO À VIRGEM MARIA?

O dia dedicado à Virgem Maria, por uma tradição antiqüíssima, é o sábado. Neste dia podemos por presente a Nossa Mãe de forma especial, oferecendo-lhe algum pequeno sacrifício e dirigindo uma oração em sua honra, por exemplo, o Salve.

12 TEMOS DE PROPAGAR A DEVOÇÃO À VIRGEM MARIA?

Sim, porque os bons filhos falam de sua Mãe, e porque a amam propagando seu culto.

13 QUE DIZ O CONCÍLIO VATICANO II A RESPEITO DA DEVOÇÃO À VIRGEM

Adverte a todos os fiéis da Igreja o seguinte:

"QUE TENHAM MUITO EM CONSIDERAÇÕES AS PRÁTICAS E Os EXERCÍCIOS PARA ELA RECOMENDADOS PELO MAGISTÉRIO AO LONGO DOS SÉCULOS" (Const. Dogmático Lúmen Gentium n. 67).

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As passagens onde Maria aparece no Novo Testamento são:

O aparecimento do Arcanjo Gabriel, e anúncio de que seria ela a mãe do Filho de Deus, o prometido Messias (ou Cristo). (Lc 1.26-56; Lc 2.1-52 e Mt 1.2).

Visitação à sua prima Isabel e o Magnificat (Lc 1.39-56). O nascimento do Filho de Deus em Belém, a adoração dos

pastores e dos reis magos (Lc 2.1-20). A sua purificação e a apresentação do menino Jesus no templo

(Lc 2.22-38). A procura do Menino-Deus no templo debatendo com os

doutores da Lei (Lc 2.41-50). Meditando sobre todos estes fatos (Lc 2.51). Nas bodas de Caná, no casamento na Galiléia (Jo 2.1-11). A procura de Cristo enquanto este pregava e o elogio que lhe

faz (Lc 8.19-21 e Mc 3.33-35). Stabat Mater – Ao pé da cruz quando Jesus aponta a Maria

como mãe do discípulo e a este como seu filho (Jo 19.26-27). Depois da Ascensão de Cristo aos céus, Maria era uma das

mulheres que estavam reunidas com restantes discípulos no derramamento do Espírito Santo no Pentecostes e fundação da Igreja Cristã (Atos 1.14; Atos 2.1-4).

E não há mais nenhuma referência ao seu nome nos restantes livros do Novo Testamento, salvo em Lucas (11.27-28): Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram.

Palavras de Maria

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Nos evangelhos Maria faz uso da palavra por sete vezes, três delas dirigidas anjo da anunciação, o magnificat em resposta a Isabel, duas dirigidas ao seu Filho e uma só e última vez dirigidas aos homens (aos servos das bodas de Caná) que a Igreja católica conserva com todo o valor de um testamento:

Palavras dirigidas a Maria

A saudação do anjo: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo. (Lc 1.28).

O Anúncio da encarnação: Eis que conceberás no teu seio e dará à luz um filho a quem porás o nome de Jesus (Lc 1.30-33).

Por obra e graça do Espírito Santo: O Espírito Santo descerá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra; por isso também o que nascer será chamado Santo, Filho de Deus (Lc 1.35-37).

Simeão lhe fala da espada que trespassará o coração: ... E uma espada trespassará a tua própria alma a fim de que se descubram os pensamentos de muitos corações (Lc 2.34).

Isabel ao responder à sua saudação: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é fruto do teu ventre! (Lc 1.42-45).

O Menino-Deus a responde no templo: Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai? (Lc 2.49).

Cristo em Caná: Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou (Jo 2.4).

Por Cristo na cruz: Jesus, vendo a Sua mãe e, junto d’Ela, o discípulo que amava, disse à sua mãe: “mulher, eis aí o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “eis aí a tua mãe”. E daquela hora em diante o discípulo a levou para sua casa (Jo 19.26-27).

Palavras proferidas por Maria

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Como poderá ser isto, se não conheço varão? (Lc 1.34). Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a Tua

palavra (Lc 1.38). “A minha alma engrandece o Senhor” (Lc 1.46-55). “Filho, porque fizeste isto conosco? Eis que teu pai e eu te

procurávamos angustiados” (Lc 2.48). “Não têm mais vinha...” (Jo 2.3). “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2.5).

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Nossa Senhora da Conceição

As sete dores de Maria

A historiografia de Maria colhe uma tradição fundada nos evangelhos que venera as suas sete dores, são sete momentos da sua vida em que passou por sofrimento humano notável:

Primeira dor: A profecia de Simeão. Segunda dor: A fuga para o Egito. Terceira dor: Jesus perdido no Templo. Quarta dor: Maria encontra o seu Filho com a cruz a caminho

do calvário. Quinta dor: Jesus morre na cruz. Sexta dor: Jesus descido da cruz e entregue a sua mãe. Sétima dor: O corpo de Jesus é sepultado.

Mãe de Jesus

"A Mãe de Jesus foi colocada pelo Senhor nos momentos

decisivos da história da salvação, e soube responder sempre com plena

disponibilidade, fruto de uma relação profunda com Deus amadurecida

na oração assídua e intensa. (...) Entre a Ascensão e Pentecostes, ela se

encontra 'com' e ‘na’ Igreja, em oração. Mãe de Deus e Mãe da Igreja,

Maria exerce sua maternidade até o final da história." Bento XVI.

Nossa Senhora é a Forma de Deus, na qual é formado Jesus Cristo de

forma mais fácil e rápida. São Luís Maria ensina que Nossa Senhora é

um Lugar Santo, o Santo dos Santos, onde os santos são formados e

moldados. Na consagração total a Jesus por Maria, trabalha-se de dia,

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trabalha-se num lugar santo, que é Nossa Mãe, e trabalha-se

pouco. Chegará o tempo que coisas maravilhosas acontecerão porque

o Espírito Santo encontrará a sua amada Esposa, a Santíssima Virgem

Maria, reproduzida nas almas dos seus consagrados. Maria alcança

para nós, seus consagrados por amor, a bênção do Pai celeste. Nossa

Senhora alimenta os seus consagrados com o Pão de Vida, o seu Filho

Jesus Cristo, que Ela própria formou. A Virgem Maria é a tesoureira e a

dispensadora dos bens celestes, por isso, prepara uma boa parte, a

melhor parte, para alimentar e sustentar os seus filhos e servos. A

Santíssima Virgem Maria nos dá uma fé viva e animada pela caridade,

que nos leva a fazer tudo movidos somente pelo puro amor de Deus. A

fé da Santíssima Virgem é viva. Pela fé, Maria acreditou na palavra do

Anjo. A Santíssima Virgem Maria dá aos seus consagrados uma fé ativa

e penetrante que, como uma chave misteriosa, nos dará entrada em

todos os mistérios de Jesus Cristo. Pela devoção a Santíssima Virgem,

Mãe de Deus, somos portadores de uma fé reluzente, que será a nossa

tocha luminosa nos caminhos da vida. A Santíssima Virgem Maria dá

aos seus consagrados uma fé ativa e penetrante que, como uma chave

misteriosa, nos dará entrada em todos os mistérios de Jesus Cristo. A

humildade e a caridade são frutos da consagração, que a Santíssima

Virgem Maria dá aos seus fiéis escravos e servos. Os consagrados a

Virgem Maria, Mãe de Deus, são homens e mulheres de fé, que

permanecem de pé junto à cruz de seu Filho Jesus Cristo. A Virgem

Maria abre e dilata o nosso coração para colocar nele o puro amor, do

qual ela é a tesoureira. A Virgem Maria abre e dilata o nosso coração

para que corramos pelo caminho dos mandamentos de seu Filho Jesus

Cristo, com a santa liberdade dos filhos de Deus. Jesus nos confiou

Maria, a sua Mãe, para que sejamos cuidados por ela, principalmente

nos momentos que mais precisamos.

60

Mãe divina, santa e piedosa.

Tu és Senhora dos Anjos. Tu és porta do céu.

Tu és a fonte de misericórdia, refúgio dos pecadores, nossa

intercessora.

Tu és a Mãe do Salvador.

Amém.

'Frei Anselmo'

A Virgem Maria é a âncora que nos segura e nos impede de

naufragar em meio ao mar agitado deste mundo. Felizes são os

cristãos que se agarram fiel e inteiramente a Virgem Maria, como a

uma âncora firme. Deus te escolheu, para o mal vencer, marcha na

nossa frente Pisa na serpente, reveste-nos da tua vitória Passa na

frente, Maria em ordem de batalha, passa na frente Abre o caminho da

luz, passa na frente, Maria, em ordem de batalha, passa na frente,

Maria.

Há muito mais glória, vantagem e prazer em permanecermos

escondidos no recolhimento com Jesus, numa inteira e perfeita

submissão à sua Mãe, Maria Santíssima. Os eleitos pedem, sem cessar,

o socorro da Virgem Maria em meio aos sofrimentos e confiam na sua

misericórdia e doçura para, por sua intercessão, alcançar o perdão de

seus pecados. A Virgem Maria, esta Mãe amável intercede por seus

fiéis devotos junto de seu Filho. Nossa Senhora dá um novo perfume e

uma nova graça às nossas vestes e ornamentos. A Virgem Maria mata

e mortifica o que há de impuro e imperfeito em nós. A Virgem Maria

ama os seus fiéis consagrados, por isso os favorece com bons

conselhos. São Luís Maria nos fala do amor da Virgem Maria pelos seus

61

consagrados, que se expressa em atos concretos. Felizes os devotos

que, não se deixando seduzir por uma falsa devoção, seguem

fielmente os caminhos da Virgem Maria. Felizes os que recorrem a

Virgem Maria como à arca de Noé! As águas do dilúvio do pecado, que

afogam a tantos, não os prejudicarão.

São Luís Maria nos ensina que Nossa Senhora sustenta, conduz e

protege os seus consagrados no corpo e na alma.

Nossa Senhora

São Luís Maria Grignion de Montfort assegura, no “Tratado da

Verdadeira Devoção à Santíssima”, que Nossa Senhora sustenta,

conduz e protege os seus consagrados no corpo e na alma. Nossa

Senhora provê tudo que os nossos corpos e as nossas almas precisam.

A Virgem Maria alimenta-os com os manjares escolhidos da mesa de

62

Deus. “Dá-lhes a comer o Pão de Vida que Ela própria formou” (TVD

208), o seu Filho Jesus Cristo. Ela é a tesoureira e a dispensadora dos

bens celestes, por isso, “prepara uma boa parte, e a melhor parte, para

alimentar e sustentar os seus filhos e servos” (TVD 208). Maria sacia-

nos com o pão vivo, inebria-os com o vinho que gera as virgens (cf. Zc

9, 17), que são o Corpo e o Sangue do Senhor. Ela nos dá tanta

facilidade em levar o jugo de Jesus Cristo que quase não sentimos o

peso.

A Virgem Maria conduz os seus fiéis servos e os dirige segundo

a vontade de seu Filho Jesus Cristo. Rebeca conduzia seu filho Jacó e

dava-lhe bons conselhos, para atrair sobre ele a benção de seu pai e

para livrá-lo do ódio e da perseguição de Esaú, seu irmão (cf. Gn 27,

1ss). Da mesma forma, “Maria, que é a estrela do mar, conduz todos

os seus servos fiéis a bom porto; mostra-lhes os caminhos da vida

eterna e faz-lhes evitar os passos perigosos; leva- os pela mão nas

veredas da justiça e sustenta-os, quando estão prestes a cair; se caem,

levanta-os; Mãe caridosa que é, repreende-os quando erram, e chega

mesmo, por vezes, a castigá-los amorosamente” (TVD 209). Com todos

esses cuidados, um filho obediente a Maria não se perderá nos

caminhos da eternidade. Um verdadeiro filho de Maria jamais é

enganado pelo espírito maligno (cf. TVD 167). “Onde é Maria que guia,

não há lugar nem para o demônio com as suas ilusões, nem para os

heréticos com as suas sutilezas” (TVD 209).

Nossa Senhora defende e protege os seus consagrados, fiéis

escravos de amor, contra os seus inimigos. “Rebeca, por meio dos seus

63

cuidados e diligências, livrou Jacó de todos os perigos em que se

encontrava” (TVD 210). Ela livrou Jacó da morte pelas de seu irmão

Esaú (cf. Gn 27, 41-45), como fez Caim a seu irmão Abel, por causa do

ódio e da inveja que lhe tinha (cf. Gn 4, 8). Como Rebeca, Maria

protege os seus servos sob as asas, como a galinha aos seus pintinhos

(cf. MT 23, 37). Ela cerca-os para livrá-los do falcão e do abutre. A

Virgem Santíssima acompanha os seus consagrados como “um exército

posto em linha de batalha” (Ct 6, 3). Como um homem rodeado por

um exército bem disciplinado de cem mil homens não teme os seus

inimigos, “um fiel servo de Maria, cercado pela sua proteção e pelo seu

poder imperial, tem ainda menos a temer!” (TVD 210). São Luís Maria

nos garante que “esta boa Mãe e Poderosa Princesa dos Céus enviaria

batalhões de milhões de anjos em socorro de um dos seus servos,

antes que se pudesse dizer que um fiel servo de Maria, que n’Ela

confiara, tenha sucumbido ante a malícia, o número e a força dos seus

inimigos” (TVD 210).

Maria, esta Mãe amável intercede por seus fiéis devotos junto

de seu Filho, acalmando a Sua ira com suas orações. Nossa Senhora

nos une a Jesus, numa ligação muito íntima, e nos conserva nessa

união. Rebeca aproximou Jacó de seu pai, que o tocou, abraçou-o e até

beijou-o com alegria. Isaac, tendo aspirado com grande prazer os

preciosos aromas das roupas dele, exclamou: “Eis que o perfume de

meu filho é semelhante ao aroma dum campo fecundo, que o Senhor

abençoou” (Gn 27, 27). “Esse campo fecundo, cujo perfume regozijou

o coração do pai, não é outro senão o das virtudes e méritos de Maria.

Ela é um campo cheio de graça, onde Deus Pai semeou qual grão de

64

trigo dos eleitos, o seu Filho Único. Oh! Como um filho perfumado pelo

bom odor de Maria é bem acolhido por Jesus Cristo, Pai do século

futuro! Como se une rápida e perfeitamente a Ele!” (TVD 211).

Assim, a Virgem Maria cumula os seus filhos e fiéis servos de

favores. “Depois de ter obtido a benção do Pai celeste, e a união com

Jesus Cristo, conserva-os em Jesus Cristo e Jesus Cristo neles” (TVD

211). Nossa Senhora nos guarda e vela sempre por nós, para não

perdermos a graça de Deus, e para que não caiamos nas ciladas do

inimigo. Ela detém os santos na sua plenitude e os faz perseverar até o

fim (cf. TVD 173-182). Conhecendo há um pouco mais, com confiança,

renovemos sem cessar a nossa consagração a essa boa Mãe, que é a

Virgem Maria. Se você ainda não fez sua consagração, procure

conhecê-la e consagre-se a ela, para colocar-se sob a sua proteção.

A devoção ensinada por São Luís Maria é a consagração total, do

corpo e da alma, a Jesus Cristo pelas mãos da Virgem Maria.

Nossa Senhora de Fátima e os Pastorinhos

65

Segundo São Luís Maria Grignion de Montfort, no “Tratado da

Verdadeira Devoção a Santíssima”, quando consagramos a Maria o

nosso corpo e a nossa alma, e tudo o que deles depende, ela faz aquilo

que fez Rebeca aos dois cabritos que Jacó lhe trouxe (cf. Gn 27, 14):

Nossa Senhora sacrifica o corpo e a alma, fazendo-os morrer para a

vida do velho Adão; ela tira deles a sua pele natural, que são as

tendências da natureza, o amor próprio, a vontade própria e todo o

apego às criaturas; ela purifica-os de suas manchas, impurezas e

pecados; ela prepara-os ao gosto de Deus e para a Sua maior glória.

“Como só Ela conhece perfeitamente o gosto divino e a maior glória do

Altíssimo, também só Ela pode aprontar e preparar, sem se enganar, o

nosso corpo e a nossa alma segundo esse gosto infinitamente elevado

e essa glória infinitamente escondida e eterna” (TVD 205).

Nossa Senhora, esta boa Mãe, tendo recebido a oferta perfeita

que lhe fizemos, de nós mesmos e dos nossos méritos e satisfações,

por meio da consagração total a Jesus por Maria, e tendo-nos

despojado das nossas vestes velhas, prepara-nos e torna-nos dignos de

comparecer diante de Deus Pai. Ela nos reveste com as roupas

apropriadas, novas, preciosas e perfumadas de Esaú, o primogênito,

isto é, de seu Filho Jesus Cristo. Ela guarda estas vestes em sua casa, as

tem em seu poder, sendo a tesoureira e dispensadora universal dos

méritos e das virtudes de Jesus Cristo, seu Filho. Por isso, “Maria pode

dá-los e comunicá-los a quem quer, quando quer, como quer e na

medida em que quer” (TVD 206; cf. TVD 25 e 141).

66

A Virgem Maria envolve as mãos e o pescoço de seus servos

com a pele dos cabritos mortos e esfolados (cf. Gn 27, 16), isto é,

adorna-nos com os méritos e o valor das nossas ações. Ela mata e

mortifica o que há de impuro e imperfeito em nós, mas não perde nem

desfaz todo o bem que a graça operou em nós. Ao contrário, ela

guarda e aumenta este bem, para fazer dele o ornamento e a força de

nosso pescoço e de nossas mãos, ou seja, para nos dar a força para

levar o jugo do Senhor, que está sobre o pescoço, e para operarmos

grandes coisas para glória de Deus e a salvação de nossos irmãos.

Maria Santíssima dá um novo perfume e uma nova graça a

essas vestes e ornamentos, comunicando-nos as suas próprias vestes,

que são os seus méritos e virtudes, que Ela nos deixou como

testamento ao morrer (cf. TVD 206). Deste modo, todos os seus fiéis

servos e escravos estão duplamente vestidos com vestes de seu Filho

(cf. Pr 31, 21). Por isso, não precisamos temer o frio de Jesus Cristo,

que os réprobos, inteiramente nus e desprovidos dos merecimentos de

Jesus Cristo e da Santíssima Virgem, não poderão suportar (cf. TVD

206).

Nossa Mãe alcança para nós, seus consagrados por amor, a

bênção do Pai celeste, que não deveríamos receber, por não sermos os

primogênitos, como Esaú (cf. Gn 27, 1ss), mas apenas filhos adotivos.

Com estas vestes novas, muito preciosas e perfumadas, com o corpo e

a alma bem preparados, aproximamo-nos com confiança do leito de

repouso do Pai celeste. Ele nos entende e nos distingue pela voz de

pecadores, apalpa-nos as mãos, recobertas de peles, sente o aroma

67

das vestes, come com prazer o que Maria, a nossa Mãe, preparou. O

Pai, reconhecendo em nós os méritos e o bom odor de seu Filho Jesus

Cristo e de sua Santa Mãe, nos dá uma dupla bênção (cf. Gn 27, 28).

Deus Pai nos dá a bênção do orvalho do Céu (cf. Gn 27, 28), que

é a graça divina, semente da glória. Deus também nos dá a bênção da

fecundidade da terra, isto é, nos dá o pão quotidiano e a abundância

dos bens deste mundo. Deus não se contenta em abençoar a nós e os

nossos bens, mas estende a sua bênção os quantos nos abençoarem, e

a sua maldição a todos os que nos amaldiçoarem e perseguirem (cf. Gn

27, 29). Além disso, Ele nos constitui senhores dos nossos irmãos,

os réprobos, embora esta primazia nem sempre se manifeste neste

mundo, que passa num momento (cf. 1 Cor 7, 31). Neste mundo, são

muitas vezes os réprobos que dominam (cf. Sl 93, 3-4; 36, 35). Porém,

essa primazia não deixa de ser verdadeira e aparecerá manifestamente

no outro mundo, na eternidade. No Reino dos Céus, os justos

“dominarão e imperarão sobre as nações” (Sb 3, 8).

Nossa Senhora dos Prazeres

68

A consagração a Maria e a maior glória de Jesus

Pela fidelidade à consagração a Virgem Maria damos mais glória a

Jesus Cristo.

Nossa Senhora

São Luís Maria Grignion de Montfort, no “Tratado da Verdadeira

Devoção à Santíssima Virgem” afirma que pela nossa fidelidade à

consagração a Virgem Maria daremos “mais glória a Jesus Cristo em

um só mês, do que por qualquer outra, embora mais difícil, em muitos

anos” (TVD 222). Para explicar esta afirmação, o Santo apresenta

quatro razões pelas quais damos mais glória a Deus pela consagração a

Nossa Senhora do que por qualquer outra devoção.

A primeira razão da grandeza desta consagração é que, fazendo

as nossas ações pela Virgem Maria, renunciamos às nossas próprias

intenções e ações, embora boas e conhecidas, para nos perder nas

intenções e ações da Santíssima Virgem, embora estas nos sejam

desconhecidas. Dessa forma, participamos da perfeição das intenções

de Maria. A pureza das intenções da Mãe do Senhor foi tanta que Ela

glorificou mais Deus pela mínima das suas obras, como “dar alguns

pontos de costura com agulha, do que São Lourenço pelo cruel

69

martírio que sofreu na grelha, e mesmo do que todos os santos pelas

suas mais heróicas ações” (TVD 222). A Virgem Maria “deu mais glória

a Deus do que todos os anjos e santos lhe deram ou jamais darão”

(TVD 222).

A segunda razão, que prova a excelência desta devoção, é que

esta prática faz com que a nossa alma considere tudo aquilo que

pensamos ou fazemos por nós mesmos como sendo um nada (cf. TVD

223). Apoiamo-nos e nos agradamos somente com as disposições, com

as ordens de Maria para nos aproximar de Jesus e até para falar com

Ele. Desse modo, mostramos muito mais humildade do que as almas

que agem por si mesmas e se apóiam e se satisfazem, sem perceber,

nas suas próprias vontades. Agindo com tal humildade, damos “muito

mais glória a Deus, que só é glorificado perfeitamente pelos humildes e

pequenos de coração” (TVD 223).

A terceira razão pela qual damos mais glória a Deus pela consagração é

“porque a Santíssima Virgem digna-se receber, por grande caridade, a

oferta das nossas ações em suas mãos virginais” (TVD 224), dando a

estas belezas e brilho admiráveis. Ela mesma oferece as nossas ações

ao seu Filho Jesus Cristo, por isso, não há dúvida de que Nosso Senhor

é mais glorificado do que se as oferecêssemos por nós mesmos “com

as nossas mãos criminosas” (TVD 224).

A quarta razão pela qual glorificamos mais o Senhor por esta

devoção é que nunca pensamos em Maria sem que ela, em nosso

lugar, pense em Deus e nunca louvamos Maria sem que ela conosco

louve e honre o Senhor. “Maria só a Deus se refere, e bem lhe

poderíamos chamar de a relação de Deus, que só existe em referência

70

a Ele, ou o eco de Deus, porque Ela só diz e repete: ‘Deus’” (TVD 225).

Quando dizemos Maria, ela diz Deus. Santa Isabel louvou a Virgem

Maria e proclamou-a bem-aventurada porque tinha acreditado (cf. Lc

1, 42). Logo depois, Maria, o eco fiel de Deus, cantou no Magnificat: ‘A

minha alma glorifica o Senhor’ (Lc 1, 46). Nossa Senhora deu glória a

Deus e continua glorificando-O todos os dias. De modo semelhante ao

louvor de Isabel, que bendisse a Mãe e o Filho (cf. Lc 1, 42), por esta

consagração, quando louvamos, amamos e honramos a Virgem Maria,

ou lhe ofertamos alguma coisa, é a Deus que louvamos, amamos e

honramos, é a Deus que ofertamos por Maria e em Maria (cf. TVD

225).

Assim, a consagração a Santíssima Virgem Maria, segundo o

método de São Luis Maria, é o modo mais sublime de louvar, honrar,

dar glória a Deus. Pois, não fazemos isto por nós mesmos, com nossas

fraquezas e limitações, mas oferecemos a Deus um sacrifício de louvor

pelas mãos da Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo. Isto é causa de

alegria indizível para nós, seus consagrados. Pois, quando louvamos,

honramos e amamos Nossa Senhora, o Espírito Santo se alegra em nós

porque a Mãe de Jesus Cristo está sendo honrada, louvada e amada

por nós.

O evangelho secreto da virgem Maria

Vejam algumas curiosidades extraídas desse livro:

71

Maria desejava ardentemente que o Messias fosse um

mensageiro da paz e do amor de Deus. Dois sentimentos que

seus pais inculcaram na sua formação.

Maria chama José de Primo.

Ana tinha tanta fé em Deus.

Eu pronunciei em seguida e lhe disse que se ele queria enviar

um Messias diferente daquele que todos esperavam para mim

era igual. Eu não queria que sua vontade se adaptasse a meus

desejos e sim o contrário.

A oração de Maria era silenciosa.

Proclamação de Maria

Minha alma engrandece o Senhor

E rejubila meu espírito em Deus, meu Salvador,

Porque olhou para a humildade de sua serva.

Eis que desde agora me chamarão feliz todas s gerações,

Porque grandes coisas fizeram em mim o Poderoso

Cujo nome é santo.

Sua misericórdia passa de geração em geração,

Para os que o temem.

Mostrou o poder de seu braço e

Dispensou os que se orgulham de seus planos.

72

Derrubou os poderosos de seus tronos

E exaltou os humildes.

Encheram de bens os famintos,

E aos ricos despediu de mãos vazias,

Acolheu Israel, seu servo,

Lembrando-se de sua misericórdia,

Segundo o que prometera a nossos pais,

Em favor de Abraão e de sua descendência,

Para sempre. (Lc 1.46-55).

Festividades

Festividade para Maria, Mãe da Igreja

Os cristãos veneram Maria, a mãe do seu Senhor: Em cada

Igreja encontramos a sua imagem. Muitas mulheres têm o seu nome.

Recordamos e celebramos Maria principalmente em quatro grandes

solenidades:

1 de janeiro:

No primeiro dia de cada ano, celebramos a solenidade de

“Santa Maria Mãe de Deus”. Festejamos a “Mãe santíssima que pôs no

mundo o Rei que governa o céu e a terra pelos séculos sem fim”

(Antífona de entrada) e a “Mãe da Igreja” (Oração final).

73

25 de março:

Na solenidade da “Anunciação do Senhor” (nove meses antes

do natal). A igreja celebra o Senhor e Sua Mãe, ela que, no momento

da sua eleição diz: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se segundo a tua

palavra!” (Lc 1.38).

15 de agosto;

O dia em que Maria foi elevada ao céu. Festejamos este dia

sem sabermos quando é que Maria morreu nem em que

circunstâncias. Mas acreditamos que ela foi “elevada em corpo e alma

à glória do céu”. Ela tem a vida que nos está destinada.

8 de dezembro:

Data em que celebramos a “solenidade da Imaculada Conceição

da Virgem Maria”. A palavra parece complicada, mas, contudo, são

simples de entender: Deus escolheu Maria e a encheu de dons do

Espírito Santo. O “poder do altíssimo” a cobriu com a sua sombra. São

palavras e imagens que expressam o mistério de uma eleição, a qual

preservou a Virgem do pecado original, do pecado comum com o qual

todos nasceram. Está é a nossa fé.

Maria no catecismo da Igreja

Maria é nossa Mãe Espiritual

Fé de Maria fundada na fé em Cristo.

74

¶ 487 O que a fé católica crê acerca de Maria funda-se no que

ela crê acerca de Cristo, mas o que a fé ensina sobre Maria ilumina, por

sua vez, sua fé em Cristo.

Na eucaristia, a Igreja, com Maria, esta como que ao pé da cruz,

unida à oferta e à intercessão de Cristo.

Mãe de Cristo pelo Espírito Santo

¶ 437 O anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus

como o do Messias prometido a Israel: “hoje, na cidade de Davi,

nasceu-vos um Salvador que é o Cristo Senhor” (Lc 2.11). Desde o

início Ele é “aquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo” (Jo 1036),

concebido como “Santo” no seio virginal de Maria. José foi chamado

por Deus “a receber Maria, sua mulher”, “grávida “daquele que foi

gerado nela pelo Espírito Santo” (Mt 1.21).

Apresentação de Nossa Senhora

A festividade da apresentação da Virgem Maria é celebrada no

dia 21 de novembro, quando se comemora um dos momentos da vida

da Mãe de Deus, em que Ela é levada ao Templo por seus pais Joaquim

e Ana. A Sagrada Escritura não relata este acontecimento, chegado até

nós através dos evangelhos apócrifos.

Na Igreja Oriental, a festa da Apresentação é comemorada

desde o século VII, no dia 21 de novembro, aniversário da Dedicação

da Igreja de Santa Maria Nova, em Jerusalém. Contudo, na Igreja

75

Ocidental, ela foi criada pelo papa Gregório XI, a pedido do

embaixador de Chipre junto à Santa Sé. Em 1732, Avignon – residência

oficial dos papas – já celebrava oficialmente a festa da Apresentação

de Maria. Desde então, este episódio da vida da Virgem Santíssima

começou a despertar o interesse dos cristãos e dos artistas plásticos,

surgindo dessa forma belíssimas pinturas sobre o tema da

apresentação.

A primeira paróquia dedicada a esta invocação mariana no

Brasil ocorreu em 1599, na cidade do Natal, Rio Grande do Norte.

Segundo Frei Agostinho de Santa Maria: Ali, na capela-mor, foi

colocada uma grande e formosa pintura representando a sagrada

Menina sendo levada ao Templo de Jerusalém por seus pais Joaquim e

Ana. No Rio de Janeiro, no bairro do Irajá, em 1644, foi erigida uma

capela sob a proteção de Nossa Senhora da Apresentação pelo Padre

Gaspar da Costa, que se tornou seu primeiro pároco. A Igreja veio a se

tornar matriz do bairro por alvará de D. João IV, em 10 de fevereiro de

1647. Trata-se da segunda paróquia brasileira dedicada a Nossa

Senhora da Apresentação. Ainda no século XVII, uma terceira paróquia

é erigida em sua homenagem, na cidade de Porto Calvo, no estado de

Alagoas.

Os mariologistas afirmam que o culto a Maria Santíssima

remonta ás origens da Igreja. Ao longo dos anos, explicitam-se pouco a

pouco as virtudes da Mãe Celestial, presentes no Novo Testamento.

Nas comunidades primitivas, inseria-se esse culto no contexto das

festas que celebravam os mistérios de Jesus Cristo, pois foi justamente

d’Ele que Maria hauriu toda sua grandeza. Nos primeiros séculos do

cristianismo, há uma preocupação de papas, bispos, padres e cristãos,

de não separar a pessoa e a missão de Maria daquela do seu Filho.

76

O culto à Virgem Mãe de Deus tem suas raízes no Evangelho. É

tão antigo quanto o cristianismo. Sabemos que, após a ascensão de

Jesus ao céu, os apóstolos e a primeira comunidade cristã reuniram-se

em torno de Maria (cf. At 1.12-14). Com o anúncio do Evangelho, ele

se difundiu pelo mundo inteiro, porque também Nossa Senhora faz

parte dele. Maria, na Igreja, ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e

o mais perto de nós (Lumen Gentium, 54). O amor pela Igreja –

declarou Paulo VI (1963-1978) – traduzir-se-á em amor por Maria, e

vice-versa, pois uma não pode subsistir sem a outra (Marialis Cultus,

28). E o Pontífice cita o bispo Cromácio de Aquiléia (347-407): Não se

pode falar de Igreja senão quando estiver aí Maria, Mãe do Senhor,

com os irmãos dele (Ibidem, 28).

A Igreja dos primeiros séculos sempre apresentou aos cristãos a

pessoa e a missão de Maria. A Tradição e as descobertas realizadas por

estudiosos de arqueologia atestam que a liturgia cristã comemorou a

Virgem Maria desde os tempos apostólicos. O fato é testemunhado

pelas toscas representações artísticas de Nossa Senhora, encontradas

nas catacumbas cristãs ou em monumentos que remontam aos

primórdios do cristianismo.

Não podemos esquecer que uma mulher viveu entre nós e hoje

está no céu. Sendo Mãe de Deus em Cristo (aliás, a Maternidade Divina

foi o primeiro dogma mariano) contempla o Pai eternamente com o

seu olhar puro e maternal. Devemos também nos lembrar que esta

Mulher é nossa irmã – ser humano, igual a nós, filhos de Deus e

pecadores – mas também Ela é nossa Mãe, por livre vontade de seu

Filho e sua. E sendo Mãe, Ela colocar-nos-á em contato permanente

com nosso Pai e o seu Filho dileto. Não podemos viver sem Mãe

espiritual. Eis a razão maior porque Deus quis, pelo seu Filho amado,

77

nos legar um coração materno, cheio de ternura e misericórdia,

tradução terrena do divino. Não é sem razão que, inspiradamente,

alguém a chamou de Rosto Materno de Deus!

Maria também é filha da terra. E como nós, peregrinos, Ela

aspirou e esperou pela Pátria definitiva e prometida, onde o Reino de

seu Filho é uma realidade, onde sua ternura continua a se oferecer a

cada um de nós. Maria pode mataras nossas saudades de Deus, pois

Ela também esperou por Aquele que seria capaz de trazer a vida e a

paz. Ela teve a sede da salvação e, privilegiada, teve o Salvador em

suas mãos. E como acontecera com Isabel, temos certeza de que Ela

nos deu Aquele que é nossa alegria e razão de ser de nossa vida. Que

Ela nos abençoe sempre, nos acalente nos momentos de desânimo e

tenha um afetuoso sorriso de Mãe para cada um de nós, seus filhos.

Que Ela volte sempre seu olhar de ternura para nós. Assim seja!

“Fazei tudo o que ele vos disser!”

O Evangelista São João não faz nenhuma referência ao

nascimento de Jesus, à sua infância ou à vida escondida em Nazaré. O

início de seu evangelho dá um salto da eternidade (“No princípio era a

Palavra... e a Palavra era Deus” – Jo 1.1) a terra (“E a Palavra se fez

carne e veio morar entre nós” – Jo 1.14).

Também não menos repentinamente ele introduz a Mãe junto

a seu Filho, demonstrando ser evidente que a Palavra é o Filho de

Deus, quanto à natureza divina, e Filho de Maria, quanto à natureza

78

humana: “No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galiléia, e

a Mãe de Jesus estava lá; também Jesus e seus discípulos foram

convidados para o casamento. Faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe

disse: “Eles não têm vinho! Jesus lhe respondeu: “Que é isso para ti e

para mim, mulher? Há minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse

aos que estavam servindo: “Fazei tudo o que ele vos disser!” (Jo 2.1-5).

Percebe-se a razão do destaque dado à presença de Maria

quando vem a faltar o vinho. Ela descobre isso e intervém, quer para

que não diminua a alegria de todos, quer para socorrer os esposos em

dificuldade. Maria sabia que Jesus não tinha vinho à disposição;

também não procurou outra solução para o problema – por exemplo:

uma advertência aos donos da festa para comprarem mais vinho.

Esperava um milagre de seu Filho? Mas até aquele momento Jesus não

tinha feito milagre algum, nem em Nazaré, nem em outra cidade... O

que quer que esteja em seu coração naquele momento, ao dizer a

Jesus: “Eles não têm vinho!”, manifestou as dimensões de sua fé.

Confiou no poder de Jesus mesmo que até então esse poder não

tivesse se manifestado.

A ordem de Jesus aos que estavam servindo (“Enchei as talhas

de água”), o milagre que fez (“O vinho bom”) e a antecipação de sua

hora dá a verdadeira resposta: Jesus esperava que Maria, ela que, com

seu corpo e sua maternidade, já havia colaborado para a realização do

plano de salvação, colaborasse também, com sua fé e esperança, para

a obra que ele estava começando.

Assumindo sua maternidade universal em relação aos homens

e mulheres de todos os tempos, ela nos convida a uma fé sem

79

hesitação, especialmente quando não compreendermos o sentido e a

utilidade daquilo que Cristo nos pedir.

Diante disso, rezemos: Mãe de Jesus e Minha Mãe! Em Caná

demonstraste tua preocupação pelas necessidades dos outros.

Animado pelo Teu exemplo, quero ser a voz dos que enfrentam

alguma dificuldade e coloco-os sob o teu amparo. Consagro-te minha

família: que nela sempre se conserve como precioso tesouro a fé em

Jesus Cristo, o carinho para contigo e a fidelidade à Igreja. Consagra-te

todas as famílias: que nelas nunca faltem os jovens: que descubram

Cristo como amigo. Consagro-te as crianças, que merecem um mundo

mais humano. Consagro-te, enfim, os doentes, tão amados por Jesus.

Amém.

80

Maria, Virgem durante o Parto!

Maria foi Virgem – durante o parto?

A Igreja também crê que Maria permaneceu virgem durante o

parto. Com efeito, Deus marca assim o início de uma nova criação.

Como a primeira criação surge de sua Palavra, também esta nova

criação do povo da nova aliança. Assim é dito que os filhos de Deus já

não estão ligados a Abraão por laços de sangue, mas pela fé: “Mas aos

que O receberam (receberam Jesus), aos que crê em Seu nome, ele

deu o poder de se tornarem filhos de Deus. Eles não nasceram do

sangue, nem de um querer humano, mas de Deus (Jo 1.12-13).

Revela-se o poder criador de Deus dando um novo início à

nossa história no modo virginal como Jesus foi concebido no seio de

Maria Santíssima e no modo como nasceu dela, num parto que

manteve a virgindade da Mãe.

Assim também se revela o carinho de Deus e o profundo

respeito do Senhor por nossa humanidade. Ele não força nossa porta

como um assaltante, mas, humildemente está à nossa porta e bate. Só

entrará se lhe dermos licença! (Ap. 3.20).

O que significa a virgindade de Maria Santíssima durante o

parto?

O nascimento virginal é sinal da Conceição (ou concepção)

virginal e ambos são sinal da presença imediata de Deus unindo-se

numa Aliança Nova e Eterna com a nossa humanidade, sem ofendê-la

nem feri-la nem mesmo no momento do parto. Acreditando no parto

virginal de Jesus, a Igreja confessa a ação forte e suave de Deus, que

81

não fere nem diminui nada de nossa humanidade, mas é sempre a

ação da sua sabedoria, “mais móvel que qualquer movimento. Graças

à sua pureza, a tudo atravessa e tudo permeia” (Sb 7.24). As

intervenções do Pai Santo em nossas vidas nada destroem. Não nos

causam nenhum dano ou prejuízo, mas geram vida verdadeira.

A perfeita discípula de Cristo

O discípulo ideal é aquele que “tendo ouvido a palavra com

coração nobre e generoso, conserva-a e produz fruto pela

perseverança” (Lc 8.15). É aquele “que ouve a palavra de Deus e a põe

em prática” (Lc 8.15 e 11.28).

Assim sendo, Maria reúne todas as qualidades do discípulo

ideal, pois, como o semeador guarda a semente em terra boa, Maria

“Conservava cuidadosamente todos os acontecimentos e os meditava

em seu coração” (Lc 2.51). Ela é a “serva do Senhor” (Lc 1.38), a “feliz

porque acreditou” (Lc 1.45), a “bem-aventurada em todas as gerações”

(Lc 1.48).

Nossa Senhora do Parto

82

A Peregrina da fé

Seu seguimento a Jesus comporta rupturas, crises e buscas.

Porque participa da finitude humana, Maria não tem pleno

conhecimento da situação (cf. Lc 2.41-51), assim como os discípulos

também não tinham (cf. Lc 18.34). Ela medita e aprofunda o sentido

dos conhecimentos. Amplia sua perspectiva. Atenta ao pedido de seu

filho inverte as prioridades: passa de mãe biológica a membro efetivo

da nova família de seus seguidores. “Ela, mais do que ninguém,

experimenta a “espada” de dois gumes” (cf. Lc 2.35), que significa a

palavra de Cristo (cf. Hb 4.12ss; Ef 6.17), e também os efeitos que essa

palavra implica: ruptura, renúncias, dores etc. Maria é seguidora de

Cristo anunciando a libertação aos pobres (cf. Lc 1.52; 4.18 e 6.20),

estando repleta do Espírito Santo (cf. Lc 1.35) e de muitas outras

maneiras.

Ditoso o seio que te trouxe e os peitos que te amamentaram

(Lc 11.27) e o verdadeiro amor a Maria também nos deve levar a

“ouvir a palavra de Deus e pô-la em prática” (Lc 11.28).

É grande o papel de Maria na Igreja e cultivar a sua memória é

importante porque ela realmente nos aproxima do verbo. Como não

admirar alguém que, de tão unida que estava a Deus, engravidou

deste?

A Maria Imaculada

83

O diabo sente grande ódio por Maria. Ele nunca poderá aceitar

o fato de que uma criatura foi vitoriosa sobre ele. Ele está com medo

dela, pois Maria, justamente com seu Filho, pisa em sua cabeça:

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e

a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).

Também é recomendável carregarmos conosco uma Medalha

Milagrosa da Virgem Maria.

Maria, Ícone da Igreja “eucarística”

“Se quisermos descobrir em toda a sua riqueza a relação íntima

que liga a Igreja e a Eucaristia, não se pode esquecer Maria, Mãe e

modelo da Igreja”. Assim começa o capítulo VI da Carta Encíclica

Ecclesia de Eucharistia, com que João Paulo II evoca a profunda relação

que Maria mantém com a eucaristia e com a Igreja que vive do

sacramento do altar. O encontro com o “Deus em nós e para nós”

inclui a Virgem Maria.

O ano da Eucaristia constitui para nós uma ocasião propicia

também para aprofundar esse aspecto do mistério. Para viver

profundamente o sentido da celebração eucarística e conseguir que

ela deixe um sinal na nossa vida, não há nada melhor que deixar-se

educar por Maria, “mulher eucarística”.

Torna-se importante, a esse respeito, recordar o que o Papa, no

n.15 da Rosarium Virginis Mariae, disse sobre o “conformar-se a Cristo

84

com Maria”: esta “insere-nos de modo natural na vida de Cristo e leva-

nos a “respirar” os seus sentimentos”. Por outro lado – escreve ainda o

Papa na Ecclesia de Eucharistia -, na celebração eucarística, de certo

modo recebemos sempre, com o memorial da morte de Cristo,

também o dom de Maria, que nos foi dado pelo crucificado na pessoa

de João (Eis a tua Mãe; Jo 19.27): “Viver na eucaristia o memorial da

morte de Cristo implica também receber continuamente esse dom.

Significa receber – como João – aquela que todas às vezes nos é dada

como Mãe. Significa assumir, ao mesmo tempo, o empenho de

conformar-se com Cristo, pondo-nos na escola da Mãe e deixando nos

acompanhar por ela. Maria está presente, com a Igreja e como Mãe da

Igreja, em cada uma das nossas Celebrações Eucarísticas” (Ecclesia de

Eucharistia, 57).

O “eis-me aqui” da Virgem Santa deverá, mais uma vez, dar o

tom ao “eis-me aqui” da Igreja inteira, que continuamente, com o

corpo e o sangue de Cristo, recebe também o dom da maternidade de

Maria: “eis a tua mãe!” (cf. Ecclesia de Eucharistia, 57).

Nossa Senhora do Amparo

85

A Eucaristia e a Virgem Maria

Da relação entre a Eucaristia e os demais sacramentos

juntamente com o significado escatológica dos santos mistérios,

irrompe o perfil da vida cristã, chamada a ser em cada instante culto

espiritual, oferta de si mesma agradável a Deus. E, se é verdade que

nos encontramos todos ainda a caminho rumo à plena consumação da

nossa esperança, isso não impede de podermos já agora reconhecer,

com gratidão, que tudo aquilo que Deus nos deu se realizou

perfeitamente na Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa: a sua assunção

ao céu em corpo e alma é, para nós, sinal de segura esperança,

enquanto nos aponta a nós, peregrinos no tempo, aquela meta

escatológica que o sacramento da eucaristia desde já nos faz saborear.

Em Maria Santíssima, vemos perfeitamente realizada também a

modalidade sacramental com que Deus alcança e envolve na sua

iniciativa salvífica a criatura humana. Desde a anunciação até

pentecostes, Maria de Nazaré aparece como uma pessoa cuja

liberdade está completamente disponível à vontade de Deus; a sua

Imaculada Conceição revela-se propriamente na docilidade

incondicional à palavra divina. A fé obediente é a forma que a sua vida

assume em cada instante perante a ação de Deus: Virgem à escuta, ela

vive em plena sintonia com a vontade divina; conservam no seu

coração as palavras que lhe chegam da parte de Deus e, dispondo-as á

maneira de um mosaico, aprende a compreendê-las mais a fundo (cf.

Lc 2.19-51); Maria é a grande crente que, cheia de confiança, se coloca

nas mãos de Deus, abandonando-se à sua vontade.

Assim avançou a Virgem pelo caminho da fé, mantendo

fielmente a união com seu Filho até a cruz. Junto desta esteve, não

86

sem desígnio de Deus (cf. Jo 19.25), padecendo acerbamente com o

seu Filho único, e associando-se com coração de mãe ao seu sacrifício,

consentindo com amor na imolação da vítima que dela nascera;

finalmente, Jesus Cristo, agonizante na cruz, deu-a por mãe ao

discípulo, com estas palavras: mulher, eis aí o teu filho (cf. Jo 19,26-

27). Desde a anunciação até a cruz, Maria é aquela que acolhe a

Palavra que nela se fez carne e foi até emudecer no silêncio da morte.

É ela, enfim, que recebe nos seus braços o corpo imolado, já exânime,

daquele que verdadeiramente amou os seus “até o fim” (Jo 13.1).

Por isso, sempre que na liturgia eucarística nos abeiramos do

corpo e do sangue de Cristo, dirigimo-nos também a ela que, por toda

a Igreja, acolheu o sacrifício de Cristo, aderindo plenamente ao

mesmo, justamente afirmaram os padres sinodais que “Maria inaugura

a participação da Igreja no sacrifício do Redentor”. Ela é a Imaculada

que acolhe incondicionalmente o dom de Deus, e dessa forma fica

associada à obra da salvação. Maria de Nazaré, ícone da Igreja

nascente, é o modelo para cada um de nós saber como é chamado a

acolher a doação que Jesus fez de si mesmo na Eucaristia.

Que Maria Santíssima, Virgem Imaculada, Arca da Nova e

Eterna Aliança, nos acompanhe neste caminho ao encontro do Senhor

que vem! Nela encontramos realizada, na forma mais perfeita, a

essência da Igreja. Esta vê em Maria, “Mulher Eucarística” – como a

designou o servo de Deus João Paulo II, - O seu ícone melhor

conseguido e contempla-a como modelo insubstituível de vida

eucarística. Por isso, na presença do “verum corpus natum de Maria

Virgine – verdadeiro corpo nascido da virgem Maria” sobre o altar, o

sacerdote, em nome da assembléia litúrgica, proclama com as palavras

do cânone: “Veneramos a memória da gloriosa sempre virgem Maria,

87

Mãe do nosso Deus e Senhor, Jesus Cristo”. O seu nome santo é

invocado e venerado também nos cânones das tradições orientais

cristãs. Por sua vez, os fiéis “recomendam a Maria, Mãe da Igreja, a sua

existência e trabalho. Esforçando-se por ter os mesmos sentimentos

que Maria, ajuda toda a comunidade a viver em oferta viva, agradável

ao Pai”. Ela é Tota Pulchra, a toda formosa, porque nela resplandece o

fulgor da glória de Deus.

Por intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, o Espírito

Santo acenda em nós o mesmo ardor que experimentaram os

discípulos de Emaús (cf. Lc 24.13-35) e renove na nossa vida o enlevo

eucarístico pelo esplendor e a beleza que refulgem no rito litúrgico,

sinal eficaz da própria beleza infinita do mistério santo de Deus.

Nossa Senhora de Lourdes

88

Na escola de Maria, mulher “eucarística”

Se quisermos redescobrir em toda a sua riqueza a relação

íntima entre a Igreja e a eucaristia, não podemos esquecer Maria, mãe

e modelo da Igreja. Na carta apostólica Rosarium Virginis Mariae,

depois de indicar a virgem santíssima como mestra na contemplação

do rosto de Cristo. Também inseri entre os mistérios da luz a

instituição da eucaristia. Com efeito, Maria pode guiar-nos para o

santíssimo sacramento porque tem uma profunda ligação com ele.

À primeira vista, o evangelho nada diz a tal respeito. A narração

da instituição, na noite de quinta-feira santa, não fala de Maria. Mas

sabe-se que ela estava presente no meio dos apóstolos, quando,

“unidos pelo mesmo sentimento, se entregavam assiduamente à

oração” (At 1.14), na primeira comunidade que se reuniu depois da

ascensão à espera do pentecostes. E não podia certamente deixar de

estar presente, nas celebrações eucarísticas, no meio dos fiéis da

primeira geração cristã, que eram assíduos à “fração do pão” (At 2.42).

Para além da sua participação no banquete eucarístico, pode-se

delinear a relação de Maria com a eucaristia indiretamente a partir da

sua atitude interior. Maria é mulher “eucarística” na totalidade da sua

vida. A igreja, vendo em Maria o seu modelo, é chamada a imitá-la

também na sua relação com este mistério santíssimo.

Mysterium fidei! Se a eucaristia é um mistério de fé que excede

tanto a nossa inteligência que nos obriga ao mais puro abandono à

Palavra de Deus, ninguém melhor do que Maria pode servir-nos de

apoio e guia nesta atitude de abandono. Todas às vezes que repetimos

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o gesto de Cristo na última Ceia dando cumprimento ao seu mandato:

“fazei isto em memória de mim”, ao mesmo tempo acolhemos o

convite que Maria nos faz para obedecermos a seu Filho sem

hesitação: “fazei o que ele vos disser” (Jo 2.5). Com a solicitude

materna manifestada nas bodas de Caná, ela parece dizer-nos: “não

hesiteis, confiai na palavra do meu Filho. Se ele pôde mudar a água em

vinho, também é capaz de fazer do pão e do vinho o seu corpo e

sangue, entregando aos crentes, neste mistério, o memorial vivo da

sua páscoa e tornando-se assim “pão da vida”.

De certo modo, Maria praticou a sua fé eucarística ainda antes

de ser instituída a eucaristia, quando ofereceu o seu ventre virginal

para a encarnação do verbo de Deus. A eucaristia, ao mesmo tempo

em que evoca a paixão e a ressurreição, coloca-se no prolongamento

da encarnação. E Maria, na anunciação, concebeu o Filho divino

também na realidade física do corpo e do sangue, em certa medida

antecipando nela o que se realiza sacramentalmente em cada crente

quando recebe, no sinal do pão e do vinho, o corpo e o sangue do

Senhor.

Existe, pois, uma profunda analogia entre o Fiat pronunciado

por Maria, em reposta às palavras do anjo, e o amém que cada fiel

pronuncia quando recebe o corpo do Senhor. A Maria foi-lhe pedido

para acreditar que Aquele que Ela concebia “por obra do Espírito

Santo” era o “Filho de Deus” (cf. Lc 1.30-35). Dando continuidade à fé

da Virgem Santa, no mistério eucarístico é-nos pedido para crer que

aquele mesmo Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria, tornam-se

presente nos sinais do pão e do vinho com todo o seu ser humano-

divino.

90

“Feliz daquela que acreditou” (Lc 1.45): Maria antecipou

também, no mistério da encarnação, a fé eucarística da Igreja. R, na

visitação, quando leva no seu ventre o Verbo Encarnado, de certo

modo ela serve de “sacrário” – o primeiro “sacrário” da história -, para

o Filho de Deus, que, ainda invisível aos olhos dos homens, se presta a

adoração de Isabel como que “irradiando” a sua luz através dos olhos e

da voz de Maria. E o olhar extasiado de Maria, quando contemplava o

rosto de Cristo recém-nascido e o estreitava nos seus braços, não é

porventura o modelo inatingível de amor a que se devem inspirar

todas as nossas comunhões eucarísticas?

Ao longo de toda a sua existência ao lado de Cristo, e não

apenas no Calvário, Maria viveu a dimensão sacrifical da eucaristia.

Quando levou o menino Jesus ao templo de Jerusalém, “para

apresentá-lo ao Senhor” (Lc 2.22), ouviu o velho Simeão anunciar que

aquele menino seria “sinal de contradição” e que uma “espada” havia

de trespassar também a alma dela (cf. Lc 2.34-35). Assim foi vaticinado

o drama do Filho crucificado e de algum modo pré-figurado o “stabat

mater” aos pés da cruz. Preparando-se dia a dia para o Calvário, Maria

vive uma espécie de “eucaristia antecipada”, dir-se-ia uma “comunhão

espiritual” de desejo e oferta, que terá o seu cumprimento na união

com o Filho durante a paixão, e manifestar-se-à depois, no período

pós-pascal, na sua participação na celebração eucarística, presidida

pelos apóstolos, como “memorial” da paixão.

Impossível imaginar os sentimentos de Maria, ao ouvir dos

lábios de Pedro, João, Tiago e restantes apóstolos as palavras da

Última Ceia: “Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós” (Lc

22.19). Aquele corpo, entregue em sacrifício e presente agora nas

espécies sacramentais, era o mesmo corpo concebido no seu ventre!

91

Receber a eucaristia devia significar para Maria quase acolher de novo

no seu ventre aquele coração batera em uníssono com o dela e reviver

o que tinha pessoalmente experimentado junto da cruz.

Quem compôs a Ave Maria? Quando e onde começou a ser rezada?

A oração da Ave-Maria, como reza hoje apareceu pela primeira

vez em 1563, em um breviário de um mosteiro da Ordem dos

Cartuxos, fundada por São Bruno em 1084, em Grenoble, nos Alpes

franceses.

Lá pela metade do século 17 ela se espalhou por todo o mundo,

rezada e cantada.

Como todos já sabemos, ela é composta de duas partes. A

primeira é uma transcrição da saudação do anjo a Nossa Senhora –

“Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco” (Lc 1,28) – e da

saudação de Isabel quando recebeu a visita de Nossa Senhora –

“Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso

ventre” (Lc. 1,42). Quem lê na Bíblia os textos acima vai perceber que

os nomes Maria e Jesus foram acrescentados a eles, até para dar ritmo

à prece.

Esta primeira parte predominou até o século 16, nos tempos do

Papa Pio V.

92

A segunda parte da oração mariana foi composta pela Igreja. Nela

se invoca Maria. Depois de entender a verdade bíblica que afirma que

Maria é cheia de graça de Deus, é Mãe de Deus e, por isso mesmo é

bendita entre as mulheres e mais bendito ainda é o fruto do ventre

dela, só resta à Igreja invocar esta mulher maravilhosa pedindo: “Santa

Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de

nossa morte. Amém.”

Fica claro, portanto, que a oração, da Ave-Maria é profundamente

bíblica. Junto com o Pai Nosso, ensinado por Jesus, os fiéis católicos

aprendem-na ainda crianças e a repetem ao longo da vida. Ao fazê-lo

estão dizendo a Maria: Mãe, você é cheia de graça de Deus e Deus

está sempre com você. Mãe, você é uma mulher abençoada, como

abençoado é o fruto do vosso ventre. Por isso, a Mãe de Deus,

intercede por nós, homens e mulheres feridos pelo pecado. Intercede

agora, enquanto caminhamos para a casa do Pai. E intercede quando

chegar a hora da chegada e do encontro definitivo com ele.

Há, ainda, na Ave Maria, uma lição que não pode ser esquecida.

Ao pedirmos à Mãe de Deus que rogue, peça, suplique, interceda por

nós, estamos proclamando que só Deus é a fonte de toda graça e de

todo bem. Maria é apenas intercessora. Alguém que nos ama com

amor de mãe e apresenta a Deus as nossas necessidades.

Para aqueles que argumentam ser inútil esta intercessão,

lembramos que vivemos intercedendo em nossas preces pelas pessoas

93

que amamos. E o próprio Jesus nos animou a “pedir”. Ora, se é tão

importante a nossa intercessão junto a Deus, com muito mais razão é

imprescindível e importante a intercessão daquela em que Deus

depositou todo o seu amor. Nós suplicamos a ela esta intercessão. E

temos razões de sobra para afirmar que ela não recusa esta

intercessão. Por isso, “Ave Maria, cheia de graça... rogai por nós

pecadores!”.

Orações a Nossa Senhora

Orações pedindo a intercessão de Nossa Senhora.

Consagração a Maria

Minha Senhora e minha mãe, eu me ofereço todo a vós, e em

prova de minha devoção para convosco, vos consagro, neste dia, meus

olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e todo o meu ser. E

porque sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me e defenda-me

como propriedade vosso Amém.

Oração a Nossa Senhora de Fátima

Santíssima Virgem de Fátima nos ajuda a meditar na vida,

paixão, morte e ressurreição de Jesus. Ensinai-nos a sentir os mistérios

da alegria: o Anjo anunciando a Encarnação de Deus; vós levando a

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Isabel o mesmo anúncio; vossa alegria com o nascimento de Jesus e ao

apresentá-lo no templo; depois, vossa amargura de perdê-lo tornando-

se júbilo ao encontrá-lo entre os doutores. Ajudai-nos a viver os

mistérios de dor: a oração e agonia de Jesus; sua flagelação e coroação

de espinhos; o pesado caminho do Calvário; e a terrível morte na cruz.

Concedei-nos contemplar os mistérios da glória: a ressurreição de

Jesus; sua ascensão ao céu; a vinda do Espírito Santo; vossa gloriosa

assunção ao céu; e por fim vossa coroação como Rainha-Mãe, que

intercede junto a Jesus por todos. Alcançai-nos viver sempre com fé e

confiança os momentos felizes e sofridos, na esperança de um dia

vivermos convosco na glória do amor eterno de Jesus, do Pai e do

Espírito Santo. Amém

Oração a Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos

Jesus misericordioso, eu te agradeço, porque nos deste Maria como mãe Eu te agradeço Maria porque deste a humanidade, Jesus, o Mestre Divino, caminho, verdade e vida e por que no calvário nos aceitaste a todos como filhos. A tua missão está unida à de Jesus, que "veio procurar e salvar o que estava perdido". Por isso, oprimido pelos meus pecados, me refugio em ti, minha mãe e minha esperança. Olha-me com misericórdia, como um filho doente. Espero receber teus cuidados maternos. Tudo espera em ti: perdão, conversão, santidade. Pertenço a uma categoria particular entre os teus filhos: a dos mais necessitados, nos quais abundou o pecado, onde havia transbordado a graça. Esses te inspiram especial piedade... Acolhe-me entre eles. Faze um grande milagre, transformando um pecador em apóstolo. Será um grande prodígio e uma glória a mais pra teu Filho e para ti, minha mãe.

95

Tudo espera de teu coração, mãe, mestra e rainha dos apóstolos. Amém.

Nossa Senhora Aparecida

Querida Mãe Nossa Senhora Aparecida, Vós que nos amais e nos guiais todos os dias, vós que sois a mais bela das Mães, a quem eu amo de todo o meu coração. Eu vos peço mais uma vez que me ajudeis a alcançar uma graça. Sei que me ajudareis e sei que me acompanhareis sempre, até a hora da minha morte.

Nossa Senhora da Conceição

Virgem Santíssima, que foste concebida sem o pecado original e por

isto mereceu o título de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, e por

terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo Gabriel vos saudou

com as belas palavras: "Ave Maria, cheia de graça"; nós vos pedimos

que nos alcançassem do vosso divino Filho o auxílio necessário para

vencermos as tentações e evitarmos os pecados e já que vos

chamamos de Mãe, atendei-nos com carinho maternal esta graça:

(fazer o pedido); para que possamos viver como dignos filhos vossos.

Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós. Amém.

Rezar 1 Pai Nosso, 1 Ave Maria e 1 Glória ao Pai.

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

96

Ó Senhora do Perpétuo Socorro, mostrai-nos que sois

verdadeiramente nossa Mãe obtendo-me o seguinte benefício:

(faz-se o pedido)

E a graça de usar dela para a glória de Deus e a salvação de

minha alma. Ó glorioso Santo Afonso, que por vossa confiança na bem-

aventurada Virgem conseguistes tantos favores e tão perfeitamente

provastes, em vossos admiráveis escritos, que todas as graças nos vêm

de Deus pela intercessão de Maria, alcançai-me a mais terna confiança

para com nossa Mãe do Perpétuo Socorro e rogai-lhe, com instância,

que me conceda o favor que reclamo de seu poder e bondade

maternal.

Eterno Pai, em nome de Jesus e pela intercessão de nossa Mãe

do Perpétuo Socorro e de Santo Afonso, peço-vos que me atendais

para vossa glória e bem da minha alma. Amém.

Mãe de misericórdia

Roga por nós, santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo! Roga por todas as famílias, santa Mãe de Jesus Cristo, para que comecem em sua casa a verdadeira fraternidade cristã! Roga pêlos filhos e pêlos pais, santa Mãe da Igreja, para que imitem os teus exemplos em Nazaré! Roga pelas mães abandonadas, pelas mães sofridas, rogam pêlos filhos sem família, pêlos órfãos sem amor! Roga pêlos pais meeiros, explorados, doentes, desempregados, roga pêlos sem teto, sem pão, sem instrução, sem defesa! Roga pelas crianças que não podem nascer, roga pêlos pais que não podem criar

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seus filhos com decência! São tantas as ameaças contra a família... Mostra que é nossa Mãe: Pede a Jesus por todos nos! Ó, clemente, ó, piedosa, ó, doce Virgem Maria! Amém

Magnificat

Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito; exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. Derrubaram do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciaram de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.

(Lc 1, 46b – 55)

Nossa Senhora do Carmo

Tu és o Médico divino. Tu dás a Vida e a Vida em plenitude àqueles que Te buscam. Por isso, hoje, Senhor, de um modo especial, quero pedir a cura de todo tipo de doença, principalmente daquela que me aflige neste momento.

Eu sei que não queres o mal, não queres a doença que é a ausência da saúde, porque é o Sumo Bem. Opera, em mim, uma profunda cura

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espiritual e, se for da Tua Vontade, também uma cura física. Que seja operada diretamente pela ação poderosa de Teu Espírito Santo ou através do médico e dos remédios! Aumenta a minha fé no Teu Poder, Senhor, e no infinito Amor que tens por mim. Aumenta minha fé, Senhor, que às vezes se encontra tão enfraquecida. Eu acredito no Teu poder curador, meu Deus, e já agradeço humildemente por toda obra que estás realizando em meu coração e em meu corpo, neste momento.

Além de mim, Senhor, quero também apresentar, todos os doentes que me pediram orações. Tu conheces a cada um deles, sabes as provações pelas quais estão passando! Tem misericórdia, Senhor, vem em socorro também destas pessoas que padecem enfermidades. Senhor, eu Te bendigo, porque clamei a Ti e Tu me ouviste. Minha alma, por Tuas mãos benditas, foi tirada da escuridão. Ó fiéis do Senhor, cantai a sua glória, dai graças ao seu Santo Nome, porque só Ele é poderoso e digno de eterno louvor. Aleluia!

Consagração a Santíssima Virgem Maria

Eu te escolho hoje, ó Maria, na presença de toda a corte celeste, por minha Mãe e minha Rainha. Eu te entrego e consagro, com toda submissão e amor, meu corpo e minha alma, meus bens interiores e exteriores, e, também, o valor de minhas boas ações passadas, presentes e futuras. Concedo-te inteiro e pleno direito de dispor de mim e de tudo o que me pertence, sem exceção segundo tua boa vontade, para maior graça de Deus. Amém

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Nossa Senhora de Lourdes

Ó Virgem puríssima, Nossa Senhora de Lourdes, que vos dignastes aparecer a Bernadette, no lugar solitário de uma gruta, para nos lembrar que é no sossego e recolhimento que Deus nos fala, e nós falamos com ele, ajudai-nos a encontrar o sossego e a paz da alma que nos ajudem a conservar-nos sempre unidos a Deus. Nossa Senhora da gruta de Lourdes, dai-me a graça que vos peço e tanto preciso (pedir a graça).

Nossa Senhora de Guadalupe

Perfeita, sempre Virgem Santa Maria, Mãe do Verdadeiro Deus, por quem se vive.

Tu que na verdade és nossa Mãe Compassiva, te buscamos e te clamamos.

Escuta com piedade nosso pranto, nossas tristezas. Cura nossas penas, nossas misérias e dores.

Tu que és nossa doce e amorosa Mãe, acolhe-nos no aconchego do teu manto,

no carinho de teus braços.

Que nada nos aflija nem perturbe nosso coração. Mostra-nos e manifesta-nos a teu amado Filho,

para que Nele e com Ele encontremos nossa salvação e a salvação do mundo. Santíssima Virgem Maria de Guadalupe,

Faz-nos mensageiros teus,

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mensageiros da Palavra e da vontade de Deus. Amém.

Nossa Senhora das Graças

Súplica: Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (momento de silêncio e de pedir a graça desejada).

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém - (Rezar 3 Ave Marias) - Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

Oração Final:

Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado filho a humildade, a caridade, a obediência, a santa pureza de coração, de corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, a castidade, uma santa vida e uma boa morte. Amém.

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Nossa Senhora da Cabeça

Eis-me aqui, prostrado aos vossos pés, ó mãe do céu e Senhora Nossa! Tocai o meu coração a fim de que deteste sempre o pecado e ame a vida austera e cristã que exiges dos vossos devotos. Tende piedade das minhas misérias espirituais! E, ó Mãe terníssima, não vos esqueçais também das misérias que afligem o meu corpo e enchem de amargura a minha vida terrena. Dai-me saúde e forças para vencer todas as dificuldades que me opõe o mundo. Não permitais que a minha pobre cabeça seja atormentada por males que me perturbem a tranqüilidade da vida. Pelos merecimentos de vosso divino Filho, Jesus Cristo, e pelo amor a que ele consagra, alcance-me a graça que agora vos peço (pede-se a graça que se deseja obter). Aí tendes, ó Mãe poderosa, a minha humilde súplica. Se quiserdes, ela será atendida. Nossa Senhora da Cabeça, rogai por nós.

Nossa Senhora Auxiliadora

Ó Maria, Virgem poderosa, Tu, grande e ilustre defensora da Igreja, Tu, Auxílio maravilhoso dos cristãos, Tu, terrível como exército ordenado em batalha, Tu, que só destruíste toda heresia em todo o mundo: nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhe a nossa alma no paraíso. Assim seja.

Oração pela Santa Igreja

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Ó Rainha do céu, Maria, o vosso imenso amor a Deus vos leva a amar imensamente a Sua Igreja.

Ah! Nós vos suplicamos, vinde socorrê-la, livrando-a dos males em que se acha atualmente abismada, combatida como é pelos seus próprios filhos.

As vossas orações, por serem de Mãe, obtêm tudo do Deus, que tão ternamente Vos ama. Rogai então, rogai pela Igreja: impetrai luzes para tantos incrédulos que a perseguem, e obtende para as almas fiéis a força necessária para não se deixarem enredar nas ciladas dos ímpios, que consigo os arrastariam para eterna ruína.

Extraído do livro: “As mais belas orações a Nossa Senhora”. Editora Artpress.

Referências Bibliográficas

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Assunção de Nossa Senhora aos Céus por Página Oriente.

Dogma da Assunção de Nossa Senhora Artigo e reflexões.

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DATTLER, Frederico. Sinopse dos quatro Evangelhos. São Paulo: Paulus, 1986. ISBN 85-349-1158-4

IGLESIAS, Salvador M. O Evangelho de Maria. Tradução de Emérico da Gama. São Paulo: Quadrante, 1991.

103

NEWMAN, John Henry. Reflexões sobre a Virgem Santíssima. Tradução de Rodrigo Matsuki. São Paulo: Factash Editora, 2006. ISBN 85-89909-29-8

MESSORI, Vittorio. Hipóteses sobre Maria: fatos, indícios, enigmas. Tradução Ubenai Fleuri. - Aparecida, São Paulo: Editora Santuário, 2008. ISBN 978-85-369-0119-0

OROSCO, Antonio. Mirar a Maria. Madrid: Rialp, 1992.

OROZCO, Antonio. Mãe de Deus e nossa Mãe. Iniciação à Mariologia. Lisboa: Diel, 1997. ISBN 972-8040-11-3

SUÁREZ, Frederico. A Virgem Nossa Senhora. Tradução de Maria Pacheco. São Paulo: Quadrante, 2003. ISBN 85-7465-060-9

WALSH, William Thomas. Nossa Senhora de Fátima. Tradução e revisão histórica de Emérico da Gama. São Paulo: Quadrante, 1996.

ZINK, Michel. Le jongleur de Notre Dame, contes chrétiens du Moyen Âge. Éditions de Seuil, 1999. ISBN 85-7465-036-6

Glórias de Maria – Ligório, Santo Afonso – Edições Logos Ltda – Mariologia. ISBN 13: 9788515184521

O evangelho secreto da Virgem Maria - Santiago Martín – Editora Paulus. ISBN: 8572723039

Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima - São Luís Maria Grignion de Montfort .

Mons. Jonas Abib. Maria – A mulher do Gênesis ao Apocalipse – Editora Canção Nova – ISBN 978-85-7677-238-5 – São Paulo-SP.

Professor Felipe Aquino. O Socorro da Virgem Maria e as suas Sete Dores – Editora Cléofas – ISBN 978-85-88158-65-8 – Lorena-SP.

Inácio Larrañaga - O Silêncio de Maria – Editora Paulinas – ISBN 978-85-356-2353-6 – São Paulo-SP.

Pe Léo,SCJ. Cheia de Graça – Editora Canção Nova – ISBN 978-85-7677-078-7 – São Paulo-SP.

São Luis Maria G. de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria –

104

Prof. Felipe Aquino. O Segredo da Sagrada Eucaristia – Editora Cléofas – ISBN 978-85-88158-38-2 – Lorena-SP.

Catecismo da Igreja Católica – Editora Loyola – ISBN 978-85-15-00912-1 – São Paulo-SP.

Siglas para entender a leitura Tvd – Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem GM – As Glórias de Maria VtMM – Vamos todos a Maria Medianeira LG – Lumen Gentium

105

Sumário

02. Prefácio

08. Apresentação

11. Bendita entre todas as mulheres – O Livro

13. Descendência

15. Anunciação do Nascimento de Jesus (Lc 1.26-

38)

17. A maternidade – Ensinamento do Concílio

Vaticano.

18. Bendita entre todas as mulheres

21. Maria foi escolhida por Jesus

23. Esposa do Espírito Santo

24. Maria no desígnio de Deus

25. Deus Pai e Maria

25. Rainha do Céu e da Terra

26. Eu sou a Imaculada Conceição

28. A Virgindade Perpétua

30. Consagração de Maria

33. Concebida sem pecado

106

36. Submissão de Jesus a Maria

38. Maria é a vitória de Deus sobre o mal

38. Maria é a medianeira de todas as graças de

Deus

43. Mãe da Igreja e Nossa Mãe

46. Maria Assunta ao Céu

49. Dogmas a respeito da Virgem Maria

54. As passagens onde Maria aparece no Novo

Testamento são.

54. Palavras de Maria

57. As sete dores de Maria

57. Mãe de Jesus

67. A consagração a Maria é a maior glória de Jesus

69. O evangelho secreto da Virgem Maria

70. Proclamação de Maria

71. Festividades

72. Maria no Catecismo da Igreja

73. Apresentação de Nossa Senhora

76. Fazei tudo o que ele vos disser

107

79. Maria, virgem durante o parto!

80. A Perfeita discípula de Cristo

81. A Peregrina da fé

81. A Maria Imaculada

82. Maria, ícone da Igreja “eucarística”

84. A eucaristia e a virgem Maria

87. Na Escola de Maria, mulher “eucarística”

90. Quem compôs a Ave Maria? Quando e onde

começou a ser rezada?

92. Orações a Nossa Senhora

101. Referências Bibliográficas.