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Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano
do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
School snack evaluation of the first grade children from
elementary schools in Matosinhos
Autora: Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino
Orientação: Dr.ª Maria Ana Carvalho
Trabalho de Investigação
Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Entidade Pública Empresarial
Porto, 2008
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos i
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
Índice
Lista de Abreviaturas.......................................................................................... iii
Resumo.............................................................................................................. v
1. Introdução ...................................................................................................... 1
1.1. Enquadramento do Trabalho....................................................................... 5
2. Objectivos....................................................................................................... 6
3. Participantes, Material e Métodos .................................................................. 7
3.1. Selecção da Amostra .................................................................................. 7
3.2. Recolha da Informação ............................................................................... 9
3.3. Obtenção do Peso dos Alimentos e Análise da Composição Nutricional .. 10
3.4. Categorização Alimentar ........................................................................... 11
3.5. Ensaio Piloto ............................................................................................. 12
3.6. Análise Estatística ..................................................................................... 12
4. Resultados ................................................................................................... 13
4.1. Caracterização dos participantes .............................................................. 13
4.2. Identificação das razões da omissão do lanche escolar ........................... 13
4.3. Caracterização qualitativa e quantitativa dos lanches escolares............... 13
4.4. Determinação do contributo energético e nutricional do lanche escolar ... 16
4.5. Identificação das razões da omissão do pequeno-almoço........................ 17
4.6. Caracterização qualitativa do consumo do pequeno-almoço .................... 18
4.7. Caracterização do consumo de leite escolar............................................. 20
5. Discussão..................................................................................................... 21
6. Conclusões................................................................................................... 34
7. Referências Bibliográficas............................................................................ 37
8. Anexos ......................................................................................................... 45
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Lista de Abreviaturas
CS – Centro de Saúde
DRI – Dietary Reference Intakes
EB 1 – Escola Básica do 1º Ciclo
EER – Estimated Energy Requirement
IMC – Índice de Massa Corporal
LE – Leite Escolar
OMS – Organização Mundial de Saúde
PA – Pequeno-Almoço
PS/SE – Promoção da Saúde/Saúde escolar
RDA – Recommended Dietary Allowance
ULSM, EPE – Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Entidade Pública
Empresarial
VET - Valor Energético Total
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Resumo
Na criança em idade escolar a alimentação possui um papel fundamental no
desenvolvimento das suas capacidades motoras e competência intelectual. Os
lanches escolares bem como o pequeno-almoço (PA) são fundamentais para o
melhor desempenho cognitivo das crianças e para a adequação nutricional da sua
alimentação. Objectivos: Caracterizar qualitativa e quantitativamente os lanches
escolares e identificar razões da sua omissão; determinar o contributo energético
e nutricional do lanche escolar; caracterizar qualitativamente o consumo do PA e
identificar as razões da sua omissão; caracterizar o consumo de leite escolar (LE).
Amostra: Participaram no estudo 372 crianças do 1º ano de escolaridade de
Escolas Básicas públicas do 1ºciclo do concelho de Matosinhos. Métodos: Este
trabalho consistiu num estudo observacional transversal. A recolha dos dados foi
feita através de um questionário de informação da escola, de um questionário
com dados relativos ao pequeno-almoço e lanche dos alunos, de uma grelha de
descrição dos alimentos disponíveis para lanche e respectivas fotografias. A
análise descritiva consistiu na determinação de medidas de tendência central e de
dispersão, dos extremos e das frequências categoriais. O teste do Qui-quadrado
foi utilizado para verificar a independência variáveis categóricas e a comparação
de médias entre dois grupos independentes foi efectuada a partir do teste de
Mann-Whitney. Resultados: Os produtos alimentares mais disponíveis para
consumo aos lanches foram o grupo do pão e equivalentes. O valor energético
médio dos lanches foi de 300,8kcal. A maioria dos lanches provinha de casa e era
preparado pelos pais ou avós, o que determinava positiva e significativamente a
qualidade alimentar do lanche. A principal razão para a omissão do lanche foi o
esquecimento. Os produtos alimentares mais consumidos ao PA foram o leite,
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iogurte e queijo, sendo que, 9,9% das crianças reportaram a omissão do PA. O
local de consumo e o acompanhamento da criança durante o PA revelaram-se
determinantes para a escolha alimentar nesta refeição. A percentagem de
crianças que consumiram LE foi 31,5% e o seu consumo relacionou-se com
melhor disponibilidade alimentar nos lanches. Conclusão: O estudo dos lanches
escolares fornece informação importante e útil para o desenvolvimento de
programas de Educação Alimentar, em que o seu sucesso depende do
envolvimento partilhado da escola com a família e com a comunidade.
Palavras-Chave: Crianças, lanche escolar, pequeno-almoço, leite escolar
Abstract
Nutrition plays a key role in the development of physical and mental skills of
school aged children. School snacks as well as breakfast are essencial for
children cognitive performance and nutricional adequacy of their diets.
Objectives: Characterize both quality and quantity of the school snacks and
identify the reasons for their missing; determine energetic and nutritional
contribution of the school snacks; characterize the quality of breakfast and identify
its skipping reasons; characterize school milk consumption. Population: 372 first
grade children from public elementary schools of Matosinhos. Methods: A
observational cross sectional study was conduted. Data was obtained by a school
information questionnaire, another questionnaire about students’ breakfast and
snack, a grid containing the available foods for snacks and pictures of them. The
descriptive analysis consisted in the determination of central tendency, dispersion
measures and category frequencies. Qui-square test was used to verify the
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nominal variables independence. The comparison of averages between two
independent groups was made according Mann-Whitney test. Results: The most
available foods for snacks consumption was bread and equivalents. The average
energetic intake in snacks was 300,8kcal. The majority of snacks came from home
and were prepared by parents or grandparents, which determines significantly and
positively the nutritional quality of snacks. The main reason for snack missing was
forgetting. Milk, yogurt and cheese were the most consumed group at breakfast.
9,9% of children reported to skip it. The place of consumption and the fact that
children were with someone during breakfast revealed to be determinant for food
choices. 31,5% of children consumed school milk and its consumption was related
with better food availability in snacks. Conclusion: School snacks study provides
important and usefull information for the development of nutritional education
projects and its success depends on the involvement of the school shared with
family and the community.
Key-words: Children, school snack, breakfast, school milk
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1. Introdução
A quantidade e natureza da alimentação, enquanto se processa o crescimento
e a maturação do corpo são de primordial importância no desenvolvimento das
capacidades e bem estar de crianças e adolescentes(1). A idade dos 6 aos 10
anos caracteriza-se por um desenvolvimento físico e cognitivo continuado,
influenciado determinantemente pela alimentação(2). A idade escolar também se
caracteriza pela mudança da composição corporal e por um crescimento mais
lento, o que aliado a um aumento constante da ingestão alimentar, por estímulo
ambiental, poderá tornar este período de extrema vulnerabilidade à ocorrência de
obesidade(3, 4). Considera-se que o período ideal para se tratar a obesidade é
entre os 3 e os 9 anos de idade, quando a criança começa a percepcionar a sua
imagem corporal(5), e porque é a altura em que é mais provável que o problema,
se não for tratado, tenda a persistir(6).
A prevalência crescente da obesidade é um problema de saúde pública
significante e alarmante. Em 1998, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
atribuiu à obesidade a designação de epidemia global de saúde pública(7). Em
particular, a prevalência de excesso de peso e obesidade pediátrica estão
também a aumentar, sendo este um problema de saúde pública major(8, 9). O
excesso de peso e obesidade em idade pediátrica conduzem frequentemente a
obesidade na idade adulta e estão associados ao aumento da mortalidade e co-
morbilidades independentemente da obesidade do adulto(8, 10). Patologias como
insulino-resistência, diabetes Mellitus tipo II, hipertensão, patologia osteoarticular,
gastrointestinal, respiratória e neurológica, dislipidemia e alterações psicossociais
e comportamentais são cada mais comuns em idades mais jovens(8, 10-12).
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O problema da obesidade infantil tem vindo, também, a apresentar valores
crescentes e preocupantes em Portugal(10, 11, 13, 14). Assim, como provável
consequência das profundas alterações da estrutura social e económica do país,
ocorridas a partir dos anos 60, que alteraram a disponibilidade alimentar,
actualmente a prevalência de obesidade e excesso de peso nas crianças
portuguesas é semelhante à de outros países ocidentais (31,5%)(11, 14).
A obesidade infantil é, como no adulto, um problema multifactorial, em que as
principais causas são desequilíbrio alimentar e inactividade física(15, 16).
O desequilíbrio alimentar advém do padrão alimentar das crianças que tem
sofrido alterações significantes nas últimas décadas(16, 17). São exemplos destas
alterações a redução do consumo regular do PA, o maior consumo de alimentos
fora de casa e de alimentos nutricionalmente pobres, o aumento do contributo
energético proveniente dos lanches e o aumento significativo do tamanho das
porções de alimentos. Por outro lado o consumo de lacticínios, fruta e vegetais
tem diminuído(8, 16-18). Estas modificações levam a que a contribuição energética
de gordura total, ácidos gordos saturados, açúcar e sódio seja superior à
recomendada e que a contribuição de glícidos totais, fibra, cálcio e potássio
muitas vezes não atinja as recomendações(2, 7, 10, 19, 20).
O ambiente que influência o padrão alimentar da criança durante os primeiros
anos de escolaridade é complexo(21). O comportamento alimentar das crianças é
determinado pela família, escola, grupo de pares, comunidade e cada vez mais
pela comunicação social, através da publicidade(5, 21, 22). O papel dos pais é
particularmente importante, já que são estes que estabelecem o ambiente físico e
social da criança e influenciam indirectamente os seus comportamentos, hábitos e
atitudes, por processos de socialização e modelação(6, 21, 23). À medida que a
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criança cresce, na escola, aumenta a influência dos colegas e professores na
estruturação de comportamentos alimentares(19, 24-26).
Em crianças em idade escolar, o PA tem sido descrito como a refeição mais
importante do dia, pelo seu evidente benefício no melhor desempenho sócio-
cognitivo e na promoção da adequação nutricional da dieta(27-29). O PA como
refeição integrante de uma alimentação e estilo de vida saudáveis tem um
impacto positivo na saúde e bem-estar das crianças(30, 31). O consumo do PA
promove o aproveitamento escolar relacionado com melhor memória, fluência
verbal, função intelectual e atenção e aumenta a performance física(30-33). Por
outro lado, as crianças que tomam o PA tem maior facilidade em manter um peso
saudável, podendo, segundo alguns estudos, o consumo de PA estar relacionado
com menor risco de obesidade(21, 30, 31, 33). A omissão desta refeição leva a que
sejam adversamente afectados o desempenho cognitivo, o humor, a capacidade
de regulação da ingestão alimentar ao longo do dia e a satisfação das
recomendações diárias para muitas vitaminas e minerais(24, 30, 31, 34, 35).
Para além do PA, também a qualidade e quantidade de géneros alimentícios
ingeridos em meio escolar têm um impacto enorme na saúde e bem-estar dos
jovens(36). É efectivamente na escola que os jovens passam um elevado número
de horas e onde consomem uma parte substancial de alimentos(36). Nas crianças,
as refeições intercalares, tais como os lanches da manhã e da tarde, são
recomendados para potenciar o funcionamento cerebral e consequentemente o
rendimento escolar, e regular o apetite nas refeições principais(5, 24, 36-38). A função
cerebral da criança é mais sensível a variações a curto prazo na disponibilidade
de nutrientes, uma vez que o consumo de glicose pelo cérebro da criança é muito
superior ao do adulto (pela relação do tamanho do cérebro relativamente ao resto
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do corpo e menores reservas energéticas na criança)(24, 30, 34). O consumo de uma
pequena refeição, principalmente a meio da manhã, promove maior atenção e
memória e melhora o humor e desempenho físico(34, 39). No entanto, num mundo
em que a obesidade infantil é um problema crescente, os lanches/snacks tendem
a ser mal classificados(16, 34). Assim, se por um lado o consumo de pequenas
refeições intercalares nutricionalmente equilibradas pode promover um melhor
desempenho cognitivo e regular o apetite, por outro lado quando a escolha
alimentar é desadequada, pode contribuir para o aumento da prevalência de
obesidade infantil pelo maior contributo de açúcar e gordura para o valor
energético total (VET) diário(8, 16, 40-42).
Dentro dos lanches escolares insere-se o programa do LE. Este programa
integra-se num conjunto de medidas de combate à exclusão social promotoras de
igualdade de oportunidades no acesso e no sucesso escolar(43). Através deste
programa é garantida a distribuição diária e gratuita de 2dl de leite a todas as
crianças que frequentam estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e do
1º ciclo do ensino básico(43). Os objectivos deste programa são simultaneamente
nutricionais, corrigindo carências proteicas e de cálcio da alimentação, e
educacionais, criando hábitos alimentares saudáveis, através da promoção do
consumo de leite(43, 44). Desde Janeiro de 2006, a aquisição e distribuição do LE,
passou a ser da responsabilidade dos estabelecimentos de ensino, deixando esta
gestão de ser feita pelas direcções regionais de educação e autarquias. Esta
transferência de responsabilidade teve como objectivo adequar o programa do LE
a casos particulares de alunos, de acordo com condições sócio-económica e de
saúde, e solucionar problemas de armazenamento e desperdícios(45-47).
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Tal como o programa do LE outros projectos de promoção e aquisição de
conhecimentos e hábitos relacionados com uma alimentação saudável para
crianças em idade escolar são fundamentais. Estas crianças, por estarem no
início do ciclo de vida e pela facilidade que têm em adoptar novos hábitos e
atitudes, são o grupo de eleição para programas de Educação Alimentar.(22, 24, 48-
50). Estes programas tornam-se mais eficazes quanto mais cedo forem iniciados e
quanto maior a concordância de atitudes e a responsabilidade partilhada entre a
família, a escola e a comunidade(6, 24, 51).
Assim sendo, este trabalho propõe avaliar os lanches escolares de crianças do
1ºano de escolaridade no âmbito de um projecto de Educação Alimentar
designado “Manual de Educação Alimentar: Aprende a Comer com a Fada
Dentinho“.
1.1. Enquadramento do Trabalho
O trabalho de investigação realizado está enquadrado no projecto do “Manual
de Educação Alimentar: Aprende a Comer com a Fada Dentinho” do Serviço de
Nutrição e Alimentação da Unidade Local de Saúde da Matosinhos, Entidade
Pública Empresarial (ULSM, EPE). Este projecto surgiu no âmbito do Programa
de Saúde Oral do Programa Nacional de Saúde Escolar e contempla a
distribuição gratuita de um manual de actividade de educação alimentar a cada
aluno do 1º ano das escolas básicas do 1º ciclo (EB 1) de Matosinhos. Como
objectivo geral está definido promover atitudes e comportamentos alimentares
saudáveis no contexto do programa de Saúde Oral. O manual de actividades
conta uma história infantil através da qual o aluno é convidado a participar em 10
actividades de educação alimentar adaptadas à sua faixa etária. Para avaliação
das actividades é distribuída aos professores uma grelha de avaliação, com
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espaço para sugestões e comentários. Nos anos em que o projecto foi aplicado
nas escolas 2001/2002, 2002/2003 e 2006/2007, dos comentários mencionados
pelos professores destaca-se a frequente menção à melhoria das escolhas
alimentares dos lanches escolares, à medida que são desenvolvidas as
actividades do manual(51).
No ano lectivo de 2007/2008, pela primeira vez, tendo em consideração a
avaliação subjectiva dos professores relativamente à melhoria dos disponibilidade
alimentar dos lanches, e para fins de avaliação do projecto, inclui-se como
indicador de avaliação a caracterização dos lanches pré e pós aplicação do
manual. Surgiu assim a necessidade de avaliar os lanches escolares de uma
amostra de crianças do 1º ano de EB 1 de Matosinhos, antes da distribuição do
manual. Para complementar a avaliação do projecto procedeu-se também a uma
caracterização da refeição do PA e do consumo de LE.
2. Objectivos
2.1. Objectivo principal
- Caracterizar qualitativa e quantitativamente os lanches escolares;
2.2. Objectivos complementares
- Identificar as razões da omissão do lanche escolar;
- Determinar o contributo energético e nutricional do lanche escolar;
- Caracterizar qualitativamente o consumo do pequeno-almoço;
- Identificar as razões da omissão do pequeno-almoço;
- Caracterizar o consumo de leite escolar.
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3. Participantes, Material e Métodos
De forma a cumprir os objectivos deste trabalho foi desenhado e realizado um
estudo observacional transversal. Para a realização deste estudo foram obtidas
informações através dos seguintes materiais:
- Preenchimento de um questionário pelo investigador de informação da escola
com dados relativos ao período de avaliação dos lanches, local de consumo, LE e
determinação da constituição e fornecimento dos lanches escolares (anexo 1);
- Preenchimento de uma grelha de descrição dos alimentos/bebidas disponíveis
para o lanche dos alunos e respectivas quantidades (anexo 2);
- Recolha de fotografias dos lanches dos alunos (anexo 3);
- Aplicação de um questionário aos alunos de administração indirecta para
recolha de dados relativos ao PA, lanche e LE (anexo 4).
3.1. Selecção da Amostra
A amostra utilizada neste estudo foi uma amostra de conveniência de crianças
de ambos os sexos que frequentavam o 1º ano de escolaridade de EB1 públicas
do concelho de Matosinhos. De acordo com o número total de escolas da área de
actuação de cada Centro de Saúde (CS), suas características e disponibilidade
para participação na avaliação foram definidas, pela nutricionista da Equipa de
Promoção da Saúde/Saúde Escolar (PS/SE), as escolas a integrar o estudo
(tabela 1).
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Tabela 1 – EB 1 da área de actuação de cada CS: total de escolas e escolas seleccionadas
A partir de cada CS procedeu-se ao contacto com todas as EB 1 do concelho
através de uma carta aos presidentes de agrupamento, coordenadores das
escolas EB 1 e professores do 1º ano para informação da realização do trabalho
entre outros esclarecimentos referentes ao projecto “Aprende a Comer com a
Fada Dentinho” (anexo 5). Numa fase posterior, estabeleceu-se contacto
telefónico com as escolas seleccionadas para solicitar ao coordenador da escola
que, ao seu critério, escolhesse uma turma de 1º ano. Com a professora da turma
seleccionada foi agendada a data e período (manhã/tarde) da avaliação e foram-
lhe entregues os consentimentos para os encarregados de educação (anexo 6). O
consentimento aos encarregados de educação era enviada com cerca de uma
semana de antecedência mas apenas a professora tinha conhecimento da data
da execução do trabalho.
Do total de 427 crianças da amostra inicial foram incluídas 372 (87,1%) na
análise final. Foram excluídas do estudo todas as crianças sem autorização dos
encarregados de educação ou que não estavam presentes na escola no dia
realização do trabalho (n=49). Foram também excluídas 4 crianças por não
CENTRO DE SAÚDE Nº TOTAL DE ESCOLAS EB 1 SELECCIONADAS % EB 1 SELECCIONADAS
SENHORA DA HORA 12
LOMBA MONTE RAMALHÃO ESPOSADE SANTIAGO DE CUSTÓIAS QUINTA DE SÃO GENS BARRANHA
50%
LEÇA DA PALMEIRA 12
ANGEIRAS PAIÇO IGREJA DE PERAFITA VISCONDESSA NOGUEIRA PINTO AGUDELA
50%
SÃO MAMEDE DE
INFESTA 9
GONDIVAI AGRA IGREJA VELHA ERMIDA
44,4%
MATOSINHOS 6
GODINHO BIQUINHA FLORBELA ESPANCA CRUZ DE PAU
66,7%
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responderem à totalidade do questionário e 2 crianças por saírem da escola
durante o trabalho por razões alheias ao investigador (tabela 2).
NOME DA EB 1 Nº DE
ALUNOS DA TURMA
Nº ALUNOS NÃO PRESENTES / SEM CONSENTIMENTO
Nº ALUNOS EXCLUÍDOS POR OUTROS MOTIVOS
Nº DE ALUNOS INQUIRIDOS POR
ESCOLA LOMBA 16 0 0 16 (100%)
MONTE RAMALHÃO 24 6 2 16 (66,7%)
ESPOSADE 15 3 0 12 (80,0%)
SANTIAGO DE CUSTÓIAS 22 3 0 19 (86,4%)
QUINTA DE SÃO GENS 22 1 0 21 (95,5%)
BARRANHA 27 2 0 25 (92,6%)
ANGEIRAS 22 0 0 22 (100%)
PAIÇO 14 2 0 12 (85,7%)
IGREJA DE PERAFITA 24 4 0 20 (83,3%)
VISCONDESSA 20 1 0 19 (95,0%)
NOGUEIRA PINTO 24 2 0 22 (91,7%)
AGUDELA 24 2 1 21 (91,7%)
GONDIVAI 25 2 2 21 (84,0%)
AGRA 22 2 0 20 (90,9%)
IGREJA VELHA 23 10 0 13 (56,5%)
GODINHO 19 3 0 16 (84,2%)
BIQUINHA 19 2 0 17 (89,5%)
FLORBELA ESPANCA 21 1 0 20 (95,2%)
ERMIDA 24 0 1 23 (95,8%)
CRUZ DE PAU 20 3 0 17 (85,0%)
TOTAL 427 49 6 372 (87,1%)
Tabela 2 – Distribuição dos alunos pelas escolas, alunos excluídos e alunos incluídos no estudo
3.2. Recolha da Informação
O período da manhã ou tarde de avaliação dos lanches em cada escola foi
definido de acordo com a disponibilidade do professor e de forma que houvesse
uma distribuição relativamente uniforme entre escolas avaliadas no período da
manhã e escolas avaliadas de tarde. Assim, foi feita a avaliação dos lanches em
11 escolas de período manhã e em 9 escolas de tarde.
A avaliação foi efectuada com a deslocação do investigador às 20 escolas
seleccionadas, durante os meses de Novembro e Dezembro de 2007 equipado de
uma máquina fotográfica digital, dos códigos para atribuir a cada lanche e do
número necessário de questionários para aplicar.
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Foi escrito um “Manual do Inquiridor” (anexo 7) para garantir a uniformidade na
recolha da informação por parte do investigador.
Relativamente ao lanche, pretendia-se avaliar qualitativa e quantitativamente a
disponibilidade de alimentos/bebidas para consumo no intervalo em questão,
manhã ou tarde, pedindo às crianças que apresentassem o lanche para tirar uma
fotografia.
A intenção de consumo de LE era questionada a cada criança e, no caso da
resposta ser afirmativa, era colocado um pacote de LE para ser fotografado.
No questionário ao aluno, relativamente ao PA, pretendia-se avaliar se crianças
tinham tomado esta refeição na manhã do dia em questão e apurar razões para a
omissão desta refeição. Também era avaliado o local e acompanhamento de um
adulto nesta refeição e caracterizado qualitativamente o PA. Neste questionário
eram feitas perguntas relativamente ao local de proveniência e responsável pela
preparação do lanche e apuradas razões para o não consumo do leite escolar.
As fotografias eram tiradas antes do intervalo e os questionários eram
preenchidos antes ou depois de tiradas as fotografias, de acordo com o parecer
do professor.
3.3. Obtenção do Peso dos Alimentos e Análise da Composição Nutricional
A quantidade dos produtos alimentares disponibilizados no lanche foi obtida
usando o peso inscrito nos rótulos ou por estimativa em alimentos não rotulados.
Para a estimativa do peso usaram-se as fotografias tiradas, o registo nas grelhas
de constituição do lanche e a ajuda de um Manual de Quantificação de
Alimentos(52) e de outros trabalhos de estimativas de pesos e porções de
alimentos(37, 53).
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A conversão dos alimentos/bebidas em nutrientes foi feita a partir do
programa Food Processor Plus®, com informação nutricional proveniente de
tabelas de composição de alimentos do Departamento de Agricultura dos EUA,
usando como auxiliar um manual de codificação alimentar para este programa(54).
3.4. Categorização Alimentar
Procedeu-se, posteriormente, a um agrupamento dos produtos alimentares,
tanto do PA como do lanche, de acordo com as suas características nutricionais
usando como referência o estudo “Consumo alimentar no Porto”(55) e de acordo
com a conveniência para o estudo (tabela 3).
PÃO E EQUIVALENTES
Pão trigo, pão de centeio, pão de mistura, tostas, pão-de-leite, pão de forma,
bolacha de água e sal, bolacha CreamCracker, bolacha tipo Maria, bolacha
torrada, bolacha integral, cereais Corn Flakes
CEREAIS DE PA E
FARINHAS
Nesquick cereais®, Chocapic®, Estrelitas®, GoldenGrahams®, Cherrios®, Trio®,
barra cereais GoldenGrahams®, muesli, Cerelac®, Miluvit®, Nestum®
ALIMENTOS DOCES E
PASTÉIS
Bolos de pastelaria e confeitaria, pastéis, outras bolachas (excepto Maria,
torrada, água e sal, CreamCracker, integral), Croissants embalados ou de
pastelaria, lanches, queques pré-embalados, Nesquick Snack®, Donut®,
Chipicao®, Bollycao®, Nutella®, Tulicreme® e outros cremes vegetais de
chocolate para barrar, rebuçados, sobremesa Liegeois de nata e chocolate,
gelatina, chocolate Kinder maxi®, açúcar, compota, geleia, marmelada,
chocolate em pó, Suissinho Yoco® (sólido/líquido), Petit Dia® (sólido/líquido),
Danoninho® (sólido/líquido)
FRUTA Fruta fresca, sumo de fruta natural, Compal Essencial®
GORDURAS Manteiga, margarina
LEITES COM CHOCOLATE Leite Escolar Lactogal® e outros leites achocolatados de pacote
LEITE, IOGURTE E QUEIJO Leite, iogurte (sólido ou líquido) natural, de aromas ou pedaços, Actimel® e
outros leites fermentados, queijo, queijo fundido
PRODUTOS CÁRNEOS Fiambre, mortadela, chourição
REFRIGERANTES, SUMOS
E NÉCTARES
Ice tea®, Bongo®, Joy go®, Compal néctar®, Fresky®, outros sumos 100%,
refrigerantes e néctares
OUTROS ALIMENTOS Café expresso, café solúvel, pingo, cevada solúvel, chá, infusões
Tabela 3 – Grupos de alimentos e bebidas
Ao longo deste trabalho, em alguns casos utilizou-se a referência a “consumo”
ou “ingestão” dos alimentos/bebidas do PA e do lanche para facilitar a
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apresentação dos resultados. No entanto, ao PA apenas se avaliou a referência,
feita pelas crianças, ao consumo dos produtos alimentares e nos lanches a
disponibilidade de alimentos/bebidas para esta refeição, que podem ou não ter
sido ingeridos.
3.5. Ensaio Piloto
Foi realizado um ensaio piloto que consistiu na aplicação dos questionários e
recolha das fotografias na EB 1 da Lomba. Uma vez que, a escola foi uma das 20
escolas seleccionadas e que o questionário não sofreu alterações relevantes, a
informação recolhida nesta escola foi usada no estudo.
3.6. Análise Estatística
Foi criada uma base de dados, no programa informático Statistical Package
for Social Sciences (SPSS) para Windows (versão 14.0)®, na qual se inseriram os
dados recolhidos dos questionários. A análise descritiva das variáveis efectuou-se
a partir da determinação de medidas de tendência central (média e mediana),
medidas de dispersão (desvio padrão), dos extremos (mínimo e máximo) e das
frequências categoriais. O teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para verificar
a normalidade das distribuições das variáveis cardinais. O teste do Qui-quadrado
(χ2) foi utilizado para verificar a independência entre pares de variáveis
categóricas. A comparação de médias entre dois grupos independentes foi
efectuada a partir do teste de Mann-Whitney, para variáveis com distribuição
diferente da normal. Para todas as análises considerou-se um nível de
significância de 5%.
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 13
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
4. Resultados
4.1. Caracterização dos participantes
Dos 372 alunos que participaram no estudo, 185 (49,7%) eram do sexo
masculino e 187 (50,3%) do sexo feminino. A média de idades foi de 6,0 ± 0,4
anos (tabela 4).
MÉDIA (± dp*) MÍNIMO MÁXIMO IDADE n=372 6,0 (± 0,4) 5 8
*dp: desvio padrão Tabela 4 – Média, desvio padrão, mínimo e máximo de idades das crianças incluídas no estudo
Do total de 372 crianças que participaram no estudo, 366 (98,4%) tinham
lanche disponível para consumo. No período da manhã foram avaliados 208
crianças (55,9%) e no período da tarde 164 crianças (44,1%). Não foram
encontradas diferenças na disponibilidade de lanches entre o período da manhã e
o período da tarde.
4.2. Identificação das razões da omissão do lanche escolar
Na tabela 5 encontram-se identificadas as razões pelas quais 6 (1,6%) crianças
não tinham lanche disponível. A razão mais apontada foi o esquecimento de
última hora (50%).
RAZÕES PARA NÃO TER
LANCHE NÃO TINHA FOME/
NÃO LHE APETECEU NÃO É HABITUAL
COMER AO LANCHE ESQUECEU-SE DO
LANCHE n (%) 2 (33,5%) 1 (16,7%) 3 (50,0%)
Tabela 5 – Razões da omissão do lanche escolar
4.3. Caracterização qualitativa e quantitativa dos lanches escolares
Os alimentos/bebidas disponíveis para o lanche da manhã e da tarde
encontram-se representados no gráfico 1.
14 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
0,0%
38,3%
19,1%
28,4%
14,2%
23,5%
1,2%
74,7%
43,2%
34,0%
1,0%
33,0%
11,8%
27,6%
12,3%
21,2%
1,0%
65,5%
38,9%
32,0%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Outros alimentos
Alimentos doces e pastéis
Refrigerantes, sumos e néctares
Gorduras
Fruta
Produtos cárneos
Cereais de PA e farinhas
Pão e equivalentes
Leites com chocolate
Leite, iogurte e queijo
Lanche manhã
Lanche tarde
Gráfico 1: Caracterização dos grupos de alimentos/bebidas consumidos aos lanches (em %)
Tanto no lanche da manhã como no lanche da tarde, o grupo de alimentos
mais disponível para consumo foi o do pão e equivalentes (65,5% e 74,7%
respectivamente), seguindo-se o grupo dos leites com chocolate (38,9% e 43,2%
respectivamente). Não foram encontradas diferenças significativas na
disponibilidade dos diferentes grupos de alimentos entre os lanches da manhã e
da tarde (anexo 8, tabela 1) nem entre sexos (anexo 8, tabela 2).
As crianças referiram que o lanche era maioritariamente preparado em casa
(58,4%). A tabela 6 apresenta os locais de proveniência do lanche.
LOCAIS DE PROVENIÊNCIA DO LANCHE n (%)
CASA PRÓPRIA OU DE FAMILIAR 214 (58,4%)
ESTABELECIMENTO COMERCIAL 21 (5,7%)
ESCOLA 13 (3,6%)
CASA + ESCOLA 94 (25,7%)
OUTROS LOCAIS 24 (6,5%)
Tabela 6 – Locais de proveniência do lanche escolar
A proveniência dos lanches determinou o tipo de alimentos que os constituiam.
Quando o lanche era preparado em casa verificou-se uma disponibilidade
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 15
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
significativamente maior de pão e equivalentes (67,3%; p<0,05) e de leite, iogurte
e queijo (43,9%; p<0,05) (anexo 8, tabela 3).
Constatou-se que eram os pais ou os avós os principais responsáveis pela
preparação do lanche das crianças (81,9%) (tabela 7).
RESPONSÁVEIS PELA PREPARAÇÃO LANCHE ESCOLAR n (%)
O PRÓPRIO 28 (7,7%)
PAIS OU AVÓS 300 (81,9%)
AMA OU EMPREGADA 9 (2,5%)
FUNCIONÁRIA ATL OU PROFESSOR 26 (7,1%)
OUTROS 3 (0,8%)
Tabela 7 – Pessoa responsável pela preparação dos lanches escolares
O responsável pela preparação do lanche determinou a sua constituição. A
disponibilidade de pão e equivalentes (72,2%; p<0,001) e de leite, iogurte e
queijo (34,3%; p<0,05) foi significativamente maior quando os lanches eram
preparados por um adulto. A disponibilidade de leites com chocolate foi
significativamente maior quando foram as próprias crianças a preparar o lanche
(60,7%; p<0,05) (anexo 8, tabela 4).
Numa escola constatou-se que o lanche era definido e fornecido aos alunos,
pela própria escola. Estes lanches representavam 4,6% (n=17) do total de lanches
avaliados neste estudo. A disponibilidade de leites com chocolate (88,2%;
p<0,001) foi significativamente maior nesta escola quando comparada com as
outras escolas que não definiam os lanches e verificou-se uma tendência para
maior disponibilidade de pão e equivalentes (anexo 8, tabela 5).
O local de consumo do lanche para a maioria das crianças foi a sala de aula
(n=256; 69,9%) e para as restantes (n=110; 30,1%) o recreio.
Foram encontradas diferenças significativas na disponibilidade de alimentos
dos lanches consumidos na sala ou no recreio. As crianças que comiam na sala
16 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
tinham maior disponibilidade de leites com chocolate (46,5%; p<0,05) e menor de
refrigerantes, sumos e néctares (12,1%; p<0,05) (anexo 8, tabela 6).
4.4. Determinação do contributo energético e nutricional do lanche escolar
Verificou-se que o VET médio dos lanches escolares foi de 300,8Kcal. As
proteínas contribuíam, em média, com 14,8%, os glícidos com 59,7% (entre os
quais os açúcares com 30,6%) e os lípidos com 26,5% para o VET dos lanches. A
tabela 8 representa a média, o mínimo e o máximo para a energia,
macronutrientes, açúcar e fibra disponibilizados nos lanches.
MÉDIA (± dp*) MÍNIMO MÁXIMO
ENERGIA (Kcal) 300,8 ± 124,1 37,0 840,3
PROTEÍNAS (g) 10,9 ± 5,8 (14,8%) 0,0 41,9
GLÍCIDOS (g) 43,4 ± 17,0 (59,7%) 0,57 147,89
LÍPIDOS (g) 9,6 ± 6,8 (26,5%) 0,01 62,04
AÇÚCARES SIMPLES (g) 20,9 ± 10,4 (30,6%) 0,0 55,7
FIBRA (g) 2,2 ± 1,4 0,0 8,9
*dp: desvio padrão Tabela 8 – Média, desvio padrão, mínimo e máximo do valor energético, macronutrientes, açúcar e fibra dos lanches avaliados. Dentro de parêntesis apresenta-se, em percentagem, a contribuição dos macronutrientes para o VET do lanche
As crianças do sexo masculino tinham tendência a ter lanches com maior VET,
mais proteínas, mais açúcar e menor contribuição energética proveniente dos
glícidos em relação às raparigas (apesar de não se verificarem diferenças com
significado estatístico) (anexo 8, tabela 7).
O valor energético e a quantidade de todos os nutrientes foram
significativamente maiores no lanche da tarde em relação ao lanche da manhã.
Quando avaliada a contribuição das proteínas, glícidos e lípidos para o VET do
lanche não se verificam diferenças significativas entre o lanche da manhã e da
tarde (anexo 8, tabela 8).
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 17
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Ao relacionar o VET e valor nutricional em macronutrientes dos lanches de
acordo com a proveniência verificou-se que o contributo proteico para o VET do
lanche foi significativamente maior (p<0,05) nos lanches preparados em casa
(anexo 8, tabela 9). Não se verificaram diferenças significativas no VET e no valor
nutricional dos lanches em função de quem os prepara (anexo 8, tabela 10).
Os lanches consumidos na sala de aula tinham tendencialmente menor valor
energético e menor valor proteíco e lipídico que os lanches consumidos no recreio
(anexo 8, tabela 11).
A tabela 9 representa a média de algumas vitaminas, minerais e
oligoelementos disponibilizados nos lanches escolares.
MÉDIA (± dp*) MÉDIA (± dp*) VITAMINA A (�g) 85,1 ± 68,2 ÁCIDO PANTOTÉNICO (�g) 0,8 ± 0,4
TIAMINA (mg) 0,2 ± 0,1 CÁLCIO (mg) 244,2 ± 161,4
RIBOFLAVINA (mg) 0,5 ± 1,6 COBRE (mg) 0,4 ± 2,2
NIACINA (mg) 1,6 ± 0,9 FERRO (mg) 2,4 ± 7,1
VITAMINA B6 (mg) 0,1 ± 0,2 MAGNÉSIO (mg) 35,2 ± 17,2
VITAMINA B12 (�g) 0,7 ± 0,5 FÓSFORO (mg) 236,2 ± 129,5
VITAMINA C (mg) 7,7 ± 16,5 POTÁSSIO (mg) 389,9 ± 197,9
VITAMINA E (mg) 0,5 ± 0,7 SELÉNIO (�g) 7,5 ± 5,6
FOLATO (�g) 53,3 ±76,1 SÓDIO (mg) 397,1 ± 221,8
VITAMINA K (�g) 1,5 ± 2,7 ZINCO (mg) 1,4 ±0,8
*dp: desvio padrão Tabela 9 – Média e desvio padrão para algumas vitaminas, minerais e oligoelementos disponibilizados nos lanches
4.5. Identificação das razões da omissão do pequeno-almoço
Do total de 372 crianças que participaram no estudo, 335 (90,1%) tinham
tomado o PA nessa manhã e 37 (9,9%) não tinham tomado o PA. Nesta amostra
a omissão do PA não foi dependente do sexo da criança (feminino:7,5%;
masculino:12,4%; p=0,155).
18 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
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Na tabela 10 encontram-se identificadas as razões para a omissão do PA. As
razões mais apontadas foram o não ser habitual comer ao PA (45,9%) e o não ter
tempo (29,7%).
RAZÕES PARA NÃO TER
TOMADO PA
NÃO TEVE TEMPO
NÃO TINHA FOME/ NÃO
LHE APETECEU
NÃO É HABITUAL
COMER AO PA
NÃO TINHA ALIMENTOS DISPONÍVEIS
NÃO TINHA ALIMENTOS
DISPONÍVEIS QUE
GOSTASSE
OUTROS MOTIVOS
N (%) 11 (29,7%) 4 (10,8%) 17 (45,9%) 1 (2,7%) 2 (5,4%) 2 (5,4%)
Tabela 10 – Razões para a omissão do PA
4.6. Caracterização qualitativa do consumo do pequeno-almoço
Os grupos de alimentos mais frequentemente consumidos ao PA foram o do
leite, iogurte e queijo (86,3%) seguido dos alimentos doces e pastéis (50,4%). O
grupo de alimentos menos frequente ao PA foi o dos refrigerantes, sumos e
néctares (0,6%) (gráfico 2).
11,9%
50,4%
0,6%
21,5%
2,4%
3,3%
30,1%
37,0%
3,0%
86,3%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Outros alimentos
Alimentos doces e pastéis
Refrigerantes, sumos e néctares
Gorduras
Fruta
Produtos cárneos
Cereais de PA e farinhas
Pão e equivalentes
Leites com chocolate
Leite, iogurte e queijo
Gráfico 2 – Caracterização dos grupos de alimentos/bebidas consumidos ao PA (em %)
Verificaram-se diferenças entre sexos no consumo alimentar ao PA, sendo que
os rapazes consumiram mais alimentos doces e pastéis (56,2%) do que as
raparigas (45,1%; p<0,05) (anexo 8, tabela 12).
Ao analisar separadamente o consumo de pão e tostas, agrupados no grupo do
pão e equivalentes, em comparação com o consumo total de alimentos do grupo
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 19
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de cereais de PA e farinhas constatou-se que 30,1% mencionaram o consumo de
cereais de PA e que 27,7% das crianças consumiam pão ou tostas.
Do total de crianças que tomaram o PA, 90 crianças (26,6%) referiam consumir
produtos alimentares de apenas um grupo de alimento. Assim, 83 crianças
(22,1%) consumiam apenas lacticínios, 11 crianças (3,0%) apenas cereais e
derivados e 6 crianças (1,5%) referiam consumir apenas fruta ao PA.
Relativamente ao local de consumo do PA a maioria das crianças fez esta
refeição em casa própria, de avós ou tios ou ama (89,2%) enquanto que 6,3% das
crianças toma o PA num estabelecimento comercial (tabela 11).
LOCAIS DE CONSUMO DO PA n (%)
CASA 268 (80,0%)
CASA DE AVÓS OU TIOS 28 (8,3%)
CASA DE UMA AMA 3 (0,9%)
ESTABELECIMENTO COMERCIAL 21 (6,3%)
CASA + ESTABELECIMENTO COMERCIAL 5 (1,5%)
ATL 10 (3,0%)
Tabela 11 – Locais de consumo do PA
Quando o PA foi realizado num estabelecimento comercial verificou-se as
crianças consumiam significativamente mais pão e equivalentes (61,9%; p<0,05)
e alimentos doces e pastéis (81,0%; p<0,05). As crianças que tomaram o PA em
casa consumiram significativamente mais cereais de PA e farinhas (33,4%;
p<0,001) (anexo 8, tabela 13).
Analisando o acompanhamento da criança por um adulto durante o PA
verificou-se que a maior parte das crianças (n=229; 68,4%) consumiu esta
refeição acompanhada por um adulto, enquanto que 106 crianças (31,6%)
consumiram esta refeição sozinha.
Verificou-se que existe uma relação positiva e significativa entre o consumo de
pão e equivalentes (44,1%; p<0,001), gorduras (26,2%; p<0,05) e outros
20 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
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alimentos (café, chá, pingo, cevada) (15,7%; p<0,05) e o acompanhamento da
refeição por um adulto (anexo 8, tabela 14).
4.7. Caracterização do consumo de leite escolar
Todas escolas seleccionadas para o estudo estavam englobadas no programa
do LE e foram encontrados diferentes tipos de leite: 16 escolas disponibilizavam o
Leite Escolar Lactogal® e 4 escolas tinham outros leites achocolatados (Leite com
chocolate Agros® ou leite achocolatado EuroShopper®). No período em que o
lanche foi avaliado 2 escolas não dispunham de LE para consumo devido a falta
de abastecimento.
Verificou-se que 117 crianças (31,5%) tinham intenção de consumir LE no
lanche. O consumo deste alimento é independente do sexo da criança
(feminino:29,4%; masculino:33,5%; p=0,459) e do tipo de LE disponibilizado pela
escola (Leite Escolar Lactogal®:32,1%; outros leites achocolatados:29,3%;
p=0,728). A tabela 12 descreve as razões pelas quais 68,5% crianças referiram
não consumir LE no lanche avaliado.
RAZÕES PARA NÃO CONSUMO DE LE
A ESCOLA NÃO TINHA DISPONÍVEL HOJE NÃO GOSTA TROUXE DE CASA OUTRO
ALIMENTO/BEBIDA OUTROS MOTIVOS
N (%) 48 (18,8%) 93 (36,3%) 109 (42,6%) 6 (2,4%)
Tabela 12 – Razões para o não consumo de LE
A intenção de consumo de LE pelas crianças quando o lanche era realizado na
sala de aula era significativamente maior à intenção de consumo no recreio
(p<0,001) (tabela 13).
SALA DE AULA n=99 (%) RECREIO n=18 (%) p*
CONSUMO DE LE 38,7 16,4 <0,001 *Valor de p: nível de significância Tabela 13 – Consumo de LE em sala de aula ou recreio
As crianças que optavam por consumir LE não consumiam refrigerantes,
sumos e néctares (0%; p<0,001) e tendencialmente consumiam menos alimentos
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 21
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
doces e pastéis (33,3%; p=0,640) e mais pão e equivalentes (75,2%; p=0,114)
(anexo 8, tabela 15).
5. Discussão
Este estudo teve como principal objectivo caracterizar qualitativa e
quantitativamente os lanches escolares de crianças do 1º ano de EB 1 do
concelho de Matosinhos. Com este intuito todas as escolas foram incluídas na
apresentação dos resultados.
Encontrou-se uma escola em que o lanche era definido pelos professores, com
base na disponibilidade de pão (proveniente do refeitório) e LE (do programa
nacional) e igualmente fornecido a todas as crianças. Este facto, é por si só, um
padrão, pelo que idealmente, esta população, apesar de ter sido incluída no
nosso universo, deveria ter sido descrita isoladamente e excluída da amostra para
o restante estudo, de forma a não condicionar os restantes resultados.
Os resultados encontrados neste estudo permitem-nos compreender alguns
padrões de consumo do PA, dos lanches escolares da manhã e da tarde e do
consumo de LE.
Por razões metodológicas torna-se difícil comparar dados relativos ao consumo
de lanches, bem como os determinantes do seu consumo, devido à inconsistência
da definição de lanche relacionada com a tradução inglesa snack(21, 41, 56, 57). No
entanto, como esta avaliação se realizou em meio escolar definiu-se “lanche
escolar” como qualquer alimento/bebida consumido durante o intervalo do período
de aulas da manhã ou da tarde.
A incidência do fenómeno de snacking (eventos alimentares não estruturados
entre as refeições principais) tem aumentado em todos os grupos etários nos
últimos anos(16, 21, 33, 41, 58) e em estudos relativos à população escolar portuguesa
22 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
constatou-se também esta tendência(18, 59, 60). Por esse motivo, os lanches
parecem influenciar actualmente, de uma forma determinante, a qualidade
nutricional do consumo alimentar diário(16, 33, 40, 57, 61).
O efeito do consumo de lanches na ingestão alimentar diária tem sido estudado
mas os resultados são contraditórios(41, 42). Se por um lado, o aumento da
frequência de lanches pode ajudar no controlo do apetite e do peso(33), relacionar-
se com redução dos níveis de colesterol, melhorar a tolerância à glicose(41, 57) e
ser benéfico para atingir as recomendações nutricionais(40, 41), por outro lado, este
hábito alimentar, consoante a escolha, pode aumentar a contribuição energética
de gorduras, glícidos e açúcar para o VET diário, e promover o aumento de
peso(16, 33, 40, 41). Assim, devemos ter em conta que a qualidade de um lanche
depende da selecção alimentar(41, 42, 57). Actualmente, devido à múltipla oferta de
snacks pré-embalados, nutricionalmente pobres, o valor nutricional dos lanches
pode tornar-se questionável(5, 42).
Na amostra estudada 98,4% das crianças tinham lanche disponível para
consumo e não foram encontradas diferenças na disponibilidade de lanche entre
o período da manhã e da tarde. No entanto, um estudo realizado numa amostra
de indivíduos americanos, demonstrou maior frequência de consumo do lanche
da tarde relativamente ao da manhã(62). A disponibilidade de lanche para consumo
na amostra estudada foi maior quando comparada com outros estudos em jovens
portugueses, em que 72% consumiam lanche da manhã e 66% lanche de
tarde(59). Também em crianças italianas se verificou que 95,5% consumiam lanche
da manhã e 93,6% consumiam lanche da tarde(63), em adolescentes espanhóis,
80% consumiam lanche da manhã(64) e em crianças americanas 66% consumiam
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 23
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
lanche de tarde(58). Um estudo realizado em escolas primárias francesas revelou
que apenas 1% das crianças omitiam o lanche de manhã(65).
Neste estudo, os alimentos mais disponíveis nos lanches avaliados, tanto da
manhã como da tarde, foram do grupo do pão e equivalentes, o grupo dos leites
com chocolate e o grupo do leite, iogurte e queijo. Estes resultados assemelham-
se com outros encontrados em jovens portugueses que referiam o pão com
queijo, fiambre ou manteiga (57% a 75%), o leite/leite com chocolate (26% a
33%), as bolachas e bolos (18 a 40%) e os sumos (21% a 35%) como os
alimentos consumidos com maior regularidade nos lanches(59). Outro estudo, em
adolescentes portugueses, refere que estes optam geralmente por bolos e
biscoitos, refrigerantes mas também por leite, pão escuro e fruta(60). Dados de um
estudo na Finlândia revelaram que os bolos e pastéis eram os principais
alimentos consumidos nos lanches, seguidos do pão e equivalentes(41). Em
estudos realizados na população francesa verificaram-se resultados contraditórios
que revelaram, por um lado, os lacticínios(41), e por outro os doces, barras de
cereais, biscoitos e refrigerantes(57) como os alimentos mais consumidos ao
lanche. A disponibilidade de fruta para consumo ao lanche pelas crianças da
nossa amostra foi de 12 a 14%, o que parece ir de encontro ao referido em muitos
estudos onde cerca de 63% das crianças não consomem as porções mínimas
recomendadas de fruta durante o dia(58). Este facto tem sido alvo de programas de
promoção do consumo de frutos e vegetais, em ambiente escolar, como é
exemplo o programa “5 a Day”(66). Os lanches têm sido escolhidos como uma boa
oportunidade para promover o consumo de fruta, já que alguns estudos apontam
o lanche como um período preferencial para o consumo de fruta pelas crianças(40,
59, 62). Neste estudo, a disponibilidade de fruta nos lanches das raparigas foi
24 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
tendencialmente maior que nos dos rapazes. Este resultado poderá estar
relacionado ao facto de as raparigas consumirem tendencialmente mais fruta do
que os rapazes, mesmo nos grupos de consumo reduzido(41, 67, 68).
Em Portugal, as escolas primárias geralmente não dispõem de bares/cafetarias
nem de programas para fornecimento de lanches escolares como acontece
noutros países da Europa(69). Na nossa amostra a maior parte dos lanches
provinha de casa ou simultaneamente de casa e da escola, sendo que da escola
provinha principalmente o LE. A proveniência do lanche de casa relacionava-se
com melhor disponibilidade alimentar relativamente ao lanche proveniente de
estabelecimento comercial, facto já descrito noutros estudos(21). Assim, verificou-
se, na nossa amostra, maior frequência de alimentos do grupo do pão e
equivalentes e do grupo do leite, iogurte e queijo e tendencialmente menor
frequência de alimentos doces e pastéis quando o lanche provinha de casa.
Relativamente à pessoa responsável pela preparação do lanche, os pais e
avós eram os principais responsáveis, havendo uma pequena percentagem de
crianças com autonomia na preparação do seu lanche. Está descrita a
responsabilidade da família nas escolhas alimentares da criança desta idade,
nomeadamente através da disponibilidade de alimentos em casa(6, 21, 23). A
preparação do lanche por um adulto revela um papel importante na determinação
de melhores escolhas alimentares, nomeadamente, maior disponibilidade de pão
e equivalentes e de leite, iogurte e queijo. Um estudo semelhante revelou que os
lanches preparados pelas crianças raramente continham um lacticínio,
comparativamente aos lanches que são preparados pelos pais(70).
A Irlanda é exemplo de um país em que, por questão de carência, todas as
escolas têm regulamentos próprios e políticas que definem os alimentos que as
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 25
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
crianças devem trazer para o lanche escolar(69). Apesar de, na nossa amostra,
apenas uma escola definir o lanche escolar verificaram-se diferenças, na
disponibilidade de produtos alimentares nos lanches comparativamente às
escolas que não definiam o lanche. Na escola em que o lanche era definido
observou-se que havia maior proporção de crianças que consumiam leites com
chocolate, principalmente LE, e uma tendência para menor consumo de alimentos
doces e pastéis. Apesar de não se encontrarem dados relativos às vantagens que
um lanche definido, ou mesmo fornecido, pela escola possa ter na adequação
nutricional da dieta das crianças podemos ter como orientação os resultados do
programa americano “School Breakfast Program”. Este programa, que fornece um
PA equilibrado e adequado às crianças dos 1º e 2ºciclos de escolaridade, gratuito
ou a preço reduzido, tem surtido efeitos a nível de maior frequência de consumo
desta refeição, melhores escolhas alimentares, melhor estado nutricional e
desempenho escolar em geral das crianças(71).
Em muitas escolas, os professores optavam pelo consumo do lanche pelas
crianças do 1ºano na sala de aula. Este facto parece ter um impacto positivo nas
escolhas alimentares pois, existe um maior consumo de LE e menor consumo de
refrigerantes, sumos e néctares. Por outro lado, os lanches consumidos na sala
têm tendencialmente menor valor energético, proteico e lipídico que os lanches
consumidos no recreio. De facto, vários estudos descrevem que não é apenas
nas aulas que os professores promovem práticas alimentares mais saudáveis
mas que as refeições escolares promovem uma oportunidade valiosa para a
educação alimentar(22, 49, 50). Um estudo, revelou mesmo que a intervenção do
professor têm resultados mais relevantes na promoção de práticas alimentares
saudáveis, relativamente à intervenção pontual de um nutricionista, não só pela
26 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
maior autoridade que o professor pode exercer, como pela oportunidade de maior
contacto com os alunos dentro e fora de aulas(49).
A razão mais apontada para a omissão do lanche escolar foi esquecimento do
lanche. Este facto leva-nos a discutir os factores que poderão estar inerentes a
este esquecimento como falta de tempo ou mesmo desvalorização desta refeição.
Ao determinar a contribuição energética e nutricional do lanche escolar
verificou-se que o valor calórico médio dos lanches avaliados foi de 300,8kcal.
Estimando o contributo energético dos lanches da manhã e da tarde para o valor
calórico total diário (tendo em conta as recomendações estimadas de energia –
Estimated Energy Requirement (EER), de acordo com o sexo, idade e actividade
física moderada(72)), constatou-se que, no sexo feminino os lanches da manhã
contribuíam em média com 16,5% para as EER e os lanches da tarde com 19,9%.
No sexo masculino o lanche da manhã contribui em média com 16,1% e o lanche
da tarde com 18,7% para as EER. Sabendo que, o lanche da manhã deveria
contribuir com 5 a 10% para o VET diário e o lanche da tarde com cerca de
15%(73, 74) três hipóteses podem ser consideradas: ou as EER são respeitadas e a
contribuição energética dos lanches excede o que é recomendado, existindo
défice no contributo energético de outras refeições; ou as crianças excedem
largamente as EER e os lanches contribuem com as percentagens adequadas
para o VET diário; ou as duas situações podem estar a ocorrer simultaneamente.
Estudos realizados com o intuito de estimar a contribuição energética dos
lanches para o VET diário das crianças estão de acordo com a terceira hipótese
proposta. Para além de uma tendência para aumento da ingestão energética
diária pelas crianças, também a contribuição energética dos lanches para o VET
diário tem aumentado(33, 40-42, 58). Estudos revelam que os lanches ao longo do dia
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 27
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
podem contribuir até um terço da ingestão calórica total(19, 58). Contrariamente,
outros estudos revelam que a contribuição energética e nutricional dos lanches
pode não ser significante para o VET diário(33, 42, 57).
Nas crianças avaliadas, a contribuição energética dos macronutrientes para o
VET do lanche encontrava-se dentro dos intervalos percentuais aceitáveis tendo
em conta as Dietary Reference Intakes (DRI)(58). Num estudo realizado em
adolescentes americanos o aumento da frequência de lanches relacionava-se
positivamente com o aumento da energia proveniente de glícidos e negativamente
com o teor proteico e lipídico da dieta(40). Contudo, verificou-se que o aumento da
contribuição de glícidos para o VET do lanche provinha principalmente de
açúcares(40, 61). Estes dados relacionam-se com os resultados encontrados na
nossa amostra em que o açúcar contribuiu em média com 30,6% para o VET do
lanche. Outros trabalhos científicos referiam também, a importante contribuição
dos glícidos e a reduzida contribuição de fibra e proteínas dos lanches para o VET
diário(33, 57).
No nosso trabalho verificou-se que as crianças do sexo masculino tinham
tendencialmente lanches com maior valor calórico. Num estudo realizado em
Espanha, também os indivíduos do sexo masculino tinham lanches com maior
VET, sem diferença significativa relativamente ao sexo feminino(42).
No estudo realizado os lanches da tarde tinham significativamente maior valor
calórico e nutricional que os lanches da manhã. De facto, trabalhos de
investigação realizados em adolescentes dos países do sul da Europa descrevem
o lanche da tarde como uma refeição idêntica, em alimentos e valor calórico, ao
PA e logo, com maior valor energético e nutricional que o lanche da manhã(60).
28 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
Vários estudos referem que os lanches contribuem de forma significativa para a
ingestão diária de diversas vitaminas e minerais(33, 57). No entanto, outros estudos
referem ser insignificante a contribuição em micronutrientes, vitaminas e minerais,
dos lanches(41, 42). Analisando a contribuição para a satisfação das DRI(75), de
algumas vitaminas, minerais e oligoelementos, os lanches consumidos pelas
crianças da nossa amostra revelaram contribuir para mais de 50% para as DRI de
riboflavina, vitamina B12, cobre e entre 25 e 50% para as DRI de tiamina,
vitamina B6, vitamina C, folato, ácido pantoténico, cálcio, magnésio, fósforo,
selénio, sódio e zinco. Em estudos que relacionavam a frequência do consumo de
lanches com o aporte nutricional de micronutrientes, também a satisfação para as
DRI de magnésio e vitamina C era positivamente afectada pelo aumento da
frequência de lanches(40). Outros estudos revelavam que os lanches contribuíam
de forma significativa para a ingestão de magnésio, ferro, potássio e zinco mas
não para a ingestão de cálcio e sódio(33, 42, 61).
Um dos problemas inerentes ao estudo do consumo do PA prevalece na
definição desta refeição. O PA pode ser definido como “consumo de qualquer
alimento ou bebida” ou “ingestão energética superior a 10% das Recommended
Dietary Allowance (RDA)” ou “consumo de pelo menos dois dos cinco grupos
principais e ingestão energética superior a 10% das RDA”(76).
Se tivermos em conta a primeira definição, a grande maioria das crianças da
nossa amostra (90,1%) tomava o PA. No entanto, se for considerada a terceira
definição, a proporção de crianças que teria tomado o PA passaria a 63,5%, isto
porque, se verificou uma elevada frequência de crianças que consumiam produtos
alimentares de apenas um grupo de alimentos. Comparando estes resultados
com outro estudo, verificou-se que 88% das crianças referia tomar o PA se este
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 29
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
constituísse na ingestão de algum tipo alimento ou bebida, mas que, apenas 45%
das crianças fazia esta refeição se a mesma fosse definida pelo consumo de pelo
menos dois grupos de alimentos(76).
A omissão do PA é muito prevalente nos Estados Unidos e Europa, 10 a 30%,
e está descrito que as crianças e adolescentes “saltam” o PA mais que qualquer
outra refeição(16, 30, 31, 58). No entanto, a omissão desta refeição é menos frequente
em crianças mais pequenas sendo que, 8% a 13,7% não come PA(30, 31, 34, 35).
Estes dados são concordantes com os resultados encontrados neste trabalho.
Outro estudo realizado em Portugal revelava, no entanto, que 100% das crianças
inquiridas referia tomar o PA(59).
Alguns estudos reportam uma diferença significativa na frequência do consumo
do PA entre sexos referindo que são as raparigas adolescentes, que omitem mais
frequentemente esta refeição(31, 35, 77). No entanto, na amostra estudada não foram
encontradas diferenças significativas entre sexos provavelmente por se tratarem
de crianças mais novas.
As principais razões apontadas para a não ingestão do PA entre as crianças
inquiridas foram a falta de hábito, não ter tempo e não ter apetite logo de manhã.
Na literatura a falta de tempo, a falta de apetite e, mais frequentemente nos
adolescentes, acordar tarde ou estar a fazer dieta são de facto as razões mais
frequentemente apontadas para a omissão desta refeição(30, 78, 79). No entanto,
podemos extrapolar que a falta de hábito poderá estar relacionada com a falta de
tempo ou de apetite, não podendo ser considerada por si só uma causa
independente.
Os alimentos consumidos ao PA são semelhantes em muitas populações
estudadas. Nos Estados Unidos, Canadá e Europa o leite é referido como um dos
30 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
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alimentos mais frequentemente consumidos ao PA(39, 59); também nas crianças da
nossa amostra, o leite, iogurte e queijo representam o grupo de alimentos mais
consumido (86%). Noutras populações, no entanto, são referidos os cereais como
os alimentos mais escolhidos ao PA(35, 39). Na amostra estudada, o grupo dos
alimentos doces e pastéis representava o segundo grupo mais consumido ao PA
(50%). Resultados semelhantes foram encontrados noutro estudo português, que
concluiu que as escolhas ao PA das crianças passavam muitas vezes pelo
consumo de bolachas (57%) e de bolos (27%)(80). Nos Estados Unidos 86% das
crianças entre os 4 e 12 anos consome cereais de PA “prontos a comer” e na
Europa 77% a 95% das crianças consome alimentos deste grupo(30, 35). O
aumento do consumo de cereais de PA “prontos a comer” em detrimento do pão
manifesta-se na nossa amostra em que mais crianças referiram o consumo de
cereais de PA do que de pão. No entanto, outro trabalho de investigação
realizado em jovens portugueses referenciou a maior prevalência do pão ao
PA(59). É de realçar o reduzido consumo de fruta nas crianças da nossa amostra
(2,4%) comparada com outras referências encontradas, em que, mais de metade
das crianças referia consumir este grupo ao PA(59). A referência ao consumo de
café, descafeinado, cevada parece ter igualmente alguma importância no PA,
tanto das crianças da nossa amostra (grupo dos outros alimentos) como do
estudo anteriormente referido(59).
O contexto associado ao consumo do PA é de extrema importância(31). Na
amostra de crianças estudada a maior parte tinha tomado o PA em casa.
Resultados semelhantes foram encontrados num estudo realizado em Portugal
que referia a toma do PA em casa por 93% das crianças(80). No entanto, dados de
um trabalho de investigação em jovens americanos revelou um decréscimo do
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 31
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consumo de PA em casa de 86% para 68% nas ultimas duas décadas(16). Está
descrito que o aumento do consumo de refeições fora de casa se associa a
diminuição da qualidade nutricional do padrão alimentar(21, 81). Por outro lado, as
crianças que tomam o PA em casa omitem menos esta refeição, têm em média
Índice de Massa Corporal (IMC) mais baixo e fazem melhores escolhas
alimentares, não só ao PA, como nas outras refeições do dia(31). O consumo do
PA em casa, nas crianças estudadas, de facto relacionou-se com menor consumo
de alimentos doces e pastéis, apesar de, ser também em casa que as crianças
consomem mais cereais de PA e menos alimentos do grupo do pão e
equivalentes. Este facto, leva-nos a discutir os factores que poderão estar
inerentes a este consumo, como a falta de tempo ou a percepção dos
responsáveis pela compra dos cereais de PA de que estão a optar por uma
melhor escolha alimentar para as crianças.
As actuais alterações no estilo de vida das famílias levam a que muitas
crianças em idade escolar sejam responsáveis pela preparação do seu próprio
PA, o que condiciona a composição alimentar desta refeição ou mesmo a sua
omissão(19, 24). Apesar de haver maior frequência de crianças a fazer esta refeição
na companhia de pelo menos um adulto, cerca de 32% destas crianças não tinha
qualquer supervisão durante a ingestão do PA. Está descrito que o consumo do
PA pelos pais condiciona amplamente o consumo do PA pelas crianças mas, que
cada vez é menos comum a presença dos pais no acompanhamento do PA(21, 30).
Alguns estudos, referem que 24% das crianças tomam o PA sozinhas e destas
46% escolhem o que comer com total autonomia(82). Neste estudo, verificaram-se
algumas diferenças, na qualidade nutricional das escolhas alimentares ao PA,
quando as crianças estavam ou não acompanhadas por um adulto. A ausência de
32 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
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um adulto no acompanhamento desta refeição condicionou um maior consumo de
cereais de PA. Contudo, esse acompanhamento também parece exercer uma
influência menos positiva, como ficou demonstrado pelo maior consumo de café,
chá, cevada, descafeinado e de alimentos doces e pastéis. Este facto leva-nos a
discutir a necessidade de trabalhar com as famílias fora do contexto escolar, para
que os projectos de educação alimentar na escola cheguem de forma contínua ao
ambiente familiar e, de admitir que a influência parental no consumo alimentar é
dependente de outros determinantes tais como o estatuto sócio-económico, a
dinâmica familiar, o tempo disponível para a preparação do PA entre outros(30, 31).
Da análise realizada ao programa do LE verificou-se que apenas cerca de um
terço das crianças avaliadas tinha intenção de beber LE e das crianças que o
recusavam 36,3% não gostavam deste alimento. Por outro lado, apesar da gestão
deste recurso ter passado para os estabelecimentos de ensino continua a não
haver uma regular distribuição do leite entre as crianças, havendo escolas que
não dispunham de LE no dia da avaliação. As imposições legais à escolha do LE
são “pobres” uma vez que não restringem o teor de açúcar e cacau, permitindo a
selecção, pelas escolas, de leites nutricionalmente menos adequadas(43).
Constatou-se também que significativamente mais crianças bebiam LE quando o
lanche era consumido em sala relativamente ao consumo do lanche no recreio.
Este facto, poderá dever-se ao papel do professor como promotor de hábitos
alimentares mais saudáveis, nomeadamente promovendo o consumo de LE(22, 49,
50). Constatou-se, neste trabalho, que as crianças que não bebiam LE optavam
por alimentos menos saudáveis (refrigerantes, sumos e néctares) e que as
crianças que consumiam este alimento tendencialmente consumiam mais pão e
equivalentes e menos alimentos doces e pastéis. Em outros estudos, também já
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 33
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
foi reportada uma tendência semelhante de escolhas alimentares menos
adequadas quando não é consumido LE(7, 16).
Este estudo apresenta algumas limitações que devem ser consideradas.
Na avaliação da disponibilidade dos produtos alimentares do PA e do lanche
pressupôs-se que estes foram totalmente ingeridos, o que na realidade pode não
ter ocorrido. No que se refere ao agrupamento dos alimentos realizado, apesar
dos critérios usados, ao mesmo grupo pertenciam alimentos com características
nutricionais muito diferentes. Por outro lado, a confrontação dos resultados deste
estudo com outros dados presentes na literatura viu-se dificultada pela
heterogeneidade encontrada na definição de grupos de alimentos. As crianças
poderão ter ocultado alguns alimentos do lanche por inibição perante o professor
e o investigador. Também a incapacidade das crianças desta idade para reportar
a ingestão alimentar e estimar porções pode ter levado a viés na caracterização
do PA(83, 84). No entanto, para reduzir este erro não foi avaliado quantitativamente
o PA e optou-se pelo método fotográfico na avaliação dos lanches. Como em
alguns casos se tornava difícil fazer os questionários a cada aluno isoladamente
poderá ter ocorrido algum efeito de “contaminação” entre as crianças no
preenchimento dos questionários. Reconhece-se também que a avaliação de um
PA e de um lanche não é representativo da ingestão habitual e não foi
considerada a sazonalidade da ingestão. Não foi realizada uma caracterização
mínima das crianças excluídas do estudo.
A autorização enviada para os encarregados de educação poderá ter
influenciado o tipo de alimentos que as crianças levavam para a escola mas não
seria ético a realização deste trabalho sem o seu consentimento.
34 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
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No futuro seria interessante avaliar a ingestão energética total diária das
crianças, durante um número de dias representativo, para determinar
concretamente o contributo energético e nutricional dos lanches para o dia
alimentar e determinar possíveis desequilíbrios. Seria também importante avaliar
os determinantes do consumo alimentar em idade escolar e averiguar melhor o
papel do professor como promotor de hábitos alimentares saudáveis nas crianças.
6. Conclusões
Este estudo permite concluir que existe grande prevalência de consumo de
lanche escolar entre as crianças estudadas. Salienta-se como ponto positivo o
facto do pão e equivalentes ser o grupo de alimentos mais consumido. No
entanto, o grupo da fruta representa uma pequena percentagem de consumo nos
lanches das crianças, que é mesmo inferior ao consumo de alimentos doces e
pastéis e refrigerantes, sumos e néctares. Apesar da elevada disponibilidade para
consumo de leites com chocolate, esta não depende do consumo de LE, cuja
prevalência de consumo é bastante inferior. No sentido de aumentar o consumo
do LE deveriam ser criadas melhores políticas de promoção deste produto,
nomeadamente participando no dia mundial do LE que se celebra em muitos
países. Por outro lado, de acordo com as características e necessidades das
escolas e crianças, por exemplo, região em que a escola se situa, prevalência de
obesidade infantil, deveriam ser repensadas as políticas de oferta de alimentos
em ambiente escolar como a criação de um programa de distribuição de fruta e
vegetais.
A composição nutricional dos lanches deverá ser ajustada às necessidades da
criança para que não contribuam para o excessivo consumo energético e
nutricional como parece estar a acontecer relativamente aos lanches escolares.
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 35
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Os lanches escolares ao contribuírem, com grande percentagem de energia e
nutrientes poderão conduzir a obesidade ou a consumo exagerado de
determinados nutrientes.
Apesar de não ter sido objectivo deste estudo a determinação dos factores que
influenciam o comportamento alimentar na idade escolar, os resultados obtidos
levam-nos a pensar que é necessário que os professores percebam a importância
da sua actuação e que se unam aos pais dos alunos no sentido de adequar a
alimentação das crianças às suas necessidades. De facto, o papel do professor
revelou ser determinante para a qualidade dos lanches bem como a proveniência
e pessoa responsável pela sua preparação.
O propósito da educação alimentar em idade escolar é educar para uma
alimentação saudável ao longo da vida. Para alcançar este objectivo são
necessárias políticas alimentares suficientemente abrangentes de modo a que
todos os programas alimentares de âmbito escolar concorram para o mesmo
propósito e que se vejam reflectidos em intervenções comunitárias mais
abrangentes.
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42 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
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Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
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44 Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos 45
Maria Teresa Pegado Barroso Monjardino - FCNAUP
8. Anexos
Índice de Anexos
Anexo 1 ............................................................................................................ a1
Anexo 2 ............................................................................................................ a5
Anexo 3 ............................................................................................................ a9
Anexo 4 .......................................................................................................... a13
Anexo 5 .......................................................................................................... a19
Anexo 6 .......................................................................................................... a23
Anexo 7 .......................................................................................................... a27
Anexo 8 .......................................................................................................... a39
a1
Anexo 1
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico
de escolas de Matosinhos
INFORMAÇÃO DA ESCOLA
a2
a3
Codificação
Letra_escola_____ Lanche_av ______ Lanche_def ______ Lanche_quem ____
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de
escolas de Matosinhos
INFORMAÇÃO DA ESCOLA
Data: ____ / ____ / 200__
Escola: __________________________________________________
1. Lanche Avaliado:
Manhã �(1) Tarde �(2)
2. O lanche é definido pela Escola / Professor / Associação de
pais / Outro?
Não �(0) Sim �(1)
2.1. Se SIM, quem o(s) define?
Escola �(1) Professor �(2)
Associação de pais �(3) Outro(s) �(4)
Qual(ais)?__________________________________________
2.2. Se SIM, que tipo(s) de lanche(s)?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
a4
Codificação Lanche_forn ____ Lanche_forn_ quem _____ Lanche_onde ____ LE _______
3. O lanche é fornecido pela Escola/ Associação de pais/Outro?
Não �(0) Sim �(1)
3.1.Se SIM, por quem?
Escola �(1)����������Associação de pais �(2) Outro(s)�(3)
Qual(ais)?________________________________________
4. Onde é consumido o lanche?
Sala �(1)
Recreio �(2)
Outro sítio �(3)
Onde?___________________________________________
5. Existe leite escolar? Não �(0) Sim �(1)
5.1. Se SIM, que tipo de leite?
_____________________________________________________
_____________________________________________________
Observações:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Serviço de Nutrição e Alimentação da ULS Matosinhos
Teresa Monjardino (estagiária de Nutrição)
a5
Anexo 2
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico
de escolas de Matosinhos
CONSTITUIÇÃO DO LANCHE
a6
a7
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de escolas de Matosinhos
Constituição do lanche
Código foto Nome Aluno Tipo de alimentos para o lanche Quantidade Código
no SPSS
Serviço de Nutrição e Alimentação da ULS Matosinhos
Teresa Monjardino (estagiária de Nutrição)
a8
a9
Anexo 3
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico
de escolas de Matosinhos
FOTOGRAFIAS DOS LANCHES ESCOLARES
a10
a11
a12
a13
Anexo 4
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico
de escolas de Matosinhos
QUESTIONÁRIO AO ALUNO
a14
a15
Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico de
escolas de Matosinhos
QUESTIONÁRIO AO ALUNO
Código de identificação (código fotografia) _________
Nome________________________________________________
Sexo F�(0) M �(1)
Idade ______
1. HOJE tomaste o pequeno-almoço? Não �(0) Sim �(1)
1.1. Se NÃO, porquê?
Não tiveste tempo �(1)
Não tinhas fome/Não te apeteceu �(2)
Não é habitual comer ao pequeno-almoço �(3)
Ficas mal disposto quando comes ao pequeno-almoço �(4)
Não tinhas alimentos disponíveis �(5)
Não tinhas alimentos disponíveis que gostes �(6)
Outro �(7) Qual(ais)?_____________________________________________
1.2. Se SIM, onde tomaste o pequeno-almoço?
Casa �(1) Estabelecimento comercial �(2) Escola �(3)
Durante o percurso para a escola �(4)
Casa + Estabelecimento comercial �(5)
Casa + Escola �(6)
Casa +Durante o percurso para a escola �(7)
Estabelecimento comercial + Escola �(8)
Estabelecimento comercial + Durante o percurso para a escola �(9)
Durante o percurso para a escola + Escola �(10)
Outro �(11) Qual(ais)?_________________________________
Codificação Cod_foto ________ Sexo ___________ Idade __________ PA ___________ Não_PA _________ Sim_PA_onde ____
a16
1.3. Se SIM, com quem tomaste o pequeno-almoço?
Sozinho �(1) Família �(2) Amigos �(3) Ama/empregada �(4)
Outro �(5) Quem? _______________________________________
1.4. Se SIM, qual era a constituição do teu pequeno-almoço?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
2. HOJE vais lanchar/lanchaste na escola neste intervalo?
Não �(0) Sim �(1)
2.1. Se NÃO, porquê?
Não tiveste tempo para preparar �(1)
Não tinhas fome/Não te apeteceu �(2)
Não é habitual lanchares �(3)
Ficas mal disposto quando comes ao lanche �(4)
Esqueceste-te do lanche �(5)
Outro �(6) Qual(ais)? _____________________________________
2.2. Se SIM, de onde trouxeste o teu lanche?
Casa �(1)
Estabelecimento comercial �(2)
Escola �(3)
Casa + Estabelecimento comercial �(4)
Casa + Escola �(5)
Estabelecimento comercial + Escola �(6)
ATL �(7)
Outro �(8) Qual(ais)? _____________________________________
2.3. Se SIM, quem preparou o teu lanche?
O próprio �(1) Pai/Mãe �(2) Avós �(3)
Ama/empregada �(4) ATL �(5)
Outro �(6) Quem?______________________________________________
Codificação Sim_PA_quem ___ Lanche _________ Não_lanche _____ Sim_lanche_onde ______ Sim_lanche_quem ______
a17
3. HOJE bebeste/vais beber leite escolar no lanche?
Não �(0) Sim �(1)
3.1. Se NÃO, porquê?
A escola não tem disponível hoje �(1)
Não gostas (nunca bebes) �(2)
Trouxeste de casa outra bebida/alimento �(3)
Outro �(4) Qual? ______________________________________
Observações:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Serviço de Nutrição e Alimentação da ULS Matosinhos
Teresa Monjardino (estagiária de Nutrição)
Codificação LE_lanche_________ Não_LE __________
a18
a19
Anexo 5
Carta ao Presidente do agrupamento, Coordenador(a) das Escolas Básicas
do 1º Ciclo e aos Professores do 1ºano
a20
a21
�
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A Coordenadora da Equipa de Saúde Escolar A nutricionista da Equipa de Saúde Escolar
__________________________ _____________________________
a22
a23
Anexo 6
Informação enviado aos Encarregados de Educação
a24
a25
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a26
a27
�
�
�
�
�
Anexo 7
Manual do Inquiridor
a28
a29
Manual do Inquiridor
Este manual pretende ser uma ferramenta prática de uniformização da recolha de
dados dos questionários e das fotografias realizados no âmbito do trabalho
”Avaliação dos Lanches Escolares de Crianças do 1º Ano do Ensino Básico
de escolas de Matosinhos”.
Esta avaliação consiste na realização dos seguintes procedimentos:
• Informação da escola ���� Preenchimento de um questionário com dados
relativos ao período de avaliação dos lanches e local de consumo definição da
constituição e fornecimento dos lanches na escola e informações relativas ao
leite escolar num questionário preenchido pelo investigador;
• Constituição dos lanches ���� Preenchimento de uma grelha com os
alimentos disponíveis para o lanche e recolha de fotografias dos lanches dos
alunos participantes realizadas pelo investigador;
• Questionário ao aluno ���� Aplicação de um questionário de administração
indirecta para recolha de dados relativos ao PA e lanche dos alunos.
A colaboração dos professores na realização deste trabalho é fundamental para
manter a ordem pelo que se deve solicitar, sempre que possível, a sua presença
na sala durante a sessão de fotografias e preenchimento da grelha de
Constituição dos lanches bem como do preenchimento do Questionário ao
a30
aluno. Quando não for possível a presença do professor deve estar presente um
funcionário ou auxiliar da escola.
De acordo com o parecer do professor a fotografia dos lanches e preenchimento
da grelha de Constituição dos lanches poderá anteceder ou proceder o
preenchimento dos questionários .
Sempre que possível o Questionário ao aluno deve ser preenchido com cada
aluno individualmente, por exemplo, no fundo da sala de aula ou numa divisão
anexa à sala de aula.
A ordem de preenchimento dos questionários é indiferente mas deve avaliar-se a
concordância das respostas entre a Constituição dos lanches e o Questionário
ao aluno relativamente ao consumo do leite escolar.
A Informação da escola poderá ser recolhida antes ou depois da avaliação em
sala de aula e deve ser preenchida com a colaboração do professor, de contínuos
da escola e com as observações do investigador no terreno.
a31
Informação da escola
Data ���� Data da avaliação do lanche.
Escola � Nome da Escola Básica de 1º Ciclo.
1. Lanche Avaliado���� Lanche avaliado no intervalo do período de aulas da
manhã ou da tarde.
2. O lanche é definido pela Escola / Professor / Associação de pais / Outro?
���� Se estão definidas algumas regras dos alimentos a trazer para os lanches. Não
se consideram conselhos alimentares ou nutricionais mas definição de alimentos
específicos.
Resposta Sim – passar pergunta 2.1.
Resposta Não – passar pergunta 3.
2.1. Se SIM, quem o(s) define? � Caso os lanches tenham sido definidos por
quem foi responsável por esta decisão.
2.2. Se SIM, que tipo(s) de lanche(s)? � Caracterização qualitativa e
quantitativa dos lanches definidos.
3. O lanche é fornecido pela Escola/ Associação de pais/Outro? ���� Não se
considera o leite escolar porque se assume que todas as escolas o forneçam.
Consideram alimentos como pão ou fruta.
Resposta Sim – passar pergunta 3.1.
a32
Resposta Não – passar pergunta 4.
3.1.Se SIM, por quem? ���� Quem é responsável pela aquisição e distribuição dos
alimentos fornecidos.
4. Onde é consumido o lanche? ���� Local onde as crianças lancham na escola.
5. Existe leite escolar? ����
Resposta Sim – passar pergunta 5.1.
Resposta Não – fim do questionário.
5.1. Se SIM, que tipo de leite? ����Caracterização quanto ao teor de leite, matéria
gorda, sabor, marca.
Observações ����Algumas observações relevantes da escola para o trabalho.
a33
Constituição do lanche
Descrição tão pormenorizada quanto possível da quantidade e tipo de
alimentos presentes no lanche. Recolher marcas e peso dos produtos ou estimar
o peso dos alimentos.
Recolha da fotografia do lanche simultaneamente ao preenchimento da
tabela. Pedir à criança que disponha para uma fotografia o lanche que tem para
consumo nesse intervalo. Na intenção de consumir leite, a criança deve recolher
este produto para ser fotografado juntamente com o lanche. Não esquecer de
atribuir um código à fotografia (caso ainda não tenha sido atribuído pela
Questionário ao aluno) que deve ser também fotografado com o lanche. Assim a
cada lanche deve ser atribuída uma letra (que é a mesma para todos os alunos
da mesma turma/escola) seguida de um número (aleatório e diferente para cada
aluno da mesma turma/escola). Quando uma criança não tem lanche é-lhe
também atribuído um código para a realização dos questionários.
Aconselha-se a que se atribuam os códigos sequencialmente à medida que
se vão tirando as fotografias começando numa ponta da sala e seguido as filas de
mesas para maior organização do trabalho.
a34
Questionário ao aluno
Código de identificação (código fotografia) ���� Código atribuído ao aluno e que
identifica o seu lanche. A forma de atribuição dos códigos foi descrita
anteriormente.
Nome � Nome próprio do aluno (apenas é necessário para fins comparativos na
realização de um questionário futuro). Caso haja mais que um aluno com o
mesmo nome próprio pedir um outro nome que os distinga.
Sexo � Sexo do aluno.
Idade � Idade da criança arredondado ao ano.
1. HOJE tomaste o pequeno-almoço? � Perguntar ao aluno se comeu alguma
coisa (alimento ou composição de alimentos) na manhã daquele dia.
Considerar pequeno-almoço se ocorreu na primeira hora após acordar.
Reforçar que se pretende a recordação da manhã do dia em questão e não o
que é habitual.
Para ajudar a recordar perguntar o que fez antes de vir para a escola (caso tenha
tido aulas de manhã). Caso criança tenha acordado e a primeira refeição tenha
sido o almoço (quando criança tem aulas à tarde) não considerar pequeno-almoço
mesmo que tenha sido na primeira hora após acordar.
Ter em atenção que algumas crianças podem não utilizar a denominação
pequeno-almoço.
Resposta Não – passar pergunta 1.1.
a35
Resposta Sim – passar pergunta 1.2.
1.1. Se NÃO, porquê? ���� Caso a resposta à pergunta anterior tenha sido
negativa pretende-se diferenciar se a omissão do pequeno-almoço é uma prática
habitual (opções “Não é habitual comer ao pequeno-almoço” ou “Ficas mal
disposto quando comes ao pequeno-almoço”) ou eventual (opções “Não tiveste
tempo” ou “Não tinhas fome/Não te apeteceu” ou “Não tinhas alimentos
disponíveis” ou “Não tinhas alimentos disponíveis que gostes”).
Quando aluno diz que não tinha alimentos em casa tentar diferenciar se não havia
realmente alimentos de pequeno-almoço ou se não havia alimentos que aluno
queria.
1.2. Se SIM, onde tomaste o pequeno-almoço? ���� A opção “Casa” refere-se
tanto a casa onde aluno habita como a casa de familiar ou outro onde tenha
dormido (ex. casa dos avós). Caso o aluno tenha dormido num sítio e tomado o
pequeno-almoço noutra casa (casa avós, tios, etc.) assinalar opção “Outro” e
escrever onde.
1.3. Se SIM, com quem tomaste o pequeno-almoço? ���� A opção “Sozinho”
engloba tanto o caso de o aluno estar sozinho sem a supervisão de um adulto no
compartimento da casa onde toma o pequeno-almoço (ex. cozinha) mesmo
estando algum adulto em casa, como o caso de estar acompanhado de outro(s)
menor(es), (irmãos, amigos, primos).
a36
A opção “Família” considera que o pequeno-almoço do aluno foi acompanhado
por um adulto da família que está no mesmo compartimento da casa, mesmo que
não esteja a tomar o pequeno-almoço.
A opção “Amigos” considera que o aluno tomou pequeno-almoço com alguém
mais ou menos da mesma idade. No caso de tomar o pequeno-almoço com os
amigos mas com supervisão de um adulto, por exemplo num ATL, a opção a
escolher é “Outro” e escrever com quem.
1.4. Se SIM, qual era a constituição do teu pequeno-almoço?
Apenas se pretende fazer uma avaliação qualitativa do pequeno-almoço do dia
em questão.
Quando criança hesita na resposta continuar a fazer outras perguntas e voltar a
perguntar a constituição do pequeno-almoço (fingir esquecimento).
Sempre que possível, discriminar:
- Adição de chocolate ou cevada ou café ou mel ou açúcar ao leite (crianças
geralmente não distinguem café de cevada);
- Leite achocolatado de pacote de leite com adição de chocolate em pó;
- Pingo de café ou de cevada;
- Adição de açúcar a alimentos (leite, chá, farinha láctea ou não láctea);
- Iogurte líquido de leite fermentado (pela marca, embalagem, etc.);
- Tipo de cereais de pequeno-almoço. Se aluno não conseguir referir a marca,
perguntar quais as características da embalagem (mascote ou cores), ou do
produto (sabor, cor, forma dos cereais);
- Farinhas lácteas de não lácteas e se são feitas com água ou com leite;
- Pão de padaria de pão de forma embalado;
a37
- Recheio do pão com manteiga, margarina (crianças geralmente não distinguem
manteiga de margarina), fiambre, queijo, compota, marmelada, chocolate de
barrar;
- Tipo de bolachas (marca). Se aluno não identificar a marca, perguntar
características das bolachas (se tem açúcar ou chocolate, se são recheadas, qual
a forma, etc.).
2. HOJE vais lanchar/lanchaste na escola neste intervalo? ���� Perguntar se
criança comeu ou tem disponível para comer (dependendo da fotografia dos
lanches e preenchimento da grelha de Constituição dos lanches anteceder ou
proceder o preenchimento da Questionário ao aluno) algum alimento para o
intervalo do período de aulas (manhã/tarde) em que se está a proceder à
avaliação.
Deve-se assinalar resposta afirmativa mesmo que criança não tenha trazido
lanche mas que a escola disponibilize lanche (mesmo que apenas leite escolar).
Resposta Não – passar pergunta 2.1.
Resposta Sim – passar pergunta 2.2.
2.1. Se NÃO, porquê? ���� Razões para a ausência de lanche.
A opção 1 refere-se a ausência lanche que viria de casa.
2.2. Se SIM, de onde trouxeste o teu lanche? ���� Pretende-se saber se o lanche
do aluno foi preparado em casa, se foi comprado num estabelecimento comercial,
se foi fornecido pela escola, ATL ou outro.
a38
Caso o aluno tenha preparado o lanche na casa onde dormiu (seja esta a própria
ou dos avós ou tios, etc.) considerar opção “Casa”. Caso o lanche tenha sido
preparado noutra casa assinalar a opção “Outro” e escrever onde. Quando o leite
escolar faz parte do lanche da criança deve considerar-se que lanche também
provém da escola (opções “Escola” ou “Casa + Escola” ou “Estabelecimento
comercial + Escola” ou “Outro” e assinalar qual).
2.3. Se SIM, quem preparou o teu lanche? ���� Considerar quem foi responsável
pela preparação dos alimentos que a criança trouxe para o lanche.
3. HOJE bebeste/vais beber leite escolar no lanche?
Resposta Não – passar pergunta 3.1.
Resposta Sim – passar pergunta 3.2.
3.1. Se NÃO, porquê? ���� Diferenciar se aluno nunca bebe leite escolar (opção
“Não gostas”) ou se não bebe às vezes (opção “Trouxeste de casa outra
bebida/alimento”).
Observações ����Algumas observações relevantes do aluno para o trabalho.
a39
Anexo 8
Tabelas de resultados
a40
a41
Alimentos consumidos ao lanche Lanche manhã n=204 (%)
Lanche tarde n=162 (%) p*
PÃO E EQUIVALENTES 65,2 74,7 0,530
CEREAIS DE PA E FARINHAS 1,0 1,2 n.a.
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 32,8 38,3 0,322
FRUTA 12,3 14,2 0,641
GORDURAS 27,5 28,4 0,907
LEITES COM CHOCOLATE 38,7 43,2 0,394
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 31,9 34,0 0,737
PRODUTOS CÁRNEOS 21,1 23,5 0,614
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 11,8 19,1 0,560
OUTROS ALIMENTOS 1,0 0,0 n.a.
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 1 – Alimentos consumidos ao lanche de acordo com lanche da manhã ou da tarde
Alimentos consumidos ao lanche Sexo feminino n=204 (%)
Sexo masculino n=162 (%)
p*
PÃO E EQUIVALENTES 65,4 73,5 0,112
CEREAIS DE PA E FARINHAS 1,0 1,2 n.a.
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 36,2 34,3 0,743
FRUTA 15,1 11,0 0,280
GORDURAS 27,0 28,7 0,728
LEITES COM CHOCOLATE 40,4 40,9 1,000
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 31,9 33,7 0,739
PRODUTOS CÁRNEOS 19,5 24,9 0,257
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 13,0 17,1 0,307
OUTROS ALIMENTOS 0,5 0,6 n.a.
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 2 – Alimentos consumidos ao lanche de acordo com o sexo
Alimentos consumidos ao lanche Casa n=214 (%)
Estabelecimento comercial n=21 (%)
p*
PÃO E EQUIVALENTES 67,3 42,9 0,031
CEREAIS DE PA E FARINHAS 1,4 0,0 n.a.
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 37,4 47,6 0,358
FRUTA 15,4 0,0 n.a.
GORDURAS 26,6 19,0 0,604
LEITES COM CHOCOLATE 13,1 33,3 n.a.
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 43,9 19,0 0,036
PRODUTOS CÁRNEOS 22,4 19,0 n.a
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 20,1 28,6 n.a.
OUTROS ALIMENTOS 0,5 0,0 n.a.
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 3 – Alimentos para consumo no lanche de acordo com o local de proveniência
a42
Alimentos consumidos ao lanche O próprio n=28 (%)
Preparado por adulto n=344 (%) p*
PÃO E EQUIVALENTES 35,7 72,2 <0,001
CEREAIS DE PA E FARINHAS 0,0 1,2 n.a
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 42,9 34,6 0,413
FRUTA 14,3 13,0 n.a.
GORDURAS 25,0 28,1 0,829
LEITES COM CHOCOLATE 60,7 39,1 0,029
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 14,3 34,3 0,035
PRODUTOS CÁRNEOS 10,7 23,1 0,159
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 17,9 14,8 n.a.
OUTROS ALIMENTOS 0,0 0,6 n.a.
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 4 – Alimentos consumidos ao lanche de acordo com quem o prepara
Alimentos consumidos ao lanche Lanche definido n=349 (%)
Lanche não definido n=162 (%) p*
PÃO E EQUIVALENTES 82,4 68,8 0,291
CEREAIS DE PA E FARINHAS 0,0 1,1 n.a.
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 17,6 36,1 0,192
FRUTA 0,0 13,8 n.a
GORDURAS 64,7 26,1 n.a
LEITES COM CHOCOLATE 88,2 38,4 p<0,001
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 0,8 34,1 0,015
PRODUTOS CÁRNEOS 17,6 22,3 n.a.
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 0,0 15,8 n.a.
OUTROS ALIMENTOS 0,0 0,6 n.a
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 5 – Alimentos consumidos ao lanche de acordo com definição dos lanches
Alimentos consumidos ao lanche Sala n=256 (%)
Recreio n=110 (%)
p*
PÃO E EQUIVALENTES 68,8 70,9 0,712
CEREAIS DE PA E FARINHAS 8,0 1,8 n.a.
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 34,0 38,2 0,475
FRUTA 14,5 10,0 0,311
GORDURAS 28,1 27,3 0,899
LEITES COM CHOCOLATE 46,5 27,3 0,001
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 29,7 40,0 0,068
PRODUTOS CÁRNEOS 22,7 20,9 0,784
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 12,1 21,8 0,025
OUTROS ALIMENTOS 0,8 0,0 n.a.
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 6 – Alimentos consumidos ao lanche de acordo com local de consumo
a43
MEDIANA Sexo feminino Sexo masculino
p*
ENERGIA (Kcal) 285,9 301,6 0,152
PROTEÍNAS (g) 10,4 10,8 0,108
% PROTEÍNAS PARA VCT LANCHE 13,9 13,9 0,639
GLÍCIDOS (g) 43,0 44,2 0,087
% GLÍCIDOS PARA VCT LANCHE 57,5 57,0 0,876
LÍPIDOS (g) 8,8 9,2 0,318
% LÍPIDOS PARA VCT LANCHE 27,5 27,5 0,794
AÇÚCARES SIMPLES (g) 18,9 19,9 0,933
FIBRA (g) 2,2 2,2 0,369
* Valor de p: nível de significância Tabela 7 – Diferenças no valor energético, teor de macronutrientes, açúcar e fibra e contribuição dos macronutrientes para o VET do lanche, entre sexos
MEDIANA Lanche manhã Lanche tarde
p*
ENERGIA (Kcal) 276,3 314,0 <0,001
PROTEÍNAS (g) 10,3 10,9 0,008
% PROTEÍNAS PARA VCT LANCHE 14,0 13,9 0,618
GLÍCIDOS (g) 41,3 44,8 <0,001
% GLÍCIDOS PARA VCT LANCHE 57,1 57,5 0,907
LÍPIDOS (g) 8,8 9,2 0,008
% LÍPIDOS PARA VCT LANCHE 27,5 27,5 0,629
AÇÚCARES SIMPLES (g) 18,7 21,5 0,003
FIBRA (g) 1,9 2,2 <0,001
* Valor de p: nível de significância Tabela 8 – Diferenças no valor energético, teor de macronutrientes, açúcar e fibra e contribuição dos macronutrientes para o VET do lanche, entre lanche da manhã e lanche da tarde
MEDIANA Casa Estabelecimento comercial
p*
ENERGIA (Kcal) 264,7 263,9 0,942
PROTEÍNAS (g) 10,2 7,1 0,060
% PROTEÍNAS PARA VCT LANCHE 14,7 8,8 0,025
GLÍCIDOS (g) 40,8 37,6 0,964
% GLÍCIDOS PARA VCT LANCHE 57,2 55,0 0,508
LÍPIDOS (g) 7,3 8,8 0,529
% LÍPIDOS PARA VCT LANCHE 26,3 31,8 0,104
AÇÚCARES SIMPLES (g) 18,5 18,7 0,426
FIBRA (g) 1,6 1,4 0,342
* Valor de p: nível de significância Tabela 9 – Diferenças no valor energético, teor de macronutrientes, açúcar e fibra e contribuição dos macronutrientes para o VET do lanche, entre lanche proveniente em casa e em estabelecimento público
a44
MEDIANA O próprio Preparado por adulto
p*
ENERGIA (Kcal) 301,6 293,8 0,640
PROTEÍNAS (g) 10,6 10,5 0,612
% PROTEÍNAS PARA VCT LANCHE 12,9 13,9 0,203
GLÍCIDOS (g) 44,2 44,2 0,932
% GLÍCIDOS PARA VCT LANCHE 56,2 57,1 0,551
LÍPIDOS (g) 9,2 8,9 0,326
% LÍPIDOS PARA VCT LANCHE 27,9 27,5 0,167
AÇÚCARES SIMPLES (g) 20,3 19,2 0,296
FIBRA (g) 2,0 2,2 0,926
* Valor de p: nível de significância Tabela 10 – Diferenças no valor energético, teor de macronutrientes, açúcar e fibra e contribuição dos macronutrientes para o VET do lanche, entre lanche preparado pelo próprio aluno ou por adulto
MEDIANA Sala Recreio
p*
ENERGIA (Kcal) 294,3 301,6 0,221
PROTEÍNAS (g) 10,5 11,3 0,303
% PROTEÍNAS PARA VCT LANCHE 13,9 13,8 0,690
GLÍCIDOS (g) 44,2 44,2 0,377
% GLÍCIDOS PARA VCT LANCHE 57,1 57,4 0,485
LÍPIDOS (g) 8,9 9,2 0,237
% LÍPIDOS PARA VCT LANCHE 27,1 27,7 0,264
AÇÚCARES SIMPLES (g) 19,2 18,8 0,523
FIBRA (g) 2,2 1,9 0,356
* Valor de p: nível de significância Tabela 11 – Diferenças no valor energético, teor de macronutrientes, açúcar e fibra e contribuição dos macronutrientes para o VET do lanche, entre lanche consumido em sala ou recreio
Alimentos consumidos ao PA Sexo feminino n=173 (%)
Sexo masculino n=162 (%)
p*
PÃO E EQUIVALENTES 38,7 35,2 0,571
CEREAIS DE PA E FARINHAS 31,2 29,0 0,721
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 45,1 56,2 0,049
FRUTA 0,6 4,3 n.a.
GORDURAS 23,1 19,8 0,507
LEITES COM CHOCOLATE 2,9 3,1 n.a
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 85,5 87,0 0,752
PRODUTOS CÁRNEOS 4,6 1,9 0,222
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 0,6 0,6 n.a.
OUTROS ALIMENTOS 12,1 11,7 1,000
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 12 – Alimentos consumidos ao PA de acordo com o sexo
a45
Alimentos consumidos ao PA Casa n=299 (%)
Estabelecimento comercial n=21 (%)
p*
PÃO E EQUIVALENTES 33,8 61,9 0,016
CEREAIS DE PA E FARINHAS 33,4 0,0 <0,001
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 46,5 81,0 0,030
FRUTA 2,7 0,0 n.a
GORDURAS 18,1 47,6 n.a
LEITES COM CHOCOLATE 2,3 14,3 n.a
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 89,0 47,6 n.a
PRODUTOS CÁRNEOS 3,0 9,5 n.a
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 0,7 0,0 n.a
OUTROS ALIMENTOS 9,0 42,9 n.a
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 13 – Alimentos consumidos ao PA em casa ou em estabelecimento comercial
Alimentos consumidos ao PA Sozinho n=106 (%)
Acompanhado por adulto n=229 (%)
p*
PÃO E EQUIVALENTES 21,7 44,1 <0,001
CEREAIS DE PA E FARINHAS 33,0 28,8 0,445
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 48,1 51,5 0,639
FRUTA 0,9 3,1 n.a
GORDURAS 11,3 26,2 0,002
LEITES COM CHOCOLATE 5,7 1,7 n.a
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 88,7 85,2 0,495
PRODUTOS CÁRNEOS 3,8 3,1 n.a
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 0,0 0,9 n.a
OUTROS ALIMENTOS 3,8 15,7 0,001
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 14 – Alimentos consumidos ao PA de acordo com o acompanhamento da criança
Alimentos consumidos ao lanche Consumo de LE n=117 (%)
Não consumo de LE n=255 (%) p*
PÃO E EQUIVALENTES 75,2 66,7 0,114
CEREAIS DE PA E FARINHAS 0,9 1,2 n.a.
ALIMENTOS DOCES E PASTÉIS 33,3 36,1 0,640
FRUTA 12,0 13,7 0,741
GORDURAS 30,8 26,5 0,453
LEITES COM CHOCOLATE 100 12,9 <0,001
LEITE, IOGURTE E QUEIJO 12,8 42,2 <0,001
PRODUTOS CÁRNEOS 21,4 22,5 0,893
REFRIGERANTES, SUMOS E NÉCTARES 0,0 22,1 <0,001
OUTROS ALIMENTOS 0,9 0,4 n.a.
* Valor de p: nível de significância; n.a.: não aplicável Tabela 15 – Alimentos consumidos ao lanche de acordo com consumo de LE