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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – PPGCB MESTRADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS AVALIAÇÃO DO MI-DENGUE NO MONITORAMENTO DO Aedes aegypti (DIPTERA: CULICIDAE) EM MONTES CLAROS – MG SANDRA DA SILVA BARROS MARINHO MONTES CLAROS – MINAS GERAIS FEVEREIRO DE 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS ndash UNIMONTES PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIAS BIOLOacuteGICAS ndash PPGCB

MESTRADO EM CIEcircNCIAS BIOLOacuteGICAS

AVALIACcedilAtildeO DO MI-DENGUE NO MONITORAMENTO DO Aedes

aegypti (DIPTERA CULICIDAE) EM MONTES CLAROS ndash MG

SANDRA DA SILVA BARROS MARINHO

MONTES CLAROS ndash MINAS GERAIS FEVEREIRO DE 2009

Sandra da Silva Barros Marinho

AVALIACcedilAtildeO DO MI-DENGUE NO MONITORAMENTO DO Aedes

aegypti (DIPTERA CULICIDAE) EM MONTES CLAROS ndash MG

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas da

Universidade Estadual de Montes Claros ndash

UNIMONTES para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre

em Ciecircncias Bioloacutegicas

ORIENTACcedilAtildeO Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras

CO-ORIENTACcedilAtildeO Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior

MONTES CLAROS ndash MINAS GERAIS FEVEREIRO DE 2009

II

Marinho Sandra da Silva Barros

M337a Avaliaccedilatildeo do MI-Dengue no monitoramento do Aedes aegypti (Diptera Culicida) em Montes Claros - MG [manuscrito] Sandra da Silva Barros Marinho ndash 2009

47 f il Bibliografia f 37-46

Dissertaccedilatildeo (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros ndash Unimontes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea de concentraccedilatildeo Biologia e Conservaccedilatildeo 2009 Orientador Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras Co-orientador Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior 1 Dengue ndash Transmissatildeo 2 Aedes aegypti ndash MI-Dengue ndash MosquiTRAP ndash Montes Claros (MG) I Eiras Aacutelvaro Eduardo II Reis Juacutenior Ronaldo dos III Universidade Estadual de Montes Claros IV Tiacutetulo

Catalogaccedilatildeo Biblioteca Central Prof Antonio Jorge

III

Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de

receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo

IV

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os

da corsa e me faz andar em lugares altos

Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e

incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua

Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre

presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria

Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu

sucesso e se alegrando com as minhas conquistas

Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por

acreditar em mim

Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho

Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa

Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros

Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar

Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial

a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo

de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei

Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima

que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado

V

pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor

As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio

imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que

fazem de vocecircs pessoas muito especiais

A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os

primeiros passos sobre o MI-Dengue

Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares

para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria

Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias

apresentadas durante todo este tempo

A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em

Belo Horizonte

A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados

Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas

sugestotildees dadas

A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue

Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas

Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no

desenvolvimento da pesquisa

VI

RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite

conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute

formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti

(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para

coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este

estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo

sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar

uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz

do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio

de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas

MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas

pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as

variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das

aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816

(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram

capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi

encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros

(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do

mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas

lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A

densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do

mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo

A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de

mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser

um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente

com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo

com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por

conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de

VII

transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de

dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste

indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de

controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

VIII

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Sandra da Silva Barros Marinho

AVALIACcedilAtildeO DO MI-DENGUE NO MONITORAMENTO DO Aedes

aegypti (DIPTERA CULICIDAE) EM MONTES CLAROS ndash MG

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas da

Universidade Estadual de Montes Claros ndash

UNIMONTES para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre

em Ciecircncias Bioloacutegicas

ORIENTACcedilAtildeO Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras

CO-ORIENTACcedilAtildeO Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior

MONTES CLAROS ndash MINAS GERAIS FEVEREIRO DE 2009

II

Marinho Sandra da Silva Barros

M337a Avaliaccedilatildeo do MI-Dengue no monitoramento do Aedes aegypti (Diptera Culicida) em Montes Claros - MG [manuscrito] Sandra da Silva Barros Marinho ndash 2009

47 f il Bibliografia f 37-46

Dissertaccedilatildeo (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros ndash Unimontes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea de concentraccedilatildeo Biologia e Conservaccedilatildeo 2009 Orientador Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras Co-orientador Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior 1 Dengue ndash Transmissatildeo 2 Aedes aegypti ndash MI-Dengue ndash MosquiTRAP ndash Montes Claros (MG) I Eiras Aacutelvaro Eduardo II Reis Juacutenior Ronaldo dos III Universidade Estadual de Montes Claros IV Tiacutetulo

Catalogaccedilatildeo Biblioteca Central Prof Antonio Jorge

III

Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de

receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo

IV

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os

da corsa e me faz andar em lugares altos

Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e

incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua

Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre

presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria

Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu

sucesso e se alegrando com as minhas conquistas

Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por

acreditar em mim

Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho

Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa

Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros

Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar

Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial

a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo

de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei

Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima

que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado

V

pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor

As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio

imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que

fazem de vocecircs pessoas muito especiais

A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os

primeiros passos sobre o MI-Dengue

Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares

para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria

Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias

apresentadas durante todo este tempo

A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em

Belo Horizonte

A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados

Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas

sugestotildees dadas

A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue

Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas

Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no

desenvolvimento da pesquisa

VI

RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite

conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute

formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti

(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para

coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este

estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo

sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar

uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz

do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio

de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas

MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas

pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as

variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das

aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816

(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram

capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi

encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros

(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do

mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas

lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A

densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do

mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo

A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de

mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser

um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente

com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo

com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por

conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de

VII

transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de

dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste

indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de

controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

VIII

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Marinho Sandra da Silva Barros

M337a Avaliaccedilatildeo do MI-Dengue no monitoramento do Aedes aegypti (Diptera Culicida) em Montes Claros - MG [manuscrito] Sandra da Silva Barros Marinho ndash 2009

47 f il Bibliografia f 37-46

Dissertaccedilatildeo (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros ndash Unimontes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea de concentraccedilatildeo Biologia e Conservaccedilatildeo 2009 Orientador Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras Co-orientador Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior 1 Dengue ndash Transmissatildeo 2 Aedes aegypti ndash MI-Dengue ndash MosquiTRAP ndash Montes Claros (MG) I Eiras Aacutelvaro Eduardo II Reis Juacutenior Ronaldo dos III Universidade Estadual de Montes Claros IV Tiacutetulo

Catalogaccedilatildeo Biblioteca Central Prof Antonio Jorge

III

Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de

receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo

IV

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os

da corsa e me faz andar em lugares altos

Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e

incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua

Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre

presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria

Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu

sucesso e se alegrando com as minhas conquistas

Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por

acreditar em mim

Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho

Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa

Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros

Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar

Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial

a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo

de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei

Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima

que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado

V

pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor

As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio

imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que

fazem de vocecircs pessoas muito especiais

A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os

primeiros passos sobre o MI-Dengue

Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares

para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria

Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias

apresentadas durante todo este tempo

A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em

Belo Horizonte

A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados

Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas

sugestotildees dadas

A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue

Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas

Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no

desenvolvimento da pesquisa

VI

RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite

conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute

formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti

(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para

coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este

estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo

sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar

uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz

do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio

de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas

MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas

pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as

variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das

aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816

(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram

capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi

encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros

(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do

mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas

lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A

densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do

mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo

A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de

mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser

um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente

com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo

com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por

conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de

VII

transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de

dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste

indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de

controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

VIII

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

III

Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de

receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo

IV

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os

da corsa e me faz andar em lugares altos

Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e

incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua

Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre

presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria

Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu

sucesso e se alegrando com as minhas conquistas

Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por

acreditar em mim

Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho

Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa

Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros

Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar

Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial

a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo

de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei

Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima

que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado

V

pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor

As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio

imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que

fazem de vocecircs pessoas muito especiais

A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os

primeiros passos sobre o MI-Dengue

Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares

para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria

Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias

apresentadas durante todo este tempo

A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em

Belo Horizonte

A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados

Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas

sugestotildees dadas

A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue

Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas

Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no

desenvolvimento da pesquisa

VI

RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite

conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute

formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti

(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para

coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este

estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo

sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar

uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz

do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio

de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas

MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas

pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as

variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das

aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816

(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram

capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi

encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros

(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do

mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas

lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A

densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do

mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo

A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de

mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser

um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente

com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo

com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por

conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de

VII

transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de

dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste

indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de

controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

VIII

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de

receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo

IV

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os

da corsa e me faz andar em lugares altos

Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e

incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua

Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre

presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria

Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu

sucesso e se alegrando com as minhas conquistas

Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por

acreditar em mim

Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho

Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa

Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros

Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar

Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial

a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo

de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei

Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima

que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado

V

pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor

As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio

imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que

fazem de vocecircs pessoas muito especiais

A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os

primeiros passos sobre o MI-Dengue

Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares

para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria

Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias

apresentadas durante todo este tempo

A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em

Belo Horizonte

A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados

Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas

sugestotildees dadas

A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue

Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas

Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no

desenvolvimento da pesquisa

VI

RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite

conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute

formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti

(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para

coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este

estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo

sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar

uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz

do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio

de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas

MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas

pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as

variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das

aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816

(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram

capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi

encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros

(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do

mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas

lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A

densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do

mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo

A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de

mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser

um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente

com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo

com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por

conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de

VII

transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de

dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste

indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de

controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

VIII

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os

da corsa e me faz andar em lugares altos

Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e

incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua

Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre

presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria

Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu

sucesso e se alegrando com as minhas conquistas

Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por

acreditar em mim

Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho

Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa

Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros

Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar

Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial

a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo

de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei

Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima

que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado

V

pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor

As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio

imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que

fazem de vocecircs pessoas muito especiais

A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os

primeiros passos sobre o MI-Dengue

Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares

para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria

Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias

apresentadas durante todo este tempo

A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em

Belo Horizonte

A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados

Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas

sugestotildees dadas

A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue

Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas

Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no

desenvolvimento da pesquisa

VI

RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite

conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute

formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti

(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para

coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este

estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo

sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar

uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz

do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio

de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas

MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas

pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as

variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das

aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816

(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram

capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi

encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros

(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do

mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas

lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A

densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do

mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo

A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de

mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser

um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente

com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo

com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por

conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de

VII

transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de

dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste

indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de

controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

VIII

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor

As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio

imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que

fazem de vocecircs pessoas muito especiais

A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os

primeiros passos sobre o MI-Dengue

Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares

para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria

Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias

apresentadas durante todo este tempo

A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em

Belo Horizonte

A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados

Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas

sugestotildees dadas

A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue

Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas

Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no

desenvolvimento da pesquisa

VI

RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite

conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute

formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti

(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para

coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este

estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo

sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar

uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz

do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio

de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas

MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas

pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as

variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das

aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816

(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram

capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi

encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros

(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do

mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas

lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A

densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do

mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo

A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de

mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser

um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente

com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo

com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por

conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de

VII

transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de

dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste

indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de

controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

VIII

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite

conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute

formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti

(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para

coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este

estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo

sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar

uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz

do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio

de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas

MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas

pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as

variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das

aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816

(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram

capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi

encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros

(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do

mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas

lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A

densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do

mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo

A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de

mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser

um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente

com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo

com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por

conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de

VII

transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de

dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste

indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de

controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

VIII

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de

dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste

indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de

controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

VIII

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to

know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is

formed by three components trap for capture of females of A aegypti

(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for

collection and data processing and generation of georrefered maps This study it

had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two

quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to

identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of

the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito

allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the

May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30

MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare

These had been inspected by the health agents The cases of dengue the

climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the

studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been

captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A

albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A

aegypti We do not find significant differences for the number of females between

the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females

of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes

lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not

shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt

0 05) The population density human being presented positive relation with the

density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The

rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes

(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk

factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The

presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)

probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes

IX

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

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TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to

be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing

to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of

this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this

disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP

X

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2

Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4

Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9

Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10

Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10

Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf

semana epidemioloacutegica) 17

Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18

Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19

Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20

Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21

Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana

epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de

2008 27

Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros

MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27

Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28

Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no

bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11

13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28

Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos

bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-

15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29

Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo

Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30

Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32

XI

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a

espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo

Janeiro a Maio 2008 26

Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue

com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG

Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

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36

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de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede

DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue

FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede

IB ndash Iacutendice de Breteau

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial

IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti

IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP

ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente

LI ndash Levantamento de Iacutendices

LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti

MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede

OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede

OR ndash Odds Ratio

PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha

PE ndash Ponto Estrateacutegico

PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti

PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue

PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros

PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue

PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia

SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue

SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede

SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede

SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo

SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede

XIII

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)

IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13

2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos

16 16 16

4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados

17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24

XIV

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla

24 24 25

5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47

XV

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por

mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no

Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos

nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em

1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo

do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes

(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres

humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves

problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial

da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente

em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo

aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil

morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)

Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e

significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute

caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas

regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees

O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero

Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et

al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et

al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram

atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o

DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve

presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave

proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde

o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe

(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)

A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da

reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO

2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do

vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila

foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios

1

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da

dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do

DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)

Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi

reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira

grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e

controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de

Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)

O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros

urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros

potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al

2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da

doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)

12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em

sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem

responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus

1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA

1994)

121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)

O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana

dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe

Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google

2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea

urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus

da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional

(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com

atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua

limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco

por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos

seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando

uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)

Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos

frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o

repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel

para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes

cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie

alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente

quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a

probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)

122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees

epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de

dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta

regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no

Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de

ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e

Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como

Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde

relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)

ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado

interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros

arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado

como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)

3

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google

Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al

1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do

A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a

fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em

uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade

de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)

O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela

capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais

(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande

importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial

para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e

caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente

(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)

As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas

e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos

tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de

haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira

(FORATTINI 1986)

13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias

de prevenccedilatildeo e controle da dengue

O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de

aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de

transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico

4

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp

SILVA 2001)

Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose

completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute

ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo

deste grupo de vetores (GOMES 2002a)

131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de

infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades

A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades

infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em

todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal

utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades

consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses

(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de

transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)

e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo

inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem

apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a

produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para

prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a

interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)

132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)

O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para

determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau

e de Infestaccedilatildeo Predial

O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em

funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes

considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS

2005)

O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6

levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a

cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20

5

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que

corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)

1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis

pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1

e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39

significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)

IIP = Imoacuteveis positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

1322 Iacutendice de Breteau (IB)

O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de

larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100

imoacuteveis

IB = Recipientes positivos x 100

Imoacuteveis pesquisados

O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua

mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea

urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS

2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de

dengue

1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de

recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)

ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente

Total de recipientes positivo

6

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos

preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave

introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente

atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)

Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo

de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos

de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia

representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico

para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)

134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente

instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As

armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar

mosquito adulto

1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15

cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300

mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de

comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a

postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo

as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por

outras (FUNASA 2001a)

Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para

detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores

(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de

mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio

ambiente

1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados

(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais

como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e

7

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras

opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos

Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente

a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas

e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este

mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de

combate agrave dengue

1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de

coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA

et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)

I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num

produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts

hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o

mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto

percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do

Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor

causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida

desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)

A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com

um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e

um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas

presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que

ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo

realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute

atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador

que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de

transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)

8

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel

II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base

no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam

locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)

A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com

aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A

MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo

diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer

informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da

MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua

identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em

atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue

(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo

de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente

sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)

As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas

para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e

servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)

A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa

pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no

momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte

a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a

pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)

9

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

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CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

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WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP

Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha

MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de

Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de

corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de

dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de

ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para

dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)

14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)

O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo

Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo

desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano

que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas

de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de

combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)

Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema

de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)

Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de

implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do

mosquito a curto e meacutedio prazos

142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da

Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias

10

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de

mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais

tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de

campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da

vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e

de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na

atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede

estados e municiacutepios (PNCD 2002)

O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio

especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os

recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do

programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente

de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades

teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da

dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)

expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no

controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD

1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua

reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em

aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate

exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de

medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo

Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os

focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)

Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo

atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O

combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de

transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma

vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os

esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um

dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro

sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de

inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando

11

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de

rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da

doenccedila (MSSVS 2004)

A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de

Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de

Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto

a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais

associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a

bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na

escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)

Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do

dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto

sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o

risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de

controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o

conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees

epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)

Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as

condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das

comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores

eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das

accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)

A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de

insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos

uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios

trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998

MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute

possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o

direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de

inseticidas

O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco

de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os

programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue

entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos

permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo

12

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-

NETO et al 2003)

15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de

um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et

al 2004)

bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A

aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor

bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de

campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos

para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees

Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor

que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet

bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo

de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A

aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute

colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o

poder de captura da mesma

Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da

empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No

centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das

armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor

de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que

os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como

lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um

ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de

implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das

informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e

nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e

espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis

problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos

agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e

armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do

servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa

13

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro

de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez

ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do

cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na

internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no

municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo

deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de

geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem

informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de

controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a

tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas

georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras

fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do

vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)

As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as

aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a

densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o

direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos

orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos

mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com

focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees

precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea

urbana do municiacutepio

14

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo

mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na

maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres

humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas

aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo

(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos

Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica

desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte

SINAN)

Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que

eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A

localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e

culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)

Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees

advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de

infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que

tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento

direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)

O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees

em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute

possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a

identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as

accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp

RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O

conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental

importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em

momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os

recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece

nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo

custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso

15

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

3 OBJETIVOS

31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em

dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa

para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti

32 Objetivos Especiacuteficos

bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash

Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada

bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito

16

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

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9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas

epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute

localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W

Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de

352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2

(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees

Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)

Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000

casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados

1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046

casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)

Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)

O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e

teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo

(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de

dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes

Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I

(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de

12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major

Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62

para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios

17

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

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TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

do LIRAa)

A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas

entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis

(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos

3 e 4 respectivamente

411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)

Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis

por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de

alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos

formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados

998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE

2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo

localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos

terrenos baldios

Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth

18

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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44

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TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

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CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

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WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

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WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro

com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e

populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas

proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo

populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)

Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de

Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e

Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma

populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis

uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)

A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em

aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e

98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)

Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a

maioria possui quintal

Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth

19

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo

Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi

escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa

selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua

Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um

agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua

finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do

trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde

constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a

instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo

1)

Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento

para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a

armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na

armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos

identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central

422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro

equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa

por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m

do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais

domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)

Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias

20

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

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36

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45

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TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

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CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

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WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede

devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos

capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano

Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da

armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos

quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da

espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para

posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente

sinteacutetico a cada 45 dias

Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos

dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste

constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos

capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer

durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o

computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento

das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados

nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras

informaccedilotildees pertinentes ao trabalho

Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue

Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o

Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos

21

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21

(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo

sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo

do LIRAa (MS 2005)

Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros

existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados

foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de

Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008

Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como

presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros

Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle

quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar

larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees

pesquisados nos dois bairros

Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide

alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25

e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No

bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de

marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente

apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14

e 21 respectivamente) e IB

43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo

de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de

Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica de Montes Claros

22

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura

precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites

httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de

Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria

e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)

45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram

determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de

esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de

residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)

Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico

Variaacutevel

Bairro

Satildeo Luiz Major Prates

Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63

Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83

Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607

Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98

Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99

Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6

Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000

46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos

Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)

e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de

epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para

surto de dengue (EIRAS 2007)

O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma

determinada aacuterea

IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas

23

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute

considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti

capturada

IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados

As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o

programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos

dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados

prosseguiu por etapas

1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis

2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes

do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do

teste de Wilcoxon

3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo

logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila

471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a

anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal

anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie

sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros

472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de

regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis

comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A

existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada

atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)

com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do

mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-

se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O

teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para

as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave

doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que

neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis

24

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no

entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel

de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de

estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020

ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo

multivariado

473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de

Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final

logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as

variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo

relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte

sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas

significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas

categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia

de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila

descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que

incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a

variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois

modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final

Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo

significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo

chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com

plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a

colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se

tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute

presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final

25

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas

semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros

selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros

865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do

gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709

fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de

A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major

Prates I capturou-se 346 (tabela 2)

Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por

semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Total

Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

14 3

12 0

12 9

7 0

10 11

8 0

61 14

17 0

15 11

15 0

14 10

17 0

8 1

5 0

18 2

7 0

15 0

13 2

26 3

49 2

42 8

33 0

11 4

11 0

17 6

27 0

18 5

25 0

12 4

24 0

12 4

21 1

12 6

20 0

39 0

16 0

12 1

14 0

368 102

341

5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho

2 0

1 0

5 0

0 3

3 0

0 0

3 2

0 0

1 1

0 0

0 8

1 0

2 2

0 0

3 1

0 1

0 1

0 0

0 0

0 2

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 0

0 1

1 0

0 0

0 0

0 0

0 1

0 0

0 0

2 0

0 0

0 0

0 1

21 16

3 8

As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no

nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois

bairros (p=0 701 OR=0 942)

O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor

nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12

e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)

17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13

e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim

Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I

Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito

foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves

intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)

26

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)

Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

27

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana

epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)

28

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

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p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria

das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a

transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva

sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4

048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a

densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)

Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice

de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major

Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0

(zero) para o Major Prates I

29

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos

dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em

objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de

aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande

disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do

mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o

nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela

03)

No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para

escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108

piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram

ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela

04)

A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo

significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela

04)

A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram

relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi

observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de

mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)

Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A

precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi

726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que

30

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)

(Tabela 04)

Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 020 IMFA 1 766 0 104

Umidade Relativa 0 966 0 261

Pluviosidade 0 988 0 003

Temperatura 0 850 0 108

Criadouros 0 970 0 851

Piscinas 0 315 0 000

Densidade Populacional 1 012 0 000

Cavalos 2 404 0 109

Galinheiros 1 676 0 620

Terrenos Baldios 2 011 0 038

Cisternas 3 815 0 016

Bueiro 0 000 0 997

Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998

Oficinas eou borracharias 0 600 0 006

Lagoa 0 795 0 756

Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)

Variaacutevel

OR

p le 005 IMFA 4 048 0 005

Pluviosidade 0 985 0 001

Piscinas 0 197 0 001

Oficinas eou borracharias 15 937 0 001

O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado

pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf

semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue

para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de

casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados

31

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

para cada bairro

Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros

Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008

32

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa

de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros

A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de

dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este

risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa

que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido

pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros

fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por

exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado

ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que

determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel

tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista

ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro

escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas

de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea

experimental

No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com

alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva

com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande

quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a

proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada

para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias

higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de

caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores

condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem

(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento

baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os

mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas

condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de

escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de

saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais

No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises

estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de

dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a

33

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no

ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros

do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do

risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira

(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de

chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-

Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses

mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa

Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do

vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva

o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes

ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da

necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez

acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto

A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do

mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e

colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a

2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada

densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a

presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este

mosquito

A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao

contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional

(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de

animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL

1995)

A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo

apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente

a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios

mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte

dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do

larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes

de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o

serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada

O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute

34

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o

periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)

e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o

sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A

aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte

(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um

direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi

maior

Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa

larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia

a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso

a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo

especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou

avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e

distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia

epidemioloacutegica

Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com

diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador

IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da

doenccedila

35

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema

MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees

1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com

maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti

ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de

risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor

2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo

um uso racional do larvicida temefoacutes

3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com

diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia

na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila

4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute

possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do

mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a

populaccedilotildees de mosquitos

5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa

de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca

matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e

precisos para o planejamento das medidas de controle

36

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46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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FIGUEIREDO R M P NAVECA F G BASTOS M S MELO M N VIANA S

S MOURAtildeO M P G COSTA C A amp FARIAS I P Dengue Viacuterus Type 4

Manaus Brazil Emerging Infectious Diseases v14 p667-9 2008

FOCKS DA A review of entomological sampling methods and indicators for dengue

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FORATTINI OP Identificaccedilatildeo de Aedes (Stegomya) albopictus (Skuse) no Brasil

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FORATTINI O P amp BRITO M Reservatoacuterios domiciliares de aacutegua e controle do

Aedes aegypti Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v37 p676-7 2003

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano diretor de erradicaccedilatildeo do

Aedes aegypti no Brasil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 158p 1996

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Dengue Instruccedilotildees para pessoal

40

de combate ao vetor Manual de normas teacutecnicas 3 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 84p 2001a

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano de Intensificaccedilatildeo das Accedilotildees

de Controle da Dengue Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 11p 2001b

GAMA R A SILVA E M SILVA I M RESENDE M C amp EIRAS A EC

Evaluation of the sticky MosquiTRAPreg for detecting Aedes aegypti Linnaeus

(Diptera Culicidae) during the dry season in the district of Itapoatilde Belo Horizonte

Minas Gerais Brazil Neotropical Entomology Londrina v36 p294-302 2007

GOMES A C Medidas dos niacuteveis de infestaccedilatildeo urbana para Aedes (Stegomyia)

aegypti e Aedes (Stegomyia) albopictus em programa de vigilacircncia entomoloacutegica

Informe epidemioloacutegico do SUS Satildeo Paulo v7 p49-57 1998

GOMES A C BITENCOURT M D NATAL D SILVA PINTO P L MUCCI L F

PAULA M B URBINATTI P R amp BARATA J M S Aedes albopictus em aacuterea

rural do Brasil e implicaccedilatildeo na transmissatildeo de febre amarela silvestre Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v33 p95-7 1999

GOMES C A Vigilacircncia da dengue um enfoque vetorial Bioloacutegico Satildeo Paulo

v64 p209-12 2002a

GOMES C A Vigilacircncia Entomoloacutegica Informe Epidemioloacutegico do SUS Satildeo

Paulo v11 p79-90 2002b

GOMES FS Discursos contemporacircneos sobre Montes Claros (re) estruturaccedilatildeo

urbana e novas articulaccedilotildees urbano-regionais [Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo

Horizonte Escola de Arquitetura da UFMG 181p 2007

GOMES A C SILVA N N BERNAL R T I amp LEANDRO A S Estimaccedilatildeo da

infestaccedilatildeo predial por Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) por meio da armadilha

Adultrap Revista Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v17 p293-300

2008

GUBLER DJ Vigilacircncia activa del dengue y de la fiebre hemorraacutegica del dengue

41

Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989

HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988

HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at

advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21

p254-59 2007

HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de

Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001

INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007

httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007

ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes

aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi

Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health

Toyama v28 p844-50 1997

LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R

Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera

Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84

2006

LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S

amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de

anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007

LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A

42

E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for

assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity

gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)

under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004

MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B

Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females

preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency

in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103

p602-5 2008

MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em

bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001

MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement

in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20

p44-58 1995

MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK

G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004

MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P

Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in

Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia

43

entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos

iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008

MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-

release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998

NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue

Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002

OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do

episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004

Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em

laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995

Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes

Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005

Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede

32p 2002

PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo

sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

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REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de

planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia

[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007

ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro

44

Medsi 708p 2005

SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

BRAGA I A amp VALLE D Aedes aegypti inseticidas mecanismos de accedilatildeo e

resistecircncia Revista Epidemiologia e Serviccedilos em Sauacutede Brasiacutelia v16 p279-93

2007

BRAKS M A H HONOacuteRIO N A LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R JULIANO A S

amp LOUNIBOS L P Convergent habitat segregation of Aedes aegypti and Aedes

albopictus (Diacuteptera Culicidae) in southeastern Brazil and Florida Journal of Medical Entomology v40 p785-94 2003

CAVALCANTE F R LINHARES M S C DIAS R V ANDRADE L O M

MANSO J I M amp ARAUacuteJO M F M Geoprocessamento como instrumento de

vigilacircncia no controle da dengue a experiecircncia de Sobral (CE) Salvador [sn]

2003 215p (3ordf Expoepi p18-21 2004 Ministeacuterio da Sauacutede)

CHIARAVALLOTI NETO F Descriccedilatildeo da colonizaccedilatildeo de Aedes aegypti na regiatildeo

de Satildeo Joseacute do Rio Preto SP Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v30 p279-85 1997

CHIARAVALLOTI-NETO F DIBO M R BARBOSA A A C amp BATTIGAGLIA M

Aedes albopictus (S) na regiatildeo de Satildeo Joseacute do Rio Preto SP estudo da sua

infestaccedilatildeo em aacuterea jaacute ocupada pelo Aedes aegypti e discussatildeo de seu papel como

possiacutevel vetor de dengue e febre amarela Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v35 p351-57 2002

CHIARAVALLOTI-NETO F FIORIN A M CONVERSANI D T CESARINO M

B BARBOSA A A C DIBO M R MORAIS M S BAGLINI V FERRAZ A A

ROSA R S BATTIGAGLIA M CARDOSO-JR R P Controle do vetor do dengue

e participaccedilatildeo da comunidade em Catanduva Satildeo Paulo Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v19 p1739-49 2003

CHIARAVALLOTI-NETO F BAGLINI V CESARINO M B FAVARO E A

MONDINI A FERREIRA A C DIBO M R BARBOSA A A C amp FERRAZ A A

O Programa de Controle do Dengue em Satildeo Joseacute do Rio Preto Satildeo Paulo Brasil

dificuldades para a atuaccedilatildeo dos agentes e adesatildeo da populaccedilatildeo Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p1656-64 2007

38

CONSOLI RAGB amp OLIVEIRA RL Principais mosquitos de importacircncia sanitaacuteria

no Brasil Rio de Janeiro Fiocruz 228p 1994

DEGALLIER N TEIXEIRA J M S SOARES S S PEREIRA R D PINTO S

C F CHAIB A J M VASCONCELOS P F C amp OLIVEIRA E Aedes albopictus

may not be vector of dengue viacuterus in human epidemics in Brazil Revista de Sauacutede Puacuteblica v37 p386-7 2003

DONALIacuteSIO M R amp GLASSER C M Vigilacircncia entomoloacutegica e controle de vetores

do dengue Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v5 p259-72 dez

2002

EIRAS amp SANTrsquoANA Atraentes de oviposiccedilatildeo para mosquitos Depoacutesito de patente

no Brasil PI0106701-0 Data 20122001

EIRAS AE Armadilha para captura de mosquitos Patente Privileacutegio e Inovaccedilatildeo

ldquoArmadilha para captura de mosquitosrdquo Depoacutesito de patente no Brasil PI0203907-9

Data 05092002

EIRAS A E SILVA I M COSTA C F amp GAMA R A Manual de Normas

Operacionais para coordenadores e agentes de campo para o monitoramento

inteligente MI ndash Ecovec Belo Horizonte ICB ndash UFMG 60 p 2004

EIRAS A E Culicidae In Parasitologia humana Eds DP Neves AL de Melo O

Genaro amp PM Linardi 10ordf ed Atheneu BH 2005

EIRAS AE ldquoRelatoacuterio de Avaliaccedilatildeo dos Resultados do Estudo Multicecircntrico do Uso

de Armadilhas para Captura de Aedes aegyptirdquo Relatoacuterio Teacutecnico submetido ao

Ministeacuterio da Sauacutede em Resposta ao Ofiacutecio 853GABSVSMS de 13 de abril de

2006 52p 2007

EIRAS A E amp RESENDE M C Preliminary evaluation of the ldquoDengue-MIrdquo

technology for Aedes aegypti montitoring and control Caderno de Sauacutede Puacuteblica

Rio de Janeiro v25 p45-58 2009

FAacuteVARO E A DIBO M R MONDINI A FERREIRA A C BARBOSA A A C

39

EIRAS A E BARATA E A M F amp NETO F C Physiological state of Aedes

(Stegomyia) aegypti mosquitoes captured with MosquiTRAPstm in Mirassol Journal of Vector Ecology Satildeo Paulo v31 p285-91 2006

FAY RW amp ELIASON DA A preferred oviposition site as a surveillance method

for Aedes aegypti Mosquito News v26 p531-35 1966

FERNAacuteNDEZ Z amp FORATTINI O P Sobrevivecircncia de populaccedilotildees de Aedes

albopictus idade fisioloacutegica e histoacuteria reprodutiva Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v37 p 285-91 2003

FERREIRA A C amp CHIARAVALLOTI-NETO F Infestaccedilatildeo de aacuterea urbana por

Aedes aegypti e relaccedilatildeo com niacuteveis socioeconocircmicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v41 p915-22 2007

FIGUEREDO L T M Dengue Aspectos viroloacutegicos histoacutericos fisiopatoloacutegicos e do

Controle de Epidemias Medicina Ribeiratildeo Preto v24 p111-121 1991

FIGUEIREDO R M P NAVECA F G BASTOS M S MELO M N VIANA S

S MOURAtildeO M P G COSTA C A amp FARIAS I P Dengue Viacuterus Type 4

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40

de combate ao vetor Manual de normas teacutecnicas 3 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 84p 2001a

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano de Intensificaccedilatildeo das Accedilotildees

de Controle da Dengue Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 11p 2001b

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Minas Gerais Brazil Neotropical Entomology Londrina v36 p294-302 2007

GOMES A C Medidas dos niacuteveis de infestaccedilatildeo urbana para Aedes (Stegomyia)

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GOMES A C BITENCOURT M D NATAL D SILVA PINTO P L MUCCI L F

PAULA M B URBINATTI P R amp BARATA J M S Aedes albopictus em aacuterea

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GOMES C A Vigilacircncia da dengue um enfoque vetorial Bioloacutegico Satildeo Paulo

v64 p209-12 2002a

GOMES C A Vigilacircncia Entomoloacutegica Informe Epidemioloacutegico do SUS Satildeo

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urbana e novas articulaccedilotildees urbano-regionais [Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo

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GOMES A C SILVA N N BERNAL R T I amp LEANDRO A S Estimaccedilatildeo da

infestaccedilatildeo predial por Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) por meio da armadilha

Adultrap Revista Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v17 p293-300

2008

GUBLER DJ Vigilacircncia activa del dengue y de la fiebre hemorraacutegica del dengue

41

Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989

HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988

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p254-59 2007

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Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001

INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007

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aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi

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LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R

Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera

Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84

2006

LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S

amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de

anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007

LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A

42

E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for

assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity

gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)

under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004

MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B

Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females

preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency

in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103

p602-5 2008

MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em

bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001

MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement

in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20

p44-58 1995

MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK

G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004

MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P

Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in

Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia

43

entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos

iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008

MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-

release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998

NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue

Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002

OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do

episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004

Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em

laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995

Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes

Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005

Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede

32p 2002

PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo

sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v28 p218-27 1994

REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de

planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia

[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007

ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro

44

Medsi 708p 2005

SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

CONSOLI RAGB amp OLIVEIRA RL Principais mosquitos de importacircncia sanitaacuteria

no Brasil Rio de Janeiro Fiocruz 228p 1994

DEGALLIER N TEIXEIRA J M S SOARES S S PEREIRA R D PINTO S

C F CHAIB A J M VASCONCELOS P F C amp OLIVEIRA E Aedes albopictus

may not be vector of dengue viacuterus in human epidemics in Brazil Revista de Sauacutede Puacuteblica v37 p386-7 2003

DONALIacuteSIO M R amp GLASSER C M Vigilacircncia entomoloacutegica e controle de vetores

do dengue Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v5 p259-72 dez

2002

EIRAS amp SANTrsquoANA Atraentes de oviposiccedilatildeo para mosquitos Depoacutesito de patente

no Brasil PI0106701-0 Data 20122001

EIRAS AE Armadilha para captura de mosquitos Patente Privileacutegio e Inovaccedilatildeo

ldquoArmadilha para captura de mosquitosrdquo Depoacutesito de patente no Brasil PI0203907-9

Data 05092002

EIRAS A E SILVA I M COSTA C F amp GAMA R A Manual de Normas

Operacionais para coordenadores e agentes de campo para o monitoramento

inteligente MI ndash Ecovec Belo Horizonte ICB ndash UFMG 60 p 2004

EIRAS A E Culicidae In Parasitologia humana Eds DP Neves AL de Melo O

Genaro amp PM Linardi 10ordf ed Atheneu BH 2005

EIRAS AE ldquoRelatoacuterio de Avaliaccedilatildeo dos Resultados do Estudo Multicecircntrico do Uso

de Armadilhas para Captura de Aedes aegyptirdquo Relatoacuterio Teacutecnico submetido ao

Ministeacuterio da Sauacutede em Resposta ao Ofiacutecio 853GABSVSMS de 13 de abril de

2006 52p 2007

EIRAS A E amp RESENDE M C Preliminary evaluation of the ldquoDengue-MIrdquo

technology for Aedes aegypti montitoring and control Caderno de Sauacutede Puacuteblica

Rio de Janeiro v25 p45-58 2009

FAacuteVARO E A DIBO M R MONDINI A FERREIRA A C BARBOSA A A C

39

EIRAS A E BARATA E A M F amp NETO F C Physiological state of Aedes

(Stegomyia) aegypti mosquitoes captured with MosquiTRAPstm in Mirassol Journal of Vector Ecology Satildeo Paulo v31 p285-91 2006

FAY RW amp ELIASON DA A preferred oviposition site as a surveillance method

for Aedes aegypti Mosquito News v26 p531-35 1966

FERNAacuteNDEZ Z amp FORATTINI O P Sobrevivecircncia de populaccedilotildees de Aedes

albopictus idade fisioloacutegica e histoacuteria reprodutiva Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v37 p 285-91 2003

FERREIRA A C amp CHIARAVALLOTI-NETO F Infestaccedilatildeo de aacuterea urbana por

Aedes aegypti e relaccedilatildeo com niacuteveis socioeconocircmicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v41 p915-22 2007

FIGUEREDO L T M Dengue Aspectos viroloacutegicos histoacutericos fisiopatoloacutegicos e do

Controle de Epidemias Medicina Ribeiratildeo Preto v24 p111-121 1991

FIGUEIREDO R M P NAVECA F G BASTOS M S MELO M N VIANA S

S MOURAtildeO M P G COSTA C A amp FARIAS I P Dengue Viacuterus Type 4

Manaus Brazil Emerging Infectious Diseases v14 p667-9 2008

FOCKS DA A review of entomological sampling methods and indicators for dengue

vectors World Health Organization Gainsville 2003

FORATTINI OP Identificaccedilatildeo de Aedes (Stegomya) albopictus (Skuse) no Brasil

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v20 p244-5 1986

FORATTINI O P amp BRITO M Reservatoacuterios domiciliares de aacutegua e controle do

Aedes aegypti Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v37 p676-7 2003

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano diretor de erradicaccedilatildeo do

Aedes aegypti no Brasil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 158p 1996

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Dengue Instruccedilotildees para pessoal

40

de combate ao vetor Manual de normas teacutecnicas 3 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 84p 2001a

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano de Intensificaccedilatildeo das Accedilotildees

de Controle da Dengue Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 11p 2001b

GAMA R A SILVA E M SILVA I M RESENDE M C amp EIRAS A EC

Evaluation of the sticky MosquiTRAPreg for detecting Aedes aegypti Linnaeus

(Diptera Culicidae) during the dry season in the district of Itapoatilde Belo Horizonte

Minas Gerais Brazil Neotropical Entomology Londrina v36 p294-302 2007

GOMES A C Medidas dos niacuteveis de infestaccedilatildeo urbana para Aedes (Stegomyia)

aegypti e Aedes (Stegomyia) albopictus em programa de vigilacircncia entomoloacutegica

Informe epidemioloacutegico do SUS Satildeo Paulo v7 p49-57 1998

GOMES A C BITENCOURT M D NATAL D SILVA PINTO P L MUCCI L F

PAULA M B URBINATTI P R amp BARATA J M S Aedes albopictus em aacuterea

rural do Brasil e implicaccedilatildeo na transmissatildeo de febre amarela silvestre Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v33 p95-7 1999

GOMES C A Vigilacircncia da dengue um enfoque vetorial Bioloacutegico Satildeo Paulo

v64 p209-12 2002a

GOMES C A Vigilacircncia Entomoloacutegica Informe Epidemioloacutegico do SUS Satildeo

Paulo v11 p79-90 2002b

GOMES FS Discursos contemporacircneos sobre Montes Claros (re) estruturaccedilatildeo

urbana e novas articulaccedilotildees urbano-regionais [Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo

Horizonte Escola de Arquitetura da UFMG 181p 2007

GOMES A C SILVA N N BERNAL R T I amp LEANDRO A S Estimaccedilatildeo da

infestaccedilatildeo predial por Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) por meio da armadilha

Adultrap Revista Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v17 p293-300

2008

GUBLER DJ Vigilacircncia activa del dengue y de la fiebre hemorraacutegica del dengue

41

Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989

HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988

HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at

advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21

p254-59 2007

HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de

Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001

INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007

httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007

ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes

aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi

Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health

Toyama v28 p844-50 1997

LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R

Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera

Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84

2006

LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S

amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de

anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007

LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A

42

E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for

assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity

gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)

under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004

MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B

Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females

preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency

in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103

p602-5 2008

MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em

bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001

MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement

in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20

p44-58 1995

MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK

G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004

MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P

Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in

Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia

43

entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos

iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008

MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-

release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998

NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue

Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002

OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do

episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004

Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em

laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995

Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes

Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005

Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede

32p 2002

PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo

sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v28 p218-27 1994

REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de

planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia

[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007

ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro

44

Medsi 708p 2005

SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

EIRAS A E BARATA E A M F amp NETO F C Physiological state of Aedes

(Stegomyia) aegypti mosquitoes captured with MosquiTRAPstm in Mirassol Journal of Vector Ecology Satildeo Paulo v31 p285-91 2006

FAY RW amp ELIASON DA A preferred oviposition site as a surveillance method

for Aedes aegypti Mosquito News v26 p531-35 1966

FERNAacuteNDEZ Z amp FORATTINI O P Sobrevivecircncia de populaccedilotildees de Aedes

albopictus idade fisioloacutegica e histoacuteria reprodutiva Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v37 p 285-91 2003

FERREIRA A C amp CHIARAVALLOTI-NETO F Infestaccedilatildeo de aacuterea urbana por

Aedes aegypti e relaccedilatildeo com niacuteveis socioeconocircmicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v41 p915-22 2007

FIGUEREDO L T M Dengue Aspectos viroloacutegicos histoacutericos fisiopatoloacutegicos e do

Controle de Epidemias Medicina Ribeiratildeo Preto v24 p111-121 1991

FIGUEIREDO R M P NAVECA F G BASTOS M S MELO M N VIANA S

S MOURAtildeO M P G COSTA C A amp FARIAS I P Dengue Viacuterus Type 4

Manaus Brazil Emerging Infectious Diseases v14 p667-9 2008

FOCKS DA A review of entomological sampling methods and indicators for dengue

vectors World Health Organization Gainsville 2003

FORATTINI OP Identificaccedilatildeo de Aedes (Stegomya) albopictus (Skuse) no Brasil

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v20 p244-5 1986

FORATTINI O P amp BRITO M Reservatoacuterios domiciliares de aacutegua e controle do

Aedes aegypti Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v37 p676-7 2003

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano diretor de erradicaccedilatildeo do

Aedes aegypti no Brasil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 158p 1996

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Dengue Instruccedilotildees para pessoal

40

de combate ao vetor Manual de normas teacutecnicas 3 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 84p 2001a

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano de Intensificaccedilatildeo das Accedilotildees

de Controle da Dengue Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 11p 2001b

GAMA R A SILVA E M SILVA I M RESENDE M C amp EIRAS A EC

Evaluation of the sticky MosquiTRAPreg for detecting Aedes aegypti Linnaeus

(Diptera Culicidae) during the dry season in the district of Itapoatilde Belo Horizonte

Minas Gerais Brazil Neotropical Entomology Londrina v36 p294-302 2007

GOMES A C Medidas dos niacuteveis de infestaccedilatildeo urbana para Aedes (Stegomyia)

aegypti e Aedes (Stegomyia) albopictus em programa de vigilacircncia entomoloacutegica

Informe epidemioloacutegico do SUS Satildeo Paulo v7 p49-57 1998

GOMES A C BITENCOURT M D NATAL D SILVA PINTO P L MUCCI L F

PAULA M B URBINATTI P R amp BARATA J M S Aedes albopictus em aacuterea

rural do Brasil e implicaccedilatildeo na transmissatildeo de febre amarela silvestre Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v33 p95-7 1999

GOMES C A Vigilacircncia da dengue um enfoque vetorial Bioloacutegico Satildeo Paulo

v64 p209-12 2002a

GOMES C A Vigilacircncia Entomoloacutegica Informe Epidemioloacutegico do SUS Satildeo

Paulo v11 p79-90 2002b

GOMES FS Discursos contemporacircneos sobre Montes Claros (re) estruturaccedilatildeo

urbana e novas articulaccedilotildees urbano-regionais [Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo

Horizonte Escola de Arquitetura da UFMG 181p 2007

GOMES A C SILVA N N BERNAL R T I amp LEANDRO A S Estimaccedilatildeo da

infestaccedilatildeo predial por Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) por meio da armadilha

Adultrap Revista Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v17 p293-300

2008

GUBLER DJ Vigilacircncia activa del dengue y de la fiebre hemorraacutegica del dengue

41

Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989

HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988

HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at

advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21

p254-59 2007

HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de

Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001

INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007

httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007

ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes

aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi

Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health

Toyama v28 p844-50 1997

LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R

Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera

Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84

2006

LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S

amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de

anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007

LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A

42

E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for

assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity

gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)

under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004

MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B

Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females

preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency

in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103

p602-5 2008

MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em

bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001

MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement

in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20

p44-58 1995

MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK

G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004

MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P

Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in

Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia

43

entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos

iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008

MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-

release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998

NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue

Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002

OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do

episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004

Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em

laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995

Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes

Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005

Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede

32p 2002

PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo

sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v28 p218-27 1994

REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de

planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia

[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007

ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro

44

Medsi 708p 2005

SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

de combate ao vetor Manual de normas teacutecnicas 3 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 84p 2001a

FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano de Intensificaccedilatildeo das Accedilotildees

de Controle da Dengue Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 11p 2001b

GAMA R A SILVA E M SILVA I M RESENDE M C amp EIRAS A EC

Evaluation of the sticky MosquiTRAPreg for detecting Aedes aegypti Linnaeus

(Diptera Culicidae) during the dry season in the district of Itapoatilde Belo Horizonte

Minas Gerais Brazil Neotropical Entomology Londrina v36 p294-302 2007

GOMES A C Medidas dos niacuteveis de infestaccedilatildeo urbana para Aedes (Stegomyia)

aegypti e Aedes (Stegomyia) albopictus em programa de vigilacircncia entomoloacutegica

Informe epidemioloacutegico do SUS Satildeo Paulo v7 p49-57 1998

GOMES A C BITENCOURT M D NATAL D SILVA PINTO P L MUCCI L F

PAULA M B URBINATTI P R amp BARATA J M S Aedes albopictus em aacuterea

rural do Brasil e implicaccedilatildeo na transmissatildeo de febre amarela silvestre Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v33 p95-7 1999

GOMES C A Vigilacircncia da dengue um enfoque vetorial Bioloacutegico Satildeo Paulo

v64 p209-12 2002a

GOMES C A Vigilacircncia Entomoloacutegica Informe Epidemioloacutegico do SUS Satildeo

Paulo v11 p79-90 2002b

GOMES FS Discursos contemporacircneos sobre Montes Claros (re) estruturaccedilatildeo

urbana e novas articulaccedilotildees urbano-regionais [Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo

Horizonte Escola de Arquitetura da UFMG 181p 2007

GOMES A C SILVA N N BERNAL R T I amp LEANDRO A S Estimaccedilatildeo da

infestaccedilatildeo predial por Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) por meio da armadilha

Adultrap Revista Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v17 p293-300

2008

GUBLER DJ Vigilacircncia activa del dengue y de la fiebre hemorraacutegica del dengue

41

Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989

HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988

HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at

advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21

p254-59 2007

HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de

Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001

INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007

httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007

ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes

aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi

Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health

Toyama v28 p844-50 1997

LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R

Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera

Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84

2006

LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S

amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de

anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007

LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A

42

E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for

assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity

gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)

under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004

MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B

Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females

preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency

in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103

p602-5 2008

MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em

bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001

MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement

in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20

p44-58 1995

MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK

G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004

MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P

Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in

Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia

43

entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos

iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008

MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-

release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998

NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue

Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002

OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do

episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004

Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em

laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995

Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes

Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005

Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede

32p 2002

PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo

sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v28 p218-27 1994

REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de

planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia

[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007

ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro

44

Medsi 708p 2005

SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989

HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988

HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at

advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21

p254-59 2007

HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de

Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001

INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007

httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007

ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes

aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi

Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health

Toyama v28 p844-50 1997

LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R

Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera

Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84

2006

LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S

amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de

anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil

Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007

LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A

42

E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for

assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity

gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)

under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004

MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B

Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females

preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency

in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103

p602-5 2008

MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em

bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001

MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement

in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20

p44-58 1995

MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK

G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004

MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P

Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in

Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia

43

entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos

iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008

MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-

release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998

NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue

Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002

OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do

episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004

Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em

laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995

Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes

Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005

Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede

32p 2002

PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo

sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v28 p218-27 1994

REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de

planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia

[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007

ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro

44

Medsi 708p 2005

SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for

assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008

LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity

gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)

under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004

MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B

Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females

preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency

in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103

p602-5 2008

MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em

bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001

MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement

in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20

p44-58 1995

MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK

G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004

MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P

Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in

Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia

Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia

43

entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos

iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008

MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-

release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998

NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue

Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002

OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do

episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004

Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em

laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995

Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes

Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005

Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede

32p 2002

PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo

sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v28 p218-27 1994

REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de

planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia

[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007

ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro

44

Medsi 708p 2005

SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos

iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005

MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]

Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008

MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-

release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998

NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue

Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002

OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do

episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004

Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em

laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995

Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes

Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005

Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede

32p 2002

PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo

sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo

Paulo v28 p218-27 1994

REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de

planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia

[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007

ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro

44

Medsi 708p 2005

SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Medsi 708p 2005

SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p

2002

SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as

Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006

SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000

SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001

SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York

Oxford University 354 p 1982

SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo

sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo

Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006

SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em

httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em

Janeiro de 2008)

SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A

geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered

species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998

TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio

de Janeiro v17 p99-102 2001

TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede

45

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

46

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

47

  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002

TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in

Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002

TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique

Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002

VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M

CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A

Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica

Bogotaacute v18 p192-98 1998

WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC

IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK

amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA

R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO

E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C

BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998

Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999

WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26

p44-61 2002

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9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

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  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2

9 ANEXO

Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um

novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees

para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do

Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do

Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo

de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um

agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram

algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem

substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir

na rotina de sua casa

Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo

da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os

esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios

Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou

recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou

3229-3360 falar com Sandra

______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG

Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses

Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de

monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos

objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha

de minha residecircncia a qualquer momento que desejar

Morador ____________________________________________ Data __________

Endereccedilo __________________________________________Telefone __________

Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________

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  • parte 1
    • Binder1
      • dissertacao_parte1
      • Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
        • dissertacao_parte1
          • dissertacao_parte2