bem-estar em suÍnos -...
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DIOGO MAGNABOSCOMédico Veterinário, Me., Dr.
Professor de Produção Animal
Instituto Federal de Santa Catarina
Campus São Miguel do Oeste - SC
BEM-ESTAR
EM SUÍNOS
DIOGO MAGNABOSCO
TÓPICOS
INTRODUÇÃO
BEM-ESTAR EM SUÍNOS
PRÁTICAS DE MANEJO
LEGISLAÇÃO
EUROPA
BRASIL
PERSPECTIVAS PARA O BRASIL
GESTAÇÃO COLETIVA
CONCLUSÃO
DIOGO MAGNABOSCO
INTRODUÇÃO
1979: FAWC (Farm Animal Welfare Council)
Tratado de Amsterdam
(THE TREATY OF AMSTERDAM, 1997)
ANIMAIS SÃO “SERES SENCIENTES”Capazes de sentir dor, prazer e ter consciência de si
mesmos e dos demais animais
Requerimentos de bem-estar dos animaisPRIORIDADE NAS LEGISLAÇÕES DO CONTINENTE EUROPEU
“Máquinas animais, a nova fábrica da indústria da produção”
HARRISON, 1964
1968: FAWAC (Farm Animal Welfare Advisory
Committee)
DIOGO MAGNABOSCO
INTRODUÇÃO
Foto: Lídia Linck
DIOGO MAGNABOSCO
INTRODUÇÃO
DIOGO MAGNABOSCO
INTRODUÇÃO
DIOGO MAGNABOSCO
BEM-ESTAR ANIMAL
“O bem-estar de um suíno é o estado em que se encontra
esse animal em relação a suas tentativas de adaptar-se ao
ambiente”.
Donald M. Broom (1986)
Prim
eir
o c
enári
o • ANIMAL EM AMBIENTE CRÍTICO
• Não pode enfrentar com êxito as dificuldades
• Morte ou sofrimento por doenças multifatoriais Se
gu
nd
o c
en
ário • AMBIENTE
DESAFIADOR
• Não tão crítico, pode se adaptar
• Alto custo
Terc
eiro c
enári
o • Adaptação fácil
• Bem-estar será ótimo
GALINDO & MANTECA, 2012
DIOGO MAGNABOSCO
Fonte:http://www.maiscarnesuina.com.br/qualidade
/bem-estar-animal-na-suinocultura/
CINCO LIBERDADES
DIOGO MAGNABOSCO
WELFARE QUALITY®
Financiamento da Comissão Europeia
• Especialistas de 44 Institutos e Universidades
• 13 países Europeus e 4 América Latina
Maio 2004
Dezembro 2009
DIOGO MAGNABOSCO
WELFARE QUALITY®
Desenvolver uma avaliação global de bem-estar animala fim de dar suporte aos consumidores quanto àsinformações sobre os produtos adquiridos.
BLOKHUIS, 2008
QUALIDADE ALIMENTAR
NATURAL E
SEGURO
BEM-ESTAR NA
PRODUÇÃO
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INDICADORES DE BEM-ESTAR
• Mensurar o que realmente se pretende
VÁLIDOS
• Fornecer mensurações replicáveis
CONFIÁVEIS
PRÁTICOS
DIOGO MAGNABOSCO
INDICADORES DE BEM-ESTAR
FISIOLÓGICOS
• Cortisol
• Diminuição Crescimento
• Falhas Reprodutivas
COMPORTAMENTO
• Estereotipias
• Caudofagia
LIGADOS À SAÚDE
• Multifatoriais
LIGADOS À PRODUÇÃO
• Queda na produção
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO -MATRIZES
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO -MATRIZES
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO -MATRIZES
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO -MATRIZES
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO -MATRIZES
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO -LEITÕES
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO -LEITÕES
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO -LEITÕES
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO –CRECHE E TERMINAÇÃO
DIOGO MAGNABOSCO
PRÁTICAS DE MANEJO
DIOGO MAGNABOSCO
LEGISLAÇÃO
Segmento Legislação Abrangência/espécie
Produção Diretiva 98/58/CE Geral/ Multiespécie
Produção Diretiva 2008/120/CE Específica/ Suínos
TransporteRegulamento (CE) nº
1/2005Geral/ Multiespécie
AbateRegulamento (CE) nº
1099/2009Geral/ Multiespécie
Principais legislações europeias em vigor na área de proteção e bem-estar animal
envolvendo a espécie suína nos segmentos da produção, transporte e abate.
FONTE: ADAPTADO DE DIAS, SILVA E MANTECA (2014)
DIOGO MAGNABOSCO
EUROPA
Peso vivo do suíno (kg) m2/ animal
Até 10 0,15
10-20 0,20
20-30 0,30
30-50 0,40
50-85 0,55
85-110 0,65
Mais de 110 1,00
Superfície mínima de piso livre por suíno no período de creche e produção
segundo a Diretiva 2008/120/CE
Fonte: Adaptado da Diretiva 2008/120/CE (CONSEJO DE LA UNIÓN EUROPEA, 2008).
DIOGO MAGNABOSCO
EUROPA
Categoria
reprodutiva
Superfície total de piso livre (m2/animal) Superfície
mínima de
piso contínuo
compacto
(m2/animal)***Grupo < 6
animais*
Grupo entre 6-
39 animais
Grupo ≥ 40
animais**
Leitoas após
cobertura1,81 1,64 1,48 0,95
Porcas
gestantes2,48 2,25 2,03 1,30
Fonte: Adaptado da Diretiva 2008/120/CE (CONSEJO DE LA UNIÓN EUROPEA, 2008)
*Em grupos menores de 6 indivíduos a superfície total de piso livre se incrementara em 10%.
**Em grupos maiores ou iguais a 40 indivíduos a superfície total de piso livre poderá ser reduzida em 10%
***Desta superfície mínima de piso continuo compacto, no máximo 15% poderá ser de aberturas de drenagem.
Em vigor desde 01 de janeiro de 2013.
SUPERFÍCIE TOTAL DE PISO LIVRE POR MATRIZ NO PERÍODO DE
REPRODUÇÃO SEGUNDO DIRETIVA 2008/120/CE
DIOGO MAGNABOSCO
OUTROS PAÍSES
• A partir de Julho 2014: Proibiu projetos de novas granjas com gaiolas individuais
• Adequações das granjas até 2024
Código de Boas Práticas de Suínos – Canadá
Nova Zelândia (2015)
Austrália (2017)
África do Sul (2020)
• 9 estados proibiram gaiolas
• 6% do número de Matrizes!
Estados Unidos da América
DIOGO MAGNABOSCO
CERTIFICAÇÃO DE BEM-ESTAR
sustainablefoodtrust.org www.mediaweek.co.uk
theblackfarmer.wordpress.com
www.globalgap.org
www.porkfromholland.com
modernfarmer.com
certifiedhumane.org
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BRASIL
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NORMAS EM VIGOR E INICIATIVAS OFICIAIS BRASILEIRAS NA ÁREA DE PROTEÇÃO E BEM
ESTAR ENVOLVENDO A ESPÉCIE SUÍNA
Documento Abrangência Segmento
Decreto nº 24.645, 1934 Medidas de proteção aos animais Produção, transporte e abate
Decreto nº 30.691, 1952 RIISPOA Abate
Portaria nº 711, 1995Normas técnicas instalações e equipamentos
abate suínosAbate
IN nº 3, 2000 Métodos insensibilização abate humanitário Abate
Termo de cooperação técnica
MAPA/WSPA 2007
Capacitação SIF para boas práticas de abate
humanitário bovinos, suínos e avesAbate
IN nº 56, 2008
Recomendações gerais de bem-estar para
animais de produção e interesse econômico
(REBEM)
Produção e transporte
Portaria nº 524, 2011Institui a comissão técnica permanente de
bem-estar animal (CTBEA)Produção, transporte e abate
Termo cooperação técnica
MAPA/EMBRAPA, 2011
Treinamento de transportadores de suínos em
bem-estar e qualidade carneTransporte
Memorando cooperação
técnica entre MAPA e DG
SANCO*, 2013
Grupo de trabalho especifico para troca
regular de informação e cooperação técnica
em BEA
Produção, transporte e abate
*Direção Geral da Saúde e da Proteção
ao Consumidor da Comissão Europeia
FONTE: ADAPTADO DE DIAS, SILVA E MANTECA (2014)
DIOGO MAGNABOSCO
BRASIL
NÍVEL DE COMPLEXIDADE NA APLICAÇÃO DAS DIRETIVAS EUROPEIAS DA
ÁREA DE PRODUÇÃO NA SUINOCULTURA BRASILEIRA
(ADAPTADO DE DIAS, SILVA E MANTECA, 2015)
Baixo investimento
• Área mínima de piso (m2/animal)
• Acesso ao alimento ao mesmo tempo para suínos em grupos
• Procedimentos invasivos (dentes, cauda, castração)
• Idade de desmame (28 dias)
DIOGO MAGNABOSCO
BRASIL
NÍVEL DE COMPLEXIDADE NA APLICAÇÃO DAS DIRETIVAS EUROPEIAS DA
ÁREA DE PRODUÇÃO NA SUINOCULTURA BRASILEIRA
Moderada adaptação
• Uso de fibra na ração de fêmeas gestantes
• Adequados procedimentos de eutanásia
• Área de repouso: higiene e espaço suficiente para todos
• Alojamento cachaços em baias (mínimo de 6 m2)
• Celas parideiras que permitam movimento das fêmeas
• Mínima mistura possível de suínos na creche, crescimento e terminação
(ADAPTADO DE DIAS, SILVA E MANTECA, 2015)
DIOGO MAGNABOSCO
BRASIL
NÍVEL DE COMPLEXIDADE NA APLICAÇÃO DAS DIRETIVAS EUROPEIAS DA
ÁREA DE PRODUÇÃO NA SUINOCULTURA BRASILEIRA
Alta adaptação e/ou alto investimento
• Largura mínima das vigas e máxima das aberturas dos pisos de concreto ripados
• Liberdade de movimento: alojamento de fêmeas gestantes em grupos
• Disponibilização de materiais para as parturientes construírem ninhos
(ADAPTADO DE DIAS, SILVA E MANTECA, 2015)
DIOGO MAGNABOSCO
BRASIL
NÍVEL DE COMPLEXIDADE NA APLICAÇÃO DAS DIRETIVAS EUROPEIAS DA
ÁREA DE PRODUÇÃO NA SUINOCULTURA BRASILEIRA
Vantagens que o BRASIL tem
• Alimentação sadia, adequada a idade e em quantidade suficiente
• Alimentação ao menos uma vez ao dia
• Número suficiente de pessoas capacitadas para cuidar dos animais/ Formação pessoal
• Ambiência adequada: circulação de ar, pó, temperatura, umidade relativa do ar, gases,...
(ADAPTADO DE DIAS, SILVA E MANTECA, 2015)
DIOGO MAGNABOSCO
BRASIL
DIOGO MAGNABOSCO
ALOJAMENTO DAS MATRIZES
Da cobertura até 110 dias
DIOGO MAGNABOSCO
ALOJAMENTO DE MATRIZES
Até 45 dias
Até 110 dias
DIOGO MAGNABOSCO
GESTAÇÃO COLETIVA
DIOGO MAGNABOSCO
Exemplos: ração distribuída no chão da baia ou em comedouros
Não há controle sobre o consumo individual. Diferenças são
observadas na condição corporal.
Baixo custo e mão-de-obra porém, há descontrole da ingestão,
competitividade e agressividade.
GESTAÇÃO - ALIMENTAÇÃO
Manejo Nutricional – BAIXO CONTROLE DA ALIMENTAÇÃO
Dump feeding
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DIOGO MAGNABOSCO Foto: Andréa Panzardi
DIOGO MAGNABOSCO Foto: Andréa Panzardi
DIOGO MAGNABOSCO
Cortar gaiolas
reaproveitadas
Respeito ao espaço dos
animais com separação
lateral até altura das costas
e a velocidade de
distribuição é ajustada de
acordo com a velocidade de
ingestão.
Trickle Feeding
GESTAÇÃO - ALIMENTAÇÃO
Manejo Nutricional – MÉDIO CONTROLE DA ALIMENTAÇÃO
Foto: Lídia Linck
DIOGO MAGNABOSCO
Alimentação eletrônica tipo túnel:
microchip na orelha.
É um dos sistemas mais rentáveis
a longo prazo.
Desvantagem: fêmeas devem
comer em sequência e pode criar
competitividade e frustação .
Devem se adaptar ou eliminação
do plantel.
GESTAÇÃO - ALIMENTAÇÃO
Manejo Nutricional – ALTO CONTROLE DA ALIMENTAÇÃO
DIOGO MAGNABOSCO
O nível de agressão dependerá da disponibilidade de recursos:
restrição na gestação é um problema.
Medo, frustração e estresse social causam impacto na
produtividade e bem-estar (Pajor, 2002).
Importante: frequência de agrupamento, homogeneização e
tamanho do grupo. (Gonyou, 2003)
MANEJO SOCIAL GESTAÇÃO
ESTABELECIMENTO DE HIERARQUIAS
DIOGO MAGNABOSCO
MANEJO SOCIAL GESTAÇÃO
Comportamento:
“Em condições naturais, fêmeas suínas possuem instinto de vida
em grupos de 2 a 6 indivíduos com hierarquia estabilizada.”
(Graves, 1986)
Gestação Coletiva na Suinocultura industrial atual;
Reagrupamentos constantes ao longo da vida da fêmea.
Disputas para estabelecer organização social de hierarquia.
(Arey, 1999)
ESTABELECIMENTO DE HIERARQUIAS
DIOGO MAGNABOSCO Foto: Andréa Panzardi
DIOGO MAGNABOSCO Foto: Andréa Panzardi
DIOGO MAGNABOSCO
DIOGO MAGNABOSCO
SISTEMAS ELETRÔNICOS
VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO, RESULTADOS
ZOOTÉCNICOS E ECONÔMICOS SEMELHANTES
DIOGO MAGNABOSCO
CONCLUSÃO
CONSUMIDORES E
TÉCNICOS FUTURO
TRABALHO CONJUNTO
DIOGO MAGNABOSCO
CONCLUSÃO
IMPLEMENTAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS
DIOGO MAGNABOSCO
CONCLUSÃO
BEM-ESTAR
ANIMAL
CIÊNCIA
ÉTICALEIS
(ADAPTADO DE DIAS, SILVA E MANTECA, 2014)