aviso no 206-seses-tcu-plenário - senado.gov.br vcm 365.pdf · execução fisica; avaliação dos...

49
VCM REC 000365 Aviso nO 206-Seses-TCU-Plenário Brasilia-DF, 13 de março de 2013. Senhora Presidente, Encaminho a Vossa Excelência, para conhecimento, cópia do Acórdão proferido nos autos do processo TC 003.435/2012-1, pelo Plenário desta Corte na Sessão Ordinária de 13/3/2013, acompanhado do Relatório e do Voto que o fundamentam. A Sua Excelência, a Senhora Deputada MORAES Presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito de Violência Contra as Mulheres Praça dos Três Poderes, Senado Federal, Anexo II, Ala Senador Alexandre Costa, Sala 15 (subsolo) Brasília - DF suusecretaría de Apolo às ComlssOSS Especiais a ?!!: IJ.... Recebido e O I _J <O ,/ Às ,'" . horas. """ AntOnio Osqa ulmarAu !=:"... -·J:'·:"lo-i ·"'.0nll:7';í.BO

Upload: dinhhanh

Post on 03-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

VCM REC

000365

Aviso nO 206-Seses-TCU-Plenário

Brasilia-DF, 13 de março de 2013.

Senhora Presidente,

Encaminho a Vossa Excelência, para conhecimento, cópia do Acórdão

proferido nos autos do processo n° TC 003.435/2012-1, pelo Plenário desta Corte

na Sessão Ordinária de 13/3/2013, acompanhado do Relatório e do Voto que o

fundamentam.

A Sua Excelência, a SenhoraDeputada JÔ MORAESPresidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito de Violência Contra asMulheresPraça dos Três Poderes, Senado Federal, Anexo II, Ala Senador Alexandre Costa,Sala 15 (subsolo)Brasília - DF

suusecretaría de Apolo às ComlssOSSEspeciais a parl,m~nlarÕ ?!!: Inq~~rlto\ IJ....Recebido e O I _J <O ,/Às ,'". horas.

"""AntOnio Osqa ulmarAu t6~"io!=:"...-·J:'·:"lo-i ·"'.0nll:7';í.BO

.~ TRIBUNAL DE mNrAs DA UNIÃO

TeUACÓRDÃO N" 490/2013 - TCU - Plenário

Te 003.435/2012-1

I. Processo nO TC 003.435/2012- I.2. Grupo I - Classe VI! - Relatório de Auditoria3. Interessado: Secretaria de Politicas para as Mullleres da Presidência da República (SPM/PR)4. Unidade: Secretaria Especial de Politicas Para As Mulheres - PRo5. Relator: Ministro Aro Ido Cedraz6. Representante do Ministério Público: não atuou.7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo da Educação, da Cultura e do DespOlto (SecxEduc)8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de relatório consolidado das auditorias

realizadas na modalidade de Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC), na Secretaria de Politicaspara as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), em cumprimento ao Acórdão 134/2012-TCU­Plenário, deliberado em atendimento à representação do Ministério PúblicolTCU, proposta pelosubprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin (TC 036.719/2011-0).

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária,ante as razões expostas pelo Relator, em:

9. I. com fundamento no alt. 4°, inciso I!, do Decreto 7.765, de 25/6/2012, e no alt. 43,inciso I, da Lei 8.443/19921, c/c o art. 250, inciso I! do Regimento Interno-TCU, determinar à SecretariaExecutiva da SPM/PR, que, no prazo de 90 (noventa) dias:

9.1.1. apresente plano de ação com data de conclusão dos trabalhos, de acordo com modeloanexo a este relatório, para que a SPMIPR elabore indicadores de eficiência e eficácia afetos à capacidadetécnica e operacional, para fins de seleção de entidades privadas sem fins lucrativos comas quais venha acelebrar convênios no âmbito do Programa 2016 - Política para as Mulheres: Promoção da Autonomia eEnfi'entamento à Violência e ações 2C52 - Ampliação e Consolidação da Rede de Serviços deAtendimento às Mulheres em Situação de Violência, 6812 - Capacitação de Profissionais para oEnfi'entamento à Violência contra as Mulheres e 8932 - Apoio a Iniciativas de Prevenção à Violênciacontra as Mulheres, conforme estabelece o art. 90 da POltaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507, de24/11/2011 (item 4.2.9 do relatório);

9.1.2. em articulação com a coordenação de prestação de contas, proceda à análise econclusão das prestações de contas relativas aos recursos repassados no âmbito do Programa 0156constantes dos 55 processos relacionados na peça 122 do Relatório, bem como do Convênio 13/2011(Siconv 755955), em observância ao estabelecido nos mts. 10, §7°, do Decreto 6.170/2007 e art. 76 daPOItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507120 I I, ou, caso não sejam apresentadas as prestações decontas na forma prevista no termo de convênio e no art. 74 da POItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU507/2011, instaure as devidas tomadas de contas especiais, por omissão no dever de prestar contas, nosmoldes do disposto no art. 82, § l°, inciso I, da POItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 5071201 I (item4.5.9 do Relatório);

9.1.3. em articulação com a coordenação de prestação de contas, proceda à análise econclusão da prestação de contas do Convênio 52/2009 (Siconv 713322), firmado com a entidade privadaCentro de Imprensa, Assessoria e Rádio, ante a constatação da realização de pagamentos indevidos detarifas bancárias no montante de R$ 496,14, e de despesas não devidamente comprovadas por meio dedocumentos fiscais apostos no S iconv, no montante de R$ 12.469,00, em descumprimento aos mts. 39,inciso VII, 42, § 5°, e 47, inciso IV, da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, vigente àépoca, e, atualmente, os alts. 52, inciso VII, 54, §b4°, e 59, inciso IV, instaurando, se for o caso, a devidatomada de contas especial (item 4.6.8 do Relatório);

9.2. dar ciência à Secretaria Executiva da Secretaria de Politicas para as Mulheres daPresidência da República (SPMIPR), nos terInos do mt. 4° da POItaria-Segecex 13/2011, sobre asseguintes impropriedades:

Para verificar as assinaturas, acesse \WJW.tcu.gov.br/autenticldade, informando o código 49778318.

Têb TRIBUNAL DE CDmAS DA UNIÃO Te OB3.435/2012-1

9.2.1. ausência de cláusulas necessárias nos termos de convênio, firmados no âmbito do 11Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (11 PNPM), referentes à: classificação orçamentária dadespesa e declaração de que em termos aditivos indicar-se-ão os créditos empenhados para sua cobertura;obrigatoriedade de o convenente incluir regularmente no Siconv as informações e os documentosexigidos, mantendo-os atualizados; e obrigação de prestar contas dos recursos recebidos no Siconv, comoocorrido nos convênios da tabela disposta na peça 27 destes autos, afi'ontan, respectivamente, os incisosVIII, X e XXIV do ar!. 30 da Portaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008, e, atualmente, o ar!.43, incisos VIII, X, e XXIV da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011 (item 4.1.8 doRelatório);

9.2.2. emissão de pareceres técnicos sem o adequado exame do plano de trabalho, emespecial os campos relativos à descrição completa, clara e concisa do objeto, das metas e das etapas;correta definição das datas de início e término das metas e etapas; adequação do cronograma financeiro àexecução fisica; avaliação dos bens e serviços e respectivos custos; e avaliação da capacidade técnica eoperacional das entidades privadas sem fins Incrativos, como ocorrido nos convênios da tabela dispostana peça 18 destes autos, contraria o disposto no ar!. 116, §10, incisos I a VI, da Lei 8.666/1993, c/c os mts.5°, § 2°, 6°, inciso VII, 21, 22, 25 e 31 da Portaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008, os mts. 25,inciso VI, e 44 da Portaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 507/2011, e o ar!. 35, § 1°, da Lei10.180/2001 (item 4.2.9 do Relatório);

9.2.3. liberação de recursos dos convênios sem a comprovação do cumprimento dacontrapartida, sem a confirmação dos registros no Siconv relativos aos procedimentos de licitação,contratação e pagamentos, e sem a constatação da boa e regular execução das etapas anteriores doconvênio, como ocorrido nos 35 convênios dispostos na planilha acostada à peça 20, contraria o dispostono alt. 43, incisos 11 a IV, da POltaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008 e, atualmente, o ar!. 55,incisos I a III da Portaria Intenninisterial-MPOG/MF/CGU 507/2011 (item 4.3.8 do Relatório);

9.2.4. ausência de justificativas para a não realização de visitas técnicas de monitoramentojunto às entidades convenentes, como ocorrido nos convênios das amostras A e B desta auditoria (tabelasI e 2 - item 2.4 do Relatório), configura prática em desacordo com o mt. 52 da POItaria Interministerial­MPOG/MF/CGU 127/2008, vigente à época, e atualmente ao ar!. 66 da Portaria Interministerial­MPOGIMF/CGU 507/2011 (item 4.4.8 do Relatório);

9.2.5. a prorrogação de praw para apresentação de prestação de contas acima de trinta dias,como ocorrido nos convênios dispostos na planilha acostada à peça 122, constituiu descumprimento aodisposto 110 art. 56, § 1°, daPOItaria Intenninisterial-MPOGIMF/CGU 127/2008, vigente à época, e,atualmente, no ar!. 72, § 1°, da POltaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 507/2011 (item 4.5.9 doRelatório);

9.2.6. não cumprimento do praw de noventa dias para a análise das prestações de contas deconvelllOS, como ocorrido nos convênios constantes na planilha acostada à peça 122, constituiudescumprimento ao disposto no ar!. 60 da POItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, vigente àépoca, e, atualmente, no art. 76 da POItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011 (item 4.5.9 doRelatório);

9.2.7. não instauração da tomada de contas especial, após o transcUl~o do praw máximo detrinta dias para o saneamento de eventuais irregularidades, como ocorrido nos convênios dispostos naplanilha acostada à peça 122, constituiu descumprimento do disposto 110 ar!. 63, § 1°, inciso I da POItariaInterministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008, vigente à época, e, atualmente, no mt. 82, §Io, inciso I, daPOItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011 (item 4.5.9 do Relatório);

9.2.8. ausência de registro do recebimento das prestações de contas no Siconv, comoocorrido nos Convênios 708745, 713275,717514,722078,724613,728602,728661,728915,737104,743609, 723393, 740303, 743398 e 743614, constantes da planilha acostada à peça 24 destes alrtos,implica a infi'ação ao art. 58, parágrafu único, da POltaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008,vigente à época, e, atualmente, o ar!. 74, § 1°, da POltaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011, eao mt. 13 do Decreto 6.170/2007 (item 4.5.9 do Relatório);

2

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade. informando o código 49778318.

_.~ TRlBUNAL DE CDNfAS DA UNIÃO

TeUTe 003.435/2012-1

9.3 com fundamento no alto 4°, inciso lI, do Decreto 7.765, de 25/6/2012 e no 311. 250,inciso ITI do Regimcnto Interno-TCU, determinar à Secretaria Executiva da SPM/PR, que:

9.3.1. em articulação com as secretarias finalísticas do órgão, passe a realizar oacompanhamento dos convênios em andamento, celebrados no âmbito do Programa 0156 (atualmentePrograma 2016 - Promoção da Autonomia e Enfrentamento à Violência) utilizando-se do Siconv, deconsultas aos exh'atos bancários, de correios eleh"Ônicos ou de outros meios que permitam averiguar, àdistância, a regular execução do objeto conveniado, sem prejuizo das fiscalizações in loco, bem comopromova o registro sistematizado das irregularidades detectadas e do controle das respectivas correçõesimplementadas, de modo a cumprir o estabelecido nos arts. 65 a 70 da Portaria Interministerial­MPOG/MF/CGU 507/2011 (item 4.4.8 do Relatório);

9.3.2. somente formalize convênios no âmbito do Programa 0156 (atualmente Programa2016 - Promoção da Autonomia e Enfhmtamento à Violência) à medida que disponha de condiçõestécnico-operacionais de avaliar adequadamente os planos de trabalho, acompanhar e orientar aconcretização dos objetivos previstos nas avenças, e analisar, em prazo tempestivo, as respectivasprestações de contas, de acordo com o que estabelecem os normativos que disciplinam a matéria, aexemplo das Portarias Intenninisteriais-MPOG/MF/CGU 127/2008 e 507/2011 e do Decreto 6.170/2007(item 5 do Relatório);

9.4. encaminhar cópia do presente Acórdão, acompanhado do Relatório e Voto que ofundamentam, à Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), àComissão Parlamentar Mista de Inquérito da Violência contra as Mulheres, da Comissão de Du-eitosHumanos e Minorias da Câmara dos Deputados e da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal e àProcuradoria Especial da Mulher na Câmara dos Deputados e no Senado Federal,

9.5. arquivar os presentes autos, com fundamento no art. 169, inciso V, do RegimentoInterno do TCU.

10. Ata nO 8/2013 -Plenário.11. Data da Sessão: 13/3/2013 - Ordinária.12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0490-08/13-P.13. Especificação do quorum:13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (na Presidência), Walton Alencar Rodrigues, Aroldo Cedraz(Relator), Raimundo Carreiro, José Jorge, José Múcio Monteiro e Ana Arraes.13.2. Ministro-Substituto convocado: Augusto Sherman Cavalcanti.13.3. Ministros-Substitutos presentes: Marcos Bemquerer Costa, André Luis de Carvalho e Weder deOliveu-a.

(Assinado Eletronicamente)VALMIR CAMPELO

na Presidência

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)ARO LDO CEDRAZ

Relator

(Assinado Eletronicamente)LUCAS ROCHA FURTADO

Procurador-Geral

Para verificar as assinaturas, acesse 'M'NI.tcu,gov.br/autenUcidade, informando o código 49778318.

3

TRlBUNALDE CONTAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

GRUPO 1- CLASSE VII - Plenário.Te 003.43512012-1Natureza: Relatório de Auditoria.Interessado: Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM/PR).Unidade: Secretaria de Controle Externo da Educação, da Cultura e doDesporto (SecxEduc).Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: FISCALIZAÇÃO DE ORIENTAÇÃOCENTRALIZADA (FOC). SECRETARIA DE POLÍTICAS PARAAS MULHERES DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (SPM/PR).CONVÊNIOS CELEBRADOS EM DECORRÊNCIA DO 11 PLANONACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES (TI PNPM).PERÍODO DE 2009 A 2011. RELATÓRIO CONSOLIDADO.IDENTIFICAÇÃO DE DEFICIÊNICAS, TANTO EM RELAÇÃOAOS EXECUTORES DO CONVÊNIO COMO À CONCEDENTE,NAS FASES DE CONCESSÃO, DE ACOMPANHAMENTO EFISCALIZAÇÃO E DE ANÁLISE DE PRESTAÇÃO DE CONTAS.DETERMINAÇÕES. CIÊNCIA AOS GESTORES, NO SENTIDODE APRIMORAR OS PROCEDIMENTOS DE CONCESSÃO ESUPERVISÃO DOS RECURSOS REP ASSADOS NO ÃMBITO DOPROGRAMA 0156.

RELATÓRIO

Trata-se de relatório consolidado das auditorias realízadas na modalidade de Fiscalizaçãode Orientação Centralizada (FOC), na Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência daRepública (SPM/PR), em cumprimento ao Acórdão 13412012-TCU-Plenário, deliberado em atendimentoà representação do Ministério Público/TCU, proposta pelo subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin(TC 036.719/2011-0).2. O objetivo das auditorias foi verificar a conformidade na concessão e aplicação de recursosno âmbito do TI Plano Nacionalde Políticas para as Mulheres (TI PNPM), em especia~ no Programa 0156- Prevenção e enfrentamento da violência contra as mulheres, executado por meio de convênioscelebrados com munic!pios, estados, Distrito Federal e entidades privadas sem fins lucrativos, cujas açõescontemplamos seguintes objetos:

a) ação 2C52 - ampliação e consolidação da rede de serviços especializados deatendimento às mulheres em situação de violência;

b) ação 6812 - capacitação de profissionais para atendimento a mulheres em situação deviolência;

c) ação 8833 - apoio a iniciativas de furtalecimento dos direitos humanos das mulheres emsituação de prisão; e 8932 - apoio a iniciativas de prevenção à violência contra as mulheres.3. Busca-se nessa fase do trabalho agregar os resultados de todas as fIScalizações efetivadas,de modo a sintetizar os achados e conclusões.4. Passo a transcrever, a seguir, o relatório de consolidação das informações obtidas nessasAuditorias, nos moldes apresentados pela equipe coordenadora da Secretaria de Controle Externo daEducação, da Cultura e do Despolto (SecexEduc) (Peça 124):

"[... ] 1 - APRESENTAÇÃO1. O presente processo trata de Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC)

realizada na Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), com oobjetivo de verificar a conformidade na concessão e aplicação de recursos no âmbito do II Plano

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidada. informando o código 49778187.

~ TRIBUNAL DE (J)NTAS DA UNIÃO

TeUTe 003.435/2012-1

Nacional de Políticas para as Mulheres (11 PNPM), em especial, no Programa 0156 - Prevenção eenfrentamento da violência contra as mulheres, executado por meio de convênios celebrados communicípios, estados, Distrito Federal e entidades privadas sem fins lucrativos, cujas açõescontemplam os seguintes objetos: ação 2C52 - ampliação e consolidação da rede de serviçosespecializados de atendimento às mulheres em situação de violência; ação 6812 - capacitação deprofISsionais para atendimento a mulheres em situação de violência; ação 8833 - apoio a iniciativasde fortalecimento dos direitos humanos das mulheres em situação de prisão; e 8932 - apoio ainiciativas de prevenção à violência contra as mulheres.

2. O trabalho compreendeu duas etapas:a) auditoria nos convenentes;b) auditoria na SPMlPR.3. Inicialmente, foi realizada fiscalização piloto (TC 003.442/2012-8), no período de

6/2/2012 a 18/5/2012, com o objetivo de verificar a confurmidade da concessão e da aplicação derecursos repassados por meio dos Convênios 100/2007 (Siafi 598408) e 191/2009 (S iconv 728683),firmados, respectivamente, com a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do DistritoFederal (Sejus/DF) e a Conrederação Nacional dos Traballmdores na Agricultura (Contag), etambém no intuito de aprimorar as questões e os procedimentos de aud itoria que, posteriormente,foram adotados no âmbito da FaC.

4. Participaram da fiscalização as Secretarias de Controle Externo do Acre, Amapá,Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Su~ Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grandedo Su~ São Paulo e Tocantins. No período de 16 a 27/4/2012, as doze Secex regionais executaramos trabalhos de campo, em 38 convênios, com base na matriz de planejamento consolidada pek1 6"Secex, com enfoque na avaliação da regularidade da aplicação dos recursos pelos convenentes e daexecução fisica dos objetos.

5. As fiscalizações deram origem a processos individualizados, com tramitação própriae objetivo de sanear e dar encaminhamento específico às impropriedades/irregularidades porventuraidentificadas em convênios firmados no âmbito do Programa 0156 - Prevenção e enfi'entamento daviolência contra as mulheres.

6. As informações contidas nos rek1tórios elaborados pelas Secex regionais furamencaminhadas à 6" Secex, responsável pela coordenação dos trabalhos, com a finalidade de furnecersubsídios para a auditoria que esta unidade realizou, posteriormente, na SPMIPR. A auditoria noórgão concedente teve como enfoque a regularidade da concessão dos recursos aos convêniosfU'mados pela Secretaria, com a avaliação da conformidade dos procedimentos de celebração,acompanhamento/fiscalização e análise das prestações de contas. Esse trabalho teve por objetivoobter uma visão geral da atuação da SPM/PR, desde a concessão dos recursos, passando pelasupervisão das aplicações desses, até a conclusão dos processos de prestações de contas dosconvênios recebedores de recursos do Programa 0156.

2 - INTRODUÇÃO2.1- Deliberação que oliglnou o tntbalho7. Em cumprimento ao Acórdão 134/2012 - TCU - Plenário, deu-se início à

Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC) na Secretaria de Politicas para as Mulheres(SPMlPR), com vistas a verificar a conformidade da concessão e aplicação dos recursostransferidos, por meio de convênios celebrados no período de 2009 a 2011, no âmbito do 11 PlanoNacional de Políticas para as Mulberes (11 PNPM), sob o enfoque da prevenção e enfrentamento daviolência contra as mulheres (Programa 0156).

8. A deliberação desta Corte de Contas partíu de representação do Ministério Públicodo TCU (MP/TCU), proposta pelo Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin, que, comnmdamento no ar!. 81, inc. I, da Lei 8.443/1992, e no alto 237, inc. VII, do Regimento Interno doTCU, solicitou (TC 036.719/2011-0): a avaliação sistêmica da Política Nacional para as Mulheres,sob a vertente do enfi'entamento à violência contra as mulheres; e a avaliação de conformidade daaplicação dos recursos vohados ao programa de enfrentamento à violência contra as mulheres, em

2

Para verificar as assinaturas, acesse W'o'NJ.tcu.gov.br/aulenlic!dade, informando o código 49778187.

--::"'Ir. TIUBUNALDE CDNrASDA UNIÃO

TeUTe 003.435/2012-1

especial, os repasses efetuados no âmbito do II Plano Nacional de Politicas para as Mulheres (11PNPM) a órgãos/entidades localizados no Distrito Federal, Acre, Pará, Amapá, Ceará, Bahia, MatoGrosso do Sul e Tocantins.

9. A representação do MP/TCU fui motivada por relatos, em diferentes locais do país, arespeito de fulllas no atendimento e na proteção das mulheres vitimas de violência doméstica, emespecial, nas localidades apoiadas com recursos federais advindos do PNPM. De início, arepresentação destacou notícia veiculada na imprensa do Distrito Federal, em 19/8/2010, acerca dedespejo da casa-abrigo que acolhia as mulheres vítimas de violência doméstica. Essa ocorrênciacausou surpresa pelo futo de a SPMIPR ter repassado à Sejus/DF, em 17/12/2007, por meio doConvênio 100/2007 (Siafi 598408), com vigência até 17112/2010, o valor de R$ 929.000,00, para aconsecução de serviços que incluíam o reaparelhamento da mencionada casa-abrigo.

10. De acordo com a representação, outros convênios firmados pela SPMIPR, comdiferentes municípios da unidade federatíva, também apresentariam possíveis irregularidades, que,segundo aponta o representante do Ministério Público/TCU, seriam indícios de má aplicação derecursos, além de desvio de finalidade e ausência de critérios adotados pela SPM/PR na escolha dosbenefic iários.

11. A avaliação, quanto à eficácia, eficiência, economicidade, eretividade e legitimidadedas ações de governo, fICou sob a responsabilidade da Secretaria de Fiscalização e Avaliação deProgramas de Governo (Seprog), com a participação da 6ft Secex, sob a modalidade de Auditoriaaperaciona~ no âmbito do processo TC 012.099/2011-2, que na data de 19/6/2012 foi encaminhadapara o gabinete do Ministro Aroldo Cedraz À 6a Secex coube a coordenação dos trabalhos relativosà ava liação de conformidade.

2.2 - Visão geral do objeto12. A I Conferência Nacional de Politicas para as Mulheres, realizada em 2004, foi a

base para a elaboração do I Plano Nacional de Politicas para as Mulheres (I PNPM), aprovado peloDecreto 5.390, de 8/3/2005, que definiu, entre os respectivos objetivos, a criação de uma PoliticaNacional de Enfi'entamento à Violência contra a Mulher, consolidada no \I Plano Nacional dePolíticas para as Mulheres (TI PNPM), aprovado pelo Decreto 6.387, de 5/3/2008.

13. Assim, o II PNPM veio definir os princípios e diretrizes gerais da mencionadaPolítica Nacional, estruturando-se em onze eixos estratégicos, com as respectivas metas, prioridadese planos de ação. a quarto eixo trata do enfi"entamento de todas as formas de violência contra asmulheres. Sob esse enfoque, o II PNPM visa: a) reduzir os índices de violência; b) proporcionaratendimento humanizado, integral e qualificado nos serviços especializados e na rede deatendimento; c) desconstruir estereótipos e representações de gênero; d) promover mudançacultural; e) garantir e proteger os direitos das mulheres em situação de violência; f) ampliar egarantir o acesso à justiça e à assistência jurídica gratuita a essas mulheres; g) asseguraratendimento especializado às mulheres do campo e da floresta; e h) promover a integração e aarticulação dos serviços e instituições de atendimento às mulheres em situação de violência.

14. Ressalte-se que o conceito de enfi'entamento adotado no âmbito da Politica Nacionalenvolve, além do combate à violência contra a mulher, as dimensões da prevenção, da assistência eda garantia de direitos.

15. a Programa 0156, selecionado para fins de aplicação dos procedimentos da FacSPM/PR, tem como foco, por sua vez, a prevenção e o enfi'entamento sistemático das diferentesformas de violência contra as mulheres e a promoção de atendimento integral, humanizado e dequalidade às que se encontram em situação de violência ou risco, transmitindo atitudes e valoresigualitários em prol da construção de uma cultura de paz Para tanto, envolve as seguintes açõesorçamentárias:

a) !OUJ - Implantação do Sistema Nacional de Informações sobre a Violênciacontra a Mulher;

b) 2C52 - Ampliação e Consolidação da Rede de Serviços Especializados deAtendimento às Mulheres em Situação de Violência;

3

Para verificar as assinaturas, acesse \WNI.tcu.gov.br/autenlicidade, informando o código 49778187.

teu TRIBUNAL DE CDNfASDA UNIÃO Te 003.43512012·1

execução física dos objetos dos convênios;aplicação dos recursos;celebração dos instrumeutos;ações de acompanhamento e fiscalização pelo órgão concedente dos recursos;tempestividade do encaminhamento das prestações de contas;tempestividade e regularidade das análises dos processos de contas.

c) 6812 - Capacitação de Profissionais para Atendimento a Mulheres em Situaçãode Violência;

d) 8831 - Central de Atend imento à Mulher - Ligue 180;e) 8833 - Apoio a Iniciativas de FOItalecimento dos Direitos Humanos das

Mulheres em Situação de Prisão;1) 8932 - Apoio a Iniciativas de Prevenção.

16. A SPMlPR, criada pela Medida Provisória 103, de 1/1/2003, convettida na Lei10.683, de 28/5/2003, no âmbito da respectiva competência, desenvolveu Termo de referência (peça17) para orientar a elaboração de projetos do Programa 0156, do PPA 2008-2011, tratando da: a)ampliação e consolidação da Rede de serviços especializados de atendimento às mulheres emsituação de violência, que envolve centros de referência, casas-abrigo e outros serviçosespecializados; b) capacitação de profissionais desses serviços especializados e da rede deatendimento; e c) apoio a ações educativas de prevenção à violência conh'a as mulheres.

17. Destaque-se que, além da SPM/PR, há mais dezoito órgãos da administração públicafederal envolvidos nas ações palrtadas no 11 PNPM. A polftica em questão conta também com oConselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), com 21 entidades representantes da sociedadecivil (âmbito nacional), além de de2esseis representações governamentais e de três conselheiras denotório conhecimento, indicadas e eleitas pelas demais conselheiras.

18. Além disso, a polftica das mulheres encontra-se em consonância com a Lei 11.340,de 7/8/2006 (Lei Maria da Penha), e com convenções e tratados internacionais, a exemplo daDeclaração Universal dos Direitos Humanos (1948), da Convenção Interamericana para Prevenir,Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, 1994), e daConvenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres(CEDAW, 1981). Complemente-se que a Lei Maria da Penha caracterizou a violência doméstica e1àmiliar con1O violação dos direitos humanos das mulheres, prevendo proteção e procedimentospoliciais e judiciais humanizados para as vítimas.

19. Nesse contexto, há também o Pacto Nacional de Enfi'entamento da Violência conh'aas MuUleres, lançado em agosto de 2007, com o objetivo de impulsionar a implantação da Polfticade Enfrentamento à Violência contra a Mulher. O Pacto envolve um cOluunto atticulado de açõesexecutadas, de forma direta ou indireta, no perfodo de 2008 a 2011, por vários Ministérios, emparceria com órgãos governamentais de unidades da federação e com instituições dos demaisPoderes. Tem por finalidade prevenir e enfi'entar todas as formas de violência contra as mulheres,prioritariamente, às mulheres rurais, negras e indigenas em situação de violência.

2.3 - Objetivo e questões de auditoria20. A presente auditoria teve por objetivo verificar a regularidade da gestão dos recursos

repassados pela SPMIPR por meio de convênios, no âmbito do 11 PNPM, em especia~ no que serefere a:

a)b)c)d)e)1)21. As questões referentes aos itens 'a' e 'b' furam examinadas no âmbito dos

executores, com fiscalizações in loco realizadas pelas seguintes regionais: Secex/AC, Secex/AP,Secex/BA, Secex/CE, Secex/ES, Secex/MS, Secex/PA, Secex/PE, Secex/RJ, Secex/RS, Secex/SP,Secex/TO; também foram aplicadas durante auditoria piloto, realizada no Distrito Federal. Osdemais itens fICaram a cargo da 6' Secex, quando da auditoria na unidade concedente dos recursos.

22. A pattir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estãosendo aplicados de acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adianteindicadas:

4

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autentlcidade. informando o código 49778187.

-~ TRIBUNAL DE mNTAS DA UNIÃO

TeUTe 003.435/2012-1

Auditoria nos convenentes (regionais e auditolia piloto)I) Os bens, serviços ou obras contratados para execução do convenro furam

efetivamente recebidos/prestados, de acordo com as especificações e os propósitos do convênio?2) A liberação dos recursos financeiros e a aplicação da contrapartkla (financeira ou em

bens/serviços) estão em conformidade com os dispositivos legais e foram execlrtadas de acordo como estabelecklo no respectivo termo de convênio?

3) A movimentação dos recursos na conta especifica do convênio respeita as exigênciaslegais e está respaldada por documentos financeiros que comprovam a prestação dos serviços ouentrega de materiais?

4) As aquisições de bens e as contratações de serviços ou obras obedeceram àsexigências legais e os respectivos preços foram compativeis com os de mercado?

Auditoria na concedente (6" Secex)5) O órgão concedente adota os requisitos estabelecidos na P0I1aria Interministerial­

MPOG/MF/CGU 127/2008 para ce lebrar os convênios?6) O repasse dos recursos é realizado dentro dos prazos acordados e após verificação

das exigências previstas na POl1aria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008? (arts. 42 e 43,caput e respectivos incs., da P011aria Intenninisterial-MPOGIMF/CGU 127/2008)

7) O concedente realiza o acompanhamento e a fiscalização da execução dosconvênios?

8) As prestações de contas são recebklas e analisadas dentro do prazo fixado e atendemàs exigências fOrmais especificadas pela P011aria Interministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008?

2.4 - Metodologia utilizada23. Inicialmente, extraiu-se planilha do Siconv contendo os convênios fu'mados pela

Secretaria de Polfticas para as Mulheres, no âmbito do Programa 0156 - Prevenção eEnfi'entamento à Violência contra as Mnlheres, referentes ao período de 2009 a 201!. Em seguida,fui utilizado nm filtro na planilha para definir os convênios firmados com os estados que seriamobjeto da fiscalização, ou seja, aqueles onde se localizam as Secex regionais do AC, AP, BA, CE,ES, MS, PA, PE, RJ, RS, SP e TO,

24. No intuito de se obter informações sobre a SPMlPR, em especia~ com relação aosconvênios firmados no âmbito do Programa 0156, foram analisadas legislações e normativoscorrelatos, além de acórdãos dirigidos à unklade jurisdicíonada, dos quais se destaca o Acórdão3227/2012-TCU-l a Câmara, que tratou de representação acerca de possíveis irregularidades emconvênios que tinham por objeto o acompanhamento e fOl1alecimento das polfticas nacionais decombate à violência contra a mulher.

25. Para orientar as fiscalizações nos executores dos convênios, a 6' Secex elaborou odocumento intitulado Procedimento de Auditoria - Orientações sobre a FOC nos Convênios daSPM/PR, contendo informações para auxiliar as regionais durante a fuse de planejamento daauditoria, em especial, a programação da auditoria, os documentos para leitura e os produtos aencaminhar, uo caso, sugestões de questões e procedimentos de auditoria, Ainda, nesse momentoinicia~ foi criada comunklade vit1ua! da FOC SPMlPR no ambiente Avec-TCU, com o intuito defucilitar a interação entre os auditores pm1icipantes da FOC,

26. Em segukla, foi elaborada a matriz de planejamento, contendo sugestõesencaminhadas pelas regíonais, e a matriz de possíveis achados, instrumentos que foram discutidoscom os membros das equipes em encontro realizado em Brasília, no período de 29 a 30/3/2012. Aofina~ a matriz compreendeu um total de oito questões. As quatro primeit-as abordaram a análise daregularidade da aplicação dos recursos, bem como da execução física do objeto dos convênios.Essas questões foram aplicadas pelas equipes das secretarias regionais, junto aos executores dosconvênios, As outras quatro questões, aplicadas pela equipe orientadora da FOC quando darealização de auditoria na concedente, envolveram a regularklade da celebração dos instrumentos,da concessão dos recursos, da fiscalização e do acompanhamento da execução dos convênios pelaconcedente e a tempestividade de recebimento e análise das prestações de contas.

5

Para verificar as assinaturas, acesse WM'I.tcu.gov.br/autenticidade, informando o códIgo 49778187.

~ TRIBUNAL DE CDNTASDA UNIÃO

teu Te 003.435/2012-1

27. Para testar os procedimentos previstos nas primeiras quatro questões da matriz deplanejamento, realizou-se aud itoria piloto em dois convênios, um firmado com órgão público eoutro com entidade privada sem fins lucrativos, ambos no Distrito Federal.

28. Além disso, os membros da rede de inteligência da 6' Secex elaboraram um roteirocom algumas verificações relevantes para que as Secex regionais pudessem selecionar amostra dosconvênios e identificar pagamentos com indícios de irregularidades a serem investigados pelasequipes da FOC na etapa de execução.

29. Sendo assim, solicitou-se que as regionais selecionassem os convênios que seriamfiscalizados, com base, preferencialmente, 110S indícios de irregularidades identificados apósaplícação dos recursos da rede de inteligência e, caso não fosse possível. com base nos seguintescritérios: a) constante da representação do Ministério Público junto ao TCU (TC 036.719/2011-0);b) materialidade; c) risco - informações de denúncias e representações de conhecimento dasunidades técnícas; d) convênios em execução; e) construção/aparelhamento de casa-abrigo oucentro de referência de atendimento às mulheres em situação de violência; e/ou 1) origem ememenda parlamentares.

30. Encontram-se na tabela abaixo os convênios selecionados pelas Secex regionais etambém os convênios fiscalizados na làse piloto, além do Convênio 107/2011 (Siconv 761864),firmado com o Governo do estado do Acre, no âmbito do Programa 0156, ação 2C52, no valor deR$ 740.930,00, que foi prol'l'ogado de oficio durante a realização desta FOC, conforme publicaçãono Diário Oficial da União (DOU) de 17/5/2012. Complemente-se que esses convênioscompuseram a denominada "amostra A" da auditoria na SPM/PR para verificação da confurmidadeda concessão dos recursos. Desses ajustes, apenas o Convênio 100/2007 (Siafi 598408) encontra-sesob a égide da Instrução Normativa-SlN 1, de 15/1/1997. Os demais convênios analisados estãosob a vigência da POltaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008.

Tabela 1 - Convênios integmntes da amostm A, nos quais fomm veIificadosrequisitos relacionados à celebmção dos instrumentos e Iibemção dos recursosN~ ViVE; ;; xc 5;xx'/xc x/ vmt:U'{H,$)1 AC 108/2009 (722377) Representação do MP/TCU 712.132,882 AC 278/2009 (730308) Selecionado pela regional 2.375.408,203 AC 107/2011 (761864) Prorrogado de oficio 740.930,00

(DOU 17/5/2012)4 AP 157/2010 (746548) Representação do MP/TCU 631.000,005 AP 94/2009 (722079) Representação do MP/TCU 550.000,006 AP 100/2009 (722348) Selecionado pela regional 556.000,007 AP 299/2009 (728545) Representação do MP/TCU 220.000,008 BA 038/2009 (708277) Selecionado pela regional 170.000,009 BA 82/2009 (720765) Selecionado pela regional 244.304,6210 BA 301/2009 (728909) Selecionado pela regional 2.039.015,00II CE 247/2009 (724499) Selecionado pela regional 1.679.871 ,6412 CE 242/2009 (724509) Selecionado pela regional 2.101.907,7713 DF 19112009 (728683) Selecionado pela equipe 185.715,0014 DF 100/2007 (598408) Representação do MP/TCU 1.082.867,5515 ES 298/2009 (728650) Representação do MP/TCU 115.113,5016 MS 006/2009 (705791) Selecionado pela regional 357.470,0017 MS 180/2011 (762331) Selecionado pela regional 1.797.628,0018 MS 199/2009 (730139) Selecionado pela regional 967.880,0019 MS 018/2009 (707113) Selecionado pela regional 275.000,0020 MS 24612009 (724616) Selecionado pela regional 714.064,0021 PA 107/2009 (717926) Selecionado pela regional 1.994.000,0022 PA 245/2009 (724613) Selecionado pela regional 1.171.572,00

6

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade. informando o código 49778187.

,~ T RlBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

TeUTe 003.43512012-1

23 PA 71/20 II (756590) Selecionado pela regional 217.255,9624 PE 77/2009 (724624) Selecionado pela regional 165.486,0025 PE 131/2010 (746734) Selecionado pela regional 222.383,2626 PE 006/2011 (756000) Selecionado pela regional 2.285.850,0027 PE 291/2009 (730294) Selecionado pela regional 1.287.297,3728 RJ 243/2009 (724531) Selecionado pela regional 1.130.896,7329 RJ 007/2010 (732279) Selecionado pela regional 319.454,4930 RJ 113/2009 (723018) Selecionado pela regional 121.714,4331 RJ 13/2011 (755955) Selecionado nela regional 200.000,0032 RJ 109/2010 (740462) Selecionado pela regional 180.349,0133 RS 90/20101735332) Selecionado pela regional 108.700,0034 RS 226/2009 (728677) Selecionado pela regional 337.668,0035 RS 307/2009 (729730) Selecionado pela regional 126.062,0036 RS 227/2009 (730527) Selecionado pela regional 185.409,0037 RS 004/2011 (755883) Selecionado pela regional 161.590,0038 SP 43/2010 (732413) Selecionado pela regional 182.750,0039 SP 170/2009 (718432) Selecionado pela regional 209.697,5040 SP 176/2009 (718514) Selecionado pela regional 340.000,0041 TO 31112009 (730422) Selecionado pela regional 1.135.482,0042 TO 147/2010 (746672) Representação do MP/TCU 283.481,75Total 29.883.407,66

31. MencIone-se que, não obstante o escopo da audltona ter sido deltmltado no âmbitodo Programa 0156, a aplicação dos recursos do Convênio 299/2009 (Siconv 728545), firmado pelaSPM/PR com recursos do Programa 1433 - Incentivo à autonomia econômica e aoempreendedorismo, fez parte do escopo, em virtude de ter sido citado na representação que originoua fIScalização. O Convênio 224/2009 (Siconv 730276), firmado com o estado do Espírito Santo,apesar de ter sido mencionado na representação do Ministério Público não foi auditado tendo emvista o seu cancelamento.

32. Selecionou-se, ainda, uma segunda amostra, denominada "amostra B", composta porsete convênios, para fins de análise da regularidade dos processos de prestação de contas dosconvênios sob a égide da Portaria Interministeria~MPOG/MF/CGU 127/2008. Essa amostra fuiextraída de um universo de quinze convênios, firmados no âmbito do programa 0156, no período de2009 a 2011, referentes aos doze estados objeto de fiscalização nesta auditoria, ctUa situaçãoconstava no Siconv como "prestação de contas aprovadas".

Tabela 2- Convênios integrantes da amostl'll B, nos quais foi velificada a regularidadedas análises das prestações de coutas

iUI\' i./rEei-;-!H! ir Y~íp,.iº(âl!m$) jjf.,fi'S':?!2i!2-ipprj.2_Ei!I RJ 052/2009 (Siconv 713322) 153.047,00 Centro de Imprema Assessoria e Rád io2 SP 308/2009 (Siconv 729851) 411.906,24 Prefuitura de Jacareí3 AP 96/2009 (S ivonv 722082) 330.000,00 Secretaria de Estado, J IlStiça e Segurança

Pública4 RS 005/2010 (Siconv 731969) 387.890,00 Prefeitura de Sapucaia do Sul5 SP 209/2009 (Siconv 725452) 280.000,00 Prefeitura de Pindamonhangaba6 PA 236/2009 (Siconv 727295) 150.000,00 Secretaria de Estado de Justiça e Direitos

Humanos7 SP 117/2009 (Siconv 716057) 164.423,54 Prefeitura de Marília

Total 1.877.266,782.5 - Volume de recursos fiscaluados33. O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 31.760.674,44, sendo

R$ 29.883.407,66 referentes à ruse de celebração dos instrumentos, concessão dos reclU'SOS e7

Para verificar as assinaturas, acesse \WJIN.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 49778187.

1Cu TRIBUNAL DE CüNfASDA UNIÃO Te 003.435/2012-1

execução, e R$ 1.877.266,78, relativos à avaliação da regularidade dos processos de prestação decontas.

2.6 - Beneficios de Controle34. Nos moldes da Portaria-Segecex 10, de 30/3/2012 e seu anexo, tem-se como

proposta de beneficio potencial desta fiscalização a correção de irregularidades e o incremento daefetividade do órgão.

2.7 - Processos conexos35. Tendo em vista que a modalidade da FOC é a de relatórios individualizados, cada

Secex regional autuou processos próprios para o registro dos achados e comprovantes dasrespectivas fiscalizações, conforme relação abaixo, em que constam também as deliberaçõescorrespondentes proferidas até 8/8/2012:

Tabela 3 - Processos das Secex Regionais-R~ólôiiaf .~ ,-;:'TC~ TCôIlWllcntes .L,<· 'N?do .......

AC 007.08212012-6 27812009 (730308) Secretaria de Estado de Polícia O processo foi enviadoCivil do Ael~ (SEPCIAC) para pronuncianxmto do

Relator em 2515120 12.009.55412012-2 10812009 (722377) Secretaria de Estado de O processo foi enviado

Dcscnvolvirnento para a para pronuncianx:nto doSegurança Social do GJVCnlO do Relator em 2515120 12.Estado do Acre

AP 003.47812012-2 9412009 (722079) Governo do Estado do Amaná O processo foi enviado29912009 (728545) Associação Comunitária do para pronunciamento do

r"tado do Amaoá Relatarem 311512012.009.14112012-0 10012009 (722348) ('",vemo do Estado do Amapá O processo foi enviado

para pronuncimrento doRe lator em 311512012.

[lA 009.95412012-0 8212009 (720765) l'vlunicfpio de Itapetinga Acórdão 158212012-TCU-PL (Sessão de271612012).

003.52012012-9 30112009 (728909) Secretaria de Pronnçào da Aeó"lão 157612012-Igualdade do Estado da Bahia TCU-PL {Sessão deá,enromn 271612012\

009.95512012-7 3812009 (708277) Município de Valença Acórdão 158312012-TCU-PL (Sessão de271612012).

CE 003.55612012-3 24212009 (724509) Secretaria da Segurança Pública c O processo foi enviadoDefesa Social para pronunciamento do

247/2009 (724499) Secretaria da Segurança Pública c Relator em 27/6120 12.Defesa Social

ES 006.52012012-0 29812009 (728650) Município de Cachoeiro de Acórdão 158112012-Itapemirim TCU-PL (Sessão de

271612012\.MS 003.63512012-0 00612009 (705791) Secretaria de Estado de Ck>vemo O processo toi enviado

para pronunciamento do24612009 1724616\ Secretaria de Estado de G:>vemo Re lator cm 111612012.199/2009 (730139\ Secretaria de Estado de Govemo01812009 (707113) Secretaria de Estado de Govel1lo180120111762331\ Secretaria de t-<-:Stado de Gwemo

PA 003.77012012-5 10712009 (717926) Secretaria de F..stado de Justiça e Acórdão 157812012-Direitos Humanos TCU-PL (Sessão de

271612012l.003.86212012-7 24512009 (724613) Po1fcia Civil do Estado do Pará Acórdão 157912012-

TCU-PL (Sessão de271612012).

003.86312012-3 7112011 (756590) Sociedade de Detesa dos Direitos Acórdão 158012012-Sexuais na Amazônia TCU-PL (Sessão de

27/612012)PE 007.05612012-5 29112009 (730294) Secretaria de De tesa Social Ainda não foi

8

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade. informando o côdigo 49778187.

,~ TRIBUNAL DE CDNTAS DA UNIAo

TeUTe 003.435/2012-1

7712009 (724624) Secretaria l<:Special da Mulher de encaminhado para oPemambuco Gabinete do Re lator.

13112010 (746734) Secretaria da Mulher do Estado dePemambuco

006/2011 (756000) Estado de PemambucolU 003.843/2012-2 243/2009 (724531) Secretaria de Estado de Segurança O processo foi enviado

Pública do Rio de Janeiro para pronunciamento do007/2010(732279) Municíoio de São João de Meriti Relator em 29/6/20 12.11312009 (723018) Municfpio de São João de Meriti01312011 (755955) Viva Brasil10912010 (740462) Casa da Cultura - Centro de

Fonmção Artlstiea e Cultuml daBaixada Flu minense

RS 010.20912012-3 22712009 (730527) Município de São Leopoldo O processo foi enviadopara pronuncian~nto doRelator em 8/6/20 12.

003.59812012-8 90120 I0(735332) Federação das Mulheres Gaúchas Acórdão 1577/2012-TCU-PL (Sessão de271612012).

010.19612012-9 22612009 (728677) Município de São Leopoldo Acórdão 1584/2012-TCU-PL (Sessão de27/6/2012).

010.20812012-7 30712009 (729730) Muuiclplo de São Leopoldo Acórdão 158512012-TCU-PL(Sessilo de27/6/2012).

011.497/2012-2 004/2011 (755883) Themis Assessoria Jurídica e O processo foi enviadoEstudos de G~nero para pronuncianx:nto do

Relatorem 81612012.SI' 003.601/2012-9 43/2010 (732413) Município de São Bemardo do O processo foi

Campo encaminhado para17012009 (718432) Município de Estância Turística pronunciamento do

de Embu Relatarem 4/6/20 12.17612009 (718514) Instituição Católicas pelo Direito

de DecidirTO 003.51512012-5 14712010 (746672) Secretaria de Estado da Cidadania O processo foi enviado

e Justiça para pronunciamento do31112009 (730422) Secretaria de Estado da Segurança Relator em 251612012.

Pública-36. Ha amda O TC 003.44212012-8, relatIvo a audrtona pIloto realIzada uo penado

compreeudido entre 6/2/2012 e 1815/2012, com o objetivo de avaliar as questões de auditoria e osprocedimentos adotados no âmbito da FOC SPMIPR. Em consequência, verificou-se aconformidade da aplicação de recursos repassados, no âmbito do Il Plano Nacional de Políticas paraas Mulheres (lI PNPM), por meio dos Convênios 100/2007 (Siafi 598408) e 191/2009 (Siconv728683), firmados pela SPMIPR com a Secl'etaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos doDistrito Federal (Sejus/DF) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura(ContaglDF), respectivamente.

3 - CONSOLIDAÇÃO DAS AUDITORIAS REALIZADAS NOS EXECUTORES37. Dos resultados apurados pelas Secex regionais, torna-se relevante destacar os

seguintes convênios em que já foi caracterizada a imputação de débito:a) convênio 100/2009 (Siconv 722348), firmado com o Governo do estado do Amapá,

em virtude de despesas não lastreadas por notas fiscais - valor total do débito: R$ 482.695,00;b) convênio 31112009 (Siconv 730422), assinado com a Secretaria de Estado da

Cidadania e Justiça de Tocantins, tendo em vista a identificação de supel'faturamento na aquisiçãode veiculos - valor total do débito: R$ 85.200,00.

38. Ontros casos a serem ressaltados são:a) convênios 100/2007 (Siafi 598408) e 4/2011 (Siconv 755883), fn·mados

respectivamente com a Sejus/DF e a Themis Assessoria, com propostas de determinação à SPM9

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenlicldade. informando o código 49778187.

TRIBUNAL DE CDNrAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

para que apure as irregularidades apontadas nos respectivos relatórios com indícios de prejuízo (TC003.442/2012-8 e 011.497/2012-2); e

b) convênio 299/2009 (Siconv 728545), assinado com a Associação Comunitária doestado do Amapá, em que se constatou que a SPM já havia instaurado tomada de contas especial(TC 012.130/2012-5).

39. De modo a obter uma visão geral dos principais problemas detectados, os achadosforam agrupados, na tabela abaixo, de acordo com as questões previstas na matriz de planejamento,que enfocam basicamente os seguintes assuntos: execução do objeto (Questão I), repasse econtrapartida (Questão 2), movimentação de recursos e comprovação de despesas (Questão 3) elicitações e preços de aquisição (Questão 4).

40. Cabe esclarecer que devem ser desconsiderados, no presente agrupamento, trêsconvênios constantes da Tabela I - Convênios integrantes da Amostra A, nos quais furamverificados os requisitos relacionado à celebração dos instrumentos e liberação dos recursos (42convênios), que não tiveram a execução fiscalizada pelas Secex regionais: o Convênio 107/2011(Siconv 761864), uma vez que foi adicionado à amostra posteriormente, em virtude da prorrogaçãode oflCio publicada no Diário OflCialda União de 17/5/2012 e da materialidade de R$ 740.930,00; oConvênio 157/2010 (Siconv 746548), que, apesar de ter sido mencionado na representação doMinistério Público junto ao TCU, não foi objeto de análise da SecexlAP; e o Convênio 180/2011(Siconv 762331), que não havia recebido recursos até a data dos trabalhos de campo. Assim, ospercentuais e análises a seguir têm como parâmetro as fiscalizações realizadas em39 convênios.

Tabela 4 - Agrupamento dos achados identificados na execução dos convêniosfis caliza dos

}Ii>i ••.

IA~' Ár 1(;1') I~%sb

1'.'Ii» ! '\» I]lA IR~ lI;;'> 1''\ Il'}] IlU IRS SI' ITO TO-rÚ. total.Ii ••Ii . li fiscalizado

QlI~~t~o 1 Execução doobietoInexecuçào total ou parcial 2 3 2 I 1 I 10 26%do objetoDesvio de finalidade I I 2 I 5 13%Objeto e;;;ccutado, masserviços nào I 0%disponibiliz1dosDescumprirrento do plano I 2 1 4 10%de trabalhoIncompatibilidade do objetocom a finalidade da ação I 1 3%orçatnentáriaFalhas do controle I I I 3 8%patrimonialNão disponibili711Ção dosdocumentos e infonnações I 2 I I 4 I 1 11 28%no Siconv (contmtos,pagamentos)Que~t~02 Repasse e ....Contranartida .' . '..

Liberaçào de recursos pela I 3 2 2 8 21%concedenteContrapaltida - atraso, nãocomprovação I 2 2 1 6 15%(bens/serviços) ou ausênciade deoó~ito

Que~tllo 3 ~MovPt1entação. der€lclIrs()se,-_ ...

! 'co In Ilr ovac 110 de des",,~ a~

10

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticldade.informandoocódigo49778187.

/::"1. TRIBUNAL DE CDNfAS DA UNIÃO

teuTe 003.435/2012-1

Documentos t1scais sem2 2 4 8 21%

identificacão do convênioDespesas não comprovadas I I 2 5%Alteração do PT sem I I 3%autorizaçãoNão aplicação financeira 2 I 3 8%Movirnentação irregular naconta especifica(transferências ou despesas I 2 I I I 4 10 26%vedadas / movimentaçãotora da conta)Questão 4 - Licitações e .

, l>reços de aquisição .

Falhas no procedilnento 2 I 1 I I 6 15%licitatórioNão realização de licitaçãoou cotação prévia, quando I I I 2 5 13%devidoFalhas nas contratações (pordispcsa, por inexigibilidade 1 I 1 3 8%ou por adesão a ata deregislro de OI~COs)Procedimentos fraudulentos I I 2 5%na licitaçãoFalha no aeo mpanhamcnto I I 3%do contratoPreços incompatíve is comos de Il'K:rcacto ou maiores I I I I 4 10%Que os orcados

Fonte: Relatonos das Secex RegIOnaiS - processos relacIOnados no Item 2.7 deste relatorlO(Tabela 3).

übs.: Convênios sem achados registrados pelas Secex regionais: CE: 247/2009 (724499),MS: 6/2009 (705791) e 18/2009 (707113); PA: 245/2009 (724613); RJ: 113/2009 (723018),243/2009 (724531); 7/2010 (732279), 109/2010 (740462) e 13/2011 (755955); SP: 176/2009(718514).

41. Diante dos dados apresentados no quadro acima, nota-se que as impropriedades eirregularidades encontradas na execução dos convênios firmados com a SPM/PR, no período de2009 a 2011, e que compuseram a amostra deste trabalho, concentram-se em: ausência dedisponibilização de documentos e informações relativos ao convênio no Siconv (28%),movimentação irregular na conta específica (26%), inexecução total ou parcial do objeto (26%),inexistência de identificação do convênio nos documentos fiscais (21 %), e atrasos na liberação dosrecursos pela concedente (21 %).

42. Quanto aos atrasos na liberação de recursos dos convênios por palte da SPMIPR,ressalte-se que essa situação foi objeto de comentários no achado que consta no item 4.3 dopresente relatórío.

43. Vale lembrar, ainda, que não é possível generalizar os resultados obtidos na análisedo conjunto de convênios examinados, uma vez que a seleção da amostra ocorreu de forma nãoprobabilística, tendo por base os critérios mencionados no item 2.4 do presente relatório.

44. De qualquer forma, entende-se que a condensação desses dados fumecemimportantes subsídios para a atuação da SPMIPR. Afinal, ao observá-los, verificam-se falhas noacompanhamento à distância realízado pela mencionada Secretaria, tanto dos dados que osconvenentes registram no Siconv durante a fase de execução do convênio, como dasmovimentações ocorridas na conta bancária específica do convênio, incluindo os depósitos dascontrapartidas. A ausência de fiscalizações in loco sistematizadas também pode fuvorecer

11

Para verificar as assinaturas, acesse WM'I.tcu.gov.br/autenticídade. informando o código 49778187.

tê'b TRIBUNAL DE CONfASDA UNIÃO Te 003.435/2012-1

inexecuções totais ou parciais do objeto, desvios de finalidade, descumprimento do plano detrabalho, falhas no controle patrimonial e documentos fiscais sem identificação do convênio.

45. Apresentam-se a seguÚ' os convênios em que foram detectadas Ú'regularidades commaior probabilidade de causar prejuízo ao erário e ao programa de governo, a serem apuradas nosrespectivos processos:

Tabela 5 - Convênios por irregularidade de maior gravidade

'" -'T.·.... .H" /+ <

.'-

Siconv 717926, 722079, 722348, 722377,Inexecução total ou parcial do objeto 724624, 728545, 728683, 730308, 755883 e Siafi

598408Siconv 708277, 717926, 722079, 724509,

Movimentação irregular da conta específica 728683, 728909, 728677, 729730, 730527 e755883

Desvio de finalidade do objetoSiconv 718432, 728677, 730308, 735332e Siafi 598408

Preços incompatíve is com os valores de Siconv 724509, 728545, 730308 e 730422mercado ou com os orçadosProcedimentos fi"audulentos em licitação Siconv 728545 e 755883Despesas não comprovadas Siconv 722348 e 728683Documentos fiscais sem identificação do Siconv 722377, 728683, 728677, 729730,convênio 730308, 730527, 735332 e S iafi 598408

4 -ACHADOS DA AUDITORIA REALIZADA NO ORCAO CONCEDENTE4.1- Ausência de cláusulas obrigatórias nos Termos de Convênio.4.1.1 - Situação encontrada:46. Em análise aos termos de convênio da amostra desta auditoria, verificou-se,

conforme disposto na planilha acostada à peça 27, que as cláusulas necessárias previstas no ar!. 30,inc. VIII, X e XXIV da Portaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008, vigente à época, nãoforam devidamente observadas. Sete instrumentos não dispuseram a classificação orçamentária dadespesa, em descumprimento à parte inicial do inc. VIII, e nenhum dos instl'llmentos continhacláusulas referentes à segunda parte do inc. VIII e aos incs. X e XXIV, que dispõem,respectivamente, acerca da:

a) declaração de que, em tennos aditivos, indicar-se-iam os créditos e empenhos parasua cobertura, de cada parcela da despesa a ser transrerida em exercício futuro (segunda parte doinc. VIII);

b) obrigatoriedade de o convenente incluir regularmente no Siconv as informações e osdocumentos exigidos, mantendo-os atualizados (inc. X); e

c) obrigação de prestar contas, no Siconv, dos recursos recebidos (inc. XXIV).47. Consta no parágrafo primeiro da cláusula décima quarta - da prestação de contas dos

termos de convênio, determinação no sentido de que as prestações de contas finais observarão asnormas emanadas da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, que prevê, em seu ar!.58, que a prestação seria composta de outros documentos e informações a lém daqueles apresentadospelo convenente no S iconv.

48. Cumpre registrar, ainda, que, apesar de não constarem as exigências no termo deconvênio referentes à obrigatoriedade de o convenente incluir regularmente no Siconv asinformações e os documentos exigidos na POltaria, mantendo-os atualizados, bem COll1O de prestarcontas dos recursos no Siconv, verificou-se que é comum no âmbito da SPM/PR orientar, por meiode Oficio encaminhado ao convenente, que, conforme preceituado no Decreto 6.170, de 25/7/2007,todos os atos e procedimentos rererentes a convênios deveriam ser inseridos no S iconv paraacompanhamento online do órgão concedente, aleitando o convenente de que a não alimentação dosistema impediria a análise da execução e, posteriormente, da prestação de contas do convênio(exemplos: Convênio 724624, peça 62, p. 75, Convênio 756000, peça 71, p. 23).

12

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenlicidade. informando o código 49778187.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

49. Apesar do relatado, esses futos não são, de pel' s~ capazes de sanar a impropriedadedetectada, não isentando o instrumento de celebração de conter as exigências previstas nos incs. X eXXIV do ar!. 30 da Portaria Intenninisterial-MPOG/MFICGU 127/2008.

50. Ainda, verificou-se que trinta instrumentos continham a permissão ao convenente, noparágrafo primeiro da cláusula terceira - Dos Recursos Orçamentários e Financeiros, para amovimentação dos recursos para pagamento de despesas previstas no plano de trabalho mediantecheque nominativo ou ordem bancária a fuvor do credor, o que demonstra infi'ação ao ar!. 50, §2°,inc. lI, da Portaria Interministerial-MPOGIMFICGU 12712008, que disciplina o pagamento dedespesas med iante créd ito na conta bancária de titularidade dos fOl'llecedores e prestadores deserviço. Contudo, conforme planilha à peça 27, a paItir do exercício de 2011, a SPMIPR passou adeterminar nos termos de convênios verificados que os pagamentos fossem realizadosexclusivamente mediante crédito na conta bancária dos fornecedores e prestadores de serviços.Nesse caso, tendo em vista que a SPMlPR vem adotando as medidas previstas no normativomencionado, entende-se superada essa questão.

51. Ainda tratando de irregularidades identificadas nos termos de convênio, impenderegistrar o caso concreto do Convênio 4/201 I (Siconv 755883), firmado com a Themis AssessoriaJurídica e Estudos de Gênero, entidade privada sem fins lucrativos estabelecida no estado do RioGrande do Sul, cujo objeto era "a organização e publicação de versão comentada da Lei Maria daPenha na perspectiva jurídico-feminista para responder as atuais visõeslversões contrárias" àmencionada lei, com previsão de repasse no valor de R$ 146.900,00, mais R$ 14.690,00 decontrapartida (peça 93, p. 14-26).

52. O projeto do convênio previu a organização e publicação de mil exemplares a custozero para a SPM e, tanto no projeto como no plano de trabalho, estava prevista a disponibilizaçãodo livro em sites da SPM e de diversas ONGs e movimentos de mulheres (peça 121, p. 1-12).Contudo, o termo de convênio não especificou a destinação que deveria ser dada aos exemplares dolivro produzido como resultado do ajuste, em descumprimento ao alt. 30, inc. XlV, da POltariaIntermin isterial-MPOGIMFICGU 127/2008, delnonstrando fulha na análise do parecerista juríd ico,com consequências graves neste caso concreto.

53. Isso porque quando da realização da fiscalização no convênio pela SecexfRS,verificou-se que o livro em questão, denominado "Lei Maria da Penha Comentada em umaPerspectiva Jurídico-feminista", além de não constar no site da SPM e não ter sido comprovada aentrega dos mil exemplares à mencionada Secretaria, fui publicado pela editora Lumen Juris e seencontra à venda no site da editora (TC 011.497/2012-2), contrariando a finalidade do convênio,que, segundo Marçal Justen Filho, envolve a conjugação de esforços elou recursos, com vista adisciplinar "a atuação harmônica e sem intuito lucrativo das paltes" (Comentários à Lei deLicitações e Contratos Administrativos, ed. 13, São Paulo: Dialética, 2009, p. 908). Em razão dessae de outras irregularidades identificadas no convênio, a SecexlRS propôs determinar à SPM queapure as irregularidades constatadas, informando ao Tribunal as medídas adotadas, bem como queinstaure tomada de contas espec ia I, se for o caso.

4.1.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:a) Convênios 108/2009 (Siconv 722377), 278/2009 (Siconv730308), 107/2011 (Siconv

761864), 94/2009 (Siconv 722079), 100/2009 (Siconv 722348), 29912009 (Siconv 728545),157/2010 (Siconv 746548),38/2008 (Siconv 708277),82/2009 (Siconv 720765),30112009 (Siconv728909), 247/2009 (S iconv 724499), 242/2009 (Siconv 724509), 191/2009 (S iconv 728683),298/2009 (Siconv 728650), 18/2009 (Siconv 707113), 246/2009 (Siconv 724616), 199/2009(Siconv 730139),18012011 (Siconv 762331),6/2009 (Siconv 705791),10712009 (Siconv 717926),245/2009 (Siconv 724613),71/2011 (Siconv 756590), 13112010 (Siconv 746734),77/2009 (Siconv724624), 29112009 (Siconv 730294), 612011 (Siconv 756000), 11312009 (Siconv 723018),243/2009 (S iconv 724531), 7/2010 (Siconv 732279), 10712010 (Siconv 740462), 13/2011 (Siconv755955), 226/2009 (Siconv 728677), 307/2009 (Siconv 729730), 22712009 (Siconv 730527),

13

Para verificar as assinaturas, acesse VNNI.tcu.gov.br/autenticldade, informando o código 49778187.

~ TRIBUNAL DE CDNrAS DA UNIÃO

TeU Te 003.435/2012-1

omissão no dever de prestar contas por meio do Siconv (efeito real);dificuldade do acompanhamento, pela concedente, da execução dos convênios (efeito

90/2010 (S iconv 735332), 4/2011 (S iconv 755883), 170/2009 (Siconv 718432), 176/2009 (S iconv718514), 43/2010 (S iconv 732413), 311!2009 (Siconv 730422) e 147/2010 (Siconv 746672);

b) Parecer técnico 1jurídico;c) Relação dos convênios da amosh'a não estatistica;d) Processo (Autos) Processo flsico do convênio;e) Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal

(Siconv).4.1.3 - Ciitélios:a) Lei 8666!l993, art. 38, §Io;b) POltaria Interministerial-MPOG/MFICGU 127/2008, art. 20; alt. 30, inc. VIll, X e

XXIV; art. 31; art. 50, § 2°, inc. lI.4.1.4 - Evidências:a) Tabela do achado sobre termo de convênio (peça 27);b) PE- Convênio 724624 - documentos do processo (peça 62, p. 75);c) PE - Convênio 756000 - documentos do processo (peça 71, p. 23);d) RS - Convênio 755883 - documentos do processo (peça 93, p. 1-26).4.1.5 - Causas:a) omissão da concedente dos recursos em estabelecer, nos instrumentos de convênios,

exigências obrigatórias determinadas na norma que rege a matéria.4.1.6 - Efeitos/Consequências do achado:a) ausência de inclusão no Siconv pelos convenentes de documentos e informações

(efeito real);b)c)

potencial);d) fulta de recursos para arcar com despesas provenientes da aditivação de convênios

(efeito potencial).4.1.7 - Conclusão da equipc:54. O art. 30 da Portaria Interministerial-MPOG/MFICGU 127/2008 dispunha acerca das

cláusulas necessárias que os instrumentos dos convênios devem obrigatoriamente conter. Nos casosora em análise, verificou-se descumprimento aos incs. VIll, X e XXIV do art. 30 do normativo.

55. Com relação á constatação de permissão aos convenentes, em trinta insh'umentos,para movimentar recursos mediante cheque nominativo, em afi'onta ao alto 50, §2°, inc. 11, daPOltaria Interministerial-MPOG/MFICGU 127/2008, haja vista que a SPMlPR vem adotando asmedidas prevEtas no normativo mencionado a partir' de 2011, entende-se superada essa questão.

56. O art. 31 do normativo mencionado e o art. 38, parágrafo primeiro, da Lei8.666/1993 disciplinam que a celebração de convênios deve ser precedida de análise e manifestaçãoconclusiva pelo setor j\ll'ídico, segundo sua competência. A análise dos processos relativos aosconvênios objeto da amostra dessa auditoria permitiu verificar que constam pareceres jurídicos queavaliaram e aprovaram as mirllltas do termo de convênio em seus aspectos estritamente legais.Apesar de não terem sido ressaltadas, pelos pareceristas jurídicos, as ausências de dispositivosobrigatórios nos insh'U1nentos, mais especificamente dos irlCS. VIII, X e XXIV do art. 30 da PortariaInterministerial-MPOG/MFICGU 127/2008, uma vez que não houve dano ao erário, a princípio,entende-se suficiente dar ciência ao órgão da impropriedade verificada.

57. Quanto ao caso concreto do Convênio 004/2011 (Siconv 755883), firmado com aentidade privada Themis Assessoria JUI'ídica e Estudos de Gênero, houve proposta de determinaçãofeita pela Secex/RS para que a SPMIPR apure a irregularidade constatada, de forma que asresponsabilidades serão analisadas em processo específico (TC 011.497/2012-2).

4.1.8 - Proposta de encaminhamento:58. Dar ciência á Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República

(SPMIPR) sobre a seguinte impropriedade:

14

Para verificar as assinaturas, acesse \vww.tcu.gov,br/autenticidade.lnformando o código 49778187.

~ TRIBUNAL DE CONIAS DA UNIÃO

TCUTe 003.435/2012-1

a) a ausência de cláusulas necessárias nos termos de convênio, firmados no âmbito do 11Plano Nacional de Politicas para as Mulheres (Il PNPM), referentes á: classificação orçamentária dadespesa e declaração de que em termos aditivos indicar-se-ão os créditos empenhados para suacobeltura; obrigatoriedade de o convenente incluir regularmente no Siconv as informações edocumentos exigidos, mantendo-os atualizados; e obrigação de prestar contas dos recursosrecebidos no Siconv, COlno ocorrido nos convênios da tabela disposta na peça 27 destes autos,afrontam, respectivamente, os incs. VlII, X e XXIV do art. 30 da Portaria lnterministerial­MPOGIMF/CGU 127/2008, e, atualmente, o ari. 43, incs. VIII, X, e XXIV da Portarialntenninisterial-MPOGIMF/CGU 507/201 1.

4.2 - Falha nas análises da viabilidade, da adequação e dos requisitos minimos noplano de trabalho.

4.2.1 - Sitnação encontrada:59. Com o objetivo de averiguar a adequação dos pareceres técnicos, emitidos pela SPM,

às exigências previstas nas Leis 8.6661l993 e 10.180/200 I, bem COlno na Portaria lnterministerial­MPOGIMF/CGU 127/2008, vigente à época, examinaram-se os pareceres constantes nos processosque compuseram a amostra de convênios selecionados para a avaliação da fuse de concessão ­"amostra A". Assim, constatou-se que os pareceres em questão apresentam análises superficiais,tanto no que se refere ao exame da viabilidade e adequação dos planos de trabalho e respectivosajustes, COlno à avaliação da capacidade técnica e operacional das entidades privadas sem finslucrativos (peça I 14).

60. Primeiramente, cabe destacar que os pareceres analisados são compostos de umcheck list, no qual o parecerista marca com x os itens que, segundo ele, foram cumpridos peloconvenente, a exemplo do ocorrido nos Convênios 199/2009 - S iconv 730139 (peça 53, p. 1-4),13/201 I - Siconv 755955 (peça 85, p. 1-3), e 41201 1- Siconv 755883 (peça 93, p. 4-5). Nota-se, noentanto, que eles não referenciam os documentos que corroboraram as análises realizadas. Alémdisso, não foram encontrados, nem nos autos nem no Siconv, quaisquer documentos ou informaçõesque pudessem validar parte das conc lusões dos pareceristas.

61. Por exemplo, no que tange à análise dos custos, inexisten\ em 100% dos convêniosanalisados, argumentos que esclareçam como se chegou à conclusão de que esses estavamcondizentes com os praticados no mercado. Também não foram identificadas nos autos quaisquercotações de preços, tabelas, publicações especializadas ou parâmetros definidos pela SPM quepudessem comprovar' que os custos apresentados pelo convenente estavam adequados.

62. Cabe destacar que, nos poucos processos em que foram anexadas pesquisas depreços, realizadas previamente pelo convenente, a exemplo do ocorrido nos Convênios 29812009(Siconv 728650) e 278/2009 (Siconv 730308), os pareceres técnicos também se limitaram a marcarcom x o item que trata da adequação dos custos aos valores de mercado, sem fuzer referência aosdocumentos comprobatórios anexados aos autos e sem mencionar outros elementos que indicassemrealização de consulta por parte da SPM para fins de comprovação de que os preços de fato estavamdentro dos parâmetros do mercado (peças 30, p. I, e 47, p. I e 4-6).

63. A impropriedade citada nos dois parágrafos acima (ausência de documentoscomprobatórios e fulta de indicação da documentação que se encontra nos autos ou no Siconv)ocorreu quando do exame da mensurabilidade econômica da contrapartida em bens e serviços,proposta por dez convenentes constantes na amostra.

64. lmpende mencionar que uma breve análise dos planos de h'abalho, constantes nosprocessos analisados, permitiu observar falhas que não foram examinadas pela SPM/PR (peça I J4),como:

a) objetos descritos de forma incompleta ou contendo objetivos em vez de objeto (21convênios);

b) metas e etapas descritas de furma genérica e insuficiente para permitir acompreensão das ações e atividades envolvidas (onze convênios para metas, quinze convênios paractapas);

15

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autentlcidade. informando o código 49778187.

TRIBUNAL DE CDNfASDA UNIÃO Te 003.435/2012-1

c) prazos de execução das metas e etapas padronizados e idênticos, com datas de inícioe término iguais às datas limítrofus da vigêncía do convênio (25 convênios);

d) cronogramas de desembolso com datas de repasse em prazos muito curtos e sempossibilidade de estabelecer vínculo com o andamento da execução das metas/etapas (seisconvênios);

e) cronograma de desembolso com contrapaltida prevista para a mesma data do últimorepasse ou para data posterior (quatro convênios);

1) planos de aplicação inadequados em termos de itens ou valores (onze convênios);g) previsão de repasse de valores altos em parcela única (Convênio 245/2009 - Siconv

724613 - peça 59), ao passo que existiam convênios com menores valores divididos em maisparcelas.

65. Outro exemplo dessa situação ocorreu com o Convênio 31112009 (Siconv 730422),firmado com a Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, no valor total de R$ 1.135.482,00, emque as datas de repasse estavam previstas para dezembro/2009 e fevereiro/2009, para fins dereaparelhamento de doze Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher, cujas datas de início etérmino da única meta e da única etapa coincidiam com as datas de inicio e término da vigência doconvênio (peça 103). Também chama a atenção o futo de: a primeira parcela contemplar 98% dototal de recursos que foram repassados, os primeiros contratos firmados pelo convenente terem sidopublicados apenas em25/11/2010 e 7112/2010, quase cinco meses após o repasse de todo o recursofuderal (2' parcela repassada em 117/2010), e a contrapartida ser em parcela única e apenas na datacoincidente como repasse da 2" parcela.

66. Assím, fazendo uma breve análise do convênio acima, verifica-se fulha deplanejamento do convenente, não apontada pela análise técnica, que, a prior!, implica:

a) redução da efetividade de uma fiscalização in loco, uma vez que 98% dos recursosforam repassados logo na primeira parcela;

b) dificuldade de acompanhar o nível de cumprimento da execução fuica, já que asmetas e etapas não foram subdivididas de medo a permitir essa análise;

c) perda da oportunidade de confU'lnar o cumprimento da contrap81tida, tendo em vistaque a única parcela desta fui prevista para a mesma época do segundo repasse; e

d) margem à liberação de mais recursos sem que se possa de futo confirmar se oconvênio está sendo executado a contento, uma vez que o prazo previsto para o repasse da segundaparce~1 foi de apenas dois meses após a primeira, pouco tempo para viabilizar ações que envolvema aquisição de bens permanentes.

67. Merece destaque, também, o Convênio 13/2011 (Siconv 755955), firmado em3/8/2011, com a Associação Viva Brasil, cujo objeto era a realização de evento em comemoraçãoaos cinco anos da Lei Maria da Penha, realizado no dia 5/8/20 II , sete dias após a emissão doparecer técnico, em 2917/20 II (peça 85, p. 1-3), e dois dias após a assinatura do convênio, em3/8/2011 (peça 85, p. 23-30). Destaque-se que o prazo de vigência previsto para o convênio era deum mês, de 3/8/2011 a 3/9/2011. Observou-se que o parecer técnico foi omisso quanto à questão doprazo de execução do objeto e dos indicadores de eficiência e de eficácia que deveriam seratendidos pela entidade. Além disso, também não há indicação dos documentos que corroboraram aconclusão da área técnica pelo cumprimento das condições de viabilidade técnica, financeira eoperacional da convenente.

68. No que tange aos planos de aplicação inadequados em termos de itens e valores,foram encontradas situações como: i) aquisição de veiculos sem especificações mínimas quepermitam aful'ir se o valor unitário da proposta é condizente com os preços de mercado, com preçosunitários que variaram de R$ 30.000,00 a R$ 55.000,00 - Convênios 94/2009 (Siconv 722079),30112009 (Siconv 728909), 242/2009 (Siconv 724509), 180/2011 (Siconv 762331), 107/2009(Siconv 717926),307/2009 (Siconv 729730); ii) pagamentos de terceiros (pessoa juridica e pessoafisica) - Convênio 82/2009 (Siconv 720765); iii) serviços diversos e serviços preliminares

16

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenlicidade. informando o código 49778187.

.~ TRIBUNAL DE CDNrAsDA UNrÃoTeU

Te 003.435/2012-1

Convênio 247/2009 (S iconv 724499); iv) impressão de 40.000 cartilhas e de 15.000 folderes, sendoque o evento era para mil pessoas - Convênio 90/2010 (Siconv 735332).

69. Outras fàlhas observadas nos planos de aplicação detalhados que compõem o planode trabalho, sem que houvesse comentários a respeito da respectiva inadequação ao uso dosrecursos do convênio nesses casos específicos, rererem-se à previsão de pagamento de salários paraservidores municipais nos Convênios 307/2009 - Siconv 729730 (peça 115), 226/2009 - Siconv728677 (peças 116 e 117, p. 15) e 227/2009 - Siconv 730527 (peças 118 e 119, p. 11), todosfirmados com o município de São Leopoldo/RS. Conforme entendimento exposto nos Acórdãos54/2009-TCU-Plenário e 6729/2009-TCU-2' Câmara, o pagamento de salários de pessoas queintegram o quadro de pessoal do convenente descaracteriza a mútua cooperação entre as partesenvolvidas. Assim:

24. (...) Despesas dessa natureza, por serem regularmente efetuadas pela entidadeconvenente (os salários seriam pagos independentemente do convênio), não podem ser apropriadascomo despesas relativas à contrapartida, sob pena de transformar o convênio em simples repasse derecursos federa is.

70. Com relação aos pareceres técnicos que avaliaram as solicitações de ajuste dosplanos de trabalho, também não restou demonstrada a preocupação em pedir explicações maisdetalhadas ao convenente, de forma a obter elementos que permitissem uma avaliação mais precisadas akerações solicitadas.

71. Um exemplo que merece destaque neste ponto é a situação encontrada no Convênio298/2009 (Siconv 728650), firmado entre a SPM e o município de Cachoeiro do Itapemerim/ES.Nesse convênio, houve a solicitação de acréscimo de 25% no valor do acordo para fins de aquisiçãode um veículo orçado com valor a menor à época da aprovação do plano de trabalho. A variação depreço, no caso, seria de R$ 86.490,00 para R$ 119.900,00. Essa diferença, segundo o convenente,seria consequência da isenção de IPI vigente quando da elaboração do plano de trabalho (peça 47, p.23). O convenente ftll1damentou a respectiva solicitação mediante apresentação de cópia da ata dopregão presencia~ no qual se observa a participação de apenas um proponente, que ofertou oveículo a preço maior que o orçado (peça 47, p. 24).

72. A concedente, por sua vez, solicitou ao convenente a apresentação de novo plano detrabalho, com detalhamento da aplicação do recurso complementar e da contrapartidacorrespondente (peça 47, p. 26), e, diante do recebimento dos documentos solicitados, aprovou oaporte de R$ 28.022,70 (peça 47, p. 31). Observa-se, portanto, que não houve solicitação dajustificativa para a utilização de pregão presencial em vez do pregão na forma eletrônica, nosmoldes previstos no ar!. 49, § 2°, da Podaria lntenninisterial-MPOG/MFICGU 127/2008. Afina~ opregão na tàrma eletrônica possivelmente poderia ter atraído o interesse de mais fu1'11ecedores, compossível redução de preços. Também não constou nos autos documentação que comprovasse que aSPM realizou consuka, em sites ou publicações especializados, por exemplo, para confirmar amédia de preços do veículo que seria adquirido pelo convenente.

4.2.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:a) Convênios 108/2009 (Siconv 722377), 278/2009 (Siconv 730308), 107/2011 (Siconv

761864), 94/2009 (Siconv 722079), 100/2009 (Siconv 722348), 299/2009 (Siconv 728545),157/2010 (Siconv 746548),38/2008 (Siconv 708277),82/2009 (Siconv 720765),301/2009 (Siconv728909), 247/2009 (Siconv 724499), 242/2009 (Siconv 724509), 19112009 (Siconv 728683),298/2009 (Siconv 728650), 18/2009 (Siconv 707113), 246/2009 (Siconv 724616), 199/2009(Siconv 730139), 180/2011 (Siconv 762331), 6/2009 (Siconv 705791), 107/2009 (Siconv 717926),245/2009 (Siconv 724613),71/2011 (Siconv 756590),131/2010 (Siconv 746734),77/2009 (Siconv724624), 291/2009 (Siconv 730294), 6/2011 (Siconv 756000), 113/2009 (S iconv 723018),243/2009 (Siconv 724531),7/2010 (Siconv 732279),107/2010 (Siconv 740462),13/2011 (Siconv755955), 226/2009 (Siconv 728677), 307/2009 (Siconv 729730), 227/2009 (Siconv 730527),90/2010 (Siconv 735332),4/2011 (Siconv 755883),170/2009 (Siconv 718432),176/2009 (Siconv718514),43/20 IO(S iconv 732413), 311/2009 (Siconv 730422) e 147/2010 (S iconv 746672);

17

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenlJcidade.informandoocódigo49778187.

~ TRIBUNAL DE ffiNTAS DA UNIÃO

1CU Te 003.435/2012-1

Referência do convênio 1 Projeto Básico 1 Projeto

Tenno(s) aditivo(s) does) convênio(s);Informações fornecidas pelo concedente;Parecertécnico 1jurídico;Plano de Trabalho 1 Termo de

Processo físico do convênio;Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal

b)c)d)e)

Executivo;t)g)

(S iconv).4.2.3 - Ctité lias:a) Lei 8666/1993, art. 116, § 1°, inc. I a VI; art. 116, § 3°; art. 116, caput;b) Lei 10180/2001, art. 35, § 1°;c) POliaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, ati. 5°, inc. II e § 2°; art. 6°,

caput, inc. VII; art. 21, caput, inc. I a VI; e art. 22, capnt.4.2.4 - Evidências:a) Tabela do achado sobre parecer técnico (peça 18);b) MS - Convênio 730139 -documentos do processo (peça 53, p. 1-4);c) RJ - Convênio 755955 - docnmentos do processo (peça 85, p. 1-3);d) RS - Convênio 755883 - documentos do processo (peça 93, p. 4-5);e) ES - Convênio 728650 - documentos do processo (peça 47, p. I, 4-6 e 23-24);t) AC - Convênio 730308 - documentos do processo (peça 30, p. I);g) TO - Convênio 730422 - registros do Siconv (peça 103, p. 1-2);h) TO - Convênio 722079 - documentos do processo (peça 32, p. 1-26);i) BA - Convênio 728909 - documentos do processo (peça 41, p. 1-47);j) CE- Convênio 724509 - documentos do processo (peça 44, p. 1-25);k) MS - Convênio 762331 - documentos do processo (peça 54, p. 1-64);I) PA - Convênio 717926 - documentos do processo (peça 55, p. 1-84);m) RS - Convênio 729730 - documentos do processo (peça 88, p. 1-45);n) BA - Convênio 720765 - registros do Siconv (peça 40, p. I);o) CE - Convênio 724499 - documentos do processo (peça 43, p. 1-27);p) RS - Convênio 735332 - documentos do processo (peça 91, p. 1-20);q) RS - Convênio 728677 - documentos do processo (peça 87, p. 1-49);I) RS - Convênio 730527 - documentos do processo (peça 89, p. I-53).4.2.5 - Causas:a) inexistência de normativos internos que prevejam os padrões de análise a serem

cumpridos pela área técnica, incluindo também a conferência criteriosa dos elementos constantes noplano de trabalho, em especial a definição das metas e etapas, e a respectiva congruência das datasdessas com as datas de liberação dos recursos.

4.2.6 - Efeitos/Consequências do achado:a) sucessivas solicitações de prorrogação do convênio (efeito potencial);b) inexecução total ou execução parcial do objeto (efeito potencial);c) repasse de recursos para convenentes que não apresentam capacidade para realizar o

objeto do convênio em detrimento de outros que poderiam trazer melllores resultados para asociedade (efeito potencial);

d) prejuízo ao erário pelo repasse de valores a maior do que o necessário para aexecução do objeto (eleito potencial).

4.2.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:73. De inicio, cabe esclarecer que, durante a execução da auditoria, foram solicitados

esclarecimentos aos responsáveis com a finalidade de sanar dúvidas sobre possíveis impropriedadesou irregularidades detectadas (OfICio de Requisição 3120 12-6a Secex, à peça 12, p. 9-10).

74. Assim, com relação à análise dos custos apresentados pelos convenentes, a SPMesclareceu, à peça 13, que a avaliação do cumprimento do art. 35, § 1°, da Lei 10.180/2001 ocorre

18

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticldada. informando o código 49778187.

~ TRIBUNAL DE mNrAsDA UNIÀO

TeUTe 003.435/2012-1

por meio de "exigência da declaração de compatibilidade com os preços praticados pelo mercadolocal para todos os itens a serem adquiridos com os recursos do convênio, previamente àcelebração". Ressaltou, ainda, que "todas as aquisições também passam por processos Iicitatórios,que são disponibilizados para consulta nas funcionalidades competentes do Siconv" (peça 13, p. 2).A citada declaração também seria o subsídio para a avaliação da mensurabilidade econômica dascontrapartidas em bens e serviços (peça 13, p. 2).

75. Complementou que a metodologia utilizada para a análise dos custos envolvidos noconvênio será formalizada mediante documento a ser elaborado pelo grupo de trabalho instituídopela Portaria-SPM 60, de 30/5/2012 (peça 13, p. 4), o qual "dará transparência aos critérios técnicosque embasam a análise das propostas de parceria" (peça 13, p. 2).

76. No que tange à avaliação da capacidade técnica e operacional das entidades privadassem fins lucrativos, solicitou-se à SPM a apresentação dos procedimentos de seleção, bem comodos critérios e das prioridades para a apresentação de projetos e aplicação de recursos voltados àimplementação do Programa 0156, relacionados aos convênios vigentes no período de 2009 a 2011(peça 2). Em razão disso, a SPM esclareceu que a seleção das entidades mencionadas, a p3ltir de1/1/2011, ocorreu conforme o disposto nas Portarias-SPM 41 e 42, de 10/5/2011, bem como nosEditais de Chamada Pública 1/2012 e 2/2012 (peça 13, p. 3 e 50-75). Informou, ainda, que a áreafinalística consídera também o histórico de parcerias anteriores com o próprio órgão e com outrosparceh'os (peça 13, p. 2).

77. Quanto aos parâmetros para a aprovação dos cronogramas fisicos, a SPM comentouque (peça 13, p. 3):

(...) em conformidade com as recomendações dos órgãos de controle, a SPM adota comonorma interna, desde o exercício de 2010, o repasse de recursos para entidades sem fins lucrativosem, no mínimo, três parcelas. Para os entes federados, o desembolso varia segundo o montante: atéR$ 300.000,00, em parcela única; acima de R$ 300.000,00, em duas parcelas; e acima de R$500.000,00, em três parcelas.

4.2.8 - Conclusão da equipe:78. Sobre o assunto abordado neste item do relatório, verifica-se que o art. 116, § 1°,

incs. 1 a VI, e §3°, da Lei 8.666/1993, c/c os arts. 5°, §2°, 6°, inc. VII, 21 e 22 da POItariaInterministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008, vigente à época, e com o art. 35, §JO, da Lei10.180/2001, deixam clara a relevância do conteúdo dos planos de trabalho e respectivos ajustes,bem como das condições técnicas das entidades públicas proponentes e da capacidade técnica eoperacional das entidades privadas sem fms lucrativos que firmam convênios com órgãos públicosfederais.

79. Assim, cabe destacar a impOltância da análise dos elementos que dão respaldo àviabilidade e à adequação do plano de trabalho, bem como à constatação de que os convenentespossuem a capacidade mín ima necessária para o alcance do objetivo do convênio e da finalidade doprograma de governo. Essas análises não podem ser realizadas de furma subjetiva e semtrausparência, sem a clara indicação dos documentos que lhes conferem fidedignidade, de modo aatender os arts. 22, 25 e 31 da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, bem comoauxiliar de làto a decisão do gestor que assina o convênio, além de contribuh' de forma proativa paraauxiliar o acompanhamento da execução e a fàse de análise da prestação de contas.

80. Ao considerar esses aspectos, bem como os esclarecimentos trazidos aos autos pelaSPM (item 4.2.5 deste relatório), conclui-se o que se segue.

8!. Quanto às aferições da capacidade técnica e operacional das entidades privadas semfins lucrativos, verifica-se que a Portaria-SPM 42/2011 e o Edital-SPM 2/2012, mencionados pelaSPM, citam explicitamente as ações do Programa 1433 e não fazem menção ao Programa 0156(peça 13, p. 53-60 e 66-75). Apesar disso, vale esclarecer que a portaria estabelece a necessidade deatendimento das condições formais e das atribuições regimentais ou estatutárias para a execução doobjeto, além de exigir o mínimo de três anos de constituição para os organismos nãogovernamentais e comunitários. O edita~ por sua vez, prevê que as instituições privadas sem fins

19

Para verificar as assinaturas, acesse \WlW.tcu.gov.br/autentlcidade, informando o código 49778187.

<:"' TRIBUNAL DE CDNfASDA UNIÃO

TeU Te 003.435/2012-1

lucrativos proponentes devem ter finalidade diretamente relacionada com as características dosprogramas/ações aos quais concorrerão, bem como devem apresentar declaração que comprove oexercício, nos últimos três anos, de atividades relativas à matéria objeto do convênio.

82. A Portaria-SPM 41/201 I apresenta as ações prioritárias para a aplicação dos recursosfederais no âmbito do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e define ostipos de projetos que serão financiados (peça 13, p. 50-5 I), sem maiores informações sobre critériostécnicos que devem ser cumpridos pelas organizações não governamentais. Enfim, o Edital-SPM112012 vincula as propostas ao Programa 2016 - Promoção da Autonomia e Enfi'entamento àViolência (que substituiu o Programa 0156) e, assim como o Edital-SPM 2/2012, restringe aparticipação das instituições privadas sem fms lucrativos apenas àquelas que tenham finalidadediretamente relacionada com as caractersticas dos programas/ações aos quais concorrerão. Somadoa isso, o edital em análise estabelece critérios de pontuação, tanto para entes públicos como paraentidades privadas sem fins lucrativos, que envolvem a característica geopolítica do local onde oobjeto será executado, bem como as estratégias de sustentabilidade do projeto e de divulgação doobjeto.

83. Desse modo, observa-se que, até 2011, a SPM não dispunha de parâmetros, fora osestabelecidos nos normativos legais vigentes, para a avaliação da qualificação técnica e capacidadeoperacional das entidades privadas sem fins lucrativos com as quais firmou convênio, emdesatendimento ao disposto no art. 5°, § 2°, da POliaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008,vigente à época. Por sua vez, percebe-se ainda que as pOliarias e editais mencionados também nãoestabelecem indicadores de eficiência e eficácia para a seleção dessas entidades, o que contraria oati. 72 da pOliaria em questão, que torna obrigatória a utilização desses ind icadores a partir de111/201 I. Vale destacar que o alt 90, da Portaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 507, de241l1/201 I, também estabelece como obrigatória a utilização dos indicadores de eficiência eeficácia para as entidades mencionadas.

84. Com relação à avalíação dos custos constantes no plano de aplicação e do exame damensurabilidade econômica das contrapartidas em bens e serviços, considera-se que a presença, nosautos, da "declaração de compatibilidade com os preços praticados pelo mercado local" (peça 13, p.2) não constitui elemento suficiente para que o parecer técnico aprove os preços orçados peloconvenente, em especial, no que tange aos itens de maior representatividade em relação ao total daproposta. Afinal, diante de orçamento com sobrepreço em determinado convênio, haverá, emprincipio, prejuízo a outros potenciais convênios e, consequentemente, ao próprio programa degoverno.

85. No que se refere aos parâmetros utilizados para a avaliação dos cronogramasfinanceiros, além da previsão da quantidade mínima de parcelas de repasse dos recursos paraconvenentes da área pública ou privada, o que já está ocorrendo na SPM desde o exercício de 2010(peça 13, p. 3), torna-se necessário que as datas de repasse estejam relacionadas com a conc lusão dealgumas metas ou etapas, todas definidas de mrma clara e completa, de modo a permitir o controleda execução e evitar que recursos públicos sejam repassados a convenentes que eventualmente nãoestejam cumprindo o respectivo acordo. Afinal, a definição de metas e etapas perde boa palie da suafinalidade se elas não estiverem vinculadas ao repasse dos recursos, permitindo que o momento deliberação de parcelas subsequentes represente também uma rnse do acompanhamento da regularexecução do convênio, de modo a se cumprir o disposto no art. 43, inc. IV, da POliaria!nterministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008.

86. Diante do exposto, entende-se que os pareceres técnicos da SPM, quando do exameda viabilidade dos planos de trabalho e da capacidade técnica e operacional dos convenentes que seconstituem em entidades privadas sem fins lucrativos, não apresentaram os elementos necessáriospara ratificar as análises realízadas, como:

a) referente aos documentos do processo que corroboraram a análise efetuada;b) parâmetros ou estudos que confirmassem que os custos apresentados nos planos de

trabalho estavam condizentes com os preços do mercado e compativeis com o objeto do convênio;

20

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenlicidade. Informando o código 49778187.

.~ TRIBUNAL DE CONrAS DA UNIÃO

TeUTe 003.435/2012-1

c) avaliações a respeito da adequação dos prazos definidos para cada meta/etapa e a suacongruência com a quantidade de parcelas e os prazos para as respectivas liberações;

d) avaliações sobre a adequação da descrição dos objetivos, das metas e das etapas.87. Ressalte-se que as falhas mencionadas dificultam desde a tomada de decisão por

palie do gestor até as fuses posteriores de acompanhamento fisico e financeiro do convênio, poisinviabilizam, por exemplo, uma adequada programação das fiscalizações Uá que não se pode preverqual o momento mais adequado para realizar visitas in loco) e também a verificação da regularaplicação dos recursos por parte do convenente antes de aprovar uma solicitação de ajuste do planode trabalho e de liberar a segunda parcela e as posteriores.

88. Enfim, uma vez que a SPM constituiu grupo de trabaUIO, por meio da Portaria-SPM60/2012 (peça 13, p. 4), com a fmalidade de elaborar "documento normativo de orientação à equipetécnica sobre a emissão de pareceres em decorrência da análise e avaliação dos projetos, execução eprestação de contas dos objetos de interesses comuns entres os paliícipes, de origem datransferência de recursos", considera-se suficiente dar ciência à SPM dos problemas detectados nospareceres técnicos, bem como determinar que seja apresentado a esta Corte plano de ação referenteàs atividades do mencionado grupo de trabalho e as medidas adotadas para a elaboração dosindicadores de eficiência e eficácia para órgãos não governamentais.

4.2.9 - Pl'Oposta de cncaminhamento:89. Dclcl'I1únar à Secretaria Executiva da SPMIPR, com base no ali. 4°, inc. lI, do

Decreto 7.765, de 25/6/2012, que, no prazo de 90 (noventa) dias, apresente plano de ação com datade conclusão dos trabalhos, conforme nlOdelo em anexo a este relatório, para que a SPM/PR elaboreindicadores de eficiência e eficácia afetos à capacidade técnica e operaciona~ para fins de seleçãode entidades privadas sem fins lucrativos com as quais venha a celebrar convênios no âmbito doPrograma 2016 - Política para as Mulheres: Promoção da Autonomia e Enfi'entamento à Violênciae ações 2C52 - Ampliação e Consolidação da Rede de Serviços de Atendimento às Mulheres emSituação de Violência, 6812 - Capacitação de Profissionais para o Enfrentamento à Violênciacontra as Mulheres e 8932 - Apoio a Iniciativas de Prevenção à Violência contra as Mulheres,confurme estabelece o ali. 90 da Portaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 507, de 24/11/2011;

90. Dal' ciência à SPMIPR sobre a seguinte irregularidade:a) a emissão de pareceres técnicos sem o adequado exame do plano de trabaUIO, em

especial os campos relativos à descrição completa, clara e concisa do objeto, das metas e das etapas;correta definição das datas de inicio e término das metas e etapas; adequação do cronogramafinanceiro à execução fisica; avaliação dos bens e serviços e respectivos custos; e avaliação dacapacidade técnica e operacional das entidades privadas sem fins lucrativos, como ocorrido nosconvênios da tabela disposta na peça 18 destes autos, contraria o disposto no art. 116, §Io, incs. I aVI, da Lei 8.666/1993, c/c os a1is. 5°, § 2°, 6°, inc. VII, 21, 22, 25 e 31 da POIiaria Intenninisterial­MPOGIMF/CGU 127/2008, os arts. 25, inc. VI, e 44 da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU507/2011, e o ali. 35, § 1°, da Lei 10.180/2001.

4.3 - Liberação de recursos em desacordo com o estabelecido nos arts. 42 e 43 daPOliaria IntcI'Ininistcl;al-MPOG/MF/CGU 12712008.

4.3.1 - Situação encontrada:91. Com vistas a verificar se a SPM repassa os recursos dos convênios dentro dos prazos

definidos nos cronogramas de desembolso e após a conferência do atendimento das exigênciasprevistas na Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, vigente à época, realizou-sepesquisa no Siconv, abrangendo os 42 convênios selecionados para a amostra da fase de concessão- "amostra A". Com isso, verificou-se que dois desses não tiveram repasse e 35 (87%) receberamao menos uma parcela dos recursos acordados em data posterior ao que estava previsto nocronograma financeiro. Assim, solicitou-se à SPM que justificasse, caso a caso, os motivos para ademora no repasse dos recursos aos convenentes (peça 12, p. I e 3-6).

92. A SPM esclareceu, então, que os recursos foram repassados em conformidade com adisponibilidade financeira daquela Secretaria (peça 19). Na análise dos processos foi possível

21

Para verificar as assinaturas. acesse www.tcu.gov.br/autenlicidade.informandoocódigo49778187.

léU TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

Processo flsico do convênio;Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal

Cronograma de desembolsos financeiros;Plano de Trabalho 1 Termo de Referência do convênio 1 Projeto Básico 1 Projeto

observar também que, em decorrência desses atrasos, a SPM provklenciou a prorrogação ex-ofICiodos convênios, de modo a evitar maiores prejuízos às respectivas execuções. Exemplos dessainiciativa encontram-se nas peças 53 (p. 27, p. 26) e 57 (p. 20).

93. Além disso, verificou-se que a SPM repassou recursos a convênios que nãoregistraram no Siconv quaisquer dados referentes a processo Iicitatório, contrato ou pagamentoscom datas anteriores a da liberação da segunda e das demais parcelas. Isso aconteceu em oitoconvênios dos 26 que tiveram o repasse da segunda parcela, o que representa 31 % desse subtotal(peça 20). Somado a isso, verificou-se ainda que em 100% de dezesseis convênios, nos quais estavaprevisto contrapmtida financeira para data anterior ao repasse da segunda e demais parcelas, nãoconstou nos autos comprovação de que a contrapaltida havia sido cumprida pelo convenente, masmesmo assim o repasse subsequente ocorreu.

94. A tftulo de exemplo, destaca-se o Convênio 291/2009 (Siconv 730294), com inícioda vigência em 30/12/2009, cujos registros de licitação e contrato com datas anteriores à liberaçãoda segunda e última parcela, efetuada em 3016/2010, não estão relacionados a esse ajuste, uma vezque as licitações são de datas anteriores à assinatura do convênio (peça 67) e o contrato, tambémanterior ao convênio, refere-se à aquisição de equipamentos para outros convênios, a saber:31412008, 425/2008, 460/2008 e 190/2007, conforme consta na cópia do contrato (peça 68).

95. Cabe ainda relembrar que foram klentificados planos de trabalho com descriçãogenérica das metas e etapas do convênio, com datas de início e término coincklentes com as davigência do convênio, conforme relatado no achado que trata do parecer técnico (item 4.2 dopresente relatório), o que, em tese, também aponta para possível não conferência da regularaplicação dos recursos repassados ao convenente.

4.3.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:a) Convênios 612009 (Siconv 705791), 18/2009 (Siconv 707113), 107/2009 (Siconv

717926), 170/2009 (S iconv 718432), 17612009 (S iconv 718514), 82/2009 (Siconv 720765),94/2009 (Siconv 722079), 100/2009 (Siconv 722348), 108/2009 (Siconv 722377), 113/2009(Siconv 723018), 247/2009 (Siconv 724499), 242/2009 (Siconv 724509), 243/2009 (Siconv724531), 24512009 (Siconv 724613), 246/2009 (Siconv 724616), 7712009 (Siconv 724624),299/2009 (Siconv 728545), 298/2009 (Siconv 728650), 226/2009 (Siconv 728677), 301/2009(Siconv 728909), 307/2009 (Siconv 729730), 199/2009 (S iconv 730139), 29112009 (S iconv730294), 278/2009 (Siconv 730308), 31112009 (Siconv 730422), 22712009 (Siconv 730527),712010 (Siconv 732279), 4312010 (Siconv 732413),90/2010 (Siconv 735332), 109/2010 (Siconv740462),147/2010 (Siconv 746672),13112010 (Siconv 746734), 4/2011 (Siconv 755883),13/2011(Siconv 755955),6/2011 (Siconv 756000), 7112011 (Siconv 756590) e Siconv 10712011 (Siconv761864).

b)c)

Executivo;d)e)

(S iconv).4.3.3 - CIité tios:a) POttaria Interministerial-MPOG!MF/CGU 127/2008, art. 30, caput, inc. VI e VII; a1t.

30, caput, inc. XXIII; art. 42, caput; art. 43, caput, inc. 11 a IV.4.3.4 - Evidências:a) Tabela do achado sobre liberação dos recursos (peça 20);b) Justificativa da SPM para atrasos na liberação dos recursos de 37 convênios do

Programa 0156 (peça 19);c) PE- Convênio 730294 - registros do Siconv (peça 67);d) PE - Convênio 730294 - Contrato 198-2009 anexado ao S iconv (peça 68);e) MS - Convênio 730139 - documentos do processo (peça 53, p. 26-27);

22

Para verificar as assinaturas, acesse vJWW.tcu.gov.brfautenlicidade, informando o código 49778187.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

f) PA - Convênio 724613 - documentos do processo (peça 57, p, 20).4.3.5 - Causas:a) deficiência nos controles efetuados pela SPM/PR.4.3.6 - Efeitos/Conscquências do achado:a) repasse de recursos a convenentes que não estão cumprindo on não venham a

cumprir sua patte do acordo, em detrimento de outros que possam estar exectrtando a contento orespectivo convênio (efeito potencial).

4.3.7 - Conclusão da equipe:96. Diante da situação descrita, verifica-se o descumprimento do art. 43, incs. II e m, da

POltaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 12712008 vigente à época, tendo em vista a nãocomprovação do cumprimento da contrapattida e a ausência de conferência dos registros que devemser realizados no Siconv, para fins de atendimento do disposto nos arts, 47, ines. I a IV, 49, § 3°, e50, §§ 2° e 3° do referido normativo. Além disso, em razão da existência de meta e etapa única, comdatas de início e término iguais as da vigência do convênio, e com descrições genéricas, constata-seprejuízo à conferência da boa e regular execução do convênio, em desacordo com o previsto no art.43, inc. IV, da citada portaria. Assim, considera-se necessário dar ciência à SPM/PR sobre essasocorrências.

4.3.8 - Proposta dc encaminhamento:97. Dal' ciência à SPMlPR sobre a seguinte impropriedade:a) a liberação de recursos dos convênios sem a comprovação do cumprimento da

contrapartida, sem a confirmação dos registros 110 Siconv relativos aos procedimentos de licitação,contratação e pagamentos, e sem a constatação da boa e regular execução das etapas anteriores doconvênio, como ocorrido nos 35 convênios dispostos na planilha acostada à peça 20, contraria odisposto no art. 43, incs. II a IV, da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008 e,atualmente, o att, 55, incs, I a III da Portaria Intenninisterial-MPOGIMF/CGU 507/201 I.

4.4 - Deficiência na capacidade operacional da concedente para acompanhar efiscalizar a exccução dos convêIÚos.

4.4.1- Situação encontrada:98, Com vistas a verificar a existência e a adequabilidade dos procedimentos de

fiscalização in loco realizados durante a mse de execução dos convênios, preliminarmente,solicitou-se à SPMIPR, por meio do Oficio de Requisição 1/2012, de 116/2012 (peça 8), osdocumentos rererentes aos planos de fiscalização, critérios utilizados para seleção dos convêniosfiscalizados, relação dos convênios eretivamente fiscalizados, entre outros.

99. Em resposta, por meio do Oficio 1469/2012-SPMIPR, de 21712012 (peça 14, p, 1-2),a SPM/PR infurmou que foram realizadas, por servidores ocupantes de cargos de direção da áreafinalistica, sem designação por meio de pOltaria (peça 14, p. 47), as seguintes fiscalizações in loco,cujos resultados foram apensados aos respectivos processos dos convênios'

Período Convênio Siafi ConVCllcnte Obieto Valor (R$)

10 a 22112007 601812 Prefeitura de FlorânialRN Projeto de inclusão 89.262.0013/3/2009 de Mulheres no

Mercado de TmbalhoIProomlm 1087'

30/3 a 86/2006 Não Prefeitura de Lucas do Rio Não identificado no11412009 identificado Verde/MT Siafi

no Siafi20812007 598493 lavanderia 19.972,83

Comunitária(Progmlm 1087)

06110/2010 10012007 598408 Secretaria de Estado de Justiça, Implementação de 1.082.867,55Direitos Humanos e Cidadania do atendin'ento integmlDistrito Fcdcral- Sejus/DF às mulheres em

situação de violência(Programt 0156 -Acão 2C52)

23

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenlicidade. informando o código 49778187.

f~ T1UBUNAL DE em"rAS DA UNIÃO

teu Te 003.435/2012-1

2712 a 15412006 561027 Prefeitura de Guafra/SP Ampliação do projeto 120.000,002/312011 Oficinas de ~raçào

de Reuda - Espaço decidadania c trabalho(Programa 1087)

3 a 15612006 560977 Prefeitura de São Lourenço do Projeto Centro de 127.124,705/312011 SuVRS Economia Solidária

(Programa 1087\18 a 230/2007 601813 Prefeitura de Paulo Afonso/BA Projeto Alie de Tecer 253.995,0020/5/2011 (Progmma 1087)16 a 08112009 723470 Governo do Estado de Sergipe Criação e 151.430,0018/512011 estruturação de

centrosregionali7..ados dereferência deatendimento à mulher(Progralm 0156 -Ação 2C52)

100. O mt. 6° do Decreto 6.170/2007 clc o mt. 30, mc. XV, da PortarIa IntermllllsterIal­MPOGIMF/CGU 127/2008, vigente à época, estabeleciam como cláusula obrigatória dos termos deconvênio a indicação da forma pela qual se daria o acompanhamento da execução do objeto. Nocaso concreto da SPMIPR, em consulta aos termos de convênio objeto de análise na presenteauditoria, observou-se que a cláusula segunda, inc. I, dos instrumentos previa, entre as obrigaçõesda concedente, indicar técnico para acompanhamento e supervisão da execução dos objetos dosconvênios.

101. Entretanto, conforme extrai-se da tabela supra, no período de 2009 a 201 I, foramrealizadas oito atividades de monitoramento e fiscalização, sendo que dessas, duas se rereriam aconvênios firmados no âmbito do Programa 0156, que, conforme tabela acostada à peça 21,somaram 298 ajustes.

102. Verifica-se, porlanto, o desatendimento ao institnído no art. 5I da PortariaInterministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, que disciplinava que a execução dos convêníos deveriaser acompanhada e fiscalizada, de forma a garantir a regularídade dos atos praticados e a plenaexecução dos objetivos. Sobre o assunto, há jurisprudência desta COlte de Contas, consignada novoto que perfilhou o Acórdão 3642/2012-TCU-2' Câmara, no sentklo de que:

I i. (...) os órgãos só podem firmar convênios se tiverem condições técnicas, financeiras,operacíonais não só de analisar a prestação de contas, como também de fiscalizar in loco a execuçãofisica da avença. Pois quem lida com o Controle sabe que a verificação quanto à execução fisica éimprescindível, uma vez que, não raro, a execução financeira não guarda consonância com o que,na prática, é executado.

12. Esse entendimento, é bom fi'isar, foi acompanhado e consolidado pelo Plenário destaCorte de Contas por 0poltunidade da prolação do Acórdão n° I562/2009-Plenário.

103. O mt. 52 da POltaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008, além de impor àeoncedente que proveja condições para a realização do monitoramento in loeo do objeto, estabeleeeque, easo não ocorra o monitoramento, sejam apresentadas as justificativas para sua não realização.Nos autos dos convênios fiscalizados nesta auditoria (amostras A e B), não há elementos queindiquem as justificativas para a não realização do rererido monitoramento. Há que se destacar,ainda, a necessária tempestividade da ação de monitoramento, que deve ocorrer concomitantementeà execução fisica do objeto e desembolsos financeiros, evitando que ocorram eventuaisinadimplementos obrigacionais, desvios de finalidade, de objeto e de recursos, possibilitando aadoção de medklas corretivas necessárias à plena consecução dos objetos pactuados. Busca-se,pOltanto, com a fiscalização in loco, maior eretividade na aplicação dos recursos repassados.

104. No que se refere ao programa ora em análise, essa questão foi tratada no âmbito doTC 021.64612010-4, que cuklou de expediente encaminhado pela Secretaria de Controle Interno daPresklência da República (Ciset(PR), autuado como representação, com vistas a avaliar a

24

Para verificar as assinaturas, acesse WW\v.tcu.gov.brJautenlicidade, informando o código 49778187.

TRIBUNAL DE fiNTAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

regularidade de transferências realizadas pela SPMIPR à Organização Não Governamental Agende- Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento. Os autos foram apreciados pelo Acórdão3227/2012-TCU-I' Câmara, na sessão de 1216/2012, que, 110 item 9.3.2, deixou consignadarecomendação à SPM/PR no sentido de que implementasse sistemática de fiscalização in loco dosconvênios firmados pela Secretaria, nos termos do art. 53, §2°, da Portaria Intenllinisterial·MPOGIMFICGU 127/2008, objetivando aferir a aplicação dos recursos em seus objetos. A normaque atualmente rege a matéria é a Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507, de 24/11/2011,nos alts. 65 a 71.

105. Acrescente-se que, durante a execução dos trabalhos na SPM/PR, a equipe deaud itoria fo i informada acerca da ed ição da POltaria 59, de 1°/6120 12 (peça 22, p. 1·2), que instituiu,para o exercício de 2012, Comissão de Acompanhamento e Fiscalização, com a finalidade degarantir a regularidade dos atos praticados e a plena execução dos objetos financiados com recursosfinanceiros transferidos pela SPM/PR, com base no disposto no Decreto 6.170/2007 e na POltariaIntenllinisterial-MPOGIMF/CGU 507/2011. O art. 3° da Portaria 59/2012 da SPMlPR estabeleceu ocronograma de acompanhamentos e fiscalizações para o exercício de 2012, CIÜOS critérios deseleção foram as parcerias envolvendo transferências de recursos de maior valor e as recomendadasna Auditoria de Gestão 1/2012 realizada pela CisetIPR.

106. Tendo em vista o número de fiscalizações in loco realizadas pela SPM/PR, além doscustos envolvidos nesse tipo de fiscalização, entende-se que a realização de acompanhamentos adistância por meio do Siconv, da análise dos extratos bancários, somadas ao envio tempestivos dediligências e controle das respectivas respostas, ou da aplicação de outras ferramentas que permitamo monitoramento simultâneo à execução do convênio, possibilita identificar eventuais discrepânciasentre a execução fisica e a financeÚ'a do objeto conveniado, ainda no período de vigência doconvênio.

107. Além disso, ajuda a manter a expectativa de controle pelos convenentes,a minimizareventuais prejuízos ao erário e à sociedade, e até mesmo a rornecer subsídios para selecionar osconvênios que devem receber visitas, conforme previsto no art. 66 da Portaria Intenllinisterial·MPOG/MFIC GU 507/20 li.

4.4.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:a) Convênios 108/2009 (Siconv 722377), 278/2009 (S iconv 730308), 107/2011 (Siconv

761864), 94/2009 (Siconv 722079), 100/2009 (Siconv 722348), 299/2009 (Siconv 728545),157/2010 (Siconv 746548), 38/2008 (Siconv 708277),82/2009 (Siconv 720765), 30112009 (Siconv728909), 247/2009 (Siconv 724499), 242/2009 (Siconv 724509), 19112009 (Siconv 728683),298/2009 (Siconv 728650), 18/2009 (Siconv 707113), 246/2009 (Siconv 724616), 19912009(S iconv 730139), 180120 li (Siconv 762331), 6/2009 (Siconv 705791), 10712009 (S iconv 717926),245/2009 (Siconv 724613), 71I20 I 1 (Siconv 756590),13112010 (Siconv 746734),77/2009 (Siconv724624), 29112009 (Siconv 730294), 6/2011 (Siconv 756000), 113/2009 (Siconv 723018),243/2009 (Siconv 724531),7/2010 (Siconv 732279), 107/2010 (Siconv 740462),13/2011 (Siconv755955), 226/2009 (Siconv 728677), 307/2009 (Siconv 729730), 22712009 (Siconv 730527),90/2010 (Siconv 735332),412011 (Siconv 755883),170/2009 (Siconv 718432),176/2009 (Siconv718514), 43/20 IO(Siconv 732413), 31112009 (Siconv 730422) e 147/2010 (Siconv 746672);

b) Informações fornecidas pelo concedente;c) Relatórios de fiscalização;d) Relação dos convênios fiscalizados no período de 2009 a 20 li.4.4.3 - C.ité .ios:a) POltaria Intenllinisterial-MPOG/MFICGU 127/2008, alt. 51, caput; art. 52, caput; art.

53, §2°4.4.4 - Evidências:a) Resposta aos Oficios de Requisição nO I e 3/2012 (peça 14, p. 1-2 e p. 47);b) Convênios do Programa 0156 - exercícios de 2009 a 2011 (peça 21);c) POltarias-SPM 59 e 60 (peça 22).

25

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenlicidade. informando o código 49778187.

~ TRIBUNAL DE mNTASDA UNIÃO

TCU Te 003.435/2012-1

4.4.5 - Causas:a) omissão na verificação da capacidade operacional para acompanhar/fiscalizar os

convênios.4.4.6 - Efeitos/Conseqnências do achado:a) fiscalização deficiente dos convênios celebrados (efeito real);b) maioria dos convênios firmados sem a devida fiscalização por parte da concedente

(efeito real).4.4.7 - Conclusão da equipe:108. Diante das ocorrências relatadas, verifica-se a existência de deficiências na SPM/PR,

no que tange à realização de acompanhamentos dos convênios que se encontram em andamento noâmbito do então Programa 0156.

109. Ainda, a despeito de a SPMIPR vir envidando esforços no sentido de implementarfiscalizações da execução dos convênios, conforme demonstrado mediante a edição da POItaria 59,de 1°/6/2012, essa medida, para ser efetiva, deve estar atrelada à prudência na furmalização detransferências voluntárias, de forma proporcional à sua real capacidade operaciona~ com vistas àrealização de acompanhamentos tempestivos. Sendo assim, e com vistas a proporcional'mecanismos para a efetividade do programa 0156, considera-se peltinente propor determinação àSPM, haja vista a quantidade de convênios sem fiscalização.

4.4.8 - Pl'Oposta lle encanúnhamento:110. Recomendar à Secretaria Executiva da SPM/PR, com base no ar!. 4°, inc. 11, do

Decreto 7.765, de 25/6/2012, que, em articulação com as secretarias finalísticas do órgão, passe arealizar o acompanhamento dos convênios em andamento, celebrados no âmbito do Programa 0156(atualmente Programa 2016 - Promoção da Alrtonomia e Enfi'entamento à Violência) utilizando-sedo Siconv, de consultas aos extratos bancários, de correios eleh'Ônicos ou de outros me ios quepermitam averiguar, à distância, a regular execução do objeto conveniado, sem prejuizo dasfiscalizações in loco, bem como promova o registro sistematizado das irregulm'idades detectadas edo contro le das respectivas correções implementadas, de modo a cumprir o estabelecido nos mts. 65a 70 da POItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011.

111. Ademais, propõe-se dar ciência à SPM sobre a seguinte impropriedade:a) a ausência de justificativas para a não realização de visitas técnicas de

monitoramento junto às entidades convenentes, como ocorrido nos convênios das amosh'as A e Bdesta auditoria (tabelas I e 2 - item 2.4 deste relatório), configura prática em desacordo com o ar!.52 da POItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, vigente à época, e atualmente ao ar!. 66da POItaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 507/2011.

4.5 - Deficiência na capacidade operacional da concedcnte para analisar as prestaçõesde contas.

4.5.1 - Situação encontrada:112. Com vistas a verificar a tempestividade dos controles relativos à análise dos

processos de prestação de contas dos convênios, inicialmente, solicitou-se à SPMlPR, por meio doOfICio de Requisição I, de 1"/6/2012 (peça 8), no item m, alínea 'k', que encaminhasse à equipe deauditoria planilha de acompanhamento dos términos dos convênios e das entregas das prestações decontas referentes ao período de 2009 a 2011.

113. Em resposta, foi encaminhada, via email, planilha (Achado - deficiência operacionalpara analisar PC - peça 23) contendo 77 convênios celebrados no âmbito do Programa 0156 comvigências expiradas, sendo que desses, catorze prestações de contas (18%) foram analisadas eaprovadas pela concedente. Doze dessas prestações de contas furam recebidas e analisadasconforme os praws estabelecidos no termo de convênio e 110 alt. 60 da Portaria Intenninisterial­MPOGIMF/CGU 127/2008. Com relação aos outros dois processos, referentes aos Convênios095/2009 (S iconv 722085) e 096/2009 (S iconv 722082), verifico u-se que o problema da demora naanálise das prestações de contas foi o atraso no lançamento, pelos convenentes, dos documentos einformações no S ico nv.

26

Para verificar as assinaturas, acesse W\WJ.tcu.gov.br/autenticldade, informando o código 49778187.

Teu TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

114. Mencione-se que no Convênio 14112009 (Siconv 728611) não houve repassefinanceiro, não havendo, portanto, que se falar em análise de prestação de contas. As apresentaçõesdas prestações de contas dos demais 62 convênios (81%) estão, em tese, com atrasos, contados dosprazos prorrogados para apresentar a prestação de contas até o dia 8/812012 de, no mínimo, 148 diase, no máximo, 1.067 dias, sendo que 28 (45%) desses convênios estão com mais de trezentos diasde atraso. Assim, as situações constantes da planilha referentes á amostra de 62 prestações de contassão as seguintes'

Apta pam Em análise Agual'dando Area Técnica Inadimplente Totalanálise análise

22 8 23 2 7 62.. - -115. Ao anahsar os hlStoncos das prestaçoes de contas dos conveIllOS dISpostos naplanilha encaminhada, observou-se que, em 54 (87%) dos 62 convênios, houve solicitação aosconvenentes de preenchimento dos dados no Siconv ou de complementação dos documentos, o quecolaborou para o atraso registrado na planilha. O que se infere das informações encaminhadas é queos convenentes encaminharam prestações de contas incompletas e não as incluíram no Siconv.Sobre o assunto, há que se registrar que o futo de não constar, nos termos de convênio, aobrigatoriedade de prestar contas dos recursos do convênio por meio do Siconv, conformepreceituado no alto 30, inc. XXIV da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008 pode tercontribuído para a ocorrência das irregularidades verificadas. O assunto foi tratado no item 4.1 destere Iatório.

116. Nesses casos, a SPMlPR permanece reiterando solicitações aos convenentes paraque concluam a prestação de contas no Siconv, para cumprimento ao disposto no art. 58, incs. I aVII da Portaria Intenninisterial-MPOG/MF/CGU 127/2008, sem o devido registro da inadimplênciano Siconv na maioria dos casos, em desatendimento ao preconizado no alt. 56, §2°, da PortariaInterministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, tendo em vista que somente em sete ocorrências (li %)os convenentes estão registrados como inadimplentes. POltanto, verifica-se, nesse caso, ausência deregistro tempestivo da situação de inadimplência do convenente quando da não apresentação daprestação de contas dentro do prazo estabelecido.

117. Verificou-se, ainda, que os prazos para apresentar as prestações de contas nesses 54convênios foram prorrogados para mais de trinta dias após o fim do prazo inicia~ emdescumprimento ao preconizado no mt. 56, §lo, da POItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU127/2008.

118. Confurme preceituado no art. 63, §Io, inc. I, da Portaria Interministerial­MPOG/MF/CGU 12712008, vigente à época, a tomada de contas deve ser instaurada, depois deesgotadas as providências administrativas internas, quando a prestação de contas do convênio nãofor apresentada no prazo. Nos casos em análise, em que as prestações de contas são apresentadas demaneira incompleta e sem a devida inclusão no Siconv, não deveriam ser registradas comorecebidas, uma vez que não cumpriram os dispositivos da legislação que rege a matéria. Registra-se,pOltanto, a decorrência de longos prazos sem a adoção de medidas tempestivas quando sãodetectadas pendências no recebimento da prestação de contas.

119. Olrtra questão a se analisar diz respeito aos prazos para análise das prestações decontas pela concedente. As prestações de contas são encaminhadas pelo setor de convênio ao setorde prestação de contas, que, por sua vez, encaminha para as áreas fins proferirem parecer técnicoem relação à execução fisica do convênio. Posteriormente, a prestação de contas retorna para o setorde prestação de contas para análise financeira.

120. Da planilha encaminhada pela SPMIPR extraiu-se que, após o encaminhamento doprocesso de contas para análise da área técnica, que, no caso específico do Programa 0156, é aSecretaria de Enfi'entamento à Violência (SEV), os processos retornaram para a análise do setor deprestação de contas, em média, em dez dias, sendo que, de 35 pareceres técnicos emitidos, vinteretornaram com menos de dez dias. OCOlTe que após o retorno dos autos de prestação de contas,juntamente com parecer da unidade técnica acerca da regularidade da execução fisica dos

27

Para verificar as assinaturas, acesse W\W/.tcu,gov.br/autenticidade, Informando o código 49778187.

TCu TRIBUNAL DE CONrAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

as JUs I Ica Ivas apresen a as pe a oram as segum es:Aguardando Em Aguardando Lançado na Notificado Vigênciaanálise análise cancelamento inadimplência para PC pl'Orl'Ogada

6 8 4 3 7 I-

convênios, 25 (71%) estão no setor de prestação de contas há mais de noventa dias, prazo máximopara análise das prestações de contas, conforme preconizado no art. 60 da Portaria Interministerial­MPOGIMFICGU 127/2008. Assim, a demora na análise da prestação de contas é deresponsabilidade do setor de prestação de contas da SPM/PR.

121. Acrescenta-se outra questão analisada relacionada ao atraso na apresentação daprestação de contas pelas convenentes. A partir de dados extraídos do Siconv, constatou-se aexistência de 26 convênios, relativos aos estados que fizeram parte da FOC (Planilha Convênios doPrograma 0156 - exercícios 2009 a 2011 - peça 21), que apresentavam data de término da vigênciaexpirada há mais de sessenta dias, portanto, superado o prazo previsto no termo de convênioacrescido do prazo de trinta dias previsto na norma para prorrogação do encaminhamento daprestação de contas, mas com a situação igual a "aguardando prestação de contas". Por meio doOficio de Requisição 2, de 11/612012 (peça 12), solicitou-se à SPMIPR, no item 2, alínea 'b', queapresentasse planilha contendo infurmações sobre as providências adotadas em relação a cada umdesses convênios.

122. Em resposta, a SPMIPR encaminhou, via correio eletrônico, planilha contendo asinformações solicitadas rererentes a 58 convênios, relativos a todos os estados da rederação, emsituação "aguardando prestação de contas" (peça 24). Em nova consulta ao Siconv, observou-se que29 desses convênios permanecem na situação "aguardando prestação de contas". Desses convênios,

. t'f f t d I SPMlPR fi . t

123. As catorze prestaçoes de contas que, no Slconv se encontram como 'aguardandoprestação de contas " mas, de acordo com justificativa da SPMIPR, estão na situação 'em análise'ou 'aguardando análise', indicam o recebimento dos documentos de prestação de contas e aausência de registro desse recebimento no Siconv, em descumprimento ao art. 58, parágrafo único,da POItaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008 e ao art. 13 do Decreto 6.170/2007. Ocorreto registro da mudança de situação no Siconv é necessário para apresentar o quantitativo realde processos em estoque que estão pendentes de recebimento da prestação de contas, bem comopara identificação dos convênios que estão aguardando análise.

124. Observa-se que a SPMlPR apresentou COlno justificativa de sete convênios que seencontram em situação de 'notificado para prestar contas'. Ocorre que no Siconv constam nasituação de 'aguardando prestação de contas' e que a data de término da vigência havia expirada hámais de sessenta dias, portanto, superado o prazo previsto no termo de convênio acrescido do prazode trinta dias previsto na norma para prorrogação do encaminhamento da prestação de contas.Nesses casos, observa-se novamente descumprimento ao art. 63, §I0, inc. I, da PortariaIntenninisterial-MPOG/MF/CGU 127/2008, vigente à época, que determinava que a tomada decontas especial deveria ser instaurada depois de esgotadas as providências administrativas internas,quando a prestação de contas do convênio não fosse apresentada no prazo.

125. Também se observou que, com relação às jnstificativas da SPM/PR de que seis dos58 convênios haviam sido lançados na inadimplência, em consulta ao Siconv (peça 25), constatou­se que os referidos convênios não constavam como inadimplentes, em descumprimento ao art. 56,§2°, da POItaria Intenninisterial-MPOG/MFICGU 127/2008 e ao art. 13 do Decreto 6.170/2007.

126. Ainda, entende-se peltinente tecer considerações especificamente sobre o Convênio13/2011 (Siconv 755955), firmado entre a União, por intermédio da Secretaria de Políticas para asMulheres da Presidência da República (SPMIPR), e a entidade privada Viva Brasil. O objeto doajuste era a realízação do evento '5 anos da Lei Maria da Penha - Proteção e Segurança que mudama vida das mulheres', confurme plano de trabalho (peça 85, p. 23-30).

127. O termo de convênio correspondente foi celebrado em 3/8/201 I, com vigência de ummês, portanto, até 3/9/2011. Para execução do objeto foram orçados recursos no valor total de R$200.000,00, sendo R$ 184.000,00 rererentes ao repasse da União e R$ 16.000,00 relativos à

28

Para verificar as assinaturas. acesse www.tcu.gov.br/autenlicidade. Informando o código 49778187.

TCU TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

contrapartida financeira. O prazo estabelecido no termo de convênio para apresentação da prestaçãode contas era de trinta dias contados do término da vigência do convênio (3/1 0/2011).

128. Conforme pesquisa realizada no Siconv, o prazo limite para prestação de contas foialterado para 5/12/2011 e a situação atual do convênio é 'atrasada - prestação de contas emcomplementação', sendo que o período de atraso é de 248 dias. Foram inseridos, pelo convenente,no módulo prestação de contas do Siconv, quatro documentos: a) metas e etapas cumpridas; b)relatório de atividades e contrapartidas; c) Relatório de imagens: realização e contrapartidas (I); ed) Relatório de imagens: realização e contrapartidas. Os relatórios de atividade e contrapartidas e demetas e etapas cumpridas contêm informações gerais acerca da realização do evento. Os relatóriosde imagem disponibilizam registros fotográfICos da realização do evento, contendo fotos debanners, fuixas, painel, placas, show de encerramento com Beth Carvalho, convite, folder daprogramação do evento, entre outros.

129. Não furam incluídos no Siconv os extratos bancários e demais documentos quedevem compor a prestação de contas, nos termos do mt. 58 da POItaria Intermin isterialMPOG/MF/CGU 127/2008, e, conforme mensagem aposta pela concedente a seguir transcrita, osdocumentos foram devolvidos e se encontram em fase de complementação pelo convenente:

Solicitação de complementação: Estamos enviando/devolvendo a prestação de contas,tendo em vista que as informações referentes aos RELATÓRIOS DE EXECUÇÃO ainda nãofomm dis ponibilízadas, os relatólios: Físico do Plano de Trabalho, Bens e Serviços deContrapmtida, Financen-o dos Pagamentos Efetuados, constam como em análise pelo fiscalconvenente. É necessário aprová-los e enviar esses relatórios para análise do fiscalConcedente/SPM, para só após a aprovação dos relatórios flsicos pela SPM, é que a Prestação deContas poderá se reenviada, para análise financeira. Lembrando que com os devidos extmtosbancálios mensais da conta do convênio (conta corrente e conta de investimento) de todo operiodo de vigência do convênio até a devolução do recurso ao erário a ser anexado na palte deANEXOS na aba de PRESTAÇÃO DE CONTAS, e caso tenha saldo remanescente, deverá sercolocado o valor e o comprovante da GRU na palte SALDO REMANESCENTE. (grifo nosso)

130. Verifica-se que os documentos da prestação de contas, na verdade, não foramencamínhados pelo convenente, mas no sistema consta como prestação de contas emcomp lementação.

4.5.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:a) Convênios 1/2009 (S iconv 703457), 25/2009 (S iconv 707596 e 707599), 26/2009

(Siconv 707659), 27/2009 (Siconv 708706), 31/2009 (POlt. 031), 38/2009 (Siconv 708277),46/2009 (S iconv 708655), 49/2009 (Síconv 708710), 50/2009 (Siconv 720516), 53/2009 (S iconv708745),81/2009 (Siconv 723470), 83/2009 (Siconv 721928),85/2009 (Siconv 722375), 88/2009(Siconv 722354),90/2009 (Siconv 722394), 98/2009 (Siconv 722389),99/2009 (Siconv 722392),100/2009 (Siconv 722348), 10112009 (Siconv 721913), 102/2009 (Siconv 722352), 107/2009(Siconv 717926), 122/2009 (Siconv 718431), 125/2009 (Siconv 722383), 141/2009 (Siconv728611), 162/2009 (Siconv 718515), 163/2009 (Siconv 718513), 165/2009 (Siconv 717550),169/2009 (S iconv 717612), 170/2009 (Siconv 718432), 176/2009 (S iconv 718514), 188/2009(Siconv 728661), 19112009 (S iconv 728683), 216/2009 (Siconv 728716), 217/2009 (S iconv728687), 221/2009 (Siconv 725831), 22112009 (Siconv 725831), 245/2009 (Siconv 724613),246/2009 (Siconv 724616), 257/2009 (Siconv 728620), 260/2009 (Siconv 725676), 277/2009(Siconv 727293), 278/2009 (Siconv 730308), 286/2009 (Siconv 728606), 288/2009 (Siconv728562), 292/2009 (Siconv 730506), 294/2009 (Siconv 728602), 298/2009 (Siconv 728650),305/2009 (Siconv 730037), 4/2010 (Siconv 731953), 9/2010 (Siconv 732278), Siconv713275/2009, Siconv 717514/2009, Siconv 722078/2009, Siconv 72861112009, Siconv728915/2009, Siconv 73060112009, Siconv 73241112010, Siconv 737104/2010, Siconv743609/2010, Siconv 744628/2010, Siconv 746548/2010, Siconv 755883/2011, Siconv723018/2009, Siconv 723393/2009, Siconv 72572412009, Siconv 732415/2010, Siconv

29

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade.informandoocódigo49778187.

~ TRIBUNAL DE CmrrASDA UNTÃO

TeU Te 003.435/2012·1

740303/2010, Siconv 740514/2010, Siconv 743398/2010, Siconv 743488/2010, Siconv743614/2010 e 13/2011 (755955).

b) Informações fo l'I1ec idas pelo concedente;c) Processo de prestação de contas do convênio;d) Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Govemo Federal

(Siconv);e) Plano de TraballlO/Termo de ReferênciaIProjeto Básico/Projeto Executivo;f) Processo fisico do Convênio 13/2011 (Siconv 755955).4.5.3 - Critérios:a) Portaria Interministerial·MPOG/MF/CGU 127/2008, mt. 56, § 1° a 7"; ar!. 57; alt. 59,

caput; mt. 60, caput e § 1° e 2°; alto 61, caput ; alt. 62, inc. 1a 111; e ar!. 63, , § I0, inc. 1, e §2°;b) Decreto 6.170/2007, art. 10, §7°;4.5.4 - Evidências:a) Tabela do atraso na análise das prestações de contas (peça 122, p. 1-16);b) Siconv- Convênios não lançados como inadimplentes (peça 25);c) Tabela do achado sobre prestações de contas em atraso (peça 24);d) Tabela do achado sobre deficiência operacional para analisar as prestações de contas

(peça 23);e) Convênios do Programa 0156 - exercícios de 2009 a 2011 (peça 21);f) RJ - Convênio 755955 - documentos do processo (peça 85, p. J-30);g) RespostaaoOflCiodeRequ5içã03/2012-6'Secex(peça 13,p.I-75);h) POltarias SPM 59 e 60, de 2012 (peça 22, p. 1-2).4.5.5 - Causas:a) omissão na verificação da capacidade operacional para analisar as prestações de

contas no tempo previsto no normativo que rege a matéria;b) celebração de convênios em quantidade superior à capacidade de análise das

prestações de contas.4.5.6 - Efeitos/Consequências do achado:a) aumento do estoque de prestações de contas a serem analisadas (efeito real);b) ausência de registro na inadimplência e instauração de tomada de contas especial por

omissão no dever de prestar contas (eleito real);c) prejuízos em virtude de atraso ou ausência de análise da prestação de contas (efeito

potencial).4.5.7 - Esclarecimentos dos responsáveis:131. Por meio do Oficio de Requ5ição 4, de 101712012 (peça 16), foram solicitadas

justificativas aos gestores da SPMlPR para as irregularidades detectadas:a) prorrogações de prazos de prestação de contas por períodos acima de trinta días, em

descumprimento ao preconizado no art. 56, § 1°, da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU127/2008;

b) ausência de registro das inadimplências no Siconv, por omissão no dever de prestarcontas, em descumprimento ao disposto 110 mt. 56, §J0, da POltaria Interministerial­MPOGIMF/CGU 127/2008;

c) atrasos na análise dos processos de contas por períodos superiores a noventa dias,pelo setor de prestação de contas de convênios, após o retomo dos pareceres da área técnica, emdescumprimento ao art. 60 da Portaria Intenninisterial-MPOG/MF/CGU 127/2008;

d) situação igual a 'aguardando prestação de contas' no Siconv, sendo que já haviamsido iniciadas as análises, o que indica ausência de registro, em desatendimento ao mt. 58, parágrafoúnico, da POltaria interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008.

132. A resposta foi encaminhada por meio do Oficio 1579/2012-SPM/PR, de 201712012(peça 15, p. 1-2), pelo qual se esclarecel~ com relação ao questionamento disposto na alínea 'a', queos primeiros convênios cadastrados no S iconv foram efetuados com a data limite para apresentação

30

Para verificar as assinaturas, acesse W\WI.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 49778187.

c~ TlUBUNAL DE CDNTAS DA UNIÃO

TeUTCOO3A35/2012-1

da prestação de contas coincidindo com a data final do convênio. Assim, à medida que esseseventos foram sendo detectados, os prazos foram ajustados no Siconv, observando-se as diligênciasjá em curso e a real possibilidade de a prestação de contas ser apresentada. Acrescentou, ainda, queao se inserir prorrogações de prazo de vigência dos convênios, o sistema atualiza por si só os prazospara apresentar prestação de contas, que, via de regra, não obedecem aos trinta dias fixados nalegislação que rege a matéria. E, nesses casos, ao concedente não é possibilitado corrigir essasdatas. Por fim, justificou-se que os lançamentos não prejudicaram a execução dos convênios,tampouco o acompanhamento das prestações de contas.

133. No que se refere ao questionamento disposto na alinea 'b', informou-se que osconvênios não foram lançados na inadimplência após expirado o prazo regulamentar paraapresentação da prestação de contas em virtude de as análises já terem se iniciado ou estaremaguardando respostas à diligênc ia ou aguardando análise fmal da prestação de contas.

134. Quanto ao item 'c', justificou-se o atraso na análise dos processos de prestação decontas pelo fàto de o volume de trabalho no Setor de Prestação de Contas ser superior aos recursoshumanos disponíveis. Ainda, a Secretaria prioriza os processos mais antigos e que, eventualmente,já furam objeto de diligência por palte do órgão de controle interno ou do TCU.

135. Por fun, no que se refere ao questionameuto disposto na alúlea 'd', úlformou-se quea ausência de registro será regularizada.

136. No que se refere ao Convênio 13/2011 (Siconv 755955), por meio do Oficio deRequisição 3/2012, de 15/6/2012 (peça 12, p. 8-10), esta equipe de auditoria solicitou à SPMIPRjustificativas para a celebração do ajuste, haja vísta:

a) a proposta ter sido apresentada pela convenente no dia 29/7/2011, sete dias antes darealização do evento, o que pode ter contribuído para a dispensa de licitação na contratação dosserviços previstos no plano de trabalho; e

b) o parecer técnico, assinado em 29/7/2011, não ter avaliado a compatibilidade daqualificação técnica da entidade com os objetivos do Programa 0156, a capacidade gerencial eoperacional da proponente, o atendimento aos critérios técnicos e aos indicadores de eficiência eeficácia definidos pela SPMlPR, bem como os custos apresentados e a mensurabilidade econômicados serviços oferecidos em contrapaltida, em descumprimento aos arts. 5, §2°, 6, inc. VII e 22 daPortaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008.

137. Em resposta, a SPMIPR, por meio do Oficio 1450/2012-SPM!PR, de 28/6/2012(peça 13), esclareceu que:

a) a proposta que deu origem à celebração do convênio em análise já vinha sendodiscutida com a área competente da Secretaria e a inclusão funnal da proposta no sistema e aformalização da parceria fui precedida de orientações do corpo técnico e avaliação do projetobásico;

b) com relação às avaliações do plano de trabalho e da convenente, a área técnicafinalística da SPMlPR baseia suas decisões com relação à aprovação das propostas em critériostécnicos, levando em consideração o histórico das instituições parceiras.

138. Acrescentou que, com vistas a atender recomendações do Órgão de Controle Interno,instituiu Grupo de Trabalho, por meio da Portaria 60, publicada no DOU de 1/6/2012 (peça 22, p.2), com a finalidade de elaborar documento normativo de orientação à equipe técnica sobre aemissão de pareceres.

4.5.8 - Conclusão da equipe:139. Convém relembrar que, nos termos do ar!. 56, §1°, da POItaria Interministerial­

MPOGIMF/CGU 127/2008, nos casos de a prestação de contas não ser encaminhada no prazoestabelecido no convênio, o concedente deve estabelecer o prazo máximo de trinta dias para suaapresentação ou recolhimento dos reClll~OS, incluídos os rendimentos da aplicação no mercadofinanceiro, atualizados monetariamente e acrescidos de juros de mora. Conforme §2° do art.mencionado, expirado o prazo mencionado, deve-se registrar a inadimplência no Siconv poromissão no dever de prestar contas, sob pena de responsabilização solidária.

31

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticldade. informando o códIgo 49778187.

,~ TRIBUNAL DE CDNTAS DA UNIÃO

teu Te 003.435/2012-1

140, No caso em análise, verificou-se que a SPMIPR permanece reiteradamentesolicitando aos convenentes que apresentem no Siconv os documentos relativos à prestação decontas dos recursos repassados, prorroga os prazos de apresentação de prestação de contas paraalém do permitido na norma que rege a matéria, não instaura as devidas tomadas de contas especial,por omissão no dever de prestar contas e, por fim, ultrapassa os limites previstos na norma paraanálise das prestações de contas.

141. Considerando que existem 55 convênios (62 menos sete registrados COlHOinadimplentes), celebrados no ãmbito do Programa 0156, no período de 2009 a 2011, com prazospara apresentação e análise das prestações de contas vencidos por periodos superiores ao previstono art. 56, §Io, da POltaria lntenninisterial-MPOG/MF/CGU 127/2008, confurme planilha acostadaà peça 122, e sem o devido registro da inadimplência, entende-se oportuno propor detel'minação àSPM/PR para a solução do problema. Ainda, diante das irregularidades constatadas com relação aostrâmites adotados pela SPMIPR no que se refere ao recebimento e análise das prestações de contas,será proposta ciência ao órgão, com vistas a orientar a unidade jurisdicionada acerca doestabelecido I10S normativos que regem a matéria, em prol da tempestividade das análises dasprestações de contas ou adoção de medidas saneadoras, em beneficio do alcance de resultados doprograma.

4.5.9 -Pl'Oposta de encaminhamento142. Detel'llllnal' à Secretaria Executiva da SPM/PR, com base no art. 4°, inc. n, do

Decreto 7.765, de 25/6/2012, que, no prazo de 90 dias, proceda à análise das prestações de contas esua concltlSão, relativas aos recursos repassados no âmbito do Programa 0156 constantes dos 55processos relacionados na peça 122 deste relatório, bem COlHO do Convênio 13/2011 (Siconv755955), em observância ao estabelecido nos arts. 10, §7°, do Decreto 6.170/2007 e mt. 76 daPOltaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011 ou, caso não sejam apresentadas as prestaçõesde contas na forma prevista no termo de convênio e no mt. 74 da POltaria Intenninisterial­MPOG/MF/CGU 50712011, instaure as devidas tomadas de contas especiais, por omissão no deverde prestar contas, nos lnoldes do disposto no art. 82, §1°, inc. I, da POltaria Interministerial­MPOGIMF/CGU 507/20 lI.

143. Ainda, considera-se peltinente daI' ciência à SPM/PR acerca das seguintesirregu laridades constatadas:

a) a prorrogação de prazo para apresentação de prestação de contas acima de trinta dias,como ocorrido nos convênios dispostos na planilha acostada à peça 122, constitniu descumprimentoao disposto no art. 56, §Io, da Portaria Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008, vigenteà época, e, atualmente, no art. 72, §I0, da POltaria Interministerial-MPOGIMFICGU 507/20 11;

b) o não cumprimento do prazo de noventa dias para a análise das prestações de contasde convênios, COlHO ocorrido nos convênios dispostos na planilha acostada à peça 122, constituiudescumprimento ao disposto no a1t. 60 da POltaria Intenninisterial-MPOG/MF/CGU 127/2008,vigente à época, e, atualmente, 110 art. 76 da Portaria Intenninisterial-MPOG/MF/CGU 507/2011;

c) a não instauração da tomada de contas especia~ após o transcurso do prazo máximode trinta dias para o saneamento de eventuais irregularidades, como ocorrido nos convêniosdispostos na planilha acostada à peça 122, constituiu descumprimento do disposto no al1. 63, §Io,inc. I da POltaria Interministerial-MPOGIMFICGU 127/2008, vigente à época, e, atualmente, no art.82, §Io, inc. I, da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011;

d) a ausêucia de registro do recebimento das prestações de contas no Siconv, comoocorrido nos Convênios 708745, 713275, 717514, 722078, 724613, 728602, 728661, 728915,737104, 743609, 723393, 740303, 743398 e 743614, constantes da planilha acostada à peça 24destes autos, implica a inft'ação ao art. 58, parágrafo único, da Portaria Interministerial­MPOGIMF/CGU 127/2008, vigente à época, e, atualmente, o art. 74, §Io, da PortariaInterministerial-MPOGIMF/CGU 507/2011, e ao art. 13 do Decreto 6. I70/2007.

4.6 -Apl'ovação de pl'estação de contas contendo il'l'egldal'idades.4.6.1- Situação encontrada:

32

Para verificar as assinaturas. acesse \'Avw.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 49778187.

~ T RlBUNAL DE CüNrAS DA lJNIAO

teuTe 003.435/2012-1

144. Conforme mencionado anteriormente, foi selecionada uma segunda amostra,denominada' Amostra B', composta por sete convênios, firmados no âmbito do programa 0156,cuja situação no Siconv era 'prestação de contas aprovada'. Por meio do Oficio de Requsição I, de1°/6/2012 (peça 8), solicitou-se à SPM/PR que disponibilizasse, para análise, os processos deprestação de contas rererentes aos convênios a seguit' listados (Amostra B), dos quais verificou-seque'

145. Observa-se que da amostra selecIonada, com exceçao do Convelllo 052/2009 (Stconv713322), os demais convênios não foram devidamente executados e, pOttanto, os recursos foramintegralmente devolvidos ao erário acrescidos dos rendimentos das aplicações.

146. Com relação ao Convênio 52/2009 (Siconv 713322), clyas despesas furamexecutadas, esta equipe de auditoria eretuou o procedimento de verificar a adequação econfurmidade da análise do processo de prestação de contas pela SPMIPR. Inicialmente, verificou­se que as despesas realizadas estavam devidamente previstas no plano de trabalho (peça 120).Posteriormente, realizou-se conciliação bancária dos extratos da conta corrente e da containvestimento, dsposta na peça 26, e análise dos documentos fiscais, das quais se constatou a:

a) realização de pagamentos indevidos de tarifas no valor de R$ 496,14, emdescumprimento ao dsposto no art. 39, inc. VII, e art. 42, §5°, da POttaria Intenninisterial­MPOGIMF/CGU 127/2008 e a cláusnla décima, alínea 'c', do termo de convênio (peça 108, p. 2);

b) ausência de documentos fiscais anexados ao Siconv de cinco despesas debitadas daconta corrente, somando R$ 12.469,00, em descumprimento ao mt. 47, inc. IV, da Portal'ÍaInterministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008;

c) realização de todos os pagamentos de despesa mediante emissão de cheques, emdescumpl'Ímento ao disposto no mt. 50, §2°, inc. 11, da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU127/2008;

d) ausência de identificação do convênio nos comprovantes de despesas, com exceçãodos rec ibos rererentes à ajuda de custo de transpOlte.

147. Cumpre registrar que as irregulal'Ídades constatadas não foram repoltadas pelaanálise da prestação de contas por parte da SPMIPR.

UF COII,'ênio Total (R$) COllvenente Análise(Siconv)

RJ 5212009 153.047,00 Centro de Imprensa, Consta devolução de recursos de R$ 62,76, re ferente(713322) Assessoria e Rádio ao saldo remanescente,

SP 308/2009 411.906,24 Prefeitura de Jacare í Consta devolução dos recursos dc R$ 206.042.41,(729851) referente ao repasse federal acrescido dos rendirnentos

da aolicacão financeira,AP 9612009 330.000,00 Secretaria de Estado, Consta devolução dos recursos de R$ 317.466,18,

(722082) Justiça e Segurança referente ao repasse federal acrescido dos rendimentosPública da aplicação financeira.

RS 5/2010 387.890,00 Prefeitura de Consta devolução dos recursos de R$ 394.336,16,(731969) Sapucaia do Sul referente ao repasse federal e ã contrapmtida,

acrescidos dos rendin~ntos da aolicacào tinanccira,SP 20912009 280.000,00 Prefe itura de Cousta devolução dos recursos de R$ 236.183,17,

(725452) Pindamonhangaba referente ao repasse federal acrescido dos rendimentosda aplicação financeira.

PA 23612009 150.000,00 Secretaria de Estado Consta devolução proporcional dos recursos de R$(727295) de Justiça e Dire itos 134.681,15, re ferente ao repasse federal acrescido dos

Humanos rendimentos da aplicação financeira, tendo em vista ovalor reaIi7..ado de R$ 10.400,00 com recursos dacontrapartida referente a aluguel do imóvel e que osl'el1dil1~ntos da aplicação financeira somaram R$10.045,78.

SP i 17/2009 164.423,54 Prefeitura de Marflia Consta devolnção dos recnrsos de R$ 80.497,07 c de(716057) 39.157,95, lotalizando R$ 119.655,02, referente ao

repasse federal acrescido dos rendilrentos da aplicaçãofinanceira.

",

33

Para verificar as assinaturas. acesse www.tcu.gov.br/autenticldade. informando o código 49778187.

~ TRIBUNAL DE mNTASDA UNIÃO

TeU Te 003.435/2012-1

4.6.2 - Objetos nos quais o achado foi constatado:a) Convênio 52/2009 (Siconv 713322);b) Documentos comprobatórios das despesas (documentos fiscais, recibos,

futuras, cópias de cheques);c) Extrato bancário da conta específica;d) Plano de trabalho 1 Termo de rererência do convênio 1Projeto Básico 1Projeto

Executivo;e) Extrato de rendimentos de aplicação financeira;1) Relação de pagamentos efetuados no âmbito do convênio;g) Documentos comprobatórios da regularidade fiscal;h) Processo (Autos) Processo de prestação de contas do convênio;i) Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal

(S iconv).4.6.3 - Critél;os:

a) POliaria IntermínísteriaI-MPOGIMF/CGU 127/2008, art. 47, inc. IV; art. 57;ali. 59; alt. 60, § 1°; art. 60, § 2°; art. 61.

4.6.4 - Evidências:a) RJ - Convênio 713322 - plano de trabalho (peça 120, p. 1-18);b) RJ - Convênio 713322 - documentos do processo de prestação de contas (peça

108, p. 1-38);c) Tabela de conciliação bancária do Convênio 713322 (peça 26, p. 1-7).

4.6.5 - Causas:a) omissãolnegligência na análise da prestação de contas.

4.6.6 - Efeitos/Consequências do achado:a) prejuízos gerados por pagamentos indevidos (ereito real).

4.6.7 - Conclusão da equipe:148. Ante todo o exposto, tendo em vista que os valores pagos indevidamente com

recursos do Convênio 52/2009 (S iconv 713322) somaram R$ 496,14, rererente ao pagamento detarifas bancárias, e que as despesas não devidamente comprovadas por meio de documentos fiscaisapostos no Siconv somaram R$ 12.469,00, entende-se peliinente propor determinação à SPM/PRpara que adote procidências para sanar as irregularidades constatadas.

149. Com relação à alúlea 'c', realização de pagamentos de despesas com cheque, caberegistrar que o parágrafu primeiro da cláusula terceira do termo de convênio previu que amovimentação dos recursos para pagamento de despesas previstas no plano de trabalho poderiamser realizadas mediante cheque nominativo ou ordem bancária a favor do credor (peça 108, p. 2), oque infl'inge o disposto no art. 50, §2°, inc. 11, da POliaria Intenninisterial-MPOG/MF/CGU127/2008, dispondo que os pagamentos devem ser realizados med iante créd ito na conta bancária detitularidade dos fornecedores e prestadores de serviços.

150. A irregularidade, pOlianto, constava no termo de convênio, firmado em 24/11/2009.Conforme tratado no item 4.1 deste relatório, a SPMlPR vem adotando as medidas previstas no art.50, §2°, inc. 11, da POliaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008, a partir do exercicio de2011. Assim, entende-se desnecessário propor medidas adicionais.

151. Quanto à constatação aposta na aUnea 'd', referente à ausência de identificação doconvênio nos comprovantes de despesas, com exceção dos recibos rererentes à ajuda de custo detransporte, impende destacar que este Tribunal, no âmbito do Acórdão 2.936/2011-TCU-Plenário,deliberou que a fulta de identificação do número do convênio nas notas fIScais e documentoscomprobatórios das despesas configura irregularidade grave que impede que se estabeleça o devidonexo de causalidade entre as despesas e os recursos transferidos. No entender desta Corte, aidentificação, nos documentos comprobatórios de despesa, do número do convênio tem porfinalidade imped ir que uma mesma nota fiscal seja aproveitada em várias prestações de contas. Esseentendimento consta também dos Acórdãos 27612010-TCU-Plenário e 7.012/2010-TCU-2' Câmara.

34

Para verificar as assinaturas, acesse Wlvw.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 49778187.

~ TRIBUNAL DE CDNTAS DA UNIÃO

TeUTe 003.435/2012-1

152. Sobre o assunto, no âmbito do TC 003.442/2012-8, que trata da auditoria pilotorealizada no âmbito da FOC na SPM/PR, consta proposta de ciência à SPM/PR de que a ausênciado número do convênio nos comprovantes de despesas impede o estabelecimento do necessárionexo de causalidade entre os dispêndios realizados e os recursos repassados, bem como dificulta oprocedimento de prestação e análise das prestações de contas da transferência voluntária, emdesatendimento ao art. 74, inc. 11 da POltaria Intenninisterial-MPOG/MF/CGU 507/2011. Nessestermos, entende-se superada a questão.

4.6.8 - Proposta de encaminhamento:153. Determinar à Secretaria Executiva da Secretaria de Politicas para as Mulheres da

Presidência da República (SPM/PR), com base no mt. 4°, inc. 11 do Decreto 7.765/2012, queproceda, no prazo de 90 (noventa) dias, à análise e conclusão da prestação de contas do Convênio52/2009 (Siconv 713322), firmado com a entidade privada Centro de Imprensa, Assessoria e Rádio,ante a constatação da realização de pagamentos indevidos de tarifas bancárias uo montante de R$496,14, e de despesas não devidamente comprovadas por meio de documentos fiscais apostos noSiconv, no montante de R$ 12.469,00, em descumprimento aos mts. 39, inc. VII, 42, §5°, e 47, inc.IV, da POltaria lnterministerial-MPOGIMFICGU 127/2008, vigente à época, e, atualmente, os arts.52, inc. VII, 54, §4°, e 59, inc. IV, instaurando, se for o caso, a devida tomada de contas especial.

5 - CONCLUSÃO154. Inicialmente, cabe relembrar que as questões de auditoria 1,2,3 e 4 foram aplicadas

pelas Secex regionais e na fiscalização piloto, junto aos executores dos convênios selecionados paraa realização da FOC. Assim, foram autuados processos próprios para o registro dos achados dasrespectivas fiscalizações.

155. As seguintes constatações foram identificadas neste trabalho·

Questão 5 - O órgão concedente adota os Ausência de cláusulas obrigatórias nos Termos derequis itos estabelecidos na Portaria Convênio. (item4.1)Interministerial-MPOGIMF/CGU Falha nas análises da viabilidade, da adequação e dos127/2008 para celebrar os convênios? requisitos mínimos no plano de trabalho. (item4.2)

Questão 6 - O repasse dos recursos é Liberação de recursos em desacordo ao estabelecidorealizado dentro dos prazos acordados e nos mts. 42 e 43 da Portaria Intermin isteria 1-após verificação das exigências previstas MPOGIMFICGU 127/2008. (item 4.3)na POltaria Intenninisteria 1-MPOGIMFICGU 127/2008? (arts. 42 e43, caput e respectivos incs., da POltariaIntermin iste ria 1- MPOGIMFIC GU127/2008)

Questão 7 - O concedente realiza o Deficiência na capacidade operacional da concedenteacompanhamento e a fisca lização da para acompanhar e fiscalizar a execução dosexecução dos convênios? convênios. (item 4.4)

Ques tão 8 - As prestações de contas são Deficiência na capacidade operacional da concedenterecebidas e analisadas dentro do prazo para analisar as prestações de contas. (item 4.5)fixado e atendem às exigências formais Aprovação de prestação de contas contendoespecificadas pela Portaria irregularidades. (item 4.6)Interministerial-MPOG/MF/CGUI27/2008?

156. Cabe salientar que, de um modo gera~ as nnpropnedades e Irregulandadesidentificadas nos convênios selecionados para a realização desta FOC, tanto aquelas relacionadasaos executores do convênio como as que se referem à concedente dos recursos, apontam para

35

Para verificar as assinaturas, acesse \WlW.tcu.gov.br/autenticidade, Informando o código 49778187.

Têb TRIBUNAL DE CüNfASDA UNIÃO Te 003.435/2012-1

deficiências nas fuses de concessão, de acompanhamento e fiscalização e de análíse da prestação decontas no âmbito da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPMIPR).

157. No qne se refere à concessão, observaram-se falhas nas análises técnicas e juridicas,uma vez que restou ausente, nos pareceres analisados, em especial, a identificação deimpropriedades observadas, durante a auditoria, nos planos de trabalho e nos termos de convênio,respectivamente. No caso das análises técnicas também chama a atenção a ausência de definição deparâmeh'Os para a avaliação dos custos propostos pelos convenentes e a inexistência de indicadoresde eficiência e eficácia para a seleção de entidades privadas sem fins lucrativos.

158. Nesse ponto, cabe mencionar que a representação do Ministério Público junto aoTCU questionou a ausência de informações sobre os critérios adotados pela SPM/PR na escolha dosbeneficiários dos recursos dos convênios do Programa 0156, ressaltando que se observou repasse demaiores recursos a estados da Federação com menores indices de violência conh'a a mulher ou commenor população feminina. Sobre o assunto especifico, destaque-se que, a pattir do Edital-SPM112012, a Secretaria em estudo passou a estabelecer critérios de pontuação para a seleção de entespúblicos e entidades privadas sem fins lucrativos, para fins de distribuição de recursos do Programa2016 - Promoção da Autonomia e Enfi'entamento à Violência (que substituiu o Programa 0156).Esses critérios envolvem a caracteristica geopolítica do local onde o objeto será executado e asestratégias de sustentabilidade do projeto e de divulgação do objeto.

159. Quanto aos acompanhamentos e fiscalizações dos convênios, verificou-se baixopercentual (0,67%) de visitas in loco nos convênios do Programa O156, firmados pela SPMIPR, noperíodo de 2009 a 2011.

160. Destaq ue-se que 28% dos convênios fiscalizados nesta FOC não estavam com asinformações relativas ao convênio regish'adas no Siconv. Somado a isso, 26% apresentaraminexecução total ou parcial do objeto e/ou movimentação irregular na conta específica do convênio,sem que fossem apresentados, pela SPMIPR, registros que comprovassem que essas ocorrências jáhaviam sido detectadas e as respectivas providências adotadas. Apesar ter sido utilizada amostranão probabilística, essas ocorrências servem para exemplificar e reforçar a necessidade de adoçãode med idas sistematizadas pela SPMIPR no sentido de acompanhar e fiscalizar os convênios por elafirmados, de modo a cumprir o previsto nos mts. 51 a 55 da Portaria Interministerial­MPOGIMF/CGU 127/2008 e, atualmente, os a1ts. 65 a 70 da Portaria Interministerial­MPOGIMF/CGU 507/2011.

161. No que tange às análises das prestações de contas, verificou-se que 62 convênios doPrograma 0156 estão com a respectiva apresentação das contas em atraso. Desses, 54 tiveramsolicitação de preenchimento de dados no Siconve complementação de documentos, os prazos deapresentação das contas prorrogados por mais de trinta dias, com sucessivas reiterações dasprorrogações, sem o consequente registro da inadimplência no Siconv. Além disso, detectou-se que,de uma amostra de sete convênios selecionados para a avaliação das análises das prestações decontas, seis (85%) não foram devidamente executados, implicando devolução total dos recursosrepassados, lembrando que havia apenas quinze convênios, firmados no âmbito do Programa 0156,que constavam no Siconv com situação igual a "prestação de contas aprovadas", no momento daseleção da amostra.

162. Cabe então ressahar que a inexecução total ou parcial do objeto, no presentetrabalho, foi observada em dezesseis convênios - seis na avaliação das análises das prestações decontas e dez identificados pelas Secex regionais (tabela 4 do presente relatório). Entende-se queessas ocorrências, embora com a possibilidade de devolução dos recursos com correção lnonetária,prejudicam sobremaneira o objetivo do programa de governo e a sociedade, que não tem asrespectivas necessidades atendidas com tempestividade. Acredita-se que esses futos, apesar daamostra não probabilística, reforçam, mais uma vez, a necessidade de aperfeiçoamento das análisestécnicas e do desenvolvimento de atividades sistematizadas de acompanhamento e fiscalização dosconvênios firmados, de modo a cOl'I'igir rumos e maximizar a aplicação dos recursos do programaem estudo.

36

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenlicidade. informando o código 49778187.

.~ TRlBUNALDECDNTASDAUNIÀO

TeUTe 003.435/2012·1

163. Apesar de já existirem iniciativas por parte da SPM/PR no sentido de definirparâmetros para a elaboraçâo de pareceres técnicos (Portaria-SPM 60/2012) e de criar Comissão deAcompanhamento e Fiscalização (Portaria-SPM 59/2012), conforme verificado no presentetrabalho, essas medidas não foram suficientes para sanar as kregularidades identificadas. Assim,considera-se pertinente propor recomendação à SPM/PR no sentido de somente formalizarconvênios no âmbito do Programa 0156 (atualmente Programa 2016 - Promoção da Autonomia eEnfi'entamento à Violência) na medida em que disponha de condições técnico-operacionais deavaliar adequadamente os planos de trabalho, acompanhar e orientar a concretização dos objetivosprevistos nas avenças, e analisar, em prazo tempestivo, as respectivas prestações de contas, deacordo com o que estabelecem os normativos que disciplinam a matéria, a exemplo das PortariasInterministeriais-MPOGIMFICGU 127/2008 e 507/201 I e do Decreto 6.170/2007.

6 - PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO164. Ante todo o exposto, encaminhamos os autos à consideração superior com as

seguintes propostas:I. determinar à Secretaria Executiva da SPMlPR, com base no art. 4°, inc. 11, do

Decreto 7.765, de 2516/2012, e com fulcro 110 art. 43, inc. I, da Lei 8.443/1992, que, no prazo de 90(noventa) dias:

a) apresente plano de ação com data de conclusão dos trabaUlOs, conforme modelo emanexo a este relatório, para que a SPM/PR elabore, indicadores de eficiência e eficácia afetos àcapacidade técnica e operacionaL para fins de seleção de entidades privadas sem fins lucrativos comas quais venha a celebrar convênios no âmbito do Programa 2016 - Política para as Mulheres:Promoção da Autonomia e Enfrentamento à Violência e ações 2C52 - AmpliaçãO e Consolidaçãoda Rede de Serviços de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, 6812 - Capacitação deProfISsionais para o Enfrentamento à Violência contra as MuUleres e 8932 - Apoio a Iniciativas dePrevenção à Violência contra as Mulheres, conforme estabelece o alt. 90 da POItariaInterministerial-MPOGIMFICGU 507, de 2411112011 (item 4.2.9 deste relatório);

b) em articulação com a coordenação de prestação de contas, proceda à análise econclusão das prestações de contas relativas aos recursos repassados no âmbito do Programa 0156constantes dos 55 processos relacionados na peça 122 deste relatório, bem como do Convênio13/2011 (Siconv 755955), em observância ao estabelecido nos arts. 10, §7°, do Decreto 6.170/2007e alt. 76 da Portaria Interministerial-MPOG/MFICGU 507/2011 ou, caso não sejam apresentadas asprestações de contas na forma prevista no termo de convênio e no alt. 74 da PortariaInterministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011, instaure as devidas tomadas de contas especiais, poromissão no dever de prestar contas, nos moldes do disposto no art. 82, §Io, inc. I, da PortariaInterministerial-MPOGIMFICGU 507/201 I (item 4.5.9 deste relatório);

c) em articulação com a coordenação de prestação de contas, proceda à análise econclusão da prestação de contas do Convênio 52/2009 (Siconv 713322), firmado com a entidadeprivada Centro de Imprensa, Assessoria e Rádio, ante a constatação da realização de pagamentosindevidos de tarifas bancárias no montante de R$ 496,14, e de despesas não devidamentecomprovadas por meio de documentos fiscais apostos no Siconv, no montante de R$ 12.469,00, emdescumprimento aos arts. 39, inc. VII, 42, §5°, e 47, inc. IV, da POItaria Interministerial­MPOGIMFICGU 127/2008, vigente à época, e, atualmente, os arts. 52, inc. VII, 54, §4°, e 59, inc.IV, instaurando, se for o caso, a devida tomada de contas especial (item 4.6.8 deste relatório);

11. dar ciência à Secretaria Exectrtiva da Secretaria de Políticas para as Mulheres daPresidência da República (SPMIPR), nos tet'll1OS do art. 4° da POItaria Segecex 13/2011, sobre asseguintes impropriedades:

a) a ausência de clátlSulas necessárias nos termos de convênio, firmados no âmbito do 11Plano Nacional de Polfticas para as Mulheres (11 PNPM), rererentes à: classificação orçamentária dadespesa e declaração de que em termos aditivos indicar-se-ào os créditos empenhados para suacobertura; obrigatoriedade de o convenente inc!uÍl' regularmente no Siconv as informações edocumentos exigidos, mantendo-os atualizados; e obrigação de prestar contas dos recursos

37

Para verificar as assinaturas, acesse \W/W.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 49778187.

TCU TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Te 003.435/2012-1

recebidos no Siconv, como ocorrido nos convênios da tabela disposta na peça 27 destes autos,afi'ontam, respectivamente, os incs. VIII, X e XXIV do a1t. 30 da Portaria Interministerial­MPOGIMF/CGU 127/2008, e, atualmente, o art. 43, incs. VIII, X, e XXIV da PortariaInterministerial-MPOGIMF/CGU 507/2011 (item 4. 1.8 deste relatório);

b) a emissão de pareceres técnicos sem o adequado exame do plano de trabalho, emespecial os campos relativos à descrição completa, clara e concisa do objeto, das metas e das etapas;cOl'I'eta definição das datas de início e término das metas e etapas; adequação do cronogramafinanceiro à execução fisica; avaliação dos bens e serviços e respectivos custos; e avaliação dacapacidade técnica e operacional das entidades privadas sem fins lucrativos, como ocorrido nosconvênios da tabela disposta na peça 18 destes autos, contraria o disposto no art. 116, §Io, incs. I aVI, da Lei 8.666/1993, c/c os a1ts. 5°, § 2°, 6°, inc. VII, 21, 22, 25 e 31 da POltaria Interministerial­MPOGIMF/CGU 127/2008, os arts. 25, inc. VI, e 44 da Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU507/20 11, e o a1t. 35, § 1°, da Lei 10.180/200 I (item 4.2.9 deste relatório);

c) a liberação de recursos dos convênios sem a comprovação do cumprimento dacontrapartida, sem a confirmação dos registros no Siconv relativos aos procedimentos de licitação,conh'atação e pagamentos, e sem a constatação da boa e regular execução das etapas anteriores doconvênio, como ocorrido nos 35 convênios dispostos na planilha acostada à peça 20, contraria odisposto no art. 43, incs. 11 a IV, da Portaria lnterministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008 e,atualmente, o a1t. 55, incs. I a III da Portaria lnterministerial-MPOGIMF/CGU 507/20 li (item 4.3.8deste relatório);

d) a ausência de justificativas para a não realização de visitas técnicas demonitoramento junto às entidades convenentes, como ocorrido nos convênios das amostras A e Bdesta auditoria (tabelas I e 2 - item 2.4 deste relatório), configura prática em desacordo com o art.52 da POltaria Intenl1inisteria~MPOG/MF/CGU 127/2008, vigente à época, e atualmente ao alt. 66da Portaria lnterministerial-MPOGIMF/CGU 507/2011 (item 4.4.8 deste relatório);

e) a prorrogação de prazo para apresentação de prestação de contas acima de h'inta dias,como ocorrido nos convênios dispostos na planilha acostada à peça 122, constituiu descumprimentoao disposto no art. 56, §Io, da Portaria Portaria lnterministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008, vigenteà época, e, atualmente, no art. 72, §I0, da Portaria lnterministerial-MPOGIMF/CGU 507/2011 (item4.5.9 deste relatório);

f) o não cumprimento do prazo de noventa dias para a análise das prestações de contasde convênios, como ocorrido nos convênios dispostos na planilha acostada à peça 122, constituiudescumprimento ao disposto no art. 60 da Portaria lntenninisterial-MPOG/MF/CGU 127/2008,vigente à época, e, atualmente, no alt. 76 da POltaria lnterministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011(item 4.5.9 deste relatório);

g) a não instauração da tomada de contas especial, após o transclll'so do prazo máximode h'inta dias para o saneamento de eventuais irregularidades, como ocorrido nos convêniosdispostos na planilha acostada à peça 122, constituiu descumprimento do disposto no art. 63, §Io,inc. I da POltaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 127/2008, vigente à época, e, atualmente, no art.82, §I0, inc. 1, da Portaria lnterministerial-MPOG/MF/CGU 507/2011 (item 4.5.9 deste relatório);

h) a ausência de registro do recebimento das prestações de contas no S iconv, comoocon'ido nos Convênios 708745, 713275, 717514, 722078, 724613, 728602, 728661, 728915,737104, 743609, 723393, 740303, 743398 e 743614, constantes da planilha acostada à peça 24destes autos, implica a infração ao a1t. 58, parágrafo único, da Portaria Interministerial­MPOGIMF/CGU 127/2008, vigente à época, e, atualmente, o art. 74, §Io, da PortariaInterministerial-MPOGIMF/CGU 507/2011, e ao art. 13 do Decreto 6.170/2007 (item 4.5.9 desterelatório);

m. recomendar à Secretaria Executiva da SPMlPR, com base no mt. 4°, inc. 11, doDecreto 7.765, de 25/6/2012, que:

a) em a1ticulação com as secretarias finalfsticas do órgão, passe a realizar oacompanhamento dos convênios em andamento, celebrados no âmbito do Programa 0156

38

Para verificar as assinaturas, acesse W\w/.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 49778187.

-~ T IUBUNAL DE CDNTAS DA UNIÃO

teuTe 003.43512012-1

(atualmente Programa 2016 - Promoção da Autonomia e Enli"entamento à Violência) utilizando-sedo Siconv, de consultas aos extratos bancários, de correios eletrônicos ou de outros meios quepermitam averiguar, à distância, a regular execução do objeto conveniado, sem prejuízo dasfiscalizações in loco, bem como promova o registro sistematizado das irregularidades detectadas edo contro le das respectivas correções implementadas, de modo a cumprir o estabelecido nos mts. 65a 70 da POltaria Interministerial-MPOGIMF/CGU 507/2011 (item 4.4.8 deste relatório);

b) somente formalize convênios no âmbito do Programa 0156 (atualmente Programa2016 - Promoção da Autonomia e Enll'entamento à Violência) na medida em que disponha decondições técnico-operacionais de avaliar adequadamente os planos de trabalho, acompanhar eorientar a concretização dos objetivos previstos nas avenças, e analisar, em prazo tempestivo, asrespectivas prestações de contas, de acordo com o que estabelecem os normativos que disciplinam amatéria, a exemplo das POItarias Interministeriais-MPOG/MF/CGU 127/2008 e 507/2011 e doDecreto 6.170/2007 (item 5 deste relatório);

IV. encaminhar cópia da decisão que vier a ser adotada, assim como do Relatório e doVoto que a fimdamentarem à Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República(SPMlPR);

V. arquivar os presentes autos, com fimdamento no art. 169, inc. V, do RegimentoInterno do TCU."

É o Relatório.

39

Para verificar as assinaturas, acesse \WIW.teu.gov.br/autentlcidade, informando o código 49778187.

:-=" TRIBUNAL DE fiNTAS DA UNIÃO

'l'CUVOTO

Te 003.43512012-1

É com satisfação que trago à aprectaçao deste Colegiado relatório consolidado dasauditorias realizadas sob a modalidade Fiscalização de Orientação Centralizada (FOC), no âmbito daSecretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPMIPR), com o objetivo deverificar a conformidade na concessão e aplicação de recursos do 11 Plano Nacional de Politicas para asMulheres (11 PNPM), em especial do Programa 0156 - Prevenção e enfi'entamento da violência contra asmulheres.2. A FOC em questão, coordenada pela então 6" Secretaria de Controle Externo (6" Secex),foi realizada em cumprimento ao Acórdão 134/2012, deste Plenário, deliberado em atendimento àrepresentação do Ministério Público do TCU (MP/TCU), proposta pelo Subprocurador-Geral PauloSoares Bugarin.3. Aludida representação fui motivada por relatos, em diferentes locais do Pais, a respeito defàlhas no atendimento e na proteção das mulheres vítimas de violência doméstica, principalmente naslocalidades apoiadas com recursos federais advindos do PNPM.4. O Programa em referência é executado por meio de convênios celebrados com municípios,estados, Distrito Federal e entidades privadas sem fins lucrativos, cujas ações contemplam os seguintesobjetos: ação 2C52 - ampliação e consolidação da rede de serviços especializados de atendimento àsmulheres em situação de violência; ação 6812 - capacitação de profissionais para atendimento a mulheresem situação de violência; ação 8833 - apoio a iniciativas de fortalecimento dos direitos humanos dasmulheres em situação de prisão; e 8932 - apoio a iniciativas de prevenção à vio Iência contra as mulheres,na SPM/PR.5. A Fiscalização contou, ainda, com a patticipação de doze secretarias de controle externoregionais, as quais realizaram auditorias nos entes executores de 38 convênios. Além disso, a equipe daentão 6" Secex promoveu fIScalização-piloto em dois convênios tirmados com um órgão (Secretaria deJustiça, Direitos Humanos e Cidadania do Distrito Federal- Sejus/DF) e uma entidade (ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores da Agricultura - Contag) do Distrito Federal.6. Numa segunda etapa, foi realizada auditoria no órgão concedente, também por equipe daentão 6" Secex. As ações de controle envolveram a análise fisica dos processos de convênios e visitas inloco, em alguns casos.7. Este relatório, além de consolidar os resultados das auditorias realizadas pelas Secexregionais, apresenta, também, os achados relativos à auditoria efetuada na SPMlPR.8. Por sua vez, o Programa 0156, selecionado para fins de aplicação dos procedimentos daFOC SPMlPR, tem como foco a prevenção e o enfi'entamento sistemático das diferentes furmas deviolência contra as mulheres e a promoção de atendimento integral, humanizado e de qualidade às que seencontram em situação de violência ou risco, transmitindo atitudes e valores igualitários em prol daconstrução de uma cultura de paz Para tanto, envolve as seguintes ações orçamentárias:

a) 10UJ - Implantação do Sistema Nacional de Informações sobre a Violência contra aMulher;

b) 2C52 - AmpliaçãO e Consolidação da Rede de Serviços Especializados de Atendimentoàs Mulheres em Situação de Violência;

c) 6812 - Capacitação de Profissionais para Atendimento a Mulheres em Situação deViolência;

d) 8831-Centralde Atendimento à Mulher- Ligue 180;e) 8833 - Apoio a Iniciativas de FOltalecimento dos Direitos Humanos das Mulheres em

Situação de Prisão;I) 8932 - Apoio a Iniciativas de Prevenção.

9. A pattir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendoaplicados de acordo com a legislação peliinente, formularam-se questões de auditoria que buscaramresponder, em relação aos convenentes (regionais e auditoria piloto), o seguinte:

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticldade. informando o código 49778301.

/~ TRIBUNAL DE CDNfAS DA UN IAo

TeUTe 003.435/2012-1

a) os bens, serviços ou obras contratados para execução do convênio foram efetivamenterecebidos/prestados, de acordo com as especificações e os propósitos do convênio?

b) a liberação dos recursos financeiros e a aplicação da contrapartida (financeira ou embens/serviços) estão em conformidade com os dispositivos legais e foram executadas de acordo com oestabelecido no respectivo termo de convênio?

c) a movimentação dos recursos na conta especifica do convênio respeita as exigênciaslegais e está respaldada por documentos financeiros que comprovam a prestação dos serviços ou entregade materiais?

d) as aquisições de bens e as contratações de serviços ou obras obedeceram às exigênciaslegais e os respectivos preços foram compatíveis com os de mercado?10. Já em relação à concedente, a auditoria buscou verificar se o órgão adota os requisitosestabelecidos na Portaria Interministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008 (vigente à época), para celebrar osconvênios; se o repasse dos recursos é realizado dentro dos prazos acordados e após verificação dasexigências previstas na aludida Portaria (arts. 42 e 43, caput e respectivos incisos); se o concedenterealiza o acompanhamento e a fiscalização da execução dos convênios e se as prestações de contas sãorecebidas e analisadas dentro do prazo fixado e atendem às exigências formais especificadas pelomencionado normativo.I!. Encontram-se na tabela I, reproduzida no item 30 da instrução transcrita no Relatórioprecedente, os convênios selecionados pelas Secex regionais e também os convênios fiscalizados na fusepiloto, nos quais foram verificados requisitos relacionados à celebração dos instrumentos e liberação dosrecursos (amostra A). Também foi selecionada uma segunda amostra, composta por sete convênios, parafins de análise da regularidade dos processos de prestação de contas dos convênios sob a égide da PortariaInterministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008 (amostra B- tabela 2 - item 32 do Relatório).12. Posteriormente, a amostra foi ajustada para 39 convênios, em razão da verificação deavenças que não tiveram liberação de recursos, adição de ouh'os convênios, em razão de terem sidofirmados em virtude da prorrogação de oficio publicada no Diário Oficial da União de 17/5/2012, e damaterialidade de R$ 740.930,00, observada em relação a nm dos convênios.13. O volume de recursos fiscalizados a partir das amostras alcançou o montante de R$31.760.674,44, sendo R$ 29.883.407,66 referentes à fuse de celebração dos instrumentos, concessão dosrecursos e execução, e R$ 1.877.266,78 relativos à avaliação da regularidade dos processos de prestaçãode contas.14. Para a consecução deste trabalho, foram utilizadas as diretrizes dos padrões de auditoria deconformidade (Portaria-Segecex 26/2009) e das orientações para fiscalizações de orientação centralizada(POltaria-Adplan2/20 IO).15. Nas fiscalizações efetivadas na execução dos convênios, pelas Secex regionais, nosmunicípios, e pela 6' Secex, no Distrito Federa~ foram constatadas as seguintes impropriedades, entreoutras:

16.

trabalho;

a) desvio de finalidade na execução do objeto;b) inexecução total ou parcial do objeto;c) movimentação irregular da conta específica;d) preços incompatíveis com os valores de mercado ou com os orçados;e) ausência de identificação do convênio nos documentos fiscais de pagamento;I) procedimentos fi'audulentos em licitação; eg) despesas não comprovadas.Na aud itoria no órgão repassador dos recursos, as principais constatações foram:a) ausência de cláusulas obrigatórias nos termos de convênio;b) falha nas análises da viabilidade, da adequação e dos requisitos mínimos no plano de

c) liberação de recursos em desacordo ao estabelecido nos 81tS. 42 e 43 da POltariaInterministerial-MPOG/MF/CGU 127/2008;

2

Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autent!cldade. informando o código 49778301.

'I"êb TRIBUNAL DE CDNTAS DA UNIAo Te 003.435/2012·1

d) deficiência na capacidade operacional da concedente para acompanhar e fIScalizar aexecução dos convênios;

e) deficiência na capacidade operacional da concedente para analisar as prestações decontas;

f) aprovação de prestação de contas contendo irregularidades.17. Diante desses registros, a unidade técnica propôs determinações e ciência aos gestores doPrograma, no sentido de aprimorar os procedimentos de concessão e supervisão dos recursos repassadosno âmbito do Programa 0156.18. Para as fiscalizações realizadas pelas Secex regionais e pela 6' Secex (no Distrito Federal),furam propostos encaminhamentos especificos nos respectivos processos, que abrangem conversão dosautos em tomada de contas especial e citação, audiência, determinação, recomendação e ciência.19. Antes de passar às minhas considerações sobre os relatos, devo ressaltar a impol1ância daapreciação, pelo Plenário desta Casa, da consolidação das informações obtidas em auditorias namodalidade fOC, pois proporcionam visão sistêmica dos achados de auditoria em matéria de tão grandeimportância, mesmo não sendo possível generalizar os resultados obtidos na análise do conjunto deconvênios examinados, uma vez que a seleção da amostra ocorreu de forma não probabilística, tendo porbase os critérios mencionados no item 2.4 relatório transcrito.20. De qualquer funna, a condensação dos dados é importante subsidio para a atuação daSPM/PR, bem como para a performance deste Tribunal de Contas.21. Destaco das informações apresentadas pela unidade técnica, alguns achados que, além dapossibilidade de dano fmanceiro, representam potencial prejuízo para o sucesso do programa, isso porqueinviabiliza ou dificulta a disseminação de material necessário ao esclarecimento das mulheres vitimas deviolência, bem como o aparelhamento para a assistência que lhes deve ser prestada.22. Como primeiro exemplo cito o convênio que tinha como objeto a organização e publicaçãode mil exemplares de um livro denominado "Lei Maria da Penha Comentada em uma PerspectivaJurídico-feminista", a CllStO zero para a SPM e a disponibilização deste livro em sites da entidade e dediversas ONGs e movimentos de mulheres (Peça 121, p. 1-12). Tal objeto não fui cumprido. Além de nãoter sido comprovada a entrega dos exemplares à mencionada Secretaria, foi constatada a publicação daobra por editora privada e a sua comercialização. O segundo exemplo diz respeito é a verificação deatrasos na liberação de recursos dos convênios por parte da SPM/PR, o que pode levar à não execução,em tempo hábil, de ações que possam impactar o atingimento do objetivo do Programa.23. Olrtra importante verificação que pode, também, aretar negativamente a execução dasações propostas, diz respeito à ausência de parâmetros para a avaliação da qualificação técnica ecapacidade operacional das entidades privadas sem fins lucrativos com as quais são firmados convênios.Notou-se que o conjunto normativo que rege a lnatéria não estabelece indicadores de eficiência e eficáciapara a seleção dessas entidades. A escolha de parceiros despreparados ou não estruturados para arealização das ações do programa pode levar à ineficácia ou mesmo à não consecução dos objetivos.24. Irregularidade recorrente foi detectada durante as auditorias e que é muito comum quandose trata de matéria relacionada a transrerências voluntárias de reclU'SOS públicos. Constatou-se a ausênciado cumprimento da obrigação de acompanhar e fiscalizar a execução do objeto pactuado e a adequadaaplicação dos valores, quase sempre relacionada à falta de estrutura dos órgãos repassadores.25. Esse achado é significativo, pois, a deficiência na capacidade operacional da concedentepara acompanhar e fiscalizar a execução dos convênios pode dificultar o atingimento das ações propostas,pois nem sempre a execução financeira guarda consonância com o que, na prática, é realizado. Ou seja, aatlSência de fiscalizações in loco sistematizadas pode fuvorecer inexecuções totais ou parciais do objeto,desvios de finalidade, descumprimento do plano de trabalho, fulllas no controle patrimonial e documentosfiscais sem identificação do convênio.26. Depreendo ser de gravidade significativa a constatação de defICiência na capacidadeoperacional da concedente para analisar as prestações de contas, o que leva à intempestividade do examee do lançamento das inadimplências no Siconv. A falta de estrutura leva, também, à aprovação de

3

Para verificar as assinaturas, acesse \WIW.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 49778301.

<:"'6 TRIBUNAL DE mNTASDA UNIÃO

TeUTe 003.435/2012-1

prestações de contas contendo irregularidades. Adequada, pOltanto, a realização das determinaçõespropostas pela unidade técnica no que tange a esta questão.27. Tenho por relevante mencionar, também, a verificação de inexecução total ou parcial doobjeto, observada em dezesseis convênios - seis na avaliação das análises das prestações de contas e dezidentificados pelas Secex regionais (tabela 4 do Relatório). Essas ocorrências, embora com apossibilidade de devolução dos recursos com correção monetária, prejudicam sobremaneira o objetivo doprograma, o que reforça a necessidade de aperfeiçoamento das análises técnicas e do desenvolvimento deatividades sistematizadas de acompanhamento e fiscalização dos convênios firmados, de modo a corrigirrumos e maximizar a aplicação dos recursos do programa em estudo, conforme sugerido na conc lusão dotrabalho.28. Devo lembrar, por 0poltuno, que foram autuados processos próprios para o registro dosachados das respectivas fiscalizações, o saneamento e encaminhamento específico para asimpropriedades/irregularidades identificadas em convênios aud itados.29. Importante a divulgação deste trabalho no mês em que se comemora o dia internacionaldas mulheres, pois quero acreditar que as ações desenvolvidas por esta COlte de Contas encontrarãoressonância nas instituições responsáveis pela adoção das medidas que serão determinadas em acórdão,para que, quem sabe já nos próximos anos, tenhamos um quadro mais alentador e que possamos não maisnos deparar com estatísticas tão constrangedoras em relação às mulheres, das mais diversas idades, quesão agredidas fisica, moral e psicologicamente por quem deveria amá-las, respeitá-las e protegê-las. Éesse o nosso papel e espero que seja cumprido por todos os atores.30. Por fim, não poderia deixar de parabenizar o corpo técnico das doze Secretarias regionaispela excelência do trabalho realizado, agradecendo, em particular, a valiosa colaboração dos auditores daSecexEduc, pela dedicação à tarelá ora trazida ao Colegiado.

Com essas considerações, acolho integralmente o encaminhamento proposto pela unidadetécnica especializada, e VOTO por que o Tribunal aprove o Acórdão que ora submeto à consideraçãodeste Plenário.

Sala das Sessões, em 13 de março de 2013.

AROLDO CEDRAZRelator

4

Para verificar as assinaturas, acesse www.teu.gov.br/aulenlicidade. informando o códIgo 49778301.

TCà TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIAo

DECLARAÇÃO DE VOTO

TC 003.435/2012-1

Mais uma vez, congratulo-me com o subprocurador-geral Paulo SoaresBugarin, pela iniciativa da representação que originou o presente trabalho, e com oministro Aroldo Cedraz, pelo presente que concede às mulheres ao relatar, próximo aseu "dia intemacional", os resultados das ações desenvolvidas pelo Tribunal para avaliaros frutos da política governamental vo ltada para o público feminino, sobretudo asvítimas de violência.2. Com as devidas proporções, a apreciação de dois processos na semanapassada sobre o assunto (TC-012.099/2011-2 e TC-003.635/2012-0), e mais este queora se examina (TC-003.435/2012-1), fez-me lembrar prática adotada em meu Estadopara chamar a atenção para o problema da violência contra as mulheres ou mesmo paraevitá-la: o "apitaço" em atos públicos, como passeatas, com o lema "vamos apitar até aviolência acabar!" ou em situações reais de violência, nas quais a mulher ameaçadacomeça a apitar alertando a vizinhança, que também apita e faz com que o agressor seintimide e/ou seja denunciado.3. Como disse na sessão plenária passada, a ação estatal é muito relevante noenfrentamento do problema, em especial porque a mulher precisa confiar na proteção dopoder público para que não mais se sujeite à opressão, à exploração e à violência.4. Ao TeU compete fazer seu papel no controle, buscando a melhoria das açõesgovernamentais, seja com recomendações para seu aprimoramento, como feito no TC­012.099/2011-2, seja com determinações para correção de irregularidades identificadasou, ainda, mediante punição de gestores faltosos, como meio de prevenir ocorrênciassimilares, na fonna do acórdão adotado no TC-003.635/20 12-0.

5. Desta feita, esta COIte tem a oportunidade de deliberar sobre a consolidaçãodas auditorias realizadas com a finalidade de avaliar a conformidade na concessão e naaplicação de recursos no âmbito do II Plano Nacional de Polí ticas para as Mulheres e sedepara com fragilidades usuais na administração pública na área de convênios.

6. Identificaram-se, entre vários outros achados, liberação de recursos emdesacordo com as nonnas, desvio de finalidade ou inexecução total ou parcial do objeto,despesas não comprovadas, movimentação irregular da conta específica e deficiênciasna capacidade operacional da concedente para acompanhar e fiscalizar a execução dosajustes e para analisar as prestações de contas.

7. Desses achados, despertou a minha atenção, assim como do relator, aconstatação, numa amostra de sete convênios na situação "prestação de contasaprovada", de que seis não foram devidamente executados, com devolução integral dosrecursos ao erário, além da inexecução total ou parcial do objeto dos ajustes em 26% dototal fiscalizado.8. Esse cenário precisa ser alterado, pois representa verdadeiro prejuízo àsociedade. Não é crível que, em um país com estatísticas ruins em termos de homicídios

Para verificar as assinaturas, acesse \'N/W.tcu.goY.brJautenticidade. informando o código 49798823.

/~TeU TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIAo Te 003.435/2012-1

femininos, recursos deixem de ser utilizados no atingimento dos fms de programadirecionado à prevenção e ao enfrentamento da violência contra as mulheres.9. Também destaco que, no período de 2009 a 2011, verificou-se que foramrealizadas apenas oito atividades de monitoramento e fiscalização pela Secretaria dePolíticas para as Mulheres, sendo que somente duas se referiam a convênios firmadosno âmbito do programa foco das auditorías, que somaram 298 ajustes, representandomenos de 1%.10. Ainda que se reconheça a adoção de medidas pela unidade para resolver oproblema, novamente este Tribunal se vê diante da li'aqueza estatal nas ações deacompanhamento e fiscalização da aplicação dos recursos descentralizados, tãoimportantes para correto uso dos recursos públicos.li. É de se esperar, portanto, que as determinações e as recomendações propostaspelo relator, com as quais concordo de forma integral, sirvam como mais um "apito", nobojo do "apitaço geral" promovido pelas mulheres brasileiras e pelas organizaçõespreocupadas com sua proteção, para despertar a atenção do estado quanto à necessidadede agir efetivamente na solução de problema tão caro ao país.

Finalizo parabenizando cada um dos participantes deste trabalho, queenvolveu doze secretarias de controle extemo regionais, além da então 6a Secretaria deControle Externo, responsável pela consolidação dos seus resultados.

TCU, Sala das Sessões, em 13 de março de 2013.

ANAARRAESRedatora

2

Para verificar as assinaturas. acesse www.tcu.gov.br/autenticidade. informando o código 49798823.