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Barreiro | Artesfera - Núcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local” “Arte no interesse público” Daniel Figueiredo Esta apresentação é uma colagem de textos de diversos autores: Fernandes Dias / Gabriela Vaz Pinheiro / Miwon Kwon / Grant Kester / Claire Doherty / Arlene Raven Nicolas Bourriaud / Hal Foster / Nina Felshin / Boaventura Sousa Santos / Paloma Branco / Douglas C Lucy Lippard / Jesus Carrilho / Marcelo Expósito / Suzanne Lacy / Martha Rosler / Suely Rolnik

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Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local” “Arte no interesse público” Daniel Figueiredo Esta apresentaç ão é uma colagem de textos de diversos autores : Fernandes Dias / Gabriela Vaz Pinheiro / Miwon Kwon / Grant Kester / Claire Doherty / Arlene Raven - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Barreiro | Artesfera - Núcleo de Artes Plásticas

Encontro “Arte e Local”

“Arte no interesse público”

Daniel Figueiredo

Esta apresentação é uma colagem de textos de diversos autores:Fernandes Dias / Gabriela Vaz Pinheiro / Miwon Kwon / Grant Kester / Claire Doherty / Arlene RavenNicolas Bourriaud / Hal Foster / Nina Felshin / Boaventura Sousa Santos / Paloma Branco / Douglas CrimpLucy Lippard / Jesus Carrilho / Marcelo Expósito / Suzanne Lacy / Martha Rosler / Suely Rolnik

Page 2: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-Contextualização no interior da “Arte Pública”

-Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

-A modernidade em questão

-A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”

Arte no Interesse Público

Page 3: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Introdução a três paradigmas da “Arte Pública”

1-Arte em Espaço Público2-Arte como Espaço Público3-Arte no Interesse Público

Esta sequência constitui uma genealogia da “Arte Pública” -dependente da espacialidade (num 1º momento) -para uma progressiva contextualização das acções

-tornando-se complexa e multidimensional

Estes três paradigmas competem entre si -e por vezes entrecruzam-se

Arte no Interesse Público

Contextualização no interior da “Arte Pública”

Page 4: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

As obras são frequentemente réplicas ampliadas das obras que estão nos museus ou nos estúdios dos artistas

-são Arte Privada em Espaços Públicos-objectos autónomos e auto-suficientes:

buscam as relações internas em detrimento do lugar em que se inserem

-Motivações -Obra-Local

Contextualização no interior da ‘Arte Pública’

Arte no Interesse Público

1-Arte em Espaço Público

Page 5: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Motivações:

-elevação estética para um público mais vasto-embelezamento e humanização do ambiente urbano-regeneração urbana

-servindo muitas vezes, no entanto, mais para:-a promoção dos artistas e das instituições-o interesse privado de empresas locais

Contextualização no interior da ‘Arte Pública’

Arte no Interesse Público

1-Arte em Espaço Público

Page 6: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Motivações:

Ou seja, as áreas urbanas são vistas como um novo espaço de exibição:

-há o desejo de expandir o mercado da arte-patrocinado por empresas

-que pretendem revitalizar as cidades (em colapso com os crescentes problemas sociais)

-não fomentando a participação democrática -nem promovendo o público-mas os interesses privados

-levar a arte para junto do público-mas uma arte que se referencia

apenas a si própria

Contextualização no interior da ‘Arte Pública’

Arte no Interesse Público

1-Arte em Espaço Público

Page 7: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Obra:

-não envolve o público, para o qual a obra é quase sempre inacessível-na maioria, é indicativa da maneira de trabalhar pessoal do autor

-centrando o debate no estilo artístico e menos nos valores públicos-quando se trata de uma temática comum,

-surge a glorificação de uma versão da História que exclui longos segmentos da população local-tem muitas vezes um efeito decorativo, ou um efeito de estranheza

Contextualização no interior da ‘Arte Pública’

Arte no Interesse Público

1-Arte em Espaço Público

Page 8: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Local:

-um cenário (ou um pedestal) para elevar a obra-um suplemento visual-um elemento estranho à obra

-há a separação entre a arte e o local-relação por vezes estéril e gratuita

-uma extensão do museu

Contextualização no interior da “Arte Pública”

Arte no Interesse Público

1-Arte em Espaço Público

Page 9: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Há uma deslocação do objecto auto-contido para-o contexto do objecto com o espaço

-é a denominada arte de sítio-específico

Contextualização no interior da ‘Arte Pública’

Arte no Interesse Público

2-Arte como Espaço Público

Page 10: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Procura tornar visível o espaço com objectos específicos para o espaço

-os objectos devem ser apropriados para o sítio e as suas especificidades devem influenciar, senão, caracterizar o objecto

-isto, através dos aspectos fenomenológicos do sítio em que se desenvolve a obra

Ir para além do objecto com pedestal adaptável a qualquer localização

-a arte de sítio-específico é projectada para um espaço particular

-tem em conta as suas qualidades físicas e visuais

-mas não abandona o formalismo

Contextualização no interior da ‘Arte Pública’

Arte no Interesse Público

2-Arte como Espaço Público

Page 11: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

A obra acontece no design do local-existe a crença da utilidade da arte pública sob uma

forma de funcionalismo falacioso (aproximando a arte do design e da arquitectura comum)

-procura-se criar uma harmonia, uma continuidade suave e amável

-independentemente de um contexto de agenda pública inclusivo e participado

Contextualização no interior da “Arte Pública”

Arte no Interesse Público

2-Arte como Espaço Público

Page 12: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Como último género da genealogia-a obra procura dar conta e incluir os espectadores e

as suas aspirações

-passa-se do lugar geométrico para o contexto da comunidade, para a especificidade do grupo

-num determinado local, -ou numa determinada situação

-as propostas têm de assegurar

-a arte junto da população -o envolvimento da comunidade

Contextualização no interior da ‘Arte Pública’

Arte no Interesse Público

3-Arte no Interesse Público

Page 13: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Combina-se ideias de-teoria social e política; -urbanismo; -design urbano; -

teoria da cidade; -estudos culturais; -sociologia; antropologia; -activismo; -etc...

-com o objectivo de dar “voz”/ reconhecimento às populações do lugar.

A especificidade social e política são constitutivas da obra

Contextualização no interior da ‘Arte Pública’

Arte no Interesse Público

3-Arte no Interesse Público

Page 14: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Na “Arte como Espaço Público”, tanto o observador como o espaço são constituídos à imagem da obra (são entidades abstractas);

-nesta nova situação é a imagem da obra que é constituída à imagem do lugar/contexto e do observador

-o espaço enquanto dimensão espacial socialmente produzida, para além do sítio geométrico

-o sujeito tido como múltiplo e não mera generalização fenomenológica)

Contextualização no interior da ‘Arte Pública’

Arte no Interesse Público

3-Arte no Interesse Público

Page 15: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

À atenção aos detalhes topográficos do terreno em que a obra assenta, e ao seu contexto estético, acrescenta-se uma dimensão social que se refere à história humana e à memória, ao uso, e às agendas políticas relevantes para um lugar específico.O que leva a dar prioridade, nas suas estratégias de trabalho, à relação com o seu público, podendo essa relação, às vezes, tornar-se ela própria a obra de arte.

-são exploradas as fronteiras sociais e políticas do real, e os trunfos estéticos são re-volvidos no que acaba por ser uma espécie de laboratório de sociabilidades, de estética do quotidiano;

-contemplando e investigando os modos como essas fronteiras são construídas, ou criando novos modelos de interacção e de organização social.

Contextualização no interior da “Arte Pública”

Arte no Interesse Público

3-Arte no Interesse Público

Page 16: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-Contextualização no interior da “Arte Pública”

-Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

-A modernidade em questão

-A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”

Arte no Interesse Público

Page 17: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Existem duas orientações estruturantes para as diversas práticas artísticas em conflito na contemporaneidade

-um Eixo Vertical-um Eixo Horizontal

Arte no Interesse Público

Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

Page 18: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

O modernismo formal situa-se num eixo vertical que é temporal e diacrónico (a dimensão histórica da arte)

-a História da arte progride segundo constantes Regressos históricos (próprios dos movimentos dialécticos)

-proporcionando uma Narrativa Histórica denominada como História da Arte Ocidental

-para este efeito, a Renascença foi fundamental: uma circunstância em que

-procurou-se compreender as diversas culturas numa única Narrativa

Arte no Interesse Público

Eixo VerticalContextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

Page 19: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

O modernismo continua com a noção dialéctica (não quebra com o passado)

-preservou o lado histórico (como Hegel)-enfatizou o lado categórico da arte visual (como Kant)

-A arte procurou defender a sua área de competência

-sobrevivendo no tempo-mantendo os exemplos por

excelência do passado

Arte no Interesse Público

Eixo VerticalContextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

Page 20: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

São estabelecidos critérios disciplinares de qualidade -julgados em relação com os padrões artísticos do passado-baseados no pressuposto da existência de formas intrínsecas

da arte (elaborações de especificidade do médium)

O resultado é uma História que se desenvolve-como se fosse neutra e independente da vontade do Homem

Arte no Interesse Público

Eixo VerticalContextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

Page 21: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

O modernismo da vanguarda (no início do século XX) está situado num eixo horizontal que é espacial e sincrónico

-procurou quebrar com o passado

Arte no Interesse Público

Eixo HorizontalContextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

Page 22: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Uma nova-vanguarda (a partir do anos 60) procurou manter estes eixos numa coordenação crítica:

-procurou que a dimensão histórica da arte fosse aberta às possibilidades do presente:

-desenvolvendo o eixo horizontal ou a dimensão social da arte

-inserindo no trabalho criativo-a abertura para outros eixos verticais e outras

dimensões históricas-com base:

-num valor de interesse, provocado pelo testar dos limites culturais do presente

-em problemas discursivos à volta da arte

Arte no Interesse Público

Eixo HorizontalContextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

Page 23: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

O eixo horizontal é disposto no espaço-e move-se de debate em debate, tantos quantos os locais para a

obra

A expansão horizontal promove-os locais e as audiências no interior da arte e da teoria

-O que implica:

Arte no Interesse Público

Eixo HorizontalContextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

Page 24: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-falar de arte e cultura num campo expandido da sociedade

-deixando para trás as distinções intransponíveis de alta e baixa tanto para a arte como para a cultura

-afirmar que o valor dos cânones não é um a priori

-afirmar que o especialismo não deve ser afastado (sob o rótulo de elitismo)

-colocar em igual responsabilidade o artista e o observador

-de projecto para projecto cada um deverá aprender em profundidade o discurso e as representações

Arte no Interesse Público

Eixo HorizontalContextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

Page 25: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-Contextualização no interior da “Arte Pública”

-Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

-A modernidade em questão

-A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”

Arte no Interesse Público

Page 26: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

No projecto da modernidade, podemos distinguir duas formas de conhecimento:

-o conhecimento-regulação, -cujo ponto de ignorância se designa por caos -e cujo ponto de saber se designa por ordem,

-e o conhecimento-emancipação, -cujo ponto de ignorância se designa por colonialismo -e cujo ponto de saber se designa por solidariedade.

Arte no Interesse Público

A modernidade em questão

Page 27: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Apesar de estas duas formas de conhecimento -estarem ambas inscritas na matriz da modernidade

eurocêntrica, -o conhecimento-regulação veio a dominar totalmente o

conhecimento-emancipação.

Isto deveu-se ao modo como a ciência moderna -se converteu em conhecimento hegemónico -e se institucionalizou como tal.

Arte no Interesse Público

A modernidade em questão

Page 28: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Nesta forma de conhecimento-emancipação, -a ignorância é o colonialismo

-e o colonialismo é a concepção do outro como objecto, -e, consequentemente, o não reconhecimento do outro

como sujeito. -o conhecer é reconhecer, é progredir

-no sentido de elevar o outro -da condição de objecto à condição de sujeito.

Arte no Interesse Público

A modernidade em questão

Page 29: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Estamos tão habituados a conceber o conhecimento -como um princípio de ordem

-sobre as coisas -e sobre os outros

-que é difícil imaginar uma forma de conhecimento que funcione como princípio de solidariedade.

Arte no Interesse Público

A modernidade em questão

Page 30: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-Contextualização no interior da “Arte Pública”

-Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

-A modernidade em questão

-A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”

Arte no Interesse Público

Page 31: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-Activismo Sócio-Cultural

-O Artista está ao lado do Outro Comunitário

-A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva

Arte no Interesse Público

A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 32: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-Activismo Sócio-Cultural

-O Artista está ao lado do Outro Comunitário

-A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva

Arte no Interesse Público

A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 33: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

É uma forma de trabalhar que se assemelha à actividade social e política

-distinguindo-se pela sensibilidade estética

-não é apenas sobre o tema / o local para a arte -mas sobre a expressão estética de um sistema de

valores activado

Arte no Interesse Público

Activismo Sócio-Cultural A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 34: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

A “Arte no Interesse Público”-é uma História alternativa à “Arte Pública”, feita no

desaguar dos desenvolvimentos de vários grupos de vanguarda-feministas / étnicos / marxistas / artistas dos

media / outros activistas-cujos interesses comuns são

-políticas de esquerda-activismo sócio-cultural-públicos redefinidos -relevância das comunidades-metodologia colaborativa

Arte no Interesse Público

Activismo Sócio-Cultural A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 35: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-Activismo Sócio-Cultural

-O Artista está ao lado do Outro Comunitário

-A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva

Arte no Interesse Público

A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 36: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

A comunidade/público são constitutivos do lugar-portanto, o artista é sensível aos assuntos, necessidades e

interesses comunitários-o artista está ao lado do Outro Comunitário (numa

relação de reciprocidade)-e não funcionando como patrono ideológico

Interessa a reflexão sobre as consequências e os efeitos reais das obras

-no contexto comunitário

Arte no Interesse Público

O Artista está ao lado do Outro Comunitário A ‘Arte no Interesse Público’ assenta no compromisso social

Page 37: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

O que o artista faz é procurar elaborar dispositivos estéticos para

-canalizar vontades-proporcionar encontros

-intervindo no devir comunitário-transformando as interacções humanas num

espaço de acção contextualizado

Arte no Interesse Público

O Artista está ao lado do Outro Comunitário A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 38: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-Activismo Sócio-Cultural

-O Artista está ao lado do Outro Comunitário

-A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva

Arte no Interesse Público

A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 39: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

As obras: -servem como protótipos de relações entre

-trabalho artístico-ampla variedade de problemáticas culturais,

sociais e políticas-desenvolvem processos de colaboração e diálogo

-socialmente comprometido-conscientemente reflexivo

-proporcionam uma experiência transformativa-transformam o trabalho-e transformam os participantes

Arte no Interesse Público

A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 40: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

As relações de poder (implícitas na obra) são expostas no processo de criar

-pretende-se encontrar formas-não para educar audiências para a arte-mas para construir estruturas de partilha de

poder no fazer da arte e da cultura

Arte no Interesse Público

A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 41: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

O conteúdo da obra define os seus agrupamentos ao mesmo tempo que é definido por estes

-Os agrupamentos proporcionam-influências recíprocas-opções de encontro

-produzindo uma abordagem fluida e de processo-orientado

Arte no Interesse Público

A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 42: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

O Problema é conseguir um modo de relação dialógico, -uma negociação entre os diferentes participantes da

situação

Arte no Interesse Público

A Obra como um Protótipo de Partilha EfectivaA “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 43: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Esta arte de compromisso social projecta uma forma de sociedade

-um projecto partilhado com outros que não são artistas, trabalhando de diferentes maneiras e em diferentes contextos

A obra de arte é acedida em parte pelo seu relacionamento com as proposições sociais colectivas que subscreve

-a arte torna-se uma declaração de valores tal como uma reflexão sobre os modos de ver

Arte no Interesse Público

A Obra como um Protótipo de Partilha Efectiva A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

Page 44: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

-Contextualização no interior da “Arte Pública”

-Contextualização numa perspectiva mais geral da produção artística

-A modernidade em questão

-A “Arte no Interesse Público” assenta no compromisso social

-Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”

Arte no Interesse Público

Page 45: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

1-“Mera Vista Point”, em São Paulo, no ano de 2002, por Maurício Dias e Walter Riedweg

2-“Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público”, em Nuremberga, no ano de 2000, pelo colectivo WochenKlausur

Arte no Interesse Público

Dois exemplos de “Arte no Interesse Público”

Page 46: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Largo da Concórdia do Bairro Brás de São Paulo, 2002-uma das maiores concentrações de Vendedores de Rua do Brasil.

Arte no Interesse Público

Mera Vista Point Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

Page 47: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Trinta e três vídeos de um minuto de duração sobre e com os trinta e três vendedores de rua do Largo da Concórdia do Bairro Brás.

Os vendedores falam sobre os produtos que vendem-miniaturas diversas, imitações, objectos kitsh: coisas baratas,

a maioria das quais custavam um real-essas coisas reflectiam a percepção da população proletária

muito condicionada pelos meios de comunicação de massas.

Arte no Interesse Público

Mera Vista Point Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

Page 48: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

São coisas pequenas, baratas e coloridas, e também bastante feias e inúteis,

-mas que imitam ou aludem aos produtos originais divulgados pelos meios.

As classes mais baixas de uma sociedade, diante da propaganda, recriam imitações desses produtos e consomem-nos, convertendo-os em uma espécie de moda de massas, um culto do kitsh

-Ferraris vermelhos de plástico como o que tem o Ronaldinho, ou toalhas de praia com a Tiazinha.

Esses vídeos de um minuto formavam parte de uma instalação no interior da praça ao longo de dois meses.

Arte no Interesse Público

Mera Vista Point Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

Page 49: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

No interior das tendas elevou-se uma torre de seis metros que era uma outra espécie de tenda que serviu de bar (vendia cafés, cerveja, bolos, pratos preparados e cartões de telefone)

-funcionava também como um vídeo-bar

Formava o ponto central do projecto-ao meio-dia serviam-se almoços e aos fins de semana

celebravam-se animados bailes de forró até altas horas da noite-dele se podia ver toda a praça,

-com os pés aproximadamente à altura das lonas

das tendas.

Arte no Interesse Público

Mera Vista Point Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

Page 50: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Sobre a rede de lonas de diversas cores que cobre todas as barracas da praça,

-foram colocadas trinta e três lonas impressas com os retratos a preto e branco dos trinta e três vendedores que participaram no projecto.

Colocaram-se monitores no interior de cada tenda dos vendedores participantes

-cada monitor exibia o vídeo feito no local de cada vendedor -os vendedores puderam ficar no final com o televisor e o

vídeo utilizados uma vez finalizada a exposição.

Arte no Interesse Público

Mera Vista Point Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

Page 51: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Fez-se cópias dos vídeos e estas foram distribuídas pelas tendas -não estavam à venda, mas serviam de incentivo para

aumentar as vendas e não como um produto artístico-quem gastar mais de trinta reais em produtos do

vendedor, recebia um vídeo.

O vídeo introduziu-se como um incentivo no mercado local, não só como um produto artístico.

Desta maneira, a intervenção abarcou também um contexto económico no seu processo. As vendas incrementaram-se consideravelmente durante esse período.

Arte no Interesse Público

Mera Vista Point Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

Page 52: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

O grupo WochenKlausur lida com o tópico da mediação no que respeita a conflitos abertos em Nuremberga.

Engenhosas discussões foram criadas em situações -onde as negociações não eram possíveis -ou onde as disputas se tornaram emocionalmente

carregadas.

Arte no Interesse Público

Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

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Page 53: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

Partidos e organizações de uma ampla diversidade de campos reuniram-se para discutir em três pavilhões construídos em localizações centrais de três cidades de Nuremberga

-A duração dos encontros era limitada num tempo aproximado de duas horas

-fez-se um total de trinta e dois encontros-condicionados na maior parte das vezes a dois

participantes e um mediador-muitos dos participantes encontraram-se pela

primeira vez-os encontros foram sempre fechados ao público

-o qual, no entanto, foi colocado ocorrente.

Arte no Interesse Público

Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

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Page 54: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

O dono de uma agência de viagens turca, por exemplo, discutiu políticas regionais em relação aos estrangeiros e as declarações dúbias prestadas pelos políticos da União Social-Cristã com um seu jovem representante.

Membros da sociedade de estudantes de ultra-direita falaram com jovens punks.

O responsável da cidade de Nuremberg pelos Assuntos Legais reuniu com o Director de uma organização que assiste as pessoas que procuram asilo para discutir o assunto da decisão discricionária da “prática de deportação”.

Arte no Interesse Público

Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

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Page 55: Barreiro | Artesfera - N úcleo de Artes Plásticas Encontro “Arte e Local”

As séries de iniciativas continuadas, a discussão dos participantes e a sua resposta positiva

-levou o WochenKlausur a desenvolver uma estrutura para a continuação das discussões.

-Factores essenciais podem ser identificados-a remoção dos conflitos prévios partidários do

seu contexto usual-a noção de espaço de conflito-a presença dos media.

Arte no Interesse Público

Intervenção para melhorar a Conduta do Debate Público Dois exemplos de ‘Arte no Interesse Público’

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