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Isabela Deschamps Bastos TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Avaliação dos Resultados na Utilização de um Modelo de Avaliação de Desempenho Logístico do Serviço de Transporte Rodoviário de Cargas TIJUCAS(SC) 2008 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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Isabela Deschamps Bastos

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Avaliação dos Resultados na Utilização de um Modelo de Avaliação de Desempenho

Logístico do Serviço de Transporte Rodoviário de Cargas

TIJUCAS(SC)

2008

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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ISABELADESCHAMPS BASTOS

Trabalho de Conclusão de Estágio

Avaliação dos Resultados na Utilização de um Modelo de Avaliação de Desempenho

Logístico do Serviço de Transporte Rodoviário de Cargas

Trabalho desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí- UNIVALI -TIJUCAS

TIJUCAS - SC, 2008

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Ao meu marido Alex, pelo companheirismo e

apoio constante.

À minha filha Clara, minha luz, minha vida.

Vocês são a minha fonte inesgotável de inspiração.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Nelson Duarte, pela orientação e ensinamentos durante todo o curso;

Ao Roberto Ávila e Eduardo Archer, da Avilan Logística, por me abrirem as portas da

empresa novamente, e por enriquecer o meio acadêmico com o exemplo de uma empresa de

sucesso;

A todos os professores da UNIVALI, pelos ensinamentos e motivação na minha incessante

busca pelo conhecimento;

A Deus, por sempre me mostrar o melhor caminho a seguir.

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do Estagiário

Isabela Deschamps Bastos

b) Área de Estágio

Logística

c) Supervisor de campo

Eduardo Battisti Archer

d) Orientador de Estágio

Prof. Nelson Zunino Duarte

e) Professor Responsável por Estágios

Prof. Luciano Dalla Giacomassa

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Avilan Logística Ltda

b) Endereço

Rua Demósthenes Feminella, 77

Bairro das Indústrias Tijucas, SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Avaliação de Desempenho

d) Duração do estágio

300 horas/ aula

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Eduardo Archer

f) Carimbo e visto da empresa

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

TIJUCAS, 27 DE OUTUBRO DE 2008.

A Empresa AVILAN LOGÍSTICA LTDA, pelo

presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do

Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o

Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o

Estágio Supervisionado, pela acadêmica ISABELA

DESCHAMPS BASTOS.

__________________________________

Roberto Ávila dos Santos

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RESUMO

Com o ambiente globalizado cada vez mais competitivo, o gerenciamento da logística tem

auxiliado as empresas a buscar alternativas de diferenciação para permanecerem atuantes no

mercado. Investir em medidas de desempenho logístico no setor de transporte é uma

estratégia que as empresas de revestimentos cerâmicos podem adotar, se estiverem

preocupadas com o desempenho de toda a cadeia. Acompanhar o desempenho das atividades

de transporte fornece uma visão de como está a situação desta atividade, e como pode

melhorar, por isso o presente estudo teve como objetivo avaliar os resultados da utilização de

um modelo de avaliação do desempenho logístico do serviço de transporte rodoviário de

cargas, atuantes na distribuição de revestimentos cerâmicos, dentro da cadeia logística

integrada. Para se atingir o objetivo principal, foi feita uma análise de um modelo já

implantado em uma empresa do setor e quais resultados obtidos com a sua implementação.

Em seguida, foram analisados os impactos causados na empresa com a utilização do modelo.

Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, que é uma série de

procedimentos para levantar inferências que sejam válidas a partir de um texto. Foram criadas

categorias de análise e verificada a ocorrência de cada uma delas nos indicadores utilizados

pela empresa. Os resultados obtidos foram satisfatórios, mostrando que a empresa toma as

suas decisões com base em fatos, e não em emoções. Os principais impactos da utilização do

processo têm sido na redução dos custos totais e na qualidade do serviço prestado ao cliente.

PALAVRAS-CHAVE: Logística, Avaliação de Desempenho, Transporte Rodoviário de

Cargas

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01. Um modelo de integração logística............................................. 19

Figura 02. Adquirindo vantagem competitiva através da logística................. 24

Figura 03. Fluxograma do processo de avaliação de desempenho.......................

Figura 04. Matriz de Indicadores de Desempenho..........................................

34

36

Figura 05. Matriz desenvolvida para empresas de transporte rodoviário de

cargas.................................................................................................

Figura 06. Matriz aplicada na Avilan Logística Ltda..................................

Figura 07. Apresentação da freqüência de aparição das categorias de análise em cada um dos indicadores avaliados pela empresa Avilan Logística..........

38

46

65

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10

1.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 11

1.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 12

1.3 Justificativa ................................................................................................................... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 14

2.1 Definições de Logística ................................................................................................. 14

2.2 Atividades do Fluxo Logístico ..................................................................................... 15

2.3 Integrando e Gerenciando o Fluxo Logístico ............................................................. 19

2.4. Estratégia Logística ..................................................................................................... 20

2.5 Importância e Característica do Sistema de Transportes ........................................ 24

2.6 Medidas de Desempenho .............................................................................................. 26

2.7 Avaliação de Desempenho............................................................................................ 28

2.8 Resultados Esperados com a Avaliação do Desempenho .......................................... 31

2.9 Processo de Avaliação de Desempenho ....................................................................... 33

2.10 Indicadores de Desempenho segundo a abordagem de Rey ................................... 35

2.11 Adaptação do Modelo de Rey .................................................................................... 37

3 MÉTODO ............................................................................................................................. 39

3.1 Delineamento ................................................................................................................. 39

3.2 Participantes do Estudo ............................................................................................... 40

3.3 Coleta de Dados ............................................................................................................ 40

3.4 Análise dos Dados ......................................................................................................... 40

4 DEMONSTRAÇÃO DO MODELO DE AVALIAÇÃO DE DSEMPENHO LOGÍSTICO ........................................................................................................................... 43

4.1 Características do Objeto de Estudo: o Embarcador e o Operador Logístico ....... 43

4.2 MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO UTILIZADO PELA AVILAN LOGÍSTICA ....................................................................................................................... 46

Processos vs. Indicadores ....................................................................................................... 46

4.2.1 Indicadores Financeiros ........................................................................................... 47

4.2.2 Indicadores de Produtividade .................................................................................. 52

4.2.3 Indicadores de Qualidade ........................................................................................ 56

4.2.4 Indicadores de Tempo ............................................................................................. 59

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ..................................................................... 64

5.1 Agrupamento das Categorias de Análise ................................................................... 64

5.2 Avaliação das Categorias de Análise .......................................................................... 66

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 69

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 71

ANEXO ................................................................................................................................... 74

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1 INTRODUÇÃO

As organizações estão cada vez mais inseridas em um ambiente altamente

competitivo, o que as leva a buscar novas alternativas para garantir a sua permanência no

mercado. Diversos setores das empresas estão optando por diferenciações para obter maior

eficiência, e a com a logística não tem sido diferente. As organizações devem ter consciência

de que podem obter sucesso se implantarem as melhores práticas logísticas no gerenciamento

de suas operações.

A logística está fazendo com que as empresas extrapolem as suas fronteiras

empresariais, incluindo em suas estratégias os clientes e fornecedores, tanto de materiais,

como de serviços, facilitando assim um melhor relacionamento entre toda a cadeia de

suprimentos. Assim, transcendendo a idéia inicial da logística no campo empresarial, que

pensava somente no transporte, ou no armazenamento, hoje se sabe que a logística é

responsável por coordenar o fluxo de bens do ponto-de-origem ao ponto-de-consumo.

O transporte geralmente tem grande participação nas atividades das organizações, pois

disponibiliza os produtos onde eles serão consumidos. Tanto na movimentação da matéria-

prima, já que ela só tem utilidade se estiver no local onde precisa estar para ser aproveitada,

como na movimentação do produto acabado, que só tem valor para o cliente se estiver no

lugar onde será consumido.

Muitas empresas estão terceirizando os serviços de transporte, para poderem manter o

foco em suas competências essenciais. Os serviços estão sendo subcontratados, muitas vezes

formando parcerias, que podem se tornar estratégicas, gerando ganhos para ambos os

envolvidos.

O transporte de revestimentos cerâmicos demanda grande atenção, pois são produtos

que normalmente não possuem alto valor agregado, e o custo de sua movimentação influencia

diretamente no preço do produto final. Como no Brasil o transporte rodoviário é o principal

responsável pela movimentação desse tipo de carga, deve-se pensar numa estratégia de

distribuição dos produtos cerâmicos que envolva esse modal.

Para desenvolver um programa que dê resultados para toda a cadeia, é necessário estudar os

envolvidos em cada uma das partes. Uma parceria envolvendo o fabricante de revestimentos

cerâmicos, e a empresa responsável pelo transporte do produto acabado ao cliente é uma parte

importante da cadeia de suprimento que deve ser avaliada. Medir e avaliar o desempenho das

atividades que envolvem os participantes desse processo fornece resultados que ajudarão os

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envolvidos na tomada de decisões, e com isso desenvolver uma estratégia de lucro para ambas

as partes.

Nesse elo que envolve o fabricante e o transportador, dentro da logística integrada,

encaixam-se as empresas envolvidas no estudo, que utilizam um modelo de avaliação de

desempenho, sendo que a Avilan Logística, empresa onde se desenvolve o estágio, trabalha

em parceria com a Cerâmica Portobello S/A, fazendo a distribuição de seus produtos

(revestimentos cerâmicos, rejuntes e argamassas) para diversas regiões do país, mas

principalmente para Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, e está situada em Tijucas –SC,

próxima à sua parceira.

Atualmente, o operador logístico tem a Cerâmica Portobello como um de seus

principais clientes, responsável por aproximadamente 85% de seus serviços, segundo dados

fornecidos pela própria empresa de transporte. O restante fica dividido entre outros

fabricantes de revestimentos cerâmicos. Esta concentração exige cada vez mais

competitividade e eficiência, sob pena da perda desse seu principal cliente.

Em outro estudo, no ano de 2003, foi proposta e implantada uma metodologia de

avaliação de desempenho logístico. A empresa necessita avaliar essa metodologia e identificar

fatores que lhe permitam, a partir desse controle, tomar novas medidas de gestão no sentido

de manter os seus diferenciais estratégicos.

1.1 Objetivo Geral

Avaliar os resultados da utilização de um modelo de avaliação do desempenho

logístico do serviço de transporte rodoviário de cargas, atuantes na distribuição de

revestimentos cerâmicos, dentro da cadeia logística integrada.

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1.2 Objetivos Específicos

• Analisar a implantação do modelo de avaliação de desempenho logístico, suas etapas e

seqüência;

• Verificar os resultados obtidos com a implantação do modelo de avaliação de

desempenho até o momento.

• Identificar impactos na empresa a partir dos resultados encontrados no processo de

avaliação de desempenho logístico.

1.3 Justificativa

De acordo com Sink e Tuttle (1993) a essência do gerenciamento é que não se pode

gerenciar aquilo que não pode ser medido. Deve-se medir para melhorar, fornecer à equipe

gerencial novas percepções da performance atual do sistema, e porque está ele tendo esse

desempenho, como pode ser melhorado o sistema e se ele está ou não sob controle.

A mensuração e avaliação do desempenho logístico são tarefas importantes para o

ambiente organizacional das empresas, pois fornecem resultados do que está acontecendo na

realidade, e mostram quais são os problemas, e onde estão localizados. A partir disso, deve-se

estudar como melhorar o desempenho logístico.

A avaliação do desempenho logístico atua de maneira global, sendo que o importante

é obter um menor custo total, uma melhor qualidade, uma maior produtividade, um menor

tempo de ciclo, mas sempre considerando todos os processos conjuntamente, e não de forma

individual. E para saber se o processo é válido, ele precisa ser constantemente monitorado.

Uma avaliação contínua do desempenho da organização permite que o responsável

concentre-se no alcance das metas definidas e estimule todos os envolvidos a buscá-las. Para

isso, é importante as empresas melhorarem a qualidade das informações de logística, que

possa dar mais subsídios ao profissional para orientar o desempenho logístico de forma que

permita respostas rápidas às oportunidades de mercado.

Há cinco anos foi implantando um modelo de avaliação de desempenho logístico na

Avilan Logística. Esse modelo é utilizado regularmente, que faz medições periódicas e

avaliações constantes. Como esse processo mobiliza funcionários, tempo e despesas para a

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empresa, é muito importante saber se estão trazendo o retorno esperado. Este estágio forneceu

informações sobre os resultados obtidos até o momento, indicando onde a organização precisa

atuar, para sempre melhorar o seu desempenho e se manter competitiva no mercado em que

atua.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo desenvolve um referencial teórico sobre os conceitos de logística e

suas atividades, principalmente o transporte, integrando-os na cadeia logística, com a

apresentação de tipos de estratégias que podem ser aplicadas na área de estudo. Como o

trabalho é baseado no desempenho logístico, as medidas e avaliação de desempenho são

temas também abordados nesta seção.

2.1 Definições de Logística

Os meios de comunicação se referiam à logística utilizando diversas denominações,

entre elas: distribuição física, logística empresarial, administração de materiais, engenharia de

distribuição. Porém, todos esses termos possuíam o mesmo propósito, ou seja, ser responsável

pelo fluxo de bens do ponto-de-origem ao ponto-de-consumo (LAMBERT et al., 1998).

Segundo o dicionário Aurélio (1999) o termo logística está definido como sendo: “o

ramo da ciência militar que lida com a obtenção, a manutenção e o transporte de materiais,

pessoal e instalações”. Essa definição considera a logística como tendo posição apenas no

campo militar, não considerando a sua importância no ambiente empresarial.

Um dos maiores grupos de profissionais de logística, o Council of Supply Chain

Management Professionals (CSCMP, 2008) define a logística como sendo a parte do

gerenciamento da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla os fluxos e

armazenamento direto e reverso eficientes e eficazes dos bens, serviços e as informações a

eles relativas, entre o ponto-de-origem e o ponto-de-consumo, com o objetivo de atender às

exigências dos clientes.

Lambert et al. (1998) considera a denominação da logística como “administração da

logística”. Podem estar incluídos nesta definição o serviço ao cliente, tráfego e meios de

transporte, armazenagem e estocagem, escolha do local para fábrica e armazéns, controle de

inventário, processamento de pedidos, compras, movimentação de materiais, distribuição,

fornecimento de peças, embalagem, devolução de mercadorias e previsão de volume de

pedidos.

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Uma organização deve oferecer produtos e serviços aos clientes de acordo com as suas

necessidades e exigências do modo mais eficiente possível. Dessa maneira Ballou (2001, p.

21) considera que a missão da logística é: “Dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar

certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior

contribuição à empresa”.

Já Christopher (1997) relaciona a logística com o marketing, definindo-a como sendo

o processo de gerenciar de maneira estratégica a aquisição, movimentação e armazenagem de

materiais, peças e produtos acabados, juntamente com o fluxo de informações, através da

empresa e de seus canais de marketing, de modo a maximizar as lucratividades atual e futura

através do atendimento dos pedidos com um baixo custo.

Segundo Rocha (2006), todas as definições mostram uma clara preocupação em situar

a logística como um componente imprescindível nas atividades das organizações, não

importando em qual área, se no fluxo de materiais, de informações ou financeiros. Mas o

impacto da qualidade no gerenciamento dessa área pode influenciar diretamente no sucesso da

empresa no mercado em que atua.

2.2 Atividades do Fluxo Logístico

Nas diferentes definições de logística algumas atividades são consideradas

inseparáveis como: o transporte, a administração de estoque, o serviço ao cliente e o

processamento de pedidos. Essas são atividades–chave porque contribuem com a maior parte

dos custos logísticos e são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística

(Ballou, 2001). A seguir, são feitas algumas observações sobre essas atividades.

Transporte. Para Bowersox e Closs (2001, p. 40) o transporte: “[...] é a área

operacional da logística que posiciona geograficamente o estoque”. O transporte refere-se aos

diversos métodos de movimentação de produtos, e em muitas empresas é responsável por

cerca de um a dois terços dos custos logísticos (BALLOU, 1995).

As atividades de transporte incluem: a escolha do meio de transporte (aéreo,

ferroviário, rodoviário, marítimo, dutoviário), a rota a ser seguida, o cumprimento das

regulamentações de transporte em nível municipal, estadual e federal, e conhecimento das

exigências do transporte nacional e internacional (LAMBERT et al., 1998).

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Administração de Estoques. Para haver disponibilidade de produtos é preciso que

haja um determinado nível de estoque, que agem como “amortecedores” entre a oferta e a

demanda (BALLOU, 1995).

Deve-se manter um nível de estoque de produtos em quantidade suficiente para

atender as necessidades dos clientes e da produção. Como a manutenção de matérias-primas,

peças de reposição e produtos finais consomem espaço e capital, é muito importante que haja

um bom controle de estoque na companhia, sem prejudicar a satisfação dos clientes, mas

considerando os custos de outras atividades logísticas (LAMBERT et al., 1998).

Serviço ao Cliente. Os padrões de serviço ao cliente cooperam com o marketing para:

determinar as necessidades dos clientes para serviços logísticos, determinar a reação dos

clientes quanto a esses serviços e estabelecer o nível de serviço (BALLOU, 2001).

A satisfação do cliente é primordial para o sucesso da companhia, e para Lambert et

al. (1998, p. 14): “Cada elemento do sistema de logística de uma empresa pode impactar o

recebimento pelo cliente do produto certo no lugar certo, nas condições certas, ao custo certo

e no momento certo”.

Processamento de Pedidos. Os custos dessa atividade são pequenos se comparados

com as outras descritas acima, porém, sua importância deve-se ao fato de ser um elemento

crítico interferindo no tempo gasto para levar bens e serviços aos clientes. Também é

responsável por iniciar a movimentação de produtos e entrega de serviços (BALLOU, 1995).

As atividades de processamento de pedidos podem ser divididas em três grupos: (1)

elementos operacionais: entrada de pedidos, escalonamento, preparo para a expedição e

faturamento; (2) elementos de comunicação: mudanças no pedido, informações sobre

localização, agilidade e situação do pedido, e correção de erros; (3) elementos de crédito e

cobrança: informações de cadastro e processamento de contas a pagar (LAMBERT et al.,

1998).

Lambert et al. (1998, p. 14) também citam que: “A velocidade e precisão do

processamento de pedidos de uma empresa tem muito a ver com o nível de serviço ao cliente

que a empresa proporciona”.

As atividades descritas anteriormente são chamadas de atividades primárias porque o

resultado final de uma operação logística é oferecer serviço por conseguir entregar produtos

aos clientes quando e onde eles quiserem, e essas atividades são centrais para cumprir esta

missão (BALLOU, 1995).

Existem outras funções que são importantes para a organização logística, como:

armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção e compras,

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programação de produtos, e manutenção de informação. Essas atividades servem para apoiar

as atividades primárias, por isso são chamadas de atividades de apoio (op.cit.).

A classificação das atividades logísticas em primárias e de apoio foi utilizada na

presente pesquisa para facilitar a divisão e o entendimento das funções logísticas, seguindo a

definição de Ballou (1995). Os outros autores pesquisadores do assunto atribuem à logística

as mesmas atividades, mas sem essa classificação. Uma explicação resumida sobre cada

atividade de apoio está descrita a seguir.

Armazenagem e Estocagem. Esta atividade é responsável por administrar o espaço

necessário para manter os estoques (BALLOU, 1995 e LAMBERT et al., 1998).

As funções da estocagem englobam decisões como: opção entre instalações próprias

ou alugadas, mix de produtos, layout do armazém, segurança de prevenção, manutenção e

patrimonial, treinamento de pessoal e avaliação da produtividade (LAMBERT et al., 1998).

Manuseio de Materiais. De acordo com Ballou (1995), esta função é responsável por

movimentar o produto no local de estocagem, e por esse motivo os problemas dessa atividade

são: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos para a formação de um pedido

e balanceamento da carga de trabalho. Como a movimentação tem um custo para a empresa e

não agrega valor ao produto, essas operações devem ser mantidas em um nível mínimo.

Embalagem de Proteção. Um dos objetivos da logística é movimentar bens sem

danificá-los, por isso a embalagem adequada auxilia a garantir a movimentação sem quebras,

e com as dimensões adequadas de empacotamento encorajam o manuseio e a armazenagem

eficientes (BALLOU, 1995).

A embalagem também tem uma função de marketing, pois age como uma forma de

promoção e propaganda. O peso, tamanho, cor e informações da embalagem atraem clientes

(LAMBERT et al., 1998).

Obtenção e Compras. Esta é a atividade responsável por tratar da seleção das fontes

de suprimento, das quantidades a serem compradas, da programação de compras e da maneira

pela qual a mercadoria é obtida (BALLOU, 1995).

Já Lambert et al. (1998) citam essa função como “suprimentos” e é responsável por

adquirir produtos e serviços que possam garantir a eficácia operacional dos processos de

fabricação e logística da companhia.

Programação de Produto. É a atividade que lida com a distribuição (fluxo de saída),

e refere-se às quantidades agregadas que devem ser fabricadas e quando e onde produzi-las

(BALLOU, 1995).

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Manutenção de Informação. As informações são essenciais para o correto

planejamento e controle logístico, apóiam a administração eficiente e efetiva tanto das

atividades primárias como as de apoio.

Deve ocorrer uma comunicação eficaz entre: a empresa, seus clientes e fornecedores;

as funções de marketing, produção, logística e finanças da organização; as atividades de

serviço ao cliente, transporte, armazenagem, processamento de pedidos e controle de estoque,

que são atividades relacionadas à logística; e os diversos componentes de cada atividade

logística (LAMBERT et al., 1998).

Além dessas atividades, tanto as primárias quanto as de apoio, que são definidas dessa

maneira por Ballou (1995), como já foi descrito anteriormente, Lambert et al. (1998) ainda

consideram outras como fazendo parte da função logística, que possuem as seguintes

características:

Previsão de Demanda. Na administração da logística esta é uma atividade

responsável por determinar as quantidades de cada item produzido que serão transportadas

para os mercados consumidores, e também verificar a origem da demanda de modo que os

produtos sejam colocados ou estocados em cada região de seu mercado.

Localização de Fábrica e Armazéns/Depósitos. O nível de serviço pode ser elevado

se as fábricas e armazéns tiverem uma localização estratégica, podendo também diminuir

custos de transporte entre fábrica e armazém, fábrica a fábrica ou armazém a cliente.

Suporte de Peças de Reposição e Serviços. A logística é responsável por inúmeras

atividades envolvidas no reparo e serviço pós-vendas dos produtos, sendo muito importante

uma empresa possuir produtos de reparo e serviços que atendam às necessidades do cliente,

mesmo depois de feita a venda.

Reaproveitamento e Remoção do Refugo. A logística é responsável pelo manuseio,

transporte e armazenamento de subprodutos resultantes do processo de fabricação.

Administração de Devoluções. Essa é uma atividade importante do processo

logístico, também conhecido como logística reversa. Essa atividade ganha maior importância

à medida que os clientes exigem políticas de devolução mais flexíveis e tolerantes, e nas

questões ambientais e reciclagem, que estão se tornando cada vez mais significativas.

Todas as atividades descritas fazem parte da logística, porém o que as empresas

utilizam varia de uma organização para outra, dependendo do tipo de função exercida, da

estrutura organizacional e da importância que cada empresa dá a cada uma das atividades

individualmente.

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2.3 Integrando e Gerenciando o Fluxo Logístico

Para as atividades logísticas descritas na seção anterior funcionarem de maneira

eficiente, é necessário haver integração entre as funções. De acordo com Bowersox e Closs

(2001, p. 43): “A logística é vista como a competência que vincula a empresa a seus clientes e

fornecedores”. Um fluxo coerente das atividades da logística, tanto internas como externas, é

de grande importância para a organização obter sucesso.

A Fig. 01 ilustra o conceito de logística integrada, onde as informações que são

recebidas dos clientes e sobre eles transitam pela organização na forma de atividades de

vendas, previsões e pedidos, para depois serem filtradas em planos específicos de compras e

de produção. O fluxo de bens é iniciado no momento do suprimento de produtos e materiais,

agregando valor ao produto que será entregue ao cliente. Dessa forma, o processo possui duas

ações inter-relacionadas: fluxo de materiais e de informações (BOWERSOX E CLOSS,

2001).

Figura 01. Um modelo de integração logística. Fonte: adaptado de Bowersox e Closs, 2001.

Para Christopher (1997): “Nenhuma organização pode desenvolver uma estratégia de

vantagem competitiva que otimize somente suas eficiências internas, se ela fizer parte de uma

cadeia de suprimentos mais ampla”. Para o autor, o alcance de uma vantagem competitiva real

só é conseguido quando o fluxo total for mais eficiente e eficaz do que os dos concorrentes.

A integração das funções logísticas melhora o fluxo de estoques, a utilização de ativos

de transporte e armazenagem, e elimina a duplicação de tarefas em departamentos, segundo

Lambert et al. (1998). As empresas devem pensar nos custos totais e não individuais de cada

Fluxo de materiais

Fluxo de informações

Distribuição física Clientes

Apoio à manufatura

Suprimento Fornecedores

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tarefa exercida. Quando as funções são combinadas de maneira excelente, o desempenho

global é mais elevado, e assim, as empresas podem obter maior vantagem competitiva no

mercado.

Como cada vez mais as empresas têm buscado recursos externamente e a

subcontratação é cada vez maior, torna-se importante para os participantes da cadeia de

suprimentos coordenar e integrar suas estratégias logísticas (CHRISTOPHER, 1997).

Porém, mesmo sendo pré-requisito para o sucesso, essa integração não é garantia para

a empresa alcançar suas metas de desempenho. Para isso acontecer, a empresa deve expandir

sua abordagem integrada para incorporar clientes e fornecedores, através da integração

externa, apresentada na Fig. 01 (BOWERSOX E CLOSS, 2001).

Lambert et al. (1998) definem essa integração como sendo SCM – Supply Chain

Management, ou seja, Administração da Cadeia de Suprimentos, que muitos práticos e

acadêmicos confundem com a própria logística, ou consideram como sendo uma extensão da

mesma. Para Lambert et al. (1998, p. 826), “[...] existe a necessidade de algum tipo de

coordenação de atividades e processos, dentro da organização e entre elas, na cadeia de

abastecimento, que extrapola a Logística”. E é isso que os autores chamam de SCM.

Para implementar o SCM é preciso que haja integração de processos e funções

internas dentro das organizações e em toda a cadeia de suprimentos. Com isso, é possível

alcançar o objetivo do SCM, que é diminuir o total de recursos necessários para gerar o nível

exigido de serviço ao cliente em determinado segmento (LAMBERT et al., 1998).

O presente estágio pretende se aprofundar num ponto da cadeia logística, que trata do

transporte de revestimentos cerâmicos para o cliente, exemplificado na Fig. 01 como o elo

que liga a distribuição física aos clientes. É importante ressaltar que essa atividade é apenas

parte da cadeia, e que não deve ser tratada como uma função independente do processo.

2.4. Estratégia Logística

Com a turbulência no ambiente dos negócios que predomina no início do século XXI,

muitas empresas que eram líderes no mercado estão enfrentando dificuldades. O perfil do

mercado tem mudado, principalmente em função da globalização, e os clientes estão exigindo

níveis mais altos de qualidade e serviço.

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Côrtes (2006) cita que se pode utilizar a estratégia logística dentro do ambiente

empresarial de diferentes formas, de acordo com o perfil e características em que se pretende

trabalhar. Atualmente o leque de estratégias logísticas específicas é extenso, e auxiliam o

profissional logístico na busca de diferenciais de mercado e aumento da vantagem

competitiva.

As empresas de hoje precisam ser ágeis, pois, como cita Christopher (1997): “A

organização ágil não somente procura colocar o cliente no centro do negócio, mas projeta

todos os seus sistemas e procedimentos, com o objetivo principal de melhorar a velocidade e a

confiabilidade da resposta”.

Para chegar a uma boa estratégia, é necessário ter um objetivo correto, que é obter um

excelente retorno sobre o investimento em longo prazo, mas geralmente as empresas

contentam-se com objetivos de curto prazo, por serem mais fáceis de alcançar. Só que dessa

maneira não é possível enxergar além do amanhã (PORTER, 2000).

Deve-se analisar em que ramo do setor a organização opera e depois determinar qual a

posição da companhia nele. Normalmente, o desempenho da empresa é motivado pela

rentabilidade derivada do negócio e pela rentabilidade que resulta da posição que a empresa

ocupa no âmbito de sua principal competência. É importante separar esses dois conceitos e

não confundí-los, caso contrário, a companhia não compreenderá como competir nem como

identificar a melhor maneira de fazê-lo (op.cit.).

As organizações comerciais e industriais são sistemas compostos por processos

operacionais estruturados e regulados por um grupo de funções que venham a ser estratégicas,

sendo que eles estão atualmente sofrendo intensas pressões ambientais. Essas forças têm sido

muito diversas e estão rompendo equilíbrios anteriores, pedindo por rápidas e coerentes

reações. A empresa precisa possuir uma clara característica estratégica definida, para poder

reagir a essas forças e se manter competitiva (FABBE-COSTES E COLIN,1994).

Segundo Porter (1989): “Ser ‘tudo para todos’ é uma receita para a mediocridade

estratégica e para um desempenho abaixo da média, pois normalmente significa uma empresa

não tem absolutamente qualquer vantagem competitiva”. Por isso deve-se escolher

corretamente a estratégia a ser utilizada na organização.

Primeiramente deve-se buscar a criação de uma estratégia corporativa, com uma

expressão clara dos objetivos da empresa. Deve estar bem definido se a empresa está

buscando lucros, sobrevivência, aspectos sociais, retorno sobre o investimento, participação

no mercado ou metas de crescimento (BALLOU, 2001).

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Depois de definida a estratégia geral da empresa, busca-se convertê-las em planos

mais definidos, selecionando as alternativas estratégicas que envolvem as ameaças e

oportunidades que desafiam a organização (op. cit.).

Para Porter (2000, p. 20): “A estratégia está diretamente relacionada com a escolha

dos fatores que diferenciam a empresa de seus concorrentes”. Christopher (1997) vai mais

além, citando que além da diferenciação dos seus concorrentes aos olhos do cliente, para obter

vantagem competitiva, a empresa deve ter capacidade de operar com baixos custos, e com um

lucro maior.

As empresas gastam com logística um valor entre 5 e 35% do valor das vendas,

dependendo do tipo de atividade que exercem, da área geográfica que atuam e da relação

peso/valor dos produtos e materiais (BOWERSOX E CLOSS, 2001). A logística é

responsável por grande parcela do custo final de um produto, o que torna importante sempre

tentar procurar maneiras de diminuir esses custos, mas mantendo o nível de serviço desejado

pelo cliente.

Como o ambiente de negócios vive em constantes mudanças, há um aumento do risco

de fracasso ou perda de posição do mercado daquelas empresas que desconsiderarem

alternativas para cenários futuros. Quando não há planejamento, os responsáveis pela

organização perdem muito tempo reagindo às crises ao invés de antecipar estratégias de

mudança e desenvolvimento para lidar com esses problemas (LAMBERT et al.,1998).

Segundo Dornier et al. (2000, p. 621): “O processo de planejamento é dinâmico por

natureza, pois permite que a empresa identifique estratégias para atingir os objetivos

desejados”. Os autores também citam que é necessário obter informações qualitativas e

quantitativas para elaborar orçamentos, planos de investimento e planos estratégicos. Os

fatores importantes para alcançar esses objetivos são: qualidade, pontualidade e

produtividade.

Existem três níveis de planejamento logístico: estratégico, tático e operacional, sendo

que cada nível exige uma perspectiva diferente (Ballou, 2001). Será analisado o planejamento

estratégico logístico, por fazer parte da pesquisa em questão, e por poder ser abordado de

forma mais geral.

Infelizmente, na estratégia corporativa, as funções logísticas permanecem relegadas

aos tradicionais papéis reativo/táticos, tendo um papel apenas de minimização de custos. Isso

acontece porque normalmente a logística é vista como uma função técnica, que possui

especialistas responsáveis por resolver problemas técnicos detalhados durante a fase de

implementação das estratégias (DORNIER et al., 2000).

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Bowersox e Closs (2001) afirmam que: “A responsabilidade operacional da logística

está diretamente relacionada com a disponibilidade de matérias-primas, produtos semi-

acabados e estoques de produtos acabados, no local onde são requisitados, ao menor custo

possível”.

Uma estratégia logística possui três objetivos. O primeiro é a redução de custos,

associados à movimentação e à estocagem, escolhendo diferentes localizações de armazéns ou

através da seleção de modais alternativos de transportes, mas mantendo o nível de serviço. O

segundo objetivo é a redução do capital, minimizando o nível de investimento no sistema

logístico e maximizando o retorno sobre o investimento. O último objetivo é a melhoria no

serviço, que são estratégias que reconhecem que as receitas são derivadas do nível de serviço

oferecido (BALLOU, 2001).

O desenvolvimento de uma estratégia de logística busca o desenho de processos que

garantam o cumprimento da promessa do serviço ao cliente, como o suporte na gestão de

vendas e a otimização dos custos totais da operação. Dessa forma, os componentes de um

plano de logística incluem: o sistema de indicadores da operação, o desenho ideal de

processos que melhorem os indicadores de gestão, a definição dos requerimentos de infra-

estrutura de suporte à operação, e o desenho da organização da gerência e operação de

logística (REY, 2000).

Pode-se dividir a direção estratégica em dois vetores para obter vantagem competitiva.

Um deles é a vantagem em produtividade, onde a empresa diminui os custos de produção

através de um aumento na produção, ou através de um maior volume de vendas. O outro é a

vantagem em valor, onde a organização deve buscar maneiras de proporcionar um valor

adicional ao produto ou serviço prestado, que a torne diferente da concorrência

(CHRISTOPHER, 1997).

Existe uma crescente convergência da tecnologia dentro das categorias de produtos,

tornando difícil competir apenas com base nas diferenças entre os produtos, e o serviço é um

poderoso instrumento de se adicionar valor, já que está havendo um declínio da força da

“marca”, e um deslocamento para o mercado de commodity (op. cit.).

O gerenciamento logístico pode auxiliar a empresa a alcançar tanto a vantagem em

produtividade como a vantagem em valor, já citados anteriormente. Na Fig. 02 é possível

observar que existem diversas maneiras de aumentar a produtividade através da logística, com

uma melhor utilização de sua capacidade, redução de estoques e integração com fornecedores,

entre outros. Da mesma forma, as oportunidades de alavancagem com um aumento da

vantagem em valor também são consideradas importantes, principalmente através de

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melhorias no serviço, oferecendo um serviço personalizado e um bom relacionamento com os

clientes. Então, as empresas que se tornarão líderes no mercado serão aquelas que

conseguirem alcançar tanto a liderança de custos como a liderança de serviços

(CHRISTOPHER, 1997).

Vantagem em Valor

Oportunidades de Alavancagem da Logística - Serviço personalizado - Estratégia do canal de distribuição - Relacionamentos com os clientes, etc. Vantagem em Produtividade Oportunidades de alavancagem da Logística - Utilização da capacidade - Giro do ativo - Co-produção/integração da programação, etc.

Figura 02. Adquirindo vantagem competitiva através da logística Fonte: Christopher (1997)

A logística é um fator de grande importância no gerenciamento empresarial. Uma

estratégia logística bem definida, planejada e executada pode fornecer grandes vantagens para

a empresa. Um perfeito gerenciamento do fluxo logístico agrega valor à estratégia da

companhia, reduzindo custos, melhorando o nível de serviço e a qualidade oferecida ao

cliente.

2.5 Importância e Característica do Sistema de Transportes

Um sistema de transporte eficiente e barato contribui para: a) ampliar a concorrência,

pois preços baixos e boa qualidade encoraja a competição, ao disponibilizar produtos para um

mercado que não poderia suportar os custos de movimentação, aumentando as vendas pela

entrada de produtos que não eram disponíveis em certas regiões; b) elevar as economias de

escala, já que o transporte barato possibilita a descentralização de mercados e de locais de

produção, sendo que esta pode ser instalada onde haja uma vantagem geográfica; c) reduzir os

Objetivo: vantagem

competitiva sustentável

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preços das mercadorias, pois há um aumento da concorrência e o próprio custo do transporte

diminui, fornecendo um melhor desempenho e elevando o padrão de vida da sociedade

(BALLOU, 2001).

As características do produto influenciam o custo do transporte. Os produtos podem

ser classificados nas seguintes formas: a) densidade, que se refere ao índice de peso/volume;

b) facilidade de armazenagem, que é o grau em que o produto preenche um espaço no veículo

de transporte; c) facilidade ou dificuldade de manipulação, que está relacionada com a

facilidade de armazenagem, sendo que itens que não são fáceis de manusear possuem um

custo de transporte mais alto (LAMBERT et al., 1998).

Há também os fatores relacionados com o mercado, que influenciam nos custos. Os de

maior importância são: a) grau de concorrência entre as transportadoras; b) localização dos

mercados; c) regulamentação do governo relativo às transportadoras; c) equilíbrio do tráfego

dentro de um território; d) sazonalidade das entregas; e) se o transporte é nacional ou

internacional (LAMBERT et al., 1998).

Para tomada de decisão em transporte, é necessário ter informação disponível e

funcionários capacitados para processá-la, com o objetivo de atender às necessidades

funcionais e estratégicas da transportadora. Para ter acesso à informação, é necessário haver

uma grande variedade de documentação. Os três principais documentos necessários para

executar um transporte são:

Conhecimento de embarque: serve como recibo e documenta as mercadorias e

quantidades embarcadas. Em caso de perdas ou avarias é o documento utilizado para a

reclamação. O comprador ou empresa mencionado no conhecimento é o único recebedor legal

do produto.

Conhecimento de frete: é o meio utilizado para o faturamento dos serviços de

transporte. Pode ser pago na origem ou no destino.

Manifesto de carga: relaciona as paradas quando são transportadas várias mercadorias

num único veículo. Relaciona a parada, o conhecimento de embarque, o peso e o número de

volumes de cada embarque (BOWERSOX E CLOSS, 2001).

O transporte interage com o meio ambiente, podendo provocar diversas interferências,

destacando-se:

Atrasos na viagem: quebras do veículo, congestionamentos localizados, decorrentes de

chuvas excessivas, paralisações e greves são alguns dos motivos que podem acarretar atrasos

na viagem;

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Oscilações nos prazos de entrega: deficiência na programação das entregas ou na

recepção de mercadorias, que fazem com que o veículo retorne ao depósito com parte da

carga não entregue é um dos motivos que geram atrasos nos prazos de entrega;

Políticas de estoque: como os produtos são estocados em pontos diferentes da cadeia

logística, quando ocorrem atrasos na viagem ocorrem alterações nos níveis de estoque;

Avarias na carga e descarga: manipulação inadequada dos produtos pode causar

avarias nas mercadorias;

Necessidade de equipamentos especiais para carga e descarga: existem produtos que

necessitam de equipamentos especiais para carregá-los e descarregá-los. Com equipamentos

adequados atinge-se um nível de serviço satisfatório referente ao sistema logístico (NOVAES

E ALVARENGA, 1994).

Saber gerenciar essas interferências do meio ambiente, de modo que não haja

prejuízos para a empresa contratante, ou para a contratada, faz com que todos os envolvidos

obtenham vantagem competitiva no mercado em que atuam.

2.6 Medidas de Desempenho

Normalmente as empresas têm tido seus objetivos baseados no lucro. Porém, para

medir esta variável diretamente no processo pode ser algo de difícil aplicação, e os dirigentes

têm buscado outros indicadores que possam influenciar na rentabilidade, como custos,

qualidade, capacidade, prazo de entrega e flexibilidade (Rocha, 2006).

Para que a organização possa competir com sucesso em seus objetivos estratégicos, é

preciso que haja relação entre as estratégias da empresa, ações organizacionais, medidas de

desempenho. Não é só ação específica do programa apoiando os objetivos estratégicos

requeridos, mas também um sistema de medida de desempenho que facilita as ações

organizacionais consistentes para a realização dos objetivos (LOCKAMY III, 1998).

De acordo com Taylor (2005), uma das principais estratégias da empresa é a utilização

de um conjunto de medidas de monitoramento do desempenho dentro da cadeia de

suprimentos. Algumas empresas medem em excesso, criando uma base de dados extensa e

com pouca utilidade prática, enquanto outras medem muito pouco, não refletindo a realidade

do negócio. Não há uma fórmula mágica para medidas de desempenho.

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A essência do gerenciamento é que não se pode gerenciar aquilo que não pode ser

medido. Deve-se medir para melhorar, para fornecer à equipe gerencial novas percepções da

performance atual do sistema, e porque está ele tendo esse desempenho, como pode ser

melhorado o sistema e se ele está ou não sob controle (SINK E TUTTLE, 1993).

Para melhorar os processos logísticos, deve-se compreender o que são medidas de

desempenho, para que servem e como as pessoas responsáveis pela direção podem usá-las

com o objetivo de controle e melhoria.

Para Hronec (1997, p. 1): “As medidas de desempenho são sinais vitais da organização

e elas qualificam e quantificam o modo como as atividades ou ‘outputs’de um processo

atingem suas metas, assim, as medidas de desempenho respondem à pergunta: como você

sabe?”.

Segundo Nauri (1998): “O objetivo de sistema de medição de desempenho em

organizações é estabelecer o grau de evolução ou de estagnação de seus processos, assim

como, da ‘adequação ao uso’ de seus bens e serviços, fornecendo informação adequada, no

momento preciso, a fim de tomar as ações preventivas e/ou corretivas que levem à conquista

das metas organizacionais”.

Assim, os sistemas de medição de desempenho objetivam estabelecer formas de

acompanhar os processos ou atividades para averiguar se os mesmos estão atendendo às

expectativas dos clientes e fornecer informações adequadas para que sejam tomadas decisões

relativas a ações de prevenção, manutenção ou correção de tais processos ou atividades de

maneira que sejam atingidos os objetivos da empresa (RAZZOLINI, 2000).

A medição pode indicar onde a empresa precisa de melhoria, ajuda a priorizar os alvos

das energias e recursos, faz parte do processo gerencial. Os sistemas de medição não ocorrem

por acaso, eles devem ser projetados, desenvolvidos e mantidos. Se eles forem bem projetados

e desenvolvidos, ligados a uma estratégia de negócio bem compreendida e aceita, podem

impulsionar a constante melhoria da performance (SINK E TUTTLE, 1993).

Existem características de desempenho do sistema logístico que servem como

direcionadores da eficiência logística. Foram determinados alguns exemplos de características

importantes da logística e medidas de desempenho correspondentes, de acordo com o que

Moller e Johansen (1993) defendem, que são os seguintes:

Disponibilidade: é a habilidade do sistema logístico em conhecer a demanda dos

clientes. Pode ser medida como o grau de inventário ou o tempo de entrega.

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Nível de Desempenho: indica a velocidade dos materiais, que pode ser medida em

unidade/hora, ordens/dia, etc. Também pode ser medida a taxa de giro do estoque e o lead

time.

Confiabilidade: mostra a variação do sistema logístico com relação à disponibilidade e

qualidade, podendo ser medida como a taxa de pedidos pendentes.

Flexibilidade: é a habilidade do sistema logístico em atender mudanças súbitas em

datas de entrega ou quantidade, ou capacidade de mudar diante de uma nova situação ou

produto. Pode ser medida em termos de atendimento de variedades de produtos, número de

variantes, número de ordens atendidas em momento de pico.

Robustez: é a habilidade do sistema em manter estabilidade interna durante influência

externa. Uma medida importante é a falta.

Qualidade: é o número de defeitos no produto, na entrega, etc.

Produtividade: indica a melhor utilização dos recursos, como utilização de capacidade

e produtividade real, entre outros.

Serviço: é a capacidade de aumentar o valor do produto pela oferta de serviços

adicionais, por exemplo, política de qualidade, sistema de informação de entrega, etc.

Também se pode perceber que quando as operações logísticas estão integradas e são

consideradas uma competência-chave, elas podem servir de base para alcançar vantagens

estratégicas. Um dos paradigmas da logística é a convicção de que um desempenho integrado

produz resultados melhores do que as funções gerenciadas individualmente, sem coordenação

entre si (BOWERSOX E CLOSS, 2001).

Depois de desenvolvidas as medidas, elas devem ser aplicadas nos processos em que a

organização deseja obter informações sobre o desempenho. Com a obtenção dos resultados, é

preciso analisá-los e fazer uma correta avaliação, que é o próximo assunto a ser discutido.

2.7 Avaliação de Desempenho

A medição deve estar separada da avaliação. A medição é um processo em que se

decide o que deve ser medido e são feitas a coleta e análise dos dados, não está baseada em

valor. Na avaliação são impostos os padrões, especificações, valores e julgamentos, para

determinar se o desempenho satisfaz às necessidades dos clientes ou processos (SINK E

TUTLLE, 1993).

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Considerando que não se deve tratar a logística apenas como uma atividade que agrega

custos ao processo, mas que também agrega valor, deve-se considerá-la como uma atividade

de gestão e desenvolver sistemas próprios de medição e avaliação de desempenho, segundo

suas características e particularidades (SCHMITT, 2002).

Três objetivos são considerados importantes para o desenvolvimento de sistemas de

avaliação de desempenho, que são: monitorar, controlar e direcionar as operações logísticas

(BOWERSOX E CLOSS, 2001). A explicação sobre cada um dos objetivos, de acordo como

o autor citado está a seguir.

Monitoramento: tem como objetivo acompanhar o desempenho histórico do sistema

logístico para que a gerência e os clientes se mantenham informados;

Controle : é utilizado para acompanhar continuamente o desempenho e auxiliar o

processo logístico a se manter em conformidade com os padrões de controle;

Direcionamento: objetiva motivar o pessoal, oferecendo bônus aos funcionários que

desempenharem uma determinada tarefa em tempo menor do que o padrão. Ajuda a avaliar os

desempenhos positivos e negativos.

Existe um número de características que são encontradas nos sistemas de medidas de

desempenho efetivos, e então podem ser usadas na avaliação desses sistemas de medidas.

Estas características incluem: abrangência (medida de todos os aspectos pertinentes),

universalidade (permite comparação de várias condições operacionais), mensurabilidade

(necessidade de dados mensuráveis), consistência (medidas consistentes com os objetivos da

organização). Junto com as medidas baseadas em sua efetividade, o benchmarking é outro

método importante usado na avaliação do desempenho, que pode ser útil na identificação de

oportunidades de melhoria (BEAMON, 1999).

Para Razzolini (2000), é importante avaliar o desempenho para que a organização

saiba até que ponto os objetivos estão sendo atingidos, de forma a: assegurar que o

desempenho da estrutura logística atinja os resultados esperados; promover eventuais

treinamentos e capacitações dos envolvidos no processo; reconhecer e premiar contribuições

individuais para obter um melhor desempenho logístico; e mensurar os custos e os benefícios

do desempenho atingido.

Lima (2001) identifica três objetivos distintos para a criação de uma sistemática de

avaliação de desempenho, que são:

- monitorar as variáveis e antecipar ações como uma postura preventiva;

- resolver problemas que eliminem as insatisfações ou elevar o nível de satisfação

como um processo de melhoria contínua;

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- dissolver o sistema pela obsolescência de sua finalidade.

Davin et al. (2002, p.1) também citam que: “As medidas de desempenho devem ser

feitas para avaliar o grau de eficiência dos diferentes processos desenvolvidos nas empresas,

sejam estes no setor de desenvolvimento, produção, vendas ou qualquer outra área onde se

perceba a necessidade de um controle mais eficiente”.

Deve-se avaliar o desempenho dos sistemas organizacionais, a performance total do

sistema (SINK E TUTTLE, 1993).

Os tipos de mercados podem influenciar na estratégia competitiva adotada pela

empresa. Quando a competição ocorre nos custos, em mercados de pouca diferenciação de

produtos, o desempenho deve ter ênfase nos custos; já em outros casos, devem-se valorizar

aspectos de diferenciação de serviços (LIMA, 2001).

Deve ser levado em consideração que as medidas obtidas serão utilizadas na tomada

de decisões da empresa. Assim, os gerentes responsáveis pelas decisões devem definir quais

são os dados mais importantes a serem utilizados nas decisões a serem tomadas. Nem sempre

se consegue medir exatamente o desejado, ou as informações obtidas talvez não sejam o que

se pretendia. Mas, apesar disso, pode-se obter uma visão geral do que se pretende avaliar

utilizando medidas de desempenho que estejam ligadas ao assunto em questão (DAVIN et

al.).

Para avaliar o desempenho é necessário identificar os seus atributos, que devem ser

monitorados pela organização. Padrões de desempenho precisam ser previamente definidos,

para depois serem comparados com o que foi medido, e verificar o quanto é alcançado.

Razzolini (2000) propõe alguns requisitos que devem ser satisfeitos no gerenciamento

do processo de avaliação, relacionados a seguir:

• Saber se os funcionários estão comprometidos e trabalhando em busca dos objetivos

estabelecidos;

• Mensurar a qualidade da prestação dos serviços;

• Quantificar os custos das atividades logísticas;

• Acompanhar o cumprimento dos prazos;

• Analisar as variáveis organizacionais que podem estar afetando o desempenho;

• Identificar necessidades de desenvolvimento e/ou adaptação dos recursos da empresa;

• Antecipar ações corretivas quando são identificados desvios no desempenho pré-

estabelecido;

• Sempre fornecer feedback para realimentar o processo.

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Não se pode deixar de considerar que a avaliação qualitativa de desempenho

geralmente é como “bom”, “justo”, ”adequado”, respostas vagas para serem utilizadas. Por

isso, as medidas quantitativas são preferidas. Uma medida de desempenho numérica pode ser

utilizada porque os dados estão prontamente disponíveis, ou porque elas são usadas há um

longo tempo. Todavia, nem sempre as medidas numéricas são adequadas para descrever o

sistema de desempenho, e pode ser difícil utilizá-las como nas avaliações qualitativas. A

dificuldade é desenvolver medidas de desempenho apropriadas, que possam garantir o

sucesso da avaliação do desempenho.

Porém Robbins (2000) cita que: “Quando um indicador de desempenho não pode ser

expresso em termos quantitativos, é sempre preferível dispor de medidas subjetivas a não

dispor de nenhum padrão” (apud Razzolini, 2000, p. 30).

Cabe à organização definir os tipos de indicadores de desempenho que são mais

válidos, que trarão respostas às dúvidas sobre o desempenho atingido. Mas sempre se deve

considerar o ambiente em que a empresa está inserida.

2.8 Resultados Esperados com a Avaliação do Desempenho

Com a implementação de medidas de desempenho alguns benefícios são alcançados,

como: melhor compreensão dos processos, verificação se os requerimentos dos clientes estão

sendo atendidos, indicação dos locais de necessidade de melhorias, revelação de problemas

que estavam encobertos, verificação se os requerimentos dos fornecedores estão sendo

satisfeitos e garantia de que as decisões estejam baseadas em fatos, e não emoções (NAURI,

1998).

Ballou (2001) comenta que a gestão considera importante verificar, de tempos em

tempos, se a função logística está sendo executada eficaz e eficientemente. Pode ser uma

avaliação de todo o pessoal, da estrutura organizacional e do projeto de rede total, sendo que

este último pode ser auditado através da análise dos determinantes gerais do projeto de

sistema logístico. Mudanças substanciais na demanda, no serviço ao cliente, nas

características do produto ou nos custos logísticos, indicam a necessidade de uma revisão da

estratégia.

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O elemento final do controle é a ação corretiva que deve ser executada quando houver

grandes diferenças entre as metas do sistema e o desempenho real. Essas ações dependem da

natureza e da extensão da condição que está fora da meta. Três tipos de ação podem ser

delineados, segundo Ballou (2001):

a) Ajustes menores: o desempenho da atividade logística está constantemente

mudando, devido ao ambiente de negócios dinâmico e incerto que age sobre ela, mas

geralmente não requer mudanças significativas na forma como a atividade é conduzida. Nesse

caso, ajustes pequenos para combinação de nível de atividade, regras de decisão ou até metas

do sistema são suficientes para manter o controle adequado sobre o sistema. A maior parte das

ações corretivas é desse tipo.

b) Replanejamento principal: é necessário quando há uma mudança radical do sistema

logístico da empresa. Envolve reciclar através de processos de planejamento gerencial, para

gerar novos cursos de ação e assim, um novo nível de desempenho da atividade, padrões para

comparação e limites de tolerância a erros.

c) Planos Contingenciais: deve ser executada quando há possibilidades de grandes

mudanças no nível de desempenho da atividade. Representam cursos de ação predeterminados

a serem implementados quando um evento definido ocorrer.

Para Bowersox e Closs (2001), um mecanismo de avaliação de sistemas é essencial

para a gerência, visto que tem como objetivo assegurar que toda operação está dentro de

parâmetros estabelecidos. Para os autores, a natureza da mensuração exige que sejam

desenvolvidos diversos níveis de informação dentro da organização, que eles dividem como :

direcionamento, variação, decisão e política. A seguir são detalhados os níveis definidos pelos

autores:

Direcionamento: neste nível, a avaliação e o fluxo de informação dizem respeito à

execução do plano operacional. São gerados documentos de transação que sinalizam uma

necessidade e documentos de ação que identificam as etapas necessárias para atingir os

objetivos. Esses documentos formam vários relatórios de status, que resumem atividades

individuais e a capacidade de atender às exigências das transações esperadas.

Variação: este nível diz respeito aos desvios acumulados em relação ao desempenho

planejado. A apuração da variação resulta na identificação de tendências que podem ser

transformadas em problemas, mas podendo, a princípio, aparecer como uma exceção ao

desempenho esperado no nível de direcionamento.

Decisão: neste nível, as exceções ou problemas que ocorreram nos níveis anteriores

dão suporte a uma reavaliação do plano operacional original. A variedade de informação é

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bem menor, e é nesse nível que uma mudança formal no plano operacional pode ser

considerada, exigindo a adição de novos recursos. Não deve envolver mudanças nos objetivos

do sistema, mas pode haver despesas adicionais para que os objetivos sejam alcançados,

considerando as conseqüências totais para o sistema.

Política: este último nível envolve uma mudança nos objetivos, incluindo todos os

níveis de gerência no campo de interesse. Uma avaliação do sistema planejado e o custo total

de execução são exigidos na formulação de novas políticas, e de qualquer ponto da empresa

podem haver solicitações de revisões na política, não somente na área logística.

2.9 Processo de Avaliação de Desempenho

No processo de medição do desempenho, depois da escolha dos indicadores, deve ser

feita a medição propriamente dita, de acordo com o procedimento definido por cada

indicador. Para esse processo, Rodriguez (2002) apresenta um fluxograma com as atividades

que devem ser desenvolvidas no processo de medição e avaliação de desempenho,

apresentado na Fig. 03.

Segundo Rodriguez (2002), com o resultado da medição, o responsável deve buscar

dados para comparação com padrões de referência. Esses padrões podem ser obtidos de três

maneiras: benchmarking, onde se busca os resultados de empresas concorrentes, ou empresas

líderes do mercado; através de metas, definidas pela organização; ou ainda através de dados

históricos, obtidos com o decorrer de sucessivas medições feitas com determinado indicador.

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Figura 03. Fluxograma do processo de avaliação de desempenho. Fonte: Rodriguez, 2002.

Depois de comparar os resultados com os padrões de referência, verifica-se se o

resultado está dentro do desvio definido pela organização. Se o resultado estiver dentro dos

limites de desvio previsto, significa que o desempenho está correto. Caso contrário, se estiver

fora do limite previsto, devem-se buscar as causas que levaram ao desempenho incorreto.

Propõem-se então as soluções, e inicia-se o processo novamente para averiguar o resultado

das mudanças ocorridas.

Escolha de um sistema de indicadores de

desempenho

Benchmarking Metas Dados Históricos

Medição Padrões de Referência

Comparação

Desempenho Correto

Causas

Soluções

Aplicação das Medidas

não

sim

PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Desvio ?

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2.10 Indicadores de Desempenho segundo a abordagem de Rey

Rey (1999, p. 88) considera que: “As relações entre a política de serviço ao cliente, a

política de estoques, materiais, transporte e distribuição e as políticas de armazenagem são tão

intrínsecas que só podem ser explicadas através dos indicadores de desempenho apropriados”.

Também cita que as empresas acabam subotimizando a estratégia logística por não definirem

indicadores de desempenho logístico apropriados.

A autora também defende que na medição do desempenho da função logística é

necessário ter como marco de referência os indicadores genéricos que a empresa utiliza. Estes

indicadores são construídos com base nos elementos que contribuem para melhorar a posição

competitiva da empresa.

Segundo a autora, as empresas competem com base em quatro elementos:

Custo: é a habilidade de proporcionar bens e serviços ao menor custo possível;

Produtividade: é a habilidade de produzir os maiores resultados possíveis com a menor

quantidade de recursos disponíveis;

Qualidade: é a habilidade de gerar bens e serviços que satisfaçam ou excedam as

expectativas dos consumidores;

Tempo: é a capacidade da empresa de responder às mudanças no menor tempo

possível.

Os indicadores de desempenho para logística seguem essa lógica, sendo que eles são

complementares e devem ser avaliados conjuntamente.

Ainda considerando a mesma autora, a logística é composta pelos seguintes processos: manufatura, serviço ao cliente e processamento de pedidos, planejamento e administração de materiais, transporte, distribuição e armazenagem.

Dessa forma, cada empresa deve utilizar todos esses elementos na medida de

desempenho, e definir uma matriz, como a descrita na Fig. 04.

Com essa matriz preenchida, a organização mostra que está considerando todas as

inter-relações dos processos logísticos e avaliando a competitividade da função logística sob a

perspectiva de todos os processos e indicadores definidos.

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Processos vs. Indicadores Custo Produtividade Qualidade Tempo

Serviço ao cliente e Processamento de Pedidos

Planejamento e Administração de Materiais

Manufatura(PCP)

Transporte e Distribuição

Armazenagem

Logística Total

Figura 04. Matriz de Indicadores de Desempenho Fonte: Rey (1999)

Para preencher a matriz, a autora sugere alguns critérios de decisão que devem ser

utilizados para definir os indicadores:

1. Devem satisfazer a necessidade de medir o desempenho individual de cada um dos

processos;

2. Devem medir as inter-relações de cada processo com os demais;

3. Devem quantificar a contribuição de cada processo para a otimização da estratégia

de logística em geral;

4. Os indicadores devem ser fáceis de medir;

5. Os indicadores devem ser suficientemente padronizados dentro da empresa para

permitir um posterior benchmarking.

Uma observação importante feita pela autora é que a medição do desempenho não

pode ser um processo demasiado, extenuante e excessivo, pois isso desmotiva a empresa a

utilizá-lo. Outro fator a ser considerado é que os indicadores devem ter sentido, e os dados

devem estar disponíveis para os usuários se interessarem em preencher e calcular a matriz.

A seguir são feitas algumas considerações sobre a posição da autora em relação aos

indicadores de desempenho que devem ser utilizados na matriz.

Indicadores Financeiros: são aqueles que medem o custo total da operação logística.

Estão incluídos dois tipos de custos: operacionais (força de trabalho, armazenagem,

movimentação, frota de transporte, etc) e de capital (calculado como o valor total dos ativos

de logística multiplicado pela taxa de capitalização destes ativos que a empresa definiu como

de caráter geral para cada tipo de ativo logístico). Então, os custos totais são a somatória dos

custos operacionais totais dos processos mais os custos de capital dos ativos de logística.

Indicadores de Produtividade: mostram a capacidade da função logística de utilizar de

maneira eficiente os recursos designados a cada função. Sendo o objetivo geral dos recursos

de logística a geração de vendas e o preenchimento de mercados, então os indicadores de

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produtividade são construídos calculando a relação entre a geração de resultados sobre o

consumo dos recursos para produzir esse resultado.

Indicadores de Tempo: a logística precisa garantir que suas funções se mantenham nos

níveis de tempo estipulados pela empresa para a satisfação dos clientes e o acesso rápido ao

mercado. O cumprimento do tempo do serviço deve ser monitorado constantemente.

Indicadores de Qualidade: O principal indicador nessa categoria é o que se conhece

por Porcentagem de Pedidos Perfeitos, que mede a probabilidade de um pedido processado

pelo sistema logístico da empresa sair perfeito. Este indicador mede a qualidade de todos os

processos de logística, sendo cada processo interdependente e afeta o indicador geral de

qualidade da função logística. Medir a % de pedidos perfeitos é o primeiro passo para

melhorar a qualidade da logística de uma organização.

Por fim, a autora comenta sobre o benchmarking de indicadores de desempenho de

logística que, quando realizado corretamente, possibilita que as empresas comparem o

desempenho de sua atividade logística com os melhores de sua área ou do mundo em geral.

2.11 Adaptação do Modelo de Rey

No modelo proposto por Rey (1999), o ambiente em que é desenvolvida a matriz está

mais apropriada para a sua utilização nos processos industriais. Então, algumas mudanças

foram executadas por Bastos (2003), com o intuito de adaptar o modelo para ser utilizado no

processo de transporte. Primeiramente foram feitas as alterações nos processos básicos

industriais, modificadas para os processos básicos das empresas de transporte de cargas. Os

grupos de indicadores permaneceram os mesmos, mas foi feito o cruzamento desses grupos

com os processos, e assim definidos diversos indicadores. Para esses indicadores foram

descritos os processos de medição.

A Fig. 05 descreve, então essa matriz modificada, que possa ser utilizada por empresas

de transporte rodoviário de cargas.

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Processos vs. Indicadores Custo Produtividade Qualidade Tempo

Coleta C1 P1 Q1 T1

Transferência C2 P2 Q2 T2

Armazenagem C3 P3 Q3 T3

Manipulação C4 P4 Q4 T4

Distribuição C5 P5 Q5 T5

Sistemas de Informações C6 P6 Q6 T6

Total

Figura 05. Matriz desenvolvida para empresas de transporte rodoviário de cargas. Fonte: Bastos (2003)

Os processos definidos por Bastos (2003) na nova estrutura matricial foram

desenvolvidos com base em resultados obtidos em entrevistas com empresários dos setores de

interesse no estudo: fabricantes e transportadoras de revestimentos cerâmicos. São atividades

desenvolvidas principalmente no transporte do produto final, e apresentam as seguintes

definições:

Coleta – considera a atividade do motorista ir até o cliente carregar o veículo.

Transferência – refere-se ao transporte em si.

Armazenagem – refere-se ao processo de estocagem dos produtos até o momento de

serem distribuídos ao cliente final.

Manipulação – pode ser considerada como uma função da armazenagem. É o processo

de movimentação da carga dentro do armazém, incluindo as atividades de recebimento,

manuseio interno (triagem e consolidação) e expedição das mercadorias.

Distribuição – é o processo de entrega do produto ao cliente final

Sistema de Informações – é o processo que coordena todos os fluxos acima, e é

responsável pelo processamento de pedidos, agendamento de datas, e contratação da frota em

caso de terceirização.

Bastos (2003) ainda propôs alguns indicadores que possam ser medidos dentro de cada

processo desempenhado por uma transportadora, sendo que cada empresa deve optar pela

utilização daqueles indicadores que estiverem alinhados com a sua estratégia, em busca de

melhoria contínua na estrutura organizacional de logística da empresa. A transportadora pode

optar por utilizar alguns dos indicadores propostos, ou ainda criar os seus próprios, de acordo

com os seus objetivos. Não serão descritos todos os indicadores propostos, somente aqueles

utilizados pela empresa onde foi desenvolvido o estágio, dispostos no capítulo 4.

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3 MÉTODO

O homem possui uma constante necessidade de adquirir conhecimento, através de

diferentes formas. Uma delas é o conhecimento científico, que é o conhecimento provado. A

pesquisa científica é caracterizada por procedimentos rigorosos, que devem ser seguidos para

que os seus resultados sejam aceitos pela comunidade científica (Mattar,1999).

A pesquisa é um conjunto de ações e propostas em busca da solução de um problema,

que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos (Silva e Menezes, 2001). Neste

estudo, o método foi estabelecido através da definição do delineamento, dos participantes, da

forma de coleta dos dados e das análises.

3.1 Delineamento

De acordo com a sua natureza, o presente estudo pode ser classificado como sendo

uma avaliação de resultados, pois está de acordo com o que Roesch (2005) define para este

tipo de estágio: propõe julgar se um plano ou programa é efetivo ou não, fazendo

comparações controladas, requerendo que a empresa já tenha realizado algum tipo de

diagnóstico antes de introduzir um novo sistema. Também é necessário que tenha ocorrido

certo tempo depois da implementação de um sistema para que o mesmo possa ser avaliado.

Normalmente, numa avaliação de resultados, utiliza-se o delineamento quantitativo,

conforme Roesch (2005), onde são utilizadas amostras relativamente grandes. Porém, a autora

também cita que a pesquisa qualitativa pode ser considerada como um paradigma diferente de

pesquisa, e nesse caso, por ser um estudo de caso, tratou-se de uma pesquisa qualitativa.

O estágio se desenvolveu como um estudo de caso, que ocorre quando há um estudo

profundo, porém sem amplitude, onde se procura conhecer apenas um ou poucos elementos

da população, sobre diversos aspectos e suas inter-relações, como argumenta Mattar (1999).

A empresa onde o estágio se concebeu foi a Avilan Logística Ltda, empresa de

transporte rodoviário de revestimentos cerâmicos. A organização implantou um modelo de

avaliação de desempenho logístico há cinco anos, que ainda é utilizado atualmente. Com um

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estudo aprofundado em todos os indicadores de desempenho utilizados, foi possível verificar

quais os benefícios atingidos pela sua medição e avaliação constante.

3.2 Participantes do Estudo

No presente estágio foi utilizado como participantes os funcionários da Avilan

Logística Ltda, principalmente o Diretor de Operações e os colaboradores diretamente ligados

a ele.

3.3 Coleta de Dados

De acordo com Gil (1994), a coleta de dados pode ser feita através de entrevista, que é

uma técnica em que o investigador se apresenta ao investigado e lhe formula perguntas com o

objetivo de obter dados que interessam à investigação. A entrevista informal é o menos

estruturado possível, dá uma visão geral do problema pesquisado. A entrevista ocorre com

informantes-chaves, especialistas no tema.

No presente trabalho foram utilizadas técnicas de coleta de dados primários e

secundários. Os dados primários foram coletados através de entrevista informal com os

envolvidos na aplicação do modelo de avaliação de desempenho da empresa estudada. Os

dados secundários foram obtidos através dos relatórios que a empresa já possuía com os

resultados das avaliações de desempenho anteriores, tornando possíveis as comparações.

3.4 Análise dos Dados

Roesch (2005) afirma que quando a informação é obtida na forma de textos, pode-se

utilizar a análise de conteúdo, que é uma série de procedimentos para levantar inferências que

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sejam válidas a partir de um texto. Classifica palavras ou frases em categorias de conteúdos

para criar indicadores quantitativos, que possam ser interpretados e explicados.

Gil (1994) sugere os passos a serem seguidos na análise e interpretação dos dados, e

são utilizados no presente relatório os seguintes:

• Estabelecimento de categorias: várias são as respostas obtidas pelos elementos

pesquisados, e para serem analisadas é necessário organizá-las em categorias, que

devem ser derivadas de um único princípio de classificação, o conjunto deve ser

exaustivo e elas devem ser mutuamente exclusivas;

• Codificação: transforma dados brutos em símbolos que possam ser tabulados;

• Tabulação: agrupar e contar os casos que estão nas várias categorias de análise,

podendo ser simples, que consiste na simples contagem das freqüências das categorias

de cada conjunto.

• Interpretação dos dados: refere-se à relação que existe entre os dados obtidos e a

teoria.

Para organizar os dados obtidos de forma a facilitar o seu entendimento e tornar as

respostas úteis na análise final, foram estabelecidas a seguintes categorias de análise,

agrupadas de acordo com as respostas obtidas na entrevista informal:

• Antecipação de ações corretivas como uma postura preventiva;

• Dissolução do sistema pela obsolescência de sua finalidade;

• Acompanhamento do cumprimento de prazos;

• Necessidade de desenvolvimento e/ou adaptação dos recursos da empresa;

• Fornecimento de feedback para realimentar o processo.

Estrategicamente foram analisados os impactos causados na empresa, sendo estes

divididos nas seguintes categorias:

• Custos totais da organização;

• Qualidade do serviço prestado ao cliente;

• Diferenciação frente aos seus concorrentes.

Em seguida foi feita a codificação dos dados, ou seja, em cada indicador medido e

comparado foi verificada a ocorrência de cada uma das categorias utilizadas. Após esta etapa,

os dados foram tabulados com o agrupamento dos mesmos nas várias categorias de análise,

transformando-os em indicadores quantitativos para serem melhor interpretados e explicados.

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A etapa seguinte foi fazer uma análise dos resultados, que de acordo com Lakatos e

Marconi (1990): “É a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado

e outros fatores”. Na análise dos resultados foi possível discutir sobre o alcance das categorias

analisadas, como é esperado nos objetivos de uma avaliação de desempenho.

A medição dos indicadores foi feita durante o primeiro semestre de 2008, período em

que foi possível coletar os dados. A empresa forneceu as médias obtidas com a medição do

desempenho.

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4 DEMONSTRAÇÃO DO MODELO DE AVALIAÇÃO DE

DSEMPENHO LOGÍSTICO

Este capítulo apresenta primeiramente algumas características sobre o embarcador e a

empresa de transporte que foram objetos do estudo. Os indicadores utilizados são

apresentados e a sua utilização é demonstrada através de uma aplicação prática.

4.1 Características do Objeto de Estudo: o Embarcador e o Operador

Logístico

O estágio foi desenvolvido num determinado elo da cadeia de suprimentos, aquele que

envolve a distribuição do produto acabado. As empresas escolhidas para a demonstração do

modelo foram as seguintes:

- Portobello S/A: é uma empresa que atua na área de produção de revestimentos

cerâmicos, e seus produtos são distribuídos por todo o país, além da exportação de alguns

deles. No Brasil, a maior parte da produção é movimentada através do modal rodoviário e, no

caso da empresa em questão, a facilidade desse tipo de transporte está na localização da

fábrica, que fica às margens da BR-101, em Tijucas –SC.

- Avilan Logística Ltda: trabalha em parceria com a Portobello S/A, fazendo a

distribuição de seus produtos (revestimentos cerâmicos, rejuntes e argamassas) para diversas

regiões do país, mas principalmente para a região Sul e Sudeste , envolvendo São Paulo, Rio

de Janeiro e Porto Alegre. Está situada em Tijucas –SC, próxima à sua parceira. Atualmente, a

empresa trabalha quase que exclusivamente para a Portobello, responsável por

aproximadamente 85% de seus serviços, segundo dados fornecidos pela própria empresa de

logística. O restante fica dividido entre outros fabricantes de revestimentos cerâmicos.

A Portobello S/A trabalha com um sistema de franquias denominado Portobello Shop.

Essas lojas possuem somente um show room, ou seja, não há estoque, trabalham em um

ambiente just-in-time. Os pedidos feitos pela franquia saem diretamente da fábrica, sendo a

Avilan Logística Ltda responsável pela movimentação da carga desde a indústria até o cliente

final, naquelas regiões estabelecidas.

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A Avilan Logística Ltda possui um armazém em Jundiaí , no estado de São Paulo, que

funciona como um Transit Point, ou seja, opera como uma instalação de passagem, os

produtos já possuem os destinos definidos, são apenas separados para entrega local. Também

mantém outro depósito no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, com a mesma finalidade.

Os pedidos chegam no Transit Point já agrupados por cliente, em pallets fechados. Lá

eles são separados por região de entrega, feita por veículos menores, que podem entrar em

áreas urbanas. A carga fica no depósito por apenas dois dias, no máximo. Não há necessidade

de fazer seguro especial dessa carga porque o seguro pago no transporte dá cobertura ao

produto que está no armazém, pois é considerado como carga em trânsito.

A empresa opera com todos os caminhões terceirizados. Para os serviços prestados

para a PBShop, são utilizados cerca de 30 veículos, que levam o carregamento de Santa

Catarina para São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre , e outros 40 veículos menores, que

ficam responsáveis por distribuir os produtos aos clientes finais. Somente quando a carga é

muito grande, um caminhão sai de Santa Catarina direto para o cliente, mas normalmente fica

em um dos depósitos.

A Avilan Logística Ltda trabalhou durante muito tempo com frota própria, mas

quando optou por terceirizar esse serviço, foi se desfazendo de seus veículos. Desde março de

2002 a empresa não possui nenhum caminhão carreta ou truck, que faz o transporte da carga

da fábrica para o depósito. Também na distribuição da mercadoria para o cliente final todos

são terceirizados. Há atualmente um movimento da empresa para voltar a possuir frota

própria, porém ainda não voltado para este canal.

A decisão da empresa por utilizar ativos de terceiros surgiu pelo desejo da mesma em

se concentrar no gerenciamento da operação, e não somente no transporte em si. Segundo

cálculos feitos pela transportadora, os custos são menores, visto que se paga um determinado

valor pela contratação do serviço a ser prestado, e a empresa não tem custos de depreciação

do veículo, desgaste dos pneus, manutenção, investimento em ativos, entre outros. Também

não possui gastos com pessoal, já que os motoristas contratados não possuem vínculo

empregatício. O grande problema surge na qualidade do serviço, na responsabilidade e no

comprometimento com o cliente. Para isso, a transportadora investe em treinamento desses

autônomos, oferece uniformes, comunicação e controla todos os processos executados por

eles. Quando ocorre algum problema, como atrasos, ou reclamação de algum cliente, o

responsável pelo transporte é alertado, e se necessário é feita uma revisão nos itens básicos

para atendimento do mercado. Dependendo da gravidade ou do grau de reicindência, este

prestador de serviço é substituído.

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Existe um banco de dados na empresa onde estão cadastrados todos os autônomos, e

um funcionário fica responsável por fazer o agenciamento de cada carga. Muitas vezes o

próprio motorista procura a empresa para prestar o serviço.

Um outro problema que surge é quanto às cargas de retorno, que os motoristas

contratados tentam incluir no preço do serviço. A vantagem para a empresa é que ela não se

preocupava com o custo do retorno do veículo, já que o contrato era feito somente para um

destino. Para diminuir os custos do transporte, muitas vezes o motorista trabalhava para outras

empresas, que ofereciam o frete de volta. Por esse motivo, a empresa criou a modalidade

CAMINHÕES EXPRESSOS, que consiste na contratação de veículos a custo mensal +

variáveis (combustível/pedágios). Atualmente, toda a administração de cargas de ida de volta

é da Avilan Logística. Com isso a empresa preserva a fidelidade do prestador de serviços e a

qualidade da operação.

A empresa está tentando manter um menor giro de transportadores. Os critérios

utilizados para a escolha dos transportadores são: estado do caminhão, aprovação da

seguradora, documentação em dia e referências. Desenvolve também um projeto denominado

motorista VIP, o qual se alcançar uma determinada produtividade no mês ganha uma

bonificação em cada viagem realizada.

A grande preocupação das duas empresas é acompanhar a distribuição para a

Portobello Shop, que é um canal que responde por cerca 50% dos serviços do operador

logístico para a Cerâmica Portobello, de acordo com dados levantados pela empresa de

logística. Para que a parceria que existe entre elas continue firme e crescente é preciso avaliar

constantemente os resultados. O modelo de avaliação de desempenho logístico proposto

fornece resultados que podem ajudar na tomada de decisões das empresas envolvidas.

O modelo foi aplicado exclusivamente no transporte de revestimento cerâmicos das

franquias da Portobello Shop, para a região de São Paulo. Atualmente, 98% da mercadoria

transportada passa pelo Transit Point, e somente 2% é entregue direto ao cliente. O objetivo

foi medir as entregas que passaram pelo Transit Point. Porém, em alguns casos não foi

possível fazer um filtro para separar os dois tipos de transporte, e a medida foi feita

conjuntamente.

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4.2 MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO UTILIZADO PELA

AVILAN LOGÍSTICA

O modelo aplicado por Bastos (2003) teve a sua viabilidade demonstrada naquele

estudo. O que se pretende neste estágio é apropriar-se do mesmo modelo, buscar todos os

dados e resultados obtidos anteriormente, e fazer a comparação com o desempenho atual. Para

isso, os dados coletados passaram por um processo de análise e interpretação estabelecido por

Gil (1994) conforme citado no capítulo 3.

Como já foi citado, os dados coletados são relativos ao processo de movimentação da

mercadoria da fábrica para a região de São Paulo, onde há um depósito para fazer a separação

das cargas por região a ser distribuída. Atualmente, praticamente todas as entregas são feitas

através do depósito. Como o operador logístico fica próximo à fábrica onde é feita a coleta da

carga, não foi necessário utilizar os indicadores de coleta separadamente. A proposição da

matriz desenvolvida no item 2.11 foi modificada para ser aplicada especificamente no setor

pesquisado. A Fig. 06 apresenta a matriz utilizada na pesquisa.

Processos vs. Indicadores Custo Produtividade Qualidade Tempo

Coleta/ Transferência C1 P1 Q1 T1

Armazenagem/Manipulação C2 P2 Q2 T2

Distribuição C3 P3 Q3 T3

Figura 06. Matriz aplicada na Avilan Logística Ltda.

Sobre cada indicador utilizado, algumas questões foram abordadas, para facilitar o seu

entendimento. Foram as seguintes:

Nome do indicador: é o nome dado ao indicador utilizado.

Parâmetros de medição: são as bases de cálculo do indicador.

Unidade de medida: determina em que unidade de medida o indicador é calculado.

Freqüência de medição: é o intervalo de tempo em que ocorre a medição do indicador. Pode

ser observado que normalmente está indicando duas freqüências de medição. Significa que a

primeira delas é a cada vez que os dados são coletados para calcular o indicador. A segunda

que aparece é a freqüência em que ele é avaliado, que geralmente é mensal.

Motivo de sua utilização: apresenta os objetivos de seu uso para a empresa, qual o impacto

que gera na cadeia.

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Padrão adotado para comparação: apresenta a meta adotada pela empresa atualmente e como é

estabelecido esse valor. Também apresenta a meta que foi adotada no estudo anterior, para

comparação em caso de mudança de valores.

Avaliação dos resultados: nesta etapa é feita uma comparação dos resultados obtidos

atualmente com o que foi apurado no estudo anterior. As informações dispostas neste tópico

foram obtidas através das entrevistas com o diretor de operações da empresa. É possível fazer

uma análise em termos de ganhos e perdas para a empresa, e o sucesso na utilização do

indicador. Também permite avaliar se a empresa deve continuar trabalhando com esse

indicador, se há necessidade de mudanças de algum padrão adotado ou se ele não fornece

mais informações relevantes e pode ser eliminado. Foi nesta etapa que as respostas foram

agrupadas nas categorias de análise apresentadas no capítulo 3.

4.2.1 Indicadores Financeiros

O processo de movimentação dos produtos envolve as seguintes atividades: coleta,

transferência, armazenagem. manipulação e distribuição. Com relação aos custos de frete, a

empresa possui dois tipos diferentes:

Frete de Transferência: refere-se ao custo que a empresa dispende para o percurso maior entre

o embarcador e o depósito, ou seja, a transferência da carga de Tijucas –SC para Jundiaí- SP.

Para este trajeto são utilizados diversos tipos de veículos, como o caminhão carreta, com

capacidade de 27, 30 e 37 ton, o caminhão Bi-trem, com capacidade de 41 ton, ou ainda o

Rodo-trem, com capacidade de 54 ton. A preferência é pela utilização das carretas com

capacidade de 30 e 37 ton e o Bi-trem, onde os custos fixos ficam melhor diluídos. Nesse tipo

de transporte, o pagamento do frete é feito pelo peso que o caminhão está transportando,

porém na maioria das negociações, o transportador responsável exige o seu pagamento pelo

frete cheio com base na capacidade de seu caminhão.

Frete de distribuição: é o custo do transporte do depósito para os clientes das franquias, feitos

geralmente por veículos menores. Os veículos que a empresa trabalha e as suas capacidades

são: caminhão truck (12,5 ton), caminhão toco (6,0 ton), F-4000 (3,5 ton) , Kombi (1,0 ton) e

Hyundai (1,5 ton). A escolha do tipo de veículo a ser contratado para fazer a distribuição

depende da região de entrega, do perfil da carga e dos custos. Em 2002, época do estudo

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anterior, o frete de curta distância era caracterizado por diária, e a composição dos custos para

pagamento do mesmo seguia a combinação de peso x nº de entregas. Atualmente só é

considerado o peso, como no frete de transferência

Visto que a empresa não possui ativos de transporte, os principais custos são os de

contratação da frota, tanto para a coleta e transferência, como para a distribuição. Esses dois

valores somados são responsáveis por cerca de 70% do preço do frete ao cliente. Os outros

custos envolvidos são os custos administrativos, que consideram as despesas na matriz e no

depósito, os custos com seguros, uniformes, treinamento dos motoristas e perdas de reposição.

Em casos de perdas ou avarias, os parceiros possuem uma política em que cada um

arca com 50% do prejuízo, sendo que, além disso, a fábrica possui uma tabela especial de

reposição, e a transportadora é responsável pelo frete.

A seguir são apresentados os indicadores de custos que foram utilizados no processo

de avaliação de desempenho da empresa.

C1 - Custos de Coleta/Transferência

Nome do indicador: Custo de contratação da frota/ tonelada transferida

Parâmetros de medição: este indicador é conhecido nas empresas de transporte de carga como

“custo carreteiro”. Ele pode ser calculado dividindo-se o valor gasto com o pagamento dos

fretes contratados no mês, pela tonelada transferida no mesmo período. Cabe aqui lembrar que

o cálculo desse indicador deve considerar viagens feitas para o mesmo destino, que no caso da

empresa pesquisada é de Tijucas (fábrica) para São Paulo (Transit Point).

Unidade de medida: R$/ton

Freqüência de medição: a cada viagem/ mensal

Motivo da sua utilização: monitorar se os custos decorrentes desse processo estão dentro do

orçado pela empresa. Esse, juntamente com os custos de distribuição, são os principais gastos

do operador logístico. É com base principalmente nesses valores que a empresa deve trabalhar

para calcular o valor de frete a ser cobrado do cliente. E o valor do frete influencia no preço

final do produto, portanto esses custos têm impacto nos custos totais da cadeia.

Padrão adotado para comparação: No ano de 2002 a meta estabelecida pela empresa variou

três vezes, que foram de: R$ 27,16 para os meses de janeiro e fevereiro, R$ 30,18 para os

meses de abril a outubro, e R$ 33,39 para os meses de novembro e dezembro. A média obtida

foi de R$30,91/ ton transferida, calculada pela soma de todos os valores obtidos em cada mês,

divididos por 12 (número de meses). Como esse valor é calculado com base nos gastos de

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combustível e preço cobrado por outras empresas, considerando a inflação nos últimos anos, o

valor da meta foi aumentado.

Avaliação dos Resultados: a empresa já fazia um acompanhamento constante desse indicador,

pois é um custo que tem grande impacto nos custos logísticos totais da empresa. Ela

continuou utilizando mensalmente o indicador, estabelecendo metas que variaram de acordo

com a inflação e outras despesas da empresa, com o cumprimento sempre acompanhado pelos

gestores. Em 2008 a empresa obteve pequenos desvios no alcance da meta estabelecida.

A utilização desse indicador permitiu um maior controle dos custos totais das

atividades logísticas, pois a empresa conseguiu perceber em quais situações os custos de

contratação da frota estavam mais elevados, o motivo do valor contratado, e tomou as

medidas necessárias para baixar o preço. Forneceu feedback para realimentar o processo, com

informações sobre os valores que fugiram à meta, e fez os ajustes menores, principalmente

nas mudanças de metas, para sanar os problemas. Com relação ao impacto estratégico, o que

se verifica é que foi possível baixar os custos, utilizando isso com uma vantagem competitiva

em relação aos seus concorrentes, com preços menores para o seu cliente.

C1 – C3 Custos de Coleta/Transferência/Distribuição

Nome do indicador: Relação entre o valor do seguro da carga e a tonelagem transportada

Parâmetros de medição: Esse indicador pode ser calculado dividindo-se o valor total de

seguro pago no mês pela tonelagem transportada durante o mesmo período. O seguro pago é

válido para toda a movimentação da carga, tanto na transferência como na distribuição. Então,

para esse indicador é considerado todo o transporte da mercadoria, da fábrica ao destino final.

Unidade de medida: R$/ton

Freqüência de medição: a cada viagem/mensal

Motivo da sua utilização: verificar o impacto dos custos de seguro nas viagens. Existem dois

tipos de seguro que são pagos no transporte de uma mercadoria: o RCTRC (responsabilidade

civil do transportador rodoviário de cargas), que é um seguro obrigatório, pago por todas as

empresas de transporte rodoviário de cargas e corresponde a 0,05% do valor da mercadoria

transportada; e o RCFDC (responsabilidade civil facultativa por desaparecimento de carga),

que é facultativo, nem todas as empresas cobrem esse tipo de seguro, e corresponde a 0,06%

do valor da nota fiscal. A empresa pesquisada paga ambos, sendo este um diferencial

competitivo, pois dá cobertura e garantia ao cliente da integridade da carga.

É uma medida que deve ser controlada, justamente pelo diferencial que a empresa

apresenta, e que os benefícios devem ser maiores do que os custos de sua utilização.

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Padrão adotado para comparação: esse valor é tabelado em nível nacional, sendo proporcional

ao valor da mercadoria transportada, e não há muita flexibilidade em atingir metas. O valor

gasto com o seguro facultativo (RCFDC) é maior do que o valor gasto com o seguro

obrigatório, que todas as empresas devem cumprir. Este é uma despesa extra da empresa de

logística, e o valor utilizado impactava, em 2002, em apenas uma média de 1,13% do valor

gasto com a contratação da frota para transferência e distribuição somadas, que são os maiores

responsáveis pelos custos. Atualmente, quase não mudou o valor pago com seguros, a

empresa continua pagando os dois, e a meta permanece a mesma.

Avaliação dos Resultados: a empresa continua gastando cerca de 1,13% do valor gasto com a

soma da contratação da frota para distribuição e transferência. Essa medição de desempenho

permite que a empresa tenha uma visão estratégica do negócio, no sentido em que esse é um

custo que proporciona um diferencial competitivo em relação aos seus concorrentes. E qual o

custo de manter esse diferencial? O quanto ele impacta nos custos totais da empresa? Até que

ponto o cliente percebe essa vantagem? A empresa de transporte acompanha de perto o

impacto do valor do RCFDC e afirma que o seu cliente se sente mais seguro quando sabe que

a mercadoria está sendo transportada com garantia de recebimento em caso de

desaparecimento da carga.

C2 – Custos de Armazenagem/Manipulação

Nome do indicador: Custo de utilização de empilhadeira/ tonelada movimentada no

armazém

Parâmetros de medição: é calculado dividindo-se os custos de utilização de uma empilhadeira

(gastos com manutenção e gás) no decorrer do mês, pela tonelagem movimentada dentro do

armazém no mesmo período.

Unidade de medida: R$/ton

Freqüência de medição: mensal

Motivo da sua utilização: é um indicador importante para verificar o consumo de gás e os

gastos com manutenção. Esses dados indicam o grau de depreciação do equipamento, e

mostram quando precisam ser substituídos.

Padrão adotado para comparação: quando foi medido em 2002, esse indicador apresentou

grandes variações, o que tornou difícil estabelecer uma meta para ser alcançada no ano

seguinte. A empresa buscou os motivos que levaram a essa variação e verificou que houve

concentração em alguns meses no pagamento do gás utilizado como combustível. Sendo

assim, em outros meses não houve essa despesa. Também ocorreu troca de pneus e foram

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feitas três revisões durante o período. Ela corrigiu esses desvios de medida e conseguiu

utilizar o indicador nos anos seguintes, estabelecendo um padrão, que não foi informado para

este estudo.

Avaliação dos resultados: a empresa hoje trabalha com empilhadeira própria, estabeleceu uma

meta de gastos de combustível e manutenção, e esta meta está sendo atendida regularmente.

Quando há algum desvio a empresa se preocupa em buscar o motivo e corrigi-lo.

A utilização do indicador forneceu feedback dos resultados para realimentar o

processo, quando não foi possível fazer a avaliação no primeiro ano em que ele foi utilizado.

Nos anos seguintes, com a meta estabelecida, permitiu antecipar ações corretivas nos casos de

desvios, com relação à substituição de um equipamento, que necessitava de manutenção

constante. A empresa investiu em uma nova empilhadeira, e diminuiu os gastos com

manutenção e gás. Com relação ao impacto estratégico, este também pode ser observado na

redução de custos para a empresa, influenciando nos custos logísticos totais, e oferecendo

maior vantagem competitiva no preço final ao seu cliente.

C3 – Custos de Distribuição

Nome do indicador: Custo de contratação da frota/ tonelada distribuída

Parâmetros de medição: pode ser calculado dividindo-se o valor gasto com o pagamento dos

fretes contratados no mês pela tonelada distribuída no mesmo período. O cálculo deste

indicador considera as viagens de distribuição feitas na região de São Paulo, do Transit Point,

para o cliente final.

Unidade de medida: R$/Ton

Freqüência de medição: a cada viagem /mensal

Motivo da sua utilização: o operador logístico considerava mais importante nesse indicador o

número de entregas feitas, e não o peso das mercadorias distribuídas, mas essa medição ajuda

na comparação desses custos com os de transferência, e também fornece dados para calcular

os custos totais. Por isso a empresa começou a utilizar mais esse indicador. Como já foi citado

anteriormente, este custo, juntamente com os da coleta e transferência formam os principais

gastos da empresa. É dessa forma que a mesma calcula o seu preço, que têm impacto nos

custos totais da cadeia logística, por isso a importância do seu constante monitoramento.

Padrão adotado para comparação: o valor médio (somando-se todos os valores mensais e

dividindo por 12) obtido no ano de 2002 foi de R$ 39,75/ton distribuída. Esses valores

facilitam no cálculo dos custos totais de todos os processos exercidos pela empresa e auxilia

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na formação do frete a ser cobrado do cliente. Atualmente foi estabelecido um padrão que

aumentou no decorrer dos anos, e vem sendo buscado constantemente.

Avaliação dos Resultados: na pesquisa anterior a empresa não dava muita importância para

este indicador. Mas atualmente ela desconsiderou os cálculos de custo/entrega e só utiliza o

cálculo de custo/tonelada, para auxiliar na formação do preço do frete cobrado do cliente. A

utilização desse indicador forneceu feedback para realimentar o processo, mostrando a

importância de se calcular os custos de distribuição da mesma forma que na transferência, ou

seja, por tonelada distribuída, facilitando assim a quantificação dos custos totais das

atividades logísticas. Foi possível acompanhar quando os custos fugiram à meta, e a empresa

tomou as medidas necessárias para corrigir os desvios, sempre em busca de melhoria contínua

do processo. Estrategicamente, o impacto encontrado também é centrado nos custos totais, no

alcance de um melhor preço para o cliente, como um diferencial competitivo.

C3 – Custos de Distribuição

Nome do indicador: Custo de contratação da frota/ número de entregas

Parâmetros de medição: este indicador pode ser calculado dividindo-se o valor gasto com o

pagamento dos motoristas no mês pelo número de entregas realizadas no mesmo período.

Unidade de medida: R$/ entrega

Freqüência de medição: diário /mensal

Motivo da sua utilização: é uma outra forma de calcular os custos de distribuição, que era

mais utilizado pela empresa do que o custo / tonelada. Porém, hoje este indicador não está

mais sendo utilizado.

Avaliação dos Resultados: um dos objetivos da avaliação de desempenho é dissolver o

sistema quando ele não tem mais uma finalidade que possa gerar resultados, e foi o que

ocorreu com este indicador.

4.2.2 Indicadores de Produtividade

A produtividade mede a capacidade da organização em utilizar de maneira eficiente os

recursos disponíveis. A empresa tem capacidade aproximada para transportar 20.000

toneladas/mês (considerando toda a empresa, não somente o transporte para a Portobello

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Shop). Esse valor é relativo, porque dependendo do perfil do transporte a ser feito, a empresa

pode aumentar ainda mais a sua capacidade.

Medir a produtividade dos serviços de transporte apresenta diferenças significativas se

comparada com a manufatura, porque no caso do transporte, não existe uma unidade física

bem definida, e como há variação no tipo de produto transportado, distância percorrida, tipo

de rodovia, fica difícil estabelecer um padrão de comparação.

Com relação à produtividade do armazém, o mesmo possui um espaço disponível para

armazenagem de 1.500 m2. As atividades de manipulação da carga desde o momento em que

ela chega no armazém até a sua saída para entrega ao cliente final ocorrem na seguinte

seqüência: descarga, armazenagem, separação e expedição.

Os indicadores de produtividade que foram utilizados no processo de avaliação de

desempenho da empresa estão demonstrados nos próximos itens.

P1 – Produtividade da Coleta/Transferência

Nome do indicador: Produtividade das atividades de coleta e transferência

Parâmetros de medição: este indicador é calculado através de um levantamento feito da

tonelagem coletada e transferida no período de um mês.

Unidade de medida: ton/mês

Freqüência de medição: diário/ mensal

Motivo da sua utilização: mede se a produtividade da empresa está dentro do esperado e

verifica se a empresa está tendo crescimento.

Padrão adotado para comparação: até 2002 a empresa possuía uma meta de produtividade que

incluía todas as suas atividades, não somente a transferência para o armazém em São Paulo.

Mas com o resultado dessa medição foi possível estabelecer uma meta específica para esse

trajeto. A média mensal em 2002 foi de 745 ton. No primeiro semestre de 2008 a média

mensal foi de 1.100 ton por mês

Avaliação dos resultados: No estudo anterior esse indicador foi implementado com resultados

positivos. Na evolução da empresa, pode-se verificar que ela aumentou a sua produtividade de

transferência de carga, com um crescimento de 47,65% nos 5 anos posteriores, que significa

um crescimento de quase 10% ao ano.

O indicador permitiu à empresa verificar até onde ela consegue aumentar a sua

capacidade de transferência de carga, sem interferir na qualidade da prestação do serviço ao

cliente, e sem prejudicar os seus custos. Foi possível estabelecer metas associando essas duas

variáveis, antecipando ações, como redução ou aumento da capacidade, de forma a não

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prejudicar nem o cliente ou o operador logístico. Estrategicamente, o impacto se deu na

melhoria do serviço prestado, por oferecer maior confiabilidade ao cliente, pela quantidade a

ser transportada, e também na redução dos custos, que ficam melhor diluídos (os custos fixos)

com uma produtividade maior.

P2 – Produtividade da Armazenagem/Manipulação

Nome do indicador: Índice de ocupação dos armazéns em %

Parâmetros de medição: esse indicador pode ser calculado dividindo-se a capacidade utilizada

mensalmente em m2 do armazém pela capacidade total de armazenagem em m2.

Unidade de medida: %/mês

Freqüência de medição: diário/mensal

Motivo de sua utilização: esse indicador é importante ser medido porque fornece uma visão

do quanto da capacidade do armazém é utilizada pela empresa. Como o armazém é alugado,

deve-se verificar se não fica muito tempo com sua capacidade ociosa, e também se não há

excesso de mão-de-obra. É preciso haver uma boa administração do armazém, para evitar

gastos desnecessários.

Padrão adotado para comparação: na época do estudo, em 2002, esse indicador não foi

medido porque a empresa não se preocupava em levantar muitos dados do armazém, já que a

carga fica muito pouco tempo no local. Mas aliando a produtividade aos custos, a empresa

teve a preocupação de buscar essas informações, e sabe que hoje 80% da capacidade do

armazém é ocupada.

Avaliação dos resultados: esse indicador, que começou a ser medido nos anos seguintes ao

estudo anterior, mostrou que a empresa precisava resolver um problema de falta de

capacidade de armazenagem, que estava prejudicando suas operações, e foi o que aconteceu

quando ela mudou a localização do Transit Point para Jundiaí –SP (antes ficava em Cajamar).

A capacidade anterior era de 800 m2 e atualmente é de 1500 m2, sabe-se que com uma média

de ocupação de 80% os custos ficam controlados, e ela possui espaço disponível para

eventuais emergências. Foi possível identificar necessidades de adaptação dos recursos da

empresa, e houve melhoria na qualidade da prestação dos serviços ao cliente. Quanto ao

impacto estratégico, este ocorreu na melhoria do serviço prestado, oferecendo maior

confiabilidade para o cliente, com a sua grande capacidade de armazenagem, e na

possibilidade de atender a pedidos de emergência.

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P3 – Produtividade da Distribuição

Nome do indicador: Produtividade das atividades de distribuição

Parâmetros de medição: este indicador pode ser calculado de três maneiras:

a) Em toneladas distribuídas por mês: fazendo-se um levantamento da tonelada distribuída

no período

b) Em número de entregas por mês: calcula-se fazendo um levantamento do número de

entregas no mês.

c) Em número de entregas por viagem: calcula-se, dividindo o número total de entregas no

mês pelo número de viagens efetuadas.

Unidade de medida: ton/mês, entregas/mês e entregas/viagem

Freqüência de medição: diário/mensal

Motivo da sua utilização: esses indicadores, juntamente com os indicadores de custo de

entrega dão uma visão da situação da empresa sob diversos ângulos. Aponta o perfil do peso

médio de entrega ao cliente, ou seja, quanto o cliente está comprando.

Padrão adotado para comparação: a empresa possuía uma meta de 6,5 entregas por viagem, e

em 2002 a média mensal foi de 6,34 entregas por viagem, durante todo o ano, ou seja, muito

próximo ao padrão. Atualmente, no caso das toneladas entregues por mês, a média fica em

torno de 1100 ton/mês, que é a mesma quantidade transferida.

Avaliação dos resultados: Atualmente o perfil das entregas mudou, ficando em torno de

apenas 3 entregas por viagem, mas num volume maior. Em virtude disso, a empresa deixou de

medir a produtividade pelo número de entregas, e utiliza mais a tonelagem distribuída por

mês, que fica sempre próxima da meta estabelecida. Ela é mais utilizada porque facilita o

cálculo de custos, que também estão em toneladas, e não em número de entregas.

O indicador forneceu feedback para realimentar o processo, onde se verificou que um

volume maior de entregas, e em quantidades menores, levavam a custos menores. A empresa

foi em busca dessa mudança de perfil, e atualmente trabalha dessa forma. Esta decisão teve

impacto no relacionamento com o seu cliente, pois com custos menores na entrega, tornou

possível investir na contratação de mais funcionários para trabalhar exclusivamente com a

Portobello.

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4.2.3 Indicadores de Qualidade

A empresa mede a sua qualidade através de um relatório de entrega que é preenchido

pelo cliente no momento em que ele recebe a sua mercadoria. Com esses dados foi possível

fazer uma avaliação da porcentagem dos pedidos perfeitos, sob a ótica externa.

O operador logístico considera como um serviço de qualidade a boa comunicação, a

rapidez na entrega e solução dos problemas que surgem no processo, desde uma reclamação

de um procedimento até a reposição de quebras e faltas.

Os padrões de serviço ao cliente têm melhorado com o tempo. Existe uma pessoa na

empresa responsável pelas reclamações dos clientes e são tomadas medidas corretivas quando

isso acontece. Também são feitas pesquisas junto aos clientes para a elaboração dos relatórios

de entrega.

O relatório de entrega é um documento que o cliente preenche no momento em que

recebe a sua mercadoria. Funciona com um comprovante da data de entrega, e é também nele

que o cliente tem a oportunidade de fazer alguma reclamação, caso o produto não esteja de

acordo com as especificações (Anexo A). Esse documento retorna para o operador, onde é

alimentado no sistema, passando a fazer parte de um relatório de desempenho. São separados

por franqueado, e analisados mensalmente.

No final de cada mês, a empresa faz uma análise de todas as entregas feitas, para todos

os franqueados. Esse relatório geral mostra todos os documentos de entrega que foram

emitidos no período, com o número de viagens feitas e o peso total transportado durante o

mesmo período. Também mostra o quanto foi transportado passando pelo Transit Point e o

quanto foi entregue direto ao cliente.

Primeiramente é feita uma análise geral de entregabilidade (termo usado pelo operador

logístico), considerando toda a mercadoria entregue, que tenha sido liberada dentro do prazo

ou não. Em seguida a empresa analisa somente os pedidos liberados pelo embarcador dentro

do prazo, observando quais são os relatórios irregulares, ou seja, que não foram entregues no

prazo, e assim faz um levantamento dos principais motivos para a sua ocorrência.

Por último, a empresa analisa separadamente outros problemas que possam ter

acontecido com a mercadoria, além do descumprimento do prazo de entrega, que consiste nas

irregularidades preenchidas pelo cliente no relatório de entrega.

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Para elaborar este relatório de entrega, a empresa de logística fez uma pesquisa sobre o

que os clientes consideram importante durante o transporte de um produto, e eles

responderam que dão grande importância aos seguintes critérios:

- mercadoria entregue no prazo estipulado

- entrega dos produtos corretos

- bom atendimento do motorista

- bom atendimento do ajudante

- entrega dos produtos sem quebras

- mercadoria entregue seca

- correto acondicionamento da mercadoria

- produtos entregues sem faltas

- outros (caso haja algum outro tipo de problema na entrega que não seja muito comum).

O operador logístico considera mais importante o prazo de entrega do que as outras

ocorrências, por isso é nesse ponto que a empresa faz uma análise mais profunda. Também

não busca os motivos que levam o fornecedor a atrasar a liberação da mercadoria. Como a

análise do pedido perfeito deve considerar o processo em sua totalidade, independente do

responsável pela irregularidade (o embarcador ou a transportadora), e considerando que o

cliente também acha importante outros fatores, além do prazo, foi desenvolvida uma medida

de pedido perfeito que envolve conjuntamente o embarcador e o operador, e considera tanto o

prazo de entrega como as outras irregularidades que ocorrem.

A seguir são apresentados os indicadores de qualidade que foram utilizados no

processo de avaliação de desempenho da empresa.

Q1/ Q2/ Q3 – Qualidade da Coleta/ Transferência/ Armazenagem/ Manipulação/

Distribuição

Nome do Indicador: % pedidos perfeitos

Parâmetros de medição: este indicador é calculado de acordo com o que os clientes

consideram importante no transporte de um produto. Esses dados foram obtidos a partir do

relatório de entrega, onde o cliente possui uma lista de irregularidades que são respondidas

caso haja algum problema com a sua mercadoria. Os motivos considerados foram listados

anteriormente, mostrando os critérios aos quais os clientes dão grande importância. Esses

motivos foram utilizados para caracterizar o pedido perfeito, já que são eles que fazem com

que o cliente aprove ou não o serviço prestado.

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Assim, para calcular o pedido perfeito foi preciso levantar os dados de cada entrega,

considerando se houve alguma das ocorrências descritas como irregulares. Dividiu-se o

número de cada ocorrência pelo número total de entregas feitas no mês. Todos os valores

obtidos foram multiplicados, onde se chegou a um resultado, que foi tabulado de forma

percentual. Esse valor é o índice de pedidos perfeitos alcançados no mês.

Unidade de medida: %/mês

Freqüência de medição: a cada entrega/ mensal

Motivo da sua utilização: o índice de pedidos perfeitos mede a eficácia de toda a cadeia

logística integrada, e não somente das atividades individuais. É o desempenho ideal da

empresa, e deve atender a todos os padrões estipulados pelo próprio cliente.

Padrão adotado para comparação: a empresa coletava esses dados, porém não os analisava

com base no alcance do pedido perfeito. Durante o ano de 2002 foi feita a avaliação proposta

pela autora, em que foi obtida uma média de 72,5% de pedidos perfeitos. Atualmente a

empresa aumentou a média de pedidos perfeitos, mas verificou que o que influencia na

alteração dos valores é o prazo de entrega, e não as outras ocorrências.

Avaliação dos resultados: a entregabilidade da empresa está em torno de 94,17% dos pedidos

no prazo, desde que liberados na data estipulada pelo embarcador. Este indicador está sendo

reavaliado, porque o relatório de entrega nem sempre retorna à empresa com os dados

respondidos de forma confiável. Quem recebe a mercadoria normalmente é um funcionário da

empresa de construção, e não responde o questionário fielmente. Esses relatórios, quando

chegam na empresa precisam ser tabulados, gerando custos. Como seus resultados não são

confiáveis, a Avilan Logística está pensando em mudar o tipo de relatório, com perguntas

mais precisas, enfocando principalmente o prazo de entrega, que é o maior responsável pelas

reclamações.

A utilização desse indicador forneceu feedback para a empresa realimentar o processo

e mostrou que o principal fator que leva a uma variação do resultado é a entregabilidade. Foi

possível verificar que todos os envolvidos (embarcador, transportador, cliente) estão

preocupados principalmente com o cumprimento do prazo de entrega. Então, a qualidade da

prestação de serviços continua sendo monitorada, mas com maior ênfase neste quesito.

Estrategicamente, o impacto tem sido na qualidade do serviço prestado, pois a empresa de

transporte se preocupa com a satisfação do cliente final, reduzindo a preocupação do

embarcador com essa questão.

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4.2.4 Indicadores de Tempo

A chave de bons indicadores de tempo está na definição do princípio e do final de cada

atividade. É muito importante a empresa monitorar o tempo do serviço constantemente, pois

isso pode afetar todos os outros indicadores.

A empresa possui diversos dados sobre o tempo de seus serviços, mas em 2002 as

informações eram principalmente nas operações de coleta e transferência. Ela começou a

buscar dados sobre o tempo na distribuição no início de 2003, para formar o tempo total do

processo, e fazer uma análise mais completa. Ainda não consegue fazer a análise completa do

tempo, principalmente na distribuição. Para isso está buscando a utilização de um roteirizador,

que facilitará a utilização das medidas

A seguir são apresentados os indicadores de tempo que foram utilizados no processo

de avaliação de desempenho da empresa.

T1 – Tempo de Coleta/ transferência

Nome do indicador: Tempo médio de espera do caminhão para carregamento

Parâmetros de medição: este indicador é calculado através da média do tempo de espera de

cada motorista desde o momento em que ele passa na portaria do embarcador até começar o

carregamento, no período de um mês.

Unidade de medida: horas/veículo

Freqüência de medição: a cada viagem/ mensal

Motivo da sua utilização: a empresa trabalha com atendimento de agenda com datas fixadas

de entrega do produto. Atender essa agenda é um fator de satisfação do cliente. Então, o

menor tempo possível de carregamento auxilia no cumprimento da agenda.

Padrão adotado para comparação: a média de espera de cada veículo para carregamento

durante todo o ano de 2002 foi de 4,6 horas. Atualmente não se mede mais esse tempo,

porque o embarcador mudou a forma de carregar o caminhão. Antes eles iam no início da

manhã para a empresa, hoje o carregamento é somente no período da tarde. Sabe-se que a

espera ainda é longa, mas a empresa não possui mais um tempo exato.

Avaliação dos resultados: quando um sistema perde a sua finalidade, ele deve ser dissolvido,

reduzindo os custos de sua utilização. Como ele não tem mais uma função que possa causar

algum impacto na empresa, deixou de ser medido.

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T1 – Tempo de Coleta/ transferência

Nome do indicador: Tempo médio das operações de carregamento do caminhão

Parâmetros de medição: este indicador é calculado através da média do tempo de

carregamento de cada veículo no período de um mês, que inicia no momento em que o

caminhão começa a ser carregado e termina no momento em que ele passa pela portaria da

fábrica.

Unidade de medida: horas/veículo

Freqüência de medição: a cada viagem/ mensal

Motivo da sua utilização: juntamente com o tempo de espera, transferência e

descarregamento, auxiliam no cumprimento da agenda, conforme explicado no indicador

anterior.

Padrão adotado para comparação: em 2002, o tempo de espera era de 2,0 horas. Atualmente

esse tempo aumentou para 3,5 horas. Antes considerava o tempo de espera, que ficava em

torno de 4,6 horas. Esse tempo hoje não é mais utilizado. Hoje considera o tempo que o

caminhão passa no operador logístico para pegar a Nota Fiscal, que não era considerado

anteriormente. A média de espera de cada veículo para carregamento durante todo o ano de

2002 foi de 4,6 horas e para o carregamento foi de 2,0 horas, perfazendo um total de 6,6 horas

contado a partir do momento em que o motorista se apresenta na recepção da fábrica até o

momento de sua saída da mesma. Hoje o tempo que a empresa conta é de 3,5 horas, e

normalmente fica nessa média.

Avaliação dos resultados: esse indicador permite que a empresa acompanhe o cumprimento

do prazo de entrega na mercadoria, que é um fator de qualidade na prestação do serviço.

Quanto menor o tempo de carregamento, maior o tempo reservado para a transferência,

reduzindo os riscos de acidente por pressa do motorista. Quando há um atraso maior nas

operações de carregamento, a empresa de transporte vai em busca dos motivos e tenta corrigi-

lo, para não fugir da meta estabelecida. O impacto estratégico se dá nos custos totais da

empresa, pois esse é um tempo que não agrega valor algum ao processo, só gera desperdícios,

e também na qualidade do serviço prestado,

T1 - Tempo de coleta/transferência

Nome do indicador: Tempo médio da operação de transferência da carga

Parâmetros de medição: este indicador é calculado pela média do tempo decorrido nas

operações de transferência dentro de um mesmo trajeto em cada viagem no período de um

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mês. O tempo começa a ser contado a partir do momento em que o caminhão sai da

transportadora, que é onde ele passa quando sai da fábrica, e termina no momento em que ele

chega no armazém em São Paulo.

Unidade de medida: horas/veículo

Freqüência de medição: a cada viagem /mensal

Motivo da sua utilização: como nem sempre os atrasos são decorrentes de problemas do

veículo ou motorista, podendo ocorrer outros fatores como greves, filas, etc, o tempo para a

transferência deve ser muito bem controlado, para conseguir alcançar o cumprimento da

agenda, como já foi citado.

Padrão adotado para comparação: o padrão para comparação, depois da medida feita em 2002

era de 19 horas. Como mudou a localização do armazém, foi preciso fazer um ajuste no

tempo, e a empresa também aumentou em 2 horas o tempo de repouso (passou de 5 para 7

horas) e o padrão ficou em 23 horas.

Avaliação dos resultados: esse indicador é medido para controlar o horário de chegada da

carga no Transit Point. Quanto maior o desvio, maior influência nos custos e na qualidade, já

que o prazo de entrega é sempre um fator de satisfação para o cliente. O padrão estabelecido

vem sendo alcançado com freqüência, é possível acompanhar o cumprimento dos prazos.

O maior problema é que na prestação de serviços de transporte não é possível

descartar as viagens que ficam fora do padrão estabelecido, como acontece na manufatura.

Então, o indicador serve para antecipar ações corretivas para que as viagens seguintes

atendam ao tempo estabelecido. Como a empresa sempre procura otimizar a utilização do

armazém, não é interessante que a mercadoria chegue com antecedência, ocupando espaço de

armazenagem. Também não deve atrasar a chegada, atrapalhando a entrega ao cliente.

Estrategicamente há impacto nos custos e na qualidade do serviço prestado, demonstrando

maior confiabilidade de entrega para o seu cliente.

T2 - Tempo de Armazenagem/ Manipulação

Nome do indicador: Tempo médio de descarregamento da carga

Parâmetros de medição: este indicador é calculado através da média do tempo decorrido no

processo de descarregamento da carga desde o momento em que o veículo chega no depósito,

no período de um mês. Esse tempo começa a contar a partir do momento em que começa a ser

feito o descarregamento até o término da atividade.

Unidade de medida: horas/veículo

Freqüência de medição: a cada descarregamento de carga/ diário/ mensal

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Motivo da sua utilização: este é o último tempo controlado que compõe o processo de

movimentação da carga até o depósito, e que deve ser o menor possível para não atrasar a

entrega. Se o tempo final for menor do que o previsto, a carga pode ficar no armazém até a

data de sua distribuição combinada. Mas devem ser evitados os atrasos.

Padrão adotado para comparação: com base nos valores obtidos no decorrer do ano de 2002, a

empresa estabeleceu uma meta de 1,3 horas, que é utilizada atualmente. A média do tempo de

descarregamento no ano de 2008 está em torno de 1 hora, próximo então à meta estabelecida

pela empresa.

Avaliação dos resultados: como já foi citado anteriormente, esse indicador permite

acompanhar o cumprimento do prazo de entrega da mercadoria, pois faz parte do tempo total

de movimentação de produto desde o embarque até o cliente final. Fornece feedback para

realimentar o processo, e antecipar ações para corrigir os desvios encontrados, como uma

forma de melhoria contínua. O impacto estratégico se dá na influência dos custos totais, pois

faz parte do tempo total, e da qualidade do serviço prestado ao cliente, oferecendo vantagem

competitiva.

T2 – Tempo de Armazenagem/ Manipulação

Nome do indicador: Tempo médio de permanência da carga no armazém

Parâmetros de medição: pode ser calculado pela média do tempo de permanência de cada

mercadoria de um cliente que chega no depósito até o momento em que ela é carregada para

ser distribuída, analisadas mensalmente.

Unidade de medida: horas/mercadoria de cliente

Freqüência de medição: diário/mensal

Motivo de sua utilização: como o objetivo do armazém é funcionar somente como um Transit

Point, a mercadoria só deve permanecer no local o tempo de ser separada para ser entregue ao

cliente, que normalmente é de até dois dias. É importante controlar esse tempo porque ele vai

compor o tempo total do ciclo do pedido do cliente.

Padrão adotado para comparação: a empresa estabeleceu como padrão o tempo de 48 horas

para a carga permanecer no armazém. O tempo médio de permanência da carga no depósito

ficou em torno de 2 dias, ou seja, próximo à meta estabelecida.

Avaliação dos resultados: quanto maior o tempo que permanece no armazém, maior o custo

para a empresa, tanto na ocupação desnecessária, como dos funcionários que precisam estar

envolvidos nesse processo. É um indicador que permite verificar se o prazo está sendo

cumprido, fornece feedback para realimentar o processo, identifica a necessidade de

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adaptação dos recursos da empresa, como se o tamanho do armazém é suficiente. Faz parte do

tempo total do processo, que é sempre acompanhado para atingir o padrão estabelecido, e

quando há desvios permite antecipar ações corretivas. Estrategicamente tem influência nos

custos totais, pois quanto maior o tempo de permanência da carga no armazém, maior o custo

para a empresa. E também na qualidade do serviço prestado ao cliente, que confia na entrega

ao cliente final dentro do prazo estabelecido, oferecendo vantagem competitiva.

T3 – Tempo de Distribuição

Nome do indicador: Tempo médio da operação de distribuição da carga

Parâmetros de medição: este indicador é calculado pela média do tempo decorrido na

operação de distribuição das mercadorias por cada veículo, medidas mensalmente. O tempo é

contado a partir do momento em que ele sai do depósito para fazer a distribuição, e termina

quando ele acaba de fazer todas as entregas do veículo. Também é importante medir o tempo

de permanência em cada cliente.

Unidade de medida: horas/veículo

Freqüência de medição: a cada viagem /mensal

Motivo da sua utilização: essa medida ajuda a formar o tempo de ciclo do pedido, mas a

empresa ainda não possui esses dados. O indicador identificou a necessidade de

desenvolvimento de recursos do operador logístico, que está em busca da utilização de um

roteirizador para facilitar o cálculo dessa medida.

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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Este capítulo apresenta o agrupamento das categorias analisadas nos indicadores que

foram medidos e avaliados pela Avilan Logística Ltda. Em seguida é feita uma avaliação de

cada uma das categorias de acordo com a freqüência de aparições nos indicadores.

5.1 Agrupamento das Categorias de Análise

Todos os indicadores medidos e avaliados foram apresentados no capítulo 4. A

avaliação dos resultados foi apresentada nas categorias de análise sugeridas. Essas categorias

foram agrupadas para facilitar o seu entendimento e possibilitar um confronto com a teoria. A

Figura 07. apresenta todas as categorias e a freqüência de aparições em cada um dos

indicadores utilizados.

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Indicadores vs

categorias de análise

Antecipação de ações

corretivas como uma

postura preventiva;

Dissolução do sistema pela

obsolescência de sua

finalidade;

Acompanhamento do cumprimento

de prazos

Necessidade de desenvolvimento

e/ou adaptação dos recursos da

empresa

Fornecimento de feedback

para realimentar o

processo

Custos totais da

organização

Qualidade do serviço prestado ao

cliente

Diferenciação frente aos seus concorrentes

Custo contratação frota/ ton transf.

X X X

Relação entre valor do seguro da carga e ton

transportada

X X

Custo de utilização da empilhadeira/ ton

movimentada

X X X

Custo contratação frota/ ton distr.

X X X

Custo contratação frota/ entregas.

X

Produtividade das atividades de coleta e transferência

X X X

Índice de ocupação do armazém

X X

Produtividade das atividades de distribuição

X X X

% Pedidos Perfeitos X X Tempo médio de espera do

caminhão para carregamento

X

Tempo médio de carregamento

X X X X

Tempo médio de transf carga

X X X X

Tempo médio de descarregamento

X X X X X

Tempo médio de permanência da carga no

armazém

X X X X X

Tempo médio de dist. da carga

X

Freqüência de aparições 6 2 4 3 9 9 8 1 Figura 07. Apresentação da freqüência de aparição das categorias de análise em cada um dos indicadores avaliados pela empresa Avilan Logística

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5.2 Avaliação das Categorias de Análise

A Figura 07. permite uma avaliação mais profunda das categorias de análise que

aparece em cada indicador utilizado pela empresa, conforme apresentado a seguir:

Antecipação de ações corretivas como uma postura preventiva: esta categoria

aparece nos indicadores de custos de contratação da frota por tonelada transferida e

distribuída, utilização da empilhadeira, produtividade das atividades de coleta e transferência

e tempo de transferência e descarregamento da carga, somando um total de seis aparições.

Este é um dos requisitos que devem ser satisfeitos no gerenciamento do processo de

avaliação de desempenho. Quando são identificados desvios no desempenho pré-estabelecido,

é possível tomar ações que corrijam o erro. A utilização dos indicadores permitiu que a

empresa controlasse o desempenho, alterando a meta, como foi necessário em alguns casos,

ou buscasse soluções para retornar ao padrão estabelecido. Este é um atributo que vem sendo

alcançado no processo de avaliação de desempenho da organização

Dissolução do sistema pela obsolescência de sua finalidade: esta categoria está

presente em dois indicadores, no custo de contratação da frota por tonelada distribuída e no

tempo de espera do caminhão para carregamento.

As medidas de desempenho não devem ser excessivas, para não criar uma base de

dados extensa e com pouca utilidade prática. Elas geram custos para a organização, e devem

trazer resultados satisfatórios, atingindo os seus objetivos de monitoramento, controle e

direcionamento. Quando isso não mais acontece, o sistema deve ser dissolvido, para eliminar

custos desnecessários e reduzir a base de dados com informações que não dão retorno. Como

a empresa faz avaliações constantes dos indicadores que utiliza, ela conseguiu perceber que

estava utilizando dois deles que não forneciam mais informações relevantes para a tomada de

decisões. Assim, optou por não medi-los mais.

Acompanhamento do cumprimento de prazos: aparece nos indicadores de tempo

utilizados pela empresa, somando o tempo de carregamento, transferência e descarregamento

da carga transportada.

Este é outro requisito que deve ser satisfeito no processo de avaliação de desempenho.

Um desempenho integrado fornece resultados melhores do que as funções gerenciadas

individualmente. Atingir o tempo estabelecido pelo cliente é uma garantia de satisfação. É

importante trabalhar com medidas individuais, dividindo os processos, porque dessa forma a

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empresa consegue verificar em qual atividade houve desvio da meta. E quando sabe em qual

parte do processo teve erro, pode ligar com os outros indicadores daquele processo, quer seja

na transferência, armazenagem ou distribuição. Dessa forma fica mais fácil descobrir o

motivo da falta do cumprimento de prazos e fazer as correções necessárias.

Necessidade de desenvolvimento e/ou adaptação dos recursos da empresa: esta

categoria aparece em três indicadores, um de produtividade, o índice de ocupação do

armazém, e em dois de tempo, de permanência da carga no armazém e distribuição da carga.

A utilização dos indicadores permitiu a observação de necessidade de adaptação dos

recursos da empresa, como foi no caso do processo de armazenagem na carga. Auxiliou na

tomada de decisões da empresa, que mudou a localização do armazém, com um espaço maior

para a ocupação da carga. O indicador de distribuição da carga ainda não pôde ser medido,

mas a empresa considera importante para determinar o tempo total do processo, e por isso está

fazendo investimentos nessa área. Os indicadores utilizados atingiram o objetivo de

direcionamento, que avalia quando um desempenho está negativo.

Fornecimento de feedback para realimentar o processo: na maioria dos indicadores

esta categoria está presente, como os de custos, que envolve os custos de contratação da frota

por tonelada transferida e distribuída, custo de utilização da empilhadeira, na produtividade

das atividades de distribuição, no índice de pedidos perfeitos, e nos tempos de carregamento,

transferência, descarregamento e permanência da carga no armazém, somando nove

indicadores.

Poderia estar presente em todos os indicadores porque atinge o principal objetivo da

medição de desempenho, que é acompanhar o desempenho histórico da organização. Todas as

medidas fornecem um retorno que realimenta o processo, estabelecendo o grau de evolução

ou estagnação de seus processos. Fornece informações para a tomada de decisões da empresa

que possam levar à conquista das metas organizacionais.

Custos totais da organização: esta é mais uma categoria que aparece com grande

freqüência nos indicadores, em todos os de custos ainda utilizados pela empresa, na

produtividade das atividades de coleta, transferência e distribuição, e nos tempos de

carregamento, descarregamento e permanência da carga no armazém.

Um dos principais objetivos da estratégia logística é a redução de custos, mas

mantendo o nível de serviço. É importante a otimização dos custos totais da organização, não

individuais por setor, pois é no custo global que ela vai conseguir chegar num melhor preço

para o seu cliente, tendo vantagem competitiva. A utilização dos indicadores de desempenho

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tem um papel muito importante no controle de custos, que ajuda a empresa a atingir o

principal objetivo estratégico, que é o melhor retorno sobre o investimento no longo prazo.

Qualidade do serviço prestado ao cliente: aparece na maioria dos indicadores

utilizados, como a produtividade das atividades de coleta, transferência e distribuição, índice

de ocupação do armazém, índice de pedidos perfeitos, e nos tempos de carregamento,

transferência, descarregamento e permanência da carga no armazém, somando oito aparições.

A melhoria no serviço também é um dos principais objetivos da estratégia logística,

pois as receitas são derivadas do nível de serviço oferecido. É preciso reduzir custos, mas

associado ao nível de serviço, por isso a importância da utilização de indicadores que

verifiquem como está o nível de serviço oferecido ao cliente. Como a avaliação de

desempenho está permitindo aumentar a qualidade do serviço prestado ao cliente, é muito

justo continuar com a sua utilização constante, em todos os indicadores utilizados.

Diferenciação frente aos seus concorrentes: esta categoria aparece somente no

indicador de relação entre o valor do seguro da carga e a tonelada transportada.

Está cada vez mais difícil competir com base apenas nas diferenças entre os produtos,

e no caso do transporte, é preciso estudar formas de se diferenciar do concorrente, pois é um

serviço, que é um instrumento que pode adicionar valor para o cliente. A Avilan Logística

Ltda considerou como uma diferenciação apenas o seguro da carga facultativo que ela paga

para o seu cliente. Mas os indicadores de custos, qualidade, produtividade e tempo, analisados

conjuntamente, permitem que a empresa verifique se está alcançando vantagem em valor e

produtividade, e assim atingir o objetivo de vantagem competitiva sustentável, que é uma

diferenciação frente aos seus concorrentes. Isto pode ajudá-la a se tornar líder no mercado. A

empresa não possuía esta visão durante o processo de medição e avaliação do seu

desempenho logístico.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio propôs como principal objetivo a avaliação dos resultados da utilização de

um modelo de avaliação do desempenho logístico do serviço de transporte rodoviário de

cargas, atuantes na distribuição de revestimentos cerâmicos, dentro da cadeia logística

integrada. O objetivo da pesquisa foi atingido, de acordo com o que foi proposto nos objetivos

específicos.

Primeiramente, buscou-se o modelo de avaliação utilizado numa outra pesquisa,

mostrando todas as suas etapas de desenvolvimento, quais questões foram abordadas, como

ele foi medido anteriormente, e qual a avaliação obtida com a sua validação.

Para fazer a comparação dos resultados, o modelo, que havia sido aplicado em uma de

empresa de transporte de revestimentos cerâmicos, a Avilan Logística, continuou com a sua

utilização na mesma empresa.

Ocorreram diversas entrevistas com a empresa de transporte, e foram coletados os

dados necessários para a comparação da avaliação do desempenho logístico anterior com o

que é utilizado atualmente. Com esses dados foi possível acompanhar a evolução de 15

indicadores de desempenho, sendo que nem todos foram medidos, e alguns deixaram de ser

utilizados no decorrer dos anos.

Para analisar os dados fornecidos pela empresa, utilizou-se a técnica de análise de

conteúdo, com o objetivo de classificar as respostas em categorias de conteúdos, de forma a

criar indicadores que pudessem ser melhor interpretados e explicados.

As categorias de análise foram agrupadas nas seguintes questões: antecipação de ações

corretivas como uma postura preventiva, dissolução do sistema pela obsolescência de sua

finalidade, acompanhamento do cumprimento de prazos, necessidade de desenvolvimento

e/ou adaptação dos recursos da empresa, e fornecimento de feedback para realimentar o

processo. Essas questões foram analisadas no decorrer da avaliação de cada um dos

indicadores.

A partir dos resultados encontrados no processo de avaliação de desempenho logístico,

foram identificados alguns impactos causados na empresa pesquisada, principalmente nos

custos totais da organização, na qualidade do serviço prestado ao cliente, e na diferenciação

frente aos seus concorrentes.

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Para verificar o grau de ocorrência de cada uma das categorias estabelecidas, as

respostas foram agrupadas em um quadro, com a frequência da ocorrência de cada uma delas

nos indicadores medidos. Em seguida todas as categorias foram analisadas para fazer um

confronto com a teoria, onde se verificou que foram alcançados os benefícios estabelecidos,

garantindo que as decisões da empresa são tomadas com base em fatos, e não em emoções.

A Avilan Logística se deteve com maior ênfase nos impactos descritos anteriormente,

principalmente nos custos totais, o que não deixa de ser uma grande preocupação para todas

as empresas. Mas estrategicamente analisando as questões, pode-se perceber que com a

utilização do modelo de avaliação de desempenho ela pode obter diversos outros ganhos.

Principalmente na parceria com a Cerâmica Portobello, ela se mostra uma prestadora

de serviços de transporte de excelência, servindo de exemplo para as outras parceiras da sua

cliente. A Avilan pode tentar alavancar com a Portobello um crescimento de seu transporte,

desenvolvendo novas rotas de distribuição da Portobello Shop, e também prestando serviços

de distribuição para as empresas de materiais de construção, que compram em grandes

volumes e não precisam passar por um Transit Point. Isso possibilitaria um crescimento de

mercado para a Avilan Logística, fator que ela se mostra organizada o suficiente para que

aconteça.

Com essa avaliação da evolução do processo de medição de desempenho, a Avilan se

mostrou satisfeita com os resultados obtidos, e percebeu o quanto é importante manter o

sistema ativo. Foi possível verificar que os principais impactos da utilização do processo têm

sido na redução dos custos totais e na qualidade do serviço prestado ao cliente. Outro ponto

percebido foi que as medições quase sempre fornecem feedback para realimentar o processo,

ou seja, a empresa sempre está acompanhando de perto os processos conjuntamente, e

fazendo as alterações necessárias, para não fugir das metas estabelecidas.

Sendo assim, tanto o objetivo geral como os objetivos específicos foram alcançados no

decorrer do estágio.

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ANEXO A

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DECLARAÇÃO

A empresa AVILAN LOGÍSTICA LTDA declara, para devidos fins,

que a estagiária ISABELA DESCHAMPS BASTOS, aluna do Curso de

Administração do Centro de Educação Superior de Ciências Sociais

Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, cumpriu com a carga horária

prevista para o período de 01/04/2008 a 30/09/2008, seguiu o cronograma de

trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas.

Tijucas, 27 de outubro de 2008.

_____________________________________

Roberto Ávila dos Santos

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Isabela Deschamps Bastos

Estagiário

Eduardo Battisti Archer

Supervisor de campo

Prof. Nelson Zunino Duarte

Orientador de estágio

Prof. Luciano Dalla Giacomassa

Responsável pelos Estágios em Administração