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Uso de flash

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  • Bsico de Flash (v0.2)Nosso conhecimento o resultado de

    tudo o que aprendemos na convivncia diria com nossos semelhantes, no

    existe conhecimento sem observao e troca. Compartilhar uma das melhores

    formas de aprender mais. O conhecimento que no compartilhado

    no til.

    Pretendo, nesse texto, explicar os fundamentos bsicos para quem deseja comear a entender o uso de iluminao por flash eletrnico, servindo de base de informao para quem est nos primeiros passos com o uso desse tipo de iluminao no natural e no contnua.

    Tambm ser um texto que irei complementando conforme perguntas de dvidas sejam apresentadas, nos comentrios, individualmente por e-mail ou pessoalmente nos encontros do clube de fotografia e aulas (as sadas orientadas do fotoclube, por exemplo) sobre esse assunto.

    J antecipo meu agradecimento a todos aqueles que me ajudaram no inicio de minha caminhada no aprendizado para iluminao com flash. Alguns professores e vrios colegas que me fazem estudar e tentar entender mais. Tentarei relatar os nomes numa lista de agradecimentos no final do texto.

    Os fundamentos apresentados levam em conta, principalmente, o que se pode esperar de um flash compacto que, normalmente, utilizado em cima da cmera acoplado a essa. Os conceitos apresentados tm como base o uso do flash em modo manual e so os mesmos para um flash compacto e para um flash grande de estdio. Mesmo que se pretenda usar o flash apenas em modo TTL (automtico) os conceitos servem para entender o que esperar do equipamento e os limites do mesmo.

    Primeiramente devemos saber que a luz do flash no um pulso instantneo de luz com a intensidade total, apesar de quase poder ser considerada dessa forma dados os tempos extremamente pequenos da durao. A luz do flash tem um tempo para atingir toda a intensidade (normalmente chamado de potncia, num abuso de linguagem) que sustentada por um tempo e depois perde a intensidade. O tempo para atingir a intensidade desejada (regulado pela carga tratado abaixo) e o tempo para terminar de apagar depois do tempo de sustentao da luz que ilumina a cena, so muito

    pequenos quando comparados ao j curto tempo que a luz tem a intensidade desejada e podem ser desprezados1.

    Antes de partir para o assunto propriamente dito, vamos definio de alguns conceitos:

    Tempo de sincronismo

    Tambm nomeado (considero uma forma no conceitualmente correta) velocidade de sincronismo e indicado no manual da cmera como X-sync, o menor tempo de exposio a ser utilizado para que no haja captura de sombra da cortina do obturador (segunda cortina, tratado mais a frente).

    O problema de capturar a cortina ocorre quando esta comea a se fechar antes da luz do flash ser acionada.

    O tempo de sincronismo um valor constante (para cada modelo de cmera) e denota o tempo mnimo de exposio para se capturar a luz do flash.

    As cmeras modernas costumam bloquear que se configure o tempo de exposio menor que esse limite quando existe a informao que um flash est ligado a cmera. comum haver o aparecimento da cortinha quando usamos sistemas de controle remoto do flash que no informam a cmera, ou em sistemas que precisam de tempos maiores de exposio para se comunicar (pode haver demora na comunicao e o flash s disparar depois de iniciado o fechamento da segunda cortina).

    Nmero Guia

    Normalmente, como um abuso de linguagem, citado como a potncia do flash, de fato, est apenas relacionado a potncia da luz emitida pelo flash.

    O nmero guia definido como uma distncia ou usando uma distncia. As duas definies que conheo so assim declaradas:

    A primeira diz: Nmero guia a distncia do flash (do flash no da cmera) at o objeto a ser fotografado que a luz conseguir ser capturada numa cmera com um filme de sensibilidade

    1 Salvo quando se usa o flash para tentar congelar movimentos muito rpidos em ambientes escuros com longo tempo de exposio. Nesse caso se ver um rastro caracterstico dessa variao de intensidade, mas isso foge ao escopo desse texto.

  • ISO 100, usando uma lente normal (50mm para o sistema de filme 135) com abertura f/1.

    Nessa definio temos o uso de uma objetiva normal (a definio de objetiva normal est relacionada ao ngulo de viso, que, por sua vez, relacionado ao tamanho do sensor e no ao comprimento focal, assunto para um outro longo texto) com abertura f/1. A abertura f/1 indica que o dimetro do diafragma igual ao comprimento focal.

    A segunda definio diz: Nmero guia o valor do diafragma usado para a correta exposio de um filme ISO 100 na captura da imagem de um objeto situado a uma unidade de distncia da fonte de luz que se est medindo o valor do nmero guia. Para medir esse valor, normalmente usamos um dispositivo de medio de luz para fotografia (lightmeter) que j nos retorna o valor do diafragma.

    Ambas as definies so equivalentes, pois a que usa o diafragma f/1 retorna a distncia em unidades de medida e a que usa uma unidade de distncia retorna um nmero de diafragma, de mesmo valor.

    A unidade de distncia pode ser expressa em metros ou em ps (1 p igual a 0,3048 metros). Notar que o nmero guia quando expresso em ps um nmero maior. Na primeira definio (a da distncia que consegue atingir), vemos claramente o maior nmero em ps, mas na segunda definio (a do valor do diafragma), s percebemos por notar que com uma menor distncia da fonte de luz temos que usar um diafragma mais fechado para expor corretamente).

    Gosto mais da segunda definio, pois ela a utilizada no ambiente de estdio e j retorna um valor de diafragma e no depende de uma definio de uso de objetiva. Alm disso, ter o diafragma que usado para uma unidade de distncia, facilita a aplicao direta da lei do inverso do quadrado da distncia. Mas, ela no deixa claro onde a intensidade luminosa que o nmero guia representa est, pois no se nota claramente que o instrumento de medida est medindo essa grandeza.

    Inverso do quadrado da distncia

    A luz, como outras radiaes, perde intensidade na razo do inverso do quadrado da distncia.

    Isso quer dizer que se a intensidade da luz tem um valor a uma unidade de distncia ter a quarta parte da intensidade a duas unidades de distncia, a oitava parte do valor a trs unidades de distncia, um dezesseis avos da intensidade quando a quatro unidades de distncia.

    Praticamente no precisamos saber dessa frmula pois no calculamos a intensidade luminosa de forma direta, mas indireta pelo nmero guia e temos a correlao entre o nmero guia e a abertura do diafragma, onde o diafragma a ser usado o resultado da diviso do nmero guia pela distncia.

    Se lembramos que a cada f-stop (um ponto no os teros de ponto que as lentes modernas permitem) aberto no diafragma dobramos a luz que deixada passar, temos que, se numa unidade de distncia usamos um valor de diafragma (ex. F/16), ao dobrarmos a distncia da fonte luminosa para continuarmos tendo a mesma exposio devemos deixar passar 4 vezes mais luz, que so dois pontos (no exemplo, vamos de f/16 para f/8). Se triplicarmos a distncia, devemos abrir o diafragma trs pontos (no exemplo, de f/16 para f/5.6).

    Essa relao do inverso do quadrado da distncia vale tanto para todo tipo de iluminao artificial, seja flash ou contnua. S que em iluminao contnua podemos trabalhar com o tempo de exposio, com o flash (veremos a frente) no.

    TTL

    O termo TTL2 (through the lens) no utilizado somente para iluminao por flash. O termo serve para qualquer medio de luz que entra pela lente, na cmera.

    Quando usamos o termo flash-TTL, o que temos um sistema de comunicao entre o flash e a cmera que permite a esse emitir um pouco de luz (uma frao da carga), a cmera medir a luz refletida que entra pela lente (TTL) e, em funo do modo de medio (ainda preciso confirmar isso com testes mais elaborados) e do ajuste de exposio (tambm varia com o modo de exposio), definir qual a carga que ser utilizada para emitir a luz.

    2 Em outras reas, sem ser a fotografia, o acrnimo TTL assume inmeros significados. Ento, no se espantem com o que vier numa busca em ferramentas de busca na Internet).

  • Muitos flashes compactos externos e todos os flashes embutidos (os que ficam na cmera, compactas ou no) tem algum nvel de modo TTL. Alguns flashes compactos mais baratos e TODOS os flashes de estdio no tem modo TTL.

    Aqui terminamos as definies iniciais e podemos dar continuidade no assunto.

    Como o obturador (tempo de exposio) influencia a iluminao do flahs?

    Vamos relembrar o funcionamento do obturador. As cmeras DSLR trabalham com obturador de plano focal no sistema de cortina. A cortina dupla, primeiramente o sistema armado depois, quando realizado o disparo a primeira cortina se abre e logo depois a segunda cortina se fecha seguindo o movimento da primeira, finalmente o sistema armado novamente. Nas cmeras antigas de filme com obturador mecnico por mola, o obturador era armado juntamente com o mecanismo de avano do filme e seguia o movimento do mesmo. Nas cmeras com obturador eletromecnico esse processo ficou mais independente do sistema de avano de filme e por no existirem molas tensionadas pode ser armado logo aps o disparo.

    Como dito anteriormente temos um tempo mnimo de exposio, o tempo de sincronismo, em que o obturador permite que a luz do flash consiga iluminar todo o meio sensvel (o sensor ou o filme).

    Como a luz do flash momentnea, um tempo de exposio maior que o tempo de sincronismo no aumentar a exposio da luz emitida pelo flash (pois essa tem durao muito curta), mas aumentar a captura da luz ambiente. Dessa forma podemos escolher um tempo de exposio adequado para capturar a luz ambiente deixando o flash apenas com a funo de eliminar sombras (luz de preenchimento) ou deixar o tempo de exposio regulado para o fundo (um por do sol) e o flash ser utilizado para iluminar o primeiro plano, evitando que a foto seja uma silhueta.

    O obturador (tempo de exposio), no influencia na luz do flash, ele s vai influenciar em quanto da luz ambiente ser capturada. Exceto que estejamos utilizando sincronismo rpido (veremos a frente).

    Se o obturador no influencia, como controlar

    a luz do flash que capturada?

    O controle da luz do flash pode ser feito de duas formas, pela abertura do diafragma (como comeamos a ver na explicao de nmero guia), onde estamos controlando a quantidade da luz emitida pelo flash que sensibilizar o meio (filme ou sensor) e pelo controle da carga que vai determinar a intensidade (quantidade) de luz emitida pela lmpada no disparo, sensibilizando menos o meio.

    Tradicionalmente, os flashes eletrnicos possuam pouco controle da quantidade de luz emitida, sendo somente a carga total e, algumas vezes, meia carga. Os antigos flashes compactos s possuam disparo em carga total (como as lmpadas flash bulb contendo p de magnsio e oxignio de uso nico que queimavam emitindo muita luz que vemos em filmes), de forma que todo o controle da quantidade de luz capturada era realizado pela abertura do diafragma com as tabelas de relao entre o nmero guia e a distncia. Quanto mais distante o objeto a ser fotografado est da fonte de luz (o flash), mais aberto deve ser o diafragma.

    Todo flash antigo vinha com uma tabela de distncias e qual o diafragma a ser utilizado, alguns tinham tabelas de vrias colunas (ou linhas) com a sensibilidade do filme utilizado outros, ainda, possuam uma rgua de clculo onde se selecionava o ISO (a influncia do ISO no flash ser tratado mais a frente) e se tinha a relao de aberturas para a distncia.

    Atualmente os flashes compactos no possuem mais essas tabelas e mesmo os que possuem informao em telas LCD, no tem uma calculadora para auxiliar o modo manual, privilegiando muito que se use apenas em TTL.

    Essa informao de qual diafragma utilizar pode ser completamente calculada, mesmo em estdio e com vrios flashes, mas mais comum, nesse caso, o uso de um medidor de luz (lightmeter) que ir calcular qual o diafragma a ser utilizado, mas essa parte est fora da proposta desse primeiro texto de bsico de flash.

    Para usar o flash em modo manual, devemos fazer uso de tabelas (podem ser copiadas do manual) ou calculadas (como est indicado quando mencionei o nmero guia) com a informao do nmero guia e da distncia. Com

  • o hbito de usar um tipo de flash, podemos ganhar agilidade e saber qual abertura utilizar em funo da distncia mesmo em situaes que requeiram agilidade (afinal o TTL uma coisa relativamente nova, pois precisa de fotmetros rpidos na cmera alm de um bom processador para calcular a carga a ser usada no disparo do flash), como os fotgrafos de alguns anos atrs faziam.

    Antes do uso de lmpadas com p de magnsio e dos primeiros flashes eletrnicos com lmpadas com algum gs nobre (flashes eletrnicos atuais usam xennio) que permitem vrios disparos, a iluminao artificial no contnua era realizada com queima direta do magnsio emitindo fumaa, mas era possvel ao fotgrafo controlar a quantidade de luz emitida variando a quantidade de magnsio (com risco de grande exploso), da pode ter vindo a ideia de evoluo dos flashes eletrnicos com gs nobre de se poder controlar a carga e quantidade de luz.

    A maioria dos flashes compactos possui timo ajuste do nvel de carga que vai fazer a lmpada acender, principalmente os flashes TTL, pois o sistema TTL depende desse controle para regular a quantidade de luz que iluminar a cena depois de feita a medio pela cmera. Esse controle feito dividindo por dois sucessivamente a carga da mesma forma que os pontos de diafragma (f-stop) e de tempo de exposio (alguns flashes possuem valores intermedirios em teras partes como nos f-stop e tempo de obturador, para graduar ainda mais a diminuio de carga).

    Normalmente, podemos variar em 1/1 (carga total), , , 1/8, 1/16, 1/32, 1/64 e 1/128 da carga (rotineiramente chamado de potncia), com ou sem disponibilidade de teras partes intermedirias dependendo do flash. Nos flashes compactos que no so TTL e na maioria dos flashes de estdio mais baratos esse controle da carga (e quantidade de luz) pode no ser to amplo.

    Ao reduzir a carga (menos luz), se desejamos manter a mesma luz capturada, devemos abrir o diafragma. Observando que diminuir carga e abrir diafragma vai diminuir a profundidade de campo e aumentar a luz ambiente capturada (o diafragma tambm controla a luz ambiente capturada).

    Optar por trabalhar com menos carga e abrir

    mais o diafragma (ou aumentar o ISO, tratado mais a frente) pode ajudar a economizar bateria e diminuir o tempo de recarga do flash, permitindo mais disparos em menos tempo.

    Nesse ponto vemos que o diafragma o principal controle da luz do flash que ser capturada. Usamos a abertura do diafragma, calculada pela distncia e nmero guia, com o flash em carga total (1/1) para capturar o mnimo de luz ambiente ou para que a luz ambiente capturada tenhas influncia apenas (predominante) do tempo de exposio.

    Influncia da sensibilidade do meio de captura (ISO) no flash

    O nmero guia dos flashes , tradicionalmente, informado em ISO 100, mas no haveria impedimento de informar em outros valores. Se tomou esse valor, por ser a sensibilidade de filme mais comum com a popularizao da fotografia (creio eu). Em flashes antigos comum encontrar a tabela de nmero guia para ISO 50 e 25 tambm, por serem filmes comuns no passado.

    Nas cmeras digitais temos muita facilidade de alterar o ISO (com filme temos que trocar o rolo), e pode ser interessante usar outros valores no s o de referncia do nmero guia.

    Ao usar um ISO mais alto, passamos a ter que usar um diafragma mais fechado ou menor carga. Podemos optar por um ISO mais alto e fechar o diafragma tendo maior profundidade de campo ou usar um ISO mais alto e diminuir a carga para economizar bateria e ter menos tempo de reciclo do flash (mais disparos sucessivos).

    importante notar que ao aumentar o ISO, tambm estaremos aumentando a captura da iluminao ambiente, independente de estarmos compensando a exposio com o diafragma mais fechado ou com menor carga para o disparo do flash.

    comum vermos em explicaes sobre nmero guia, quando quem est explicando no entendeu bem a relao de distancia em funo da carga, a informao de usar ISO mais alto faz com que tenhamos mais luz do flash sendo capturada, mas no somente mais luz do flash mais luz como um todo. Se disparamos o flash em carga total, teremos a mesma quantidade de luz sendo emitida, apenas regulamos o ISO para conseguir

  • capturar mais dessa luz, conseguindo algo como iluminar mais distante. Podemos ter quase o mesmo efeito usando lentes para concentrar a luz (diminuir o espalhamento, como explicado mais abaixo.

    O ISO, como o diafragma e o tempo de exposio (lembre que tempo de exposio no influencia na quantidade de luz emitida pelo flash que capturada) marcado em pontos (a maioria das cmeras digitais permite o ajuste em teros de ponto). Cada ponto representa metade ou o dobro de luz capturada.

    Lembrete: Aumentar o ISO um ponto (ex.: de 100 para 200) dobra a quantidade de luz capturada, aumentar o tempo de exposio um ponto, (ex.: de 1/250 para 1/125) dobra a quantidade de luz para flash s a luz ambiente capturada e abrir o diafragma um ponto (ex.: ir de f/16 para f/11) dobra a quantidade de luz capturada. Reciprocamente para diminuir o ISO, diminuir o tempo e fechar o diafragma.

    A carga utilizada no disparo do flash tambm pode ser reduzida em pontos que representam a metade da carga (e da luz emitida) no anterior (ex.: passar de 1/1 para diminui a luz a metade, passar de 1/16 para 1/32 tambm).

    Com isso em mente, podemos optar por aumentar o ISO (num valor que ainda no teremos rudo) e diminuir a carga liberada para a lmpada do flash tendo dois benefcios, capturar mais da iluminao ambiente (sem risco dessa ficar com aparncia de tremida, em alguns casos, com o uso de maior tempo de exposio) com a vantagem de diminuirmos o consumo de bateria do flash, diminuirmos o tempo de recarga para outro disparo e diminuir o aquecimento do flash. Isso nos permite termos mais fotos num mesmo intervalo de tempo com menos espera entre fotos.

    flashes compactos com lente varivel

    Existe uma grande confuso quando vemos as especificaes de flashes compactos na informao do nmero guia. Tradicionalmente o nmero guia para ser apresentado para o uso de uma objetiva normal (ngulo de viso e no comprimento focal), mas nos flashes compactos atuais temos a informao do nmero guia somente, sendo comum que o nmero

    apresentado seja para o uso com uma objetiva de menor ngulo de viso.

    Para compararmos dois flashes compactos com base na informao do nmero guia, temos que comparar com o mesmo ngulo de espalhamento de luz, normalmente indicado pelo comprimento focal do sistema 135. Dizer que dois flashes tem nmero guia 58 sem informar que um deles com uma objetiva 105mm e o outro com uma 200mm algo no muito justo.

    Os flashes compactos atuais, possuem uma lente varivel interna que faz uma focalizao (diminuem ou aumentam o espalhamento da luz) de forma a no haver perda lateral da luz quando usamos uma objetiva com ngulo de viso mais fechado (uma tele). O controle desse sistema pode ser deixado em modo automtico3, com a cmera recebendo a informao da lente e informando ao flash para aumentar ou diminuir o espalhamento (dentro dos limites do modelo do flash).

    Podemos usar deliberadamente o espalhamento de luz (controlando manualmente essa funo no flash) para ter uma luz mais suave e espalhada (quase difusa) ou usar a luz mais concentrada e dura, alm de criar uma vinheta (ausncia de iluminao nas bordas) se o fundo estiver prximo.

    Em flashes de estdio, o nmero guia informado sem o uso de modificador algum de luz. Sem modificador de luz, a lmpada do flash fica muito exposta causando grande espalhamento da luz o que pode dar a ideia de ser um flash com luz de pouca intensidade. Mas flashes de estdio no assunto para esse texto.

    Medio de luz (fotmetro) e o uso do flash

    Ao se fotografar com flash devemos desconsiderar a leitura do fotmetro embutido da cmera, pois o mesmo est medindo apenas a luz ambiente refletida pelos objetos enquadrados.

    Em ensaios (estdio ou externos), com flashes compactos ou de estdio, pode ser utilizado um fotometro de mo (lightmeter) que medir a luz do flash, mas numa situao de campo com pouca luz em que temos que utilizar o flash, iremos confiar somente na relao de distncia

    3 Esse sistema independente do TTL, que serve para medio de luz e determinao da carga a ser utilizada.

  • (propagao da luz inverso do quadrado da distncia) e no nmero guia para calcular o diafragma a ser utilizado ou confiaremos na medio TTL com a comunicao e controle do flash pela cmera.

    Usando o flash em modo manual

    At agora, o que foi descrito serve para usar o flash em modo manual. Nesse modo tudo o que se precisa usar uma tabela (ou calcular) qual a abertura de diafragma a ser utilizada em funo da distncia.

    A tabela costuma estar presente no manual do flash para ISO 100 e carga total, com uma linha para cada diafragma, eventualmente colunas com o comprimento focal a interseo entre uma linha de valor de diafragma e a coluna do comprimento focal (usado como referncia ao ngulo de abertura da lente que faz concentrao ou espalhamento da luz) a distncia que o objeto pode estar para ser corretamente iluminado. Na prtica, para um comprimento focal se desce na coluna at encontrar a distncia aproximada4, depois se segue na mesma linha at encontrar o diafragma que deve ser utilizado para aquela distncia.

    Se o manual (muitos da Canon) no oferecer uma tabela, a mesma pode ser calculada usando a frmula que relaciona a distncia com o nmero guia e o diafragma. Distncia igual ao nmero guia dividido pelo diafragma utilizado.

    Tenho as tabelas de referncia, que uso na minha aula de bsico de flash dedicado, para vrios modelos de flash no Google Docs Tabelas deNmero Guia Flash.

    Usando o flash em TTL

    4 No caso de ter que optar entre uma distncia maior ou menor que a indicada escolha a mais prxima. Sendo que escolher um diafragma mais aberto, pode significar superexpor e um diafragma mais fechado subexpor.Se usar o formato RAW, superexpor pode ser melhor para consertar na ps produo, desde que a superexposio no seja grande demais (como temos teros de ponto, no dever ser).Se usar o formato JPEG, subexpor pode ser mais indicado, pois um estouro de alta luz na pele dificilmente ter informao num arquivo JPEG e, dificilmente, um pouco de ruido numa baixa luz recuperada ser notada numa foto impressa, principalmente por estarmos tratando de 1/3 de pondo de subexposio recuperada.

    Par usar o flash no modo TTL, no preciso usar quase nada do que est acima. Mas, conhecer como o funcionamento do flash nos ajuda a compreender os limites do equipamento e entender algumas falhas que podem ocorrer quando usamos o modo automtico de ajuste da carga do flash.

    A princpio, podemos usar o modo TTL em todos os modos de ajuste de exposio, do completamente automtico ao completamente manual. Tanto com o ISO no automtico como no manual5. O sistema TTL deve tentar conseguir a melhor exposio para a foto, com base no modo de medio de luz utilizado6.

    Como quem est lendo um texto desse tamanho dificilmente algum que usar a cmera no modo completamente automtico, me atenho ao uso do modo TTL estando com o ajuste da exposio em modo manual (escolhendo o ISO tambm)7, mas podemos usar o flash em modo TTL tambm nos modos de prioridade (tempo de exposio e abertura de diafragma) e, claro, programado e automtico.

    Quando usamos o modo TTL, escolheremos um tempo de exposio, que no ser menor que o tempo de sincronismo (salvo para sincronismo rpido mais a frente), uma abertura de diafragma e o ISO que desejamos. Ao disparar o sistema TTL efetuar um primeiro disparo com carga muito baixa, a cmera far a leitura da luz refletida (fotmetro embutido), calcular a relao de carga necessria para a abertura escolhida e passar a informao para o flash.

    5 Lembrar que no faz sentido usar modo de ajuste de exposio manual com ISO automtico, se no entende isso, sugiro a leitura de meu texto sobre medio de luz Medio de Luz e Modos de Medio de Luz.

    6 Ainda tenho que realizar testes para essa afirmao, mas, empiricamente, j tenho notado esse comportamento por costumar usar o modo de medio pontual (que na Canon EOS 7D fixado no centro da rea de viso) e ocorre erro de exposio do flash quando estou em TTL, razo pela qual parei de usar o TTL e treinei ser gil no modo manual do uso do flash.

    7 Ao menos para as verses iniciais do texto. Mais para frente posso fazer testes de funcionamento. Como uso Canon, a menos que consiga cmeras de outras marcas para testar eu mesmo (algum fabricante interessado em patrocinar?), precisarei de voluntrios colaborando com os testes em outras marcas que sero relatados aqui como diferenas ou semelhanas (provavelmente mais semelhanas que diferenas).

  • Ento, o disparo ser realizado com as configuraes estabelecidas. Simples assim.

    Cuidados a serem tomados na hora de escolher a exposio:

    1. Se escolhermos um diafragma muito fechado e o ISO baixo de forma que a distncia escolhida seja maior que a possvel de ser iluminada no ISO e diafragma escolhido (referncia a tabela de nmero guia), a foto ficar subexposta. No existe jeito do flash dar mais que toda a carga.

    2. Se usarmos uma abertura de diafragma muito grande e um ISO muito alto de forma que na distncia que estamos do objeto fotografado seja exigida uma carga menor que a mnima que o flash capaz de fazer, teremos uma foto superexposta. No existe meio de diminuir a carga para menos que o mnimo que o flash consegue.

    3. Se estamos medindo a luz de fundo e deixarmos o TTL fazer o primeiro plano, devemos pensar em tempo de exposio e ISO condizente para que o tempo de exposio no cause algum tremido na cena. Levando em considerao que a luz ambiente (se no for um contra luz) pode iluminar o primeiro plano tambm. Se for o caso de haver risco de movimento no primeiro plano sendo capturado pela luz ambiente, pode ser interessante optar pelo disparo de flash em segunda cortina (mais a frente no texto).

    Fatores de erro de exposio que podem ocorrer com o uso do TTL:

    1. Primeiro plano muito claro a luz refletida pelo primeiro plano influenciar muito na medio do TTL e o assunto pode ficar subexposto. indicado compensar a exposio para a direita (ver texto de referncia Medio de Luz eModos de Medio de Luz) ou carga do flash para mais de forma a equilibrar a cena.

    2. Primeiro plano muito escuro haver pouca luz refletida no primeiro plano fazendo com que haja um disparo com mais carga, acarretando pontos de

    superexposio. Nesse caso, pode ser indicado compensar a medio de exposio para a esquerda ou compensar a carga do flash para menos de forma a equilibrar a cena.

    3. Em fotos externas algum morcego ou ave noturna pode passar e refletir a luz que influenciar na medio do TTL, ele pode ser rpido o suficiente para no aparecer na foto. O mesmo pode ocorrer com uma pessoa passando (criana correndo), nesse caso pode ser visvel na foto (crianas no so to rpidas).

    4. Fontes de luz forte no fundo podem atrapalhar o fotmetro. Isso est quase corrigido nos sistemas E-TTL II da Canon e no TTL Matricial da Nikon.

    Primeira e segunda cortina

    No incio do texto, quando recordamos o funcionamento do obturador de plano focal, falei do funcionamento das duas cortinas. A primeira se abre e depois a segunda se fecha, mantendo a mesma exposio para todo meio sensvel, o texto do amigo Joo Rocha Obturador decortina e sincronismo de flash explica muito bem isso.

    O flash pode ser sincronizado com a primeira ou com a segunda cortina.

    No sincronismo em primeira cortina, o flash dispara to logo a primeira cortina termina de se abrir, j no sincronismo em segunda cortina, o flash dispara em tempo suficiente para ter toda a luz emitida, imediatamente antes da segunda cortina se fechar.

    importante notar que, quando estamos usando o tempo de obturador exatamente o tempo de sincronismo do flash, no faz sentido se pensar em sincronismo na primeira ou segunda cortina, pois esse momento de disparo do flash exatamente o mesmo.

    Devemos usar o sincronismo em segunda cortina, sempre que algum movimento for capturado devido ao tempo de exposio maior e a luz ambiente, principalmente se esse movimento capturado (na forma de um rastro) influenciar na forma de sentido do movimento.

    Por exemplo, se uma pessoa est se deslocando

  • num sentido e o tempo de exposio junto com a luz ambiente ir capturar o rastro do movimento da pessoa, fica estranho que a imagem mais ntida e iluminada congelada pela luz do flash esteja a frente da pessoa no movimento. Se usamos o flash em segunda cortina garantimo que a imagem congelada estar a frente do rastro.

    No sincronismo rpido (prximo assunto), tambm no faz sentido (e os flashes no permitem) se pensar em primeira e segunda cortina.

    Sincronismo rpido

    um modo de sincronismo do flash que permite que seja utilizado tempo de exposio menor que o tempo de sincronismo.

    Quando se usa tempo de exposio menor que o tempo de sincronismo, normalmente ocorre da segunda cortina do obturador comear a se fechar antes da primeira cortina terminar de se abrir.

    Para atender essa caracterstica da segunda cortina comear a se fechar antes da primeira se abrir, existem duas abordagens nas cmeras.

    A primeira abordagem para o sincronismo rpido completamente baseada na garantia de que a lmpada do flash fique acesa durante todo o tempo necessrio para a exposio ocorrer, isto , do inicio da abertura da primeira cortina at o final do fechamento da segunda cortina. Para isso a carga destinada a disparar a luz do flash ser liberada de forma a ter essa garantia, mesmo que a luz no atinja a intensidade mxima possvel com a liberao de toda a carga de uma s vez.

    Essa forma a nica possvel para utilizao em cmeras de filme que permitam o sincronismo rpido. Como todo o meio sensvel dever ter a mesma exposio, quando maior for o tamanho do fotograma ou do sensor, mais tempo a luz precisar ficar acesa. Observar que deve haver limite mecnico para o tempo que o obturador conseguir percorrer o tamanho de uma das dimenses do fotograma ou sensor (velocidade igual ao espao dividido pelo tempo).

    A segunda abordagem exclusiva para cmeras digitais e baseada no sistema de obturador das cmeras compactas, o obturador eletrnico, onde a imagem no capturada quando um obturador

    eletro-mecnico permite que a luz chegue ao sensor. No sistema de obturador eletrnico o que controla o tempo de exposio um circuito que libera e interrompe a passagem da corrente acumulada nos fotorreceptores para um segundo estgio onde ela ser convertida e gravada na imagem digital.

    As cmeras compactas possuem sistema eletrnico de obturador (controle do tempo de exposio) e, poderiam no ter o limite de tempo de sincronismo que um obturador eletro-mecnico impem nas cmeras que o utilizam. As compactas possuem um limite imposto apenas no custo de um circuito rpido para controlar o tempo que permite as cargas geradas pela luz passarem dos fotorreceptores para o segundo estgio (um buffer) de onde ser processada em imagem digital.

    Nas cmeras digitais de mdio e grande formato8, dada a quase impossibilidade de se realizar um movimento rpido o suficiente para um tempo de exposio muito curto, pode ser usado em conjunto com um obturador de cortina um obturador eletrnico semelhante as cmeras compactas, mas muito mais eficiente. Com isso, o obturador eletro-mecnico se abrir e se fechara, mas a captura e sincronismo do flash ser atrasado e controlado somente pelo obturador eletrnico.

    Tambm comum nas cmeras digitais de mdio formato o uso de obturador de folha (como a iris do diafragma) que fica na lente, esse o caso do sistema da Mamiya 645DF. Sistemas de obturador de folha so mais rpidos, porm apresentam incidncia de vinheta (a vinheta pode ser compensada digitalmente).

    A partir do tempo de sincronismo, para tempos menores, temos que a luz no pode mais ser considerada como um flash (luz de alta intensidade por um curto intervalo de tempo), ela passa a ser considerada iluminao contnua pois est presente durante todo o tempo de exposio9.

    Em sincronismo rpido temos muito pouca luz sendo capturada (pouco tempo de exposio) e tambm pouca luz sendo emitida devido a baixa carga continuamente liberada para manter a

    8 Existe cmera digital de grande formato?9 Agradeo ao amigo Marcos Oyama por me explicar de

    forma to clara esse comportamento.

  • lmpada acessa por todo o tempo de exposio.

    Notar que a perda de intensidade de luz maior quanto mais tempo se precise sustentar a lmpada do flash com carga para emitir luz. De forma que, quanto mais tempo, menos carga (e menos luz). Mas, se o tempo for curto (j bem curto) podemos ter mais carga liberada (e mais luz) porm o tempo curto de exposio permite pouca luz nos fotorreceptores.

    Essa parte do texto relacionada a sincronismo rpido foi escrita (nessa verso) sem fazer teste algum com o flash. Devo realizar testes para incrementar essa seo em alguma verso futura.

    Palavras finais

    Aqui termino a segunda verso (v0.2) desse texto. Agradeo comentrios e sugesto de reviso do texto.

    A prxima verso ser v0.3 ou v1.0, dependendo de incluso de novas sees ou realizao de testes amplos e incluso de imagens de exemplo.

    Espero que esse texto seja til para o aprendizado inicial do uso de iluminao artificial por flash.

    At breve.

    Flvio RB

    http://sobre-fotografar.blogspot.com/

  • Referncias no texto

    Obturador de cortina e sincronismo de flash

    http://jgoffredo.blogspot.com.br/2013/03/obturador-de-cortina-e-sincronismo-de.html

    Tabelas de Nmero Guia Flash

    https://drive.google.com/folderview?id=0B3zber6kbgwEVm52Z1BrdnIzQk0&usp=drive_web

    Incluo novos flashes por interesse dos lietores, basta eu conseguir as informaes sobre o flahs.

    Medio de Luz e Modos de Medio de Luz nas DSLR (Canon e Nikon)

    http://sobre-fotografar.blogspot.com.br/2014/02/medicao-de-luz-e-modos-de-medicao-de.html

    Leituras adicionais

    Flash Photography with Canon EOS Cameras - Part I

    http://photonotes.org/articles/eos-flash/

    Canon EX Flash TTL E-TTL E-TTL-II?

    http://super.nova.org/DPR/Canon/TTL/

    Flash Work Expanding the world of phtography with full-time flash

    http://software.canon-europe.com/files/documents/FlashWork_EN.pdf

    Flash fotogrfico para os fracos

    http://jgoffredo.blogspot.com.br/2012/04/flash-fotografico-e-para-os-fracos.html

    Flash fotogrfico, opinio

    http://jgoffredo.blogspot.com.br/2010/10/flash-fotografico-opiniao.html

    Notas de reviso

    Para a verso v0.2

    Reviso do texto feita pelo amigo Cesar Grossmann;

    Incluso de referncia do texto explicativo do funcionamento do

    obturador de plano focal por cortina;

    Links para continuar estudando;

    Incluso de texto espirituoso no incio;

    Incluso dos agradecimentos.

    Agradecimentos

    Meu pai, com quem vi a primeira vez um flash, comeando a entender os rudimentos de tempo de sincronismo e relao de abertura de diafragma em funo da distncia;

    Bruno Jordo, na excelente palestra (Papo de Fotgrafo) ministrada para o RioFtotogrfico e tambm pelas postagens dele no frum;

    Cesar A. K. Grossmann, muitas ideias trocadas e informaes teis no Yahoo!Respostas, sugesto de diversos links para leituras adicionais e a reviso do texto (para a verso v0.2);

    Joo Rocha Braga Filho, os timos textos (citados e de referncia);

    Jader Silva (jaderroo), amigo do RioFotogrfico que me mostra, com suas fotos, os caminhos para dominar bem o uso do flash;

    Marcos Oyama, tima conversa em que comecei a entender o funcionamento do sincronismo rpido;

    Mrio Marques, amigo do RioFotogrfico por suas timas dicas dos modificadores de luz na sada orientada de flash fora da cmera (assunto para um prximo futuro);

    Ricardo Galvo, aprendi bem nas duas oficinas que fiz com ele (uma de iluminao de estdio e outra de direo de modelo onde observei mais a iluminao);

    Meus alunos nas sadas orientadas de bsico de flash;

    Muitas outras pessoas em conversas rpidas e no to rpidas que no consigo me lembrar individualmente.