barreiras arquitetÔnicas em escolas de ipiranga do...
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FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO
JURUENA - AJES
PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EM SAÚDE
BARREIRAS ARQUITETÔNICAS EM ESCOLAS DE IPIRANGA DO NORTE – MT
CRISTIANE PAULA PAPINI
ORIENTAÇÃO:MS. CYNTHIA CÂNDIA CORRÊA
LUCAS DO RIO VERDE/2011
FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO
JURUENA - AJES
PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO EM SAÚDE
BARREIRAS ARQUITETÔNICAS EM ESCOLAS DE IPIRANGA DO NORTE – MT
CRISTIANE PAULA PAPINI
ORIENTAÇÃO:MS. CYNTHIA CÂNDIA CORRÊA
Trabalho apresentado como
exigência parcial para a
obtenção do título de
Especialista Gestão em Saúde.
LUCAS DO RIO VERDE/2011
DEDICATÓRIA
Ao homem da minha vida, meu marido
Doglas Lampugnani e meus familiares.
Vocês são muito especiais amo vocês.
RESUMO
Este estudo tem como objetivo demonstrar as condições em que se
encontram as escolas públicas do município de Ipiranga do Norte-MT, observando
se suas instalações prediais estão aptas, para receber pessoas portadoras de
necessidades especiais, principalmente os usuários de cadeiras de rodas, sendo
que as duas escolas possuem alunos cadeirantes que necessitam de livre acesso
para os ambientes. Sendo assim as duas escolas foram submetidas a uma análise
observacional, quantitativa (pesquisa que utiliza instrumentos estruturados, como
questionários), onde foram avaliados os ambientes, através de um roteiro que teve
como base itens subtraído da Norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) NBR 9050: 2004 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaço e
equipamentos urbanos. Dando assim ênfase ao acesso principal, nas salas de aula
e banheiros. Durante as visitas verificamos que as instalações não estão adaptadas
para receber os portadores de necessidades especiais, em especial os usuários de
cadeiras de rodas, porque limitam as pessoas a restritos lugares, e prejudicam sua
liberdade de ir e vir, e principalmente permanecer nos locais, devido aos espaços
não estarem com as medidas adequadas.
PALAVRA CHAVE: Inclusão, Deficiente Físico, Barreiras Arquitetônicas.
ABSTRACT
In this article we Will go to present the conditions where if they find the public
schools of Ipiranga do Norte city, observing if installations are able to receive people
carrying from special necessities, mainly the users of chair of wheels. The two
schools had submitted to na observational, quantitative and qualitative analyze that
had evaluated environments, through a acript that had as base items get from the
ABNT norm (Bazilian Association of Norms Techniques) NBR 9050: 2004 –
Accessibility of constructions, furniture, spaces and urbanism equipment. Giving with
this emphasis the main Access, classroom and bathroom.
Durring the visits we had verified that the installations are not adapted to
receive the deficient, in special the esers of chair of wheels, therefore these spaces
limit the deficient to acess restricted places, besides harming its freedom of
movement, and mainly to remain in the places, without that they suffer some
embarrassing type moral or social, guaranteeing and freedom and independence.
KEYWORDS: Inclusion, Deficient Physicist, Architectural
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................7
REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................9
1.1 Barreiras Arquitetônicas......................................................................................9
1.2 Portadores de deficiência física........................................................................10
1.3 Normas da ABNT................................................................................................11
1.4 Inclusão Social...................................................................................................12
1.5 Portadores de Necessidades Especiais e suas Legislações.........................13
1.6 Dificuldades Educacionais da criança Deficiente...........................................15
CAPITULO II- METODOLOGIA.................................................................................17
CAPITULO III – ANALISE E DISCUSSÃO DE DADOS............................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................26
REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO .......................................................................... 32
INTRODUÇÃO
Este estudo demonstra a qualidade da estrutura das escolas visitadas no
município de Ipiranga do Norte-MT, bem como a quantidade de adaptações
presentes nos ambientes educacionais, analisando se estão aptas a receber
deficientes ou mesmo pessoas com dificuldades de locomoção, todos os espaços
físicos foram avaliados detalhadamente.
Um espaço construído, quando acessível a todos, é capaz de oferecer
oportunidades igualitárias a todos seus usuários. No entanto, a maioria das cidades
é construída e modificada desconsiderando vários dos diversos tipos humanos que
habitam estes ambientes construídos. A dificuldade de acesso, ao contrário do que
muitos imaginam, não se restringe apenas aos usuários de cadeira de rodas.
Existem aqueles que possuem mobilidade reduzida temporária, gerada por fatores
como idade, gravidez, deficiência auditiva ou visual.
Os portadores de necessidades especiais precisam de ambientes com
adaptações que viabilizem a sua autonomia e liberdade de ir e vir, e principalmente
de permanecer nas escolas, sem a necessidade de um acompanhante, para auxiliar
em tarefas como se locomover pelos edifícios e suas dependências, tornando seu
convívio e a permanência nos locais, mais independentes. Por isto o portador de
necessidades especiais deve ser incluso desde cedo no maio social e escolar, para
que todos aprendam a conviver e superar as suas diversidades.
O principal motivo deste estudo é coletar dados para repassar para a
Secretaria Municipal de Educação para que esta juntamente com sua equipe realize
as adaptações necessárias para proporcionar condições estruturais para os
portadores de necessidades especiais, para que os mesmos tenham melhores
condições de se locomoverem.
O objetivo geral desse estudo é demonstrar as condições em que se
encontram as escolas públicas do município de Ipiranga do Norte-MT.
O objetivo específico é observar se suas instalações prediais estão aptas,
para receber pessoas portadoras de necessidades especiais, principalmente os
usuários de cadeiras de rodas sendo que as duas escolas possuem alunos
cadeirantes que necessitam de livre acesso para os ambientes.
Sendo assim as duas escolas foram submetidas a uma análise observacional,
quantitativa (pesquisa que utiliza instrumentos estruturados como questionários),
onde foram avaliados os ambientes, através de um roteiro que teve como base itens
subtraído da Norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR
9050: 2004 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaço e equipamentos
urbanos. Dando assim ênfase ao acesso principal, nas salas de aula e banheiros.
CAPÍTULO I
REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Barreiras Arquitetônicas
São várias as nomenclaturas utilizadas para definir as pessoas que possuem
algum tipo de deficiência, porém, na Legislação Brasileira o termo deficiência foi
conceituado através do decreto federal n°. 3.298 em 20 de dezembro de 1999, que
regulamenta a Lei n°. 7.853, de 24 de outubro de 1989, denominado:
Pessoas portadoras de deficiência como indivíduos que apresentam, em caráter permanente, perdas ou anormalidades de suas estruturas ou funções psicológicas, fisiológicas ou anatômicas, que regem incapacidade para o desempenho da atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano.
Apesar das leis serem rígidas e estarem regulamentadas, existem ainda
barreiras de incompreensão e desinformação, que impedem ou dificultam estas
pessoas de serem inclusas na sociedade e usufruírem de seus direitos. Desta forma,
os portadores de necessidades especiais, apresentam dificuldades em participar do
mercado de trabalho, e terem seus direitos preservados quando se trata de saúde,
lazer e educação, não conseguindo demonstrar sua capacidade de produção,
podendo muitas vezes ser taxadas como incapazes ou inválidos. Os portadores de
necessidades especiais, não enfrentam somente dificuldades burocráticas, mas
também, sociais, culturais e ambientais, que os levam ao isolamento e exclusão.
Estudiosos estão debatendo sobre a inclusão dos alunos portadores de
deficiência nas escolas de ensino regular, com isto outro tema de grande
importância é levantado, o de realizar adaptações nos espaços prediais, os adequar
para receber estes alunos, evitando uma nova forma de exclusão. Contudo o aluno
deve ser incluso em locais que tenham as adaptações físicas necessárias à sua
independência e individualidade, e se faz necessário qualificar os professores para
que estes possam auxiliar na formação e no crescimento dos seus educando.
Seguindo o principio de Mantoan (1998), observa-se que a qualidade da educação
deve ser valida para todos os alunos, e o ensinar deve-se adequar à
heterogeneidade dos aprendizes.
Segundo a Norma Brasileira 9050 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT/NBR 9050, 1994), promover a acessibilidade no ambiente
construído é proporcionar condições de mobilidade, com autonomia e segurança,
eliminando as barreiras arquitetônicas e urbanísticas nas cidades, nos edifícios, nos
meios de transporte e de comunicação. Isto constitui um direito universal resultante
de conquistas sociais importantes, que reforçam o conceito de cidadania.
Um espaço construído, quando acessível a todos, é capaz de oferecer
oportunidades igualitárias a todos seus usuários. No entanto, a maioria das cidades
é construída e modificada desconsiderando vários dos diversos tipos humanos que
habitam estes ambientes construídos. A dificuldade de acesso, ao contrário do que
muitos imaginam, não se restringe apenas aos usuários de cadeira de rodas.
Existem aqueles que possuem mobilidade reduzida temporária, gerada por fatores
como idade, gravidez, deficiência auditiva ou visual.
1.2 Portadores de deficiência física
Os portadores de deficiência física são chamados, segundo a Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, de ambulatoriais, podendo ser classificados
como parciais ou totais. Os parciais são aqueles que se movimentam com
dificuldade ou insegurança, usando ou não aparelhos ortopédicos e próteses. Dentre
esses, se encontra os hemiplégicos, amputados, pessoas com insuficiência cardíaca
ou respiratória, aquelas que levam cargas pesadas ou volumosas, os que levam
criança pequena nos braços, engessados ou com vendas, convalescentes de
doenças ou intervenções cirúrgicas, anciões e pessoas afetadas por doenças
ou malformações que os impeçam de caminhar normalmente.
Os portadores ambulatoriais totais são aqueles que utilizam, temporariamente
ou não, cadeiras de rodas e incluem paraplégicos, tetraplégicos, hemiplégicos,
amputados, e pessoas afetadas fortemente por doenças e malformações que as
impossibilitam de andar.
Existem ainda os deficientes sensoriais, onde se enquadram os deficientes
visuais e auditivos. Todos possuem necessidades específicas que, quando não
supridas, limitam a execução de suas atividades, seus fluxos de convívio e sua
qualidade de vida.
Segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE, em 2000 o Brasil possuía 8,56% da população composta de
idosos, a perspectiva de vida era de 65 anos, e 14,5% da população era composta
de portadores de deficiência permanente. Somando essas duas parcelas, chega-se
à conclusão que aproximadamente 23% da população brasileira encontramos-se
neste grupo de pessoas com sérias dificuldades de locomoção. Sem contar as
pessoas portadoras de diversos tipos de deficiência sensorial, deficiência física
temporária, os obesos e pessoas de estatura fora da média.
Estes dados vêm demonstrar o impacto social decorrente de iniciativas que
visem à promoção da acessibilidade ao espaço habitado no território brasileiro.
Como resultado desse alcance social e da consolidação dos direitos das pessoas
portadoras de deficiência, surge primeiramente a Lei nº 7853/89, regulamentada
pelo Decreto 3298/99, que estabeleceu os preceitos fundamentais e os princípios de
igualdade e não discriminação entre os cidadãos brasileiros.
Mais recentemente, surgiu a Lei n° 10.048, de 8 de Novembro de 2000, que
dispõe sobre prioridade de atendimento e outras providências às pessoas
portadoras de algum tipo de deficiência. Posteriormente, a Lei n° 10.098, de 19 de
Dezembro de 2000, estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida,
mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no
mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e
de comunicação.
1.3 Normas da ABNT
A Associação Brasileira de Normas Técnicas formulou normas específicas
para acessibilidade, fundamentadas nos referidos instrumentos jurídicos, que vêm
apoiar a execução de projetos que objetivem a realização de intervenções
arquitetônicas urbanísticas e nos meios de transportes, por parte dos diferentes
agentes políticos da sociedade. Estas normas são:
- NBR 9050:1994 – Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência a
edificações,
espaço, mobiliário e equipamento urbanos.
- NBR 13994:2000 – Elevadores de passageiros – Elevadores para transporte de
pessoa portadora de deficiência.
- NBR 14020:1997 – Transporte – Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência
- NBR 14021:1997 – Transporte – Acessibilidade à pessoa portadora de
deficiência.
- NBR 14022:1997 – Transporte – Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência
em ônibus e trólebus, para atendimento urbano e intermunicipal.
- NBR 14273:1999 – Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência no
transporte aéreo comercial.
Apesar da legislação existente e do conjunto de normas disponíveis, observa-
se que a maioria dos Estados brasileiros não atende às necessidades da
acessibilidade de maneira eficaz. Poucas são as edificações acessíveis existentes.
Ainda que muito necessite ser feito para que pessoas com deficiência tenham seus
direitos plenamente respeitados pela sociedade brasileira, são visíveis, nos dias
atuais, o aumento da participação social dos mesmos. Nomeadamente um número
cada vez maior de pessoas com deficiência está na escola e realizando com êxito
seus estudos, apesar dos dados recolhidos pelo Censo 2000 apontarem que entre
aqueles que apresentam deficiências severas, 25% ainda está excluído do processo
de escolarização. Algum, infelizmente, não tem os seus direitos assegurados e
necessitaram recorrer ao Ministério Público para que tal ocorresse com situação de
igualdade com os demais candidatos. Quase sempre a plena acessibilidade esteve
comprometida. Ou seja, entraves ou obstáculos limitaram ou impediram o acesso à
informação ou aos espaços onde a mesma se encontrava.
Assim, para tais situações não se repitam, os locais devem estar preparados
para incluir alunos surdos, cegos, ou com outro tipo de deficiência, buscando,
aponta, a transformação das atitudes, do comportamento, da administração, do
atendimento e da organização físico-espacial do espaço arquitetônico e urbano.
Pretendendo assim, contribuir para viabilizar o direito constitucional de
acessibilidade aos usuários e contribuir para a inclusão social de uma parcela
significativamente grande da população brasileira. Acredita-se, na qualidade de
instituição de ensino, deve ser um agente inclusivo da sociedade e considerá-la sem
discriminação ou segregação de qualquer natureza. E, mais importante, objetiva
proporcionar um importante efeito multiplicador desse tipo de ação, tanto no âmbito
das instituições públicas, como no seio da comunidade em geral. Para fomentar
esse efeito multiplicador.
O ambiente construído, não pode constituir-se num espaço de exclusão
social, ao contrário, devem representar um espaço de integração e convivência,
permitindo a todos os indivíduos sua livre utilização. Projetar e construir ambientes
sem Barreiras Arquitetônicas e oferecer a Acessibilidade é um conceito que deve
abranger todo tipo de edificação e espaço urbano, além de dar respostas às
necessidades de todos os cidadãos que tenham ou não qualquer tipo de deficiência
física. Seguindo este raciocínio, o espaço educacional deve por princípio de
igualdade ser acessível a todos, principalmente numa unidade educacional voltada
ao atendimento de pessoas. Portanto, é importante eliminar barreiras arquitetônicas,
propondo as correções nos diversos ambientes existentes, de acordo com as
Normas Técnicas da ABNT, promovendo a acessibilidade.
1.4 Inclusões Sociais
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural,
social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de
estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A
educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na
concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores
indissociáveis, e que avança em relação à idéia de eqüidade formal ao
contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da
escola.
Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino
evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar
alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central no debate
acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica
da exclusão. A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais
inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada,
implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos
tenham suas especificidades atendidas.
Nesta perspectiva, o Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial
apresenta a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva, que acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando
constituir políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos
os alunos.
Os portadores de necessidades especiais em especial os cadeirantes
precisam de ambientes com adaptações que viabilizem a sua autonomia e liberdade
de ir e vir, e principalmente de permanecer nas escolas, sem a necessidade de um
acompanhante, para auxiliar em tarefas como se locomover pelos edifícios e suas
dependências, tornando seu convívio e a permanência nos locais, mais
independentes. Por isto o portador de necessidades especiais deve ser incluso
desde cedo no maio social e escolar, para que todos aprendam a conviver e superar
as suas diversidades.
1.5 Quem São os Portadores de Necessidades Especiais E Suas Legislações
Segundo o artigo 3º do Decreto 3298 de dezembro de 1999, o qual
regulamenta a lei 7853/1989, considera-se deficiência a perda ou anormalidade de
uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade
para o desempenho de atividade dentro do padrão considerado normal para o ser
humano. A deficiência permanente é aquela que não permite recuperação ou
alteração apesar do aparecimento de novos tratamentos, por já ter corrido tempo
suficiente para a sua consolidação.Já a incapacidade, é redução efetiva e acentuada
da capacidade de integração social, com necessidade de equipamentos,
adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de
deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar
pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida.
O artigo 4º do referido decreto enumera as categorias em que se enquadram os
portadores de deficiências, quais sejam:
a) - Deficiente físico: é o portador de alteração completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física;
b)-Deficiente auditivo: o acometido de perda parcial ou total das possibilidades
auditivas sonoras;
c)-Deficiente visual: aquele que possui diminuição da acuidade visual, redução do
campo visual ou ambas as situações;
d)-Deficiente mental: aquele cujo funcionamento intelectual é significativamente
inferior à média, sendo esta manifestação presente desde antes dos dezoito anos de
idade e associada a limitações em duas ou mais áreas de habilidades adaptativas
(comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade,
saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho);
e)-Deficiência múltipla: quando ocorrem associações de duas ou mais deficiências.
Há inúmeras outras leis que buscam regulamentar os direitos da pessoa
portadora de deficiência. São leis esparsas dentro das esferas federal, estaduais e
municipais, bem como uma série de decretos regulamentares, portarias e
resoluções, sendo que algumas se referem a deficiências específicas. Destarte há
grande dificuldade na aplicação desta legislação.
LEI No 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000.
Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências e
decreta e sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência física, os idosos com idade igual ou
superior a sessenta e cinco anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas
acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta
Lei.
Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por
crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 10.741, de 2003)
Art. 2o As repartições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos
estão obrigadas a dispensar atendimento prioritário, por meio de serviços
individualizados que assegurem tratamento diferenciado e atendimento imediato às
pessoas a que se refere o:
Art.. 1o. É assegurada, em todas as instituições financeiras, a prioridade de
atendimento às pessoas.
Art. 2o As empresas públicas de transporte e as concessionárias de transporte
coletivo reservarão assentos, devidamente identificados, aos idosos, gestantes,
lactantes, pessoas portadoras de deficiência e pessoas acompanhadas por crianças
de colo.
Art. 3o Os logradouros e sanitários públicos, bem como os edifícios de uso público,
terão normas de construção, para efeito de licenciamento da respectiva edificação,
baixadas pela autoridade competente, destinadas a facilitar o acesso e uso desses
locais pelas pessoas portadoras de deficiência.
Art. 4o Os veículos de transporte coletivo a serem produzidos após doze meses da
publicação desta Lei serão planejados de forma a facilitar o acesso a seu interior das
pessoas portadoras de deficiência.
1.6 Dificuldades Educacionais Da Criança Deficiente
A educação de alunos com múltipla deficiência no ensino regular tem deixado,
no Brasil, uma grande lacuna. Até recentemente, as crianças com múltipla
deficiência eram educadas separadamente em escolas especiais ou instituições
destinadas ao atendimento de alunos com deficiência mental.
O que tem sido feito em relação à inclusão desses alunos no sistema comum de
ensino
constitui, geralmente, experiências isoladas.
No meio escolar, discute-se, freqüentemente, se esses alunos podem se
beneficiar de
sistemas inclusivos de ensino em virtude de acentuadas necessidades especiais
relativas à
particularidades em seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.
Nesse sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996)
e as Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (BRASIL,
2001) condenam a exclusão social com base nos padrões de normalidade. Elas
entendem a educação como principal alicerce da vida social, capaz de construir
saberes, transmitir e ampliar a cultura, consolidar a liberdade humana e a cidadania.
A inclusão de alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem no
sistema comum de ensino requer não apenas a aceitação da diversidade humana,
mas implica em transformação significativa de atitudes e posturas, principalmente
em relação à prática pedagógica, à modificação do sistema de ensino e à
organização das escolas para que se ajustem às especificidades de todos os
educando.
Essa é uma ação a ser construída coletivamente, pois participar do processo
educativo,
no mesmo espaço com os demais alunos, requer, na maioria das vezes, apoio e
recursos especiais que já estão legalmente garantidos aos alunos com
necessidades educacionais especiais, mas que na prática ainda não estão
disponibilizados na escola.
Esse é o grande desafio que se impõe aos Municípios brasileiros, aos
gestores, aos serviços de educação especial, aos educadores na classe comum, à
toda comunidade escolar, às universidades, às famílias e organizações não-
governamentais, para que juntos possam elaborar um projeto pedagógico que
realmente atenda às necessidades educacionais especiais desses alunos,
construindo, assim, uma escola e uma comunidade mais inclusiva.
CAPITULO II
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo analítico quantitativo ((pesquisa que utiliza
instrumentos estruturados como questionários (em anexo) nas escolas públicas do
município de Ipiranga do Norte – MT, no ano de 2011, como só possuía duas
escolas no município foi avaliado as duas escolas uma Municipal e a outra é
Estadual e as duas possuem alunos Portadores de Necessidades Especiais.
As visitas as escolas foram efetuadas durante 10 dias, iniciando com um
breve contato com a direção das duas instituições e em seguida realizadas a análise
dos ambientes estes por sua vez foram medidos com fita métrica, seguindo um
roteiro determinado anotados as medias e transferidas para as tabelas cada espaço
foi avaliado e medido para verificar se estavam de acordo com as normas.
Para a confecção da tabela foi utilizada a norma da ABNT, NBR 9050:2004,
onde se obteve os itens que correspondiam a facilitação da locomoção dos usuários
de cadeiras de rodas, no que diz respeito a edificação e ambientes, totalizando 38
dados que formulam o roteiro de avaliação correspondendo ao acesso principal, sala
de aula e banheiro, o qual esta descrito na tabela 1 – Dados Avaliados X Normas da
ABNT.
Com dados da tabela 1, atribuiu-se notas para cada item avaliado pelo roteiro
seguindo os critérios: 2 quando o item estivesse de acordo com a norma da ABNT
NBR 9050:2004 e, 1 quando o item não cumprisse a norma da ABNT NBR
9050:2004. O intervalo das pontuações que as escolas na avaliação dos dados
poderiam atingir 76 pontos no máximo e 36 no mínimo
Para ser considerada ruim a pontuação variaria entre 38,0 a 47,4 pontos para ser
regular variaria entre 47,5 a 56,9 pontos e bom entre 57,0 a 66,4 a e ótimo entre a
66,5 a 76
Como a idéia é de verificar se os ambientes escolares apresentam barreiras
arquitetônicas, tanto escola da rede estadual e municipal de Ipiranga do Norte – MT,
para que pudesse analisar como estão sendo organizados estes ambientes, então
avaliando os mesmos. Como principal método de auxilio para a pesquisa de campo,
utilizou-se um roteiro com itens propostos na norma de acessibilidade da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR 9050:2004, a qual estabelece
critérios e parâmetros técnicos a serem observados nos projetos, construções,
instalações e adaptações de edificações, mobiliários, espaços e equipamentos
urbanos dando condições de acessibilidade, e visa proporcionar à maior quantidade
possível de pessoas a utilização dos espaços de maneira segura e sem limitações.
As principais características da escola Municipal é que é um construção
antiga que foi sendo adaptada conforme o aumento dos alunos com varias calçadas
sem rampas com degraus, e corredores pequenos, banheiros pequenos, com cerca
de 26 alunos cada sala de aula, sendo 14 salas ao todo aulas com as mesmas
medidas e mantidas pelo município onde recebe crianças da zona urbana e rural.
Já a escola estadual é um prédio que não é tão velho mas sem muitas
adaptações, com degraus que dificultam o acesso, banheiros e salas de aula com
cerca de 20 salas de aula mantida totalmente pelo estado e recebe crianças da
zona urbana e Rural.
QUESTIONÁRIO APLICADO NAS ESCOLAS PARA AVALIAÇÃO
ACESSO
1 -Largura do portão principal ( Mínimo de 1,20 a 1,50)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
2 -Largura dos corredores principal ( Mínimo de 1,20 a 1,50)
( ) Dentro da Norma Forra da Norma
3 -Largura dos corredores paralelos
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
4 –largura das rampas
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
5 –Se as rampas possuem corrimão (corrimão Paralelo)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
SALA DE AULA
6 -Largura da porta ( 0,80)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
7 -Vão de abertura da porta (0,80)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
8 -Espaço lateral ao vão de abertura da porta (
0,60)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
9 -Tipo de porta ( cada porta exige adaptação
própria)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
10. Tipo de Maçaneta (alavanca)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
BANHEIROS
11 -Largura da porta (0.80m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
12 -Tipo de porta (cada uma tem adaptação
própria)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
13 -Tipo de área de transferência (frontal
/lateral)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
14 - Espaço de área de transferência
(Frontal:0,80x1.70m)Lateral:1.70x1.50m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
15 -Existência da barra (Necessária)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
16 -Barra lateral (Posição Horizontal)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
17 -Comprimento da barra (0.90m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
18-Altura da barra ao solo (0.76m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
19 -Altura da bacia sanitária a barra (0.30m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
20 -Barra de fundo (posição Horizontal)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
21 -Comprimento da barra (0.90m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
22 –Altura da barra ao solo (0,76m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
23 -Tipo de bacia sanitária (com caixa acoplada
não necessitando de barra de fundo)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
24 -Altura do assento sanitário (0.46m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
25 -Altura da válvula de descarga (1,00m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
26-Tipo de válvula de descarga (Pressão leve
ou alavanca)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
27 -Tipo de lavatório (suspenso, sem colunas
ou gabinetes)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
28-Altura do lavatório ao solo (0.80m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
29 -Vão livres (0,70m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
30 -Altura do sifão e tubulação ao lavatório
(0.25m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
31 -Tipo de torneira (sensor, células
fotoelétricas, alavanca)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
32-Comando de torneira a borda do lavatório
(0,50m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
33 -Altura do espelho (0.90m – 1.10m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
34 -Altura da papeleira (0,40m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
35 -Altura do toalheiro (1,00m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
36 -Altura da saboneteira (1,00m)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
37 -Sinalização de acesso ao banheiro (sim)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
38 -Tipo de sinalização (Placas e Escritas)
( ) Dentro da norma ( ) Forra da Norma
CAPÍTULO III
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
As escolas do município de Ipiranga do Norte – MT foram analisadas e os
resultados transcritos para a tabela 2 Avaliação dos Dados Gerais segundo os
critérios sugeridos anteriormente.
TABELA 1 – ITENS QUE SERÃO AVALIADOS X NORMAS DA ABNT
ITENS QUE SERÃO AVALIADOS NORMAS DA ABNT ACESSO 1 -Largura do portão principal 2 -Largura dos corredores principal 3 -Largura dos corredores paralelos 4 –largura das rampas 5 –Se as rampas possuem corrimão SALA DE AULA 6 -Largura da porta 7 -Vão de abertura da porta 8 -Espaço lateral ao vão de abertura da porta 9 -Tipo de porta 10 Tipo de maçaneta BANHEIROS 11 -Largura da porta 12 -Tipo de porta 13 -Tipo de área de transferência 14 - Espaço de área de transferência 15 -Existência da barra 16 -Barra lateral 17 -Comprimento da barra 18-Altura da barra ao solo 19 -Altura da bacia sanitária a barra 20 -Barra de fundo 21 -Comprimento da barra 22 –Altura da barra ao solo 23 -Tipo de bacia sanitária 24 -Altura do assento sanitário 25 -Altura da válvula de descarga 26-Tipo de válvula de descarga 27 -Tipo de lavatório 28-Altura do lavatório ao solo 29 -Vão livres 30 -Altura do sifão e tubulação ao lavatório 31 -Tipo de torneira 32-Comando de torneira a borda do lavatório 33 -Altura do espelho 34 -Altura da papeleira 35 -Altura do toalheiro 36 -Altura da saboneteira 37 -Sinalização de acesso ao banheiro 38 -Tipo de sinalização
1 - Mínimo de 1,20 – 1,50m 2 - Mínimo de 1,20 – 1,50 3 - Mínimo de 1,20 – 1,50 4 -Mínimo de 1,20 – 1,50 5 -Corrimão paralelos 6 - 0,80m 7 - 0,80m 8 - 0,60m 9 -Cada porta exige adaptação própria 10 – Alavanca 11- 0,80m 12-Cada uma tem adaptação própria 13 -Frontal/Lateral 14-Front:0,80x1,70m,Latl:1,70x 1,50 15 -Necessária 16 -Posição horizontal 17 -0,90m 18 -0,76m 19 -0,30m 20 -Posição horizontal 21 -0,90m 22 -0,76m 23-Com caixa acoplada não necessita de barra de fundo 24 -0,46m 25 -1,00m 26 -Pressão leve ou alavanca 27 -Suspenso, sem colunas ou gabinetes 28 -0,80m 29 -0,70m 30 -0,25m 31-Sensor, células fotoelétricas, alavanca 32 -Maximo de 0,50m 33 -0,90 – 1,10m 34 –0,40m 35 -1,00m 36 -1,00m 37 -Sim 38 - Placas e escritas
TABELA 2 – AVALIAÇÃO DOS DADOS GERAIS
Escolas
Visitadas
Pontuação
Atingida Pelas
Escolas
Classificação
Das Escolas
Conforme a
Nota Atingida
Itens Dentro Da
Norma Da ABNT
e Porcentagem
Itens Fora da
Norma da ABNT
e ABNT
Escola 1 47 Ruim 9 23,68% 28 73,64%
Escola 2 48 Regular 10 26,32% 28 73,64%
O intervalo das pontuações que as escolas na avaliação dos dados poderiam
atingir 76 pontos no máximo e 36 no mínimo.
Então a tabela 2 representa a soma da pontuação de cada escola e sua
classificação que esta relacionada à nota atingida, além de demonstrar a quantidade
de itens que estão condizentes com as medidas que necessitavam ter os locais para
perfeita locomoção de um cadeirante, ou fora da norma quer dizer que não tinham
as medidas necessárias para um cadeirante se locomover NBR 9050:2004 da ABNT
e suas respectivas porcentagens. Para a classificação das pontuações foi montada
um critério que conforme os pontos obtidos pelas escolas, elas se enquadram em:
ruim, regular, bom e ótimo.
Observamos assim, que as escolas do município de Ipiranga do Norte – MT a
escola 1 que é a escola municipal foi classificada como ruim, e a escola 2 que é a
escola estadual classificada como regular. Porém nenhuma escola obteve
classificação ótima, segundo a tabela de avaliação geral dos ambientes.
A tabela 2 também vem confirmar que ao distinguir a quantia de itens que
atendem as normas da ABNT e os que não atendem a norma, demonstra que
novamente as escolas não possuem estruturas adequadas para receber os
portadores de necessidades especiais, por apresentarem barreiras que inviabilizam
a locomoção e a permanência destas pessoas nos ambientes de um modo geral.
Na avaliação do ambiente acesso, observamos que as escolas cumprem com
alguns dos critérios avaliados segundo as normas da ABNT, conforme a tabela 3 –
Avaliação do Ambiente Acesso Principal. Para a confecção desta tabela, foi
realizado a somatória dos itens de 1 ao 5 que foram avaliação dos ambientes, e com
isto o máximo de pontos que a escola poderia adquirir seria 10 pontos e no mínimo
de 5 pontos. A tabela 3 segue o mesmo desenho da anterior, representando a soma
da pontuação de cada escola e sua classificação que estão relacionadas à nota
atingida, alem de demonstrar a quantidade de itens que estão dentro ou fora das
normas da ABNT e suas respectivas porcentagens.
TABELA 3 - AVALIAÇÃO DO AMBIENTE ACESSO PRINCIPAL
Escolas
Visitadas
Pontuação
Atingida Pelas
Escolas
Classificação
Das Escolas
Conforme a
Nota Atingida
Itens Dentro Da
Norma Da ABNT
e Porcentagem
Itens Fora da
Norma da ABNT
e ABNT
Escola 1 7 Regular 2 40% 3 60%
Escola 2 8 Bom 3 60% 2 40%
As pontuações foram convertidas em classificações, seguindo o roteiro: 5,00
a 6,24 pontos serão denominadas ruim, de 6,25 a 7,49 pontos serão regular, de 7,50
a 8,74 pontos será bom, e entre 8,75 a 10,0 pontos, como ótima.
Concluindo assim, que nenhuma das duas escolas obteve classificação ruim,
contudo a escola 1 que é a escola municipal foi classificada como regular, e a escola
2 que é a escola estadual foi classificada como bom. O que é confirmado quando
observamos o total de itens que estão dentro da norma da ABNT as escolas
possuíam.
Desta forma quando desmembramos as informações que referem aos
espaços físicos avaliados, observa-se que na avaliação do ambiente acesso
principal, as classificações das escolas melhoram e demonstram uma organização
estrutural do ambiente que facilita a estada do deficiente nestes locais.
Ao avaliar o ambiente sala de aula, que corresponde aos itens 6 ao 10, estes
podem atingir no Maximo 10 pontos e no mínimo o 5 pontos. Então a tabela 4 –
Avaliação do Ambiente Sala de Aula representa a soma da pontuação de cada
escola e sua classificação que esta relacionada à nota atingida, além de demonstrar
a quantidade de itens que estão dento ou fora das normas da ABNT suas
respectivas porcentagens. Para identificar as relações da classificação dos pontos,
os intervalos adotados entre as pontuações foram: 5,00 a 6,24 pontos serão
denominadas como ruim, de 6,25 a 7,49 pontos, será regular de 7,50 a 8,74 pontos,
será bom, e entre 8,75 a 10,0 pontos, será ótimo. Nesta analise nenhuma das duas
escolas se enquadrou na classificação ruim ou bom a escola 1 foi classificada como
regular e a escola 2 foi classificada como ótima na questão avaliação do ambiente
sala de aula.
TABELA 4 – AVALIAÇÃO DO AMBIENTE SALA DE AULA
Escolas
Visitadas
Pontuação
Atingida Pelas
Escolas
Classificação
Das Escolas
Conforme a
Nota Atingida
Itens Dentro Da
Norma Da ABNT
e Porcentagem
Itens Fora da
Norma da ABNT
e ABNT
Escola 1 7 Regular 2 40% 3 60%
Escola 2 10 Ótimo 5 100% 0 0%
Quando analisamos a quantidade de itens que são cumpridos pelos
ambientes salas de aula e acesso principal, estes espaços físicos cumprem com a
maior porcentagem das exigências que a norma da ABNT lhes impõe, e através
destes dados podemos qualificar estes espaços como adaptados para receber os
portadores de necessidades especiais, sem restrição. Tendo somente como
ressalva, a largura das portas das salas de aula, que em sua maioria possuíam
medidas inferiores a 80 cm, conforme preconiza a norma da ABNT NBR 9050:2004,
dificultando assim a passagem da cadeira de rodas pelas portas.
Na avaliação do ambiente banheiro, o qual corresponde ao item 11 ao 38 do
roteiro utilizado para avaliação, onde observam as piores pontuações, estando
demonstradas na tabela 5 – Avaliação do Ambiente Banheiro, as escolas poderiam
obter no máximo 56 pontos e no mínimo 28 pontos.
Nas avaliações dos ambientes salas de aula, podemos observar que os itens
espaço lateral ao vão de abertura da porta, somente poderá ser cumprido, caso
houvesse uma reorganização das filas das carteiras escolares, garantindo um
espaço de 60 cm ao lado da porta, para que o usuário de cadeira de rodas possa
manobrar e abrir a porta, cumprido com a norma da ABNT NBR 9050:2004 e
facilitando a locomoção do deficiente.
TABELA 5 – AVALIAÇÃO DO AMBIENTE BANHEIRO
Escolas
Visitadas
Pontuação
Atingida Pelas
Escolas
Classificação
Das Escolas
Conforme a
Nota Atingida
Itens Dentro Da
Norma Da ABNT
e Porcentagem
Itens Fora da
Norma da ABNT
e ABNT
Escola 1 33 Ruim 5 17,86 23 88,55%
Escola 2 30 Ruim 2 7,7 26 100%
Na tabela 5 encontramos a soma da pontuação de cada escola e sua
classificação que esta relacionada à nota atingida, além de demonstrar a quantidade
de itens que estão dentro ou fora das normas da ABNT e suas respectivas
porcentagens. Estes pontos foram convertidos em classificações que são
demonstradas da seguinte forma: 28,0 a 34,9 pontos, que correspondem a ruim,
entre 35,0 a 41,9 pontos, correspondem a regular, entre 42,0 a 48,9 pontos, será
bom, e entre 49,0 a 56,0 pontos será ótimo. A escola 1e 2 foi classificada como ruim.
Esta classificação justifica-se quando comparamos com a quantidade de itens
que cada escola cumpre perante a ABNT, os seus valores são inferiores a 50% em
relação aos itens avaliados nos locais, confirmando que este espaço possui as
piores as piores adaptações existentes nas duas escolas visitadas. Qualitativamente
nenhuma das escolas apresenta em seus banheiros barras de apoio e a largura
necessária para realizar a transferência da cadeira de rodas para a bacia sanitária,
além das escolas não possuírem a largura necessária da porta para que permita a
entrada da cadeira de rodas, necessitando do auxilio de outras pessoas para ter
acesso ao banheiro.
O banheiro é o espaço avaliado que possui o menor numero de adaptações
referidas conforme encontradas nas instituições visitadas. As escolas na tentativa de
realizar as correções sem orientação adequada constroem locais que não atendem
as medidas solicitadas, fazendo com que os mesmos sejam inadequados e
impróprios para o uso dos portadores de necessidades especiais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo avaliar as instituições de ensino de
Ipiranga do Norte – MT, em específico a Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida
e Escola Estadual André Antônio Maggi, verificando se as mesmas estão
devidamente adaptadas às normas de acesso instituídas pela ABNT NBR
9050:2004, que define as medidas, assim como os padrões referentes a construção
de estacionamentos e calçadas, com o intuito de facilitar o acesso, seja em
ambientes públicos ou privados, dos portadores de necessidades especiais e/ou
pessoas que possuam alguma dificuldade de locomoção.
Além da norma da ABNT a acessibilidade também é assegurada pelo Decreto
n°. 3.298, que regulamenta a Lei n°.7853, que definem os direitos dos deficientes
perante a sociedade, ao poder público, jurídico e legislativo.
Porém, somente após a regulamentação da Lei de Diretrizes e Base da
Educação Nacional (LDB), que regulamenta a Lei n° 9.394 de dezembro de 1996,
garantindo a educação especializada gratuita aos alunos com necessidades
especiais, preferencialmente na rede regular de ensino (Art. 4, III), é que Portadores
de Necessidades Especiais e/ou seus responsáveis tomaram conhecimento das leis
e assim começaram a usufruir de alguns benefícios.
Para que os alunos possam se locomover com facilidade, a escola deve
oferecer estruturas adequadas, estarem atentas a aspectos urbanísticos
(estacionamento, caminhos de acesso, etc), aspectos arquitetônicos (iluminação,
ventilação, espaço para circulação entre ambientes, banheiros, rampas adequadas,
escadas, corrimãos, etc).
Se tomarmos a história da educação especial no Brasil, vamos nos deparar
com as divergências do que é previsto em lei e do que ocorre na realidade das
escolas. A importância da comunidade escolar não é apenas referente às relações
pedagógicas entre professor e aluno, e sim no relacionamento dos alunos entre si,
da escola, dos pais e da comunidade. Nestas relações se realiza a socialização da
criança e sua harmonização com a vida social.
A inclusão é um novo paradigma de pensamento e de ação no sentido de
incluir todos os indivíduos em uma sociedade na qual a diversidade está se tornando
mais norma do que exceção.
O desafio é estender a inclusão a um número maior de escolas e comunidades
com objetivo de facilitar a inserção de todos os alunos.
O ideal seria que as escolas fornecessem as condições mínimas de
acessibilidade. Segundo a legislação educacional vigente, a toda criança deve ser
garantida o acesso, permanência e sucesso na escola. Mas, na prática isso não
acontece, pois a mencionada “inclusão” do portador de necessidade é estigmatizada
por não haver condições para o seu acesso e permanência nas escolas, sendo
responsável pelo grande índice de evasão escolar.
Compete ao professor detectar os problemas específicos da criança, e,
sobretudo, como esses problemas interferem na habilidade da criança em aprender
dentro do ambiente da sala de aula. Este fator significa uma mudança essencial do
modelo tradicional, pois visa a educação da criança, e não seu estado de saúde.
De acordo com relato das professoras das escolas, há dificuldades em
trabalhar com portadores de necessidades especiais, uma vez que não se sentem
preparadas, pois não sabem nem como carregar os cadeirantes, por exemplo.
Alguns docentes ressaltam ainda faltam trabalhos por parte dos órgãos competentes
educacionais, para que pudessem prepará-las melhor para um atendimento mais
adequado aos alunos.
Baseado nestes aspectos, este trabalho torna-se fundamental para o
levantamento nestes justifica-se a necessidade em realizar este trabalho de
levantamento dos problemas em relação às barreiras arquitetônicas junto às
escolas. Verificando as condições de acessibilidade dos alunos com necessidades
especiais nas escolas, as principais barreiras arquitetônicas internas e externas
existentes, e se existem adaptações.
Durante as visitas verificamos que em algumas instituições, se faz necessário
realizar pequenas adaptações que não apresentam custos elevados.
Entretanto, apesar de pequenas, as adaptações facilitariam a locomoção dos
portadores de necessidades especiais, como por exemplo, a adequação de pisos
irregulares existentes que dificultam o manejo da cadeira de rodas. Além disso, nas
valas existentes, para facilitar o escoamento cãs águas, poderiam ser construídas
plataformas, melhorando com isto a estética do ambiente e a circulação dos alunos.
O atendimento educacional especializado tem como função identificar,
elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades
específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas
à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos
alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
Dentre as atividades de atendimento educacional especializado são
disponibilizados programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e
códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistida. Ao longo
de todo o processo de escolarização esse atendimento deve estar articulado com a
proposta pedagógica do ensino comum. O atendimento educacional especializado é
acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação
da oferta realizada nas escolas da rede pública e nos centros de atendimento
educacionais especializados públicos ou conveniados.
Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na
perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor,
tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos
alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação,
locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua
formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e
conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no
atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e
interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de
recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de
acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos
ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial.
Muito tem sido debatido sobre os programas de inclusão dos deficientes na
escola estadual e municipal em Ipiranga do Norte-MT, como uma forma de incentivar
a socialização e garantir seus direitos de igualdade e liberdade como cidadão. Para
a realização de uma política de inclusão dos portadores de necessidades especiais,
é necessário uma abordagem voltada à capacitação do corpo docente e dos
profissionais de apoio das unidades escolares.
Além do treinamento profissional devemos incentivar as escolas que possuem
portadores de necessidades especiais a não ter ambientes discriminativos ou
exclusivos, e sim comuns à todos, cumprindo assim as adequações nos espaços
físicos de seus prédios conforme preconiza a norma da ABNT NBR 9050:2004.
A acessibilidade não deve ser caracterizada por um conjunto de normas e
leis, e sim por um processo de observação e construção, feito por todos os membros
da sociedade.
Com o estudo verificamos que as instalações escolares avaliadas não estão
adaptadas para receber os portadores de necessidades especiais, em específico os
usuários de cadeiras de rodas, porque limitam as pessoas a restritos lugares e
assim prejudicam a liberdade de ir e vir, e principalmente permanecer nos locais,
devido aos espaços não estarem com as medidas adequadas.
Ressaltamos que os sistemas de ensino tem a responsabilidade de organizar
e acompanhar as condições de acesso aos espaços escolares, aos recursos
pedagógicos e à comunicação que favoreçam a promoção da aprendizagem e a
valorização das diferenças. De forma a atender as necessidades educacionais de
todos.
Porém, esse acompanhamento precisa ser in loco, para que assim os
responsáveis pelos sistemas de ensino, presenciem a realidade e a necessidade de
cada unidade escolar, tornando a inclusão algo mais concreto, sem barreiras.
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