avaliação de caninos superiores impactados por meio

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  • 8/16/2019 Avaliação de Caninos Superiores Impactados Por Meio

    1/8

    Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 jun-jul;10(3):114-20114

      * Professor Doutor Adjunto de Radiologia da PUC-Minas. Coordenador do Mestra-

    do da PUC-Minas – ênfase em Radiologia Odontológica.

      ** Mestre em Clínicas Odontológicas com ênfase em Radiologia da Faculdade de

    Odontologia da PUC-Minas.

      *** Professora Doutora em Radiologia da PUC-Minas. Coordenadora do curso de Es-

    pecialização em Radiologia e Imaginologia Odontológica da PUC-Minas.

      **** Especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia pela Faculdade de

    Odontologia da PUC-Minas.

     ***** Especialista em Radiologia Odontológica pela Universidade Cidade de São Paulo.

    Mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo.

    Evaluation of impacted maxillary canines using Cone Beam Computed Tomography

    Sessenta e quatro pacientes (45

    mulheres e 19 homens) com um

    total de setenta e sete caninossuperiores impactados (unilate-

    ral e bilateral) foram analisados

    por meio de tomografia com-

    putadorizada de feixe cônico

    usando imagens obtidas com o

    tomógrafo i-CAT. Foram ava-

    liadas as variações de localiza-

    ção e inclinação desses caninos,

    bem como a reabsorção de den-

    tes adjacentes e das corticais

    ósseas. Quanto à localização, 52

    caninos apresentavam a coroa

    localizada por palatino em re-lação aos dentes adjacentes, 15

    por vestibular e 10 com locali-

    zação transalveolar. Quanto à

    Palavras-chave:

    Dente canino. Dente impactado/complicações. Tomografia compu-

    tadorizada de feixe cônico.

    Resumo   Abstract

    Keywords:

    Canine tooth. Impacted tooth/complications. Cone Beam computed to-

    mography.

    Sixty-four patients (45 female

    and 19 male) with a total of

    seventy-seven impacted maxil-lary canines (unilateral and bilat-

    eral) were analyzed using Cone

    Beam Computed Tomography

    images obtained with an i-CAT

    cone beam imaging system. The

    location and inclination of such

    canines were evaluated, as well

    as the resorption of adjacent teeth

    and cortical bone. Regarding lo-

    cation, 52 canines had the crown

    located on the palatal in relation

    to adjacent teeth, 15 vestibular

    and 10 with trans-alveolar lo-cation. For the inclination, 63

    canines were found to be tipped

    mesially, 2 distally, 6 in a vertical

    inclinação, 63 caninos estavam

    inclinados para mesial, 2 para

    distal, 6 em posição vertical enenhum em posição invertida.

    Reabsorção radicular foi ob-

    servada em 10 dentes, sendo 7

    reabsorções do incisivo lateral e

    3 do incisivo central. Cinquen-

    ta e seis casos apresentavam

    reabsorção das corticais ósseas,

    sendo 37 da cortical palatina,

    15 da cortical vestibular e 4 de

    ambas as corticais. Conclui-se,

    no estudo realizado, que a im-

    pacção de caninos superiores é

    mais comum em mulheres, naposição mesial e palatina, e que

    as reabsorções acometem mais

    os incisivos laterais.

     position and none in the inverted

     position. Root resorption was ob-

    served in 10 teeth, lateral incisorresorption in 7 teeth and central

    incisor resorption in 3 teeth. Re-

    sorption of cortical bone was ob-

    served in 56 cases, with 37 cases

    showing resorption of the cortical

     palate, 15 cases of resorption of

    the cortical vestibular and 4 cases

    of resorption of both cortices.

    From this study it is concluded

    that the maxillary canine impac-

    tion is more common in women,

    in the mesial and palatal position

    and that resorption has a greateraffect on the lateral incisors.

    Flávio RicardoMANZI*

     Juliana Pelinsari LANA**

    Luciana Cardoso FONSECA***

    Simone Pereira das POSSES****

    Márcia Gabriella Lino de BARROS*****

    Avaliação de caninos superiores impactados por meio

    de tomografia computadorizada de feixe cônico

     ARTIGO INÉDITO

  • 8/16/2019 Avaliação de Caninos Superiores Impactados Por Meio

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    Manzi FR, Lana JP, Fonseca LC, Posses SP, Barros MGL

    Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 jun-jul;10(3):114-20 115

    INTRODUÇÃO

    Os caninos superiores são os dentes mais comumente

    impactados, depois dos terceiros molares, com prevalên-

    cia variando aproximadamente de 0,9 a 3%1,2. O posiciona-

    mento ideal desses dentes é importante tanto para uma

    boa estética facial quanto para a harmonia oclusal3. Algu-

    mas complicações podem estar associadas a essas impac-ções, como reabsorções de dentes adjacentes, principal-

    mente os incisivos laterais, e formação de lesões císticas2,4.

    Muitas técnicas radiográficas têm sido recomendadas para

    análise desses casos, como: periapical, oclusal, panorâmi-

    ca, radiografia cefalométrica ou combinação das mesmas2.

    Porém, devido à sobreposição de estruturas, distorção e

    magnificação da imagem, torna-se difícil o diagnóstico.

    Além disso, as reabsorções podem ser difíceis de diagnos-

    ticar com métodos convencionais, principalmente quando

    o canino está localizado em uma posição vestibular ou pa-

    latina em relação às raízes dos dentes adjacentes4. Devido

    a esses fatores, muitos autores têm indicado a tomografia

    computadorizada para localização de caninos impactados,

    principalmente para os casos com deslocamento seve-

    ro e para aqueles com suspeita de reabsorção, uma vez

    que elimina a sobreposição de imagens1,2,4,5. A tomogra-

    fia computadorizada de feixe cônico tem sido uma opção

    por possuir uma boa resolução, menor custo e uma menor

    dose de radiação, quando comparada à tomografia com-

    putadorizada convencional, sendo o método de escolha

    para localização desses dentes6.

    O objetivo deste trabalho foi avaliar as variações de lo-

    calização e inclinação dos caninos superiores impactados,

    bem como a reabsorção de dentes adjacentes e das corti-

    cais ósseas em 64 pacientes, por meio da tomografia com-

    putadorizada de feixe cônico.

    REVISÃO DE LITERATURA

    A etiologia da impacção de caninos superiores ainda

    não está totalmente elucidada. Alguns autores associam

    a impacção vestibular com a falta de espaço na arcada 7,8.

    A impacção por palatino provavelmente está relacio-

    nada a um espaço extra no osso maxilar, que pode ser

    resultado de crescimento ósseo excessivo, agenesia ou

    presença dos incisivos laterais conoides ou, ainda, de

    erupção estimulada dos incisivos laterais e/ou primeiros

    pré-molares9. Contudo, alguns autores acreditam que a

    impacção do canino por palatino está relacionada com

    anomalias genéticas10.

    Outros fatores podem estar correlacionados com es-

    sas impacções, como: quantidade de reabsorção das ra-

    ízes dos caninos decíduos, trauma no germe dentário,

    distúrbios na sequência de erupção, disponibilidade de

    espaço na arcada, rotação dos germes dentários, fecha-

    mento prematuro do ápice radicular e erupção do canino

    em áreas de fenda palatina11.

    As complicações associadas aos caninos superiores im-pactados, como a reabsorção dos incisivos, foram subestima-

    das no passado devido à dificuldade de identificar as áreas

    afetadas6. De acordo com Ericson e Kurol4, 33% dos incisivos

    laterais com reabsorção radicular apareciam normais em ra-

    diografias periapicais convencionais. Porém, com o advento

    da tomografia computadorizada na prática odontológica, tor-

    nou-se possível o diagnóstico dessas alterações. As reabsor-

    ções radiculares de incisivos associadas a caninos impactados

    é visualizada aproximadamente 50% mais vezes pela tomo-

    grafia computadorizada do que por radiografias intrabucais4.

    Os fatores relacionados às reabsorções ainda permane-

    cem obscuros. Alguns autores as associam à pressão física

    exercida, devido ao íntimo contato entre o canino impac-

    tado e o incisivo2.

    Os caninos impactados podem ser tratados com exposição

    cirúrgica e tração ortodôntica, autotransplante ou extração2.

    MATERIAL E MÉTODOS

    Foram analisados 71 pacientes, no período de janeiro

    de 2006 a abril de 2008, utilizando a tomografia computa-

    dorizada de feixe cônico i-CAT (Imaging Sciences Interna-

    tional, Hatfield, PA) com FOV (Field of View) de 6cm abran-

    gendo a região de maxila, voxel   de 0,2mm e tempo de

    exposição de 40 segundos. Os casos foram avaliados por

    meio de uma combinação dos cortes tomográficos (axial,

    coronal, sagital e transversal) e foram reconstruídos em

    terceira dimensão utilizando o programa 3DVR (3D Volume

    Rendering), software  do i-CAT.

    Os critérios de inclusão dos casos foram: idade cronológi-

    ca acima de 11 anos e 9 meses (idade cronológica de esfolia-

    ção dos caninos superiores decíduos12) e pacientes com cani-

    nos superiores impactados sem a retenção de outros dentes.

    Do total dos pacientes avaliados, foram excluídos 7

    pacientes, por não seguirem os critérios de inclusão ado-

    tados, restando uma amostra de 64 indivíduos. Desses, al-

    guns apresentavam retenção dos caninos bilateralmente

    e outros apenas unilateralmente, somando um total de 77

    caninos. Foram analisados sexo e idade de todos os pa-

    cientes incluídos no estudo.

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    O CLÍNICO Avaliação de caninos superiores impactados por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico

    Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 jun-jul;10(3):114-20116

    Figura 2  Impacção horizontal do dente 23: A) vista panorâmica, B) vista axial, C) reconstruçãotridimensional.

    As características imaginológicas avaliadas foram: inclinação

    do longo eixo do canino — vertical (Fig. 1), quando o longo eixo

    do canino estava paralelo aos dentes adjacentes; horizontal (Fig.

    2), quando o longo eixo do canino estava perpendicular aos den-

    tes adjacentes; invertido, quando a coroa do canino estava volta-

    da para a região radicular dos dentes adjacentes; mesial, quan-

    do a inclinação convergia para a linha média; e distal, quando

    essa inclinação divergia da linha média —; localização da coroado canino em relação aos dentes adjacentes (vestibular, quando

    a coroa do canino impactado estava por vestibular em relação

    aos dentes adjacentes; palatino, quando a coroa do canino im-

    pactado estava por palatino em relação aos dentes adjacentes;

    transalveolar, quando a coroa do canino impactado estava no

    meio do alvéolo); reabsorção dos dentes adjacentes, utilizando a

    classificação proposta por Ericson e Kurol4 — suave (Fig. 4), quan-

    do a reabsorção ainda não atingiu a polpa; moderada, quando a

    polpa estava envolvida, porém o comprimento da raiz envolvida

    era menor que um 1/3 de toda a raiz; severa (Fig. 6), se a polpa es-

    tivesse envolvida e o comprimento da raiz envolvida fosse maior

    que um 1/3 de toda a raiz —; e reabsorção das corticais ósseas

    (reabsorção da cortical óssea vestibular, palatina ou ambas). Asclassificações de inclinação mesial e distal foram associadas às

    classificações de posição vestibular e palatina, e foram resumidas

    em impacção mesiovestibular (Fig. 3), impacção mesiopalatina

    (Fig. 4), impacção distovestibular (Fig. 5) e impacção distopalatina

    (Fig. 6). Os dados avaliados foram colocados em tabelas.

    Figura 1 Impacção vertical do dente 13:A) vista panorâmica; B) reconstrução tridimensional, vista fron-tal; C) reconstrução tridimensional, vista palatina.A

    A

    B C

    B C

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    Manzi FR, Lana JP, Fonseca LC, Posses SP, Barros MGL

    Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 jun-jul;10(3):114-20 117

    Figura 3 Impacção mesiovestibular do dente 13: A) vista panorâmica, B) vista axial, C) vista sagital, D) reconstrução tridimensional.

    Figura 4 Impacção distopalatina do dente 13, promovendo reabsorção radicular externa do dente 11: A) vista axial, B) vista sagital.

    A B

    A

    C

    B

    D

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    O CLÍNICO Avaliação de caninos superiores impactados por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico

    Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 jun-jul;10(3):114-20118

    Figura 5 Impacção distovestibular do dente 23: A) cortes transversais, B) reconstrução tridimensional.

    Figura 6 Impacção distopalatina do dente 13, promovendo reabsorção radicular externa do dente 11: A) vista axial, B) vista sagital.

    RESULTADOS

    Foram avaliados 64 pacientes (45 mulheres e 19 homens),

    com idades variando de 11 anos e 10 meses a 66 anos e 8

    meses (Tab. 1). Desses, 51 pacientes apresentavam impacção

    unilateral e 13 impacção bilateral. Dos que possuíam impac-

    ção unilateral, 26 apresentavam o canino impactado do lado

    esquerdo e 25 do lado direito (Tab. 2). Utilizando o teste Exato

    de Fisher, concluiu-se que não há relação entre o tipo de im-

    pacção do dente com o sexo do paciente (p>0,05).

    Analisando o total de caninos impactados, unilateralmen-

    te e bilateralmente, somou-se uma amostra de 77 caninos.

    Do total de caninos, 63 estavam inclinados para mesial, 2

    para distal, 6 em posição vertical, 6 em posição horizontal

    e nenhum em posição invertida (Tab. 3). Verificou-se, ainda,

    que não há relação entre a inclinação do dente com o sexo

    do paciente, por meio do teste Exato de Fisher (p>0,05).

    Quanto à localização da coroa do canino em relação às

    raízes dos dentes adjacentes, 52 estavam localizadas por pala-

    tino, 15 por vestibular e 10 com localização transalveolar (Tab.

    4). Utilizando o teste Exato de Fisher, contatou-se a ausência

    de correspondência entre a posição da coroa do canino em re-

    lação aos dentes adjacentes com o sexo do paciente (p>0,05).

    Dos caninos com inclinação para mesial, 48 estavam im-

    pactados mesiopalatinamente e 13 mesiovestibularmente.

    Dos caninos inclinados para distal, 1 estava distopalatino e 1

    distovestibular (Tab. 5).

    Dos 77 caninos avaliados, 10 causavam reabsorção dos den-

    tes adjacentes, sendo 7 reabsorções do incisivo lateral e 3 do inci-

    sivo central (Tab. 6, 7). Houve relação entre reabsorção dos dentes

    adjacentes com o sexo do paciente, de acordo com o teste Exato

    de Fisher (p0,05).

    A B

    BA

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    Manzi FR, Lana JP, Fonseca LC, Posses SP, Barros MGL

    Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 jun-jul;10(3):114-20 119

    Tabela 1 Distribuição dos caninos superiores impactados de acordo como sexo e a idade em uma amostra de 64 pacientes.

    Número (%) Idade

    Homens 19 (29,68%) 13a 2m - 54a 7m

    Mulheres 45 (70,31%) 11a 10m - 66a 8m

    TOTAL 64

    Tabela 2 Distribuição dos caninos superiores impactados de acordo como tipo de impacção em uma amostra de 64 pacientes.

    Unilateral Esquerdo Unilateral Direito Bilateral

    Homens 6 7 6

    Mulheres 20 18 7

    TOTAL 26 25 13

    Tabela 3 Distribuição dos caninos superiores impactados de acordo coma inclinação em um total de 77 caninos.

    Vertical Horizontal Invertido Mesial Distal

    Homens 1 3 0 21 0

    Mulheres 5 3 0 42 2

    TOTAL 6 (7,79%) 6 (7,79%) 0 63 (81,8%) 2 (2,5%)

    Tabela 4 Distribuição dos caninos superiores impactados de acordo coma posição da coroa em relação aos dentes adjacentes em um total de77 caninos.

    Vestibular Palatino Transalveolar

    Homens 3 20 2

    Mulheres 12 32 8

    TOTAL 15 (19,4%) 52 (67,5%) 10 (12,9%)

    Tabela 5 Distribuição dos caninos superiores impactados de acordo com a inclinação e a posição da coroa em relação aos dentes adjacentes em umtotal de 77 caninos.

    Homens Mulheres

     Vestibular Palatino Transalveolar Vestibular Palatino Transalveolar

    Mesial 3 (12%) 17 (68%) 1 (4%) 10 (19,2%) 31(59,6%) 1 (1,9%)

    Distal 0 0 0 1 (1,9%) 1 (1,9%) 0

    Invertido 0 0 0 0 0 0

    Horizontal 0 3 (12%) 0 0 0 3 (5,7%)

     Vertical 0 0 1 (4%) 1 (1,9%) 0 4 (7,6%)

    TOTAL 3 (3,8%) 20 (25,9%) 2 (2,5%) 12 (15,5%) 32 (41,5%) 8 (10,3%)

    Tabela 6 Distribuição dos caninos superiores impactados de acordo com a

    reabsorção de dentes adjacentes em um total de 77 caninos.

    Reabsorção dos dentesadjacentes

    Sem reabsorção dosdentes adjacentes

    Homens 0 25

    Mulheres 10 42

    TOTAL 10 67

    Tabela7 Distribuição de reabsorção dos incisivos centrais e laterais de acor-

    do com a classificação proposta por Ericson e Kurol4, em uma amostra de10 dentes com reabsorção.

    Incisivo Lateral Incisivo Central

    Suave 3 1

    Moderada 3 1

    Severa 1 1

    TOTAL 7 3

    Tabela 8 Distribuição dos caninos superiores impactados de acordo coma reabsorção das corticais ósseas em um total de 77 caninos.

    Tabela 9 Distribuição da reabsorção das corticais ósseas vestibular, pala-tina ou ambas, em uma amostra de 56 corticais reabsorvidas.

    Reabsorçãodas corticais Sem reabsorçãodas corticais

    Homens 16 9

    Mulheres 40 12

    TOTAL 56 21

      Reabsorção das corticaisPalatina 37 (66%)

     Vestibular 15 (26,7%)

    Ambas 4 (7,1%)

    TOTAL 56

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    O CLÍNICO Avaliação de caninos superiores impactados por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico

    Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 jun-jul;10(3):114-20120

    DISCUSSÃO

    A impacção de caninos superiores é mais comum em mu-

    lheres1,2, ocorrendo mais frequentemente, na população eu-

    ropeia, por palatino do que por vestibular1,4. Já na população

    asiática, a impacção é mais comum transalveolar e vestibu-

    lar2,10. A impacção mesioangular é mais relatada em estudos,

     já os posicionamentos distal, horizontal ou invertido são ra-ros2. Na nossa casuística, as mulheres foram as mais afetadas

    (70,31%) e o posicionamento para mesial do canino o mais

    comum (81,8%), estando de acordo com os dados encontra-

    dos na literatura. A impacção por palatino foi mais frequente

    (67,5%), coincidindo com os achados na população europeia.

    Os incisivos laterais são os dentes mais comumente rea-

    bsorvidos, ocorrendo em 38% dos casos, segundo Ericson e

    Kurol4; 66,7%, segundo Walker et al.1; e 27,2%, conforme Liu

    et al.2 Já as reabsorções dos incisivos centrais ocorrem em

    9% dos casos, segundo Ericson e Kurol4; 11,1%, segundo

    Walker et al.1; e em 23,4%, conforme Liu et al.2 No presente

    estudo, houve reabsorção em 13% dos casos. Desses, os in-

    cisivos laterais foram os dentes mais reabsorvidos (9%), se-

    guidos pelos incisivos centrais (4%), como relata a literatura.

    A tomografia computadorizada por feixe cônico tem sido

    uma opção para avaliação de caninos por possuir uma boa

    resolução, menor custo e uma menor dose de radiação, quan-

    do comparada à tomografia computadorizada convencional,

    sendo o método de escolha para localização desses dentes6.

    O tratamento dos caninos superiores impactados re-

    quer diagnóstico preciso e localização exata do canino

    impactado e das es truturas ao redor. Um estudo recente,

    com casos de caninos superiores retidos, mostrou que

    o plano de tratamento inicialmente proposto com base

    na documentação ortodôntica convencional foi alterado

    em 43,7% dos pacientes após o exame com tomografia

    computadorizada

    6

    .De acordo com alguns autores, a imagem volumétrica

    3D providencia informações valiosas de caninos impacta-

    dos, para melhor entender e tratar os casos cirúrgica e or-

    todonticamente, podendo mostrar: presença ou ausência

    do canino, tamanho do folículo, inclinação do longo eixo

    do dente, posição vestibular ou palatina, quantidade de

    osso cobrindo o dente, proximidade 3D e reabsorção radi-

    cular de dentes adjacentes, condição dos dentes adjacen-

    tes, considerações anatômicas locais, e todos os estágios

    de desenvolvimento dentário1.

    CONCLUSÃO

    No presente estudo, a tomografia computadorizada

    permitiu a exata avaliação e localização do canino superior

    impactado, mostrando ser mais comum em mulheres, na

    posição mesial e palatina e que esses dentes reabsorvem

    mais comumente os incisivos laterais.

    REFERÊNCIAS

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    Flávio Ricardo ManziAv. Dom José Gaspar 500, Prédio 45 – 30.535-901 Belo – Horizonte / MGE-mail: [email protected]

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