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1Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 2a série do Ensino Médio

Leia os textos I e II para responder à questão 1.

Texto I

Cândido Portinari – “Os retirantes”

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO

Língua Portuguesa 2a série do Ensino Médio Turma _________________

2o Bimestre de 2016 Data _____ / _____ / ______

Escola _________________________________________________

Aluno _________________________________________________

EM

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2 Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 2a série do Ensino Médio

Texto II

Bem no fundoNo fundo, no fundo,Bem lá no fundo,A gente gostaria De ver nossos problemas Resolvidos por decreto

A partir desta data, Aquela mágoa sem remédioÉ considerada nulaE sobre ela – silêncio perpétuo

Extinto por lei todo o remorso,Maldito seja quem olhar pra trás,Lá pra trás não há nada,E nada mais

Mas problemas não se resolvem,Problemas têm família grande,E aos domingosSaem todos a passearO problema, sua senhoraE outros pequenos probleminhas.

LEMINSKI, Paulo. Melhores Poemas de Paulo Leminski. Global Editora. São Paulo, 2001.



Questão 1A pintura de Portinari e o poema de Leminski retratam problemas do coti-diano do homem comum, porém

(A) o poeta descreve os problemas de maneira sutil e irônica, e o pintor de-nuncia questões sociais de forma agressiva e impactante.

(B) Portinari retrata um universo em que as emoções são contidas e Le-minski apresenta diversos problemas da sociedade brasileira.

(C) o pintor busca expressar uma visão otimista da vida humana e o poeta quer solucionar as mágoas das grandes famílias.

(D) o quadro de Portinari expõe o sofrimento dos migrantes e o poema de Leminski trata da felicidade dos homens.

Leia o texto e responda às questões 2, 3 e 4.



Invasores do bem

RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO

Para autor britânico, espécies não nativas nem sempre são vilãs e podem bene-ficiar novo ecossistema

A própria definição é ofensiva: a espécie é invasora. Pode ser uma planta ou um animal oriundos de uma região e que colonizam um outro ecossistema, em detrimento das espécies ditas nativas.

Em benefício próprio, as invasoras causariam desequilíbrio do ecossistema, que tenderia a ficar empobrecido. Espécies podem naturalmente colonizar novas regiões, mas foi a ação humana que multiplicou os casos de invasão de novos espaços.

Pois agora o jornalista britânico especializado em meio ambiente, Fred Pierce, inverteu os sinais. O título de seu mais recente e polêmico livro diz tudo: “The New Wild: Why Invasive Species Will Be Nature’s Salvation” (Beacon Press, sem edição no Brasil), ou por que as espécies invasoras serão a salva-ção da natureza.

[...]

Há casos claros de problemas sérios causados por espécies “alienígenas”, notadamente no caso de ilhas, com ecossistemas originais, únicos e mais vulneráveis.

A principal forma de acesso dos invasores é via marítima. Navios transpor-tam essas espécies do lado de fora – como algas agarradas no casco – e por dentro – caso de ratos no porão.

[...]

Mas Pearce dá bons argumentos em defesa de várias invasões. Por exemplo, a baía de San Francisco, Califórnia, costuma ser indicada como o local do planeta mais invadido por espécies alienígenas.

Com a corrida do ouro na região, navios chegavam de todos os cantos. Exis-tem ali cerca de 300 espécies invasoras, que vão desde mexilhões russos a águas-vivas do Mar Negro, ou caranguejos do Atlântico e da China. Em vez de reduzir, invasores aumentaram a biodiversidade local.



É comum que ambientalistas tenham uma noção romântica de uma nature-za intocada pela ação humana. Mas o mundo não é mais assim – basta ver o impacto que a invenção da agricultura e da pecuária teve nos ecossistemas e nas espécies.

A mandioca originária do Brasil é plantada hoje na África, o café africano é uma riqueza importante do Brasil.

“Devemos celebrar o dinamismo e a capacidade de adaptação da natureza muito mais do que fazemos”, conclui ele.

NETO, Ricardo Bonalume. Invasores do bem. Folha de S. Paulo, Ciência + saúde, quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016. Adaptado.

Questão 2 Um argumento que Ricardo Bonalume Neto apresenta em defesa de sua tese de que “espécies não nativas nem sempre são vilãs e podem beneficiar novo ecossistema” encontra-se em:

(A) “[...] o café africano é uma riqueza importante do Brasil”.

(B) “A principal forma de acesso dos invasores é via marítima.”

(C) “[...] Pearce dá bons argumentos em defesa de várias invasões.”

(D) “Em vez de reduzir, invasores aumentaram a biodiversidade local.”

Questão 3 Na frase: “Há casos claros de problemas sérios causados por espécies aliení-genas, notadamente no caso de ilhas, com ecossistemas originais, únicos e mais vulneráveis.”, a expressão destacada refere-se a

(A) tipos variados de peixes.

(B) plantações de café brasileiro.

(C) seres estranhos ao local.

(D) animais nativos da região.



Questão 4 Segundo o texto, podem ser consideradas como causadores da multiplica-ção de invasões de novos espaços por animais e plantas

(A) os argumentos contrários às invasões.

(B) as rações transportadas pelos navios.

(C) as ações feitas pelos homens.

(D) os ambientalistas românticos.

Leia o texto e responda às questões 5 e 6.

A Botafogo

[...]

É um idílio de amor aos quinze anos, começado nos muros de uma prisão, à leitura da Bíblia, e entre as flores de clematites1, – que de repente se vê opri-mido nos salões de um palácio suntuoso, no meio das etiquetas da corte.

O idílio esteve quase a transformar-se em drama ou tragédia; mas felizmen-te achou refúgio num coração de rei, coração cheio de bondade e de virtu-de, e aí continuou a sorrir em segredo até que...

Até que caiu o pano...

Todos os personagens estavam bem caracterizados e vestidos com bastan-te luxo e riqueza para os recursos da pequena empresa, que não se poupa a sacrifícios sempre que se trata de promover um melhoramento.

Suas Majestades prometeram voltar ao Ginásio esta semana. Neste fato devem os meus leitores ver a prova a mais evidente dos serviços que este teatro vai prestando à arte dramática do nosso país.

[...]

No resto das noites, em que os teatros estiveram fechados, muita moça e muita família passeou pela Rua do Ouvidor para ver o modelo do vestido de casamento da Imperatriz Eugênia, que se achava exposto na vidraçaria do Beaumely.

1 Vocabulário – Clematites: sinônimo de clêmatis, planta ornamental; trepadeira.



As moças admiravam mais o vestido de cetim branco e o penteado, que dizem ser de um gosto chic; os homens, porém, admiravam mais as moças do que o vestido, de que tinham ciúme, porque lhes roubavam os olhares, a que supunham ter direitos.

ALENCAR, José. A Botafogo. Ao Correr da Pena. In: Melhores crônicas. São Paulo, Global, 2003. p. 204-205.

Questão 5José de Alencar, escritor romântico brasileiro, empenhado em dotar o país de uma nacionalidade literária, nesse trecho da crônica faz uma

(A) narração da peça teatral em que Suas Majestades atuaram.

(B) caracterização de tipos humanos primitivos e pouco cultos.

(C) dramatização dos sentimentos dos que passeavam nas ruas.

(D) descrição da cultura e dos costumes da sociedade brasileira.

Questão 6Em: “O idílio esteve quase a transformar-se em drama ou tragédia; mas fe-lizmente achou refúgio num coração de rei, coração cheio de bondade e de virtude, e aí continuou a sorrir em segredo até que...”, um dos recursos expressivos empregados é a

(A) sinestesia, que ocorre pela associação de sensações, percebidas por di-ferentes órgãos de sentido, em uma mesma palavra ou expressão.

(B) metáfora, em que se emprega uma palavra num sentido que não lhe é próprio, numa relação de semelhança entre dois termos.

(C) denotação que se caracteriza pelo uso da palavra em seu sentido obje-tivo.

(D) ironia, em que se diz o contrário do que se pensa, com a intenção de criticar.



Leia o texto e responda à questão 7.

Aberto do Rio terá três dos 10 melhores tenistas do mundo

Daniel Castro DE SÃO PAULO

Tênis Organização do torneio sofre para acomodar o “excesso” de estrelas na edição mais forte de sua história

Montar a programação do Aberto do Rio, que começa nesta segunda-feira (15), tem tirado o sono do diretor do torneio, Luiz Procópio Carvalho, nos últimos dias.

Com três tenistas entre os 10 melhores do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e oito que estão no top 30, a edição de 2016 da com-petição é a mais forte desde a estreia, em 2014.

Para evitar problemas ocorridos nos outros anos, como partidas disputadas sob forte calor ou avançando pela madrugada, a organização determinou que serão realizados apenas quatro jogos por dia na quadra central (em 2015 eram seis), a única com transmissão de televisão.

Além dos jogos de simples, o complexo montado no Jockey Club da Gávea (zona sul), receberá partidas de duplas e da chave feminina.

Agora, Carvalho conta que se desdobra para encaixar as estrelas no princi-pal palco do torneio durante os primeiros dias do evento, correndo o risco de desagradar aqueles que acabarem preteridos.

[...]

CASTRO, Daniel. Folha de São Paulo. B4 esporte, domingo, 14 de fevereiro de 2016.



Questão 7 O principal motivo pelo qual o diretor do torneio sofre para acomodar o “excesso” de estrelas é:

(A) As partidas são apenas de duplas e de chaves femininas e acontecerão no Jockey Club da Gávea (zona sul).

(B) Há 11 jogadores classificados como os melhores em rankings mundiais e podem ser realizados apenas quatro jogos por dia na quadra central.

(C) As estrelas jogarão no principal palco do torneio durante os todos os dias do evento, desagradando os preteridos.

(D) Evitar problemas como partidas disputadas sob forte calor ou avançan-do pela madrugada, como os ocorridos nos campeonatos europeus.




Disponível em: <https://goo.gl/9YBchz>. Acesso em: 15 de abril de 2016.

Questão 8 As imagens do cartaz, associadas ao texto escrito: “Projeto Leitura Alimen-ta” revelam a intenção de

(A) valorizar a importância de alimentar-se bem.

(B) mostrar uma forma de ler e comer ao mesmo tempo.

(C) lançar uma campanha de alimentação saudável.

(D) incentivar as pessoas a terem gosto pela leitura.




Ismália

Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...

Disponível em: <http://www.releituras.com/alphonsus_ismalia.asp>. Acesso em: 09 de março de 2016.



Questão 9 No poema, há aliteração em:

(A) “Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar...”

(B) “E como um anjo pendeu As asas para voar...”

(C) “Queria a lua do céu, Queria a lua do mar...”

(D) “Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...”




[...]

Malvina, que apesar da sua vaidade aristocrática tinha alma cândida e boa, e um coração bem formado, não pôde deixar de conceber logo desde o princípio o mais vivo interesse e terna afeição pela cativa Isaura. Era esta com efeito de índole tão bondosa e fagueira, tão dócil, modesta e submissa, que apesar de sua grande beleza e incontestáveis dotes de espírito, con-quistava logo ao primeiro encontro a benevolência de todos.

Isaura tornou-se imediatamente, não direi a mucama favorita, mas a fiel companheira, a amiga de Malvina que, afeita aos prazeres e passatempos da corte, muito folgou de encontrar tão boa e amável companhia na solidão que ia habitar.

- Por que razão não libertam esta menina? - dizia ela um dia à sua sogra. - Uma tão boa e interessante criatura não nasceu para ser escrava.

- Tem razão, minha filha, - respondeu bondosamente a velha; - mas que quer você?... não tenho ânimo de soltar este passarinho que o céu me deu para me consolar e tornar mais suportáveis as pesadas e compridas horas da velhice.

GUIMARÃES, Bernardo. A escrava Isaura. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/do-wnload/texto/bv000057.pdf>. Acesso em: 09 de março de 2016. p 7-8.



Questão 10Bernardo Guimarães desenvolve temas característicos do Romantismo em suas obras. Nesse fragmento de A escrava Isaura são observados:

(A) a passagem do tempo e a bondade feminina.

(B) o tema amoroso e a igualdade social.

(C) o abolicionismo e a liberdade.

(D) a infância e a velhice.

Questão 11No contexto do trecho: “Malvina, que apesar da sua vaidade aristocrática tinha alma cândida e boa, e um coração bem formado, não pôde deixar de conceber logo desde o princípio o mais vivo interesse e terna afeição pela cativa Isaura.” A palavra em destaque tem o sentido de

(A) apaixonada.

(B) prisioneira.

(C) escrava.

(D) bonita.




‘Meu nome é Brau’

Mauricio Stycer

[...]

Apesar da temática, seria um erro enxergar “Mr. Brau” como série militan-te. Ao contrário, o programa está proporcionando ótimo entretenimento. Exibidos sete episódios, tem conseguido apresentar de forma natural, sem levantar a voz, as questões mais polêmicas que discute.

Mesmo assim, não é possível dissociar “Mr. Brau” das ofensas racistas que a atriz Taís Araújo sofreu na semana passada, em sua página do facebook. [...]

A série de Jorge Furtado é a terceira obra de ficção da Globo a colocar o dedo na questão racial em 2015. A primeira tentativa se deu em “Babilônia”, de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. Infelizmente, como tudo o mais nessa novela, a história de Paula (Sheron Menezes), cria-da na favela e formada em direito graças à política de cotas, foi esvaziada e ficou sem sentido.

Já em “I Love Paraisópolis”, de Alcides Nogueira e Mário Teixeira, o assun-to mereceu tratamento mais digno. A dondoca Soraya (Letícia Spiller) foi processada depois de ofender sua terapeuta (Lucy Ramos), no restaurante: “Tinha que ser preta”. Condenada, prestou serviços comunitários na favela que deu nome à novela.

A Globo dá sinais, enfim, de estar convencida de que a melhor maneira de combater o racismo é reconhecer a existência do problema.

STYCER, Mauricio. Ilustrada, Folha de S. Paulo. Domingo, 8 de novembro de 2015. C5



Questão 12Para embasar a tese de que “A Globo dá sinais, enfim, de estar convencida de que a melhor maneira de combater o racismo é reconhecer a existência do problema”, um dos argumentos apresentados pelo autor está em:

(A) Os xingamentos racistas que a atriz Taís Araújo sofreu pelo facebook.

(B) A abordagem da questão racial por diferentes autores de novelas.

(C) A polêmica violenta sobre o racismo mostrada na série “Mr. Brau” .

(D) Os serviços comunitários prestados pela personagem Paula na favela.


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