banco da amazônia 70 anos

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BASTOS, Luiza et al. Banco da Amazônia 70 Anos. Belém: PLW Projetos e Linguagens; Banco da Amazônia, 2012. 176 p. il. ISBN 978-85-63206-01-5.

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Banco da Amazônia70 Anos

Page 5: Banco da Amazônia 70 Anos

Abidias José de Sousa JúniorPresidência

Antonio Carlos de Lima BorgesDiretoria de Infraestrutura de Negócio (DINEG)

Wilson EvaristoDiretoria de Gestão de Recursos (DIREC)

Carlos Pedrosa JúniorDiretoria de Controle e Risco (DICOR)

Gilvandro Negrão SilvaDiretoria Comercial e de Distribuição (DICOM)

Eduardo José Lima CunhaDiretoria de Análise e Reestruturação (DIARE)

Créditos

Page 6: Banco da Amazônia 70 Anos

Belém Pará Amazônia BrasilPLW Projetos e Linguagens e Banco da Amazônia S/A2012

Luiza Bastos José Carlos Gondim Sérgio Palmquist Wanderson Lobato

Banco da Amazônia70 Anos

Page 7: Banco da Amazônia 70 Anos

Banco da Amazônia 70 Anos

Conselho EditorialBanco da Amazônia

Luiz Lourenço de Souza Neto

Alex Santos

Alcilene Costa de Souza

Indhira Ramos

OMG Comunicação Total

Oswaldo de Freitas Júnior

PLW Projetos e Linguagens

Luiza Bastos

Coordenação

OMG Comunicação Total

Pesquisa Documental e BibliográficaAlex Raiol

Sérgio Palmquist

José Carlos de Medeiros Gondim

Wanderson Lobato

Luiza Bastos

CapaOMG Comunicação Total

Carol Abreu

Imagem

João Ramid

Projeto GráficoJosi Mendes

Carol Abreu

DiagramaçãoJosi Mendes

Assistência de DiagramaçãoAurélio Gouvêa

Textos e EntrevistasWanderson Lobato

Sérgio Palmquist

José Carlos de Medeiros Gondim

Luiza Bastos

RevisãoSérgio Palmquist

José Carlos de Medeiros Gondim

Luiza Bastos

Ficha Catalográfica e ReferênciasSocorro Baia

Tratamento de ImagensAdauto Rodrigues

Bruno Cantuária

Edição de ImagensMarcelo Lelis

Luiza Bastos

EdiçãoLuiza Bastos

Page 8: Banco da Amazônia 70 Anos

A coleta de informações sobre o Banco da Amazônia foi possível graças a entrevistas, ao apoio e colaboração de inúmeras empresas, instituições e pessoas, sem as quais não conseguiríamos concluir este trabalho com êxito, a todos, nossos sinceros agradecimentos.

Agradecimentos

Page 9: Banco da Amazônia 70 Anos

O Banco da Amazônia nasceu em plena Segunda Guerra Mundial, voltado para o desenvolvimento

regional, mas com uma visão ampla do Brasil e forte inserção internacional.

Passadas sete décadas, o Brasil tem muitos motivos para se orgulhar do Banco da Amazônia. Hoje, ele

cumpre um papel fundamental em toda a região, com forte atuação voltada para o desenvolvimento sustentável

da Amazônia Legal e acentuada modernização tecnológica, beneficiando não somente a população regional,

mas o conjunto da sociedade brasileira.

Parabéns a todos os funcionários, diretores e colaboradores do Banco da Amazônia pelos 70 anos de

dedicação ao nosso desenvolvimento.

Dilma Rousseff

Presidenta da República

Page 10: Banco da Amazônia 70 Anos

Nos seus 70 anos de existência, o Banco da Amazônia tem demonstrado sua importância não só

para a Região, como também para o Brasil e para o mundo. O Banco tem-se destacado como braço forte

na execução das políticas públicas, especialmente como agente financeiro que atende prioritariamente às

micro, pequenas e médias empresas. Quero cumprimentar a instituição pelo lançamento deste livro histórico

e deixar aqui os votos para que continue desempenhando papel relevante no desenvolvimento sustentável

da Amazônia brasileira.

Guido Mantega

Ministro da Fazenda

Page 11: Banco da Amazônia 70 Anos

O Banco da Amazônia chega com muito orgulho aos seus 70 anos de existência e, como parte das

ações comemorativas a esse marco histórico, tem a satisfação de trazer aos seus acionistas, parceiros,

clientes, colaboradores, formadores de opinião, lideranças e a toda a sociedade amazônida, uma obra que

retrata a história do Banco lider do ranking das instituições bancárias que financiam o crédito de longo prazo

na Região Norte, que se confunde com a própria história da Amazônia.

São sete décadas de trabalho que possibilitaram a construção de uma Instituição sólida, de inegável

importância na busca do desenvolvimento sustentável da Amazônia, aproveitando as incontáveis riquezas da

região em benefício dos seus mais de 23,5 milhões de habitantes.

O Banco da Amazônia nasceu com o propósito de garantir o suprimento de borracha para os países

aliados durante a 2ª Grande Guerra e sua criação foi vital para a participação do Brasil na luta pela manutenção

da democracia no planeta. Era um momento conturbado e esta obra conta o esforço de guerra iniciado com

a criação do Banco de Crédito da Borracha e a convocação de cerca de cinquenta e cinco mil voluntários, a

maioria deles vinda do Nordeste, fugindo de um longo período de seca, para atuar na extração do látex de

nossas florestas nativas.

A partir do final da Guerra, um novo desafio surge para o Banco: apoiar o desenvolvimento econômico

da Região Norte do Brasil, para reduzir as desigualdades em relação ao Sul e Sudeste do país. Surge então

o Banco de Crédito da Amazônia (BCA), criado no Governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra, em 1950.

Se no seu início o Banco estava baseado exclusivamente na produção de borracha, neste novo momento

buscou-se estender o olhar para todas as possibilidades de desenvolvimento, fornecendo o apoio financeiro

necessário aos empreendimentos, garantindo recursos a custos e prazos diferenciados, possibilitando a

realização de novas atividades produtivas na Amazônia.

Chega a era Vargas e no ano de 1953 é criada a Superintendência do Plano de Valorização Econômica

da Amazônia (SPEVEA). No governo do General Humberto Castelo Branco, o BCA dá lugar ao nosso Banco

da Amazônia S/A, pela Lei nº 5.122, de 28 de Setembro de 1966, com estrutura administrativa moldada à

do então Banco de Desenvolvimento do Nordeste, funcionando como um banco de fomento para benefício

social da região.

Ainda em 1966, a SPVEA é transformada em SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento

da Amazônia) e sua estrutura, a exemplo do Banco, era semelhante a da SUDENE (Superintendência do

Desenvolvimento do Nordeste).

Em 1989 é criado o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), ficando sob a responsabilidade

do Banco a sua gestão e operacionalização. Com essa iniciativa, a Amazônia passa a contar com um volume

maior de recursos para o seu desenvolvimento.

Entre 2003 e 2010, no Governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, o Banco, como principal

agente das políticas, planos e programas do Governo Federal para a região Amazônica, se apresentou como

efetiva solução financeira para o seu desenvolvimento, através da oferta de produtos e serviços com condições

e taxas diferenciadas, o que possibilitou ampliar o crédito e tornar a Amazônia mais competitiva e inclusiva.

Uma História de Desenvolvimento

Page 12: Banco da Amazônia 70 Anos

Agora, ao completar sete décadas de existência, no Governo da Presidenta Dilma Rousseff, o Banco

atinge a marca histórica de R$43,7 bilhões de recursos aplicados na região, dos quais R$29 bilhões referentes

aos últimos 5 (cinco) anos. Assim, em suas estratégias de ação, o Banco tem procurado atender, de maneira

prioritária, setores produtivos organizados sob diversas formas, como, por exemplo, os Arranjos Produtivos

Locais (APLs), cadeias produtivas e aglomerados econômicos, visando, sobretudo, a inserção de segmentos

produtivos de menor porte, como da agricultura de base familiar, as micro, pequenas e médias empresas e o

setor de microfinanças.

Porém, faz-se necessário ressaltar que este livro conta não somente a trajetória histórica do Banco da

Amazônia sob o ponto de vista de sua atuação creditícia, mas mostra também todo o processo de adaptação

da instituição às mudanças regionais e às novas tecnologias, trazendo ao conhecimento dos leitores mais do

que a história de um Banco Público voltado ao desenvolvimento sustentável, mas sim uma verdadeira fonte

de informação ilustrada sobre a Amazônia Legal Brasileira e a sua gente.

Continuaremos sempre com a responsabilidade de promover o crescimento da Amazônia em bases

sustentáveis e com a experiência consolidada de atender às necessidades de uma região tão vasta e tão

diferenciada. Estaremos preparados sempre para contribuir de modo efetivo com a sociedade amazônida,

criando novas oportunidades de trabalho, novos negócios e, sobretudo, melhores condições de vida para o

povo amazônida.

Com essa forma diferenciada de trabalhar, valorizando o conhecimento e a dedicação de todos que

fazem o Banco da Amazônia, temos a plena certeza de que continuaremos movimentando a Amazônia e a

vida de sua gente.

Tenha uma ótima leitura!

Abidias José de Sousa Junior

Presidente do Banco da Amazônia

Mar

cos

Bar

bosa

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Page 14: Banco da Amazônia 70 Anos

Ao pensar na Amazônia, procure ampliar seu

horizonte e visualizar lugares distintos. Comece imaginando

grandes distâncias, separando pequenas comunidades,

grandes estados, quilombos, cidades, aldeias… e perceba

modos de vida urbanos, cosmopolitas ou rurais, indígenas,

caboclos ou estrangeiros, em tempos diversos também:

do cronológico aos tempos lunares, de plantações e

colheitas, conectados por rios imensuráveis ou igarapés

temporários ou mesmo via internet...

Ao longo do tempo, fazendo esses e outros exercícios

de observação regional, o Banco da Amazônia foi além

da superfície aparentemente homogênea e mergulhou em

sutilezas culturais e ambientais nem sempre perceptíveis

à primeira vista, mas sempre respeitáveis.

Desde seu nascimento, com o nome de Banco

de Crédito da Borracha, quando foi determinante para a

vitória aliada na 2ª Guerra Mundial, até hoje, como Banco

da Amazônia, o desenvolvimento regional esteve no foco

principal da instituição, enquanto a diversidade ganhava o

necessário destaque que possui.

E foi exatamente a diversidade, característica

amazônica marcante, a norteadora das pesquisas,

entrevistas, documentação, criação de textos e seleção

de imagens para este livro registrar histórias comuns e

distintas que, do princípio ao fim, carregam a certeza de

que esteja onde estiver, ou o que estiver fazendo, assim

como a Amazônia, o seu Banco fez, faz ou fará parte da

vida de todos.

Boca do Acre, fronteira com o Amazonas

Foto Diego Gurgel

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Page 16: Banco da Amazônia 70 Anos

Sumário

Produção rústica da pela (leia-se “péla”) de borracha, Seringal Cachoeira (AC)

Foto Diego Gurgel

Apresentação

Preservação e Desenvolvimento

A Seiva de Uma Planta da Amazônia Movimenta o Mundo

A Conquista do Acre

A Hora e a Vez de Manaus

A Paris N’América

Getúlio Vargas e a Amazônia

Grande Café da Paz

Discurso do Rio Amazonas

A Batalha da Borracha

Moedas do Brasil

Jean-Pierre Chabloz

O Banco de Crédito da Borracha

Mulheres Seringueiras

Termina a Guerra

Os Soldados Urbanos da Borracha

Bancrévea

Criação do Banco de Crédito da Amazônia

Jânio Quadros: Eleição e Renúncia

O Governo de João Goulart

O Banco de Crédito da Amazônia e o Movimento de 64

Radiotelegrafi a

Evolução Tecnológica

Construções e Engenharia

Preservação da Memória e Comunicação

A Constituição de 1988 e a Criação do FNO

Financiamento para todos os setores

Desenvolvimento com Respeito Ambiental

Financiando a Agricultura Familiar e o Agronegócio

“Seringal”

Banco da Amazônia – Marcas Históricas

Diretoria Executiva

Presidentes do Banco da Amazônia

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52

56

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Page 17: Banco da Amazônia 70 Anos

Mais do que exemplos bem sucedidos

de projetos financiados, as atividades do Banco

da Amazônia representam o momento atual da

instituição, que ao longo do tempo cresceu e

virou o maior investidor da transformação social

da região, crescimento já considerado um novo

marco histórico.

Desde 2003, na elaboração do

Planejamento Estratégico, os executivos

perceberam a necessidade de alinhar a atuação

bancária aos princípios verdes e delinearam a

indução ao desenvolvimento econômico e social da

Amazônia sem a destruição de seus ecossistemas

naturais, na certeza de que desenvolvimento

econômico, lucro e rentabilidade — do Banco da

Amazônia e de seus clientes — são e devem,

sim, ser compatíveis com elevados padrões de

responsabilidade social, cultural e ambiental.

A Missão do Banco incorporou o

desenvolvimento sustentável, a partir de 2006

e foi criada a Comissão de Meio Ambiente e

Sustentabilidade e os programas Amazônia Recicla,

para a coleta seletiva de resíduos sólidos; e o

Amazônia Otimiza, com medidas de racionalização

do consumo de recursos naturais. Isso junto com

Preservação e Desenvolvimento

14 Foto Paulo Santos

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Page 19: Banco da Amazônia 70 Anos

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Page 20: Banco da Amazônia 70 Anos

o Fornecedor Verde, a Gincana pela Sustentabilidade, o Viva

a Vida e Educação Ambiental – os programas compõem a

Agenda Ambiental do Banco da Amazônia, fortalecida por

ações e atividades com os empregados e parceiros.

Em 2006 foi lançado o Prêmio Banco da Amazônia

de Empreendedorismo Consciente e criada a Política

Socioambiental, com as diretrizes de atuação no setor,

baseada no tripé inclusão, exclusão e salvaguarda. Dois

anos depois, avançou ainda mais na defesa da região

com a análise socioambiental dos projetos e tornou-se

signatário do Protocolo de Intenções pela Responsabilidade

Socioambiental – iniciativa do Ministério do Meio Ambiente

–, junto aos bancos públicos.

A Agenda 21 do Banco da Amazônia foi lançada em

2010, com os compromissos da instituição para o alcance

da Agenda 21 brasileira e, no ano seguinte, foi publicada

a Política Corporativa pela Sustentabilidade, compondo as

normas de consulta permanente para toda e qualquer medida

ou ação que possa impactar a sustentabilidade interna e a

indução do desenvolvimento sustentável da Amazônia.

A partir de 2007, quando criou o Amazônia

Florescer - Programa de Microfinanças Sustentáveis para

a Região Amazônica-, operacionalizado em parceria com

a Amazoncred (Associação de Apoio à Economia Popular

Solidária), passou a ofertar crédito e serviços financeiros a

empreendedores populares, urbanos e rurais.

0 Banco da Amazônia sediou, em Belém, em 2011,

um importante evento com entidades de financiamento,

empresários e acadêmicos brasileiros e especialistas de

outros países, numa parceria com a ALIDE (Associação

Latinoamericana de Instituições Financeiras de

Desenvolvimento), que reúne 80 membros da América

Latina e Caribe, e convidados do Canadá, Europa e África.

Por ser a principal referência em política socioambiental

na região e signatário da Agenda A3P, durante a Rio+20

(Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente),

em 2012, o Banco da Amazônia se destacou não apenas

como um dos patrocinadores oficiais do evento, mas como

Foto Hely Pamplona17

Page 21: Banco da Amazônia 70 Anos

participante – prova viva de que, há muito, a questão

ambiental não é assunto exclusivo de ambientalistas e

sim tema estratégico para negócios de sucesso, aliando

preservação e desenvolvimento.

Ao verificar que não importava a quantidade de

programas, mas recursos disponíveis para desenvolver as

atividades produtivas, o Banco reformulou e aperfeiçoou

seus financiamentos adequando-os às novas estruturas e

conceitos. Mudou a concepção, tirou o foco do produto e

priorizou o cliente.

Hoje, trabalha com programas que cobrem toda

e qualquer atividade dos setores econômicos. O FNO-

Amazônia Sustentável, por exemplo, é o principal e mais

abrangente meio de financiamento com recursos do

FNO (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte)

e atende pessoas físicas e jurídicas na Região Norte. Já

com o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento

da Agricultura Familiar), financia projetos individuais ou

coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e

assentados da reforma agrária. Com o FNO-Biodiversidade

investe na manutenção e na recuperação da biodiversidade

amazônica, a partir de empreendimentos para o uso racional

dos recursos naturais, com boas práticas de manejo, além

dos voltados à regularização e recuperação de áreas de

reserva legal, degradadas e/ou alteradas.

Em 2011, o Banco da Amazônia recebeu o Prêmio

Internacional ALIDE VERDE, com o programa FNO-

Biodiversidade. A categoria ALIDE Verde é destinada

para instituições financeiras que aplicam programas de

desenvolvimento sustentável.

A partir de 2012 cresceram as oportunidades de

finaciamentos à população com o Programa Brasil Maior, do

governo da primeira mulher Presidenta da República, Dilma

Roussef, estimulando a inovação e a produção nacional

para alavancar a competitividade da indústria nos mercados

interno e externo. Foi priorizada a produção sustentável,

a competitividade de pequenos negócios, o incentivo ao

investimento e ao bem-estar do consumidor.

18

Page 22: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto Hely Pamplona

19

Page 23: Banco da Amazônia 70 Anos

Nesse cenário mais sensível aos negócios

na Região, o Banco da Amazônia ampliou a

concessão de crédito a taxas de juros menores

que o mercado financeiro em geral; fortaleceu

o incentivo a projetos de crescimento, aliados

ao desenvolvimento sustentável; valorizou

ainda mais ações para microempreendedores

individuais e micro, pequenas e grandes

empresas, inclusive com a retirada de

restrições de financiamento para custeio e/ou

comercialização não associados a investimentos

fixos para determinadas faixas de faturamento.

Com as taxas de juros mais atraentes do

mercado, todos os incentivos ao investimento

cresceram no Banco da Amazônia, que ainda

tem foco especial na carteira comercial de

pessoa física e em produtos como o Amazônia

Salário, Amazônia Salário Empregado, Amazônia

Consignação, além do Amazônia Cheque

Especial e do Amazônia Pessoal.

O Programa Brasil Maior reflete um novo

olhar sobre a Região e o Banco executa seus

objetivos com créditos flexíveis e abrangentes.

Foto Hely Pamplona20

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Page 26: Banco da Amazônia 70 Anos

Sabor da Amazônia Ultrapassa as Fronteiras

Da mesa do paraense, o açaí ganhou o mundo e agora começa a ter outras formas e até sabores. Em

breve, ele também será vendido, sob a forma de sorvete, creme e suco, em embalagens industrializadas, do

tipo tetra pak. Mas antes de chegar às gôndolas dos supermercados, a novidade será realidade no Oeste do

Pará.

No primeiro semestre de 2013, no município de Monte Alegre, entrará em operação a indústria de

beneficiamento do açaí, financiada pelo Banco da Amazônia desde 2008, para fechar o ciclo de produção da

fruta, iniciado nos municípios de Óbidos, Alenquer e Curuá, com o plantio de açaí irrigado em mais de dois

mil hectares.

Foto Thiago Araújo23

Page 27: Banco da Amazônia 70 Anos

As fazendas onde estão os açaizais e a indústria de beneficiamento são frutos do sonho da família

Vaccaro, que, através da empresa Polpas da Amazônia, investiu na comercialização do açaí – verdadeiro

patrimônio natural e cultural da região, com procura cada vez maior não só no Brasil como em outros países.

Por meio da irrigação, com modernos equipamentos e máquinas, o projeto agrega qualidade ao fruto

que será industrializado, obedecendo às normas técnicas dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura.

A produção gera emprego e renda para a mão de obra local, pois desde agora, no projeto piloto, a empresa

tem parceria com agricultores integrantes do PRONAF, programa também financiado pelo Banco da Amazônia.

Devido à alta qualidade do produto, a empresa fechou contrato de venda e assim que o processo de

industrialização for concluído, o creme de açaí ganha um novo mercado: estará nas redes de lanchonetes de

todo o país.

Foto Marcelo Lelis24

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Page 29: Banco da Amazônia 70 Anos

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Page 30: Banco da Amazônia 70 Anos

Acender uma lâmpada nos bairros de

Santa Etelvina e na Cidade Nova, em Manaus,

tem um significado que transcende o ato em si.

Com financiamento e orientação do Banco da

Amazônia, a Companhia Energética Manauara

segue a política de apoio às práticas sustentáveis

e sua usina termelétrica opera com o uso do gás

natural, fornecendo 60 megawatts de energia

às subestações que atendem cerca de 200 mil

pessoas.

Fruto de recursos do FNO, a energia que

ilumina Manaus contribui para um mundo mais

sustentável ao abolir o uso dos combustíveis

convencionais na Amazônia (como o diesel)

e também torna o processo de geração mais

econômico, devido aos menores custos de

produção – o que reflete diretamente na conta do

consumidor, que sai ganhando duas vezes; e na

natureza, com menor poluição ambiental.

Já nas águas da lagoa de São José, no

município de Careiro da Várzea, também no

Amazonas, não vivem apenas os peixes e a flora

aquática, mas também existe um trabalho pioneiro,

onde é fortalecida a certeza da qualidade de vida

cada vez melhor para os moradores da região. A

lagoa é base de um projeto único, desenvolvido

com financiamento do Banco da Amazônia: a

produção de tambaqui-curumim em tanques-rede.

Um comitê gestor coordena o projeto que

reúne pessoas das comunidades de Botafogo

de São José e Sagrado Coração de Jesus,

onde vivem cerca de 50 famílias. Anteriormente,

assim como em outros municípios da Região

Metropolitana de Manaus, todas as famílias

estavam envolvidas apenas com a produção de

hortaliças, uma vez que a proximidade da capital

garante o escoamento da produção para os

mercados e feiras com maior facilidade.

Agora, com a piscicultura, as duas

comunidades também se destacam pela produção,

vendida para a Agência de Desenvolvimento

Sustentável do Amazonas e para a Conab

(Companhia Nacional de Abastecimento). Das

águas da lagoa, desde 2010, quando o Banco

iniciou o financiamento, já foram retirados mais

de 20 toneladas de peixe.

Bastante organizado na administração do

projeto, o comitê planeja ampliar o número de

pessoas e de tanques do pescado e a criação em

tanques naturais, o que vem não só diversificar

a piscicultura na região, caracterizada como

de subsistência, mas também fortalecer o

mercado, pois com o declínio do plantio de juta,

a população se voltou fortemente para a pesca,

fazendo com que os peixes chegassem cada vez

menores à mesa dos consumidores. A atividade

em tanques-rede transforma e diversifica ainda

mais a realidade amazônica.

Luz nas Casas e Peixe nas Mesas

Foto Jaime Souzza 27

Page 31: Banco da Amazônia 70 Anos

João Ribeiro Nogueira viveu sempre à

beira do rio Madeira, em Porto Velho, e cedo

conheceu o prazer de ouvir histórias e os

segredos da navegação. Já adulto, sonhava com

a possibilidade de mudar e buscou inspiração na

mãe, professora, e no pai, empreendedor, para

realizar o sonho de criar passeios panorâmicos de

uma lancha, com narrativas culturais, e mostrar as

belezas do caudaloso rio.

Sem grandes recursos, João não conseguia

imaginar uma maneira de concretizar seu desejo.

Até que um amigo sugeriu o Banco da Amazônia,

“o banco mais criterioso do Estado de Rondônia”,

segundo ele. Isso foi em 2009.

Com a cara e a coragem, entrou no banco

e procurou o gerente. Apresentou suas ideias

e conseguiu, além de atenção, orientação para

criar a empresa, com consultoria do SEBRAE

(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas), garantindo o financiamento para a

lancha e para todos os acessórios necessários.

Em 2011, a lancha “Águia”, do agora feliz

empresário e “comandante” Ribeiro, iniciou o

projeto, que, sem trocadilho, vai de vento em popa,

divulgando histórias em passeios inesquecíveis

pelo Madeira, um dos mais caudalosos e velozes

rios do planeta.

Com a Cara e a Coragem

Rio Madeira, Porto Velho (RO)

Foto Luiza Bastos28

Page 32: Banco da Amazônia 70 Anos
Page 33: Banco da Amazônia 70 Anos
Page 34: Banco da Amazônia 70 Anos

Cooperar é Produzir e Organizar Juntos

União e organização. Essas são as

principais características da Cooperativa Central

de Comercialização Extrativista do Acre, criada em

2001 e que, desde então, investe no manejo de

produtos da floresta, agregando valor e buscando

promover a igualdade social, econômica e

ambiental das famílias extrativistas do Alto Acre,

Baixo Acre e Purus.

A Cooperacre, como é conhecida, cresceu

ainda mais a partir de 2007, quando começou

a ser financiada pelo Banco da Amazônia.

Procurou-se fortalecer a capacidade de compra,

armazenamento e beneficiamento de produtos

florestais, como a castanha e a borracha natural

dos seringais acreanos – considerados os de

melhor qualidade do mundo –, também comprada

diretamente do produtor. Os cooperados ainda

produzem polpas de frutas: acerola, maracujá,

abacaxi, goiaba, caju, açaí, cajá, manga,

carambola, distribuídas pela cooperativa para os

mercados local e nacional.

Tudo começou com três cooperativas de

produtores de castanha que sentiram a necessidade

de um escritório de comercialização do produto,

além de local para armazenagem, em Rio Branco.

Hoje, com o sucesso das empreitadas, o raio de

ação da Cooperacre alcança 33 pessoas jurídicas

e, entre outras conquistas, abastece todas as

escolas municipais com frutas, verduras, legumes

e hortaliças frescas – também produzidas com

incentivos à agricultura familiar, pelo Banco da

Amazônia – para a merenda escolar.

Foto Hely Pamplona31

Page 35: Banco da Amazônia 70 Anos

O apoio do Banco foi e é fundamental

para o crescimento da Cooperacre, pois financia

desde o capital de giro até a aquisição de

tratores e equipamentos agrícolas, possibilitando

maiores investimentos no principal diferencial

da cooperativa – as vantagens na garantia da

comercialização do produto, pois a estocagem

da produção é grande: só para a castanha, a

capacidade de armazenamento é de 5 milhões

de quilos.

E como diversificar a produção também

é meta da Cooperacre, recentemente os

cooperados decidiram mudar a forma de atuação

na comercialização da borracha natural, até então

vendida apenas na forma de matéria prima, o

que deixava os produtores numa situação de

vulnerabilidade no mercado.

Já está em construção, no município de

Sena Madureira, uma fábrica de beneficiamento da

borracha para venda às indústrias de pneumáticos

do sul do país. Dentro desse processo o Banco

da Amazônia financia a aquisição do maquinário

para o preparo da terra, o cultivo racional

de seringueiras e o reflorestamento de áreas

degradadas.

O plantio, iniciado em 2010, elevou

a produtividade dos seringais acreanos em

comparação à produção da seringa nativa,

dispersa por quilômetros na floresta, uma vez

que a cultivada, organizada próximo à casa do

produtor e com uso de tecnologia adequada, tem

produção dez vezes maior. Nos próximos cinco

anos, os produtores pretendem reflorestar cinco

mil hectares, recurso que gera riqueza para a

cooperativa e parceiros.

32

Page 36: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto Diego Gurgel

33

Page 37: Banco da Amazônia 70 Anos

O colonizador europeu, quando pisou nas américas, encontrou tesouros com os quais jamais sonhara.

Os alimentos do Novo Mundo mataram a fome de continentes e a seiva de uma árvore, velha conhecida

dos índios, trouxe novas possibilidades para o crescimento econômico do ocidente. Árvore-que-chora seria

a tradução para a palavra caucho, util izada por alguns grupos indígenas para denominar a planta da qual

extraíam aquela estranha seiva que se transformava em algo elástico, com propriedades inusitadas. Bolas

que saltavam, calçados que não molhavam, coisas que encantaram o Velho Mundo. Logo surgiram diversos

objetos feitos com o choro da seringueira, desde capas e sapatos impermeáveis a coletes salva-vidas.

A Seiva de uma Planta da Amazônia Movimenta o Mundo

34

Page 38: Banco da Amazônia 70 Anos

“Seringueiro”, desenho a bico

de pena, de Percy Lau

Page 39: Banco da Amazônia 70 Anos

Os primeiros estudos científicos da borracha foram

desenvolvidos pelo francês Charles de la Condamine, que

levou amostras do produto conseguido no Peru, em 1735,

para a Academia de Ciências de Paris. Ninguém lhe deu muita

atenção, pois tudo o que se fabricava com essa substância

tornava-se pegajoso no calor e inflexível ou esfarelava-

se em baixas temperaturas. No entanto, um engenheiro

francês, C. F. Fresneau, que estudara a substância na Guiana

Francesa, conseguiu fazer um par de sapatos de seiva e

impermeabilizá-los.

O primeiro produto fabricado a partir da seiva

da seringueira foi justamente o apagador, que até hoje

conhecemos como... “borracha”. Foi o inglês John Priestley

quem descobriu que, com aquela substância das matas

amazônicas, era possível eliminar marcas de lápis, o que

até então era feito com miolo de pão. Priestley deu à sua

invenção o nome de “Indian Rubber”, literalmente “raspador

indiano”. A palavra rubber passou a designar o produto da

seringueira. Os portugueses, que preservavam seus vinhos

em vasilhas de couro, às quais chamavam borrachas,

substituíram o couro pela matéria amazônica e o látex então

passou a ser conhecido por “borracha”.

Em 1823, o escocês Charles Mac Intosh descobriu um

meio de fazer roupas impermeáveis, colocando uma camada

de borracha entre duas camadas de tecido. No mesmo ano

em Londres um fabricante de carruagens, Thomas Hancock,

fabricou os primeiros aros de borracha, para a bicicleta

do filho. Em 1815, Hancock, modesto serralheiro, tornou-

se um dos maiores fabricantes do Reino Unido. Ele havia

Instrumentos de coleta do látex, sementes de seringueira e pelas de borracha. (Acervo Banco da

Amazônia - reprodução Bruno Catrachesti)

No Fogo, à Prova d’Água

36

Page 40: Banco da Amazônia 70 Anos

inventado um colchão de borracha e, associado a Mac Intosh,

fabricava as famosas capas impermeáveis “mac intosh”.

Além disso, havia descoberto e realizava industrialmente o

corte, a laminação e a prensagem da borracha. Tinha

verificado a importância do calor na prensagem e construído

uma máquina para este fim. Mac Intosh também descobriu o

emprego da benzina como solvente e Hancock preconizou

a prévia “mastigação” e aquecimento, para obter uma

perfeita dissolução da borracha. Hancock descobriu ainda a

fabricação de bolas elásticas e por fim, em 1842, de posse

da borracha vulcanizada de Goodyear, procurou e encontrou

o segredo da vulcanização, fazendo enorme fortuna. Mas

até que fosse encontrada a fórmula da vulcanização, a

febre da borracha na Europa e nos Estados Unidos parecia

fadada a terminar como um completo fracasso. A matéria

amazônica, que despertou o entusiasmo do mundo,

mostrava-se decepcionante na prática, com produtos

que se transformavam numa massa pegajosa, no verão, e

endureciam e quebravam-se, no inverno.

No verão de 1834, um comerciante de ferragens

falido da Filadélfia, Charles Goodyear, entrou numa loja

da Roxbury India Rubber Co., primeira manufatura de

borracha nos Estados Unidos. Ele mostrou ao gerente uma

nova válvula que havia criado para salva-vidas de borracha.

O gerente sacudiu a cabeça, desolado. A Companhia não

estava interessada em válvulas agora, já seria uma sorte

permanecer no negócio. O gerente mostrou a Goodyear:

prateleiras cheias de produtos de borracha, transformados

numa gosma mal cheirosa pelo calor excessivo. Na fábrica

Acima, fábrica de pneu

Goodyear. Ao centro,

Charles Goodyear, inventor

da vulcanização e, ao lado,

John Dunlop Jr.

37

Page 41: Banco da Amazônia 70 Anos

da Companhia, em Roxbury, Massachussets, confidenciou

que milhares de artigos de borracha eram devolvidos por

clientes ultrajados. Os diretores se reuniam, na calada da

noite, para enterrar vinte mil dólares de rejeitos fedorentos

num poço.

A “febre da borracha” do início dos anos 1830 acabou

assim como começou. No princípio, todo mundo queria

coisas com a nova goma à prova d’água do Brasil e fábricas

surgiram para suprir a demanda. Então, de repente, o

público se cansou daquela coisa desastrada, que endurecia

e ficava quebradiça ou virava quase uma gelatina, conforme

a mudança das estações. Nenhuma das jovens indústrias

de borracha sobreviveu mais que cinco anos. Investidores

perderam milhões. A borracha, todos concordavam, era um

sonho passado.

Mas Charles Goodyear não desistiu e, enfrentando

todo tipo de contratempo, submetendo a família à miséria,

continuou suas pesquisas para transformar a borracha num

produto de extrema util idade.

A grande descoberta aconteceu no inverno de 1839.

Goodyear estava usando enxofre nos seus experimentos.

Ainda que o próprio Goodyear tenha deixado dúvidas sobre

alguns detalhes do processo, a história mais persistente é

que, num dia de fevereiro, entrando numa loja de Woburn,

onde residia, para mostrar sua nova fórmula de borracha e

enxofre, foi recebido com risadas sarcásticas e o inventor

normalmente cordato ficou exaltado, sacudindo as mãos e

deixando seu modelo de borracha voar de seus dedos, caindo

num fogão aceso. Quando foi apanhá-lo, descobriu que, ao

invés de derreter como melado, ele estava chamuscado

como couro e ao redor da área chamuscada havia uma borda

marrom, seca e elástica, muito diferente do produto original, Sapato de borracha e pela derretidos pelo calor. (Acervo Banco da Amazônia - reprodução

Bruno Carachesti)

38

Page 42: Banco da Amazônia 70 Anos

virtualmente uma nova substância. Havia criado a borracha

à prova d’água. Esta descoberta é constantemente citada

como um dos “acidentes” mais celebrados da História.

Finalmente, Goodyear observa que submetendo a

composição de borracha com enxofre por quatro a seis

horas, sob pressão, numa temperatura próxima de 130ºC,

um material bastante uniforme e resistente era obtido. O

inventor ganhou um bom dinheiro mas abriu mão de sua

participação nas fábricas que util izavam sua descoberta,

o que poderia tê-lo transformado num milionário, para

continuar com os experimentos. Ele queria fazer tudo de

borracha: papel-moeda, instrumentos musicais, bandeiras,

joias, velas de barcos e até os próprios barcos. Goodyear

tinha seu retrato pintado sobre borracha, seus cartões de

visita impressos sobre borracha, sua autobiografia impressa

em borracha. Vestia chapéu, terno e gravata de borracha.

Charles Goodyear via a borracha como a vemos

nos nossos dias: o primeiro e mais versátil dos modernos

“plásticos”. Via nela um “couro vegetal” que desafiava os

elementos, um “metal elástico”, um substituto da madeira

que podia ser moldado. Algumas de suas ideias ainda são

vistas como “novos” usos para a borracha. Muitas indústrias

de alimentos embalam seus produtos em pliofilme, um

plástico derivado da borracha, que Goodyear havia sugerido

em 1859. Roupas de mergulho, molas e amortecedores

para botes infláveis são outras inovações recentes que

Goodyear descreveu há mais de um século.

Charles Goodyear não teve o cuidado de requerer

patentes no exterior, mas enviou amostras de sua borracha

tratada com enxofre e calor para a Inglaterra, sem revelar

detalhes da fórmula que usava. Uma amostra foi vista pelo

pioneiro da borracha Thomas Hancock, que vinha por 20 Sapato de borracha. (Acervo Banco da Amazônia - reprodução Bruno Carachesti)

39

Page 43: Banco da Amazônia 70 Anos

anos tentando produzir borracha à prova d’água. Hancock

notou uma mancha amarela de enxofre na superfície da

amostra e com essa chave reinventou o processo, já criado

por Goodyear, ao qual deu o nome de vulcanização, derivado

do deus romano Vulcano - quatro anos depois de Charles

Goodyear. Quando o norte-americano foi pedir o registro

de patente na Inglaterra, Hancock já havia obtido algumas

semanas antes.

Charles Goodyear não conseguiu fortuna com seus

experimentos, mas o processo criado por ele permitiu o

renascimento da febre pela borracha amazônica.

Em 1845, R.W. Thomson inventou o pneumático,

a câmara de ar e até a banda de rodagem ferrada. Em

1850, fabricavam-se brinquedos de borracha, bolas ocas

e maciças (para golfe e tênis). A invenção do velocípede

por Michaux, em 1869, conduziu à invenção da borracha

maciça, depois da borracha oca e, por último, à reinvenção

do pneu, pois a invenção de Thomson havia caído no

esquecimento. Em 1888, Dunlop introduziu a câmara-de-ar,

inventando o pneu, logo aplicado em bicicletas. Em 1895,

os irmãos Michelin adaptaram o pneu ao automóvel, veículo

patenteado por Daimler, em 1884, e por Benz, em 1885.

Desde então, a borracha passou a ocupar um

lugar preponderante no mercado mundial e devido às

suas múltiplas aplicações, principalmente na indústria

automobilística em expansão, a borracha obtida a partir

do látex das seringueiras tornou-se produto mundialmente

valorizado.

Seringueiras não faltavam na Amazônia brasileira.

Isso levou a região Norte do Brasil, uma das mais pobres

No alto, mostruário de pela (Acervo Banco da Amazônia -

reprodução Bruno Carachesti) e Henry Wickham, responsável pelo

contrabando de 70 mil sementes de seringueiras da Amazônia

40

Page 44: Banco da Amazônia 70 Anos

e desabitadas do país, a experimentar período de grande

prosperidade. Interessadas na exploração dos seringais

amazônicos, grandes empresas e bancos estrangeiros

instalam-se nas cidades de Belém e Manaus, que se

transformam, de cidades acanhadas, em metrópoles vibrantes,

com equipamentos urbanos e monumentos arquitetônicos

admiráveis, alguns dos quais ainda hoje podem ser vistos nas

duas cidades, como o Theatro da Paz, em Belém e o Teatro

Amazonas, em Manaus. Uma leva de milhares de imigrantes,

principalmente nordestinos fugidos da seca da década de

1870, invadiu a floresta para recolher o látex e transformá-lo

em borracha.

A produção amazônica chegou a 42 mil toneladas anuais

e o Brasil dominou o mercado mundial de borracha natural.

Para os brasileiros que usufruíam de tanta riqueza, parecia

que aquilo nunca iria acabar. Para as potências estrangeiras,

que no final das contas eram os verdadeiros destinatários

desse presente da Natureza, havia necessidade de garantir

seus estoques sem pagar nada para os brasileiros. Em 1876,

uma família de ingleses chegou em Santarém, sendo recebida

com hospitalidade pelos norte-americanos que haviam fugido

da Guerra da Secessão e se instalaram no Tapajós. Henry

Wickham conseguiu iludir a todos e enviou para a Inglaterra 70

mil sementes selecionadas de seringueiras. Essas sementes,

aclimatadas no Jardim Botânico Kew Gardens, foram depois

transplantadas no Sudeste Asiático e, na segunda década do

século XX, já produziam o suficiente para competir e derrotar

a borracha brasileira. Henry Wickham foi agraciado com o

título de “sir” pela rainha Vitória, por ter dado à Inglaterra o

monopólio da borracha e a Amazônia perdeu o filão de ouro.

Filme plástico transparente de borracha

41

Page 45: Banco da Amazônia 70 Anos

Documento original. (Acervo

Banco da Amazônia -

reprodução Alex Raiol)

Illustrissimo Excelentissimo Senhor Vice-

Presidente da Província

Diz George W. Sears, cidadão dos Estados

Unidos d’America do Norte, ora nesta capital,

que tendo-se dirigido pessoalmente a Vossa

Excelencia afim de tratar do invento por elle

apresentado para melhoramento da extracção

e fabrico da gomma elastica, vem hoje, depois

do exame e verificação da machina e trabalho

ou fabrico, a que Vossa Excelencia assistiu,

acompanhado do doutor engenheiro Guilherme

Francisco Cruz, de novo fazel-o por meio da

presente petição, afim de que por intermedio e

apoio de Vossa Excelencia, possa o Supplicante

obter da Illustrada Assemblea Legislativa

Provincial, seja acceita a proposta que desde

já fáz de vender á Provincia, o dito invento ou

machinismo, por uma quantia razoavel. [...]

Proposta do cidadão Norte-Americano George W. Sears, ao Governador

da Província para “venda do segredo de invento de fabricar borracha em

estado sólido”. Belém, 16 set. 1870.

42

Page 46: Banco da Amazônia 70 Anos

[...] Aquillo que até agora demanda muitos

braços e muitos dias, especialmente para seccar,

e comtudo imperfeitamente, póde ser feito agora

em menos de uma hora, e um homem apenas basta

para o trabalho de cada machina. [...]

“”

[...] A gomma elástica torna-se pura de uma

só qualidade, e elasticidade admiravel, como

igualmente Vossa Excelencia abservou, e se vê

das amostras que o Supplicante ora apresenta

[...]

“”

[...] O Supplicante entregará duas machinas

completas, um modelo, e os instrumentos para

a incisão e colhimento do leite, tendo ora um

outro meio ainda superior quando á incisão, e

fornecerá grande quantidade de vasos. Ensinará

praticamente o fabrico da gomma elastica, e

também o das machinas. [...]

”[...] A gratidão publica, virá infalivelmente

ao encontro da Illustrada e Nobre Assembleia

Legislativa Provincial, e de Vossa Excelencia

também.

“”

43

Page 47: Banco da Amazônia 70 Anos

Depois da independência dos países sul-americanos, a

região onde hoje se situa o Estado do Acre ficou pertencendo

à Bolívia, com o reconhecimento do Brasil, através do Tratado

de Ayacucho, em 1867. Mas a sede pela borracha e a seca no

Nordeste do Brasil criaram um fluxo migratório que tinha como

último destino essa região perdida nos confins da Amazônia.

A milhares de quilômetros da capital La Paz, a invasão

brasileira não era sentida pelos bolivianos, até que o futuro

presidente da Bolívia, José Manuel Pando, refugiou-se na

região, depois de um frustrado golpe de Estado. Pando ficou

preocupado com a invasão dos seringueiros do país vizinho.

Em 1899, o governo boliviano enviou uma escolta para garantir

a ocupação do território, que foi expulsa pelos brasileiros.

Como o governo brasileiro não interferia na disputa, por

considerar que o Acre pertencia à Bolívia, o governador do

Amazonas, Ramalho Júnior, organizou uma ofensiva para garantir

a posse das terras, sob o comando do jornalista e aventureiro

espanhol Luis Galvez Rodrigues de Arias. Galvez tomou de

assalto a cidade boliviana de Puerto Alonso, que passou a se

chamar Porto Acre e proclamou a República Independente do

Acre, no dia 14 de julho de 1899. Mas, oito meses depois, a

República Independente de Galvez foi dissolvida e ele preso

por tropas enviadas pelo governo brasileiro.

Mas o governo do Amazonas não se conformou,

preocupado com boatos de que Estados Unidos e Bolívia

haviam assinado acordo que previa apoio militar dos EUA

à Bolívia em caso de guerra com o Brasil. Foi organizada

uma nova expedição, a “Expedição dos Poetas”. O jornalista

Orlando Correa Lopes, que comandava a expedição, proclamou

a Segunda República do Acre, em novembro de 1900. Às

vésperas do Natal de 1900, os brasileiros foram derrotados

A Conquista do Acre

Acima, Barão do Rio Branco e signatários do Tratado de Petrópolis. Em baixo, Plácido de Castro

comanda exército em batalha. Acervo digital do DPHC (Departamento do Patrimônio Histórico e

Cultural do Acre)

44

Page 48: Banco da Amazônia 70 Anos

pelos bolivianos. Em 1901, a Bolívia assina um

contrato de arrendamento do Acre com o Bolivian

Syndicate, criado com capital angloamericano.

O contrato dava o controle absoluto da região

para o Bolivian Syndicate. Esse acordo garantia

ao governo boliviano a confiança para rechaçar

militarmente - com o apoio dos americanos -

qualquer intenção do Brasil em relação ao Acre.

A notícia caiu como uma bomba entre os

brasileiros e eles iniciaram uma revolta armada,

contrariando a posição do governo brasileiro, que

reiterara o reconhecimento dos direitos bolivianos

sobre o Acre. Comandados pelo gaúcho Plácido

de Castro, um jovem agrimensor com passagem

pelas forças armadas, alguns poucos homens

conseguem conter os combatentes bolivianos.

Mas a revolta se espalha, unindo seringalistas,

seringueiros, comerciantes, logo um exército de

revoltosos que vai tomando, uma a uma, as praças

bolivianas. Os rebeldes imediatamente dominam

toda a região, exceto Porto Acre, que somente se

rendeu em 24 de janeiro de 1903. No dia 27

daquele ano, foi proclamada a Terceira República

do Acre, agora com o apoio do presidente

brasileiro, Rodrigues Alves e do seu Ministro do

Exterior, o Barão do Rio Branco, que ordenou a

ocupação do território e estabeleceu um governo

Tratado de Petrópolis e reprodução do jornal “A Mutuca”, dirigido e redigido à mão por Plácido de Castro. Acervo digital DPHC (Departamento do Patrimônio Histórico e Cultural do Acre)

45

militar sob o comando do general Olímpio da

Silveira. O próprio presidente da Bolívia, general

José Manuel Pando, decide comandar uma

ofensiva contra os invasores, mas, antes disso, a

diplomacia brasileira, sob as ordens do Barão do

Rio Branco, consegue que os governos do Brasil

e da Bolívia assinem, em 21 de março de 1903,

um tratado preliminar, ratificado logo depois pelo

Tratado de Petrópolis.

O Tratado de Petrópolis foi assinado a 17

de novembro de 1903 entre os governos do

Brasil e da Bolívia. É um Tratado de Permuta que

resultou na entrega do território do Acre. Em troca,

o Brasil cedia as terras na foz do rio Abunã e na

bacia do rio Paraguai. Tinha ainda de pagar uma

compensação monetária de 2 milhões de libras

esterlinas. O Brasil também se comprometia

a ceder a navegação nos rios brasileiros para

chegar ao oceano Atlântico e a Bolívia adquiria

o direito de abrir alfândegas em Belém, Manaus,

Corumbá e noutros pontos da fronteira. O mesmo

se passava com o Brasil em território boliviano.

O estado brasileiro tinha ainda de construir uma

linha de caminho de ferro, que ficou pronta em

1912, desde o porto de Santo António, no rio

Madeira, até Guarajá-Mirim, no Mamoré, com um

ramal até território boliviano.

Page 49: Banco da Amazônia 70 Anos

A construção de uma ferrovia que

transpusesse a parte encachoeirada do rio

Madeira, permitindo a ligação dos trechos

navegáveis a montante e a jusante, era um sonho

acalentado desde 1861. Com a ferrovia, ficaria

mais fácil o escoamento dos produtos vindos

do Centro-Oeste brasileiro e da Bolívia. Várias

tentativas de concretizar o sonho foram frustradas

pelas dificuldades enfrentadas.

A primeira tentativa na construção foi em

1872, quando engenheiros ingleses intentaram

plantar os trilhos, a partir de Santo Antônio

do Madeira. Um ano depois, a empreitada foi

abandonada, porque os trabalhadores eram

dizimados por doenças. Numa segunda tentativa,

em 1877, foram assentados 6,2 km de linha.

Foi quando a primeira locomotiva trafegou na

Amazônica - a nº 12, ou “máquina 12”, como é

conhecida até hoje pela população local. Mas as

mesmas dificuldades levaram a novo fracasso.

Depois dessas derrotas, o sonho de uma

ferrovia no Madeira parecia sepultado, até que foi

assinado o Tratado de Petrópolis, no qual a Bolívia

abria mão de seus interesses no Acre, mediante

compensações do governo brasileiro. Um dos

compromissos do Brasil foi o de construir uma

ferrovia desde a localidade de Santo Antônio, no

rio Madeira, até Guajará-Mirim, no rio Mamoré,

fronteira com a Bolívia. Aberta a concorrência

para a construção, quem venceu foi o engenheiro

Joaquim Catramby, que vendeu-a ao novaiorquino

Percival Farquhar, empresário aventureiro com

diversos interesses no Brasil. Farquhar decidiu

iniciar a ferrovia a partir de Porto Velho, sete

quilômetros abaixo de Santo Antônio. A obra foi

iniciada em 1907.

“No final de 1909, a ferrovia já contava com

74 quilômetros construídos e Farquhar consegue,

junto ao governo brasileiro, o arrendamento da

ferrovia e de vários seringais, pelo prazo de 60

anos. Em dezembro desse ano, Rondon chegava a

Porto Velho, concluindo a trilha para a implantação

da linha telegráfica, Cuiabá – Santo Antônio”,

revela Antônio Cândido da Silva, no livro “Madeira

Mamoré – O Vagão dos Esquecidos”.

Em 1910, os sanitaristas Osvaldo Cruz

e Belisário Pena chegam ao canteiro de obras

para promover o saneamento da área, evitando

o grande número de doenças que acometiam os

trabalhadores, principalmente a “febre amarela”.

Dos mais de 20 mil trabalhadores contratados

para a obra, mil e quinhentos pereceram.

No dia 30 de abril de 1912 foi colocado

o último dormente, no trecho final em Guajará-

Mirim, completando 366 quilômetros . A

obra foi inaugurada no dia 1º de agosto.

Com o fim da obra, chegava também ao final o

período áureo da borracha e a ferrovia perdia sua

principal função. Percival Farquhar acabou falindo

em 1916 e o controle da ferrovia passou para os

investidores ingleses e canadenses que haviam

sustentado a construção da mesma. Em 1931,

a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré passou a

ser controlada pelo governo brasileiro. Hoje,

praticamente desativada, é considerada parte do

Patrimônio Cultural do Brasil.

A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

46

Page 50: Banco da Amazônia 70 Anos

Ao lado, primeira locomotiva a circular em território amazônico,

abandonada entre 1879 e 1907 e encontrada em Santo Antônio.

Hoje está no Museu da Estrada de Ferro, em Porto Velho. Acima,

outras fotografi as de Danna Merril, funcionário da prefeitura de Nova

Iorque, contratado por Percival Farquar, em 1908, para documentar o

assentamento dos trilhos da estrada de Ferro Madeira-Mamoré

(Acervo Centro de Documentação Histórica de Rondônia)

47

Page 51: Banco da Amazônia 70 Anos

A Hora e a Vez de Manaus

A revelação de Francisco Orellana de que uma imensa via de navegação penetrava selva adentro no norte

da América do Sul já havia despertado a cobiça das potências europeias.

Os franceses ocuparam terras no Maranhão e os espanhóis, vindos pelo oceano Pacífico, sonhavam

com as terras do outro lado dos Andes. Então, Portugal decidiu tomar conta do que achava que era seu e para

controlar a foz do grande rio e primeiro tomou a cidade de São Luiz dos franceses e depois fundou Belém. Pelo

Tratado de Tordesilhas, os portugueses estavam nos limites de suas terras.

Mas isso não os limitou: simplesmente continuaram subindo o rio para marcar e garantir a posse das

novas terras. Fundaram, na confluência dos rios Solimões e Negro, a fortaleza da São José do Rio Negro, numa

área habitada por diversos grupos indígenas. Os colonizadores foram aos poucos se instalando às proximidades

do forte. Em 1832, o lugarejo foi elevado à categoria de Vila, recebendo o nome de Manáos, em homenagem

a um grupo indígena homônimo, o mais populoso que ocupou aquele território.

A modesta vila ribeirinha sofreria uma mudança drástica depois da descoberta das inúmeras possibilidades

de util ização da borracha e Manaus transformou-se numa grande cidade.

O acanhamento de suas construções deu lugar a notáveis monumentos públicos, suntuosas mansões e

naturalmente o espaço urbano foi adaptado ao surto de poder econômico.

Com o governador Eduardo Ribeiro, Manaus alcançou seu momento de modernização urbana, tendo sido

a primeira cidade brasileira a ter bondes elétricos circulando.

Cartão postal da avenida Eduardo Ribeiro no início do século XX

48

Page 52: Banco da Amazônia 70 Anos

O fim do monopólio da borracha, que era da Amazônia, trouxe a estagnação e o marasmo, até o advento

da 2ª Guerra Mundial, com novo alento à economia da borracha na região. Mas a capital do Amazonas só iria

recuperar sua condição de metrópole com a criação da Zona Franca de Manaus, em 1967.

Hoje, Manaus é a maior cidade da Amazônia, com quase dois milhões de habitantes, uma economia forte,

incentivada pelo Banco da Amazônia, e conta com o intenso movimento turístico que, ao contrário do comércio

da borracha, só tende a crescer, especialmente a partir de 2014 com a Copa do Mundo – evento também

financiado pelo Banco.

Manaus do início do século XX. Coleção Jorge Herran. (Acervo Museu da Imagem e do Som - AM)

49

Page 53: Banco da Amazônia 70 Anos

A Paris n’América

A riqueza fornecida pela febre da borracha

no mundo transformou as modestas cidades da

Amazônia em metrópoles sofisticadas, com os

mais modernos equipamentos urbanos da época.

Já no ano de 1870, a capital do Pará possuía

bondes puxados por burros e iluminação pública

a gás. As famílias da classe alta se abasteciam nas

capitais europeias. Roupas, alimentos, bebidas,

tudo era importado.

Os lucros com a borracha trouxeram uma

mudança rápida na paisagem da cidade. A discreta

Travessa dos Mirandas virou avenida e teve seu

nome mudado para 15 de Agosto, em homenagem

à adesão do Pará ao Brasil Independente. Nos

anos 50, passou a se chamar Avenida Presidente

Vargas, denominação que se mantém até hoje,

sendo a principal artéria do centro comercial de

Belém. Ali foram construídos importantes prédios

públicos, como o Café da Paz, hotel e restaurante

frequentado pela sociedade mais abastada, pouco

mais tarde o Grande Hotel e, no ano de 1912, o

Cinema Olympia, que existe até hoje, sendo a mais

velha sala de cinema ainda em funcionamento no

País.

O dinheiro corria à solta, mas a cidade

ainda apresentava problemas sérios, como a febre

amarela, que dizimava a população. Com a posse

do intendente Antônio Lemos, em 1897. Belém

passou por transformações urbanísticas que a

igualava aos principais centros do Velho Mundo.

Lemos abriu largas avenidas, cuidou do calçamento

das ruas, contratou uma empresa para construir um

sistema de esgoto, foi rigoroso na limpeza das ruas,

construiu o crematório para queimar o lixo urbano

e animais mortos nas ruas, inaugurou o sistema

elétrico de iluminação pública e os antigos bondes

puxados por animais foram substituídos por bondes

elétricos. Antônio Lemos foi ainda um governante

Rua Conselheiro João Alfredo, Belém. Álbum “O Pará”, 1908, Augusto Montenegro.

(Acervo Arquivo Público do Pará - reprodução Alex Raiol)

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Page 54: Banco da Amazônia 70 Anos

Rua Padre Prudêncio e Igreja St. Anna, aos fundos a fábrica Palmeira. Albúm Vistas de Pará Brazil. Edição George Hübner. (Acervo Arquivo Público do Pará - reprodução Alex Raiol)

preocupado com o meio ambiente e a qualidade de vida, dando especial atenção ao Horto Botânico e cuidando

da arborização das ruas, tratando com rigor o vandalismo contra as plantas. A ele a cidade deve a alcunha de

“Cidade das Mangueiras”.

A cidade urbanizada levou seus habitantes a capricharem nas construções e logo mansões luxuosas

foram erguidas nos bairros mais prósperos. O fausto em que viviam Belém e Manaus atraiam companhias

teatrais da Europa, que não se furtavam a enfrentar todas as dificuldades de viagem e os perigos da vida

tropical, compensadas por temporadas altamente lucrativas.

O fim do período áureo da borracha encerrou também o deslumbramento de uma classe perdulária

e toda a Amazônia sofreu com a estagnação econômica. Belém manteve seu patrimônio arquitetônico com

poucas alterações, até a segunda metade do século XX, quando a Amazônia passou a atrair novamente os

olhares do mundo, agora por outras riquezas que não a borracha.

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Page 55: Banco da Amazônia 70 Anos

A Amazônia estagnada era uma das preocupações do presidente Getúlio Vargas,

que visitou a região em 1933 e 1940. Ao estabelecer a Marcha para o Oeste, com

a intenção de incentivar a ocupação do Centro-Oeste do Brasil, Vargas tinha a vista

estendida para mais distante, para o Extremo Norte. Com forte apelo desenvolvimentista,

o presidente previa a Amazônia como um território totalmente ocupado, o mais povoado:

“Apraz-me imaginar o que será esta vastidão, onde se estendem as terras fertil izadas

pela bacia do Amazonas, sem rival em superfície e volume no mapa do mundo, quando

nela estiver fixada a inteligência e a atividade de cem milhões de brasileiros”, proclamou

em um de seus inúmeros discursos na região.

Vargas criou o Instituto Agronômico do Norte, em Belém, em 1939 e, em 1940,

o Governo Federal encampou o Port of Pará e a Amazon River Steam Navigation: “As

empresas exploradoras dos serviços portuários e do tráfego fluvial, pelo seu precário

e deficiente aparelhamento, não satisfaziam as necessidades e deverão transformar-se,

Getúlio Vargas e a Amazônia

Jornais destacam a visita do presidente Getúlio Vargas

a Amazônia. Belém, 5 de outubro de 1940. (Acervo

Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves - reprodução

Alex Raiol)

52

Page 56: Banco da Amazônia 70 Anos

agora, em fatores diretos do desenvolvimento da região.

Para isso, cuida-se de reorganizá-las, de reformar-lhes

o material e construir novas unidades nos seus próprios

estaleiros. Prende-se à mesma série de providências, a

criação do Instituto Agronômico do Norte, que será um

centro completo de pesquisas da riqueza florestal do vale

amazônico, com o propósito de classificá-la, aperfeiçoar

e desdobrar nos campos de multiplicação, para substituir

pela indústria agrícola, metódica e científica, os velhos

processos extrativos. Destinado a servir a toda a região,

esse Instituto deverá promover o plantio sistemático, não só

da seringueira, pela forma em que o vem praticando, com

pleno êxito, a Fundação Ford, como, ainda, o das variadas

espécies nativas e aclimadas — castanha, timbó, fibras

—, a fim de fornecer, gratuitamente, mudas de precoce

produção pela enxertia e desenvolver, ao mesmo tempo, os

modernos processos de cultura e aclimação dos vegetais.”

Em outubro de 1940, durante a visita de Vargas à

Amazônia, desta vez percorrendo um largo trecho: Belém,

Belterra, Manaus e Porto Velho, foi recebido com grande

entusiasmo pelas populações locais e despertando nos

habitantes a crença em dias melhores, amparados na

promessa feita em 1933: “A Amazônia ressurgirá”.

No “Discurso do Rio Amazonas”, o presidente

reitera sua intenção do promover o desenvolvimento da

Amazônia: “Não vos faltará o apoio do governo central para

qualquer empreendimento que beneficie a collectividade. O

Amazonas, sob o impulso fecundo de nossa vontade e de

nosso trabalho, deixará de ser, afinal, um simples capítulo

53

Page 57: Banco da Amazônia 70 Anos

da história da terra, e, equiparado aos outros grandes rios, tornar-se-á um capítulo da historia da civilização”.

Em 1937, Getúlio Vargas havia instaurado o Estado Novo, depois de um golpe de estado que garantiu

para si plenos poderes. A nova Constituição, promulgada por ele, ficou conhecida como a Constituição

“Polaca”, por ser baseada na Constituição da Polônia, claramente baseada em princípios fascistas. No início

da década de 40, em plena crise da 2ª Guerra Mundial, Getúlio Vargas não esconderia suas simpatias pelos

regimes de Roma e Berlim, causando desagrado e preocupação aos americanos do Norte.

Mas a entrada do Japão na Guerra e o bloqueio da produção de borracha nos países asiáticos aos

países aliados levou os Estados Unidos a exigirem uma posição clara do Brasil. Diante da catástrofe iminente,

o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, criou uma comissão, presidida por Bernard Baruch,

para avaliar os estoques dos produtos considerados essenciais para o enfrentamento da guerra. O relatório

da comissão mostrou a importância de ter o Brasil como aliado: “Achamos a situação atual tão perigosa que,

a não ser que medidas [...] sejam tomadas imediatamente, este País enfrentará um colapso militar e civil.

[...] Exigências militares e outras necessidades essenciais [...] esgotariam os nossos estoques de borracha

crua antes do fim do próximo verão. [...] Os pneus de carros civis, [por exemplo,] estão sendo gastos a uma

Acima, ataque japonês a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941; presidente norte-americano Franklin Roosevelt assinando a declaração de guerra contra o Japão, em 8 de dezembro de 1941. Soldado americano em guarda

na praia de Oahu (Havaí), em março de 1945. (Arquivo Nacional Americano)

54

Page 58: Banco da Amazônia 70 Anos

média de 8 vezes mais rapidamente do que são

substituídos. Caso isto continue neste ritmo [...],

em 1944 haverá uma completa paralisação de

27.000.000 de carros de passageiros.”

Tanto a situação geográfica da Amazônia,

tendo Belém como um porto estratégico,

uma sentinela do Atlântico Sul, era de grande

importância para os esforços de guerra dos

países aliados liderados pelos Estados Unidos da

América, como também – ou talvez principalmente

– a economia da borracha amazônica assumia

sua potencialidade estratégica e se transformaria,

novamente, na mola mestra da indústria brasileira

e da vitória aliada.

Vieram os Acordos de Washington e o Brasil

entrou na guerra, mas os soldados brasileiros

não iam todos para os campos de batalha, a

grande maioria foi se embrenhar nas matas da

Amazônia, para extrair a borracha, que passou a

ser a commodity que mais contribuía com divisas

para o Tesouro Nacional, além de ser fundamental

na fabricação de equipamentos de guerra, como

pneus e outras peças para carros, tanques, navios

e aviões util izados nos campos de batalha da

Europa e Ásia.

“Getúlio Vargas recebe integrantes da Comissão de Financiamento

do Congresso americano. Em pauta, o ambicioso acordo da

borracha” - transcrição da legenda original, publicada pelo Jornal

do Brasil. Rio de Janeiro, 26 de maio de 2002 (Hemeroteca -

FCPTN - reprodução Alex Raiol)

55

Page 59: Banco da Amazônia 70 Anos

Grande Café da Paz

No início do século XX, na esquina onde hoje se encontra o edifício sede do Banco da Amazônia,

em Belém do Pará, existia o Hotel-Restaurant Grande Café da Paz, exemplo do fausto do período áureo da

borracha. No seu terraço, reunia-se a “nata” da sociedade local e alguns visitantes ilustres ficaram hospedados

ali. Um deles foi o sanitarista Osvaldo Cruz:

“Hotel - Restaurant

GRANDE CAFÉ DA PAZ

ADOLPHO MELIBEU

Proprietário

PARÁ - BRAZIL

Pará, 28 de Junho de 1910

Minha querida Miloquinha

Já hoje te enviei uma carta que te fazia meus cumprimentos pela grande festa de hoje.

Ainda para assignalar este grande dia resolvi hoje aqui uma questão que nos vai tornar a vida mais

suave. O Governador do Pará me pediu para assumir a direcção da Campanha contra a febre amarella aqui,

o que aceitei. De volta de Madeira irei até a “flôr da minha gente” e de novo voltarei até aqui onde passarei

uns 15 dias para por o serviço em andamento, sob a direcção de pessôa de minha confiança. Voltarei ainda

no decurso do anno umas duas ou tres vezes. Ainda não sei das condições que me serão offerecidas. O

Governador com grande acanhamento mandou me perguntar quanto eu desejava. Mandei-lhe dizer que

deixava ao alvitre delle a resolver. Mas, a julgar pelo enthusiasmo em que está o homem as nossas vantagens

parecem serão bem grandes. Para mim a cousa será muito suave e conto obter resultados seguros prestando

assim um colossal serviço ao paiz. Segundo me informaram só no mez passado morreram duzentas e tantas

pessôas de febre amarella.

Tenho sido muito bem recebido aqui. Estou installado no Hotel em dependencia com quatro aposentos

pertencentes aos donos do Hotel, sendo todas as despezas pagas pello Governo; tenho 2 creados para me

servir, carro particular, automovel á porta e uma lancha sempre a disposição Tenho estado prezo aqui mais

tempo do que desejava porque houve uma greve á bordo do navio do Lloyd (Acre) que me terá de levar a

Manáos, donde partirei em navio especial para o Madeira. Espero porem partir amanhã (29) á tarde. Hoje

o Governador me veiu visitar. E agora á noite fui visitado pela filha da dona do hotel, ume exímia pianista,

formada no Conservatorio de Leipzig e que veiu tocar piano para eu ouvir. É uma verdadeira artista. Não

imaginas a romaria de visitas que tenho recebido o que me tem elevado ao auge a sentir irritação de

nervos. Sobretudo agora que desconfiam que vou tornar a direcção da Campanha contra a febre amarella o

chaleirismo está incomensuravel. Assim permitta Deus que sejamos bem succedidos.”

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Page 60: Banco da Amazônia 70 Anos

Quando Osvaldo Cruz esteve em Belém, a cidade vivia

seu momento de maior pujança, mas convivia com a febre

amarela. O governador João Coelho então deu carta branca

para o sanitarista atacar. Dizem que, em seis meses, Belém

estava livre da doença.

O Café da Paz viveu muitos dos momentos importantes

da capital paraense, até que sucumbiu à insensibilidade do

mercado. Quando o Banco da Amazônia comprou o terreno

para a construção do seu edifício-sede, o Café da Paz não

existia mais. Um dos mais belos exemplos da arquitetura da

Belle Époque no Pará já tinha sido demolido.(Acervo Arquivo Público do Pará - reprodução Alex Raiol)

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Page 61: Banco da Amazônia 70 Anos

Discurso do Rio Amazonas

Senhores:Vêr a Amazônia é um desejo de coração na mocidade de todos os brasileiros. Com os primeiros conhecimentos da Pátria maior, este vale maravilhoso aparece ao espírito jovem, simbolizando a grandeza territorial, a feracidade inegualável, os fenômenos peculiares à vida primitiva e à luta pela existência em toda a sua pitoresca e perigosa extensão. E’ natural que uma imagem tão forte e dramática da natureza brasileira seduza e povoe as imaginações moças, prolongando-se em duradouras ressonâncias pela existência em fora, através dos estudos dos sábios, das impressões dos viajantes e dos «artistas, igualmente presos aos seus múltiplos e indizíveis encantamentos. […]

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Documento original (Acervo do Museu Teatro Amazonas - Manaus)

Page 62: Banco da Amazônia 70 Anos

[…] Apenas — é necessário dize-lo corajosamente — tudo quanto se tem feito, seja agricultura ou indústria extrativa, constitue realização empírica e precisa transformar-se em exploração racional. O que a Natureza oferece é uma dádiva magnífica a exigir o trato e o cultivo da mão do homem. Da colonização esparsa, ao sabor de interesses eventuais, consumidora de energias com escasso aproveitamento, devemos passar à concentração e fixação do potencial humano. […]

[…] O nordestino, com o seu instinto de pioneiro, embrenhou-se pela floresta, abrindo trilhas de penetração e talhando a seringueira silvestre para deslocar-se logo, segundo as exigências da própria atividade nômade. E ao seu lado, em contacto apenas superficial com esse gênero de vida, permaneceram os naturais à margem dos rios, com a sua atividade limitada à caça, à pesca e à lavoura de vazante, para consumo doméstico. Já não podem constituir, por si sós, esses homens de resistência indobrável e de indomável coragem, como nos tempos heróicos da nossa integração territorial, sob o comando de Plácido de Castro e a proteção diplomática de Rio Branco, os elementos capitais do progresso da terra, numa hora em que o esforço humano, para ser socialmente útil, precisa concentrar-se técnica e disciplinadamente. […]

59

Page 63: Banco da Amazônia 70 Anos

[…] Vim para ver e observar de perto as condições de realização do plano de reerguimento da Amazônia. Todo o Brasil tem os olhos voltados para o Norte, com o desejo patriótico de auxiliar o surto do seu desenvolvimento. E, não somente os brasileiros, também estrangeiros, técnicos e homens de negócio, virão colaborar nessa obra, aplicando-lhe a sua experiência e os seus capitais, com objetivo de aumentar o comércio e as indústrias, e não, como acontecia antes, visando formar latifúndios e absorver a posse da terra, que, legitimamente, pertence ao caboclo brasileiro. […]

[…] O período conturbado que o Mundo atravessa exige de todos os brasileiros grandes sacrifícios. Sei que estais prontos a concorrer com o vosso quinhão de esforço, com a vossa admirável audácia de desbravadores para a obra de reconstrução iniciada. Não vos faltará o apoio do Governo central para qualquer empreendimento que beneficie a coletividade. […]

[…] Nada nos deterá, nesta arrancada, que é, no século vinte, a mais alta tarefa do homem civilizado: conquistar e dominar os vales das grandes torrentes equatoriais, transformando a sua força cega e a sua fertilidade extraordinária em energia disciplinada.[…]

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Page 64: Banco da Amazônia 70 Anos

[...] E, assim, obedecendo ao seu próprio signo de confraternização, aqui poderemos reunir essas nações irmãs, para deliberar e assentar as bases de um convênio em que se ajustem os interesses comuns e se mostre, mais uma vez, com dignificante exemplo, o espírito de solidariedade que preside às relações dos povos americanos, sempre prontos à cooperação e ao entendimento pacífico. […]

[…] E a nós, povo jovem, impõe-se a enorme responsabilidade de civilizar e povoar milhões de quilômetros quadrados. Aqui, na extremidade setentrional do território pátrio, sentindo essa riqueza potencial imensa, que atrai cobiças e desperta apetites de absorção, cresce a impressão dessa responsabilidade, a que não é possível fugir nem iludir.Sois brasileiros, e aos brasileiros cumpre ter conciência dos seus deveres, nesta hora que vai definir os nossos destinos de Nação. E, por isso,concito-vos a ter fé e a trabalhar, confiantes e resolutos, pelo engrandecimento da Pátria.

61

Page 65: Banco da Amazônia 70 Anos

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Page 66: Banco da Amazônia 70 Anos

À esquerda, capa e página da cartilha “Soldado da Borracha”, 1943. Acima, página do Plano de Organização da Campanha Nacional da Borracha Usada, julho de 1943. Desenhos de Jean-Pierre Chabloz

63

Page 67: Banco da Amazônia 70 Anos

O colapso da indústria bélica dos Estados Unidos da América também levou a

vários acordos, conhecidos como Os Acordos de Washington, em março de 1942, com

as nações latino-americanas (Brasil, Bolívia, Peru e Colômbia), tradicionais produtoras

de borracha natural, para a aquisição de todo o excedente do produto, ou seja, toda a

produção não util izada pelas incipientes indústrias nacionais.

O presidente Getúlio Vargas mobilizou o seu ministério, principalmente o corpo

diplomático do Itamaraty e o ministério da Fazenda – assim como a toda a população do

país –, numa verdadeira campanha de propaganda de guerra, no sentido de apresentar

os acordos como a única saída para o desenvolvimento econômico e social do Brasil,

util izando-se do ufanismo e do heroísmo da massa trabalhadora para alcançar os

objetivos.

A urgência e a excepcionalidade desses acordos, devido à necessidade do

A Batalha da Borracha

Desenho de Jean-

Pierre Chabloz

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Page 68: Banco da Amazônia 70 Anos

abastecimento das tropas aliadas e das populações dos países engajados na guerra pela democracia e

contra o fascismo, tomaram a dimensão de uma verdadeira batalha - A Batalha da Borracha. Esta batalha se

desenvolvia na Amazônia, dando sustentação às travadas nos campos de guerra do outro lado do Atlântico.

Do total de 28 acordos assinados pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos da América, 14 diziam

respeito diretamente à extração, comércio e exportação da borracha não-beneficiada e à industrialização

de artefatos de borracha, como pneus, câmaras de ar para automóveis e bicicletas, galochas, balões, luvas,

tapetes, atoalhados, preservativos, colchões, solados para calçados e um sem número de outros produtos da

pequena indústria.

Além da seringueira (Hevea brasilensis), outros vegetais amazônicos também produziam goma elástica

natural, como o caucho (Castilla ulei Warb ou Castil loa Ulei) e a maniçoba (Manihot glaziovii), que produziam

uma borracha de qualidade inferior à Hevea. Os acordos restantes visavam à produção e exportação de

diversas outras matérias-primas, como a castanha-do-Pará (ou castanha-do-Brasil), a juta, minérios ou, ainda,

assistência social, como saúde e saneamento.

Publicação de O Estado do

Pará, em 5 de abril de 1942:

“O sub-secretario de Estado, sr.

Sumner Welles cumprimentando

o ministro Artur de Souza Costa,

quando o titular da Fazenda

do Brasil chegava a Capital

Americana. A esquerda vemos

o embaixador brasileiro em

Washington sr. Carlos Martins.

Entre o ministro Souza Costa e

o secretario Welles vemos o sr.

Alencastro Guimarães, primeiro

secretario da nossa embaixada

na América – (Foto Associated

Press). Ao centro, publicação

do jornal A Folha do Norte, em

Belém, 26 de julho de 1942,

com a legenda: “No Itamaraty,

assinatura dos Acordos de

Washington”. (Acervo FCPTN).

Ao lado, desenho de Chabloz.

65

Page 69: Banco da Amazônia 70 Anos

O dinheiro começou a circular no Brasil

ainda nos primeiros anos da chegada dos

colonizadores portugueses. D. Sebastião I,

então rei de Portugal, autorizou a emissão

de moeda daquele país no recém-descoberto

território. Em 1580, com a união das coroas

de Portugal e Espanha, passaram a circular

em grande quantidade as moedas de prata

espanholas (sendo que nesses primeiros

séculos de colonização também circularam

moedas trazidas por piratas e invasores).

No nordeste do país, quando a região

vivia sob o domínio holandês, entre 1630 e

1654, foram cunhadas as primeiras moedas no

Brasil: os florins e os soldos – as primeiras a

terem a palavra Brasil.

Já em 1808, a situação provocada pela

mudança da família real portuguesa para o

Brasil e pela queda na produção do ouro na

colônia, fez com que a quantidade de moedas

Moedas do Brasil

66

Page 70: Banco da Amazônia 70 Anos

em circulação fosse insuficiente para atender

ao aumento dos gastos com a manutenção da

estrutura administrativa da Coroa.

Nesse período, o dinheiro que circulou

no Brasil – sob o padrão Réis – foi emitido

por diversas instituições, inclusive bancos

particulares, o que acabou provocando uma

confusão financeira e fazendo com que o

Tesouro Nacional, em 1896, voltasse a ser o

responsável pela emissão de cédulas.

Para uniformizar o dinheiro em circulação

e como parte do processo de criação de

instituições de financiamento, como o Banco

de Crédito da Borracha, em 1942, em plena

2a. Guerra Mundial, foi instituída a primeira

mudança de padrão monetário no país: saiu

o Réis ($) para a chegada do Cruzeiro (Cr$).

Cada mil réis equivalia a um cruzeiro que, pela

primeira vez, se dividia em centavos.

A chegada da nova moeda organizou o

sistema financeiro, que tinha então mais de

80 tipos diferentes de cédulas e moedas.

O Tesouro Nacional passou a ser o único

emissor e a Casa da Moeda do Brasil, a

única fabricante das moedas metálicas. A

partir de 1964, quando foi criado o Banco

Central, este passou a ser o responsável

pela emissão do papel-moeda.

Ao longo dos anos seguintes, a

inflação crescente fez com que o governo

promovesse sete mudanças no padrão

monetário brasileiro: Cruzeiro Novo

(NCr$) em 1967, novamente Cruzeiro

(Cr$) em 1970, Cruzado (Cz$) em 1986,

Cruzado Novo (NCz$) em 1989 (que pela

primeira vez trazia a imagem da Efígie da

República); em seguida, mais uma vez o

Cruzeiro (Cr$) em 1990, Cruzeiro Real

(CR$) em 1993, e finalmente, o Real (R$),

a partir de 1994.

67

Page 71: Banco da Amazônia 70 Anos

Os Novos

Soldados

Para fazer frente a toda essa demanda pela

borracha, foi necessário que o governo brasileiro

retomasse o controle e a administração do

aparelho produtivo da Hevea, em franca e terrível

decadência durante décadas. Esse fato implicou

reativar os antigos seringais (principalmente

no Acre); viabilizar novas zonas de produção;

realizar uma nova transferência de mão-de-obra

nordestina; renovar o obsoleto e desgastado

sistema de transportes na região amazônica;

propiciar condições sanitárias para a região e

prover as zonas produtoras dos suprimentos

necessários.

O contingente de cerca de 55.000

nordestinos recrutados às pressas e levados à

Amazônia para a extração do látex, foi denominado

de exército da borracha e os novos seringueiros

até hoje ficaram conhecidos como os soldados

da borracha - nessa batalha pereceram mais

brasileiros que no front europeu.

Esses homens e mulheres – já que muitos

levaram suas esposas e filhos – sem perspectivas Cartaz que circulava no país atraindo brasileiros para o trabalho na

Amazônia. Jean-Pierre Chabloz, 1943. Litogravura, 109x68cm.

Impressão C. Mendes Junior, Rio de Janeiro

68

Page 72: Banco da Amazônia 70 Anos

de vida por causa da seca que assolou o Nordeste,

de 1941 a 1943, foram atraídos por uma

gigantesca campanha publicitária governamental,

com a promessa de sair da miséria para um futuro

promissor.

Os soldados da borracha constituíram-

se nos verdadeiros heróis dessa saga, da qual

milhares foram dizimados por doenças fatais

devido à insalubridade da região, por picadas

de cobra, ataques de feras ou devido à guerra

particular contra os índios, que reagiam com

violência à invasão dos seus territórios pelas

multidões de seringueiros migrantes, que os

expulsava de suas terras e culturas ancestrais.

O processo de recrutamento do soldado

da borracha teve o apoio do DNI (Departamento

Nacional de Imigração), com a criação do SEMTA

(Serviço de Encaminhamento e Mobilização

de Trabalhadores para a Amazônia), a agência

federal encarregada da migração (compulsória e/

ou voluntária) dos nordestinos para as zonas de

produção.

O governo federal, através do SEMTA, foi

responsável por todas as ações de motivação,

encaminhamento, transporte, adestramento nas

técnicas de extração e beneficiamento do látex,

alojamento, organização e por todos os apetrechos

necessários para o trabalho na floresta, desse

enorme contingente de trabalhadores, que também

necessitavam de cuidados com alimentação e

atenção à saúde, para uma vida mais saudável

e digna, conforme pregava a propaganda oficial.

Jean-Pierre Chabloz. Desenho e colagem s/cartão, 11,5x14cm Jean-Pierre Chabloz, 1943. Estudo para cartaz. 15x12cm Jean-Pierre Chabloz, 1943. Estudo para cartaz. 96x66cm

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Page 73: Banco da Amazônia 70 Anos
Page 74: Banco da Amazônia 70 Anos

Jean-Pierre Chabloz

A história do suíço e “cidadão do mundo”,

como ele mesmo gostava de se definir, Jean-

Pierre Chabloz, é recheada de aventuras vividas

pelo planeta afora. Rico, educado na Europa do

início do século 20, nasceu em Lausanne, Suíça

no ano de 1910. Foi pintor, desenhista, crítico

de arte, músico, professor e publicitário. Entre

1929 e 1932, estudou na Escola de Belas Artes

de Genebra, Suíça. Formou-se em 1938 pela

Accademia Belle Arti di Brera, Milão, Itália.

Por causa da guerra, em 1940, transferiu-

se para o Rio de Janeiro com a família, onde

frequentou o núcleo artístico da Pensão Mauá,

localizada em frente à casa de seus sogros. Na

época também expôs no Rio e em São Paulo.

Em 1943, foi convidado a trabalhar em

Fortaleza, na campanha da borracha, como parte

dos esforços de guerra. As obras da campanha

para atrair os “soldados da borracha” levam a

assinatura de Chabloz, que, anos mais tarde, ao

conhecer a realidade da sina dos seringueiros na

Amazônia, teria entrado em depressão.

Juntamente com Aldemir Martins, Antônio

Bandeira, Inimá de Paula, Mário Barata e Raimundo

Feitosa, formou um grupo renovador da arte

cearense, responsável pela criação do Salão de

Abril. Chabloz participou da Associação Cultural

Franco-Brasileira do Ceará e da Sociedade

Cearense de Artes Plásticas-SCAP. Também

mantinha uma coluna cultural no jornal cearense

“O Estado”, fazia recitais de violino, dava aulas

de música e encontrava tempo para incentivar os

artistas locais.

Em 1945, voltou ao Rio de Janeiro e expôs na

galeria Askanasy, com artistas cearenses, inclusive

Chico da Silva (1910-1985), pintor que Chabloz

descobriu e divulgava. Em 1948, novamente em

Fortaleza, expôs no 4º Salão de Abril. Depois partiu

para a Europa e só retornou a Fortaleza em 1960,

tendo vivido em Niterói (RJ) a partir de 1970.

Morreu em 1984, durante uma estada em

Fortaleza, cidade pela qual se apaixonou e adotou

como sua. O acervo de sua obra pertence ao

Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará.

Na página ao lado, obras de Jean-Pierre Chabloz, 1943. Em destaque,

litogravura, 100x60cm. Impressão C. Mendes Junior, Rio de Janeiro e

“Belém do Pará”, desenhos sobre cartão, 33X24cm cada.

Á direita, “Fillette en Bleu”, óleo sobre tela, 27x34cm.

Estação Ferroviária João Felipe. Ao centro, Chabloz. Foto Aba-Film,

Fortaleza, 1943.

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Page 75: Banco da Amazônia 70 Anos

O Herói do Seringal

Cabe uma observação relevante sobre

as reações de espanto, medo e preconceito da

população amazônica contra esses imigrantes

nordestinos, a quem chamavam pejorativamente

de arigós ou brabos.

Até hoje o estigma prevalece em muitos

lugares, embora, num ato louvável, o governo do

Acre tenha reconhecido oficialmente a importância

deles, como formadores da população e da

cultura acreana, principalmente dos cearenses, já

que o escritório central do SEMTA se achava em

Fortaleza, capital do Estado do Ceará, de onde

partiu o maior contingente que alcançou chegar

ao Acre. No dia 14 de julho é hasteada a bandeia

cearense ao lado da acreana, em comemoração

ao aniversário da I República Independente do

Acre, criada em 1899 pelo aventureiro espanhol

Luiz Galvez, andaluz nascido em Cádiz, que

chegou ao Acre atraído pelo boom da borracha.

Chefe de turma recebendo braçadeira de identifi cação. Foto Aba-

Film, Fortaleza, 1943.

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Page 76: Banco da Amazônia 70 Anos

Dezenas de milhares de homens e mulheres atenderam ao chamado do governo: os “soldados da borracha”. Fotos Aba-Film, Fortaleza, 1943.

Quando os nordestinos chegaram,

encontraram as relações de produção da

economia extrativista já estabelecidas: prevalecia

o sistema de aviamento e o trabalho compulsório

do seringueiro, preso irremediavelmente à dívida

no barracão do patrão-seringalista.

Ao chegar precisavam comprar todo

o material de trabalho e assim, começava a

crescente dívida, que a maioria nunca conseguia

pagar.

Também houve “as violentas reações

e ressentimentos das classes conservadoras

e produtoras da Amazônia, que, por terem

ficado totalmente alijadas do novo processo de

financiamento e aviamento, protagonizaram um

efetivo boicote ao mesmo, acarretando a falência

da mais séria tentativa que se fez até hoje, na

Amazônia, de se quebrar com o iníquo e secular

sistema de aviamento que vigorava em todo o

73

Page 77: Banco da Amazônia 70 Anos

Jean-Pierre Chabloz,

1943. Acima,

ilustrações para cartilha:

desenho a bico de

pena sobre papel,

11x15,5cm; seguido de

desenho sobre papel,

11x17cm e desenho

a bico de pena sobre

papel, 9x13cm

vale”, registrou Pedro Martinello, no livro “A Batalha

da Borracha na Segunda Guerra Mundial”.

Outra obra importante sobre o período e o

dia-a-dia do seringueiro é ” A Borracha no Brasil”,

de Amando Mendes:

“O seringueiro dá início aos serviços de

extração no dia 15 de abril, fazendo a limpeza

das suas ‘estradas’ (grupos de 100 a 150 árvores,

espalhadas irregularmente na mata). [Depois},

começa a fazer a ‘sangria’ das árvores, [que]

dura 10 dias.[...] A interrupção do fabrico ocorre

na época da floração da seringueira; e, neste

período, o seringueiro amanha a terra [...] para,

na época própria fazer a sua pequenina semeadura

do feijão, mandioca, milho e cana.[..] Ele trabalha

[...] levantando-se às 3 horas da madrugada para

fazer o café e [...] o feijão do seu almoço. Deixa a

barraca às 4,30 da manhã para correr as ‘estradas’

fazendo os cortes e ‘colocar as tijelinhas’, para logo

após, correr novamente as estradas e recolher o

74

Page 78: Banco da Amazônia 70 Anos

Contrato de encaminhamento; equipamento de viagem fornecido pelo SEMTA aos Soldados da Borracha, Jean-Pierre Chabloz, 1943, desenho sobre cartão, 17x13,5cm; e partida para a Amazônia, Porto de Mucuripe - Fortaleza/

CE. Foto Aba-Film, Fortaleza, 1943

látex. Às 2 ou 3 horas da tarde, retorna à barraca,

descança minutos a preparar o ‘almoço-jantar’,

para em seguida defumar o leite recolhido,

gastando nessa operação de uma a duas horas, e

assim ganhar o descanço, quando já são 6 horas

da tarde, no seu dia de 16 horas de afan”. A

média de peso das “pelas” (bolas) de borracha no

fim do dia, era de 40 kg, carregados às costas.

Dos que sobreviveram, poucos

conseguiram voltar à terra natal com algum

dinheiro e ostentando relógios de ouro “Mido” e

levando caixas de perfume Royal Briar. A maioria

permaneceu pobre; alguns ainda continuam

vivendo na Amazônia, não só porque constituíram

família, mas por não terem conseguido pagar

dívidas ao barracão.

Esquecidos no fim da 2a. Guerra, os

soldados da borracha conquistaram um auxílio

de dois salários mínimos e buscam o mesmo

reconhecimento dado aos “Pracinhas”.

75

Page 79: Banco da Amazônia 70 Anos

Para concretizar os Acordos de Washington,

os governos brasileiro e norte-americano

– até então limitados à ação diplomática e

estudos e pesquisas preliminares – implantam

um dispositivo organizacional e logístico de

grande dimensão para a época, atendendo à

necessidade de aumentar de modo consistente

a produção da borracha: financiamento e crédito

para seringalistas, abastecimento de víveres e

equipamentos, melhoria dos transportes, ações

de saúde e saneamento entre outras.

Sobre o financiamento dessa empreitada,

Brasil e Estados Unidos “decidem criar o Banco

de Crédito da Borracha, (Dec. nº 4.451, de 9 de

julho de 1942) que teria como objetivo fomentar e

financiar toda a atividade gumífera da Amazônia”,

conta Pedro Martinello. A criação do BCB foi

promulgada segundo o art. 7 dos Estatutos

O Banco de Crédito da Borracha

Acima, primeiro Estatuto do Banco de

Crédito da Borracha S/A. (Acervo Banco da

Amazônia).Em baixo, Douglas H. Allen, da

Rubber Reserve, em Belém - Folha do Norte,

24 de julho de 1942. (Acervo FCPTN)

76

Page 80: Banco da Amazônia 70 Anos

aprovados no Rio de Janeiro pela Assembleia

Geral em 1º de agosto de 1942 e confirmada em

decreto pelo Ministro de Estado dos Negócios da

Fazenda, logo após, em 4 de agosto de 1942.

Para o crítico programa de abastecimento

da região, que iria ver acrescida a sua população

por esse novo contingente de imigrantes, foi criada

a SAVA (Superintendência do Abastecimento

para o Vale Amazônico) que, junto com a RDC

(Rubber Development Corporation), antiga RRC

(Rubber Reserve Company), representante dos

Estados Unidos nos acordos, se incumbia de

prover e regular o suprimento de víveres para a

região. A SAVA foi posteriormente incorporada

ao SEMTA, que sofreu diversos problemas

administrativos e políticos, dando origem à CAETA

(Comissão Administrativa de Encaminhamento de

Trabalhadores para a Amazônia).

Detalhe da marca do BCB, impressa no verso das primeiras folhas de cheques de 1948. (Acervo Banco da Amazônia)

77

Page 81: Banco da Amazônia 70 Anos

Frente ao vital problema do transporte,

investiu-se no SNAPP (Serviço de Navegação e

Administração dos Portos do Pará) que já existia,

remodelando e potencializando sua frota fluvial.

Além disso, foi enfatizado outro tipo de transporte, o

aéreo, que demonstrou ser de grande valia, devido

às imensas distâncias e às dificuldades inerentes à

natureza da região amazônica.

Quanto às estradas, os acordos também

previram investimentos na melhoria do que já existia

e na criação de novas malhas viárias (tanto rodovias

quanto ferrovias), com o objetivo de facilitar tanto o

escoamento da produção como o fluxo migratório

das populações regionais.

O Banco de Crédito da Borracha S/A foi criado

para ser o agente comercial e financeiro do Brasil

nessa intermediação entre o produtor de borracha e

o mercado internacional. As atividades do BCB são

divididas em dois ciclos distintos: o primeiro, que vai

de sua fundação – assumindo a presidência o então

Capitão Oscar Passos – até o final da 2ª Guerra

Mundial; e o segundo, a partir desse fato histórico –

a Paz foi selada em Agosto de 1945 – até o término

dos Acordos de Washington, em 1947.

Nos primeiros meses, por falta de infraestrutura

Certifi cado de Ações Ordinárias Nominativas do

BCB no valor de Rs.1:000$000 (um conto de

réis cada), em favor de Mario Barroso Ramos,

em 11 de setembro de 1942. Em baixo, Livro

de Registro de Presença de Empregados (1942

– 1943). (Acervo Banco da Amazônia)

78

Page 82: Banco da Amazônia 70 Anos

suficiente para manter as atividades do BCB, o governo

federal, através do Ministério da Fazenda, colocou a

Carteira de Exportação e Importação do Banco do

Brasil (BB) à disposição para gerir a implantação

do BCB, apoio que se estendeu até 1949, quando

apenas um funcionário ainda assessorava o quadro

do Banco da Borracha.

Em 1943, o então presidente do BCB, Dr. José

Carneiro da Gama Malcher, que sucedeu o deputado

Oscar Passos na Diretoria da instituição, enaltece a

ajuda do BB no primeiro relatório oficial da Diretoria

do Banco à Assembleia Geral dos Acionistas da

instituição:

“Para organização e efetivo funcionamento

dos serviços do Banco, tornava-se necessário

pessoal especializado e experimentado. Recorreu a

diretoria para esse efeito ao Banco do Brasil, que do

seu funcionalismo, sobejamente conhecido por sua

dedicação, disciplina e competência técnica, destacou

alguns elementos [...] que integraram-se ao quadro

com outros elementos escolhidos e aceitos mediante

provas de idoneidade e competência, os quais, por

sua vez vêm desempenhando satisfatoriamente as

funções para que tem sido destacados.”, segundo o

Relatório BCB, 1943.

Desembarque de caminhões e caminhonetes adquiridos no período de 1946 a 1948.

(Acervo Digital: Departamento do Patrimônio Histórico e Cultural do Acre)

79

Page 83: Banco da Amazônia 70 Anos

O Banco da Borracha e o Futuro da Amazônia

O primeiro relatório oficial do BCB foi apresentado à

Assembleia Geral dos Acionistas, cumprindo seu Estatuto,

somente em março de 1944. Nele, a diretoria tecia

considerações gerais sobre as ações do banco (operações

de crédito, recursos, depósitos, produção da borracha,

exportação, estoques, fiscalização de seringais) durante o

ano de 1943, além do balanço do ativo e passivo, pareceres

do Conselho Fiscal, relação dos acionistas e anexos com

tabelas de contratos de financiamento de produção.

Ao findar 1943, as atividades do BCB estavam

espalhadas “por Agências e sub-agências ou escritórios

em diversas zonas do país, [o que exige] maior número de

funcionários [...]. Presentemente conta o Banco com 221

funcionários distribuídos pela Matriz (Belém) e nas agências

de Manaus, Rio Branco (Acre), Guajará Mirim, Porto Velho,

Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte

e Cuiabá”, como informa o mesmo documento.

A primeira diretoria do BCB a apresentar um relatório

estava constituída pelo presidente, José Carneiro da Gama

Malcher; por três diretores brasileiros, senhores Ruy Mário

de Medeiros, Abelardo Condurú e Ignacio Caldas; e dois

norte-americanos, funcionários da RUBBER RESERVE

COMPANY, representante do governo dos Estados Unidos

da América, senhores Edward R. Jobson e George E. Pell,

além de três integrantes do Conselho Fiscal.

Comunicado de Concurso Público para admissão de funcionários

do BCB, 22 de julho de 1944. (Acervo Banco da Amazônia)

80

Page 84: Banco da Amazônia 70 Anos

Nos anos subsequentes, os relatórios mostram que

foram abertos concursos públicos para todas as categorias

da administração: além dos empregados do quadro (agentes,

escriturários, estivadores e fiscais de seringais), também

existiam os requisitados, contratados, diaristas de escritório,

motoristas etc.

Em 1944, visando formar pessoal especializado e

experimentado, o Banco criou um Curso de Aperfeiçoamento

Bancário, com aulas de Português, Inglês, Matemática,

Contabilidade, Estatística, Prática Judiciária Comercial, Prática

de Administração e Conhecimentos de Borracha.

Em 1945, o BCB “numa demonstração pública do

interesse que lhe merece o futuro da região Amazônica, e

conhecedor como é, de que este problema está diretamente

ligado à fixação do homem ao solo e do seu preparo para

enfrentar as vicissitudes da vida, resolveu, como primeiro

passo para uma solução satisfatória, amparar os filhos dos

homens que com seu trabalho, com o seu destemor heroico,

não trepidam em afrontar as surpresas da selva para colher

o produto de que tanto necessita a Humanidade. Com esta

finalidade instituiu o ‘Fundo para Educação e Alfabetização dos

Filhos dos Seringueiros e dos Pequenos Seringalistas’, levando

o seu crédito a importância inicial de Cr$6.000.000,00.”

“A Diretoria já tem em estudos um plano para uma

profícua aplicação desta quantia em favor da criança, certa

de que auxiliando a formação física, moral e técnica do futuro

trabalhador, está prestando à Pátria um relevante serviço”.

Já no ano de 1947, o BCB tinha em funcionamento a

Matriz em Belém e mais nove agências fil iais e três escritórios,

tendo sido criadas as agências de Boca do Acre e Benjamin

Constant (AM) e Altamira (PA).

Acima, Livro de Termo de Posse dos

Diretores do Banco, de 1942 a 1978.

Em baixo, registro de admissão de

empregados do BCB.

81

Page 85: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto: Ermano Stradelli. (Acervo MIS/AM)

82

Page 86: Banco da Amazônia 70 Anos

Recentemente, os estudos históricos

buscaram e deram voz aos testemunhos sobre

mulheres. Desde 1970, os debates sobre gênero

ganharam reconhecimento da pesquisa científica,

com questionamentos sobre a dimensão da exclusão

a que estavam submetidas, entre outros fatores, por

um discurso universal masculino. Depois de longo

silêncio, as vozes femininas, muitas vezes solitárias,

puderam ser ouvidas também no interior da selva

amazônica. Vozes que compartilharam a difícil vida

nos seringais.

A presença dessas trabalhadoras na região

é dividida em dois momentos: no primeiro ciclo da

borracha – quase inexistente, já que teoricamente

não colhiam o látex; e no segundo, em número maior,

foi essencial, pois além dos afazeres domésticos e

maternos, não raro, também coletavam e defumavam

o látex.

No primeiro ciclo, entre 1870 e 1912,

foi acentuada a diferença entre o número das

populações masculina e feminina, nos altos rios. A

grande maioria era de homens solteiros, jovens ou

adultos, que vinha principalmente do Nordeste como

força de trabalho, sem qualquer condição de agente

de produção, trabalhar na empresa extrativista da

borracha para fazer fortuna e voltar para o sertão.

O quadro mudou no segundo ciclo da

borracha, de 1940 a 1945, quando o trabalho de

rotina da mulher foi sobrecarregado pela coleta e

defumação do látex, pela criação de animais, além

do plantio de alimentos - a guerra impôs crise de

abastecimento e os seringueiros não compravam

mantimentos, como antes.

Esse novo surto de crescimento econômico

regional contou com a força, decisiva, de trabalho

feminino e, embora muitas fossem seringueiras,

não se fala de “Soldadas da Borracha”, apenas os

homens ainda são considerados. Assim, cresceu

a importância do trabalho da mulher no corte da

seringueira, fosse por conta da necessidade de

aumentar a renda paterna, que util izava a mão-de-

obra familiar; ou pela decisão de ajudar o marido,

endividado no barracão; ou com a morte, invalidez,

do chefe da família, quando assumiam as estradas

de seringa e toda a responsabilidade do sustento

familiar.

Embora o trabalho da mulher não ficasse em

nada a dever ao trabalho do seringueiro, a estrutura

da sociedade do seringal não admitiu contrato

de “seringueira”; não permitiu cadastramento e

movimentação de conta no Barracão. Todas as

ações da mulher foram contabilizadas em nome do

companheiro, mesmo que ele estivesse morto –

situação que, ainda hoje, inviabiliza a aposentadoria

de mulheres, com direito aos dois salários mínimos,

destinados apenas aos “Soldados da Borracha”.

Apesar disso, hoje a História reconhece as mulheres

que também contribuíram para a formação da

sociedade amazônica, como bravas e destemidas

“mulheres seringueiras”.

Mulheres Seringueiras

83

Page 87: Banco da Amazônia 70 Anos

Termina a Guerra

Em agosto de 1945, com o bombardeio atômico

dos EUA, que destruiu as cidades japonesas de Hiroshima

e Nagazaki, e com a consequente rendição do Império do

Japão e dos outros países do Eixo, a Paz foi selada.

Sobre o fim da 2ª Guerra Mundial, o relatório do BCB,

em 1947, descreve que “a situação mudara completamente

e se apresentava sombria. Confirmava este temor a posição

dos mercados internacionais inundados pela borracha das

Plantações do Oriente. [...] A Amazônia não pôde aproveitar

o período da guerra para acumular reservas monetárias que

lhe permitissem maiores empreendimentos, porque seus

principais gêneros de exportação não tinham saída para o

exterior por imperativo da luta, [...] assim como não plantou

seringais em larga escala, que lhe permitissem fazer frente

à concorrência no mercado internacional”.

Nesse momento, o mercado internacional da borracha

Os Acordos de Washington só podem ser compreendidos

“no cenário dramático e na grave emergência em que se encontrava

o mundo. Foram convênios de guerra e, portanto, sujeitos ao clima

de nervosismo, de afl ição, que as catástrofes determinam.”

Cassio Fonseca

Explosão de bomba atômica sobre o porto japonês de Nagasaki, em 8

de agosto de 1945. (Acervo Arquivo Nacional Americano)

84

Page 88: Banco da Amazônia 70 Anos

se achava em pânico. “Terminada a guerra

mundial, recuperadas as plantações do Oriente

para o mundo ocidental depois da derrota dos

japoneses, reduzidas as demandas extraordinárias

do governo norte-americano, o contraste entre a

Hevea brasileira e a oriental nos colocava em

difícil posição”.

E não foi somente esse o fator negativo

que atingiu a produção da borracha na Amazônia.

Durante os anos de guerra, as atividades

extrativas do vale amazônico ficaram praticamente

paralisadas em relação a todos os demais

produtos da região: castanha, balata, pau rosa,

cacau, madeiras, etc.

Em junho de 1947, expiraram os Acordos

de Washington e “a indústria brasileira não se

mostrava ainda capaz de absorver nossa produção,

embora viesse em crescente prosperidade”.

A falta desses recursos financeiros trouxe

sérias - mas não insolúveis - consequências para

a borracha brasileira, não fosse a organização da

economia gumífera, principalmente pela atuação

do Banco de Crédito da Borracha S/A.

Como parte dessa organização, foram

da maior importância as iniciativas do BCB,

Embarque de borracha laminada para São Paulo. (Acervo Digital: Departamento do Patrimônio Histórico e Cultural do Acre). O marechal alemão Wilhelm Keitel assina os termos de rendição em Berlim, Alemanha, em 7 de

maio de 1945. (Acervo Arquivo Nacional Americano)

como inaugurar com a colaboração do Instituto

Agronômico do Norte, órgão do ministério da

Agricultura sediado em Belém, um curso técnico

de aperfeiçoamento destinado aos fiscais de

seringais, diplomados em agronomia, assim como

a constituição de uma biblioteca especializada em

assuntos amazônicos.

Também foi construído o primeiro armazém

(galpão) com capacidade para receber toda

a borracha adquirida e oferecer condições de

segurança e higiene aos trabalhadores, à rua da

Municipalidade, no bairro do Reduto, em Belém

- edifício cuja planta obedeceu aos requisitos

da técnica moderna e é estudado por gerações

de arquitetos e engenheiros, como exemplo de

construção inovadora e surpreendente, da época.

Ainda, “foi instalado um ambulatório com

o intuito de dar maior assistência à saúde dos

funcionários, localizado à avenida Oswaldo Cruz

no centro de Belém, com uma parte hospitalar

dotada de completo e moderno gabinete de

radiologia, de salas de operações, enfermarias,

clínica obstétrica, gabinete dentário e demais

melhoramentos que a ciência médica moderna

aconselha”.

85

Page 89: Banco da Amazônia 70 Anos

Os Soldados Urbanos da Borracha

Numa época em que o Reduto era marcado pelo Igarapé

das Almas, o cheiro da borracha impregnava todo o bairro. Com

chuva ou sol, o trabalho não parava, dentro e fora do galpão. A

borracha chegava pelo cais do porto nos navios dos seringalistas

e era desembarcada por estivadores. Depois seguia para o

galpão do Banco, em caminhões carregados com até 150 fardos,

conforme o tamanho das pelas. Lá, depois de classificada, a

borracha ia para as usinas, onde eram lavadas e secas, antes da

prensagem – a última etapa antes da exportação.

Os diaristas chegavam cedo, entre 6h e 7h, para “responder

o ponto e pegar no pesado”, pois quando era feita a chamada

pelo nome dos homens que iam trabalhar naquele turno, àqueles

que não respondessem, perdiam a vez para carregar, cortar,

selecionar centenas de pelas, com cerca de 60 kg cada. Longe

das agruras dos seringais, um soldado da borracha urbano, num

trabalho que era para poucos.

Um desses homens saiu de Vigia, no nordeste paraense,

para “arriscar a sorte” na capital, Belém, aos 12 anos de idade.

Dez anos depois, no dia 3 de março de 1958, passando pela

travessa Municipalidade, viu a grande quantidade de pelas de

borracha espalhadas pela rua... Na frente do galpão do Banco,

a aglomeração de homens chamou a atenção. Aproximou-

se e descobriu que estavam selecionando trabalhadores. No

mesmo dia, Francisco Rubens Barbosa começou sua história de

dedicação ao Banco, que só encerrou com uma aposentadoria,

24 anos depois.

Seu Barbosa conta que era comum acontecer de homens

saírem para “merendar” e, simplesmente, não voltarem para o

trabalho. “Largavam até as roupas. Iam e nunca mais voltavam”.

No galpão trabalhavam 12 contratados do Banco e 145

diaristas que se dividiam em categorias de serviço. O carregadores

Plantas originais do armazém de borracha, à rua

Municipalidade, em Belém. (Acervo Banco da Amazônia)

86

Page 90: Banco da Amazônia 70 Anos

cuidavam do transporte do produto, dos caminhões para o prédio

e vice e versa. Em seguida, as pelas eram selecionadas pelos

seguradores - homens fortes, que com o “gato” (uma espécie de

gancho) puxavam o produto para lados opostos, para o cortador,

que com um cutelo (facão) cortava a pela para separar os tipos

de borracha. Ao lado do cortador, trabalhava o classificador,

profissional que verificava o tipo de borracha: a parte central da

pela era chamada de “acre fina” e considerada de alta qualidade.

A camada externa, por conseguinte aquela que recebia todas as

intempéries do transporte, era de menor qualidade - a “cernambi

rama”, também conhecida como “fino”, “entre fina”, “virgem” e

“comum”.

Era comum, no processo de corte, eles encontrarem a

“mistura”, pedra ou a tabatinga, colocada dentro da pela, para

aumentar o peso. Também encontravam potes de cerâmica, o que

prejudicava a amolação do facão que usavam para o corte. Para

os trabalhadores, a “mistura” era a vingança do seringueiro pela

exploração que sofria do seringalista.

Hoje, aos 75 anos de idade, seu Barbosa lembra, com voz

tranquila, do tempo em que trabalhava no armazém do Banco de

Crédito da Amazônia e garante que “o ‘gato’ foi a caneta que o

fez entrar no Banco e garantiu o sustento da família. Na década

de 60, com a queda da produção da borracha, os profissionais

foram incorporados ao quadro do banco, como servente inicial.

Na Municipalidade, hoje, além de uma agência e da sede da

Superintendência Pará I, o antigo prédio abriga o almoxarifado e o

arquivo central. Mas entre os equipamentos dos dias atuais, ainda

se pode encontrar toda a estrutura do Armazém da Borracha,

como era conhecido quando foi construído, na década de 40 e,

em frente ao prédio histórico, uma árvore seringueira remete à

memória de um passado com cheiro de borracha no ar.Francisco Barbosa, uma vida a serviço do Banco da Borracha. Foto Marcelo Lelis

87

Page 91: Banco da Amazônia 70 Anos

Medidas para Garantir a Economia da Borracha

Em 8 de Setembro de 1947, foi promulgada

a Lei nº 86, que permitiu a estabilização da economia

gumífera no Norte do País, através da garantia do

preço, do fi nanciamento dos estoques e do estímulo à

industrialização intensiva, pelo fato de manter os preços

da borracha natural ao nível de 1944 (ainda conforme

os Acordos de Washington), prorrogando as atribuições

do BCB como órgão fi nanciador do produto, para

estimular o consumo no mercado interno e prevendo o

fi nanciamento dos excedentes de produção através do

Plano de Valorização Econômica da Amazônia.

A partir daí, a importância do mercado interno

pode ser medida pelo fato de que só a indústria do

Estado de São Paulo, nessa altura, consumia em média

borracha equivalente a Cr$1.150.000,00 por dia útil.

Um novo problema se apresentava: a indústria

brasileira já estava consumindo mais do que podia

produzir para atender às necessidades da manufatura de

artefatos de borracha. Os fatores fi caram invertidos: de

superprodutor de borracha, o Brasil passava a ter um

défi cit cada vez maior da goma nacional.

Com a consequente queda da produção, a

partir de 1948, abriram-se novas perspectivas para

a exportação da castanha, balata, sorva, madeira,

essências, peles silvestres, couro de jacaré. E uma nova

Na Casa Branca, o presidente Truman anuncia a rendição do Japão. Washington, DC, 14 de agosto de

1945. (Acervo Arquivo Nacional Americano)

88

Page 92: Banco da Amazônia 70 Anos

produção, trazida pelos imigrantes japoneses que se

instalaram na região no início do século 20, iniciou-se

vigorosamente: a da juta, no Baixo Amazonas.

“A situação do Banco de Crédito da Borracha

S.A. é a melhor possível”, afi rmava a diretoria do BCB

em seu Relatório de 1948: “Fundado em 1942, com

um capital inicial de Cr$ 50.000.000,00, depois

elevado para Cr$150.000.000,00 [...], a 31 de

Dezembro de 1948, seu balanço acusa um capital e

reservas totalizando Cr$236.014.371,20”.

“Vigilante, sempre, na defesa dos interesses a

seu cargo, o Banco de Crédito da Borracha S.A. se

revelou o instrumento capaz e efi ciente de amparo

da economia de um produto que é a base de todo o

sistema fi nanceiro da maior região do país. A verdadeira

batalha da borracha é a que vem sendo travada desde

que cessaram os Acordos de Washington, quando o

Brasil teve de sustentá-la sozinho, [...] para manter um

produto silvestre que se transformou em pilar de um

parque industrial precioso, que é preciso preservar à

custa de todos os sacrifícios”.

Essa foi a conclusão a que chegou a diretoria

do Banco, assinada pelo então presidente do BCB, Sr.

Octávio Augusto de Bastos Meira, na página 41 do seu

Relatório datado de 20 de Fevereiro de 1949.

Embarque de passageiros e pelas de borracha. (Acervo Digital: Departamento do Patrimônio Histórico e Cultural

do Acre). Defumação da borracha. (Acervo Centro de Documentação Histórica do Estado de Rondônia)

89

Page 93: Banco da Amazônia 70 Anos

Bancrévea

A Associação de Desportos Recreativa

Bancrévea se organizou em Belém no dia 23 de

junho de 1891, após a extinção da Associação

Dramática Recreativa Beneficente e do Bancrévea

Clube. Logo o Bancrévea figurou entre os principais

clubes da cidade, incentivando, estimulando e

desenvolvendo, por todos os meios, o esporte como

lazer para os associados.

O Bancrévea foi o segundo clube náutico

mais antigo do Brasil, só perdendo para o Clube

Barroso, localizado no Rio Grande do Sul, dois anos

mais velho que a agremiação paraense. Em 1947,

o jornal´A Vanguarda` promoveu um concurso para

conhecer o clube mais querido de Belém. Para a

surpresa de muita gente, o Bancrévea ficou em

terceiro lugar, com 26.429 votos, perdendo apenas

para Remo e Paysandu.

Não é só em Belém que os associados do

clube – empregados, aposentados do Banco da

Amazônia ou qualquer pessoa que se disponha a

seguir seus estatutos – encontram um local onde a

família possa desfrutar de bons momentos de lazer

e de sociabilidade, juntamente com seus amigos e

colegas de trabalho. Assim é o clima de descontração

e alegria que animam as dependências das sedes

dos Bancréveas Clubes em toda a região Norte,

incluindo Brasília.

Celice Marques: Brancrévea elege a primeira Miss Brasil pelo Pará (Acervo

Banco da Amazônia)

Page 94: Banco da Amazônia 70 Anos

Hoje, a maioria dos Clubes Bancrévea

em toda a região mantém suas próprias sedes

campestres, sempre movimentadas por eventos

como festas de aniversário, bailes de debutantes,

bailes de carnaval, desfiles de modas, jogos

esportivos etc. O Clube se espalhou pelas

principais cidades da região, onde o Banco tem

pelo menos uma agência. Quase todas possuem

parque aquático de qualidade..

Em Belém, nas décadas de 1940, 1950

e 1960, as festas e eventos promovidos pelo

Bancrévea se realizavam no Palace Theatro, uma

dependência do antigo prédio histórico do Grande

Hotel, demolido nos anos 70 para dar lugar ao

hoje Hotel Hilton Belém. Os bailes de Carnaval,

adultos e infantis, eram dos mais concorridos

na sociedade paraense da época e muitos

foram animados por grandes orquestras locais,

nacionais e internacionais, como a paraense

Orquestra Orlando Pereira, o carioca Rui Rey, a

Orquestra Tabajara do maestro Severino Araújo,

o norte-americano Ray Conniff e outras.

O Bancrévea também tem uma história de

grande sucesso no que se refere aos concursos

de beleza. No Miss Pará de 1982, por exemplo,

ganhou a candidata do clube, Celice Pinto

Marques, que, para glória total dos associados,

também foi eleita a mais bonita do país: a Miss

Brasil. Pela primeira vez na história do concurso,

o Pará chegava ao pódio mais alto da beleza

brasileira. A Miss Bancrévea 82 ainda foi

semifinalista no concurso internacional de Miss

Universo daquele ano, quando Celice ganhou o

segundo lugar no melhor traje típico – “tanga

marajoara”.

O clube de Belém também comemora

ser o mais tradicional participante do Concurso

Rainha das Rainhas do Carnaval de Belém,

tendo conquistado o título do ano de 2011, com

a candidata Martha Inez Lima, com a fantasia

“Melindrosa”, uma adaptação carnavalesca das

coquettes que animavam os bailes nas décadas

de 20/30 do século XX.

O principal patrimônio do Bancrévea hoje

é a Sede Campestre, em Belém, com cerca de

60.000 m², com salão de festas; diversas áreas

para confraternizações e aniversários; piscina de

água natural; piscina para as diferentes faixas

etárias; algumas com um miniparque infantil; e

lago, no qual os frequentadores podem desfrutar

de passeios de pedalinhos e caiaques; campos

de futebol society e oficial; beach-soccer;

quadra de vôlei; basquete e o salão de jogos,

além de diversas malocas onde o associado

fica à vontade para promover churrasco ou,

simplesmente, armar a sua rede e descansar.

Sede do

Bancrévea em

Manaus, e o

Palace Theatro

em Belém.

(Acervo Banco

da Amazônia)

91

Page 95: Banco da Amazônia 70 Anos

Criação do Banco de Crédito da Amazônia

“O Brasil vai importar borracha durante o ano corrente.

Essa notícia correu célere pelo país adentro, provocando

longo debate público. Ter de importar borracha foi

considerado um golpe contra a Amazônia e uma vergonha

para o país que dirigiu os mercados mundiais da Hevea no

começo do século”.

Pedro Martinello

Ainda em maio de 1947, antes mesmo do término

dos Acordos de Washington, o Ministério da Fazenda já

tinha se reunido com as bancadas de deputados federais

e senadores dos Estados amazônicos da Assembleia Geral

(como então era denominado o atual Congresso Nacional),

para estudar medidas a serem postas em prática pelo

Governo, visando principalmente a defesa da economia de

borracha.

Seringueira. Detalhe da folha de cheque do Banco

de Crédito da Amazônia (Acervo Banco da Amazônia)

92

Page 96: Banco da Amazônia 70 Anos

Nessa reunião e nas recomendações da Terceira

Conferência Nacional da Borracha, criada em fins de 1947,

foi proposta a transformação do BCB, que passou a ser o

Banco de Crédito da Amazônia S/A, podendo operar em

todos os ramos de atividades bancárias. Em 1948, abriram-

se novas perspectivas para a exportação da castanha,

balata, pau rosa, madeiras e outros. Em 1950, foi instituído

o sistema de câmbio vinculado e as cotações internacionais

de todos esses produtos cresceram consideravelmente.

“Hoje este Banco nada tem a justificar o seu título.

Fundado exclusivamente para fomentar e assistir à produção

da borracha, teve seu campo de ação ampliado.[...] Deixou

de ser o Banco da Borracha para ser, na realidade, um grande

Banco de crédito geral. Impõe-se, pois, a substituição de

seu nome, e, nenhum mais apropriado que o indicado pela

III Conferência Nacional da Borracha: BANCO DE CRÉDITO

DA AMAZÔNIA S.A.”, esclarece a diretoria no Relatório BCB,

de 1949.

A mudança se deu a 30 de Agosto de 1950, ainda no

governo do presidente general Eurico Gaspar Dutra, quando

o BCB foi transformado em BCA, pela Lei nº 1.184 - deixando

de ser o “financiador de um só produto, a borracha, para

se constituir na viga mestra do desenvolvimento econômico

desta imensa região”, conforme o Relatório BCA, 1950.

As transformações mais importantes introduzidas na

Marca BCA impressa no verso das folhas de cheques (Acervo Banco da Amazônia)

93

Page 97: Banco da Amazônia 70 Anos

estrutura da casa de crédito, afora a mudança de seu nome,

foram:

Constituição da Diretoria por um presidente e quatro

diretores, dos quais dois bancários profissionais e os outros

dois representantes dos produtores e da indústria da borracha;

Constituição do Conselho Consultivo do Banco, integrado

pelos representantes dos governos dos Estados e Territórios

amazônicos e pelas associações comerciais e de seringalistas

da Planície;

Constituição do Fundo de Fomento à Produção;

Abertura de agências do Banco em todas as capitais dos

Estados e Territórios amazônicos.

Com sólida base no Fundo de Fomento à Produção,

constituído de capital puramente estatal, o Banco de Crédito

da Amazônia podia financiar com juro anual não superior

a 4% e prazos convenientes ao ciclo das operações, o que

se coadunava perfeitamente com as atividades produtivas da

região, notadamente subdesenvolvida.

Para fomentar o desenvolvimento da produção amazônica

em geral, e não apenas da borracha, o BCA concedia empréstimos

das seguintes naturezas:

agrícolas, pecuários e à produção nativa;

fundiários e à mobilização de pessoal e colonização e

saneamento das zonas produtoras;

1. “Fabrica de artefatos de borracha no Estado de São Paulo. Em

primeiro plano, os escritórios da empresa e as instalações fabris. Ao

fundo, o departamento de fi ação e tecelagem, onde é preparada a

matéria-prima utilizada”

2. “Quase toda a borracha nacional é entregue lavada e crepada

às indústrias do país, pelo Banco de Crédito da Borracha S.A. Parte

dela, entretanto, é fornecida em bolas coaguladas (pélas), que

eram cortadas em máquinas especiais, depois de efetuada rigorosa

inspeção”

3. “O tecido de algodão, matéria-prima indispensável à fabricação de

pneumáticos, depois de tratado, passa entre cilindros prensadores,

sendo devolvido por uma mistura de borracha e ingredientes

químicos. A operação visa proteger o pneumático contra o calor da

rotação, garantindo-lhe conforto e durabilidade”

94

Page 98: Banco da Amazônia 70 Anos

à indústria de beneficiamento e transformação

dos produtos da região;

à melhoria dos meios de comunicação e

transporte;

à organização cooperativista;

à aquisição de equipamentos de trabalho e de

quanto este precise para defesa dos seus bons resultados;

à construção de armazéns gerais, depósitos,

silos, câmaras de expurgo e frigoríficos, para recebimento,

garantia, guarda e conservação, além de regular a

distribuição dos produtos de consumo e exportação;

e, sob a forma de investimentos, ao que for

de util idade à elevação dos níveis econômico-sociais da

região.

Vale lembrar que na área sob jurisdição do Plano de

Valorização Econômica da Amazônia o crédito bancário era

exercido pelas agências dos seguintes bancos: Banco do

Brasil, London Bank, Banco Nacional Ultramarino, Banco

da Lavoura de Minas Gerais e, pelas matrizes regionais, o

Banco de Crédito da Amazônia S/A, Banco Moreira Gomes,

Banco Comercial do Pará, Banco do Estado do Pará e

Banco do Estado do Maranhão. Na órbita da economia

popular de poupança, também funcionavam as agências

da Caixa Econômica Federal.

95

4. “Cada fase da fabricação é entregue a operários especializados.

Na foto acima, funcionamento de uma máquina destinada ao corte de

lona calandrada, para o revestimento dos pneumáticos”

5.“As partes cuidadosamente preparadas, nas diversas fases da

industrialização, são reunidas e sobrepostas na máquina de construir

pneumático. A medida que toma forma o material é examinado”

6. “No processo de vulcanização o pneumático cru ou verde é

cozido a uma temperatura e pressão pré-estabelecidas, recebendo

ao mesmo tempo os desenhos característicos da banda de

rodagem, de acordo com os sulcos de molde. Na gravura acima, à

esquerda, no suporte, vemos um pneumático semi-manufaturado,

pronto para ser vulcanizado e moldado”

Legendas originais do livro A economia da Borracha: aspectos

internacionais e defesa da produção brasileira, de Cassio Fonseca,

1950. (Acervo Banco da Amazônia, reprodução Alex Raiol)

Page 99: Banco da Amazônia 70 Anos

O Banco de Crédito da Amazônia

Com a volta ao poder de Getúlio Vargas, desta vez

eleito democraticamente pelo voto popular, duas grandes

estatais do setor energético foram criadas: a Petrobrás,

que viria a controlar todas as atividades de prospecção e

refino do petróleo no país; e a Eletrobrás, responsável pela

geração e distribuição de energia elétrica. Essas medidas

tiveram um caráter fortemente nacionalista e foram

recebidas com desagrado pelas elites e pelos setores do

oficialato nacional.

Getúlio Vargas, desde seu primeiro governo, sempre

deu a devida importância à economia amazônica, num

sentido paralelo e complementar da economia brasileira.

“Impunha-se ao governo, em cumprimento, aliás, à

impostergável disposição constitucional, promover a

criação de um órgão mais amplo que um simples instituto

de crédito, para planejar e incentivar a recuperação

econômica da Amazônia”. Para isso, foi promulgada em

6 de janeiro de 1953 a Lei nº 1.806, criando a SPVEA

(Superintendência do Plano de Valorização Econômica da

No alto, travessia de veículos no rio Acre sobre ponte improvisada, década de 1960. Acima, avião

Búfalo, desembarque de uma máquina escavadeira, em 1968. (Acervo Digital: Departamento

do Patrimônio Histórico e Cultural do Acre)

96

Page 100: Banco da Amazônia 70 Anos

Amazônia), destinada ao planejamento regional em grande escala e sustentada por uma ordenação

técnica sem precedentes.

“Tenha-se ainda em mira que a SPVEA atua [...] em uma área de mais de 5 milhões de quilômetros

quadrados, correspondente a mais da metade da superfície do Brasil”, conforme foi descrito no Relatório

BCA, de 1955, onde ainda é dito: “Vale salientar que os objetivos dessa instituição não colidem de

nenhuma forma com os do Banco de Crédito da Amazônia S.A.. [..] Ao revés disso, são, ambas a SPVEA

e o Banco, iniciativas governamentais que se completam e se conjugam harmoniosamente, no afã

comum de alcançar a redenção econômica da Amazônia”.

O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) foi marcado pelo desenvolvimentismo,

ancorado num Plano de Metas que priorizava os setores energético, industrial, educacional, transporte

e alimentação - o Governo pretendia avançar “50 anos em 5”. Visando colocar o Brasil nos trilhos

do progresso econômico, o Governo favoreceu a penetração de capitais estrangeiros e de empresas

transnacionais.

Dentre suas inúmeras realizações destacam-se: a instalação de fábricas de caminhões, tratores,

automóveis, produtos farmacêuticos, cigarros; a construção das usinas hidrelétricas de Furnas e Três

Marias; a abertura de novas estradas (como a construção da Belém-Brasília, em 1960) e a pavimentação

de milhares de quilômetros das estradas já existentes etc. Essas ações governamentais favoreceram

sobremaneira a política de financiamento do Banco de Crédito da Amazônia. A maior obra de Juscelino

foi a construção de Brasília, a nova capital do País, inaugurada em 21 de abril de 1960.

Senhas metálicas da agência Itacoariara/AM do Banco de Crédito da Amazônia. Cadernetas de depósitos populares do Banco da Amazônia, em 1963. Estatutos do Banco da Amazônia S/A. Contrato de fi nanciamento para J

G Araujo de Manaus/AM. (Acervo Banco da Amazônia)

97

Page 101: Banco da Amazônia 70 Anos

Jânio Quadros: Eleição e Renúncia

Nas eleições de 1960, venceu a candidatura

de Jânio Quadros à presidência, tendo como vice

o gaúcho trabalhista João Goulart.

Naquela altura, por questões várias, como

um vultoso acervo de compromissos financeiros

já vencidos, impossibilidade infraestrutural de

satisfazer o mercado nacional dos produtos da

região, principalmente da borracha, além de

dificuldades na assistência creditícia às demais

atividades da Amazônia, o BCA enfrentava

dificuldades financeiras.

Mas, no Relatório BCA, de 1960, a diretoria

comemorou as ações oficiais: “aconteceu que

o Governo Federal, dando-se conta dos graves

problemas com que se defrontava este Banco, no

limiar de 1960, não nos faltou [...] com toda uma

série de providências e determinações corajosas

e eficazes, propendentes ao fortalecimento do

organismo financeiro deste Estabelecimento”. Unidades Móveis de Crédito Rural (MOVEC): criadas em 1961 em toda a região amazônica (Acervo Banco da

Amazônia)

98

Page 102: Banco da Amazônia 70 Anos

Unidades Móveis de Crédito Rural

Uma das medidas mais aplaudidas de Jânio

foi a criação, em 1961, das Unidades Móveis de

Crédito Rural-MOVEC, que percorriam todo o

território nacional em veículos próprios, indo às

cidades, lugarejos e núcleos rurais, promovendo

reuniões com os homens do campo, sobre as

finalidades e objetivos da Carteira.

Em 15 de agosto de 1961, o jornal “O

Estado do Pará” noticiava: “O balcão do Banco de

Crédito da Amazônia foi ao encontro do caboclo”.

A matéria jornalística destacava a instalação das

três primeiras Movecs no Pará: em Castanhal

(colônia 3 de Outubro), Capanema (colônia

Pedro Teixeira) e Bragança (colônia Augusto

Montenegro). Palavras do então diretor do BCA, dr.

Wanderley Normando: “O BCA retira o balcão das

Agências para o centro das atividades do colono,

indo, portanto ao seu encontro, objetivando

fornecer-lhe dinheiro para a melhoria de sua

produção. O intuito do Governo Federal e do BCA

é financiar o pequeno produtor, nada interessando

a cor política de cada um. A intenção do Governo

Federal através do BCA é aumentar a produção

de modo a conseguir o progresso econômico de

todas as regiões sub-desenvolvidas”.

Castanhal (PA).

1961 ( Acervo

Banco da

Amazônia)

99

Page 103: Banco da Amazônia 70 Anos

A gestão de Jânio Quadros na presidência da República foi breve,

durou sete meses e encerrou-se com a renúncia. Nesse curto período,

Jânio Quadros praticou uma política econômica e uma política externa

que desagradaram profundamente os que o apoiavam, assim como

setores das Forças Armadas e outros segmentos sociais. Mas foi na área

da política externa que o presidente Jânio Quadros acirrou os ânimos da

oposição ao seu governo. O Brasil começou a se aproximar dos países

socialistas, inclusive restabelecendo relações diplomáticas com a então

União Soviética (URSS).

A renúncia de Jânio Quadros desencadeou uma crise institucional

sem precedentes na história republicana do país, porque a posse como

presidente do então vice-presidente João Goulart não foi aceita pelos

ministros militares e pelas classes dominantes.

O Governo João Goulart

O Governador Magalhães Pinto inaugura a 1ª unidade móvel de crédito rural

em Minas Gerais. (Acervo Banco da Amazônia)

100

Page 104: Banco da Amazônia 70 Anos

O Cooperativismo

No início da década de 1960, o Cooperativismo

– assumido pela direção do Banco e seus empregados

quase como uma missão de redenção da economia da

região –, é uma das ações mais importantes do período

de convulsões sociais e de apoio às classes trabalhadoras.

As cooperativas mistas passaram a representar

o que havia de mais efi caz na administração dos

empreendimentos de produção não só da borracha

como dos outros produtos regionais, amparados pelo

Fundo de Assistência aos Seringueiros e pelo convênio do

BCA com o BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico).

Em 1962, como parte dos festejos comemorativos

ao 20º aniversário de fundação do Banco de Crédito da

Amazônia, destaca-se o ato de nacionalização do capital

do BCA, quando a União adquiriu todas as ações do

Banco que pertenciam ao governo norte-americano.

“As Cooperativas rurais difundidas pelo BCA

[...] representam, não temos dúvida, fator decisivo na

emancipação econômica e na tranquilidade social da

região. Ao encerrar-se o exercício de 1963, já uma rede

de 67 cooperativas agrícolas e de pesca se estendia por

toda a Amazônia”, segundo o Relatório BCA, em 1963.

Ainda nesse sentido, o Fundo de Assistência aos

Seringueiros (constituído pelo BCA desde 1952) previa

Reunião da cooperativa de Maracanã/PA, 9 de julho de 1963. (Acervo Banco da Amazônia)

101

Page 105: Banco da Amazônia 70 Anos

a instalação de dez educandários de iniciação agrícola,

destinados exclusivamente aos fi lhos de seringueiros

entre 6 e 16 anos: no Amazonas, três; no Pará, Mato

Grosso e Acre, dois cada; um em Rondônia.

BCA e BNDE também iniciaram diálogos para

criar mecanismos de assistência a pequenas e médias

indústrias da Amazônia. Estava em curso um período de

forte engajamento da Diretoria e dos empregados no

processo de fortalecimento do produtor rural.

Nas comemorações dos 20 anos do BCA, surge,

“sem preocupações literárias” (como diz o editorial em

seu nº 1, de junho de 1962), a BCA-Revista, publicação

interna do Banco: “Vem à luz para levar àqueles a quem

ela se dirige a Mensagem de Fé nos destinos da Planície

imensa em que atuamos, fomenta-lhe as riquezas, como

o único estabelecimento de crédito próprio da região”.

Vale a pena transcrever a continuação do editorial, onde

se coloca a verdadeira preocupação da diretoria e seus

empregados:

“B.C.A. – Revista surge, assim, para dizer bem

alto o que somos, o que valemos, o que representamos.

Tudo o que se fi zer e disser aqui, essa é pelo menos a

nossa intenção, visa ao estudo objetivo da realidade. Da

grande, luminosa realidade amazônica, que nos cumpre,

Crédito Rural (MOVEC BCA). Empregado do Banco (Edison Frazão) preenchendo propostas de fi nanciamento a

pequenos agricultores, localizados na estrada Manaus-Itacoatiara/AM, 1961. (Acervo Banco da Amazônia)

102

Page 106: Banco da Amazônia 70 Anos

a nós do Banco de Crédito da Amazônia S.A., impulsionar para os mais belos e gloriosos destinos”.

Em 26 de junho de 1963 foi constituída a primeira Cooperativa Central do Pará, presidida pelo Pe. Dom Tadeu

Prost, bispo auxiliar de Belém na época e que atuava como missionário da Pastoral da Terra, programa de assistência ao

homem do campo da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Na sessão de inauguração, realizada no prédio

da rua Municipalidade esquina com Quintino Bocaiuva, em Belém, presentes seringalistas, pecuaristas, invernistas e outros

cooperativados, o então presidente do BCA, Sr. Raimundo de Alcântara Figueira, fez uma ampla exposição do objetivo da

reunião, qual era, de “fundar uma Cooperativa Central congregando as já existentes e que dela queiram fazer parte, agricultores,

seringalistas, pescadores e produtores em geral, promovendo o intercâmbio sócio-econômico dos seus cooperados, para

soerguimento e valorização do produtor no Pará e na Amazônia”.

Ao se iniciar o programa de Assistência ao Cooperativismo, em 1963, já tinham sido instaladas e funcionando

39 cooperativas em todos os Estados amazônicos, tendo o BCA investido aproximadamente 700 milhões de cruzeiros,

benefi ciando cerca de 15 mil homens do campo.

Depois da queda de Jango, esse ideário cooperativista se manteve claudicante até abril de 1972, ainda no período de

governos militares, quando foram extintas as últimas cooperativas na região.

Flagrantes da instalação da I Unidade Móvel de Crédito Rural (MOVEC) de Belém, em Icoaraci, 1961. E discurso do então prefeito, Lopo de Castro. (Acervo Banco

da Amazônia)

103

Page 107: Banco da Amazônia 70 Anos

O Banco de Crédito da Amazônia e o Movimento de 64

Jango adotou uma política econômica conservadora.

Procurou diminuir a participação de empresas estrangeiras

em setores estratégicos da economia, instituiu um limite para

a remessa de lucros das empresas internacionais e seguiu as

orientações do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Mas, o Presidente sempre foi maleável com relação às

reivindicações sociais. Em julho de 1962, os trabalhadores

conquistaram um antigo sonho: o 13º salário.

Jango acreditava que só através das chamadas reformas

de base é que a economia voltaria a crescer e diminuiria as

desigualdades sociais. Essas medidas incluíam as reformas

agrária, tributária, administrativa, bancária e educacional.

Num grande comício, em março de 64, para mais de 300

mil trabalhadores, Jango anunciou que levaria a termo essas

reformas, custasse o que custasse. A classe média assustada

deu apoio aos militares, que tomaram o poder no dia 31 daquele

mesmo mês, com o apoio dos Estados Unidos.

Em 1966, o Banco passou por outra grande transformação:

o BCA foi extinto para se formar o Banco da Amazônia S/A,

pela Lei nº 5.122, de 28 de setembro de 1966, com estrutura

administrativa moldada à do Banco de Desenvolvimento do

Nordeste, ou seja, funcionaria como um banco de fomento que

traria benefício social para a região e ficou conhecido como

BASA.

Nesse mesmo ano, a SPVEA foi transformada em SUDAM

(Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), e sua

estrutura, a exemplo do Banco, baseava-se no modelo da

SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste),

respeitando-se as especificidades regionais. Paralelamente

à SUDAM, foi criado um novo fundo de crédito, o FIDAM

Publicação interna divulga investimentos

federais na Região (Acervo Banco da

Amazônia)

104

Page 108: Banco da Amazônia 70 Anos

(Fundo para Investimentos Privados no Desenvolvimento da

Amazônia). Assim também como o Banco da Amazônia era o

agente financeiro da SUDAM, todos os recursos nela injetados,

a exemplo do FIDAM, eram movimentados pela instituição.

A partir de 1970, já no governo do presidente Emílio

Garrastazú Médici, com o lema “integrar para não entregar”,

formalizou-se uma nova etapa de ocupação da Amazônia com

a criação de planos e medidas voltados para a colonização,

como o PIN (Plano de Integração Nacional), o I, II e III PND

(Plano Nacional de Desenvolvimento), o I e II PDA (Plano de

Desenvolvimento da Amazônia), e o PROTERRA (Programa

de Redistribuição de Terras e de Estímulo à Agroindústria

do Norte e Nordeste) que tinham como linha mestra custear

obras de infraestrutura em áreas sob a jurisdição da SUDAM e

da SUDENE, na perspectiva de que as regiões conseguissem

diminuir o atraso histórico perante as demais.

Em 1976, o Banco atingiu seu maior índice de aplicação

em crédito de fomento, até então - comparado, apenas, ao

período 1988/1989, quando tiveram início as operações do

FNO.

A criação e extinção de agências e escritórios de

representação em todo o território nacional retratam muito

bem a expansão das atividades do Banco, perfazendo

(em 1985) um total de 114 unidades. E, como instituição

do governo federal, atravessou as mesmas dificuldades e

conflitos políticos pelos quais passou a nação brasileira nesse

período. Os movimentos sociais e populares que forçaram a

uma “abertura” política, com o fim do regime militar e a Lei de

Anistia, também marcaram a história do Banco.

Abaixo, documento

certifi ca ações do

Banco da Amazônia

em favor do Tesouro

Nacional

105

Page 109: Banco da Amazônia 70 Anos

Com o grande fluxo de comércio da borracha que

envolveu regiões diferentes dentro e fora da Amazônia, a

comunicação teve papel estratégico para o Banco. Em 1960,

como parte da modernização do setor, foi instalado o serviço

de comunicação rádio-telegráfico entre a sede do Banco de

Crédito da Amazônia e as agências.

Assim como o BCA, empresas de aviação, como a PanAir,

além da FAB (Força Aéres Brasileira), da Petrobrás e dos

Correios, possuíam um serviço de comunicação própria através

da radiotelegrafia. O uso do código Morse, que dispensava

o uso de fios, estreitou o laço entre o Banco, as áreas de

extração do látex e os centros industriais, no sul do país.

Em Belém, o setor funcionava numa pequena sala no

prédio à rua Gaspar Viana, no Comércio e, por um período

chegou a funcionar no terceiro andar da primeira sede do

Banco, localizada à Praça das Mercês, no mesmo bairro, mas

como foi instalado atrás do elevador, sofria interferência na

comunicação, o que provocou a mudança para a Gaspar Viana.

Além de Belém, as estações de rádio foram instaladas em

Rio Branco (Acre), em Porto Velho (Rondônia), em Manaus

(Amazonas), Rio de Janeiro, São Paulo e em Brasília.

Os radiotelegrafistas eram diaristas avulsos do Banco,

mas na época em que o telegrama (Western Telegraph Company

Limited) representava a revolução da comunicação instantânea,

eles eram os verdadeiros desbravadores da Amazônia.

Fora da região, o maior contato da sede era com São

Paulo e Brasília. Na capital paulista tinha origem a criação da

maior receita do Banco com a comercialização da borracha

para as indústrias de automóveis, principalmente Pirelli e

Goodyear.

Radiotelegrafi a

(Acervo Banco da Amazônia)

106

Page 110: Banco da Amazônia 70 Anos

Inaugurada em 1960, Brasília, a nova

capital federal, possuía uma agência do Banco

onde os funcionários das representações dos

estados do Norte realizavam suas transações

bancárias. Instalada num prédio de 20 andares, no

setor bancário, a importância do radiotelegrafista

também na administração do Banco era notória:

a sala deles ficava anexa à sala do Presidente

da instituição, no segundo andar do prédio. Cada

nova decisão era imediatamente radiotelegrafada

para a sede em Belém e todas as autoridades do

planalto passavam por lá, para enviar ou receber

mensagens oficiais e particulares.

No final da década de 60, a própria

telegrafia coordenou a comunicação entre Belém

e Brasília no processo de venda do prédio onde

funcionava a agência. Uma reunião de três horas,

intermediada pelos radiotelegrafistas, selou o

negócio entre o Banco e o GDF, Governo do

Distrito Federal.

Na mesma época, o setor evolui com a

chegada do SSB - equipamento de fonia, do

tamanho de um armário, que funcionava com

grandes válvulas. A comunicação se dava não

mais através de códigos, mas sim, da voz.

Precursor da telefonia, o SSB ainda não permitia

a fala simultânea dos dois lados da conversa.

A proximidade com a direção do Banco

era também local privilegiado para se ter acesso

a informações importantes nos corredores das

agências. Nessa época, no final do mês, um

código que era esperado com ansiedade era o

QRJ, a ordem de pagamento para os empregados.

A partir da criação da Embratel, em 1965,

os serviços de telecomunicações públicas, telex

principalmente, se estenderam por todo o país, e

os setores de comunicação própria aos poucos

foram desativados, encerrando suas atividades em

1974, deixando lembranças e histórias, inclusive

do fim de trabalho (QRQ).

Equipamento manipulador de Código Morse: o

telégrafo sem fi o revolucionou as comunicações.

(Acervo particular)

107

Page 111: Banco da Amazônia 70 Anos

A partir do momento em que assume

o papel de agente financeiro na Amazônia, o

Banco passa por uma série de mudanças em

sua estrutura, que atingem diretamente o seu

funcionamento, dentro e fora da instituição.

Não há dúvida que nenhuma delas foi tão

impactante quanto a implantação dos

computadores.

O processo iniciado no setor de

contabilidade, com a operação da máquina

NCR 31, marcou a passagem do período

escritural para o mecanizado. A partir de

então, as máquinas passaram a fazer parte da

rotina da instituição, simplificando processos

e otimizando o tempo.

Em 1971, o Banco institui um

programa de modernização voltado para

a maior eficiência com base nas novas

tecnologias. No ano seguinte, criou o

Depro (Departamento de Organização e

Processamento de Dados) - é quando

surgem novas funções também: analista,

programador e operador de computador.

Ainda em 1972, chegam novos equipamentos:

quatro perfuradoras, três conferidoras, uma

classificadora e uma tabuladora, da marca

IBM, para serem util izadas “em serviços

relativos à documentação de incentivos

Evolução Tecnológica

Modernização dos sistemas: da máquina NCR-31 (acima, à esquerda) à tecnologia de ponta do autoatendimento,

na página ao lado (Acervo Banco da Amazônia - Fotos Bruno Carachesti)

108

Page 112: Banco da Amazônia 70 Anos

fiscais”, conforme divulgado no BASA Hoje,

Ano I no. 38. “Sua operação ficará a cargo

de 3 funcionários, um dos quais se encontra

estagiando no Banco do Nordeste do Brasil”.

No ano seguinte, novo momento

marcante com a chegada do computador

Burroughs (“borus”, como era chamado

pelos servidores), modelo 3700, “com um

processador central de 150 mil posições de

memória, 4 unidades de fitas magnéticas,

duas unidades de disco removíveis, cuja

capacidade de armazenamento atinge a

120 milhões de caracteres, uma unidade de

disco fixo com capacidade para armazenar

20 milhões de caracteres, uma leitora de

cartões com capacidade de ler 800 cartões

por minuto e uma impressora”, detalha o

BASA Hoje, Ano III no. 99.

O governo federal lançou o II Plano

Nacional de Desenvolvimento que, entre

outras metas, previa a implantação de

uma indústria nacional de computadores e,

assim, os bancos passaram a participar do

desenvolvimento de tecnologia e também de

recursos humanos para o setor. Cobra e SID,

empresas nacionais de tecnologia, surgem

nessa época e logo passam a fornecer

computadores para o Banco.

109

Page 113: Banco da Amazônia 70 Anos

Construções e Engenharia

O setor de Engenharia do Banco surgiu

como uma Seção e desde o começo desenvolveu

papel fundamental, chegando a funcionar como

uma empresa de construção, no período em que

esteve em atividade.

Antes da construção do edifício-sede, os

profissionais do setor trabalhavam à Av. Presidente

Vargas, em Belém, onde anteriormente funcionava

o hotel Rôtisserie Suisse – no local onde foi

construído o prédio das Lojas Americanas, ao

lado do centenário Cinema Olympia.

O setor executava o Programa de

Desenvolvimento dos Serviços do Banco, para a

manutenção e construção dos imóveis do banco

na capital e interior, onde também construía as

residências dos principais empregados, como

os gerentes e subgerentes. Os engenheiros do

Inauguração da Escola Jarbas Passarinho em Belém. Ao centro, de terno claro, o homenageado. (Acervo Banco

da Amazônia)

110

Page 114: Banco da Amazônia 70 Anos

Banco foram responsáveis pela construção de escolas de ensino primário para os filhos dos empregados, em

Belém (Escola Jarbas Passarinho) e Manaus, inauguradas em 1969 - nelas as crianças dispunham, além da

educação, de acompanhamento médico, dentário e assistência social.

Na década de 1980, a Engenharia ganhou o status de Departamento - o Denge, que, junto com o

Demap, responsável pelos setores de Material, Compras e Patrimônio, construíam, equipavam e mobiliavam

agências do Banco em todo o país. Só pra se ter uma ideia, em 1984, o banco chegou a possuir 118

agências.

Em 1989, o Demap tornou-se um dos maiores departamentos do Banco, em cuja estrutura estavam os

setores de segurança, apoio, microfilmagem, comunicação, gráfica e também a engenharia.

Com o foco no financiamento para o desenvolvimento sustentável, o setor ficou obsoleto e foi desativado.

A prática agora é alugar o prédio onde funcionará a agência.

Residências de empregados, construídas com fi nanciamento do Banco. (Acervo Banco da Amazônia)

111

Page 115: Banco da Amazônia 70 Anos

História de um Edifício-sede

O anseio por uma sede condizente com

as atividades do banco começou em 1960,

conforme registros de relatório: ”passos decisivos

e firmes foram dados objetivando a consecução

de uma velha e justificada aspiração de dirigentes

e empregados da casa, de construção do

edifício-sede. O imóvel estava previsto para ter no

mínimo 16 pavimentos na esquina da Presidente

Vargas com Aristides Lobo (em Belém) em amplo

terreno que fora adquirido pelo Banco. Nesse ano

foi autorizado o inicio da elaboração do Projeto

e Plano Técnico de construção do Edifício, por

intermédio de um dos mais renomados escritórios

de arquitetura do Rio de Janeiro – Marinho &

Konder – que foi o vencedor inconteste da

concorrência aberta pela anterior Administração

do Banco.”

Em abril de 63, o número 3 da publicação

interna BCA-Revista, trazia matéria falando sobre

o assunto e afirmava que o Banco chegou a

publicar nos jornais de Belém “um aviso oficial

às firmas construtoras interessadas na respectiva

concorrência da construção do edifício-sede”.

Mesmo assim, em 66, novos estudos

ainda estavam sendo feitos para a construção. O Planta original em perspectiva do edifício-sede (Acervo Banco da Amazônia)

112

Page 116: Banco da Amazônia 70 Anos

relatório desse ano frisa a urgência da medida:

“construção essa que se torna mais necessária a

cada fração do tempo que passa, face à dispersão

em que se encontram as diversas dependências

do Banco nesta capital, com evidentes resultados

negativos na eficiência dos serviços”.

Anos depois, um novo e definitivo endereço,

conforme o relatório de 1969:

“Resolveu assim a atual administração dar

uma solução definitiva ao problema, partindo para

a construção de um prédio com 21 pavimentos,

localizado no melhor perímetro da cidade (Praça

da República), dotado de todos os requisitos

da técnica moderna e capaz de abrigar toda a

Direção Geral e mais a Agência Central estando

suas obras concluídas até maio de 1971”, previa

o documento.

Em fevereiro desse ano, uma maquete foi

apresentada à imprensa pelo presidente do Banco,

Francisco de Lamartine Nogueira, juntamente

com os autores do projeto, arquitetos Leopoldo

José Teixeira Leite e Júlio Catelli Filho.

O Boletim Interno da primeira quinzena de

fevereiro de 1969 (Ano IV no. 88) informa que “o

novo edifício do BASA terá três frentes, com dois

Acima, fase inicial da

construção, vista da rua

Carlos Gomes (Acervo

Banco da Amazônia). Ao

lado, equipe técnica de

engenharia, vistoriando

as obras da sede (Acervo

particular)

113

Page 117: Banco da Amazônia 70 Anos

blocos: o da frente com 21 pavimentos e o outro

com 18, numa área de construção de 24.000

m2. Com esse prédio, o Banco solucionará os

problemas de centralização de seus serviços,

atualmente espalhados em cerca de oito pontos

diferentes”.

O Boletim também destacava que seriam

instalados todos os serviços, como atendimento

médico para os empregados, cantina, escada

rolante, auditório, restaurante e heliporto no

terraço. Além disso, “a parte externa será

totalmente envidraçada, no sistema “brise soleil”.

Conforme os relatórios anuais deixam

claro, a construção do edifício-sede foi uma

questão que teve grande importância não só

por sua questão estratégica na organização

da instituição, mas também porque significava

um investimento substancial, orçado em

aproximadamente 8 milhões de cruzeiros novos.

(Acervo Banco da Amazônia)

114

Page 118: Banco da Amazônia 70 Anos

No dia 24 de novembro de 1971, os

jornais de Belém estamparam fotos e manchetes

sobre o incêndio ocorrido em um dos prédios do

Banco da Amazônia.

Depois do fogo, os setores de Pessoal

e Financeiro, além do de Radiotelegrafia, que

funcionavam no prédio à rua Gaspar Viana,

foram transferidos para o edifício-sede - fato

que levou os servidores do Banco a se sentirem,

praticamente, em um canteiro de obras.

Foi assim, emergencialmente, que o

edifício-sede entrou em funcionamento, sem

inauguração oficial. Cadeiras e mesas estudantis

da Escola Jarbas Passarinho serviram ao trabalho

improvisado em um dos andares já prontos.

Na época, todos estranharam o local: um

andar inteiro, com diferentes setores, funcionando

sem divisórias entre si.

No informativo BASA Hoje, de 7 a 13

Noticias veiculadas

nos jornais de

Belém, 24 de

novembro de 1971.

(Acervo Fundação

Cultural do Pará

Tancredo Neves)

115

Page 119: Banco da Amazônia 70 Anos

de abril de 1972 o destaque foi a “Hora da Mudança.

Agora o Banco da Amazônia decidirá os rumos dentro

de sua própria casa” porque o fogo precipitou também

a mudança da presidência, que saiu da antiga sede à

Travessa Frutuoso Guimarães, “onde por três anos (na

verdade, décadas) foi inquilino do Governo do Estado”.

Além da presidência, nesse mesmo mês também

se transferiram para o novo prédio “todos os setores da

alta administração”, segundo outra edição do jornal, que

ainda frisava o ritmo intenso de trabalho operário - noite

e dia - para a entrega de todos os pavimentos.

No final de 1972, o prédio estava em acabamento

e funcionando com todos os seus departamentos, exceto

arquivo geral, almoxarifado e a gráfica, sediados no

prédio da Municipalidade.

Com o término das obras, o edifício-sede ganhou

sistema de música ambiente, restaurante e um grupo

gerador com capacidade de mais de 600 KVA, equivalente

ao consumo da cidade de Santarém, no período.

Na loja, na sobreloja e área da Agência Centro,

as escadas rolantes chamavam a atenção por serem as

únicas da cidade instaladas num banco. No prédio, também

havia detectores de fumaça e calor, uma tecnologia ainda Vista panorâmica da cidade de Belém, em destaque o Edifício-sede do Banco da Amazônia.

Belém (PA). 2012. Foto Bruno Carachesti

116

Page 120: Banco da Amazônia 70 Anos

pouco util izada, e contava com 11 elevadores e um sistema de refrigeração central, características ainda

incomuns na região, na época.

Hoje, houve modernização na parte elétrica, principalmente para a economia de energia. Nos primeiros

anos de construído, o Banco possuía lâmpadas tipo fluorescente que só eram fabricadas em São Paulo,

exclusivamente para o edifício.

Por muitos anos, o prédio também possuiu uma sala de uso exclusivo do ministro José Costa Cavalcante,

da pasta do Interior, a quem o Banco estava ligado na estrutura do Governo Federal. Era lá que o ministro

despachava quando vinha à região, o que ocorria cerca de duas a três vezes ao ano.

Em outubro de 2010, o Banco da Amazônia recebia pela primeira vez a visita de um presidente da

República. No auditório Rio Amazonas, Luiz Inácio Lula da Silva participou da solenidade de assinatura de

dois editais para a pavimentação da rodovia Transamazônica e reforma de outras sete rodovias federais que

cortam o Estado do Pará. Os investimentos somavam mais de R$ 800 milhões, para revitalizar cerca de dois

mil quilômetros de rodovias.

(Acervo Banco da Amazônia)

117

Page 121: Banco da Amazônia 70 Anos

Preservação da Memória e Comunicação

Com mais de 40 anos de atividades,

a biblioteca do Banco da Amazônia é uma

importante fonte de informação e formação

para os empregados e comunidade em geral.

É especializada nas áreas de Economia,

Administração, Finanças, Agropecuária, Meio

Ambiente e Amazônia.

Em 1973, o setor fazia parte do Cedoc

(Centro de Documentação e Biblioteca) e possuía

uma coleção de “13 mil livros periódicos, mapas,

folhetos, relatórios e obras raras” , segundo o

informativo BASA Hoje, Ano II, no. 51 - Semana

de 02 a 08 de 03 de 1973.

Na década de 1990, após uma

reformulação, transforma-se em seção, mas não

perde a característica do acervo especializado

com objetivo de suprir a instituição com

informações para a realização de trabalhos e na

formação educacional.

Hoje, o acervo geral tem livros diversos

e documentos históricos como, por exemplo, o

manuscrito da proposta de “venda do segredo

de fabrico da borracha” (ver p.42 e ss.) e os

referentes a concursos públicos realizados

em 1944 e 1945 que registram a entrada dos

primeiros empregados concursados do BCB. O

espaço também guarda uma série de periódicos

produzidos pelo setor de comunicação do Banco,

uma importante fonte de informação sobre o

dia a dia vivido na Instituição ao longo das sete

décadas de existência.

A B.C.A Revista, por exemplo, foi criada

no início da década de 60, com capa colorida

e 17 páginas, relatando as principais atividades

desenvolvidas pelo Banco. A de no. 3, que

circulou em abril de 1963, registra a reunião

entre o presidente do BCA, Raimundo Alcântara

Figueira, com João Goulart, presidente do país,

“às 18 horas do dia 18 de março”.

O Boletim Interno, outro periódico do

Banco, circulava em 1971 e era formado por uma

lista de pequenos textos sobre os procedimentos

bancários. Depois passou a se chamar BASA Hoje

com um layout mais próximo de jornal.

Carta da Amazônia possuía oito páginas

e foi “um instrumento de informação destinado

a divulgar no exterior os recursos e as

potencialidades da Amazônia”, conforme explica (Acervo Banco da Amazônia - reproduções Alex Raiol e Bruno Carachesti)

118

Page 122: Banco da Amazônia 70 Anos

o BH (Ano II. N. 94 Semana de 30 a 6.12.73). Era

editada também em inglês para ser “distribuída na

Europa e países das Américas do Norte e Latina,

a dirigentes de grandes empresas, entidades de

pesquisa e universidades”. Ela circulou até o início

da década de 80 e nos mesmo período surgiu o

Informativo Basa.

Na década de 90, as informações sobre

o Banco também circulavam no semanário Basa

Press. Já a partir dos anos 2000, novas publicações

como o Intercâmbio e o Notícias em Movimento.

E assim como na década 70 quando

publicava a “Revista Econômica do Basa”,

referência quando o assunto era a economia

da região, a Biblioteca é responsável hoje pela

produção e edição de publicações importantes,

como o “Estudos Setoriais” – sobre estudos

desenvolvidos pelos técnicos do Banco, com a

consultoria de pesquisadores de instituições de

Ensino Superior, como a Universidade Federal

Rural da Amazônia, Universidade Federal do Pará.

O material é disponibilizado em modo on line e

também impresso e distribuído para instituições

parceiras.

Outra publicação é a “Contexto Amazônico”,

em formato de jornal, direcionada para determinado

tema. A biblioteca possui ainda o serviço do “Clube

do Conhecimento”, uma parceria com o Programa

de Qualidade de Vida do Banco e disponibiliza

literatura de lazer para todos.

Hoje o acervo é formado por livros e DVDs

de filmes, comprados e recebidos em doação. O

(Acervo Banco da Amazônia - reproduções Bruno Carachesti e Luiza Bastos)

setor tem uma significativa procura pelos empregados,

lotados em cidades de interior, carentes de bibliotecas

e locadoras de filmes.

Mas o grande destaque das publicações hoje

é a “Revista Amazônia Ciência e Desenvolvimento”

que desde que foi criada, em 2005, virou referência

para universidades e institutos de pesquisa sobre

a Amazônia. A publicação é gratuita, semestral e

com tiragem de 800 exemplares, distribuídos para

todo o país. Seu comitê editorial é multidisciplinar,

voltado para assuntos os mais diversos da região . O

Ministério da Educação incluiu a “Revista Amazônia

Ciência e Desenvolvimento” no Qualis, sistema de

avaliação de periódicos da CAPES (Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

119

Page 123: Banco da Amazônia 70 Anos

Agências para o Crédito na Amazônia

As primeiras agências do Banco da Amazônia, ainda como Banco de Crédito da Borracha,

foram instaladas em 1943, em Belém (PA), Manaus (AM), Porto Velho e Guajára Mirim (RO), Rio

Branco (AC), Cuiabá (MT) e Rio de Janeiro (RJ).

Em 1956, já eram 40 agências em todo o país. Dois anos depois, conforme explica o Relatório

daquele ano, uma pausa na ampliação da rede – uma vez que a Sumoc (Superintendência da Moeda

e do Crédito), antecessora do Banco Central do Brasil, através da instrução nº 168 do dia 07 agosto

de 1958 –, suspendeu o recebimento de novos pedidos de abertura de departamentos bancários

no país.

Mais de dez anos depois, em 69, o Banco possuía 56 agências distribuídas pelo território

nacional. Neste ano, o Banco expediu 15 cartas patentes para abertura de novas agências ao Banco

Central.

Agências BCB em Belém (ao alto) e

Manaus (Acervo Banco da Amazônia)

120

Page 124: Banco da Amazônia 70 Anos

O Relatório de Atividades explica, em 1979, a importância da extensa rede de agências no país, uma

vez que “as 72 agências do Banco localizadas na Região (correspondem a 88% do total) eram responsáveis

por 60% de seus depósitos, contra 40% captados por apenas 10 agências (que representam 12% do total de

unidades), situadas fora da Amazônia Legal, as quais operam a taxas de mercado. São estas últimas agências

que fornecem o lucro necessário ao Banco, não só para que este possa retribuir a confiança de seus acionistas,

os quais empregaram suas poupanças para aplicações pelo Banco em nossa região, como ainda para que o

mesmo possa arcar com sua estrutura pioneira em nosso interior, onde a maioria das suas dependências, por

operar a taxas reais negativas a fim de induzir o processo de desenvolvimento, são deficitárias”.

Depois de chegar a possuir 118 agências, em 1984, o Banco iniciou um processo de retração das

unidades, desativando seus escritórios fora da Amazônia Legal. Nos anos 90, quando o país sofreu grandes

mudanças econômicas com a chegada do Plano Real, o Banco inaugurou em toda a década apenas uma

No sentido horário: primeiras agências

BCB (1943) de Porto Velho, Cuiabá,

Guajará Mirim, Rio Branco e Rio de

Janeiro (1976)

121

Page 125: Banco da Amazônia 70 Anos

Agência Belém (PA)

Agência Araguaçu (TO)

Agência Guajajaras (MA)

Agência Extrema (RO)

122

Page 126: Banco da Amazônia 70 Anos

agência, a Ananindeua Castanheira, em 1994 e extinguiu

29 em todo o país, principalmente depois da percepção

que a instituição estava concorrendo com outros bancos

públicos, nas outras regiões.

A partir dos anos 2000, com a capitalização do

Banco pelo Governo Federal e a instalação, em 2003,

do Plano Amazônia Sustentável, que assegura uma

política de recursos para a região, o Banco da Amazônia

entra em novo momento de crescimento de sua rede de

atendimento – nos últimos cinco anos, ficou 25% maior.

Hoje, com 123 agências e uma rede de

atendimento formada por 185 unidades, o Banco está

presente em 98% dos municípios da região. Ou seja,

das 450 cidades, 432 delas têm crédito via Banco

da Amazônia, que tornam a instituição uma das mais

importantes instituições financeiras: é responsável por

72% de todo o crédito de fomento na Amazônia.

Agência Marabá (PA)

Agência Sinop (MT)

Imagens Acervo Banco da Amazônia123

Page 127: Banco da Amazônia 70 Anos

A Amazônia ainda era prioridade nacional no

final da década de 1980. Entretanto, os recursos

financeiros federais começaram a ser reduzidos

progressivamente por conta da recessão econômica,

levando o Banco ao menor nível de aplicação em

crédito de fomento de toda a sua história.

A Constituição de 1988 criou os fundos

constitucionais, cabendo ao Banco da Amazônia

a administração do FNO, Fundo Constitucional

de Financiamento do Norte, uma fonte estável de

recursos de longo prazo para a ação creditícia de

fomento. Um dos fatores responsáveis pela criação

dos Fundos de Desenvolvimento Regionais foi o

quadro de desigualdade existente entre as regiões

Sul e Sudeste do país em relação às regiões Norte,

Nordeste e Centro-Oeste.

Ainda assim, a crise econômica mundial levou

a um processo de retração de unidades do Banco,

com a desativação de suas agências fora da Amazônia

Legal, inicialmente - até 1991, havia 109 unidades

em atividade no país. Mas diante dos altos índices

de inflação diária, desemprego e várias tentativas de

estabilizar a situação financeira, a partir de julho de

1994, o Brasil realizou uma mudança profunda no

sistema financeiro, incluindo uma indexação monetária.

O Plano Real, como foi nomeado, paulatinamente

promoveu nova troca do padrão monetário e criou a

atual moeda brasileira – o Real (R$). O Banco da

Amazônia redimensionou sua rede de atendimento,

que contava com 82 unidades no ano 2000.

A Constituição de 1988 e a Criação do FNO

Foto Diego Gurgel 124

Page 128: Banco da Amazônia 70 Anos
Page 129: Banco da Amazônia 70 Anos

O processo de globalização econômica

e o novo paradigma de desenvolvimento,

voltados para a competitividade, modernidade e

sustentabilidade, motivaram o Banco a vivenciar,

ainda mais, a sua identidade amazônica, deixando

a “marca” BASA para se fortalecer como

promotor do desenvolvimento, incorporando,

definitivamente, a característica única – ser o

Banco da Amazônia.

E, como ao longo de sua história, trabalha

alinhado às políticas, planos e programas do

governo federal, como o plano plurianual (PPA),

a Política Nacional de Desenvolvimento Regional

(PNDR) e o Plano Amazônia Sustentável (PAS),

com o diferencial de ter se fortalecido por

produtos e serviços próprios, originais, para

a melhoria dos padrões de produção e de

qualidade de vida da população amazônica,

com redução nas desigualdades intra e inter-

regionais.

Entre as políticas nacionais para o

desenvolvimento regional, destacam-se:

O Plano de Desenvolvimento Regional

Sustentável para a Área de Influência da

Rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém) com

ações de prevenção e controle de problemas

socioambientais relacionados à pavimentação da

estrada. Fazem parte desse plano 71 municípios,

sendo 28 no Pará, 37 no Mato Grosso e 6 no

Amazonas;

Foto Hely Pamplona

Parcerias e Políticas Nacionais

126

Page 130: Banco da Amazônia 70 Anos

127

Page 131: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto Hely Pamplona

128

Page 132: Banco da Amazônia 70 Anos

O Complexo do Rio Madeira: Uma série de

projetos de infraestrutura econômica, com alto

poder de transformação a ser implantado em

uma região em processo de consolidação de sua

base econômica. Sua configuração compreende,

em território nacional, o Estado de Rondônia, a

porção noroeste do Estado de Mato Grosso, as

regiões do baixo e alto vale do rio Acre e o sul

do Estado do Amazonas; em território boliviano,

os Departamentos de Pando, Beni e Santa

Cruz e, em território peruano, o Departamento

de Madre de Dios. Na área de transporte,

com a navegação no Madeira, consolidam-se

novas linhas fluviais, a interligação regional e,

principalmente, possibilita-se uma saída para o

Pacífico;

Política Nacional de Desenvolvimento

Regional (PNDR): o Governo Federal pretende,

de modo geral, construir um novo modelo de

desenvolvimento na Amazônia, voltado para a

inclusão social com a redução das desigualdades

sócio-econômicas, o respeito à diversidade

cultural e a viabilização de atividades econômicas

dinâmicas e competitivas que gerem emprego e

renda e o uso sustentável dos recursos naturais.

Para tanto, elenca como prioritária as áreas do

Alto Solimões, no Amazonas, Vale do Acre, no

Acre; e Bico do Papagaio, que engloba Pará e

Mato Grosso.

129

Page 133: Banco da Amazônia 70 Anos

Apoio à Pesquisa

“Inovação aliada à sustentabilidade para

a geração de renda” é a marca dos produtos

gerados pelo Projeto de Encauchados de Vegetais

da Amazônia, baseado na tecnologia que recupera

uma antiga técnica indígena que transforma, nas

próprias comunidades, o látex puro em vários

produtos prontos.

“Encauchamento” é a denominação do

processamento do látex (ou caucho, na língua

indígena), transformado numa matéria plástica,

moldável, juntamente com a técnica de manufaturar

objetos e utensílios com essa espécie de “goma”,

que enrijece depois de seca. O artesanato mais

conhecido é o que reproduz figuras humanas

ou de animais, como a cobra, o macaco-prego,

o jacaré, o boto, tatu etc. Também podem ser

produzidos cinzeiros, chapéus, galochas e outros

utensílios.

Hoje um sucesso, inclusive destaques no

estande paraense na 76ª Feira Internacional

de Artesanato, realizado na Itália em abril de

passado, o projeto de pesquisa desenvolvido

pelo professor Francisco Samonek, mestre em

Ecologia e Manejo de Recursos Naturais, já tinha

sido agraciado em 2006 com o prêmio Samuel

Benchimol por aliar, com êxito, o saber tradicional

dos indígenas com o conhecimento científico que

permite moldar o látex em utensílios diversos.

Naquele ano, o Banco da Amazônia investiu

recursos para a implantação de uma unidade

demonstrativa e pedagógica do processo de

encauchamento do látex no Centro de Antropologia

e Arqueologia Indígena da Amazônia Ocidental,

no Campus da Universidade Federal do Acre, em

Rio Branco, para a difusão e popularização da

tecnologia.

Hoje o processo está presente em dezenas

de comunidades ribeirinhas, quilombolas e

indígenas nos estados do Pará, Amazonas, Acre e

Rondônia. O trabalho muda a lógica predominante

há séculos em que o processo de beneficiamento

do látex está fora das mãos do seringueiro, uma

vez que, com poucas árvores, o produtor tem

a matéria prima necessária para produzir seus

diferentes produtos, como bolsas, mantas, panos

de prato, porta copos e até protetores de garrafas

130

Page 134: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto divulgação Projeto Encauchados de Vegetais da Amazônia

131

Page 135: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto divulgação Projeto Encauchados de Vegetais da Amazônia

132

Page 136: Banco da Amazônia 70 Anos

a ter um único regimento e se tornam uma das

principais iniciativas de valorização da pesquisa e

da inovação, voltadas para a sustentabilidade da

região amazônica.

A participação do Banco da Amazônia

no certame se dá em três vertentes – como

patrocinador, como integrante da comissão

julgadora e também como instituição financiadora

de projetos por meio de seu Programa de Apoio

a Pesquisa, com recursos não-reembolsáveis,

repassados para Universidades e Instituições de

Pesquisa agraciadas com a premiação.

O apoio do Banco à pesquisa na região

passou por um período menos volumoso depois

da extinção da Sudam, responsável pelo Finam,

de onde saíam os recursos para o Programa de

Apoio à Pesquisa. A instituição chegou a util izar

recursos próprios e manteve a iniciativa. Agora, o

trabalho ganha fôlego para mais ações no futuro,

com a destinação de 1,5% dos recursos do Fundo

de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), a partir

da análise do Conselho de Deliberação da ADA,

a Agência de Desenvolvimento da Amazônia,

responsável pelo Fundo.

de vinho, já que a borracha mantém a temperatura

ambiente.

Essa participação significativa no apoio à

pesquisas inovadoras para e na região amazônica

não é de hoje. Remonta há mais de trinta anos

quando, em Assembleia Geral, em 24 de abril

de 1975, o Banco criou o Fundo de Pesquisa,

Assistência Técnica e Desenvolvimento de

Recursos Humanos para “prestar colaboração

financeira e técnica a projetos de pesquisas

econômicas, agronômicas e tecnológicas de

interesse para a Amazônia”. Para tanto, explica o

Relatório daquele ano, “será destinado para esse

fim 5% do lucro do Banco”.

Em 2004, o Banco celebrou parceria

para o Prêmio Samuel Benchimol, instituído

pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria

e Comércio Exterior, para projetos de pesquisa

baseados no desenvolvimento sustentável da

região. Dois anos depois, o próprio Banco

da Amazônia buscava a maior valorização de

iniciativas sustentáveis e criou o Prêmio Banco

da Amazônia de Empreendedorismo Consciente.

As duas premiações, em 2009, passam

133

Page 137: Banco da Amazônia 70 Anos

Conquista dos agricultores e suas organizações sociais, o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento

da Agricultura Familiar) é considerado por muitos como a primeira linha de crédito específica para essa

parcela de agricultores brasileiros: o núcleo famíliar.

Mais do que uma ação governamental, o Programa é a conclusão de um processo de diálogo entre o

governo, suas instituições (como o Banco da Amazônia) e os agricultores familiares. Diálogo amigável, em

geral, e que também teve momentos tensos.

A história do PRONAF está associada à história das políticas públicas de financiamento à agricultura no

país e que, na Amazônia, são implementadas pelo seu Banco.

O Relatório de 1979 explica que, naquele ano, a direção do Banco elegia “como um de seus objetivos

prioritários a assistência ao mini e pequeno produtor da Região. Dessa maneira, foi instituído e implantado em

fins do primeiro semestre do ano passado o Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural da Amazônia (o

Mini-Rural), inicialmente com o subprograma de Custeio Rural”.

Ao mesmo tempo, o Banco ofertava financiamento através do PROBOR (Programa de Incentivos à

Produção de Borracha Natural), operado em conjunto com a Sudhevea (Superintendência do Desenvolvimento

da Borracha), para suprir a demanda nacional do produto, porque apesar do passado de maior produtor

mundial de borracha, nesse momento, o país dependia da “importação do produto em três quartos de suas

necessidades de consumo”.

As políticas públicas de incentivo à agricultura familiar foram fortalecidas, principalmente, a partir da

década de 1990, com ações do governo federal para o combate à exclusão social e, em especial, pelo

fortalecimento dos movimentos sociais rurais e extrativistas na Amazônia, ecoando mundo afora.

A luta no campo cresceu, a partir de 1991 - o número de trabalhadores rurais mortos em conflitos

Crédito Rural

134

Page 138: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto Paulo Santos

135

Page 139: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto Janduari Simões

136

Page 140: Banco da Amazônia 70 Anos

agrários, também. O Grito do Campo - uma grande mobilização rural com apoio de organizações urbanas,

surgiu no Pará. A principal bandeira era o combate à violência, mas chamava atenção para o crédito à

agricultura familiar.

Houve ainda o Grito da Terra, quando as lideranças trabalhadoras reuniam-se com os órgãos federais

e estaduais, buscando linha de crédito específica para o pequeno produtor – foi criada uma linha no FNO - o

FNO Especial, como ficou conhecido a partir de 1992. A experiência piloto positiva de financiamento fez com

que o FNO Especial fosse ampliado para a região amazônica. Em meio aos movimentos sociais rurais que

também se fizeram ouvir, saiu o Grito da Amazônia.

Em 1994, a mobilização já era nacional com o Grito da Terra Brasil, assumido por confederações de

trabalhadores.

As articulações levaram à aprovação do Provap (Programa de Valorização do Pequeno Agricultor), e

pela primeira vez, as famílias rurais entraram na pauta de políticas públicas, com atenção diferenciada.

Em 1995, ainda sem definições concretas de financiamento, o movimento dos trabalhadores radicalizou

e decidiu ocupar as dependências do Banco, em Belém. O resultado, além do confronto com a polícia de

choque, foi a criação do PRONAF para custeio.

Em maio, durante o Grito da Terra, uma iniciativa no Pará, no Acre e em Rondônia marca produtores

e empregados do Banco. Um abraço simbólico em torno da instituição sela o compromisso de todos com

o Banco e fica na História como uma dos marcos da história particular do Banco da Amazônia. Nesse ano,

conquistou-se a redução das taxas de juros do programa. No ano seguinte, o programa é implementado em

todo o território nacional.

137

Page 141: Banco da Amazônia 70 Anos

Conforme se lê no Relatório de Sustentabilidade 2006, “para reger um processo de incentivo ao

desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal em sua plenitude, é preciso uma instituição forte e dinâmica,

preparada para os desafios de uma proposta de crescimento que se diferencia dos modelos econômicos

tradicionais”.

Foi nessa perspectiva também que o Banco, em 2003, passou a adotar, como parte de seu planejamento

estratégico, investimentos na infraestrutura interna, na gestão de pessoas, na disseminação da cultura

da sustentabilidade com todos os públicos e na implantação de estratégias para a atração de negócios

sustentáveis.

A implantação de uma política socioambiental significa que o Banco não oferece simplesmente um

crédito, mas está atento aos resultados desse investimento, com o objetivo de deixar “todas as agências

preparadas para considerar a variável ambiental em seu processo de avaliação de crédito”.

Para mudar o paradigma florestal da Região, o Banco adotou políticas no sentido de estimular:

o aproveitamento consciente das excepcionais oportunidades que a região oferece para o Ecoturismo;

a substituição da indústria extrativista com baixo valor agregado, por um setor moderno, com excelente

padrão de manejo de suas florestas, maior valor agregado ao produto e forte compromisso social e ambiental;

a melhoria do padrão tecnológico industrial;

a expansão da pecuária e da agricultura em áreas desmatadas e/ou degradadas, [...] com elevado

padrão tecnológico, capacidade para atender à demanda de alimentos do mercado regional e excedentes

exportáveis, sem causar pressões de desmatamento de novas áreas de florestas, ocupando áreas degradadas.

A partir de 2004, tem início o Programa de Excelência Tecnológica com o objetivo de modernizar a

plataforma de TI (Tecnologia da Informação) e desde então, o Banco vive uma evolução contínua e gradual,

possibilitando aos clientes atendimento de qualidade, ao mesmo tempo em que garante à Instituição

Por uma Economia Sustentável

Foto Hely Pamplona138

Page 142: Banco da Amazônia 70 Anos

139

Page 143: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto Hely Pamplona

140

Page 144: Banco da Amazônia 70 Anos

mecanismos de controle, acompanhamento e projeção das linhas de negócio.

Hoje, a tecnologia bancária é um dos grandes destaques das instituições financeiras para a gestão de

risco. No Banco da Amazônia não poderia ser diferente.

A reestruturação do Banco, a partir de 2008, propôs um projeto corporativo que remodelou toda

a estrutura de risco de crédito do Banco e tem no uso da tecnologia de ponta uma de suas principais

características e no seu conjunto permite ao Banco atender a todos os requisitos do Basiléia II - acordo

internacional das instituições bancárias, visando prevenir riscos de crédito.

Baseado em cinco vertentes, o trabalho iniciou em 2010 e já promoveu a revisão de toda política de

crédito do Banco; criou os Comitês de Operação de Crédito e a Reestruturação dos Comitês de Crédito,

permitindo a distinção do crédito, mantendo as análises separadas das áreas de negócios.

Uma terceira vertente do projeto é a implantação do CRI (Cred Risk Inteligent), um sistema integrado de

gestão das carteiras de crédito, com base em resolução do Banco Central. O CRI, na verdade, é um sofisticado

software de gestão de risco crédito já adaptado às características das carteiras do banco amazônico para

colaborar com subsídios à gestão e estratégias, em termos de possíveis exposições do Banco a risco de

crédito.

Outra vertente é o Sisgarantias, sistema corporativo que gerencia todas as garantias concedidas ao

banco e também as assumidas pela instituição.

E por fim, a serem aplicadas a partir de 2014, a modelagem e remodelagem do sistema de risco de

crédito do Banco, que pretende estabelecer para a instituição novas matrizes de risco, em sintonia com as

práticas de mercado, sem menosprezar a estratégia de garantir o desenvolvimento da região com a geração

de emprego e renda.

141

Page 145: Banco da Amazônia 70 Anos

No Estado do Tocantins, o Banco da

Amazônia investiu, só no ano de 2012, seiscentos

milhões de reais, a maior parte dessa soma

destinada a micro e pequenas empresas e micro

e pequenos produtores rurais – pulverização que

beneficia centenas de famílias.

O financiamento ao agronegócio também

é forte nas ações do Banco, no Tocantins, com

recursos para as lavouras de soja em Guaraí e

de arroz em Porto Nacional. E a pecuária é outro

setor que recebe o apoio, com financiamentos em

Araguaína.

Entre as grandes empresas que util izaram

créditos do Banco da Amazônia está o Grupo

Ecobrasil, financiada para reflorestamento de 10

mil hectares, com o plantio de eucalipto para a

indústria de celulose. Foram 51 milhões de reais

e o investimento representa uma parte dos planos

de recuperação de áreas degradadas, do grupo,

que tem intenção de reflorestar 40 mil hectares e

montar um parque industrial no Tocantins.

O Banco da Amazônia já financiou inúmeros

projetos na área rural e urbana do Estado, como

a construção do Shopping Capim Dourado,

inaugurado em 2010 e considerado um presente

para a capital, Palmas. Todos os projetos, sem

exceção, com recursos do FNO.

Financiamento para todos os Setores

142

Page 146: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto Lucivaldo Sena

143

Page 147: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto Jaime Souzza

144

Page 148: Banco da Amazônia 70 Anos

Desenvolvimento com Respeito Ambiental

No Maranhão, um dos empreendimentos

mais sólidos e resistentes tem há muito tempo

o apoio do Banco da Amazônia: A Agro Serra,

empresa criada em 1984 para implementar o

plantio de soja no Sul do Maranhão e que hoje

tem como carro-chefe a cana-de-açúcar, cobrindo

todo o processo: do plantio à produção de álcool

carburante.

A primeira lavoura comercial foi produzida

em 1987 e em 1990 o grupo iniciou experiências

com a cana, que começou a ter produção industrial

a partir de 1995. Com 29 mil hectares cultivados

e uma produção anual de 110 milhões de litros

cúbicos de álcool carburante, é a maior empresa

do gênero nas regiões Norte e Nordeste.

A produção de cana-de-açúcar e sua

industrialização são a principal atividade do

grupo, que também investe em cafeicultura,

fruticultura e piscicultura, além de ter uma prática

ambientalmente correta, util izando o controle

biológico de pragas, com geração própria de

8MW de energia, e sistema ecológico de captação

de água, ferti-irrigação e a manutenção de uma

reserva florestal.

145

Page 149: Banco da Amazônia 70 Anos

A atuação do Banco da Amazônia no

Estado do Mato Grosso vai desde o apoio a

pequenos agricultores, através de programas

como o PRONAF, a grandes empreendimentos

agropecuários; de micro empresas a projetos de

infraestrutura.

A agricultura familiar foi contemplada

com mais de 11 milhões de reais distribuídos a

micro e pequenos agricultores nos dois últimos

anos e os financiamentos para micro e pequenas

empresas passaram de 10 milhões - esses

recursos beneficiaram pequenos agricultores de

todo o Estado.

Já o agronegócio recebeu cerca de 250

milhões de reais nos últimos três anos, em custeio

e investimentos para soja, milho e algodão, além

de pecuária de corte e de leite.

No setor de energia, o Banco da Amazônia

investiu 170 milhões de reais para a construção

de três pequenas centrais hidrelétricas.

Para o ano de 2013, a previsão é de aplicar

300 milhões em áreas como frigoríficos, rodovias,

turismo e setor portuário; e mais 80 milhões para

o transporte fluvial de cargas.

Financiando a Agricultura Familiar e o Agronegócio

146

Page 150: Banco da Amazônia 70 Anos

Foto Marcelo Lelis

147

Page 151: Banco da Amazônia 70 Anos

ResponsabilidadeSocial

Para manter seu quadro funcional

informado sobre os assuntos ambientais, o Banco

da Amazônia, com apoio do Banco Mundial,

promove uma série de seminários transmitidos

por videoconferência (incluindo discussão on-line

após o seminário) sobre questões específicas,

relativas a Meio Ambiente. A transmissão é feita

para todos os estados da Amazônia Legal.

Além dessa atualização e troca constantes,

mantém outras iniciativas junto aos seus

empregados, como o Amazônia Otimiza, o

Amazônia Recicla e o Fornecedor Verde, com

regras para o relacionamento do Banco com seus

fornecedores.

Equipe de basquete All Star Rodas. (Acervo Banco da Amazônia)

148

Page 152: Banco da Amazônia 70 Anos

O Banco da Amazônia atua junto à comunidade,

desenvolvendo e apoiando projetos em educação

e cultura, saúde, meio ambiente, esportes etc

em parceria com diversas instituições, tendo sido

mantidos e/ou ampliados inclusive aqueles iniciados

em gestões anteriores em vários estados da região,

dentre os quais se destacam:

- Projeto 5ª Cultural: eventos que contam com

a apresentação de cantores de vários estados da

Amazônia, com ingressos trocados por alimentos não

perecíveis.

- Projeto Alfabetização Solidária: em parceria

com o Governo Federal, atua em localidades carentes

no combate ao analfabetismo.

- Projeto Criança Vida: reforma da UTI Neonatal

da Santa Casa de Misericórdia do Pará e também

do Banco de Leite Humano. interligando-o à ala

materno-infantil da Santa Casa.

- Revitalização do Centro Histórico de Manaus:

propiciou à sociedade local não somente uma nova

atração turística, mas o resgate histórico desse

patrimônio da cultura amazonense.

- Horto Municipal de Belém: em parceria

com a Funverde (Fundação Parques e Áreas Verdes

de Belém), realizou a reforma do Horto Florestal,

transformando-o num logradouro público de lazer e

cultura.

Mostra Curta Pará Cine Brasil. Foto Adauto Rodrigues

149

Page 153: Banco da Amazônia 70 Anos

- Programa de Preservação dos Rios da Amazônia (Pró-

Rios): apoio aos trabalhos da ONG SPPA (Sociedade de Pesquisas

e Preservação da Amazônia) que contribui para a preservação do

meio ambiente através de campanhas educativas em portos e

cidades ribeirinhas, com distribuição de cartilhas e cartazes, mutirões

de limpeza das margens e instalação de coletores de detritos nas

embarcações que cortam os rios e igarapés da região.

- Incentivo ao Esporte: atletas e/ou equipes são apoiados

pelo Banco em algumas modalidades esportivas. Dentre elas, e

como patrocinador ofi cial, a equipe de basquetebol All Star Rodas.

“Romeu e Julieta” - Teatro Mosaico. (Acervo Banco da Amazônia)

Foto Alex Raiol

150

Page 154: Banco da Amazônia 70 Anos

- Projeto Renascer: prepara jovens com idade

entre 18 e 21 anos, de famílias de baixa renda, através

de cursos de capacitação profi ssional, criando-lhes

condições de oportunidades no mercado de trabalho.

- Programa Riacho Doce: parceria com a

Universidade Federal do Pará-UFPA e com a Fundação

Ayrton Senna, voltado para as crianças na faixa etária de

07 a 14 anos que residem na área de ocupação Riacho

Doce, localizada no bairro da Terra Firme, em Belém.

- Espaço Cultural: térreo do edifício-sede do

Banco da Amazônia, em Belém, é ponto de encontro de

clientes e do público amante das artes plásticas. Desde

junho de 2001, quando foi inaugurado, apresenta, de

forma constante, mostras e exposições de pintores,

escultores, gravuristas, fotógrafos e de artes visuais em

geral.

Mestre Vieira - 50 Anos de Guitarrada. Foto Renato Chalu

151

Page 155: Banco da Amazônia 70 Anos

“Seringal”

Reprodução Alex Raiol

Cândido Portinari, “Seringal”, 1957

Óleo s/cartão, 22,3x54cm

Estudo para painel projetado não executado

para a sede do Banco de Crédito da Amazônia (Belém-PA)

(Acervo Museu de Arte de Belém)

152

Page 156: Banco da Amazônia 70 Anos

“O Banco da Amazônia, cumprindo seu papel de agente social e de

desenvolvimento regional, tem a honra de trazer aos cidadãos da Amazônia

o traço e as cores do nosso mais conhecido pintor.”

Oficialmente estava aberto ao público um dos eventos mais significativos

das comemorações dos 70 anos do Banco: a exposição “Seringal” com

obras do artista brasileiro Cândido Portinari no Espaço Cultural do Banco da

Amazônia, localizado no andar térreo da sede do Banco.

Cândido Portinari nasceu numa fazenda de café em Brodowski, no

estado de São Paulo em 1903, filho de imigrantes italianos. Em 1935,

obtém seu primeiro reconhecimento internacional nos Estados Unidos, com

a tela “Café”, retratando uma cena de colheita típica de sua região natal.

Sua inclinação muralista se revela com vigor no conjunto de suas obras,

afirmando sua opção pela temática social.

O universo portinariano,

se às vezes dói, sempre fulgura:

entrelaça como num verso

o que é humano ao que é pintura.

(Carlos Drummond de Andrade)

Com a palavra, o historiador Aldrin Moura de Figueiredo, curador da

mostra:

Trabalho, Natureza e Arte

“Entre as infinitas imagens da Amazônia, o Seringal talvez seja a mais

profunda e eloquente. Um emblema, um símbolo e, ao mesmo tempo, a

própria história que parelha à belle-époque equatorial. A Belém de nossos

sonhos mais profundos foi financiada pela goma elástica que saía dos

seringais. A borracha foi muito mais do que um produto de exportação e o

seringueiro esteve longe de ser um simples trabalhador explorado por ricos

seringalistas. Estamos diante de obra e criador, ouro e sangue, natureza e

cultura. Nesta exposição, pelo traço único de Cândido Portinari, passamos

em revista a narrativa visual do passado no presente. Diante de nossos olhos,

o colorido da floresta, da fauna e da flora vem à tona na geometria cubista

que amplifica e desconstrói a realidade. O suor do trabalho e o leite viscoso

da seringueira revelam o cotidiano de uma economia que fez a riqueza de

poucos e a pobreza de muitos. Mas, conjunto da obra, que seria a própria

história da borracha, conta uma história em vários atos imensa e infinita,

história que está longe de terminar. O teatro da vida é sempre mais colorido,

misturando trabalho, natureza e arte.”

153

Page 157: Banco da Amazônia 70 Anos

Banco da Amazônia - Marcas Históricas

O nome e a marca do Banco da

Amazônia passaram por algumas

mudanças ao longo dos seus 70

anos. Mudanças que procuravam

retratar o contexto histórico e de

política econômica do governo

federal em cada época na região.

A

154

Page 158: Banco da Amazônia 70 Anos

Banco da Amazônia S.A.

Em 2002, ao completar 60 anos, saem a

sigla BASA e o cadeado. Agora, a marca enfatiza a

palavra ‘Amazônia’. A nova logo traz o ‘A’ maiúsculo

representando solidez e a ‘onda amarela’,

desenvolvimento. Assume sua responsabilidade

socioambiental e passa a priorizar o repasse de

créditos baseados no desenvolvimento sustentável,

apoiando ações culturais, sociais, esportivas e de

pesquisa.

Banco de Crédito da Borracha S.A.

Criado por decreto-lei do governo

federal em 1942, em plena 2ª Guerra Mundial,

o Banco de Crédito da Borracha S.A. – hoje,

Banco da Amazônia S.A. – financiava a

produção de borracha para os países aliados.

Banco de Crédito da Amazônia S.A.

Em 1950, o governo federal transforma o

BCB em Banco de Crédito da Amazônia S.A. –

BCA, ampliando o crédito para outras atividades,

além da produção de borracha (castanha, juta,

madeiras etc.)

Banco da Amazônia S.A.-BASA

Em 1966, em pleno regime militar,

rebatizado de Banco da Amazônia S.A., mas

amplamente conhecido pela sigla BASA, torna-

se o agente financeiro do governo federal para

o desenvolvimento econômico e social da região.

O cadeado da logomarca significava segurança e

tradição.

155

Page 159: Banco da Amazônia 70 Anos

Diretoria Executiva

157

Wilson Evaristo (Diretor de Gestão de Recursos); Gilvandro Negrão Silva (Diretor Comercial e de Distribuição); Antonio Carlos de Lima Borges (Diretor de Infraestrutura de Negócio); Abidias José de Sousa Junior (Presidente); Eduardo

José Lima Cunha (Diretor de Análise e Reestruturação); Carlos Pedrosa Júnior (Diretor de Controle e Risco)

Page 160: Banco da Amazônia 70 Anos

EX-PRESIDENTES DO

Gabriel Hermes Filho22.02.1951 a 04.11.1954

José Carneiro da Gama Malcher25.01.1943 a 26.02.1946

Firmo Ribeiro Dutra26.02.1946 a 06.11.1947

Octávio Augusto de Bastos Meira27.12.1947 a 24.01.1951

Arnóbio Rosa de Faria Nobre04.11.1954 a 19.12.1955

José da Silva Matos19.12.1955 a 24.09.1959

Remy Archer24.09.1959 a 18.03.1961

Oscar Passos27.08.1942 a 25.01.1943

Hélio Palma Arruda18.03.1961 a 17.10.1961

Raymundo Alcântara Figueira17.10.1961 a 20.05.1964

Armando Dias Mendes20.05.1964 a 28.02.1967

Francisco de Lamartine Nogueira11.04.1967 a 27.04.1971

158

Page 161: Banco da Amazônia 70 Anos

BANCO DA AMAZÔNIA

Jorge Babot Miranda27.04.1971 a 16.08.1974

Francisco de Jesus Penha16.08.1974 a 16.03.1979

Oziel Rodrigues Carneiro15.03.1979 a 27.04.1981

Ubaldo Campos Correa30.04.1981 a 08.04.1985

Carlos Thadeu de Freitas Gomes04.06.1986 a 14.04.1987

Delile Guerra de Macedo02.04.1985 a 03.06.198611.08.1987 a 25.09.1987

Waldemir Messias de Araújo19.11.1987 a 17.05.1990

Silvestre de Castro Filho22.05.1990 a 11.05.1992

Anivaldo Juvenil Vale11.05.1992 a 30.03.1994

Luiz Benedito Varela29.03.1994 a 18.05.1995

Flora Valladares Coelho17.05.1995 a 15.04.2003

Mâncio Lima Cordeiro15.04.2003 a 13.04.2007

Reprodução de fotos Bruno Carachesti

159

Page 162: Banco da Amazônia 70 Anos
Page 163: Banco da Amazônia 70 Anos

O Banco da Amazônia realinha o seu

planejamento a novos horizontes de atuação,

sem esquecer a principal vocação: ser agente

imprescindível do desenvolvimento sustentável da

maior fl oresta tropical do planeta.

Todas as possibilidades de negócios intrínsecos

à natureza das ações do Banco são prioritárias como,

por exemplo, a comercialização dos Créditos de

Carbono, prevista no Protocolo de Kioto, do qual o

Brasil é signatário.

Em outubro de 2012, o Conselho Monetário

Nacional aprovou a redução de taxas do FNO, que

variavam de 4% a 10% ao ano, de acordo com

as características do investimento, para apenas

2,94% ao ano, a menor registrada pelo Fundo.

“Essa medida do Governo Federal trará signifi cativo

alívio no fl uxo de caixa, redução no custo fi nanceiro

das empresas e alavancará novos sonhos, projetos,

empreendimentos”, afi rma o presidente do Banco,

Abidias Junior.

Para celebrar ainda mais, no ano em que

completa 70 anos de atividades, o Banco da Amazônia

acaba de atingir nova marca histórica: a aplicação de

R$21 bilhões de recursos do FNO, um recorde de

fi nanciamento em todos os setores da economia

amazônica – o futuro começou.

Foto Hely Pamplona161

Page 164: Banco da Amazônia 70 Anos

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Banco da Amazônia 70 Anos foi impresso pela Gráfi ca Delta, em Belém do Pará - Amazônia, Brasil, no ano

de 2012. A capa é em papelão Paraná 60g, revestido em papel couchê fosco 170g, impresso em 4x0

cores, com aplicação de hot stamp dourado. O miolo, em couchê fosco 115g, foi impresso a 4x4 cores

e as guardas, em couchê fosco 170g, a 4x0 cores. As fontes utilizadas foram: Courier New, DIN Alternate,

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