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O cenário econômico atual e a Construção Civil
Desafios e perspectivas
O conturbado cenário nacional�Economia em recessão: queda quase generalizada do PIB
no 2º trimestre de 2015, com expectativa de queda para 2015 e 2016.
� Inflação e juros elevados.
�Desemprego crescente.
�O orçamento deficitário para 2016.
�A perda do grau de investimento em uma das maiores agências de análisede risco: Standard & Poor’s.
�As dificuldades do ajuste – Crises: política; econômica/fiscal e deconfiança.
�Turbulência política cresce.
Resumo:�País vivencia uma das situações mais delicadas desde o início do Plano Real:cenário político fica cada dia mais conturbado e a economia sem previsibilidade(perigo).
�Falta iniciativas de curto, médio e longo prazo para mudar o rumo que a economiaestá perigosamente seguindo. É necessário clareza, transparência e um planodefinido. Existe uma inexplicável paralisia de ações para reverter a situação atual.
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Crise políticaCrise econômica
Crise de confiança
O cenário nacional
Resumo do cenário nacional:Recessão, mercado de trabalho desaquecido,elevado grau de incerteza
e paralisia dos investimentos.
1º elo da cadeia do
investimento.
�A queda de 2,6% no PIB no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2014 coloca o Brasil na 33ª posição em uma lista de 35 países que tiveram suas taxas de crescimento listadas pela consultoria Austin Rating.
PIB brasileiro do segundo trimestre fica em 33º em ranking com 35 países
Fonte: Jornal o Globo – 28/8/2015.
Inflação mensal de agosto desacelera, mas acumulado do ano permanece em alto patamar
�Apesar do recuo da taxa no mês de agosto (foi a menor variação do ano), a alta do câmbio poderápressionar ainda mais a inflação, levando-a, inclusive, para patamares superiores a dois dígitos.Alguns analistas avaliam que a inflação está mais para 9,5% a 10% no ano do que 9% a 9,5%.
Em agosto a
inflação
desacelerou
em função da
queda
observada nos
preços dos
alimentos “in
natura”,
passagens
aéreas e até a
energia
elétrica.
Evolução das expectativas de crescimento da inflação e do PIB Brasil em 2015
�Ambiente externo desfavorável, em função da desaceleração da China, aqueda no preço das Commodities, e a real possibilidade de alta nos juros dosEstados Unidos contribuem para delinear o ambiente de tensão na economianacional.
O retorno da
Estagflação.
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9,34
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%
Fonte: Pesquisa Focus/B anco Central.
Inflação (IPCA/IBGE)
%
Fonte: Pesquisa Focus/B anco Centra. 18/9/2015.
Inflação (IPCA/IBGE)
PIB Brasil
Desemprego continua aumentando
Fonte: PNAD Contínua/IBGE.
Desemprego maior entre os jovens
Fonte: Banco Central do Brasil.
O aumento da taxa Selic
�O aumento dos juros não está surtindo o efeito esperado nocontrole dos preços, que permanecem em alta. Além disso, opatamar dos juros estimula a especulação financeira.
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Juros elevados
Fonte: Banco Central.
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Juros elevados
Fonte: Banco Central.
�As vendas do varejo caíram em julho e não há sinais de retomada do consumo.�Comércio enfrenta dificuldades: redução nas compras pelas famílias, ao mesmotempo em que os bancos encarecem o crédito para capital de giro, e os fornecedorestentam repassar a alta dos custos.
O comércio sente os efeitos da queda do consumo
Despesa discricionária: “São aquelas que permitem ao gestor público flexibilidade quanto ao estabelecimento de
seu montante, assim como quanto à oportunidade de sua execução, e são efetivamente as que concorrem para
produção de bens e serviços públicos”.
Desequilíbrio Fiscalo orçamento deficitário para 2016
Despesas obrigatórias:Dentro deste
valor:�R$252,6 são despesas com
pessoal e R$497 bilhões despesas com a previdência.
�Agência de classificação de risco Standard & Poor´scortou a nota de crédito do Brasil, o que significa queo grau de investimento (selo de bom pagador) foiperdido.
�Isso agrava o quadro da economia nacional, pois o aeconomia precisa de Capital externo – poupançanacional insuficiente.
�Aprofunda o cenário de incerteza e desconfiança,impedindo a retomada da economia � Desvalorizaçãocambial.
�Mais um elemento para agravar a crise econômica eque contribui para deteriorar ainda mais o cenárioatual. Recessão também em 2016.
�Países com grau de investimento têm acesso aoferta de crédito de US$15 trilhões com juros entre 1%e 5%. Com grau especulativo, a oferta é de US$5trilhões, com juros acima de 5%, podendo superar10%.
O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s
Fonte: Jornal O Globo on line – 13 de setembro de 2015.
Crescimento do PIB em
2007: 6%
Crescimento do PIB em 2015: projeção de
-2,70% e 2016 -0,80%
Depois do Brasil, a agência Standard & Poor’sretirou o selo de bom pagador de 24empresas e 12 bancos brasileiros. Entre asempresas: Petrobrás e Eletrobrás.As maiores instituições financeiras do Brasiltambém sofreram queda: Itaú Unibanco,Bradesco, Santander, Citibank, Banco doBrasil e Caixa.
Também foram reduzidas notas de crédito delongo prazo dos Estados de São Paulo, MinasGerais e Santa Catarina.
�Esta notícia impacta toda a atividade econômica nacional ecertamente também refletirá sobre a Construção Civil.
�O setor é responsável por mais de 50% dos investimentosnacionais e o aumento da insegurança freia os investimentos.
�Investimentos poderão ser desmobilizados ou postergados,acontecerá redução da oferta de crédito e aumento do custo decapital.
�Neste cenário a Construção poderá ser ainda mais impactada. O setor já convive com perdas irreparáveis impostas pela combinação de alta da inflação com o corte nos investimentos e desembolsos do governo federal.
O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s pode impactar o cenário da Construção Civil?
Pacote para tentar “reverter” o déficit orçamentário de 2016�Objetivo: de Déficit de 0,5% do PIB (R$30,5 bilhões) para superávit de 0,7% do PIB. Esforçototal necessário: R$64,9 bilhões.
�Proposta do ajuste fiscal: R$64,9 bilhões sendo 40% - R$26 bilhões com corte de gastos e60% (R$38,9 bilhões com aumento de receitas). Pior forma de ajuste: Menor corte de despesase mais aumento da carga tributária, numa economia em recessão.
Entre as medidas arrecadatórias: CPMF: R$32 bilhões
Difícil aprovação �
Conta com uma receita
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02/01/2015 a 11/09/2015
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Brasil.
E a Construção Civil?
PIB da Construção Civil no segundo trimestre do ano registrou queda em todas as suas bases de comparação
� Construção Civil apresenta queda no PIB em todas as bases de comparação superior ao total Brasil.
Evolução do crescimento do PIB Brasil e da Construção Civil
1996.II 1997.II 1998.II 1999.II 2000.II 2001.II 2002.II 2003.II 2004.II 2005.II 2006.II 2007.II 2008.II 2009.II 2010.II 2011.II 2012.II 2013.II 2014.II 2015.II
PIB Const.Civil 0,0 7,0 4,8 -6,6 1,1 -0,1 2,7 -12,3 13,5 1,0 -4,8 12,2 3,6 5,4 18,0 7,4 1,4 7,9 -5,6 -8,2
PIB Brasil 1,1 4,8 1,5 -0,4 4,0 2,2 2,3 0,9 6,2 4,4 2,3 6,5 6,3 -2,3 8,6 4,6 0,8 3,9 -1,2 -2,6
FBCF -4,1 10,8 2,1 -10,4 3,9 1,8 -4,4 -6,7 11,8 3,6 3,0 12,4 14,0 -8,0 22,8 8,1 -0,5 8,8 -7,9 -11,9
-15,0
-10,0
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0,0
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PIB Const.Civil PIB Brasil FBCF
Variação (em %) do PIB Brasil, PIB Construção Civil e Formação Bruta de Capital Fixo no segundo trimestre de cada ano (em relação ao mesmo trimestre do ano anterior)
%
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Mercado de trabalho do setor continua debilitado
Nível Geográfico Total Adm. Total Desl. SaldoVariação
Emprego %
Brasil 1.323.431 1.478.328 -154.897 -5,05
Região Norte 86.225 101.326 -15.101 -6,66
Região Nordeste 257.341 318.503 -61.162 -9,02
Região Sudeste 650.723 712.811 -62.088 -4,17
Região Sul 210.337 218.496 -8.159 -1,91
Região Centro-Oeste 118.805 127.192 -8.387 -3,42Fonte: Cadastro Geral de emrpegados e Desempregados/Ministéiro do Trabalho e Emprego.
Geração de vagas na Construção Civil
Janeiro a julho/15
�O setor perdeu o patamar histórico de 3 milhões de vagas.� Em julho/2015 o número de trabalhadores na CC era 2,910 milhões . Em igual mês de 2014 esse número correspondia a 3,266 milhões de trabalhadores.
�Além de um ambiente econômico e político que assegurem oretorno da confiança, é necessário, também, que haja condições definanciamento imobiliário com taxa de juros e condições adequadas.
Faturamento da indústria de materiais de Construção acompanha a queda das atividades do setor
Mês/anoVariação % mensal
(base: igual mês do
ano anterior)
Variação % acumulada no
ano - janeiro a julho (base:
igual período do ano
anterior)
Variação % acumulada nos
últimos 12 meses (base: últimos
12 meses anteriores)
jul/15 -12,7% -10,1% -8,5%
Produção física industrial dos insumos típicos da Construção
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física.
Expressiva queda na produção de insumos da Construção
Queda no financiamento imobiliário com recursos da caderneta de poupança
Fonte: Abecip.
Fonte: Abecip.
Continua a queda na captação líquida da caderneta de poupança
O aumento dos juros e o baixo rendimento da CP incentiva saques com destinoa outras aplicações financeiras � compromete funding para o setor.
Jan/14 fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan/15 fev mar abr mai jun jul
cheque especial 12,8 12,2 11,8 11,9 12,7 12,5 13,3 13,9 14,1 14,6 14,9 13,8 13,7 13,6 12,8 13,4 14,3 14,3 14,9
Cred. pessoal 3,9 3,8 3,9 3,9 4,0 3,8 3,9 4,0 3,9 3,9 3,8 3,8 3,9 3,9 3,7 3,7 3,8 3,6 3,6
Veículos 5,2 5,1 5,0 5,0 5,0 4,9 4,8 4,6 4,4 4,2 4,1 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9 3,9
Fin. Imob. 1,7 1,8 1,8 2,0 2,1 1,9 1,9 1,9 1,8 2,0 2,0 1,7 1,9 2,0 1,9 2,0 2,1 1,8 1,9
cartão cred. 6,3 6,4 6,3 6,5 6,7 6,7 6,9 7,0 7,2 7,2 6,9 6,6 6,7 7,0 6,7 7,1 7,3 7,2 7,5
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Veículos
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cartão cred.
Inadimplência (em %) por modalidade - pessoa física
Fonte: Banco Central.
Inadimplência (em %) por modalidade - pessoa física
Fonte: Banco Central.
Dez/
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End. total 45,0 45,1 45,2 45,1 45,3 45,6 45,9 45,9 45,9 46,0 46,1 46,0 46,0 46,2 46,2 46,2 46,4 46,1 45,8
End. Sem financ. Imob. 29,4 29,4 29,3 29,1 29,1 29,1 29,1 28,8 28,7 28,6 28,5 28,2 27,9 27,9 27,9 27,8 27,7 27,4 27,1
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End. total
End. Sem financ. Imob.
Endividamento e comprometimento de renda das famílias%
Fonte: Banco Central.
O financiamento imobiliário compromete cerca de 18% da renda � financiamento saudável.
Crédito imobiliário no País ainda pode crescer muito
Expectativas e Desafios para 2015
e 2016
Expectativas para 2015 e 2016
�A expressiva queda dos investimentos nacionais.�O atraso no pagamento de obras contratadas para o GovernoFederal.�O aumento de impostos (a reoneração da folha de pagamentos éum exemplo disso).�A redução da disponibilidade de recursos para o financiamentoimobiliário.�Possibilidade de alteração na remuneração dos depósitos doFundo de Garantia por Tempo de Serviço são alguns deles.
�Neste ambiente, o planejamento de atividades, especialmente aquelasvoltadas para iniciativas capazes de incrementar a produtividade dos fatoresde produção, é uma alternativa adotada pelas empresas para superar osmomentos difíceis. Há de se diminuir também a burocracia.
�O setor também está procurando novas oportunidades. Neste contexto,espera-se efetivamente que as prometidas concessões saiam do papel.
�O setor apto a desempenhar o seu papel estratégico no desenvolvimentonacional.
Desafios Construção Civil
Perspectivas para a Construção Civil