o faz-de-conta e sua contribuiÇÃo no desenvolvimento

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1 O FAZ-DE-CONTA E SUA CONTRIBUIÇÃO NO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO DO PRÉ- ESCOLAR E O PAPEL DO PROFESSOR MEDIADOR NA ATIVIDADE. Angela Agulhari Martelini Gabriel. Prefeitura Municipal de Bauru. [email protected] .Gislaine Rossler Rodrigues Gobbo. Grupo de pesquisa Implicações Pedagógicas da Teoria Histórico-Cultural; Programa de Pós-Graduação em Educação Marília FFC. Prefeitura Municipal Bauru. gislainerrgobbo@g mail.com.br. Eixo Temático: 3- Teoria Histórico-Cultural e Educação MAKES BELIEVE CONTRIBUTION TO OWN YOUR PSYCHIC DEVELOPMENT OF PRE- SCHOOL AND TE TEACHER'S ROLE MEDIATOR IN ACTIVITY . RESUMO: Entre três a seis anos, idade denominada pré-escolar, a brincadeira mais utilizada pelas crianças é o faz-de-conta, sendo a atividade principal desse período. A criança, sujeito social, no desejo de vivenciar os afazeres e as relações sociais que presencia na vida em sociedade, brinca para satisfazer as necessidades de imitar o mundo adulto. Tal atividade tem grande influência na formação da personalidade, da consciência, dos sentimentos, dos motivos e dos traços de caráter. Nessa perspectiva, a mediação do adulto é relevante, pois motivará e ofertará situações para a sua ocorrência. Desse modo, o objetivo geral deste trabalho é investigar a brincadeira do faz-de-conta como elemento potencializador da formação e do desenvolvimento da personalidade da criança em idade pré-escolar e especificamente, revelar a importância do professor como mediador na apropriação do conhecimento teórico da brincadeira pelo professor. A metodologia adotada para a geração de dados fundamenta-se em referenciais bibliográficos e, posteriormente, pesquisa exploratória de crianças em situações da brincadeira de faz-de- conta. Os participantes frequentavam no período da pesquisa uma escola de educação infantil pública municipal, com a idade de quatro e cinco anos. Nossa hipótese prevê que a brincadeira de faz de conta é uma ação que contribui para o desenvolvimento da personalidade desde a infância. Palavras-chave: Faz-de-conta. Professor mediador. Teoria Histórico-Cultural. ABSTRACT: Between three to six years, called preschool, play more used by children is make-believe, the main activity of this period. The child, a social subject, the desire to experience the business and social relationships that presence in society, sports to meet the needs of imitating the adult world. Such activity has great influence on the formatio n of personality, consciousness, feelings, motives and character traits. From this perspective, adult mediation is relevant because motivate and will offer opportunit ies to their occurrence. Thus, the aim of this study is to investigate the game of make-believe as enhancer element of the training and development of the child's personality in preschool and specifically reveal the importance of ownership of the theoretic al knowledge of the game by Professor. The methodology for generating data is based on bibliographic references and later exploratory research of children in situations of the game of make-believe. Participants attending the survey period a school of munic ipa l early childhood education, and between four and five years. Our hypothesis states that the game of make-believe is an action that contributes to the development of personality since childhood.

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O FAZ-DE-CONTA E SUA CONTRIBUIÇÃO NO DESENVOLVIMENTO

PSÍQUICO DO PRÉ- ESCOLAR E O PAPEL DO PROFESSOR MEDIADOR NA

ATIVIDADE. Angela Agulhari Martelini Gabriel. Prefeitura Municipal de Bauru.

[email protected] .Gislaine Rossler Rodrigues Gobbo. Grupo de pesquisa

Implicações Pedagógicas da Teoria Histórico-Cultural; Programa de Pós-Graduação em

Educação Marília – FFC. Prefeitura Municipal Bauru. gislainerrgobbo@g mail.com.br.

Eixo Temático: 3- Teoria Histórico-Cultural e Educação

MAKES BELIEVE CONTRIBUTION TO OWN YOUR PSYCHIC DEVELOPMENT

OF PRE- SCHOOL AND TE TEACHER'S ROLE MEDIATOR IN ACTIVITY .

RESUMO: Entre três a seis anos, idade denominada pré-escolar, a brincadeira mais

utilizada pelas crianças é o faz-de-conta, sendo a atividade principal desse período. A

criança, sujeito social, no desejo de vivenciar os afazeres e as relações sociais que

presencia na vida em sociedade, brinca para satisfazer as necessidades de imitar o mundo

adulto. Tal atividade tem grande influência na formação da personalidade, da consciência,

dos sentimentos, dos motivos e dos traços de caráter. Nessa perspectiva, a mediação do

adulto é relevante, pois motivará e ofertará situações para a sua ocorrência. Desse modo,

o objetivo geral deste trabalho é investigar a brincadeira do faz-de-conta como elemento

potencializador da formação e do desenvolvimento da personalidade da criança em idade

pré-escolar e especificamente, revelar a importância do professor como mediador na

apropriação do conhecimento teórico da brincadeira pelo professor. A metodologia

adotada para a geração de dados fundamenta-se em referenciais bibliográficos e,

posteriormente, pesquisa exploratória de crianças em situações da brincadeira de faz-de-

conta. Os participantes frequentavam no período da pesquisa uma escola de educação

infantil pública municipal, com a idade de quatro e cinco anos. Nossa hipótese prevê que

a brincadeira de faz de conta é uma ação que contribui para o desenvolvimento da

personalidade desde a infância.

Palavras-chave: Faz-de-conta. Professor mediador. Teoria Histórico-Cultural.

ABSTRACT: Between three to six years, called preschool, play more used by children

is make-believe, the main activity of this period. The child, a social subject, the desire to

experience the business and social relationships that presence in society, sports to meet

the needs of imitating the adult world. Such activity has great influence on the formation

of personality, consciousness, feelings, motives and character traits. From this

perspective, adult mediation is relevant because motivate and will offer opportunit ies to

their occurrence. Thus, the aim of this study is to investigate the game of make-believe

as enhancer element of the training and development of the child's personality in

preschool and specifically reveal the importance of ownership of the theoretical

knowledge of the game by Professor. The methodology for generating data is based on

bibliographic references and later exploratory research of children in situations of the

game of make-believe. Participants attending the survey period a school of munic ipa l

early childhood education, and between four and five years. Our hypothesis states that

the game of make-believe is an action that contributes to the development of personality

since childhood.

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Keywords: Make-believe. Teacher's role mediator. Historical-Cultural Theory.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa surgiu da necessidade de aprofundamento teórico sobre a

brincadeira do faz-de-conta. Durante os trabalhos com crianças em idade de quatro e

cinco anos, observamos o interesse e o prazer com que crianças, dessa faixa etária,

brincavam imitando os afazeres e as relações que observavam ao seu redor. Desse modo,

tal temática nos instigou a buscar a compreensão desse momento.

De acordo com o aporte teórico adotado neste estudo, a Teoria Histórico -

Cultural, o processo de humanização, conquistado após o nascimento, é dinâmico e está

em constante movimento, ultrapassando o caráter inatista genético e biológico. Ou seja,

há a superação desses elementos, já que o ser humano se desenvolve a partir de suas

relações sociais e culturais, cujas influências afetam seu psiquismo.

Para Leontiev (2006), a criança aprende desde o nascimento, mas de forma

diferente a cada momento de sua vida. Tais momentos são denominados “estágios” de

desenvolvimento psíquico, nos quais a relação entre a criança e a realidade acontece por

uma atividade principal dominante, ou atividade guia, como forma de interagir com o

mundo, o que interfere diretamente na forma como ela organiza seus processos psíquicos

e mudanças em sua personalidade. Gamba (2009, p.73), citando Leontiev (2006), afirma

que essa atividade “governa as mudanças mais importantes nos processos psíquicos e nos

traços psicológicos da personalidade da criança, em um certo estágio de seu

desenvolvimento”, sendo por meio dessa atividade dominante que ela consegue melhor

se relacionar com a realidade.

Nosso estudo priorizou a periodização pré-escolar em busca da compreensão das

ações dominantes das crianças dos três aos seis anos, que tem como atividade guia faz-

de-conta. Essa atividade se concretiza pela presença de uma situação imaginária, na qual

a criança passa a imitar atitudes e relações sociais que observa à sua volta. Impossibilitada

de realizar as mesmas atividades efetuadas na rotina adulta, a criança apossa-se do mundo

por meio da reprodução das ações dos adultos que a cercam. Dessa forma, a representação

na brincadeira do faz-de-conta, na idade pré-escolar, permite que a criança modele seu

desenvolvimento psíquico. A relação dialética que existe entre observar e imitar as ações

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e relações vivenciadas pela criança em seu cotidiano, ou seja, o faz-de-conta, proporciona

seu desenvolvimento e formação de sua personalidade.

Assim, surge o problema que norteou nossa pesquisa: qual seria a contribuição

da brincadeira de faz de conta, orientada pela ação mediadora docente, para o

desenvolvimento da personalidade na idade dos três aos seis anos?

Nossa hipótese é a de que a brincadeira é um conteúdo vital para o

desenvolvimento infantil. Sob sua estrutura lúdica, há conteúdos educativos que

contribuem para a apropriação do mundo adulto no universo infantil. É um ensaio de

papéis e valores que, em alguns anos, será a realidade do futuro adulto, em suas várias

dimensões, inclusive na formação da personalidade.

Para comprovar essa hipótese, detemo-nos em estudos de Vigotski (2000),

Leontiev (2006) e Elkonin (1998, 1987), que revelam o potencial educativo da brincadeira

de faz de conta, como valor estrutural e dimensional para o desenvolvimento da

personalidade da criança, estabelecendo nesse percurso, a relação entre a atividade e a

prática pedagógica.

Após constatar a importância da brincadeira de faz de conta no desenvolvimento

pré-escolar, detalhamos na sequência a brincadeira de faz de contas na idade pré-

escolar; a atividade principal do pré-escolar e o desenvolvimento da personalidade; a

metodologia da pesquisa; os resultados; e discussão dos dados.

1. A brincadeira de faz de conta na idade pré-escolar

Ao aprofundarmos nossos estudos acerca da brincadeira de faz de conta,

apropriamo-nos de conteúdos que indicam essa atividade como dominante, ou guia, da

criança em idade pré-escolar, dos três aos seis anos, devido à periodização do

desenvolvimento psíquico a que pertence tal faixa etária.

Segundo Facci (2004), a periodização infantil se caracteriza por atividades

principais, cada qual correspondente a um estágio, nas quais a criança se utiliza de

situações dominantes que movem o desenvolvimento.

O período da infância denominado de idade pré-escolar, entre três a seis anos, é

marcado pelo fascínio da criança pelo mundo adulto, seus afazeres, objetos utilizados e

relações sociais. É quando a atividade dominante se torna a brincadeira do faz-de-conta.

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Segundo Vigotski (2000), a criança pequena tem necessidade de satisfação imediata dos

desejos e, na idade pré-escolar, há mais desejos imediatos.

Desse modo, as crianças desejam imitar as atividades realizadas pelos adultos.

Por isso, na maioria das vezes, as crianças imitam, ou reproduzem tudo o que existe no

mundo objetivado, o cotidiano, como afazeres domésticos, cuidam de bonecas da maneira

como são cuidadas; as que frequentam a escola, imitam as atitudes da professora;

conduzem seu automóvel, falam ao telefone, etc. Tais ações são uma maneira encontrada

pela criança para que seus desejos sejam realizados imediatamente. Trata-se de um jogo

imaginário e ilusório, que é denominado por Vigotski de “brinquedo”. (VIGOTSKI

2000,). Pelo “brinquedo”, a criança pré-escolar representa a realidade. Por meio do faz-

de-conta, a criança utiliza os objetos para expressar situações sociais observadas e as

ações produzidas pelo adulto com esses objetos. Dessa forma, a criança só reproduzirá o

que observa ao seu redor, inclusive o que é observado por meio da mídia, filmes, desenhos

animados. Facci (2004) considera que o processo em que a criança se esforça em agir

como adulto satisfaz suas necessidades imediatas:

Ela ainda não dominou e não pode dominar as operações exigidas pe las

condições objetivas reais da ação [...]. Mas na brincadeira, na atividade lúdica,

ela pode realizar essa ação e resolve a contradição entre a necessidade de agir,

por um lado, e a impossibilidade de executar as operações exigidas pela ação,

de outro (FACCI, 2004, p.69).

Um fator interessante é que, com o avanço do desenvolvimento, além das

atividades, serão reproduzidas também relações e o modo como elas são concebidas

culturalmente. Para Facci (2006, p.15), “o principal significado do jogo é permitir que a

criança modele as relações entre as pessoas”, conduzindo a brincadeira com atitudes e

relacionamentos que observa ao seu redor. Nessa percepção, os elementos da brincadeira

adquirem um novo sentido. A atividade, que antes reproduzia os objetos e ações, passa a

refletir um novo sistema de relações. A criança utiliza os mesmos objetos, mas com um

novo sentido. Sobre isso, escreve Elkonin (1998):

A criança dava banho à boneca, dava-lhe de comer e punha-a na caminha para

dormir. Agora faz o mesmo, no aspecto exterior e com a mesma boneca. O que

aconteceu então? Todos esses objetos e atos com eles realizados estão agora

inseridos num novo sistema de relações da criança com a realidade, [...] Graças

a isso adquiriram objetivamente um novo sentido. A conversão da menina em

mamãe, e da boneca em filha, dá lugar a que os atos de dar banho, dar de comer

e preparar a comida se transformem em responsabilidades da criança. Nessas

ações, manifesta-se, então, a atividade da mãe com o filho, seu amor e sua

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ternura, ou até o contrário: isso depende das condições de vida da criança, das

relações concretas que a circundam (ELKONIN, 1998, p. 404- 405).

Como mencionado pelo autor, com o desenvolvimento da brincadeira, que

adquire aspectos de representação dos objetos e relações, as crianças compreendem

melhor a vida social, as funções sociais e as regras pelas quais são regidas as relações dos

adultos. Quanto mais desenvolvidos se tornarem os argumentos e conteúdos da

brincadeira, maior a compreensão da criança sobre as relações observadas.

Concomitantemente, quanto maior e mais variado o número de participantes, maior a

percepção sobre o mundo circundante. A troca entre os pares ampliará o repertório

infantil, pois as experiências e vivências de outras crianças contribuirão para o

aparecimento de outras temáticas para a brincadeira. “A experiência de cada criança é

limitada, pois ela só conhece algumas das muitas atividades dos adultos. No jogo, há um

intercâmbio de experiências e ele se torna mais interessante e variado.” (MUKHINA,

1995, p.163).

Além de compreendermos como as atitudes e as relações são reproduzidas pela

criança pela brincadeira de faz de conta, analisaremos a seguir quais as influências que

essa brincadeira pode ter sobre a formação da personalidade infantil.

2. A atividade principal do pré-escolar e o desenvolvimento da personalidade

Ao se considerar a brincadeira de faz de conta como atividade principal do pré-

escolar e mediadora na compreensão do mundo adulto, é essencial entender como e se ela

exerce influência na formação da personalidade da criança. Em consonância com a Teoria

Histórico-Cultural, pode-se afirmar que:

Os homens se realizam por meio da história que constroem, desenvolvendo suas

propriedades humanas a partir das condições sociais. Tais condições representam as bases

a partir das quais [...] o psiquismo humano desenvolve-se. [...] É no interior de tais

processos que a personalidade se desenvolve (MARTINS, 2006, p.27).

Essa concepção é confirmada pelas palavras de Martins (2006), que considera

que, na atividade humana consciente, o indivíduo adquire sua existência psicológica.

Sendo assim, a personalidade de cada indivíduo não se constrói isoladamente, mas na

trama de suas relações sociais.

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Entre as várias particularidades da personalidade, por meio da consciência

conquistada, a criança de três a seis anos inicia sua compreensão de si e de seu meio

social. Ela passa a entender, aos poucos, o que representa para outras pessoas, limites,

possibilidades, qualidades, percepções e desejos.

As atitudes impulsivas, nesse período, são substituídas, gradativamente, por

motivos que movimentam as ações desejadas, as quais possuem finalidades muito

específicas e pontuais. É verificado um desenvolvimento gradual da esfera motivaciona l,

que de início é mais instável, mas ao longo de seu desenvolvimento apresenta maior

estabilidade e coerência nas operações.

Os sentimentos também adquirem maior estabilidade e profundidade durante o

desenvolvimento infantil. Nos estágios iniciais, a criança externaliza os sentimentos de

impetuosidade, intensidade e impulsividade. Nas etapas subsequentes, “crescem as

tendências de maior regularidade, tanto em relação aos eventos que os estimulam quanto

às formas e/ou meios pelos quais são comunicados” (MARTINS, 2006, p. 39). Esses

sentimentos se tornam mais estáveis e compatíveis com base nas experiências e

conquistas intelectuais pessoais, enriquecendo a estrutura emocional de sua

personalidade.

Os traços de caráter estruturam-se nas relações que são vivenciadas no curso do

desenvolvimento psíquico. “São sistemas de reação da pessoa à realidade, [...] padrões de

respostas que se tornam típicos de dado indivíduo, expressando atitudes relativamente

estáveis frente a determinadas circunstâncias e aspectos da realidade.” (MARTINS, 2006,

p. 36). Nas relações sociais que estabelece durante sua vida, a criança compreende

modelos orientados por normas, regras, costumes e moralidade do grupo a que pertence,

agindo de acordo com eles. Dependendo da vivência social e cultural, existem parâmetros

constituídos pela sociedade, orientando as ações efetuadas.

Nas questões gerais do desenvolvimento da personalidade na infância, interessa -

nos verificar como a brincadeira do faz-de-conta influencia e interfere nos aspectos

relacionados à personalidade (consciência, motivos, emoções, sentimentos e traços de

caráter).

De acordo com o contexto, na brincadeira do faz-de-conta, a criança exercita a

independência que tanto deseja e que não lhe é conferida. Esse exercício facilitará a

compreensão do comportamento e das relações dos adultos que a cercam, isto é, dos

modelos de conduta mais próximos dela.

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Analisando as particularidades da personalidade descritas até o momento e a

influência da brincadeira em seu desenvolvimento, consideramos que a brincadeira se

processa na consciência, permitindo a realização de um ato, que para a criança é apenas

teórico. Com o avanço do domínio da brincadeira, o que era um ato específico, como

segurar uma boneca, passa a articular várias ações ligadas à boneca, como cuidados

normalmente dispensados a um bebê. Assim, a criança exercita e amplia seu

conhecimento de mundo, desafiando seu domínio e reestruturando sua consciência.

Começa a pensar de maneira mais complexa, passando a compreender o significado social

dos objetos. Essas relações que se desenvolvem por meio da brincadeira possibilitam à

criança a compreensão de si mesma:

[...] suas próprias qualidades, sobre o que representa para os outros, sobre as consequências de seus atos, enfim, caminha na

direção da superação de uma autoconsciência afetiva (sente-se diferente dos demais) para uma autoconsciência racional (sabe-se diferente dos demais) (MARTINS, 2006, p.43).

Como dito, por haver no faz-de-conta fatores relacionados à personalidade,

graças ao desenvolvimento da consciência racional, a criança passará a buscar fins e

motivos para suas atitudes durante a atividade. O fundamento psicológico da brincadeira

passa a ser a adoção do imaginário como mediador na realização dos motivos que agora

existem no consciente da criança.

A brincadeira também influencia a compreensão, pela criança, das relações

afetivas nela representadas, os sentimentos. As experiências vivenciadas afetam

beneficamente a estrutura afetivo-motivacional da personalidade infantil, desenvolvendo

sua estabilidade, diante das ações e situações exercitadas. Consideramos que a imitação

presente na brincadeira é um processo que “[...] gesta, ao nível de desenvolvimento

funcional, a integração entre os motivos da atividade e sentimentos por ela mobilizados”

(MARTINS, 2006, p. 44).

Em uma situação frequentemente observada, por exemplo, a garotinha enrola a

boneca no pano porque ela está com frio. Nesse caso, o motivo é o frio, mas a situação

afetiva é demonstrada pela criança ao preocupar-se com a boneca, qualidade gerada na

brincadeira, mas que, experimentada desde a infância, mesmo que somente pela

representação, provavelmente se desenvolverá durante sua vida.

O desenvolvimento dos traços de caráter depende decisivamente das condições

de experiências e aprendizagem vivenciadas individualmente. Brincando, a criança lança -

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se em desafios e busca formas de resolvê-los, o que exigirá dela uma série de habilidades

sociais e submetê-la-á a experiências de interação e socialização com o grupo que

participa da brincadeira, como: “coletivismo, autenticidade, humanismo, individualismo,

iniciativa pessoal, negligência etc.” (MARTINS,2006, p.46). Em tais ações, fluirão

atitudes subjetivas em formação como “autocrítica, autoestima, prepotência,

segurança/insegurança pessoal, expansividade, timidez etc.” (MARTINS, 2006, p.46).

Sendo assim, a brincadeira de faz-deconta contribuirá para que a criança aprenda a se

comportar e atuar em diversas situações, exercitando tipos de postura que ditarão seus

traços de caráter, interferindo, desde a infância, em sua compreensão dos comportamentos

aceitos socialmente.

Elkonin (1998) analisa que, na brincadeira, a criança passa para o mundo adulto,

com suas regras e normas, o que orienta seus traços do caráter, cuja formação moral se

integra às particularidades da personalidade do indivíduo, as quais futuramente

influenciarão as relações da vida familiar, profissional e afetivas. “As normas em que se

baseiam essas relações convertem-se, por meio do jogo, em fonte do desenvolvimento

moral da própria criança. [...] O jogo é a escola moral, não de moral na ideia, mas de

moral na ação.” (ELKONIN, 1998, p. 420-421).

Por meio das representações sociais, a criança não só imita, mas reflete o que

observa. Ao assumir um papel, sente-se na obrigação de cumprir os deveres

correspondentes. Quando reproduzidas, as regras observadas passam automaticamente a

ser assimiladas como parâmetros de valores que devem ser obedecidos, “contribuindo

para a construção de motivações sociais orientadoras de inúmeros traços de caráter, [...]

vivências associadas aos conteúdos morais que possibilitam a elaboração pessoal desses,

condição para que se consolidem como disposições da personalidade” (MARTINS, 2006,

p.47). Entende-se, assim, que as atitudes, antes copiadas, passam a fazer parte integral da

criança e de sua personalidade, o que propicia o automatismo no cumprimento das regras.

Como analisado, a constituição dos aspectos individuais relacionados à personalidade não

são fatores fragmentados, mas formadores da personalidade do indivíduo, em todas as

etapas do desenvolvimento, dependendo das relações às quais o sujeito é submetido desde

a infância.

Ao considerarmos a relevância do faz-de-conta qual atividade guia durante o

período pré-escolar, analisaremos qual o papel do professor qual mediador intenciona l

durante tal atividade.

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3- A mediação intencional embasada na teoria Histórico-Cultural

Ao compreendermos, mediante embasamento teórico, o papel atribuído ao

ambiente escolar, de sistematização da educação e intencionalidade educacional das

objetivações culturais da humanidade, analisamos essa brincadeira como prática

pedagógica. Pasqualini (2013, P. 89), ao nomear o faz-de-conta de jogo

protagonizado,declara que “o jogo protagonizado eleva o conhecimento que a criança tem

da realidade social a um nível de compreensão consciente e generalizado.” Mas, salienta

que “não é qualquer brincadeira que de fato provoca o desenvolvimento psíquico”.

(PASQUALINI, 2013, P.89). Se no faz-de-conta a criança utiliza seu repertório social e

cultural para representar, a variedade ou restrição de temas, falas e ações durante a

brincadeira dependem das condições sociais e culturais dessa criança. Uma criança

estagnada social e culturalmente terá conteúdos empobrecidos, e seu desenvolvimento

psíquico, que seria garantido por meio do faz-de-conta, também estará estagnado. Nessa

questão, o papel da escola e do professor torna-se essencial. Pasqualini defende que,

é tarefa da escola de educação infantil ampliar o círculo de contatos com a

realidade da criança. É tarefa do professor transmitir à criança conhecimentos

sobre o mundo, não só porque a criança tem direito de conhecer o mundo em

que vive para além dos domínios estreitos de sua experiência individual, mas

porque esses conhecimentos serão justamente a matéria-prima da brincadeira

infantil. (PASQUALINI, 2013, p.90)

A autora ainda comenta que negar essa apropriação variada dos elementos

culturais e sociais à criança seria o mesmo que roubar dela possibilidades ampliadas de

desenvolvimento. O faz-de-conta no contexto escolar deve ser orientado por

embasamento teórico, por finalidades intencionais e conscientes, primando pela

apropriação cultural e do desenvolvimento psíquico, “cabendo ao professor não só

ampliar o conhecimento de mundo da criança, [...] mas enriquecer a atividade lúdica e

promover sua complexificação”. (PASQUALINI, 2013, p.91). No papel do profissiona l

de educação não admite-se um observador passivo. Não significa que o professor deva

interferir ativamente durante a brincadeira, devido ao caráter imaginativo que deve ser

incentivado. Porém, o mediador pode oferecer condições para proporcionar o

enriquecimento da brincadeira. Conforme especificado no Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p.49), a brincadeira deve ser

organizada em um espaço separado para essa atividade. Orienta que

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Nesse espaço, pode-se deixar à disposição das crianças panos coloridos,

grandes e pequenos, [...] cordas, caixas de papelão para que as crianças

modifiquem e atualizem suas brincadeiras em função das necessidades de cada

enredo. [...] Podeser fixado um espelho de corpo inteiro, de maneira que as

crianças possam reconhecer-se, imitar-se, olhar-se, admirar-se. Pode-se, ainda,

agregar um pequeno baú de objetos e brinquedos úteis [...] um cabideiro

contendo roupas velhas de adultos ou fantasias. Fundamentais, também, são os

materiais e acessórios para casinha, tais como uma pequena cama, um fogão

[...], louças, utensílios variados. (BRASIL,1998, p.49)

Como mediador, além de prover subsídios materiais, como os citados acima, o

professor tem o papel de orientar o aluno sobre regras sociais, fazendo referências

pontuais a elas conforme surgirem oportunidades, no decorrer da brincadeira, até que

essas regras sejam naturalmente internalizadas pela criança. Segundo Elkonin,

O jogo também se reveste de importância para formar uma coletividade infantil

bem ajustada, para inculcar independência, para educar no amor ao trabalho,

para corrigir alguns desvios comportamentais [...] e para muitas coisas mais.

(ELKONIN, 1998, p.421).

Nesse processo de ensino-aprendizagem da criança pré-escolar, por meio da

brincadeira do faz-de-conta, “cabe ao educador conhecer a possibilidade de diferentes

recursos pedagógicos [...], buscar o conhecimento sobre o que faz e sobre por que motivo

o faz”. (RAU, 2011, p.38). Quanto maior o conhecimento e embasamento teórico do

adulto mediador, sobre os processos de construção da personalidade pela criança e a

influência da brincadeira sobre tais processos, mais proveitosas se tornarão suas

intervenções.

Em resumo, percebe-se que a função do mediador será a de organizar e orientar

a brincadeira para que, por seu intermédio, a criança assimile regras e princípios aceitos

social e culturalmente, os quais nortearão suas atitudes e suas ações ao longo da vida.

Após essas considerações, faz-se mister entender a brincadeira do faz-de-conta

como instrumento imprescindível ao desenvolvimento do psiquismo infantil, auxiliando

a criança em sua compreensão do mundo adulto em situações socioculturais e

fortalecendo vínculos afetivos e a formação de sua personalidade e moralidade.

A seguir, apresentamos a metodologia adotada para a fundamentação dos fatores

até aqui demonstrados.

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METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia utilizada na realização deste trabalho foi, inicialmente, a pesquisa

bibliográfica em livros e artigos científicos. Tal método procura recuperar o

conhecimento científico acumulado sobre um problema. Ao levantar as hipóteses sobre o

problema, Gressler (2003, p.132) enfatiza que essas devem ser “geradas em teorias, [...].

É por meio do conhecimento de estudos relacionados que o investigador aprende quais

os procedimentos e instrumentos que têm demonstrado ser eficientes ou não”

(GRESSLER, 2003).

Com esse foco, iniciamos a busca por autores que pesquisam o tema. O material

foi analisado e estudado minuciosamente para identificação do que era relevante. Após

tal fundamentação teórica, procuramos escrever um texto sobre o tema escolhido,

articulando constantemente as ideias que defendemos e nas quais acreditamos, baseados

nos autores que estudamos (MELO e URBANETZ, 2009, p.93-94).

Nos estudos dos procedimentos pedagógicos, interessou-nos principalmente a

área do desenvolvimento psicológico humano. As ideias sobre a brincadeira do faz-de-

conta na Educação Infantil, presentes em Rau (2011) e Arce (2006) orientaram a decisão

do aprofundamento no tema selecionado para este trabalho. Após a leitura de diversas

obras, foi feita a seleção de argumentos e citações de teóricos respeitados, que

aprofundaram nossa fundamentação pela relevância da brincadeira do faz-de-conta no

desenvolvimento psíquico do pré-escolar. Trata-se de uma pesquisa básica que objetiva,

de forma explicativa, gerar novos conhecimentos que possam ser úteis à área da educação.

Tal pesquisa “visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência

dos fenômenos [...], a razão, o “porquê” das coisas”. (SILVA E MENEZES, 2001, p.21).

Por meio de uma abordagem qualitativa, considerando que há uma relação dinâmica entre

o ambiente social e o sujeito, buscou-se analisar a influência do meio no processo do

desenvolvimento infantil.

Após a conquista do aporte teórico e da fundamentação, projetamos uma

pesquisa exploratória em uma unidade escolar pública municipal no interior de São Paulo,

buscando:

A Geração de dados deu-se por meio dos instrumentos: observação sistemática

das situações de brincadeira do faz-de-conta nas situações livres (parque) e tarefas

intencionais propostas pela professora-mediadora durante a brincadeira denominada

"casinha da boneca";

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Análise e interpretação dos dados ocorreu de acordo com materiais obtidos e

interpretados perante a fundamentação teórica.

Sujeitos da pesquisa:

Participantes da pesquisa: 25 crianças com idade entre quatro e cinco anos.

Turma nomeada Infantil IV e V. Unidade Escolar pública Municipal em uma cidade do

interior do Estado de São Paulo.

Na presente pesquisa exercemos o papel de pesquisadora participante.

Salientamos que nossa atuação na presente unidade escolar aconteceu motivada pela

substituição da professora efetiva pelo período de quatro meses. Nesse tempo em

exercício da docência, notamos que não havia um local apropriado à pratica do faz-de-

conta, nem instrumentos que possibilitassem tal atividade.

Situação desencadeadora: orientamos as crianças que uma vez por semana

trouxessem de suas casas brinquedos para organizarmos uma ação chamada de faz-de-

conta. Coletamos, também, alguns brinquedos e instrumentos de nosso acervo pessoal

para que a brincadeira fosse possibilitada.

De início sofremos resistência por parte da gestora da unidade, que proibiu que

as crianças trouxessem seus brinquedos, alegando que isso causaria desentendimentos.

Disse que em um depósito havia brinquedos, e constamos que estavam sujos e em péssimo

estado. Ao organizarmos os materiais, na medida do possível, iniciamos os momentos do

faz de conta. Por meio de doações, a cada semana aumentávamos os instrumentos.

Após observações sistemáticas, geramos considerações pertinentes à pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS

Antes da promoção dos momentos de faz-de-conta observávamos que as

crianças imaginavam situações a todo momento, mesmo sem os instrumentos

apropriados. Após a organização dos momentos em local planejado e com a inserção dos

instrumentos, a euforia das crianças ficou evidente. Os repertórios foram ampliando-se,

nas falas, ações e relações representadas entre eles. Permitimos que eles sugerissem

outros locais, variando os ambientes. A esse respeito notamos que os temas e estratégias

de brincadeiras se modificaram, tornando-se cada vez mais ricas as situações lúdicas. Os

papéis sociais começaram também a serem alterados, de modo que as experiências sociais

e culturais ampliavam-se, surgindo oportunidades para mediarmos várias relações

conflitantes, oportunizando a apropriação de noções sócio-culturais.

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Em conformidade com o aporte teórico, por meio das representações sociais

oportunizadas pelo faz-de-conta, a criança não só imita, mas reflete o que observa. Como

afirmado por Martins (2006), a amplitude e a complexidade do mundo humano são

detectadas pela criança, e o seu domínio e reestruturação ofertam a compreensão das

ações e atitudes desempenhadas pelos adultos. Ao assumir um papel, sente-se na

obrigação de cumprir os deveres correspondentes. Quando reproduzidas, as regras

observadas passam automaticamente a ser assimiladas como parâmetros de valores que

devem ser obedecidos, “contribuindo para a construção de motivações sociais

orientadoras de inúmeros traços de caráter, [...] vivências associadas aos conteúdos

morais que possibilitam a elaboração pessoal desses, condição para que se consolidem

como disposições da personalidade” (MARTINS, 2006, p.47).

Entende-se, assim, que as atitudes, antes copiadas, passam a fazer parte integral

da criança e de sua personalidade, o que propicia o automatismo no cumprimento das

regras. No direcionamento da atividade principal, quando enriquecida, potencializa o

desenvolvimento da personalidade e de outras funções psíquicas superiores.Durante os

momentos desfrutados pelas crianças no faz-de-conta planejado e organizado,

evidenciou-se a veracidade dessas afirmações.

Nesse aspecto, percebe-se a relevante atuação do professor, que tem a função de

mediador, de orientar a brincadeira para que, por seu intermédio, a criança assimile regras

e princípios aceitos social e culturalmente, os quais nortearão suas atitudes e suas ações

ao longo da vida.

O faz-de-conta no contexto escolar deve ser orientado por embasamento teórico,

por finalidades intencionais e conscientes, primando pela apropriação cultural e do

desenvolvimento psíquico, “cabendo ao professor não só ampliar o conhecimento de

mundo da criança, [...] mas enriquecer a atividade lúdica e promover sua

complexificação” (PASQUALINI, 2013, p.91). Nesse âmbito, o papel do profissional de

educação não admite-se um observador passivo. Além de proporcionar o conhecimento

de mundo, o mediador pode oferecer condições para proporcionar tanto a brincadeira

como o enriquecimento da mesma.

Após as explanações dos conteúdos acima apresentados, é possível elaborar

algumas considerações a respeito desse tema.

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CONSIDERAÇÕES

Considerando a brincadeira como atividade principal na infância, buscamos

investigá- la como elemento potencializador na formação e no desenvolvimento da

personalidade infantil. Neste estudo, na brincadeira do faz-de-conta, foi considerado,

além do prazer e entretenimento que provoca, o caráter do desenvolvimento do psiquismo

que engendra.

Vincular às crianças os valores e relações aceitos pela sociedade é um processo

gradual em que a brincadeira se torna protagonista. Durante a brincadeira, a criança utiliza

a imaginação, criando e recriando a vida à sua maneira, expondo seus sentimentos e

consciência relacionados aos motivos que provocam os repertórios da ação.

Desse modo, procuramos demonstrar várias particularidades que contribuem

para a formação da personalidade, que inicia seu processo nas tramas de relações sociais

das quais a criança participa. Por meio da consciência conquistada, a criança de três a

seis anos inicia sua compreensão de si e de seu meio social. Pelos motivos e sentimentos,

realiza objetivações ao brincar e apresenta controle de impetuosidade, intensidade e

solidariedade com os pares. Revela, também, traços de caráter que estão em formação.

Quando a criança imita os adultos, conhecemos as vivências e experiências sociais das

quais participa.

Por todas as especificidades e potencialidades observadas na brincadeira do faz-

de-conta, procuramos salientar que entre as objetivações dessa ação está a formação da

personalidade infantil. Sendo assim, durante o brincar na escola, o professor mediará a

ação para que seja uma proposta efetiva e resulte em repertórios adequados, pois este

conhece o sentido e a importância dessa prática para o desenvolvimento psíquico infanti l.

Diante dessas considerações, relatamos algumas vivências em uma unidade

escolar e como o faz-de-conta foi promovido. De acordo com os resultados, confirma mos

nossa hipótese inicial de que a brincadeira do faz-de-conta contribui para a formação da

personalidade, já que as crianças expressam sua cultura e relações históricas, revelando

níveis de consciência, motivos, sentimentos e traços de seu caráter quando brincam, e

evidenciou-se o papel mediador imprescindível do professor, em proporcionar a atividade

que desencadeará um desenvolvimento efetivo em idade pré-escolar, o faz-de-conta.

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