avaliaÇÃo de forÇas hidrostÁticas e hidrodinÂmicas …
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AVALIAÇÃO DE FORÇAS HIDROSTÁTICAS E HIDRODINÂMICAS NÃO
LINEARES EM CORPOS FLUTUANTES REPRESENTADOS POR MALHAS
DE PAINÉIS
Jhonathan Jhefferson de Sousa Ribeiro
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-graduação em Engenharia
Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil.
Orientador: Fabrício Nogueira Corrêa
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2020
AVALIAÇÃO DE FORÇAS HIDROSTÁTICAS E HIDRODINÂMICAS NÃO
LINEARES EM CORPOS FLUTUANTES REPRESENTADOS POR MALHAS
DE PAINÉIS
Jhonathan Jhefferson de Sousa Ribeiro
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO
LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM
CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.
Orientador: Fabrício Nogueira Corrêa
Aprovada por: Prof. Fabrício Nogueira Corrêa
Eng. Allan Carre de Oliveira
Prof. Breno Pinheiro Jacob
Prof. Carl Horst Albrecht
Prof. Joel Sena Sales Junior
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
FEVEREIRO DE 2020
iii
Ribeiro, Jhonathan Jhefferson de Sousa
Avaliação de forças hidrostáticas e hidrodinâmicas não
lineares em corpos flutuantes representados por malhas de
painéis / Jhonathan Jhefferson de Sousa Ribeiro – Rio de
Janeiro: UFRJ/ COPPE, 2020.
XIV, 97 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Fabrício Nogueira Corrêa
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2020.
Referências Bibliográficas: p. 95-97.
1. Hidrostática não linear. 2. Hidrodinâmica não linear.
3. Integral de superfície. 4. Offshore. I. Corrêa, Fabrício
Nogueira. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
COPPE, Programa de Engenharia Civil. III. Título.
iv
Ao meu avô Otávio Borges.
Outro dia, noutro plano,
noutra vida, a gente se vê.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, em todas as suas formas de manifestação.
Ao meu pai. Por toda vida, estive sempre de pé sobre seus ombros.
À minha mãe, um anjo lindo a quem peço que sempre me acompanhe.
À minha tia Socorro. Eu amo muito você. Muito.
Ao meu ao meu avô Otávio Borges. O seu exemplo de força e brio vive no ideal de
homem que busco um dia me tornar. “As coisas findas, muito mais que lindas, essas
ficarão”.
À minha avó Maria Antonieta, por ser “um dom, uma certa magia, a dose mais forte
e lenta de uma gente que ri quando deve chorar”.
À minha família. “Se for preciso, eu crio alguma máquina mais rápida que a dúvida,
mais súbita que a lágrima, viajo a toda força, e num instante de saudade, eu chego pra
dizer que eu vim te ver.”
Aos meus amigos, aos quais agradeço pela leveza e peço desculpas pela minha
ausência e às vezes impaciência nos últimos meses.
Aos colegas de trabalho do LAMCSO, em especial à Ivete. Vocês são uma família
que me acolheu e da qual muito bem me faz pertencer.
Ao professor Carl Albrecht, pela imensa ajuda prestada em todas as fases deste
trabalho.
Ao aluno de iniciação científica Lucas Clarino, pelo grande auxílio na confecção de
modelos e imagens deste trabalho.
Ao meu orientador Fabrício Corrêa, por ser minha maior referência técnica na
engenharia.
“O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001”
vi
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau Mestre em Ciências (M.Sc.)
AVALIAÇÃO DE FORÇAS HIDROSTÁTICAS E HIDRODINÂMICAS NÃO
LINEARES EM CORPOS FLUTUANTES REPRESENTADOS POR MALHAS
DE PAINÉIS
Jhonathan Jhefferson de Sousa Ribeiro
Fevereiro/2020
Orientador: Fabrício Nogueira Corrêa
Programa: Engenharia Civil
Atividades de extração de petróleo offshore têm sito feitas através de sistemas
flutuantes baseados em plataformas ancoradas. Para análise e projeto destes sistemas,
torna-se necessário calcular seus movimentos sob ação de carregamentos ambientais
diversos, o que usualmente é feito através de ferramentas computacionais.
Tradicionalmente, nestas ferramentas, forças geradas pela água devido à passagem de
ondas são calculadas por matrizes lineares unitárias ou pela formulação de Morison para
cilindros. Em ambos os casos, simplificações são impostas e não linearidades, além de
outros efeitos como elevação instantânea da superfície do mar, podem ser
negligenciados. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é desenvolver um algoritmo
para cálculo de forças e momentos resultantes de cargas hidrostáticas e hidrodinâmicas
não lineares de onda atuando em cascos de plataformas offshore levando em
consideração efeitos de elevação instantânea da superfície do mar. O algoritmo será
incorporado à plataforma SITUA-Prosim, e sua verificação se dará a partir de
comparação dos resultados com valores obtidos analiticamente ou por ferramentas
computacionais já consolidadas.
vii
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
EVALUATION OF NONLINEAR HYDROSTATIC AND HYDRODYNAMIC
FORCES IN FLOATING BODIES REPRESENTED BY PANEL MESH
Jhonathan Jhefferson de Sousa Ribeiro
February/2020
Advisor: Fabrício Nogueira Corrêa
Department: Civil Engineering
Offshore oil production has been carried out by floating systems based on moored
platforms. For the analysis and design of these systems, it is necessary to assess their
motion responses under the action of various environmental loads, which is usually
performed by numerical tools. Traditional tools usually evaluate forces due to the passage
of waves by linear unitary matrices or by the Morison formulation for cylinders. In both
cases, simplifications are imposed and non-linearities might be neglected, besides other
effects such as instantaneous elevation of the sea surface. In this context, the goal of this
work is to develop an algorithm for calculating forces and moments resulting from
nonlinear hydrostatic and hydrodynamic wave loads acting on hulls of offshore platforms
considering effects of instantaneous elevation of the sea surface. The algorithm will be
incorporated into the SITUA-Prosim code and validated by comparing the results with
values obtained analytically or by well-stablished computational tools.
viii
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1
1.1 Contexto e Motivação..................................................................................... 1
1.2 Objetivo ......................................................................................................... 2
1.3 Estruturação do Texto..................................................................................... 3
2 FORMULAÇÃO ..................................................................................... 4
2.1 Forças geradas pelo fluido .............................................................................. 4
2.2 Representação do mar..................................................................................... 4
Ondas regulares ....................................................................................... 4
Representação espectral ........................................................................... 5
2.3 Forças Hidrostáticas ....................................................................................... 6
2.4 Forças Hidrodinâmicas ................................................................................... 8
Formulação de Morison ........................................................................... 8
Formulação de Froude-Krylov ................................................................. 9
Formulação de Difração/Radiação ......................................................... 11
Formulações Híbridas ............................................................................ 12
3 IMPLEMENTAÇÃO .............................................................................. 13
3.1 O SITUA-Prosim ......................................................................................... 13
3.2 Conceitos básicos ......................................................................................... 14
Definição de vetor normal unitário ........................................................ 14
Volume e centro de volume de tetraedro ................................................ 15
3.3 A Integral de Pressões .................................................................................. 16
3.4 Descrição do método .................................................................................... 20
3.5 Forças hidrostáticas ...................................................................................... 21
3.6 Forças hidrodinâmicas .................................................................................. 25
4 ESTUDO DE REFINAMENTO DE MALHA DE SUPERFÍCIE ...................... 28
4.1 Introdução .................................................................................................... 28
ix
4.2 Plano horizontal: forças verticais .................................................................. 30
4.3 Plano vertical: forças na direção da onda ...................................................... 36
4.4 Semicilindro ................................................................................................. 42
4.5 Cubo ............................................................................................................ 48
4.6 Cilindro ........................................................................................................ 53
4.7 Plataforma Semissubmersível ....................................................................... 58
5 RESULTADOS E VERIFICAÇÃO ........................................................... 69
5.1 Parede vertical .............................................................................................. 69
5.2 Semicilindro ................................................................................................. 72
5.3 Cubo ............................................................................................................ 76
5.4 Cilindro ........................................................................................................ 80
5.5 Navio ........................................................................................................... 84
5.6 Plataforma Semissubmersível ....................................................................... 88
6 CONCLUSÕES ..................................................................................... 92
6.1 Considerações Finais .................................................................................... 92
6.2 Sugestões para Trabalhos Futuros ................................................................. 93
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 95
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Representação de uma onda regular [4] ..................................................... 4
Figura 2.2 – Pressões hidrostáticas atuando em um corpo parcialmente submerso ......... 6
Figura 2.3 – Cilindro parcialmente submerso com eixo inclinado ................................. 7
Figura 3.1 – Modelo de uma plataforma flutuante no programa SITUA-Prosim .......... 14
Figura 3.2 – Definição de vetor normal à superfície do triângulo ................................ 15
Figura 3.3 – Tetraedro e seu centro de volume ............................................................ 15
Figura 3.4 – Integral de uma função numa superfície .................................................. 16
Figura 3.5 – Triângulo destacado da malha com seus nós e vetor normal .................... 17
Figura 3.6 – Volume de pressões sobre o triângulo ..................................................... 17
Figura 3.7 – Demonstração geométrica do cálculo do volume ..................................... 18
Figura 3.8 – Campo de pressões hidrostáticas atuando numa barragem ....................... 19
Figura 3.9 – Fluxograma geral do método desenvolvido ............................................. 21
Figura 3.10 – Cilindro com superfície “cortada” pela onda ......................................... 22
Figura 3.11 – Definição do plano secante.................................................................... 22
Figura 3.12 – Corte do triângulo pelo plano secante .................................................... 23
Figura 3.13 – Profundidade dos nós do triângulo ........................................................ 23
Figura 3.14 – Fluxograma para cálculo de forças hidrostáticas .................................... 24
Figura 3.15 – Fluxograma para cálculo de forças a partir de pressões hidrostáticas ..... 24
Figura 3.16 – Fluxograma para cálculo de forças hidrodinâmicas ............................... 26
Figura 3.17 – Fluxograma para cálculo de forças a partir de pressões hidrodinâmicas . 26
Figura 4.1 – Relação λ/n em cubo com aresta L = 12 m e onda com λ = 60 m ............. 29
Figura 4.2 – Modelo esquemático de um quadrado horizontal fixo no espaço submetido
a passagem de onda regular ........................................................................................ 31
Figura 4.3 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no quadrado
(n=5) .......................................................................................................................... 32
Figura 4.4 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no quadrado
(n=100) ...................................................................................................................... 32
Figura 4.5 – Erro percentual nos valores de máximo, mínimo e amplitude em função de
n ................................................................................................................................. 35
xi
Figura 4.6 – Modelo esquemático de um quadrado vertical fixo no espaço submetido a
passagem de onda regular ........................................................................................... 36
Figura 4.7 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no quadrado
(n=5) .......................................................................................................................... 37
Figura 4.8 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no quadrado
(n=100) ...................................................................................................................... 38
Figura 4.9 – Erro percentual nos valores de máximo, mínimo e amplitude em função de
n ................................................................................................................................. 41
Figura 4.10 – Modelo esquemático de um semicilindro fixo no espaço submetido a
passagem de onda regular ........................................................................................... 42
Figura 4.11 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no
semicilindro ................................................................................................................ 44
Figura 4.12 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no semicilindro
................................................................................................................................... 45
Figura 4.13 – Modelo esquemático de um cubo fixo no espaço submetido a passagem
de onda regular ........................................................................................................... 48
Figura 4.14 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no cubo .... 50
Figura 4.15 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no cubo ........ 51
Figura 4.16 – Modelo esquemático de um cilindro fixo no espaço submetido a
passagem de onda regular ........................................................................................... 53
Figura 4.17 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no cilindro
................................................................................................................................... 55
Figura 4.18 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no cilindro ... 56
Figura 4.19 – Plataforma semissubmersível ................................................................ 58
Figura 4.20 – Modelo esquemático da plataforma com posição fixa submetida a
passagem de onda regular ........................................................................................... 60
Figura 4.21 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente na plataforma
(T = 5 s) ..................................................................................................................... 61
Figura 4.22 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente na plataforma
(T = 25 s).................................................................................................................... 61
Figura 5.1 – Modelo de uma parede vertical modelada no SITUA .............................. 70
Figura 5.2 – Série temporal de momento resultante em y ............................................ 71
Figura 5.3 – Série temporal de forças atuando horizontalmente no semicilindro (T = 12
s) ................................................................................................................................ 72
Figura 5.4 – Série temporal de forças atuando verticalmente no semicilindro (T = 12 s)
................................................................................................................................... 74
xii
Figura 5.5 – Série temporal de forças atuando horizontalmente no cubo (T = 12 s) ..... 76
Figura 5.6 – Série temporal de forças atuando verticalmente no cubo (T = 12 s) ......... 78
Figura 5.7 – Série temporal de forças atuando horizontalmente no cilindro (T = 12 s) . 80
Figura 5.8 – Série temporal de forças atuando verticalmente no cilindro (T = 12 s) ..... 82
Figura 5.9 – Modelo de navio gerado no SITUA ......................................................... 84
Figura 5.10 – Deslocamento Δz (heave) ...................................................................... 85
Figura 5.11 –Forças hidrostáticas ................................................................................ 85
Figura 5.12 – Deslocamento θ (roll) ........................................................................... 86
Figura 5.13 – Momento devido às forças hidrostáticas ................................................ 87
Figura 5.14 – Plataforma gerada por cilindros no SITUA ............................................ 88
Figura 5.15 – Espectro de forças hidrodinâmicas em z ................................................ 89
Figura 5.16 – Espectro de forças hidrodinâmicas em x ................................................ 90
Figura 5.17 – Detalhe da região do encontro entre pontoons e colunas ........................ 91
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 33
Tabela 4.2 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 39
Tabela 4.3 – Raio corrigido em função do número de lados do polígono regular ......... 43
Tabela 4.4 – Forças de empuxo no semicilindro .......................................................... 44
Tabela 4.5 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 45
Tabela 4.6 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 46
Tabela 4.7 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 47
Tabela 4.8 – Refinamento x Tempo de processamento x Erro ..................................... 47
Tabela 4.9 – Discretização da superfície do cubo ........................................................ 49
Tabela 4.10 – Forças de empuxo no cubo ................................................................... 50
Tabela 4.11 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes ...................................... 51
Tabela 4.12 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes ...................................... 52
Tabela 4.13 – Refinamento x Tempo de processamento x Erro ................................... 52
Tabela 4.14 – Raio corrigido em função do número de lados do polígono regular ....... 54
Tabela 4.15 – Forças de empuxo no cilindro ............................................................... 55
Tabela 4.16 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes ...................................... 56
Tabela 4.17 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes ...................................... 57
Tabela 4.18 – Refinamento x Tempo de processamento x Erro ................................... 58
Tabela 4.19 – Propriedades físicas e geométricas da plataforma.................................. 59
Tabela 4.20 – Malhas da plataforma ........................................................................... 59
Tabela 4.21 – Forças em z (Malha 1): máximos, mínimos e amplitudes ...................... 62
Tabela 4.22 – Forças em z (Malha 2): máximos, mínimos e amplitudes ...................... 64
Tabela 4.23 – Relação entre λ, arestas das malhas e erros ........................................... 67
Tabela 4.24 – Refinamento x Tempo de processamento x Erro ................................... 68
Tabela 5.1 – Erro percentual no valor do empuxo ....................................................... 72
Tabela 5.2 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 73
Tabela 5.3 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 75
Tabela 5.4 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 77
Tabela 5.5 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 79
xiv
Tabela 5.6 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 81
Tabela 5.7 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes ........................................ 83
Tabela 5.8 – Rigidez hidrostática k33 e sua variação .................................................... 86
Tabela 5.9 – Rigidez hidrostática k44 e sua variação .................................................... 87
Tabela 5.10 –Tempo de processamento x pontos de integração ................................... 91
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contexto e Motivação
As atividades de produção de petróleo em campos situados no mar (offshore),
afastados da costa, têm sido feitas através de sistemas flutuantes baseados em plataformas
ancoradas (tais como FPSOs, Semissubmersíveis, Monoboias etc.). Para a análise e
projeto desses sistemas, torna-se necessário calcular seus movimentos sob a ação de
carregamentos ambientais de onda e corrente o que usualmente é feito através de
ferramentas computacionais baseadas em modelos hidrodinâmicos para representar o
casco das plataformas, e modelos estruturais para representar as linhas de ancoragem e
risers.
Dentre as várias ferramentas computacionais disponíveis, destaca-se neste trabalho
o SITUA-Prosim [1,2] (desenvolvido por pesquisadores do LAMCSO em parceria com
a Petrobras). Esse programa permite que o usuário defina as configurações físicas e
geométricas de componentes estruturais de sistemas offshore, além das condições de
onda, vento, corrente etc., combinando-as em casos de carregamento. Nos modelos
hidrodinâmicos, os cascos são representados como corpos rígidos com seis graus de
liberdade (três de translação e três de rotação) e a interação destes com o fluido pode ser
calculada por diferentes formulações.
Tradicionalmente, em programas de análise dinâmica, forças geradas pelo fluido em
plataformas Semissubmersíveis e Navios são calculadas a partir de matrizes lineares
unitárias obtidas por programas de CFD (Computational Fluid Dynamics) adaptados,
enquanto em Monoboias essas forças são calculadas por formulações de Morison para
cilindros [3]. Em ambos os casos, elevações instantâneas de onda são negligenciadas e o
cálculo de forças introduz simplificações: no primeiro, não linearidades são perdidas
quando definidas ondas com amplitude não unitária; no segundo, forças são calculadas
apenas no eixo dos cilindros e tidas como constantes ao longo da seção transversal.
2
Sob determinadas condições, as simplificações impostas por estas formulações
usuais são válidas e apresentam bons resultados. Contudo, em casos que se afastem das
premissas impostas às formulações, os resultados obtidos no cálculo de forças podem
não ser confiáveis. Como exemplo de não adequação, tem-se análises de sistemas sob
ação de ondas com grandes amplitudes que, por sua vez, geram forças não lineares. Isto
significa que as elevações instantâneas da superfície do mar causadas pela energia das
ondas devem ser consideradas. É demandado, então, o desenvolvimento de pesquisas
com objetivo de propor soluções para estes casos.
1.2 Objetivo
Com base nas considerações descritas em 1.1, este trabalho tem por objetivo
descrever a implementação de um algoritmo para cálculo de forças e momentos
resultantes de cargas hidrostáticas e hidrodinâmicas não lineares de ondas atuando no
casco de plataformas offshore levando em consideração efeitos de elevação instantânea
da superfície do mar.
O algoritmo é baseado na representação da superfície do casco através de uma malha
de painéis com elementos triangulares. A partir desta, são definidos planos secantes para
representação local da onda em cada painel e, utilizando expressões analíticas [3],
pressões são calculadas em cada vértice da malha. Estas pressões são transformadas em
forças sobre a área de cada elemento triangular, que por sua vez irão participar do cálculo
de forças e momentos nos seis graus de liberdade da plataforma, acumulados e aplicados
ao centro de gravidade da plataforma, referencial escolhido para definição da equação de
movimento do corpo rígido no SITUA-Prosim (ao qual o algoritmo será incorporado).
Desta forma, a ferramenta desenvolvida possibilita um cálculo mais preciso das
componentes de pressão atuantes. A definição de planos secantes para representação
local da onda permite que seja considerada de forma mais rigorosa a superfície submersa
do corpo ao longo do tempo, avaliando a influência das elevações instantâneas de onda
no cálculo de forças hidrostáticas e hidrodinâmicas.
3
1.3 Estruturação do Texto
Inicialmente, no capítulo 2, são apresentadas formulações para o cálculo de pressões
e forças hidrostáticas e hidrodinâmicas em corpos parcial ou totalmente submersos.
Em 3, é apresentada a integral de pressões. São expostos seu cálculo, premissas e
como a integral de pressões será utilizada para calcular resultantes de pressões
hidrostáticas e hidrodinâmicas.
No capítulo 4, é desenvolvido um estudo de refinamento com intuito de estabelecer
uma relação entre o comprimento das arestas da malha e o comprimento da onda
incidente. A partir daí, serão estabelecidas relações entre refinamento, acurácia dos
resultados e tempo de processamento.
Em 5, aliadas às conclusões sobre refinamento obtidas em 4, são expostas aplicações
do método desenvolvido.
Por fim, as conclusões e sugestões para trabalhos futuros são apresentadas no
Capítulo 6, que é seguido pelas Referências Bibliográficas.
4
2 FORMULAÇÃO
2.1 Forças geradas pelo fluido
Um corpo total ou parcialmente imerso em um fluido está sujeito às atuações de
forças hidrostáticas e, caso haja presença de ondas e correntes, também às forças
hidrodinâmicas. Neste trabalho, serão apresentadas formulações para cálculo de forças
hidrostáticas, além de, separadamente, formulações para o cálculo de forças decorrentes
da passagem de ondas. Finda a exposição dessas, é apresentado o conceito de modelagens
híbridas, que buscam combinar características positivas das formulações anteriores.
2.2 Representação do mar
Ondas marítimas podem ser descritas, basicamente, por dois modelos matemáticos:
ondas determinísticas (ou mar regular) e representação espectral (ou mar irregular). Neste
item, ambas serão brevemente apresentadas.
Ondas regulares
Ondas regulares têm seu comportamento descrito em função de parâmetros que as
caracterizam, como amplitude a (ou altura H), período T, comprimento de onda L (ou λ),
profundidade d, elevação de superfície η e nível médio MWL, conforme Figura 2.1.
Figura 2.1 – Representação de uma onda regular [4]
5
Devido à natureza aleatória das ondas, é complexo prever seu comportamento. Para
tal, modelos matemáticos foram formulados e soluções aproximadas foram
desenvolvidas com intuito de prever parâmetros como pressão, aceleração e velocidade.
Dentre as teorias mais comuns que buscam resolver esse problema, pode-se citar:
a teoria Linear de Airy: teoria de primeira ordem, baseada na premissa de que
a altura de onda é pequena comparada à profundidade;
e a Teoria de Stokes: teoria não linear de segunda, terceira ou quinta ordem.
As teorias citadas, além da formulação e resolução do modelo para representação de
ondas regulares podem ser encontradas em [3,5,6].
Representação espectral
Uma representação mais realística do mar pode ser feita através de um modelo
espectral, que representa a distribuição de energia de onda numa faixa de frequências.
Neste, o mar é assumido como uma soma de ondas determinísticas, cada uma com seus
valores característicos de período, amplitude e fase. A partir de medições realizadas no
campo e estudos estatísticos, os modelos espectrais são ajustados à área cujo mar deseja-
se representar [7].
Dentre os espectros mais utilizados, pode-se destacar o de Pierson-Moskowitz (2.1)
e o de Jonswap (2.2):
�(�) =
���
4�
2�
��� ��� exp �− �
2�
��� ���� (2.1)
onde S(ω) é a função densidade espectral, ω é a frequência angular da onda, HS é a altura
de onda significativa e TZ é o período de cruzamento zero.
�(�) = ����
���
����
��� �−1.25 ��
���
��
� ������
�������
������ �
(2.2)
onde S(ω) é a função densidade espectral, ω é a frequência angular da onda, α é um
parâmetro de forma, γ é o parâmetro de pico, ωp é a frequência de pico e σ é um parâmetro
de forma determinado em função da relação entre frequência ω e frequência de pico ωp
[7].
6
Uma descrição mais detalhada de cada um destes espectros pode ser encontrada em
Chakrabarti [3].
2.3 Forças Hidrostáticas
Pontos situados no interior de um fluido estão sujeitos a um campo de pressões
hidrostáticas com valor dado pela equação (2.3):
� = ��ℎ (2.3)
na qual ρ é a densidade do fluido, g é o módulo da aceleração da gravidade e h é a
distância do ponto até a linha d’água.
A partir desta expressão, pode-se realizar a integral destas pressões atuando na
superfície de um corpo total ou parcialmente submerso, de forma a obter o valor da força
resultante gerada pelo fluido, conforme equação (2.4):
��������á���� = � ��ℎ�� (2.4)
De acordo com o princípio de Arquimedes, esta força resultante é denominada
Empuxo, atua verticalmente para cima e pode ser calcula pela equação (2.5)
� = ����� (2.5)
onde Vol é o volume da região do corpo submersa no líquido.
A Figura 2.2 ilustra um corpo parcialmente submerso sobre o qual atuam pressões
hidrostáticas resultando numa força resultante de empuxo E. O ponto de aplicação do
empuxo é o centro geométrico do volume (CV) submerso do corpo e é denominado
centro de empuxo ou centro de Carena.
Figura 2.2 – Pressões hidrostáticas atuando em um corpo parcialmente submerso
7
Em ferramentas computacionais, as forças hidrostáticas podem ser calculadas de
diversas formas, dentre as quais pode-se destacar:
Corpos completamente submersos: Estando um corpo completamente submerso,
sendo seu volume conhecido, o valor do empuxo que atua sobre ele é constante.
O valor do empuxo pode ser calculado diretamente pela equação (2.5);
Cilindro vertical parcialmente submerso: em corpos cilíndricos dispostos
verticalmente (ou com pequenas inclinações), o cálculo da força hidrostática
atuante pode ser obtido de forma aproximada considerando que seu volume
submerso é igual a área da base do cilindro vezes a altura do seu eixo que se
encontra submersa. Tendo o volume submerso, pode-se aplicar diretamente a
equação (2.5);
Figura 2.3 – Cilindro parcialmente submerso com eixo inclinado
Corpos quaisquer integrados numericamente: aplicando-se a equação (2.4) na
superfície de um corpo. A partir da expressão do campo de pressões hidrostáticas
num fluido e de uma malha de superfície que defina a geometria do corpo, pode-
se efetuar a integração e calcular o empuxo. Durante análises, o corpo pode se
deslocar, exigindo a atualização da posição dos vértices da malha de superfície e
nova integração para cálculo de empuxo a cada deslocamento [3];
8
Corpos quaisquer definidos por uma matriz de rigidez hidrostática: utilizando
matrizes de rigidez hidrostática, nas quais os termos são forças e momentos
restauradores que surgem no corpo quando submetido a deslocamentos (lineares
ou angulares) unitários. Desta maneira, parte-se do princípio que geometria e
deslocamentos do corpo não implicarão em não linearidades nas forças e
momentos, de forma que esses possam ser calculados multiplicando o vetor de
deslocamentos do corpo pelos termos da matriz. Cabe ressaltar que estas matrizes
podem ser obtidas analiticamente a partir da área seccional da linha d’água [8],
por ensaios com modelos reduzidos em tanques de provas [9], ou através da
integração numérica mencionada anteriormente.
2.4 Forças Hidrodinâmicas
Formulação de Morison
A formulação de Morison [10] foi desenvolvida para aplicação, originalmente, em
corpos cilíndricos esbeltos, quando a presença do corpo não ocasiona interferências
significativas no fluido. Tendo D como uma dimensão transversal característica do
corpo, a Chakrabarti [3]estabelece como critério usual o limite expresso na equação
(2.6), na qual λ é o comprimento da onda incidente.
� <
�
5 (2.6)
Satisfeita a equação anterior, a expressão de forças de Morison (2.7) é composta por
parcelas inerciais (proporcionais às acelerações do corpo e das partículas fluidas) e de
arrasto (proporcional à velocidade relativa entre corpo e fluido).
� =
1
2�����|�̇ − �̇|(�̇ − �̇) + ��
���
4���̈ − ��
���
4���̈ (2.7)
9
Nesta expressão, ρw é a massa específica do fluido, D é a dimensão transversal do
corpo (usualmente o diâmetro de cilindros) e Cd, Cm e Ca são, respectivamente,
coeficientes empíricos adimensionais de arrasto, inércia e massa adicionada. Tendo em
vista a consideração de que os corpos têm dimensões pequenas se comparadas ao
comprimento da onda atuante, a variação de alguns parâmetros do fluido é desprezada e,
portanto, �̇ e �̈ são, nesta ordem, velocidade e aceleração do fluido no eixo da seção
transversal do corpo esbelto; �̇ e �̈ são velocidade e aceleração do corpo.
Em termos práticos, a formulação de Morison apresenta bons resultados para
aplicações em membros de plataformas fixas reticuladas (jaquetas), linhas de ancoragem
e risers, além de (com devidas ressalvas) plataformas Semissubmersíveis, Monoboias e
TLPs [1]. Normas e recomendações técnicas como a DNV-RP-H103 [11] apresentam
tabelas para determinação dos coeficientes de arrasto, de inércia e de massa adicionada
a partir de informações geométricas da estrutura e de direção do movimento.
Formulação de Froude-Krylov
De acordo com a teoria de Froude-Krylov, as forças atuantes num corpo submerso
oriundas da passagem de uma onda podem ser calculadas a partir de uma integração da
pressão do fluido na superfície do corpo, também assumindo que a presença deste não
causa interferências significativas no fluxo. Desta forma, tendo uma expressão para
pressões, as forças resultantes são dadas pelas equações (2.8) e (2.9):
�� = �� � ����� (2.8)
�� = �� � �����
(2.9)
onde Fx é a força atuando na direção da onda, Fy é a força atuando na direção vertical, nx
e ny são as componentes horizontal e vertical do vetor normal à superfície do corpo e CH
e CV são coeficientes de força horizontal e vertical que podem ser calibrados [3]. Cabe
aqui ressaltar que estes não devem ser confundidos com os coeficientes da formulação
de Morison.
10
Campo de pressões
Neste ponto, fica evidente a necessidade de uma expressão que descreva o
comportamento das pressões do fluido. Dentre as formulações mais conhecidas, estão a
teoria linear (de primeira ordem) de Airy e a teoria de Stokes de ordens superiores. Em
suma, a teoria de Airy se baseia na premissa de que a altura de onda é pequena se
comparada com o comprimento da onda. Esta premissa permite que as condições de
contorno de superfície livre sejam satisfeitas no nível médio de águas tranquilas e não no
nível real de elevação da onda. Para tanto, as condições de contorno são linearizadas,
desprezando os termos de segunda ordem e de ordens superiores. Na teoria de Stokes,
estes termos não são desprezados [12].
A seguir, estão as expressões de pressão pelas teorias de Airy (2.10) e Stokes de
segunda ordem (2.11):
�(�, �, �) = ����
���ℎ �(� + �)
���ℎ ����� (�� − ��) (2.10)
�(�, �, �) = ����
���ℎ �(� + �)
���ℎ �����(�� − ��) +
+3
4���
���
�
1
���ℎ 2������ℎ 2�(� + �)
���ℎ� ��
−1
3� ��� 2(�� − ��) −
−1
4���
���
�
1
���ℎ 2��[��� 2�(� + �) − 1]
(2.11)
onde ρ é a massa específica do fluido, g é a aceleração da gravidade, a é a amplitude da
onda, k é a o número de onda, d é a lâmina d’água, e λ e H são, respectivamente, o
comprimento e a altura da onda.
11
Desta maneira, as equações (2.10) ou (2.11) podem ser substituídas nas equações
(2.8) e (2.9) para o cálculo das forças exercidas pelo fluido. Vale ressaltar que, em suas
deduções, ambas desprezam efeitos de viscosidade, implicando que, em termos práticos,
a formulação de Froude-Krylov seja aplicável quando forças de arrasto são pequenas se
comparadas a efeitos de inércia. Segundo Chakrabarti [3], em muitos casos, as
expressões resultantes são semelhantes às obtidas pela parcela de inércia da fórmula de
Morison. Em [3], pode-se encontrar a dedução das expressões de força e coeficientes
verticais e horizontais para corpos com geometria simples, como semicilindros, cilindros
e cubos.
Formulação de Difração/Radiação
Por fim, quando as dimensões dos corpos são grandes comparadas ao comprimento
das ondas, ocasionando em interferências significativas no fluido, as teorias expostas em
2.4.1 e 2.4.2 não são válidas. Neste caso, um método de cálculo de forças deve ser
baseado na teoria da Difração/Radiação.
A formulação deste problema se assemelha ao desenvolvido por Airy e Stokes,
acrescentando-se duas condições de contorno:
a componente da velocidade da partícula de fluido normal às superfície do
corpo é igual à velocidade da superfície do corpo naquele ponto;
ondas irradiadas têm amplitude decrescente e nula no infinito.
Assim como em 2.4.2, este problema é complexo e altamente não linear e, de modo
geral, a solução deve ser obtida introduzindo aproximações e/ou utilizando métodos
numéricos. Utilizando expansão em séries, podem ser obtidas expressões de primeira
ordem (tal qual Airy) ou de ordens superiores (semelhante a Stokes). Tendo as expressões
de pressão, procede-se à integração das mesmas na superfície do corpo:
���
= � ������ (2.12)
onde nj é a componente do vetor normal na direção j. O resultado Fnj é a força de ordem
n na direção j.
12
O programa Wamit [13] por exemplo, é uma ferramenta bastante utilizada no
cômputo de cargas de fluido empregando um modelo de Difração/Radiação. A partir dos
resultados de primeira ordem, são geradas funções de transferência do corpo
denominadas Response Amplitude Operator (RAO), nas quais são contabilizados os
valores de força resultantes para ondas de diversas frequências com amplitude unitária
atuando em determinadas direções. Utilizando RAOs, parte-se do pressuposto que ondas
com o dobro de amplitude resultarão em forças duas vezes maiores, e assim por diante.
Seguindo o mesmo raciocínio, o programa também calcula matrizes de rigidez
hidrostática com uso semelhante, nas quais os termos são forças restauradoras que
surgem no corpo quando submetido a deslocamentos (lineares ou angulares) unitários.
Discussões sobre resultados de segunda ordem podem ser encontrados em [14,15,16].
Vale lembrar, por fim, que a teoria de Difração/Radiação também não considera a
viscosidade do fluido, implicando na ausência de contribuições de forças de arrasto em
seus resultados. Modelos mais rigorosos que levam em conta este efeito resultam em
problemas matemáticos ainda mais complexos [17].
Formulações Híbridas
A partir de propostas apresentadas por Hooft [17] e Pauling [18], forças resultantes
no corpo oriundas da passagem da onda podem ser calculadas combinando-se
características positivas das diferentes formulações apresentadas anteriormente. Neste
modelo híbrido, combinam-se as seguintes forças:
Forças de onda de primeira ordem oriundas da viscosidade do fluido, obtidas
a partir da fórmula de Morison;
Forças inerciais de primeira ordem, obtidas por Morison, Froude-Krylov ou
Difração/Radiação;
Forças de onda de segunda ordem, obtidas pelo modelo de
Difração/Radiação ou Froude-Krylov.
Neste contexto, esta dissertação aborda um outro tipo de modelo híbrido em que
parcelas de força de primeira ordem são obtidas a partir da integral de superfície das
pressões estáticas e dinâmicas sobre as áreas instantaneamente submersas do corpo,
assumindo que o corpo não perturba as ondas incidentes.
13
3 IMPLEMENTAÇÃO
3.1 O SITUA-Prosim
O Sistema SITUA-Prosim vem sendo desenvolvido pelo LAMCSO em parceria com
o CENPES-Petrobras. O programa tem o objetivo de efetuar tanto análises de unidades
flutuantes ancoradas (considerando a interação dos cascos com as linhas de ancoragem e
risers) quanto de situações de instalação e avaria (incluindo instalação de dutos).
A plataforma SITUA compõe a interface gráfica para entrada de dados, geração de
modelos complexos e visualização de resultados, enquanto os módulos de análise estão
incorporados no programa Prosim.
O Prosim utiliza modelos hidrodinâmicos para fazer a análise de movimento dos
cascos da embarcação e, para a análise do comportamento estrutural dos risers, linhas de
ancoragem e lançamento de dutos, utiliza o Método dos Elementos Finitos de treliça e de
pórtico, utilizando diferentes algoritmos para a análise, dentre eles o algoritmo implícito
αβ-Newmark, com propriedade de dissipação numérica, além de algoritmos explícitos
apropriados para análise de situações transientes.
Em se tratando dos modelos hidrodinâmicos, o programa permite ao usuário a
definição do cálculo de parcelas de forças através de diversos “provedores”, como os
listados a seguir:
Modelo de Cilindros: formulação de Morison para o cálculo das forças de
fluidos em corpos esbeltos;
Modelo de Difração
Matriz de Restauração Hidrostática
Desta forma, o usuário pode utilizar as formulações tradicionais de Morison,
Froude-Krylov e Difração/Radiação, além das formulações híbridas descritas em 2.4.4.
Na Figura 3.1 é representa a tela do SITUA, na qual estão em destaque um casco e os
provedores para cálculo de forças hidrostáticas e hidrodinâmicas.
14
Figura 3.1 – Modelo de uma plataforma flutuante no programa SITUA-Prosim
3.2 Conceitos básicos
Definição de vetor normal unitário
Um vetor normal à área de um triângulo pode ser calculado a partir do produto
vetorial de dois vetores que correspondam a duas de suas arestas. O vetor �����⃗ na Figura
3.2 indica o resultado da operação (3.1):
���⃗ = ��������⃗ × �������⃗ (3.1)
15
Figura 3.2 – Definição de vetor normal à superfície do triângulo
Para torná-lo unitário, as componentes do vetor são dividas pelo seu módulo de
acordo com a equação (3.2):
���������������⃗ =
���⃗
����⃗ � (3.2)
Volume e centro de volume de tetraedro
O volume de um tetraedro pode ser obtido de forma simples através do produto
vetorial misto dado pela equação (3.3):
������ =
���������⃗ × �������⃗ � ∙ ��������⃗
6 (3.3)
Figura 3.3 – Tetraedro e seu centro de volume
Já o seu centro de volume (CV) pode ser facilmente calculado pela média aritmética
das coordenadas de seus vértices, conforme equações a seguir:
��� =
�� + �� + �� + ��
4 (3.4)
��� =
�� + �� + �� + ��
4
(3.5)
16
��� =
�� + �� + �� + ��
4
(3.6)
3.3 A Integral de Pressões
Segundo a teoria de cálculo infinitesimal [19], a integral de uma função f(x,y,z) em
uma área é numericamente igual ao volume compreendido entre o plano que consta o
domínio da função e a superfície formada pela imagem do intervalo de integração,
conforme a Figura 3.4:
Figura 3.4 – Integral de uma função numa superfície
Partindo desta definição, e tornando a área integrada pequena o suficiente para que
a superfície da função possa ser substituída por um plano, a integral de uma função pode
ser obtida calculando geometricamente o volume gerado.
Desta forma, dado um corpo com geometria modelada por painéis planos submetido
a uma função f(x,y,z) que define um campo de pressões, pode-se realizar a integração da
função na superfície do corpo. Para isto, cada painel deve ser calculado individualmente,
atuando como um plano sobre o qual será gerado o volume de pressões que corresponde
numericamente ao valor da integral. A Figura 3.5 ilustra o início deste processo, no qual
um painel triangular da malha do corpo foi destacado e indicados seus nós e vetor normal
unitário.
17
Figura 3.5 – Triângulo destacado da malha com seus nós e vetor normal
Com intuito de gerar o volume de pressões geometricamente no espaço, são
calculados os valores da função de pressões f(x,y,z) nos três nós do triângulo e o módulo
destes valores são multiplicados pelo vetor normal ao triângulo e somados aos seus
respectivos nós. Vetorialmente, tem-se:
�������⃗ = �ó�
��������⃗ + |�(�ó�)|���⃗ (3.7)
�������⃗ = �ó�
��������⃗ + |�(�ó�)|���⃗ (3.8)
�������⃗ = �ó�
��������⃗ + |�(�ó�)|���⃗ (3.9)
A Figura 3.6 ilustra o volume gerado, no qual a distância entre os pontos P1, P2 e
P3 aos seus respectivos nós são numericamente iguais ao módulo da função f(x,y,z) nos
nós.
Figura 3.6 – Volume de pressões sobre o triângulo
18
Dado o volume geométrico de pressões correspondente à integral da função,
procede-se ao cálculo do seu valor numérico. Para isto, ele é subdividido em três
tetraedros, já que estes têm seu volume e centro de volume facilmente calculados (seção
3.2.2). A Figura 3.7 elucida o processo de divisão do volume original em tetraedros, na
qual os traçados em vermelho são planos de corte.
(a)
(b)
(c)
Figura 3.7 – Demonstração geométrica do cálculo do volume
Findo este processo, o volume original é igual à soma dos volumes dos tetraedros, e
o centro de volume é uma média ponderada dos centros de volumes dos tetraedros por
seus respectivos volumes, conforme equações a seguir:
19
����������� = ������� + ������� + ������� (3.10)
�������⃗ =
�����������������⃗ + ����������
�������⃗ + �����������������⃗
������� + ������� + �������
(3.11)
A partir do que foi exposto, pode-se calcular as contribuições de força e momento
em cada elemento da malha e somá-los para que se encontre força e momento resultantes
gerados pela função de pressões atuando na superfície do corpo.
Cabe ressaltar que o cálculo do ponto de aplicação da força no elemento de superfície
através de médias aritméticas das coordenadas ou médias ponderadas por valores de
pressão não é recomendado. Um exemplo simples, com resultado amplamente
conhecido, é o de pressões hidrostáticas atuando numa parede vertical (normalmente
barragens), no qual a resultante de forças atua a 1/3 da altura da barragem, conforme
Figura 3.8. Naturalmente, estas aproximações são válidas em elementos infinitesimais.
No entanto, como um dos objetivos deste trabalho é obter a integral de pressões com o
menor custo computacional possível, quanto maior o tamanho do elemento, e por sua
vez, menor o número de elementos no modelo, melhor. Sendo assim, a técnica do cálculo
do centro de volume de pressões, que é a mais precisa, foi adotada.
(a) – 3D
(b) – 2D
Figura 3.8 – Campo de pressões hidrostáticas atuando numa barragem
20
No capítulo 5, dedicado a verificações da integral de pressões, este exemplo de
campo de pressões hidrostáticas atuando numa barragem será analisado com intuito de
verificar a adequação do cálculo do ponto de aplicação da força resultante.
3.4 Descrição do método
O método desenvolvido consiste em, a partir de expressões analíticas para o cálculo
de pressões, integrá-las na superfície de um corpo (seguindo a proposta de Froude-
Krylov) com geometria definida por painéis triangulares utilizando a integral de pressões
apresentada no item 3.3. Somando as parcelas de força e momento geradas em cada um
dos painéis, tem-se forças e momentos resultantes que integrarão a equação de
movimento do corpo (daqui em diante também denominado Unidade Flutuante ou UF).
Para isso, além da geometria da UF, o usuário deve definir as características do mar,
informando se ele será do tipo regular, com período, direção e amplitude de cada uma
das componentes de onda que o representam, ou irregular, no qual as ondas são definidas
por espectros de energia com um número discreto de componentes.
A partir da definição da geometria do corpo e das características do mar, o algoritmo
desenvolvido faz um loop nos elementos de superfície e, em seguida, em seus nós,
calculando pressões através das expressões analíticas de hidrostática (2.3) e pressão de
onda de primeira ordem (2.4.2). Ao fim do loop, forças e momentos são acumulados e
aplicados no CG da UF.
Definido o vetor de forças e momentos, o programa SITUA-Prosim resolve a
equação de movimento do corpo, calculando translações e rotações. A partir destes
deslocamentos, a posição do centro de gravidade e dos pontos da malha de superfície são
atualizadas e o processo se repete até o fim da análise. Cabe ressaltar que esta etapa de
resolução da equação de movimento não foi desenvolvida neste trabalho, tendo este se
limitado a calcular as forças e momentos gerados pelo fluido. A Figura 3.9 traz, em forma
de pseudocódigo, fluxograma explicativo do método aqui exposto. O cálculo das
parcelas de força será explicado individualmente nas seções seguintes.
21
Figura 3.9 – Fluxograma geral do método desenvolvido
3.5 Forças hidrostáticas
O cálculo das forças hidrostáticas está baseado nas definições expostas nas seções
2.3 e 3.3. Primeiramente, inicia-se um loop de subvolumes da UF (unidade flutuante).
Em cada subvolume, é feito um loop nos painéis triangulares da malha de superfície.
Neste ponto, inicia-se uma importante etapa do método: o corte da malha de superfície
pelo plano gerado pela onda (Figura 3.10).
22
(a) – 3D
(b) – 2D
(c) – 2D
Figura 3.10 – Cilindro com superfície “cortada” pela onda
Para cada triângulo, é definido um plano secante que represente localmente a onda
(Figura 3.11).
Figura 3.11 – Definição do plano secante
Neste processo, elementos de superfície parcialmente submersos são cortados e
regerados após cálculo das coordenadas de interseção com o plano da onda (Figura 3.12).
23
(a) – Antes
(b) – Depois
Figura 3.12 – Corte do triângulo pelo plano secante
Identificados os triângulos com área submersa, são calculadas as pressões
hidrostáticas em cada um de seus nós a partir da equação (2.3) definida na seção 2.3.
Vale ressaltar que a profundidade aqui considerada trata-se da distância da superfície
instantânea da onda até o nó em questão (Figura 3.13).
Figura 3.13 – Profundidade dos nós do triângulo
Calculadas as pressões em cada nó do triângulo, são gerados no espaço os pontos
que comporão o volume de pressões, como descrito em 3.3, e procede-se à integral de
pressões para cálculo da força hidrostática atuante no triângulo e seu ponto de aplicação.
A partir deste, é calculado o momento causado pela força no centro de gravidade da UF.
Findo o loop de elementos de superfície, contribuições de forças e momentos de
cada triângulo submerso (que foram armazenados em variáveis acumuladoras) são
aplicados no CG da UF. Este processo se repete até o fim do loop de subvolumes que
compõem o corpo.
A Figura 3.14 traz fluxograma explicativo do cálculo de forças hidrostáticas.
24
Figura 3.14 – Fluxograma para cálculo de forças hidrostáticas
Figura 3.15 – Fluxograma para cálculo de forças a partir de pressões hidrostáticas
25
Na Figura 3.14, define-se as seguintes variáveis:
IVOLUME: contador de subvolumes que compõem a UF;
ITRIANGULO: contador de triângulos (elementos de superfície) do subvolume
analisado;
NTRIANGULOS: número total de triângulos que compõem a malha de superfície
do subvolume analisado;
NVOLUMES: número total de subvolumes que compõem a UF.
3.6 Forças hidrodinâmicas
O cálculo das forças hidrodinâmicas está baseado nas definições expostas nas seções
2.4.2 e 3.3 e em muito se assemelha ao algoritmo para forças hidrostáticas apresentado
anteriormente (seção 3.5). Inicialmente, é realizado um loop de subvolumes da UF. Em
cada subvolume, é feito um loop nos painéis triangulares da malha de superfície. Para
cada triângulo, é definido um plano secante que represente localmente a onda a fim de
verificar quais nós do elemento de superfície estão submersos. Identificados os triângulos
com área submersa, são calculadas as pressões hidrodinâmicas em cada um de seus nós
a partir da equação (2.10) de Airy definida na seção 2.4.2.
As demais etapas de cálculo são idênticas aquelas apresentadas na seção anterior,
podendo-se seguir o mesmo fluxograma de cálculo de forças da Figura 3.14, substituindo
apenas a pressão hidrostática pela hidrodinâmica.
A Figura 3.16 traz fluxograma explicativo do cálculo de forças hidrodinâmicas.
26
Figura 3.16 – Fluxograma para cálculo de forças hidrodinâmicas
Figura 3.17 – Fluxograma para cálculo de forças a partir de pressões hidrodinâmicas
27
Neste ponto, apresentados os fluxogramas para cálculos de forças hidrostáticas e
hidrodinâmicas, cabe o questionamento acerca da unificação dos algoritmos, tendo em
vista as semelhanças que há em maior parte do código. A separação em duas rotinas se
deu devido às expressões de cálculo de pressões: a pressão hidrostática é regida por uma
expressão linear em função da profundidade do ponto, enquanto a pressão hidrodinâmica
é dada por uma expressão com cossenos hiperbólicos, acentuadamente não lineares.
Desta forma, resultados de hidrostática podem ser obtidos com discretização da malha
de superfície menos refinada, exigindo menores custos computacionais. Fica permitido
ao usuário, então, definir duas malhas distintas, uma para cada parcela de força, deixando
o programa computacional mais genérico.
28
4 ESTUDO DE REFINAMENTO DE MALHA
DE SUPERFÍCIE
4.1 Introdução
Com o intuito de estabelecer parâmetros que norteassem o refinamento da malha a
ser usada no método de painéis, levando em conta custo computacional e acurácia dos
resultados, foram realizadas análises que buscam estabelecer relação entre o
comprimento λ da onda incidente e a dimensão máxima das arestas dos elementos de
superfície.
Para isto, foram fixadas uma profundidade do corpo e uma onda (direção, período,
amplitude e comprimento), para a qual foi calculado seu comprimento λ. Em seguida,
estabeleceu-se a relação � �� (sendo n um número inteiro) que define um tamanho
máximo da aresta dos elementos da malha de superfície. À medida em que é aumentado
o valor de n, tem-se malhas mais refinadas, e um erro menor associado.
A fim de elucidar esta proposta, tem-se o exemplo a seguir de um cubo com aresta
arbitrada � = 12 �, sobre o qual incide uma onda com comprimento também
arbitrado � = 60 �. A superfície do cubo foi então dividida em elementos cujas arestas
obedecem a relação �� � , com � = 10, � = 20 e � = 30 (Figura 4.1). É então esperado
que, com aumento de n, obtenha-se melhores (mais acurados) resultados de forças
atuando no corpo, porém eleve-se o custo computacional.
29
� = 10
��� = 60
10� = 6.0 �
(a) – Vistas 2 e 3D para n = 10
� = 20
��� = 60
20� = 3.0 �
(b) – Vistas 2 e 3D para n = 20
� = 30
��� = 60
30� = 2.0 �
(c) – Vistas 2 e 3D para n = 30
Figura 4.1 – Relação λ/n em cubo com aresta L = 12 m e onda com λ = 60 m
30
Com intuito de obter valores de referência para o cálculo do erro nas forças
horizontais e verticais atuantes no corpo, foi utilizado o programa comercial Mathcad
[20], que permite o cálculo de integrais definidas com boa acurácia, tendo em vista que
este realiza o cálculo numérico dividindo o domínio de integração em um número de
pontos grande o suficiente para que os critérios de convergência definidos pelo usuário
sejam satisfeitos. Assim sendo, os resultados do Mathcad foram assumidos como
corretos e tentou-se melhorar o refinamento das malhas para análises pelo método de
painéis de modo que os resultados se aproximassem dos obtidos pelo programa
comercial.
4.2 Plano horizontal: forças verticais
Em princípio, a fim de estabelecer uma relação � �� que possa ser extrapolada para
corpos de diversas formas, foi realizado um estudo de forças hidrodinâmicas verticais
atuando em um quadrado fixo disposto horizontalmente no espaço (Figura 4.2). Definiu-
se onda, lâmina d’água, profundidade do plano etc. e análises foram realizadas variando-
se o comprimento Larestas das arestas do quadrado, que assumiu valores de acordo com os
resultados da expressão ��� .
31
(a) – 3D (b) – 2D
Figura 4.2 – Modelo esquemático de um quadrado horizontal fixo no espaço
submetido a passagem de onda regular
A seguir, estão listados alguns dados referentes aos modelos e às análises:
Período T da onda: 6.00 s
Amplitude A da onda: 1.00 m
Comprimento de onda λ: 56.18 m (obtido com auxílio de código
desenvolvido no Mathcad)
Coordenada z do plano: -15.00 m
Malha da superfície: 4 vértices, 2 triângulos
Análise dinâmica com tempo total de 100.00 s e intervalo de integração de
0.10 s
Duração das análises: 0.26 s (em média)
A seguir, são apresentados trechos das séries temporais das forças hidrodinâmicas
obtidas pelo método dos painéis e pelo Mathcad para os valores � = 5 (Figura 4.3) e � =
100 (Figura 4.4), a partir dos quais é possível notar melhor acurácia nos resultados para
valores maiores de n.
32
Figura 4.3 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no quadrado
(n=5)
Figura 4.4 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no quadrado
(n=100)
Com intuito de quantificar erros nos resultados obtidos, foram identificados valores
de máximo, mínimo e amplitude nas séries temporais obtidas pelo Mathcad e pelo
método de painéis e foram calculados os erros relativos. Estes resultados podem ser
observados na Tabela 4.1.
33
Tabela 4.1 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes
n λ/n (m) Forças Hidrodinâmicas Painéis
(kN) Mathcad
(kN) Erro (%)
5 11.24
Máximo 176.12 200.84 -12.31%
Mínimo -209.15 -245.18 14.70%
Amplitude 192.63 223.01 -13.62%
6 9.36
Máximo 130.14 142.10 -8.42%
Mínimo -156.43 -174.13 10.17%
Amplitude 143.28 158.12 -9.38%
7 8.03
Máximo 99.10 105.57 -6.13%
Mínimo -120.01 -129.67 7.45%
Amplitude 109.55 117.62 -6.86%
8 7.02
Máximo 77.61 81.41 -4.66%
Mínimo -94.45 -100.15 5.69%
Amplitude 86.03 90.78 -5.23%
9 6.24
Máximo 62.27 64.64 -3.67%
Mínimo -76.03 -79.61 4.49%
Amplitude 69.15 72.12 -4.12%
10 5.62
Máximo 50.99 52.54 -2.96%
Mínimo -62.41 -64.76 3.63%
Amplitude 56.70 58.65 -3.33%
11 5.11
Máximo 42.47 43.54 -2.44%
Mínimo -52.08 -53.69 3.00%
Amplitude 47.28 48.61 -2.75%
12 4.68
Máximo 35.91 36.65 -2.04%
Mínimo -44.09 -45.22 2.52%
Amplitude 40.00 40.94 -2.30%
13 4.32
Máximo 30.74 31.28 -1.74%
Mínimo -37.78 -38.60 2.14%
Amplitude 34.26 34.94 -1.96%
14 4.01
Máximo 26.60 27.00 -1.49%
Mínimo -32.72 -33.34 1.84%
Amplitude 29.66 30.17 -1.69%
34
Tabela 4.1 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes (continuação)
n λ/n (m) Forças Hidrodinâmicas Painéis
(kN) Mathcad
(kN) Erro (%)
15 3.75
Máximo 23.24 23.55 -1.29%
Mínimo -28.61 -29.08 1.60%
Amplitude 25.92 26.31 -1.47%
16 3.51
Máximo 20.48 20.71 -1.14%
Mínimo -25.22 -25.58 1.41%
Amplitude 22.85 23.15 -1.29%
17 3.30
Máximo 18.17 18.36 -1.00%
Mínimo -22.39 -22.68 1.24%
Amplitude 20.28 20.52 -1.14%
18 3.12
Máximo 16.24 16.38 -0.89%
Mínimo -20.02 -20.24 1.11%
Amplitude 18.13 18.31 -1.01%
19 2.96
Máximo 14.59 14.71 -0.80%
Mínimo -18.00 -18.18 0.99%
Amplitude 16.30 16.44 -0.91%
20 2.81
Máximo 13.19 13.28 -0.72%
Mínimo -16.27 -16.41 0.90%
Amplitude 14.73 14.85 -0.82%
25 2.25
Máximo 8.47 8.51 -0.45%
Mínimo -10.46 -10.52 0.56%
Amplitude 9.47 9.52 -0.51%
30 1.87
Máximo 5.90 5.92 -0.30%
Mínimo -7.28 -7.31 0.39%
Amplitude 6.59 6.61 -0.35%
35 1.61
Máximo 4.34 4.35 -0.22%
Mínimo -5.36 -5.38 0.28%
Amplitude 4.85 4.86 -0.25%
40 1.40
Máximo 3.32 3.33 -0.17%
Mínimo -4.11 -4.12 0.21%
Amplitude 3.72 3.72 -0.19%
35
Tabela 4.1 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes (continuação)
n λ/n (m) Forças Hidrodinâmicas Painéis
(kN) Mathcad
(kN) Erro (%)
45 1.25
Máximo 2.62797 2.63100 -0.12%
Mínimo -3.24840 -3.25400 0.17%
Amplitude 2.938185 2.9425 -0.15%
50 1.12
Máximo 2.12973 2.1320 -0.11%
Mínimo -2.63279 -2.6360 0.12%
Amplitude 2.38126 2.384 -0.11%
100 0.56
Máximo 0.53304 0.5330 0.01%
Mínimo -0.65916 -0.6590 -0.02%
Amplitude 0.5961 0.596 0.02%
Conforme o exposto, erros menores que 5% exigem malhas com dimensão
�������� = �9 � e erros menores que 1% exigem malhas com �������� = �
19 � . A
Figura 4.5 traz gráficos do comportamento do erro relativo em função da variação de n.
Figura 4.5 – Erro percentual nos valores de máximo, mínimo e amplitude em função
de n
36
4.3 Plano vertical: forças na direção da onda
Seguindo o raciocínio exposto no item anterior (4.2), procedeu-se a um estudo de
forças hidrodinâmicas na direção da onda (eixo x global do SITUA) atuando em um
quadrado fixo disposto verticalmente no espaço (Figura 4.6). Os valores de período e
amplitude da onda, lâmina d’água, profundidade do plano etc. são os mesmos utilizados
no estudo de forças verticais e, de forma semelhante, as análises foram realizadas
variando-se o comprimento Larestas das arestas do quadrado, que assumiu valores de
acordo com os resultados da expressão � � � .
(a) – 3D (b) – 2D
Figura 4.6 – Modelo esquemático de um quadrado vertical fixo no espaço
submetido a passagem de onda regular
A seguir, estão listados alguns dados referentes aos modelos e às análises:
Período T da onda: 6.00 s
Amplitude A da onda: 1.00 m
Comprimento de onda λ: 56.18 m (obtido com auxílio de código
desenvolvido no Mathcad)
Coordenada z da base do plano: -15.00 m
Malha da superfície: 4 vértices, 2 triângulos
37
Análise dinâmica com tempo total de 100.00 s e intervalo de integração de
0.10 s
Duração das análises: 0.26 s (em média)
A seguir, são apresentados trechos das séries temporais das forças hidrodinâmicas
obtidas pelo método dos painéis e pelo Mathcad para os valores � = 5 (Figura 4.7) e
� = 100 (Figura 4.8), a partir dos quais é possível notar melhor acurácia nos resultados
para valores maiores de n.
Figura 4.7 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no
quadrado (n=5)
38
Figura 4.8 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no
quadrado (n=100)
Com intuito de quantificar erros nos resultados obtidos, foram identificados valores
de máximo, mínimo e amplitude nas séries temporais obtidas pelo Mathcad e pelo
método de painéis e foram calculados os erros relativos. Estes resultados podem ser
observados na Tabela 4.2.
39
Tabela 4.2 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes
n λ/n (m) Forças Hidrodinâmicas Painéis
(kN) Mathcad
(kN) Erro (%)
5 11.24
Máximo 597.36 529.00 12.92%
Mínimo -479.87 -425.59 -12.76%
Amplitude 538.61 477.29 12.85%
6 9.36
Máximo 353.58 324.24 9.05%
Mínimo -284.42 -261.10 -8.93%
Amplitude 319.00 292.67 9.00%
7 8.03
Máximo 232.95 218.36 6.68%
Mínimo -187.56 -175.95 -6.60%
Amplitude 210.25 197.15 6.64%
8 7.02
Máximo 164.85 156.80 5.14%
Mínimo -132.82 -126.41 -5.07%
Amplitude 148.83 141.60 5.11%
9 6.24
Máximo 122.75 117.95 4.07%
Mínimo -98.94 -95.12 -4.02%
Amplitude 110.84 106.53 4.05%
10 5.62
Máximo 94.93 91.89 3.30%
Mínimo -76.55 -74.13 -3.26%
Amplitude 85.74 83.01 3.29%
11 5.11
Máximo 75.60 73.59 2.74%
Mínimo -60.98 -59.38 -2.70%
Amplitude 68.29 66.48 2.72%
12 4.68
Máximo 61.63 60.24 2.30%
Mínimo -49.73 -48.62 -2.28%
Amplitude 55.68 54.43 2.29%
13 4.32
Máximo 51.21 50.22 1.97%
Mínimo -41.32 -40.54 -1.94%
Amplitude 46.26 45.38 1.96%
14 4.01
Máximo 43.22 42.50 1.70%
Mínimo -34.89 -34.31 -1.68%
Amplitude 39.05 38.41 1.69%
40
Tabela 4.2– Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes (continuação)
n λ/n (m) Forças Hidrodinâmicas Painéis
(kN) Mathcad
(kN) Erro (%)
15 3.75
Máximo 36.97 36.43 1.48%
Mínimo -29.85 -29.41 -1.47%
Amplitude 33.41 32.92 1.48%
16 3.51
Máximo 31.99 31.58 1.31%
Mínimo -25.82 -25.50 -1.29%
Amplitude 28.91 28.54 1.30%
17 3.30
Máximo 27.95 27.63 1.16%
Mínimo -22.56 -22.31 -1.15%
Amplitude 25.26 24.97 1.15%
18 3.12
Máximo 24.63 24.37 1.04%
Mínimo -19.89 -19.68 -1.02%
Amplitude 22.26 22.03 1.03%
19 2.96
Máximo 21.87 21.67 0.93%
Mínimo -17.66 -17.50 -0.92%
Amplitude 19.76 19.58 0.93%
20 2.81
Máximo 19.55 19.38 0.84%
Mínimo -15.78 -15.66 -0.83%
Amplitude 17.67 17.52 0.84%
25 2.25
Máximo 12.07 12.00 0.55%
Mínimo -9.75 -9.70 -0.54%
Amplitude 10.91 10.85 0.54%
30 1.87
Máximo 8.19 8.16 0.37%
Mínimo -6.61 -6.59 -0.37%
Amplitude 7.40 7.37 0.37%
35 1.61
Máximo 5.92 5.90 0.29%
Mínimo -4.78 -4.77 -0.29%
Amplitude 5.35 5.33 0.29%
40 1.40
Máximo 4.47 4.46 0.23%
Mínimo -3.62 -3.61 -0.22%
Amplitude 4.05 4.04 0.23%
41
Tabela 4.2– Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes (continuação)
n λ/n (m) Forças Hidrodinâmicas Painéis
(kN) Mathcad
(kN) Erro (%)
45 1.25
Máximo 3.50 3.50 0.17%
Mínimo -2.83 -2.83 -0.19%
Amplitude 3.17 3.16 0.18%
50 1.12
Máximo 2.82 2.81 0.14%
Mínimo -2.28 -2.27 -0.17%
Amplitude 2.55 2.54 0.15%
100 0.56
Máximo 0.68 0.68 0.00%
Mínimo -0.55 -0.55 -0.09%
Amplitude 0.62 0.62 0.04%
Conforme o exposto, assim como no item anterior (4.2), erros menores que 5%
exigem malhas com dimensão �������� = �9 � e erros menores que 1% exigem malhas
com � = �19 � . A Figura 4.9 traz gráficos do comportamento do erro relativo em função
da variação de n.
Figura 4.9 – Erro percentual nos valores de máximo, mínimo e amplitude em função
de n
42
4.4 Semicilindro
A partir dos resultados de � �� obtidos nos itens anteriores (4.2 e 4.3), foram
realizadas análises de forças hidrostáticas e hidrodinâmicas atuando em semicilindros
fixos no espaço. As dimensões do corpo, assim como profundidade, lâmina d’água, etc.
estão listados a seguir e podem ser observadas na Figura 4.10.
Período T da onda: 6.00 s
Amplitude A da onda: 1.00 m
Comprimento de onda λ: 56.18 m (obtido com auxílio de código
desenvolvido no Mathcad)
Raio teórico do semicilindro: 5.00 m
Altura do semicilindro: 10.00 m
Coordenada z da base do semicilindro: -15.00 m
(a) – 3D (b) – 2D
Figura 4.10 – Modelo esquemático de um semicilindro fixo no espaço submetido a
passagem de onda regular
43
A princípio, a fim de corrigir erros introduzidos pela discretização da malha no
volume do corpo submerso, foram realizadas correções nos raios dos semicilindros
gerados de acordo com o número narestas de arestas do perímetro, conforme Tabela 4.3. A
partir das correções, garante-se que as forças hidrostáticas (que dependem do volume
submerso) sejam iguais às atuantes num semicilindro com volume � = ����2� .
Tabela 4.3 – Raio corrigido em função do número de lados do polígono regular
narestas Raio corrigido (m)
3
4
5
6
44
Feitas as correções nos volumes, foram efetuadas análises dinâmicas de 100 s com
intervalo de integração de 0.10 s. Os modelos com narestas igual a 3, 4 e 5 respeitaram o
critério de �������� < �9� , e o modelo com narestas igual a 6 respeitou o critério
de �������� < �19� .
Como esperado, os valores de força hidrostáticas apresentaram boa acurácia devido
às correções feitas nos volumes dos semicilindros. Tais resultados podem ser observados
na Tabela 4.4:
Tabela 4.4 – Forças de empuxo no semicilindro
n Empuxo (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
3 3947.34 3947.34 0.000%
4 3947.34 3947.34 0.000%
5 3947.34 3947.34 0.000%
6 3947.34 3947.34 0.000%
A seguir, são expostos trechos das séries temporais das forças hidrodinâmicas
atuando em x (Figura 4.11) e z (Figura 4.12) obtidas pelo Mathcad, pelo modelo menos
refinado (�������� = 3) e pelo modelo mais refinado (�������� = 6).
Figura 4.11 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no
semicilindro
45
Figura 4.12 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no
semicilindro
Os valores de máximo, mínimo e amplitude (além de respectivos erros) das forças
hidrodinâmicas atuantes na direção da onda estão resumidos na Tabela 4.5.
Tabela 4.5 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes
narestas Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
3
Máximo 99.483 103.796 -4.16%
Mínimo -99.483 -103.796 4.16%
Amplitude 99.483 103.796 -4.16%
4
Máximo 101.503 103.796 -2.21%
Mínimo -101.503 -103.796 2.21%
Amplitude 101.503 103.796 -2.21%
5
Máximo 102.395 103.796 -1.35%
Mínimo -102.395 -103.796 1.35%
Amplitude 102.395 103.796 -1.35%
6
Máximo 102.842 103.796 -0.92%
Mínimo -102.842 -103.796 0.92%
Amplitude 102.842 103.796 -0.92%
Valores de máximo, mínimo e amplitude (além de respectivos erros) das forças
hidrodinâmicas atuantes na direção z estão resumidos na Tabela 4.6.
46
Tabela 4.6 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes
narestas Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
3
Máximo 117.92 113.34 4.04%
Mínimo -95.36 -91.58 -4.12%
Amplitude 106.64 102.46 4.08%
4
Máximo 118.49 113.34 4.55%
Mínimo -95.42 -91.58 -4.19%
Amplitude 106.95 102.46 4.39%
5
Máximo 118.64 113.34 4.68%
Mínimo -95.42 -91.58 -4.19%
Amplitude 107.03 102.46 4.46%
6
Máximo 114.24 113.34 0.80%
Mínimo -92.32 -91.58 -0.80%
Amplitude 103.28 102.46 0.80%
Após o exposto, nota-se que os critérios para arestas �������� < �9� e �������� <
� 19� dos elementos da malha conduziram, como esperado, a erros menores que 5% e
1%. Pode-se observar também uma possível inconsistência nos erros na Tabela 4.6, que
estão aumentando conforme melhora na discretização. Isso ocorre devido à correção no
raio do semicilindro, feita incialmente com intuito de corrigir erros no cálculo do empuxo
do corpo. A Tabela 4.7 mostra que os erros seguiriam a tendência de queda caso a
correção no raio não fosse realizada.
47
Tabela 4.7 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes
narestas Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
3
Máximo 95.78 113.34 -15.49%
Mínimo -77.31 -91.58 15.59%
Amplitude 86.55 102.46 -15.53%
4
Máximo 105.54 113.34 -6.88%
Mínimo -84.93 -91.58 7.27%
Amplitude 95.23 102.46 -7.05%
5
Máximo 110.22 113.34 -2.75%
Mínimo -88.61 -91.58 3.24%
Amplitude 99.42 102.46 -2.97%
6
Máximo 112.83 113.34 -0.45%
Mínimo -90.66 -91.58 1.00%
Amplitude 101.75 102.46 -0.70%
Na Tabela 4.8, tomando como referência o semicilindro com �������� = 3, foram
obtidas porcentagens indicando aumento ou decréscimo de número de painéis, tempo de
processamento e erros na amplitude da força hidrodinâmica atuando verticalmente. A
partir dela, é possível perceber que uma malha com o quádruplo de elementos de
superfície gera resultados com erro cinco vezes menor, às custas do triplo de tempo de
processamento.
Tabela 4.8 – Refinamento x Tempo de processamento x Erro
narestas Triângulos % Tempo (s) % Erro amplitude
Forca z (%) %
3 26 - 0.33 - 4.08% -
4 32 123% 0.34 103% 4.39% 108%
5 38 146% 0.39 118% 4.46% 109%
6 116 446% 0.92 279% 0.80% 20%
48
4.5 Cubo
Seguindo com o estudo da relação de � �� obtidos nos itens anteriores (4.2 e 4.3),
foram realizadas análises de forças hidrostáticas e hidrodinâmicas atuando em cubos
fixos no espaço. As dimensões do corpo, assim como profundidade, lâmina d’água, etc.
podem estão listados a seguir e podem ser observadas na Figura 4.10.
Período T da onda: 6.00 s
Amplitude A da onda: 1.00 m
Comprimento de onda λ: 56.18 m (obtido com auxílio de código
desenvolvido no Mathcad)
Aresta do cubo: 10.00 m
Coordenada z da base do cubo: -15.00 m
(a) – 3D (b) – 2D
Figura 4.13 – Modelo esquemático de um cubo fixo no espaço submetido a
passagem de onda regular
49
Neste caso, o estudo de refinamento levou em conta o número de divisões ndiv nas
arestas do cubo (Tabela 4.9), nos quais os modelos com 1 divisão e 2 divisões atendem
ao critério de arestas �������� < �9� e o modelo com 3 divisões atende ao
critério �������� < �19� .
Tabela 4.9 – Discretização da superfície do cubo
1 divisão
�������� =10 �
2= 5� <
�
9= 6.24�
2 divisões
�������� =10 �
3= 3.33� <
�
9= 6.24�
3 divisões
�������� =10 �
4= 2.5� <
�
19= 2.96�
50
Foram então realizadas análises dinâmicas com tempo total de 100.00 s e intervalo
de integração de 0.10 s e, como esperado, os valores obtidos de força hidrostáticas
apresentaram boa acurácia posto que, independentemente do número de divisões, a
superfície gerada representa fielmente o volume do cubo. Tais resultados podem ser
observados na Tabela 4.10:
Tabela 4.10 – Forças de empuxo no cubo
Divisões Empuxo (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
1 10051.82 10051.82 0.000%
2 10051.82 10051.82 0.000%
3 10051.82 10051.82 0.000%
A seguir, são expostos trechos das séries temporais das forças hidrodinâmicas
atuando em x (Figura 4.14) e z (Figura 4.15) obtidas pelo Mathcad, pelo modelo menos
refinado (���� = 1) e pelo modelo mais refinado (���� = 3).
Figura 4.14 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no cubo
51
Figura 4.15 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no cubo
Os valores de máximo, mínimo e amplitude (além de respectivos erros) das forças
hidrodinâmicas atuantes na direção da onda estão resumidos na Tabela 4.11.
Tabela 4.11 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes
Divisões Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
1
Máximo 383.24 373.71 2.55%
Mínimo -383.24 -373.71 -2.55%
Amplitude 383.24 373.71 2.55%
2
Máximo 377.86 373.71 1.11%
Mínimo -377.86 -373.71 -1.11%
Amplitude 377.86 373.71 1.11%
3
Máximo 375.97 373.71 0.60%
Mínimo -375.97 -373.71 -0.60%
Amplitude 375.97 373.71 0.60%
Valores de máximo, mínimo e amplitude (além de respectivos erros) das forças
hidrodinâmicas atuantes na direção z estão resumidos na Tabela 4.12.
52
Tabela 4.12 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes
Divisões Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
1
Máximo 396.68 408.26 -2.84%
Mínimo -322.21 -330.08 2.38%
Amplitude 359.45 369.17 -2.63%
2
Máximo 403.16 408.26 -1.25%
Mínimo -326.60 -330.08 1.05%
Amplitude 364.88 369.17 -1.16%
3
Máximo 405.41 408.26 -0.70%
Mínimo -328.14 -330.08 0.59%
Amplitude 366.77 369.17 -0.65%
Após o exposto, nota-se que os critérios para arestas �������� < �9� e �������� <
� 19� dos elementos da malha conduziram, como esperado, a erros menores que 5% e
1%.
Na Tabela 4.13, tomando como referência a superfície do cubo com 1 divisão, foram
obtidas porcentagens indicando aumento ou decréscimo de número de painéis, tempo de
processamento e erros na amplitude da força hidrodinâmica atuando verticalmente. A
partir dela, é possível perceber que uma malha com o quádruplo de elementos de
superfície gera resultados com erro quatro vezes menor, às custas do dobro de tempo de
processamento.
Tabela 4.13 – Refinamento x Tempo de processamento x Erro
Divisões Triângulos % Tempo (s) % Erro amplitude
Forca z (%) %
1 48 - 0.58 - 2.63 -
2 108 225% 0.77 133% 1.16 44%
3 192 400% 1.20 207% 0.65 25%
53
4.6 Cilindro
Dando sequência no estudo dos resultados de � �� obtidos nos itens anteriores (4.2 e
4.3), foram realizadas análises de forças hidrostáticas e hidrodinâmicas atuando em
cilindros fixos no espaço. As dimensões do corpo, assim como profundidade, lâmina
d’água etc. estão listados a seguir e podem ser observadas na Figura 4.10.
Período T da onda: 6.00 s
Amplitude A da onda: 1.00 m
Comprimento de onda λ: 56.18 m (obtido com auxílio de código
desenvolvido no Mathcad)
Raio teórico do cilindro: 5.00 m
Altura do cilindro: 10.00 m
Coordenada z da base do cilindro: -15.00 m
(a) – 2D (b) – 3D
Figura 4.16 – Modelo esquemático de um cilindro fixo no espaço submetido a
passagem de onda regular
54
Assim como em 4.6, a fim de corrigir erros introduzidos pela discretização da malha
no volume do corpo submerso, foram realizadas correções nos raios dos cilindros gerados
de acordo com o número narestas de arestas do perímetro, conforme Tabela 4.14. A partir
das correções, garante-se que as forças hidrostáticas (que dependem do volume
submerso) sejam iguais às atuantes num cilindro com volume � = ���� .
Tabela 4.14 – Raio corrigido em função do número de lados do polígono regular
narestas Raio corrigido (m)
6
8
10
12
55
Feitas as correções nos volumes, foram efetuadas análises dinâmicas de 100 s com
intervalo de integração de 0.10 s. Os modelos com narestas igual a 6, 8 e 10 respeitaram o
critério de �������� < �9� , e o modelo com narestas igual a 12 respeitou o critério
de �������� < �19� .
Como esperado, os valores de força hidrostáticas apresentaram boa acurácia devido
às correções feitas nos volumes dos semicilindros. Tais resultados podem ser observados
na Tabela 4.15:
Tabela 4.15 – Forças de empuxo no cilindro
n Empuxo (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
6 7894.68 7894.68 0.000%
8 7894.68 7894.68 0.000%
10 7894.68 7894.68 0.000%
12 7894.68 7894.68 0.000%
A seguir, são expostos trechos das séries temporais das forças hidrodinâmicas
atuando em x (Figura 4.17) e z (Figura 4.18) obtidas pelo Mathcad, pelo modelo menos
refinado (�������� = 6) e pelo modelo mais refinado (�������� = 12).
Figura 4.17 – Trecho de série temporal de forças atuando horizontalmente no
cilindro
56
Figura 4.18 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente no cilindro
Os valores de máximo, mínimo e amplitude (além de respectivos erros) das forças
hidrodinâmicas atuantes na direção da onda estão resumidos na Tabela 4.16.
Tabela 4.16 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes
narestas Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
6
Máximo 302.63 297.77 1.63%
Mínimo -302.63 -297.77 -1.63%
Amplitude 302.63 297.77 1.63%
8
Máximo 303.96 297.77 2.08%
Mínimo -303.96 -297.77 -2.08%
Amplitude 303.96 297.77 2.08%
10
Máximo 304.51 297.77 2.27%
Mínimo -304.51 -297.77 -2.27%
Amplitude 304.51 297.77 2.27%
12
Máximo 299.02 297.77 0.42%
Mínimo -299.02 -297.77 -0.42%
Amplitude 299.02 297.77 0.42%
Valores de máximo, mínimo e amplitude (além de respectivos erros) das forças
hidrodinâmicas atuantes na direção z estão resumidos na Tabela 4.17.
57
Tabela 4.17 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes
narestas Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
6
Máximo 316.95 325.39 -2.59%
Mínimo -256.68 -262.37 2.17%
Amplitude 286.82 293.88 -2.40%
8
Máximo 318.75 325.39 -2.04%
Mínimo -257.91 -262.37 1.70%
Amplitude 288.33 293.88 -1.89%
10
Máximo 319.52 325.39 -1.80%
Mínimo -258.42 -262.37 1.50%
Amplitude 288.97 293.88 -1.67%
12
Máximo 323.57 325.39 -0.56%
Mínimo -261.14 -262.37 0.47%
Amplitude 292.35 293.88 -0.52%
Apresentados os resultados, nota-se que os critérios para arestas �������� < �9� e
�������� < �19� dos elementos da malha conduziram, como esperado, a erros menores
que 5% e 1%. Assim como no estudo do semicilindro (4.4), pode-se observar também
uma possível inconsistência nos erros na Tabela 4.16, que estão aumentando conforme
melhora na discretização. Como já explicado, isso ocorre devido à correção no raio do
cilindro, feita incialmente com intuito de corrigir erros no cálculo do empuxo do corpo.
Os erros seguiriam a tendência de queda caso a correção no raio não fosse realizada.
Na Tabela 4.18, tomando como referência o cilindro com �������� = 6, foram
obtidas porcentagens indicando aumento ou decréscimo de número de painéis, tempo de
processamento e erros na amplitude da força hidrodinâmica atuando verticalmente. A
partir dela, é possível perceber que uma malha com o quíntuplo de elementos de
superfície gera resultados com erro cinco vezes menor, às custas do triplo de tempo de
processamento.
58
Tabela 4.18 – Refinamento x Tempo de processamento x Erro
narestas Triângulos % Tempo (s) % Erro amplitude
Forca z (%) %
6 36 - 0.39 - -2.40% -
8 48 133% 0.44 113% -1.89% 79%
10 60 167% 0.50 128% -1.67% 69%
12 168 467% 1.05 269% -0.52% 22%
4.7 Plataforma Semissubmersível
Prosseguindo no estudo da relação entre o λ da onda, comprimento máximo das
arestas da malha do corpo e erros associados à discretização, foi realizado um estudo em
modelos de uma plataforma semissubmersível.
(a) – Vista lateral (b) – Vista superior
(c) – Vista isométrica (SITUA)
Figura 4.19 – Plataforma semissubmersível
A Tabela 4.19 a seguir traz algumas das propriedades físicas e geométricas da
plataforma.
59
Tabela 4.19 – Propriedades físicas e geométricas da plataforma
Item Valor Unidade
Comprimento do casco (ao nível do pontoon) 94.32 m
Largura do casco (ao nível do pontoon) 94.32 m
Altura do casco (até o Deck principal) 55.5 m
Seção Transversal dos pontoons (base x altura) 19.80 x 11.40 m
Seção Transversal das Colunas 19.80 x 19.80 m
Adoçamento no canto externo das colunas 4.20 m
Massa 105237 ton
Peso 1031954 kN
Neste caso, por se tratar de uma superfície mais extensa, com geração da superfície
mais trabalhosa, foram analisadas apenas duas malhas: uma primeira (Malha 01), com
arestas dos elementos inferiores a 1.0 m, e uma segunda (Malha 02), com arestas dos
elementos inferiores a 5.5 m. A Tabela 4.20 traz o número de triângulos de cada uma.
Tabela 4.20 – Malhas da plataforma
Aresta máxima (m) Número de elementos
Malha 01 1.00 46984
Malha 02 5.50 2628
Definidas as malhas de superfície, foram realizadas análises com ondas regulares em
dois modelos (um com cada malha), nas quais o corpo permanece fixo e está sujeito à
passagem de ondas regulares e os resultados de força hidrodinâmica foram comparados
aos obtidos pelo Mathcad. Neste caso, foram comparadas apenas as forças verticais (em
z), pois a definição dos limites de integração numa planilha do Mathcad se tornou
inviável devido à geometria do corpo que, diferentemente das análises anteriores
(semicilindro, cilindro e cubo), está sendo “cortado” pela superfície das ondas. A Figura
4.20 esquematiza os modelos analisados.
60
Figura 4.20 – Modelo esquemático da plataforma com posição fixa submetida a
passagem de onda regular
A seguir, estão listados dados referentes aos modelos e às análises:
Período T da onda: 5 a 25 s
Amplitude A da onda: 1.00 m
Calado da plataforma: -34.35 m
Análise dinâmica com tempo total de 100.00 s e intervalo de integração de
0.10 s
A seguir, são apresentados trechos das séries temporais das forças hidrodinâmicas
obtidas pelo método dos painéis (para as duas malhas) e pelo Mathcad para os valores de
período � = 5 � (Figura 4.21) e � = 25 � (Figura 4.22), a partir dos quais é possível
notar melhor acurácia nos resultados para valores maiores de T (ondas com maior
comprimento λ).
61
Figura 4.21 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente na
plataforma (T = 5 s)
Figura 4.22 – Trecho de série temporal de forças atuando verticalmente na
plataforma (T = 25 s)
Com intuito de quantificar erros nos resultados obtidos, foram identificados valores
de máximo, mínimo e amplitude nas séries temporais obtidas pelo Mathcad e pelo
método de painéis (para as duas malhas) e foram calculados os erros relativos. Estes
resultados podem ser observados na Tabela 4.21 (Malha 1) e na Tabela 4.22 (Malha 2).
62
Tabela 4.21 – Forças em z (Malha 1): máximos, mínimos e amplitudes
T (s) Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
5.00
Máximo 206.45 206.72 -0.13%
Mínimo -71.36 -71.61 0.34%
Amplitude 138.91 139.16 -0.18%
6.00
Máximo 433.68 434.05 -0.08%
Mínimo -228.17 -228.60 0.19%
Amplitude 330.92 331.32 -0.12%
7.00
Máximo 400.85 400.07 0.20%
Mínimo -132.83 -132.13 -0.53%
Amplitude 266.84 266.10 0.28%
8.00
Máximo 1062.69 1064.63 -0.18%
Mínimo -858.69 -860.83 0.25%
Amplitude 960.69 962.73 -0.21%
9.00
Máximo 2193.34 2195.43 -0.10%
Mínimo -2018.43 -2020.57 0.11%
Amplitude 2105.88 2108.00 -0.10%
10.00
Máximo 2598.79 2600.03 -0.05%
Mínimo -2427.07 -2428.25 0.05%
Amplitude 2512.93 2514.14 -0.05%
11.00
Máximo 2275.95 2275.82 0.01%
Mínimo -2125.01 -2124.84 -0.01%
Amplitude 2200.48 2200.33 0.01%
12.00
Máximo 1459.82 1458.20 0.11%
Mínimo -1349.10 -1347.48 -0.12%
Amplitude 1404.46 1402.84 0.12%
13.00
Máximo 382.25 379.20 0.80%
Mínimo -318.73 -315.72 -0.95%
Amplitude 350.49 347.46 0.87%
14.00
Máximo 812.48 816.74 -0.52%
Mínimo -793.41 -797.76 0.54%
Amplitude 802.95 807.25 -0.53%
63
Tabela 4.21 – Forças em z (Malha 1): máximos, mínimos e amplitudes (continuação)
T (s) Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
15.00
Máximo 1950.06 1955.42 -0.27%
Mínimo -1968.17 -1973.65 0.28%
Amplitude 1959.12 1964.53 -0.28%
16.00
Máximo 3041.24 3047.56 -0.21%
Mínimo -3088.24 -3094.70 0.21%
Amplitude 3064.74 3071.13 -0.21%
17.00
Máximo 4059.78 4066.93 -0.18%
Mínimo -4128.04 -4135.34 0.18%
Amplitude 4093.91 4101.14 -0.18%
18.00
Máximo 4995.29 5003.17 -0.16%
Mínimo -5078.46 -5086.49 0.16%
Amplitude 5036.87 5044.83 -0.16%
19.00
Máximo 5846.41 5854.91 -0.15%
Mínimo -5939.46 -5948.12 0.15%
Amplitude 5892.94 5901.51 -0.15%
20.00
Máximo 6616.60 6625.64 -0.14%
Mínimo -6715.71 -6724.90 0.14%
Amplitude 6666.15 6675.27 -0.14%
21.00
Máximo 7311.69 7321.21 -0.13%
Mínimo -7413.99 -7423.65 0.13%
Amplitude 7362.84 7372.43 -0.13%
22.00
Máximo 7938.43 7948.38 -0.13%
Mínimo -8041.79 -8051.88 0.13%
Amplitude 7990.11 8000.13 -0.13%
23.00
Máximo 8503.71 8514.00 -0.12%
Mínimo -8606.60 -8617.03 0.12%
Amplitude 8555.16 8565.52 -0.12%
24.00
Máximo 9014.05 9024.65 -0.12%
Mínimo -9115.36 -9126.10 0.12%
Amplitude 9064.70 9075.38 -0.12%
25.00
Máximo 9475.47 9486.35 -0.11%
Mínimo -9574.44 -9585.45 0.11%
Amplitude 9524.96 9535.90 -0.11%
64
Tabela 4.22 – Forças em z (Malha 2): máximos, mínimos e amplitudes
T (s) Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
5.00
Máximo 199.60 206.72 -3.45%
Mínimo -65.48 -71.61 8.56%
Amplitude 132.54 139.16 -4.76%
6.00
Máximo 426.45 434.05 -1.750%
Mínimo -218.58 -228.60 4.38%
Amplitude 322.52 331.32 -2.66%
7.00
Máximo 395.83 400.07 -1.06%
Mínimo -128.95 -132.13 2.41%
Amplitude 262.39 266.10 -1.40%
8.00
Máximo 1055.77 1064.63 -0.83%
Mínimo -851.38 -860.83 1.10%
Amplitude 953.58 962.73 -0.95%
9.00
Máximo 2182.35 2195.43 -0.60%
Mínimo -2007.33 -2020.57 0.66%
Amplitude 2094.84 2108.00 -0.62%
10.00
Máximo 2588.78 2600.03 -0.43%
Mínimo -2417.55 -2428.25 0.44%
Amplitude 2503.17 2514.14 -0.44%
11.00
Máximo 2268.58 2275.82 -0.32%
Mínimo -2118.27 -2124.84 0.31%
Amplitude 2193.43 2200.33 -0.31%
12.00
Máximo 1454.97 1458.20 -0.22%
Mínimo -1344.75 -1347.48 0.20%
Amplitude 1399.86 1402.84 -0.21%
13.00
Máximo 379.27 379.20 0.02%
Mínimo -316.08 -315.72 -0.11%
Amplitude 347.67 347.46 0.06%
14.00
Máximo 814.03 816.74 -0.33%
Mínimo -795.16 -797.76 0.33%
Amplitude 804.60 807.25 -0.33%
65
Tabela 4.22 – Forças em z (Malha 2): máximos, mínimos e amplitudes (continuação)
T (s) Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
15.00
Máximo 1950.94 1955.42 -0.23%
Mínimo -1969.16 -1973.65 0.23%
Amplitude 1960.05 1964.53 -0.23%
16.00
Máximo 3041.74 3047.56 -0.19%
Mínimo -3088.80 -3094.70 0.19%
Amplitude 3065.27 3071.13 -0.19%
17.00
Máximo 4060.09 4066.93 -0.17%
Mínimo -4128.37 -4135.34 0.17%
Amplitude 4094.23 4101.14 -0.17%
18.00
Máximo 4995.52 5003.17 -0.15%
Mínimo -5078.69 -5086.49 0.15%
Amplitude 5037.11 5044.83 -0.15%
19.00
Máximo 5846.62 5854.91 -0.14%
Mínimo -5939.68 -5948.12 0.14%
Amplitude 5893.15 5901.51 -0.14%
20.00
Máximo 6616.84 6625.64 -0.13%
Mínimo -6715.95 -6724.90 0.13%
Amplitude 6666.39 6675.27 -0.13%
21.00
Máximo 7311.98 7321.21 -0.13%
Mínimo -7414.27 -7423.65 0.13%
Amplitude 7363.12 7372.43 -0.13%
22.00
Máximo 7938.77 7948.38 -0.12%
Mínimo -8042.12 -8051.88 0.12%
Amplitude 7990.45 8000.13 -0.12%
23.00
Máximo 8504.11 8514.00 -0.12%
Mínimo -8607.00 -8617.03 0.12%
Amplitude 8555.55 8565.52 -0.12%
24.00
Máximo 9014.50 9024.65 -0.11%
Mínimo -9115.81 -9126.10 0.11%
Amplitude 9065.16 9075.38 -0.11%
25.00
Máximo 9475.98 9486.35 -0.11%
Mínimo -9574.95 -9585.45 0.11%
Amplitude 9525.47 9535.90 -0.11%
66
Por fim, a Tabela 4.23 evidencia a relação das malhas de superfícies analisadas com
os resultados de �������� < �9� e �������� < �
19 � para erros menores que 5% e 1%
obtidos nos itens anteriores (4.2 e 4.3). Como mencionado, a Malha 1 possui elementos
com arestas que não ultrapassam 1.0 m de comprimento sendo, portanto, menores que
� 9 � para todos os períodos analisados. Desta forma, todos os erros foram inferiores a
1%. Já a Malha 2, com arestas não superiores a 5.5 m, respeita o critério de �������� <
� 9 � a partir de ondas de 6 s. Ainda assim, os erros são inferiores a 5% mesmo para
períodos de 5 s. O critério de �������� < �19� (para a Malha 2) é satisfeito a partir de
ondas de 9 s. Contudo, erros menores que 1% podem ser observados em ondas de 8 s.
67
Tabela 4.23 – Relação entre λ, arestas das malhas e erros
T (s) λ (m) λ/9 (m) λ/19 (m) Erro na amplitude da força (Malha 1)
Erro na amplitude da força (Malha2)
5.0 39.02 4.34 2.05 -0.18% -4.76%
6.0 56.18 6.24 2.96 -0.12% -2.66%
7.0 76.47 8.50 4.02 0.28% -1.40%
8.0 99.88 11.10 5.26 -0.21% -0.95%
9.0 126.41 14.05 6.65 -0.10% -0.62%
10.0 156.07 17.34 8.21 -0.05% -0.44%
11.0 188.84 20.98 9.94 0.01% -0.31%
12.0 224.74 24.97 11.83 0.12% -0.21%
13.0 263.75 29.31 13.88 0.87% 0.06%
14.0 305.89 33.99 16.10 -0.53% -0.33%
15.0 351.15 39.02 18.48 -0.28% -0.23%
16.0 399.53 44.39 21.03 -0.21% -0.19%
17.0 451.03 50.11 23.74 -0.18% -0.17%
18.0 505.65 56.18 26.61 -0.16% -0.15%
19.0 563.38 62.60 29.65 -0.15% -0.14%
20.0 624.20 69.36 32.85 -0.14% -0.13%
21.0 688.08 76.45 36.21 -0.13% -0.13%
22.0 754.93 83.88 39.73 -0.13% -0.12%
23.0 824.65 91.63 43.40 -0.12% -0.12%
24.0 897.07 99.67 47.21 -0.12% -0.11%
25.0 971.97 108.00 51.16 -0.11% -0.11%
Na Tabela 4.24, tomando como referência a Malha 1, foram obtidas porcentagens
indicando aumento ou decréscimo de número de painéis, tempo de processamento e erros
na amplitude da força hidrodinâmica atuando verticalmente para os períodos de 5 e 25 s.
A partir dela, é possível perceber que, respeitando-se as relações de � �� , a malha menos
refinada apresenta resultados com boa acurácia e redução do tempo de processamento
em mais de 90%.
68
Tabela 4.24 – Refinamento x Tempo de processamento x Erro
Triângulos % Tempo % Erro
Amplitude Fz (T=5s)
% Erro
Amplitude Fz (T=25s)
%
Malha 1 46984 - 1min58s - 0.18% - 0.11% -
Malha 2 2628 5.59% 7s 6.07% 4.76% 2644% 0.11% 100%
69
5 RESULTADOS E VERIFICAÇÃO
Findo o estudo de refinamento de malha realizado no capítulo 4, procedeu-se a
análise de modelos para verificação do método de painéis. Em 5.1, o cálculo do ponto de
aplicação da força foi avaliado num modelo de uma parede vertical modelada por uma
superfície com 2 triângulos (o mínimo necessário para descrever a parede).
Nos itens 5.2, 5.3 e 5.4, foram analisados modelos corpos sob ação de ondas com
período de 6 a 12 s. Os modelos estudados são semelhantes aos do capítulo anterior,
variando-se apenas o carregamento. Portanto, os corpos mantêm-se fixos e são
submetidos a passagem de ondas regulares. Planilhas no Mathcad serviram de valores de
referência no cálculo de erros das forças hidrodinâmicas.
Em 5.5, foram realizadas análises em modelos de navios com intuito de verificar não
linearidades nas forças e momentos hidrostáticos oriundos da geometria de corpos
submetidos a grandes deslocamentos.
Por fim, em 5.6, foi realizado um estudo de mar irregular atuando na plataforma
semissubmersível cuja malha foi estudada no capítulo anterior. Neste, os valores de
referência foram obtidos pela ferramenta SITUA-Prosim através da formulação de
Morison já implementada e consolidada no programa.
5.1 Parede vertical
Como proposto em 3.3, com intuito de verificar o cálculo do ponto de aplicação das
forças, será analisado o modelo de uma parece vertical, semelhante a uma barragem, no
qual a força resultante devido às pressões hidrostáticas atua a 1/3 de sua altura H.
A Figura 5.1 ilustra o modelo gerado no SITUA. Em (c), há o detalhe da região a
jusante da parede vertical, na qual foi usado o artifício de não definir uma superfície, já
que as forças atuantes nesta região anulariam os efeitos gerados na região a montante. O
centro de gravidade do corpo foi definido em �
�=
�� �
�= 10 � , mesma altura em que,
teoricamente, atua a força resultante das pressões hidrostáticas. Desta forma, poderá ser
observado momento nulo nos resultados da análise.
70
(a) – Vista em 3D
(montante)
(b) – Vista lateral
em 2D
(c) – Vista em 3D
(jusante)
Figura 5.1 – Modelo de uma parede vertical modelada no SITUA
A seguir, estão listados alguns dados referentes ao modelo e à análise:
Altura da parede: 30 m
Largura da parede: 30 m
Coordenada z do centro de gravidade em relação à base do corpo: 10 m
Malha da superfície a montante: 4 vértices, 2 triângulos
Análise dinâmica com tempo total de 10 s e intervalo de integração de 1 s
Duração da análise: 0.02 s
A Figura 5.2 traz o gráfico dos momentos resultantes no eixo y do corpo. Como
esperado, estes são nulos.
71
Figura 5.2 – Série temporal de momento resultante em y
Ademais, a equação (5.1) permite que seja calculado o módulo da força que atua
horizontalmente na parede:
� = � ��ℎ�� = � � ��ℎ���ℎ
�
�
=�����
2
�
�
= 1.025 ∗ 9.806 ∗ 30� ∗ 30
2
= 135699.52 kN
(5.1)
A Tabela 5.1 traz uma comparação entre o valor de força encontrado pelo algoritmo
e o valor obtido analiticamente.
72
Tabela 5.1 – Erro percentual no valor do empuxo
Paneis Analítico Erro (%)
Força (kN)
135699.52 135699.52 0.000%
5.2 Semicilindro
A partir da malha definida em 4.4 com � ������� = 6 (já com a correção do raio para
adequação ao volume definido analiticamente), foram realizadas análises em um
semicilindro fixo submetido a ondas regulares com amplitude unitária e período variando
de 6 a 12 s. A fim de definir valores de referência para cálculos de erros, os modelos
foram analisados também em planilhas no Mathcad. A Figura 5.3 traz o gráfico das séries
temporais das forças hidrodinâmicas horizontais atuando no corpo para onda com
período T= 12 � .
Figura 5.3 – Série temporal de forças atuando horizontalmente no semicilindro (T =
12 s)
Os valores de máximo, mínimo e amplitude (além de respectivos erros) das forças
hidrodinâmicas atuantes na direção da onda estão resumidos na Tabela 5.2.
73
Tabela 5.2 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes
T (s) Forças Hidrodinâmicas Painéis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
6.00
Máximo 102.84 103.80 -0.92%
Mínimo -102.84 -103.80 -0.92%
Amplitude 102.84 103.80 -0.92%
7.00
Máximo 111.41 112.20 -0.70%
Mínimo -111.41 -112.20 -0.70%
Amplitude 111.41 112.20 -0.70%
8.00
Máximo 109.56 110.25 -0.63%
Mínimo -109.56 -110.25 -0.63%
Amplitude 109.56 110.25 -0.63%
9.00
Máximo 102.85 103.33 -0.47%
Mínimo -102.85 -103.33 -0.47%
Amplitude 102.85 103.33 -0.47%
10.00
Máximo 94.19 94.56 -0.39%
Mínimo -94.19 -94.56 -0.39%
Amplitude 94.19 94.56 -0.39%
11.00
Máximo 85.23 85.52 -0.35%
Mínimo -85.23 -85.52 -0.35%
Amplitude 85.23 85.52 -0.35%
12.00
Máximo 76.75 76.96 -0.27%
Mínimo -76.75 -76.96 -0.27%
Amplitude 76.75 76.96 -0.27%
A Figura 5.4 traz o gráfico das séries temporais das forças hidrodinâmicas verticais
atuando no corpo para onda com período T= 12 � .
74
Figura 5.4 – Série temporal de forças atuando verticalmente no semicilindro (T = 12
s)
Na Tabela 5.3, estão resumidos os valores de máximo, mínimo e amplitude (além de
respectivos erros) das forças hidrodinâmicas atuantes na direção z.
75
Tabela 5.3 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes
T(s) Forças Hidrodinâmicas Paineis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
6.00
Máximo 114.24 113.34 0.80%
Mínimo -92.32 -91.58 0.80%
Amplitude 103.28 102.46 0.80%
7.00
Máximo 121.05 120.27 0.65%
Mínimo -103.06 -102.41 0.63%
Amplitude 112.05 111.34 0.64%
8.00
Máximo 117.23 116.62 0.52%
Mínimo -103.38 -102.86 0.51%
Amplitude 110.30 109.74 0.51%
9.00
Máximo 108.69 108.23 0.42%
Mínimo -98.23 -97.83 0.41%
Amplitude 103.46 103.03 0.42%
10.00
Máximo 98.65 98.31 0.35%
Mínimo -90.76 -90.45 0.34%
Amplitude 94.71 94.38 0.35%
11.00
Máximo 88.67 88.41 0.30%
Mínimo -82.66 -82.42 0.29%
Amplitude 85.66 85.41 0.29%
12.00
Máximo 79.40 79.20 0.25%
Mínimo -74.77 -74.59 0.25%
Amplitude 77.09 76.90 0.25%
A partir das Tabela 5.2 e Tabela 5.3, percebe-se que, como presumido, a malha com
� ������� = 6 conduziu a erros menores que 1% nos valores das forças hidrodinâmicas
verticais e horizontais.
76
5.3 Cubo
Utilizando a malha definida em 4.5 com ���� = 3, foram realizadas análises em um
cubo fixo submetido a ondas regulares com amplitude unitária e período variando de 6 a
12 s. A fim de definir valores de referência para cálculos de erros, os modelos foram
analisados também em planilhas no Mathcad. A Figura 5.5 traz o gráfico das séries
temporais das forças hidrodinâmicas horizontais atuando no cubo para onda com período
T= 12 � .
Figura 5.5 – Série temporal de forças atuando horizontalmente no cubo (T = 12 s)
Os valores de máximo, mínimo e amplitude (além de respectivos erros) das forças
hidrodinâmicas atuantes na direção da onda estão resumidos na Tabela 5.4.
77
Tabela 5.4 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes
T(s) Forças Hidrodinâmicas Paineis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
6.00
Máximo 375.97 373.71 0.60%
Mínimo -375.97 -373.71 0.60%
Amplitude 375.97 373.71 0.60%
7.00
Máximo 368.34 367.04 0.35%
Mínimo -368.34 -367.04 0.35%
Amplitude 368.34 367.04 0.35%
8.00
Máximo 339.83 339.34 0.14%
Mínimo -339.83 -339.34 0.14%
Amplitude 339.83 339.34 0.14%
9.00
Máximo 305.62 305.23 0.13%
Mínimo -305.62 -305.23 0.13%
Amplitude 305.62 305.23 0.13%
10.00
Máximo 271.55 271.34 0.08%
Mínimo -271.55 -271.34 0.08%
Amplitude 271.55 271.34 0.08%
11.00
Máximo 240.34 240.26 0.03%
Mínimo -240.34 -240.26 0.03%
Amplitude 240.34 240.26 0.03%
12.00
Máximo 212.87 212.78 0.04%
Mínimo -212.87 -212.78 0.04%
Amplitude 212.87 212.78 0.04%
A Figura 5.6 traz o gráfico das séries temporais das forças hidrodinâmicas verticais
atuando no corpo para onda com período T= 12 � .
78
Figura 5.6 – Série temporal de forças atuando verticalmente no cubo (T = 12 s)
Na Tabela 5.5, estão resumidos os valores de máximo, mínimo e amplitude (além de
respectivos erros) das forças hidrodinâmicas atuantes na direção z.
79
Tabela 5.5 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes
T(s) Forças Hidrodinâmicas Paineis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
6.00
Máximo 405.41 408.26 -0.70%
Mínimo -328.14 -330.08 -0.59%
Amplitude 366.77 369.17 -0.65%
7.00
Máximo 392.15 393.62 -0.37%
Mínimo -333.89 -334.96 -0.32%
Amplitude 363.02 364.29 -0.35%
8.00
Máximo 358.32 359.09 -0.21%
Mínimo -315.84 -316.44 -0.19%
Amplitude 337.08 337.77 -0.20%
9.00
Máximo 319.40 319.82 -0.13%
Mínimo -288.51 -288.85 -0.12%
Amplitude 303.96 304.34 -0.13%
10.00
Máximo 281.94 282.19 -0.09%
Mínimo -259.24 -259.44 -0.08%
Amplitude 270.59 270.82 -0.08%
11.00
Máximo 248.29 248.43 -0.06%
Mínimo -231.34 -231.47 -0.05%
Amplitude 239.81 239.95 -0.06%
12.00
Máximo 218.94 219.02 -0.04%
Mínimo -206.08 -206.15 -0.04%
Amplitude 212.51 212.59 -0.04%
A partir das Tabela 5.4 e Tabela 5.5, percebe-se que, como presumido, a malha com
� ��� = 3 conduziu a erros menores que 1% nos valores das forças hidrodinâmicas
verticais e horizontais.
80
5.4 Cilindro
Utilizando a malha definida em 4.6 com �������� = 12, foram realizadas análises
em um cilindro fixo submetido a ondas regulares com amplitude unitária e período
variando de 6 a 12 s. A fim de definir valores de referência para cálculos de erros, os
modelos foram analisados também em planilhas no Mathcad. A Figura 5.5 traz o gráfico
das séries temporais das forças hidrodinâmicas horizontais atuando no cubo para onda
com período T= 12 � .
Figura 5.7 – Série temporal de forças atuando horizontalmente no cilindro (T = 12 s)
Os valores de máximo, mínimo e amplitude (além de respectivos erros) das forças
hidrodinâmicas atuantes na direção da onda estão resumidos na Tabela 5.6.
81
Tabela 5.6 – Forças em x: máximos, mínimos e amplitudes
T(s) Forças Hidrodinâmicas Paineis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
6.00
Máximo 299.02 297.77 0.42%
Mínimo -299.02 -297.77 -0.42%
Amplitude 299.02 297.77 0.42%
7.00
Máximo 291.15 290.43 0.25%
Mínimo -291.15 -290.43 -0.25%
Amplitude 291.15 290.43 0.25%
8.00
Máximo 267.87 267.66 0.08%
Mínimo -267.87 -267.66 -0.08%
Amplitude 267.87 267.66 0.08%
9.00
Máximo 240.58 240.36 0.09%
Mínimo -240.58 -240.36 -0.09%
Amplitude 240.58 240.36 0.09%
10.00
Máximo 213.59 213.47 0.05%
Mínimo -213.59 -213.47 -0.05%
Amplitude 213.59 213.47 0.05%
11.00
Máximo 188.95 188.92 0.02%
Mínimo -188.95 -188.92 -0.02%
Amplitude 188.95 188.92 0.02%
12.00
Máximo 167.30 167.25 0.03%
Mínimo -167.30 -167.25 -0.03%
Amplitude 167.30 167.25 0.03%
A seguir, a Figura 5.8 traz o gráfico das séries temporais das forças hidrodinâmicas
verticais atuando no corpo para onda com período T= 12 � .
82
Figura 5.8 – Série temporal de forças atuando verticalmente no cilindro (T = 12 s)
Na Tabela 5.7, estão resumidos os valores de máximo, mínimo e amplitude (além de
respectivos erros) das forças hidrodinâmicas atuantes na direção z.
83
Tabela 5.7 – Forças em z: máximos, mínimos e amplitudes
T(s) Forças Hidrodinâmicas Paineis (kN) Mathcad (kN) Erro (%)
6.00
Máximo 323.57 325.39 -0.56%
Mínimo -261.14 -262.37 0.47%
Amplitude 292.35 293.88 -0.52%
7.00
Máximo 310.60 311.53 -0.30%
Mínimo -264.13 -264.81 0.26%
Amplitude 287.37 288.17 -0.28%
8.00
Máximo 282.79 283.28 -0.17%
Mínimo -249.13 -249.50 0.15%
Amplitude 265.96 266.39 -0.16%
9.00
Máximo 251.61 251.87 -0.11%
Mínimo -227.21 -227.42 0.09%
Amplitude 239.41 239.65 -0.10%
10.00
Máximo 221.87 222.02 -0.07%
Mínimo -203.97 -204.10 0.06%
Amplitude 212.92 213.06 -0.07%
11.00
Máximo 195.26 195.35 -0.05%
Mínimo -181.92 -182.00 0.04%
Amplitude 188.59 188.67 -0.04%
12.00
Máximo 172.11 172.17 -0.03%
Mínimo -161.99 -162.04 0.03%
Amplitude 167.05 167.10 -0.03%
A partir das Tabela 5.6 e Tabela 5.7, observa-se que, como esperado, a malha com
� ������� = 12 conduziu a erros menores que 1% nos valores das forças hidrodinâmicas
verticais e horizontais.
84
5.5 Navio
A fim de verificar não linearidades no gráfico de Força/Momento x Deslocamentos,
foi analisado o modelo de um navio cuja malha pode ser encontrada no banco de
superfícies do programa SITUA. Como já mencionado, é comum o cálculo de forças
hidrostáticas através de matrizes de rigidez nas quais os termos são forças e momentos
que surgem quando são impostos deslocamentos unitários ao corpo (particularmente, a
força que surge em z devido um deslocamento de heave é indicada como k33, e o momento
que surge em x devido a um deslocamento de roll é indicado como k44). Desta forma,
pressupõe-se que um deslocamento de 2 unidades geraria o dobro de forças, e assim por
diante. A Figura 5.9 ilustra o modelo em questão.
Figura 5.9 – Modelo de navio gerado no SITUA
Para verificar o comportamento da força de empuxo, foi arbitrado ao navio um
calado inicial de 10 m. Posteriormente, foram criados outros 5 modelos semelhantes,
variando-se o calado até que chegasse a 15 m (Figura 5.10).
85
Figura 5.10 – Deslocamento Δz (heave)
Após análises estáticas utilizando o modelo de superfícies implementado (método
dos painéis), foram coletados os valores de força hidrostática no eixo z (Figura 5.11). A
derivada do gráfico em cada trecho (termo k33 da matriz de rigidez) é dada na Tabela 5.8,
além de sua variação com relação ao primeiro trecho do gráfico.
Figura 5.11 –Forças hidrostáticas
86
Tabela 5.8 – Rigidez hidrostática k33 e sua variação
Δz (m) k33 (kN/m) Variação k33
1.00 137972 -
2.00 138998 0.74%
3.00 140070 1.52%
4.00 141296 2.41%
5.00 142638 3.38%
Mantido o calado de 10 m, foram realizadas análises estáticas aplicando
deslocamentos iniciais de roll, variando o ângulo θ até que este fosse igual a 15° (Figura
5.12).
Figura 5.12 – Deslocamento θ (roll)
Findas as análises, foram coletados os valores de momento no eixo x devido ao
empuxo (Figura 5.13). A derivada do gráfico em cada trecho (termo k44 da matriz de
rigidez) é dada na Tabela 5.9, além de sua variação com relação ao primeiro trecho do
gráfico.
87
Figura 5.13 – Momento devido às forças hidrostáticas
Tabela 5.9 – Rigidez hidrostática k44 e sua variação
θ (graus) K44 (kN/m) Variação k44
1.00 -184574 -
3.00 -185443 0.47%
5.00 -188096 1.91%
7.00 -192079 4.07%
10.00 -199275 7.97%
15.00 -214365 16.14%
Como pode ser observado, ainda que pequena, o algoritmo conseguiu quantificar
uma não linearidade no coeficiente k33 da matriz de rigidez hidrostática do corpo. Já no
coeficiente k44, a não linearidade é mais acentuada e variou 16% para uma rotação de
15 graus. Este exercício pode ser feito para outros graus de liberdade do navio e, em
casos em que não linearidades podem ser desprezadas, o algoritmo pode ser usado
também para obter uma matriz de rigidez hidrostática.
A seguir, estão listados alguns dados referentes aos modelos e às análises:
Malha da superfície do navio: 884 vértices, 769 triângulos
Duração das análises: em média, 0.04 s
88
5.6 Plataforma Semissubmersível
Utilizando a Malha 2 (com arestas não superiores a 5.5m) definida em 4.7, foi
realizada uma análise com mar irregular representado por espectro de Jonswap com
altura significativa �� = 7.84 � e período de cruzamento zero �� = 15.55 �. Desta vez,
para efeitos de verificação, foi utilizado um modelo analisado com a formulação de
Morison existente no SITUA-Prosim. Neste, as colunas e pontoons da plataforma são
aproximados por cilindros com volume equivalente, conforme Figura 5.14.
Figura 5.14 – Plataforma gerada por cilindros no SITUA
Assim como nos modelos anteriores analisados neste trabalho, o corpo permanece
fixo e são calculadas as forças atuantes devido a passagem das ondas. A seguir, estão
listados dados referentes aos modelos e às análises:
89
Mar irregular (Jonswap)
�� = 15.55 �
�� = 7.84 �
Calado da plataforma: -34.35 m
Direção da onda (vindo de): SW
Análise dinâmica com tempo total de 3600.00 s e intervalo de integração de
0.10 s
Obtidas as séries temporais de forças hidrodinâmicas, foram gerados espectros. As
Figura 5.15 e Figura 5.16 representam, respectivamente, os espectros das parcelas de
forças hidrodinâmicas em z e x obtidas pela formulação de Morison e pelo método dos
painéis.
Figura 5.15 – Espectro de forças hidrodinâmicas em z
Como pode ser observado, os espectros em z obtidos pelas duas formulações
apresentam valores coincidentes ao longo do domínio. Vale destacar também que os
picos dos gráficos ocorrem quando � ≈ 0.4 ���/�, valor condizente com o �� =
15.55 � do mar irregular.
90
Figura 5.16 – Espectro de forças hidrodinâmicas em x
Já em x, ainda que os picos dos gráficos sejam condizentes com o valor de �� =
15.55 �, os espectros obtidos possuem valores distintos ao longo do domínio. Isso se
deve ao fato de, como já mencionado em 2.4.1, o cálculo das forças pela formulação de
Morison ser realizado pressupondo que as pressões pouco variam ao longo da seção
transversal do cilindro, podendo ser assumidas como constantes e com valor igual à
pressão no eixo do cilindro. Além do mais, conforme detalhe na Figura 5.17, as
aproximações das colunas e pontoons das plataformas por cilindros geram regiões onde
são calculadas forças que não existiriam caso a geometria do corpo fosse bem definida.
No método dos painéis, a malha de superfície representa fielmente a geometria da
plataforma e o cálculo de forças é realizado levando em conta todos os nós definidos na
superfície do corpo.
91
Figura 5.17 – Detalhe da região do encontro entre pontoons e colunas
Por fim, na Tabela 5.10, tomando como referência o modelo analisado pela
formulação de Morison, foi obtida a porcentagem indicando maior tempo de
processamento demandado pelo método dos painéis tendo em vista a realização do
cálculo de forças levando em conta um número maior de pontos de integração.
Tabela 5.10 –Tempo de processamento x pontos de integração
Tempo % Pontos de integração %
Morison 6min19s - 240 (no eixo dos cilindros) -
Painéis 5h2min 4792% 1488 (na superfície do corpo) 620%
92
6 CONCLUSÕES
6.1 Considerações Finais
Neste trabalho, foi desenvolvido e verificação um algoritmo para cálculo de forças
e momentos hidrostáticos e hidrodinâmicos não lineares atuando em corpos flutuantes.
Baseado na formulação de Froude-Krylov e na teoria linear de Airy, o algoritmo integra
pressões na superfície de um corpo modelada por painéis triangulares levando em conta
a elevação instantânea da onda.
No capítulo 2, foram apresentadas formulações para o cálculo de forças hidrostáticas
e hidrodinâmicas. Dentre elas está a formulação de Froude-Krylov, que estabelece que a
força resultante devido a passagem de um fluido num corpo parcial ou totalmente
submerso pode ser obtida a partir da integral de pressões na superfície do corpo. Foi
apresentada também a teoria linear de Airy para representação do campo de pressões num
fluido.
Em 3, foi apresentada a integral de pressões. Seu cálculo e premissas foram expostos,
deixando clara a necessidade de se estudar a dimensão dos elementos da malha de
superfície devido à aproximação da superfície da função integrada por um plano,
aproximação esta adotada pelo método. Posteriormente, mostrou-se como a integral de
pressões foi utilizada para calcular resultantes de pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas
atuando em corpos parcial ou totalmente submersos.
93
No capítulo 4, foi desenvolvido um estudo de refinamento com intuito de estabelecer
uma relação entre o comprimento das arestas da malha e o comprimento da onda
incidente. Foram encontradas as relações �������� < �9� e �������� < �
19� que, se
satisfeitas, limitam erros nas forças hidrodinâmicas a 5% e 1%, respectivamente. Desta
forma, garante-se acurácia dos resultados sem excessos de custo computacional. Ainda
neste capítulo, mostrou-se a importância da correta representação da geometria do corpo
pela malha de superfície adotada. Satisfeita esta condição, resultados de forças
hidrostáticas podem ser obtidos com acurácia bastante elevada (todos os exemplos
analisados retornaram erros menores que 0.01%). No que concerne a relação entre tempo
de processamento e refinamento, não se estabeleceu uma relação com exatidão de
valores. Contudo, pode-se observar que, em análises com mar regular, mesmo malhas
muito refinadas não demandaram grandes custos de tempo de processamento.
Em 5, aplicou-se o método desenvolvido aliado às conclusões sobre refinamento
obtidas em 4. Os resultados, como esperado, ficaram dentro de uma margem de erro
tolerável de 1%. Evidenciou-se também, em 5.1, a vantagem do cálculo da integral de
pressões para que se identifique o correto ponto de aplicação das forças. No item 5.5, a
partir do modelo de um navio, demonstrou-se a capacidade do método em identificar não
linearidades no cálculo de forças e momentos. Em 5.6, um modelo complexo de
plataforma semissubmersível submetida a um mar irregular foi estudado e verificação
através de comparação com o modelo de Morison já consolidado no programa SITUA-
Prosim. Pelos resultados, mostrou-se que, respeitadas condições de refinamento e
validade da teoria de Morison, o método de painéis está apto a calcular forças
hidrostáticas e hidrodinâmicas não lineares em corpos submersos.
6.2 Sugestões para Trabalhos Futuros
Na continuação dos trabalhos nesta linha de pesquisa, com o objetivo de diminuir o
tempo de processamento demandado nas análises, há a possibilidade de armazenagem
dos valores de pressão nos nós dentro do loop de elementos de superfície. Desta forma,
evita-se que o cálculo da pressão se repita em vértices que compõem mais de um
triângulo.
94
Ademais, boa parte do código das duas rotinas é semelhante e ainda assim estão
separadas. Isso se deve ao fato de a expressão de pressões hidrostáticas ser linear,
enquanto a de pressões hidrodinâmicas contém senos e cossenos hiperbólicos, o que a
torna bastante não linear. Desta forma, resultados de forças hidrostáticas são obtidos com
malhas mais pobres, enquanto resultados de forças hidrodinâmicas exigem malhas mais
refinadas. Porém, devido à semelhança nos códigos, deve-se estudar a possibilidade de
permitir ao usuário que seja usada a mesma malha, de forma que as rotinas possam ser
aglutinadas em uma única, evitando repetição de trechos em que os códigos são iguais.
Além disso, tendo em vista a validade da integral de pressões, o método pode ser
expandido para outros problemas em que, dispondo de um campo de pressões, deseja-se
integrá-lo numa superfície a fim de obter forças e momentos resultantes. Atualmente, a
aplicação do método para o cálculo de forças de arrasto hidrodinâmico está
implementado e passa por testes de verificação, assim como o cálculo de massa
adicionada considerando a elevação instantânea da onda. A integral já foi aplicada
também no cálculo de forças e momentos ocasionados pelo solo em contato com estacas
torpedo durante sua cravação [21].
Outra possibilidade de estudo referente à integral de pressões é a comparação de
seus resultados com valores obtidos pela teoria de difração/radiação. Desta forma, pode-
se analisar a validade do método dos painéis em corpos com dimensões maiores e, ainda
em corpos com dimensões pequenas, pode-se calibrar os coeficientes de força previstos
na formulação de Froude-Krylov.
Por fim, propõe-se também estudar situações em que não linearidades nas forças
hidrostáticas e hidrodinâmicas sejam bastante relevantes para a correta avaliação do
problema, como movimento de Monoboias e o fenômeno de roll paramétrico [22].
95
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