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Petroleiras falam sobre o Outubro Rosa Página 2 Negociações do ACT 2016/2017 Páginas 8 e 9 Sem segurança, a Petrobras não avança Página 7 Outubro/1 - 2016 • Nº 1079 AVANTE, TEMOS MUITA LUTA! Páginas 4 a 6

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Petroleiras falam sobre o Outubro RosaPágina 2

Negociações do ACT 2016/2017Páginas 8 e 9

Sem segurança, a Petrobras não avançaPágina 7

Outubro/1 - 2016 • Nº 1079

AVANTE, TEMOS MUITA LUTA!Páginas 4 a 6

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Chegamos ao Outubro Rosa, um mês dedicado para chamar a atenção sobre a preven-ção e luta contra o câncer de mama. Hora de intensificar a discussão e fazer o autoexa-

me, buscando atendimento médico periódico.

De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo (SESA), o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima o surgimento de 1.010 novos

casos de câncer de mama este ano, somente no estado. A taxa de incidência é de 51,44 para cada grupo de 100 mil mulheres e da de mortalidade, 13,97. Nesta edição, o Boca

de Ferro traz o depoimento de duas petroleiras que já enfrentaram o câncer.

Conhecer o próprio corpo pode prevenir avanços da doença

KÉZIA BIANCA FERREIRA DA COSTA FRAGA, 32, é empregada da empresa Luso Brasileira e atua na UTG Sul, em Anchieta. Foi diagnosticada com endometriose profunda IV, uma doença que acomete apenas mulheres, correndo risco até de perder os dois rins. “É uma enfermidade de difícil diagnóstico que acomete mais de 7 milhões de mulheres todos os anos”, diz.

A endometriose é uma doença grave que se comporta como câncer, uma vez que cria nódulos e cistos que podem ir para várias partes do corpo, inclusive o cérebro. “Fui diagnosticada em estágio avançado e, por consequência disso, precisei passar por uma cirurgia que removeu focos da doença em vários órgãos, como bexiga, reto, intestino”, conta Kézia. A petroleira já passou por duas cirurgias e no momento está afastada da empresa para tratamento pelo SUS.

A luta de Kézia

BRAUNA VILAÇA, 38, é técnica de Administração e Controle na Transpetro e trabalha no Edivit. Foi diagnosticada com Linfoma de Hodgkin. Para Brauna, cuidar da saúde é valorizar a própria vida. Muitas vezes, devido à correria do dia a dia, Brauna diz que as mulheres não es-tão atentas aos sinais do próprio corpo. Para ela é necessário separar momentos para refletir e deixar a mente e o corpo descansarem. “Quando algo não vai bem, com certeza o corpo emitirá sinais. E é aí que mora o perigo, quando não os percebemos”, afirma.

Brauna teve o diagnóstico de câncer e, por sorte, descobriu quando ainda era tratável. Portanto, tem motivos de sobra para acreditar que seja tão importante o diagnóstico preco-ce, visto que as chances de cura são maiores. Depois de sete meses de intenso tratamento recebeu a alta médica. Foi uma vitória para ela e para toda a família. Neste momento tão difícil, as coisas mais importantes para Brauna foram sua fé em Deus, o apoio da família, a confiança de estar com uma boa equipe médica e a vontade de viver.

O corpo que fala

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A) Porque entregar a operação do pré-sal para petroleiras estrangeiras? B) Além das petroleiras estrangeiras, quem mais vai lucrar com isto?

Para justificar a aprovação do PL 4567 temos ouvido os maiores absurdos sobre a empresa. Dizem que está que-brada, que tem a maior dívida do mundo, uma dívida im-pagável. Dizem que a empresa não tem capacidade finan-ceira de tocar o pré-sal e muitas bobagens mais.

Não preciso lembrar que a Petrobras, apesar da dívida hoje de US$ 90 bilhões, tem um caixa de US$ 30 bilhões, o equivalente a 1/3 desta dívida. Não preciso lembrar que o Plano de Negócios 2017/2021, recentemente apresen-tado, indica uma geração de caixa de US$ 158 bilhões, ou seja, uma média superior a US$ 30 bilhões/ano.

Não preciso lembrar que os prejuízos apresentados em 2014 e 2015 foram fruto de ajustes contábeis, altamente contestados, que não geraram nenhuma perda no caixa da empresa. Sobre o resultado de 2015 eu mesmo fiz uma de-núncia à CVM, o que gerou o Processo Administrativo “SP-2016-182”, que é público e pode ser acessado no site da CVM, e se encontra em análise. Não preciso lembrar que a Petrobras é detentora da melhor tecnologia e os menores custos para extração de óleo em águas profundas.

Mas preciso lembrar que, segundo a ANP, nós temos hoje reservas provadas de 40 bilhões de barris. Preciso lembrar

Utilizar os desvios ocorridos na empresa e que estão em apuração pela Lava Jato, para criar um “Projeto Lesa-Pá-tria”, não tem nenhuma lógica. Corrupção em empresas brasileiras, estatais e privadas, sempre ocorreram. Deixar um concorrente operar no pré-sal tem muitas implicações. Em recente entrevista, o ex-diretor da Petrobras Guilher-me Estrella, considerado o responsável pela descoberta do pré-sal afirmou:

“Precisamos entender que o operador de uma área está longe de ser uma equipe técnica que cumpre determina-ções de quem obteve a concessão para pesquisar e explo-rar petróleo. Todas as empresas que participam de uma li-

que estas reservas ainda não estão registradas no balanço da empresa, pois aguardam testes de longa duração. Preciso lembrar que mesmo nos preços baixos atuais estas reservas equivalem a mais de US$ 1,6 trilhões (US$ 40 x 40 bilhões). Preciso lembrar que os mais renomados geólogos informam que estas reservas podem superar 150 bilhões de barris.

Preciso lembrar que quem tem estes volumes de reservas e a tecnologia que a Petrobras tem, não encontra proble-mas para rolar suas dívidas ou obter novos empréstimos. Preciso lembrar que quando estas reservas forem conta-bilizadas o patrimônio da Petrobras vai se equiparar aos das maiores petroleiras do mundo, e os indicadores de alavancagem financeira aceitos pelos mais exigentes ana-listas, inclusive de Wall Street.

Recentemente escrevi um artigo com o seguinte título: “Imaginem uma notícia assim: Vale descobre nova grande jazida de minério e entrega os direitos de exploração para a australiana BHP”.

Claro que a Vale jamais faria isto. Mesmo que não tivesse recurso para explorar a nova jazida, a Vale aguardaria a obtenção dos recursos, pois o minério, como o petróleo, não se deteriora com o tempo.

A PETROBRAS NÃO PRECISA DE AJUDA PARA EXPLORAR O PRÉ-SAL VAMOS FALAR SÉRIO:

citação vencedora, mesmo que não tenham a maioria das cotas, adquirem um status de proprietário das instalações, sistemas submarinos, navios de produção, equipamentos, tubulações de transferência. O operador é quem manda e desmanda. São as equipes do operador que, a bordo, em-barcadas ou em terra, assumem a coordenação das ope-rações. Também são elas que apropriam, manuseiam e interpretam todos os dados de engenharia e geologia das rochas que produzem petróleo e gás natural nos sistemas implantados. Este sistema é cuidadosamente tratado pelo operador. Os segredos são guardados a sete chaves, pois são informações absolutamente confidenciais, e apontam para novas descobertas e prioridades de investimentos”.

senhores parlamentares, acordem:As reservas do pré-sal descobertas pela Petrobras ainda não estão contabilizadas

Para justificar a aprovação do PL 4567 temos ouvido os maiores absurdos sobre a empresa. Dizem que está

quebrada, que tem a maior dívida do mundo, uma dívida impagável. Dizem que a empresa não tem capacidade financeira de tocar o pré-sal e muitas bobagens mais.

Então senhores congressistas, ficam as seguintes perguntas:

OPINIÃOCláudio Oliveira Economista aposentado da Petrobras

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Mais um golpe contra o povo brasileiroDeputados entregam pré-sal às multinacionais

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A aprovação do PL 4567/16 que retira da Petrobras a obrigato-riedade de ser a operadora única do pré-sal foi um duro golpe contra os trabalhadores e a sociedade brasileira. Os especialis-tas e críticos classificaram o ato como um crime de lesa-pátria e a segunda parte do golpe impetrado contra o mandato da presidenta Dilma. Foram 292 votos a favor e 101 contra. O PL 4567/16 determina o fim da participação mínima de 30% da Petrobras nos campos licitados e abre as porteiras para o capi-tal estrangeiro explorar mais essa riqueza nacional.

Durante toda a mobilização em favor do pré-sal e no mo-mento da votação na Câmara dos Deputados, os diretores do Sindipetro-ES estiveram presentes. Diretor de Cultura, Esportes e Lazer, Leandro Baesso avalia que o movimento serviu para unir e estreitar os laços dos movimentos so-ciais que estavam meio separados. “Esses ataques em to-das as frentes impedem uma unidade de luta. Cada grupo está preocupado em resolver seus problemas”— avaliou.

De acordo com Baesso, como era esperado, os projetos estão sendo aprovados, visto que o presidente Michel Temer tem o controle da Câmara. Junto com Baesso, estiveram em Brasília, no movimento para barrar o projeto, os diretores Fabio Velten, Walla-ce Ouvenery, Felipe Homero Pontes e Rodolfo Martins de Paiva.

No dia da votação o presidente da Petrobras, Pedro Paren-te desdenhou a importância das reservas para a compa-nhia. Gerentes da Petrobras circulavam pelo plenário da Câmara, assediando os deputados para que aprovassem o projeto. A FUP e seus sindicatos lutaram até o último momento para impedir a votação do projeto.

Na avaliação de Baesso, os próximos passos serão analisados de acordo com a ofensiva. “Precisamos nos organizar e juntar forças para o que vier. É necessário realizar mobilizações ini-ciais de esclarecimento aos trabalhadores sobre a conjuntura e definição de ações para envolver a categoria, fazer assem-bleias setoriais, onde apresentaremos os malefícios do PL que retira o direito da Petrobras ser a operadora única do pré-sal e do desmonte realizado pelas vendas dos ativos apresenta-do pela atual gestão da empresa” – explica.

O Projeto de Lei seguirá para votação no Senado Federal, as-sim que as emendas parlamentares ao PL forem votadas. “A FUP teve um papel fundamental para qualificar o debate do PL 4567/16 e desmascarar aqueles que querem entregar o patri-mônio público. Vamos continuar marcando presença em Bra-sília, nas próximas semanas, quando as emendas do projeto serão votadas”, frisa o coordenador da FUP, José Maria Rangel.

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precisamos nos organizar e juntar forcas para

o que vier

Petroleiros unidos na luta pelos direitos sociais

Petroleiros e movimentos sociais se unem na luta por direitos

Em Brasília, também somamos força com os trabalhado-res de outras categorias no Dia Nacional de Luta contra o Desmonte do Estado. Mais de 3 mil trabalhadores parti-ciparam da Audiência Pública na Câmara dos Deputados para denunciar o fim dos programas sociais com a apro-vação da PEC 241. Mobilizado pela CUT, a atividade acon-teceu durante todo o dia 5 de outubro, na Esplanada dos Ministérios.

Para o diretor do Sindipetro-ES, Wallace Ouverney, a PEC 241 é o maior ataque aos direitos sociais que o povo bra-sileiro poderá sofrer. “Essa medida do governo golpista de Michel Temer vai atingir diretamente os mais pobres, vai aumentar a desigualdade social. A PEC prevê o congela-mento por 20 anos dos gastos públicos com saúde, educa-ção e remuneração dos servidores”, alerta Ouverney.

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Em todo país, a CUT vem mobilizando os trabalhadores para a organização de uma greve geral de resistência às medidas do governo Temer que retiram

direitos da classe trabalhadora. No último dia 22 de setembro, milhares de trabalhadores foram às ruas protestar contra a PEC 241, a reforma da Previdência, a terceirização, privatização do Pré-Sal, congelamento dos

investimentos por 20 anos e a reforma do ensino médio.

Mesmo com toda a pressão, os deputados federais, num placar de 366 votos a favor da PEC e 111 contra, cometeram o maior golpe nos direitos sociais, rompendo com o pacto da Constituição de 1988. Para o coordenador-geral do Sindipetro-ES, Paulo

Rony Viana, a PEC 241 é um retrocesso brutal, foi feita para atender ao mercado e vai afetar gravemente a maior parte da população brasileira.

“Congelar investimentos em educação e saúde por 20 anos é comprometer toda uma próxima geração. Temos que aumentar a pressão, a resistência. Os

trabalhadores precisam estar mobilizados para proteger seus direitos trabalhistas e de cidadãos – tudo o que conquistamos foi com muita coragem e luta de classe”.

RUMO À GREVE GERAL

Temos que aumentar a pressão, a resistência!

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TST tem novo entendimento na ação de RSR

JURÍDICO EM CAMPO

Conforme já noticiamos nos jornais Boca de Ferro e em Newsletters anteriores, o Sindipetro-ES, assim como, to-dos os demais sindicatos dos petroleiros do país, tem acompanhado no Tribunal Superior do Trabalho (TST), o julgamento de várias ações a respeito do tema dos refle-xos das horas extras no RSR. As atenções estavam espe-cialmente voltadas para o julgamento do recurso de pe-troleiro do Amazonas na Seção de Dissídios Individuais – SDI1 – do TST (processo RR - 1069-65.2012.5.11.0018), que, lamentavelmente, rejeitou a tese jurídica que benefi-ciava os trabalhadores.

O TST, então, fixou o entendimento de que:

“Em conformidade com o art. 3º, V, da Lei 5.811/1972, atuando o petroleiro em regime de turnos de reveza-mento, tem ele direito ao repouso de 24 horas con-secutivas para cada três turnos trabalhados, extrain-do-se dos autos que o reclamante usufruía do direito a duas folgas semanais por força de norma coletiva. Ocorre que tais folgas compensatórias, constantes na referida legislação, a que se encontram submeti-dos os petroleiros que laboram em regime de turnos interruptos de revezamento, não guardam identida-de com o repouso semanal remunerado ante as di-ferentes peculiaridades que norteiam ambos os ins-titutos. Registre-se que a Lei 605/49, em seu art. 3º, estabelece a remuneração do repouso remunerado ao passo que a Lei 5.811/72, ao prever mais de um repouso por semana, não estabelece a remuneração dos repousos assim previstos. Nesse sentido, ao es-

tabelecer a legislação que "a concessão de repouso na forma dos itens V do artigo 3º, II, do artigo 4º e I do artigo 6º quita a obrigação patronal relativa ao repouso semanal remunerado", teve por escopo apenas esclarecer que os repousos semanais remu-nerados estão abrangidos pelos descansos a que se refere, não se podendo extrair a assertiva de que to-dos os dias de descanso, em tal e diferenciado regi-me, devam ser remunerados.”

Ou seja, segundo o TST, o fato do petroleiro ter mais de um dia por semana de repouso não significa que todos os dias sem trabalho servirão de base para o reflexo das horas extras.

Trata-se, portanto, de precedente jurisdicional que afasta de forma determinante as pretensões da categoria, espe-cialmente nas ações que estão em curso, notadamente, na ação coletiva proposta pelo SINDIPETRO-ES.

Diante do cenário posto, em que majoritariamente todas as instâncias do Poder Judiciário estão rejeitando a tese jurídica que atende a categoria, o SINDIPETRO-ES orienta que a busca por esse direito deve ser feita sob outra ver-tente, qual seja, a majoração dos reflexos pela identifica-ção de um maior número de horas extras contabilizadas para seu cálculo.

Assim, entende o SINDIPETRO-ES, que uma nova luta a respeito dos reflexos das horas extras deva ser iniciada. Nesse sentido, o Jurídico do Sindicato já estuda nova tese a ser apresentada ao Poder Judiciário.

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Desde o início de setembro, os sindicatos filiados à FUP es-tão em negociação pela proposta do Termo Aditivo ao Acor-do Coletivo de Trabalho (ACT) 2015-2017, que foi renovado no ano passado em sua íntegra, após a vitoriosa greve dos petroleiros em novembro. Somente as questões econômicas estão sendo negociadas, pois as cláusulas sociais do ACT con-tinuam vigentes até setembro de 2017.Conforme aprovado na VI Plenária Nacional da FUP, com participação de todos os sindicatos da federação, os representantes sindicais reivindi-caram 5% de ganho real e a reposição da inflação do período pelo ICV/Dieese de 8,08 acumulado no período.

A Federação também tem cobrado da Petrobras a reposição do efetivo. Em 2014, 7.633 trabalhadores aderiram ao PIDV, desses, 6.800 já se desligaram, 405 desistiram e 405 ainda estão ativos com previsão de saída até maio de 2017. Este ano, as adesões já alcançam 11.736 trabalhadores, sendo que 2.473 já se desligaram e 9.263 ainda estão ativos e de-vem sair da empresa até julho de 2017. De acordo com a FUP, 72% das pessoas que aderiram ao PIDV possuem mais de 30 anos de empresa e mais de 1.300 são técnicos de se-gurança, o que pode aumentar consideravelmente os riscos de acidente, ao contrário do que diz a empresa.

NEGOCIAÇÕES ACT PETROBRAS 2015-2017 Nenhum Direito a Menos!

As assembleias já foram concluídas e rejeitaram, por unanimidade, a proposta da empresa em várias bases do país. Os petroleiros também aprovaram com mais de 95% dos votos os indicativos de estado de greve e a ope-ração Para Pedro.

Nessa reunião, além da rejeição da proposta feita pela empresa a Federação cobrou a retomada do benefício-farmácia, nos mesmos moldes que estão assegurados no Acordo Coletivo de Trabalho o que voltou a ser cumprido a partir do início de outubro. Houve diversos questiona-mentos aos informes da Petrobras que destacam que

Negociações

A FUP também cobrou o acerto do avanço de níveis auto-mático, cuja cláusula do Acordo Coletivo está sendo des-cumprida pela Petrobras. O gerente executivo de RH, José Luis Marcusso, que era gerente-geral de Exploração e Pro-dução do Espírito Santo, informou que a empresa já quitou o pagamento dos avanços de níveis por antiguidade.

No dia 16 de setembro, a FUP voltou a se reunir com a Pe-trobras e a empresa, além de se posicionar sobre as pen-dências do acordo cobradas na última reunião, apresentou a seguinte proposta de reajuste das cláusulas econômicas:

Outubro|1 • 2016 • 8

Petroleiros rejeitam proposta da empresa

a segurança é um dos pilares desta gestão. A FUP tam-bém criticou o programa de SMS que a empresa tem divulgado nos jornais que está sendo construído e que terá o singelo nome de "Compromisso com a Vida".

"Não se pode criar uma política de segurança de cima para baixo, feita por gerentes dentro de seus escritórios, determi-nando o que os trabalhadores, que estão nas áreas operacio-nais expostos a acidentes, devem fazer. Uma política de SMS deve ser construída a partir da visão dos trabalhadores, como é feito na Noruega, onde os índices de acidentes são baixíssi-mos”, afirmou Zé Maria, coordenador da FUP.

• 4,97% de reajuste na RMNR para os trabalhadores com re-muneração até R$ 9 mil e para quem ganha acima desse va-lor, aplicará um valor fixo de R$ 447,30 na tabela da RMNR.

• Substituição do auxílio-alimentação por cartão refeição.

• Congelamento da atual tabela salarial e dos adicionais como do Estado do Amazonas, a Gratificação de Campo Terrestre, os benefícios educacionais e o Programa Jovem Universitário.

• Aumento na tabela da AMS e o Benefício-Farmácia de 4,97%. Os trabalhadores criticaram duramente a política de de-sinvestimento da empresa e de forma irônica, os gestores da Petrobras. "Já que brasileiro gosta de copiar os Estados Unidos, então por que não fazemos o que o governo ame-ricano fez na crise de 2008, quando investiu bilhões na GM e evitou que a empresa quebrasse? Por que o governo não faz o mesmo com a Petrobras?”, questionou o coordena-dor-geral da Fup, Zé Maria.

A gerência de controladoria da empresa admite as con-siderações da FUP, já que a empresa conquistou grau de investimentos entre 2005 e 2007 e, em 2008, quando recebeu empréstimos do BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica, a Petrobras pôde enfrentar a crise internacio-nal da época e manter os seus investimentos no pré-sal.

Ao final da reunião com a Petrobras, José Maria Rangel, classificou como uma afronta aos trabalhadores a propos-ta apresentada pela Petrobras.

Em nova reunião de negociação, no dia 29 de setembro, após a realização de assembleias nas principais bases de todos os sindicatos da FUP, os petroleiros deram início a “Operação Para Pedro”.

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Nova rodada de negociação dia 19

Está agendada uma nova rodada de negociação ACT para o próximo dia 19 de outubro. Portanto, as mobilizações devem continuar nas bases. Nenhuma negociação avan-ça sem pressão dos trabalhadores. No caso da Petrobras, é lutar ou perder. Não há meio termo nessa disputa e a escolha que os petroleiros fizerem definirá os rumos da nossa campanha salarial.

A Petrobras é uma história vitoriosa de desafios aos interesses internacionais. Sua criação, e cada momento de expansão, só

aconteceram por mobilização dos trabalhadores. O seu crachá verde, hoje, só existe porque quem veio antes de você lutou por

ele. E se você não lutar, ele deixará de existir.

Só se negociam as cláusulas econômicas

A federação e os sindicatos também deixaram claro que a atual negociação diz respeito somente às cláusulas econô-micas - hora extra, jornada de trabalho, estão fora das ne-gociações do ACT e deverão ser tratados nas comissões de negociação permanentes. Também não aceitamos acordo diferenciado entre a holding e as subsidiárias, e considera-mos inadmissível qualquer proposta econômica que seja abaixo da inflação.

Pauta pelo Brasil aponta soluções para enfrentar a crise

A Pauta Pelo Brasil foi uma das alternativas que os traba-lhadores apresentaram à direção da Petrobras para en-frentar a crise sem ter que se desfazer de ativos estraté-gicos e manter a integração do Sistema, que é um trunfo, já que uma empresa integrada tem menos riscos, pois di-versifica receitas. Uma das principais propostas da Pauta é a União exercer o seu papel de acionista majoritário e injetar recursos na empresa, como fez o governo dos EUA na crise de 2008, ao financiar a General Motors e evitar a falência da empresa.

A FUP mostrou que o atual processo de desmonte que está em curso na Petrobras é uma reprise do passado. Na década de 90, os trabalhadores lutaram contra os mesmos movimentos de privatização que estão hoje de volta na companhia.

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Do lado que de luta pelos empregos de milhares de petroleiros?

OU Pelo fim deles?

É HORA DE SE POSICIONAR. DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ?

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Os diretores do Sindipetro-ES Davidson Lomba, Ewerton An-drade, Fábio Velten, Paulo Rony, Rodolfo Paiva e Wallace Ou-verney estiveram reunidos com o gerente responsável pelas plataformas do Parque das Baleias, no último dia 10.

Durante a reunião foram debatidas as questões de segurança das plataformas e o acidente ocorrido no último dia 5, quan-do a explosão de um visor de vidro na linha de compressão de gás, feriu um operador – ele sofreu corte na face, braço e escoriações no corpo.

Acidente com afastamento

De acordo com o gerente do Ativo Parque das Baleias, a ope-ração que causou o acidente era rotineira e as causas estão sendo investigadas. O gerente assumiu que houve falha na comunicação com o sindicato sobre o acidente. A empresa estabeleceu um prazo para a indicação do representante do sindicato na comissão de análise e investigação de acidente, mas antes que o prazo expirasse, uma equipe embarcou na plataforma sem a presença do dirigente sindical. Não é a pri-meira vez que isso acontece.

Para o coordenador geral do Sindipetro-ES, Paulo Rony Viana, está faltando transparência e respeito com o que é pactuado com as entidades que representam o trabalhador: “Essa atitu-de da empresa nos leva a concluir que estão tentando esconder algo, pois esse comportamento vem se repetindo. Até mesmo as reuniões de CIPA’s Offshore sofreram alterações de datas, e não fomos comunicados previamente”, criticou Viana.

A direção do Sindipetro-ES também lembrou à gerência que as plataformas localizadas no Espírito Santo colocam o es-tado como segundo maior produtor nacional de petróleo, apesar de todas as dificuldades operacionais e situações de

insegurança. Portanto, é inaceitável que regularmente ocor-ram acidentes nas plataformas na bacia do Espirito Santo. O gerente do Ativo (Parque das Baleias) concordou que todo o processo operacional, em que aconteceu o acidente, deve ser revisto e que também está prevista a entrada em opera-ção de uma nova UMS a partir de abril de 2017.

Durante a reunião, foi pactuado que um representante do sindicato deverá acompanhar todos os trabalhos de apura-ção e investigação do acidente. O Sindipetro-ES cobrou ainda o cumprimento do ACT referente à inspeção no local de tra-balho por um engenheiro de segurança ou médico do traba-lho, já solicitada há um ano, para embarcar na P-58.

Nenhum acidente a mais!

A direção do Sindipetro-ES deixou claro mais uma vez que não aceitará que a produção seja mais valorizada que a se-gurança. É preciso dar um basta ao assédio e à negligência dos gestores que atropelam as normas de segurança para garantirem suas metas, comprometendo a saúde dos traba-lhadores, que já atuam sob pressão, em função de efetivos cada vez mais reduzidos.

Sem segurança, a Petrobras não avança

Diretores estiveram no embarque dos petroleiros, logo após o acidente, conversando e alertando os companheiros sobre a insegurança a bordo das plataformas e a postura que deve ser adotada contra o assédio dos gestores. Todo desvio e irregularidade encontrados devem ser denuncia-dos ao sindicato. Mais do que uma mobilização, a Operação Para Pedro é uma necessidade de preservação da vida. Por isso, é fundamental o engajamento de todos os petroleiros e petroleiras nessa luta.

ACIDENTE NA P-58 DEIXA UM PETROLEIRO FERIDOSindipetro cobra cumprimento de padrões e mais transparência dos gestores

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Lucineide Varjão é eleita co-presidenta da América Latina

De acordo com a diretora Mirta Chieppe, a partici-pação das mulheres como delegadas continua cres-cendo, mas ainda não é ideal. “Embora a meta do Congresso fosse 30% de participação feminina, dos 1500 delegados, 390 foram mulheres.

Durante o encontro, segundo Chieppe, foi aprovada a criação do comitê de mulheres, as a grande con-quista mesmo foi da Lucineide Varjão para ocupar a co-presidência da América Latina e Caribe do sindi-cato global IndustriALL”.

A diretora do Sindipetro-ES, Mirta Chieppe, participou do 2º Congresso da IndustriALL Global Union “A luta continua”, que reuniu no Rio de Janeiro mais de 1.300 sindicalistas de todos os continentes. O IndustriAll Global Union representa mais de 50 milhões de trabalhadores químicos, têxteis, minerado-res, da energia e do setor metalúrgico em 140 países.

SINDIPETRO-ES PARTICIPA DO 2º Congresso da IndustriALL Global Union

Os aposentados e pensionistas do Plano Petros que repac-tuaram já receberam no dia 25 de setembro seus benefí-cios reajustados automaticamente pelo IPCA, cujo índice é de 8,97%. Enquanto, isso, a gestão Pedro Parente quer congelar a tabela salarial, impondo perdas à categoria. O reajuste automático e a desvinculação das parcelas Petros e INSS, conquistadas na repactuação, garantiram maior segurança aos aposentados e pensionistas, que não de-pendem mais da conclusão da campanha reivindicatória e da assinatura do Acordo Coletivo para garantir a corre-ção de seus benefícios. Essas e outras conquistas foram garantidas pela FUP e seus sindicatos no maior acordo da história da previdência complementar brasileira.

Benefício-Farmácia

No último dia 13, em reunião com a Petrobras, a FUP con-seguiu garantir o ressarcimento do Benefício-Farmácia a todos os trabalhadores, durante o período em que o pro-grama foi suspenso. Desta forma, foi resolvida a pendência envolvendo a regularização do pagamento durante o pe-ríodo de setembro de 2015 até o final de agosto de 2016, quando o benefício-farmácia ficou suspenso e as pessoas continuaram comprando remédios, guardando notas.

APOSENTADOS E PENSIONISTAS: Fiquem por dentro

Foi implementado um sistema informatizado, que a pes-soa deve digitalizar e enviar a receita médica e a nota fiscal. Desta forma, não há mais uma rede de farmácia credenciada, agora, pode-se comprar os remédios em qualquer farmácia, pegando apenas a nota fiscal para, de-pois, requerer o reembolso.

A partir do dia 17 de outubro, os beneficiários poderão fazer o pedido de reembolso do período em que o bene-fício-farmácia estava suspenso, através do mesmo siste-ma informatizado. Cada trabalhador deve recuperar suas notas e receitas médicas, digitalizando todas, por etapa, seguindo o cronograma, que será divulgado pela empresa e suas subsidiárias. As solicitações de reembolso de me-dicamentos deverão ser feitas pela internet pelo Botão compartilhado.

Por enquanto, só será possível dar entrada a partir de 17 de outubro nas notas e receitas referentes aos medica-mentos adquiridos no período de 15 de setembro de 2015 até 30 de novembro de 2016. Em breve, será divulgado o restante do cronograma de pagamento. Portanto, o traba-lhador deve ficar atento às datas para fazer o seu pedido de reembolso.

Fonte: FUP

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