newsletter artesfera- associação de artes plásticas do barreiro
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Publicação trimestral sobre artes plásticasTRANSCRIPT
NEWSLETTER DA ARTESFERA
A Artesfera – Associação de Artes Plásticas do Barreiro apresenta a sua Newsletter.
O objetivo principal desta publicação é o de fornecer informação sobre a agenda de atividades da associação e divulgar o trabalho dos seus sócios ao público. Os sócios da Artesfera poderão contribuir para esta newsletter enviando os seus textos sobre arte, divulgando o seu trabalho e indicando o calendário das suas exposições. Participem nos variados cursos de formação do Núcleo de Artes plásticas que a Artesfera
disponibiliza. Tornem-se nossos sócios e terão vantagens nas inscrições dos cursos e em eventos da Artesfera ( participação em exposições), vejam as condições no site .
Partilhem connosco o vosso trabalho artístico! Manuela Sobral
ASSOCIAÇÃO DE ARTES PLÁSTICAS DO BARREIRO N.º1 / abril a junho 2015
AGENDA ARTESFERA
“PASSEIOS COM ARTE” : Visita Évora (Pré-Histórica) a 30 de maio. Visita guiada com Conceição Silveira. Os interessados é favor contactar o e-mail da Artesfera : [email protected]
- Participação da Artesfera no dia B – 6 de junho;
- ASSOCIA ARTES Solar dos Zagallos, Almada—III Bienal de Artes Plásticas do Distrito de Setúbal—20 de junho a 13 de setembro . Os sócios serão informados por e-mail dos elementos a apresentar para a sua participação.
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FORMAÇÃO ARTÍSTICA - Inscrições Abertas ! Ver página 8
A Arte e a relação
Com a arte estética adquiriu-se a estabilidade do objeto e consequentemente a
estabilidade do sujeito. Com as vanguardas da primeira metade do século XX o objeto
entra em crise, a arte expande-se, e como referiu Mário Perniola, a estética (no seculo
XX) pretendeu ser muito mais que a teoria filosófica do belo e bom gosto , interrogou-se
sobre o sentido da existência, confrontou-se com todos os grandes problemas da vida
individual e coletiva e do quotidiano.
As décadas 60 e 70 do século XX são marcadas pelo conceito da desmaterialização do
objecto artístico (Lucy Lippard), como seja as artes do espaço, conceptual e
performativas, o conceito do sublime em Lyotard e da inestética em Allan Badiou, a
estética da vida adquire um valor político e as artes integram um valor mediático e
comunicativo. Como oposição à desmaterialização, surgem no fim dos anos 70,
intenções para uma tendência de re-materialização,
o retorno do real, ou seja integrar objetos de
fisicalidade assumida nos processos artísticos. Estas
foram as experiências a que muitos artistas
recorreram e que caracterizam o recentramento da
arte na atualidade, principalmente a partir da década
de 80 do séc.XX, provocando o descontrole e
excessos na utilização da imagem e do objeto. Os
artistas da década de 90 impõem-se com uma arte que altera a atitude do artista em
relação à comunicação que estabelece com o público. Sem estarem já preocupados
com o “especto visual mediático” da geração de artistas dos anos 80, elegem como a
sua principal preocupação transformar o espectador num interlocutor direto; estes
artistas “privilegiam o contacto e a tactilidade…a imediatidade da escrita
plástica” (Bourriaud, 2001:45). A interação e a intersubjectidade, nestes artistas, não
são apenas dispositivos teóricos ou complementos à sua prática artística. como em
anteriores gerações de artistas, elas constituem-se como o principal motor da sua
atividade, inauguram qualquer diálogo e relações que posteriormente se estabelecem
entre a obra e o espectador.
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Sobre arte … Francisco Palma
Estes artistas pretendem propor uma alternativa ao pensamento autoritário e
depressivo, assumindo-se como um interstício social que atua no interior das
experiências abrindo a “novas possibilidades de vida”, criando estratégias de
emancipação, de pluralidade e de comunicação. Outra das propostas que a arte
relacional integra é o seu carácter de arte colaborativa e de contratos, propondo as suas
obras como momentos de sociabilidade, como objetos produtores de sociabilidade.
A arte relacional abre caminho a uma tendência
da arte contemporânea, a que já Lucy Lippard
tinha chamado de contexto, ou seja exigir ao ato
artístico que se torne parte do contexto em que
decorre. Paul Ardenne em 2002 aproxima-se
deste conceito, designando como arte
contextual a arte que abandonando o museu já
não é expressamente concebida para este e pode
aderir ao mundo, valorizando o processo artístico
na vida quotidiana, no espaço e na esfera
pública. Sobre a qualidade da arte pública escreveram também Claire Bishop e Grant
H.Kester na revista Artforum em 2006.
A urgência na necessidade de aproximação da arte ao mundo, foi o que levou Bragança
de Miranda a proferir recentemente uma conferência, que chamou de “A viragem da
arte contemporânea para a relação”, afirmando que esta viragem abre novas
possibilidades de rearticular toda a história, que o contemporâneo pode ser dividido, sem
ser abandonado, e que a «relação» pode ser configurada, para além do controlo da
técnica ou da propriedade”.
Francisco Palma
Imagem: Projecto de Arte Relacional, Colectivo Artymaña, Argentina, 2012
Sobre arte … Francisco Palma
“A viragem da arte contemporânea
para a relação”, abre novas
possibilidades de rearticular toda a
história, que o contemporâneo
pode ser dividido, sem ser
abandonado, e que a «relação»
pode ser configurada, para além do
controlo da técnica ou da
propriedade.”
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A arte de … Carlos Ribeiro
This is beautiful
Marcel Duchamp desviou a arte da retina transferindo-a pra a mente. As vanguardas
do séc. XX, no seu frenesim experimental, retiraram a Beleza da equação (I have a mad
and starry desire to assassinate beauty…! Tristan Tzara). Arthur C. Danto, no seu livro
The Abuse of Beauty – Aesthetics ant the Concept of Art, afirma que no processo de
abandono da beleza a arte se aproximou da
Filosofia e dela se impregnou.
This is beautiful” (ver web page https://
ribacaso.wordpress.com/) investiga o
confronto do conceito de Belo, ainda herdeiro
do Romantismo, e presente apesar de tudo, na
expressão do “gosto” contemporâneo, com a
utilização de materiais como sacos de plástico,
embalagens, serradura, sobras de madeira,
areia, e um sem número de objectos
encontrados na rua ou em qualquer outro lugar, aparentemente seus (do Belo)
inimigos. Poderá a Beleza habitar estes materiais? possível produzir obras, a partir de
materiais desprovidos de estética, que participem do Belo, como diria Platão? O que é
a beleza? Um conceito estático, imutável, independente de imperativos culturais,
étnicos e históricos? Qual a relação da Beleza com o “gosto”? É o Belo universal?
Atraem-me os materiais que, abandonados ao seu destino, pela acção dos elementos,
num processo que não controlo, adquirem cores, texturas e formas que lhes conferem
um poder que me leva a recolhê-los. Gosto da memória que transportam consigo, da
pátina que lhes confere uma dimensão antropológica. Atrai-me a ausência de
“nobreza”, a desqualificação de que são portadores. E, talvez ainda mais paradoxal, a
sua beleza.
Este apelo a que respondo possui, necessariamente, um substrato teórico, que labora
em cima da relação categorial harmonia/beleza, composição/matéria, conceito/
objecto. Existe no entanto uma força, dificilmente racionalizável, e que gosto de
A arte de… Carlos Ribeiro
reputar de visceral e atávica, porque a experiencio desta forma, que me impele ao
trabalho artístico com os mais enjeitados dos materiais.
Pelas características dos materiais usados e pelo uso de texturas e cores que carregam
o efeito da acção do tempo (cronológico), do vento e da chuva, do frio e do calor,
procuro gerar uma sensação de inarmonia. No entanto, a disposição dos materiais na
tela, obedece a princípios de composição num jogo de desequilíbrio/equilíbrio
dissonâncias/harmonia, como acção de interpelação, provocação ou qualquer outro
estímulo que possa levar o observador a parar em frente ao objecto.
A moldura é, tradicionalmente, a forma de
valorizar a obra de arte, num determinado
contexto de decoração. Nascida nas igrejas,
chega às telas (invenção veneziana) no
Renascimento, que “alimentou” as casas dos
burgueses enriquecidos pelo comércio, com
pinturas de extraordinária beleza. O detentor
da obra encomenda a mais valiosa das
molduras, contornando a tela a “ouro”
participando activamente na legitimação da
obra de arte. A moldura e a obra estão de tal maneira interligadas que, mesmo num
contexto museológico, é dela parte integrante e inseparável.
Qual o papel da moldura? Como convive com os sacos de plástico, embalagens, areia e
pedaços de madeira que habitam as minhas peças?
Carlos Ribeiro 2015
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Seja sócio da Artesfera e
divulgue aqui o seu trabalho!
Exposição Colectiva de Pintura da Artesfera- Galeria Santa Bárbara – Barreiro
Foi inaugurada no passado dia 14 de fevereiro, na Galeria Santa Bárbara, na Rua Gay Lussac 9-10 no Barreiro, a Exposição Colectiva de Pintura da Artesfera. Marcaram presença nesta exposição os seguintes artistas plásticos: Adozinda Silva, Carlos Ribeiro, Conceição Silveira, Celeste Beirão, Fátima Romão, Francisco Palma, Isabel Seruca, Luis Nolasco Lima, Manuela Sobral, Pedro Miranda da Silva e Ricardo Coxixo. Esteve patente ao publico até ao dia 28 de fevereiro.
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Visita às “Casas Pintadas” em Évora
No passado dia 24 de janeiro decorreu uma visita a Évora orientada pela nossa Sócia Conceição Silveira.
Évora apresenta-se como um lugar privilegiado na área da pintura mural erudita dos séculos XVI e XVII. O Palácio dos Condes de Basto e a Casa de Afonso de Albuquerque, conhecidas como casas pintadas, foram os locais visitados, onde este património foi recentemente restaurado.
Além da pintura portuguesa sobre madeira presente no Museu de Évora foi ainda visitado o Palácio da Inquisição e a Sé de Évora onde a pintura presente é de todo, uma jóia do património português daquela época áurea.
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Aconteceu...
Sugestões...
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O fotógrafo brasileiro
Sebastião Salgado
vai mostrar cerca de
250 imagens na
exposição "Génesis",
dedicada à natureza,
entre 8 de abril e 02
de agosto, no
Torreão Nascente da
Cordoaria Nacional,
em Lisboa. Curadoria
de Lélia Wanick
Casa da Cerca—Almada
A Viagem do Dragoeiro, de Rosa Reis Acervo de Arte da Casa da Cerca—Capela até 26 de julho de 2015
Monólito, de Pedro Vaz
até 26 de maio de 2015 Galeria do Pátio e Jardim Botânico
Fundação Calouste Gulbenkian
Centro de Arte Moderna—CAM -até 31 de maio de 2015 -Bernard Frize—”Isto é uma Ponte” -Miguel Ângelo Rocha— “Antes e Depois”
-Arshile Gorky e a Coleção—Curadoria: Isabel Carlos, Ana Vasconcelos, Leonor Nazaré e Patrícia Rosas
-Modernidades: Fotografia Brasileira (1940-1964) - até 19 abril
Museu coleção Berardo
Palmeiras Bravas—Pedro Barateiro— Curadoria: Pedro Lapa—até 24 maio 2015
Museu Nacional de Arte contemporânea do Chiado
HYBRIDIZE OR DISAPPEAR
CECILE B EVANS | NEIL BELOUFA | ANTOINE CATALA | DIOGO EVANGELISTA | OLIVER LARIC | SHANA MOULTON | KATJA NOVITSKOVA | LAURE PROVOUST | MAGALI REUS—Curadoria: João Laia—De 09 abril a 24 de maio ( Inauguração dia 9 de abril pelas 19 h)
TESOUROS DA FOTOGRAFIA PORTUGUESA DO SÉCULO XIX
Curadoria: Emília Tavares e Margarida Medeiros—De 15 de abril a 28 de junho ( Inauguração 15 de abril pelas 19 h) - Piso 1 e 2
SOUSA LOPES 1879-1944. EFEITOS DE LUZ
ADRIANO SOUSA LOPES—Curadoria: Maria de Aires Silveira e Carlos Silveira - De 15 de julho a 7 de novembro—Piso 3
Agenda dos Sócios : Nesta página pode divulgar as datas das suas exposições !
Mande a sua informação para [email protected]
A Artesfera é uma associação não lucrativa. São bem-vindas as contribuições de
organizações, instituições e empresas interessadas em contribuir para a promoção da arte
no Concelho do Barreiro. Os promotores da Artesfera terão direito a publicidade na
newsletter da Artesfera. A Artesfera tem apoio da CMB para desenvolver as suas atividades
no Concelho.
Aviso aos sócios: Estão em pagamento as quotas de 2015!
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Informações…
Cursos de Pintura, Escultura, Desenho, Técnicas mistas, Temas e paradigmas da
Arte Contemporânea e Desenho e Montagem de Exposições.
Para mais informações enviar e-mail para
[email protected] ou consultar
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Instalações do Nucleo de Artes Plásticas:
Parque da Cidade—Edifício Américo Marinho—Barreiro
Formação no Núcleo de Artes Plásticas
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