lanches escolares

72
Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1°ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira Characterization of morning snacks at elementary schools and kindergarten in São João da Madeira Anabela Ferreira dos Santos Orientação: Prof. a Doutora Ada Rocha Co-orientação: Mestre Nelson Costa Trabalho de Investigação Porto, 2010

Upload: carlos-rosete

Post on 13-Jul-2016

20 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância

TRANSCRIPT

Page 1: Lanches Escolares

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1°ciclo do

ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Characterization of morning snacks at elementary schools and

kindergarten in São João da Madeira

Anabela Ferreira dos Santos

Orientação: Prof.a Doutora Ada Rocha

Co-orientação: Mestre Nelson Costa

Trabalho de Investigação

Porto, 2010

Page 2: Lanches Escolares
Page 3: Lanches Escolares

i

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Dedico este trabalho às crianças que fizeram parte deste estudo,

agradecendo a sua motivação e esperando que estes resultados

contribuem para o seu bem-estar no futuro.

Administrator
Rectangle
Page 4: Lanches Escolares

ii

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Administrator
Rectangle
Administrator
Rectangle
Page 5: Lanches Escolares

iii

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais e irmãos, sobretudo à Vânia, pela paciência e por todo o apoio e

incentivo que me deram durante a elaboração deste trabalho.

À Professora Doutora Ada Rocha, que orientou o estágio, pelo empenho,

dedicação, revisão dos textos e por ter contribuído para o enriquecimento dos

meus conhecimentos.

À Margarida de Liz por toda a disponibilidade e a ajuda preciosa na análise

estatística deste trabalho.

À Câmara Municipal de São João da Madeira, que me concedeu a oportunidade

de estagiar nesta instituição.

Ao Dr. Nelson Costa pela disponibilidade, simpatia e apoio na minha co-

orientação na autarquia.

À Célia por toda a sua disponibilidade e apoio.

A todos os que de uma forma ou outra me ajudaram, incentivaram ao longo dos

últimos quatros anos, muito obrigada.

A todos muito obrigada!!!

Page 6: Lanches Escolares

iv

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Administrator
Rectangle
Administrator
Rectangle
Page 7: Lanches Escolares

v

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

ÍNDICE

Lista de Abreviaturas ............................................................................................ vi

Resumo ............................................................................................................... vii

Abstract .............................................................................................................. viii

1. Introdução ..................................................................................................... 1

2. Objectivos ..................................................................................................... 4

2.1. Objectivos Gerais ................................................................................... 4

2.2. Objectivos Específicos ........................................................................... 4

3. Material e Métodos ........................................................................................ 4

3.1. População e amostragem ...................................................................... 5

3.2. Recolha de Informação .......................................................................... 5

3.3. Quantidade de alimentos e análise da composição nutricional .............. 6

3.4. Categorização alimentar ........................................................................ 7

3.5. Ensaio Piloto .......................................................................................... 8

3.6. Análise Estatística .................................................................................. 8

3.7. Garantia de confidencialidade ................................................................ 9

4. Resultados .................................................................................................. 10

4.1. Descrição da amostra .......................................................................... 10

4.2. Caracterização qualitativa do pequeno-almoço ................................... 10

4.3. Caracterização dos lanches escolares ................................................. 12

4.4. Caracterização qualitativa e quantitativa dos lanches escolares ......... 13

4.5. Avaliação do contributo nutricional do lanche escolar.......................... 14

4.6. Caracterização leite escolar ................................................................. 16

4.7. Relação com o escalão de acção social .............................................. 17

5. Discussão .................................................................................................... 18

6. Conclusão ................................................................................................... 27

7. Referências Bibliográficas ........................................................................... 28

8. Índice de Anexos ......................................................................................... 37

Page 8: Lanches Escolares

vi

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

LISTA DE ABREVIATURAS

JI – Jardim-de-infância

EB1 – Ensino Básico 1°ciclo

SJM – São João da Madeira

PA – Pequeno-almoço

LE – Leite escolar

OMS/WHO – Organização Mundial de Saúde

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

HBSC – Health Behaviour in School – Aged Children

DRI – Dietary References Intake

EER – Estimated Energy Requirement

Page 9: Lanches Escolares

vii

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

RESUMO

Objectivo: Caracterização qualitativa e quantitativa dos lanches escolares

consumidos durante o intervalo da manhã nos jardins-de-infância e escolas do

1°ciclo do ensino básico da rede pública do concelho de S. João da Madeira.

Metodologia: A amostra era constituída por 176 alunos com idades

compreendidas entre os 3 e os 9 anos e que almoçavam, no dia da recolha de

dados, na cantina da escola. Este estudo descritivo transversal consistiu na

aplicação de um questionário de administração indirecta, um inquérito de

satisfação aos alunos relativo à refeição fornecida na cantina escolar e recolha de

fotografias dos lanches escolares. A análise estatística foi realizada com o auxílio

do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)® e do programa

Microsoft Office Excel 2003®.

Resultados: 98,9% das crianças tinham lanche disponível para consumo no

momento do inquérito. Os alimentos identificados pertenciam ao grupo do leite,

iogurte e queijo (61,9%) e do pão equivalentes (48,9%). O valor energético e

nutricional da refeição do meio da manhã das crianças ultrapassou as

recomendações preconizadas para a faixa etária em estudo.

Conclusão: Os resultados encontrados evidenciam a necessidade de

implementação de programas de educação alimentar, tendo em conta a

promoção de hábitos alimentares das crianças.

Palavras-chave: lanche escolar, criança, recomendações (DRI)

Page 10: Lanches Escolares

viii

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

ABSTRACT

Objective: Qualitative and quantitative characterization of school snacks

consumed during mid-morning break in the kindergarten and elementary schools

in the Municipality of S. João da Madeira.

Methods: The sample comprised 176 pupils aged 3 to 9 years old and who had

lunch on the day of the data collection at the school canteen. This sectional

descriptive study consisted in an indirect questionnaire, a satisfaction survey to

students on the meal provided at the school canteen and a photograph’s collection

of the school snacks. Statistical analysis was performed using Statistical Package

for Social Sciences (SPSS)® and the Microsoft Office Excel 2003®.

Results: 98.9% of children had snacks available for consumption during the

inquiry day. The foods identified belonged to the groups of milk, yogurt and cheese

(61.9%) and bread equivalent (48.9%). The energy and nutritional value of the

mid-morning meal exceeded the recommendations for the age group under study.

Conclusion: The results show the need to implement nutritional education

programs, taking into account the promotion of children's eating habits.

Keywords: school snack, children, Dietary Reference Intake (DRI)

Page 11: Lanches Escolares

1

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

1. INTRODUÇÃO

A alimentação saudável na infância é primordial, desempenhando um papel

importante no desenvolvimento e crescimento da criança e na preservação da sua

saúde. Os hábitos alimentares adequados nesta fase constituem a base de uma

alimentação sã e equilibrada para o resto da vida e contribuem para a prevenção

da doença(1-3). A evolução da sociedade ao longo das últimas décadas tem

conduzido ao desenvolvimento de novos valores e novas prioridades. A evolução

do estatuto social da mulher foi um marco importante nesta evolução. As

mulheres saíram da esfera doméstica passando à ocupação de diferentes

funções na sociedade moderna. Consequentemente a disponibilidade de tempo

dedicada à confecção de alimentos diminuiu. Esta mudança alimentar traduz-se

na confecção de refeições rápidas, numa maior ingestão de gordura e energia e

menor ingestão de alimentos ricos em fibra, fruta e hortícolas. Estas alterações de

comportamentos alimentares induzem a ingestão de uma alimentação

hipercalórica e hiperlipídica. O desequilibro alimentar que advém deste tipo de

alimentação tem efeitos graves não só a nível social, psico-emocional,

socioeconómico, mas também na saúde da população, causando não só maior

prevalência de excesso de peso e obesidade, mas também outras doenças

crónicas(4-5). Brow et al. constatou que um recente aumento da obesidade infantil

tem coincidido com o aumento da participação feminina no mercado de

trabalho(6). Actualmente, o excesso de peso e a obesidade são um problema de

saúde pública grave na Europa(7). Sendo Portugal, um dos países europeus com

a prevalência mais alta de obesidade, nas crianças(8). O risco desta doença na

idade adulta é superior a 50% em crianças obesas, em comparação com cerca de

10% para crianças não obesas(9-10), acarretando graves sequelas na saúde e

Page 12: Lanches Escolares

2

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

bem-estar do indivíduo(11-12). Considera-se que o período ideal para se tratar a

obesidade seja entre os 3 e 9 anos de idades, quando a criança começa a

percepcionar a sua imagem corporal(13), e porque é a altura em que é mais

provável que o problema, não sendo tratado, possa persistir na idade adulta(14).

Para responder às necessidades e permitir a entrada da mulher no mercado de

trabalho, foram criadas diferentes respostas sociais, tais como infantários,

creches, jardins-de-infância, destinadas às crianças. O papel ocupado até então

pela família em geral e pela mãe em particular, no acompanhamento do filho ao

longo do dia no que diz respeito à sua alimentação passou desta para estas

instituições, pois são os locais onde as crianças permanecem grande parte do seu

dia. Estas assumem hoje uma particular importância e responsabilidade na

sociedade(15), pois contribuem directamente para o desenvolvimento harmonioso

das gerações futuras. Daí a existência de inúmeros estudos efectuados em

Portugal e no mundo, com o intuito de avaliar as refeições consumidas nestas

instituições e especificamente aos lanches. Ao longo do dia, a quantidade de

energia e de macronutrientes adequada à criança deve ser distribuída por

refeições e merendas bem estruturadas para que os intervalos entre elas não

sejam demasiados longos(3, 16). O lanche escolar da manhã é determinante para o

equilíbrio do dia alimentar(3), para além de fornecer a energia e os nutrientes que

o organismo necessita entre as principais refeições, ajuda à concentração e

melhora o rendimento escolar(17). Esta refeição realizada durante a manhã, deve

ser de fácil digestão, variada e, com um valor energético mais reduzido do que o

pequeno-almoço, conforme a duração da manhã e a intensidade do esforço físico

realizado(4). As conclusões de diversos estudos efectuados foram que os lanches

Page 13: Lanches Escolares

3

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

levados pelas crianças para a escola nem sempre cumprem as recomendações

alimentares para este grupo populacional, e que por falta de disponibilidade e de

informação, são preparadas e disponibilizadas refeições de elevada densidade

energética(7, 18-20).

Estudos revelam ainda que as crianças não estão dotadas de uma capacidade

inata para escolher alimentos em função do seu valor nutricional, sendo através

da experiência, da observação, da educação e até mesmo da influência dos

meios de comunicação, da publicidade e dos amigos, que adquirem os seus

hábitos alimentares(15, 21-22). Dado o contexto de aprendizagem formal em que as

instituições de ensino estão inseridas, estas desempenham um papel importante

na educação alimentar das crianças. Aprendizagem esta feita recorrendo a vários

métodos, desde o estudo propriamente dito até actividades e jogos.

As escolas podem assim actuar através das refeições servidas, uma vez que a

autarquia tem um controlo directo na qualidade dessas refeições. Mas,

contrariamente às refeições servidas na cantina os lanches são maioritariamente

provenientes de casa. Neste caso a educação alimentar deve, não só, abranger

as crianças mas igualmente os pais. Medidas educativas extensivas à família e à

comunidade deverão ser implementadas em função dos resultados obtidos na

avaliação feita aos lanches.

Neste contexto realizou-se um estudo em 9 escolas do 1° ciclo do ensino básico e

em 7 Jardins-de-Infância da rede educativa pública do concelho de S. João da

Madeira (anexo 1).

Page 14: Lanches Escolares

4

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

2. OBJECTIVOS

2.1. Objectivos Gerais

O presente trabalho teve como objectivo a caracterização qualitativa e quantitativa

dos lanches escolares consumidos durante o intervalo da manhã nas escolas

acima referidas.

2.2. Objectivos Específicos

Caracterizar qualitativamente o consumo do pequeno-almoço;

Caracterizar o consumo de leite escolar

Determinar os lanches escolares relativamente à sua composição, valor

energético e valor nutricional;

Analisar a relação entre a proveniência e a preparação com a qualidade do

lanche.

Analisar o contributo energético e nutricional dos lanches escolares para a

dose diária recomendada em valor energético total e macronutrientes;

Analisar a relação entre o escalão de acção social da criança e a contribuição

energética do lanche.

Analisar a relação entre o pequeno-almoço e o lanche escolar.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi realizado através de um estudo descritivo transversal, que

consistiu na aplicação de um questionário de administração indirecta (anexo 2),

um inquérito de satisfação aos alunos (anexo 3) relativo à refeição fornecida na

cantina escolar e recolha de fotografias dos lanches escolares.

Page 15: Lanches Escolares

5

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

3.1. População e amostragem

A população de S. João da Madeira trabalha maioritariamente no sector

secundário. Os censos de 2001 revelam níveis de escolaridade baixos, 58% da

população residente neste concelho frequentou apenas o ensino básico, deste

34% concluiu o 1°Ciclo, e apenas 12% o 3° Ciclo(23). Dos alunos matriculados no

ano lectivo 2008/2009, 30% das crianças dos Jardins-de-Infância e 20% dos

alunos do 1° Ciclo EB1 não residiam neste concelho(24).

O tamanho amostral abrangeu cerca de 10% do total dos alunos inscritos no

ensino pré-escolar e 1º Ciclo de ensino básico no ano lectivo de 2009/2010. Para

a realização deste trabalho foi considerada uma amostra de conveniência

estratificada por grupo etário, englobando alunos com idades compreendidas

entre os 3 e os 9 anos e que almoçavam, no dia da recolha de dados, na cantina

da escola.

A escolha aleatória das crianças foi efectuada pelo professor titular de turma,

tendo em consideração a faixa etária e o género pretendido.

3.2. Recolha de Informação

Os Agrupamentos de Escolas foram previamente informados dos objectivos e

metodologia do estudo, assim como da calendarização da recolha de dados, para

cada estabelecimento escolar (Anexo 4).

A recolha de dados foi efectuada entre 29 de Abril e 17 de Maio de 2010, com o

auxílio de uma máquina fotográfica digital, uma balança de cozinha electrónica

Elsay e dos questionários.

Inicialmente foi explicado a cada inquirido o objectivo do estudo e posteriormente,

antes do intervalo da manhã, foi administrado um questionário individual sempre

Page 16: Lanches Escolares

6

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

pela mesma entrevistadora. O questionário teve como objectivo avaliar a

composição do pequeno-almoço e a ingestão do leite escolar e caracterizar

qualitativa e quantitativamente a disponibilidade de alimentos/bebidas para

consumo no intervalo da manhã. Na utilização da denominação do “pequeno-

almoço” foi considerado o alimento ou composição de alimentos ingerido(s)

durante a primeira hora após acordar.

Para quantificar o tipo de alimentos ingeridos ao meio da manhã, foi pedido às

crianças que apresentassem o que tencionavam consumir para ser fotografado e

pesado no caso de alimentos não rotulados. Ao longo do trabalho, utilizou-se a

referência de “consumidos” para grupos de alimentos para facilitar a apresentação

dos resultados. No entanto, apenas se avaliou a disponibilidade dos grupos de

alimentos.

Numa segunda fase, o aluno preencheu um Inquérito de Satisfação, para avaliar a

sua satisfação em relação à refeição servida na cantina naquele dia.

Para efeitos de acção social escolar, os alunos são classificados em três escalões

(A, B e C), conforme o rendimento das famílias(25):

Escalão A - senha verde → 100% de apoio na refeição

Escalão B - senha azul → 50% apoio da refeição

Escalão C - senha rosa → 0% sem apoio.

3.3. Quantidade de alimentos e análise da composição nutricional

A quantidade dos produtos alimentares disponibilizados no lanche foi obtida

usando a quantidade líquida presente nos rótulos ou por pesagem em alimentos

não rotulados. A composição nutricional foi descrita, posteriormente, com o auxílio

Page 17: Lanches Escolares

7

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

das fotografias tiradas aos lanches e rótulos. Na ausência de informação

nutricional nos alimentos, recorreu-se à Tabela da Composição de Alimentos(26) e

a embalagens disponíveis em estabelecimentos comerciais.

3.4. Categorização alimentar

Procedeu-se, posteriormente, a um agrupamento dos produtos alimentares, tanto

do pequeno-almoço como do lanche. Assim, usando como referência o estudo

“EpiPorto - Consumo alimentar no Porto”(27), criou-se uma tabela adaptada ao

estudo, de acordo com as características nutricionais dos alimentos (tabela 1).

Tabela 1: Grupos de alimentos e bebidas utilizados para avaliar o meio da manhã

Page 18: Lanches Escolares

8

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

3.5. Ensaio Piloto

Foi realizado um ensaio piloto que consistiu na aplicação do questionário e do

inquérito de satisfação aos alunos, na Escola EB1/JI do Parrinho, no dia 13 de

Abril 2010. De forma aleatória, foram escolhidas pela Coordenadora da escola 14

crianças (50% do género feminino e 50% do género masculino) correspondendo a

cada faixa etária pretendida.

Foram efectuadas algumas alterações no método de recolha de informação,

assim como na distribuição da amostra por escolas, tendo sido recebida a

informação de que em três escolas seleccionadas, os alunos do 3°ano lectivo

estavam abrangidos por um programa educativo intitulado “Passe”, sendo este da

responsabilidade do Centro de Saúde e, como tal, não participariam neste estudo.

3.6. Análise Estatística

A análise estatística dos dados foi realizada com o auxílio do programa Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS) versão 17® e do programa Microsoft

Office Excel 2003®.

A análise descritiva das variáveis efectuou-se a partir da determinação da média,

do desvio padrão, mínimo e máximo para variáveis cardinais e da frequência para

variáveis ordinais e nominais.

Foi testada a normalidade das distribuições das variáveis cardinais através do

teste não paramétrico de Kolmogorov-Smirnov.

Utilizou-se o teste do Qui-quadrado (X2) para verificar a independência entre

pares de variáveis categóricas. A comparação de médias, para variáveis com

distribuição diferente da normal, foi efectuada a partir do teste de Mann-Withney

entre dois grupos independentes e o teste de Kruskall-Wallis para vários grupos.

Page 19: Lanches Escolares

9

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Aplicou-se o teste t de Student para amostras independentes, na comparação de

dois grupos e o teste Anova, na comparação de vários grupos. Por último foram

determinados os coeficientes de correlação de Pearson (r) e de Spearman (rs).

Para todas as análises considerou-se um nível de significância (ρ) de 5%.

3.7. Garantia de confidencialidade

Foi cumprida e garantida a protecção e confidencialidade das informações

pessoais. Para o efeito, a cada questionário foi atribuído um número de código

identificativo, o qual foi usado para análise estatística.

Page 20: Lanches Escolares

10

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

4. RESULTADOS

4.1. Descrição da amostra

A amostra foi constituída por 176 crianças com idades compreendidas entre os 3

e 9 anos de idade. A distribuição dos alunos inquiridos foi idêntica entre géneros e

estabelecimentos de ensino (gráfico 1).

Gráfico 1: Distribuição da amostra por género e idade

4.2. Caracterização qualitativa do pequeno-almoço

Dos 176 participantes no estudo, 94,9% tomaram o pequeno-almoço (PA), no dia

do inquérito (Gráfico 2).

Gráfico 2: Frequência da ingestão do pequeno-almoço

(anos)

Page 21: Lanches Escolares

11

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Verificou-se que o PA dos inquiridos foi constituído maioritariamente pelos grupos

de leite, iogurte e queijo (64, 8%) e cereais de PA e farinhas (44,3%) (gráfico 3).

Gráfico 3: Grupos de alimentos mais consumidos ao pequeno-almoço por género (%)

Não se verificou significado estatístico na associação entre os grupos mais

consumidos de alimentos e por género (anexo 5, tabela 1). No entanto, foram

encontradas diferenças significativas entre a variável idade no grupo “Outros

alimentos” (ρ=0,024). Verificou-se um aumento do consumo do grupo de

alimentos constituído por chá, café, cevada com a idade (anexo 5, tabela 2).

Em relação ao número de grupos ingeridos ao PA pelos inquiridos, este variou

entre 0 e 4, sendo a média de 1,8 0,8. A maioria das crianças consumiu dois

grupos de alimentos (57,4%) (anexo 5, tabela 3).

Verificou-se a existência de uma correlação positiva entre o número de grupos

consumidos e a idade (ρ=0,041; r=0,154), sendo que crianças mais velhas

ingeriram maior número de grupos de alimentos ao PA. Relativamente ao sexo,

não se verificaram diferenças significativas (ρ=0,291).

Page 22: Lanches Escolares

12

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

4.3. Caracterização dos lanches escolares

Das 176 crianças, 98,9% tinham lanche disponível para consumo no momento do

inquérito. As razões pelas quais duas crianças (1,1%) com 3 e 9 anos, do sexo

masculino, não possuíam lanche foi identificada como “não é habitual lanchar” e

outra – “não me apeteceu trazer lanche”.

O horário da ingestão do lanche não foi uniforme entre inquiridos como se pode

observar no gráfico 4.

90,8% referiram que o lanche era, na sua totalidade, preparado em casa.

Enquanto que 7,5% completaram o lanche proveniente de casa com o leite

escolar e identificou-se uma criança com um alimento adquirido num

estabelecimento comercial (tabela 2).

Tabela 2: Proveniência do lanche escolar

Não foram observadas diferenças significativas entre a proveniência do lanche e o

género (ρ=0,545) e a faixa etária (ρ=0,219).

Gráfico 4: Distribuição da amostra pela hora do lanche (%)

Page 23: Lanches Escolares

13

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

A preparação do lanche de 88,5% crianças foi realizada pelos pais (mãe/pai)

(tabela 3). Salienta-se que 9 crianças preparam o seu próprio lanche.

Tabela 3: Pessoa que prepara o lanche escolar

Não foram encontradas diferenças significativas entre quem prepara o lanche

escolar e o género (ρ=0,981) e a idade (ρ=0,687).

4.4. Caracterização qualitativa e quantitativa dos lanches escolares

Verificou-se que os grupos do leite, iogurte e queijo (61,9%) e do pão e

equivalentes (48,9%) foram os mais consumidos.

Salienta-se que o leite, iogurte e queijo, assim como doces e pastéis, carnes,

leites com chocolate e produtos de cafetaria foram mais consumidos pelos

rapazes. O pão e equivalentes, fruta, óleos e gorduras e cereais de PA foram

mais consumidos pelas raparigas (gráfico 5).

Gráfico 5: Distribuição dos grupos de alimentos consumidos ao lanche por género (%)

Page 24: Lanches Escolares

14

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Não se verificou nenhuma associação significativa entre os grupos mais

consumidos ao lanche e o género (anexo 5, tabela 4). Observou-se uma relação

com significado estatístico no consumo do leite com chocolate e a idade

(ρ=0,003) (anexo 5, tabela 5).

Observou-se uma maior disponibilidade de bebidas no lanche escolar quando

este é preparado em casa. Verificou-se ainda que a disponibilidade de leite

achocolatado era maior, quando o lanche era completado pela escola (anexo 5,

tabela 6).

O número de grupos de alimentos ingeridos ao lanche variou entre 0 e 4, sendo a

média de 2,2 0,9. A maioria das crianças consumiu 2 grupos de alimentos

(38,1%). Verificou-se que 32,9% das raparigas e 38,1% dos rapazes consumiram

3 ou mais grupos de alimentos ao lanche. Não se observaram relações

estatisticamente significativas entre o número de grupos de alimentos e o género

(ρ=0,543), contudo verificou-se um aumento do número de grupos com o

aumento da idade da criança (ρ=0,024; r=0,170) (anexo 5, tabela7).

O horário do intervalo não influenciou o número de grupos de alimentos ingeridos

(ρ=0,928).

4.5. Avaliação do contributo nutricional do lanche escolar

Constatou-se que o valor energético total (VET) médio dos lanches escolares foi

de 255,3kcal. As proteínas contribuíram, em média, com 13,0%, os lípidos com

25,6% e os hidratos de carbono com 61,4% (correspondendo 54,3% a açúcares

simples) para o VET dos lanches (Tabela 4).

Page 25: Lanches Escolares

15

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Tabela 4: Contributo energético e nutricional médio do lanche escolar para a ingestão diária

Relativamente ao total de gordura consumido, foram encontradas diferenças

significativas entre géneros (ρ=0,035), tendo se verificado que as raparigas

ingerem em média menos gordura (6,4g) do que os rapazes (8,2g). Apesar de

não se verificarem diferenças significativas, as crianças do sexo masculino

apresentaram lanches com maior VET, maior quantidade de proteínas, hidratos

de carbono e açúcares simples e teor de fibra alimentar mais baixo do que as

raparigas (anexo 5, tabela 8).

Observaram-se associações significativas entre a idade e o total de energia

(ρ<0,001; rs=0,291), a gordura (ρ=0,003; r=0,221), os hidratos de carbono

(ρ<0,001; rs=0,264) e os açúcares simples (ρ=0,015; rs=0,185), indicando que

quanto mais velhas as crianças maior a ingestão energética e de macronutrientes

(anexo 5, tabela 9).

Verificou-se que os lanches provenientes de casa contribuíram significativamente

para os valores elevados dos macronutrientes (anexo 5, tabela 10). Não se

verificaram diferenças significativas no VET e na composição nutricional dos

lanches em função de quem os prepara (anexo 5, tabela 11).

Page 26: Lanches Escolares

16

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Constatou-se que quando o lanche escolar é realizado entre as 10h30-11h00, o

valor energético do lanche é significativamente superior (ρ=0,024) em

comparação com os restantes horários (tabela 5).

Tabela 5: Distribuição do valor energético total do lanche escolar em função do horário

Não se verificou nenhuma associação entre o VET do lanche escolar e o facto do

inquirido ter tomado pequeno-almoço (ρ=0,656).

O grupo dos alimentos de cafetaria e “fast-food” foi o que contribuiu para valores

médios superiores de energia (473,0kcal), proteína (15,8g), gordura total (25,3g),

açúcares simples (47,9g) e fibra alimentar (4,9g) (anexo 5, tabela 12).

4.6. Caracterização leite escolar

Todas as escolas envolvidas no estudo estavam englobadas no programa Leite

Escolar (LE), disponibilizando o Leite Escolar achocolatado Lactogal .

O leite escolar achocolatado não está disponível para o lanche do meio da manhã

nos Jardins-de-infância (anexo 5, tabela 13).

O maior consumo de LE foi identificado no período da tarde (62%), sendo que

somente 14 crianças (8%) o ingeriram durante a manhã.

Verificou-se que apenas uma criança do sexo masculino, de 7 anos de idade,

ingeriu exclusivamente LE, fornecido pela escola, a meio da manhã (tabela 1).

O consumo deste alimento foi independente do género (ρ=0,243). Dos 4 aos 6

anos e dos 7 aos 9 anos de idades verificou-se uma tendência cada vez maior

para a não ingestão deste alimento (anexo 5, tabela 13).

Page 27: Lanches Escolares

17

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Nos lanches das crianças que ingeriram LE, verificou-se uma contribuição

glicídica (ρ=0,006), proteica (ρ<0,001) e lipídica (ρ=0,011) para o VET,

significativamente superior dos que não consumiam LE no meio da manhã (anexo

5, tabela 14).

4.7. Relação com o escalão de acção social

Para efeitos de acção social escolar, os alunos são classificados em três

escalões. A tabela 6 ilustra os três escalões na amostra em estudo.

Tabela 6: Distribuição dos alunos por escalão de acção social

Verificou-se que no Escalão C a contribuição energética proveniente da gordura

(6,5g; ρ=0,039), assim como o valor total de energia (238,5kcal; ρ=0,005)

apresentavam valores significativamente inferiores aos restantes escalões para a

refeição do lanche (anexo 5, tabela 15).

Page 28: Lanches Escolares

18

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

5. DISCUSSÃO

Os resultados observados revelaram que a maioria das crianças dos 3 aos 9 anos

de idade toma pequeno-almoço. Este resultado revelou-se positivo

comparativamente a estudos realizados noutras populações(12, 28-29), e encontra-

se de acordo com um estudo efectuado em jovens portugueses com idades entre

os 13 e 17 anos, no qual 87 a 94% dos inquiridos tomavam pequeno-almoço(30).

No entanto, verificou-se que uma pequena percentagem de crianças omite esta

primeira refeição do dia. Sendo esta importante para o equilíbrio alimentar(1), é

citada por vários autores como a refeição mais importante do dia(31-32).

Em relação à frequência de consumo do pequeno-almoço não se verificaram,

neste estudo, diferenças entre faixa etária. Pelo contrário, no que diz respeito à

quantidade de alimentos ingeridos constatou-se que as crianças mais velhas

tendem a ingerir maior quantidade de alimentos. Noutros estudos foram

encontrados resultados contraditórios sendo que a toma do pequeno-almoço varia

consoante a idade, verificou-se que quanto mais velha a criança, menor a

frequência e qualidade desta refeição(12, 28, 33).

Relativamente à composição do pequeno-almoço, os resultados estão de acordo

com os observados por Alexy et al., que verificaram que as crianças ingerem

preferencialmente alimentos do grupo do leite, iogurte e queijo com cereais do

pequeno-almoço. Observaram também que a partir dos 6 anos de idade as

crianças bebem café, cevada, chá. Nesse estudo coorte realizado na Alemanha

constatou-se ainda que crianças que costumam tomar pequeno-almoço

apresentam uma probabilidade maior de consumir com mais frequência fruta,

cereais e leite(12).

Page 29: Lanches Escolares

19

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

De igual modo as refeições intercalares, em particular o lanche do meio da

manhã, são indispensáveis para o equilíbrio da alimentação diária(3). Verificou-se

que 98,9% dos alunos inquiridos tinham disponível pelo menos um alimento para

consumo no intervalo do meio da manhã. Resultado ligeiramente superior aos

observados em estudos realizados por Briefel et al. e Lazzeri et al., nos quais

94% de crianças americanas(33) e 95,9% de crianças italianas, respectivamente,

lancham durante a manhã(29).

Todos os estabelecimentos de ensino integrados no estudo englobavam o

programa Leite Escolar(34), distribuindo-o de forma gratuita. Nenhum suplemento

alimentar ou lanche era fornecido aos alunos, além do Leite Escolar. Por esse

motivo, o lanche provinha essencialmente de casa. Quanto à preparação, esta era

realizada principalmente pelos pais (mãe/pai) e nalguns casos pelas próprias

crianças.

Relativamente à sua constituição, o grupo do leite, iogurtes e queijo prevaleceu no

lanche da manhã, assim como o do pão ou equivalentes. Constatações que vão

ao encontro às obtidas em estudos similares realizados noutros concelhos do

país, em Olhão(35) e em Matosinhos(36).

O grupo dos doces e pastéis ocupa a 3ª posição dos grupos mais consumidos e é

preferido pelas crianças do sexo masculino. 25 a 33% das crianças consumiram

doces no dia do inquérito. Também segundo os dados do relatório Health

Behavior of School-Age Children (HBSC) de 2001/2002, 20 a 28% dos jovens

portugueses consumiam diariamente doces(37).

Devido à importância dos frutos e hortícolas na alimentação saudável, salienta-se

que neste estudo, o consumo de fruta é relativamente baixo, sendo efectuado

preferencialmente pelas crianças do sexo feminino. Segundo o estudo de Lorson

Page 30: Lanches Escolares

20

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

et al., as crianças do sexo masculino bebem mais sumo de fruta e comem menos

fruta que as do sexo feminino, da mesma maneira que são as crianças mais

novas as que apresentam maiores consumos(38), facto que também se verificou

neste estudo. De acordo com vários estudos sobre os hábitos alimentares nas

crianças, a quantidade de fruta ingerida está abaixo das recomendações(16, 39-42).

Mesmo quando o total de alimentos ingeridos aumenta com a idade, a ingestão

de fruta e hortícolas permanece baixa(12). O baixo consumo é considerado pela

Organização Mundial de Saúde um dos dez principais factores de risco para a

mortalidade e morbilidade no mundo(43), uma vez que estes alimentos são

fornecedores insubstituíveis de minerais, vitaminas, compostos protectores e fibra

alimentar(44). Existe uma tendência crescente para a ingestão de sumos e

refrigerantes em detrimento de fruta em natureza(4). Com o intuito de inverter esta

tendência, várias iniciativas têm sido tomadas tanto a nível nacional como

internacional, recorrendo a programas de educação nutricional, com o objectivo

de aumentar o consumo deste grupo de alimentos(45-47). No caso especifico da

amostra em estudo, os alunos do 1°ciclo (6 aos 9 anos) integravam o programa

“Regime de Fruta Escolar”. Uma iniciativa que pretende aumentar o consumo de

fruta entre as crianças de forma a promover uma alimentação mais saudável(48).

Uma peça de fruta é assim distribuída duas vezes por semana no período da

tarde.

Segundo Nago et al., o melhor critério para definir a qualidade dos alimentos e as

suas implicações para a saúde é a sua proveniência e a sua preparação(5). Neste

estudo apesar de o lanche vir maioritariamente de casa e ser preparado pelos

pais, não se observou influência positiva na qualidade do lanche. Segundo o

estudo de Rees et al. de 2008, as refeições provenientes de casa apresentam

Page 31: Lanches Escolares

21

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

maior valor energético assim como maior quantidade de hidratos de carbono,

incluindo açúcares simples(40). Não só o grupo dos doces e pastéis apareciam

com mais frequência do que o das frutas, mas também os lanches preparados em

casa apresentavam bebidas açucaradas. Briefel et al. constatou igualmente no

seu estudo que 50% das crianças consome bebidas açucaradas em casa e 25%

na escola e que em comparação as crianças incluídas num programa de

educação alimentar, ingerem menos bebidas açucaradas e menos lanches

salgados(33).

De acordo com as recomendações e atendendo às necessidades nutricionais da

criança, o valor energético total diário deve ser repartido em várias refeições ao

longo do dia(1, 16). Nos lanches avaliados, verificou-se que o valor energético

médio era de 255,3kcal. A sua contribuição para o valor calórico total diário foi de

19,3%, segundo as Estimated Energy Requirement(16) (EER - recomendações

estimadas de energia, por sexo, idade e actividade física). Sabendo que o lanche

da manhã deve contribuir com cerca de 10% do valor energético total diário(16),

este resultado está claramente acima do recomendado. Verificou-se que o grupo

dos alimentos de cafetaria e fast-food contribuíram significativamente para o valor

energético total dos lanches.

Em termos nutricionais, o contributo energético, para o lanche da manhã,

proveniente dos macronutrientes excedeu as Dietary Reference Intake (DRI)(49)

(tabela 7), sendo os grupos do leite com chocolate e dos alimentos de cafetaria os

que mais contribuíram.

Page 32: Lanches Escolares

22

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Tabela 7: Adequação nutricional do lanche da manhã

Constatou-se que crianças com 3 anos apresentaram uma ingestão proteica de

cerca de 56% do valor energético total. A mesma ingestão hiperproteica foi

verificada em todas as faixas etárias. O leite com chocolate é a principal fonte de

proteínas nos lanches avaliados, podendo satisfazer grande parte das

necessidades diárias deste macronutriente(15), no entanto alimentos de cafetaria e

fast-food tiveram também um contributo significativo.

A nível lipídico apenas as crianças com 3 anos cumprem as recomendações, com

10%, das DRI(49), verificou-se também que os alunos do sexo masculino ingerem

maior quantidade de gordura. Em concordância com estes dados, Cooke e

Wardle, num estudo elaborado sobre as preferências alimentares das crianças,

referem um maior consumo de alimentos ricos em gordura e açucarados nas

crianças do sexo masculino(50).

Os alimentos mais presentes neste grupo foram os alimentos de cafetaria e fast-

food bem como os doces e pastéis.

Page 33: Lanches Escolares

23

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

A nível glicídico as recomendações foram sempre excedidas tendo em conta as

recomendações para o lanche da manhã.

O contributo energético é proveniente essencialmente do grupo dos cereais de

pequeno-almoço e farinhas assim como do leite com chocolate. Este último

representa uma fonte elevada de açúcares simples. Os alimentos ricos em

açúcares simples apresentam elevado valor energético e baixo valor nutricional e

não aparecem referidos na nova roda dos alimentos(51), uma vez que a ingestão

de alimentos ricos em açúcar deve ser restrita a ocasiões festivas(4, 51).

Em relação à fibra alimentar o consumo está abaixo do recomendado em todas as

faixas etárias. A fibra alimentar é um componente importante da dieta, a ingestão

diária de alimentos ricos em fibra, tais como cereais integrais e hortofrutícolas,

apresenta inúmeros benefícios para a saúde das crianças. Uma ingestão

adequada de fibra alimentar diminui o risco de desenvolver doenças

cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e algumas doenças

gastrointestinais(52-53). O consumo de fibra tem sido ainda associado a um risco

reduzido de excesso de peso nas crianças(54). Alimentos ricos em fibras tem uma

densidade energética muito menor que alimentos com alto teor de gordura. A sua

ingestão diminui o consumo dos alimentos em geral, promovendo a saciedade(52).

Num estudo prospectivo, realizado na Finlândia, os autores constataram que uma

elevada ingestão de fibra alimentar, em crianças entre os 13 meses e 9 anos, leva

a uma melhoria significativa da qualidade do padrão alimentar, assim como a um

aumento da ingestão de vitaminas e minerais, comparativamente às crianças com

menor ingestão de fibra alimentar(53).

Apesar da importância das 5 ou 6 refeições recomendadas(16), em vários estudos

constata-se que o contributo energético, assim como as necessidades em

Page 34: Lanches Escolares

24

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

macronutrientes, dos lanches estão acima das recomendações e possuem

elevada densidade energética(18-19). Este fenómeno não só contraria a

necessidade das refeições distribuídas ao longo do dia como também contribui

para o número crescente de crianças com excesso de peso(30).

Portugal é um dos países da Europa onde a prevalência da obesidade entre as

crianças é mais elevada(11). De acordo com os estudos epidemiológicos

efectuados no âmbito do estudo COSI-Portugal realizado pela Plataforma contra a

Obesidade da Direcção-Geral da Saúde (DGS), confirmou-se que 32% de

crianças dos 7-9 anos apresentam excesso de peso, sendo 18,1% pré-obesas e

13,9% obesas(8). Na origem do aumento da obesidade infantil em Portugal

existem factores importantes a salientar, nomeadamente a mudança nos

comportamentos alimentares dos pais influenciando os hábitos alimentares da

criança(3). A ocidentalização da alimentação com menores consumos de sopa e

hortofrutícolas e um aumento do consumo de produtos de reduzido valor

nutricional e elevada densidade energética(3, 44). Para esta situação contribui

igualmente a falta da actividade física(55).

A obesidade infantil tem consequências psicológicas, sociais e de saúde adversas

na infância e mais tarde durante a vida adulta, nomeadamente o aumento do risco

de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, síndrome metabólica e outras

patologias que se traduzem num risco aumentado de mortalidade(9, 11).

Numerosos estudos relataram correlações positivas em crianças que consomem

alimentos de elevada densidade energética e maior consumo de energia diário,

consequentemente ligados à obesidade, a síndrome metabólica e a diabetes tipo

2(56). Mercille et al. mostrou que as crianças em risco de excesso de peso

consomem um maior número de snacks e energia proveniente da gordura(57).

Page 35: Lanches Escolares

25

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

As crianças devem ser um alvo prioritário das intervenções, uma vez que são

particularmente propensas a escolhas alimentares inadequadas e uma vez que a

obesidade na infância prediz a obesidade no adulto(58).

A saúde da criança é assim directamente influenciada por uma alimentação

saudável. Esta por sua vez depende de vários factores, nomeadamente factores

biológicos e psicológicos, factores sociais e meio envolvente. Há ainda a

acrescentar o nível socioeconómico. Os jovens de famílias socioeconomicamente

desfavorecidas e menos escolarizadas têm em geral uma alimentação menos

saudável(44). Um estudo realizado nas escolas urbanas da Cidade do México

refere que fontes alimentares não saudáveis e alimentos com elevado teor de

açúcar e gordura, são frequentemente consumidas por crianças com um baixo

nível socioeconómico(59). Dados semelhantes foram encontrados neste estudo,

em que alunos do escalão C consumiram valores de gordura e energia

significativamente inferiores aos do escalão A e B.

São vários os estudos que sugerem a necessidade de melhoria nos hábitos

alimentares das crianças e são muitos os programas educativos já implementados

baseados em educação nutricional, alimentação saudável e prevenção de

doenças nas faixas etárias mais jovens. Estes programas envolvem toda a

comunidade e pretendem ainda aumentar a consciencialização dos pais sobre os

riscos para a saúde decorrentes do consumo inadequado de alimentos(42).

A implementação de programas para a promoção da alimentação saudável na

criança, passa pelo cumprimento de alguns princípios base segundo as

recomendações de vários estudos, a salientar a participação e adesão dos

Page 36: Lanches Escolares

26

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

alunos, dos pais, dos educadores e da comunidade(3, 60-61) neste processo de

mudança e aprendizagem.

Os programas decorrem nomeadamente nas escolas, local por excelência, pois

constituem um ambiente ideal para a implementação e avaliação de políticas de

intervenção e atingem um grande número de jovens simultaneamente.

Dados da investigação sugerem que as crianças não estão dotadas de uma

capacidade inata para escolher alimentos em função do seu valor nutricional, pelo

contrário, os seus hábitos alimentares são aprendidos através da experiência, da

observação e da educação. O papel da família na alimentação e na educação

alimentar das crianças e jovens é portanto inquestionável(1, 12). Dado que as

crianças não regulam o seu consumo, é a família que funciona como modelo,

sendo esta que muitas vezes induz a criança a ingerir maior quantidade de

alimentos(62).

Para além da família, a escola e, em especial, os jardins-de-infância, em

cooperação com serviços de saúde, autarquias e outras estruturas da

comunidade assumem uma particular importância, na medida em que podem

oferecer um contexto de aprendizagem formal sobre esta e outras matérias,

complementando o papel familiar(15).

Page 37: Lanches Escolares

27

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

6. CONCLUSÃO

Desta forma podemos concluir que cabe à família incutir comportamentos

saudáveis, promovendo a ingestão rotineira de alimentos de maior riqueza

nutricional e limitar a ingestão de alimentos com elevada densidade energética, à

escola contribuir para a prevenção da obesidade na infância, revendo as ementas

das refeições nas cantinas e controlando a oferta alimentar em meio escolar,

assim como incentivar o aumento da prática de actividade física. Ao nutricionista

cabe contribuir, através de programas de educação alimentar, para a promoção

do consumo de alimentos saudáveis, tais como os hortofrutícolas e cereais

integrais, em detrimento de alimentos de baixa densidade nutricional. Estes

programas devem ser contínuos e recorrer a técnicas variadas de aprendizagem

que facilitem a motivação e a interiorização da informação. A implementação de

medidas para uma alimentação saudável deverá ainda ser gradual de forma a

garantir o seu sucesso.

Do mesmo modo que o Ministério da Educação introduziu regulamentos com

normas e instruções sobre alimentação equilibrada para os refeitórios escolares e

orientações para os bufetes escolares deveria regulamentar os lanches escolares

que os alunos levam para a escola. Entretanto a autarquia e os agrupamentos

escolares em colaboração com profissionais da área deveriam elaborar circulares

destinadas aos encarregados de educação no sentido de melhorar a qualidade do

lanche escolar.

A convite da autarquia de São João da Madeira, estes resultados serão

apresentados aquando da realização das Jornadas de Educação (Setembro

2010), pelo que os presentes, a comunidade educativa, poderá desde então,

actuar com as medidas acima referidas.

Page 38: Lanches Escolares

28

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Coimbra M, Amaral TFd., Alimentação crescer saudável, 2ª ed. Porto: Porto

Editora; 1994. p. 87.

2. Fricker DJ, Dartois A-M, Fraysseix Md., Guia da Alimentação da Criança,

Lisboa: Instituto Piaget; 1998.

3. Peres E., Bem comidos e bem bebidos um epílogo feliz para 24 textos

exemplares onde se fala de comida sadia e da outra, Lisboa: Editorial Caminho;

1997. p. 180.

4. Peres E., Saber comer para melhor viver, 3ª ed. Lisboa: Editorial Caminho;

1994. p. 247.

5. Nago ES, Lachat CK, Huybregts L, Roberfroid D, Dossa RA, Kolsteren PW.

Food, energy and macronutrient contribution of out-of-home foods in school-going

adolescents in Cotonou, Benin. Br J Nutr. 2010; 103(2):281-8.

6. Brown JE, Broom DH, Nicholson JM, Bittman M., Do working mothers raise

couch potato kids? Maternal employment and children's lifestyle behaviours and

weight in early childhood. Social Science & Medicine. 2010; 70(11):1816-24.

7. Baptista MIM., Educação alimentar em meio escolar referencial para uma

oferta alimentar saudável, [Lisboa]: Direcção-Geral de Inovação e de

Desenvolvimento Curricular; 2006. p. 35.

8. Rito A, Breda J., WHO European Childhood Obesity Surveillance Initiative –

Portugal. [citado em: 18.07.2010]. Disponível em:

www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt.

9. Kral TVE, Rauh EM., Eating behaviors of children in the context of their family

environment. Physiology & Behavior. 2010; 100(5):567-73.

10. Wosje KS, Khoury PR, Claytor RP, Copeland KA, Hornung RW, Daniels SR, et

al., Dietary patterns associated with fat and bone mass in young children, Am J

Clin Nutr. 2010; 92(2):294-303.

11. Cattaneo A, Monasta L, Stamatakis E, Lioret S, Castetbon K, Frenken F, et al.

Overweight and obesity in infants and pre-school children in the European Union:

a review of existing data. Obesity Reviews. 2010; 11(5):389-98.

Page 39: Lanches Escolares

29

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

12. Alexy U, Wicher M, Kersting M. Breakfast trends in children and adolescents:

frequency and quality. Public Health Nutr. 2010:1-8.

13. Rego C, Peças MA. Crescer para cima - Como prevenir ou tratar a obesidade

da criança e do adolescente. Braga: Obras em Curso - Produção Editorial, Lda;

2007.

14. Papalia D, Olds S, Feldman R. O Mundo da Criança. Portugal: Editora

McGraw-Hill de Portugal, Lda; 2001.

15. Nunes E, Breda J. Manual para uma alimentação saudável em jardins de

infância. Lisboa: Direcção-Geral de Saúde; 2001. p. 67.

16. U.S. Department of Health and Human Services, U.S. Department of

Agriculture. Dietary Guidelines for Americans 2005. Washington, DC: USDA;

2005. Disponível em:

http://www.health.gov/dietaryguidelines/dga2005/document/pdf/DGA2005.pdf.

17. Amaral L, Pinho O. Alimentação infantil. Lisboa: Editorial Notícias; 2004. p.

134.

18. Benton D, Jarvis M. The role of breakfast and a mid-morning snack on the

ability of children to concentrate at school. Physiol Behav. 2007; 90(2-3):382-5.

19. Girardet JP. La collation de 10 heures à l'école : une habitude à perdre.

Journal de Pédiatrie et de Puériculture. 2004; 17(8):408-10.

20. Bocquet A, Bresson JL, Briend A, Chouraqui JP, Darmaun D, Dupont C, et al.

The morning snack at school is inadequate and unnecessary. La collation de 10

heures en milieu scolaire: Un apport alimentaire inadapté et superflu. 2003;

10(11):945-47.

21. Rodrigues IF. Os jovens, a publicidade e a repercussão da mesma nos seus

comportamentos alimentares, (tese) ed. Porto: edição de autor; 2008.

22. Mahan LK, Escott-Stump S. Krause´s food, nutrition and diet therapy, 12th ed

ed. Philadelphia: W.B. Saunders; 2008. p. XXIV, 1352.

23. Jacinto F, Milheiro J, Costa N. Carta Educativa do Concelho de S. João da

Madeira, S. João da Madeira: Fundação Manuel Leão; 2006. p. 142.

Page 40: Lanches Escolares

30

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

24. Costa N. Relatório da Evolução da Rede Educativa Concelho de S. João da

Madeira, S. João da Madeira: Município de S. João da Madeira; 2009.

25. Despacho n.°20956/2008 de 11 Agosto. Diário da República. 2°série; 154.

26. Tabela da composição de alimentos, Lisboa: Instituto Nacional de Saúde Dr.

Ricardo Jorge Centro de Segurança Alimentar e Nutrição; 2006. p. 355.

27. Lopes C, Oliveira A, Santos AC, Ramos E, Gaio AR, Severo M, et al. Consumo

alimentar no Porto. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 2006.

Disponível em: www.consumoalimentarporto.med.up.pt.

28. Deshmukh-Taskar PR, Nicklas TA, O'Neil CE, Keast DR, Radcliffe JD, Cho S.

The relationship of breakfast skipping and type of breakfast consumption with

nutrient intake and weight status in children and adolescents: the National Health

and Nutrition Examination Survey 1999-2006. J Am Diet Assoc. 2010; 110(6):869-

78.

29. Lazzeri G, Giallombardo D, Guidoni C, Zani A, Casorelli A, Grasso A, et al.

Nutritional surveillance in Tuscany: eating habits at breakfast, mid-morning and

afternoon snacks among 8-9 y-old children, J Prev Med Hyg. 2006; 47(3):91-9.

30. Mota J, Fidalgo F, Silva R, Ribeiro JC, Santos R, Carvalho J, et al.

Relationships between physical activity, obesity and meal frequency in

adolescents, Ann Hum Biol. 2008; 35(1):1-10.

31. Affenito SG. Breakfast: a missed opportunity, J Am Diet Assoc. 2007;

107(4):565-9.

32. Mahoney CR, Taylor HA, Kanarek RB, Samuel P. Effect of breakfast

composition on cognitive processes in elementary school children, Physiol Behav.

2005; 85(5):635-45.

33. Briefel RR, Wilson A, Gleason PM. Consumption of Low-Nutrient, Energy-

Dense Foods and Beverages at School, Home, and Other Locations among

School Lunch Participants and Nonparticipants. J Am Diet Assoc. 2009; 109(2,

Supplement 1):S79-S90.

34. Despacho n.° 2109/2006 de 26 Janeiro. Diário da República. 2°série.

Page 41: Lanches Escolares

31

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

35. Candeias A., Lam A., Evaristo A., Qualidade das merendas em escolas do

1°ciclo do Concelho de Olhão - de 2005 a 2009. Nutrícias. 2010. pp.12-13.

36. Monjardino MT. Avaliação dos lanches escolares de crianças do 1.º ano do

Ensino Básico de escolas de Matosinhos, (tese) ed. Porto: edição de autor; 2008.

37. WHO: Young people's health in context. Health Behaviour in School-Aged

Children (HBSC) study: international report from the 2001/2002 survey.

38. Lorson BA, Melgar-Quinonez HR, Taylor CA. Correlates of fruit and vegetable

intakes in US children, J Am Diet Assoc. 2009; 109(3):474-8.

39. Campos J, Zuanon Â., School lunch and health promotion, Cienc Odontol

Bras. 2004; 7(3):67-71.

40. Rees GA., Richards CJ, Gregory J., Food and nutrient intakes of primary

school children: a comparison of school meals and packed lunches, J Hum Nutr

Diet. 2008; 21(5):420-7.

41. Sandvik C, De Bourdeaudhuij I, Due P, Brug J, Wind M, Bere E, et al.

Personal, social and environmental factors regarding fruit and vegetable intake

among schoolchildren in nine European countries, Ann Nutr Metab. 2005;

49(4):255-66.

42. Huybrechts I, Matthys C, Vereecken C, Maes L, Temme EH, Van Oyen H, et

al. Food intakes by preschool children in Flanders compared with dietary

guidelines, Int J Environ Res Public Health. 2008; 5(4):243-57. 2672311.

43. Fruit and vegetables for health : Report of a Joint FAO/WHO Workshop, Japan;

2004.

44. Amann GPv. Programa Nacional de Saúde Escolar - Promoção de uma

Alimentação Saudável, Divisão de Saúde Escolar. Direcção-Geral da Saúde;

2006.

45. Heim S, Stang J, Ireland M. A garden pilot project enhances fruit and vegetable

consumption among children, J Am Diet Assoc. 2009; 109(7):1220-6.

46. Klepp KI, Rodrigo CP, Thorsdottir I, Due P, Vaz De Almeida MD, Elmadfa I, et

al. Promoting and sustaining health through increased vegetable and fruit

Page 42: Lanches Escolares

32

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

consumption among European schoolchildren: The Pro Children Project, Journal

of Public Health. 2005; 13(2):97-101.

47. Alvim A. (coordenadora), Vaz de Almeida M.D. (orientadora). Projecto "Amigos

Hortícolas", Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do

Porto (FCNAUP) e Associação de Pais e Encarregados de Educação do

Agrupamento Joaquim Nicolau de Almeida; 2009.

48. Portaria n.° 1242/2009 de 12 de Outubro aprova o Regime de Fruta Escolar.

49. Dietary reference intakes the essential guide to nutrient requirements,

Washington: National Academies Press; 2006.

50. Cooke LJ, Wardle J. Age and gender differences in children's food

preferences. Br J Nutr. 2005; 93(5):741-6.

51. Universidade do Porto Faculdade de Ciências de Nutrição e Alimentação,

Portugal, Instituto dC. Guia os alimentos na roda, Lisboa: Instituto do Consumidor;

2003. p. 52.

52. Gregório MJ, Liz M., Fibra alimentar: Recomendações e Benefícios para a

Saúde. Nutrícias. 2010. pp.38-41.

53. Ruottinen S, Lagstrom HK, Niinikoski H, Ronnemaa T, Saarinen M, Pahkala

KA, et al. Dietary fiber does not displace energy but is associated with decreased

serum cholesterol concentrations in healthy children, Am J Clin Nutr. 2010;

91(3):651-61.

54. Slavin JL. Dietary fiber and body weigh, Nutrition. 2005; 21(3):411-8.

55. Plataforma contra a obesidade, [citado em: 18.07.2010]. Disponível em:

www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt.

56. Nicklas TA, Hayes D. Position of the American Dietetic Association: nutrition

guidance for healthy children ages 2 to 11 years, J Am Diet Assoc. 2008;

108(6):1038-44, 46-7.

57. Mercille G, Receveur O, MacAulay AC. Are snacking patterns associated with

risk of overweight among Kahnawake schoolchildren?, Public Health Nutrition.

2010; 13(2):163-71.

Page 43: Lanches Escolares

33

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

58. Monasta L, Lobstein T, Cole TJ, Vignerova J, Cattaneo A. Defining overweight

and obesity in pre-school children: IOTF reference or WHO standard? Obes Rev.

2010;

59. Perichart-Perera O, Balas-Nakash M, Rodriguez-Cano A, Munoz-Manrique C,

Monge-Urrea A, Vadillo-Ortega F. Correlates of dietary energy sources with

cardiovascular disease risk markers in Mexican school-age children, J Am Diet

Assoc. 2010; 110(2):253-60.

60. Report Brief - School Meals: Building Blocks for Healthy Children, Institute of

Medicine; 2009.

61. Bernardi JR, Cezaro CD, Fisberg RM, Fisberg M, Vitolo MR., Estimation of

energy and macronutrient intake at home and in the kindergarten programs in

preschool children, J Pediatr (Rio J). 2010; 86(1):59-64.

62. Gubbels JS, Kremers SP, Stafleu A, Dagnelie PC, de Vries NK, Thijs C. Child-

care environment and dietary intake of 2- and 3-year-old children, J Hum Nutr

Diet. 2010; 23(1):97-101.

Page 44: Lanches Escolares

34

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Administrator
Rectangle
Administrator
Rectangle
Page 45: Lanches Escolares

35

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

ANEXOS

Page 46: Lanches Escolares

36

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Administrator
Rectangle
Administrator
Rectangle
Page 47: Lanches Escolares

37

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

8. ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1 – Agrupamentos de escolas de São João da Madeira ......................... a1

Anexo 2 – Questionário ao aluno ....................................................................... a5

Anexo 3 – Inquérito de satisfação ao aluno ....................................................... a9

Anexo 4 – Informação aos Agrupamentos Escolares ....................................... a13

Anexo 5 – Tabelas dos resultados ................................................................... a17

Tabela 1: Grupos de alimentos mais consumidos ao pequeno-almoço por género (%)………………..a19

Tabela 2: Grupos de alimentos mais consumidos ao pequeno-almoço por faixa etária (%)…………...a19

Tabela 3: Número de grupos consumidos no pequeno-almoço pelos inquiridos…………………...…...a19

Tabela 4: Grupos de alimentos mais consumidos ao lanche por género (%)…………………………....a20

Tabela 5: Grupos de alimentos mais consumidos ao lanche por faixa etária (%)……………………….a20

Tabela 6: Grupo de alimentos consumidos no lanche de acordo com o local de proveniência………..a21

Tabela 7: Número de grupos consumidos no lanche pelos inquiridos por faixa etária……………….....a21

Tabela 8: Distribuição do valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar por género…...…..a22

Tabela 9: Distribuição do valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar por faixa etária......a22

Tabela 10: Distribuição do valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar do lanche

de acordo com o local de proveniência …………………………………………………………a22

Tabela 11: Distribuição do valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar do lanche

de acordo com quem prepara………………………………………………………………...….a23

Tabela 12: Grupos de alimentos consumidos de acordo com o valor energético total,

macronutrientes e fibra alimentar……………………………………………………………..…a23

Tabela 13: Consumo de leite escolar por faixa etária e género………………………………………...…a23

Tabela 14: Valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar

de acordo com o consumo de leite escolar…………………………..……………………...…a24

Tabela 15: Valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar

de acordo com o escalão de acção social………………………….……………….…………..a24

Page 48: Lanches Escolares

38

Caracterização do lanche da manhã dos alunos do 1° ciclo do ensino básico e jardins-de-infância em São João da Madeira

Page 49: Lanches Escolares

a1

Anexo 1 –

Agrupamentos de escolas de São João da Madeira

Page 50: Lanches Escolares

a2

Administrator
Rectangle
Page 51: Lanches Escolares

a3

Tabela 1: Agrupamentos de escolas de São João da Madeira

Page 52: Lanches Escolares

a4

Administrator
Rectangle
Page 53: Lanches Escolares

a5

Anexo 2 –

Questionário ao aluno

Page 54: Lanches Escolares

a6

Administrator
Rectangle
Page 55: Lanches Escolares

a7

Page 56: Lanches Escolares

a8

Page 57: Lanches Escolares

a9

Anexo 3 –

Inquérito de satisfação ao aluno

Page 58: Lanches Escolares

a10

Administrator
Rectangle
Page 59: Lanches Escolares

a11

Page 60: Lanches Escolares

a12

Administrator
Rectangle
Page 61: Lanches Escolares

a13

Anexo 4 –

Informação aos Agrupamentos Escolares

Page 62: Lanches Escolares

a14

Administrator
Rectangle
Page 63: Lanches Escolares

a15

Page 64: Lanches Escolares

a16

Page 65: Lanches Escolares

a17

Anexo 5 –

Tabelas dos resultados

Page 66: Lanches Escolares

a18

Administrator
Rectangle
Page 67: Lanches Escolares

a19

Tabela 1: Grupos de alimentos mais consumidos ao pequeno-almoço por género (%)

Tabela 2: Grupos de alimentos mais consumidos ao pequeno-almoço por faixa etária (%)

Tabela 3: Número de grupos consumidos no pequeno-almoço pelos inquiridos

Page 68: Lanches Escolares

a20

Tabela 4: Grupos de alimentos mais consumidos ao lanche por género (%)

Tabela 5: Grupos de alimentos mais consumidos ao lanche por faixa etária (%)

Page 69: Lanches Escolares

a21

Tabela 6: Grupo de alimentos consumidos no lanche de acordo com o local de proveniência

Tabela 7: Número de grupos consumidos no lanche pelos inquiridos por faixa etária

Page 70: Lanches Escolares

a22

Tabela 8: Distribuição do valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar por género

Tabela 9: Distribuição do valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar por faixa etária

Tabela 10:Distribuição do valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar do lanche de acordo com o local de proveniência

Page 71: Lanches Escolares

a23

Tabela 11: Distribuição do valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar do lanche de acordo com quem prepara

Tabela 12: Grupos de alimentos consumidos de acordo com o valor energético total, macronutrientes e fibra alimentar

Tabela 13: Consumo de leite escolar por faixa etária e género

Page 72: Lanches Escolares

a24

Tabela 14: Valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar de acordo com o consumo de leite escolar

Tabela 15: Valor de energia total, macronutrientes e fibra alimentar de acordo com o escalão de acção social.