“avógelização”: uma catequese familiar filebola” para colocar de forma sucinta na capa do...

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Corrupção Não furtar é o sétimo mandamento 4 Direitos Onde estão os fundamentais? 6 Filhos Motivo de nossa oração 7 Coragem Condição para o laicato 16 Ano IX - Número 114 - Julho de 2016 WWW.PAROQUIASANTATERESINHA.COM.BR em ação “Avógelização”: uma catequese familiar

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Corrupção

Não furtar é o sétimo mandamento

4

Direitos

Onde estão os fundamentais?

6

Filhos

Motivo de nossa oração

7

Coragem

Condição para o laicato

16

Ano IX - Número 114 - Julho de 2016 WWW.PAROQUIASANTATERESINHA.COM.BR

em ação

“Avógelização”: uma catequese

familiar

EDITORIAL CHUVA DE ROSAS

Avógelização.Essa palavra não existe, ou melhor não existia até que fosse inven-tada pela equipe do Santa Teresinha em Ação que dava “tratos à bola” para colocar de forma sucinta na capa do jornal a grande im-portância da evangelização que é feita pelos avós de nossas crian-ças, num mundo em que os compromissos profissionais, sociais e outros demandam cada vez mais tempo dos pais que se vêm em dificuldades de criar seus filhos ou deixá-los com pessoas de con-fiança para que o façam. E criar não é apenas alimentar, vestir, etc. É também e principalmente passar valores e entre eles naturalmente estão os valores cristãos. Diante de algo de tamanha importância, o Santa Teresinha em Ação traz então para esta edição, nas páginas centrais, em consonância com a celebração do Dia dos Avós, uma matéria especial sobre isso, que você confere com duas histórias de “gente nossa”, como diz Pe. Camilo. Mas não é só aos netos que as pessoas que frequentam a Igreja devem anunciar a palavra de Deus e os valores cristãos. Veja na página 16, na entrevista com Nelson Teixeira, o presidente do Conselho de Leigos da Região Santana, qual a importância e o que se espera dos leigos na Igreja. E se você quiser se aprofundar ainda mais sobre o seu papel na Igreja, vale a pena conferir a dica dada pela coluna Especial, na página 14. E leia mais também sobre o papel dos avós, que supostamente “estra-gam” seus netos, na coluna E AGORA, da página 7 e o que nossos jovens pensam sobre seus antepassados, na página 13. Aliás, esses jovens que são responsáveis pela produção dessa página também são este mês, objeto da apresentação de seu trabalho na página 11, coluna AMAR É. E se você for avó, pode talvez se interessar pelos seus direitos e garantias. Dr. Aloísio nos apresenta então na página 12, o Estatuto do Idoso, um instrumento legal (em ambos os sen-tidos), que pensa na geração da terceira idade. Enfim, esta edição está, como diriam nossos avós, supimpa! Faça dela uma boa leitura e até o mês que vem.

SC Carlos R. Minozzi

[email protected]

facebook.com/pascomst

Silvia Regina alcançou na Igreja Santa Te-resinha, o mais grato encontro pessoal de devoção e fé, quando, em profunda oração,

colocou seu pedido nas mãos da Santa e foi toca-da! De 2014 para 2015, o milagre da Vida aconte-ceu e se chama Manuela!

Desde 2012, Silvia frequenta e participa de grupos na Santa Teresinha. Na época da cate-quese de sua filha, Silvia conheceu os grupos da Praóquia e começou a cooperar com trabalhos. Hoje, Silvia encontra-se no caminho de devoção ao lado de Santa Teresinha e encaminha seu so-brinho, que não mora na região, para a cateque-se. Agradecida, relata seu testemunho da graça.

“Um belo dia fiquei assistindo Giulia na catequese e não sei explicar como, mas por al-guns minutos parecia que na Igreja era só eu e Santa Teresinha. Comecei a conversar tão pro-fundo como se ela estivesse sentada na minha frente, comecei falar do sonho que eu tinha de ser mais uma vez mamãe, de dar um irmão ou irmã para minha filha Giulia mas que eu tinha muito medo, por tudo que passei na minha pri-meira gravidez, com pressão alta e eclampsia. Tinha medo de arriscar ter outro filho, acon-tecer alguma coisa comigo e eu deixar minha filha e o meu marido. Nesse momento, comecei sentir o seu calor, o seu amor, era como se eu tivesse com uma criança nos meus braços e eu acordei. Eu não sei explicar, mas parece que eu adormeci... enfim.

Logo depois veio a festa junina da Santa Te-resinha, e fui convidada pelo grupo da Perseve-rança (Luciana e Gerson) a ajudar na barraca do churrasco, eu estava ali feliz pela primeira vez, quando quem aparece na barraca... Padre Camilo!

Pensei.. vou pedir a ele um conselho sobre o que devo fazer para tirar esse medo de ficar grávida. Padre Camilo olha pra mim e me diz “quando vai nascer” e eu sem ação falei rindo - não estou planejando ainda.

Eu já estava grávida e não sabia, não tinha feito o teste, foi incrível, o mais legal foi encon-trar o Padre na festa de Santa Teresinha e ele

abençoou minha Manuela na minha barriga e disse “vai dar tudo certo”. E deu mesmo graças a Deus, Santa Teresinha e ao meu padre querido.

Considero minha gravidez um milagre de Deus e de Santa Teresinha, por isso não podia deixar de vir aqui relatar meu profundo agrade-cimento e testemunhar a todos vocês as gran-diosas coisas que Deus e Santa Teresinha têm feito em nossas vidas. Quando digo nossas vidas, falo de mim, da Manuela e da minha família. Foi uma gravidez perfeita, engordei 4,5Kg, minha pressão ficou baixa até demais, ela nasceu linda e perfeita, hoje tem 1 ano e já fomos juntinhas agradecer a Santa Teresinha no dia dela, caíam as rosas, eu olhava para minha filha e pensava obrigada, obrigada e obrigada Santa Teresinha por tudo! É muito gratificante passar este mila-gre para as pessoas que não conhecem Santa Te-resinha e a Paróquia.”

No tempo e na graça de Santa Teresinha

Apoiaram esta edição:Recolast Ambiental 3437-7450Bolos da Guria 2978-8581e outros 6 apoiadores

Horários das MissasSegundas-feiras, às 16h30 e 19h30De terça a sexta, às 8h e 19h30Aos sábados, às 8h e às 16hAos domingos, às 7h30, 9h30, 11h, 18h e 19h30

Adoração: todas as quintas, 8h e 19h30 e, nas primeiras sextas do mês, às 7h30

Horário da secretaria:De segunda à sexta, das 8h às 12h e das 13h às 19h30

Aos sábados, das 8h ao 12h e das 13h às 18hTel. (11) 2979-8161

2 • Santa Teresinha em Ação

EXPEDIENTE em ação

O Jornal Santa Teresinha Em Ação reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Capa: Os avós Geraldo e Izilda com seus netos Bernardo e Ryan

Santa Teresinha Em Ação Publicação da Paróquia Santa Teresinha – Arquidiocese de São Paulo – Região Episcopal SantanaDistribuição interna, sem fins lucrativos.

Paróquia: Praça Domingos Correia da Cruz, 140,Santa Terezinha - Cep.: 02405-06 0 - São Paulo - SPTel.: (11) 2979-8161Site: www.paroquiasantateresinha.com.brDiretor: Pe. Camilo Profiro da Silva, SDBJornalista responsável: Daya Lima - MTb 48.108Egom Editora e Comunicação (11) 3263-1124Arte e diagramação: Toy Box Ideas

Pesquisa: PASCOMRevisão: PASCOMFotos: PASCOM e Banco de ImagensImpressão: Gráfica AtlânticaTel. (11) 4615-4680Tiragem: 3.000 exemplaresemail:[email protected]

PALAVRA DO PASTOR

Missionários da misericórdia

PALAVRA DO PÁROCO

Se o bom Deus quiserTeresa, contra todas as expectativas

e probabilidades, quer entrar no Carmelo aos quinze anos. Como

último recurso, resolve que vai falar com o Papa. Aproveita a romaria que faz, acompanhada pelo pai, e na audiência pública, diz ao Santo Padre do seu de-sejo. Tem como resposta: “Entrareis, se o Bom Deus quiser!”. Pouco, para quem queria uma autorização explícita.

Reafirma, entretanto, a sua total en-trega à vontade de Deus: “Sentia-me abandonada... No entanto, o Bom Deus não pode mandar-me provações que es-tão acima de minhas forças. Ele me deu a coragem para suportar esta prova. Oh! Ela é bem grande... Mas, Paulina, sou a bolinha do Menino Jesus; se ele quiser quebrar seu brinquedo, é totalmente li-vre. Sim, quero muito o que ele quiser. Não tenho mais que o Bom Deus, só, só Ele...” Uma coragem e uma maturidade

realmente grande, para uma menina moça de apenas quinze anos.

A confiança é recompensada, e Te-resinha obtém a suspirada autorização: “Então, o Menino Jesus de fato não me enganou! Em sua manjedoura, disse-me que sim”. E, ainda, “sei que é uma gran-díssima graça ser chamada tão jovem, mas não serei ingrata, e o Bom Deus dar--me-á, assim espero, o meio de lhe ser fiel como desejo de todo o meu coração”.

O seu pensamento, o seu coração, em tudo, como sempre, se dirigem para a eternidade: “Oh, sim! Sobre a terra não devemos nos apegar a nada, nem mes-mo às coisas mais inocentes, pois elas nos vêm a faltar no momento em que menos pensamos. Não há senão o que

é eterno para nos contentar”. Uma refle-xão singela, mas que desde já prenuncia os grandes sacrifícios futuros.

Como a nossa querida padroeira coloquemo-nos também na escola de Jesus, para aprendermos a entrega con-fiante à Sua Vontade e a abraçar a Cruz como caminho para a luz que nunca se apaga.

Um abraço carinhoso a todos

Pe. Camilo P. da Silva, sdb

Pároco

www.facebook.com/cpsdb

Conta o Santo Evangelho de São Marcos que havia na região dos Ge-rasenos um homem possuído por

um espírito impuro que machucava a si mesmo e aos outros e ninguém conse-guia dominá-lo. Este homem foi ao en-contro de Jesus que passava por aquela região e foi libertado de todo o mal (Mc 5,1-20). O encontro com o Deus miseri-cordioso mudou toda a sua vida.

Em gratidão pela nova vida, recebi-da gratuitamente de Jesus, este homem O seguia. É a experiência de ser amado, de saborear a amizade do Senhor e o desejo de corresponder tamanha ter-nura e bondade. Jesus compreendeu seu coração e suas intenções e lhe deu uma missão: ‘Vá para tua casa, para os seus, e lhes anuncie tudo o que o Se-

nhor fez para você, e como teve miseri-córdia de você’ (Mc 5,19).

A possibilidade de encontrar a mi-sericórdia não pode ficar escondida, a misericórdia precisa ser anunciada, conhecida. O Papa Francisco ensina que ‘a missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou um or-namento que posso pôr de lado; não é um apêndice ou um momento entre tantos outros da minha vida. É algo que não posso arrancar do meu ser, se não me quero destruir.... É preci-so considerarmo-nos como que mar-cados a fogo por esta missão de ilu-minar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar” (EG 273).

Assim, o homem de endemoniado, no encontro com a misericórdia e livre,

tornou-se missionário da misericórdia. É o princípio fundamental da Palavra na vida do batizado: imitador de Cris-to (Ef 5,1), imitador da misericórdia. “Ele partiu e começou a anunciar na Decápolis o quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam maravilhados” (Mc 5,20). Ele passou a imitar o Se-nhor anunciando a mais bela notícia: o Deus misericordioso existe.

Com Jesus ele descobriu que era uma missão nesta terra e para isto foi liberto, para assumir sua mais pura realidade, o mais profundo do seu ser, o encontro consigo mesmo: imagem e semelhança de Deus. “O verdadeiro missionário, que não deixa jamais de ser discípulo, sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sen-te Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária” (EG 266).

Os frutos da missão, em nome de Jesus, são relatados por São Marcos: “E todos ficavam maravilhados” (Mc 5,20). O anúncio corajoso da miseri-

córdia enchia de alegria o coração da-queles que o ouviam e acalenta o nos-so coração hoje, porque a misericórdia é uma das maiores necessidades de nosso tempo.

Se lá o Senhor Jesus enviou o ho-mem de Gerara - vá e anuncie que o Senhor teve misericórdia de ti – hoje, nós somos enviados como missioná-rios da misericórdia de Deus. O cha-mado dirige-se a nós, pessoalmente ou através da comunidade paroquial, nas pastorais, movimentos e serviços para sermos a voz que anuncia e o sinal transbordante e interpelador da mise-ricórdia de Deus e, assim, “possa che-gar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós” (MV 5).

Dom Sergio de Deus Borges

Vigário Episcopal para a Região Santana

facebook.com/sergio.borges.56211

A possibilidade de encontrar a misericórdia não pode ficar escondida, a misericórdia

precisa ser anunciada, conhecida

“Não há senão o que é eterno para nos contentar” (Santa Teresinha)

Santa Teresinha em Ação • 3

Sétimo Mandamento: não furtar

O Pe. Antônio Vieira, maior orador sacro da língua portuguesa, escreveu um livro que ficou famoso. Deu-lhe um nome sugestivo (para o seu tempo...

e para o nosso): “A arte de furtar”. Este livro mereceria ser distribuído às carradas: é atualíssimo!

Pois é, o sétimo mandamento manda não praticar essa “arte” de que fala o Pe. Vieira. Do lado positivo, o sétimo mandamento manda praticar a justiça. E a justi-ça manda que cada um/a dê o seu a seu dono; agir con-tra este princípio é roubar ou furtar, é violar o sétimo mandamento de Deus: “Não roubarás” (Êxodo 20,15; Mateus 19,18). Trata-se de tomar ou reter injustamente coisas dos outros ou então prejudicá-los em seus bens. A justiça e a caridade exigem respeito pelos bens terres-tres e pelo trabalho humano.

Embora o bem comum preveja que os bens terrenos tenham uma destinação universal, não se exclui a posse e o uso privado de uma parte deles. O sétimo manda-mento é a forma de nós usarmos e administrarmos cor-retamente a criação, tendo como ponto de referência Deus e o próximo.

Como compor a destinação universal dos bens cria-dos e a propriedade privada? De fato, na criação do mundo, Deus entregou tudo o que fez aos cuidados da humanidade. Depois de abençoar o homem e a mulher,

disse-lhes: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão” (Gênesis 1,28).

Por motivos de segurança e para defesa da própria vida, aos poucos, a terra foi sendo repartida, surgindo daí a propriedade privada. Ela é legítima: garante a li-berdade e a dignidade das pessoas, ajuda no suprimen-to das necessidades de cada um. A propriedade privada deve levar, porém, a promover a solidariedade entre as pessoas. O egoísmo e o individualismo são contra a vontade de Deus e fontes de males.

O que prevalece, a destinação universal dos bens ou a propriedade privada? A destinação universal tem prioridade, pois o bem comum prevalece sobre o bem particular, conforme manda a caridade. A destinação universal dos bens, porém, não é motivo para anular a propriedade privada. É sempre preciso recordar que o ser humano não é dono da criação, é administrador em nome de Deus. Por isso, mesmo os bens privados, um dia, por motivo de caridade ou de justiça, podem ser úteis aos outros, socorrendo-os em nome do bem comum. Cabe à autoridade pública vigiar para que o exercício do direito de propriedade seja regulamentado em função do bem comum.

Convém lembrar também que nós temos deveres para com a criação. Tudo o que foi criado – animais, plantas, seres inanimados – tudo foi criado por Deus e posto à disposição do ser humano. Isso, porém, não significa que nós somos donos da criação e podemos fazer dela o que quisermos. Devemos servir-nos dela na medida de nossas necessidades, respeitando-a o mais possível, pois dela depende não só a vida, mas também a qualidade de vida das outras pessoas.

A grande causa da ecologia, embora muitos não saibam, tem como fundamento exatamente o respeito pelo Criador e pela criação que ele fez para nossa utili-dade e para nosso bem. Tudo deve ser usado com mo-deração, sem egoísmo e instinto de posse, sem abuso de qualquer tipo, como, por exemplo, fazer sofrer os animais, destruir por destruir, etc.

A virtude que regula nosso comportamento para com as pessoas quanto aos bens criados é a virtude da tempe-rança, que modera nossos atos. No que se refere ao res-peito pelos bens dos outros, é a virtude da justiça que nos manda dar a cada um o que é seu. Por fim, a solidariedade nos leva a repartir com os mais pobres aquilo que temos, especialmente se se tratar de bens supérfluos.

Dom Hilário Moser, SDB

Bispo Emérito de Tubarão - SC

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OS 10 MANDAMENTOS

4 • Santa Teresinha em Ação

Papa fala sobre a corrupção em sua homília na Casa Santa Marta

Hoje em dia, em nosso país, está em curso uma grande operação contra a corrupção, que nada mais é do que uma forma de roubo. Vejamos o que o Papa Francisco fala a respeito dessa prática, em sua homilia de 14 de junho:

“Os corruptos matam e a única saída possível é o arrependimento” – esta a mensagem fundamen-tal da homilia do Papa Francisco na Missa em Santa Marta. Partindo da Leitura do Livro dos Reis o San-to Padre anota o que diz o profeta Elias sobre o rei Acab dizendo que ele vendeu-se. É como se tornas-se numa mercadoria – afirmou o Papa Francisco:

“Esta é a definição: é uma mercadoria!… Ontem vimos que haviam três tipos: o corrupto político, o corrupto negociante e o corrupto eclesiástico. Os três faziam mal aos inocentes, aos pobres, porque são os pobres que pagam a festa dos corruptos!”

“O corrupto vende-se para fazer o mal, julgando que apenas o faz para ter mais dinheiro”. “O corrup-

to é um escândalo para a sociedade, é um escânda-lo para o povo de Deus” – com estas frases fortes e duras o Papa Francisco apresentou três aspetos que definem o corrupto:

“A primeira coisa na definição de corrupto é que é alguém que rouba, alguém que mata. A segun-

da coisa: o que acontece aos corruptos? …porque exploraram os inocentes, aqueles que não podem defender-se e fizeram-no com luvas brancas, à dis-tância, sem sujarem as mãos. A terceira coisa: há uma saída para os corruptos? Sim! ‘Quando ouviu tais palavras, Acab rasgou as suas vestes e vestiu um saco sobre o seu corpo e jejuou’… Começou a fazer penitência.”

Na conclusão da sua homilia o Papa Francisco evidenciou que a única saída para um corrupto é pedir perdão, tal como fez Zaqueu, restituindo qua-tro vezes daquilo que roubou. O Papa Francisco disse ainda que quando lemos nos jornais que esta ou aquela pessoa é corrupta mesmo até quando são prelados da Igreja, devemos rezar por eles e pedir ao Senhor para que se arrependam e se convertam “e que não morram com o coração corrupto”.

Fonte: Rádio Vaticano

A justiça e a caridade exigem respeitopelos bens terrestres e pelo trabalho humano

ESTREIA 2016

Francisco de Sales, apóstolo da mansidão

Nascido na Sabóia em 1567. Ordenado sacerdo-te, trabalhou muito pela restauração da fé ca-tólica em sua pátria. Eleito bispo de Genebra,

mostrou-se um verdadeiro pastor de seu clero e de seus fiéis, instruindo-os com seus escritos e obras, tornando-se modelo para todos. Conhecido como Santo da doçura e mansidão, justamente o aspecto de sua vida que fez Dom Bosco o escolher como patrono de sua Congregação, por isso, nos chamamos Salesia-nos em honra de seu nome. Viveu plenamente uma vida radicada no Espírito e em tudo buscou fazer a vontade do Senhor.

Sua espiritualidade é orientada para o amor, en-tendera o que de maior e melhor existe na espiritu-alidade cristã, cuja grandeza é dado pelos mistérios do amor divino. Essa mística foi vivida em plenitude por Jesus no “eis o meu mandamento: amai-vos como eu vos amei” (Jo 15, 12). Sua vida é um modo de viver o seguimento de Cristo: “pastor zeloso, ardoroso. Ao contemplar sua figura e sua espiritualidade, admira--se em especial o modo com que viveu o amor com a doçura e a mansidão da ação”. Diz-se que, depois de sua morte, descobriu-se que sua mesa de trabalho

estava toda arranhada por baixo, porque, com seu temperamento forte, preferia arranhar a mesa a res-ponder sem amor e sem mansidão para as pessoas. Portanto, nos aponta o caminho do seguimento de Cristo, que consiste na abertura de coração e docili-dade á ação do Espírito para acolher e escolher Deus.

Franisco de Sales crê que o amor de Deus move o coração humano, cabendo a este o papel de deixar--se envolver pelos movimentos do Espírito Santo, de modo que passemos a corresponder à graça oferecida.

Assim, o amor penetrará todo o ser da pessoa para vivificar as muitas riquezas, ficando repleta da pre-sença divina. “O verdadeiro zelo possui ardores muito abrasadores, mas constantes, firmes, afetuosos, labo-riosos, amáveis e incansáveis.” O amor de Deus lança o coração humano numa fé traduzida na vida, por isso, o cuidado para não deixarmos levar pelas mui-tas atribuições da vida, que acabam nos afastando da verdadeira perfeição, que é justamente adquirida pela pureza das nossas intençôes.

Pe. Alexandro Santana, SDB

www.facebook.com/alexandro.santana.12

Santa Teresinha em Ação • 5

CAMINHO DE EMAÚS

Quando Moisés pediu a Deus que lhe mostrasse sua glória, Deus lhe respondeu: “Farei passar diante de

ti toda a minha bondade” como a indicar que sua glória é a bondade infinita, é o bem que Ele possui com tal plenitude que todo o bem está nEle e bem algum existe independentemente dEle. Deus possui a bondade não por ter recebido de alguém, mas porque Ele mesmo é, em sua nature-za, o sumo bem.

As pessoas boas só o são porque Deus comunicou algo de sua bondade. Nin-guém pode existir por sua própria vonta-de e também não pode ter bondade algu-ma sem que Deus o permita.

A bondade de Deus é imutável e nun-ca será afetada pela sombra da maldade dos homens que por sua malícia acumu-lam pecados sobre pecados, males sobre males. Pelo contrário, Deus mostra essa bondade e perdoa o homem por essas fa-lhas.

Todas as obras de Deus são boas: “E Deus viu que todas as suas obras eram muito boas.” Como obra de Deus o ho-mem também foi criado bom. Deus que-ria que o homem assim permanecesse. Para que o homem pudesse se tornar dono dessa bondade Deus concedeu-lhe a liberdade de escolha entre o bem e o mal. O homem sucumbiu diante da tenta-

ção ao desejar tornar-se igual a Deus. Pelo seu livre arbítrio escolheu o mal e acabou por afastar-se da Bondade Suprema. Per-deu a oportunidade de permanecer bom, pois só na intimidade com o Seu Criador o dom permaneceria. .

Deus continua desejando que o ho-mem seja bom e por isso enviou Seu Filho para nos resgatar da armadilha do peca-do. Jesus garantiu para nós a salvação. .

Por que nos ufanamos de nossa pre-tensa bondade? Por que nos julgamos jus-tos e superiores aos outros. Quando disse-ram a Cristo: “Bom Mestre”, respondeu: Por que me chamas bom?” “Ninguém é bom senão Deus.” Não temos de nos en-

vaidecer por nossos atos bons. Se fazemos algo de bom não é por mérito pessoal, mas porque a graça de Deus opera em nós. Nosso papel agora é corresponder ao sacrifício de Jesus e ao amor que o Pai dedica a cada um de nós procurando nos empenhar em sermos bons. Não pode-mos ser bons por conta própria. Peçamos a Jesus que nos permita alcançar esse ob-jetivo.

Paulo Henriques

[email protected]

www.facebook.com/paulo.henriques.3192

A bondade de Deus

O verdadeiro zelo possui ardores muito abrasadores, mas constantes, firmes, afetuosos,

laboriosos, amáveis e incansáveis

CF 2016

Onde estão os direitos fundamentais?113. Seria bom se todos pudessem

dizer: “Na minha casa tem tudo. O terreno da minha casa é legali-zado, ninguém virá despejar-me. Não há esgoto a céu aberto na rua onde moro e a coleta de lixo é feito todos os dias. Mi-nha casa é limpa (...) A água encanada de boa qualidade chega até a torneira da pequena cozinha. Assim, me sinto uma pessoa respeitada, a quem são garanti-dos os direitos fundamentais para viver com dignidade.”

Seria bom se as crianças que fre-qüentam nossa entidade pudessem afir-mar o acima dito. Mas essa não é a reali-dade onde vivem as crianças. Sua família foi expulsa das grandes cidades e em-purrada para cidades periféricas como o Municipio de Biritiba Mirim, onde o poder público faz pouco caso das ocu-pações e com isso só vem aumentando a d ensidade demográfica de alguns bair-ros. Vira e mexe manchetes se estapam sobre alguma desocupação que os pro-

prietários reivindicaram judicialmente. Quantas vezes, em visita domiciliar, não temos que driblar sobre os esgotos ex-postos escapando dos dejetos humanos e de animais. O lixo, ah! O lixo. Recolhido dia sim e dia não, quando não é esque-cido de vez. Sem contar que há aqueles que levam lixo dos outros para casa para

separar e transformá-lo em materiais reciclados. Infelizmente a idéia de co-operativa ainda é bastante restrita por ali. Bem, para completar o quadro tem a questão da água. Biritiba Mirim e região abastecem São Paulo com água de boa qualidade, mas é questionável a quali-dade da água que vai para as torneiras

dos nossos munícipes.Não bastasse isso, nosso município

é protegido pelas leis dos mananciais, portanto, a economia da cidade é barra-da, para a indústria e certo tipo de cultu-ra, o que resulta em pouca arrecadação de impostos e assim, o poder público tem dificuldade de caixa para investir seja no saneamento básico, seja na edu-cação que minimizaria os danos pelos cuidados de um povo educado e culto, o que ainda está distante de ser verdade.

E então, desanimamos, desistimos? Ora, mas é justamente isso que esta CF 2016 vem fazer. Alertar-nos para as pos-sibilidades e saídas, exortar-nos a insistir na Vida Plena, simples, mas plena como sonha o primeiro parágrafo.

Ir. Verônica Hamasaki, ICJ

[email protected]

6 • Santa Teresinha em Ação

CASA COMUM

Logística reversa: instrumento de bem-estar socialVocê tem ideia da quantidade de lixo que produz por dia? E os mais de 11 milhões de moradores da cidade de São Paulo? É monstruoso.

Segundo o Ministério do Meio Am-biente, em média um paulistano gera 1,4 kg de lixo por dia. No total,

mais de 56 mil toneladas de lixo/dia são gerados na capital. Sim. São Paulo é o Es-tado que mais polui. Apesar disso, 75% do lixo produzido tem destinação corre-ta, mas aonde estão os outros 25%, cerca de 24 mil de toneladas de lixo? Em lixões ou aterros controlados, locais desprovi-dos do conjunto de sistemas necessários para a proteção do meio ambiente e da saúde pública.

Muita gente não sabe, mas a gestão inadequada do lixo gera inúmeros danos à saúde e, claro, ao meio ambiente. Um deles é a emissão de gases nocivos pela putrefação. Outro, bem mais conhecido,

é a enchente, que é oriunda de lixo acu-mulado em galerias pluviais. Lixo des-cartado em local errado que contamina o solo e poluem as águas. Ou seja, são inúmeros os problemas.

Foi pensando em minimizar es-ses efeitos que desde 2010 existe a Lei 12.305/10, Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que regulariza e deter-mina responsabilidades sobre os resídu-os sólidos: gestão e gerenciamento.

Para se ter uma ideia, entre os con-ceitos introduzidos na Lei está a res-ponsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, ou seja, não é só do consumidor a responsabilidade de descartar corretamente, muitas vezes é o fabricante, junto com a cadeia que o sustenta, que tem que dar o descarte correto. Quer dizer que a Lei exige que as empresas assumam o retorno dos seus produtos descartados e cuidem da adequada destinação, ao final de seu ci-clo de vida útil.

E aí que entra a “logística reversa”, que tem como objetivo ser “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos re-síduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra desti-nação final ambientalmente adequada”.

O processo da logística reversa res-ponsabiliza as empresas e estabelece uma integração de municípios na gestão do lixo. Neste processo, os produtores de uma lâmpada, por exemplo, têm que prever como será a devolução, a reci-clagem daquele produto e a destinação ambiental adequada, especialmente dos que eventualmente poderão retornar o ciclo produtivo.

Mas a responsabilidade não é só das empresas, aos consumidores, por exem-plo, caberá devolver os produtos que não são mais usados em postos específicos,

estabelecidos pelos comerciantes. Já às indústrias cabe a retirada destes produ-tos, através de um sistema de logística, seja para reciclá-los ou reutilizá-los. À Administração incumbe criar campanhas de educação e conscientização para os consumidores, além de fiscalizar a execu-ção das etapas da logística reversa.

Quer dizer que a responsabilidade é de todos, nem só da empresa, nem só do consumidor. De todos, para todos.

Santa Teresinha em Ação • 7

E AGORA?

E A FAMÍLIA, COMO VAI?

“Pais educam, avós estragam”?Diz o dito popular : “Ser avó é ser mãe duas vezes”! A tarefa de ter um filho exige muitas ações, é preciso dar carinho e atenção, impor regras e limites.

As múltiplas tarefas, profissionais e acadêmicas dos pais, hoje, fa-zem do item “tempo” uma ver-

dadeira preciosidade! Viagens a traba-lho, reuniões prolongadas, cursos de aperfeiçoamento, pós graduações, e ainda nossa geração tem um tempinho para academia, um pouco de exercício físico para desestressar quem sabe. Ah! E as compras da casa? É preciso tem-po para o supermercado! Tempo para administrar o lar. Tempo para levar as crianças para cuidar da saúde, ao den-tista, aula particular, psicóloga, aos esportes, aos cursos complementares além do colégio, tempo para o pet ... Ufa!! E o tempo para os pais? Para o casal ? É aí que os avós entram como valioso apoio aos tão sobrecarregados papais e mamães!

Mas, muitos diriam: “Pais educam, e avós estragam”! E agora?

O grande receio é de que os avós possam atrapalhar a educação, com sua tão peculiar filosofia; “na casa da vovó pode tudo”...

Já dizia Içami Tiba : “Assisto crian-ças mal educadas com e sem avós. A má educação é resultado muito maior da falta de conhecimento dos pais em educação do que avós estragando o que eles construíram. Os avós hoje que se aposentam, ainda estão na “melhor ida-de”, isto é, têm muita energia e alegria de viver, portanto não mais como as suas mães que ainda tricotavam enquanto os avós cochilavam na poltrona da sala...

Hoje as avós são “saradas”, isto é, fi-sicamente em forma, exibindo com ca-tegoria sua juventude, salvo raras exce-ções, o pensamento dos vovôs mudou”...

Maria Edite Gomes Ornelas, é paro-quiana, e avó de 5 lindos netos! Clara de 11 anos, Lucas de 9,Pedro de 7, Ana Bea-triz de 5, e Júlia de 4 aninhos. ...” Nossos netos são uma grande benção de Deus”..

Nos conta ela com muito carinho e um brilho nos olhos de avó coruja!

...” Não concordo que as avós estra-guem os netos”...

E continua: ...” Elas, as avós, ajudam nos cuidados das crianças, na formação, dão apoio aos filhos que estão na correria do dia a dia. Nós os levamos na fonoau-diologia, no futebol, nos aniversários de amiguinhos... E estamos atentos, corri-gindo erros, dando carinho, brincando, contando estórias de nossa família, pas-sando valores. É muito bom! E com a ma-turidade que temos hoje curtimos muito mais os netos, já que o tempo nos foi de-volvido nessa fase de nossas vidas”...

E ainda com firmeza essa bela portu-guesa finaliza: ... “ E na casa dos avós tem limites! Aqui não pode tudo! Se pas-sam dos limites damos bronca, e os colo-camos para pensar, com autorização de nossos filhos!”...

Relembra ela também ,com emoção sua infância na Ilha da Madeira. ...” Éra-mos 4 irmãos , minha mãe era costurei-ra, e ficávamos na casa de nossos avós ,

eu tenho muito boas lembranças, lá tive-mos ensinamentos de fé, respeito, valo-res, e carinho...”!

O fato é que se faz mais importante aproveitarmos essa presença única dos avós em nossas famílias, do que travar-mos batalhas que nos fazem perder o tão valioso tempo...

E assim já diz o compositor: ‘’Vou inventar avós que nunca morrem… e ca-chorros também. Eu vou inventar uma verdade sem problemas e um caminho doce pra poder voltar e catar todos os ca-ramelos que tiraram de mim. E mesmo que tudo dê errado, mesmo assim, não tem problema. Eu deito no telhado de uma casa qualquer, olho pro céu e inven-to uma nuvem que chove sorrisos, bem em cima de mim…’’ (Marcelo Camelo)

Rose Meire de Oliveira

Psicóloga

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Tornar-se pai ou mãe é como atravessar um por-tal que muda completamente a paisagem da sua vida. Nos descobrimos num amor tão grande

que nossa vida passa a ser em função desses peque-nos, para suprir suas necessidades e desejos.

Nossa oração por eles, muitas vezes, se traduz em trabalho, em ajeitar a sua vidinha. Até nas missas fica mais difícil prestar atenção porque a atenção está ne-les...se estão comportados, se não atrapalham, se cho-ram, se gritam...enfim...oração pela metade.

Mas os filhos crescem, criam asas, tomam seu rumo e ingenuamente os pais pensam...ufa! Missão cumprida!!!... Descobrem que a missão não terminou, mas mudou. Aquilo que era mais braçal, se tornou to-talmente emocional. Os pais passam a torcer de uma maneira profunda pelo bem-estar de seus filhos, para que suas decisões sejam acertadas, para que suas fe-ridas sejam curadas com um simples beijinho, como nas raladas da infância. Assim, na calada do dia ou da noite, os pais voltam a fazer orações por seus filhos.

Há um desejo intrínseco na maioria dos seres hu-

manos de serem pai e mãe. Um desejo natural. Os filhos são um grande bem e uma verdadeira bênção. É neste momento que temos uma tênue visão do amor de Deus por toda humanidade. Um amor que quer o bem e vê o bem. Um amor que dá asas, que liberta para vida.

Por isto os pais rezam para seus filhos sempre, de qualquer maneira em qualquer circunstância. Rezam sempre. Rezam porque sabem que Deus chega onde suas mãos não podem chegar, Deus chega no abraço que você, longe, não pode dar, Deus chega na mudan-ça de rumo que você não pode interferir. Deus chega sempre porque a obra é Dele, confiada aos pais, mas eternamente Dele.

Luiz Fernando e Ana Filomena

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facebook.com/lzgarcialz

Por que rezamos por nossos filhos?

Os pais rezam porque sabem que Deus chega onde suas mãos não podem chegar

Sant’Anna e São Joaquim - os avós

de Jesus

DESTAQUE

8 • Santa Teresinha em Ação Santa Teresinha em Ação • 9

Não tem briga. O que os avós falaram está falado e ponto final. Os netos, por sua vez, sabe que podem contar com esses “advogados” e conseguir, de um

jeito ou de outro, aquilo que querem. Entretanto, nos dias de hoje, onde os avós assumiram papel mais que funda-mental na vida dos netos, essa conduta tem sido revista. Apesar de serem avós e não medirem esforços para tirar qualquer sorriso dos netos, há regras a serem seguidas, e medidas a serem tomadas.

E isso não é apenas no dia a dia. Na educação espiri-tual também. Todos sabem que os avós são os primeiros catequistas e que, muitas vezes, são eles os responsáveis por levar os netos para a missa e conhecer mais sobre a palavra de Deus.

Já disse papa Francisco que “os avós na família são os depositários e, muitas vezes, testemunhas dos valores fundamentais da vida. A tarefa educativa dos avós é sem-pre muito importante, e torna-se ainda mais, quando, por muita razões, os pais não são capazes de assegurar uma presença adequada ao lado dos filhos durante a idade de crescimento”.

E é bem nessa linha que segue a família de dona Izil-da Pereira Coimbra, 61 anos, e Geraldo Alves Coim-bra, 68, que são os avós de Bernardo, de 7 anos e de Ryan, com 4. Os netos moram com eles desde quanto nasceram, já que a filha não teve o apoio do pai.

“Sempre ensinei a minha filha o caminho certo das coisas. Foi para a igreja comigo e aprendeu os ensina-mentos. Se afastou quando ficou maior e acabou engra-vidando aos 18 anos. É claro que eu não poderia deixar de ajudar. Meus netos, hoje, são a minha vida, mas eu não posso educá-los sem responsabilidade. Minha filha conta comigo para que eles sejam homens de bem. Não sou uma avó comum. Tenho compromisso de mãe para com eles”.

Dona Izilda conta ainda que foi com eles que apren-deu a ser mais firme. “Com minha filha as coisas foram mais fáceis. Cuidar de dois meninos foi um aprendizado

Testemunhas dos valores fundamentais da vidaNão adianta. Eles são a melhor parte dos netos. Os advogados incondicionais dos filhos dos filhos. Aqueles que fazem tudo e mais um pouco para ver os netos radiantes. É verdade que muitos não ligam muito para que os filhos falam. Acham que estão acima do bem do e do mal, mas a maioria leva o cuidado com os netos muito a sério. E não é qualquer manha que amolece o seu coração (pelo menos eles não deixam perceber). O que é certo é certo e acima de tudo está a boa educação e o amor a Cristo.

para mim. Eles são danados como toda criança e eu pas-so um dobrado com eles.”

Além de todo cuidado de casa, dona Izilda e sr. Geral-do também têm a missão de encaminhá-los na igreja. A avó conta que não consegue fazer diferente. Faz questão de levar os dois desde cedo para as missas.

“O Bernardo eu levo na missa desde os seis meses de idade. Tal como fiz com minha filha, eu os levo com muito prazer e tenho certeza que isso fará a diferença na vida deles. O Bernardo, que é maior, já tem sua rotina na igreja e isso já faz parte da vidinha dele. O Ryan, menor, vem aprendendo que é importante aprender sobre Jesus

e gosta muito de participar das missas conosco”.Não diferente da família de dona Izilda está a família

da matriarca Wilma de Alencar, de 67 anos. Ela, que é fi-lha de dona Gentil, 85, e mãe de Paula de Alencar, 44, diz que não vê a vida sem estar perto dos quatro netos.

Dona Wilma é aquela avó do tipo ativa, que faz tudo e mais um pouco e só descansa, quando dá, aos fins de semana. Viúva há dois anos ela vê, no cuidados com os netos Bruna, Beatriz, Gabriel e Lucas, uma forma de se manter viva e muito feliz. Para ela, que teve o mesmo exemplo com sua mãe, dona Gentil, estar perto e zelar pela vida dos netos faz parte do seu dia a dia.

“Não me vejo sem eles. Cuido dos quatro netos com muito prazer. Me sinto uma privilegiada por poder partici-par tão ativamente da vida deles. Minhas filhas precisam do meu apoio e eu estou aqui para isso. Se não fossem eles e os afazeres que eles me propõem, eu estaria em frente a uma televisão, sem vida e sem vontade de viver. Sou feliz e muito grata por todo amor e carinho que recebo deles.”

Para Paula, sua filha, a participação de sua mãe na ro-tina de seus filhos não tem preço. “Minha mãe é uma joia e só por causa dela eu pude ser quem eu sou. Desde que me conheço por gente ela me estimula a ser guerreira, forte, e ver a vida sem limites. Minha carreira hoje eu devo muito a ela. Não é fácil você delegar os cuidados dos seus filhos pequenos a qualquer pessoa. Se não fosse por ela, eu não teria me formado, feito as minhas três pós-gradua-ção e ter seguido na carreira que escolhi. Sou muito grata”.

Paula conta ainda que este estilo de sua mãe não é algo dela, também foi passado por sua avó, dona Gentil. “Hoje minha avó tem 85 anos e tem certa limitação, mas o papel da minha avó na minha vida é tão importante quanto o da minha mãe. Enquanto minha mãe era mais prática, minha avó me encorajava, me mostrava o cami-nho, me motivava e eu seguia. É por isso que eu incentivo

tanto o contato e a presença da minha mãe na vida dos meus filhos. É fundamental para a formação deles”.

Dona Wilma faz questão de dizer que apesar de ser avó não é daquela de estragar os netos. Ela sabe de sua responsabilidade. “Não posso ser daquele tipo de avó que faz tudo o que os netos querem. Preciso mostrar para eles o valor das coisas, o respeito, o cuidado e a importância de fazer o certo. As vezes dói, é verdade, mas é meu papel ser fiel ao que minha filha acredita”.

Quando o assunto é Igreja dona Wilma fica toda orgu-lhosa: sei que fiz e que faço um bom trabalho com meus filhos e netos. Ela, que sempre foi incentivada pela mãe a ir às missas, passou para os filhos e, agora, para os netos, a maravilha que é estar perto de Deus e contar com ele para tudo.

“Meus filhos sempre foram para a igreja comigo e sempre fiz questão disso. Hoje eles sabem da importân-cia e passam para seus filhos o quanto é valiosos estar em uma comunidade, tanto que minha neta Bruna, de 17 anos, é coordenadora do crisma na paróquia e desempe-nha um papel muito significativo. Me sinto muito orgu-lhosa com tudo isso”.

Dona Wilma conta ainda que esse amor a Jesus veio muito de sua avó e de sua mãe, dona Gentil. “A gente sempre ia para a igreja e era um momento importante na nossa família o dia da missa. Minha mãe passou para nós o valor e o privilégio de poder contar com Cristo para tudo”.

Paula, sua neta, também ressalta o papel da avó, Gen-til, como primeira catequista da família. “Minha avó, até hoje, faz questão de estar na missa com a gente. Com o Alzheimer, ela se esquece de muitas coisas, mas todos os sábados de manhã ela se lembra de me ligar e perguntar se vamos à missa juntas. Não me vejo sentada no banco da igreja sem ela. Minha grande catequista.”

No dia 26 de julho é comemorado o dia dos avós por causa deles, Sant’Anna e São Joaquim, os avós de Jesus. Mãe de Maria, Sant’Anna foi considerada uma mulher de fé por gerar, também de forma mi-lagrosa, a mãe de Jesus. Sant’Anna era estéril mas ti-nha muita confiança em Deus e sabia que seria mãe. Naqueles tempos, uma mulher estéril era considera-da amaldiçoada e ela não queria isso para sua vida. Em um momento da vida, São Joaquim, marido de Sant’Anna, foi ao deserto rezar e fazer penitência. Foi aí que um anjo apareceu para Sant’Anna e lhe disse que suas preces foram ouvidas. São Joaquim voltou e Sant’Anna logo engravidou.

“Não posso ser daquele tipo de avó que faz tudo o que os netos querem. Preciso

mostrar para eles o valor das coisas, o respeito, o cuidado e a importância de fazer o certo. As vezes dói, é verdade, mas é meu papel ser fiel ao que

minha filha acredita”. (Wilma de Alencar)

Izilda e Geraldo: são eles que trazem os netos à missa e os evangelizam

O trabalho na catequese começou com Dona Gentil e atingiu até a bisneta Bruna

FAMÍLIA SALESIANA

EXPERIÊNCIA VICENTINA

Dom Bosco e o sonho das duas colunasNa celebração do primeiro domingo de julho, comemoramos São Pedro e São Paulo e somos convidados, como família salesiana a demonstrar no nosso amor, respeito e obediência ao nosso papa Francisco, sucessor de São Pedro.

“Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la.”

(Mt 16, 18).Neste mês, convido você a meditar sobre o so-

nho de Dom Bosco das “duas colunas”.“Em um dos seus sonhos, narrado aos seus jo-

vens em 30 de maio de 1862, Dom Bosco conta que ele viu uma terrível batalha no mar, com pequenas e grandes embarcações atacando um majestoso na-vio, que era atingido mas sempre se mantinha em pé e vitorioso. O mar estava agitado por uma terrível tempestade, o comandante desse navio avista duas colunas que surgiram no mar, a primeira coluna (a mais alta) tinha uma grande hóstia (salvação dos crentes) e a segunda coluna a imagem da Imacula-da (auxílio dos cristãos). O comandante desse navio era o papa que direcionava todos os seus esforços para ancorar entre essas duas colunas. O papa di-rigindo corajosamente e superando todos os obstá-culos, conseguiu ancorar o navio entre essas duas colunas e neste momento, os barcos inimigos fogem e muitos deles naufragam, chocando-se entre si.

Na ocasião, Dom Bosco, perguntou a Miguel Rua (Hoje Beato Dom Rua):

- O que pensas desta narração?Miguel Rua, respondeu:- Parece-me que o navio do papa é a igreja, a qual

ele é a cabeça e as outras embarcações represen-

tam os homens e o mundo que perseguem a igreja.”Esse sonho é bastante atual, muitos católicos

não amam a igreja e acabam falando mal “perse-guindo-a”, por não conhecer profundamente a sua fé.

Mas qual tem sido a sua atitude?O papa recentemente lembrou que a entrada

para a igreja se faz pelo sacramento do batismo e não pelo sacramento da ordem, ou seja, cada um de nós batizado constitui a Igreja. Nós somos a Igre-ja e precisamos conhecê-la para amá-la, e uma das maneiras de conhecer a nossa Igreja é ler e estudar os seus documentos, e para iniciar sugiro a leitura da Exortação Apostólica do Papa Francisco “Amo-ris Laetitia” (A Alegria do Amor), sobre o amor na família.

Escutemos à voz do papa, é o Espírito Santo que fala através dele para conduzir a nossa Igreja, ou seja, cada um de nós, entre essas duas colunas (Ma-ria e a Eucaristia), lugar de segurança. Quando es-tivermos entre essas duas colunas, os inimigos irão se afastar e experimentaremos a paz e a felicidade.

SC Evanio Santinon

facebook.com/evaniosantinon

Na bíblia, há vários relatos sobre problemas fa-miliares. Quero destacar dois episódios, que tiveram o mesmo desfecho.

Um menino ficou tão doente, que nem respirava. A mãe suplicou a Elias, o qual orou a Deus por ele (1Rs 17, 17-24). Na cidade de Naim, uma viúva su-plicou a Jesus. Ele teve compaixão e disse ao menino morto: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!”(Lc 7, 11-17). Os jovens voltaram à vida. E, mais do que isso, a cura do filho aumentou a fé e a alegria da família, por causa dos milagres realizados por Deus.

Interessante como ainda hoje encontramos jo-vens mortos em vida. São crianças, jovens e até adultos que estão envolvidos com drogas e o tráfico, crimes, prostituição violência... Algumas mães prefe-ririam que seus filhos estivessem mortos para acabar

com o sofrimento deles, que também é o delas.Podem ser listadas inúmeras causas que atraem

pessoas para este “mundo”. Mas, a principal é a au-sência de Deus.

A Sociedade de São Vicente de Paulo atua com a promoção da família, incentivando os estudos e o trabalho para que o salário, fruto do suor de cada dia, seja o sustento de uma vida digna e honesta. E traba-lha na evangelização, ou seja, leva a Palavra, a ora-ção, a paz, o consolo, e o amor de Jesus e de Maria.

Nem sempre é fácil e como desejamos. Há pessoas que nos procuram como apoio, porque um membro da família se envolveu com drogas ou algum crime e que acabou fugindo ou sendo preso. Por conta disso e também pelos filhos ou netos serem crianças, le-vamos mais tempo para promoverem essas famílias.

Muitas vezes, enquanto instrumentos do Senhor, dizemos para se levantarem, pois estamos segurando a mão. Entretanto, alguns ainda não estão prepara-dos para a mudança. Outros, com a graça de Deus, lutam para a transformação do rumo de suas vidas.

Portanto, precisamos de sua ajuda. Pode ser com doações, porém o mais importante a nós são as ora-ções e a dedicação de seu tempo na conferência.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado!

Renata Sayuri Habiro

Consócia Vicentina

facebook.com/renata.habiro

A difícil tarefa da promoção humana

10 • Santa Teresinha em Ação

Santa Teresinha em Ação • 11

AMAR É

Ser o vigor de Deus na Igreja e na sociedadePor que será que a Igreja se preocupa com a ju-

ventude e a quer como protagonista? Muitas vezes ouvimos e dizemos que a juventude é a

esperança e o futuro da nossa Igreja. Que é o nos-so amanhecer. Também por ser uma paróquia sa-lesiana e com tantos ensinamentos de Dom Bosco, aprendemos que o jovem tem seu lugar entre nós, pessoas “de caminhada que somos e maduras na fé”.

Mas o Espirito Santo ilumina e conduz a Igreja e cabe a nós discernir qual é sua vontade. O docu-mento de Aparecida nos lembra que “os jovens são sensíveis para descobrir sua vocação a ser amigos e discípulos de Cristo. São chamados a ser sentine-las da manhã, comprometendo-se na renovação do mundo à luz do Plano de Deus. Não temem o sacri-fício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido. Por sua generosidade, são cha-mados a servir a seus irmãos, especialmente aos mais necessitados, com todo seu tempo e sua vida. Tem capacidade para se opor às falsas ilusões de

felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool e de todas as formas de violência. Em sua procura pelo sentido da vida, são capazes e sensíveis para descobrir o chamado particular que o Senhor Jesus lhes faz. Como discípulos missioná-rios, as novas gerações são chamadas a transmitir a seus irmãos jovens, sem distinção alguma, a corren-te de vida que procede de Cristo e a compartilhá-la em comunidade, construindo a Igreja e a socieda-de” (DA 443).

E o próprio Papa Francisco nos traduz ainda mais claramente o lugar do jovem quando pede que ele faça barulho, que seja feliz, que seja amor e que seja revolucionário: “Peço que vocês sejam revolucioná-rios, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vo-cês não são capazes de assumir responsabilidades, crê que vocês não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vo-

cês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E tenham também a coragem de ser felizes! ”

Os jovens têm por si o vigor, a força de nos tirar de uma fé acomodada, parada no tempo e avançar por mares mais profundos. E isto é ser autêntico cristão como exorta São Paulo em Romanos 12, 2: “e não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Feliz de nós por ter jovens entusiasmados pelas coisas de Deus em nossa comunidade.

Qual objetivo deste grupo? O objetivo do grupo é de permanência juvenil dentro da igreja. Porém, esta

permanência tem como base ações sociais e estudo. Algumas reuniões são utilizadas para planejar e executar ações sociais (entre elas uma participação mensal no oratório), outras são dedicadas a partilha de experiências de vida dentro e fora da igreja, além de palestras sobre temas mais complexos e im-portantes como matrimônio e planejamento familiar. Muitos dos participan-tes do grupo integram outras atividades e pastorais da Paróquia.

Quando são as reuniões? As reuniões acontecem todos os domingos, das 9hs às 11hs (exceto aos feriados). Estas reuniões têm um planejamento semestral, em que os inte-grantes decidem o que é importante e assim preparam o calendário.

Estão ligados a outros grupos de jovens da Igreja ou dos Salesianos?

Em algumas ações acabam se unindo a outros grupos da Igreja como a Pas-toral da Rua, além do Oratório, porém são momentos pontuais.

Quem faz parte do grupo de jovens? Jéssica Guimarães está à frente do grupo, mas salienta que o traba-

lho é do grupo todo que tem como integrantes Alexandre Seije, Ana Pau-la Santos, Augusto César Zago, Camila Aires, Daniel Gomes, Danielle VillasBoas, Débora Guimarães, Leonardo Gonçalves, Gabriela Barato, Juliana Zavatta, Jéssica Felipe, Lays Gonçalves, Luam Gonçalves, Lucia-na Santos, Marcela Pancote, Marcella VillasBoas, Priscila Guerra, Rafael Cunha, Rafael Souza, Thais Forghieri, Tiago Stefani, Wesla Monteiro e Daniel Zanchetta.

Quem pode participar? Qualquer jovem a partir dos 18 anos. Para isto basta procurar alguém da turma. Será bem-vindo!

Como é o grupo de jovens na Paróquia de Santa Teresinha?

Além dos jovens do Crisma, que se preparam para o sacramento, há desde 2015 um grupo que surgiu a partir da vontade de algumas pessoas de continua-rem na igreja, porém em algum grupo com pessoas jovens, dispostas a fazerem ações sociais. É um grupo de partilha de experiências e de estudo, com palestras sobre temas considerados importantes para os integrantes.

QUE DELÍCIA!

CIDADANIA

Macarrão, mas da Hungria!

O Brasil durante muito tempo se orgulhava de ser um país jovem, onde a maioria da população es-

tava na faixa etária entre 20 a 35 anos.Esta situação porém vem mudando

ao longo do tempo, em parte em função da redução de fecundidade e em parte pelos avanços da medicina que aumen-tou a longevidade do brasileiro.

De fato estes dois fatores são aponta-dos pelos especialistas como preponde-rantes para o envelhecimento popula-cional brasileiro, ou seja, a quantidade cada vez maior de pessoas acima de 65 anos em relação ao total da população brasileira.

Isto trouxe uma maior visibilidade para questões relativas a esta camada

da população, bem como a constatação de que temos muitos desafios a superar.

Neste sentido foi aprovada a Lei 10.741/2003, também conhecida como o Estatuto do Idoso, que busca criar di-versas regras de proteção e alguns direi-tos especiais.

Dentre os principais direitos do idoso podemos listar:

- atendimento preferencial, imedia-to e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de ser-viços à população;

- fornecimento gratuito de medica-mentos pelo Poder Público, especial-mente os de uso contínuo, assim como próteses, órteses e outros recursos rela-

tivos ao tratamento, habilitação ou rea-bilitação;

- proibição de discriminação do ido-so nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade;

O Estatuto do idoso prevê ainda punição para quem:

- discriminar pessoa idosa, impe-dindo ou dificultando seu acesso a ope-rações bancárias ou aos meios de trans-porte, por motivo de idade;

- deixar de prestar assistência ao idoso, ou recusar, retardar ou dificultar que outros o façam;

- abandonar idosos em hospitais, casas de saúde, entidades de longa per-manência ou congêneres;

Muitos outros direitos e garantias têm os idosos e você pode conhecer to-dos eles e elas baixando o Estatuto em bit.ly/sta114A.

Como afirmamos, ainda temos um longo caminho pela frente para que es-tas medidas protetoras sejam realmente efetivas e não estejam apenas no papel.

Porém esta efetividade passa neces-sariamente pela ação e reivindicação dos direitos pelos próprios idosos.

Aloísio Oliveira

Advogado

facebook.com/aloisio.oliveira.54

Estatuto do idoso

Ingredientes:

500 g de macarrão parafuso ou concha média, cozido al dente em água e sal

500 g de ricota amassada com o garfo

250 g de bacon picadinho em cubinhos pequenos

2 caixinhas de creme de leite

Modo de preparo:

Reserve o macarrão cozido. Refogue o bacon em sua própria gordura até ficar dourado e junte ricota amassada. Retire do fogo, junte ao macarrão e o creme de leite. Prove o sal e ajuste ao seu gosto. Pronto! Pode ir pro abraço, beijos e elogios.

A cozinha húngara é tão diversificada quanto são suas regiões, ten-do recebido ao longo dos séculos a influência da Ásia Menor, ori-gem dos fundadores do país, dos turcos, alemães, franceses, aus-

tríacos, checos, eslovacos, sérvios e croácios. O estilo de vida simples e agrícola de seus habitantes, durante séculos, marcou a culinária do país, com pratos fortes. O creme de leite e o bacon fazem parte da tradição. Foi com estes ingredientes e mais ricota e macarrão, que a dona Izabel Gui-lharducci me ensinou a preparar a receita desta edição. Fizemos juntas na casa dela entre histórias e álbuns da famí-lia e cafezinho.

A mãe húngara, dona Briguita, que che-gou ao Brasil na década de 20 com dois filhos, foi quem ensinou a dona Izabel a amar a co-zinha, desde os 12 anos de idade, em Caieiras, onde nasceu e cresceu. Dona Izabel ama fa-zer doces e salgados para familiares e amigos. Além dos filhos, Rosy e Reginaldo, Pe. Cami-lo, o Jefferson da música e agora eu, somos testemunhas que fica tudo muito bom.

Foi com muito carinho que preparamos o prato. A foto da apresenta-ção tem um guardanapo húngaro que ela me fez um mimo, um livro de receitas que ganhou quando trabalhava no restaurante do Clube Hún-garo em São Paulo e a louça preferida do seu filho, o Reginaldo. Ela tam-bém me prometeu outras receitas e eu já estou com água na boca.

Rosângela Melatto, chef de cozinha

[email protected]

facebook.com/rosangela.melatto

12 • Santa Teresinha em Ação

Macarrão Húngaro com Ricota e Bacon da Mãe da Dona Bel

JUVENTUDE

Santa Teresinha em Ação • 13

AVÓS, NOSSOS PAIS DUAS VEZES! É difícil encontrarmos hoje em

dia, alguém que fale dos seus avós, vivos ou já falecidos, sem

citar todo o amor que tinham um pelo outro, sem falar em todos os momentos bons que tiveram, sem dar um sorriso para falar o nome deles, sim, os avós com certeza são um dos nossos primeiros amores na vida...mas, o que faz essa relação de netos e avós ser tão forte, tão in-tensa, pura e verdadeira? Talvez o poder que nossos ‘velhinhos’ têm de, em qualquer época, trazer o sa-bor da infância à tona seja o grande motivo. Quem não amou ser crian-ça? E com certeza, eles nos fazem nos sentir como que ainda peque-nos, mesmo que já crescidos, por que avós são seres mágicos!

Nesta época de férias, avós e netos sempre se aproximam mais, quan-do um vai visitar o outro na sua casa, porque moram longe, e que momen-to agradável é esse, nunca falta:

- Bolinho de chuva

- Vai colocar um casaco!

- Você tá cada vez mais grandão/grandona!

- Café a tarde

- E a escola?

- Sabe...na minha época...

- Refeições maravilhosas

E tantas outras coisas...

ALGUMAS CURIOSIDADES! Hoje quase 67% das pessoas, conheceram seus avós. Nunca na história o número de netos que conheceram os pais dos pais foi tão alto, isso deve-se ao fato de eles estarem cada vez com mais vontade de entrar nesse mundo

tecnológico, fitness, hi-tech e natural! Sim, 70% dos avôs e avós fazem exercícios e se preocupam com alimentação balanceada para manter a boa forma e viver mais. Mas o dado mais curioso é que 61% dos vovôs e vovós estão utilizando smartphones, notebooks, tablets e até assistindo Netflix por um motivo hegemônico: ficar mais próximos de seus netos! Tem como não amar?

Dia 26 de julho é o dia deles! Na festividade dos pais da Virgem Maria, onde celebramos Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus, também festejamos e celebramos a vida e existência dos nossos avós, afinal avô e avó é tão bom que até Deus quis ter!!!

ESPECIAL

CANTA E CAMINHA

Documento 105 da CNBB mostra o leigo que todos devem serLivro foi lançado há pouco e vem sendo objeto de estudo pelos cristãos do país

O documento 105, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Socieda-de”, foi aprovado e apresentado

na 54a Assembleia Geral da CNBB, que foi realizada em Aparecida (SP), de 6 a 15 de abril deste ano.

Para quem não sabe, o documento fala sobre o papel do leigo e da leiga na sociedade hoje. Seu engajamento, sua propriedade eclesial, como pede o Con-cílio Vaticano II, que relata o papel do leigo perante a Igreja. O objetivo maior é conseguir animar todos os cristãos leigos e leigas a compreenderem suas próprias vocações. Eles precisam atuar

como verdadeiros “sujeitos-eclesiais” nas várias realidades em que estão inse-ridos, dentro e fora da Igreja.

Como atuantes da Igreja, não estão prontos e, com isso, precisam se apro-fundar no estudo para poderem não só compreender, mas entender e aceitar seus valores, limitações e dificuldades.

O documento 105 tem uma metodo-logia interessante e sugerida em três ca-pítulos onde o primeiro mostra o marco histórico da caminhada da vida do cristão leigo ou leiga, com avanços e atrasos. Ele traz também uma visão panorâmica, com um olhar mais de pastoral, para o mun-do em que vivemos, sugerindo algumas ideias necessárias para analisar este novo modelo de mundo propondo algumas mudanças de mentalidade e estruturas.

Já no segundo capítulo, o docu-mento se volta para a eclesiologia da comunhão na diversidade. A ideia aqui é conciliar e já mostrar, para o sujeito-eclesial, suas habilidades em atuar como leigo considerando os di-ferentes carismas, serviços e ministé-rios na Igreja.

O terceiro e último capítulo pro-move uma ação transformadora dos cristãos leigos e leigas não só na Igreja, mas também no mundo. Mostra o ta-manho da missão da Igreja como um todo, desenvolve aspectos da espiritu-alidade de raiz, fala do histórico do lai-cato no Brasil e indica aspectos, prin-cípios e critérios da formação do leigo. Como forma de engajamento, mostra lugares onde a atuação dos cristãos

leigos e leigas se faz presente e, para finalizar, sugere algumas direções para formação dos leigos como forma de compromisso e caminhada do laicato.

O documento 105 pode ser en-contrado nas livrarias do gênero ou direto no site da Edições CNBB, pelo www.edicoescnbb.com.br.

Pois é o Hino que se canta, nor-malmente de pé, em homenagem à Virgem Mãe de Deus durante a

semana que antecede a Semana Santa. Se canta o Akathistos durante as sex-tas-feiras da Quaresma. O belíssimo hino em honra da Mãe de Deus é fácil de se identificar. Veja um trecho:

Ó Mãe de Deus, invencível estratega, nós, teus servos, elevamos a ti o hino de vitória e de gratidão por ter-nos salvado de terríveis calamida-des. Tu, pois, cujo poder é invencível, livra-nos de todo mal, para que possamos a ti clamar: Ave, Virgem e Esposa!

O Hino Akathistos foi composto ori-ginalmente em grego no final do século V e o autor é desconhecido, entretanto, sua autoria é atribuída a diversos per-sonagens, entretanto, nada de provas de quem seja o autor de verdade.

Efetivamente, desde princípios do

século V, a Igreja bizantina o incluiu em sua liturgia como a expressão mais alta do culto à Santíssima Virgem, e o canta em muitas ocasiões, de modo especialmente solene no sábado da 5ª semana da Quaresma. A estrutura mé-trica do texto original é de uma suma perfeição, de difícil tradução para ou-tras línguas. As 24 estrofes que o com-põem (umas mais longas, outras mais breves, alternadamente) se distribuem por igual em duas partes: uma evan-gélica e outra dogmática. A primeira parte representa a narração evangéli-ca em uma série de quadros que vão desde a Anunciação de Maria até o En-contro de Maria com Simão no templo de Jerusalém. A segunda parte expõe os principais artigos da fé mariana da Igreja: virgindade perpétua, materni-dade divina, medianeira das graças celestiais.

O Hino Akathistos é comum a todos os cristãos de rito bizantino, ortodoxos e católicos. Constitui pois, uma antiga e solene ponte para a plena comunhão

entre a Igreja do Oriente e do Ocidente.Digna de todo louvor, Santa Mãe do Verbo, Santíssima entre todos os santos, recebe, nesse canto, a nossa oferta.Salva o mundo de todo perigo; de todos os males e dos castigos futuros livra-nos, a nós que cantamos: aleluia!

Ó gloriosa, sempre Virgem e bendita Mãe de Deus, ofereça minhas orações a teu Filho e meu Deus, e roga a ele pela salvação de minha alma.

O Pai é minha esperança,o Filho é meu refúgio e o Espírito Santo é meu amparo: Santíssima Trindade, glória a Ti!

Em ti deposito toda a minha esperança; ó Mãe de Deus, guarda-me sob a tua proteção.

Fonte: Orações Tradicionais

Você sabe o que é o Akathistos?

14 • Santa Teresinha em Ação

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Santa Teresinha em Ação • 15

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É indiscutível o papel dos leigos na Igreja. Papa Francisco já disse que não se faz Igreja sem leigos e leigas. Que a Igreja só existe por causa deles. E

é com este alinhamento que trabalha o Conselho Na-cional dos Leigos do Brasil (CNLB) da Região Santana. Nelson da Silva Teixeira, que é o presidente do Con-selho, fala um pouco sobre o papel da entidade e de como é duro o trabalho de engajar as pessoas.

Santa Teresinha em Ação – Desde quanto existe o Con-selho Nacional dos Leigos do Brasil na Região Santana?Nelson da Silva Teixeira – Faz tempo, muito tempo. Desde quanto Dom Joel era o bispo-auxiliar da região já existia do Conselho. Mas ele deu uma parada e reto-mou depois do encontro de leigos, em 2011. Foi pro-videncial.

STA – E por que retomaram? Qual era a urgência?Nelson – Naquele época, estava muito em voga o papel do leigo. O que ele era e o que ele representava para a Igreja. Depois do encontro macro em 2011, percebe-mos que precisávamos atuar com mais responsabili-dade e qualidade, que precisávamos trabalhar em prol dos leigos na região. Apresentar as políticas públicas para as pessoas. Despertar a consciência, convocá-las para serem membros.

STA – E o trabalho vem surtindo efeito?Nelson – Sim. É bem duro, mas a gente consegue ter bons frutos. As pessoas são muito ocupadas, têm seus compromissos e acredito que elas não entendem o pa-pel do leigo. O leigo não é aquele que vai para a Igreja, apenas, ele tem que trabalhar em prol da comunidade, do evangelho, e trabalhar com responsabilidade. Não é apenas um trabalho voluntário, é sério, precisa ser feito com afinco para dar resultados. Papa Francisco pede que abramos as portas, as janelas, que precisa-mos sair para a rua. É esse o trabalho do leigo, sair e trazer resultados. Só assim dá para dizer que obteve sucesso.

STA – A Igreja tem dezenas de pastorais, mas muitas delas não saem do “arroz com feijão”. Quando o se-nhor diz que precisa fazer com seriedade, sem o “des-compromisso” do voluntariado, o que quer dizer, mais precisamente?Nelson – Que é preciso fazer com profissionalismo. Aliás, eu apoio, e muito, o trabalho de profissionais da área nas pastorais. No seu caso, por exemplo, é uma jornalista e trabalha na Pastoral da Comuni-cação. A paróquia, as ações da Igreja, precisam ser divulgadas e não dá para ser amadora. Precisa de especialista. Na Pastoral dos Enfermos, ou da Saú-de, se não for feito um trabalho mais abrangen-te, vai ser apenas um “levar a hóstia”. Não é isso! Se tivesse profissionais, enfermeiros, psicólogos, mé-dicos, poderia ser mais completo, com ajuda psicoló-gica ou mais aprofundada, se fosse o caso. Não dá para ser amador, tem que ser profissional para ser efetivo.

STA – Mas não dá para ser qualquer pessoa, não é? Precisa estar alinhada com os propósitos da Igreja?Nelson – Completamente. E é nisso que trabalha-mos no Conselho. Queremos formar leigos, mostrar o seu papel e o quão importante ele é. Leigo não é para obedecer, apenas, as ordens do padre. Leigo dá a cara. Leigo sai para a rua. Leigo é ação política-cristã. Leigo é a Igreja e para isso precisa estar bem embasa-do, estudar os documentos, se aprofundar na missão.

STA – Nessa linha, vocês oferecem cursos para apri-moramento?Nelson – Sim. Temos total dever com a formação. Oferecemos simpósios, reuniões para discutir docu-mentos, etc. Basta as pessoas se interessarem. Essa é a parte mais difícil. Temos mais de 180 pessoas ins-critas para nossas reuniões, mas não aparece mais do que 12 ou 15.

STA – E sobre as ações políticas-cristãs. No que con-siste?Nelson – Política é a melhor coisa da vida. Ruim são alguns políticos e tudo na vida é feito com política. Para fazermos um trabalho sério, profissionalizado e com efetividade precisamos entender de política. Precisamos nos engajar nas questões mais abrangen-tes. E é isso o que tentamos fazer. Para você ter uma ideia, na última eleição de conselheiro tutelar atua-mos bravamente. Este ano, estamos programando um debate com os pré-candidatos à prefeitura de São Paulo para ver o que eles sabem e quais são as ações que estão planejando para a Região Norte. Isso é sair às ruas.

STA – Quem quiser participar do Conselho o que precisa fazer?Nelson – Comparecer em uma de nossas reuniões e se integrar. Temos um encontro todas as primeiras segun-das-feiras do mês, às 20h, na Igreja de Santana. Todos serão bem-vindos. Precisamos de gente!

STA – Pode deixar uma mensagem para os paroquia-nos?Nelson – É um prazer poder falar com vocês. Se enga-jem. Se encorajem. Vamos procurar ser leigos de valor. De trabalho. De qualidade. É isso que Jesus nos pede e é isso que temos que perseguir.

É preciso ter coragemPor Daya Lima

ENTREVISTA

16 • Santa Teresinha em Ação

O leigo não é aquele que vai para a Igreja, apenas, ele tem que

trabalhar em prol da comunidade, do

evangelho, e trabalhar com responsabilidade

Queremos formar leigos, mostrar o seu papel e o quão importante ele é. Leigo não é para obedecer, apenas, as ordens do padre. Leigo dá

a cara. Leigo sai para a rua. Leigo é ação política-cristã