bem estar=a vida do faz de conta

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Editorial

A edição deste domingo da revista Bem-Estar começa comum texto curto, mas de conteúdo profundo, do escritor YehudaBerg, mostrando, segundo suas palavras, que a Luz do Criadorsempre nos acompanha, mesmo nos momentos em que tudoparece estar escuro. Na reportagem de capa, “Ilusão virtual”,psicólogos discutem o uso das redes sociais como uma espéciede “ilha da fantasia”, onde tudo parece perfeito na vida daspessoas, o que pode denunciar problemas de comportamentocomo baixa autoestima e desvalorização de si próprio. Logoadiante, uma reportagem sobre reencontros, e as lições que sepode tirar desta “peça” pregada pelo destino. Na área daeducação, os sites com aulas das melhores universidades domundo à distância de um clique. O bullying, um dos problemasmais sérios enfrentados pela juventude e a sociedade atual, éoutro tema de reportagem desta edição, assim como o valor deretribuir o carinho e atenção de quem um dia nos cuidou, motedo artigo do psicólogo Josinel Carmona. Um ótimo domingo.

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Lake Tahoe, na divisa da Califórniacom Nevada, tem estações de esquipara todos os gostos e bela paisagem

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Acostumado a papéis românticos natevê, Murilo Rosa experimenta a pelede um vilão no folhetim “Salve Jorge”

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Psicólogo sugere a reflexão: “enquantotenho força e capacidade, tenho mededicado a oferecer aos que precisamde cuidados todo o amor que posso?”

Poesia

ViagemLembro-me de ti sempreque me deparo com algo interessante ou saboroso.De perfume especial.No almoço ou no jantar.Da entrada à sobremesaAo vinho que a tudo acompanha...E que tão bem sabes apreciar.Viajas em mim.Na emoção que te faz presenteem meu coração, em minha mente;ainda que o Atlântico entre nós se interponha.Perfumes e sabores que a mim são brindadosforam feitos para ti

Valdíria Carvalho Corrêa

RELACIONAMENTOReencontros, em qualquer nívelde relação, podem nos darpistas de que questões dopassado não estão resolvidasPáginas 6 e 7

EDUCAÇÃOSites especializados oferecemconteúdo das melhoresuniversidades do mundo por meiode vídeos e aulas virtuais

Páginas 8 e 9

COMPORTAMENTORidicularização, insultos eoutros tipos de violência pedematenção mais rígida de pais,escola e toda a sociedadePáginas 10, 11 e 12

PAULO COELHOEm seu artigo, escritor fala daimportância de um profissionalque poucas vezes percebemos aoabrirmos um livro: o tradutorPágina 32

Agência O Globo/Divulgação

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

Turismo

Rubens Cardia

Televisão

Sobre ilusões epeças do destino

Josinel CarmonaDIÁRIO DA REGIÃO

Editor-chefeFabrício [email protected]

Editora-executivaRita Magalhã[email protected]

CoordenaçãoLigia [email protected]

Editor de Bem-Estar e TVIgor [email protected]

Editora de TurismoCecília [email protected]

Editor de ArteCésar A. Belisá[email protected]

Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa

DiagramaçãoCristiane Magalhães

Tratamento de ImagensArthur Miglionni, HumbertoPereira e Luciana Nardelli

MatériasAgência EstadoAgência O GloboTV Press

2 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

ISSO TAMBÉMÉ PARA O BEM

Espiritualidade

Yehuda Berg

É difícil lembrar que a Luzdo Criador está sempre conos-co. É fácil ter certeza quando tu-do corre bem, mas nos momen-tos que parecem obscuros ou di-fíceis esquecemos que a Luz ain-da está presente.

Considere a situação de umhomem que perde um voo. Tal-vez ele fique furioso porque temmuitas coisas para fazer no seulocal de destino e bastante gentedepende da sua chegada. Mal sa-be ele que sua alma gêmea estásentada ao seu lado enquanto

aguarda desesperado para entrarna lista de espera de outro voo.

Se ele ficar com raiva ou de-primido, entregando-se à situa-ção que enxerga como algo hor-rível, pode ficar tão consumidoque talvez nunca perceba a mu-lher sentada ao seu lado.

Se, em vez disso, escolherser proativo, buscar a Luz ali eoptar por render-se à situação,lembrando-se de confiar e apre-ciar o fato de que a Luz está tra-balhando a seu favor, poderáescolher ter uma conversa agra-dável com a mulher que estápróxima a ele.

Na verdade, são momentoscomo esse, realmente caóticosou estressantes para nós, emque se escondem nossas maio-res bênçãos. Quando escolhe-mos não ser reativos e temos cer-teza sobre a ordem do universo,podemos descobrir o verdadei-ro motivo de uma determinadasituação estar ocorrendo.

Um sábio kabalista sempredizia a seus alunos: “Isso tam-bém é para o bem”, não importa-va o que estivesse acontecendo.

O Criador tem sempre a in-tenção de dar o que é melhor pa-ra nós. Sempre. ■

Yehuda Berg é codiretor doThe Kabbalah Centre e jáescreveu mais de 30 livros sobreassuntos que abordam desdedepressão e capacitação, atérelacionamentos e a Bíblia. Doisde seus maiores best-sellers, OPoder da Kabbalah e Os 72Nomes de Deus, foramtraduzidos para 20 e 14 idiomas,respectivamente.www.kabbalahcentre.com.br

O Criador tem sempre a intençãode dar o que é melhor para nós

Quem é

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 3

Pessoas carentes emocionalmente e com necessidade de aceitação encontramnas redes sociais o canal para transformar frustrações em felicidade irreal

Gisele [email protected]

Nas últimas semanas, neste período de férias e festas de final de ano,possivelmente você tenha visto à exaustão na internet fotos maravilho-

sas no mar, à beira da praia, em bares e restaurantes, ceias deliciosas,casais aos beijos e abraços. E provavelmente pode ter caído na ar-

madilha de achar que seus amigos e todos os que estão na suarede social estavam se divertindo muito mais do que você.

Mas já parou para pensar que a maioria das histórias eimagens presentes ali não passa de um “conto de fa-

das”? Uma necessidade mais de mostrar felicidadedo que ser feliz de fato?

Necessidade de aceitação, falta de maturidade eautoestima, desvalorização de si próprio estão entreas explicações para esse tipo de comportamento.

Mostrarapenas o lado bom da coisa nãoé exclu-sivo das redes sociais. Até mesmo quando coloca-mos uma foto em um álbum de fotografias escolhe-

mos só as melhores fotos.Amaiorianãocolocacoisasquedesagradam, ame-

nosquesejaumatristezaque elagostariade comparti-lhar e ter o apoio das outras pessoas. “Quando vocêestá em um grupo de amigos, não conta as coisasruins para todas as pessoas, só para alguns, e o mes-mo acontece nas redes sociais. Você só comparti-lha aquilo que gostaria que todo mundo soubes-se”, diz.

Ao divulgar a própria imagem nas redes so-ciais, as pessoas se valem dos mesmos esque-mas de comportamentos que costumam adotarna vida real. “Quem inventa histórias vantajo-sas aos amigos e colegas de trabalho irá mentirtambém na rede. Quem acredita que existemde fato relações maravilhosas (e deve acreditarem Papai Noel, duendes, fadas), irá invejar in-verdades, já aqueles que não se iludem igno-ram ou debocham diante de tais posts”, diz apsicóloga cognitivo-comportamental MaraLúcia Madureira.

“Emtermos derepresentação pública da au-toimagem, sempre haverá mentirosos, crédulos,céticos, sensatos, insensatose os insanos.Ao rela-tar ou publicar inverdades sobre sucesso absolu-

to na vi-da familiar, profissional, social,sexual e amorosa, a pessoa ingenuamente acredita con-vencer o interlocutor de experiências que ela gostaria deter vivido ou de um modelo de vida que ela idealiza. Elanão considera o interlocutor um idiota, apenas não perce-be a inconsistência ou o ridículo de seus relatos e posts”,explica Mara Lúcia, que vai mais além: a fantasia de mui-tos usuários das redes sociais é protagonizar uma históriadesucessopessoal, familiar, profissional, social e umpúbli-co que os aprove.

Popularidade

Para aqueles que veem esses canais virtuais como pal-co para exibições de suas experiências diárias e alimentamexpectativas em relação ao público e à crítica, o Facebooke o Twiter se tornaram medidores de popularidade. Mui-tosusuáriospublicam algopessoale esperam porrepercus-são. “Quando isso não ocorre, eles se frustram”, afirmaMara Lúcia. Muitas vezes, retiram ou ocultam as publica-ções e sentem envergonhados.

Um estudo da Universidade de Cornell, nos EstadosUnidos, feito com 63 estudantes no começo de 2011, des-cobriu que os que passaram três minutos checando seuperfil revelaram maior autoestima do que quem não aces-sou a rede social. Mas nem tudo são flores. PesquisadoresdaUniversidade deWaterloo (Canadá) publicaram umes-tudo sugerindo que esse efeito positivo não ocorre com aspessoas que têm autoimagem negativa. Na verdade, a redesocial pode até piorar as coisas.

Se você, assim como outros milhões de pessoas ao re-dor do mundo, passa boa parte do seu tempo conectado,saiba que nas redes sociais se manifestam traços de perso-nalidade. Por meio de seus posts e tweets, exibem traçosde inveja, por exemplo. Há quem procure na rede motivospara alimentar ciúmes patológicos, brigar e ser infeliz aovasculhar mensagens e diálogos de pares e cônjuges. Eexistem também deslumbrados que fotografam e compar-tilham desde a xícara do café matinal, o vapor do banho, oprato do almoço até o pijama.

Ilusão virtualVida Digital

4 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

“Asredes sociaisdisponibi-lizamaoportunidadedaspessoas mostrarem oque pre-tendem e como podem. O problema existe quando se faz mau uso dosmeios e, com isso, temos um desperdício de tempo, uma formidável fer-ramenta de intrigas entre casais, verdadeira fonte de angústias para re-cém-separados e muito pouco retorno que valha a pena ou signifiquerealmente algo proveitoso em termos pessoais”, diz Mara Lúcia.

‘Laboratório’ comportamental“O Facebook é a versão digital de nos-

sa sociedade. Reúne diferentes grupos emum único lugar e tornou-se um verdadeirolaboratório de estudo do comportamentohumano”, diz o psicólogo cognitivo-com-portamental Alexandre Caprio. É comouma festa que nunca acaba. As pessoas en-tram, se procuram, se conhecem, paque-ram, contam piadas, trocam farpas, e de-pois saem. Enquanto tomam banho, almo-çam, dormem ou trabalham, a reunião so-cial continua. Quando retornam, existeum histórico em seu perfil de tudo o querolou na sua “ausência”.

Não demorou muito para que o Face-book fosse comparado a um vício. Milha-res de usuários ficam o dia todo conecta-dos. Muitas pessoas transformaram o pró-prio perfil em um verdadeiro diário e alicolocam tudo que acontece em suas vidas,por mais insignificantes que possam pare-cer os acontecimentos. Alguns publicamfotografias do que irão comer no jantar.

Outros postam imagens de ferimentosque sofreram. Pessoas que utilizam o espa-ço para defender e propagar – às vezesagressivamente - uma ideia religiosa, en-quanto outros preferem se apegar a ideaispolíticos ou simplesmente resolver a vidasentimental.

“A variedade é tão grande quanto adiversidade humana. Exatamente por is-so os desequilíbrios emocionais são fá-ceis de ser notados”, diz.

No Facebook, geralmente, todos es-tão sorrindo nas fotos. Os álbuns estãorecheados com festas de formaturas,churrascos, cerimônias, encontro comamigos, viagens e outros eventos.

Trata-se de um comportamento ins-tintivo para sentir-se incluso e aceito.As pessoas passam a concentrar suasenergias na construção de um perfil quemostre para os outros tudo aquilo queelas acham que precisam ser. Passam aenaltecer qualidades e ocultar defeitos

com tamanha intensidade que atingemum tom caricato. É dentro desse quadrode extrema necessidade de aprovação eaceitação que as funções “curtir” e“compartilhar” se elevam a um padrãoque provavelmente não foi imaginadopelo criador do Facebook, Mark Zucker-berg: o de “esmola digital”.

Dependendo do grau de carência poratenção que alguns usuários atingem -ressalta Alexandre Caprio - chegam a pe-dir diretamente um “curtir” ou “compar-tilhar”. Algumas pessoas criam estraté-gias para “chantagear” seus contatos, ape-nas para respirar alguns segundos den-tro de uma ilusão de popularidade.“Quando acreditamos verdadeiramenteem nossos valores, não precisamos pro-var isso aos outros, nem mendigar aten-ção”, explica o psicólogo.

As redes sociais se tornaram uma es-pécie de diário oficial das vidas de mui-tas pessoas e, por isso, tudo que lá é pu-

blicado é considerado “prova documen-tal da felicidade”.

“Tamanha é a força dessa ideia quejá ouvi pessoas dizerem que não haveriagraça em ir a uma festa se não pudessemfotografá-la para publicá-la em seu per-fil. Outras voltam para casa mais cedosó para podercontar aos outros a expe-riência que acabaram de ter”, diz o psi-cólogo.

A necessidade de provar que se é feliztornou-se mais importante que a própriafelicidade. “Esse é o verdadeiro paradoxodo desequilíbrio e, infelizmente, é nessadireção que muitos estão caminhando.Faz-se necessária uma revisão imediata denossos conceitos em um momento emque a tecnologia deveria vir acrescentar fa-cilidades à nossa existência em vez decriar tantas dificuldades. Enquanto a opi-nião alheia for mais importante que a nos-sa própria, desperdiçaremos a chance deviver nossas vidas para construir umamentira que, no final das contas, não farádiferença para ninguém.” ■ (GB)

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 5

Reencontros criam oportunidades de revivermos sentimentos agradáveisou para dar solução a algo do passado e assim evoluirmos

Gisele [email protected]

Ah, quantos desencontrosacontecem na vida. Não impor-ta em qual fase dela estamos,sempre deixamos alguém espe-cial pelo caminho. Podem serpessoas as quais perdemos devista, amizades com as quaisperdemos contato por um mo-tivo ou por outro. Uma mu-dança de cidade, de escola, deemprego. Bate a saudade. Gos-taríamos de encontrar nova-mente essas pessoas, mas pordiversas circunstâncias nos éimpossível fazê-lo em determi-nado momento.

“Não chore nas despedi-

das, pois elas constituem for-malidades obrigatórias paraque se possa viver uma dasmais singulares emoções da vi-da: o reencontro”, já disse o es-critor Richard Bach.

Sempre fica a vontade de fa-zer com que as coisas voltem aser do jeito que eram para queessas pessoas queridas tornema fazer parte de novo de nossasvidas. E um dia, quando me-nos esperamos, encontramoscom aquele alguém especialque não víamos há anos e se-quer tínhamos notícias. É odestino aprontando mais umadas suas, permitindo que final-mente possamos concluir algoque terminou antes do devido,

acertemos algumas coisas quenão foram possíveis no passa-do. O coração bate mais forte,as mãos começam a suar frio eé como se tivéssemos estadocom a pessoa no dia anterior.

Mas o que permite quereencontremos pessoas queimaginávamos perdidas pelocaminho? Certamente a afini-dade, diria o escritor Arthurda Távola (1936-2008). “A afi-nidade não é o mais brilhante,mas o mais sutil, delicado e pe-netrante dos sentimentos. É omais independente. Não im-porta o tempo, a ausência, osadiamentos, as distâncias, asimpossibilidades. Quando háafinidade, qualquer reencon-

tro retoma a relação, o diálo-go, a conversa, o afeto no exa-to ponto em que foi interrom-pido”, disse ele.

“Durante nossa vida, afas-tamo-nos de alguém sem quehaja um motivo realmente vá-lido, talvez porque por vezesocorrem pequenas desinteli-gências e, na tentativa de seacertar as coisas, busca-senum reencontro uma oportu-nidade de se consertar algode errado que fizemos, ouque sofremos, e que pode exi-gir uma grande dose de hu-mildade, pois devemos supe-rar algo que temos muito arrai-gado, que é o orgulho, nossoamor-próprio, que, quando fe-

rido, nos leva a certas atitudesdas quais podemos nos arre-pender mais tarde, levando-nos a buscar amizades perdi-das, por causa desses ‘trope-ções’”, diz o poeta e escritorMarcial Salaverry.

Segundo ele, muitas ve-zes, esses desencontros têmconserto. “As pessoas queamamos são insubstituíveisao nosso coração. Aquele lu-garzinho que elas ocupam fi-ca marcado com a presençadelas, com o cheiro, com a for-ma e até o som do riso. Equando elas partem, forma-seo vácuo”, diz a escritora Letí-cia Thompson. Mas se a pre-sença física se foi, ficam ain-

Em algum lugarRelacionamento

6 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

da as lembranças de tudo aqui-lo que foi construído juntos:os momentos vividos, as horascompartilhadas, muitas ve-zes as partidas e os reencon-tros. Basta ter paciência e sa-ber esperar. Todas as pessoasque amamos um dia podere-mos reencontrá-las. O reen-contro com essas pessoas nostraz novamente uma grandefelicidade, que deixamos desentir quando ficamos in-completos quando essas pes-soas decidiram seguir cami-nhos diferentes. É reencon-trar e ver de novo aquele ros-to que nos encantou, aquelaimagem que ficou gravadaem nossas mentes.

Lições

“A questão dos reencon-tros é realmente intrigante, es-pecialmente da forma como al-guns deles ocorrem. Dá a im-pressão que ‘lá em cima al-guém está mexendo os pauzi-nhos’”, diz o coach e iogatera-peuta Salvador Hernandes.Reencontros podem nos darpistas de que as questões en-volvidas com aquelas pessoasnão foram resolvidas - diz ele -e as lições voltam a se apresen-tar como oportunidades quepodem ou não ser aproveita-das. O que não quer dizer quedevemos romper as relaçõesatuais para reatar as antigas,

mas aquela pessoa traz nova-mente o conteúdo que precisarevisto e, quem sabe, aprendi-do agora, com mais maturida-de, com mais chance de serprodutivo.

“Diante dessas ‘coincidên-cias’, seria legal nos perguntar-mos: o que esta situação podeestar querendo me ensinar?Qual a lição?”, complementa.Aproveitemos os reencontros,que podem ser oportunidadesmaravilhosas de crescimentoe aprendizado. Se a pessoa vaipermanecer a partir de entãona sua vida, como opção sua edela, ótimo. “Aprecie a rique-za das novas/velhas relações”,sugere Hernandes.

r do... presenteHá uma ‘razão’

“Os reencontros aconte-cem para que algo seja con-cluído ou revivido de formaadequada, ou para trazeraprendizado e percepção depadrões que se repetem”, diza terapeuta holística VâniaMedeiros. Tudo acontece notempo certo e nada é por aca-so, segundo ela. “Às vezes,nos relacionamos afetiva-mente com alguém em nossajuventude ou adolescência, orelacionamento acaba, e de-pois de muitos anos reencon-tramos a pessoa e nos apaixo-namos, casamos e vivemosimensamente felizes, ou se-ja, quando éramos jovenzi-nhos, não tínhamos maturi-dade suficiente ou não fo-mos capazes de ver a outrapessoa de forma plena, ounão estávamos plenos naque-le relacionamento, mas o des-tino nos coloca novamenteno caminho da outra pessoae, às vezes, ficamos até de for-ma consciente ou incons-ciente ligados ao outro e, des-sa forma, sempre atraímos aoutra pessoa”, diz.

“Se observarmos os reen-contros, perceberemos quesão sempre ricos de algumaforma, mesmo quando as si-tuações negativas se repetem.Isso nos faz perceber que nãoevoluímos, que somos teimo-sos, apegados a padrões e si-tuações negativas, e quandoaprendemos e mudamos, tu-do muda, pessoas saem denossas vidas e novas chegam,inclusive as do passado po-dem voltar, porém agora comnovas energias, evoluídas eplenas”, completa.

E o destino, segundo a te-rapeuta, não se trata de algoincontrolável por nós, total-mente indeterminado, massim das escolhas de nossa al-ma, que tudo sabe. “E quan-do nos permitimos, quandonos conectamos com a vonta-de do nosso Eu Divino, vive-mos sempre em plenitude egraça, tudo flui com facilida-de, parecendo que já estavatudo traçado pela vida.”

“Quem esquece um con-to de fadas? Ninguém, cer-

to?”, pergunta a psicólogaBeth Valentim, autora do li-vro “Essa Tal Felicidade”(ed. Elevação). Por isso aspessoas se reencontram eadoram reviver o passado.Colegas de turma de colégioou faculdade hoje com bas-tante idade estão se reencon-trando e saindo, revivendomomentos de juventude,adolescência, relembrando opassado, complementa. Àsvezes, o sentimento que exis-te entre duas pessoas não ésuficiente para continuaremjuntas. No entanto, os doissão apaixonados pela histó-ria que viveram. Aquela his-tória lá atrás significou mui-to, repleta de fantasias, de en-contros inesquecíveis e queficam marcados para sem-pre. Muitas vezes as pessoasnão se encontram mais fisica-mente, mas estão ligadas exa-tamente por essa história.São apaixonadas pela histó-ria que viveram. “E comohistória mexe com a gente,pode a qualquer momentovoltar a ser relida, vivida oumesmo as pessoas se apaixo-narem outra vez”, explica.

Com os amigos os senti-mentos envolvidos no reen-contro também não são dife-rentes. Viveram coisas incrí-veis, como uma viagem re-pleta de brincadeiras, diver-sões a toda prova. “As pes-soas voltam para as nossas vi-das porque foi bom. O beijo,o abraço, o sexo, a relação, asrisadas, tudo. E quem não de-seja reviver o que foi legal edeixou lembranças tão signi-ficativas?”, complementa.

Às vezes, vivemos algocom alguém na hora errada,é verdade. Ambos talveznão estivessem preparadospara tal sentimento ou rela-ção. Mas se foi bom - ressal-ta Beth -, se foi marcante,eles sempre vão sentir sau-dade daquilo que não se rea-lizou, ficou faltando uma“pontinha”, a que faria fe-char um ciclo, e, por algummotivo não foi possível. Es-tá aí a possibilidade de serretocado, revivido. (GB)

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 7

Internet facilita acesso às melhoresuniversidades do mundo por meiode ‘aulas virtuais’

Jéssica [email protected]

A internet é um meio de co-municação que se tornou mui-to popular nos últimos tempos.Por meio dela, é possível se co-municar com pessoas que estãoa milhares de quilômetros dedistância. Além disso, uma no-vidade tem facilitado o ensinoà distância: são os sites especia-lizados que oferecem conteú-dos gratuitos das melhores uni-versidades do mundo.

Os vídeos podem ser acessa-dos de qualquer lugar, desdeque se tenha uma boa conexãode internet. A maioria dos cur-sos é gratuita e tem como mes-tres os professores das princi-pais universidades. As opçõesde salas de aula virtuais são vá-rias, só no ano passado foramlançados a Classroom TV, queoferece mais de 10 mil aulas, de33 universidades; a edX, com 7cursos e 12 universidades, en-tre elas Harvard; e o Coursera,considerada líder entre as plata-formas, com mais 200 cursosde 33 universidades.

No Brasil, o portal Veducatem cursos completos sobre to-dos os grandes campos do ensi-no superior e conta com maisde 5 mil aulas, de 13 das princi-pais universidades do mundo.O acesso é gratuito e parte domaterial já está legendado. O

processo de legendagem emmassa do portal teve início emoutubro do ano passado. Desdeentão, mais de 50 novas legen-das foram incluídas. Hoje, con-siderando as aulas de universi-dades brasileiras, já são 450 vi-deoaulas em língua nativa. Aexpectativa é de que até o fimde 2013 esse número aumente.

O criador do Veduca, o en-genheiro Carlos Souza, deixoua carreira para trás com o objeti-vo de mudar o conceito de edu-cação on-line no País. Souza ex-plica que todo o conteúdo dasgrandes universidades do Bra-sil e do mundo oferecido no Ve-duca já estava disponível peloYoutube e pelos sites das pró-prias universidades, mas deuma forma não organizada, difí-cil de ser encontrada e sem le-gendas em português. “A pro-posta do Veduca é, além de tor-nar esse conteúdo acessível àmaioria dos brasileiros, quenão domina outros idiomas, se-lecionar vídeo-aulas dentro doque existe de melhor disponí-vel na web e organizá-las. To-dos os vídeos estão agrupadosde maneira simples, em cursos,por sua vez organizados em te-mas. Nosso acervo será gradati-vamente alimentado, trazendosempre novas vídeo-aulas coma chancela das melhores univer-sidades. Projetamos um aumen-to no número de vídeos e de

APRENDIZADOAPRENDIZADOA UM CLIQUEA UM CLIQUE

Educação

8 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

universidades em cerca de 50%em 2013, em relação ao acervoatual”, conta.

No portal, professor e alunoencontram de forma simples eorganizada aulas e palestras deexcelentes professores e univer-sidades. Segundo o criador dosite, professores já recomen-dam aulas e cursos do Veducaem suas aulas presenciais. “Es-tudantes têm navegado em bus-ca de conhecimento comple-mentar ao que já estudaram etambém como ferramenta dedescoberta de novos interessesacadêmicos ou profissionais.Essencialmente, nossa propos-ta é aliar tecnologia e educaçãode qualidade. Por isso, sempreenriqueceremos o site com fun-cionalidades e ferramentas quefacilitem os estudos na web”,explica.

O site oferece ainda um sis-tema de busca, em que é possí-vel pesquisar palavras-chavena fala do professor ou pales-trante. Ao clicar em um dos re-sultados da busca, o vídeo co-meça a partir da primeira men-ção à palavra pesquisada. Sou-za lembra que desde de que foiao ar, em março de 2012, o siterecebeu pouco mais de 1,1 mi-lhão de visitantes, sendo 602mil visitantes únicos. São 24mil usuários registrados no si-te e 17 mil seguidores nas re-des sociais (Facebook, Twittere Google+). Atualmente, as au-las mais procuradas são dasáreas de ciências da computa-ção e matemática.

De acordo com Souza, foiprojetado um aumento do nú-mero de visitantes, usuários re-gistrados e seguidores nas re-des sociais em 10 vezes para2013, em relação aos resultadosregistrados no ano passado. Aprojeção é baseada em três fato-res: o lançamento da nova ver-são do site, em fevereiro, novasfuncionalidades e ferramentaspara facilitar os estudos dosusuários, e a possibilidade deinteração com os demais inter-nautas. A disponibilização decursos pagos, com certificação,também está entre os projetospara este ano.

A outra novidade é o lança-mento de uma nova ferramentade distribuição do conteúdo,por meio de uma tecnologia de-senvolvida pelo portal, chama-da “Content Sense”. “O ‘Con-tent Sense’ é um algoritmo que

permite relacionar textos dosgrandes sites de notícia, comojornais e portais de conteúdoparceiros, a aulas disponíveisem nosso acervo. Por exemplo,ao ler uma reportagem sobre re-dução da taxa de juros básicado país em um jornal on-line

parceiro do Veduca, o leitor re-ceberá, na própria página, su-gestões de vídeo-aulas no Vedu-ca que ajudam a explicar os con-ceitos citados na reportagem,como uma aula de Macroecono-mia em Yale, ou Matemática Fi-nanceira no MIT”, explica.

Estudar pela internet podenão ser fácil como parece, afi-nal, é preciso ter disciplina efoco para não cair nas armadi-lhas da rede mundial de com-putadores durante uma vídeo-aula, por exemplo, indo paraoutros sites, em especial as re-des sociais.

Para o professor Luiz Octá-vio Teixeira Stocco, diretor daunidade SEBCOC Rio Preto,os sites especializados em edu-cação são uma oportunidade deaprendizado. “São plataformasimportantíssimas que darãoum novo estímulo aos universi-tários, profissionais formados eprofessores. Lógico que não háimpedimento algum para queoutros perfis usufruam do servi-ço. Com a quinta maior popula-ção universitária do mundo(6,1 milhões), esses portais colo-cam o Brasil em rota de oportu-nidade para que mais e maispessoas interessadas possamaprender por meio da inter-net”, afirma.

Segundo Stocco, os alunospodem ser beneficiados com es-sas plataformas em vários as-pectos, especialmente para veruma abordagem dos maiorescentros de pesquisa do mundo,como Harvard, de assuntos quenão teriam acesso no Brasil.

Carlos Souza, criador do Ve-duca, diz que o uso da internetcom fins educacionais já é umarealidade no Brasil. Ele afirmaque dados do Centro de Estu-dos sobre as Tecnologias da In-formação e da Comunicação

(CETIC) mostram que 66% dos80 milhões de internautas brasi-leiros entram na internet todosos meses em busca de educaçãoe treinamento.

Embora esses portais espe-cializados sejam geralmentevoltados para o conteúdo uni-versitário, o professor do SEB-COC diz que os alunos de cursi-nhos ou ensino médio tambémpodem ser beneficiados. “Prin-cipalmente para ampliação doseu repertório, mas sem esque-cer o foco de matérias de vesti-bulares. Esses cursos devemser vistos como uma leitura deuma boa revista, não deve ser ofoco principal”, recomenda.

Além disso, os professorestambém podem utilizar essessites gratuitos como comple-mento, por exemplo, para asaulas. “Nossa escola, que temuma preocupação com educa-ção de qualidade e tecnologiapara todas as fases da vida,sempre está se reciclando comtreinamento continuado ausar essas novas tecnologiasem sala de aula. É fundamen-tal que se deixe o pragmatismoe parta para as ousadias educa-cionais existentes e disponíveisno mundo”, explica. ■ (JR)

Salas de aula virtuais

Coursera -www.coursera.org

Veduca -www.veduca.com.br

Classroom TV -www.classroomtv.com

edX - www.edx.org

Acesso a conteúdos

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 9

Elen [email protected]

Intimidações, violências, insul-tos, críticas, ridicularização, perse-guições. Essas são algumas das ma-neiras de praticar o bullying, quetem como principal alvo criançase jovens tímidos, com baixa autoes-tima, menos idade, que se desta-cam na aula, por escolha sexual di-ferente dos demais ou porte físicoque chame a atenção.

O agressor não tem motivo espe-cífico para perseguir a vítima, masde certa forma não aceita lidar comqualquer pessoa que, na cabeça de-le, representa o diferente, afirmaNelson Pedro Silva, professor dou-tor do Departamento de PsicologiaEvolutiva, Social e Escolar da Uni-versidade Estadual Paulista(Unesp). “Outro aspecto é que o di-ferente nos incomoda, porque eleestá dentro de nós, a ponto de serinconsciente”.

Os ataques têm repercussões di-ferentes para cada pessoa, princi-palmente quando se torna algo fre-quente. As vítimas acabam não de-nunciando, sofrem caladas e mu-dam o jeito de ser. “(A criança) co-meça a apresentar comportamen-tos opostos. Se ela gosta de ir à es-cola, não vai querer mais, aparececom machucados, fica isolada noquarto, e algumas meninas come-çam a apresentar quadro de buli-mia e anorexia”, diz o professor.

Essas consequências são liga-das diretamente à autoestima, de-sencadeando ainda sentimentosde timidez, insociabilidade e inca-pacidade de conseguir um empre-go no futuro ou desempenhar qual-quer atividade. A humilhação fre-quente, conta Silva, pode ter fimtrágico também. “A vítima podeacabar, em um momento de insani-dade ou vingança, pegar um armae matar várias pessoas (como jáocorreu no Brasil e nos EstadosUnidos). Ou até mesmo se matar,ingerindo drogas lícitas e ilícitas.”

BULLYINGComportamento

10 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Problema precisa deatenção da escola, dos paise da sociedade para serprevenido e combatido

Muitos especialistas que es-tudam a questão são unânimesa respeito do papel da escolaquanto ao bullying: a violênciaprecisa ser prevenida e o am-biente educacional precisa cul-tivar a paz e o respeito entre osalunos. No entanto, muito pre-cisa ser feito. Eles acreditamque as escolas, privadas ou pú-blicas, em sua maioria, não es-tão preparadas para esse enfren-tamento, sendo até omissas emmuitas situações.

“Falta coragem para olhar oproblema com a devida gravida-de. Ambos precisam de atenção,e o que normalmente acontece éque todas as atenções se voltampara o agressor, visto como ummarginal em potencial, e a víti-ma é esquecida. É necessárioparcerias com psicólogos, soció-logos e assistentes sociais paratrabalhar com pais, alunos e pro-fessores”, diz a psicóloga e psico-dramatista Ana Cláudia De Lu-ca Schiaveto, de Rio Preto.

Um ponto inicial está na fal-ta de valores e respeito com opróximo, o que possibilita jo-vens a por em prática ações im-pensadas e que dão certo “po-

der” e satisfação para os agres-sores. Outro fator somatório aesse problema está na perda devisão da autoridade que pais eprofessores representam.

“A escola deve ser um localde formar cidadão de direitos edeveres, fortalecendo amiza-des, solidariedade e coopera-ção. E a relação entre pais e edu-cadores precisa de laços de con-fiança em relação ao papel quecada um exerce, cada qual assu-mindo a parcela de sua respon-sabilidade”, afirma a psicóloga.

O professor da Unesp, noentanto, pensa diferente. ParaSilva, não se pode atribuir aresponsabilidade de preven-ção e combate do bullying ape-nas para a escola e a família.Novas leis também não são ne-cessárias. “Vamos parar com aideia de se construir leis espe-cíficas de combate ao bullyinge de atribuir a responsabilida-de única e exclusivamente à es-cola e família. Já temos legisla-ção avançada, inclusive elogia-da por países do primeiromundo - o Estatuto da Crian-ça e do Adolescente (ECA),com algumas exceções, já dá

conta de tudo”, destaca.

Punição?

“Existe um movimento dealguns promotores da infânciae juventude que lutam para queo bullying seja considerado cri-me. Mas mais importante quenos preocuparmos com puni-ção, devemos nos atentar à pre-venção e educação dos jovens”,afirma a psicóloga e psicodra-matista Ana Cláudia.

A pedagoga Cléo Fante, es-pecialista em bullying escolar,autora do Programa Anti-bullying “Educar para Paz”,concorda com Ana. “Acreditoque a punição não gera reflexãoe aprendizagem. Em muitos ca-sos, gera raiva e revolta”.

Enquanto não existe lei quecriminalize o bullying no Bra-sil, o ECA trata o assunto comoato infracional. “Poderão seradvertidos verbalmente ou porescrito, convocação dos pais eaté a transferência compulsória(da escola), dependendo da gra-vidade da ação e de acordo coma decisão do Colegiado”, expli-ca a pedagoga.

ANÁLISE

Cleo Fante

“O papel da escola é prevenir toda e qual-quer forma de violência e priorizar a culturade paz. No entanto, se ocorrer o bullying, de-ve agir imediatamente, uma vez que é de suaresponsabilidade a segurança de todos os estu-dantes que estão sob sua guarda e proteção,podendo, inclusive, ser responsabilizada poromissão.

Sendo uma ação identificada como bullyingou não, a escola deverá orientar os envolvidos eencontrar alternativas que resultem em mudan-ças comportamentais. Especificamente, em rela-ção aos autores, deverá convocar os pais para quejuntos possam reconhecer as causas de suas atitu-des a fim de saná-las.

Dependendo da gravidade (lesão corporal,ameaça ou outra forma de violação de direitosde crianças e adolescentes), a escola deveráacionar outras instituições, como Conselho Tu-telar, Delegacia de Polícia ou Ministério Públi-co. Quanto às vítimas, deve-se protegê-las e en-contrar meios de cessar as agressões. Em situa-ções mais graves da exposição, precisa direcio-ná-las a profissionais que deverão auxiliar nodesenvolvimento de habilidades assertivas.

O que percebo é que há muita informação,mas equívocos na identificação e nos encami-nhamentos. Confunde-se bullying com indisci-plina, conflitos entre estudantes e de estudan-tes com professores, agressões pontuais ou re-petidas e problemas que são inerentes às rela-ções interpessoais. Então, o que falta é conheci-mento, capacitação profissional, além de com-promisso de estabelecer uma educação voltadaà cultura de paz.

Existe um grande movimento contrário aobullying e outras formas de violências - lidera-do por cantores, atores, apresentadores, políti-cos, escolas, famílias - mas isso não aconteceem relação à cultura de paz. Devemos inseriresse movimento em nosso cotidiano, e as esco-las têm essa possibilidade: de desenvolver pro-gramas preventivos que oportunizem não so-mente informação, mas vivências e interioriza-ção de valores, como respeito, solidariedade,amizade, tolerância, amor”.

CLEO FANTEé pedagoga especialista em Bullying Escolar, autora doPrograma Antibullying “Educar para a Paz” e de váriaspublicações no Brasil e Colômbia

O quantoa escola éresponsável?

O cyberbullying ou bullyingvirtual é mais grave e difícil deser combatido, se comparado aobullying físico. “Quando ocorri-do de forma intencional, ficamais fácil de se esconder por trásde um computador ou celular”,conta a psicóloga e psicodrama-tista Ana Cláudia De LucaSchiaveto.

Segundo Ana Cláudia, oagressornãotemideiadapropor-ção da violência que pode provo-car com a postagem de uma foto

ou vídeo nas redes sociais, oumesmo de um comentário comtom pejorativo. Eles não pensamnas consequências e acreditamque tudo é liberado na internet.

Durante uma pesquisa reali-zada pela pedagoga Cléo Fante,especialista em bullying escolar,foi descoberto que, em um grupode 5.168 estudantes, 31% pratica-vam bullying no ambiente vir-tual. Outros 17% estavam envol-vidos com a agressão no próprioespaço físico.

“A falsa sensação de anoni-mato e impunidade estimula aspráticas virtuais. Acreditar queo conteúdo postado fica restri-to leva-os a disponibilizar fo-tos, ofensas, calúnias, agres-sões, etc. Isso por falta de co-nhecimento e de informaçõessobre os prejuízos que podematrair para si e seus familiares,como responsabilizações finan-ceiras por danos morais”, diz apedagoga. (EV)

Ataques virtuais

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 11

Verbal: insultos, ofensas, apelidos maldosos,criticar a vítima

Física e material: prática de bater, beliscar,dar empurrões, roubar objetose até comida

Psicológica e moral: humilhações,chantagens, intimidações, discriminação

Sexual: assédios, insinuações, abusos eaté violência

Virtual/cyberbullying: uso de tecnologias,como celulares, filmadoras, internet paraespalhar fotos, vídeos, montagens paraconstranger a vítima

Os pais devem sempreconversar com seus filhos, nãosó para a superação desseproblema, mas de outros

Colocar cartazes nasescolas com os dizeres “justiça”,“dignidade” e “reciprocidade”.Não mudará as condutas, masdará início a reflexões

Exigir condutas de boaeducação, pois é uma condiçãonecessária à construção dasexcelências morais

Palestras com vídeosimpactantes (“Laranja Mecânica”

é um deles), seguido dediscussão em grupo coordenadopor psicopedagogos, psicólogosou ex-alunos que já foram vítimasou praticantes do bullying

Fazer reuniões com alunos edemais pessoas que foramvítimas de bullying - assim comono Alcoólatras Anônimos (AA)

Convidar às reuniões dogrupo pessoas que não sofrerambullying, mas que se sentirammal ou são contrárias a taispráticas. Oferece apoio paraenfrentar o problema

Identificar os agressores e

também fazer reuniões pararefletir sobre os comportamentos

Em alguns casos, proporterapia para vítima e agressor

Em casos mais graves,solicitar pais e representantes doMinistério Público e daSegurança Pública para propormedidas ao agressor para nãorepetir a conduta. Isso deve serfeito sem alarde

Promover um espaçoescolar pautado no exercício dasvirtudes e discutir temas, vídeose materiais jornalísticos, poistêm resultados melhores queexposições orais ■

Fonte: Cartilha Bullying - projeto Justiça nas Escola, da Secretariade Educação do Estado de São Paulo

Fonte: Nelson Pedro Silva, professor doutor do Departamento de Psicologia Evolutiva, Social e Escolar da Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Formas comunsde bullying

Medidas para prevenir e combater

12 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Cuidar de alguém com carinho e respeito pode ser vistocomo um ato de retribuição a tudo o que já recebemos

Josinel Braga CarmonaPsicólogo

Esta é uma boa época parapensarmos na transição.

Todo o tempo estamos mu-dando, mas existem algumasfases da vida, do ano, etc, emque mais percebemos isso. Co-mo diz uma frase taoísta: todoexcesso é fonte de dor e sofri-mento. Bem, começar algumacoisa, estar no início de umprojeto, do ano, da vida; estarno final de um projeto, do anoou da vida, essas são formas ex-tremas, de modo especial, po-demos compreender esses ex-tremos como excessos.

No início, temos excessode não saber, de ainda nãoconseguir; no final, temos ex-cesso de saber, de já não maisconseguir.

Fazer uma reflexão sobre acriança e o idoso é pensar nosexcessos, nos extremos da vi-da e suas necessidades espe-ciais. A criança ainda não po-de estar sozinha, por sua pró-pria conta, necessita da cons-tante presença do outro, de-pende inteiramente dele; oidoso já não pode mais estarsozinho, depende cada vezmais do outro, de sua ajuda,atenção e dedicação.

Este é mesmo um bom mo-mento para esta reflexão.

Passadas as festas, as ale-grias e euforias, os presentes eas presenças, podemos nos con-centrar um pouco naquilo tu-do que recebemos em nossoinício de vida, da dedicação da-queles que nos cuidaram eaquilo que possivelmente ire-mos receber quando voltar-mos a necessitar do outro. En-tre essas duas fases de depen-dências e necessidades existe afase em que podemos (e deve-mos) nos dedicar e cuidar.

Cuidar de alguém com cari-nho e respeito a suas limita-

ções e incapacidades inicial-mente pode ser visto como umato de retribuição a tudo o quejá recebemos, contudo, exis-tem ainda os aspectos existen-cial e humano do cuidar.

Preparar e servir a comida,banho, trocar, ajudar a subir ea descer, entrar e sair, ensinara falar, ajudar a lembrar, pegarpela mão, limpar a baba, as fe-zes, pentear, perfumar, com-

preender de fato, sorrir, etc, is-so tudo é trabalhoso e cansati-vo, demanda tempo e dedica-ção, mas com toda a certezaposso afirmar que qualqueruma dessas tarefas se tornamais leve na presença do verda-deiro entendimento do que écuidar e amar aquele que ain-da não pode ou aquele que jánão consegue. Qualquer pes-soa que se permitir olhar para

estas realidades com um pou-co mais de cuidado vai perce-ber o quanto precisamos apren-der sobre essas três tão impor-tantes fases de nossas vidas.

Uma boa pergunta para serrespondida no silêncio da refle-xão diária: enquanto tenho for-ça e capacidade, tenho me dedi-cado a oferecer aos que preci-sam de cuidados todo o amor ededicação que posso? ■

VELHO E NOVOwww.sxc.hu/Divulgação

Rubens Cardia 17/6/2010

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 13

Carla Marins recorreu à psicanálise para interpretar mãe de adolescente em “Malhação”

TV Press

Experimentar a maternidadetrouxe várias mudanças à carrei-ra de Carla Marins. Mas a princi-pal delas talvez seja a forma co-mo a atriz explora essa caracterís-tica em suas personagens. Provadisso é que fez questão de contarcom o auxílio da psicanálise as-sim que foi escalada para viver aretraída Alice de “Malhação”. Is-so porque, embora seja mãe deuma criança, ela assume que,sem essa ajuda, talvez fosse maiscomplicado encontrar a profun-didade que os conflitos que en-volvem a tradutora e o filho, omocinho Dinho, papel de Gui-lherme Prates, exigem. “É umuniverso muito distante do meu.Precisava achar outra pegada eesse seria o melhor caminho.Não cabe em qualquer persona-gem, mas ali eu senti que funcio-naria bem”, justifica.

Outro detalhe que ajudou Car-la na hora de construir Alice foia caracterização. Seu último tra-balho na televisão foi a dissimu-lada Amanda, participação espe-cial que a atriz foi convidada afazer em “Morde & Assopra” eacabou estendida até os últimoscapítulos da novela. Naquelaépoca, vivia uma vilã que seaproveitava da boa forma física.Mas agora, na pele de uma donade casa e mãe, Carla preferiu re-laxar e, assim, ganhar um corpoque se aproxima mais da realida-de de Alice. “Não cheguei a ten-tar engordar, mas deixei de es-tar obcecada com isso. Tambémparei de pegar sol e escureci o ca-belo”, explica.

Na história, Alice é uma qua-rentona que, depois da separação,passou muitos anos sem se rela-

cionar com ninguém. Com isso,se dedicou demais apenas ao fi-lho e ao trabalho de tradutora,exercido em sua própria casa. Asituação só começa a mudar de-pois que o garoto engata um na-moro e, ironicamente, ela reatacom o ex-marido. Com direitoaté a uma gravidez não planejada.“É legal esse espaço maior que es-tão dando para personagens adul-tos. Muita gente acha que ‘Malha-ção’ é feita para jovens e crianças,mas pesquisas mostram quemães e avós são 60% do públicoque assiste”, valoriza.

Hoje com 44 anos, Carla sem-pre aparentou menos idade. Porisso, só experimentou atuar comomãe de um adolescente em “Péna Jaca”, aos 38 anos, quando vi-veu a sonhadora Dorinha. E essamaturidade cênica parece ter mo-tivado a atriz a marcar presençaem novos trabalhos na tevê. An-tes, passou cinco anos fazendoaparições rápidas em pequenasparticipações e se dedicando aospalcos e ao curso de Teoria doTeatro, que ainda pretende finali-zar na UniRio. Mas, depois do re-torno na trama de Carlos Lom-bardi – sua última novela tinha si-do “Porto dos Milagres”, em2001 –, já atuou no seriado “Façaa Sua História” e na novela “Mor-de & Assopra”, na Globo, e tam-bém em “Uma Rosa ComAmor”, que protagonizou noSBT, em 2009. “É difícil fazer te-levisão direto. Novela é um com-promisso longo demais e o atorprecisa, em algum momento, pa-rar e se ‘limpar’ dos resquícios deoutros personagens. O teatro meajuda muito nisso e a faculdadetambém”, opina.

“Malhação” - Globo - Segunda a sexta,às 17h35

Perfil

Busca interior

Viagem ao passadoTrabalhar ao lado de mui-

tos jovens faz com que Carlase lembre de uma fase impor-tante de sua carreira. Juntocom Regina Duarte, ela prota-gonizou “História de Amor”,novela de Manoel Carlos queabordava a difícil relação en-tre a mãe Helena e sua filha,Joyce. Na trama, a adolescen-te rebelde engravidava do na-morado aos 17 anos e, com is-so, mudava a vida de todos nafamília. Sendo que, na época,Carla tinha 10 anos a maisque sua personagem. “Amaior preocupação era tornaraquilo possível. Então, decidiengordar um pouco e opta-mos por um corte de cabelocurto e bem cacheado. Dava

um ar mais juvenil”, recorda.Curiosamente, a atriz co-

meçou a gravar suas cenas namesma época em que “Malha-ção” estreava na Globo, em1995. E Carla acredita que, delá para cá, as dificuldades derelacionamento entre pais e fi-lhos aumentaram. Com isso,se tornaram mais ricas na tele-dramaturgia. “Ter autoridadesobre um adolescente é aindamais complicado atualmente.E acho um assunto muito sé-rio falar sobre essa falta de li-mites que a gente vê. Aindamais agora, que também soumãe. É bem diferente explo-rar isso em cena quando vocêcomeça a viver um pouco da-quela realidade”, avalia. ■

Carla Marins foi capa daedição de aniversário da revista“Playboy” em 1992. Na época,fez as fotos em Cancun,no México

Aos 14 anos, a atriz foiescolhida para fazer o papelprincipal da peça “O Boi e OBurro a Caminho de Belém”, deMaria Clara Machado. Suaprimeira aparição na tevê foi emum comercial do Mc Donald’s,dois anos depois

A primeira novela de CarlaMarins foi “Hipertensão”, em1986. O convite para fazer ostestes para interpretar Carolaveio na escola de Wolf Maya,onde Carla fazia um cursode interpretação

Antes de decidir se dedicarà carreira artística, Carlapensava em fazer faculdade deMedicina e se especializarem Pediatria

Instantâneas

Personagem dePersonagem deCarla Marins emCarla Marins em“Malhação” é“Malhação” ébem diferente dabem diferente dadissimuladadissimuladaAmanda”, deAmanda”, de“Morde &“Morde &Assopra”, seuAssopra”, seutrabalho anteriortrabalho anterior

Luiza Dantas/Divulgação

TV - 14 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Caminhos opostosEm época de “Big Brother Brasil”, GregórioDuvivier brinca com as propostas dos “reali-ty shows” ao mostrar os bastidores de sua vi-da em “O Fantástico Mundo de Gregório”,do Multishow. Apesar de passar uma imagemde produção escassa, o programa conta comuma equipe bem grande. “A ideia era brincarcom as fronteiras do real e imaginário. A pro-dução é bem maior do que estou acostumado.Mas a graça do programa está em parecermais pobre. O excesso de capricho é um empe-cilho”, revela. Gregório ainda continua no ro-teiro do seriado “Louco Por Elas”, que voltaà programação da Globo no dia 22 de janeiro.A redação é uma área que o humorista prezamuito em trabalhar. “Adoro escrever. É umprocesso mais árduo e doloroso. Gosto muitode fazer parte intelectualmente desse projeto.Pensar naquela casa e ser um personagemdentro dos nossos sonhos”, explica.

De famíliaA filha de Carlos Alberto de Nóbrega está co-tada para integrar o elenco de “Carrossel”,no SBT. Maria Fernanda de Nóbrega deveráfazer um teste definitivo para saber estará no“casting” de atores-mirins da nova versão es-crita por Iris Abravannel. A Building Recor-ds estaria em negociações com a emissora pa-ra o lançamento do CD da novela. A expecta-tiva é que o número de vendas supere o de“Carrossel”.

À procuraA MTV realizou cerca de 40 testes em busca de novos“Vjs” para a emissora. Além da saída de Dani Calabresa,Marcelo Adnet, Marimoon, Jana Rosa e China deixam oelenco. A ideia é contratar um homem e uma mulher elançar novos rostos para repor as perdas recentes. Por ou-tro lado, os “VJs” Bento Ribeiro, Paulinho Serra, DidiEffe, Titi Müller, Gaía Passarelli e Chuck Hipolitho já re-novaram contrato com a MTV.

Faz-me rirO “remake” de “Saramandaia” ganhará nomes de pesoem seu elenco, como Fernanda Montenegro, TarcísioMeira, José Mayer, Vera Holtz, Leandra Leal, GabrielBraga Nunes, Lília Cabral e André Bankoff. Junto comos veteranos, o autor pretende lançar novos rostos na tele-visão “É uma novela enxuta, de apenas 34 personagens,contando com o elenco de apoio”, adianta o autor Ricar-do Linhares.

Intervenção geralCarlos Lombardi pretende abordar o homossexualismoem sua primeira novela na Record. Com o título provisó-rio de “Vida Bandida”, a trama terá um personagem gay,mas o autor não pretende fazer uma abordagem caricata.

Passaporte na mãoO elenco de “Flor do Caribe” deve retornar ao Brasil nodia 21 de janeiro. Eles estão na Guatemala gravando algu-

mas externas para a próxima novela das seis escritapor Walther Negrão. A trama será protagonizadapor Henri Castelli e Grazi Massafera.

Mais espaçoO “Legendários”, programa comandado por MarcosMion na Record, voltará das férias com novo cená-rio. A produção continuará sendo gravada. SemJoão Gordo em seu elenco, o programa terá mais es-paço para uma plateia maior.

Praia e solO “Casa Brasileira” estreia sua temporada de verãono dia 27. Com o conceito de casa de veraneio, o pro-grama visita projetos idealizados por grandes nomesda arquitetura brasileira não só na praia, mas tam-bém na serra e montanha. A série apresenta pousa-das, hotéis, fazendas e casas de veraneio preferidasde personalidades brasileiras.

Na torcidaA Globo já trabalha na próxima temporada de “Ma-lhação”. Intitulado de “Projeto Z”, a nova fase irámexer com as novas mídias. Inclusive, parte do elen-co deve ser selecionada a partir da internet.

Mais umGuga Coelho está no elenco de “Dona Xepa”, próxi-ma novela da Record. O último trabalho do ator foiem “Malhação”.

Pela menteLeonardo Miggiorin dedicou mui-tos anos à televisão. Após 13 anos fa-zendo novelas, o intérprete do‘’nerd” Leandro, de “Malhação”, pô-de concluir, agora, a faculdade dePsicologia, que cursava há quase dezanos. “Fiz um ano de faculdade, masdepois fui morar em Nova Iorque.Fiz quatro novelas nesse períodoque me tomaram tempo e não pudefinalizar mais rápido o curso. Não fi-quei dez anos seguidos. Fui interca-lando com outros projetos”, explica.Para o ator, a faculdade é essencialpara sua carreira. “Fala bastante so-bre a mente humana e as relações deuma forma mais ampla”, valoriza.

ZappingJorge

Rodrigues

Jorge/Divulgação

TV Press

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 15 - TV

Depois de acumular heróis românticos, Murilo Rosa comemora o vilão Élcio, de “Salve Jorge”

TV Press

Diversificar os papéis que in-terpreta na tevê já estava nos pla-nos de Murilo Rosa. Depois deemendar uma sequência de heróisromânticos – como o Solano de“Araguaia”,o Lucas de“Caminhodas Índias” e o Miguel de “DesejoProibido”, entre outros, – ele que-ria mesmo era encarnar um vilão.Assimque a trama deWalther Ne-grão chegou ao fim, divulgou paratodos na Globo a sua vontade. In-clusive, para Marcos Schechtman,que havia dirigido “Araguaia”. Efoi o próprio diretor que convidouMurilo para viver o capitão Élcio,em “Salve Jorge”. “Era exatamen-te o tipo de papel que eu queria fa-zer”, assegura. “Estreei na Globocomo um vilão, em ‘ChiquinhaGonzaga’. Mas, depois disso, fiz sópersonagens engraçados ou ro-mânticos ou sérios. Estava comes-sa vontade e aceitei de cara”, diz.

Natelevisãodesde 1994, quan-do atuou em “74.5 – Uma Ondano Ar”, exibida pela extinta Man-chete, e em“Confissões deAdoles-cente”,daTVCultura, Murilopro-cura não limitar sua área de traba-lho. Para ele, fazer cinema e teatroinfluenciadiretamentena qualida-dedeseuspersonagensdatevêevi-ce-versa. “Acho que o ator tem deestar disponível para o bom papel,apenasisso.Orestovem”,simplifi-ca. Mas o discurso de Murilo ébem realista no que diz respeito àdramaturgia no Brasil. “Se vocêquer ser um ator profissional, sus-tentar seu filho, sua família, vai terde acontecer em vários lugares: natelevisão, no teatro, fazer bons fil-mes, entrar no mercado publicitá-rio, que é uma coisa para poucos.”

Pergunta – Na trama deGloria Perez, Élcio é o antago-nista do mocinho Théo, de Ro-

drigo Lombardi. Mas, apesardisso, o personagem tem mo-mentos de descontração ehumor. Como dosar essesdois lados?

Murilo Rosa – O espectadoré muito preso a uma boa lágrima,a um bom beijo, ao bom humor. Eo Élcio é mulherengo, tem hu-mor, que é um sinal de inteligên-cia, e dureza nas horas certas. Eusempre quis que esse personagemfosse um vilão que tivesse o seutempero. Sempre quis ele apron-tasse, mas que tivesse seu poder desedução, como todo bom vilão euacho que tem de ter. Como diz oSérgio Britto (ator, diretor e rotei-rista) quando você entra no palco:as pessoas têm de ter vontade de tever. O Élcio quer derrubar oThéo. Mas eu sempre quis fazerdesse personagem um cara que aspessoas, de uma certa forma, nãogostassem, mas que também sesentissem atraídas.

Pergunta – Você ficou umasemana na AMAN – Acade-mia Militar das Agulhas Ne-gras – para entender o univer-so do personagem. Até queponto essa preparação foi im-portante para seu trabalho decomposição?

Rosa – Foi uma base muitoimportante para a construção dopersonagem. O primeiro passo foientender como funciona o exérci-to e essa semana que passamos láfoi fundamental para compreen-der a importância dele, que a gen-te não sabe. O exército tem maisde 80 ações pelo mundo. Posso di-zer que um capitão do exército,que é o personagem que eu faço, éum homem preparado, que estápronto para um problema. Tam-bém foi bom para fazer as aulaspráticas de tiro e hipismo.

Pergunta – Na tevê, geral-

mente, você é mais visto na pe-le de mocinhos. A que atribuiessa escalação recorrente?

Rosa – A televisão acaba sen-do um lugar em que querem apro-veitar o mais identificável. Achoquefoi dandocerto e foi se repetin-do. Mas, ao mesmo tempo em queexiste um rótulo por fora, são per-sonagens diferentes. Fiz o Solano,que era um domador de cavalo;um padre, em “Desejo Proibido”;o Dinho, em “América”, era umpersonagem mais cômico. Mas to-dos com essa conotação de herói.Então, acho que é bom dar umaquebrada. No cinema, as pessoastêm me chamado para várias ou-tras funções.

Pergunta – O herói, geral-mente, tem um perfil previsí-vel dentro de uma trama.Acredita que interpretar vi-lões seja mais interessante?

Rosa – Não. Acho que o inte-

CapitãoEntrevistaEntrevista

João Miguel Júnior/Divulgação

TV - 16 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

ressanteé fazer umbompapel.Vo-cê pode fazer um mocinho, masele ser tão complexo que vai serumpersonagem muito interessan-te. Mas, com um vilão, posso fugirdo politicamente correto, fazer oque eu quiser. Se alguém ficoucom raiva de mim, ótimo. Se gos-tou, ótimo também. Com um mo-cinho, tem de tomar cuidado.

Pergunta – O posto de galã,que tanto acompanha sua traje-tória, já incomodou você?

Rosa – Não. Nunca incomo-dou e acho que nunca prejudicou.Na verdade, eu tenho um tipo físi-co bem normal, de um cara brasi-leiro, tendoumatendênciaaum ti-po mais europeu. Mas com o meuperfil posso fazer qualquer perso-nagem. Acho que o galã está mui-to mais ligado à sedução, ao poderquevocê temde seduzir, do que aotipo físico.

Pergunta – Você estreou natevê em 1994 e três anos de-pois já estava interpretando seuprimeiro protagonista, o Tenen-te Aquiles, em “Mandacaru”, daManchete. O tamanho de seuspersonagens e a relevância de-les em uma trama se tornoumais importante para você como passar do tempo?

Rosa – Acho que chega umahora em que você não pode maisfazer um personagem que não sejabom. Se você já fez, tem de condu-zir a carreira e tomar cuidado paraque isso não aconteça. A minhacarreirasempre foiascendente, de-grau por degrau. Meus persona-gens foram evoluindo. Acho im-portante, sim, você ser um atorque queira assumir a responsabili-dade, protagonizar uma novela,um filme, uma produção teatral.Acho que esse é o objetivo do ator.É só não colocar isso apenas comoo foco principal. O papel tem deser o foco principal.

Pergunta – Você já fez mui-tos trabalhos de época. Entreeles, “Xica da Silva”, pela Man-

cheteem1996,“ChiquinhaGon-zaga”, de 1999, e “A Casa dasSete Mulheres”, de 2003, entreoutros. Com tantas obras nesseestilo no currículo, também eraum desejo seu atuar mais emproduções contemporâneas?

Rosa – Como eu sempre fizmuitaépoca, semprequis fazer tra-balhos mais contemporâneos. Sefor ver meus trabalhos na Globo,muitos são de época. Então, sem-pre quis fazer papéis contemporâ-neos assim como o Élcio. É maisfácil fazer uma coisa atual.

Pergunta– Mas, por outro la-do, não é mais difícil se distan-ciardeumpersonagematual,de-pendendo do perfil dele?

Rosa – É, mas tem gente quefaz época sem também mudarmuita coisa. Acho que, se vocêquer fazer um bom trabalho deépoca, de composição e tudo, émais difícil do que um contempo-râneo, que você já mais ou menosconhece, pega alguns elementos.Época não. É preciso construiruma situação.

Pergunta – Quando vocêdecidiu se dedicar à interpre-tação, no início dos anos1990, em algum momento, fa-zer televisão passou a ser umobjetivo de carreira?

Rosa – Sim. É balela essa coi-sa de falar: “Ah, eu só faço teatro”.O ator que quer ser profissionalvai querer ser um ator de cinema,de televisão e de teatro. A coisamais hipócrita que eu já escutei naminha vida é quando vejo um atorfalando: “Não quero fazer televi-são”. Até aparecer uma oportuni-dade. E eu estou falando isso por-que já passei por essa fase na escolade teatro. Bicho grilo, barba gran-de, estudando Tchekhov (Anton,dramaturgo russo) e cheio de teo-rias... A dramaturgia brasileira é amelhor do mundo. Para mim, aGlobo faz um trabalho excepcio-nal. Então, só se você for burro pa-ra não querer fazer parte disso.

Pergunta – Você se mudoude Brasília para o Rio de Janeiro,em 1992, para estudar teatro. Esua estreia na tevê foi dois anosdepois – um processo, relativa-mente, rápido. Que recordaçõestêm daquela época?

Rosa – Vim na cara e na cora-gempara fazerescoladeteatroero-lou. Vim com o apoio dos meuspais, mas sem um emprego. Umaprima distante do meu pai indi-cou uma outra escola de teatro –eu já tinha feito, durante um tem-po, um curso profissionalizanteem Brasília. No Rio, entrei emuma escola de teatro, fiquei umtempo e fui parar no Tablado, on-decomecei a fazer umapeça com aMaria Clara Machado. As coisasforam acontecendo. Eu vim mui-to focado. Meu pai e minha mãesempre foram exemplos de pes-soas que ralaram muito.

Pergunta – E acredita quechegou onde imaginava estar?

Rosa – Estou caminhando.Mas acho que está tudo certo,tudo indo bem.

Pergunta – Com mais de 20trabalhos na tevê, que persona-gem destaca em sua trajetória?

Rosa – É tão complicado issoporque primeiro trabalho é pri-meiro trabalho, que foi “74.5 –Uma Onda no Ar”. Depois, a gen-te brincava e chamava de “74.5 –Uma Bomba no Ar”. Mas eu vestia camisa. Lembro até hoje que fuiassistir a uma peça, em 94, e o atorquefazia apeça era da Globo. Eelefez uma brincadeira no palco saca-neando, falando o nome da nove-la, menosprezando. Fiquei comtanta raiva naquele momento. É oseu trabalho, né? O personagemCD – Carlos Daniel – foi meu pri-meiro e começou a assumir res-ponsabilidades na trama. A nove-la não foi boa, mas foi importanteparamim. Achoquetodopersona-gem é. Internamente, eu valorizo.

“Salve Jorge” – Globo – de segunda asábado, às 21h

do malMudança de planos

“74.5 – Uma Onda no Ar” (Manchete, 1994) –Carlos Daniel.

“Antônio Alves, Taxista” (SBT, 1996) – Henrique.

“Xica da Silva” (Manchete, 1996) – Martim Caldeira.

“Mandacaru” (Manchete, 1997) – Tenente Aquiles.

“Chiquinha Gonzaga” (Globo, 1999) – Amadeu.

“Força de um Desejo” (Globo, 1999) – Eugênio.

“O Cravo e A Rosa” (Globo, 2000) – Celso de Lucca.

“A Padroeira” (Globo, 2001) – Diogo.

“Brava Gente, Ariosvaldo eO Lobisomem” (Globo, 2002) – Lobisomem.

“A Casa das Sete Mulheres” (Globo, 2003) –Afonso Corte Real.

“Um Só Coração” (Globo, 2004) – Frederico.

“América” (Globo, 2005) – Dinho.

“Bang Bang” (Globo, 2006) – Josh Lucas.

“Desejo Proibido” (Globo, 2007) – Miguel.

“Caminho das Índias” (Globo, 2009) – Lucas.

“Araguaia” (Globo, 2010) – Solano.

“Salve Jorge” (Globo, 2012) – Capitão Élcio.

Por pouco, Murilo Rosanão seguiu outro caminhoprofissional. Ainda em Bra-sília, sua cidade natal, elechegou a cursar a faculda-de de Educação Física.Mas não demorou muitopara descobrir que não eraapaixonado pelo curso.“Eu fui atleta, então acha-va que era legal. Mas perce-bi que não queria ser pro-fessor de Educação Físicalá na faculdade”, conta.

Foi quando se interes-sou pelas Artes Cênicas eresolveu investir pesado nacarreira de ator, aos 20anos. Até então, nunca ha-via tido nenhum contatocom a interpretação. Noano seguinte, em 1992, semudou para o Rio e, em1993, participou de umaOficina de Atores da Glo-

bo. Mas o material em ví-deo de Murilo acabou su-mindo e ele não recebeu ne-nhuma resposta da emisso-ra. Só depois de acumulartrabalhos na Manchete,TV Cultura, SBT e partici-pações em “Malhação” e“Você Decide” é que Muri-lo foi de vez para a Globo, aconvite de Jayme Monjar-dim, para viver o Amadeude “Chiquinha Gonzaga”,em 1999. “Estou muito fe-liz lá. Mas a experiênciaem outras emissoras foimuito positiva. Trabalharcom o Walter Avancini éuma coisa única na carreirade um ator”, exalta Murilo,que foi dirigido por Avanci-ni em “Xica da Silva” e“Mandacaru”, ambas naManchete, e também em“A Padroeira” e “O Cravo eA Rosa”. ■

Trajetória televisiva

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 17 - TV

Sucesso nos cinemas, “Gonzaga - De Pai Pra Filho” será exibido na tevê como microssérie

TV Press

A temática popular do longa“Gonzaga - De Pai Pra Filho”conseguiu levar quase 1,5 mi-lhão de pessoas aos cinemas doBrasil, no final de 2012. Bilhete-ria que lhe rendeu o posto dequarta melhor estreia nacionaldo ano. Mas o relativo sucessonão foi suficiente para Breno Sil-veira, diretor do longa. Seuideal era que a história do Reido Baião pudesse ser assistidapor pessoas que realmente sen-tissem sua cultura retratada naobra. Com isso, a produção cine-matográfica foi adaptada para atevê e será exibida em formatode microssérie a partir do dia 15de janeiro, na Globo. “Meu fil-me foi pensado para o brasileirose enxergar nele. Então, as pes-soas que não tiveram poder aqui-

sitivo para assisti-lo no cinema,agora vão poder vê-lo na televi-são”, acredita Breno.

Seguindo o modelo de adap-tação televisiva realizado porGuel Arraes em outros longas co-mo “Xingu” e “O Bem Amado”,o filme de Silveira foi reeditadopara ganhar um ritmo mais acele-rado, já que quando foi gravadonão havia projeto para transfor-má-lo em série. Também foramacrescentadas cenas extras à mi-crossérie, rodadas junto com olonga, mas que sobraram na ho-ra da edição. Além de um prólo-go diferente do visto nas salas decinema. “Mesmo sem um proje-to, a série já estava dentro de‘Gonzaga - De Pai Pra Filho’.Quando você vê o roteiro, perce-be que é uma obra que comportaser dividida em uma semana”,explica Guel Arraes, diretor de

núcleo da Globo.Dividida em quatro capítu-

los, a trama se baseia na vida deLuiz Gonzaga, explorando as di-ferentes etapas de sua vida. A his-tória começa quando ele é obriga-do a sair de sua cidade natal,Exu, no Recife, por causa deuma ameaça de morte feita porum coronel, interpretado por Do-mingos Montagner, que nãoaprovava o namoro do cantorcom sua filha. Gonzaga, então,passa nove anos no exército. Aosair das forças armadas, se insta-la no Rio de Janeiro na tentativade se estabelecer como músico.Lá, conhece Odaléia, de NandaCosta, uma cantora com a qualse envolve e tem um filho, semsaber ao certo se é ou não o paida criança. Dois anos depois,Odaléia morre e o Rei do Baião,que no momento já está casado

com outra mulher, decide deixarGonzaguinha - interpretado porvários atores ao longo das dife-rentes fases da história – ser cria-do pelos padrinhos, enquanto in-veste em sua carreira. Logo, Gon-zaga desiste de tocar os ritmosmusicais da época e se arriscacom as músicas nordestinas, oque o consagra como ídolo popu-lar. Mas o afastamento gera umgrave conflito entre pai e filho. Ea convivência entre eles passa aser conturbada. Uma relação deamor e admiração, mas cheia deressentimentos. “A vida dele eraimensa, a gente pegou um recor-te apenas, que saiu desse olharque o filho tinha dele”, explica odiretor do filme.

Para interpretar todas as fa-ses da vida de Gonzagão retrata-das no longa, foram necessáriostrês atores. Land Vieira, o único

que já atuava antes de “Gonzaga- De Pai Pra Filho” e participoude novelas como “Cordel Encan-tado” e “Cama de Gato”, foi esco-lhido para viver a etapa dos 17aos 23 anos do cantor.

O sanfoneiro Chambinho doAcordeon interpretou Luiz atéos 50 anos. E Adelio Lima encar-nou o compositor aos 70 anos.Esse último, além de chamar aatenção por sua semelhança físi-ca com Gonzaga, também já erapróximo ao universo do ídolonordestino. Antes de participardo longa, Adelio era guia do Mu-seu Luiz Gonzaga em Caruaru.“Lá de onde eu venho, nem todomundo tem o privilégio de ir aocinema, mas eu já era muito reco-nhecido pelo filme. Agora quevai para a tevê, nem imagino co-mo vai ser”, empolga-se AdelioLima. ■

“Gonzaga - De Pai Pra Filho” - A partirdo dia 15 de janeiro, às 23h, na Globo

Bastidores

Todos os públicosNanda Costa e Chambinho do Acordeon em cena de “Gonzaga - De Pai Pra Filho”: depois de levar 1,5 milhão de pessoas aos cinemas, filme vira microssérie na Globo

Divugação

TV - 18 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Graças ao jeito escrachado, Mart’nália estreia na televisão como a mecânica Tamanco em “Pé na Cova”Graças ao jeito escrachado, Mart’nália estreia na televisão como a mecânica Tamanco em “Pé na Cova”

TV Press

Mart’nália ginga enquanto fa-la.Aofinal decada frasedá uma ri-sada. Aliás, foi justamente por po-der se divertir que ela aceitou fazerparte do elenco de “Pé na Cova” –onde interpreta a mecânica Ta-manco –, novo seriado da Globo,que estreia no próximo dia 24. Etambémporcausa doautor dapro-dução, Miguel Falabella. Os doisjá se conhecem há muito tempo eaté trabalharam juntos no musical“Pé da Árvore de Natal”. “Ele mechamou: ‘Vamos fazer um negó-cio para a gente se divertir?’. Fa-lei: ‘Vamos embora, mas será queconsigo?’” indagou ela, que ouviude Falabella que saberia dar conta.Mesmo assim, receosa, achou me-lhor dar um aviso ao autor: “Fa-lei: ‘Qualquer coisa você mata apersonagem que está tudo certo’”,recorda.

ParaMiguelFalabella,nãopre-cisar “matar a personagem” deMart’nália, a cantora, e agora atriz,vai precisar mesmo se divertir. Opapel foi feito sob medida pelo au-tor por conta do bom humor da fi-lha de Martinho da Vila. O queajudaMart’náliaéo fatodequeFa-labella, de certa forma, adapta opersonagem de acordo com o ator.E isso ajuda bastante em uma difi-culdade da atriz: memorizar ostextos. “Estou me acostumando adecorar os textos, que é a partemais difícil. Eu não decoro direitonem as minhas músicas”, brinca.“Aí, ele coloca uns diálogos meiomalucos e eu me viro”, diverte-se.

A primeira temporada da tra-ma vai contar com 23 episódios. Ahistória se desenrola através da fu-nerária F.U.I. – Funerária UnidosdoIrajá –da família Pereira. Ame-cânicaTamancoé umadas agrega-

das da família.A personagem namora Odete

Roitman, interpretada por LumaCosta, filha de Ruço - dono da fu-nerária -, personagem de MiguelFalabella, e é irmã de Marcão, deMaurícioXavier.“Eu, interpretan-doaTamanco, tenhominha mecâ-nica e ajudo a família. Por isso queo Ruço me libera a garota”, adian-ta, às gargalhadas.

Mart’nália aproveita o conví-vio com o elenco para aprenderum pouco mais sobre interpreta-ção. Especialmente com LumaCosta, com quem atua mais. “Elasempre me dá um toque, me puxa,porque eu me mexo muito, não seificar parada”, revela. “Tem essacoisa de marcação que eu nuncafiz. É confuso, mas a Luma me dáuma força”. O entrosamento como restante do elenco, aliás, vemsendo importante para evoluçãodeMart’nália.Aospoucos,ocanto-ra vai se sentindo em casa. “Cadavez mais a gente se entende. Va-mos nos ajustando em um sentidode família mesmo”, confia.

Mart’nália garante que está sedivertindo com a nova fase deatriz. Mas isso não a afasta dos mi-crofones. “No começo, complicouum pouco. Agora agente já ajeitoua agenda, trabalha até quinta e so-bra a sexta para fazer show e ga-nhar meu dinheirinho”, conta. Asduas atividades completam Mar-t´náliahoje.Masapreferência ain-da é o amor antigo: a música. “Va-mos ver o que dá isso aí, mas éuma vida muito dura, é melhorcantar”,ponderaela, que só aceita-ria outros trabalhos como atrizcom uma condição: “Depende doque for, se for para me divertir, es-tou dentro. Se for coisa séria, estoufora”, avisa. ■

“Pé na Cova” – Globo – às quintas,às 22h50

Inside

Por diversãoPor diversãoPedro

PauloFigueiredo/D

ivulgação DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 19 - TV

Segundatemporada do“Mulheres Ricas”não empolga tantocomo a primeira

TV Press

As futilidades, os gastos ex-cêntricos e a falta de noção con-tinuam iguais. Mas as novasparticipantes da segunda tem-porada do “Mulheres Ricas”,da Band, não têm o mesmo ca-risma que as da edição ante-rior. Aeileen Varejão, Andréade Nóbrega, Cozete Gomes eMariana Mesquita ainda preci-sam “comer muito feijão-com-arroz”, por assim dizer, para al-cançar o tempero de NarcisaTamborindeguy, única milio-nária da primeira temporadaque garantiu vaga desta vez – a

exagerada Val Marchiori faráapenas uma participação es-

pecial.Com o primeiro blo-

co longo demais – quaseuma hora de duração –, oprograma perdeu ritmo

com apresentaçõesmuito extensas de ca-

da uma das partici-pantes. Obvia-

mente, é im-portante que

se conheça a realidade – aindaque aumentada – de cada umadelas. Mas a edição tornou a ta-refa cansativa e pouco eficien-te.

Principalmente porque omelhor ficou para o final. Só nosegundo bloco – já bem maiscurto, com menos de 20 minu-tos de exibição – é que Narcisaapareceu. Bastou a presença de-la para o programa, que regis-trou média de 4 pontos de au-diência, ganhar um novo gás earrancar risadas com as famo-sas frases exaustivamente ditaspela “socialite”, como “the faceof Rio” e “ai, que badalo”.

Em apenas um episódio jáficou claro o objetivo de cadauma das novas participantes.Aieleen é uma aspirante a can-tora um tanto quanto fajuta.Apesar de espalhar aos quatroventos que canta desde os 8anos, ela desafina de tal formaque mesmo um surdo desapro-varia. Andréa quer falar mal doex-marido, Carlos Alberto deNóbrega.

Cozete, que é a única quetrabalha e não depende do di-nheiro de ninguém, está à pro-cura de um marido para formaruma família. Mariana quer reto-mar a carreira de atriz e assegu-rar que não é nenhuma “Maria-chuteira”, apesar de ser casadacom o ex-jogador Luizão. ENarcisa é aquela já conhecidaexplosão de sandices que aca-bam sendo divertidas.

Mas o que fica ainda maisevidente nesta segunda tempo-rada do “Mulheres Ricas” é

que dinheiro pode até permi-tir o acesso a bolsas caríssi-mas e carros de luxo. Mas,definitivamente, não temnenhuma relação com ele-gância. ■

”Mulheres Ricas” – Band –Segundas, às 22h30

Ponto de Vista

Semtantobadalo

Div

ulga

ção

TV - 20 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

“Guerra dos Sexos” minimiza o humor e aposta em tramas densas para elevar audiência

TV Press

O tom pastelão chamava muitaatenção quando o “remake” de“GuerradosSexos”estreou,emou-tubro. Mas agora, há pouco maisde três meses no ar, já se nota queSilvio de Abreu tem deixado umpouco de lado a comédia “rasgada”para abrir espaço às tramas maisdensas do folhetim. Atualmente,os traços fortes de humor ficammesmo no sisudo Otávio, papel deTony Ramos; no atrapalhado Feli-

pe, vivido por Edson Celulari; e nadescaradaFrô,daestreanteMarian-na Armellini. E a mudança tem semostrado positiva. Além de garan-tirmaisagilidadeàhistória,ameni-za também o fato de a novela terem sua trama central - e no própriotítulo - uma discussão que está ul-trapassada e já bastante explorada.

Jádesdeosprimeiroscapítulos,eram mesmo os personagens liga-dos às tramas dramáticas que cha-mavam mais atenção. Principal-mente o triângulo formado entre

Juliana, Manoela e Fábio, papéisde Mariana Ximenes, Guilhermi-naGuinleePauloRocha.Aprimei-ra carrega todas as característicasque uma mocinha normalmentetem nos folhetins. E Guilherminaparece ter percebidoagrande portaque se abriu em sua carreira ao serescalada para o papel. A atriz, aliás,vemcrescendocadavezmaisna te-vê. E, pelo que mostra em cena, sesai muito bem na pele de mulheresmás ou desequilibradas. E sem serepetir. Mesmo caso de Paulo Ro-

cha, que há pouco tempo estava noar como o português Guaracy, de“Fina Estampa”, e até o sotaqueperdeu para interpretar o fotógrafode “Guerra dos Sexos”.

Mesmocomalgunsajustes,Sil-vio de Abreu e o diretor Jorge Fer-nando ainda estão longe dos 30pontos de audiência, meta da faixadas19horasda Globo.Naverdade,o resultado alcançado até aqui – 22de média geral – está abaixo até donúmero esperado para o horáriodas18horasnaemissora.Fériases-

colares e horário de verão são des-culpas normalmente usadas, masnem sempre colam. “Ti-Ti-Ti”,tambémdirigidaporJorgeFernan-do, fechou janeiro de 2011 acimados 30 pontos. Enquanto que“GuerradosSexos”,atéagora,man-tém índices menores que os de“Tempos Modernos”, um dosmaiores fracassos recentes da Glo-bo, que terminou com média geralde 24 pontos às 19 horas. ■

“Guerra dos Sexos” – Segunda asábado, às 19h20, na Globo

Crítica

Tensão entre os eixos

Mariana Ximenes e Guilhermina Guinle em cena de “Guerra dos Sexos”: novela diminui tomMariana Ximenes e Guilhermina Guinle em cena de “Guerra dos Sexos”: novela diminui tompastelão dos primeiros capítulos e investe mais no drama para tentar alavancar audiênciapastelão dos primeiros capítulos e investe mais no drama para tentar alavancar audiência

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 21 - TV

MALHAÇÃO - 17H50

Segunda-feira - Felipe revela pa-ra Roberta que Giocondo é ami-go de Otávio. Carolina ouve assuspeitas de Charlô contra ela.Felipe tenta entregar a caixa debombom para Roberta, que rea-ge furiosa. A empresária pedepara Dino verificar o contratoda empresa de Giocondo. Caro-lina fala mal de Nando para Ju-liana, que destrata o motorista.Nieta fala para Dino que Nandoestava traindo Roberta com Lu-cilene. Otávio diz o que Felipedeve fazer para conquistar Ro-berta. Nando pede demissão.Ulisses ouve Zenon e Carolinafalando mal dele. Giocondo insis-te para que Roberta assine seucontrato.Terça-feira - Roberta decide não

assinar o contrato com Giocon-do. Zenon afirma a Carolina queanunciará o namoro dos doisapós a luta de Ulisses. Charlôpede para Nando permanecer noemprego. Juliana lembra do bei-jo que deu em Nando. Ulissesobriga Carolina a ir com ele até olocal de sua luta. Todos enalte-cem o rival de Ulisses no localda luta. Vânia afirma que Julianaestá apaixonada por Nando. Ro-berta recepciona Charlô e ami-gas em sua casa. Felipe invadeo apartamento de Roberta e abeija na frente de todos.Quarta-feira - Nando se enfurececom Felipe. Vânia pede para Ju-liana fazer alguma coisa para re-verter a demissão de Nando. Ze-non não gosta de ouvir Carolina

falar mal de seu irmão. Nando eRoberta chegam para ver a lutade Ulisses. Charlô repreende Fe-lipe pela invasão à casa de Ro-berta. Ulisses começa a reagirna luta depois de ver Zenon. Feli-pe tenta encontrar uma ex-namo-rada para sair. Juliana vai atrásde Nando e vê Otávio sair da ca-sa de Nieta. Ulisses vence a lutapor nocaute.Quinta-feira - Todos vibram coma vitória de Ulisses e Carolina fi-ca furiosa. Ulisses agride Ze-non. Nando chega com Robertapara a comemoração de Ulissese todos ficam constrangidos. Vâ-nia leva Felipe para casa. Nandolevanta um brinde para Ulisses,que se emociona. Zenon enganaCarolina. Olívia tem uma ideia

para descobrir o mistério de Otá-vio. Juliana fica perturbada aover Nando com Roberta. Vâniase recusa a ficar com Felipe. Gio-condo fala para Dino que Nandoé um agente de Otávio. Julianapede desculpas para Nando.Sexta-feira - Nando aceita asdesculpa de Juliana. Charlô co-menta com Otávio que lembroudo baile em que dançaram jun-tos no passado. Giocondo deixaDino em dúvida com suas insi-nuações sobre Nando. Carolinaouve Otávio dizer para Felipeque Juliana tem um envolvimen-to com Nando. Vânia pede paraJuliana ajudá-la a voltar a traba-lhar na loja. Otávio engana Nan-do para que ele siga seu plano.Felipe pergunta a Juliana o queexiste entre ela e Nando. Dino

pergunta a Nando se foi Otávioquem mandou ele convencer Ro-berta a não fechar negócio comGiocondo.Sábado - Roberta repreende Di-no. Nando confirma à namoradaque foi Otávio quem mandou elefalar sobre a fábrica. Charlô nãogosta de saber que Ulisses foidemitido por Isadora. Nando con-versa com Roberta sobre o con-trato de exportação da Positano.Nieta sugere que Dino forje ascontas da Positano para obrigarRoberta a assinar contrato comGiocondo. Charlô se surpreendepor Vânia querer trabalhar comovendedora da loja. Charlô ouveCarolina ameaçando Nando. Ze-non se encanta com Charlô. Ro-berta fica surpresa com o balan-ço que Dino lhe mostra.

LADO A LADO - 18H15

Segunda-feira - Zé Maria pedeIsabel em casamento. Mariopensa em sair em excursãocom a peça e Frederico gostada ideia. Catarina conta a Neu-sinha que foi convidada para seapresentar no mesmo eventobeneficente que Isabel. Alberti-nho e Esther ficam noivos. Ze-naide castiga Elias. Zé Maria ar-romba a porta da casa de Zenai-de para libertar Elias. Constân-cia pensa em colocar Elias nointernato. Jurema joga os bú-zios para Isabel.Terça-feira - Jurema aconselhaIsabel a procurar uma mãe-de-

santo. Teodoro pede Sandra emcasamento. Carlota diz a Cons-tância que pediu ao padre Ole-gário uma vaga no internato pa-ra Elias. Neto fica impressiona-do com o mapa feito por Tião.Celinha diz a Guerra que seriamelhor Jonas não ter esperan-ças de ficar com Alice. Teresaaconselha Sandra a se casarcom Teodoro. Madá entrega aElias uma caixa de engraxate eo mapa de parte da cidade de-senhado por Tião. Elias foge domorro.Quarta-feira - Isabel pergunta aZenaide sobre Elias. Constân-

cia diz a Laura que Elias é ummenino pobre que ela ajuda acriar. Isabel discute com Bereni-ce. Zé Maria sai em busca deElias. Elias vaga pela rua à pro-cura de Constância. Isabel,Afonso e Laura colocam Cons-tância contra a parede. Isabeldiz a Jurema que ela vai dançaro melhor que pode no eventobeneficente.Quinta-feira - Isabel afirma a Ju-rema que humilhará Constânciaem público. Isabel, Etelvina e Ju-rema castigam Berenice e Zenai-de. Catarina revela a Neusinhaque sabotará o palco para Isa-

bel escorregar. Assunção insis-te para Constância ir ao eventobeneficente. Isabel exige queCatarina limpe o óleo que derra-mou no palco. Jonas fica ator-doado ao ver Alice com Gusta-vo. Constância é vaiada no tea-tro. Assunção discute com Cons-tância. Elias sente medo ao verIsabel.Sexta-feira - Isabel tenta seaproximar de Elias, mas ele a re-jeita. Laura avisa à mãe queElias foi encontrado. Zé Mariadecide levar Elias para junto deJurema e Afonso. Constânciachama Praxedes e denuncia Isa-bel. Esther rompe o noivado

com Albertinho. Mario avisa aFrederico que Luciano entrarána peça. Praxedes prende Isa-bel por atentado ao pudor.Sábado - Zé Maria deixa Eliascom Jurema e sai à procura deIsabel. Luciano expulsa Neusi-nha do teatro. Zé Maria pede aju-da a Edgar para tirar Isabel dacadeia. Quequé descobre queLuciano é filho de Diva. Edgar co-munica a Isabel que ela respon-derá ao processo em liberdade.Albertinho sugere à mãe queUmberto seja seu advogado. Bo-nifácio fica furioso ao saber queFernando se tornou o acionistamajoritário da fábrica.

Segunda-feira - Durante a brigapelo buquê, Ana finge se ma-chucar. Bruno dá atenção a ela.Dinho consola Fatinha e ela re-vela que sua primeira noite deamor foi com Bruno. Dinho pe-de para conversar com Bruno.Ju e Dinho conversam sobre opassado deles como namora-dos. Bruno não resiste e ficacom Fatinha de novo, mas aca-ba se arrependendo. Marcelase emociona com a partida deLeandro e Isabela e Tatá insi-nua que a professora quer secasar com Lorenzo. Dinho des-cobre que Bruno ficou com Fati-nha e confronta o rapaz.Terça-feira - Bruno admite que

agiu mal com Fatinha, mas acu-sa Dinho de ter feito o mesmocom Ju. Dinho se culpa por tertraído Lia com Valentina. Mar-cela se emociona quando Gilaprova seu romance com Lo-renzo. Fatinha se irrita com Di-nho por ter afastado Bruno.Bruno resolve dar uma segun-da chance ao namoro comAna. Ju desconfia da relaçãode Dinho e Fatinha. Dinho rece-be uma mensagem de Valenti-na avisando que está voltandopara o Rio de Janeiro. Fatinhadescobre que Ana e Bruno rea-taram o namoro.Quarta-feira - Fatinha tentadesmascarar Ana para Bruno.

Dinho envia uma mensagempara Valentina pedindo queela não venha para o Rio. Bru-no troca o nome de Ana pelode Fatinha. Dinho combina deviajar com Lia para festejarseu aniversário. Lia convoca aturma para uma festa para Di-nho. Rômulo combina um en-contro com Mario para verapartamentos. Fatinha se saibem na visita dos holandesesà comunidade. Lia, Ju, Gil e Lo-renzo preparam a festa de Di-nho. Bruno e Rita combinamde ser amigos. Valentina che-ga ao Rio.Quinta-feira - Fatinha tenta par-ticipar da reunião do CRAU,

mas é rejeitada por Bruno, Anae Rita. Lia leva Dinho para suafesta. Valentina descobre so-bre a festa de Dinho. Rita diz aFatinha que apoia sua entradano CRAU se ela realmente con-tribuir com a causa. Lia toca acanção que fez para Dinho e to-dos se surpreendem. Valenti-na chega à festa e Rômulo ten-ta impedir a suposta afilhadade se aproximar de Dinho. Fati-nha obriga Valentina a dançarcom ela para afastá-la de Di-nho. Lia desconfia do presenteque Valentina dá para Dinho.Ju vê quando Valentina beijaDinho.Sexta-feira - Ju exige que Di-

nho conte para Lia sobre Valen-tina. Ju conta para Gil que Di-nho ficou com Valentina. Apóso fim da festa, Dinho pede pa-ra conversar com Lia, mas Pau-lina o orienta a ir para casa. Di-nho se aconselha com Fati-nha, que sugere que ele negueo beijo de Valentina. Dinho ten-ta conversar com Lia, mas pri-meiro Robson interrompe e, de-pois, Fatinha e Orelha o impe-dem. No Misturama, Valentinaassiste à TV Orelha e descobreque toda a turma vê o progra-ma. Rita avisa a Fatinha sobreuma nova reunião do CRAU. Va-lentina diz a Orelha que temuma boa reportagem para ele.

Resumo das novelas

GUERRA DOS SEXOS - 19H15

GLOBO

TV - 22 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Segunda-feira - Isabel perguntase Mirela não reconhece Magno,mas a amiga diz não ter certeza.Norberto pede que Adriana man-de Paulo ir embora. Isabel lê a no-ticia sobre a sobrevivência do do-no da lancha que matou Teresa eNestor. Isabel conta para Norber-to que viu a foto de Magno e queele tem uma tatuagem igual à domarido. Ele finge surpresa. Eduar-do diz à Fabiana que poderia tê-laajudado, mas a ex-namorada afir-ma que, após descobrir ser paide Taís, o advogado abandonouVitória. Norberto contrata Ar-naud, um exímio atirador, paramatar Magno.

Terça-feira - Taís pede para ir aPetrópolis com Eduardo e conse-gue a autorização de Isabel. Álva-ro e Heloisa vibram ao conhecerTaís e afirmam que ela é como sefosse neta para eles. Isabel per-gunta a Norberto sobre Paulo. O vi-lão diz que não pretende encon-trar com uma pessoa que não co-nhece. Diva e Dóris comemorama compra do apartamento ondemoram e se espantam com a visi-ta de Paulo. Paulo conta para elasque Norberto está fugindo dele.Isabel conta para Eduardo sobreas tatuagens e ele pede que Mag-no vá até a sua casa. Arnaud vêMagno saindo do prédio e atira.

Quarta-feira - Magno cai inerte.Dóris e Diva se divertem com Pau-lo, que revela ter um passado detrambiques antes de se tornar em-presário. Paulo resolve ligar paraNorberto. O vilão marca encontrocom o dono da lancha. Norbertomanda Arnaud memorizar o rostode Paulo. Paulo pede que Diva,disfarçada, tire fotos. Paulo pedecinco milhões de dólares pelo seusilêncio. O dono da lancha mostraque está com a bombinha de as-ma usada pelo vilão. Diva fica ten-sa e Arnaud se surpreende. Taísse esconde na casa de Heloisa epede que ela não revele para nin-guém sobre o seu paradeiro.

Quinta-feira - Taís conta para He-loísa que fugiu de casa e pede pa-ra morar por uns tempos emPetrópolis. Arnaud saca sua pis-tola de longe e Diva tenta contro-lar as lágrimas. Norberto oferecetrês milhões de dólares a Paulo,que aceita e diz que vai encontrá-lo depois. Arnaud e Diva acabamse esbarrando no local. Heloisaconcorda que Taís fique, mas im-põe a condição de avisar Isabel.Paulo e Diva veem as fotos, quan-do ele nota a presença de Arnaudem uma delas. Eduardo confes-sa que fez um exame de DNAcom Taís e que está esperando oresultado para recorrer à guardajudicialmente.

Sexta-feira - Eduardo fica furiosoao saber que Norberto ameaçouTaís e decide que a filha deve fi-car com Heloisa. Eduardo tira sa-tisfações com Norberto e bate novilão. Isabel toma as dores do ma-rido, mas fica em estado de cho-que quando descobre o motivoque levou Taís a fugir de casa.Eduardo chega com o exame deDNA e vibra por ser realmente opai biológico de Taís. Paulo pedea ajuda de Diva para agredir Nor-berto. Mauro descobre que Dórisestava na lancha que explodiu.Dóris diz a Paulo que está trauma-tizada com o mundo da bandida-gem, mas Diva fala que o ajuda.

Segunda-feira - José diz a Ciriloque quer um filho que saiba sedefender. Cirilo conta a Helenaque foi ao mercado trocar a bolapremiada com a foto de Cafu,mas quase foi preso, pois a bo-la era falsificada. Helena vai àsala de aula e pergunta a Márioe Paulo se eles falsificaram a bo-la. Os dois tentam inventar umadesculpa. Miguel conversa comHelena e promete realizar o so-nho de Cirilo. Helena vai conver-sar com o empresário que de-senvolveu a promoção das bo-las premiadas, que é amigo deMiguel. O empresário entregauma bola premiada com fotogra-fia de Cafu a Helena.

Terça-feira - As meninas aconse-lham Maria Joaquina a dar umachance a Cirilo. Na sala de aula,Helena entrega a Cirilo a bolapremiada com a foto de Cafu. Ci-rilo decide pegar como prêmiouma boneca para dar à sua ama-da. Glória comenta com Tom quegostou de vê-lo brincar com asmeninas no parque e diz que tal-vez esteja na hora de matricularTom numa escola. Cirilo pede pa-ra Helena tirar Paulo e Mário docastigo. Helena libera os dois eafirma que eles têm de agrade-cer a Cirilo.Quarta-feira - Ao conversar com

Valéria, Carmen e Bibi a aconse-lham a dar mais uma chance aDavi. Helena conversa com Mar-garida, a aluna nova que foitransferida de uma escola mun-dial do interior de São Paulo. He-lena chega com Margarida à salade aula e a apresenta aos novoscolegas. Davi deseja as boas vin-das a Margarida e Valéria fica en-ciumada. Margarida se senta àfrente de Davi. Marcelina fala aValéira que Davi está tentandoprovocá-la. Na saída da escola,Davi se oferece para carregar amochila de Margarida. Os doispassam na sorveteria e Paulo osvê juntos.

Quinta-feira - Maria Joaquinachega com Tom à casa abando-nada. A patricinha se passa porprofessora e os colegas, comoalunos dela, uma estratégia pa-ra Tom vencer o medo da escola.Maquiavélico, Mário fala a Valé-ria que ele e Paulo tiveram umaideia. Os dois vão fazer Margari-da se passar por burra e tirar no-tas baixas se Valéria os pagar.Valéria aceita o acordo. Na esco-la, Mário e Paulo pegam uma gar-gantilha de Helena, deixando umbilhete no lugar. Eles colocam oobjeto na mochila de Margarida.Valéria se arrepende do plano.Helena procura a gargantilha eencontra o bilhete.

Sexta-feira - Valéria toma o bilhe-te das mãos de Helena e o co-me. Helena fica perplexa com aatitude e diz que ela não entrarána escola no dia seguinte sem acompanhia dos pais. Mário ePaulo ameaçam Valéria dizendoque se ela fizer fofoca, farão deDavi picadinho. No dia seguinte,Rosa acompanha Valéria até aescola. Helena e Rosa tentamconvencer Valéria a falar o queaconteceu, mas a garota está ir-redutível. Valéria pede a ajudade Helena e revela o plano deMário e Paulo. Valéria afirmaque Margarida roubou Davi dela.

Segunda-feira - Russo descobreque Morena e Jéssica foram na ca-sa de Helô. Morena e Jéssica che-gam à casa da delegada, mas sãoimpedidas por Russo de subir. Pe-peu e Drica ficam apreensivos aoouvir Fatma falar com Berna so-bre o dinheiro que eles pegaram.Fatma fala para Berna que o di-nheiro sumiu, Mustafa ouve a con-versa e interroga a mulher. Éricaconta para Márcia que ficará noi-va de Théo. Théo faz a ronda noAlemão, mas Morena não deixaJúnior se aproximar com medoque Russo saiba quem é o ex de-la. Ao entrar em seu carro, Helôsofre um atentado.Terça-feira - Helô consegue sairdo carro incendiado. Stênio se de-sespera com a notícia e vai até a

casa da ex. Stênio e Helô se bei-jam. Sheila briga com Morena por-que a amiga se recusa a lhe pas-sar o telefone de Wanda. Bernapede para se encontrar com Wan-da. Jéssica e Morena entram noprédio de Helô pela garagem.Bianca resolve voltar para o Bra-sil. Delzuite chega com Pescoço àdelegacia. Érica pede para conver-sar com Théo sobre o noivado.Helô conta para Morena e Jéssicaque Barros as viu em uma boate eacredita que as duas se tornaramgarotas de programa.Quarta-feira - Morena e Jéssicanão conseguem se explicar paraHelô porque são interrompidaspor Ricardo. O policial federal con-ta que o vídeo de segurança quemostra o responsável pelo atenta-

do foi encontrado. Haroldo contapara Lívia que o bandido que sabo-tou o carro de Helô foi identifica-do. A vilã manda Russo eliminá-lo. Demir leva Bianca ao aeropor-to. Esma reclama de Zyah ter fica-do sozinho depois que Ayla conse-guiu um pretendente. Haroldo dizpara Helô e Stênio que o sabota-dor do carro foi morto. Morena vêThéo e Érica na rua. Morena espe-ra por Théo na porta de casa.Quinta-feira - Théo e Morena sebeijam. Jéssica entra no hotel deLívia e reconhece o local. Morenamente para Théo e afirma quenão esteve em Copacabana. Mo-rena afirma a Théo que não vaimais se separar dele. Jéssica con-ta para Morena que encontrou ohotel para onde foram levadas.

Érica descobre que Théo não dor-miu em casa. Théo descobre queÉrica sabia da volta de Morena ediscute com ela. Russo intimidaMorena. Sarila convida Zyah paraa festa de noivado de Ayla. Théoencontra Morena no colégio de Ju-nior. Théo reconhece Jéssica eafirma que a viu com Morena emCopacabana.Sexta-feira - Morena confessa aThéo que esteve na boate e falasobre a carta de Waleska. Ele ficadesconfiado e diz que vai até o lo-cal entregar a carta pessoalmen-te. Morena aborda o assunto tráfi-co de pessoas sem dizer que foi ví-tima, mas Théo acredita que essetipo de crime é lenda. Helô nãodeixa que Stênio conte nada so-bre a investigação para Lívia.

Helô exige que Berna revele o quesabe sobre a adoção de Aisha.Théo vai à casa de Lucimar e co-nhece Russo. Zyah encontra Aylase preparando para o noivado eos dois de beijam.Sábado - Ayla vai embora comZyah de seu noivado e Ekram vêos dois. Tamar avisa que a irmãsumiu. Lívia proíbe Wanda de fa-zer qualquer coisa contra Morenaaté o fim das investigações. Sale-te reclama para Stênio que Dricae Pepeu não lhe pagam. Fatmadescobre que Pepeu pegou o di-nheiro de Berna. Morena pede pa-ra Théo acompanhá-la ao desfilede Lív ia. Waleska alertaRosângela sobre Irina. Lucimar le-va Russo a um baile e Vanúbiachega ao local. Berna implora queHelô salve seu casamento.

Resumo das novelas

BALACOBACO – 22H30

[23H]CARROSSEL - 20H30[/23H]

SALVE JORGE - 21H00

GLOBO

RECORD

SBT

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 23 - TV

A montanhaA montanhamágicamágica

TURISMO

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Roteiro porestações de esqui emLake Tahoe, na divisade Califórnia comNevada, combinaesportes de neve,belos cenários,cassinose clima familiar

Agência O Globo

Imagem dos pinheiros daregião podem ser captadasno passeio de teleférico

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 25 - TURISMO

Na divisa dos estados de Califórnia eNevada, Lake Tahoe abriga estações deesqui de perfis variados

Agência O Globo

O teleférico vai subindo de-vagar, ainda bem, vencendocalmamente a montanha co-berta de gelo, e com uma flo-resta de pinheiros. Quem tempressa? O vidro que nos prote-ge do frio, que por ali pode fa-cilmente chegar aos 30˚C ne-gativos nos meses de inverno,permite a apreciação da paisa-gem, que vai ficando aindamais bela à medida em quenos aproximamos do alto.

São cerca de mil metros dedesnível entre a base da esta-ção de esqui de Heavenly,uma das maiores dos EstadosUnidos, e as pistas propria-mente, numa viagem de 15minutos, tempo que passavoando enquanto a paisagemarranca comentários elogio-sos: um lago de azul profun-do rodeado de montanhas es-branquiçadas pelo gelo e as fi-leiras de árvores, cenário ilu-minado por um sol macio quemal é capaz de aquecer os cor-pos. Quem quer curtir o vi-sual com mais calma não pre-cisa se desesperar: em posi-ção estratégica, um mirantegarante fotos límpidas de ân-gulos privilegiados.

Lá em cima há várias pis-tas, para os mais diversos ní-

veis de esquiadores, e diferen-tes meios de elevação, além deum bar e restaurante que ser-ve refeições ligeiras e se trans-forma em pista de dança quan-do as pistas de esqui se fe-cham, às 16 horas. Os prati-cantes mais experientes po-dem escolher se querem des-cer a montanha em direção àCalifórnia ou rumo a Neva-da: Heavenly está exatamen-te na divisa desses dois esta-dos, separados por uma rua.A localização estratégica con-tribui para que essa seja umadas estações de esqui de cará-ter mais plural.

Há cassinos imensos, bonsrestaurantes, bares e hotéis deperfis variados, além de umaboa estrutura de comércio,com supermercados, cinema ecadeias de fast-food, lojas deconveniência. Não muito lon-ge dali, numa viagem mar-geando o Lake Tahoe quase to-do o tempo, está a estação deNorthstar, que a partir destatemporada está mais acessívelaos brasileiros, já que passou afazer parte do American Airli-nes Ski Club, bem comoKillington, em Vermont, queé uma opção para os que pre-tendem combinar dias emuma estação de esqui comuma visita a Nova York e ou-tras cidades da Costa Leste.

Turismo

Entredoismundos

Subida de teleféricoé uma das opções depasseio para quem nãopretende esquiar

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Pista em Heavenly leva rumo ao estado de Nevada

Resort Ritz-Carlton é uma das opções de hospedagem na região

Fotos: Agência O Globo

Loja de equipamentos na Califórnia e, ao fundo, hotel-cassino em Nevada

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 27 - TURISMO

Vila tem pista de gelo e restaurantescom cardápio que valoriza osingredientes locais

Agência O Globo

A paisagem é linda mesmocom pouca neve. As máquinasque produzem flocos artificiaisgarantem as mínimas condiçõespara se esquiar nas pistas da es-t a ç ã o d e N o r t h s t a r , n aCalifórnia. Num misto de ansie-dade, já que seria o primeiro diaesquiando, e fuso horário troca-do (eram seis horas a menos),acordei no meio da madrugada.Estava escuro do lado de fora,mas era possível ver a neve cain-do e as árvores inteiramentepintadas de branco. Alegria! Namanhã seguinte, o cenário eraperfeito, alvo, gelado e macio.

Depois do café da manhã eos trâmites burocráticos do alu-guel de roupas e equipamentos,pegamos o snowmobile com ca-pacidade para vários passagei-ros e fomos praticar. Começa-mos na pista para os iniciantes,dividindo espaço com muitascrianças na faixa dos seis anos,além de uns poucos adultos, oque reforçou a atmosfera fami-

liar do lugar. Uma pequena ele-vação e uma espécie de esteiraque nos levava até a parte maisalta, além de um bom instrutor,era o que precisávamos para daros primeiros passos na neve,com direito, claro, a muitostombos, alguns deles, bisonhos,como era de se esperar.

As pernas doíam pela faltade jeito com as botas rígidas,apertadas e pesadas, quando pe-gamos o teleférico para almoçarno Zephyr Lodge, estrutura noalto da montanha usada para ali-mentar, e esquentar, os esquia-dores entre uma descida e ou-tra. Tirar as botas foi um mo-mento de glória e muito alívio.Um hambúrguer digno, com ba-con, queijo e uma rodela de ce-bola crocante, matou a fome,dando as calorias necessárias pa-ra enfrentar o frio e o restanteda tarde de aprendizado sobreos esquis. No final do dia, quan-do a brincadeira começou a fi-car verdadeiramente divertida,deu para perceber uma sensívelmelhora no equilíbrio, e nas do-res na perna.

Califórnia

Northstar:a vila denevenaCalifórnia

No fim da tardepaisagem pode ser

avistada pelas amplasjanelas de vidro do hotel

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

De volta ao aconchego do hotel, asjanelonas de vidro se transformavampraticamente numa tela de cinema: aneve caindo, devagar e sempre, e a tar-de também, deixando uma luz azula-da e fria no ar. Bonito mesmo. Desce-mos no transporte do hotel até a vili-nha, a uns cinco minutos de carro, pa-ra conhecer o Chocolate Bar, que temum ambiente agradável, com cardápio

de comidinhas, e umas boas cervejaslocais, como a Mammoth Epic IPA e aAmerican River Coloma Brown.

Na volta ao hotel, depois de umfrio assustador nas ruas do pequeno vi-larejo, onde existem apartamentos pa-ra alugar, alguns hotéis, lojas, restau-rantes e bares, além de uma pista depatinação no gelo, fizemos uma para-da estratégica no bar para um dry mar-

tini antes do jantar.Com cozinha aberta, e um bar de

balcão extenso que convida a um brin-de e uma linda adega envidraçada, orestaurante Manzanita é classificadopor eles como “californiano de inspi-ração francesa”. O cardápio exploraos ingredientes locais com desenvoltu-ra, servindo receitas como vieirascom purê de couve-flor; e short ribs

cozidas longamente e servidas com omolho do próprio cozimento, encorpa-do. A carta de vinhos, com boa ofertade rótulos em taça, explora a produ-ção regional, com foco nas vinícolasde Napa Valley, mas também com boaseleção de franceses e italianos: o oDunn Vineyard cabernet sauvignon2006 é boa pedida para escoltar asshort ribs.

Cartas devinhos dos

restaurantessão

dominadospor rótulos da

CalifórniaChocolate bar é outra opção parapara comer e beber

Vieiras com purê de couve-flor,cardápio de restaurantesexploram ingredientes locais

Espinafregratinado,prato derestauranteem Northstar

Cardápio sofisticado

Foto

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No alto da montanha o Zephyr Lodge serve refeições rápidas

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 29 - TURISMO

Viagem entre estações de esqui é feita pelas margens de um lago

Agência O Globo

O sol que brilha intensa-mente engana: lá fora o diaamanhece com os termôme-tros indicando 15˚C negati-vos. O tempo limpo favorece ocenário: na viagem entre Nor-thstar e Heavenly, a segundaparada no roteiro pelas esta-ções de esqui em Lake Tahoe,a maior parte do tempo vamosmargeando o lago, uma daspaisagens mais belas que já vi,com as águas claras, as monta-

nhas nevadas, os maciços depedra, as florestas de pinhei-ros, as cidadezinhas charmo-sas, os mirantes que inspiramlindas fotografias sem qual-quer esforço.

Para onde se olha se vê be-leza, inclusive na chegada:Heavenly é um vilarejo simpá-tico, especialmente na partecaliforniana, com prédios bai-xos, construções de madeira eum comércio atraente, embo-ra com preços ligeiramente in-flacionados (mas é possível,

por exemplo, comprar calçade esqui e casaco, ambos im-permeáveis, por US$ 100 nosupermercado local, o Ra-ley’s, onde encontramos, ain-da, boa oferta de vinhos, cerve-jas e comidinhas para abaste-cer a geladeira do quarto dohotel).

Os ursos, que estão em ple-no período de hibernação, eportanto sumidos das flores-tas e das águas frias de LakeTahoe, são símbolo da região,e estampam suvenires nas loji-

nhas, postais, camisetas, casa-cos...

Para quem se diverte na ne-ve, a estrutura é ótima: no al-to das montanhas existe ummundo de pistas e meios deelevação, e muitos “lodges”,com bares e restaurantes decardápios rápidos os mais va-riados (no East Peak, porexemplo, há pizzas e barbe-cue, o churrasco americano,feito ao ar livre, enquanto noCalifornia Lodge and Bar a co-zinha mexicana dá as cartas).

Heavenly éumvilarejo simpático

Califórnia

Heavenly é um vilarejocharmoso, especialmente na

parte californiana, com prédiosbaixos, construções de madeira

e um comércio atraente

LAKE TAHOE É IDEALPARA QUEM...

Procura um lugarmais sossegado

Ainda não sabe esquiar

Busca uma estaçãomenos conhecida

Viaja em famíliaou em casal

Quer relaxar em um spa

ESTAÇÕES DE ESQUITAMBÉM ATRAI QUEM...

Procura umlugar mais badalado

Já sabe esquiar

Busca umaestação mais animada

Viaja com grupo de amigos

Quer relaxarem um cassino

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO

Como chegar

As empresas AmericanAirlines, United Airlines eDelta têm tarifas a partir deR$ 2.979, com passagensde ida e volta. Preços, comtaxas, pesquisados para aprimeira quinzena defevereiro

Onde ficar

Marriott’s TimberLodge: diárias a partir deUS$ 235. 4.100 Lake TahoeBoulevard. marriott.com

Harrah’s Casino:diárias a partir de US$ 80,para casal. 15 Highway 50.harrahslaketahoe.com

Ritz-Carlton: diáriaspartir de US$ 369.Highlands Court Truckee.ritzcarlton.com

Northstar MountainCondos: diárias a partir deUS$ 463 por pessoa. 5.001Northstar Drive.northstarattahoe.com

Nothstar tem pistas para iniciantesPara inciantes, Northstar é

melhor, tem pistas mais largase menos íngremes. Porém, pa-ra os que já têm alguma expe-riência, Heavenly é um desti-no mais completo, com estru-tura para receber praticantesde alto nível, em busca de pis-tas desafiadoras, numa ofertade vários graus diferentes dedificuldade, segundo Dan Ra-leigh, um dos melhores instru-tores do local.

Heavenly é ótima para os es-quiadores e snowboarders, masmesmo quem não pretende des-lizar na neve encontra bastantediversão fora de suas pistas. Omesmo não acontece em Nor-thstar, estação frequentada basi-camente por praticantes dos es-portes de neve (ou candidatos aisso). Para início de conversa,em Heavenly, existe o lado de

Nevada, marcado por grandeshotéis-cassino que são uma op-ção não só para os que gostamde jogar, mas também para osque gostam de comer.

Caminhando pela míticaLincoln Highway, a primeiraestrada para automóveis cru-zando os Estados Unidos decosta a costa, ligando NovaYork a San Francisco (quealiás completa 100 anos em2013), basta atravessar a Stateli-ne Avenue para trocarmos deestado: deixamos a Califórniapara entrar em Nevada, onde es-tão alguns dos melhores restau-rantes do pedaço. Duas boas pe-didas são o chinês Gi Fu Loh,no Harrah’s Casino, onde pode-mos comer até sopa de ninhode passarinho, e o 19 Kitchen,casa de carnes com vista pano-râmica para o lago, no HotelHarveys.

Família se diverteconstruindoboneco de neve

ProgrameLake TahoeFo

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Teleférico leva pessoas para as pistas de esqui

Rib eye do restaurante 19Kitchen, no lado de Nevada

da estação de esqui deHeavenly

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 / 31 - TURISMO

Paulo Coelho

O outro lado daTorre de Babel

Escritor

Quando o homem mostrou sua arrogância, Deus destruiu a torre e todospassaram a falar línguas diferentes. Mas em Sua infinita graça, criou umtipo de gente que iria reconstruir estas pontes, permitir o diálogo e adifusão do pensamento humano: os tradutores

Passei a manhã inteira explican-do que meus interesses não são exa-tamente os museus e as igrejas, masos habitantes do país – e desta ma-neira, seria muito melhor que fôsse-mos até o mercado. Mesmo assim,eles insistem; é feriado, o mercadoestá fechado.

- Aonde vamos?- Uma igreja.Eu sabia.- Hoje celebram um santo muito

especial para nós, e com toda certezapara você também. Vamos visitar o tú-mulo deste santo. Mas não faça per-guntas, e aceite que às vezes podemoster boas surpresas para escritores.

- Quanto tempo de viagem?- Vinte minutos.Vinte minutos é a resposta pa-

drão: claro que sei que vai demorarmuito mais que isso. Mas até hoje elesrespeitaram tudo que tinha pedido,melhor ceder desta vez.

Estou em Yerevan, na Armênia,nesta manhã de domingo. Entro resig-nado no carro, vejo o monte Ararat co-berto de neve ao longe, contemplo apaisagem ao meu redor. Oxalá eu pu-desse estar caminhando por ali, ao in-vés de ficar trancado nesta lata de me-tal. Meus anfitriões tentam ser gentis,mas estou distraído, estoicamenteaceitando o “programa turístico espe-cial.” Eles terminam deixando a con-versa morrer, e seguimos em silêncio.

Cinquenta minutos depois (eu sa-bia!) chegamos a uma pequena cidadee nos dirigimos para a igreja lotada.Vejo que estão todos de terno e grava-

ta, uma ocasião formalíssima, e sinto-me ridículo porque visto apenas cami-seta e jeans. Saio do carro, pessoas daUnião de Escritores estão me esperan-do, entregam-me uma flor, me con-duzem pelo meio da multidão queestá assistindo à missa, descemosuma escada por detrás do altar, e ve-jo-me diante de um túmulo. Enten-do que ali deve estar enterrado o san-to, mas antes de colocar a flor, que-ro saber exatamente a quem estouhomenageando.

- O Santo Tradutor – é a resposta.O Santo Tradutor! Na mesma

hora os meus olhos se enchem delágrimas.

Hoje é o dia 9 de outubro de 2004,a cidade se chama Oshakan, e a Armê-nia, pelo que eu saiba, é o único lugardo mundo que declara feriado nacio-nal e celebra em grande estilo o diado Santo Tradutor, São Mesrob.Além de criar o alfabeto armeno (a lín-gua já existia, mas apenas sob formaoral), dedicou sua vida passando paraseu idioma natal os mais importantestextos da época – que eram escritosem grego, persa ou cirílico. Ele e seusdiscípulos se dedicaram à tarefa gi-gantesca de traduzir a Bíblia e os prin-cipais clássicos da literatura de seutempo. A partir daquele momento, acultura do país ganhou sua própriaidentidade, que se mantém até hoje.

O Santo Tradutor. Eu seguro aflor em minhas mãos, penso em todasas pessoas que nunca conheci, e quetalvez jamais tenha a oportunidadede encontrar, mas que neste momen-

to estão com meus livros nas mãos,procurando dar o melhor de si paramanter a fidelidade do que procureidividir com os meus leitores. Maspenso, sobretudo, em meu sogro,Christiano Monteiro Oiticica, profis-são: tradutor. Que hoje em compa-nhia dos anjos e de São Mesrob, estáassistindo esta cena. Lembro-me de-le grudado à sua velha máquina de es-crever, muitas vezes se queixando decomo seu trabalho era mal pago (oque é infelizmente verdade até hoje).Logo em seguida, explicava que o ver-dadeiro motivo de continuar naquelatarefa era seu entusiasmo de dividirum conhecimento que, se não fossepelos tradutores, jamais chegaria atéseu povo.

Faço uma prece silenciosa por ele,por todos aqueles que me ajudaramcom meus livros, e pelos que me per-mitiram ler obras às quais jamais te-ria acesso, desta maneira ajudando –anonimamente – a formar minha vi-da e meu caráter. Quando saio da igre-ja, vejo crianças desenhando o alfabe-to, doces em formas de letras, flores emais flores.

Quando o homem mostrou sua ar-rogância, Deus destruiu a Torre deBabel e todos passaram a falar lín-guas diferentes. Mas em Sua infinitagraça, criou também um tipo de gen-te que iria reconstruir estas pontes,permitir o diálogo e a difusão do pen-samento humano. Este homem (oumulher) que raramente nos damosao trabalho de saber seu nome quan-do abrimos um livro estrangeiro: otradutor. ■

32 / São José do Rio Preto, 13 de janeiro de 2013 DIÁRIO DA REGIÃO