avaliação do desempenho de 227 variedades...
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COMUNICADOTÉCNICO
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Sete Lagoas, MGMaio, 2018
Jane Rodrigues de Assis MachadoMarcos CarrafaCinei Terezinha Riff elLauro José Moreira GuimarãesPaulo Evaristo Oliveira GuimarãesRoberto Dos Santos Trindade
Avaliação do Desempenho de Variedades Sintéticasde Milho no Rio Grande do Sul
ISSN 1679-0162
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1Engenheira-agrônoma, doutora em Genética e Bioquímica, pesquisadora da Embrapa Milho na Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS; Engenheiro-agrônomo, Mestre em Engenharia Mecânica, Prof. do curso de Agronomia da Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM), Três de Maio, RS; Engenheira -agrônoma, Doutora em Fitossanidade/Entomologia, Profa. do curso de Agronomia da Sociedade Educacional Três de Maio (SETREM), Três de Maio, RS; Engenheiro-aAgrônomo, doutor em Melhoramento Genético, Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG; Engenheiro Agrônomo, Doutor em Melhoramento Genético, Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG; Engenheiro Agrônomo, doutor em Melhoramento Genético e Melhoramento de Plantas, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG.
IntroduçãoAs previsões para a safra brasileira
de grãos em 2017/18 mostraram que a área plantada apresentou um pequeno acréscimo de cerca de 0,8% em relação à safra anterior. Já no que diz respeito à produção, houve redução de 3,4% quando comparada com a safra 2016/17 (Acompanhamento..., 2018).
Considerando a cultura do milho, houve redução em área plantada na pri-meira safra brasileira em torno de 7,7%. A causa principal deste decréscimo é a competição por área com a soja, que comparativamente tem maior liquidez de mercado. (Conab, 2018).
No Rio Grande do Sul, a área planta-da com milho em 2016/17 foi de 805 mil hectares, e na safra 2017/18 foi 728 mil hectares, ou seja 9,5% a menos (Conab, 2018).
Ao analisar a safra 2015/16, a produ-ção de milho no Rio Grande do Sul foi
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de 5.892,70 milhões de toneladas, com produtividade média de 7.160 kg ha-1, um excelente resultado, considerando as últimas 14 safras de milho brasileiras (Acompanhamento... , 2017).
Alguns fatores tiveram papel impor-tante para o sucesso da safra 2015/16 no Rio Grande do Sul: clima bastante favorável com precipitações adequadas, boa distribuição das chuvas em quase todas as regiões do Estado e utilização de cultivares mais adaptadas e com boa estabilidade de produção.
Dentre os vários produtos tecnoló-gicos utilizados pelos agricultores, a semente é um dos mais importantes, sendo, portanto, na cultura do milho uma das tecnologias que mais se desenvol-veu nos últimos, causando grande im-pacto para a produção agrícola nacional (Pereira Filho; Borghi, 2016).
Na safra 2016/17, foram ofertadas no mercado brasileiro de sementes 315 cul-tivares de milho, das quais 67,93% são transgênicos e 32,06% são sementes convencionais (sem transgenia) (Pereira Filho; Borghi, 2016).
De acordo com Pivoto et al. (2016), a semente é o terceiro maior item de dispêndio na cultura do milho. Conforme
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observado por esses autores, em uma análise mais detalhada dos dados obtidos em quase duas décadas, no município de Cruz Alta- RS, a semente representou o maior acréscimo nos cus-tos produção do milho, principalmente por causa da grande adoção dos agri-cultores pelas cultivares transgênicas e da elevação do preço delas.
Escolher a cultivar mais adequada para sua realidade permite ao agricultor maximizar os investimentos, possibili-tando a execução de práticas de manejo que geram maiores rendimentos, tor-nando a atividade rentável.
Na Região Sul, a maior parte da pro-dução de milho é da agricultura familiar, que desempenha importante função, pois garante a segurança alimentar da família, contribui para melhoria do solo, viabiliza a diversificação com outras espécies-chave na consolidação do sistema de plantio direto, gera renda e mantém o homem no campo (Machado; Fontanelli, 2014).
Sendo assim, o segmento da produ-ção agrofamiliar necessita de um olhar especial, pois, além de contribuir para a economia do estado, desempenha papel fundamental na sustentabilidade e soberania da agricultura. Por isso, desenvolver tecnologias que visem a autossustentação e a melhoria das con-dições de vida desses agricultores é de grande importância.
Dar oportunidades aos jovens para continuarem o trabalho dos pais e desenvolver meios de estruturar as
propriedades familiares, para que de maneira gradativa e segura os agri-cultores familiares possam prosperar, possibilitará o fortalecimento das comu-nidades locais e da região, tornando-as autossuficientes no fornecimento de alimentos em quantidade e qualidade adequada.
Nesse contexto, as variedades sin-téticas têm se mostrado como opção favorável, pois, com a utilização de sementes de menor custo, o agricultor familiar pode fazer investimento em ou-tros insumos, melhorando as condições da sua área e aumentando o potencial de produção delas. Apesar de as varie-dades sintéticas apresentarem potencial produtivo menor quando comparadas aos híbridos, o menor custo da semente e a possibilidade de o agricultor obter semente própria para a safra seguinte as torna uma opção rentável para os agricultores que fazem uso de baixo investimento.
A Embrapa tem um programa de desenvolvimento de cultivares de baixo custo de semente com adaptação regio-nal para atender ao pequeno agricultor na produção de milho com menor custo.
Assim, ao invés de esse agricultor investir em semente de alto custo sem, contudo, ter condições de suprir as necessidades por insumos que viabili-zam a expressão dos elevados índices de rendimento dessas cultivares, ele pode utilizar semente de custo mais baixo, que passou por um programa de melhoramento e adaptação e de quali-dade, porém, com menor potencial de
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produtivo. O que for economizado ele poderá investir em outros insumos, di-minuindo os riscos produção e elevando seus rendimentos, além de garantir a qualidade do milho produzido.
Para obtenção dessas cultivares são necessários vários anos entre seleção e recombinação de uma população; ao fi-nal, essas variedades são avaliadas em diferentes locais e em parcelas maiores, na forma de unidades de observação (UOs).
Este trabalho apresenta os resulta-dos obtidos nas unidades de observa-ção conduzidas em três locais do Rio Grande do Sul, em que foi avaliado o comportamento de 16 variedades sinté-ticas, entre comerciais e experimentais, na safra 2015/16.
As unidades de observação foram conduzidas em Passo Fundo, Panambi e Três de Maio, munícipios que repre-sentam regiões de grande importância para a agricultura no estado (Tabela1). Cada UO foi constituída de 16 varieda-des sintéticas, das quais duas foram usadas como testemunha: BRS Planalto e BRS Missões.
O delineamento experimental foi de blocos casualizados com três repetições, e as parcelas foram constituídas de 10 li-nhas de cinco metros com espaçamento entre linhas de 0,80 m, com distribuição de sementes para uma população de 62 mil plantas ha-1.
As características avaliadas foram: altura de planta (AP) obtida em cm, me-dida do solo até a última folha; altura de
inserção de espiga (AE) obtida em cm do solo até a inserção da primeira es-piga; estande final (EF) número total de plantas na pré-colheita; produtividades de grãos (PG) peso dos grãos de duas parcelas calculado em kg ha-1 corrigido para 13% de umidade e umidade de grãos na colheita, obtida na colheita por meio de aparelho manual e expressa em percentagem (UM).
A condução dos ensaios seguiu a in-dicação técnica para a cultura do milho no Rio Grande do Sul (Reunião Técnica Anual do Milho; Reunião Técnica Anual do Sorgo, 2013). Os dados foram ana-lisados pelo programa Genes (Cruz, 2007).
A análise de variância conjunta mostrou diferença significativa entre as variedades, (p
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Tabela 1. Dados de altitude, data de semeadura, data de colheita, cultura anterior e tipo de am-biente dos locais onde foram conduzidas as unidades de observação de variedades sintéticas de milho no Rio Grande do Sul, safra 2015/16.
Local Altitude (m)Data de
semeaduraData de colheita Cultura anterior
Tipo ambiente
Passo Fundo 687 23/09/15 18/03/16 aveia+ervilhaca Subtropical alto
Panambi 451 20/10/15 23/03/16 aveia Subtropical baixo
Três de Maio 343 29/10/15 08/03/16 soja/aveia Subtropical baixo
As variedades sintético PF 7031, sintético SP e sintético PF 7008 foram agrupadas em razão das menores altu-ras de planta na média dos três locais avaliados pelo teste de Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade. Com altura de planta intermediária ficaram BRS Gorutuba e sintético PF 7018; os demais apresentaram maiores alturas de planta pelo teste de Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade (Tabela 2). A altura de inserção de espiga mostrou resultados semelhantes à característica anterior com menor altura de inserção em sintético PF 7031 e sintético PF 7008, assim como BRS Gorutuba e sin-tético PF 7018 ficaram com inserção de espiga intermediária. Já as variedades sintético SP, sintético 10 707, sintético PF 7021, apesar de maior estatura de planta, ficaram com altura de inserção intermediária (Tabela 2). Essas caracte-rísticas são importantes para posiciona-mento dos materiais em dois aspectos. Primeiro, AP e AE não devem ser muito
elevadas para possibilitar uma boa co-lheita mecanizada; em segundo, plantas muito altas e/ou com inserção de espiga também altas ficam mais propensas ao acamamento, principalmente na região subtropical, onde há grande ocorrência de ventos fortes.
Apesar da característica estande final apresentar diferença significativa para interação variedade x local, pelo teste de F (p
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a competição por luz que pode levar ao maior crescimento da planta, torando-a suscetível a acamamento.
A umidade de grãos na colheita é um dos parâmetros que pode indicar preco-cidade. Quanto menor a umidade, mais precoce o material, nessa avaliação observou-se que o grupo mais precoce foi formado pelas variedades sintético 104, sintético 1x, BRS Gorutuba, sintéti-co PF 7031, sintético PF 7008 e sintético PF 7021 (Tabela 3).
Atualmente, existe uma tendência doas agricultores em preferir cultivares mais precoces. No entanto, essa dis-cussão é bastante controversa, visto que em algumas situações plantam-se cultivares superprecoces, que são colhi-das mais cedo, e o solo acaba ficando descoberto por um longo período até a semeadura da próxima espécie, sujei-tando o solo às intempéries que podem causar problemas na sua estrutura física e química levando à formação de áreas degradadas.
Na média dos três locais não houve diferença significativa para produtividade de grãos, pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade (Tabela 3). A média ge-ral foi de 4.517 kg ha-1, 24% menor que a média do Rio Grande do Sul na mesma safra. É importante ressaltar que a pro-dutividade média alcançada no estado na safra 2015/16 foi considerada exce-lente em comparação com as últimas 14 safras. No desdobramento dos locais pode-se observar que em Passo Fundo (região do planalto médio) a média geral foi de 6.326 kg ha-1, 7% a mais que a
média do estado (Acompanhamento... , 2017). As variedades de maior produtivi-dade de grãos, segundo a teste de Scott Knott a 5% de probabilidade nesse local, variaram de 6.131 kg ha-1 a 7.706 kg ha-1 e não diferiram entre si. O grupo forma-do pelas variedades BRS 4103 (4. 347 kg ha-1), BRS Caimbé (4.748 kg ha-1) e sintético PF 7008 (5.193 kg ha-1) apre-sentou menor produtividade de grãos.
Em Panambi e Três de Maio não foi detectada a diferença entre as varieda-des para produtividade de grãos (Tabela 3), sendo que as médias variaram de 3.718 kg ha-1 a 6.106 kg ha-1, e 1.613 kg ha-1 a 3.236 kg ha-1, respectivamente.
Foi possível observar a ocorrência significativa da interação entre varie-dade x local para algumas variedades, indicando que há comportamento dife-renciado quando a variedade é cultivada em condições edafoclimáticas diferen-tes. O sintético PF7031 apresentou a menor média em Três de Maio (1.613 kg ha-1). Já em Passo Fundo e Panambi, ele obteve rendimento de 6.222 kg ha-1 e 5.042 kg ha-1, respectivamente. A variedade BRS 4103 mostrou-se mais adaptada a Panambi (6.109 kg ha-1).
Com esses resultados, podemos di-zer que as variedades sintéticas podem ser uma alternativa importante para pe-quenos agricultores porque apresentam boas características agronômicas e de produtividade.
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Comitê Local de Publicaçõesda Unidade Responsável
PresidenteSidney Netto Parentoni
Secretário-ExecutivoElena Charlotte Landau
MembrosAntonio Claudio da Silva Barros, Cynthia Maria
Borges Damasceno, Maria Lúcia Ferreira Simeone, Roberto dos Santos Trindade e
Rosângela Lacerda de Castro
Revisão de textoAntonio Claudio da Silva Barros
Normalização bibliográfi caRosângela Lacerda de Castro (CRB 6/2749)
Tratamento das ilustraçõesTânia Mara Assunção Barbosa
Projeto gráfi co da coleçãoCarlos Eduardo Felice Barbeiro
Projeto gráfi co da coleçãoCarlos Eduardo Felice Barbeiro
Editoração eletrônicaTânia Mara Assunção Barbosa
Foto da capaJane Rodrigues de Assis Machado
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1ª ediçãoFormato digital (2018)
CG
PE 1
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