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EDUARDA FRATONI AVALIAÇÃO FITOQUÍMICA, CITOTÓXICA E TOXICOLÓGICA DE EXTRATOS E COMPOSTOS DAS CASCAS E FOLHAS DE Drimys brasiliensis Itajaí (SC) 2017

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1

EDUARDA FRATONI

AVALIAÇÃO FITOQUÍMICA, CITOTÓXICA E

TOXICOLÓGICA DE EXTRATOS E COMPOSTOS DAS

CASCAS E FOLHAS DE Drimys brasiliensis

Itajaí (SC)

2017

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PRODUTOS NATURAIS E

SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS

EDUARDA FRATONI

AVALIAÇÃO FITOQUÍMICA, CITOTÓXICA E

TOXICOLÓGICA DE EXTRATOS E COMPOSTOS DAS

CASCAS E FOLHAS DE Drimys brasiliensis

Dissertação submetida à

Universidade do Vale do Itajaí como

parte dos requisitos para a obtenção

do grau de Mestre em Ciências

Farmacêuticas.

Orientadora: Profa. Dra. Angela

Malheiros

Itajaí (SC)

Junho de 2017

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Bibliotecária Eugenia Berlim Buzzi – CRB- 14/963

F865a

Fratoni, Eduarda, 1993-

Avaliação fitoquímica, citotóxica e toxicológica de extratos e

compostos das cascas e folhas de Drimys brasiliensis [manuscrito] /

Eduarda Fratoni. – Itajaí, SC. 2017.

146 f. ; il. ; tab.

Referências: p. 123-141.

Cópia de computador (Printout(s)).

Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí como parte

dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Ciências

Farmacêuticas.

“ Orientadora: Profª. Dra. Angela Malheiros.”

1. Plantas medicinais. 2. Extratos vegetais. 3. Produtos naturais. 4.

Toxicidade.

I. Universidade do Vale do Itajaí. II. Título.

CDU: 615.32

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Aos meus pais, Evaldo e Marileia

e minha irmã Angela.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço imensamente aos meus pais, Evaldo e Marileia, por todos os

ensinamentos, força e amor. Sem vocês eu não teria chegado até aqui!

À minha irmã Angela, pelas conversas e apoio, nunca me deixando

sozinha nos momentos que eu mais precisei. Amo você!

À minha orientadora Profa. Dra. Angela Malheiros, que por 6 anos me

transmitiu conhecimento e sabedoria. Obrigada pela amizade e

companheirismo. Te admiro muito!

Agradeço ao Prof. Dr. Rivaldo Niero, que me ensinou não só química,

mas ser uma excelente profissional.

À minha família de Itajaí, meus tios e primos que me acolheram ao

longo desse tempo. Obrigada por todos os momentos juntos!

A todos os familiares que sempre torceram e me motivaram nessa

caminhada.

Ao Prof. Dr. José Roberto Santin pelos ensaios toxicológicos e outras

tantas ajudas no desenvolvimento deste trabalho.

À Tailyn Zermiani e à Amanda Ellen de Athayde, por toda ajuda nos

ensaios analíticos e pela grande amizade.

Ao Prof. Theodoro Maciel Wagner pelos ensinamentos e análises no

cromatógrafo gasoso.

Ao CIPOI-UNICAMP, principalmente ao Alexandre Eduardo Nowill e

Gilberto Carlos Franchi Jr pelos ensaios de citotoxicidade.

Ao Prof. Dr. Clóvis Antônio Rodrigues pela ajuda no infravermelho.

Ao Laboratório Escola de Análises Clínicas (LEAC) pelo

processamento das amostras biológicas.

Ao Pedro Pablo Perez Netto pelas análises de RMN.

Ao Prof. Dr. Leo Lynce Valle de Lacerda pelo auxílio nas análises

estatística.

A Profa Dra. Ruth Meri Lucinda por me proporcionar a participação no

projeto Duas Rodas.

Agradeço muito por ter cruzado com tantas vidas durante todo tempo

no laboratório. Obrigada Sarah, Joana, Ingrid, Raisa, Greice, Pâmela, Emili,

Marcel, Tiago, Miguel, Deivisson, Martina, Luísa, Camile, Giovana,

Adriana, Thaísa, Tailyn, Letícia, Anna Rocha, Ana Cristina, Amanda,

Adavielly e tantos outros, por dividirem conhecimento e boas risadas

diariamente.

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Agradeço em especial a minha amiga Ivi, por todos os momentos,

dentro e fora do laboratório. Você foi muito importante no desenvolvimento

deste trabalho. Obrigada por tudo!

A todos meus amigos que sempre me incentivaram e me

proporcionaram momentos inesquecíveis, pois “amigos são como o vento: às

vezes perto, outras longe, mas eternos em nossos corações”.

Agradeço aos professores participantes da banca examinadora que se

disponibilizaram e dividiram comigo este momento tão importante e

esperado.

A todos os professores do PPGCF que transmitiram seus conhecimentos

e me sanaram dúvidas.

A instituição Universidade do Vale do Itajaí, estendendo-se a todos os

funcionários e laboratórios.

A Capes pela bolsa de mestrado e o CNPq e FAPESC pelo auxílio

financeiro.

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“Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes. ”

Isaac Newton

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AVALIAÇÃO FITOQUÍMICA, CITOTÓXICA E

TOXICOLÓGICA DE EXTRATOS E COMPOSTOS DAS

CASCAS E FOLHAS DE Drimys brasiliensis

Eduarda Fratoni

Junho de 2017

Orientador: Angela Malheiros, Dra.

Área de Concentração: Produtos naturais e substâncias bioativas

Número de Páginas: 146.

A Drimys brasiliensis apresenta grande interesse como fonte de sesquiterpenos

drimanos com propriedades antitumorais. Assim, o presente estudo tem como

objetivo avaliar por métodos fitoquímicos o extrato das folhas e cascas e analisar a

citotoxicidade in vitro e a toxicidade in vivo de sesquiterpenos drimanos e extratos

das cascas de D. brasiliensis. Para a obtenção das soluções extrativas foram utilizados

os solventes diclorometano (DCM) e hexano, proporção droga vegetal:solvente 1:10

e 1:20 (m/v) e tempo de maceração dinâmica 2 e 6 h. Os extratos foram avaliados em

relação a massa e qualitativamente por cromatografia em camada delgada (CCD) e

cromatografia a gás (GC). Os drimanos drimanial (1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial

(2), 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3) foram quantificados por cromatografia

líquida de alta eficiência (CLAE). A citotoxicidade dos extratos foi avaliada em

células de leucemia mieloide crônica (K562), linfoblástica aguda B (Nalm6) e os

drimanos em células de linfoma de Burkitt (RAMOS e RAJI), linfoma histiocítico

difuso (U937), leucemia linfoblástica aguda de célula T (MOLT4), leucemia linfoide

aguda (REH e B15), osteossarcoma (HOS) e carcinoma de pulmão de não pequenas

células (NCI-H1299), utilizando o método do brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-

2,5-difeniltetrazólio (MTT). Os efeitos tóxicos do extrato hidroetanólico foi

determinado pelos ensaios de toxicologia aguda, teste do micronúcleo e hemólise.

Para o isolamento, o extrato das folhas foi submetido a processos cromatográficos e

posteriormente as substâncias isoladas foram elucidadas por técnicas

espectroscópicas de infravermelho (IV), massas e ressonância magnética nuclear

(RMN). A CCD e a CG se mostraram técnicas viáveis para a análise qualitativa dos

extratos e a CLAE foi precisa e eficiente para a quantificação dos drimanos 1, 2 e 3.

O processo extrativo que resultou nos melhores rendimentos em massa e

concentração dos drimanos foi utilizando solvente DCM, na proporção 1:10 e no

tempo de 6 h. Os extratos de DCM e hexano apresentaram resultados entre 20,37 a

11,91 µg/mL para as células K562 e Nalm6. Já os drimanos isolados exibiram efeitos

citotóxicos com valores de CI50 que variaram de 14,03 a 0,13 µM. O composto 2

demonstrou resultado significativos para as células U937, MOLT4 e B15 com CI50

1,29, 1,77 e 1,74 μM e o driamano 3 para as células RAJI, MOLT4 e REH com CI50

de 0,80, 0,13 e 1,17 μM respectivamente. O extrato hidroetanólico das cascas não

exibiu efeitos toxicológicos no teste de dose fixa, não apresentou mutagênicidade in

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vivo e não causou hemólise das células eritrocitárias. Foi possível isolar dos extratos

das folhas 4 compostos, um álcool graxo, uma lignana a (8S,8’S,8’’R,8’’’R,9S,9’’R)-

bicubebina, e os sesquiterpenos criptomeridiol e o 1-β-(p-

metoxicinamil)dendocarbin-A. Os resultados mostram que as cascas não apresentam

toxicidade e são uma fonte de sesquiterpenos drimanos ativos. As folhas dessa

espécie possuem lignanas e outroas sesquiterpenos drimanos de interesse, exibindo a

importância química e medicinal.

Palavras-chave: D. brasiliensis. Drimano. CLAE. Toxicidade.

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PHYTOCHEMICAL, CYTOTOXIC AND

TOXICOLOGICAL EVALUATION OF EXTRACTS

AND COMPOUNDS OF BARK AND LEAVES OF Drimys

brasiliensis

Eduarda Fratoni

June 2017

Supervisor: Angela Malheiros, PhD.

Area of Concentration: Natural products and bioactive substances

Number of Pages: 146.

Drimys brasiliensis presents great interest as a source of drimane sesquiterpenes with

antitumor properties. The present study aims to evaluate its bark and leaf extracts by

phytochemical methods and to analyze the in vitro cytotoxicity and in vivo toxicity of

drimane sesquiterpenes and extracts of D. brasiliensis bark. To obtain the extractive

solutions, the solvents used were dichloromethane (DCM) and hexane, at

plant:solvent ratios of 1:10 and 1:20 (w/v) and dynamic maceration times of 2h and 6

h, respectively. The extracts were evaluated in relation to mass, and qualitatively by

thin layer chromatography (TLC) and gas chromatography (GC). The drimanial (1),

1-β-(p-cumaroyloxy)-polygodial (2), and 1-β-(p-methoxycinnamoyl)-polygodial (3)

were quantified by high performance liquid chromatography (HPLC). The

cytotoxicity of the extracts was evaluated in cells of chronic myeloid leukemia

(K562), acute lymphoblastic B leukemia (Nalm6) and the drimanes in Burkitt's

lymphoma cells (RAMOS and RAJI), diffuse histiocytic lymphoma (U937), acute T-

cell lymphoblastic leukemia (MOLT4), acute lymphocytic leukemia (REH and B15),

osteosarcoma (HOS) and non-small cell lung carcinoma (NCI-H1299) using the 3-

(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide (MTT) method. The

toxic effects of the hydroethanolic extract were determined by the acute toxicology,

micronucleus, and hemolysis tests. For the isolation, the leaf extract was submitted to

chromatographic processes and later, the isolated substances were elucidated by

spectroscopic techniques of infrared (IR), masses and nuclear magnetic resonance

(NMR). TLC and GC were feasible techniques for qualitative analysis of the extracts,

and HPLC was accurate and efficient for the quantification of drimanes 1, 2 and 3.

The extractive process that resulted in the best mass yield and concentration of the

drimanes was the use of DCM solvent, at a ratio of 1:10 and time of 6 h. The DCM

and hexane extracts showed results of between 20.37 and 11.91 μg/mL for K562 and

Nalm6 cells. The isolated drimanes exhibited cytotoxic effects, with IC50 values

ranging from 14.03 to 0.13 μM. Compound 2 demonstrated significant results for

U937, MOLT4 and B15 cells with IC50 of 1.29, 1.77 and 1.74 μM and drimane 3 for

RAJI, MOLT4 and REH cells, with IC50 of 0.80, 0.13 and 1.17 μM respectively. The

hydroethanolic bark extract showed no toxicological effects in the fixed dose test, did

not present mutagenicity in vivo, and did not cause hemolysis of the erythrocytic cells.

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From the leaves, it was possible to isolate 4 compounds; a fatty alcohol, a lignan to

(8S, 8'S, 8''R, 8''R, 9''R)-bicubebin, and the sesquiterpenes cryptomeridiol and 1-β-(p-

methoxycinnamoyl)dendocarbin-A. The results show that the bark is nontoxic and is

a source of active drimane sesquiterpenes. The leaves of this species have lignans and

other sesquiterpenes of interest, exhibiting chemical and medicinal importance.

Keywords: D. brasiliensis. Drimane. HPLC. Toxicity.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mutações genéticas do desenvolvimento do câncer. ................ 36 Figura 2 – Tipos de crescimento celular. ................................................... 37 Figura 3 – Aspectos gerais da planta D. brasiliensis. ................................ 47 Figura 4 – Perfis cromatográficos dos padrões 1-3 no comprimento de onda

de 310 nm e padrão 4 em 232 nm. .............................................................. 52 Figura 5 – Rendimento (g) dos extratos das cascas de D. brasiliensis na

avaliação do líquido extrator, proporção droga vegetal:solvente e tempo de

extração. ...................................................................................................... 73 Figura 6 – CCD dos extratos obtidos em hexano e DCM, 2 e 6 h na proporção

1:20 e drimanos 1-3 extraídos das cascas de D. brasiliensis. ...................... 73 Figura 7 – Perfil cromatográfico por CG dos padrões 1-3. ........................ 75 Figura 8 – Perfil cromatográfico por CG dos extratos em hexano e DCM das

cascas de D. brasiliensis na proporção 1:10 e 1:20 em 2 horas. ................. 75 Figura 9 – Perfil cromatográfico por CG dos extratos em hexano e DCM das

cascas de D. brasiliensis na proporção 1:10 e 1:20 em 6 horas. ................. 76 Figura 10 – Perfil cromatográfico por CLAE dos extratos em hexano e DCM

das cascas de D. brasiliensis na proporção 1:10 e 1:20 em 2 horas. ........... 78 Figura 11 – Perfil cromatográfico por CLAE dos extratos em hexano e DCM

das cascas de D. brasiliensis na proporção 1:10 e 1:20 em 6 horas. ........... 78 Figura 12 – Correlação linear do rendimento em massa (%) dos extratos com

o rendimento do drimanial (1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) e 1-β-(p-

metoxicinamil)-poligodial (3) (mg/g de extrato). ........................................ 79 Figura 13 – Concentração do drimanial (1) nos extratos das cascas de D.

brasiliensis na avaliados por CLAE. ........................................................... 82 Figura 14 – Concentração do 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) nos extratos

das cascas de D. brasiliensis na avaliados por CLAE. ................................ 82 Figura 15 – Concentração do 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3) nos

extratos das cascas de D. brasiliensis na avaliados por CLAE. .................. 83 Figura 16 – Comparação das concentrações dos compostos 1-3 nos extratos

de D. brasiliensis avaliados por CLAE e CG. ............................................. 85 Figura 17 – Peso acumulado dos animais tratados com extrato de D.

brasiliensis e grupo veículo. ....................................................................... 90

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Figura 18 – Observações histopatológicas do fígado e rins dos animais

tratados com extrato de D. brasiliensis e o grupo veículo. Aumento: 400 x

..................................................................................................................... 92 Figura 19 – Porcentagem de hemólise dos heritrócitos do grupo veículo,

tratado com extrato de D. brasiliensis e Triton-X. ...................................... 95 Figura 20 – Fluxograma dos procedimentos cromatográficos do extrato

clorofórmico das folhas de D. brasiliensis. ................................................. 97 Figura 21 – Espectro de IV do composto DBFA 19-33. ............................ 98 Figura 22 – Cromatograma e espectro de massas do composto DBFA 19-33.

..................................................................................................................... 98 Figura 23 – Espectro de IV do composto DBFA 14. ............................... 100 Figura 24 – Perfil cromatográfico por CG do composto DBFA 14. ........ 100 Figura 25 – Espectro de massas do composto DBFA 14. ........................ 101 Figura 26 – Principais fragmentações do DBFA 14. ................................ 101 Figura 27 – Espectro de RMN 1H (300 MHz, Piridina-d/TMS) do composto

DBFA 14. .................................................................................................. 102 Figura 28 – Espectro de RMN ¹3C (75,5 MHz, Piridina-d/TMS) do composto

DBFA 14. .................................................................................................. 103 Figura 29 – Espectro de DEPT (75,5 MHz, Piridina-d/TMS) do composto

DBFA 14. .................................................................................................. 103 Figura 30 – Correlações espacial entre 1H-1H (↔) obtidas do espectro de

NOESY do composto DBFA 14. .............................................................. 104 Figura 31 – Espectro de HSQC (75,5 MHz, Piridina-d/TMS) do composto

DBFA 14. .................................................................................................. 108 Figura 32 – Espectro de HMBC (75,5 MHz, Piridina-d/TMS) do composto

DBFA 14. .................................................................................................. 108 Figura 33 – Espectro de COSY (300 MHz, Piridina-d/TMS) do composto

DBFA 14. .................................................................................................. 109 Figura 34 – Espectro de NOESY (300 MHz, Piridina-d/TMS) do composto

DBFA 14. .................................................................................................. 109 Figura 35 – Espectro de massa do composto DBFA 26. .......................... 111 Figura 36 – Principais fragmentações do DBFA 26. ................................ 111 Figura 37 – Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3/TMS) do composto

DBFA 26. .................................................................................................. 112 Figura 38 – Espectro de RMN ¹3C (75,5 MHz, CDCl3/TMS) do composto

DBFA 26. .................................................................................................. 112

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Figura 39 – Espectro de DEPT (75,5 MHz, CDCl3/TMS) do composto

DBFA 26. .................................................................................................. 113 Figura 40 – Perfil cromatográfico por CG do composto DBFA 26. ........ 113 Figura 41 – Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3/TMS) do composto

DBFA 25-28. ............................................................................................. 116 Figura 42 – Espectro de RMN 13C (75,5 MHz, CDCl3/TMS) do composto

DBFA 25-28. ............................................................................................. 117 Figura 43 – Espectro de DEPT (75,5 MHz, CDCl3/TMS) do composto

DBFA 25-28. ............................................................................................. 117

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Rendimento dos extratos das cascas de Drimys brasiliensis. ... 72 Tabela 2 – Área em porcentagem dos compostos 1-3 nos extratos das cascas

de D. brasiliensis por CG. ........................................................................... 77 Tabela 3 – Concentração dos compostos 1-3 em mg/g dos extratos obtidos

das cascas de D. brasiliensis. ...................................................................... 80 Tabela 4 – Comparação das concentrações dos compostos 1-3 em mg/g dos

extratos obtidos das cascas de D. brasiliensis. ............................................ 84 Tabela 5 – Avaliação da viabilidade celular dos extratos das cascas de D.

brasiliensis nas linhagens celulares............................................................. 86 Tabela 6 – Avaliação da viabilidade celular dos compostos 1-3 nas linhagens

celulares. ..................................................................................................... 89 Tabela 7 – Consumo de água e ração dos animais tratados com o extrato de

D. brasiliensis e grupo veículo.................................................................... 90 Tabela 8 – Peso dos órgãos dos animais do grupo veículo e o grupo tratatado

com extrato de D. brasiliensis. .................................................................... 91 Tabela 9 – Parâmetros bioquímicos dos animais do grupo veículo e tratados

com extrato de D. brasiliensis. .................................................................... 92 Tabela 10 – Parâmetros hematológicos dos animais do grupo veículo e

tratados com extrato de D. brasiliensis. ...................................................... 93 Tabela 11 – Porcentagem dos eritrócitos policromáticos (PCE) e contento

micronúcleos (PCEMN) dos animais tratados com extratos da D. brasiliensis

e grupo veículo. ........................................................................................... 94 Tabela 12 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 1H para o

composto DBFA 14 e (8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55). ......... 105 Tabela 13 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 13C e DEPT

para o composto DBFA 14 e (8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55).

.................................................................................................................. 106 Tabela 14 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 1H e 13C para

o composto DBFA 26 e dados da literatura para o Criptomeridiol (15). .. 114 Tabela 15 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 1H para o

composto DBFA 25-28 e dados da literatura para o dendocarbin-A (36) e

drimanial (1). ............................................................................................. 118

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Tabela 16 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 13C para o

composto DBFA 25-28 e dados da literatura para o dendocarbin-A (36) e

drimanial (1). ............................................................................................. 119

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ALP – Fosfatase alcalina

ALT – Alanina aminotransferase

AST - Aspartato aminotransferase

B15 – Célula de leucemia linfoide aguda

B16F10 – Célula de melanoma murino

CA – Coluna A

CB – Coluna B

CC – Coluna C

CCD – Cromatografia em camada delgada

CD – Coluna D

CE – Coluna E

CG – Cromatografia a gás

CG-FID – Cromatógrafo gasoso com detector de ionização de chama

CHCM – Concentração de hemoglobina corpuscular média

CI50 – Concentração inibitória mínima de 50 %

CIM – Concentração inibitória mínima

CIPOI – Centro integrado de pesquisa oncohematologica na infância

CIT – Centro de informações toxicológicas

CLAE – Cromatografia líquida de alta eficiência

CONCEA – Conselho nacional de controle de experimentação animal

DCM - Diclorometano

DL – Dose letal

DL50 – Dose letal de 50%

DMEM – Dulbecco’s Modified Eagle’s Minimum Essential Medium

DMSO – Dimetilsulfóxido

DU145 – Célula de carcinoma de próstata

EPC – Eritrócitos policromáticos

EPCMN - Eritrócitos policromáticos contendo micronúcleo

Hb – Hemoglobina

HCM – Hemoglobina corpuscular média

HCT116 – Célula de carcinoma de cólon

HEPES – Ácido etanosulfônico de hidroxietil-piperazina

HL60 – Célula de leucemia promielocítica

HOS – Célula de osteossarcoma

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24

HTC – Hematócrito

IARC – International agency for research on cancer

INCA – Instituto nacional do câncer

IV – Infravermelho

K562 – Célula de leucemia mieloide crônica

KB – Célula de carcinoma epidermoide da boca

LLA – Célula de leucemia linfoide aguda

LLC – Célula de leucemia linfoide aguda

LMA – Célula de leucemia mieloide aguda

LMC – Célula de leucemia mieloide crônica

LPA – Célula de leucemia promielocítica aguda

LPC – Célula de leucemia promielocítica crônica

M – Metástase a distância

MCF-7 – Célula de adenocarcinoma mamário humano

MMS – Metil-metano-sulfóxido

MOLT4 – Célula de leucemia linfoblástica aguda de célula T

MTT – brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio

N – Linfonodos

Nalm6 – Célula de linfoblástica aguda B

NCI-H1299 – Célula de carcinoma de pulmão de não pequenas células

OECD – Organization for economic co-operation and development

OMS – Organização Mundial da Saúde

OVCAR – Célula de carcinoma de ovário

PBS – Tampão fosfato-salino

PC3 – Célula de carcinoma de próstata

RAJI – Célula de Linfoma de Burkitt

RAMOS – Célula de linfoma de Burkitt

RBC – Eritrócitos

RDW – Distribuição das células vermelhas

REH – Célula de leucemia linfoide aguda

Rf – Retention factor

RMN – Ressonância magnética nuclear

SBF – Soro fetal bovino

SMMC-7721 – Célula de hepatoma humano

T – Tumor primário

T24 – Célula de carcinoma de bexiga

TGI – Inibição total de crescimento

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TR – Tempo de retenção

U139 – Célula de glioblastoma humano

U937 – Célula de linfoma histiocítico difuso

UICC – União Internacional Contra o Câncer

UV – Ultravioleta

VCM – Volume corpuscular médio

WBC – Leucócitos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 29 2 OBJETIVOS ..................................................................................... 31 2.1 Objetivo Geral .................................................................................. 31 2.2 Objetivos Específicos ........................................................................ 31 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................ 33 3.1 Plantas medicinais ............................................................................ 33 3.2 Neoplasias .......................................................................................... 35 3.2.1 Aspectos gerais .................................................................................. 35 3.2.2 Leucemias e linfomas ......................................................................... 39 3.2.3 Sarcomas e carcinomas...................................................................... 41 3.3 Toxicologia ........................................................................................ 43 3.4 Drimys (Winteraceae) ....................................................................... 46 3.5 Sesquiterpenos drimanos ................................................................. 53 3.6 Métodos Cromatográficos ................................................................ 56 4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................. 60 4.1 Material ............................................................................................. 60 4.1.1 Material vegetal .................................................................................. 60 4.2 Obtenção e otimização do processo de extração dos drimanos..... 60 4.2.1 Análise dos extratos por CCD ............................................................ 62 4.2.2 Análise dos extratos por CG ............................................................... 62 4.2.3 Análise dos extratos por CLAE........................................................... 63 4.2.4 Apresentação e análise dos resultados do processo extrativo ............ 63 4.3 Estudo de citotoxicidade .................................................................. 64 4.3.1 Cultura de células ............................................................................... 64 4.3.2 Ensaio de citotoxicidade ..................................................................... 64 4.3.3 Apresentação e análise dos resultados de citotoxicidade ................... 65 4.4 Ensaios toxicológicos ........................................................................ 65 4.4.1 Animais ............................................................................................... 65 4.4.2 Toxicologia aguda (dose fixa) ............................................................ 66 4.4.3 Ensaio do micronúcleo ....................................................................... 67 4.4.4 Atividade hemolítica ........................................................................... 67 4.4.5 Apresentação e análise dos resultados toxicológicos ......................... 68 4.5 Isolamento de compostos das folhas de D. brasiliensis .................. 68 4.5.1 Obtenção do extrato ........................................................................... 68

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4.5.2 Procedimentos experimentais gerais .................................................. 68 4.5.3 Isolamento e identificação dos compostos das folhas de D.

brasiliensis...……………………………………………………………….69 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................... 71 5.1 Otimização do processo de extração dos drimanos ........................ 71 5.1.1 Análise dos extratos por CCD ............................................................ 72 5.1.2 Análise dos extratos por CG ............................................................... 74 5.1.3 Análise dos extratos por CLAE ........................................................... 76 5.2 Atividade citotóxica .......................................................................... 86 5.3 Toxicologia......................................................................................... 88 5.3.1 Toxicologia aguda .............................................................................. 88 5.3.2 Teste do micronúcleo e atividade hemolítica ...................................... 94 5.4 Identificação dos compostos das folhas de D. brasiliesnis .............. 96 5.4.1 Composto DBFA 19-33 ....................................................................... 98 5.4.2 Composto DBFA 14 ............................................................................ 99 5.4.3 Composto DBFA 26 .......................................................................... 110 5.4.4 Composto DBFA 25-28 ..................................................................... 115 6 CONCLUSÕES .............................................................................. 121 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 123 ANEXO A – PARECER COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE

ANIMAIS – CEUA/UNIVALI .............................................................. 143

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1 INTRODUÇÃO

O tratamento de doenças com produtos naturais, incluindo as plantas

medicinais, produtos de origem animal e minerais são formas antigas da

prática medicinal. A medicina tradicional ainda serve como base para a

investigação e desenvolvimentos de novos medicamentos (DAVID;

WOLFENDER; DIAS, 2015; LAHLOU, 2013). Estima-se que entre os anos

de 1981 e 2014, 32 % dos novos fármacos aprovados são compostos

derivados de produtos naturais, e 6 % são produtos naturais sem alterações

(NEWMAN; CRAGG, 2016).

O desenvolvimento de um fitoterápico ou um fitofármaco geralmente

começa nos centros de pesquisas das universidades. A partir da matéria-prima

vegetal são preparados extratos, esses passam por técnicas cromatográficas

variadas para a determinação da quantidade de ativos e comparação da sua

atividade em diversas condições (BRAGA, 2009). A preparação dos extratos

vegetais é uma etapa importante e necessita de cuidados para obter um extrato

de qualidade e com marcadores em concentração adequada para a atividade

biológica. A escolha do solvente também é de grande importância para que a

extração ocorra de forma a separar os compostos presentes no extrato

(FALKENBERG; SANTOS; SIMÕES, 2007).

Entre as plantas estudadas por pesquisadores do Núcleo de

Investigações Químico Farmacêuticas – UNIVALI (NIQFAR/UNIVALI) e

também em colaboração com outros Grupos de Pesquisa se destaca a espécie

Drimys brasiliensis. Sua atividade biológica vem sendo relata em diversos

modelos experimentais como antimicrobiana (SILVEIRA et al., 2012), anti-

inflamatória (MALHEIROS et al., 2005), leishmanicida e antimalarial

(CLAUDINO et al., 2013). Além das propriedades supracitadas a planta

apresenta potencial antitumoral, uma vez que a atividade do extrato das

cascas foi comprovada em linhagens de células tumorais de leucemia

mieloide (K562), linfoide aguda B (Nalm6), adenocarcinoma mamário

humano (MCF-7), melanoma murino (B16F10) e células HeLa

(CLAUDINO, 2011; SILVA, 2009). Os sesquiterpenos drimanos, drimanial

(1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2), 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3)

e poligodial (4) foram testados nas mesmas linhagens tumorais e em

linhagens de carcinoma de próstata (PC3) e carcinoma de ovário (OVCAR).

Todos apresentaram resultados promissores frente às células testadas. Alguns

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30

resultados se destacam como os obtidos pelo composto 1-β-(p-cumaroiloxi)-

poligodial (2), nas células K562 e Nalm6 que apresentou resultados de

concentração inibitória mínima de 50 % (CI50) de 3,56 e 8,18 µM

respectivamente. O drimano 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3)

demonstrou maior atividade para a célula PC3, no qual apresentou um CI50

de 6,26 µM (CLAUDINO, 2011; FRATONI et al., 2014; SILVA, 2009).

O

O

CHO

CHO

OH

O

HO

O

O

CHO

CHO

Drimanial (1) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2)

O

O

CHO

CHOO

CHO

CHO

1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3) Poligodial (4)

Com base nos dados apresentados, pretendeu-se dar continuidade aos

estudos, buscando metodologias de análise cromatográfica como a CCD, CG

e CLAE para avaliação qualitativa e quantitativa dos drimanos isolados das

cascas de D. brasiliensis. Também pretendeu-se avaliar a toxicidade e

citotoxicidade, assim como isolamentos de novos metabólitos das folhas.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar por métodos fitoquímicos o extrato das cascas e folhas e

analisar a citotoxicidade in vitro e a toxicidade in vivo de sesquiterpenos

drimanos e extratos das cascas de D. brasiliensis.

2.2 Objetivos Específicos

Obter extratos das cascas por maceração dinâmica variando solvente,

relação droga-solvente e tempo de extração;

Analisar qualitativamente os extratos das cascas por CCD e CG;

Quantificar os drimanos nos extratos das cascas por CLAE;

Analisar a citotoxicidade dos extratos das cascas em células K562 e

Nalm6 e os drimanos isolados em células RAMOS, RAJI, U937, MOLT4,

REH, B15, HOS e NCI-H1299;

Avaliar a segurança do extrato hidroetanólico 96 ºGL pelos ensaios de

toxicologia aguda, mutagenicidade e atividade hemolítica;

Isolar metabólitos secundários a partir do extrato das folhas, através de

técnicas cromatográficas;

Identificar os metabólitos secundários dos extratos das folhas por

técnicas espectroscópicas de IV, RMN e massas.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Plantas medicinais

A humanidade vem utilizando a natureza a milhares de anos para suprir

suas necessidades, e as plantas tem sido a base da medicina tradicional há

muito tempo. Registros muitos antes de Cristo já mostravam o uso de plantas

como forma de medicamentos (CRAGG; NEWMAN, 2016; DUTRA et al.,

2016). Na Mesopotâmia é encontrado o primeiro registro da utilização de

plantas medicinas, no qual usavam óleos das espécies de Cedrus, Cupressus

sempevirens, Glicyrrhiza glabra, Commiphora species e Papaver

somniferum, e que ainda hoje são utilizados para o alívio de tosses, resfriados,

infecções e inflamações. O melhor registro farmacêutico encontrado até hoje

é o Ebers Papyrus, criado pelos egípcios em 1500 a.C., o qual documenta

cerca de 700 fármacos, a maioria oriundo de plantas, incluindo fórmulas e

forma de administração. Na medicina chinesa são encontrados documentos

desde 2700 a. C. abordando o uso de plantas e no antigo ocidente os gregos

também contribuíram com manuscritos para o uso racional de plantas

medicinais (ATANASOV, 2015; CRAGG; NEWMAN, 2016).

Atualmente as plantas ainda fazem parte da medicina tradicional em

todo mundo. É estimado que 70% da população mundial não tem acesso a

medicina convencional, recorrendo as plantas como principal fonte

terapêutica (PFERSCHY-WENZIG; BAUER, 2015). Por isso o estudo da

composição química e efeitos biológicos das plantas vem evoluindo cada vez

mais. Vários compostos que apresentam atividade biológica foram isolados

de plantas e são hoje empregados na clínica, como por exemplo a morfina,

salicina, codeína, pilocarpina, entre outros (CECHINEL-FILHO; YUNES,

2016).

As plantas medicinais possuem uma grande história no tratamento do

câncer. Entre os fármacos antineoplásicos mais conhecidos derivados de

plantas estão os alcaloides da vinca, vimblastina (5) e vincristina (6), isolados

da Catharanthus roseus. Atualmente estes alcaloides são utilizados no

tratamento de linfoma de Hodgkin, sarcoma de Kaposi, câncer de ovário e

testículo e leucemia linfoblástica aguda infantil (BRANDÃO et al., 2010;

CRAGG; NEWMAN, 2016).

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34

NH

N

OH

N

NO

O

OO O

HH

OH

H

O

O

NH

N

OH

N

NO

O

OO O

HH

OH

H

O

O

O

Vimblastina (5) Vincristina (6)

O paclitaxel (7) (Taxol®) outro potente agente anticâncer isolado das

cascas de Taxux brevifolia, é utilizado no tratamento de câncer de mama,

ovário e pulmão. O paclitaxel induz diferentes tipos de morte celular, seu

exato mecanismo é amplamente estudado, agem principalmente na

estabilização dos microtúbulos, inibindo a despolimerização dos mesmos. O

docetaxol (8) é um análogo ativo do paclitaxel, e é utilizado principalmente

para o tratamento de câncer de mama e pulmão. Os análogos dos taxanos tem

grande importância no desenvolvimento de agentes antineoplásicos, muitos

desses estão em fase de estudos clínicos e pré-clínicos (CRAGG; NEWMAN,

2016; LEE et al., 2016).

NH

O

OH

O

O

O

O

O

OH

OO

O

O

O

OH

NHO

O

OH

O

O

OHO

OH

OO

O

O

O

OH

Paclitaxel (7) Docetaxel (8)

Outra importante contribuição para o desenvolvimento de fármacos

antineoplásicos é a classe de agentes derivados da camptotecina (9), um

alcaloide isolado de uma árvore ornamental chinesa, Camptotheca acuminata

Decne. O extrato da C. acuminata apresentou atividade antitumoral e a

camptotecina foi estabelecida como o componente ativo. Nos ensaios pré-

clínicos realizados na década de 70, a substância demonstrou uma baixa

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atividade cancerígena e ainda nos ensaios clínicos apresentou toxicidade para

os rins, mas após pesquisas realizadas, foram desenvolvidos o irinotecano

(10) e topotecano (11), dois análogos da camptotecina, utilizados para câncer

ovário, pulmão e cólon-retal (BRANDÃO et al., 2010; CRAGG; NEWMAN,

2016).

N

N

O

O

OOH

N

N

O

O

N

N

O

OH O

O

Camptotecina (9) Irinotecano (10)

OH

N

N

N

O

OH O

O

Topotecano (11)

3.2 Neoplasias

3.2.1 Aspectos gerais

O câncer vem se tornando a primeira causa de mortes em todo mundo,

sendo um dos principais problemas de saúde que a humanidade enfrenta.

Segundo estimativas do projeto Globocan 2012, da Agência Internacional

para Pesquisa em Câncer (IARC, do inglês International Agency for

Research on Cancer) da Organização Mundial da Saúde (OMS), houve 14,1

milhões de casos novos de câncer e um total de 8,2 milhões de mortes por

câncer, em todo o mundo. É estimado que morrerão 13,2 milhões de pessoas

pelo câncer e que 21,4 milhões de casos novos de câncer surgirão até 2030

(FERLAY, 2012). No Brasil o Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê

para os anos 2016/2017, aproximadamente 596 mil novos casos de câncer. A

maior incidência deve ser entre as mulheres, com 300.800 casos e em homens

295.200 casos (INCA, 2015).

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O câncer surge no corpo por uma alteração nos genes do DNA, chamado

mutação genética (Figura 1). Esta alteração genética pode ocorrer em genes

conhecidos como proto-oncogenes, estes são inativos em células normais, no

entanto, quando ativados, estes proto-oncogenes transformam-se em

oncogenes, os quais são responsáveis pela malignização das células normais.

Passando então a denominar células cancerosas (INCA, 2017).

Figura 1 – Mutações genéticas do desenvolvimento do câncer.

Legenda: Mutações iniciais: Modificações em alguns genes, porém ainda não é

possível detectar um tumor clinicamente. 4º mutação: Proto-oncogenes se transforam

em oncogenes (células neoplásicas).

Fonte: INCA (2011).

O crescimento celular no organismo pode se dar de forma controlada e

não controlada. A hiperplasia, metaplasia e displasia são denominações de

crescimento celular controlado, já as neoplasias referem-se ao crescimento

não controlado, comumente conhecido por “tumor” (Figura 2). Os tumores

são classificados entre benignos e malignos, conforme a morfologia e a

biologia do processo tumoral. Os tumores malignos são conhecidos também

como câncer, que por sua vez, é caracterizado pela multiplicação e

propagação descontrolada no corpo de formas anormais das próprias células

corporais. É uma das principais causas de morte no mundo, sendo que a

maioria dos cânceres afetam os grupos etários mais avançados (BRASIL,

2016).

Os tumores malignos são diferenciados entre si dependo do tecido que

deriva o tumor. Quando a origem for de tecidos epiteliais de revestimento

interno e externo são denominados carcinomas, quando o epitélio for

glandular são chamados de adenocarcinomas. Os sarcomas são originários de

tecidos conjuntivos ou mesenquimais e as leucemias e linfomas tem origem

nos tecidos hemolinfopoetico (BRASIL, 2016).

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Figura 2 – Tipos de crescimento celular.

Legenda: Hiperplasia e displasia são crescimentos celular controlado e reversível;

Neoplasia (câncer in situ e câncer invasivo) é crescimento celular descontrolado e

irreversível.

Fonte: INCA (2011).

O câncer quando detectado é classificado de acordo com a extensão do

tumor. O estadiamento como é chamado o método utilizado para a

classificação, pode ser clínico ou patológico. Estadiar um caso de neoplasia

maligna significa avaliar o seu grau de disseminação. A União Internacional

Contra o Câncer (UICC), preconiza o sistema de estadiamento denominado

Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos. Baseia-se na

anatomia da doença, como as características do tumor primário (T), as

características dos linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão em

que o tumor se localiza (N) e a presença ou ausência de metástase (M) (INCA,

2011).

Segundo o manual ABC do Câncer do INCA (2011) os parâmetros do

sistema TNM recebem graduações, geralmente de T0 a T4; N0 a N3; e de M0

a M1, respectivamente.

Tumor primário (T):

Tx: tumor primário não pode ser avaliado;

T0: não há evidências de tumor primário;

Tis: carcinoma in situ;

T1: tumor < 2 cm;

T2: tumor > 2 cm < 5 cm;

T3: tumor > 5 cm;

T4: tumor com qualquer tamanho, com extensão à parede

torácica e/ou a pele.

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Linfonodos (N):

Nx: linfonodos não podem ser avaliados;

N0: linfonodos sem sinal de metástase;

N1: metástase linfonodais leves;

N2: metástase linfonodais moderadas;

N3: metástase linfonodais graves.

Metástase a distância (M):

M0: ausência de metástase a distância;

M1: metástase a distância.

Quando essas categorias são agrupadas (T, N e M) em combinações pré-

estabelecidas, ficam distribuídas em estádios que variam de I a IV (Quadro

1). E estes podem ser subclassificados em A e B, assim expressando o nível

da evolução da doença.

Quadro 1 – Subdivisões do estadiamento do câncer.

Estádios Fases Tumor Linfonodo Metástase

0 Tis N0 M0

I

IA T1 N0 M0

IB T0 N1 M0

T1 N1 M0

II

IIA

T0 N1 M0

T1 N1 M0

T2 N0 M0

IIB T2 N1 M0

T3 N0 M0

III

IIIA

T0 N2 M0

T1 N2 M0

T2 N2 M0

T3 N1 M0

T3 N2 M0

IIIB

T4 N0 M0

T4 N1 M0

T4 N2 M0

IIIC Qualquer T N3 M1

IV Qualquer T Qualquer N

Fonte: Adaptado de INCA (2011).

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3.2.2 Leucemias e linfomas

A leucemia se caracteriza por uma proliferação neoplásica generalizada

ou acúmulo de células hematopoiéticas, com ou sem envolvimento periférico.

Na maioria dos casos, as células leucêmicas extravasam para o sangue, onde

podem ser vistas em grande número, podendo infiltrar-se no fígado, baço,

linfonodos e outros tecidos (GARCÍA; CABRERO; CAÑIZO, 2016).

Pacientes com leucemia comumente possuem sinais e sintomas que são

decorrentes da insuficiência da medula óssea e consequente infiltração de

células leucêmicas nos órgãos. Isto leva a sintomas como anemia,

hemorragias, infecções (deficiência de glóbulos brancos) e organomegalia

(fígado e baço principalmente). As leucemias são classificadas em linfoide

(comprometimento da linhagem linfoide) e mieloide (comprometimento da

linhagem mieloide) e são classificadas como agudas (crescimento rápido de

células imaturas do sangue) ou crônicas (aumento de células maduras, mas

anormais) (KUMAR et al., 2009). Outra classificação é de acordo com o grau

de maturidade das células afetadas, sendo: leucemia mieloide aguda (LMA)

e crônica (LMC), leucemia linfoide aguda (LLA) e crônica (LLC) e leucemia

promielocítica aguda (LPA) e crônica (LPC) (HAMERSCHLAK, 2010).

A leucemia é uma doença que progride rapidamente e por este motivo

deve ter seu tratamento iniciado logo após o diagnóstico, devido às

complicações causadas como síndromes anêmicas, leucopênica e

trombocitopênica ao paciente. As leucemias são estratificadas conforme

critérios citológicos, citogenéticos ou moleculares (ARBER et al., 2016).

Leucemias agudas caracterizam-se por serem de curta duração ou mesmo

com início rápido (semanas), e dificilmente é um achado em um exame

sanguíneo de rotina. As leucemias crônicas evoluem gradualmente e

apresentam-se de longa duração (MCCOYD; GRUENER; FOY, 2014).

As leucemias agudas caracterizam-se por um distúrbio das células

progenitoras hematopoiéticas no qual pode-se verificar a presença de mais de

20% de blastos na medula óssea identificados por meio de biopsia

(SCHOLAR, 2008; YUSUF, 2017). A leucemia aguda possui dois principais

subtipos; linfoblástica e mieloide. A leucemia linfoblástica ocorre

principalmente na infância enquanto a mieloide na vida adulta (após os 63

anos em média). O tratamento padrão para leucemia inclui quimioterapia com

uso de antraciclinas (doxorrubicina, idarubarin ou daungrubacina) e em

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40

alguns casos o transplante é necessário (MCCOYD; GRUENER; FOY,

2014).

As leucemias crônicas acometem principalmente adultos. A leucemia

linfocítica crônica ocorre entre 65-70 anos, com leve predição para o sexo

feminino. É uma doença assintomática no início e que muitas vezes é

descoberto por meio de exame de sangue de rotina (MCCOYD; GRUENER;

FOY, 2014; PETERS et al., 2017).

A leucemia mieloide crônica é uma neoplasia clonal de células

estaminais hematopoiéticas, na qual há uma proliferação descontrolada de

células da linhagem granulocítica sem que ocorra a perda da capacidade de

diferenciação. A característica mais predominante é a aberração citogenética

ocasionada pela translocação entre cromossomos, resultando no cromossomo

Filadélfia (cromossomo Ph1). A leucemia mieloide crônica tem uma

prevalência ligeiramente maior no sexo masculino, podendo ocorrer em

qualquer idade, no entanto, mais de 50% dos casos acomete indivíduos com

idade acima de 65 anos (HANLON; COPLAND, 2017; PASIC; LIPTON,

2017).

Os linfomas ocorrem a partir da proliferação clonal de células linfoides

que se encontram em diferentes estágios de diferenciação. Os linfomas são

classificados em duas categorias distintas, sendo, os linfomas de Hodgkin e

os linfomas não-Hodgkin. De acordo com a OMS existem mais de 70

diferentes tipos de linfomas, sendo estes classificados em 4 grupos: neoplasia

de células B maduras, células T maduras e neoplasias de células natural killer,

linfoma de Hodgkin e distúrbios linfoproliferativos associados à

imunodeficiência (WAHED; DASGUPTA, 2015).

O linfoma de Hodgkin tem origem nos linfonodos do sistema linfático

que é formado por um conjunto de órgãos e tecidos, que produzem células

que são responsáveis pela imunidade e também constituem-se dos vasos

linfáticos que fazem a condução destas células pelo corpo. O linfoma de

Hodgkin desenvolve-se a partir do momento em que um linfócito

(normalmente Tipo B) se converte em uma célula maligna, passando a crescer

de forma descontrolada, esta célula começa a produzir clones nos linfonodos.

Estes clones passam a ser disseminados aos tecidos adjacentes e nos casos

em que não há tratamento, podem atingir outras partes do corpo, afetando

comumente o tórax (INCA, 2017).

O linfoma não-Hodgkin é um tipo de câncer caracterizado pela

proliferação anormal de células T, B ou ambas, afetando diretamente as

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41

células do sistema linfático (PANDEY et al., 2017). O linfoma não-Hodgkin

constitui-se de um amplo espectro de doenças do sistema imunológico que

variam dos mais benignos aos malignos mais agressivos. Aproximadamente

85-90% dos linfomas não-Hodgkin derivam de células T ou NK. A

classificação desse linfoma segue conforme preconizado pela OMS (2016),

sendo neoplasias de células B maduras, células T maduras e células natural

killer (NK). Os perfis expressados pelos linfomas não-Hodgkin refletem a

célula de origem saudável da qual o linfoma foi derivado, no entanto, refletem

também mudanças decorrentes de alterações genéticas, epigenéticas entre

outras (ARBER et al., 2016).

Dentro os linfomas não-Hodgkin o linfoma de Burkitt é o câncer que se

prolifera mais rapidamente e progride com muita rapidez tendendo a

disseminar pelo sistema nervoso central, caracterizando-o como muito

agressivo (ARMITAGE et al., 2017).

3.2.3 Sarcomas e carcinomas

Os sarcomas, outro grupo de câncer maligno de origem mesenquimal,

possui mais de 70 subtipos histológicos. Estes são classificados em 2 grandes

categorias, sendo sarcomas de partes moles e sarcoma de osso (HUI, 2016).

Comumente os sarcomas se localizam nas extremidades como a coxa (partes

moles). Os sarcomas são esporádicos e idiopáticos, tendo relação de causa

com fatores genéticos associados ou não a fatores ambientais, mas possui

uma etiologia desconhecida. Os sarcomas ósseos ou osteosarcomas são os

mais raros do grupo, no entanto, ocorrem com mais frequência em crianças e

adolescentes. Este grupo de sarcoma representa 0,2 % dos novos casos

diagnosticados a cada ano (HUI, 2016; SHENG; MOVVA, 2016).

Os osteosarcomas possuem subtipos, sendo eles: clássico, parosteal,

periosteal, telangiectatico e osteosarcoma associado à doença de Paget e

também osteosarcoma após irradiação. Pacientes com osteosarcoma

apresentam dor e inchaço (COSKER; GIBBONS, 2017).

Atualmente o câncer de pulmão é considerado o câncer que causa mais

mortes nos EUA, sendo que deste grupo, 85% do total diagnosticado é

carcinoma de pulmão de não pequenas células (AHMED et al., 2017). A

partir de 2008 o câncer de pulmão foi a única maior causa de morte

relacionada a câncer no mundo (LEE et al., 2015).

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42

Para o câncer de pulmão de não pequenas células a intervenção cirúrgica

é o tratamento de escolha quando nos estágios iniciais (SU et al., 2017). Do

total dos pacientes diagnosticados mais de 50% já estão em estágio avançado

da doença, resultando em um prognóstico muito ruim. Mesmo com os

avanços na quimioterapia a sobrevida média destes pacientes é inferior a 12

meses, e a taxa de sobrevivência até 5 anos é menor que 1% (ZHOU; YAO,

2015).

O diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão de não pequenas

células é um processo demorado e que envolve uma interação de diversos

profissionais de saúde e organizações. O atendimento a estes pacientes é

também um processo contínuo que envolve desde a avaliação dos cuidados

primários, procedimentos de biopsia e os diagnósticos por imagem, além das

avaliações de especialistas. Atrasos em relação ao diagnóstico e início de

tratamento tem sido associado ao aumento da massa tumoral, agravando o

quadro de saúde do paciente, com consequente progressão da doença

dificultando o tratamento e a cura (KIM et al., 2016). A maioria dos pacientes

em estágio avançado da doença não tem prognóstico de cura. A quimioterapia

adjuvante ao tratamento cirúrgico apresenta benefícios apenas para pacientes

em fase II-IIIA. Para os pacientes com estadiamento IA a quimioterapia tem

efeitos que agravam o quadro clínico, piorando a sobrevivência do paciente.

O câncer de pulmão de não pequenas células ainda é um desafio para os

profissionais da saúde (BRADBURY et al., 2016).

Visando a melhoria do quadro de saúde dos pacientes com câncer busca-

se cada vez mais medicações que tenham menores efeitos adversos e com

melhores resultados, no entanto, verifica-se ainda diversos efeitos adversos

dos quimioterápicos atuais de uso clínico. Um exemplo é o uso da associação

de carboplatina/paclitaxel que causam toxicidades hematológicas,

neuropatia, vômitos e náuseas, e o gefitinib apresentou reações adversas

como erupções cutâneas, diarreia além do aumento nos níveis de

transaminases hepáticas (PAKKALA; RAMALINGAM, 2017).

A doxorrubicina vem sendo usada no tratamento de câncer desde 1970.

Os estudos mostraram 6,7% de remissão completa da doença e 20% de

remissão parcial em pacientes com sarcoma de tecido mole metastático.

Atualmente estes valores vem aumentando o que faz com que este fármaco

seja mais utilizado como tratamento para o câncer. No entanto pacientes

apresentaram toxicidade hematológica, neutropenia febril e alopecia

(SHENG; MOVVA, 2016).

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43

As células malignas e normais são muito semelhantes e o grande desafio

do tratamento pela quimioterapia é a distinção entre essas células, que muitas

vezes refletem em efeitos secundários maléficos (BRANDÃO et al., 2010).

O crescente avanço no tratamento do câncer vem aumentando a sobrevida

dos pacientes, no entanto, as questões relacionadas a qualidade de vida destes

deve ser avaliada, pois, os efeitos adversos das medicações podem agravar o

quadro de saúde, tornando a qualidade de vida ruim. Na busca por novos

medicamentos mais seletivos e com menores efeitos adversos as plantas

medicinais vêm ganhando destaque como fonte de novos princípios ativos.

3.3 Toxicologia

A toxicologia é a ciência que investiga a interação entre as substâncias

químicas e o organismo, observando-se os possíveis efeitos adversos. Estes

podem variar de efeitos leves, como irritações, até os mais graves como lesão

permanente de um órgão. A capacidade de um agente causar danos ao

organismo é dita como toxicidade (OGA, 2008).

De acordo com dados do Centro de Informações Toxicológicas (CIT),

no estado de Santa Catarina, 115 pessoas foram atendidas por intoxicação por

plantas, 2854 por medicamentos e 17 por alimentos no ano de 2014. Entre os

anos de 2008 a 2013 foram registrados 15803 casos de intoxicações por

medicamentos, destes 91 óbitos. Para plantas foram registrados 794 casos,

com 1 óbito e 108 casos para intoxicação por alimentos, sem óbito (CIT,

2016).

O uso de plantas medicinais tem crescidos nos últimos anos, seja por

meio da medicina popular ou como fonte para pesquisa e produção de novos

agentes terapêuticos (SPONCHIADO et al., 2016). Conforme dados da OMS

(2013), muitos países fazem uso da medicina tradicional para o tratamento de

doenças, principalmente as doenças crônicas, como por exemplo, em

Singapura e República da Coreia que 76 a 86% de sua população fazem uso

da medicina tradicional. Estes costumes são transferidos por gerações e tem

seu uso normalmente por via oral e geralmente não são comunicados aos

profissionais de saúde. Mesmo com o uso de uma planta durante séculos, não

se pode garantir que esta não esteja sendo prejudicial ao homem. Por questões

de segurança à população, torna-se importante avaliar a toxicidade,

verificando o potencial tanto mutagênico, genotóxico e carcinogênico

(MELO-REIS et al., 2011).

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44

Os medicamentos a partir de plantas, como os fitoterápicos e

fitofármacos devem estar disponíveis para o uso da população, sendo eles

seguro e não causar danos à saúde (SILVA; BARREIRA; OLIVEIRA, 2016).

Portanto, a toxicologia é importante para garantir a segurança de

medicamentos que são disponibilizados ao consumo humano, garantindo que

este não afete à saúde do consumidor (OGA, 2008).

Faz-se necessário realizar estudos toxicológicos para estabelecer a dose

letal (DL), tempo de exposição, relação dose-resposta, efeitos adversos,

assim definindo a segurança do medicamento derivados de plantas e/ou os

alimentos (ERNST, 2015).

A exposição a um agente tóxico pode ocorrer em quatro categorias:

aguda, sub-aguda, sub-crônica e crônica. O termo agudo refere-se à exposição

a um determinado produto em um período menor que 24 horas, no qual há

uma administração de uma única dose ou em doses repetidas ao longo deste

tempo. Sub-aguda refere-se à exposição a um agente químico, sendo esta

repetida, durante um mês ou menos. Já a exposição sub-crônica é considerada

quando o período de exposição for de 1 a 3 meses, e a crônica quando um

indivíduo sofre exposição a um agente químico por um período maior que

três meses (GUPTA, 2016).

As quatro categorias de exposição podem ocorrer por qualquer via de

administração, podendo ser via oral, intraperitoneal, intravenosa e

subcutânea. Além destas categorias pode ser considerada como via de

administração a aplicação dérmica (GUPTA, 2016).

A toxicologia genética estuda os efeitos de agentes químicos e físicos

sobre o material genético, incluindo nesta categoria uma grande variedade de

ensaios in silico, in vitro e in vivo. Todos os testes usados têm como

finalidade avaliar danos causado no DNA, uma vez que desempenham

importante papel no passo inicial do processo de carcinogenese (BLASS,

2015).

Ensaios de citotoxicidade in vitro são testes capazes de prever a

toxicidade de produtos ou compostos em diferentes tecidos. Fazem parte do

processo de avaliação de segurança de um composto, além de possibilitar a

identificação de compostos anticâncer (TOLOSA; DONATO; GOMEZ-

LECHON, 2015). Um ensaio comum na citotoxicidade é o MTT adicionado

em culturas de células, possibilitando medir por meio de técnicas

espectroscópicas a atividade mitocondrial das células viáveis (ANGIUS;

FLORIS, 2015; LUPU; POPESCU, 2013).

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45

As linhagens celulares cultivadas em meio de cultura multiplicam-se

continuamente, e assim o ensaio do MTT possibilita avaliar a interferência

que um agente químico induz nos processos metabólicos das células e como

este interfere no crescimento e multiplicação celular (IVANOVA; UHLIG,

2008).

Compostos que apresentam citotoxicidade são aqueles que têm

capacidade de matar células saudáveis, ou em casos específicos linhagens

celulares usadas para a identificação de compostos com potencial

anticancerígeno. Nestes casos é importante que o composto mate o maior

número de células cancerígenas e o menor número de células saudáveis. O

MTT é um método extensamente empregado para realizar triagens, pois, é

simples, de baixo custo, reprodutível e importante para avaliar a segurança

de um produto ou substância (ONG et al., 2017).

O termo hemólise significa ruptura da membrana dos glóbulos

vermelhos, resultando na liberação de hemoglobina. A ocorrência ou não de

hemólise é importante para avaliar a segurança de substâncias sob as células

sanguíneas (ALMIZRAQ; YI; ACKER, 2017). Assim, a integridade da

membrana celular é um dos parâmetros comumente usados para avaliar a

citotoxicidade em diferentes metodologias (IVANOVA; UHLIG, 2008).

A hemólise sanguínea anormal pode ocorrer a partir de uma

manipulação inadequada durante o processamento do sangue, condições de

armazenamento, anticorpos que causam lise, defeitos na membrana, além da

presença de compostos químicos geradores de hemólise (SOWEMIMO-

COKER, 2002). Os eritrócitos possuem membrana plasmática celular

simples, por não apresentarem núcleos e organelas, a hemólise é facilmente

detectada por métodos espectrofotômetro devido a liberação da hemoglobina,

além de ser abundante no meio sanguíneo (MANAARGADOO-CATIN,

2016). Os ensaios de hemólise são importantes nos estudos com plantas

medicinais, por serem rápidos, de fácil execução e apresentarem resultados

confiáveis (DE-QIANG et al., 2011).

Entre os ensaios toxicológicos incluem-se a investigação da

mutagenicidade, a qual refere-se à produção de alterações genéticas

transmissíveis (GUPTA, 2016). Mutagenicidade é, portanto, um subconjunto

de genotoxicidade em que o DNA é mutado, resultando em uma célula

alterada. Compostos com propriedades mutagênicas, ou seja, capacidade de

causar danos no DNA, mesmo quando em doses baixas, representam risco

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46

potencial para causar câncer em um indivíduo (ARAYA; LOVSIN-BARLE;

GLOWIENKE, 2015).

Um dos ensaios de mutagenicidade usado é o teste do micronúcleo, o

qual avalia os danos citogenéticos que resultam na formação de

micronúcleos. É um teste in vivo realizado para a detecção de agentes

clastogênicos e aneugênicos. Os micronúcleos eram usados somente para

mensurar danos cromossômicos, atualmente constituem-se em um ensaio

confiável para agentes carcinógenos e genotóxicos (RIM; KIM, 2015).

3.4 Drimys (Winteraceae)

A família Winteraceae é composta por aproximadamente 8 gêneros e 70

espécies; é predominante no hemisfério sul, ocorrendo desde a Australásia

até Madagascar e Américas. O gênero Drimys possui a maior área de

distribuição geográfica da família, compreende cerca de 6 espécies, dentre

elas as espécies Drimys winteri, Drimys granadensis, Drimys brasiliensis e

Drimys angustifolia que são classificadas por suas características

morfológicas, anatômicas e cariotípicas (BRASÍLIA, 2011;

EHRENDORFER et al., 1979; TRINTA; SANTOS, 1997).

No Brasil são encontradas as espécies de D. angustifolia e D.

brasiliensis, principalmente nas regiões de climas temperados, estendendo-

se desde a Bahia até o Rio Grande do Sul (BACKES; NARDINO, 1999). A

duas espécies são popularmente conhecidas como casca-de-anta e uma única

diferença é marcante entre elas, no qual a D. angustifólia apresenta folhas

estreitas, angustas, e pedúnculos curtos, enquanto a D. brasiliensis apresenta

folhas obovadas e pedúnculos longos (EHRENDORFER et al., 1979;

TRINTA; SANTOS, 1997). A relatos dos aborígenes Araucanos que o nome

casca-de-anta se dá, pois, a anta (Tapirus americanus) quando ficava doente

recorria a casca da árvore dessas espécies (PIO CORREA, 1931).

A D. brasiliensis é uma árvore que pode chegar até 20 metros de altura,

com folhas obovadas com até 14,3 cm de comprimento e 5,8 cm de largura,

suas inflorescências apresentam pedúnculo longo, em geral, com três a cinco

flores brancas. Seus frutos quando maduros apresentam coloração escuro-

rajados, frutificando a partir de outubro em Santa Catarina, que são

consumidos por aves que auxiliam na dispersão das sementes e reprodução

da espécie (Figura 3) (TRINTA; SANTOS, 1997).

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47

Figura 3 – Aspectos gerais da planta D. brasiliensis.

Fonte: Brasília (2011).

Além de casca-de-anta, D. brasiliensis é conhecida popularmente

também como cataia, capororoca picante, carne-de-anta, melambo, paratudo,

pau-para-tudo, canela-amarga, pau casca-de-anta, cataeira e, em tupi-guarani,

caá-tuya, que significa árvore-para-velho (LONGHI, 1995; LORENZI, 1992;

SCHULTZ, 1975). No planalto catarinense a casca da espécie é muito

utilizada na culinária como condimento para carnes, substituindo a pimenta-

do-reino (TRINTA; SANTOS, 1997). Na medicina tradicional é utilizada

como carminativa, estomáquica e tônica. Ela também é altamente

recomendada para todos os tipos de problemas gástricos e estomacais,

incluindo dispepsia, disenteria, náuseas, dores intestinais e cólicas bem como

febre e anemia. Ainda pode-se citar atividade antiespasmódica, contra

hemorragia uterina e algumas vezes no tratamento do câncer (DE ALMEIDA,

1993; SIMÕES et al., 1986; TRINTA; SANTOS, 1997).

No gênero Drimys são encontradas difererentes classes de substâncias

como os sesquiterpenos drimanos, flavonóides, aromadendranos e lignanas

(JANSEN; GROOT, 2004; LAGO et al., 2010; LIMBERGER et al., 2007;

MALHEIROS, 2001; MORTON, 1981; SIMÕES, et al., 1986).

Nas folhas da espécie D. winteri foram encontradas substâncias como

safrol (12), drimenol (13), poligodial (4), 3-β-acetoxidrimenina (14),

criptomeridiol (15), cirsimaritina (16), quercetina (17), astilbina (18) e

quercitrina (19) (SIERRA; LOPES; CORTÉS, 1986; MUÑOS-CONCHA et

al., 2007), já na espécie D. brasiliensis a substância cubebina (20) foi isolada

(MALHEIROS, 2001). Em procedimentos extrativos de óleos essenciais

realizados com as folhas da espécie D. angustifolia foram evidenciados os

compostos sabineno (21), biciclogermacreno (22), mirceno (23), espatulenol

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48

(24), 4-terpineol (25), limoneno (26) e trans-cariofileno (27) (GOMES, 2012;

GOMES et al., 2013; LIMBERGER et al., 2007). Já no óleo essencial da D.

brasiliensis foram encontrados o drimenol (13), ciclocolorenono (28), bem

como o, biciclogermacreno (22) e sabineno (21) cujo óleo apresentou

atividade anti-inflamatória e citotóxica (GOMES, 2012; GOMES et al., 2013;

LAGO et al., 2010; LIMBERGER et al., 2007). Vichnewski, Kulanthaivel e

Herz (1986) isolaram das partes aéreas de D. brasiliensis as substâncias

confertifolina (29), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) e 1β-p-

cumaroiloxivaldiviolide (30).

Vários trabalhos relatam a composição química das cascas do gênero

Drimys. Foram encontrados os compostos 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial

(3), poligodial (4), taxifolina (31), astilbina (18), drimendiol (32), drimenol

(13), isodrimeninol (33), isodrimenin (34), mukaadial (35) e dendocarbin A

(36) na espécie D. winteri (CECHINEL-FILHO et al., 1998; MALHEIROS,

2001; MALHEIROS et al., 2001; MUÑOS-CONCHA et al., 2007; PAZ et

al., 2015; ROBLES et al., 2014; ZAPATA et al., 2009). Das cascas de D.

brasiliensis foram isolados o drimanial (1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial

(2), 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3), poligodial (4), drimenol (13), 1-β-

O-p-metoxi-E-cinamil-5α-ceto-11α-enol-albicanol (37), 1-β-O-p-metoxi-E-

cinamil-isodrimeninol (38), 1-β-O-(p-metoxi-E-cinamil)-6α-

hidroxipoligodial (39), isodrimeninol (33), espatulenol (24), hinoquinina

(40), fuegina (41) e o ácido poligonal (42) (CLAUDINO, 2011; FRATONI

et al. 2014; FRATONI et al., 2016; MALHEIROS, 2001; MALHEIROS et

al., 2005; SILVA, 2009)

Nos óleos essenciais das cascas de D. winteri foram detectados o α-

pineno (43), γ-curcumeno (44), mirceno (23) e 4-terpineol (25)

(MONSÁLVEZ et al., 2010; ZAPATA; SMAHHHE, 2010) e nos óleos de

D. brasiliensis o α-pineno (43), biciclogermacreno (22), ciclocolorenono

(28), drimenol (13) e espatulenol (24) (LAGO et al., 2010; LIMBERGER et

al., 2007).

Um único trabalho realizado com as raízes foi encontrado, no qual

Anese e colaboradores (2015) isolaram da espécie D. brasiliensis os

compostos poligodial (4), acetal poligodial (45), dendocarbin L (46) e fuegina

(41).

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49

O

O H

OH

O

O

OAc

Safrol (12) Drimenol (13) 3-β-acetoxidrimenin (14)

OH OH

O

OH

OH O

O

O

O

OH

OH O

OH

OH

OH

Criptomeridiol (15) Cirsimaritina (16) Quercetina (17)

O

OH

OH O

OH

OH

ORamnose

O

OH

OH

OH

OH O

ORamnosil

O

OO

OO

OH

Astilbina (18) Quercitrina (19) Cubebina (20)

OH

Sabineno (21) Biciclogermacreno (22) Mirceno (23) Espatulenol (24)

OH

4-terpineol (25) Limoneno (26) Trans-cariofileno (27)

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50

O

O

O

O

O

OH

O

O

OH

Ciclocolorenono (28) Confertifolina (29) 1β-p-coumaroiloxi-

valdiviolide (30)

OOH

OH

OH

OH

OH

O

OH

OH

O

OH

Taxifolina (31) Drimendiol (32) Isodrimeninol (33)

OO

OHCOH

CHO

OH

O

O

OH

Isodrimenin (34) Mukaadial (35) Dendocarbin A (36)

O

O

H OH

O

H

O

O

O

O

OH

O

1-β-O-p-metoxi-E-cinamil- 1-β-O-p-metoxi-E-cinamil-

5α-ceto-11α-enol-albicanol (37) isodrimeninol (38)

O

O

OOH

OH

O

OO O

O

O O

O

O

OH

OH

1-β-O-(p-metoxi-E-cinamil)- Hinoquinina (40) Fuegina (41)

6α-hidroxipoligodial (39)

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51

COOH

OH

Ácido poligonal (42) α-pineno (43) γ-curcumeno (44)

O

O

O

O

O

OH

Acetal poligodial (45) Dendocarbin L (46)

A D. brasiliensis vem sendo estudada há alguns anos por pesquisadores

do Núcleo de Investigações Químico Farmacêuticas da Universidade do Vale

do Itajaí (NIQFAR/UNIVALI) em colaboração com outros Grupos de

Pesquisa. A maioria dos estudos foram realizados com as cascas e os

resultados mais expressivos referem-se à observação da atividade

antimicrobiana (SILVEIRA et al., 2012), anti-inflamatória (MALHEIROS et

al., 2005), leishmanicida, antimalarial (CLAUDINO et al., 2013) e

antitumoral (CLAUDINO, 2011; SILVA, 2009).

Outros trabalhos também relatam a atividade bioherbicida de extratos

das raízes de D. brasiliensis (ANESE et al., 2015), atividade anti-inflamatória

do óleo essencial das folhas e cascas (LAGO et al., 2010) e atividade

citotóxica em células de glioblastoma humano (U-138 MG) e carcinoma de

bexiga humana (T24) do óleo essencial das folhas incorporado em

nanoemulsões (GOMES, 2012).

Os drimanos 1, 2, 3 e 4 foram quantificados por Athayde (2015) em

extratos hidroetanolicos das cascas de D. brasiliensis submetidos a diferentes

condições extrativas. A metodologia desenvolvida por CLAE para a

quantificação apresentou boa resolução cromatográfica e foi validada, sendo

sensível, reprodutível e linear. O cromatograma de cada drimano pode ser

visualizado na Figura 4. Os compostos 1, 2 e 3 apresentaram os tempos de

retenção (TR) de 25 ± 0,1; 24 ± 0,1 e 33 ± 0,1 minutos respectivamente e

duas regiões de máxima absorção em 227 e 310 nm no ultravioleta (UV). Já

o drimano 4 apresentou absorção máxima em 232 nm com tempo de retenção

de 23 ± 0,1 minutos. Entre os 4 compostos avaliados o poligodial (4)

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apresentou as maiores concentrações em todos os extratos, seguido do 1-β-

(p-metoxicinamil)-poligodial (3), drimanial (1) e em menor concentração o

1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2).

Figura 4 – Perfis cromatográficos dos padrões 1-3 no comprimento de onda de 310

nm e padrão 4 em 232 nm.

(1)

(2)

(3)

(4)

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-

poligodial; (4) poligodial.

Fonte: Autorizado por Athayde (2015).

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3.5 Sesquiterpenos drimanos

Os sesquiterpenos são estruturas que possuem em seu núcleo principal

15 carbonos. A sua biosítese tem como precursor o farnesil pirosfofato, que

pode formar sesquiterpenos lineares ou cíclicos (NIERO; MALHEIROS,

2016). Os drimanos são uma classe de compostos pertecente aos

sesquiterpenos, seu núcleo base drimano (47) é derivado a partir do

sesquiterpeno drimenol (13) isolado das cascas de D. winteri Forst

(Winteraceae). Os sesquiterpenos drimanos são encontrados principalmente

na família Winteraceae e também em espécies vegetais da família

Canellaceae, Polygonaceae (Polygonum hydropiper L principal espécie que

contém drimanos), Taxaceae, Aizoaceae, Thelipteridaceae, Umbelliferae,

além de fungos dos gêneros Marasmius, Pestalotiopsis e Laetiporus,

esponjas marinhas do gênero Dysidea e moluscos do gênero Doriopsilla

(ALLOUCHE et al., 2009; CLAUDINO et al., 2013; FRATONI et al., 2016;

HE et al., 2015; JANSEN; GROOT, 2004; KUANG et al., 2016).

H

12

34

56

7

89

10

11

12

13 14

15

Drimano (47)

O sesquiterpenos drimanos possuem muitas atividades biológicas já

comprovadas, incluindo antibacterianos, antifúngicos, insceticida,

citotóxicos, fitotóxicos, piscicidas e moluscicidas (JANSEN; GROOT,

2004). O poligodial (4) é um dos principais sesquiterpeno drimano presente

na família Winteraceae. Foi isolado pela primeira vez da Polygonum

hidropiper que é muito utilizada na medicina tradicional (MUÑOZ-

CONCHA et al., 2007). Diversos trabalhos vêm demonstrando algumas

atividades que são atribuídas a este composto como antifúngica

(MALHEIROS et al., 2005), anti-inflamatória, antinociceptiva (ANDRE et

al., 2004, 2006; MALHEIROS et al. 2001; MENDES et al., 2001),

vasorelaxante (ANDRE et al., 1999, 2003), leishmanicida e antimalárico

(CORREA et al., 2011), inibidor de lesão gástrica (MATSUDA et al., 2002)

e herbicida (ANESE et al., 2015). Nos extratos hidroetanólico obtidos das

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cascas D. brasiliensis o poligodial (4) se apresenta como um dos compostos

majoritário (ATHAYDE, 2015).

Outros compostos também presentes na família Winteraceae, no gênero

Drimys são o drimanial (1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) e o 1-β-(p-

metoxicinamil)-poligodial (3). Estes também vem sendo avaliados em

relação as atividades biológicas. Trabalhos realizados por Silveira et al.

(2012) avaliaram a atividade antimicrobiana dos compostos 1, 2, 3 e 4, em

cepas de bactérias gram-negativa e gram-positivas. O composto 1-β-(p-

metoxicinamil)-poligodial (3) foi ativo para Bacillus cereus na concentração

de 31,25 µg/mL, seguido do poligodial (4) o qual apresentou atividade para

a mesma bactéria em uma concentração de 62,5 µg/mL.

Os drimanos 1, 2, 3 e 4 foram avaliadas também em duas formas

promastigotas de Leishmania (Leishmania amazonensis e Leishmania

brasiliensise) uma forma trofozoíta de Plasmodium (Plasmodium

falciparum), no qual os drimanos apresentaram resultados bastante

satisfatórios com CI50 entre 1 a 42 μM e dentre eles, o 1-β-(p-cumaroiloxi)-

poligodial (2) foi o mais ativo, com CI50 de 5,55 μM para L. amazonenses,

2,52 μM para L. brasiliensis e 1,01 μM para P. falciparum (CLAUDINO et

al., 2013).

Malheiros e colaboradores (2005) avaliaram a atividade antifúngica dos

drimanos 1-4 em cepas de Microsporum canis, M. gypseum Epidermophyton

floccosum, Trichophyton rubrum e T. mentagrophytes. Os compostos 2-4

obtiveram os melhores valores de concentração inibitória mínima (CIM),

uma faixa de 3 a 100 µg/mL. O poligodial (4) mostrou mais efetivo para o

fungo E. floccosum, com CIM de 3 µg/mL.

Recentemente a atividade citotóxica dos drimanos frente algumas

células cancerígenas vêm sendo relatada. O drimanial (1), 1-β-(p-

cumaroiloxi)-poligodial (2), 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3)

apresentaram efeitos citotóxicos promissores para leucemia linfoide aguda B

(Nalm6) e leucemia mieloide crônica (K562). O composto 2 obteve os

melhores CI50 com valores de 8,18 μM para a Nalm6 e 3,56 μM para a K562.

O poligodial (4), 1-β-O-p-metoxi-E-cinamil-5α-ceto-11α-enol-albicanol

(37), 1-β-O-p-metoxi-E-cinamil-isodrimeninol (38) e a mistura de drimanial

(1) e 1-β-O-(p-metoxi-E-cinamil)-6α-hidroxipoligodial (39) também foram

avaliados, mas esses não tiveram resultado tão significativos quantos os

outros drimanos mencionados. Essa perda da atividade pode estar relaciona a

falta do grupamento aldeído nos carbonos C-11 e C-12 dos compostos 37, 38

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e 39, e no composto 4, por não apresentar o grupamento cinamoil ligado ao

carbono C-1 do núcleo drimano (FRATONI et al., 2016).

Estudos demonstram que outros sesquiterpenos drimanos, como o

poligodial (4), isopoligodial (48), confertifolina (29) e isodrimenin (34)

apresentaram atividade tumoral contra adenocarcinoma mamário humano

(MCF-7) e câncer de próstata humano (PC3 e DU145) (MONTENEGRO et

al., 2014); o 1β-O-E-cinamil-6α-hidroxi-9-epi-poligodial (49), 1β-O-E-

cinamil-5α-hidroxipoligodial (50), 1β-O-E-cinamilpoligodial (51), 1β-O-E-

cinamil-6α-hidroxi-isodrimeninol (52) e 1-β-O-(p-metoxi-E-cinamil)-6α-

hidroxipoligodial (39) para carcinoma epidermoide da boca (KB), cólon

(HCT116) e leucemia promielocítica (HL60) (ALLOUCHE et al., 2009); e o

7-drimen-3α,11-diol-3-O-α-D-glicopiranosideo (53) para leucemia mieloide

crônica (K562) e hepatoma humano (SMMC-7721) (DONG et al., 2011).

CHOCHO

O

O

CHOCHO

OH Isopoligodial (48) 1β-O-E-cinamil-6α-hidroxi-

9-epi-poligodial (49)

O

O

CHOCHO

OH

O

O

CHOCHO

1β-O-E-cinamil-5α- 1β-O-E-cinamilpoligodial (51)

hidroxipoligodial (50)

O

O

OOH

OH

OH

OO

OH

OH

OH OH 1β-O-E-cinamil-6α-hidroxi- 7-drimen-3α,11-diol-3-O-α-D-

isodrimeninol (52) glicopiranosideo (53)

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3.6 Métodos Cromatográficos

A cromatografia possui destaque entre os métodos modernos de

análises, devido a sua facilidade em separar, identificar e quantificar

substâncias químicas. É um método físico-químico de separação de

componentes, composto por uma fase estacionária e uma fase móvel.

Durante o processo de separação, no qual a fase móvel passa pela

estacionária, as substâncias presentes são distribuídas pelas duas fases, elas

são seletivamente restritas pela fase estacionária, o que resulta na migração

diferenciada das substâncias com a fase móvel (AQUINO NETO; SILVA;

NINES, 2003; COLLINS; BRAGA; BONATO, 2006).

A fase estacionária no processo cromatográfico pode ser sólida ou

líquida, já a fase móvel um gás ou líquido. Se a fase móvel é um líquido é

chamada de cromatografia líquida, e se for um gás, então é denominada de

cromatografia gasosa. A cromatografia gasosa é geralmente aplicada para

gases, misturas de líquidos voláteis e material sólido. A cromatografia líquida

é utilizada especialmente para amostras térmicas instáveis e não voláteis

(COSKUN, 2016). Outro critério de classificação das técnicas

cromatográficas é a forma física do sistema de separação. Se a fase

estacionária é colocada dentro de um tubo cilíndrico é chamada de

cromatografia em coluna, mas se é disposta sobre uma superfície plana é

denominada cromatografia planar (COLLINS; BRAGA; BONATO, 2006).

A cromatografia em camada delgada (CCD) embora seja uma antiga

técnica, ainda é muito empregada no campo das análises farmacêuticas. É

composta por uma fase estacionária sólida, revestida sobre um suporte sólido

de vidro, plástico ou alumínio, e de uma fase móvel geralmente solventes de

polaridades diferentes (AQUINO NETO; SILVA; NINES, 2003; COSKUN,

2016; SIDDIQUI; ALOTHMAN; RAHMAN, 2017). A CCD oferece muitas

vantagens, como fácil compreensão e execução, separação em pouco tempo,

versatilidade, alta repetitividade, variabilidade de amostras e baixo custo. É

uma ferramenta poderosa para rastrear materiais desconhecidos como drogas

de abuso. Ela desempenha um papel crucial na fase inicial do

desenvolvimento de fármacos, detectando impurezas e produtos de

degradação e é muito utilizada no processo de isolamento de produtos

naturais (COLLINS; BRAGA; BONATO, 2006; STICHER, 2008;

SIDDIQUI; ALOTHMAN; RAHMAN, 2017).

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Outra técnica de separação é a cromatografia gasosa (CG), que se baseia

na diferente distribuição dos compostos presente em uma amostra entre a fase

estacionária, sólida ou líquida e a fase móvel, um gás. Como uma ferramenta

analítica a CG pode ser utilizada para a separação direta e análise de amostras

gasosas, soluções líquidas e sólidos voláteis (BHARDWAJA; DWIVEDI;

AGARWAL, 2016). A CG é uma técnica simples, altamente sensível e de

rápida aplicação para separação de moléculas. Quantidades muito pequenas

de substâncias podem ser detectadas, assim sendo uma excelente técnica

quantitativa. Vale ressaltar que a CG é um procedimento empregado para

compostos voláteis e termicamente estáveis, portanto se o produto a ser

analisado não possuir essas características a formação de um derivado se faz

necessário, mas nem sempre é viável. Além disso, a CG não é muito eficiente

para análises qualitativas, necessitando de outras técnicas para uma

identificação precisa de substâncias desconhecidas (COLLINS; BRAGA;

BONATO, 2006; SIDDIQUI; ALOTHMAN; RAHMAN, 2017; COSKUN,

2016).

A CG é composta por uma fonte de gás de arraste, injetor, coluna

cromatográfica, detector e software para registro e tratamento dos dados. As

substâncias presentes na amostra passam através da coluna, onde são

separadas e chegam ao sistema de detecção. Um dos detectores mais

utilizados é o de ionização de chamas. O gás de arraste chega ao detector e

uma chama é produzida, queimando e ionizando as moléculas presente nessa

corrente gasosa. Este detector responde muito bem a quase todos os tipos de

compostos. Outro fator que influencia na separação é a temperatura. A

temperatura pode ser mantida a mesma durante toda a análise ou aumentada

gradualmente. O aumento da temperatura diminui o tempo de análise, mas

causa uma perda na resolução. (COLLINS; BRAGA; BONATO, 2006).

A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) também é uma

técnica para análises de amostras. É classificada como cromatografia líquida

em coluna. Diferentes mecanismos de separação são empregados pela CLAE,

o mais comum é a cromatografia líquido-sólido. As colunas são preenchidas

com pequenas partículas, e a fase móvel é arrastada através da fase

estacionária por alta pressão. A especificidade, precisão e exatidão do método

de CLAE é elevada, no entanto, só são atingíveis se forem realizados testes

de adequação do sistema antes da análise (SIDDIQUI; ALOTHMAN;

RAHMAN, 2017; THAMMANA, 2016).

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A CLAE é composta por uma bomba, injetor, coluna cromatográfica,

detector, software para registro e tratamento dos dados (THAMMANA,

2016). O sistema de detecção da técnica de CLAE mede propriedade físicas

ou físico-químicas da amostra. Os detectores universais são os mais

procurados, principalmente pelos laboratórios de pesquisas que utilizam uma

variedade de amostras (COLLINS; BRAGA; BONATO, 2006). Um dos

detectores amplamente utilizados é detector ultravioleta (UV), que através de

um programa de varredura é capaz de selecionar vários comprimentos de

onda. Esta técnica possui uma alta detectabilidade, permite obter o espectro

de absorbância, comprimento de onda e tempo de retenção de cada

componente separado (SIDDIQUI; ALOTHMAN; RAHMAN, 2017). Em

uma matriz com várias substâncias, conhecer o espectro de absorbância de

cada uma permite selecionar o comprimento de onda de máximo absorção,

assim melhor a detecção e eliminar picos interferentes (COLLINS; BRAGA;

BONATO, 2006).

As técnicas de CG e CLAE são muito utilizadas em análises qualitativas

e quantitativas de substâncias. Nos processos qualitativos a identificação

pode ser feita comparando um pico com o tempo de retenção de um padrão.

Este método não é muito conclusivo, pois outros compostos podem

apresentar o mesmo tempo de retenção. O uso de equipamentos acoplados

com espectrofotômetro de UV ou de massas, permite uma maior precisão na

identificação desses compostos. A partir dos cromatogramas obtidos, pode-

se aplicar as análises quantitativas (COLLINS; BRAGA; BONATO, 2006).

Nos ensaios quantitativos muitos cuidados devem ser tomados, perda e

contaminação não podem ocorrer no preparo da amostra. A etapa de

separação dos componentes também pode ser uma fonte de erros como,

adsorção irreversível de parte da amostra na fase estacionária, resposta do

detector afetada por alterações na temperatura e vazão, quantidade de amostra

fora da faixa linear do detector, entre outras. Para transformar a intensidade

do sinal emitido, em uma medida relacionada com a quantidade da

substância, faz-se a integração dos sinais. A integração pode ser feita de

forma manual ou eletrônica (COLLINS; BRAGA; BONATO, 2006).

Segundo Collins, Braga e Bonato (2006) os métodos manuais são mais

demorados e sujeitos a erros, assim atualmente os sistemas eletrônicos são

mais utilizados, e proporcionam obter dados como o tempo de retenção, área

e altura dos picos. Vários métodos são utilizados para gerar as medidas

obtidas na integração, tais como:

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Normalização: Este método permite comparar a área obtida no

cromatograma com a porcentagem da composição da mistura. Para

que isso ocorra, todas as substâncias presentes na amostra precisam

ser eluídas e a resposta do detector seja a mesma para a todas;

Fator de resposta: É utilizado para corrigir a equação de

normalização, quando o detector não responde de maneira igual para

todas as substâncias. É realizado injetando-se uma mistura de

concentrações conhecida da substância, e relacionar posteriormente

a porcentagem conhecida com a observada;

Calibração externa: Através de uma curva analítica desenvolvida

com o padrão a ser analisado, que correlaciona as áreas obtidas com

a concentração, é possível estabelecer pelo gráfico ou equação linear

a quantidade da substância presente na amostra. É um método

sensível a erros de injeção, bem como erros de preparo da amostra;

Padronização interna: O método consiste na adição de uma

concentração conhecida de uma substância na amostra a ser

analisada. O padrão interno deve ser similar a substância a ser

quantificada, não fazer parte da amostra e ter TR próximo ao da

substância. Realiza-se um gráfico que relacione a razão das áreas

com a concentração, tanto do padrão interno quanto da substância,

e quantifique os 2 igualmente ao realizado na calibração externa.

Esse método é menos sensível a erros de injeção, variações

instrumentais, entre outros.

Análises por CG e CLAE são amplamente utilizadas pela indústria

farmacêuticas e na pesquisa com produtos naturais. Permite a detecção de

contaminantes, produtos de degradação, resíduos de solvente, bem como o

isolamento, identificação e quantificação de compostos (SIDDIQUI;

ALOTHMAN; RAHMAN, 2017; STICHER, 2008).

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Material

4.1.1 Material vegetal

As cascas e folhas de Drimys brasiliensis foram coletadas na cidade de

Rancho Queimado/SC em janeiro de 2009, foram secas em estufa a 40 ºC por

5 dias e trituradas. A identificação botânica da espécie foi realizada

anteriormente pelo Prof. Dr. Ademir Reis (UFSC) e uma exsicata foi

depositada no Herbário Barbosa Rodrigues (Itajaí/SC), sob o código de HBR-

2031.

4.2 Obtenção e otimização do processo de extração dos drimanos

As cascas de D. brasiliensis (4 g) foram submetidas à extração por

maceração dinâmica, a temperatura ambiente conforme condições descritas

no Quadro 2. Posteriormente as soluções foram filtradas e o solvente

evaporado.

Para a otimização das soluções extrativas foi empregado um

experimento fatorial do tipo 2x2x2, no qual foram estudados três fatores em

dois níveis, totalizando 8 testes (Quadro 2). Os fatores foram: fator 1 -

solvente (hexano e diclorometano), fator 2 - proporção droga vegetal:solvente

(1:10 e 1:20) e fator 3 - tempo de extração (2 e 6 horas), como covariável foi

avaliado o rendimento em massa extraída e o fator dependente foi

considerado a concentração dos drimanos 1, 2 e 3.

Quadro 2 – Fatores e níveis utilizados no delineamento fatorial da obtenção das

soluções extrativas das cascas de D. brasiliensis.

Fatores Níveis

-1 +1

1: Solvente Hexano Diclorometano

2: Proporção droga vegetal:solvente (m/v) 1:10 1:20

3: Tempo de extração (h) 2 6

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Quadro 3 – Número de lote das soluções extrativas com os respectivos fatores e níveis

estudados no delineamento fatorial.

Lotes Fatores

1 2 3

1 -1 -1 -1

2 +1 -1 -1

3 -1 +1 -1

4 +1 +1 -1

5 -1 -1 +1

6 +1 -1 +1

7 -1 +1 +1

8 +1 +1 +1

1 = solvente; 2 = Proporção droga vegetal:solvente; 3 = tempo de extração.

Os drimanos drimanial (1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) e 1-β-(p-

metoxicinamil)-poligodial (3) quantificados nos extratos e avaliados na

atividade citotóxica in vitro foram previamente isolados em trabalhos

realizados por Claudino (2011) e Fratoni et al. (2014).

Drimanial (1): sólido amorfo amarelo claro. RMN 1H (CDCl3 300 MHz)

9,84 d (H-11); 9,35 s (H-12); 7,63 d (H-3’); 7,49 d (H-5’, H-9’); 6,91 d (H-

6’, H-8’); 6,88 q (H-7); 6,27 d (H-2’); 5,30 m (H-1); 3,83 (H-9, OCH3, OH);

2,80, 2,40 m (H-6); 2,04 m (H-3); 1,80, 1,70 m (H-2); 1,23 s (H-14); 1,03 s

(H-13); 0,96 s (H-15). RMN 13C (CDCl3 75,5 MHz) 201,4 (C-11); 192,2 (C-

12); 166,4 (C-1’); 161,5 (C-7’); 148,2 (C-7); 145,4 (C-3’); 141,3 (C-8); 130,0

(C-5’, C-9’); 126,9 (C-4’); 115,2 (C-2’); 114,3 (C-6’, C-8’), 78,1 (C-5); 77,0

(C-1, C-9); 55,3 (OCH3); 46,6 (C-10); 38,0 (C-4); 34,4 (C-3); 32,1 (C-6);

27,2 (C-13); 25,0 (C-14); 24,0 (C-2) 13,6 (C-15). C25H30O6.

1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2): sólido amorfo branco. RMN 1H

(CDCl3 300 MHz) 9,75 d (H-11); 9,32 s (H-12); 7,62 d (H-3’); 7,42 d (H-6’,

H-8’); 7,16 sl (H-7); 6,85 d (H-5’, H-9’); 6,26 d (H-2’); 4,88 dd (H-1); 3,29

sl (H-9); 1,86, 1,85 m (H-2); 1,57 m (H-3); 1,43 dd (H-5); 1,09 s (H-13); 1,03

s (H-14); 0,98 s (H-15). RMN 13C (CDCl3 75,5 MHz) 200,0 (C-11); 193,2 (C-

12); 166,6 (C-1’); 160,6 (C-7’); 153,3 (C-7); 145,6 (C-3’); 140,9 (C-8); 131,0

(C-5’, C-9’); 127,0 (C-4’); 116,6 (C-6’, C-8’); 115,9 (C-2’); 81,5 (C-1); 58,9

(C-9); 48,8 (C-5); 42,3 (C-10); 39,9 (C-3); 33,4 (C-4); 32,7 (C-13); 24,9 (C-

6); 23,3 (C-2); 22,2 (C-14); 10,9 (C-15). C24H28O5.

1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3): sólido amorfo amarelo claro.

RMN 1H (CDCl3 300 MHz) 9,80 d (H-11); 9,32 s (H-12); 7,58 d (H-3’); 7,47

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62

d (H-5’, H-9’); 7,07 sl (H-7); 6,91 d (H-6’, H-8’); 6,29 d (H-2’); 4,85 m (H-

1); 3,83 (OCH3); 3,32 sl (H-9); 2,45 m (H-6); 1,90, 1,70 m (H-2); 1,55 m (H-

3); 1,39 dd (H-5); 1,06 s (H-13); 1,00 s (H-14); 0,96 s (H-15). RMN 13C

(CDCl3 75,5 MHz) 200,4 (C-11); 192,3 (C-12); 166,3 (C-1’); 161,4 (C-7’);

152,0 (C-7); 145,3 (C-3’); 140,2 (C-8); 129,9 (C-5’, C-9’); 126,8 (C-4’);

115,1 (C-2’); 114,2 (C-6’, C-8’); 81,3 (C-1); 59,1 (C-9); 55,2 (OCH3); 48,7

(C-5); 42,2 (C-10); 39,1 (C-3); 32,6 (C-4); 32,5 (C-13); 24,4 (C-2); 24,0 (C-

6); 22,0 (C-14); 10,5 (C-15). C25H30O5.

4.2.1 Análise dos extratos por CCD

Para análise qualitativa dos extratos por CCD, os mesmos foram

dissolvidos (10 mg/mL) em acetona e aplicados 20 µL (0,2 mg) da amostra

em cromatoplacas de sílica gel com os padrões de interesse previamente

isolados [drimanial (1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) e 1-β-(p-

metoxicinamil)-poligodial (3)]. As placas cromatográficas foram eluídas com

uma mistura de hexano e acetato de etila na proporção 6:4. Para a

visualização dos compostos foi utilizado como revelador físico a radiação

ultravioleta no comprimento de onda 254 nm e como revelador químico a

solução de anisaldeído sulfúrico a quente (FRATONI et al., 2014).

4.2.2 Análise dos extratos por CG

Para a análise dos extratos por CG foi utilizado um cromatógrafo gasoso

com detector de ionização de chama (CG-FID) da marca Shimadzu® modelo

GC-2010, equipado com injetor automático modelo AOC-20i. A coluna

cromatográfica utilizada foi a RTX-1 com 30 m de comprimento, 0,25 mm

de diâmetro e 0,1 μm fase estacionária. As condições cromatográficas foram:

gás de arraste, hélio, com fluxo de 0,75 mL/min constante; temperatura do

injetor: 290º C; tipo de injeção "split"; volume injetado 1 μL; programação

da coluna, 100 ºC por 1 min, 25 ºC/min até 310 ºC por 11 min; tempo total

20,40 min. O programa de temperatura da coluna foi otimizado a fim de

garantir uma boa resolução cromatográfica.

As soluções foram preparadas a partir de 5 mg de extrato e dissolvidas

em 1 mL de diclorometano. 1 μL das soluções dos extratos e padrões foram

injetadas automaticamente no cromatógrafo. O valor das áreas obtidos do

respectivo marcador foi registrado pelo software Empower®.

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63

4.2.3 Análise dos extratos por CLAE

Na análise dos extratos por CLAE foi utilizado o método desenvolvido

por Athayde (2015). A fase móvel utilizada foi acetonitrila:água acidificada

(com ácido acético pH 4,18) em proporções iniciais de 25:75, variando-se até

70:30, com retorno a proporção inicial após 42 minutos em fluxo de 1

mL/min a 35ºC. Os solventes utilizados foram grau HPLC, filtrados a vácuo

com membrana de celulose regenerada 47 mm de diâmetro e 0,45 μm de

porosidade e degaseificados em ultrassom. O software LC Solution® foi

utilizado para registrar os cromatogramas e medir as áreas dos picos. A

separação dos fitoconstituintes foi executada em uma coluna de fase reversa

C18 Kinetex (150 X 4,6 mm X 2,6 µm) Phenomenex®.

As soluções foram preparadas a partir de 2 mg dos extratos e dissolvidas

em 1 mL de mistura de acetonitrila:água acidificada (pH 4,18) na proporção

de 8:2. Cada amostra foi filtrada em membrana de PTFE modificada de 0,45

µm e transferida para viais para posterior análise por CLAE.

As concentrações dos drimanos foram obtidas através da análise de

regressão linear realizada também por Athayde (2015) através das seguintes

equações da reta:

Drimanial (1): y = 13181,2x - 4958,152 (1)

1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2): y = 41293,07x + 1174,009 (2)

1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3): y = 17736,39x - 20204,710 (3)

4.2.4 Apresentação e análise dos resultados do processo extrativo

Para a análise estatística do processo extrativo foi empregado o software

Statistica® versão 10.0. Os dados foram avaliados pela análise de covariância,

utilizando regressão linear para determinar a relação da covariável com a

variável dependente, seguido de ANOVA e teste de Tukey para estabelecer a

significância entre as variáveis dependentes e independentes. Os valores de p

< 0,05 foram considerados significativos.

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64

4.3 Estudo de citotoxicidade

4.3.1 Cultura de células

As linhagens celulares utilizadas nesse estudo foram de leucemia

mieloide crônica (K562), leucemia linfoblástica aguda B (Nalm6), linfoma

de Burkitt (RAMOS e RAJI), linfoma histiocítico difuso (U937), leucemia

linfoblástica aguda de célula T (MOLT4), leucemia linfoide aguda (REH e

B15), osteossarcoma (HOS) e carcinoma de pulmão (NCI-H1299). As células

foram cultivadas em garrafas plásticas apropriadas com meio de cultura

Dulbecco’s Modified Eagle’s Minimum Essential Medium (DMEM)

suplementado com soro fetal bovino (SFB) a 10%, 10 mM de ácido

etanosulfônico de hidroxietil-piperazina (HEPES), 1,5 g/L de bicarbonato de

sódio, 100 U/mL de penicilina G, 100 μg/mL de estreptomicina, 50 μg/mL

de anfotericina B, em estufa umidificada a 37 ºC com 5% CO2.

Os testes in vitro foram realizados no CIPOI – UNICAMP sob a

supervisão de Alexandre Eduardo Nowill e Gilberto Carlos Franchi Jr.

4.3.2 Ensaio de citotoxicidade

A citotoxicidade das substâncias isoladas dos extratos foi avaliada por

meio da viabilidade celular pelo método do MTT, que se baseia na utilização

de um corante, o sal de tetrazólio solúvel em água que é convertido em

formazan púrpura após redução pelas desidrogenases mitocondriais de

células viáveis (MOSMANN, 1983).

Antes da realização dos experimentos o número de células viáveis foi

determinado pelo método de exclusão com azul de tripan, cuja contagem foi

realizada em câmara de Neubauer. As células foram plaqueadas usando o

equipamento epMotion® 5070 (Eppendorf, Vaudaux, Schonenbuch,

Switzerland) que distribuiu 2 x 104 células por poço em placas de 96 poços e

incubadas com as substâncias testes em diferentes concentrações (0,01; 0,1;

1; 10; 100 ou 1000 μg/mL) por 48 h a 37 ºC em 5% CO2. Para solubilização

das substâncias testes foi utilizado dimetilsulfóxido (DMSO) na concentração

máxima de 0,1% poço/tratamento, cuja concentração não apresenta

citotoxicidade para as células. Como controle positivo, foram utilizadas as

substâncias vincristina e daunorrubicina, nas mesmas concentrações das

substâncias testadas. Decorrido o tempo de tratamento, o meio foi retirado e

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65

adicionado 100 μL de uma solução de MTT (0,5 mg/mL) em meio de cultura

e incubado por 4 horas. Após esse tempo, o meio foi retirado e o precipitado

de formazan foi dissolvido com 100 μL de DMSO/poço e a leitura feita em

leitor de microplacas a 540 nm (Bio-Tek Power Wave XS). Os testes foram

realizados em triplicata. A densidade óptica obtida do grupo controle, células

sem tratamento (incubadas somente com meio de cultura), foi considerada

como 100% de células viáveis a fim de estabelecer as curvas concentrações

vs resposta, portanto, a CI50 (concentração que inibe 50% do crescimento

celular), conforme a equação 4.

Viabilidade relativa = Absorbância da amostra teste x100 (4)

Absorbância do controle

4.3.3 Apresentação e análise dos resultados de citotoxicidade

Para a análise estatística dos resultados obtidos foi utilizada ANOVA e

para comparação das médias dos grupos testados foi utilizado o teste de

Tukey, empregando o software Statistica® versão 10.0. Os valores de p<0,05

foram considerados indicativos de significância.

4.4 Ensaios toxicológicos

Para avaliação toxicológica foi preparado o extrato hidroetanólico das

cascas de D. brasiliensis. As cascas foram secas a 40 ºC por 2 dias, trituradas

(200 g) e posteriormente extraídas com etanol (96 ºGL; 2,5 L) em temperatura

ambiente por 8 horas por maceração dinâmica. O extrato foi concentrado em

rotaevaporador sob pressão reduzida, resultando um resíduo de 10,31 g

(5,15% de rendimento em relação às cascas).

4.4.1 Animais

O estudo de toxicologia utilizou ratos Wistar fêmeas pesando entre 180-

250 g, com 8 a 12 semanas, procedentes do biotério da Universidade do Vale

do Itajaí (UNIVALI). Os animais foram retirados do biotério uma semana

antes da realização do experimento para ambientação, mantidos em caixas de

polipropileno, contendo maravalha. A sala foi mantida com em constante

temperatura de 22 – 25 ºC e ciclos controlados de claro/escuro de 12 horas

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66

cada, umidade de 40 - 60%, com ração e água ad libitum. Nas oito horas

anteriores aos experimentos, os animais foram mantidos em jejum e com livre

acesso à água. Como agente anestésico foi utilizado cloridrato de quetamina

90 mg/kg e cloridrato de xilazina 10 mg/kg administrado pela via

intraperitoneal.

Todos os experimentos foram realizados de acordo com os princípios

éticos de experimentação animal recomendados pelo Conselho Nacional de

Controle de Experimentação Animal (CONCEA) e aprovados pelo comitê de

ética CEUA/UNIVALI sob o protocolo n. 028/16 (Anexo A). Os animais

foram submetidos a processos cirúrgicos para retirada de órgãos e coleta de

sangue.

4.4.2 Toxicologia aguda (dose fixa)

Após 8 horas de jejum, os animais (n = 5) foram tratados com o extrato

hidroetanólico de D. brasiliensis (2000 mg/kg) e veículo. A dose foi

escolhida com base no protocolo da Organization for economic co-operation

and development (OECD) 420 (OECD, 2001), que define esta dose para

substância sem descrição de potencial toxicológico na literatura. Após a

administração do tratamento, durante as primeiras 12 horas, nos períodos de

15, 30 e 60 minutos e a cada 4 horas os sinais tóxicos de caráter geral foram

observados, sendo avaliados os seguintes parâmetros: atividade geral, frêmito

vocal, irritabilidade, resposta ao toque, aperto da cauda, contorção, trem

posterior, tônus corporal, força de agarrar, ataxia, tremores, convulsões,

estimulações, cauda em straub, hipnose, anestesia, lacrimação, ptoses,

piloereção, respiração e cianose. A partir da 4ª hora até 14º dia após a

administração da dose, foi observado a cada 2 dias a variação de peso, o

consumo hídrico e de ração. Ao fim do período de observação, os animais

foram anestesiados com quetamina e xilazina e realizado a coleta de sangue

(15 mL), o que ocasionou a eutanásia dos animais por hipovolemia. No

sangue coletado foram analisados os parâmetros hematológicos (hemograma

completo) e bioquímicos (glicemia, alanina aminotransferase – ALT,

aspartato aminotransferase – AST, fosfatase alcalina – ALP, colesterol, ureia

e creatinina). Após a coleta do sangue os animais foram autopsiados, sendo

observadas as características macroscópicas dos pulmões, rins, intestinos,

fígado, baço e coração, bem como o peso desses órgãos.

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67

4.4.3 Ensaio do micronúcleo

Após 8 horas de jejum, os animais (n = 5) foram tratados por gavagem

com o extrato hidroetanólico de D. brasiliensis (2000 mg/kg), veículo (água)

e metil-metano-sulfóxido (MMS) (50 mg/kg). 24 h após os tratamentos os

animais foram eutanasiados em câmara de CO2 para retirada dos fêmures. As

células foram obtidas do canal medular, lavado três vezes com 1 mL de meio

de cultura SFB. O material coletado foi submetido à centrifugação a 1000 g

durante 10 minutos para formação do sedimento. O sobrenadante foi

descartado e o sedimento ressuspendido em 500 µL de SBF. A viabilidade

celular foi verificada utilizando a técnica de exclusão por azul de trypan.

Desta suspensão foram realizados os esfregaços das células. As laminas

foram fixadas e coradas pelo método de Rosenfeld. 100 eventos por lâmina

foram avaliados, no qual serão observados o número de eritrócito

policromáticos (EPC) e de eritrócitos contendo micronúcleo (EPCMN) e a

proporção entre eles (KRISHNA; HAYASHI, 2000; MAVOURNIN et al.,

1990; OECD, 1997;).

4.4.4 Atividade hemolítica

A atividade hemolítica do extrato hidroetanólico de D. brasiliensis foi

investigada de acordo com o método de Parnham Wetzig (1993). O sangue

foi coletado dos animais do experimento de micronúcleo do grupo veículo

(descrito acima), em tubos contendo heparina, esses foram centrifugados a

1000 g durante 10 minutos. O sedimento foi lavado três vezes com tampão

fosfato-salino (PBS) (pH 7,4) gelado, através de centrifugação a 1000 g

durante 10 minutos e ressuspendidos com o mesmo tampão. Diferentes doses

do extrato hidroetanólico de D. brasiliensis em PBS (0,1, 1, 10, 100 e 1000

µg/mL) foram adicionadas à suspensão de eritrócitos e incubadas durante 1 h

a 37 ºC. Após o período de incubação, as células foram centrifugadas e o

sobrenadante foi usado para mensurar a absorbância da hemoglobina (Hb)

liberada em 540 nm. O valor médio foi calculado a partir de ensaios em

duplicata. A hemólise completa foi permitida utilizando 0,2% de Triton X-

100 obtendo-se o 100% como valor de controle positivo. Como controle

negativos foram utilizados tubos contendo apenas PBS. Menos de 10% de

hemólise foi considerada efeito não-tóxico. Os dados observados foram

expressos como % de liberação Hb em comparação com 100% de hemólise

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68

do mesmo número de células utilizando 0,2% de Triton X-100 (PARNHAM;

WETZIG, 1993; SUGANTHY et al., 2014).

4.4.5 Apresentação e análise dos resultados toxicológicos

Para a análise estatística dos resultados obtidos foi utilizada ANOVA e

para comparação das médias dos grupos testados foi utilizado o teste de

Tukey, empregando os softwares Statistica® versão 10.0 e GraphPad Prism®

versão 6.0. Os valores de p < 0,05 foram considerados indicativos de

significância.

4.5 Isolamento de compostos das folhas de D. brasiliensis

4.5.1 Obtenção do extrato

As folhas de D. brasiliensis (200 g) foram secas a 40 ºC em estufas por

2 dias e moídas. Foi utilizado clorofórmio (CHCl3) como solvente extrator

(500 mL) em temperatura ambiente por 7 dias. O solvente foi evaporado em

rotaevaporador sob pressão reduzida, obtendo-se 19,58 g do extrato (9,79%

de rendimento em relação as folhas).

4.5.2 Procedimentos experimentais gerais

Os espectros de ressonância magnética nuclear (RMN) foram

registrados em espectrômetros Bruker, modelos DPX-300 operando a 300

MHz para o núcleo do hidrogênio e a 75 MHz para o núcleo do carbono-13.

Clorofórmio-d e Piridina-d (Aldrich) foram usados como solventes, sendo o

pico residual do derivado não deuterado empregado como padrão interno. Os

espectros de infravermelho (IV) foram registrados no aparato IRPrestige-21

Shimadzu® (filme KBR). Para o espectro de massas usou-se o cromatógrafo

gasoso acoplado com detector de massa (CG/EM) da marca Shimadzu®

modelo GCMS-QP2010, equipado com injetor automático modelo AOC-20i.

A coluna cromatográfica que foi utilizada é uma RTX-1 com 30 m de

comprimento, 0,25 mm de diâmetro e 0,1 μm de fase estacionária. As

condições cromatográficas foram: gás de arraste, hélio, com fluxo de 0,75

mL/min constante; temperatura do injetor: 290º C; tipo de injeção "splitless";

volume injetado 1 μL; programação da coluna, 120 ºC por 2 min, 25 ºC/min

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até 310 ºC por 18 min; tempo total 25,80 min. Para as separações

cromatográficas em coluna foram utilizados gel de sílica (Merck, 230-400

mesh) como fase estacionária e como fase móvel hexano, acetato de etila e

etanol (Vetec), enquanto que para as separações por cromatografia em

camada delgada foi utilizado gel de sílica 60 PF254 (Merck). Os reveladores

cromatográficos utilizados foram luz UV em 254 e 365 nm e anisaldeído

sulfúrico.

4.5.3 Isolamento e identificação dos compostos das folhas de D. brasiliensis

Parte do extrato das folhas (13,68 g) foi submetido a cromatografia em

coluna aberta (ϕi 4,0 cm) utilizando como fase estacionária sílica gel (150 g).

A eluição iniciou com hexano e gradualmente foi enriquecida com acetato de

etila (AcOEt) 0:100 (v/v) e posteriormente etanol (EtOH) 0:100 (v/v),

rendendo 60 frações, a qual foi denominada Coluna A (CA). Na fração 19-33

eluída com hexano-AcOEt 85:15 (v/v) proveniente da CA um sólido branco

foi isolado, denominado de DBFA 19-33 (0,112 g) rendendo 0,57% em

relação ao extrato bruto.

A fração 34 (1,13 g) eluída com hexano-AcOEt 50:50 (v/v) foi

submetida a novo procedimento cromatográfico, utilizando-se sílica gel

como fase estacionária (25,56 g, ϕi 2 cm) e eluída com hexano-AcOEt

gradativamente. Foram coletados 35 frações com aproximadamente 20 mL

cada, a coluna foi denominada de Coluna B (CB). Proveniente da CB a fração

14 foi isolada como um sólido branco denominado DBFA 14 (0,016 g) com

rendimento de 0,08%.

A fração 35-49 (6,61 g) obtida da CA foi empacotada com sílica gel

(59,56 g, ϕi 2 cm) e eluída com hexano-AcOEt e posteriormente EtOH, foram

coletados 36 frações de 10 mL cada, a coluna foi denominada de Coluna C

(CC). A fração 20-24 (0,84 g) da CC foi submetida a novo procedimento

cromatográfico, utilizando como fase estacionária sílica gel (49,09 g, ϕi 2 cm)

e eluída com hexano-AcOEt e EtOH, foi denominada como Coluna D (CD).

Proveniente da CD, na fração 26 eluída com AcOEt-EtOH 50:50 (v/v) foi

isolado sólido amarelo claro (0,018 g) com rendimento de 0,12% em relação

ao extrato bruto e foi denominada de DBFA 26.

A fração 25-28 (1,14 g) oriunda da CC foi recromatografada, utilizando

como fase estacionária sílica gel (34,44 g, ϕi 2,5 cm) e hexano-AcOEt como

eluentes, foram coletados 82 frações de 10 mL cada, esta foi denominada

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Coluna E (CE). A fração 25-28 eluída com hexano-AcOEt 45:55 (v/v) foi

isolado como um sólido amorfo de cor amarela, com uma massa de 0,023 g

(0,12% em relação ao extrato bruto), este foi denominado de DBFA 25-28.

Todos os compostos isolados foram submetidos a técnicas

espectroscópicas para posterior identificação.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Otimização do processo de extração dos drimanos

Com o intuito de obter um extrato com maiores concentrações dos

sesquiterpenos drimanos 1, 2 e 3, várias condições de extração foram

testadas, incluindo diferentes solventes, proporção droga vegetal:solvente e

tempo de extração. As cascas de D. brasiliensis permaneceram em contato

com o solvente nas proporções 1:10 e 1:20 (m/v), durante 2 e 6 h por

maceração dinâmica. Os solventes selecionados foram hexano, solvente

apolar, e diclorometano, solvente de média polaridade. A escolha do solvente

foi baseada em estudos anteriores, no qual extratos obtidos com CHCl3,

solvente de média a baixa polaridade, resultaram em maiores concentrações

dos sesquiterpenos drimanos do que extratos realizados com metanol,

solvente polar (MALHEIROS, 2001). Os drimanos 1, 2 e 3 foram escolhidos

para serem quantificados nos extratos devido às atividades biológicas

apresentadas, principalmente a citotóxica frente a algumas células

cancerígenas (FRATONI et al., 2016).

Os rendimentos dos extratos obtidos após a evaporação do solvente

estão apresentados na Tabela 1. Na análise de covariância realizada observa-

se que os rendimentos dos extratos são maiores e estatisticamente diferentes

(p < 0,05) para o solvente DCM em relação ao hexano. Quando utilizado

hexano como solvente extrator, a proporção droga vegetal:solvente e o tempo

não influenciaram no rendimento dos extratos, sendo todos iguais (p > 0,05).

Para o solvente DCM a proporção droga vegetal:solvente não apresentou

influência na extração, enquanto o tempo de maceração apresentou influência

no rendimento (p < 0,05) (Figura 5).

Para todas as análises os extratos obtidos com DCM tiveram o

rendimento aproximadamente 10 vezes maior em relação aos obtidos com

hexano. Portanto para obter um melhor rendimento em massa de extrato com

a redução na quantidade de solvente orgânico a condição ideal é utilizar

DCM, na proporção 1:10 e no tempo de 6 h.

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72

Tabela 1 – Rendimento dos extratos das cascas de Drimys brasiliensis.

Solvente Proporção

(m/v)

Tempo

(h)

Rendimento ± s*

(g)

Rendimento

(%)

Hexano

1:10

2 9,70 ± 0,60 0,24a

6 14,10 ± 2,00 0,35a

1:20

2 8,00 ± 0,10 0,20a

6 16,20 ± 0,80 0,40a

DCM

1:10

2 86,50 ± 0,50 2,16b

6 112,40 ± 10,20 2,81cd

1:20

2 98,40 ± 5,30 2,46bc

6 124,80 ± 9,30 3,12d

s = desvio padrão; DCM = Diclorometano; *média das réplicas dos extratos; letras

iguais correspondem à médias estatisticamente iguais (p > 0,05).

5.1.1 Análise dos extratos por CCD

Os extratos obtidos foram avaliados inicialmente por CCD, juntamente

com os padrões dos drimanos de interesse previamente isolados. Na Figura 6

está apresentada a placa de CCD dos diferentes extratos com os compostos

isolados. Pode-se evidenciar a presença dos 3 drimanos em ambos os líquidos

extratores. O fator de retenção (Rf do inglês retention factor) de cada drimano

foi mensurado, drimanial (1) Rf = 0,26, 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2)

Rf = 0,35 e 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3) Rf = 0,59. A fase móvel

escolhida foi hexano e acetato de etila 60:40 (v/v), pois os compostos eluiram

com Rf distintos e o revelador escolhido foi o solvente anisaldeído sulfúrico

a quente por ser seletivo para terpenos.

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73

Figura 5 – Rendimento (g) dos extratos das cascas de D. brasiliensis na avaliação do

líquido extrator, proporção droga vegetal:solvente e tempo de extração.

Hexano

DCMTempo: 2 h

1:10 1:20

Proporção droga:solvente

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

Rendim

ento

(%

)

Tempo: 6 h

1:10 1:20

Proporção droga:solvente

Figura 6 – CCD dos extratos obtidos em hexano e DCM, 2 e 6 h na proporção 1:20 e

drimanos 1-3 extraídos das cascas de D. brasiliensis.

a) 2 horas b) 6 horas

H= extrato em hexano; D = extrato em DCM; (1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-

poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial.

Todos os extratos apresentaram perfis fitoquímicos semelhantes e neles

todos os drimanos foram visualizados. Quantidades iguais de extrato foram

aplicadas em cada ponto, então pode-se dizer que, onde há manchas mais

fortes há maior concentração das substâncias. Nota-se que a intensidade da

H D 1 2 3 H D 1 2 3

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74

cor é menor para os extratos obtidos com o solvente hexano, independente da

proporção ou tempo utilizado.

A técnica de CCD foi útil para análise qualitativa dos drimanos nos

extratos de D. brasiliensis. A CCD é uma técnica barata, de fácil acesso e

manuseio e que trouxe informações qualitativas relevantes.

5.1.2 Análise dos extratos por CG

Os extratos obtidos das cascas de D. brasiliensis foram avaliados por

CG devido à característica apolar dos mesmos. A cromatografia gasosa é uma

técnica eficiente para a separação de substâncias voláteis, sendo muito

empregada para a análise qualitativa e quantitativa (COLLINS; BRAGA;

BONATO, 2006). Inicialmente os drimanos isolados foram avaliados e após

alguns ajustes no método, foi possível detectar picos com TR de 14,86, 14,86

e 13,17 respectivamente para os drimanos 1, 2 e 3 conforme apresentado na

Figura 7.

Os cromatogramas dos diferentes extratos estão apresentados nas

Figuras 8 e 9. Os picos presentes nos cromatogramas são de substâncias que

se volatilizam na temperatura definida no método. Assim só substâncias

voláteis, ou que se volatilizam, podem ser detectadas pelo cromatógrafo. O

perfil cromatográfico dos extratos é semelhante, mas como a intensidade dos

picos está relacionada com a concentração, pode-se perceber concentrações

diferentes de alguns metabólitos nos distintos extratos. É possível observar

nos cromatogramas que há presença de vários picos com TR abaixo de 8 min,

caracterizando um perfil de extração de compostos de baixa polaridade. Os

drimanos avaliados apresentam tempo de retenção acima de 12 min e nessa

região poucos picos são detectados. O drimano 2 está em pequena quantidade

nos extratos e, em alguns, pode ser confundido com o ruído. Já os drimanos

1 e 3 são facilmente detectados.

Na Tabela 2 estão apresentadas as áreas em porcentagem dos 3

drimanos obtidos por CG. O drimano 1 apresentou as maiores áreas entre os

3 compostos avaliados, sendo que nos extratos com o solvente DCM ele está

em maior quantidade quando comparado com o hexano. O drimano 2 teve as

menores áreas, ele está no limite de detecção para alguns extratos e assim

dificultou a sua análise. As áreas do drimano 3 se mantiveram muito próximas

nos diferentes extratos.

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75

Figura 7 – Perfil cromatográfico por CG dos padrões 1-3.

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-

poligodial.

Figura 8 – Perfil cromatográfico por CG dos extratos em hexano e DCM das cascas

de D. brasiliensis na proporção 1:10 e 1:20 em 2 horas.

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-

poligodial.

(1) Hexano 1:10

DCM 1:10

Hexano 1:20

DCM 1:20

(3)

(2)

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76

Figura 9 – Perfil cromatográfico por CG dos extratos em hexano e DCM das cascas

de D. brasiliensis na proporção 1:10 e 1:20 em 6 horas.

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-

poligodial.

A técnica de CG se mostrou eficiente, com o preparo da amostra e tempo

de análise rápidos, ela obteve informações qualitativas relevantes dos extratos

de D. brasiliensis.

5.1.3 Análise dos extratos por CLAE

A quantificação dos drimanos drimanial (1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-

poligodial (2) e 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3) nos extratos obtidos

com diferentes solventes, proporção droga vegetal:solvente e tempo de

extração foi realizada por CLAE seguindo a metodologia desenvolvida por

Athayde (2015), a fim de estabelecer qual extrato apresenta uma maior

concentração dos drimanos.

A presença dos drimanos de interesse nos diferentes extratos foi

confirmada por CLAE através da comparação do tempo de retenção e perfil

de absorção no ultravioleta dos compostos comparados com os padrões

puros. Nas Figuras 10 e 11 estão apresentados os cromatogramas dos extratos.

Os tempos de retenção para os drimanos 1, 2 e 3 foram 25,26 ± 0,01; 24,14 ±

0,01 e 33,03 ± 0,01 min respectivamente. O detector utilizado para as análises

foi o UV. Foram observados dois máximos de absorção em 227 e 310 nm

para os 3 drimanos. O comprimento de onda selecionado foi 310 nm por

apresentar uma melhor seletividade, pois outros grupos cromóforos podem

interferir na análise em 227 nm.

Hexano 1:10

DCM 1:10

Hexano 1:20

DCM 1:20

(1) (2)

(3)

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77

Tabela 2 – Área em porcentagem dos compostos 1-3 nos extratos das cascas de D. brasiliensis por CG.

Solvente Proporção

(m/v)

Tempo

(h)

1

(área %) ± s*

2

(área %) ± s*

3

(área %) ± s*

Hexano

1:10 2 4,83 ± 0,62a 1,39 ± 0,60ab 6,28 ± 0,64abc

6 6,10 ± 0,59a 1,17 ± 0,22ab 7,83 ± 0,55a

1:20 2 8,10 ± 2,33ab 2,07 ± 0,84b 6,64 ± 0,18ab

6 5,23 ± 0,84a 0,86 ± 0,44ab 6,83 ± 0,38ab

DCM

1:10 2 12,79 ± 0,97c 0,24 ± 0,03a 4,49 ± 0,86cd

6 14,26 ± 0,05c 0,36 ± 0,22a 5,91 ± 0,08bc

1:20 2 12,92 ± 0,46c 0,32 ± 0,13a 3,70 ± 0,31d

6 11,88 ± 0,29bc 0,32 ± 0,04a 5,95 ± 0,08bc

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial; s = desvio padrão; CV = coeficiente de

variação; *média das réplicas dos extratos; letras iguais na mesma coluna correspondem à médias estatisticamente iguais (p > 0,05).

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78

Figura 10 – Perfil cromatográfico por CLAE dos extratos em hexano e DCM das

cascas de D. brasiliensis na proporção 1:10 e 1:20 em 2 horas.

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-

poligodial.

Figura 11 – Perfil cromatográfico por CLAE dos extratos em hexano e DCM das

cascas de D. brasiliensis na proporção 1:10 e 1:20 em 6 horas.

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-

poligodial.

Os 3 drimanos foram quantificados nos extratos usando a curva analítica

de cada um dos marcadores estabelecidas por Athayde (2015). Na Tabela 3

estão apresentadas as concentrações em mg/g de extrato de cada drimano e a

porcentagem total nos diferentes processos extrativos.

Inicialmente foi realizada análise de correlação linear entre o

rendimento em massa de cada extrato com a concentração de cada drimano.

Pode-se observar na Figura 12 que o drimanial (1) e o 1-β-(p-cumaroiloxi)-

poligodial (2) apresentaram uma forte correlação com o rendimento dos

extratos, como valores de r = 0,9676 e r = 0,9671, respectivamente. Assim

pode-se afirmar que quanto maior a massa extraída maior a quantidade dos

Hexano 1:10

DCM 1:10

Hexano 1:20

DCM 1:20

(3)

(1) (2)

Hexano 1:10

DCM 1:10

Hexano 1:20

DCM 1:20

(3)

(1) (2)

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79

drimanos 1 e 2 nos extratos. Já o 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3)

apresentou uma fraca correlação com o rendimento em massa do extrato, com

valor de r = 0,4145, devido a facilidade deste composto ser extraído nos

diferentes solventes, a concentração deste se mostra igual, indiferente do

rendimento em massa de cada extrato avaliado.

Figura 12 – Correlação linear do rendimento em massa (%) dos extratos com o

rendimento do drimanial (1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) e 1-β-(p-

metoxicinamil)-poligodial (3) (mg/g de extrato).

(1) (2)

10 20 30 40 50 60 70 80 90

Drimanial (mg/g de extrato)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Ren

dim

ento

(%

)

-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16

1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (mg/g de extrato)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Ren

dim

ento

(%

)

(3)

40 60 80 100 120 140 160 180

1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (mg/g de extrato)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Ren

dim

ento

(%

)

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80

Tabela 3 – Concentração dos compostos 1-3 em mg/g dos extratos obtidos das cascas de D. brasiliensis.

Solvente Proporção

(m/v)

Tempo

(h)

1

(mg/g de extrato)

± s*

2

(mg/g de extrato)

± s*

3

(mg/g de extrato)

± s*

Drimanos totais

(%)

Hexano

1:10 2 14,03±0,63a 0,96±0,02a 63,18±14,34ac 7,82

6 28,57±5,31b 0,76±0,06a 131,10±42,79abc 16,04

1:20 2 16,83±0,91ab 0,72±0,02a 54,62±4,87c 7,22

6 19,38±0,56ab 0,30±0,00a 138,35±19,85ad 15,50

DCM

1:10 2 55,23±0,93c 6,62±0,14b 84,09±5,39ace 14,59

6 70,39±1,91d 11,67±1,14c 134,29±11,93ab 21,63

1:20 2 51,20±5,71c 7,31±0,76b 97,00±12,18acf 15,55

6 80,77±6,40d 14,9±1,59c 152,43±14,83bdef 24,73

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial; s = desvio padrão; *média das réplicas dos

extratos; letras iguais correspondem à médias estatisticamente iguais (p > 0,05).

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81

Para cada composto foi realizado a análise de covariância, a fim de

demonstrar qual o melhor processo de extração. O drimanial (1) foi

quantificado em todos os extratos. O solvente e o tempo foram os fatores que

influenciaram na extração deste composto (p < 0,05). As concentrações de

drimanial (1) nos extratos com o solvente DCM foram estatisticamente

diferentes e superiores as encontradas nos extratos com hexano. O tempo de

extração em 6 h também se mostrou mais eficiente para a extração do drimano

1 do que o tempo de 2 h. Em relação a proporção droga vegetal:solvente, 1:10

foi tão eficaz quanto 1:20 na extração deste drimano (p > 0,05). Assim, a

melhor condição de extração para o composto 1 foi utilizando solvente DCM,

em uma proporção 1:10 (menor volume de solvente) e com o tempo de

extração de 6 h (Figura 13).

O 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) foi o composto com as menores

concentrações em todos os extratos. Os fatores solvente e tempo de extração,

como para o composto 1 também influenciaram na extração do composto 2

(p < 0,05). Já a proporção não foi um fator importante, no qual a concentração

do drimano foi estatisticamente igual para 1:10 e 1:20 (p > 0,05). O DCM e

o tempo de 6 h novamente se mostram superiores ao solvente hexano e o

tempo de 2 h (p < 0,05). Neste caso, o DCM, na proporção 1:10 e no tempo

de 6 h de extração também foi a melhor condição para obter um maior

rendimento do composto 2 (Figura 14).

O drimano 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3) teve uma fraca

correlação com o rendimento dos extratos brutos, e essa diferença também

pode ser observada nas suas concentrações nos diferentes processos

realizados (Tabela 3). O teor do composto 3 não apresentou diferença quando

avaliados os diferentes solventes e proporções (p > 0,05), no entanto o tempo

de extração influenciou, quando utilizado 6 h de extração os valores foram

superiores ao extraídos em 2 h (p < 0,05) (Figura 15). O drimano 3 por ter

uma característica mais apolar do que os outros 2 drimanos, foi facilmente

extraído com os dois solventes.

A porcentagem de drimanos presente em cada extrato também foi

determinada, conforme mostrado na Tabela 3. Os extratos apresentaram de

7,22 a 24,73% de drimanos. Os procedimentos realizados com DCM em 6

horas foram mais eficazes, uma vez que quase um quarto do extrato obtido

são os drimanos 1, 2 e 3.

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82

Figura 13 – Concentração do drimanial (1) nos extratos das cascas de D. brasiliensis

na avaliados por CLAE.

Hexano

DCMTempo: 2 h

1:10 1:20

Proporção droga:solvente

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Dri

man

ial

(mg

/g d

e ex

trat

o)

Tempo: 6 h

1:10 1:20

Proporção droga:solvente

Figura 14 – Concentração do 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) nos extratos das

cascas de D. brasiliensis na avaliados por CLAE.

Hexano

DCMTempo: 2 h

1:10 1:20

Proporção droga:solvente

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

1-β-(

p-c

um

aro

iloxi)

-poligodia

l (m

g/g

de e

xtr

ato

)

Tempo: 6 h

1:10 1:20

Proporção droga:solvente

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Figura 15 – Concentração do 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3) nos extratos das

cascas de D. brasiliensis na avaliados por CLAE.

Hexano

DCMTempo: 2 h

1:10 1:20

Proporção droga:solvente

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

1-β-(

p-m

eto

xic

inam

il)-

po

lig

od

ial

(mg

/g d

e ex

trat

o)

Tempo: 6 h

1:10 1:20

Proporção droga:solvente

Athayde (2015) realizou estudo para a otimização do processo de

extração para os sesquiterpenos drimanos a partir das cascas de D.

brasiliensis, utilizou como líquido extrator misturas de etanol e água. A

melhor condição estabelecida foi utilizando etanol 96 ºGL, proporção droga

vegetal:solvente 1:10 e maceração dinâmica por 8 h. Na Tabela 4 estão

apresentadas as concentrações de cada drimano obtida pela autora comparado

ao melhor processo extrativo do presente estudo. Pode ser observado que as

concentrações dos drimanos obtidas no presente estudo foram superiores aos

encontrado por Athayde (2015). Devido os drimanos apresentarem uma

polaridade mais baixa, eles foram facilmente extraídos com o DCM, assim,

utilizar um solvente de média polaridade, manter as cascas em menor tempo

de contato com o solvente e utilizar uma menor quantidade deste, possibilita

uma extração eficiente sesquiterpenos drimanos das cascas de D. brasiliensis.

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Tabela 4 – Comparação das concentrações dos compostos 1-3 em mg/g dos extratos

obtidos das cascas de D. brasiliensis.

Drimanos

Processos extrativos

96 ºGL; 1:10; 8 h

(mg/g de extrato ± s)*#

DCM; 1:10; 6 h

(mg/g de extrato ± s)*

1 42,16 ± 0,09 70,39 ± 1,91

2 7,19 ± 0,08 11,67 ± 1,14

3 83,66 ± 0,11 134,29 ± 11,93

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-

poligodial; s = desvio padrão; *média das réplicas; #Athayde (2015).

Na tentativa de verificar se a CG seria uma técnica possível para a

quantificação dos drimanos foi avaliada a área em porcentagem direta, tendo

em vista que esta prática é mais usada para determinar a composição de óleos

essenciais. Todos os compostos presentes em um óleo essencial têm por

característica volatilizarem na temperatura que são submetidos a análise por

CG, e assim, o processo de quantificação da área em porcentagem pode ser

facilmente determinado. No presente estudo por se tratar de um extrato, no

qual muitas substâncias são extraídas, não foi possível afirmar que todos os

compostos foram voláteis na temperatura que a análise foi submetida, e assim

detectados. Este foi um fator que pode ter influenciado na análise por CG.

Na Figura 16 está a comparação das concentrações dos compostos 1-3

nos extratos de D. brasiliensis avaliados por CLAE (mg/mL) e CG (área em

porcentagem). Pela análise por CLAE o composto 3 está em maior

quantidade, seguido do 1 e 2, no entanto por CG a relação de área do

composto 1 é maior. Outra divergência encontrada é com relação aos

compostos 2 e 3 nos extratos obtidos com hexano. A porcentagem em área e

é maior nos extratos em hexano do que nos extratos em DCM quando

analisados por CG.

A metodologia realizada por CLAE para a quantificação dos drimanos

nos extratos de D. brasiliensis foi validada, e a concentração de cada

composto foi determinada pela equação da reta obtida por uma curva

analítica, por isso se tem maior confiabilidade nos resultados obtidos por essa

técnica. Assim, pode-se estabelecer que a análise da área direta por CG não

foi precisa para a quantificação dos drimanos, mas se mostrou eficiente e

rápida quando avaliados qualitativamente. Realizar uma curva analítica para

cada drimanos na CG, e obter através da equação da reta os rendimentos dos

compostos seria uma proposta mais precisa para a quantificação, uma vez que

o tempo de análise é muito menor comparado com o da CLAE. Em quanto a

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análise por CLAE foi de 50 min, a CG levou 20 min para a obtenção dos

cromatogramas. Outro aspecto é a utilização de solventes, que na CLAE um

grande volume é usado para a fase móvel.

Figura 16 – Comparação das concentrações dos compostos 1-3 nos extratos de D.

brasiliensis avaliados por CLAE e CG.

a) Análise por CLAE

b) Análise por CG

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-

poligodial; Hex = hexano; DCM = diclorometano.

Por todos esses aspectos as técnicas de CCD e CG foram eficientes e

rápidas para a análise qualitativa dos extratos e a CLAE mais precisa para a

quantificação dos drimanos. Assim pode-se estabelecer que o melhor

0

50

100

150

200

250

300

350

Hex

1:10

Hex

1:20

DCM

1:10

DCM

1:20

Hex

1:10

Hex

1:20

DCM

1:10

DCM

1:20

2 horas 6 horas

Co

nce

ntr

ação

(m

g/m

L)

1

2

3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Hex

1:10

Hex

1:20

DCM

1:10

DCM

1:20

Hex

1:10

Hex

1:20

DCM

1:10

DCM

1:20

2 horas 6 horas

Co

nce

ntr

ação

(%

de

área

)

1

2

3

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86

processo extrativo que proporcionaram maiores rendimentos em massa e

altas concentrações dos drimanos nos extratos foi utilizando o solvente DCM,

na proporção droga vegetal:solvente 1:10, e com tempo de 6 h de maceração

dinâmica.

5.2 Atividade citotóxica

Recentemente Fratoni et al. (2016) avaliaram os drimanos 1-3 em

células K562 e Nalm6, e obtiveram resultados de citotoxicidade

significativos. No presente estudo os extratos previamente quantificados

(hexano, 1:20 – 6 h; DCM, 1:20 – 6 h) e o extrato hidroetanólico (96 ºGL,

1:10 – 8 h) realizado por Athayde (2015) foram avaliados nas mesmas células

a fim de correlacionar a quantidade dos drimanos presentes nos extratos com

a atividade citotóxica. Os valores de CI50 (g/mL) estão listados na tabela

abaixo.

Tabela 5 – Avaliação da viabilidade celular dos extratos das cascas de D. brasiliensis

nas linhagens celulares.

Amostra K562

CI50 ±s (µg/mL)

Naml6

CI50 ±s (µg/mL)

Extrato hexano (1:20 – 6 h) 13,07 ± 0,47a 11,91 ± 1,38a

Extrato DCM (1:20 – 6 h) 20,37 ± 4,13b 14,72 ± 3,19ab

Extrato etanol (96 ºGL, 1:10 – 8 h) 29,85 ± 0,39c 20,31 ± 2,61b

Drimanial (1)* 11,12 ± 0,31 9,79 ± 0,23

1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2)* 1,40 ± 0,08 3,24 ± 0,05

1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial (3)* 5,32 ± 0,47 5,22 ± 0,15

Vincristina >20,00 ± 0,0b 2,7 ± 2,12c

s = desvio padrão; K562 = leucemia mieloide crônica; Nalm6 = linfoblástica aguda;

letras iguais na mesma coluna correspondem à médias estatisticamente iguais (p >

0,05); *Fratoni et al. (2016).

Os resultados obtidos na análise citotóxica foram comparados de acordo

com Fouche et al. (2008), no qual para a avaliação de extratos ele estabelece

a inibição total de crescimento (TGI) em quatro categorias de avaliação:

inativo (TGI > 50 µg/mL), atividade fraca (15 µg/mL < TGI < 50 µg/mL),

atividade moderada (6,25 µg/mL < TGI < 15 µg/mL) e atividade potente (TGI

< 6,25 µg/mL).

Os extratos hexano, DCM e hidroetanólico quando avaliados na célula

K562 apresentaram diferença estatística nos valores de CI50, no qual o extrato

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87

de hexano exibiu uma maior atividade citotóxica, sendo esta moderada,

enquanto os extratos DCM e hidroetanólico obtiveram uma atividade fraca.

Quando avaliada a célula Nalm6 os extratos realizados em hexano e DCM

não apresentaram diferença estatística nos valores de CI50 e obtiveram uma

atividade citotóxica moderada. O valor de CI50 do extrato hidroetanólico foi

estatisticamente igual ao obtido pelo extrato em DCM, mas biologicamente

apresentou uma atividade citotóxica fraca frente a célula avaliada.

O extrato de hexano exibiu os resultados mais significativos para ambas

as células, mesmo sendo este o que apresentou menor quantidade dos

drimanos, seguido do DCM e hidroetanólico. Por se tratar de uma matriz

complexa, o extrato em hexano possui outros compostos de caráter apolar,

que podem estar auxiliando na atividade. Quando analisado a atividade

citotóxica dos drimanos isolados reportados por Fratoni et al. (2016) nas

mesmas linhagens celulares, observa-se que os valores de CI50 são inferiores

aos apresentados pelos extratos, sendo assim a atividade mais significativa.

Porém a concentração de cada drimano encontrada nos extratos é muito

menor do que quando são avaliados isoladamente.

Os drimanos 1-3 também foram avaliados em células de linfoma de

Burkitt (RAMOS e RAJI), linfoma histiocítico difuso (U937), leucemia

linfoblástica aguda de célula T (MOLT4), leucemia linfoide aguda (REH e

B15), osteossarcoma (HOS) e carcinoma de pulmão (NCI-H1299). Os dados

estão apresentados na Tabela 6. Os resultados de CI50 variaram de 10,13 a

13,86 µM para o composto 1, 1,29 a 14,35 µM para o 2 e de 0,13 a 12,31 µM

para o 3. O composto 2 demonstrou resultados significativos para as células

U937, MOLT4 e B15 com valores de IC50 1,29, 1,77 e 1,74 μM, no entanto

entre os drimanos avaliados o 3 foi o que apresentou os melhores resultados

com valores de CI50 de 0,80, 0,13 e 1,17 μM para as células RAJI, MOLT4 e

REH, respectivamente. A atividade citotóxica do drimano 3 para as células

RAJI e MOLT4 foram estatisticamente iguais as apresentadas pelo controle

positivo daunorrubicina.

Quando se compara os valores de CI50 entre os drimanos 1 e 3, cuja

única diferença é a presença do grupamento hidroxila no carbono C-5 no

composto 1, observa-se uma diminuição da atividade. Em relação ao

composto 2, que não apresenta o grupamento hidroxila no carbono C-5, mas

sim no carbono C-7’ do grupamento cinamil os valores também são melhores

em relação ao composto 1.

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88

Alguns valores de CI50 devem ser revistos, como os resultados do

composto 2 para as células RAMOS, RAJI, MOLT4 e o composto 3 para a

célula RAMOS e estes tiveram um desvio padrão elevado, indicando que o

teste não foi muito reprodutível, entretanto os valores das médias mostram

que estes compostos apresentam uma efetiva atividade frente essas células.

5.3 Toxicologia

5.3.1 Toxicologia aguda

Na medicina tradicional assume-se que a plantas são seguras, devido ao

longo tempo de uso. No entanto, as avaliações toxicológicas dos extratos de

plantas medicinais são indispensáveis para definir a segurança de seu

tratamento (FENNELL et al., 2004; SPONCHIADO et al., 2016). Assim,

neste trabalho foi avaliado a toxicidade do extrato hidroetanólico das cascas

de D. brasiliensis, para estabelecer possíveis efeitos adversos da planta.

Os resultados obtidos no estudo de toxicologia aguda não demonstraram

mortalidade na dose administrada por via oral (2000 mg/kg), assim a DL50 do

extrato das cascas de D. brasiliensis é superior a 2000 mg/kg e o extrato foi

considerado não-tóxico. Ainda, os animais tratados com o extrato não

apresentaram sinais tóxicos como irritabilidade, contorções, tremores,

convulsões, movimento straub, hipnose, sinais de anestesia, aumento ou

diminuição na micção ou defecação, piloereção ou cianose, comparados ao

grupo controle.

Comumente, a mudança do peso corporal e peso relativos dos órgãos

tem sido aceito como um sensível indicador de efeitos tóxicos causado por

xenobióticos (MICHAEL et al., 2007). No estudo não foi observado

diferença estatística no consumo de água e ração entre o grupo tratado e o

grupo veículo como pode ser visualizado na Tabela 7. Os animais tratados

com o extrato de D. brasiliensis apresentaram um consumo maior de

alimento, no entanto isto não alterou o peso desses animais quando

comparados ao veículo (Figura 17). Em adição, também não foi observado

diferença no peso relativo dos órgãos entre os grupos (Tabela 8) e não foram

observadas lesões e alterações macroscópicas nos órgãos vitais que poderia

ser atribuída ao tratamento com D. brasiliensis.

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89

Tabela 6 – Avaliação da viabilidade celular dos compostos 1-3 nas linhagens celulares.

CI50 ± s (M)

Amostra RAMOS RAJI U937 MOLT4 REH B15 HOS H1299

1 10,13 ±

0,11a

10,38 ±

0,12a

10,74 ±

0,07a

12,42 ±

0,41a

13,86 ±

0,24a

11,88 ±

0,22a

13,72 ±

0,52a

11,58 ±

0,31a

2 4,09 ±

3,72bc

6,54 ±

3,90a

1,29 ±

0,04b

1,77 ±

1,28b

1,62 ±

0,04b

1,74 ±

0,13b

14,35 ±

0,57a

14,03 ±

0,59b

3 7,24 ±

2,53ab

0,80 ±

0,10b

10,63 ±

0,35a

0,13 ±

0,01bc

1,17 ±

0,08c

10,65 ±

0,04c

12,31 ±

0,27b

11,76 ±

0,30a

Daunorrubicina 0,21 ±

0,18c

0,02 ±

0,01b

0,11 ±

0,01c

0,001 ±

0,000c

0,01 ±

0,00d

0,09 ±

0,00d

0,08 ±

0,06c

0,09 ±

0,06c

(1) drimanial; (2) 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial; (3) 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial; s = desvio padrão; RAMOS e RAJI = linfoma

de Burkitt; U937 = linfoma histiocítico difuso; MOLT4 = leucemia linfoblástica aguda de célula T; REH e B15 = leucemia linfoide

aguda; HOS = osteossarcoma; NCI-H1299 = carcinoma de pulmão; letras iguais na mesma coluna correspondem à médias

estatisticamente iguais (p > 0,05).

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90

Na literatura foi encontrado um estudo toxicológico realizado por

Gomes et al. (2013), que avaliaram o peso dos órgãos e sinais de toxicidade

dos animais, sob o efeito do óleo essencial das folhas de D. brasiliensis. O

óleo foi administrado por via oral nas doses de 175, 550 e 1000 mg/kg. Os

autores não observaram diferença no peso dos órgãos do grupo tratado com

o grupo controle, no entanto sinais tóxicos como redução da atividade

locomotora, ptose, exoftalmia, micção, diarreia, salivação, tremores, aumento

da taxa de respiração e contorção foram observados.

Nas folhas de D. brasiliensis são encontrados compostos como álcoois

e ácidos graxos, lignanas, sesquiterpenos e monoterpenos. A composição

química das folhas e das cascas são diferentes, todos os trabalhos encontrados

mostram que os drimanos presentes nas folhas não apresentam o grupamento

aldeídos ligados ao C-11 e C-12, e sim o grupamento lactona, no entanto nas

cascas estes estão em maior proporção, principalmente os compostos 1, 2, 3

e 4 (CLAUDINO, 2011; MALHEIROS, 2001; SILVA, 2009).

Tabela 7 – Consumo de água e ração dos animais tratados com o extrato de D.

brasiliensis e grupo veículo.

Tratamento

Consumo Veículo ± EPM (n = 5) D. brasiliensis ± EPM (n = 5)

Ração (g) dia 7 135,56 ± 78,80 180,07 ± 30,60

dia 14 119,33 ± 36,10 171,14 ± 46,53

Água (mL) dia 7 351,67 ± 62,74 472,00 ± 48,57

dia 14 312,00 ± 89,72 494,33 ± 73,13

EPM = erro padrão da média; *p < 0,05 vs grupo veículo.

Figura 17 – Peso acumulado dos animais tratados com extrato de D. brasiliensis e

grupo veículo.

0 7 14

0

2

4

6

8

10D. brasiliensisVeículo

Dias

% d

e p

eso

acum

ula

do

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91

Tabela 8 – Peso dos órgãos dos animais do grupo veículo e o grupo tratado com

extrato de D. brasiliensis.

Tratamento

Órgão Veículo ± EPM (n = 5) D. brasiliensis ± EPM (n = 5)

Coração Absoluto 0,96 ± 0,07 0,92 ± 0,04

Relativo 0,36 ± 0,02 0,35 ± 0,01

Pulmão Absoluto 1,27 ± 0,05 1,28 ± 0,03

Relativo 0,48 ± 0,01 0,49 ± 0,01

Fígado Absoluto 7,25 ± 0,50 6,12 ± 0,28

Relativo 2,71 ± 0,16 2,34 ± 0,08

Baço Absoluto 0,74 ± 0,03 0,77 ± 0,05

Relativo 0,28 ± 0,01 0,29 ± 0,02

Rim

esquerdo

Absoluto 1,09 ± 0,06 0,96 ± 0,04

Relativo 0,41 ± 0,03 0,36 ± 0,01

Rim

direito

Absoluto 1,07 ± 0,07 0,92 ± 0,04

Relativo 0,40 ± 0,03 0,35 ± 0,01

EPM = erro padrão da média; *p < 0,05 vs grupo veículo.

Os marcadores bioquímicos são parâmetros indispensáveis para a

avaliação do funcionamento destes órgãos. Altos níveis no soro de AST, ALT

e ALP podem predizer danos hepáticos (SEIF, 2016), assim como, ureia e

creatinina em altas concentrações indicam danos renais (MODARRESI et al.,

2014). Os valores dos parâmetros bioquímicos de AST, ALT, ALP, ureia e

creatinina dos animais tratados não estão alterados, quando comparadas com

o grupo controle (Tabela 9). Os exames histopatológicos do fígado e rins dos

animais tratados apresentaram arquitetura normal e conservada, sem lesões

degenerativas ou inflamatórias (Figura 18). Em conjunto esses resultados

demonstram que o tratamento agudo com D. brasiliensis na concentração de

2000 mg/kg não produz danos hepáticos ou renais.

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92

Figura 18 – Observações histopatológicas do fígado e rim dos animais tratados com

extrato de D. brasiliensis e o grupo veículo. Aumento: 400 x

Veículo D. brasiliensis

Fígado

Rim

Tabela 9 – Parâmetros bioquímicos dos animais do grupo veículo e tratados com

extrato de D. brasiliensis.

Tratamento

Parâmetros Veículo ± EPM (n = 5) D. brasiliensis ± EPM (n = 5)

Glicose (mg/dL) 102,00 ± 28,48 92,83 ± 6,18

AST (U/L) 159,75 ± 6,01 232,60 ± 32,60

ALT (U/L) 32,25 ± 3,42 33,33 ± 2,53

ALP (U/L) 20,10 ± 3,68 19,35 ± 3,69

Colesterol total (mg/dL) 70,50 ± 9,16 45,00 ± 11,84

Ureia (mg/dL) 40,00 ± 2,12 35,00 ± 1,57

Creatinina (mg/dL) 0,41 ± 0,04 0,33 ± 0,05

EPM = erro padrão da média; AST = alanina aminotransferase; AST = aspartato

aminotrasferase; ALP = fosfatase alcalina; *p < 0,05 vs grupo veículo.

A fim de avaliar os efeitos toxicológicos do extrato de D. brasiliensis

sobre os parâmetros sanguíneos, medidas hematológicas foram realizadas

como eritrócitos (RBC), hematócrito (HTC), hemoglobina (Hb), volume

corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM),

concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM), distribuição das

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células vermelhas (RDW), plaquetas, leucócitos (WBC), neutrófilos,

linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos.

No presente estudo, pode-se observar uma diferença entre o número de

WBC do grupo tratado em relação ao grupo controle. A diferença estatística

não é biologicamente relevante, uma vez que o valor está dentro da faixa

normal para a espécie em estudo, segundo dados do biotério Charles Rivers

(LIMA et al., 2014). Os restantes dos parâmetros avaliados não apresentaram

diferença significativa em relação ao grupo controle (Tabela 10).

Tabela 10 – Parâmetros hematológicos dos animais do grupo veículo e tratados com

extrato de D. brasiliensis.

Tratamento

Parâmetros Veículo ± EPM (n = 5) D. brasiliensis ± EPM (n = 5)

RBC (106/mm3) 5,83 ± 0,16 5,90 ± 0,17

Hb (g/dL) 12,37 ± 0,58 12,75 ± 0,29

HCT (%) 32,43 ± 0,97 32,82 ± 0,90

VCM (fL) 55,63 ± 0,54 55,63 ± 0,46

HCM (pg) 21,2 ± 0,49 21,60 ± 0,17

CHCM (g/dL) 38,13 ± 0,62 38,85 ± 0,28

RDW (%) 12,97 ± 0,29 13,28 ± 0,24

Plaquetas (10³/mm³) 520,00 ± 82,95 563,00 ± 12,96

WBC (103/mm3) 1,67 ± 0,12 2,43 ± 0,13*

Neutrófilos (%) 11,00 ± 5,86 12,67 ± 3,00

Linfócitos (%) 87,33 ± 6,33 87,00 ± 2,78

Monócitos (%) 1,67 ± 0,88 0,83 ± 0,31

Eosinófilos (%) 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00

Basófilos (%) 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00

EPM = erro padrão da média; RBC = eritrócitos, Hb = hemoglobina; HTC =

hematócrito; VCM = volume corpuscular médio; MHC = hemoglobina corpuscular

média; CHCM = concentração de hemoglobina corpuscular média; RDW =

distribuição das células vermelhas; WBC = leucócitos; *p < 0,05 vs grupo veículo.

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94

5.3.2 Teste do micronúcleo e atividade hemolítica

A exposição de substâncias exógenas ou endógenas podem causar

danos no DNA, que resultam em erros na transcrição e replicação do DNA,

consequentemente ocorrem à alteração no mecanismo celular e integridade

genética, levando ao desenvolvimento de várias patologias entre elas, o

desenvolvimento do câncer (MAJIDINIA; YOUSEFI, 2016; PEARL et al.,

2015).

O teste do micronúcleo é utilizado para mensurar a segurança de

substâncias exógenas, classificando ou não como mutagênico. Os

micronúcleos representam fragmentos cromossômicos ou cromossomas

deixados para trás na anáfase. É basicamente um teste para avaliar compostos

que causam rupturas cromossômicas (agentes clastogênicos) e que interferem

na divisão celular (ALBAS et al., 2014).

A Tabela 11 apresenta a porcentagem dos eritrócitos policromáticos

(PCE) e com micronúcleos (PCEMN), obtidos do grupo veículo, grupos

tratados com o extrato de D. brasiliensis (2000 mg/kg) e MMS (50 mg/kg).

O MMS produz significativamente aberrações cromossomal nas células

eritrocitárias. Pode-se observar que a quantidade de PCEMN no grupo MMS

foi de 11,90%, já no grupo veículo e tratado com o extrato os valores não

ultrapassaram 2%. Através da análise estatística foi possível observar que o

valor de PCEMN do grupo MMS é superior e estatisticamente diferente do

grupo tratado. Quando comparado o grupo veículo com o tratado os valores

são estatisticamente iguais, assim o extrato hidroetanólico de D. brasiliensis

não apresentou genotoxicidade na dose 2000 mg/kg por via oral.

Tabela 11 – Porcentagem dos eritrócitos policromáticos (PCE) e contento

micronúcleos (PCEMN) dos animais tratados com extratos da D. brasiliensis e grupo

veículo.

Grupo Dose (mg/kg) ± EPM

(n = 5)

PCEMN/1000PCE (%) ± EPM

(n = 5)

Veículo - 0,33 ± 0,33

MMS 50 11,90 ± 1,09*

D. brasiliensis 2000 1,37 ± 0,23

EPM = erro padrão da média; MMS = metil-metano-sulfóxido; *p < 0,05 vs grupo

veículo.

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95

A hemólise é considerada um bom método para avaliar a citotoxicidade,

sendo recomendada pela OECD 487 (OECD, 2014), na qual é verificada

através do extravasamento da hemoglobina por consequência da ruptura dos

eritrócitos. Os ensaios de hemólise são importantes para triagens

toxicológicas e biológicas de produtos derivados de plantas, uma vez que elas

são amplamente utilizadas na medicina popular (PEREIRA et al., 2016).

No teste de atividade hemolítica as concentrações iniciais de 0,1, 10 e

100 µg/mL do extrato não apresentaram hemólise nos eritrócitos e foram

estatisticamente diferentes do grupo Triton-X e iguais ao grupo veículo. A

concentração de 1 µg/mL embora tenha mostrado diferença estatística

comparado ao grupo veículo, também foi diferente do grupo Triton-X (Figura

19). Em média foi observado menos de 5% de hemólise para as concentrações

iniciais. No entanto, na concentração extrapolada de 1000 µg/mL, foi

observado 100% de hemólise. Essa concentração não refere toxicidade in

vivo, somente in vitro.

Figura 19 – Porcentagem de hemólise dos eritrócitos do grupo veículo, tratado com

extrato de D. brasiliensis e Triton-X.

Triton

-X

Veí

culo 0,

1 1 10 100

1000

0

2

4

6

8

1050

60

70

80

90

100

Drimys brasiliensis (g/mL)

* **

**

# #

#

Hem

óli

se (

%)

*p < 0,05 vs grupo Triton-X; #p < 0,05 vs grupo veículo.

Em conjunto, todos os resultados obtidos com o tratamento do extrato

de D. brasiliensis não demonstraram alterações no funcionamento dos

órgãos, principalmente fígado e rins, nos parâmetros bioquímicos e

hematológicos, também não apresentou mutagenicidade e hemólise das

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96

células. Vale ressaltar que se faz necessário outros testes para estabelecer que

o extrato não apresenta toxicidade, como testes de doses repetidas e ensaio

de toxicidade crônico, e também analisar os drimanos isolados,

principalmente os que apresentaram atividade biológica significativa nos

ensaios de citotoxicidade.

5.4 Identificação dos compostos das folhas de D. brasiliensis

Na literatura existem poucos relatos sobre a composição química e

atividade biológica das folhas de D. brasiliensis. Alguns trabalhos descrevem

a presença de compostos das classes das lignanas, sesquiterpenos e

monoterpenos, como o drimenol (13), cubebina (20), sabineno (21),

biciclogermacreno (22) e ciclocolorenono (28) (GOMES, 2012; GOMES et

al., 2013; LAGO et al., 2010; LIMBERGER et al., 2007; MALHEIROS,

2001). As atividades biológicas descritas na literatura são atribuídas ao óleo

essencial das folhas, como a anti-inflamatória, nociceptiva (LAGO et al.,

2010) e citotóxica (GOMES, 2012).

Tendo em vista que se conhece pouco sobre a composição química das

folhas, este trabalho pretende auxiliar na investigação fitoquímica das folhas.

Desta forma, a partir de procedimentos cromatográficos realizados com o

extrato CHCl3 foi possível isolar e identificar 4 compostos. Na Figura 20 está

apresentado o fluxograma dos procedimentos realizados.

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97

Figura 20 – Fluxograma dos procedimentos cromatográficos do extrato clorofórmico das folhas de D. brasiliensis.

CA = coluna A; CB = coluna B; CC = coluna C; CD = coluna D; CE = coluna E.

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98

5.4.1 Composto DBFA 19-33

A substância DBFA 19-33 foi isolada como um sólido branco com

rendimento de 0,112 g e por meio de análises espectroscópicas de massas e

IV foi possível determinar a estrutura como um álcool graxo.

No espectro de IV (Figura 21) são observadas as bandas em 2848 cm-1

referente a estiramento de C-H de carbono sp3, deformação de C-H em 1469

cm-1, estiramento de O-H em 3300 cm-1 e em 1130 cm-1 estiramento de C-O.

Figura 21 – Espectro de IV do composto DBFA 19-33.

No espectro de massas (Figura 22) é possível observar o pico base em

m/z = 57 e as quebras referente a série homóloga de CH2 em m/z = 43, 57,

71, 85, 99. Com os dados em conjunto é possível sugerir que a estrutura se

trata de um álcool graxo de cadeia longa.

Figura 22 – Cromatograma e espectro de massas do composto DBFA 19-33.

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99

5.4.2 Composto DBFA 14

A substância DBFA 14 foi isolada após procedimentos cromatográficos

como um sólido branco, com rendimento de 0,016 g e foi solúvel em

clorofórmio e acetona. A estrutura foi identificada através de análises

espectroscópicas de IV, massas, RMN de 1H, 13C, DEPT, HSQC, HMBC,

COSY e NOESY como uma lignana a (8S,8’S,8’’R,8’’’R,9S,9’’R)-

bicubebina (54), trata-se de um dímero da cubebina (20), esta foi previamente

isolada das folhas de D. brasiliensis por Malheiros (2001).

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

2

5

6

79

9'7'

6'

5'

2'

9''

9'''

7'' 2''

5''6''

7'''

2''' 6'''

5'''

(8S,8’S,8’’R,8’’’R,9S,9’’R)-bicubebina (54)

No espectro de IV (Figura 26) foi observado bandas em 1610, 1498,

1485 e 1140 cm-1 referente ao estriamento de C=C dos aromáticos, uma banda

em 1242 cm-1 de estiramento de C-O e as bandas em 1850 e 1750 cm-1 relativo

as harmônicas de aromáticos.

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100

Figura 23 – Espectro de IV do composto DBFA 14.

A amostra foi avaliada por CG e um único pico foi visualizado com um

tempo de retenção de 9,35 min (Figura 27). No espectro de massas (Figura

28) não foi possível visualizar o íon molecular em 694 referente a massa do

(8S,8’S,8’’R,8’’’R,9S,9’’R)-bicubebina (54). O pico com m/z = 338 refere-se

a quebra permanecendo o monômero cubebina (20) e eliminando uma

molécula de H2O. Outras fragmentações observadas no espectro em m/z =

77, 81, 135 e 202 são referentes a outros fragmentos da molécula que estão

apresentados na Figura 29.

Figura 24 – Perfil cromatográfico por CG do composto DBFA 14.

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101

Figura 25 – Espectro de massas do composto DBFA 14.

Figura 26 – Principais fragmentações do DBFA 14.

Os espectros de 1H, 13C e DEPT estão apresentados nas Figuras 30, 31

e 32. Os valores de deslocamento químicos de 1H e 13C foram comparados

com algumas lignanas, entre elas a cubebina (20) e a

(8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55) (PASCOLI; NASCIMENTO;

LOPES, 2006). Os deslocamentos de 1H e 13C foram confirmado pelo

espectro de HSQC (Figura 33) que estabelece correlação a uma ligação entre

os carbonos e seus respectivos hidrogênios. Nas Tabelas 12 e 13 estão

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102

apresentados os valores de deslocamentos químicos da

(8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55) e do DBFA 14 e similaridade

entre os hidrogênios e carbonos dos dois compostos foi observada.

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

O

2

5

6

79

9'7'

6'

5'

2'

9''

9'''

7'' 2''

5''6''

7'''

2''' 6'''

5'''

(8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55)

Figura 27 – Espectro de RMN 1H (300 MHz, Piridina-d/TMS) do composto DBFA

14.

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103

Figura 28 – Espectro de RMN ¹3C (75,5 MHz, Piridina-d/TMS) do composto DBFA

14.

Figura 29 – Espectro de DEPT (75,5 MHz, Piridina-d/TMS) do composto DBFA 14.

O espectro de HMBC (Figura 34) apresenta correlações a 2 ou 3

ligações entre carbono e hidrogênio. Para o DBFA 14 foi observado

correlações entre a unidade do carbono anomérico com uma unidade do

hidrogênio anomérico (C:104,2 com H: 5,69 e C: 99,3 com H: 5,69) o que

sugere que as unidades estão ligadas C-9 → O → C-9’’ conforme trabalho de

Pascoli, Nascimento e Lopes (2006). Os valores de deslocamento químico

atribuidos aos C-9 e C-9’’ do DBFA 14 (C 104,2/CH; 99,3/CH) e estão

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104

diferentes do composto (8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55) (C

108,6/CH; 104,2/CH), o que sugere mudanças na conformação espacial dos

hidrogênios em questão. Em adição o espectro de COSY (Figura 35) mostrou

as correlações entre 1H-1H (1H-9 com 1H-8; 2H-9’ com 1H-8’; 1H-9’’ com

1H-8’’; 2H-9’’’ com 1H-8’’’).

Para confirmar a conformação espacial da substância o espectro de

NOESY foi obtido (Figura 36). Este correlaciona 1H-1H espacialmente. O H-

8 apresentou interação espacial com o H-9 ( 5,69), H-7 ( 2,48) e H-7’ (

2,48) o que sugere que o grupo metilenodioxibenzil está na conformação

trans ao H-9. O H-8’ correlacionou com H-7 ( 2,63) e com o H-9’ ( 4,18)

e não apresentou correlação com o H-8, sugerindo que o grupo

metilenodioxibenzil ligado ao C-8’ está trans ao mesmo grupo ligado ao C-

8. O mesmo acontece ao grupo ligado ao C-8’’, pois o H-8’’ mostrou

correlação com o H-9’’ ( 5,69), H-7’’ ( 3,18) e H-7’’’ ( 2,50),

estabelecendo que o grupo metilenodioxibenzil está na conformação trans ao

H-9’’ e o H-8’’’ correlacionou com H-7’’ ( 2,87) e com o H-9’’’ ( 4,36) e

não apresentou correlação com o H-8’’. Assim o grupo metilenodioxibenzil

também está na conformação trans ao mesmo grupo ligado ao C-8’’.

Figura 30 – Correlações espacial entre 1H-1H (↔) obtidas do espectro de NOESY do

composto DBFA 14.

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105

Tabela 12 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 1H para o composto

DBFA 14 e (8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55).

(continua)

Posição

DBFA 14 1H (ppm) mult. J

(Hz)

55* 1H (ppm) mult. J

(Hz)

DBFA 14

1D-NOESY

1

2 6,82 sl (J = 2,0) 6,46 d (J = 1,5)

3

4

5 6,83 d (J = 8,1) 6,6 d (J = 8,0)

6 6,75 dd (J = 8,1; 2,0) 6,4 dd (J = 8,0; 1,5)

7 2,48 dd (J = 13,5; 8,0)

2,63 dd (J = 13,5; 8,0)

2,32 dd (J = 13,5; 8,0)

2,47 dd (J = 13,5; 7,5)

H-8’

8 2,51 m 2,11 dddd (J = 8,0; 7,5;

6,0; 2,0)

H-7, H-7’

9 5,69 sl 4,76 d (J = 2,0) H-8

1’

2’ 6,82 sl 6,43 d (J = 1,5)

3’

4’

5’ 6,75 d (J = 8,1) 6,58 d (J = 8,0)

6’ 6,75 dd (J = 8,1; 2,0) 6,42 dd (J = 8,0; 1,5)

7’ 2,48 dd (J = 13,5; 8,0)

2,82 dd (J = 13,5; 8,0) 2,51 d (J = 8,0)

H-8

8’ 2,3 m 2,04 dddt (J = 8,5; 7,5;

6,0; 8,0)

H-7, H-9’

9’ 4,18 t (J = 8,1)

4,08 t (J = 8,1)

3,92 t (J = 8,5)

3,62 dd (J = 8,5; 7,5)

H-8’

1’’

2’’ 7,11 sl 6,51 d (J = 2,0) H-7’’

3’’

4’’

5’’ 6,72 d (J = 8,0) 6,60 d (J = 8,5)

6’’ 6,90 d (J = 8,0) 6,44 dd (J = 8,5; 2,0)

7’’ 3,18 dd (J = 13,5; 10,0)

2,87 dd (J = 13,5, 10,0)

2,49 dd (J = 13,5; 8,5)

2,43 dd (J = 13,5; 6,5)

H-2’’

8’’ 2,1 m 1,95 tdd (J = 8,5; 6,5;

5,0)

H-7’’, H-

7’’’

9’’ 5,69 sl 4,81 d (J = 5,0) H-8’’

1’’’ 6,54 d (J = 2,0)

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106

Tabela 12 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 1H para o composto

DBFA 14 e (8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55).

(conclusão)

Posição

DBFA 14 1H (ppm) mult. J

(Hz)

55* 1H (ppm) mult. J

(Hz)

DBFA 14

1D-NOESY

2’’’ 6,85 sl

3’’’

4’’’

5’’’ 6,81 d (J = 8,0) 6,64 d (J = 8,0)

6’’’ 6,90 d (J = 8,0) 6,50 dd (J = 8,0; 2,0)

7’’’ 2,75 dd (J = 13,5; 10,0)

2,50 dd (J = 13,5; 10,0)

2,36 dd (J = 13,5; 9,5)

2,60 dd (J = 13,5; 5,0)

8’’’ 2,73 m 2,27 dddt (J = 9,5; 7,0;

5,0; 8,5)

H-7’’, H-

9’’’

9’’’ 4,36 t (J = 8,0)

3,77 t (J = 8,0)

3,51 dd (J = 8,5; 7,0)

4,0 t (J = 8,5)

H-8’’’, H-

9’’’

OCH2O 8x 5,95 sl

5,77 d (W1/2 1,5)

5,82 d (W1/2 1,5)

6x 5,85 br s

Solvente Piridina-d - 300 MHz CDCl3 - 500 MHz Piridina-d -

300 MHz

*Pascoli, Nascimento e Lopes (2006); 55 = (8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin

Tabela 13 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 13C e DEPT para o

composto DBFA 14 e (8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55).

(continua)

Posição DBFA 14

13C (ppm)/DEPT

55* 13C (ppm)/DEPT

DBFA 14

2D-HBMC

1 135,9/C 133,4/C

2 109,9/CH 109,0/CH

3 148,5/C 147,7/C OCH2O

4 146,5/C 145,8/C OCH2O

5 108,8/CH 108,1/CH

6 122,3/CH 121,7/CH

7 39,3/CH2 38,5/CH2 H-6, H-9, H-2,

H-8’

8 54,3/CH 52,7/CH H-9’, H-9,

H-8’

9 104,2/CH 108,6/CH H-9’’

1’ 135,4/C 134,6/C H-8’

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107

Tabela 13 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 13C e DEPT para o

composto DBFA 14 e (8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55).

(conclusão)

Posição DBFA 14

13C (ppm)/DEPT

55* 13C (ppm)/DEPT

DBFA 14

2D-HBMC

2’ 110,2/CH 109,0/CH

3’ 148,5/C 147,6/C OCH2O

4’ 146,6/C 146,0/C OCH2O

5’ 108,8/CH 108,2/CH

6’ 122,3/CH 121,4/CH

7’ 39,6/CH2 39,4/CH2 H-9’, H-8’

8’ 46,9/CH 45,4/CH H-9’, H-9

9’ 72,2/CH2 72,4/CH2 H-9, H-8’

1’’ 134,1/C 134,1/C H-7’’, H-8’’

2’’ 110,4/CH 109,1/CH H-7’’

3’’ 147,7/C 147,7/C OCH2O

4’’ 145,7/C 145,7/C H-2’’, OCH2O

5’’ 108,7/CH 108,1/CH

6’’ 122,6/CH 121,3/CH H-7’’, H-2’’

7’’ 34,8/CH2 33,9/CH2 H-2’’, H-6’’, H-

8’’

8’’ 53,1/CH 51,7/CH H-9’’’, H-9’’,

H-7’’

9’’ 99,3/CH 104,2/CH H-9’’’, H-7’’,

H-8’’, H-9

1’’’ 134,2/C 134,2/C

2’’’ 109,9/CH 109,0/CH

3’’’ 147,6/C 147,6/C OCH2O

4’’’ 145,8/C 145,8/C OCH2O

5’’’ 108,9/CH 108,2/CH

6’’’ 122,7/CH 121,5/CH

7’’’ 40,0/CH2 39,4/CH2 H-9’’’

8’’’ 44,2/CH 43,6/CH H-9’’, H-9’’’,

H-7’’, H-8’’

9’’’ 72,6/CH2 72,4/CH2 H-9’’

OCH2O 4X 101,6/CH2 4x 100,8/CH2

Solvente Piridina-d - 300 MHz CDCl3 - 500 MHz Piridina-d - 300

MHz

*Pascoli, Nascimento e Lopes (2006); 55 = (8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin

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108

Figura 31 – Espectro de HSQC (75,5 MHz, Piridina-d/TMS) do composto DBFA 14.

Figura 32 – Espectro de HMBC (75,5 MHz, Piridina-d/TMS) do composto DBFA

14.

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109

Figura 33 – Espectro de COSY (300 MHz, Piridina-d/TMS) do composto DBFA 14.

Figura 34 – Espectro de NOESY (300 MHz, Piridina-d/TMS) do composto DBFA

14.

O composto (8S,8’S,8’’R,8’’’R,9S,9’’R)-bicubebina (54) está sendo

reportado pela primeira vez na literatura. Seu isômero

(8R,8’R,8’’R,8’’’R,9R,9’’S)-bicubebin (55), foi isolado somente das raízes de

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110

Aristolochia lagesiana e dos tubérculos de Aristolochia pubescens

(PASCOLI; NASCIMENTO; LOPES, 2006).

Na gênero Drimys o monômero cubebina (20) foi isolado, Malheiros

(2001) relata a presença nas folhas de D. brasiliensis. Esta também foi

encontrada em plantas do gênero Aristolochia (KUO; LI; WU, 2011), Justicia

(TRUJILLO et al.; 1990), Virola (CAVALCANTE; YOSHIDA;

GOTTLIEB, 1990), Cinnamomum (ADFA et al., 2016), Lychnophora

(BORSATO et al., 2000), Zanthoxyllum (BASTOS et al., 2001; SOUZA et

al., 2004) e Piper (GON; SCHAEFER, 2016; NIWA et al., 2013; PRABHU;

MULCHANDANI, 1984; RAJALEKSHMI et al., 2016; REZENDE et al.,

2016). Algumas atividades biológicas são atibuídas a cubebina (20) como

citotóxica (ADFA et al., 2016; NIWA et al., 2013; RAJALEKSHMI et al.,

2016), analgésico e antiinflamatório (BASTOS et al., 2001; BORSATO et al.

2000; SOUZA et al., 2004) antimicrobiano (REZENDE et al., 2016),

antitripanossoma (ESPERANDIM et al., 2013; DE SOUZA et al., 2005),

antihistamínico e vasodilatadora (PISSURNO; LAURENTIZ, 2017).

Na literatura não foram encontrados relatos de atividade biológica para

o dímero, mas menciona para o isômero, asssim se faz necessário avalia-lo,

principalmente frente as atividades já produzidas pela cubebina (20).

5.4.3 Composto DBFA 26

O composto DBFA 26 (0,018 g) foi isolado das folhas de D. brasiliensis

como um sólido amarelo e foi solúvel em acetona e clorofórimio. Ele foi

submetido a processos espectroscópicos de massas e RMN de 1H, 13C e

DEPT, sua estrutura foi elucidada como sendo o criptomeridiol (15),

composto pertecente a classe dos sesquiterpenos.

OH

12

OH

12

34

56

7

89

10

11

1314

15

Criptomeridiol (15)

O composto criptomeridiol possui uma massa molecular de M+ = 240,

porém no espectro de massas (Figura 37) foi observado o último pico em m/z

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111

= 225. Este é relativo a perda de uma unidade de CH3. Outras fragmentações

também podem ser observadas como m/z = 149, referente a perda da hidroxila

e metila ligada ao carbono C-4 e o grupo isopropanol ligado ao carbono C-7.

O pico em m/z = 59 é respectivo ao grupo isopropanol e o pico base em m/z

= 43 é referente ao fragmento C3H7. Estas fragmentações estão representadas

na Figura 38.

Figura 35 – Espectro de massa do composto DBFA 26.

Figura 36 – Principais fragmentações do DBFA 26.

Na Tabela 14 estão apresentados os valores de deslocamento químicos

de 1H, 13C e DEPT do composto isolado DBFA 26 comparados com os dados

da literatura do criptomeridiol (15) (TEBBAA et al., 2011). Nos espectros de 1H e 13C (Figuras 39 e 40) são observados sinais característicos do núcleo

sesquiterpênico. Os sinais no espectro de 13C em δ 72,65 e 73,27 ppm são

relativos a carbonos oxigenados de álcool terciário, evidenciando a presença

de OH nos carbonos C-4 e C-11, respectivamente.

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112

Figura 37 – Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3/TMS) do composto DBFA 26.

Figura 38 – Espectro de RMN ¹3C (75,5 MHz, CDCl3/TMS) do composto DBFA 26.

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113

Figura 39 – Espectro de DEPT (75,5 MHz, CDCl3/TMS) do composto DBFA 26.

No cromatograma obtido pelo CG (Figura 42), é observado um único

sinal, referente ao DBFA 26. Este encontra-se com 94 % de pureza,

justificando a presença do sinal em C 29,70/CH2 no espectro de 13C, referente

a resíduos de silicone utilizados nas conexões de vidros do rotaevaporador.

Figura 40 – Perfil cromatográfico por CG do composto DBFA 26.

2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0 10.0 11.0 12.0

-0.1

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

(x10,000,000)

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114

Tabela 14 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 1H e 13C para o composto DBFA 26 e dados da literatura para o

criptomeridiol (15).

Posição DBFA 26

1H (ppm) mult. J (Hz)

Criptomeridiol* 1H (ppm) mult. J (Hz)

DBFA 26 13C (ppm) / DEPT

Criptomeridiol* 13C (ppm) / DEPT

1 1,10-2,00 m 1,05-1,80 m 40,9/CH2 41,1/CH2

2 1,10-2,00 m 1,05-1,80 m 20,1/CH2 20,1/CH2

3 1,10-2,00 m 1,05-1,80 m 43,3/CH2 43,5/CH2

4 72,6/C 72,3/C

5 1,24 s 1,22 m 54,6/CH 54,8/CH

6 1,10-2,00 m 1,05-1,80 m 22,7/CH2 22,5/CH2

7 1,10-2,00 m 1,05-1,80 m 49,9/CH 49,9/CH

8 1,10-2,00 m 1,05-1,80 m 21,4/CH2 21,5/CH2

9 1,10-2,00 m 1,05-1,80 m 44,6/CH2 44,6/CH2

10 34,5/C 34,5/C

11 73,3/C 72,9/C

12 1,19 s 1,20 s 26,5/CH3 27,3/CH3

13 1,18 s 1,20 s 27,5/CH3 27,1/CH3

14 0,86 s 0,86 s 22,5/CH3 22,6/CH3

15 1,09 s 1,12 s 18,7/CH3 18,6/CH3

Solvente CDCl3 - 300 MHz CDCl3 - 300 MHz CDCl3 – 75,5 MHz CDCl3 - 75 MHz

*Tebba et al. (2011).

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115

Todos os dados espectroscópicos corroboram com os encontrados na

literatura, assim o composto DBFA 26 foi elucidado e confirmado como o

criptomeridiol (15).

No gênero Drimys o criptomeridiol (15) foi isolado anteriormente

somente das folhas de D. winteri (CRUZ; SILVA; SAMMES, 1973;

SIERRA; LÓPES; CORTÉS, 1986), sendo a primeira vez encontrado na

espécie D. brasiliensis. Na literatura é relatada sua presença nos gêneros

Hedychium (HARTATI; SUGANDA; FIDRIANNY, 2014), Esenbeckia

(RIOS; DELGADO, 2002), Artemisia (IRWIN; GEISSMAN, 1973),

Cryptomeria (SU; FANG; CHENG, 1994), Sphaeranthus (ROJATKAR;

NAGASAMPAGI, 1992), Flourensia (RIOS et al., 2013), Chenopodium

(MATA et al., 1987), Carissa (ACHENBACH, WAIBEL, ADDAE-

MENSAH, 1985), Blumea (SUJARWO et al., 2015), Cymbopogon (EVANS

et al., 1982; TEBBA et al., 2011), Goniothalamus (MOHARAM et al., 2012)

Juglans (LEE et al., 2002) e Trichilia (PUPO et al., 2002).

O criptomerediol apresenta algumas atividades biológicas, como

antifúngica (SUJARWO et al., 2015), citotóxica (LEE et al., 2002) e inibição

do fator de ativação plaquetária (MOHARAM et al., 2012).

5.4.4 Composto DBFA 25-28

A substância DBFA 25-28 foi isolada como um sólido amorfo amarelo

solúvel em clorofórmio e acetona com rendimento de 0,023 g. A estrutura foi

identificada através de análises espectroscópicas de RMN de 1H, 13C, DEPT

como o 1-β-(p-metoxicinamil)dendocarbin-A (56), da classe dos

sesquiterpenos drimanos.

12

34

56

7

O

O

13

O

O

OH

O9

10

1112

1'2'

3'4'

5'

6'

7'

8'

9'

14

15

8

1-β-(p-metoxicinamil)dendocarbin-A (56)

Os dados espectroscópicos obtidos foram comparados ao composto

dendocarbin-A (36) (SAKIO et al., 2001) para confirmar o núcleo drimano e

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116

com o drimanial (1) (MALHEIROS et al., 2001) para estabelecer o

grupamento p-metoxicinamil. Nas Tabelas 15 e 16 estão apresentados os

valores de deslocamento químico de 1H, 13C e DEPT para todos os

compostos.

No espectro de RMN de 1H (Figura 43) não foram detectados sinais

entre 9,00 a 10,00 ppm e no espectro de RMN 13C (Figura 44) entre 190,0 a

203,0 ppm, evidenciando a ausência de grupos aldeídos presentes na estrutura

do drimanial. O deslocamento químico no RMN de 13C em δ 132,1 ppm (C-

7), 126,8 ppm (C-8) e 172,2 ppm (C-12) sugerem a presença do grupo éster

conjugado ao grupo lactona. Outros sinais encontrados entre δ 132,1 ppm (C-

5’, 9’) e δ 114,4 ppm (C-6’, 8’) e o dubletos em δ 7,67 ppm (H-5’, 9’) e δ

6,91 ppm (H-6’, 8’), típicos de grupamento aromático, juntamente com o

sinal em δ 3,85 referente a presença do grupo p-metoxicinamil.

O sinal em C 29,70/CH2 no espectro de 13C, também é visualizado para

este composto, e novamente se refere a resíduos de silicone.

Figura 41 – Espectro de RMN 1H (300 MHz, CDCl3/TMS) do composto DBFA 25-

28.

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117

Figura 42 – Espectro de RMN 13C (75,5 MHz, CDCl3/TMS) do composto DBFA 25-

28.

Figura 43 – Espectro de DEPT (75,5 MHz, CDCl3/TMS) do composto DBFA 25-28.

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118

Tabela 15 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 1H para o composto

DBFA 25-28 e dados da literatura para o dendocarbin-A (36) e drimanial (1).

Posição DBFA 25-28

1H (ppm)

Dendocarbin-A* 1H (ppm)

Drimanial** 1H (ppm)

1 1,35; 1,83 m 1,33; 1,85 m 5,35 dd

2 1,48; 1,59 m 1,53; 1,66 m 1,82 m

3 1,29; 1,53 m 1,29; 1,52 m 2,04; 1,27 m

4

5 1,39 m 1,39 m

6 2,17 s 2,18; 2,47 m 2,93 dt; 2,52 dddd

7 6,92 s 6,90 s 7,04 q

8

9 2,63 s 2,57 s 3,73 s

10

11 9,78 d

12 9,36 s

13 0,96 s 0,98 s 1,06 s

14 1,1 s 1,02 s 1,23 s

15 0,91 s 0,93 s 1,17 s

1’

2’ 6,33 d (J = 15,9) 6,35 d (J = 16,0)

3’ 7,62 d (J = 15,9) 7,60 d (J = 16,0)

4’

5’, 9’ 7,67 d (J = 8,7) 7,64 d (J = 8,9)

6’, 8’ 6,91 d (J = 8,7) 6,99 d (J = 8,9)

7’

OMe 3,85 s 3,86 s

Solvente CDCl3 - 300

MHz CD3OD Acetona-d

*Sakio et al. (2001); **Malheiros et al. (2001).

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119

Tabela 16 – Valores de deslocamentos químicos (δ) de RMN 13C para o composto

DBFA 25-28 e dados da literatura para o dendocarbin-A (36) e drimanial (1).

Posição DBFA 25-28

13C (ppm) / DEPT

Dendocarbin-A* 13C (ppm)

Drimanial** 13C (ppm)

1 81,3/CH 41,3/CH2 77,6/CH

2 24,2/CH2 20,1/CH2 25,0/CH2

3 39,2/CH2 44,1/CH2 35,1/CH2

4 37,1/C 34,6/C 38,9/C

5 54,5/CH 51,4/CH 78,1/C

6 22,7/CH2 26,6/CH2 32,6/CH2

7 132,1/CH 137,8/CH 150,7/CH

8 126,8/C 130,6/C 141,4/C

9 57,4/CH 60,4/CH 56,3/CH

10 37,1/C 36,2/C 47,4/C

11 98,5/CH 201,2/CH

12 172,2/C 171,1/C 193,2/CH

13 32,4/CH3 34,4/CH3 27,7/CH3

14 22,4/CH3 22,6/CH3 25,6/CH3

15 14,1/CH3 15,6/CH3 13,5/CH3

1’ 166,5/C 166,4/C

2’ 115,5/CH 116,7/CH

3’ 144,7/CH 145,2/CH

4’ 126,7/C 127,9/C

5’, 9’ 132,1/CH 130,8/CH

6’, 8’ 114,4/CH 115,2/CH

7’ 161,9/C 162,5/C

OMe 55,4/CH3 55,6/CH3

Solvente CDCl3 – 75,5 MHz CD3OD Acetona-d

*Sakio et al. (2001); **Malheiros et al. (2001).

Os dados em conjunto permitem estabelecer que a substância se trata do

1-β-(p-metoxicinamil)dendocarbin-A (56) e está sendo relatada pela primeira

vez na literatura.

O núcleo dendocarbin A (36) havia sido isolado anteriormente nas

cascas de D. winteri (PAZ et al., 2015; ROBLES et al., 2014) e Warburgia

ugandensis (XU et al., 2009) e também foi encontrado em espécies de

moluscos, Doriopsilla pelseneeri e Dendrodoris carbunculosa (GASPAR et

al., 2005; SAKIO et al., 2001). Na literatura não há relatos que o mesmo

apresente atividade biológica.

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120

Os compostos com grupamento cinamil ligado ao C-1 do núcleo

drimano são amplamente encontrados no gênero Drimys, principalmente nas

cascas das espécies D. angustifolia e D. brasiliensis. Os sesquiterpenos

drimanos drimanial (1), 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial (2) e 1-β-(p-

metoxicinamil)-poligodial (3) são exemplos dessa classe de compostos. Nas

folhas de D. brasiliensis compostos com este grupamento nunca haviam sido

isolados.

Portanto, das folhas de D. brasiliensis foi possível isolar 4 compostos,

no qual o criptomeridiol (15), (8S,8’S,8’’R,8’’’R,9S,9’’R)-bicubebina (54) e

1-β-(p-metoxicinamil)dendocarbin-A (56) foram encontrados pela primeira

vez na espécie, e o 54 e 56 relatados pela primeira vez na literatura.

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121

6 CONCLUSÕES

A partir dos resultados obtidos foi possível concluir que:

- Os extratos obtidos das cascas de D. brasiliensis com o solvente DCM

na proporção 1:10 com o tempo de extração em 6 h, apresentaram rendimento

em massa superior aos outros processos, em função da semelhança entre a

polaridade do solvente e dos drimanos;

- O solvente DCM e tempo de 6 h foram os fatores que influenciaram

significativamente na extração dos sesquiterpenos drimanos drimanial, 1-β-

(p-cumaroiloxi)-poligodial e 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial;

- As técnicas de CCD e CG se mostraram eficientes para a análise

qualitativa dos extratos, uma vez que os drimanos de interesse foram

visualizados. A proporção entre eles foi previamente estabelecida pela

intensidade da cor da mancha na CCD e no tamanho do pico por CG;

- A análise dos drimanos pela técnica de CLAE possibilitou a

quantificação destes, obtendo-se uma boa correlação linear com os

rendimentos dos extratos brutos;

- O método por CG não foi eficiente para quantificar os drimanos por

área direta em porcentagem;

- Os diferentes extratos (DCM e hexano; 1:20; 6 h) apresentaram

atividade citotóxica moderada para células K562 e Nalm6 e a quantidade dos

drimanos presente não influenciou na ação;

- Os compostos isolados demonstraram resultados significativos de

citotoxicidade frente as células RAMOS, RAJI, U937, MOLT4, REH, B15,

HOS e NCI-H1299. Os drimanos 1-β-(p-cumaroiloxi)-poligodial e 1-β-(p-

metoxicinamil)-poligodial foram os mais citotóxicos para as células U937,

MOLT4 e B15 e RAJI, MOLT4 e REH, respectivamente;

- A análise de toxicologia realizada com o extrato hidroetanólico das

cascas não exibiu toxicidade por meio do teste de toxicologia aguda de dose

fixa. O extrato não apresentou mutagenicidade e hemólise das células

eritrocitárias;

- Do extrato clorofórmico das folhas foi possível isolar 4 compostos:

uma lignana, a 8S,8’S,8’’R,8’’’R,9S,9’’R-bicubebina, os sesquiterpenos

criptomeridiol e o 1-β-(p-metoxicinamil)dendocarbin-A e um álcool graxo.

Os compostos (8S,8’S,8’’R,8’’’R,9S,9’’R)-bicubebina e 1-β-(p-

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122

metoxicinamil)dendocarbin-A estão sendo relatado pela primeira vez na

literatura.

Em conjunto os resultados obtidos mostram a importância do

desenvolvimento de um processo de extração para se obter um extrato rico

nos drimanos ativos, e posteriormente o desenvolvimento de fitoterápico ou

até mesmo o isolamento de uma maior quantidade destes compostos para a

produção de um fitofármaco ou derivado. Ainda, as cacas não apresentam

toxicidade e as folhas da D. brasiliensis possuem diferentes metabólitos de

interesse medicinal.

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ANEXO A – PARECER COMISSÃO DE ÉTICA NO USO

DE ANIMAIS – CEUA/UNIVALI

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