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http://www.bhauditores.com.br/ NOTÍCIAS FISCAIS Nº 2.615 BELO HORIZONTE, 24 DE JUNHO DE 2013. Qualquer país é pátria para os fortes, como o é o mar para os peixes. Ovídio A UMA SEMANA DO FIM DO PRAZO, RECEITA SÓ RECEBEU UM TERÇO DAS DECLARAÇÕES DO IMPOSTO DE RENDA DE EMPRESAS .................................................. 2 FISCO EXCLUI IPI DE CRIAÇÃO DE SOFTWARE ................................................................... 2 JUSTIÇA ACEITA QUE RECEITA FECHE FÁBRICAS COM DÉBITOS................................. 3 LEI PROTEGE CONSELHEIROS DO CARF DE PROCESSOS ................................................. 5 FAZENDA INTENSIFICA FISCALIZAÇÃO NO SEGMENTO DE VEÍCULOS NOVOS E AUTOPEÇAS .................................................................................................................................... 6 RECEITA FEDERAL ALTERA INSTRUÇÕES NORMATIVAS ............................................... 7 IRPJ/CSLL RECEITAS E PERDAS NÃO OPERACIONAIS ................................................... 8 CRESCE PREOCUPAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS COM FRAUDES CORPORATIVAS ............................................................................................................................. 9 EMPREGADO QUE MANUSEAVA PRODUTOS DE PERFUMARIA NÃO RECEBERÁ ADICIONAL DE INSALUBRIDADE .......................................................................................... 10 ÁRBITRO DE FUTEBOL, MESMO EM CENA NOS 90 MINUTOS DO JOGO, NÃO RECEBE DIREITO DE ARENA .................................................................................................. 11 WALMART É CONDENADO POR OBRIGAR FUNCIONÁRIOS A CANTAR HINO MOTIVACIONAL E A FAZER DANÇA CONSTRANGEDORA ............................................. 13 IMPOSTO ÚNICO DO MBE ........................................................................................................ 14 EMPRESAS PODEM QUESTIONAR JUDICIALMENTE DESONERAÇÃO EM FOLHA DE SALÁRIO ........................................................................................................................................ 16

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 2.615 BELO HORIZONTE, 24 DE JUNHO DE 2013.

“Qualquer país é pátria para os fortes, como o é o mar para os peixes.”

Ovídio

A UMA SEMANA DO FIM DO PRAZO, RECEITA SÓ RECEBEU UM TERÇO DAS DECLARAÇÕES DO IMPOSTO DE RENDA DE EMPRESAS .................................................. 2

FISCO EXCLUI IPI DE CRIAÇÃO DE SOFTWARE ................................................................... 2

JUSTIÇA ACEITA QUE RECEITA FECHE FÁBRICAS COM DÉBITOS................................. 3

LEI PROTEGE CONSELHEIROS DO CARF DE PROCESSOS ................................................. 5

FAZENDA INTENSIFICA FISCALIZAÇÃO NO SEGMENTO DE VEÍCULOS NOVOS E AUTOPEÇAS .................................................................................................................................... 6

RECEITA FEDERAL ALTERA INSTRUÇÕES NORMATIVAS ............................................... 7

IRPJ/CSLL – RECEITAS E PERDAS NÃO OPERACIONAIS ................................................... 8

CRESCE PREOCUPAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS COM FRAUDES CORPORATIVAS ............................................................................................................................. 9

EMPREGADO QUE MANUSEAVA PRODUTOS DE PERFUMARIA NÃO RECEBERÁ ADICIONAL DE INSALUBRIDADE .......................................................................................... 10

ÁRBITRO DE FUTEBOL, MESMO EM CENA NOS 90 MINUTOS DO JOGO, NÃO RECEBE DIREITO DE ARENA .................................................................................................. 11

WALMART É CONDENADO POR OBRIGAR FUNCIONÁRIOS A CANTAR HINO MOTIVACIONAL E A FAZER DANÇA CONSTRANGEDORA ............................................. 13

IMPOSTO ÚNICO DO MBE ........................................................................................................ 14

EMPRESAS PODEM QUESTIONAR JUDICIALMENTE DESONERAÇÃO EM FOLHA DE SALÁRIO ........................................................................................................................................ 16

A uma semana do fim do prazo, Receita só recebeu um terço das declarações do Imposto de Renda de empresas

Fonte: Agência Brasil. A uma semana do fim do prazo de entrega, a Receita Federal recebeu apenas um terço das declarações de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) previstas para este ano. Até as 10h30 de sexta-feira (21), o Fisco havia recebido 566.585 declarações, o que equivale a 37,8% do 1,5 milhão de documentos esperados para este ano. O prazo para entrega de declaração termina às 23h59min59s do dia 28. A Receita aconselha as empresas a evitar a entrega nos últimos dias para não correrem risco de dificuldades provocadas pelo acúmulo de acessos ao endereço do órgão na internet. Todas as pessoas jurídicas privadas estão obrigadas a apresentar a declaração. Só estão dispensadas da entrega da DIPJ as micro e pequenas empresas que fazem parte do Simples Nacional e seguem um regime especial de tributação. O programa gerador da DIPJ 2013 está disponível na página da Receita. As declarações deverão ser transmitidas pelo programa Receitanet, mas é necessário usar certificado digital válido, assinatura eletrônica vendida por empresas certificadas. Quem perder o prazo pagará multa de 2% ao mês sobre o imposto devido, limitada a 20% do imposto total. Para informações incorretas ou omitidas, a multa corresponde a R$ 500 ou R$ 20 para cada grupo de dez informações com problemas, prevalecendo o maior valor.

Fisco exclui IPI de criação de software

Fonte: Valor Econômico. Uma solução de consulta da 9ª Região Fiscal (PR e SC) estabeleceu em quais situações envolvendo softwares há a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). De acordo com o texto, o tributo deve ser recolhido apenas pela companhia que realiza a gravação do software em uma mídia física, não configurando atividade industrial a produção do programa. Pela solução de consulta nº 77, publicada dia 12 no Diário Oficial da União, a Receita na região assumiu o entendimento de que softwares não são mercadorias. Segundo o documento, a confecção de softwares e distribuição por meio eletrônico não são operações de industrialização e, portanto, não estão sujeitas ao IPI. O imposto se aplicaria apenas à gravação de programas. Para o advogado Jorge Henrique Zaninetti, do Siqueira Castro Advogados, a publicação é importante por reconhecer que os softwares não são mercadorias, mas produção intelectual. “Aquela empresa que prensa os CDs para gravar o

software no meio físico realmente é industrial. A companhia que desenvolve o software ou licencia o programa não é uma indústria”, diz. Apesar de valer apenas para a empresa que fez o questionamento à Receita Federal, a solução de consulta é um indicativo de como será feita a fiscalização. “A empresa interessada pode apresentar uma consulta na mesma linha, ou pode utilizar o texto para fazer decisões internamente”, afirma o tributarista Yun Ki Lee, sócio do escritório Dantas, Lee, Brock e Camargo Advogados.

Justiça aceita que Receita feche fábricas com débitos

Fonte: Valor Econômico. O Judiciário tem aplicado uma norma da época do regime militar para manter o fechamento de indústrias de cigarros inadimplentes com a Receita Federal. Em decisões recentes, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, em Brasília, confirmaram o direito do Fisco de cassar os registros das empresas. Medida que, na prática, as impede de funcionar. Na quinta-feira, a Corte Especial do TRF, por sete votos a cinco, determinou o fechamento da Cia Sulamericana de Tabacos, devedora de R$ 402 milhões em PIS, Cofins e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo a Receita, nos últimos quatro anos, a companhia recolheu apenas 20% dos tributos devidos. Segundo a Receita, oito fábricas foram fechadas por inadimplência desde 2008. Nenhuma conseguiu quitar as dívidas e voltar a funcionar. Atualmente, 14 empresas possuem registro especial e estão autorizadas a produzir cigarros e tabaco no Brasil. O Fisco também exige o registro para os produtores e vendedores de bebidas alcoólicas e biodiesel, além do papel utilizado em livros e jornais, imune ao pagamento de tributos. Pelo Decreto-Lei nº 1.593, de 1977, a Receita Federal foi autorizada a cassar registros das empresas de cigarros devedoras de tributos federais. Sem mudanças na essência, a norma foi posteriormente alterada pela Lei nº 9.822, de 1999. Apesar da previsão legal, as indústrias têm recorrido ao Judiciário para questionar os atos do Fisco. Alegam sanção política ou tentam comprovar que possuem a certidão de regularidade fiscal. Em maio, o Supremo declarou a norma constitucional. Com isso, chancelou a decisão da Receita de fechar a American Virginia Indústria Comércio Importação e Exportação de Tabacos, dona de uma dívida de R$ 2 bilhões com o Fisco. A decisão, porém, não foi unânime. Os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello classificaram a medida como coercitiva para forçar o pagamento de tributos. Com sede em Duque de Caxias (RJ), a Cia Sulamericana de Tabacos alega no Judiciário que dos 18 débitos que justificaram o cancelamento do registro –

publicado em maio de 2012 – 12 haviam sido incluídos no Refis da Crise (Lei nº 11.941, de 2009). Porém, dos R$ 402 milhões exigidos, R$ 238,9 milhões não estavam sujeitos ao programa de parcelamento de débitos ficais do governo. O julgamento do caso entrou noite adentro da quinta-feira. Depois de quase uma hora e meia, a maioria dos desembargadores da Corte Especial do TRF concluiu que a inadimplência da empresa decorre da “opção de não pagar tributos” e viola a economia e a saúde públicas, além de gerar concorrência desleal com companhias que arcam com uma carga tributária de 70% sobre o valor do produto. “A produção de cigarros no Brasil é tolerada com uma tributação parafiscal alta destinada à custear os gastos da União com doenças decorrentes do fumo”, disse a desembargadora Selene de Almeida, primeira a votar a favor do fechamento da Sulamericana. “Mas torna-se intolerável se a empresa deixa de recolher os tributos”, completou. Pelo rastreamento da Receita, de março de 2008 ao mesmo mês de 2012, a Sulamericana teria produzido 328 milhões carteiras de cigarro. Produção que deveria gerar aos cofres públicos de R$ 242 milhões. No período, porém, a empresa teria recolhido R$ 47 milhões, segundo o Fisco. Alguns desembargadores, porém, discordaram do entendimento da maioria. “Precisamos aplicar o direito, e não dar decisões moralistas”, disse o desembargador Olindo Menezes. “A Fazenda diz que a continuidade da empresa representa ofensa à economia pública. Me parece justamente o contrário. Se parar de produzir, aí sim o rombo não será coberto”, afirmou o desembargador Carlos Moreira Alves. Atualmente, a Sulamericana possui cerca de 200 funcionários. Para a procuradora regional da Fazenda Nacional, Cristina Luisa Hedler, a decisão reforça o entendimento do Supremo de considerar os custos com saúde e a concorrência na análise de casos semelhantes. “A tendência, acredito, é que os tribunais levem em conta esses valores”, diz. Na quinta-feira, porém, a mesma Corte Especial manteve liminar que permite à Cibrasa Indústria e Comércio de Tabacos, situada no bairro da Penha (RJ), a continuar aberta. No caso, os desembargadores consideram que a empresa apresentou regularidade fiscal “condizente à sua capacidade”. “Desde 2010, a empresa está aberta, mas a duras penas. Não há isonomia na base de cálculo do IPI entre as empresas”, afirma o advogado da Cibrasa, Homero Flesch. Em 2010, a Corte Especial do TRF também manteve o fechamento da Sudamax Indústria e Comércio de Cigarros, determinado pela Receita em outubro de 2006. A decisão foi unânime. O desembargador Moreira Alves disse, na quinta-feira, arrepender-se do voto. “Estou me penitenciando”, disse, durante o julgamento do caso Sulamericana. A advogada da Sulamericana, Vera Carla Cruz Silveira, afirma que recorrerá da decisão no próprio TRF e tentará levar a discussão ao Supremo. “É uma luta”, disse. “A Fazenda insiste em dizer que o leading case no Supremo é favorável a

ela. Mas a verdade é que o julgamento deve ser feito caso a caso”, diz Vera, que também defende a Ficet Indústria e Comércio de Cigarros e Importação e Exportação, fechada em agosto de 2011.

Lei protege conselheiros do Carf de processos

Fonte: Valor Econômico. Os integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) passaram a ter proteção legal de processos judiciais que possam sofrer em razão dos julgamentos que participem no órgão. A presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou a Lei nº 2.833 de 2013, que entre outras medidas, resguarda a autonomia e a independência dos conselheiros. A lei foi publicada na sexta-feira. O artigo 16 da norma acrescenta um parágrafo único ao artigo 48 da Lei nº 11.941, de 2009, que regulamenta o Carf. Pelo texto, os conselheiros – fiscais e representantes dos contribuintes – só poderão ser responsabilizados civilmente quando for comprovada a ocorrência de dolo ou fraude. O inciso II do projeto de lei aprovado pelo Congresso, porém, foi vetado. O texto garantia ao conselheiro “emitir livremente juízo de legalidade de atos infralegais nos quais se fundamentam os lançamentos tributários em julgamento”. Ou seja, decidir de acordo com seu livre convencimento. A justificativa para o veto é de que o Carf é um órgão de natureza administrativa e não teria competência para o exercício de controle de legalidade, sob pena de invadir as atribuições do Judiciário. Para o conselheiro e advogado Sérgio Presta, a aprovação representa um avanço enorme para que se possa exercer a função com mais tranquilidade. Principalmente os conselheiros da Fazenda Nacional, que se responderem a processos no Judiciário não podem aceitar cargos de confiança, como afirma. O veto, porém, não representa mudanças práticas, avalia Presta. Para ele, o regimento interno do Carf já prevê que os conselheiros não têm competência para o exercício de controle de legalidade. “Tanto que seguimos as decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça”. Para ele, o que os conselheiros fazem é a analisar se determinado lançamento tributário é legal ou não, sem decidir se a lei é ou não constitucional. Segundo o advogado Gilberto Fraga, vice-presidente da Comissão de Assuntos Tributários da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e sócio do Fraga, Bekierman e Cristiano Advogados, o artigo aprovado traz mais proteção aos conselheiros. Porém, discorda do veto. “Fico surpreso porque há um contrassenso, já que essa regra viria justamente para prestigiar o livre convencimento dos conselheiros”.

O advogado Igor Nascimento de Souza, sócio do Souza, Schneider, Pugliese e Sztokfisz Advogados, também acha que a aprovação trouxe “uma excelente garantia adicional para os conselheiros dos dois lados em razão das pressões que vinham sofrendo”. Souza afirma não ter entendido as razões do veto. “O inciso previa emitir livremente juízo de legalidade de atos infralegais. Isso não invadiria a atribuição do Judiciário”, diz. A lei surgiu como uma resposta a um total de 59 ações populares ajuizadas contra decisões do Carf. No início de fevereiro, o órgão suspendeu julgamentos com a notícia de que uma advogada, mulher de um ex-procurador da Fazenda Nacional, exonerado por improbidade administrativa, havia proposto dezenas de ações contra decisões favoráveis aos contribuintes. Nos processos, pede-se que o colegiado seja responsabilizado por cancelar autos de infração milionários, muitos deles envolvendo companhias de grande porte como Petrobras, Gerdau e Santander. A argumentação é de lesão ao patrimônio público. Das 59 ações populares, pelo menos 30 já foram extintas pela primeira instância. Para os juízes, não há provas de ato ilício nas decisões do Carf. A advogada recorreu das decisões ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, com sede em Brasília.

Fazenda intensifica fiscalização no segmento de veículos novos e autopeças

Fonte: Assessoria de Comunicação SEF. A Secretaria de Estado da Fazenda está intensificando a fiscalização no segmento de veículos novos e autopeças com a realização de quatro operações simultâneas de combate a práticas fiscais irregulares na venda dessas mercadorias. Somente em uma delas, o Grupo de Especialistas Fiscais do Setor Automotivo (Gesauto/SEF) contabiliza um potencial de recuperação de ICMS de R$ 15 milhões. “O combate à sonegação é uma questão de justiça fiscal com aqueles contribuintes que cumprem rigorosamente com suas obrigações”, afirma o secretário Antonio Gavazzoni. As fiscalizações em andamento pelo Gesauto têm como principal objetivo combater a sonegação de ICMS decorrente de operações sujeitas ao regime de Substituição Tributária (ST). Nesse regime, o imposto devido em todas as etapas de circulação é recolhido de uma só vez pelo fabricante da mercadoria. Após análises feitas a partir do cruzamento de dados, a SEF apurou a venda de mais de 15 mil veículos entre janeiro de 2008 e março de 2013 que deixaram de ser submetidas ao regime de ST, implicando em um prejuízo de R$ 15 milhões para os cofres de Santa Catarina.

O Gesauto também constatou outros subterfúgios utilizados por contribuintes para deixar de recolher o ICMS ST. Entre eles, a simulação de operações interestaduais utilizando nota fiscal de outro estado em operação de venda realizada por concessionárias de Santa Catarina. Os auditores também estão levantando todas as entradas de autopeças em que não houve a retenção do ICMS ST por parte do remetente para apuração da regularidade do registro das notas fiscais que, porventura, acobertaram tais operações. “Punir esses desvios é também premiar as boas práticas tributárias”, destaca Francisco Martins, gerente de Fiscalização da SEF.

Receita Federal altera Instruções Normativas

Fonte: Portal da Imprensa Nacional. INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 1.364, DE 20 DE JUNHO DE 2013 DOU de 21-06-2013 Altera a Instrução Normativa RFB nº 948, de 15 de junho de 2009, que disciplina a suspensão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de que tratam o art. 5º da Lei nº 9.826, de 23 de agosto de 1999, e o art. 29 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 1.365, DE 20 DE JUNHO DE 2013 DOU de 21-06-2013 Revoga a Instrução Normativa SRF nº 31, de 1º de março de 1999, que dispõe o emprego do selo de controle a que estão sujeitos os fósforos de procedência estrangeira. INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 1.366, DE 20 DE JUNHO DE 2013 DOU de 21-06-2013 Dispõe sobre o regime especial de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) aplicável às pessoas jurídicas importadoras ou produtoras de álcool de que tratam os §§ 5º e 6º do art. 1º da Medida Provisória nº 613, de 7 de maio de 2013. INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 1.367, DE 20 DE JUNHO DE 2013 DOU de 21-06-2013 Altera a Instrução Normativa RFB nº 758, de 25 de julho de 2007, que dispõe sobre o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (Reidi)

IRPJ/CSLL – Receitas e Perdas Não Operacionais

Fonte: Guia Tributário. Receitas e perdas não operacionais são aquelas decorrentes de transações não incluídas nas atividades principais ou acessórias que constituam objeto da empresa. O Regulamento do Imposto de Renda discrimina o que se considera como resultados não operacionais, referindo-se, basicamente, a transações com investimentos societários, imobilizados e intangíveis (antigo Ativo Permanente). Cabe ressaltar que com o advento da Lei 11.941/2009, a descrição “receitas e despesas não operacionais” foi substituída pela denominação “outras receitas e outras despesas”, no entanto os conceitos fiscais inerentes às transações permanecem vigentes. De acordo com a legislação fiscal, nem todos os resultados não operacionais deverão ser computados na determinação do lucro real. Assim, mesmo que considerados contabilmente, não deverão ser computados, para efeito da apuração do lucro real, os seguintes resultados não operacionais (deverão ser adicionados ou excluídos do lucro líquido, conforme o caso, quando tiverem sido contabilizados em conta de resultado): a) as contribuições, de subscritores de valores mobiliários, recebidas a título de ágio na emissão de ações por preço superior ao valor nominal, ou a parte do preço de emissão de ações, sem valor nominal, destinadas à formação de reservas de capital; o valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; o prêmio na emissão de debêntures; e o lucro ou prejuízo na venda de ações em tesouraria; b) as subvenções para investimentos, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e doações do Poder Público; c) o capital das apólices de seguros ou pecúlios em favor da pessoa jurídica, recebidos por morte de sócio; e d) o acréscimo ou a diminuição do valor de patrimônio líquido de investimento, decorrente de ganho ou perda de capital por variação na percentagem de participação do contribuinte no capital social da coligada ou controlada. No tocante ao prêmio na emissão de debêntures, às subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos, e às doações, feitas pelo Poder Público deverão ser observadas, adicionalmente, as disposições contidas nos artigos 18 e 19 da Lei 11.941/2009. Prejuízo Não Operacional

Cuidado especial deve haver com o prejuízo fiscal não operacional, pois, embora tenha se suprimido tal expressão das demonstrações financeiras, as tratativas fiscais foram mantidas. Nesse sentido, se a pessoa jurídica apurou prejuízo fiscal e neste está embutida uma parcela de origem não operacional deve-se destacar tal valor no Livro de Apuração (Lalur), pois essa parcela do prejuízo somente poderá ser compensada, posteriormente, com ganhos não operacionais.

Cresce preocupação das empresas brasileiras com fraudes corporativas

Fonte: Folha de São Paulo. A perspectiva de novas regulamentações e o interesse de grupos estrangeiros pelo país nos últimos anos fizeram crescer, nas empresas brasileiras, a preocupação com fraudes corporativas. Consultorias e auditorias multinacionais, especializadas em estruturar e operar áreas de prevenção de fraudes para diferentes companhias, têm ampliado o quadro de profissionais em seus escritórios brasileiros para atender a essa demanda. Na PriceWaterhouseCoopers, a equipe dedicada a essa função dobrou em um ano e hoje conta com cerca de 40 pessoas, segundo Martin Whitehead, sócio da consultoria e responsável pela área de serviços forenses.

Editoria de Arte/Folhapress

As fraudes empresariais contemplam diferentes práticas, como corrupção, desvios de recursos por funcionários e manipulação de dados contábeis e financeiros. Segundo dados da Association of Certified Fraud Examiners (Acfe), uma das maiores organizações antifraudes do mundo, essas atividades causam perdas de cerca de 5% das receitas das empresas por ano, em todo o mundo. Esse percentual representa um prejuízo anual de US$ 3,5 trilhões, considerando-se o PIB mundial de 2011, conforme a entidade. No Brasil, essa questão tornou-se mais urgente nos últimos anos com a entrada de capital estrangeiro no país e com a maior profissionalização das empresas nacionais. Multinacionais e fundos de investimentos internacionais que passaram a atuar no país têm de seguir as regras de controle internos (o chamado “compliance”) e legislação de seus países de origem, afirma Diogo Dias, sócio da consultoria KPMG. As empresas americanas, por exemplo, estão sujeitas às normas da FCPA (Foreign Corrupt Practices Act), lei que pune pessoas e corporações dos Estados Unidos que cometem atos de corrupção em suas atividades no exterior. A evolução da governança corporativa, a partir da entrada de mais empresas na Bolsa de Valores a partir de 2006, também estimulou essa tendência, segundo Dias. De acordo com o relatório da Acfe, em 2012, as companhias de capital fechado concentraram a maior parte (39,3%) dos casos de fraudes corporativas no mundo. As empresas abertas responderam por 28% dos episódios. Governo e ONGs representaram 16,8% e 10,4% das fraudes, diz o estudo. NOVA REGRA Uma nova legislação sobre fraudes corporativas, que deve reforçar a busca de controles para esses atos pelas empresas, está sendo discutida no Congresso Nacional. A Lei 6.826/2010 –aprovada em abril na Câmara dos Deputados e que aguarda votação no Senado– prevê sanções civis e administrativas às empresas corruptoras. “As regras valerão para todo tipo de empresa, seja aberta ou fechada”, diz Dias, da KPMG.

Empregado que manuseava produtos de perfumaria não receberá adicional de insalubridade

Fonte: TST. A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho absolveu a Pop Terceirização de Merchandising Ltda., do Rio Grande do Sul, do pagamento de

adicional de insalubridade a um empregado que trabalhava com produtos de higiene e perfumaria. A Turma aplicou jurisprudência do TST no sentido de que o manuseio de produtos de limpeza habituais não gera direito ao adicional em função da baixa concentração de álcalis cáusticos, que apenas em grandes quantidades configura a insalubridade. Na reclamação trabalhista, o empregado afirmou que foi contratado pela Pop Terceirização para trabalhar como promotor de vendas na Procter & Gamble Indústria e Comércio Ltda., da qual recebia produtos de higiene e perfumaria e os organizava no local de exposição. Disse ainda que limpava gôndolas e prateleiras com saponáceos e detergentes, e plediu o pagamento do adicional. O perito responsável pelo caso constatou a ausência de equipamentos de segurança, como luvas de borracha, e concluiu que as atividades eram insalubres em grau médio, nos termos do Anexo n° 13 da Norma Regulamentadora n° 15 do Ministério do Trabalho. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) condenou as duas empresas ao pagamento do adicional, por entender que o manuseio de sabões e detergentes configura insalubridade independentemente da concentração de álcalis cáusticos, da finalidade do seu emprego ou do tempo de exposição, “pelo alto risco que tais produtos oferecem”. Ao recorrer ao TST, a Pop argumentou que o Ministério do Trabalho, ao listar as atividades insalubres, se refere a álcalis cáusticos como produto bruto, em sua composição plena, e não diluído em produtos de limpeza rotineiros. O relator, ministro Guilherme Caputo Bastos, aplicou o posicionamento firmado no TST para reformar a decisão regional e absolver a empresa da condenação. “Produtos comuns de limpeza possuem baixa concentração de álcalis cáusticos, não ensejando o pagamento do adicional” concluiu. A decisão foi unânime. Processo: RR-943-74.2011.5.04.0008

Árbitro de futebol, mesmo em cena nos 90 minutos do jogo, não recebe direito de arena

Fonte: TST. Em muitas partidas de futebol – especialmente em jogos decisivos -, a atuação do árbitro pode chamar mais a atenção do que a dos próprios atletas. Apesar de estar em campo durante todo o tempo de jogo e de aparecer na maioria dos lances, eventualmente ser xingado ou aplaudido e ter sua imagem mostrada em close quando mostra um cartão, aparta uma abriga ou alerta os jogadores, o árbitro não recebe nenhuma verba adicional por aparecer em rede nacional ou internacional de TV. A Lei 9615/98 (Lei Pelé) introduziu, no artigo 42, o chamado “direito de arena” – que concede aos clubes a prerrogativa exclusiva de “negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou a

reprodução de imagens” do espetáculo desportivo. Dos recursos arrecadados nessa negociação, os jogadores ficam com no mínimo 5%. A parcela dos atletas é repassada aos sindicatos profissionais, que fazem o rateio em partes iguais entre os participantes do evento. Não existe, porém, nenhuma previsão de remuneração do árbitro pelo uso de sua imagem. O mesmo se aplica ao técnico, mostrado exaustivamente na beira do gramado, e a outros profissionais, como massagistas e médicos. Em termos legais, a atividade profissional da arbitragem é de natureza autônoma. De acordo com o Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003), é direito do torcedor que a arbitragem “seja independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões”. A remuneração do árbitro e de seus auxiliares (os “bandeirinhas”) é de responsabilidade da entidade de administração do desporto ou da liga organizadora do evento – as federações estaduais, nos campeonatos estaduais, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nos campeonatos brasileiros, ou a Federação Internacional de Football Association (FIFA), numa Copa do Mundo, por exemplo. No Brasil, o valor recebido pelo árbitro por partida varia entre R$ 750 e R$ 3.300. Futebol-espetáculo Para o ministro Guilherme Caputo Bastos, do Tribunal Superior do Trabalho, todos os participantes de uma partida de futebol deveriam receber direito de arena. “Todos fazem parte do espetáculo”, argumenta. Apesar disso, o TST já negou, em decisões sobre o tema, o pagamento do direito de arena, a médicos de clubes de futebol que pleitearam a parcela. Para o ministro, a leitura do artigo 42 da Lei Pelé realmente revela que somente os atletas têm direito a esse rateio, pois o dispositivo não trata de outra categoria. Todavia, ele entende que o direito poderia ser estendido a outros profissionais envolvidos por meio de negociação coletiva. “Todos os árbitros são sindicalizados, assim como os atletas”, observa. Assim, a negociação poderia ser aberta com a participação do sindicato dos árbitros, a entidade representante dos clubes e as emissoras de TV. “Não seria bem a negociação coletiva strictu sensu fixada pela CLT, mas é perfeitamente possível pegar o sistema da CLT, voltado para fixar condições de trabalho, e leva-lo para o lado do futebol, neste aspecto”. Independência Para o ministro Alexandre Agra Belmonte, entretanto, os árbitros não deveriam receber o direito de arena. Para ele, o clube de futebol, que não tem contrato com o árbitro, não pode negociar por ele. “O árbitro é vinculado às associações e federações, e não têm, portanto, vínculo com a entidade esportiva, nem pode ter”, afirma. Este ponto, segundo ele, é impeditivo à concessão do direito de arena aos árbitros.

O ministro manifesta preocupação com a possibilidade de que um ajuste desse tipo vincule, de alguma forma, o árbitro à entidade de prática desportiva, sujeitando-o “aos mandos e desmandos dela”. Acha, portanto, preferível que os responsáveis pela arbitragem não tenham esse direito. Com relação aos massagistas e técnicos, o ministro Agra Belmonte lembra que a Lei Pelé tem dispositivos aplicáveis tanto à comissão técnica quanto aos massagistas, como jornada de trabalho, e exclui o direito de arena. “Então, por lei, o pagamento não pode ser concedido”, observa. Todavia, como esses profissionais são vinculados aos clubes, acha que nada impediria o recebimento da parcela. Amparo legal O advogado trabalhista Mauricio de Figueiredo Corrêa da Veiga tem opinião semelhante. Para o especialista em direito esportivo e autor do livro “A Evolução do Futebol e das Normas que o Regulamentam”, o direito de arena é uma questão não comporta maiores discussões por falta de amparo legal e pela própria natureza da atividade que o árbitro desempenha. “Sem dúvida que o árbitro é um partícipe fundamental para a realização do espetáculo, mas sempre devemos observar que árbitro bom é aquele que não aparece”, afirma. “Quando o árbitro começa a aparecer é que algo está errado”. O especialista acredita que a possibilidade de estender o rateio do direito de arena ao árbitro abriria a possibilidade para que até os policiais que fazem a segurança das partidas também viessem a reivindicar o direito. Para ele, a ideia de negociação coletiva proposta pelo ministro Caputo Bastos também não seria uma boa alternativa, “inclusive para o espetáculo”. Quanto ao direito de imagem, por se tratar de um direito assegurado constitucionalmente, o advogado acha que não haveria problema algum na sua concessão, desde que não houvesse um conflito de interesses entre os patrocinadores do evento, por exemplo.

WalMart é condenado por obrigar funcionários a cantar hino motivacional e a fazer dança constrangedora

Fonte: TRT 10ª Região. A juíza do trabalho Mônica Ramos Emery, da 10ª Vara do Trabalho de Brasília, condenou o WalMart Brasil Ltda. a pagar indenização por danos morais no valor de quatro mil reais a uma ex-empregada que, diariamente, era obrigada a cantar o hino motivacional da empresa e a fazer uma dança – a qual consistia em rebolar e movimentar os braços – sob pena de sofrer advertência. A autora da ação trabalhou como operadora de caixa de 2010 a 2012 e, além de danos morais, também receberá verbas trabalhistas, como horas extras

não pagas, e auxílio-refeição, porque a empresa cobrava pelas refeições fornecidas. Conforme informações dos autos, o WalMart alegou que a prática de entoar hino motivacional é comum a diversas empresas. Afirmou ainda que a prática não era obrigatória e que o conteúdo não causava vergonha ou constrangimento aos empregados. Segundo a juíza do trabalho responsável pela sentença, o elemento primordial do contrato de trabalho é o permanente estado de sujeição do empregado ao empregador, que em face do exercício do poder de comando está passível a causar prejuízos de ordem moral ao empregado. “Assim, a pessoalidade e a subordinação, como características essenciais da relação de emprego, dão margem a que o empregado, mais que o empregador, seja moralmente atingido em razão da própria hierarquia a que é submetido. Ademais, pela situação de dependência a que está sujeito, o trabalhador muitas vezes fica exposto à má-fé ou falta de ética e seriedade nas relações de trabalho, fatos que podem ensejar situações de agressão à sua intimidade, vida privada, honra ou imagem, as quais são invioláveis por força de disposição constitucional, gerando direito à indenização”, justificou a magistrada do trabalho. Ainda de acordo com juíza Mônica Ramos Emery, a situação a que foi submetida a ex-operadora de caixa do WalMart já é conhecida da Justiça do Trabalho da Décima Região. Para ela, nesse caso específico, embora não houvesse imposição explícita, os empregados se reuniam para cantar o hino e fazer a “dancinha” que, em determinado momento, englobava um “rebolado”. “Não restou provado que qualquer funcionário tenha sofrido punição por não cantar e dançar o hino, mas havia um certo constrangimento geral em executar diariamente o procedimento”, ressaltou a juíza. Na sentença, a magistrada utilizou a jurisprudência dominante na Décima Região da Justiça do Trabalho, que não considera mero dissabor ou desconforto, mas sim verdadeiro dano moral, exigir-se do empregado realizar canto e dança corporativo no ambiente de trabalho, na frente de outros colegas. “Isso porque, de fato, algumas pessoas podem se sentir verdadeiramente constrangidas ou expostas ao ridículo, dependendo de suas características pessoais e de temperamento”, explicou Mônica Emery, para quem a condenação do WalMart visa também à reprimenda social da prática disseminada na empresa. Processo 0001766-40.2012.5.10.0010

Imposto único do MBE

Por Marcos Cintra Recentemente o Movimento Brasil Eficiente (MBE), organização que reúne entidades empresariais, lançou campanha para colher 1,5 milhão de assinaturas para propor ao Congresso Nacional uma reforma tributária

simplificadora. A entidade quer criar um imposto único que englobe o PIS, Cofins, Cide, CSLL, ICMS e tributos sobre a folha de pagamentos. Segundo a MBE, seu imposto único simplifica o sistema tributário brasileiro. Quanto a isso a entidade está correta, uma vez que substituir meia dúzia de tributos por apenas um implica em uma rotina um pouco mais simples para as empresas e o governo. O País tem uma das estruturas fiscais mais complexas do mundo e a proposta do MBE proporcionaria uma ligeira redução nos custos administrativos para o setor produtivo e para o poder público. A principal crítica ao projeto do MBE envolve a base que a entidade escolheu para absorver os tributos que seriam extintos. Seu imposto único seria cobrado sobre o valor agregado, perpetuando a predominância dos impostos declaratórios, mantendo um campo fértil para a evasão fiscal. A reforma tributária que o Brasil precisa não será atendida com o projeto do MBE. Além de simples, é preciso que o sistema tributário proporcione expressiva redução dos custos burocráticos e administrativos para o contribuinte e para o governo, combata a corrupção e torne a sonegação uma perigosa inutilidade. No Congresso Nacional há uma alternativa que pode ser a base para a retomada da reforma tributária. Ela reduziria a carga individual de impostos dos atuais contribuintes e os custos administrativos empresariais, combateria a sonegação e simplificaria a estrutura burocrática dos impostos. Ela faria os que pagam impostos em excesso pagarem menos, como as empresas formais e os assalariados, e obrigariam os delinquentes, os ilegais e informais a arcarem com a diferença. Essa é a noção de equidade tributária que o Brasil deseja. O projeto em questão é a PEC 474/01, que cria o Imposto sobre a Movimentação Financeira (IMF) com alíquota de 2,14% sobre o débito e o crédito de cada transação na conta corrente bancária. Com ele seriam extintos tributos como o Imposto de Renda das pessoas físicas e das empresas, Cofins, IPI, CSLL, Salário Educação, INSS patronal e outros. Essa proposta já foi aprovada em dezembro de 2002 por unanimidade pela Comissão Especial de Reforma Tributária da Câmara dos Deputados e poderia ser votada pelo Plenário daquela Casa. A campanha do MBE em defesa de seu projeto tem seu mérito ao retomar o debate da reforma tributária e ao adotar parte da filosofia do IMF, mas peca ao envolver poucos tributos no processo de unificação e ao querer manter um sistema onde os sonegadores vão continuar fraudando o fisco. A PEC 474/01 contempla substituir praticamente todos os impostos federais e propõe como base de incidência a movimentação financeira, o que tornaria a cobrança do imposto automática, com todos, inclusive os que sonegam, pagando sua parte.

Empresas podem questionar judicialmente desoneração em folha de salário Fonte: Conjur. O regime da desoneração da folha de salários foi introduzido inicialmente no ordenamento jurídico pela Medida Provisória 540, de 3 de agosto de 2011. Essa Medida Provisória foi convertida e deu origem à Lei 12.546, de 14 de dezembro de 2011. Esse novo diploma legal determinou a substituição da contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a remuneração paga aos segurados empregados, avulsos e contribuintes individuais (artigo 22, da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991), pela contribuição social incidente sobre receita bruta auferida pelas empresas de determinadas atividades. A Lei 12.546/2011 tem fundamento de validade na competência tributária conferida à União Federal pela alínea “b” do inciso I do artigo 195 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constituição 20, de 15 de dezembro de 1998. Além disso, em 2003, Constituição Federal foi alterada pela Emenda Constitucional 42, de 19 de dezembro de 2003, que incluiu o parágrafo 13º no artigo 195 e autorizou a substituição gradual, total ou parcial, da contribuição do empregador incidente sobre a folha de salário, por contribuição incidente sobre a receita ou o faturamento. O artigo 4º do Decreto 7.828, de 16 de outubro de 2012 estabelece que as contribuições calculadas sobre a receita bruta têm caráter impositivo aos contribuintes que exerçam as atividades abrangidas pela Lei 12.546/2011. Vale notar que, em 27 de fevereiro de 2013, o Plenário do Senado havia aprovado o Projeto de Lei de Conversão 1/2013 (proveniente da Medida Provisória 582/2012), que dentre outras alterações, incluiu na Lei 12.546/2011 o dispositivo, o qual permitiu que as empresas pudessem optar ou não pelo regime da desoneração da folha de pagamentos, de acordo com os seus interesses, bastando para isso, no início de cada exercício, efetuar o primeiro recolhimento da contribuição patronal, nos termos da legislação anterior (artigo 22, incisos I e II da Lei 8.212/91), condição que prevaleceria até o final do exercício. No entanto, este dispositivo legal foi vetado pela presidente Dilma. Enfim, continua obrigatória a adoção do regime de desoneração da folha de pagamento pelos contribuintes que exerçam as atividades abrangidas pela Lei 12.546/2011. Ocorre que vários questionamentos têm surgido quanto à aplicação obrigatória desse novo regime, nas hipóteses em que a substituição da contribuição previdenciária patronal pela contribuição sobre o valor da receita bruta implique em prejuízo financeiro para determinados setores contemplados pela medida. E nesse contexto, cabe salientar que a exposição de motivos da Lei 12.546/2011 é clara no sentido de que a medida (sistema substitutivo) foi criada visando à formalização das relações de trabalho e o fomento de algumas atividades

(desoneração da folha de pagamento para determinados setores). Assim, se, na prática, um contribuinte neste grupo eleito pelo legislador é prejudicado pela aplicação da lei nova, objetivo da lei é frustrado e o direito do contribuinte é no caso concreto violado. Além disso, fica evidente no caso específico a quebra da isonomia, em que se proíbe o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Nessa situação, entendemos viável a utilização do mecanismo — já outras vezes aplicado pelo Supremo Tribunal Federal — de interpretação da norma conforme à Constituição Federal. Ou seja, a norma pode continuar em vigor, mas para esse contribuinte específico (prejudicado) a sua eficácia é afastada, já que não houve a desoneração da folha de pagamento, que é a sua finalidade, permanecendo então a sistemática anterior em vigor. Por fim, vale salientar que existem precedentes do STF em casos previdenciários que vedam expressamente a ocorrência da duplicidade. Enfim, com o regime da desoneração da folha de pagamentos instituído pela Lei 12.546/2011, fica o contribuinte compelido ao duplo recolhimento (utilização da mesma base de cálculo: receita bruta/faturamento), com a mesma destinação, ou seja, financiamento da Seguridade Social, da Cofins, o que é contrária à CF/88. Diante disso, as empresas que se sentirem prejudicadas com a nova imposição (em relação à sistemática anterior) poderão questionar judicialmente e buscar o direito de permanecer recolhendo sobre a folha de salários. O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes e usuários cadastrados. Para cancelar o recebimento, favor remeter e-mail informando “CANCELAMENTO” no campo assunto para: <[email protected]>.