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Barroco

Ana Trindade Diogo Teixeira Gonalo vila Joo Cardoso Sofia Freitas 2009/2010

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Escola Secundria da MaiaBarroco

FilosofiaProfessor: Autores: Nuno Oliveira Ana Trindade - n 2 Diogo Teixeira - n 8 Gonalo vila - n 9 Joo Cardoso - n 15 Sofia Freitas - n25 Maio de 2010

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ndice Introduo4 Histria.5 Barroco em Portugal...8 Fundamentos..9 Personalidades.15 Arquitectura e escultura..16 Literatura..25 Pintura...28 Obras35 Literatura..26 Pintura..40 Escultura..47 Arquitectura.49 Concluso..56 Sitografia e Bibliografia.57

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IntroduoO nosso trabalho tem como tema o estilo Barroco, onde aprofundamos os seguintes assuntos: A sua base histrica (onde referimos e caracterizamos vrios momentos histricos que consideramos relevantes), os seus fundamentos, algumas personalidades marcantes e diversas obras caractersticas deste estilo. Surgiu como proposta apresentada pelo Dr. Nuno Oliveira, para a disciplina de Filosofia. Para a concretizao deste trabalho, recolhemos informao na internet e em enciclopdias. A fim de aumentar a organizao do grupo e de obter um melhor emprego dos encargos dentro do mesmo, decidimos responsabilizar a cada elemento um respectivo tema, apesar de realizarmos uma reviso final em conjunto, evitando assim possveis desavenas. Com este trabalho esperamos melhorar os nossos conhecimentos sobre este estilo artstico, que apesar de j ter sido abordado ao longo do nosso perodo escolar, ser sempre tratado novamente, quer em situaes escolares quer no quotidiano, embora possivelmente a um nvel superior, pelo que acreditamos que, com este trabalho, iremos melhorar as nossas capacidades de resposta a estas situaes.

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Barroco

Histria

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O estilo BarrocoNo final do sculo XVI surgiu na Itlia uma nova expresso artstica, que se contrapunha ao maneirismo e s caractersticas remanescentes do Renascimento. Barroco foi o nome dado a este estilo artstico que apenas floresceu no resto da Europa, Amrica e em alguns pontos do Oriente entre o incio do sculo XVII e meados do sculo XVIII. A arte barroca diverge bastante do Renascimento, dado que o ltimo tinha como foco central a moderao, a economia formal, a austeridade, o equilbrio e a harmonia, enquanto que este novo ramo da arte mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberncia, realismo e tendncia ao decorativo, alm de manifestar uma tenso entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. No entanto, apesar de todas as diferenas, o Barroco e o Renascimento tinham pontos em comum como o grande interesse pela arte da Antiguidade Clssica. As mudanas introduzidas pelo esprito barroco so oriundas de um profundo respeito pelas conquistas das geraes interiores e de um desejo de super-las com a criao de obras originais.

Etimologia O termo barroco provm de uma palavra homnima portuguesa que significa prola imperfeita, ou por extenso jia falsa. Foi utilizado desde a Idade Mdia como sinnimo de raciocnio estranho, tortuoso, que confundia o falso com o verdadeiro e foi introduzido muito facilmente nas lnguas francesa e italiana. Porm, nas artes plsticas foi usada apenas no fim do perodo em questo pelos crticos que com ela queria julgar as irregularidades de um estilo que era visto como uma vulgar degenerao dos princpios clssicos.

Antecedentes Tal como j foi referido, o Barroco nasceu na Itlia que nessa altura se tornara graas ao Renascimento o maior plo de atraco de artistas da Europa. Porm, anteriormente ao Barroco, esteve em vigor uma derivao tardia do Renascimento, o Maneirismo, que considerado por muitos um estilo autnomo. O ambiente que deu origem ao Maneirismo foi marcado por grandes mudanas na economia, poltica, cultura e religio o que permitiu a este estilo ter traos gerais muito marcantes. Esta derivao da arte foi uma valorizao da originalidade e das6

interpretaes individuais, pois o seu dinamismo, complexidade das formas e artificialismo no tratamento dos seus temas tinham como objectivo conseguir uma maior emoo, elegncia, poder ou tenso nas suas obras. Tem sido dito que o Barroco teve precursores j na Alta Renascena, em obras como o Incndio de Burgo de Rafael, ou at mesmo no prprio Maneirismo, sendo invocadas como testemunho as obras de Miguel ngelo, Tintoretto, Giambologna, Barocci entre outros. Contudo, mesmo tendo todas estas influncias o Barroco um estilo inigualvel.

Contexto Politicamente a Itlia havia perdido muito prestigio e fora, mas culturalmente continuava a ser a maior potncia europeia, estando Roma na liderana da transio do Maneirismo para o Barroco. Embora o Barroco tenha assumido diversas caractersticas ao longo da histria, o seu surgimento est intimamente ligado Contra-Reforma onde a arte desempenhou um importante papel propagandstico. Nesse processo a Ordem dos Jesutas foi muito importante uma vez que era um dos maiores centros de arte na poca. Ordem afamada pelo seu refinado preparo intelectual, teolgico e artstico foi de enorme influncia na determinao dos rumos estticos e ideolgicos seguidos pela arte catlica, estendendo a sua presena para o resto do mundo. Nesse novo contexto, a arte do Maneirismo j no encontrava lugar e se tornara especialmente imprpria para a representao sacra. A orientao da igreja era agora na direco de se produzir uma arte que pudesse captar a ateno do povo, apelando para o sensacionalismo e para uma emocionalidade intensa. Assim apareceu o Barroco que no se limitando ao mundo catlico, afectou tambm reas protestantes como a Alemanha, Pases Baixos e Inglaterra. Outro elemento de importncia para a formao da esttica barroca foi a consolidao das monarquias absolutistas, que atravs da arte procuraram consagrar os valores que defendiam. Por outro lado, nesta poca a burguesia comeou a se afirmar como uma classe economicamente influente e com isso, abriu um novo mercado consumidor de arte. A evoluo da cincia e a preocupao com o mundo e a natureza foi outro factor que permitiu ao Barroco evoluir. O florescimento da pintura de paisagem foi um reflexo disso. O contexto social em que o Barroco apareceu foi marcado por numerosas mudanas, visto que entre 1562 e 1721 a Europa no conheceu a paz seno em quatro anos, sendo uma das maiores guerras, a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) que envolveu a Espanha, Frana, Sucia, Dinamarca, Pases Baixos, Alemanha, ustria, Polnia, o Imprio Otomano e o Sacro Imprio.

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Na economia o sucesso do sistema mercantil europeu enriqueceu o continente e permitiu o financiamento de um grande florescimento artstico. A cultura barroca neste perodo foi regulada por diversos polticos e moralistas barrocos que pensavam que ter prudncia era a melhor maneira de se conseguir manter alguma ordem e controle num mundo em eterna mudana. O Barroco foi o perodo em que se estruturaram as academias de arte e se fundou o mtodo de ensino rigorosamente categorizado conhecido como academismo que teria imensa influncia sobre toda a arte europeia pelos sculos vindouros. Porm, em Frana, o Barroco sempre permaneceu mais ou menos afiliado tradio clssica. As academias anteriormente referidas que se multiplicaram pela Europa e Amrica foram importantes para a evoluo dos artistas, afastando-os dos artesos e aproximando-os dos intelectuais. Tambm tiveram um papel fundamental na organizao de todo o sistema de arte enquanto funcionaram, pois alm do ensino monopolizaram a ideologia cultural, o gosto, a crtica, o mercado, as vias de exibio e difuso da produo artstica e estimularam a formao de coleces didcticas que acabaram por ser a origem de muitos museus de arte. Desta forma, o Barroco difundiu-se e tornou-se um estilo artstico apreciado nos quatro cantos do mundo.

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Barroco em PortugalAo contrrio do resto da Europa, o Barroco como expresso artstica portuguesa no se inicia em 1600, visto que o nosso pas se encontrava nesta poca em profunda crise poltica, econmica e de identidade social devido a perda do trono para o Rei D. Filipe II de Espanha. Nessa altura, a arte barroca era conhecida como Seiscentismo e permitiu um forte domnio espanhol em todas as actividades, da o nome Escola Espanhola, tambm dado ao Barroco lusitano. Desta maneira, a nobreza abandona as cidades, saindo para o campo, de forma a tentar preservar a identidade scio cultural portuguesa. E, uma vez fechados s influncias de Espanha, encontram-se tambm fechados ao mundo e, por isso nesta poca que nasce a Arquitectura Ch. O Barroco como estilo arquitectnico exigia muito dinheiro a Portugal, dinheiro que o nosso pas no tinha devido perda do Brasil para os holandeses. Assim, a economia no era sustentvel dado que grande parte da riqueza de Portugal era oriunda das Terras de Vera Cruz onde existiam minas de ouro e pedras preciosas. Era atravs deste patrimnio que os portugueses compravam todos os seus bens de consumo, que no eram produzidos no pas. S no fim do sculo XVII a crise econmica melhora, contudo aps o fim da guerra de restaurao da independncia e da crise de sucesso entre D. Afonso VI e D. Pedro II que Portugal esteve pronto para o grande barroco. Este estilo artstico inicia-se de modo tmido, fugindo como j foi escrito aos modelos maneiristas, tentando modernizar as novas construes. Mas no reinado de D. Joo V que o barroco vive uma poca de esplendor e riqueza completamente novas em Portugal, pois apesar do terramoto de 1755 ter destrudo muitos edifcios, o que chegou aos nossos dias impressionante.

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Barroco

Fundamentos

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Fundamentos do BarrocoOs termos Academicismo ou Academismo tm um duplo significado: um deles denomina o mtodo de ensino artstico profissionalizante concebido, formalizado e ministrado pelas academias de arte europeias. Este mtodo estendeu sua influncia sobre todo o mundo ocidental ao longo de vrios sculos, desde sua origem na Itlia em meados do sculo XVI, e teve um impacto em vrias sociedades no ocidentais por conta das conquistas do colonialismo. Em uma acepo mais estrita designam a verso consolidada na Academia Real de Pintura e Escultura da Frana, fundada em Paris em 1648 por um grupo de pintores liderados por Charles Le Brun, que imps uma pedagogia fortemente sistemtica, hierarquizada e ortodoxa. O sucesso da proposta francesa a tornou o modelo para a fundao de inmeras outras escolas de arte de nvel superior em vrios pases, de grande importncia para a evoluo das correntes estticas barroca, neoclssica e parte da romntica. Seu outro significado indica o estilo artstico nascido nos crculos das academias ou por sua influncia, tambm denominado arte acadmica ou estilo acadmico. Para muitos autores, o termo arte acadmica se refere especialmente quela produzida no mbito das academias do sculo XIX. Apesar de serem termos aplicveis com toda a propriedade a qualquer das artes, a grande maioria dos pesquisadores tem voltado sua ateno principalmente aos efeitos do modelo acadmico sobre as artes visuais, e dentre elas, a pintura. As academias nasceram para suplantar o sistema corporativo e de status artesanal das guildas medievais de artistas, e tinham como pressuposto bsico a ideia de que a arte pode ser ensinada, atravs da sua sistematizao em um corpo de teoria e de tcnica integralmente comunicvel, minimizando a importncia da criatividade como uma contribuio toda original e individual. Valorizavam antes a emulao de mestres consagrados, modernos e antigos, e adoptava conceitos formulados colectivamente que possuam, alm de um carcter esttico, tambm uma origem e propsito ticos. As academias foram importantes para a elevao do status profissional dos artistas. Essa vasta influncia se deveu principalmente sua estreita associao com o poder constitudo dos Estados, sendo via de regra veculos para a divulgao e consagrao de iderios no apenas artsticos, mas tambm polticos e sociais. Por isso, desde sua origem foram cercadas de protesto e controvrsia a respeito do que seria uma arte oficial, e suas regulamentaes restritivas e universalistas so consideradas um reflexo da ascenso da ideologia do absolutismo. A partir de fins do sculo XVIII, mas em especial de meados do sculo XIX, o sistema acadmico tradicional, que at ento fora um dos principais promotores das vanguardas e o rbitro de toda a arte, perdeu parte da conexo vital com seu contexto e comeou a ser contestado vigorosamente pelas escolas do Realismo e do Impressionismo, que o acusaram de ser dogmtico, conservador e contrrio expresso da individualidade, entrando o sistema em declnio. No incio do sculo XX o11

antigo mtodo acadmico entrou em colapso com a ascenso do Modernismo, que atacou todas as formas de tradio artstica e privilegiou a expresso livre de regras apriorsticas, a intuio e a independncia criativa. Entretanto, mesmo atravs do Modernismo princpios do Academicismo como mtodo de ensino sobreviveram em iniciativas como a da Bauhaus e outras escolas de arte, e como dado estilstico pode ser detectado at mesmo em produes paradigmticas da modernidade, como na intelectualizao formalista do Cubismo e no uso de smbolos e alegorias pelos surrealistas. Ainda que profundamente reformado, parte do ideal acadmico voltou a ser considerado vlido e reingressou no currculo das escolas de arte das universidades e outras instituies de ensino superior, aps o reconhecimento de duas necessidades: a de o artista ter um preparo intelectual slido para poder criar e interagir no mundo da arte contempornea, e de se formular alguns critrios valorativos de uso comum. A arte acadmica mais antiga conseguiu sobreviver aos ataques do Modernismo como um monumento de eras passadas, mas a produzida na segunda metade do sculo XIX somente em torno da dcada de 1970 iniciou a ser recuperada pela crtica. Actualmente os seus produtos j so exibidos em vrios museus em p de igualdade com o de outras correntes e seus preos de mercado se elevam, mas o termo ainda usado com uma conotao pejorativa para indicar tendncias retrgradas, retricas, artificiais, tecnicistas, ortodoxas, tradicionalistas ou conservadoras.

Caractersticas gerais do barrocoO Barroco comeou a ser estudado seriamente no final do sculo XIX, e desde ento os tericos da arte tm tentado definir-lhe seus contornos, mas essa tentativa provou-se dificultosa, e pouco consenso foi conseguido. Um dos primeiros estudiosos a abordar o tema foi Heinrich Wlfflin, que o descreveu contrapondo-o ao Renascimento e definido cinco traos genricos principais: o privilgio da cor e da mancha sobre a linha; da profundidade sobre o plano; das formas abertas sobre as fechadas; da impreciso sobre a clareza, e da unidade sobre a multiplicidade. Sua definio ainda tomada como o ponto de partida de muitos estudos contemporneos sobre o Barroco. Arnold Hauser explicou a categorizao de Wlfflin dizendo que a busca de um efeito no linear, essencialmente pictrico e no grfico, procurava criar uma impresso de ilimitado, imensurvel, infinito, dinmico, subjectivo e imperecvel; o objecto se tornava um devir, um processo, e no uma afirmao final. A preferncia pela especialidade profunda sobre a rasa acompanhava o mesmo gosto por estruturas dinmicas, a mesma oposio a tudo o que parecia por demais estvel, a todas as fronteiras rgidas, reflectindo uma viso de mundo em perptuo movimento e mudana. O recurso favorito dos artistas barrocos para a criao de um espao dinmico e profundo foi o emprego de primeiros planos magnificados com objectos aparentemente bem ao alcance do observador, justapostos a outros em dimenses12

reduzidas num plano de fundo muito recuado. Tambm foi comum o uso do escoro pronunciado e de perspectivas multifocais. Segundo Hauser, a tendncia barroca de substituir o absoluto pelo relativo, a limitao pela liberdade, expressa mais nitidamente no uso de formas abertas. Numa composio clssica, a cena representada um todo auto-suficiente e auto-contido, todos os seus elementos so inter-relacionados e interdependentes, nada suprfluo ou casual e tudo veicula um significado preciso, enquanto que uma obra barroca parece mais frouxamente organizada, com vrios elementos parecendo arbitrrios, circunstanciais ou incompletos, produtos de uma fantasia que adquire valor por si mesma e no pretende ser essencial ao discurso visual, tendo antes um carcter decorativo e improvisado. Alm disso, na forma clssica a linha recta, o equilbrio e as coordenadas ortogonais so elementos fortes na articulao da composio, mas no Barroco a preferncia passa para as diagonais, a assimetria, as formas curvas e espiraladas, e um desprezo pela orientao provida pelos limites fsicos da obra, se organizando livremente pelo espao disponvel e parecendo poder continuar para alm da moldura. Esses mesmos traos falam pela relativa pouca clareza na apresentao das cenas, sendo mais difcil do que em uma obra classicista compreender o conjunto de uma s vez. Paradoxalmente, apesar dessas caractersticas contriburem para dar obra barroca um aspecto mais difuso, fragmentrio e complexo, pareceu a Wlfflin que havia entre os barrocos um forte desejo de atingir uma unidade sinttica em suas obras, coordenando os elementos dspares na direco de um efeito final de conjunto unificado e reflectindo a busca por princpios mais eficientes. Ao contrrio do Renascimento, que buscava criar atravs da arte um mundo de formas idealizadas, purificadas de suas imperfeies e idiossincrasias individuais, dentro de uma concepo fixa do universo, durante o Barroco a mutabilidade das formas e da natureza e o dinamismo de seus elementos se tornaram evidentes. Ainda que os modelos do Classicismo idealista tenham permanecido uma referncia importante, em sua interpretao barroca a observao da natureza como ela , e no como ela deveria ser, ganhou peso e deu obra uma feio em muitos pontos anti-clssica, pela sua nfase na emoo, no espectaculoso e no teatral, pelas contores dramticas das figuras, pelo registo das formas com suas imperfeies naturais e pela liberdade concedida ao artista para experimentar solues individuais. Ciavolella & Coleman pensam que longe de expressar uma rebelio anrquica contra a tradio, as tenses manifestas na arte barroca foram tentativas de se conciliar a humanidade com o mundo transcendental, presente mas indistinto por virtude de sua prpria transcendncia. As construes monumentais erguidas durante o Barroco, como os palcios e os grandes teatros e igrejas, e mesmo os ambiciosos planos barrocos de reurbanizao de cidades inteiras, buscavam impactar os sentidos pela sua exuberncia, opulncia e grandiosidade, propondo uma integrao entre as vrias linguagens artsticas e prendendo o observador numa atmosfera catrtica, retrica e apaixonada. Para Sevcenko, nenhuma obra de arte barroca pode ser analisada13

adequadamente desvinculada de seu contexto, pois sua natureza sinttica, aglutinadora e envolvente. Mas todas estas caractersticas tm o problema de serem elas mesmas dificilmente definveis com clareza, so aplicveis para alguns outros estilos alm do Barroco, e a ausncia de uniformidade em seu uso entre os historiadores da arte complica muito a compreenso do estilo como um movimento unificado; antes, parece atestar que pouca unidade existiu em tudo o que comummente chamado em bloco de "arte barroca". Alm disso, o conceito de "barroco" tem sido transportado para reas alheias arte, como a poltica, a psicologia, a tica, a histria e a ideologia social, fazendo dele mais do que um estilo artstico, mas um perodo histrico e um amplo movimento cultural, e h quem diga que "barroco" um qualificativo genrico independente de poca que aparece periodicamente na histria da arte e da cultura desde tempos remotos at a contemporaneidade, em oposio sua anttese, o "clssico". Parte desse problema de definio do que o Barroco deriva da grande variedade de abordagens entre as vrias regies em que foi cultivado e entre os artistas individualmente. Como lembrou Braider, ainda que em certos lugares o Barroco tenha se revelado bastante "tpico", como por exemplo na Itlia e Espanha, a identificao do estilo se torna mais rdua na Inglaterra, Alemanha, Frana e nos Pases Baixos, a no ser que nestes locais todo o conceito padro de Barroco seja adaptado, mas ento se assume a posio de que o Barroco, como formulado inicialmente pelos italianos, no foi um estilo universal, e sim limitado a contextos, regies e artistas especficos, ou se reconhece que sua definio ainda no foi estabelecida clara e satisfatoriamente. Germain Bazin chegou a delimitar oito subcorrentes principais dentro do Barroco, um indicativo de sua grande heterogeneidade, e Giancarlo Maiorino, pelo mesmo motivo, disse que o Barroco continua sendo "uma das bestas mais indomveis da selva da crtica de arte". Apesar de tantas contradies internas e discrdia entre a crtica a respeito de sua definio, o conceito de Barroco permanece vlido na vasta maioria da literatura especializada, e por mais candentes que se revelem os debates, sua legitimidade raramente questionada.

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Barroco

Personalidades

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Arquitectura e escultura

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Gian Lorenzo BerniniGian Lorenzo Bernini, mais conhecido por Bernini, nasceu em Npoles a 7 de Dezembro de 1598. Bernini, foi um importante artista no que diz respeito ao Barroco italiano, porm e apesar de ter sito pintor, desenhista, cengrafo e criador de espectculos, destacouse mais na escultura e na arquitectura. Esta importante figura do Barroco italiano era filha de um escultor maneirista, Pietro Bernini. Desta maneira, Gian Lorenzo Bernini acompanhou o seu pai em viagens a Roma, viagens essas onde foi descoberto o seu real potencial. Annibale Carracci e o Papa Paulo V foram os primeiros a reconhecer o talento de Bernini. Bernini acaba por falecer em Roma a 28 de Novembro de 1680.

ObrasArquitectnica

Praa de So Pedro - Vaticano Castelo de Santo ngelo - Roma Igreja de Santo Andr, Quirinal Colgio de Ariccia Igreja di So Tomas da Villanova (Ariccia) Palcio Montecitorio Palcio Chigi Odescalchi Escada Real, Vaticano

Monumentos

Baldaquino da Baslica de So Pedro- Roma Sepulcro de Urbano VIII, idem Sepulcro de Alexandre VII Catedral de So Pedro, Roma Elefante doObelisco de Minerva Altar do Santissimo Sacramento Capela Raimondi Capela Chigi

Fontes

Fonte dos Quatro Rios Fonte da Barca Fonte de Trito

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Esculturas

A Cabra Amalthea com o Infante Jpiter e um Fauno Busto de Antonio Coppola So Loureno na Graticola So Sebastio Busto de Paulo V Enas, Anquise e Ascnio O Rapto de Proserpina (Galleria Borghese) Davi (Galleria Borghese) Apolo e Dafne (Galleria Borghese) Santa Bibiana So Longino Busto de Scipione Borghese Busto de Costanza Bonarelli Busto do Cardeal Richelieu A Verdade revelada pelo tempo Bustode Inocncio X Busto de Francesco I d'Este Constantino a Cavalo Cruxifixo dell'Escorial Busto de Alexandre VII So Girolamo Maria Madalena Busto de Luis XIV Habacuc e o Anjo Anjo com a Coroa de Espinhos O xtase de Santa Teresa Daniel e Leo

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Louis le vauLouis le Vau (Leveau) nasceu em Frana, Paris, em 1612. Foi um arquitecto francs contemporneo e um dos criadores do classicismo francs que por conseguinte conseguiu combinar o mesmo com o barroco. As suas obras destacam-se pela simplicidade das construes e elegncia da decorao. Como tal, podemos usar como exemplo a sua obra mais importante o palcio de Vaux-le-Vicomte que foi construdo num bosque com um grande jardim e vrios jogos de gua, ou seja, utiliza elementos da natureza. Le vau trabalhou tambm noutros projectos, tais como: a ampliao do palcio do Louvre (estilo neo-clssico) no qual tambm colocou um pouco do estilo barroco, isto , o jogo de luzes e sombras que se produz no varandim. Luis le Vau acaba por falecer em 1970.

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BorrominiFrancesco Castelli, mais conhecido por Francesco Borromini, nasceu em 1599, em Bissone e foi um arquitecto e escultor italiano da poca do barroco. Por volta de 1610 foi para Milo aprender o ofcio de talhar a pedra e, em 1620, mudou-se para Roma onde se torna um dos artesos de Carlo Maderna (15561629), o mais importante arquitecto italiano na poca, colaborando nos trabalhos da Catedral de S. Pedro e no Palcio Barberini. Porm, em 1626, Maderna morreu e Borromini passa a trabalhar com Giovanni Bernini (15981680) e participa na execuo do Baldaquino sobre o tmulo de S.Pedro. Em 1633, Borromini comea a trabalhar como arquitecto por conta prpria, iniciando assim uma disputa com Bernini que duraria at ao fim dos seus dias. A sua primeira obra-prima foi a igreja de S. Carlo alle Quattrofontane (1638-41) onde expressa o seu estilo pessoal e que foi criticada por Bernini que o acusa de subverter as regras da arquitectura clssica e as propores arquitectnicas baseadas no corpo humano, que ele entende serem sagradas por este ser feito imagem de Deus. Ao qual Francesco Borromini responde afirmando que conhece bem a arquitectura clssica e que por isso tem o direito de interpretar livremente os motivos herdados da grande arquitectura romana recusando o que ele considera ser uma mera cpia desses monumentos. Esta atitude, que representa o pensamento barroco, foi largamente seguida pelas geraes vindouras e o seu exemplo espalhou-se por toda a Europa. No entanto e apesar de todas as suas qualidades, Borromini era uma pessoa perturbada, morrendo por isso a 2 de Setembro de 1667 com um ferimento que infligiu a si prprio, deprimido por a sua obra no ser devidamente reconhecida pelos seus contemporneos.

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Andr le NtreAndr le Ntre nasceu em Paris a 12 de Maro de 1613 e destacou-se por ser o maior paisagista do barroco francs. Como quase toda a sua famlia tinha como profisso jardineiro, Andr le Ntre, rapidamente desenvolveu o gosto pelas paisagens que toda a sua famlia fazia por serem belas. Estudou artes plsticas em paris, e os parques que Andr le Ntre projectou so o melhor exemplo do estilo francs do sculo dezassete dos jardins. Este magnfico paisagista ficou conhecido pelo projecto dos jardins do Palcio de Versalhes e pelos Jardins das Tulherias. O primeiro jardim francs grande, com a marca do Le Notre foi o jardim do palcio Wattignies , concludo em 1640 e construdo pelo senhor Philip Wattignies Kessel. Estima-se que o jardim foi projectado em torno de 1635 - 1637 , quando Le Ntre tinha entre 22 e 24 anos. Inclui ngulo agudo nos corredores, a exposio do sul, o gradiente de espcies arbreas em perspectiva, grandes vasos Medici esculpidas em pedra, o Teatro de vegetao. Esta primeira realizao traria-lhe o seu primeiro grande rendimento e acima do de referncia, que ir lanar a sua reputao. Mas ele tambm atrado por outras artes, que entraro em jogo em sua futura carreira como jardineiro do rei. Ele aprende matemtica , a pintura e arquitectura . Em seguida, entra em estdio Simon Vouet , pintor do rei Lus XIII . Andr le Ntre acaba por morrer em Paris a 15 de Setembro de 1700.

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Joaquim Machado da CostaJoaquim Machado da costa nasceu a 19 de Junho de 1731 em Coimbra. Foi um escultor e estaturio e era filho de Manuel Machado Teixeira cuja profisso no variava muito da do filho, pois era organeiro e escultor. Devido a este facto, de o pai ser escultor, Machado da Costa, enquanto estava em casa apreendia os processos de moldar e exercitava-se na arte de escultura. Desta maneira, o interesse e por conseguinte a sua inteligncia evoluam de uma maneira espantosa, da o poderoso impulso do seu esprito lhe ter imprimido o seu carcter artstico, produzindo esta individualidade da arte nacional. Por razes pessoais, Machado da Costa decidiu sair da sua cidade e ir para Lisboa para desta maneira conseguir desenvolver as suas habilidades no que diz respeito escultura. Em Lisboa, encontrou o escultor Nicolau Pinto e assim comeou a frequentar o atelier do mesmo, passando a ser seu discpulo. Porm, rapidamente o discpulo tornou-se melhor que o prprio mestre, pois Machado da costa apresentava modelos de uma perfeio incrvel. Como j no conseguia evoluir mais nesse atelier, decidiu procurar algum que o pudesse ajudar. Jos de Almeida foi o escolhido. Desde ento, Machado da Costa elaborou vrias obras que impressionaram o pblico tais como: A esttua que existe no prtico da igreja de S. Pedro de Alcntara que foi um dos seus primeiros trabalhos que por conseguinte tornaram conhecido o seu nome. Machado da Costa teve de mudar de cidade para aperfeioar as suas habilidades, tendo conseguido e sendo desta maneira reconhecido por toda a gente como um ptimo escultor do barroco. Este escultor faleceu com 91 anos a 17 de Novembro de 1822.

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Pietro de CortonaPietro de Beretinni, Pietro de Cortona como era conhecido, nasceu em Toscana a 1 de Novembro de 1596. Foi um pintor, arquitecto e decorador italiano e considerado o mais verstil gnio do Barroco italiano. Pietro de Cortona foi um influente contemporneo dos grandes nomes do barroco tais como: Caravaggio, Bernini e Borromini e foi um aprendiz dos modestos artistas florentinos como Andrea Commodi e Baccio Ciarpi. Dois anos mais tarde, em 1620, este gnio do barroco foi contratado por Cassiano Dal Pozzo que era secretrio do cardeal Francesco Barberini, para produzir obras sacras. Pietro de Cortona tem como primeiro trabalho os afrescos de Santa Bibiana em Roma (1624-1626), comissionado por Maffeo Barberini, famlia para quem trabalharia a maior parte da sua vida. Outras famlias da nobreza romana tal como, Sacchettii, fez com que Pietro de Cortona se destaca-se no seu trabalho de renovao da pintura barroca, ou seja, nos afrescos trionfo della Divina Provvidenza (1633-1639), do palcio da famlia Barberini em Roma. No que diz respeito arquitectura, teve influncias de Michelangelo e Andrea Palladio e entre seus projectos mais famosos destacaram-se as fachadas das igrejas de Santa Maria della Pace (1656-1657) e de Santa Maria in Via lata (1658-1662), ambas em Roma. Os seus projectos arquitectnicos mais importantes so: a igreja de So Lucas, patrono da guilda dos pintores, no frum romano completada em 1664. Renovou o exterior da antiga igreja de Santa Maria da Paz (1656-1667). Um dos seus trabalhos muito influente foi o projecto e decorao da Villa Pigneto, com sua fachada convexa e elaboradas escadarias. Como ltimo trabalho, Pietro de Cortona produziu desenhos anatmicos em matrizes, que s foram reproduzidos depois da sua morte Esta importante figura do Barroco faleceu a 7 de Maio de 1667.

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Afrescos de Santa Bibiana

Fachadas de Santa Maria della Pace

Santa Maria in Via Lata

Longa fachada e escadaria de Villa Pigneto

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Literatura

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Molire

Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido por Molire, nasceu por volta de 15 de Janeiro de 1622 em Paris e foi um importante dramaturgo, encenador e actor do barroco. O facto de ser filho de pais ricos, permitiu-lhe ter um estudo srio e aberto ao mundo, tendo estudado no Colgio Clermont dos jesutas. Desde muito cedo atraiu-se pela literatura e filosofia, sendo notvel a sua grande inclinao para o teatro. Em 1642 formou uma companhia com a qual recorre s provncias do sul da Frana at o ano 1658, data em que a companhia se estabeleceu em Paris com o nome de Troupe de Monsieur. Trs anos mais tarde, conheceu uma famlia de actores comediantes e apaixona-se por Madeleine Bjart com quem teve um filho que morreu pouco depois de nascer. Moer foi o nome que adoptou para o teatro e foi sob este pseudnimo que escreveu grandes comdias como: As Preciosas Ridculas (1659), A escola dos Maridos, Tartufo (1663), O Mdico apesar seu (1666), As Mulheres Sbias, O Misantropo (1666) e O Avaro (1668), cujos papeis principais representou. considerado o maior representante da comdia barroca francesa pela sua genialidade para lutar contra os costumes de sua poca atravs da ironia, e pelo seu domnio da tcnica teatral.

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Em 17 de Janeiro de 1673, enquanto representava no palco o protagonista de sua ltima obra, Le Malade imaginaire (O doente imaginrio), Molire sofreu um repentino colapso e morreu poucas horas depois, em sua casa de Paris. Como se assinalou com frequncia, no de estranhar que o mestre do duplo sentido e da dissimulao tenha encerrado a vida e a carreira no momento em que encarnava um falso doente. Em 1792, os seus restos mortais so levados para o Museu dos Monumentos Franceses e, em 1817, transferidos para o cemitrio do Pre Lachaise, em Paris, ao lado da sepultura de La Fontaine.

Obras

La jalousie du Barbouill Le mdecin volant L'tourdi Le dpit amoureux Les prcieuses ridicules Sganarelle Dom Garcie de Navarre L'cole des maris Les Fcheux L'cole des femmes La critique de l'cole des femmes L'impromptu de Versailles Le mariage forc La princesse d'lide Tartuffe Dom Juan ou le Festin de Pierre L'amour mdecin Le misanthrope Le mdecin malgr lui Mlicerte Pastorale comique Le sicilien Amphitryon Georges Dandin L'avare Monsieur de Pourceaugnac Les amants magnifiques Le bourgeois gentilhomme Psych Les fourberies de Scapin La comtesse d'Escarbagnas Les femmes savantes Le malade imaginaire

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Pintura

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CaravaggioMichelangelo Merisi, mais conhecido com Cravaggio, nasceu em Caravaggio, Itlia, no dia 28 de Setembro de 1573. Foi uma artista barroco, estilo do qual ele o primeiro grande representante. Iniciou sua carreira como assistente de pintor, em 1915, comeou a vender suas pinturas que chamou a ateno do cardeal Francesco Del Monte. Atravs desse cardeal, Caravaggio foi contratado para pintar a igreja de San Luigi Francesi, na capela Contarelli onde criou trs cenas da vida de So Matheus, esse trabalho chamou a ateno de todos, dado o carcter realista e dramtico da obra e foi devido a isso que ganhou notoriedade. Caravaggio foi um artista de personalidade forte, bomio e desordeiro, durante toda sua vida esteve envolvido com brigas e consequentemente com a justia. Foi preso vrias vezes e acusado de assassinato. Caravaggio foi uma artista plstico que se revelou contra os convencionalismos do momento que vivia. "O estranho realismo de Caravaggio consiste em no em copiar e observar a natureza, mas em contrapor o valor moral da prtica ao valor intelectual da teoria." "O aspecto mais notvel da sua obra o tratamento da luz, que recebe o nome de tenebrismo. Consiste em projectar a luz sobre as formas com violncia e em contraste intenso e brusco com as sombras."

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Obras:

Baco (1593-1594) - Uffizi, Florena Tocador de Alade (1594) - Museu Ermitage, So Petersburgo Canastra de Fruta (1595) - Biblioteca Ambrosiana, Milo Repouso na Fuga para o Egito (1595-1596) - Galeria Doria Pamphili, Roma A Ceia em Emmaus (1596) - National Gallery, Londres Invocao de So Mateus (1599-1600) - Igreja de So Lus dos Franceses, Roma A Priso de Cristo (1602) So Mateus e o Anjo (c. 1602) - Igreja de So Lus dos Franceses, Roma Martrio de So Mateus (1599-1600) - Igreja de So Lus dos Franceses, Roma Crucificao de So Pedro (1600-1601) - Capela Cerasi, Igreja de Santa Maria del Popolo, Roma O Sacrifcio de Isaac (1603) Converso de So Paulo (1600-1601) - Capela Cerasi, Igreja de Santa Maria del Popolo, Roma Deposio (1602-1604) - Igreja Nova, actual Igreja de Santa Maria della Vallicella, Vaticano Nossa Senhora do Rosrio (1607) - Museu de Histria da Arte, Viena Sete Obras de Misericrdia (1607) - Pio Monte della Misericordia, Npoles Joo Batista (Joo no deserto) (c. 1604) - Nelson-Atkins Museum of Art, Kansas City, Missouri, EUA Degolao de Baptista (1608) - Catedral da Valletta, Valletta, Malta Ressurreio de Lzaro (1608-1609) - Museu Nacional, Messina

Morreu a 18 de Julho de 1610.

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RembrandtRembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em 15 de julho de 1606 (tradicionalmente) mas provavelmente em 1607 em Leiden, Pases Baixos. Quando criana teve aulas de latim e foi matriculado na Universidade de Leiden, embora desde cedo demonstrasse inclinao para a pintura. Pouco tempo depois tornou-se aprendiz do pintor histrico de Leiden, Jacob van Swanenburgh. Depois de um breve mas importante aprendizado com o famoso pintor Pieter Lastman em Amesterdo, Rembrandt abriu um estdio em Leiden, dividindo-o com seu colega Jan Lievens. Em 1627, Rembrandt passou a aceitar alunos, entre eles, Gerrit Dou. durante este perodo de Rembrandt em Leiden (16251631) que a influncia de Lastman pode ser mais sentida. Suas pinturas eram menores, mas ricas em detalhes (por exemplo, em trajes e jias). Os temas eram em sua maioria religiosos e alegricos Em 1629 Rembrandt foi descoberto pelo estadista e poeta Constantijn Huygens, que conseguiu para Rembrandt importantes encomendas da corte de Hague. Como resultado desta conexo, o Prncipe Frederik Hendrik foi cliente de Rembrandt at 1646. Em 1631, Rembrandt havia adquirido tal renome que recebia diversas encomendas de retratos em Amesterdo. Nas dcadas de 1630 e 1640 seu nome ficou muito conhecido no cenrio artstico holands e europeu. Grande parte das suas obras famosas fora realizada neste perodo. Nos seus primeiros anos em Amesterdo (16321636), Rembrandt passou a pintar cenas bblicas e mitolgicas dramticas, em alto contraste e formato ampliado. A partir de 1640 seu trabalho se tornou menos exuberante e mais sbrio em tom, reflectindo tragdias pessoais. As cenas bblicas passaram a derivar-se mais do Novo Testamento do que do Velho Testamento. O tamanho das pinturas diminuiu novamente. A excepo foi a grandiosa Ronda Nocturna, seu trabalho mais amplo. Na dcada de 1650, o estilo de Rembrandt mudou novamente. Suas obras aumentaram em largura. As cores se tornaram mais ricas, e o pincel mais destacado. Com essas mudanas, Rembrandt distanciou-se de seus primeiros trabalhos e da moda da poca, com inclinao cada vez maior para trabalhos mais finos e detalhados. Com o passar dos anos, os temas bblicos continuaram a surgir, mas com nfase agora em figuras retratadas com mais intimidade, ao invs de cenas grupais. Rembrandt vivia alm de suas posses, comprando vrias obras de arte, gravuras e raridades, o que provavelmente levou sua bancarrota em 1656. Posteriormente, ele foi forado a vender a maioria de suas obras, alm de sua casa e sua mquina de31

impresso, mudando-se para um local mais modesto em Rozengracht. L, a segunda mulher e o seu filho do primeiro casamento, abriram uma loja de arte para ganhar a vida. Em 1661 Rembrandt foi contratado para completar uma srie de pinturas para o recm-construdo prdio da prefeitura, mas s pelo facto do artista que havia sido contratado originalmente falecer antes de concluir o trabalho. O trabalho resultante, A Conspirao de Claudius Civilis, foi rejeitado e devolvido ao pintor; o fragmento sobrevivente apenas uma fraco de todo o trabalho. Foi por volta de 1661/1662 que Rembrandt teve seu ltimo aprendiz, Aert de Gelder. Em 1662 ele ainda estava executando importantes encomendas para retratos e outras obras. Em seus ltimos anos, pintou seus auto-retratos mais profundamente reflexivos. Devido a sua empatia pela condio humana, ele tem sido chamado de "um dos grandes profetas da civilizao". Rembrandt morreu pouco tempo depois de seu filho, em 4 de Outubro de 1666 em Amesterdo, e foi sepultado numa cova annima em Westerkerk.

Obras mais importantes:

1630- Jeremias prev a destruio de Jerusalm 1632 - A Lio de Anatomia do Dr. Tulp 1635 - Retrato de Jovem com Corrente de Ouro, ou Auto-retrato com Barba Nascente. 1640 - Auto-retrato. 1642 - Ronda Nocturna tambm conhecido como A Mudana de Guarda da Companhia do Capito Frans Banning Cocq 1650- Aristteles com o busto de Homero 1653- As Trs Cruzes, gravura em metal.

Os maiores triunfos criativos de Rembrandt so exemplificados especialmente nos retratos de seus contemporneos, auto-retratos e ilustraes de cenas da Bblia. Seus auto-retratos formam uma biografia singular e intimista em que o artista pesquisou a si mesmo sem vaidade e com a mxima sinceridade. considerado um dos maiores nomes em toda a histria da arte europeia e dos mais importantes da histria holandesa. Suas contribuies arte surgiram num perodo denominado pelos historiadores de "Sculo de Ouro dos Pases Baixos", na qual a influncia poltica, a cincia, o comrcio e a cultura holandesa particularmente a pintura atingiram seu pice.

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Peter Paul RubenPeter Paul Rubens nasceu a 28 de Junho de 1577 em Siegen, na Alemanha e foi um pintor flamengo inserido no contexto do barroco. educado em Anturpia, regio de Flandres, para onde se muda com a famlia e comea a estudar artes. A religio figurou de modo proeminente em muitos dos seus trabalhos e Rubens mais tarde veio a se tornar uma das principais vozes do estilo de pintura da Contrareforma catlica. Desta maneira, acaba por se interessar mais pela arte e em poucos anos ele deixar de ser o rapaz Peter Paul para tornar-se o conhecido Rubens. J aos 15 anos tinha certeza da vocao e era aprendiz de pintores. Comeou com Adam van Noort, depois Tobias Verhaeght e finalmente Otto van Veen, que exerceu sobre ele a maior influncia. Foi Van Veen que fez nascer em Rubens uma grande admirao pela Itlia e pela cultura latina clssica. Isso marcou toda a sua obra e o fez integrar a escola italiana e servir aos reinos latinos catlicos, mesmo sendo germnico protestante. enviado a Roma em 1601, onde pinta obras como A Coroao de Espinhos (1602), Retrato do Duque de Lerma (1603) e Circunciso (1605), sob influncia de Miguel ngelo e Volta a Anturpia em 1608, por causa da morte da me, decide no sair mais de sua cidade natal e acaba ficando a servio do governador espanhol para os Pases Baixos, o Arquiduque Alberto de Habsburgo, e passa a trabalhar junto com seu antigo mestre Van Veen. Pinta, ento, "Sanso e Dalila". A pintura A Descida da Cruz, de 1611-1614, painel trptico exposto na Catedral de Anturpia, considerada sua obra-prima. A partir de 1620, passa a ser um dos artistas mais requisitados pela nobreza europia. nessa poca que prospera em fama e patrimnio Mais tarde, organiza o seu estdio, que at a morte do pintor chegou a produzir dois mil quadros. Contava com um elenco de discpulos dos quais se destacaram vrios, mais tarde, como Brueghel e Van Dyck. A produo dos quadros obedecia a um esquema montado por ele, segundo o qual ele realizava todos os primeiros esboos e encarregava os aprendizes de montar um modelo em escala menor, que era apresentado ao cliente. Se aprovado, Rubens traava a lpis na tela e os discpulos colocavam a cor e o leo, cabendo ao mestre de novo fazer a "arte final". quando vm "O Rapto das Filhas de Leucipo" e "A Derrota de Senaqueribe". Em 1630 passa a pintar paisagens.

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Obras: Alegoria de Paz e Guerra O Julgamento de Pris O Rapto das Sabinas

Peter Paul Rubens faleceu em 30 de Maio de 1640 e foi sepultado na Igreja de So Joo, na Anturpia, rico e bem-sucedido. Teve xito em tudo que fez e deixou para a posteridade um legado de muita arte e expresso do mais puro Barroco, de forma sincera e verdadeiramente vivida.

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Barroco

Obras

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LiteraturaNa literatura observou-se um grande desenvolvimento em vrios pases, aps as guerras e tumultos sociais e religiosos da primeira parte do sculo XVII, dando origem a literatura moderna. Vrios pases aderiram ao movimento na Europa. Passo a referir as designaes que o classificaram a partir de obras literrias: na Inglaterra foi designado eufusmo, proporcionou o aparecimento de uma poesia metafsica tipificada por John Dryden, John Milton, John Donne e Samuel Johnson; na Itlia surgiu a designao de marinismo, liderada por Giambattista Marino; na Espanha surge a designao de Gongorismo (a sua linguagem abundante em trocadilhos, metforas requintadas, aluses mitolgicas, latinismos e neologismos), destacaram-se Lus de Gngora, Francisco de Quevedo; Portugal adere tambm, e aceita o nome que a Espanha dera ao movimento, evidenciou-se o padre Antnio Vieira. Em Frana foi a era de Molire, Racine, Boileau e La Fontaine. Joost van den Vondel, Danil Heinsius e Gerdrand Bredero.

Caractersticas da literatura barroca: Tentativa de fundir duas caractersticas diferentes do pensamento europeu. Culto exagerado da obra, sobrecarregando a poesia de figuras de linguagem (principalmente a anttese, o paradoxo e a gradao) Dualismo: onde o poeta se sente dividido e confuso por causa do dualismo de ideias. Culto do Contraste, conflito entre o bem e o mal, o Cu e Inferno, Deus e o Diabo, o material e o espiritual, o pecado e o perdo Pessimismo, que era acarretado pela confuso causada pelo dualismo. Literatura moralista, j que era usada pelos padres jesutas para pregar a f e a religio. Preocupao com a transitoriedade da vida: por ser curta a vida no permite que o homem a viva intensamente como seria seu desejo. Presena de impresses sensoriais: usando seus sentidos o homem tenta captar todo o sentido da misria humana ressaltando seus aspectos dolorosos e cruis. O barroco revela a busca da novidade e da surpresa, o gosto da dificuldade. O barroco apesar de pautada em conflitos existenciais, reflecte tambm as mudanas na sociedade da poca. O homem dividido entre o desejo de aproveitar a vida e o de garantir um lugar no cu.

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Conflito existencial gerado pelo dilema do homem dividido entre o prazer pago e a f religiosa. Antropocentrismo contra Teocentrismo (homem contra Deus, carne contra esprito). Contradio - a arte do contraditrio, onde comum a ideia de opostos: bem contra o mal, pecado contra o perdo, homem contra Deus. Linguagem rebuscada e trabalhada ao extremo, usando muitos recursos estilsticos e figuras de linguagem e sintaxe, hiprboles, metforas, antteses e paradoxos, para melhor expressarem a comparao entre o prazer passageiro da vida e a vida eterna. Regido por duas filosofias: Cultismo e Conceptismo. Cultismo o jogo de palavras, o uso culto da lngua, predominando inverses sintcticas. Conceptismo so os jogos de raciocnio e de retrica que visavam melhor explicar o conflito dos opostos. Este movimento que, no sculo XVII, entre ns, floresceu em pleno nas vrias artes, na poesia em vrios poetas, entra em declnio no sculo XVIII, dando origem ao estilo rococ.

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Poemas:

A fragilidade do ser humano de Francisco de Vasconcelos

Esse baixel nas praias derrotado Foi nas ondas Narciso presumido Esse farol nos cus escurecido Foi do monte libr, gala do prado. Esse ncar em cinzas desatado Foi vistoso pavo de Abril florido; Esse Estio em Vesvios encendido Foi Zfiro suave, em doce agrado. Se a nau, o Sol, a rosa, a primavera Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel Sentem nos auges de um alento vago, Olha, cego mortal, e considera Que s rosa, Primavera, Sol baixel, para ser cinza, eclipse, incndio, estrago.

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Ao rigor de Lisi de Jernimo Baa

Mais dura, mais cruel, mais rigorosa Sois, Lisi, que o cometa, rocha ou muro Mais rigoroso, mais cruel, mais duro, Que o Cu v, cerca o Mar, a Terra goza. Sois mais rica, mais bela, mais lustrosa Que a perla, rosa, Sol, ou jasmim puro, Pois por vs fica feio, pobre e escuro, Sol em Cu, perla em mar, em jardim rosa. No viu to doce, plcida e amena, Brame o Mar, trema a Terra, o Cu se agrave), Luz o Cu, ave a Terra, o Mar sirena. Vs triunfais de sirena, luz e ave, Claro Sol, perla fina, rosa amena, Mor cometa, rduo muro e rocha grave.

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PinturaA pintura barroca uma pintura realista, inquietante, altamente espiritualizada, centrada nos temas relacionados com paisagens, naturezas mortas, interiores domsticos e cenas populares. Andrea Pozzo foi o responsvel pela criao de grandes tectos pintados em igrejas, onde estes parecem se abrir para o cu, onde santos, anjos e Cristo parecem descer entre nuvens. A tcnica no era nova e j havia sido praticada por outros pintores como Correggio e Michelangelo no Maneirismo. Enquanto seus antecessores continham o cu num espao mais limitado, Pozzo e seus seguidores tentaram criar uma sensao de infinidade. Tambm caracterstica da pintura barroca foi a corrente dedicada explorao, especialmente dramtica dos contrastes de luz e sobra, a chamada escola Tenebrista. Teve precedentes do Renascimento, desenvolveu-se a partir da obra do italiano Caravaggio, sendo praticada tambm por outros pintores em Espanha, Pases Baixos e Frana. Como corrente estilstica teve curta durao, mas em termos de tcnica representou uma relevante conquista, que foi adicionada histria da pintura ocidental. Os contrastes de luz e sombra do um aspecto monumental s personagens e apesar de exagerada, uma iluminao que aumenta a sensao de realismo. O que reala expresses faciais, os msculos adquirem valores esculturais, salienta o primeiro plano e o movimento. Ao mesmo tempo, a presena de grandes reas negras d mais importncia s cores e ao espao iluminado como elementos de composio com valor prprio. Na Frana Georges de La Tour foi um dos adeptos da tcnica; na Itlia, Battistello Caracciolo, Giovanni Baglione e Mattia Preti, e na Holanda, Rembrandt van Rijn. Os pintores que se notabilizaram mais foram os espanhis Jos de Ribera, Francisco Ribalta e Francisco de Zurbarn. Tambm se tornaram comuns no Barroco a pintura de naturezas-mortas e interiores domsticos. A Holanda foi o pas que explorou mais este ramo do Barroco, conhecido nesta regio como a Era Dourada da pintura. A burguesia comerciante era a classe social mais influente, a qual patrocinava uma pintura essencialmente secular, de carcter nico no panorama barroco. Os principais pintores holandeses foram Frans Hals, Vermeer, Frans Snyders, Pieter de Hooch, Meindert Hobema, Jacob Jordaens, Anthony van Dyck, Jacob van Ruisdael e Rembrandt. Tambm se cultivou a pintura de paisagem, geralmente despida de contedo narrativo ou dramtico, ao contrrio de outras regies40

europeias, onde muitas vezes a paisagem foi produzida como um cenrio para cenas histricas, alegricas ou religiosas, como foi o caso de Nicolas Poussin e Claude Lorrain, os principais representantes da vertente classicista do Barroco. Na Espanha o Barroco tingiu-se de um misticismo desconhecido em outros territrios, reflectido no dramatismo do Tenebrismo, j citado, e na obra de mestres como Francisco Pacheco e em particular El Greco, possivelmente o mais tpico integrante da corrente mstica. Podemos citar como outros pintores importantes do Barroco Diego Velsquez, Bartolom Esteban Murillo, Pietro da Cortona, Giovanni Battista Tiepolo, Guercino, Guido Reni, Salvator Rosa, os Carracci, Hyacinthe Rigaud, Charles Le Brun, Philippe de Champaigne, Simon Vouet e Josefa de bidos, uma das pouqussimas mulheres artistas do perodo. Caractersticas da pintura barroca: Composio assimtrica, em diagonal que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geomtrica e o equilbrio da arte renascentista. Acentuado contraste de claro-escuro, luz e sombra (expresso de sentimentos) visava intensificar a sensao de profundidade. Realista, abrangendo todas as classes sociais. Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramtica. A luz no aparece naturalmente, mas sim projectada para guiar o olhar do espectador at ao acontecimento principal da obra, como acontece na obra Vocao de So Mateus, de Caravaggio.

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Vocao de So Mateus, Caravaggio

Crucificao de So Pedro, Caravaggio

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A Glria de Santo Incio, Andrea Pozzo

Tecto da igreja de Santo Incio em Roma, Andrea Pozzo

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O Conde Duque de Olivares, Velsquez

Velha fritando ovos, Velsquez

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O Jardim do Amor, Rubens

Rapto das irms Leucipo, Rubens

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Aula de Anatomia, Rembrandt

A Sagrada Famlia, Rembrandt

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EsculturaA escultura barroca teve um importante papel no complemento da arquitectura, tanto na decorao interior como exterior, reforando a emotividade e a grandiosidade das igrejas. As esculturas em mrmore procuraram destacar as expresses faciais e as caractersticas individuais (cabelos, msculos, lbios). Multiplicavam-se anjos, santos, virgens, deuses pagos e heris mticos, surgindo depois nas fachadas, nas vigas ou em altares. Caracterizou-se pela ideia de grande actividade e movimento, expresso de sentimentos fortes (dor, sofrimento, paixo) e pelo grande exagero das formas. Predominam as linhas curvas, as faces expressivas e roupas esvoaantes. Atinge-se, desta forma, uma dramaticidade desconhecida no Renascimento. Estas impresses foram criadas pela combinao cuidadosa de massa e espao, e pelo o recurso a novos materiais, como estuque e gesso. Procurou-se explorar o dramatismo das figuras representadas, tentando suscitar os sentimentos do observador. Em Portugal, Antnio Ferreira e Machado de Castro foram os escultores de maior relevo. Foram especialmente imaginativas as esculturas barrocas alem e austraca. Na Itlia, Bernini executou fontes e retbulos de altares. Outros escultores usaram muitas vezes como material de trabalho a madeira e a pedra sabo (abundante na regio mineira), criando belssimos plpitos, talhas em altares-mores, pedestais, nichos, pias baptismais e imagens. Por vrios motivos, o clmax do desenho barroco pode ser visto na criao de vastos jardins, como os do palcio de Versalhes, onde o homem parecia ser o controlador absoluto da natureza. Os jardins barrocos realaram o lado dramtico do uso da gua em cascatas, fontes e canais.

O Rapto de Proserpina

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A Medusa

Fonte Os quatro rios

O xtase de Santa Teresa de vila

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ArquitecturaDurante o perodo barroco, duas tipologias protagonizaram as pesquisas formais e construtivas: o palcio e a igreja. Os arquitectos barrocos entendiam o edifcio de forma integrada, como se fosse uma grande escultura, nica e indivisvel. A sua forma era ditada por complexos traados geomtricos (muitas vezes baseados em formas curvas e em ovais) que imprimiam qualidades dinmicas aos espaos e s fachadas. Paralelamente abandonaram-se os rgidos esquemas baseados nas ordens clssicas. Em termos artsticos, o barroco vai utilizar a escala como valor plstico de primeira grandeza. Os efeitos volumtricos so tambm elementos essenciais na arquitectura barroca. A arquitectura barroca caracterizada pela complexidade na construo do espao e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferncia por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e cncavas, pela explorao de efeitos dramticos de luz e sombra. Caracterizou-se ainda pelo uso de colunas, frisos, frontes, arcos e cpulas. Como decorao recorreu-se a pinturas, mosaicos, mrmores e talha dourada. A talha dourada assume caractersticas nacionais e posteriormente "joaninas. O barroco assume um significado do estado psicolgico de liberdade e de uma atitude criativa liberta de preconceitos intelectuais e formais. a separao da realidade artstica do maneirismo. A arquitectura barroca ocorreu em vrios pases catlicos da Europa como Itlia, ustria, Espanha e Portugal. Pases protestantes como a Inglaterra no apresentam arquitectura barroca. O absolutismo monrquico e a Igreja da Contra-Reforma utilizaram o barroco como manifestao de grandeza. Trs arquitectos protagonizaram o desenvolvimento deste estilo: Gian Lorenzo Bernini (o mais monumental), Borromini (mais original) e Piero da Cortona. As Igrejas, rejeitando a simetria do renascimento, destacam o dinamismo e a imponncia, reforados pela emotividade conseguida atravs de meandros, elementos contorcidos e espirais, produzindo diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadas como no desenho dos interiores. Quanto arquitectura sacra, compe-se de variados elementos que pretendem dar o efeito de intensa emoo e grandeza. O tecto elevado elaborado com elementos de escultura do uma dimenso do infinito; as janelas permitem a penetrao da luz de modo a destacar as principais esculturas; as colunas transmitem uma impresso de poder e de movimento. Quanto arquitectura palaciana, o palcio barroco era construdo em trs pavimentos. Assim, em vez de se concentrarem num s bloco cbico, como os renascentistas, parecem estender-se sem limites sobre a paisagem, em vrias alas, numa repetio interminvel de colunas e janelas. A fachada tornou-se um modelo para as geraes futuras de igrejas jesutas, com pilastras duplas sustentando um fronto no primeiro nvel, e um outro fronto, maior, coroando toda a composio. O interior era originalmente despojado, e o seu aspecto actual resultado de decoraes no final do sculo XVII, destacando-se um grande painel pintado no tecto com o recurso da arquitectura ilusionista. Logo depois de completa a Igreja, o papa Sisto V revitalizou um projecto de reurbanizao de Roma j iniciado no sculo XV. A sua principal preocupao foi adaptar a cidade a um conceito urbano mais moderno, organizado e espaoso, permitindo uma circulao facilitada numa cidade que ainda mantinha muito de seu perfil medieval, com ruas estreitas e tortuosas e poucos logradouros pblicos amplos.49

O projecto revelou-se to eficiente que foi mantido pelos seus sucessores, sendo continuamente aprimorado e embelezado. Na arquitectura barroca, foi importante a observao de propores geomtricas definidas, como a Seco urea e a Sequncia de Fibonacci, uma vez que a teoria da arquitectura estava permeada de concepes que a relacionavam com a estrutura do universo. Acreditava-se que o cosmos fosse estruturado por propores matemticas, que a Terra e os outros planetas se moviam dentro de molduras concntricas cristalinas, invisveis e impalpveis, mas no obstante reais, que deveriam ser imitadas na construo dos edifcios e no planeamento urbano, reflectindo tambm a ideologia do Estado centralizado. Como j foi referido, a arquitectura Barroca em Portugal tem uma situao muito particular e uma periodizao diferente do resto da Europa, resultando numa mistura original, frequentemente mal compreendida por quem procura ver arte italiana, mas com formas e carcter prprios. No norte de Portugal, as construes barrocas so numerosas. Com mais populao e maiores recursos econmicos, o norte, nomeadamente as zonas do Porto e de Braga, assistiu a uma renovao arquitectnica, visvel em igrejas, conventos e palcios da aristocracia. A cidade do Porto (classificada patrimnio da humanidade pela UNESCO) a cidade do barroco. Destaca-se a obra do muito produtivo Nicolau Nasoni, arquitecto italiano radicado em Portugal, e edifcios originais e de bom enquadramento cenogrfico como a igreja e torre dos Clrigos, a galil da S do Porto, Igreja da Misericrdia do Porto, Palcio de So Joo Novo, Palcio do Freixo, Pao Episcopal do Porto, Templo do Bom Jesus da Cruz em Barcelos e muitos outros. No entanto, um pouco por todo o pas, so visveis as marcas da poca e o fausto a que o reino chegou.

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Igreja San Carlo alle Quattro Fontane, Itlia

Basilica de Santa Maria della salute, Veneza

Fachada da Igreja de San Borromeo, em Noto, Sicilia.

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Igreja de Sant'Agnese in Agone, Roma

Igreja dos congregados, Porto

Convento de Mafra, Lisboa

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Palcio de Queluz, Lisboa

Palcio de Versalhes, Frana

Igreja Senhor de Matosinhos, Porto

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Igreja (jesuta) dos Grilos, Porto

Catedral de Santiago de Compostela, Espanha

Torre dos Clrigos, Porto

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ConclusoDurante a fase de pesquisa relativa ao primeiro tema atribudo, encontramos srias dificuldades, nomeadamente na obteno de informao, o que no espervamos inicialmente. Assim, pedimos a sua alterao, que o professor por gentileza aprovou. Neste trabalho que viemos a desenvolver, j no nos deparamos com os mesmos problemas, e pensamos que resolvemos da melhor forma, em conjunto, todos os entraves encontrados, como a inexistncia de informao sobre as teorias e fundamentos do barroco, pelo que, a conselho do professor, encaramos o assunto de outro modo. Excluindo este caso, encontramos muita informao sobre a Arte Barroca, nomeadamente em Portugal, onde marcou a sua presena de forma profunda. Com a realizao deste trabalho, melhoramos os nossos conhecimentos e marcamos de forma mais notria os pontos de vista que possuamos at ao momento sobre este estilo artstico. O Barroco foi ento marcante no sculo XVIII e caracterstico das monarquias absolutistas. Deixou vrias marcas nas diversas reas da sociedade da poca, nomeadamente na Literatura, Pintura, Escultura e Arquitectura. O Barroco apresenta caractersticas nicas e prprias, presentes nas vrias obras, como o exagero das formas e o privilegio pela cor, profundidade e movimento. Os elementos decorativos mais caractersticos do barroco foram a talha dourada e os azulejos. Gostamos muito de realizar este trabalho, e temos a conscincia que demos o nosso melhor, seleccionando o mais importante dentro da sua temtica. Em trabalhos futuros, gostaramos de tratar novamente a Arte, pois descobrimos que um mundo espectacular, inundado de criatividade, que manifesta as emoes do artista. Implicou muita dedicao, mas pensamos que o resultado foi vantajoso.

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Sitografia e Bibliografia http://cultura.portaldomovimento.com/o_barroco.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco http://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco_em_Portugal http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/historia/histo ria_trab/barroco.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Gian_Lorenzo_Bernini http://pt.wikipedia.org/wiki/Louis_Le_Vau http://pt.wikipedia.org/wiki/Francesco_Borromini http://pt.wikipedia.org/wiki/Andr_Le_Ntre http://www.arqnet.pt/dicionario/machadocastro.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Pietro_de_Cortona http://pt.wikipedia.org/wiki/Molire http://pt.wikipedia.org/wiki/Caravaggio http://pt.wikipedia.org/wiki/Rembrandt http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Paul_Rubens http://www.algosobre.com.br/literatura/barroco.html http://repositorium.sdum.uminho.pt Http://prosacaotica.blogspot.com http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_barroca http://www.pegue.com/artes/arquitetura_barroca.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura_do_Barroco http://www.historiadaarte.com.br/barroco.html http://sites.google.com/site/tudobarroco/a-escultura-barroca http://sol.sapo.pt/blogs/jaguar/archive/2007/11/13/A-EsculturaBarroca_2D00_BERNINI.aspx Barroco. In Diciopdia X [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2006. ISBN: 978972-0-65262-1

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Anexos Jia da arquitectura barroca degrada-se de dia para dia .. Pg.1 Baixo Alentejo: Mau tempo agrava degradao de igrejas .... Pg.3

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Jia da arquitectura barroca degrada-se de dia para diaO Palcio do Raio, um dos mais notveis exemplares da arquitectura civil bracarense do perodo barroco, encontra-se num preocupante estado de degradao, tendo sido j necessrio proceder a escoramentos no seu interior. Aquele imvel de interesse pblico, propriedade da Santa Casa da Misericrdia de Braga, alberga alguns servios hospitalares. A mesa administrativa da Misericrdia projecta instalar a o seu museu, logo que o edifcio lhe seja entregue com a entrada em funcionamento do novo hospital. Construdo em meados do sculo XVIII, o Palcio do Raio, imagem obrigatria dos roteiros tursticos da cidade de Braga, no beneficia de quaisquer trabalhos de conservao ou reabilitao desde 1985, ano em que foram realizadas obras de salvaguarda dos azulejos da fachada principal De ento para c, a antiga moradia senhorial da poca de D. Joo V, adquirida pela Santa Casa em 1883, tem vindo a deteriorar-se progressivamente. Bernardo Reis, provedor da Misericrdia bracarense, alerta para a degradao enorme do Palcio, agravada recentemente em consequncia dos trabalhos de construo da zona comercial no chamado quarteiro dos Correios. Segundo o provedor, os rebentamentos de rocha a escassas dezenas de metros do Palcio desenhado pelo mestre Andr Soares tornaram ainda mais evidentes as fissuras no edifcio e queda dos seus caractersticos azulejos. A degradao exterior notria numa das fachadas laterais do Palcio, despidas j de parte significativa do revestimento. Desde 2001 tm sido vrias as tentativas de salvaguarda do Palcio do Raio. Num primeiro tempo, as obras no avanaram por incapacidade financeira do Hospital de S. Marcos. Mais recentemente, depois de lanado um concurso pblico, o Instituto de Gesto do Patrimnio Arquitectnico e Arqueolgico (IGESPAR) ops-se orientao que se pretendia dar recuperao do edifcio. Nesta altura, os dirigentes da Misericrdia apontam 2013 como uma data simblica para a inaugurao do seu Museu no Palcio do Raio, j que nesse ano a instituio comemora 500 anos de existncia.

Apelo ao IGESPAR e Ministrio da Sade para que o objectivo seja concretizado, urgente que o IGESPAR e o Ministrio da Sade acordem um plano de recuperao do Palcio. A escadaria nobre e a clarabia do imvel classificado apresentam sinais cada vez mais evidentes de degradao. Parte do edifcio j no sequer ocupado pelo hospital por falta de condies de segurana, situao no contribui tambm para o avanar do processo de degradao. Se o edifcio no estivesse ocupado, a Misericrdia poderia intervir na sua 58

recuperao, candidatando-se nomeadamente a verbas do Quadro de Referncia Estratgico Nacional, afirma o provedor. A degradao do Palcio do Raio, tambm designado por Casa do Mexicano constitui, por isso, um entrave inteno da mesa administrativa de expor ao pblico o seu vasto patrimnio artstico, catalogado e recuperado ao longo dos ltimos anos. Os dirigentes da instituio destacam a recuperao quase total do seu patrimnio artstico, constitudo essencialmente por telas e esculturas sacras, telas de benfeitorias, artefactos litrgicos, bandeiras processionais e relicrios. Parte deste esplio ser exposto, j no prximo ano, no ncleo museolgico da Igreja da Misericrdia. At quando caminhar para a runa? Passados dez anos, a apreenso de Eduardo Pires de Oliveira - profundo conhecedor e divulgador do patrimnio bracarense sobre a salvaguarda do Palcio do Raio continua a fazer sentido. Hoje mete pena ver o interior deste magnfico pequeno palcio, obra mxima desse excepcional vulto de arquitecto amador que foi Andr Soares. Quando que comear a receber as mais que merecidas obras de um restauro cuidadoso? - interrogava-se o autor, em 1999 numa pequena monografia da freguesia de S. Lzaro. At quando veremos esta obra maior da arquitectura europeia de Setecentos a caminhar para a runa?. As perguntas de Eduardo Pires de Oliveira continuam sem resposta, apesar de o Palcio do Raio ser uma das referncias bracarenses no roteiro da arte barroca europeia no projecto Museu sem Fronteiras, em desenvolvimento na internet.

http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=18165

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Baixo Alentejo: Mau tempo agrava degradao de igrejasO mau tempo dos ltimos meses agravou a degradao de algumas igrejas histricas do Baixo Alentejo, como a Baslica de Castro Verde, o caso mais preocupante, disse fonte da Diocese de Beja. O Inverno est a ser extremamente rigoroso e temos vrias igrejas da regio com problemas, como a Baslica de Castro Verde, a Igreja de Nossa Senhora ao P da Cruz, em Beja, e igrejas rurais nos concelhos de Almodvar, Mrtola, Moura e Serpa, precisou o diretor do Departamento do Patrimnio Histrico e Artstico (DPHA) da Diocese de Beja, Jos Antnio Falco. A Baslica de Castro Verde, monumento de interesse pblico e uma das referncias mais importantes do barroco pleno no sul do Pas, frisou, tem grandes problemas de conservao. A invernia dos ltimos meses criou uma situao deplorvel, disse, precisando que chove dentro da igreja, cujas pinturas murais, algumas obras-primas do barroco alentejano, esto muitssimo degradadas.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=443706

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