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i CÁSSIA DE LOURDES CAMPANHOL AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE POLIMORFISMOS CROMOSSÔMICOS EM FETOS, NEONATOS MALFORMADOS E CASAIS COM FENÓTIPO DE SUBFERTILIDADE Dissertação de Mestrado ORIENTADOR: Prof. Dr. RICARDO BARINI Unicamp 2009

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CÁSSIA DE LOURDES CAMPANHOL

AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE POLIMORFISMOS CROMOSSÔMICOS EM FETOS, NEONATOS MALFORMADOS

E CASAIS COM FENÓTIPO DE SUBFERTILIDADE

Dissertação de Mestrado

ORIENTADOR: Prof. Dr. RICARDO BARINI

Unicamp 2009

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CÁSSIA DE LOURDES CAMPANHOL

AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE POLIMORFISMOS CROMOSSÔMICOS EM FETOS, NEONATOS MALFORMADOS

E CASAIS COM FENÓTIPO DE SUBFERTILIDADE

Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do Título de Mestre em Tocoginecologia, área de Ciências Biomédicas.

ORIENTADOR: Prof. Dr. RICARDO BARINI

Unicamp 2009

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA

BIBLIOTECA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS UNICAMP

Bibliotecário: Sandra Lúcia Pereira – CRB-8ª / 6044 Título em inglês : Prevalence evaluation of chromosomic polymorphisms in fetuses and neonates with congenital defects and couples with the subfertility phenotype Keywords: • Polymorphism

• Human chromosomes, anomalies • Prenatal diagnosis

Titulação: Mestre em Tocoginecologia Área de concentração: Ciências Biomédicas Banca examinadora:

Prof. Dr. Ricardo Barini Prof. Dr. Renato Passini Júnior Profa. Dra. Ana Elizabete da Silva

Data da defesa: 25-08-2009 Diagramação e arte-final: Assessoria Técnica do CAISM (ASTEC)

Campanhol, Cássia de Lourdes C151a Avaliação da prevalência de polimorfismos

cromossômicos em fetos, neonatos malformados e casais com fenótipo de subfertilidade / Cássia de Lourdes Campanhol. Campinas, SP: [s.n.], 2009.

Orientador: Ricardo Barini Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual de

Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. 1. Polimorfismo. 2. Cromossomos humanos – anomalias.

3. Diagnóstico pré-natal. I. Barini, Ricardo. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. III. Título.

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Aluna: CÁSSIA DE LOURDES CAMPANHOL'--*""'ffi<,*",-;*,,~,___,,m""=='7"'_Z_"~'_<""_',R""_"'" -~"*'--''''

Orientador: Prof. Dr. RICARDO BARINI.";~I~~_N"""'" ,,- .! ~[l!i'f~.4 r!:;: -,-

Curso de Pós-Graduação em Tocoginecologia da Faculdadede Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

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iv

Dedico este trabalho...

A Marciano Paulo Lemes

Por entender minhas ausências, minhas angústias,

pois, estando mais perto, é onde batem primeiro minha raiva e alegrias,

por tornar meus dias muito mais felizes...

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Agradecimentos

Ao Prof. Dr. Ricardo Barini, a quem eu admiro e estimo, por acreditar no meu

trabalho.

A Profa. Dra. Juliana Heinrich pela amizade, por me ajudar a moldar o meu caminho,

por nunca me deixar desistir, a me fazer sempre ver o lado bom do problema. Pela

dedicação em seu tempo tão apertado, pelas “broncas” e conselhos nos momento certos.

Ao Prof. Dr. Renato Passini Junior, pelo aceite como aluna sem ao mesmo me conhecer,

pelo sorriso nos corredores do CAISM, minha eterna gratidão e admiração.

Aos professores Dr. Cleisson Fábio Peralta e Dr. Renato Passini Junior, por aceitarem

participar do meu exame de qualificação, pelos comentários que com certeza

enriqueceram meu trabalho.

Aos professores Dr. Renato Passini Junior e Dra. Ana Elizabete Silva, por participarem

da banca examinadora da tese, pelo rico debate proporcionado.

À Lucia Fagian, pela dedicação com que preparou as lâminas para que eu pudesse ler.

Sem suas “mãos de ouro” tudo seria mais difícil.

Ao Prof. Dr. Fernando Guimarães, por se dispor a me orientar na técnica de citometria,

mesmo não tendo realizado, sempre disposto a ajudar no que quer que fosse.

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vi

Ao pessoal do laboratório de Clínicos Especializados do CAISM – Mara, Vitória, Lucilene,

Fernanda, Priscila, Silvia, Alex, Sr Amilton, Alexandre, Dra. Tereza e Renata, pela

convivência do dia a dia e por estarem sempre dispostos a ajudar.

A estagiária Thatiane Moura, por ajudar a buscar tantas pastas sem reclamar!

A Profa. Dra. Denise Cavalcante e Dr. Mauricio Sakata, que me incentivaram e

esclareceram minhas dúvidas sobre essa imensidão da genética.

A Dra. Isabela Machado pelo companheirismo, risadas, ajuda e tantos incentivos!

A Dra. Carolina Moreno, Dra. Fabíola Vicente, Dra. Fabíola Monteiro e Dra. Joana

Prota, por me receberem sempre de portas abertas.

As secretárias Andreia, Marlene e Leonice por estarem sempre prontas a me ajudar no

meio de tantas pastas!

A secretária da Pós-Graduação do Departamento de Tocoginecologia FCM/UNICAMP,

Margarete, pela competência com que realiza seu trabalho, pelo carinho e ajuda

mesmo estando de férias!

A minha amiga Raquel Mary Rodrigues, pelo sorriso farto, pela convivência tranquila

do dia a dia, por estar sempre pronta a me ajudar, mesmo com tantos afazeres.

As minhas amigas Mariana Ávila e Fernanda Possan, pela amizade de tantos anos, por

aguentar minhas incertezas, e apoio diário.

Aos amigos Wilton Forti e Cristiane Forti, a quem eu admiro e estimo, que não

contribuíram diretamente para a realização deste projeto, mas que me ajudaram a

“ir mais longe”, minha eterna gratidão.

Aos meus amigos não menos importantes que viveram as “emoções” do meu dia a dia:

Rafael, Andressa, Ligia, Laudice, Priscila, Vanessa, Daniela, Gisele e Ana Laura.

Essas pessoas são presentes de Deus na minha vida.

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vii

Aos meus pais José e Amélia, pessoas batalhadoras, que sempre deram o seu melhor,

fizeram tudo o que podiam para que chegasse onde cheguei. Por sempre rezarem

por mim...

Aos meus irmãos Marcos e Eduardo, faltam palavras para expressar toda minha

admiração, gratidão e amor...

A minha sobrinha Maria Eduarda, criança muito esperada e amada, não há o que

pague vê-la crescer e descobrir o mundo, sentir seu abraço e seu carinho, e rir

das suas “descobertas”.

As minhas cunhadas Ivone, Ariane e Mariana¸ mulheres lutadoras, brilhantes, por

entenderem minha ausência e pelo sorriso sempre acolhedor.

A meus tios João e Terezinha pelo amor de pais que sempre tiveram por mim, por me

acudirem em tantos momentos...

A meus tios Toninho e Lurdinha que sempre estiveram muito presentes na minha vida,

pela compreensão da minha ausência...

A meus primos Antonio Carlos, Mariana, Ivan e Daniel que compartilharam comigo

toda essa etapa, nem que fosse para tirar minhas dores literalmente!

E, acima de tudo, a Deus, que cuida de mim, que fez e faz maravilhas em minha vida...

As inquietações nos fazem caminhar, buscar algo a mais...

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viii

Sumário

Símbolos, Siglas e Abreviaturas .................................................................................................... ix

Resumo .......................................................................................................................................... x

Summary ....................................................................................................................................... xii

1. Introdução ............................................................................................................................... 14

1.1. Polimorfismos Cromossômicos ....................................................................................... 14

1.2. Cromossomopatias e Subfertilidade ............................................................................... 19

1.3. Cromossomopatias e Malformações Congênitas ........................................................... 22

2. Objetivos ................................................................................................................................. 26

2.1. Objetivo geral .................................................................................................................. 26

2.2. Objetivos específicos....................................................................................................... 26

3. Materiais e Métodos ................................................................................................................ 27

3.1. Desenho do estudo ......................................................................................................... 27

3.2. Tamanho amostral........................................................................................................... 27

3.3. Seleção dos Sujeitos ....................................................................................................... 28

3.3.1. Casais com fenótipo de subfertilidade ............................................................... 28

3.3.2. Fetos e neonatos malformados .......................................................................... 28

3.4. Técnicas .......................................................................................................................... 29

3.5. Coleta de Dados .............................................................................................................. 30

3.6. Controle de qualidade ..................................................................................................... 31

3.7. Processamento e análise dos dados .............................................................................. 32

4. Publicação ............................................................................................................................... 33

4.1. ARTIGO 1 ........................................................................................................................ 34

4.2. ARTIGO 2 ........................................................................................................................ 51

5. Discussão ................................................................................................................................ 65

6. Conclusões.............................................................................................................................. 70

7. Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 71

8. Anexos .................................................................................................................................... 78

8.1. Anexo 1 – Carta de aprovação do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa - FCM/Unicamp e Carta de aprovação no Comitê de Pesquisa do Departamento de Tocoginecologia – FCM/Unicamp ........................................................................................... 78

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Símbolos, Siglas e Abreviaturas ix

Símbolos, Siglas e Abreviaturas

CAISM – Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher

ECA – European Cytogeneticists Associaton

FCM – Faculdade de Ciências Médicas

ISCN – International System for Human Cytogenetic Nomenclature

inv – Inversão

qh – Heterocromatina do braço q de um determinado cromossomo

qh+ – Aumento da heterocromatina do braço q de um determinado cromossomo

ps+ – Aumento do satélite de um determinado cromossomo

PS – Privative service

RL – Reproductive loss

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas

UWH – University Women´s Hospital

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Resumo x

Resumo

Introdução: Embora até o momento um efeito fenotípico específico não esteja

associado a variantes polimórficas, observa-se uma prevalência mais elevada

destas variações entre os indivíduos que apresentam um fenótipo de abortamento

recorrente. Por outro lado, pouco se sabe sobre a participação destas variantes

entre fetos e neonatos com defeitos congênitos. Materiais e métodos: Foram

incluídos neste estudo 2060 resultados de cariótipos, de duas populações de estudo

diferentes: 1236 indivíduos provenientes de dois diferentes centros (público e

privado) e que haviam sido submetidos ao teste de cariótipo como parte da

investigação para a subfertilidade, e 824 fetos e neonatos com defeitos congênitos.

Resultados: Para os indivíduos com fenótipo de subfertilidade, nos dois

centros, a predominância de variações polimórficas foi de 8,9% e 3,8%. Entre os

fetos e neonatos, 37 (4,5%) indivíduos apresentaram variantes polimórficas.

Dentre esses pacientes, o achado clínico mais prevalente foi história prévia de

perda reprodutiva, apresentada nos progenitores em aproximadamente 54% dos

casos. Os defeitos craniofaciais e cardíacos foram descritos em aproximadamente

29% dos casos que apresentaram polimorfismos, seguidos pelos defeitos do

sistema nervoso central (21,6%), anomalias ósseas (16,2%), defeitos da parede

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Resumo xi

abdominal (13,5%) e alterações renais (10,8%). Conclusões: Os resultados

deste trabalho reforçam a necessidade da adequada divulgação da informação

citogenética completa nos resultados de cariótipo, com atenção específica em

relação às variantes polimórficas. Assim, prevê-se contribuir para uma melhor

compreensão da participação desses polimorfismos em conjuntos de fenótipos

específicos. Também reforçam a importância de investigação do cariótipo para

uma melhor caracterização do fenótipo de subfertilidade, mesmo na ausência

de perda fetal recorrente.

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Summary xii

Summary

Introduction: Although up to now a specific phenotypic effect has not been

associated to chromosome polymorphic variants such as inversions and variation in

length of heterochromatin segments, it has been widely noticed higher frequencies of

these variants among individuals who present a subfertility phenotype. On the

other hand little is known about the prevalence of these variants among fetuses

and neonates with congenital defects. Materials and methods: A total of 2060

karyotype results were included in this study from 1236 individuals of two different

centers who had been submitted to karyotyping as part of the investigation for

subfertility and 824 fetuses and neonates with congenital defects. Results: Among

individuals with the subfertility phenotype, in the two centers, the prevalence of

polymorphic variants was 8.9% and 3.8%. There was no significant difference

between the prevalence of polymorphic variants and other abnormalities in

individuals with or without previous history of reproductive loss. As for the fetuses

and neonates, thirty seven individuals (4.5%) presented polymorphic variants.

Among these patients, the most prevalent clinical finding was previous parental

history of reproductive loss in around 54% of the cases. Craniofacial and cardiac

defects were present in about 29% of them, followed by central nervous system

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Summary xiii

defects (21.6%), bone alterations (16.2%), abdominal wall defects (13.5%) and

kidney alterations (10.8%). Conclusions: Our findings reinforce the need to

disclose complete information on polymorphic variants in karyotype reports and

contribute to a better understanding of the genetic mechanisms that characterize

some prevalent congenital defects. Also indicate the usefulness of karyotype

results to better characterize the subfertility phenotype even in the absence of

recurrent fetal loss.

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Introdução 14

1. Introdução

1.1. Polimorfismos Cromossômicos

Os rearranjos cromossômicos têm importância particular no contexto da

saúde reprodutiva, uma vez que podem estar envolvidos na expressão de uma

série de fenótipos, incluindo as malformações fetais e as perdas gestacionais

sucessivas (1). Os gametas que apresentam alterações estruturais originam-se,

na maioria das vezes, de translocações cromossômicas equilibradas presentes

em um ou em ambos os genitores. É mais comum encontrar translocações

balanceadas em casais que já tiveram dois ou mais abortos espontâneos e em

homens inférteis do que na população em geral (2,3). Estima-se uma incidência

de translocações Robertsonianas de aproximadamente 0,1% na população

em geral e, em casais com abortamento de repetição, a prevalência é de

aproximadamente 8% (1,4).

Tanto as translocações recíprocas como as Robertsonianas são rearranjos

balanceados. Os indivíduos portadores não apresentam alterações fenotípicas

decorrentes das anomalias, exceção feita para os casos com microdeleções, ou

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Introdução 15

pequenas deleções envolvendo os pontos de quebra cromossômica nos quais

ocorreu a translocação, ou mesmo pela ruptura de genes localizados nestas

regiões (5,6). Os riscos existentes restringem-se à sua prole, pois, dependendo da

segregação ocorrida durante a gametogênese, pode haver a formação de fetos

cromossomicamente não-balanceados e, consequentemente não viáveis (3,5,7).

Algumas regiões cromossômicas, ou mesmo cromossomos inteiros, são

ricas em conteúdo gênico, enquanto outras não o são. As consequências

clínicas das anomalias estruturais do genoma refletem a natureza específica dos

genes e das sequências envolvidas. Assim, as anomalias dos cromossomos ricos

em genes ou regiões codificantes tendem a ser muito mais graves clinicamente

do que os defeitos similares envolvendo partes do genoma não codificantes (2).

Com relação à organização da cromatina no núcleo, esta se condensa e

descondensa-se durante o ciclo celular. Pode-se dividir em eucromatina,

que compõe as regiões não condensadas e geneticamente ativas, e em

heterocromatina. As regiões de heterocromatina constitutiva estão presentes nos

centrômeros e telômeros ou, ainda, intercaladas com regiões de eucromatina

nos braços cromossômicos. A heterocromatina pode ainda ser classificada em

constitutiva, quando permanentemente condensada e inativa em todos os tipos

de células, e facultativa, quando condensada somente em certos tipos de

células ou em estágios especiais do desenvolvimento (2).

Embora a maioria dos 50.000 genes estimados no genoma esteja

representada com DNA de cópia única, ou seja, DNA cuja sequência de

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Introdução 16

nucleotídeos é representada apenas uma vez, ou no máximo algumas vezes,

as sequências na fração de DNA repetitivo contribuem para manter a estrutura

cromossômica (2). A grande maioria dos genes está localizada a uma distância

significativa da região de heterocromatina presente nos centrômeros e nos

telômeros (8). No entanto, há uma zona de transição entre as regiões gênicas e

de heterocromatina que é denominada de região pericentromérica (9). Essas

regiões são pobres em sequências codificantes e possuem uma organização

complexa (10,11).

A integridade genética de uma célula depende da estabilidade de seus

cromossomos. Nesse sentido, os centrômeros desempenham um papel

importante na divisão celular (12). Através de técnicas moleculares, foi possível

verificar que a região de heterocromatina é composta de diferentes frações de

sequências repetitivas de DNA satélite. A região de heterocromatina do

cromossomo 9 é composta de sequências repetitivas de α satélite, β satélite e

satélite III (12, 13,14).

Na população geral são identificadas variantes dessas regiões constituindo

os polimorfismos cromossômicos. Esses polimorfismos são variantes estruturais da

normalidade, presentes nos cromossomos e que ocorrem com certa frequência nas

populações (15, 16, 17). Vale ressaltar, aqui, que um polimorfismo é uma

variação de DNA comum na população. Neste caso, nenhum alelo ou condição

específica é tido como a sequência ou condição-padrão. Ao invés disso, há duas ou

mais alternativas que são igualmente aceitáveis para uma determinada característica.

Existe um cut-off de 1%, arbitrário, para diferenciar um polimorfismo de uma

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Introdução 17

mutação. Ou seja, para que uma condição seja classificada como polimórfica, o

alelo menos frequente tem que estar presente em uma frequência, no mínimo,

de 1% na população em geral. Se essa frequência for menor que 1%, a

condição é tida como mutação e não polimorfismo (18).

Com aplicação de técnicas de bandamento e, mais recentemente, com

técnicas moleculares, é agora conhecido que os polimorfismos representam

heterocromatina constitutiva, principalmente da região centromérica dos

cromossomos, podendo os segmentos polimórficos variar em tamanho e

posição (19). Assim sendo, os polimorfismos cromossômicos estão, basicamente,

relacionados ao aumento de tamanho de regiões heterocromáticas ou, ainda, à

inversão de sequência.

As inversões ocorrem quando um único cromossomo sofre duas quebras

e é reconstituído com o segmento entre as quebras, mas em sentido invertido

(Figura 1). As inversões são de dois tipos. As paracêntricas, que não incluem o

centrômero e nas quais ambas as quebras ocorrem em um só braço, sendo

menos frequentes na população em geral (0,009% a 0,049%). As pericêntricas

incluem o centrômero e são as que apresentam uma quebra em cada braço (2).

A inversão pericêntrica é um achado comum em um laboratório de rotina

citogenética, refletindo sua prevalência na população em geral. Estima-se que

inversões pericentroméricas ocorram com uma frequência de aproximadamente

2% na população (16). Apesar de um efeito fenotípico específico não ter sido,

até o momento, associado às inversões consideradas polimórficas, a

recombinação da região invertida durante a meiose pode resultar na produção

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Introdução 18

de gametas desbalanceados com segmentos cromossômicos deletados ou

duplicados, gerando descendentes cromossomicamente anormais, abortos ou,

ainda, à ocorrência do efeito intercromossômico (6,15,20, 21, 22).

Figura 1: Fotomicrografia de cromossomos humanos mostrando um par do cromossomo 9, heterozigoto

para a inversão pericentromérica e a representação gráfica do bandamento cromossômico normal.

O segundo tipo de polimorfismo mais frequente envolve os cromossomos

1, 9, 16 e Y e estão relacionados à variação de tamanho de regiões

heterocromáticas, ou seja, as regiões de constricção secundária dos cromossomos

1, 9 e 16 e a região distal do braço longo do cromossomo Y (19) (Figura 2).

Figura 2: Fotomicrografia de cromossomos humanos mostrando aumento de heterocromatina

nos cromossomos 1, 9 e 16 e a representação gráfica do bandamento cromossômico normal.

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Introdução 19

Os polimorfismos cromossômicos são alterações citogenéticas estruturais

tidas como “silenciosas”. Os dados da literatura chegam a apontar uma frequência

de até 8% de polimorfismos na população. Durante muito tempo considerou-se

que estas variantes polimórficas não tinham qualquer efeito fenotípico (19). No

entanto, mais atualmente, uma nova linha de investigação, sustentada por vários

autores, como Ait-Allah et al (23), Screbniak et al (24), Minocherhomji (25) e

Collodel et al (17), tem apontado que essas variantes polimórficas podem estar

associadas ao fenótipo de subfertilidade. Essa variação de heterocromatina

pode estar associada a um aumento de instabilidade cromossômica, anomalias

congênitas e, até mesmo, predisposição ao câncer (13, 14, 26).

1.2. Cromossomopatias e Subfertilidade

Nos últimos 20 anos, o paradigma do comportamento reprodutivo das

mulheres sofreu grandes modificações, aumentando em 50% o número de

mulheres que optam por engravidar após os 35 anos. Apesar de não haver uma

conclusão que aponte uma relação de causa e efeito definitiva, verifica-se que

as taxas de abortamento também se elevaram, confirmando o achado de que a

idade materna avançada é um fator de risco independente para o abortamento,

principalmente devido ao aumento do risco de concepção de fetos com

cromossomopatias (5). A respeito dessa mudança de paradigma, vários autores

têm considerado como abortamento recorrente a observação de duas perdas

fetais, incluindo as não consecutivas (7, 27), contrapondo-se à definição

tradicional que se dava à observação de três ou mais eventos consecutivos,

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Introdução 20

antes de antingir-se a 20ª semana de gestação (28, 29). Em novembro de

2008, publicou-se uma recomendação da Sociedade Americana de Medicina

Reprodutiva definindo o conceito de perda recorrente a partir da segunda perda

reprodutiva, consecutiva ou não (30).

Com relação ao conceito de subfertilidade, este passou a ser utilizado de

forma não específica, para definir a falta de concepção, não desejada, incluindo

indivíduos com perda reprodutiva recorrente e indivíduos que apresentam

ausência de concepção (31).

A etiologia da perda fetal recorrente é multifatorial e, na maioria dos

casos, não é completamente esclarecida (28, 29). A perda fetal recorrente, de

forma isolada, não classifica um casal como infértil, incapaz de conceber, mas

caracteriza o fenótipo de subfertilidade, em que os indivíduos podem apresentar

fertilidade reduzida, com dificuldades para a concepção (31).

Além das causas genéticas, que explicam grande parte das perdas fetais

recorrentes, principalmente aquelas em idade materna avançada, outras causas

podem estar associadas à etiologia do abortamento recorrente como as

características intrínsecas de cada indivíduo, caracterizadas por deformidades

anatômicas, alterações endócrinas, imunológicas e hematológicas do casal (28,

29). Dentre todos os eventos passíveis de ocorrência em uma gestação, o

abortamento é a complicação mais comumente observada. Em geral, o

abortamento espontâneo atinge em torno de 10% a 20% dos casais em idade

reprodutiva, inserindo no contexto familiar angústia e sofrimento devido à

interrupção de uma gravidez (5, 6).

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Introdução 21

Os fatores genéticos são considerados como os mais relevantes na

natureza da perda fetal espontânea. Estudos revelam que aproximadamente

50% a 60% dos conceptos de primeiro trimestre, abortados naturalmente,

apresentam alterações cromossômicas (3). Cerca de 5% a 10% dos casais com

fracassos reprodutivos apresentam, em pelo menos um cônjuge, translocações

equilibradas e/ou inversões (24, 28, 29, 32).

O mosaicismo cromossômico, situação em que os indivíduos são

portadores de mais de uma linhagem de células, envolve principalmente os

cromossomos sexuais e tem sido descrito com uma média de frequência de

aproximadamente 12% na população (6). Muitas das aneuploidias surgem de

erros da primeira divisão meiótica nos oócitos, que é iniciada uma vez, durante

a vida fetal, em um número limitado de células e não se completa até a

ovulação. Um aumento na taxa de anormalidades cromossômicas no esperma

também foi relatado em casais com abortamento recorrente, sendo que 7% das

trissomias fetais demonstraram vir de erros na disjunção meiótica paterna (5).

Mulheres apresentando mosaicismo para uma linhagem celular 45,X, têm

uma incidência de aborto recorrente e natimortos entre 25% e 30% e entre 6%

e 8%, respectivamente (6, 33). Apesar de a maioria das mulheres 47,XXX

apresentarem um desempenho reprodutivo satisfatório, para algumas a

presença de células 47,XXX talvez possa ser um fator adverso para a qualidade

dos seus oócitos (33).

A incidência de subfertilidade parece estar elevada entre pacientes

adultos com inversão do cromossomo 9 comparado com a população em geral

(23,34). Segundo Colls et al. (15), alguns estudos associam a inversão do

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Introdução 22

cromossomo 9 com infertilidade e abortamento recorrente, resultado da

disjunção anormal durante a meiose, enquanto outros observaram um aumento

na frequência dessa inversão em familiares de portadores de síndrome de

Down, quando comparados com a população em geral.

A inversão pericentromérica do cromossomo 2 também é considerada

um polimorfismo frequente na população em geral. Esta anomalia não está

associada com uma síndrome ou anormalidade fenotípica específica, gerando

debates sobre as consequências clínicas dessa inversão (21, 24). Alguns

autores também associam esse tipo de inversão a anormalidades congênitas e

abortamento recorrente (16, 24).

1.3. Cromossomopatias e Malformações Congênitas

Das anomalias cromossômicas fetais, as aberrações numéricas são as

mais frequentes. Dentre estas, prevalecem as trissomias, seguidas de

poliploidias e monossomias do cromossomo X (1).

O mecanismo cromossômico mais comum nas aneuploidias é a não-

disjunção meiótica. Isto se refere à falha de um par de cromossomos em se

separar corretamente durante uma das duas divisões meióticas – meiose I e

meiose II – sendo diferentes para cada cromossomo. Todas as trissomias do

cromossomo 16 resultam da não-disjunção na primeira divisão meiótica

materna. A trissomia do cromossomo 13 ocorre devido a não-disjunção na

meiose I ou II, a trissomia do cromossomo 18 é quase inteiramente devido a

não-disjunção na meiose II e a trissomia do cromossomo 21 ocorre

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Introdução 23

principalmente devido a não-disjunção associada com recombinação anormal

na meiose I e também na meiose II (1, 2).

Além da não-disjunção clássica, na qual a segregação imprópria dos

cromossomos resulta de uma falha no pareamento ou na recombinação apropriada

dos cromossomos, ou ambos, outros mecanismos envolvem a separação

prematura das cromátides irmãs na meiose I, ao invés de na meiose II. Caso

isto ocorra, as cromátides separadas podem, por acaso, segregar-se para o

ovócito ou para o glóbulo polar, levando a um gameta não-balanceado (2).

Além das alterações numéricas, ocorrem ainda as alterações estruturais

balanceadas e não-balanceadas. Dentre estas, as mais frequentes são as

translocações – equilibradas ou não – as inversões, o aumento de heterocromatina,

as deleções e inserções. Tanto as alterações numéricas quanto as estruturais

podem ocorrer na forma de linhagem pura ou de mosaico (2, 29, 32).

Os rearranjos cromossômicos têm importância particular, uma vez que

podem levar a malformações fetais. Os gametas que apresentam alterações

estruturais originam-se, na maioria das vezes, de translocações cromossômicas

equilibradas presentes em um dos genitores (2, 3).

Os rearranjos balanceados raramente são identificados em termos clínicos, a

menos que a pessoa portadora do rearranjo tenha um filho com um complemento

cromossômico não-balanceado e sejam realizados estudos familiares. Os rearranjos

não-balanceados provavelmente chamam a atenção em termos clínicos, em função

dos dismorfismos e do retardo no desenvolvimento físico e mental da pessoa

cromossomicamente anormal (2).

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Introdução 24

Durante muito tempo os polimorfismos cromossômicos foram considerados

variantes normais na população, mesmo no contexto da Medicina Fetal. No

entanto, mais recentemente, alguns autores começaram a relatar frequências

aumentadas de inversão do cromossomo 9 em fetos que apresentaram algum

tipo de alteração ao exame ultrassonográfico pré-natal. As alterações relatadas

incluem polidrâmnio, oligodrâmnio, aâmnio, hidronefrose, hidroureter, encefalocele e

síndrome de Prune Belly (35). Outros sugerem uma associação da inversão do

cromossomo 9 com alguns distúrbios psiquiátricos e atraso de desenvolvimento

neuro-psico-motor (35, 36).

Um dos primeiros trabalhos a evidenciar essas alterações em associação

à inversão do cromossomo 9 foi relatado por Uehara et al. (37). Estes autores

descreveram que, em fetos fenotipicamente normais, era frequente o achado de

oligodrâmnio ou polidrâmnio ao ultrassom no período pré-natal.

A indicação do estudo citogenético em casais com história de abortamentos

recorrentes é importante para se esclarecer a etiologia da perda fetal e prevenir

a malformação congênita. Em seus estudos, Celep et al.(3), Yuce et al. (27) e

Sugiura-Ogasawara et al. (38) enfatizam a importância de se investigar as

causas genéticas em casais com abortamento recorrente e/ou óbito fetal, pois

muitos casais, apesar de terem sofrido dois ou mais abortamentos recorrentes,

ainda tentam novas possibilidades de reprodução, mesmo sem ter conhecimento da

etiologia do abortamento.

O estudo do cariótipo convencional do sangue periférico é indicado para

casais que apresentam fenótipo de subfertilidade, fazendo parte dos protocolos

de rotina de muitos centros, inclusive no CAISM. Um cariótipo alterado, de um

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Introdução 25

dos indivíduos do casal, pode significar desde a total impossibilidade até chances

reduzidas de concepção, devido à repercussão desse fenômeno na formação

dos gametas e/ou na viabilidade do embrião e feto. Em se tratando de uma anomalia

sem chances de correção para gestações futuras, o aconselhamento genético

torna-se vital como parte da assistência ao casal, para que estes possam decidir

como conduzir o processo, diante dos riscos reprodutivos futuros, inclusive

considerando a possibilidade de utilização de técnicas de reprodução assistida.

O polimorfismo é um achado frequente na prática de um laboratório de

citogenética; entretanto, relatar esse achado no laudo final é facultativo.

Acredita-se que as prevalências dos polimorfimos possam estar subestimadas.

Assim, frente à importância do tema e à quase inexistência de estudos

consolidados no Brasil, decidiu-se pela condução do presente estudo.

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Objetivos 26

2. Objetivos

2.1. Objetivo geral

Avaliar a prevalência de alterações citogenéticas e polimorfismos

cromossômicos no contexto da saúde reprodutiva.

2.2. Objetivos específicos

Determinar a prevalência de polimorfismos cromossômicos em casais com

fenótipo de subfertilidade atendidos no CAISM e em uma clínica privada;

Determinar a prevalência de polimorfismos cromossômicos em fetos e

neonatos com malformações congênitas avaliados no CAISM;

Verificar, dentre os resultados de cariótipos alterados, qual a anomalia

mais prevalente nos três grupos de pacientes analisados;

Descrever os achados clínicos mais prevalentes, dentre as malformações

congênitas, em fetos e neonatos com polimorfismos cromossômicos.

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Materiais e Métodos 27

3. Materiais e Métodos

3.1. Desenho do estudo

Descritivo com componente retrospectivo e prospectivo

3.2. Tamanho amostral

Foram incluídos no estudo resultados de cariótipos, processados no

laboratório de Citogenética do CAISM/Unicamp, de casais com fenótipo de

subfertilidade atendidos no Ambulatório de Perdas Gestacionais no período de

janeiro de 2003 a março de 2009. Também se incluíram os resultados de

cariótipos de casais com fenótipo de subfertilidade, atendidos em um serviço

privado, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2008.

Também fizeram parte do estudo os resultados de cariótipos de fetos ou

neonatos malformados, atendidos pelo Ambulatório de Pré-Natal Especializado –

Medicina Fetal, cujos cariótipos foram investigados no Laboratório de Citogenética do

CAISM/Unicamp, no período de janeiro de 2003 a abril de 2009.

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Materiais e Métodos 28

O período para os casais com fenótipo de subfertilidade, fetos e

neonatos malformados atendidos no CAISM foi estipulado pelo fato de ter sido

o mesmo analisador e o mesmo revisor em todos os casos.

3.3. Seleção dos Sujeitos

3.3.1. Casais com fenótipo de subfertilidade

Este estudo incluiu 202 indivíduos com resultados de cariótipos (101

casais) com fenótipo de subfertilidade, atendidos no Ambulatório de Perdas

Gestacionais e no Laboratório de Citogenética do CAISM/Unicamp, no período de

janeiro de 2003 a março de 2009. Também incluiu 1034 resultados de cariótipos de

casais (517 mulheres e 517 homens) com fenótipo de subfertilidade, atendidos

em um serviço privado, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2008.

3.3.2. Fetos e neonatos malformados

A amostra foi composta de 824 fetos ou neonatos, atendidos pelo

Ambulatório de Pré-Natal Especializado – Medicina Fetal, cujos cariótipos foram

investigados no Laboratório de Citogenética do CAISM/Unicamp, no período de

janeiro de 2003 a abril de 2009. O cariótipo foi obtido a partir de sangue do

cordão umbilical, líquido amniótico, sangue de punção cardíaca, sangue

periférico ou vilosidades coriônicas.

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Materiais e Métodos 29

Critérios de Inclusão

– Casais com história de dois abortamentos espontâneos, podendo ser

consecutivos ou não.

– Fetos ou neonatos malformados analisados através do ultrassom pré-

natal ou de exame clínico.

Critérios de Exclusão

– Já ter sido submetido(a) à radioterapia ou quimioterapia;

3.4. Técnicas

Para os casais com fenótipo de subfertilidade atendidos no serviço

privado foi realizada a consulta aos prontuários como forma de acesso aos

laudos e resultados de cariótipo, provenientes de diversos laboratórios externos

de citogenética.

Para os casais, fetos e neonatos atendidos no CAISM, utilizou-se a

técnica de cariótipo convencional com bandamento G, para todos os casos, e

com bandamento C em casos selecionados. Os protocolos utilizados foram

aqueles descritos no Manual de Processos dos Laboratórios Clínicos

Especializados. Resumidamente, após a coleta de sangue em tubo

heparinizado, procedeu-se ao cultivo celular de 500 µl de sangue total em meio

completo [meio de cultura HAM F-10 a 10% de soro fetal bovino e 100µl de

fitohemaglutinina 10µg/ml (Gibco)], em duplicatas, à 37ºC, por 68 a 72 horas.

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Materiais e Métodos 30

Posteriormente, o material foi processado com hipotonia em solução de cloreto

de potássio (KCl 0,075M) por 10 minutos e fixação em Carnoy (metanol:ácido

acético 3:1) até que o pellet estivesse límpido. A suspensão celular foi aplicada

em lâmina de vidro e corada com corante Giemsa Wright. As culturas de líquido

amniótico e vilosidades coriônicas foram cultivadas em Meio Modificado Mem

Alpha, 15% de soro fetal bovino e 15% de suplemento AmnioMax (Gibco).

Foram analisadas 20 metáfases por caso. Em caso de suspeita de mosaicismo

este número foi expandido para 100.

Na presença de alguma variante polimórfica, aplicou-se a técnica de

Bandamento C, para confirmação das alterações nos segmentos de

heterocromatina. Nesta técnica, a lâmina foi incubada em ácido acético 45%, a

60oC durante 15 minutos, em seguida lavada com água gelada e água corrente.

Depois foi incubada em solução de hidróxido de bário 0,35M, durante 5 minutos

em temperatura ambiente, sendo enxaguada em água acidificada com HCl e

depois em água corrente. Em seguida foi incubada em tampão 2XSSC a 60oC

durante 30 minutos. No dia seguinte a lâmina foi corada com Giemsa a 10%.

3.5. Coleta de Dados

Os dados dos resultados dos cariótipos foram obtidos através de análise

de prontuário para os casais do serviço privado. Para os casais e fetos ou

neonatos malformados atendidos no CAISM, foi feito um levantamento no

banco de dados do laboratório de citogenética e, posteriormente, análise do

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Materiais e Métodos 31

prontuário. A coleta do sangue periférico dos casais acompanhados no CAISM

foi realizada pela equipe de enfermagem do Ambulatório de Perdas Gestacionais. A

coleta de sangue periférico dos casais acompanhados nas clínicas particulares

foi realizada em local indicado pelo médico responsável. O material coletado

dos fetos e neonatos foi realizado pela equipe médica do CAISM.

3.6. Controle de qualidade

O laboratório de citogenética do CAISM/Unicamp possui um controle e

registros de todos os equipamentos (manutenção e temperatura) e meios

utilizados (registros referentes ao lote, data de fabricação, validade, fabricante,

teste de esterilidade). O referido laboratório está em acordo com as normas

internacionais de Boas Práticas de Laboratório, NR 32, Normas para Trabalho

em Contenção com Material Biológico, VISA e ANVISA.

Como as culturas de sangue periférico, líquido amniótico, vilosidades

coriônicas e sangue fetal para o cariótipo convencional já estão bem implementadas,

não foi necessário passar por um processo de validação da técnica.

Os resultados das análises de todas as técnicas utilizadas foram

conferidos por um segundo analisador, seguindo critérios internacionais de

assertividade, rastreamento e controle de qualidade.

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Materiais e Métodos 32

3.7. Processamento e análise dos dados

Para todos os casos, pelo menos 5 imagens foram capturadas em um

sistema informatizado e analisadas através do software BandView (Applied

Spectral Imaging), montado em um microscópio Zeiss Axiophot. A descrição

dos cariótipos foi realizada com base no International System for Human

Cytogenetic Nomenclature 2005 (ISCN) [39].

Quanto às características clínicas dos casais, foram preenchidas fichas

de dados referentes à idade dos indivíduos no momento da primeira avaliação,

bem como o número de abortamentos, filhos vivos, crianças polimalformadas e

natimortos, apresentados por cada casal. Em relação às características clínicas dos

fetos ou neonatos com malformação congênita, foram coletados dados referentes

às alterações verificadas no ultrassom pré-natal ou através do exame clínico.

Os resultados de citogenética e os dados clínicos foram planilhados

utilizando-se o software Excel, onde também foram realizados os cálculos de

porcentagens. Estatisticamente, quando aplicável, utilizou-se o teste exato de

Fisher para o cálculo do valor “p”. Também se aplicou o cálculo de odds ratio.

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Publicação 33

4. Publicação

Artigo 1 - Chromosome polymorphism association with the subfertility

phenotype revisited

Artigo 2 - Chromosomal Polymorphic Variants: A Relevant Finding During

Cytogenetic Investigation for Prenatal Congenital Defects?

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Publicação 34

4.1. ARTIGO 1

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Publicação 35

Chromosome polymorphism association with the subfertility phenotype

revisited

Campanhol, CL1, Couto, EC 2, Heinrich, JK1, Barini, R. 2,3

1Cytogenetics Laboratory at the Women´s Hospital (CAISM), State University of

Campinas, UNICAMP, Campinas, SP, Brazil, 2Recurrent Loss Outpatient Clinics,

Obstetrics Area at the Women´s Hospital (CAISM), State University of Campinas,

UNICAMP, Campinas, SP, Brazil, 3Department of Gynecology and Obstetrics, Faculty

of Medical Sciences, State University of Campinas, UNICAMP, Campinas, SP, Brazil

3Correspondence address. Department of Gynecology and Obstetrics, Faculty of

Medical Sciences, State University of Campinas, UNICAMP, Campinas, SP, Brazil. Tel:

+55-19-3521-9356; E-mail: [email protected]

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Publicação 36

ABSTRACT

BACKGROUND: Although a specific phenotypic effect has not been associated

to chromosome polymorphic variants such as inversions and variation in length

of heterochromatin segments so far, it has been widely noticed higher

frequencies of these variants among individuals who present a subfertility

phenotype. METHODS: A total of 1236 individuals from two different centers

who had been submitted to karyotyping as part of the investigation for subfertility

were reviewed and included in the study. RESULTS: Approximately 25% of the

cases presented abnormal karyotype results, including numerical and structural

abnormalities and also the polymorphic variants. In the two centers, the

prevalence of polymorphic variants was 8.9% and 3.8%. CONCLUSIONS: There

was no significant difference between the prevalence of polymorphic variants

and other abnormalities in individuals with or without previous history of

reproductive loss. Our results reinforce the need of a better standardization for

reporting polymorphic variants and also indicate the usefulness of karyotype

results to better characterize the subfertility phenotype even in the absence of

recurrent fetal loss.

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Publicação 37

Introduction

In the past, recurrent spontaneous abortion was defined as three or more

consecutive pregnancy losses and estimated to occur in 5% of all couples. More

recently, as reproductive paradigms have been reviewed, a broad subfertility

denomination has been assigned to couples with reproductive failure, either

through the occurrence of spontaneous miscarriage or through the occurrence

of difficulties to conceive. Nowadays, couples presenting two pregnancy losses,

including those which are not consecutive, have also been referred to

reproductive investigation [1,2,3,4]. The isolated recurrent fetal loss does not

classify a couple as infertile or incapable to conceive, but may characterize a

more contemporary understanding of the subfertility phenotype, a condition in

which the individuals present a reduced fertility, with difficulties to accomplish

conception and a viable offspring [5]. Several factors are associated with the

etiology of the subfertility phenotype such as anatomic, hormonal, immunological,

hematological and genetic alterations as well as infectious agents and unknown

causes [3,6,7].

Chromosomal abnormalities are considered to be responsible for 50% of

spontaneous abortions in the first trimester, including numerical alterations, structural

chromosome rearrangements (translocations, inversions, deletions and duplications)

and mosaicism. About 5 to 10% of couples with reproductive failures present

balanced translocations and/or inversions, in at least one partner [6,8].

Sex chromosomes are the most commonly involved in human

chromosomal aberrations and may disturb reproduction [9,10]. The chromosome

changes in autosomes, especially reciprocal translocation involving acrocentrics,

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Publicação 38

such as Robertsonian translocations, can disturb sperm density by some central

effect during spermatogenesis. The presence of a small extra marker

chromosome in the karyotype is also a condition associated with the disruption

of the human spermatogenic sequence [10, 11]

Balanced translocations have no phenotypic effect. However, unbalanced

translocations are likely to have an effect on the phenotype and at the viability of

pregnancy [12].

An unbalanced structural abnormality ascertained after miscarriage could

have been caused it, and may result from chromosomal segregation errors during

gametogenesis, in one of the parents with a balanced rearrangement. When

products of conception contain an unbalanced structural rearrangement, it is

advisable to examine the parental chromosomes and determine whether a parent

carries a balanced rearrangement which may put them at risk of having a further

conceptus with additional and/or missing chromosome material [2, 10, 13, 14].

The pericentric inversion is a common finding in a cytogenetic laboratory

routine, despite the 2% frequency in the general population for this condition [15].

Although a specific phenotypic effect have not been associated to these

polymorphic inversions so far, the recombination of the inverted region during

meiosis can result in the production of gametes with deficient or duplicated

chromosome segments, generating abnormal descending or abortions [16, 17, 18].

Several authors have reported that heterochromatin polymorphisms are

present in 1 to 8% of specific groups in the population. Increase of

heterochromatic regions of chromosomes 1, 9, 16 and Y as well as increase of

satellite in acrocentric chromosomes is often found. However, in the past, they

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Publicação 39

were not reported to be associated with any phenotypic repercussion. More

recently, these heterochromatin variations were reported to be associated with

the increase of chromosomic instability, congenital anomalies and even with

cancer predisposition [19, 20, 21]. When a structural rearrangement such as an

inversion, occurs in a chromosome, the segregation of the other chromosomes

may be affected, a phenomenon called interchromosomal effect [22].

In order to better understand the role of chromosome polymorphisms in a

specific population of individuals with the broad definition of the subfertility

phenotype and considering that many authors have been observing increased

rates of polymorphic variants in couples with recurrent reproductive losses, we

aimed on determining the prevalence of polymorphic variants in individuals with

the subfertility phenotype and on reviewing previous findings of other groups

and policies on how to report polymorphic variants.

Materials and Methods

Individuals assigned for this study were already included in clinical investigation

for reproductive failure in a private service and in the Recurrent Loss Outpatient

Clinics of the Women´s University Hospital, considered as a state reference

center. To be included in the study, couples had to present the phenotype of

subfertility. Individuals were classified under this term as they presented both

unwilled difficulties to conceive after one year of unprotected intercourse and/or

two reproductive losses (spontaneous loss during the fetal or neonatal period,

consecutively or not). The sample size comprised 1236 karyotype reports.

Cytogenetic results of 202 patients were assessed from the Cytogenetic Laboratory

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Publicação 40

of the Women´s Hospital at the State University of Campinas Brazil (UWH) and

1034 reports were assessed at a private service (PS), located in the same city,

in the period between January 2003 to March 2009 (UWH) and January 2000 to

December 2008 (PS). Chromosome analysis was part of the clinical

investigation in both cases. In the PS, only the cytogenetic reports information

was collected in order to access the frequencies for the polymorphic variants and

other abnormalities. For the cases from the University Hospital, all karyotypes

were analyzed by the same technician and clinical records were reviewed. In

this case, chromosome preparations were obtained from 68-72 hours

lymphocyte cultures and analyzed with conventional G and C-banding as in

conventional routine protocols. At least 20 metaphases were analyzed for each

case. When mosaicism was suspected, 100 metaphases were analyzed.

Karyotypes were classified according to the International System for Human

Cytogenetic Nomenclature 2005 [23]. Image was acquired and analyzed through

the BandView Software (Applied Spectral Imaging) mounted in a Zeiss Axiophot

microscope. As the assignement of chromosome polymorphisms rely on

subjective interpretation, all karyotypes were reviewed by two independent and

blind readers. Inversions were assigned by the observation of the specific

banding pattern and length variation of heterochomatic segments was assigned

in the presence of segments which had double or half the size of the counter

region in the unaffected homolog. The study was approved by the institutional

Ethics Committee. Fisher´s exact test was applied to evaluate statistical

significance when appropriate.

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Publicação 41

Results

The mean age of the women who had undergone investigation was 29 (19-42)

in the UWH and 33 (25-47) in the PS. Among men, the average age was 31 (16-

46) and 36 (26-55) respectively. Summarized results are presented in tables 1,

2 and 3. The frequencies of abnormal karyotype results were 18.3% for the

UWH and 6.7% for the PS, including numerical and structural abnormalities and

also the polymorphic variants. The frequency of individuals affected by a

polymorphic variant was 8.9% in the UWH and 3.8% in the PS.

As clinical records were checked in the UWH, individuals were separated

into two groups, one with clinical history of reproductive loss and other group

with no positive history of reproductive loss. Two episodes of spontaneous

abortion or perinatal loss would include an individual in the group with history of

reproductive loss. By the other hand, individuals with no positive history were

those with no report on reproductive loss but still under investigation as they

presented difficulties to achieve reproductive success through means of a viable

offspring.

Discussion

A wide variation in the frequencies of chromosome abnormalities was observed

in our sample ranging from 6.7% in the private service to 18.3% in the University

Women´s Hospital. It is interesting to consider that in the UWH, a higher

frequency of numerical abnormalities was detected probably due to the

standardization of a number of 100 metaphases that are analyzed in each case.

Kiss et al [24] has recently proposed that a higher number of metaphases

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Publicação 42

should be analyzed in couples with recurrent fetal loss under cytogenetic

investigation to exclude low mosaicisms. We account that the differences

regarding the frequency of polymorphisms in the two different groups of patients,

which is higher among the patients from the UWH, are due to the

standardization to disclose every polymorphic variants in the final cytogenetic

report. As the cytogenetic reports from the PS would come from many different

and private cytogenetic laboratories, it would be difficult to reach the same level

of standardization. In Brazil, as well as in other countries, there´s no current

statement on how to report these chromosome polymorphisms and the

information decision lays on the cytogeneticist experience and will to report them

[25, 26]. In a survey conducted by the American College of Pathologists among

cytogeneticists, in 2006, it was reported that 97% of them would consider 1,9,16

or Yqh+ or qh- as a heteromorphism but only 24% of them would register them

in the final report. By the other hand, 86% would consider inv(9) as a

heteromorphism and 75% would report it. Regarding prominent acrocentric

satellites, 95% would consider it but only 26% would report it [26]. Disclosing all

polymorphic variants in the final cytogenetic report would allow other

researchers to access real frequencies for the polymorphisms, especially in

groups with specific phenotype profiles. To avoid unnecessary misinterpretation

of the reports by the clinician and the patient, it would be strongly recommended to

add an interpretative comment clearly indicating the significance of the findings.

Another issue to be considered is the fact that we have found similar

frequencies for polymorphic variants in couples with and without reproductive

losses (RL). If considered together, structural and numerical abnormalities, we

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Publicação 43

could also observe the lack of a significant difference between the two groups

(9.1% for the group with RL and 10% for the group without RL). This finding

would suggest the importance to access the karyotype of every individual who

presents the phenotype of subfertility which would name any form or grade of

reduced fertility in couples trying to conceive [5]. It would represent a shift in the

current models for cytogenetic investigation referral, as supported by other

authors, but could also represent a better management of the subfertility

phenotype, avoiding both over and under treatment. At all times, genetic

counseling should be offered to couples who are under investigation and it is

suggested to declare that, although the chromosome polymorphisms represent

an expected population variability, several and recent studies have displayed

higher frequencies of these variants within individuals who present subfertile

phenotype. In the future, other molecular studies will allow the investigation of

the chromosome regions involved in these polymorphisms, specifically in the

transitions between euchromatin and heterochromatin aiming a full understanding

of the relationship between chromosome structure and function within coding

and non-coding sequences of the genome.

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Publicação 48

Table 1 – Distribution of cytogenetic results in the Women´s Hospital and

the Private Service

UWH Private Service TOTAL

N % N % N %

Normal 165 81.6% 964 93.2% 1129 91.3%

Numerical 12 5.9% 17 1.6% 29 2.3%

Structural 7 3.4% 13 1.2% 20 1.6%

Polymorphic 18 8.9% 40 3.8% 58 4.6%

TOTAL 202 1034 1236

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Publicação 49

Table 2: Distribution of observed cytogenetic classification according to

clinical history of reproductive loss (RL)

NORMAL POLYMORPHISM STRUCTURAL NUMERICAL ANY TOTAL

with 110 10 2 10 22 132

RL 83.3% 7.6% 1.5% 7.6% 16.7% 100.0%

without 55 8 5 2 15 70

RL 78.6% 11.4% 7.1% 2.9% 21.4% 100.0%

Odds Ratio - 1,60 5,00 0,40 1,36

(IC 95%) (0.6 (0.94 (0.08 (0.66

4.2) 26.6) 1.89) 2.8)

TOTAL 165 18 7 12 202

Fisher´s Exact Test: 0.0805

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Publicação 50

Table 3: Description of abnormal karyotype results at the UWH and at the PS

ANEUPLOID STRUCTURAL POLYMORPHIC

Mosaic with 45,X 7 46,XY,der(8)(10pter→10p13::8p23→8qter) 1 9qh+ 2

Mosaic with 45,X and 47,XXX 3 46,XX,t(4;9)(p16;p23) 2 16qh+ 3

Mosaic with 47,XXX 1 Robertsonian 4 Yqh+ 1

Mosaic with mar 1 21,22ps+ 4

14pstk+ 1

inv(9)qh 6

inv(1)qh 1

TOTAL 12 TOTAL 7 TOTAL 18

Mosaic with 45,X 7 46,XY,der(6)(6qter-6p25::19p13.1-pter) 1 1qh+ 1

Mosaic with 45,X and 47,XXX 3 46,XY,t(3;5)(q12;q12) 1 9qh+ 11

Mosaic with 47,XXX 5 46,XX,t(6;10)(q21;p13) 1 Yqh+ 3

Mosaic with mar 2 46,XX,t(2;9)(q32;q22) 1 13,14,15,21,22ps+ 7

46,XX,t(9;16)(q34;q12) 1 13,14,15pstk+ 4

46,XX,ins(9;4)(q31;q22q33) 1 15cenh 2

46,XX,t(8;19)(q24.3;p13.1),9qh+ 1 inv(9)qh 10

46,XY,t(5;13)(q13;q22) 1 inv(8)qh 1

46,XX,t(2;5)(q31~33 - qter) 1 inv(1)qh 1

Robertsonian 4

TOTAL 17 TOTAL 13 TOTAL 40

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Publicação 51

4.2. ARTIGO 2

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Publicação 52

Chromosomal Polymorphic Variants: A Relevant Finding During

Cytogenetic Investigation for Prenatal Congenital Defects?

Campanhol, CLa, Andrade, KCb,d, Heinrich, JKa,d, Barini, Rc,d

aCytogenetics Laboratory at the Women´s Hospital (CAISM), State University of

Campinas, UNICAMP, Campinas, SP, Brazil

bUltrasound Unit at the Women´s Hospital (CAISM), State University of Campinas,

UNICAMP, Campinas, SP, Brazil

cDepartment of Gynecology and Obstetrics, Faculty of Medical Sciences, State

University of Campinas, UNICAMP, Campinas, SP, Brazil

dFetal Medicine Unit at the Women´s Hospital (CAISM), State University of Campinas,

UNICAMP, Campinas, SP, Brazil

3Correspondence address. Department of Gynecology and Obstetrics, Faculty of

Medical Sciences, State University of Campinas, UNICAMP, Campinas, SP, Brazil. Tel:

+55-19-3521-9356; E-mail: [email protected]

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Publicação 53

ABSTRACT

Objectives: To investigate the prevalence of chromosome polymorphisms in

fetuses and neonates with congenital defects. Methods: Perinatal karyotype

analysis and clinical findings of 824 individuals. Results: Polymorphic variants

were observed in 4,5% of the individuals. The most prevalent congenital defects

observed were craniofacial and cardiac defects. Conclusion: Our findings

reinforce the need to disclose complete information of polymorphic variants in

karyotype reports and contribute to a better understanding of the genetic issues

that characterize some prevalent congenital defects.

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Publicação 54

INTRODUCTION

Human chromosomes present polymorphic variants in the general population

with regard to chromosomal structure, shape and size. This variation is

considered to be a polymorphism as it affects a considerable percentage of

individuals. The most frequent polymorphic variants reported are chromosomal

inversions, specially affecting chromosomes 2 and 9 and length variation of

heterochromatic segments within the satellites of the acrocentrics and

centromeric regions of several chromosomes such as 1, 9, 16 and Y [1, 2]. The

frequency of these polymorphisms ranges widely, considering different

populations, risks and also ethnicity. In general, the percentages range from 1 to

10%, depending on the population studied. In the African-American population

(3.57%), slightly above average in Hispanics (3.42%), and relatively low in

Caucasians (0.73%) and Asians (0.26%) [3]. In Brazil, it has been accepted

frequencies ranging up to 1.5% approximately.

It is widely known that the most relevant and prevalent cytogenetic

abnormality found in the prenatal and perinatal period is aneuploidy, specifically

of the chromosomes 13, 18, 21, X and Y. Although the polymorphic variants

have turned to be a frequent finding in cytogenetic reports of subfertile couples,

there is still a lack of evidence for a link between these variants and congenital

defects which are not fully explained by typical and expected other genetic

abnormalities [1, 4, 5].

Although polymorphic variants usually occur within non-coding sequences of

the genome, it is important to note that other physical mechanisms are involved.

It is mandatory to have breakage and reunion of chromosomal segments with

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Publicação 55

possible disruption of important genes in the neighbouring coding area. By the

other hand, variation in length of chromosome segments may involve duplication

or disruption of gene regions. It is not fully understood what lies beneath the

transition areas of euchromatin and heterochromatin and the analysis of

chromosome polymorphisms prevalences might help to better elucidate the role

of these abnormalities in the genome.

In order to better understand the role of chromosome polymorphisms in a

specific population of fetuses and neonates with congenital defects and

considering that many authors and our group have been observing increased

rates of polymorphic variants in the clinical practice, we aimed on determining

the prevalence of polymorphic variants in our state reference center and on

reviewing previous findings of other groups and policies on how to report

polymorphic variants considering that all karyotypes were analyzed under the

same laboratory and analyzer quality controls.

MATERIALS AND METHODS

Eight hundred and twenty and four cases of fetuses or neonates were

referred to cytogenetic investigation due to the observation of dysmorphologic

features through prenatal ultrasound examination or clinical neonatal

examination at the Women´s Hospital (CAISM) of the State University of

Campinas, from January 2003 to April 2009. This period of time comprised the

same standardization for polymorphism evaluation in our center, with the same

senior cytogeneticist who assigned the first or the second reading and slide

conference and assured a a strict quality control. Patients´ clinical records were

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Publicação 56

assessed to ascertain information on clinical history. The record revealed that

informed consent was obtained prior to each invasive procedure. Either amniotic

fluid, blood or chorionic villi were collected to obtain fetal karyotype. All the

cases included in the study were referred to clinical investigation and none were

included only for research purposes.

Using routine protocols, cell culture was performed to obtain chromosomal

preparations which were submitted to conventional G and C-banding respectively.

A case was considered to carry a polymorphic variant if the following

abnormalities were observed: paracentric inversion of chromosomes 2, pericentric

inversion of chromosome 9, variation in heterochromatin length of chromosomes 1,

9, 16 or Y, and variation in satellite length of chromosomes 13, 14, 15, 21 and 22.

RESULTS

All patients were referred to cytogenetic investigation due to abnormal

ultrasound in the prenatal period or due to abnormalities found through clinical

exam soon after birth. The karyotype results are summarized on tables 1 and 2.

Around 74% of the cases presented a normal karyotype, followed by 19.5% of

aneuploidies, 1.8% of structural abnormalities and 4.5% of cases with

polymorphic variants. Trisomy 21 was the most prevalent aneuploid, followed by

trisomy 18, monosomy X and trisomy 13. Fifteen patients displayed structural

abnormalities and 37 present polymorphic variants. The most prevalent variant

was inv(9) with 10 affected subjects. By the other hand, if taken together,

variation in length of heterochromatic segments was the most prevalent finding

with 26 cases. As for the congenital defects detect through clinical or

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Publicação 57

ultrasonographic examination, approximately 60% of the cases presented

multiple malformations. The most prevalent clinical finding regarded previous

history of fetal loss. More than half of our cases (54%) were parented by

individuals who had already presented at least one episode of reproductive loss.

The most prevalent malformations, with the same percentage of cases (29.7%),

was craniofacial defects and cardiopathy, followed by central nervous system

defects (21.6%), bone alterations (16.2%), abdominal wall defects (13.5%) and

kidney alterations (10.8%). Clinical findings are summarized on tables 3 and 4.

DISCUSSION

The observed prevalence for polymorphisms was considered high (4.5%)

if compared to the average frequency described in the literature for chromosome

polymorphisms in general. Around 1-2% in the general population and around 3-

4% in sub-fertile couples cohorts [1, 3, 4]. As far as we know, our study

constitutes the first large database analyzed for chromosomal polymorphisms

during the prenatal and neonatal periods, with a description of the relevant

clinical findings of congenital defects.

Our results corroborate with the literature to observe that aneuploidy is

still the most prevalent cytogenetic finding within fetuses and neonates who

presented at least one malformation through ultrasound examination.

For many years in the past, cytogenetic reports undisclosed polymorphic

variants findings as there was no clear recommendation on how to report them

nor strong clinical evidence of a link between the occurrence of a polymorphic

variant and an affected phenotype [1, 6, 7].

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Publicação 58

More recently, many studies have reported on the results of the practical

observation in clinics which is that the prevalence of polymorphic variants is

higher not only in sub-fertile couples when compared with fertile couples, but

also that these variants are frequently observed with higher frequencies in

fetuses and/or neonates with congenital defects and who are referred to

chromosomal investigation [1, 4, 7, 8] observed that fetuses who presented

polymorphisms frequently presented polyhydramnios or oligohydramnios. More

recently some authors have published their cytogenetics casuistics and

commented on the observation that polymorphic variants are frequently

observed in patients with mental retardation [9, 10].

It is important to note that even specific characteristics that would not

naturally refer a patient to karyotype investigation were present in our sample.

For a better understanding of the mechanisms underlying the role of the

polymorphic variants, especially in fetuses and neonates with dysmorphologic

features, it would be important to investigate the karyotype, prenatally or after

birth of all these individuals, taking into account the risks for an invasive

procedure and other complications. Also, our large database revealed that the

occurrence of polymorphic variants is even more frequent than structural

abnormalities during the prenatal and neonatal periods and indicates the

importance to disclose the complete data about these polymorphic variants

specifically within the final cytogenetic report which, in the future, might help to

better elucidate all the genomic implications involved in this situation.

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Publicação 61

Table 1: Distribution of the cytogenetic classification according to the type

of sample analyzed

Fetal Blood Am.Fluid Heart P. P.Blood CV TOTAL

N % N % N % N % N % N %

NL 242 78.5% 134 70.5% 37 84% 178 71.2% 20 62.5% 611 74.1%

Num 49 15.9% 42 22.1% 5 11.3% 54 21.6% 11 34.3% 161 19.5%

St 5 1.6% 5 2.6% 0 0,00% 4 1.6% 1 3.1% 15 1.8%

P 12 3.9% 9 4.7% 2 4.5% 14 5.6% 0 0.0% 37 4.4%

308 37.3% 190 23% 44 5.3% 250 30.3% 32 3.8% 824

Legends

Am.Fluid: Amniotic Fluid / Heart P.: Heart Punction / P.Blood: Peripheral Blood / CV:

chorionic villi / NL: Normal results / Num: Numerical abnormalities / St: Structural

abnormalities / P: Polymorphisms

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Publicação 62

Table 2: Description of abnormal karyotype results for fetuses and

neonates

ANEUPLOID STRUCTURAL POLYMORPHIC

X monosomy 18 46,XX,del11(q14→qter)[4]/ 46,XX[46] 1 1qh+ 6

Trisomy 13 16 46,XX,del(8)(q24→qter) 1 9qh+ 5

Trisomy 18 34 46,XX,del(9)(p22→pter) 1 16qh+ 7

Trisomy 21 63 46,XY,del(Y)(pter→q11.2) 1 14,15,21,22ps+ 7

47,XXX 1 46,XY,t(1;8)(q41;p23) 1 9qh+,16qh+ 1

Triploidy 8 46,XX,der(5),t(5;6)(p15.2;p21.3)mat 1 inv(9)qh 10

48,XXX,+18 1 46,XX,der(4)t(4;9)(p16;p23) 1 inv(1)qh 1

47,XX,+mar 1 46,XX,add(4)(q28) 1 TOTAL 37

Robertsonian + Trisomy 9 46,XY,add(8p) 1

Mosaic with 45,X 2 46,XY,add(9p) 1

Mosaic with trisomy 8 2 46,XX,r(13) 1

Mosaic with trisomy 13 1 Robertsonian 4

Mosaic with trisomy 21 3

Mosaic with mar 2 TOTAL 15

TOTAL 161

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Publicação 63

Table 3: General description of clinical findings for the individuals carrying

a polymorphic variant.

CASE FINDING CLINICAL FINDINGS Others

1 inv(1) Onfalocele

2

1qh+

Rabdomioma Rabdomioma

3 Silver Russel Syndrome

4 Craniofacial anomalies Trisomy 21

5 Craniofacial anomalies, hand anomalies, Dandy-Walker, cardiopathy

6 Previous history of chromosome 18 deletion Trisomy 13

7 Holoprosencephaly Holoprosencephaly

8

9qh+

Craniofacial anomalies

9 Onfalocele

10 Cardiopathy

11 Anencephaly

12 Fetal ascitis Fetal ascitis

13

16qh+

Craniofacial anomalies, ventriculomegaly

14 Cardiopathy

15 Altered Nuchal Translucency Altered Nuchal Translucency

16 Neural tube defect, bone anomalies, multicystic kidney

17 Hydropsy Hydropsy

18 Cardiopathy, craniofacial anomalies, bone anomalies Trisomy 18

19 Bone anomalies 20

ps+

Diaphragmatic hernia, craniofacial anomalies Diaphragmatic hernia

21 Encephalocele Hepatomegaly

22 Kidney agenesy, criptorquidy Criptorquidy

23 Splenomegaly and hepatomegaly Splenomegaly and hepatomegaly

24 Onfalocele

25 Gastroschisis

26 Ventriculomegaly

27

inv(9)qh

Bone anomalies, cardiopathy

28 Craniofacial anomalies, hand anomalies

29 MACP III Pulmonar defects

30 Acrany and cardiopathy

31 Craniofacial anomalies, bone anomalies, imperfurated anus, kidney agenesy

32 Hipospady, kidney agenesy, IUGR, craniofacial anomalies, ventriculomegaly Hipospady

33 Coroid plex cyst

34 Cardiopathy

35 Craniofacial anomalies, cardiopathy

36 Dandy Walker

37 9qh+,16qh+ Isolated hipospady Hipospady

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Publicação 64

Table 4: Distribution cases and prevalence of the clinical findings

according to the polymorphic karyotype results.

Poli/oligo Multiple

Malformations

Previous Fetal Loss

Craniofacial

Cardiopathy

Abd Wall CNS Kidney Bone TOTAL

inv1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2

1qh+ 1 5 4 3 3 1 1 0 0 18

9qh+ 3 1 4 1 1 1 1 0 0 12

16qh+ 0 4 3 2 2 0 2 1 3 17

ps+ 1 5 4 1 1 2 1 1 0 16

inv9qh 4 7 4 4 4 0 3 2 3 31

Total 9 22 20 11 11 5 8 4 6 96

% 24.3% 59.4% 54% 29.7% 29.7% 13.51% 21.6% 10.8% 16.2%

IC (95%)

10.3%- 43.4%- 37.8%- 14.8%- 14.8%- 2.3%- 8.2%- 0.7%- 4.2%-

38.3% 75.5% 70.3% 44.7% 44.7% 24.7% 35.1% 21% 28.3%

Legends: poli/oligo: presence of polyhydramnio or oligohydramnio. Abd Wall: presence

of abdominal wall defects. CNS: presence of central nervous system defects.

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Discussão 65

5. Discussão

A possibilidade de verificar a existência de variantes polimórficas em um

cariótipo remonta, praticamente, ao advento da própria citogenética

convencional. Com o passar do tempo não foram desenvolvidas novas técnicas,

com exceção do bandamento C, relatado pela primeira vez em 1972, para

marcação de heterocromatina constitutiva, com diferentes protocolos (47). No

entanto, a interpretação da repercussão fenotípica desses achados polimórficos

ainda constitui-se em um dos maiores desafios da área da citogenética.

No contexto da saúde reprodutiva, questiona-se a repercussão dos

achados, principalmente em casais que apresentam abortamento recorrente,

sendo esta a área que agrega, sem sombra de dúvida, o maior número de

publicações que apontam uma frequência aumentada de variantes polimórficas

do que na população em geral. Apesar de existir consenso com relação ao

aumento da frequência, ressalta-se que sua quantificação é bastante variável.

Em um trabalho de revisão sobre a frequência de anormalidades

cromossômicas em casais com perdas gestacionais recorrentes, Kiss e

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Discussão 66

colaboradores relatam frequências que variam de 0,6% a 2,8% para anomalias

de todos os tipos, sendo, dentro dessas, de 3% a 30% aquelas consideradas

como polimórficas, mais especificamente as inversões pericentroméricas (6).

Embora as variantes polimórficas sejam consideradas anomalias

silenciosas presentes na análise do cariótipo, este estudo revelou elevadas

taxas dessas variantes tanto em pacientes do serviço privado como do hospital

universitário, bem como entre os fetos e neonatos malformados. Esse valor

aumentado pode refletir o fato deste trabalho ter incluído amostras de pacientes

acompanhadas em um serviço de referência terciário e em um serviço privado

especializado em pacientes que apresentam insucesso reprodutivo.

Por outro lado, é interessante notar que indicar a presença de um

polimorfismo, no laudo que seguirá para o médico solicitante e paciente, é

facultativo. Em normatizações europeias indica-se, inclusive, que a variação da

normalidade (variação polimórfica) não deve ser indicada no laudo final, ficando

apenas registrada nas anotações internas do laboratório, para que não haja

uma interpretação controversa por parte do profissional não-citogeneticista (46).

Nos Estados Unidos, o grupo de Citogenética do Colégio Americano de

Patologistas, que normatiza a prática da citogenética naquele país, declara que

não há um padrão estabelecido para o registro dos heteromorfismos no laudo

citogenético, ficando a critério do citogeneticista responsável pelo exame a

decisão de reportá-los ou não (45). No Brasil, não existe uma normatização

com relação à informação em laudo das variantes da normalidade, existindo

uma sugestão da Sociedade Brasileira de Genética de que variantes

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Discussão 67

cromossômicas normais, como tamanho de heterocromatina e satélite, exceto

aquelas envolvendo quebra e reunião de cromossomos, não necessitam ser

incluídas na descrição dos resultados. Aponta-se, entretanto, que se forem

mencionadas, o seu significado deve estar claramente descrito nos comentários

dos laudos (48).

No Laboratório de Citogenética do CAISM, local onde foi realizado o

presente estudo, optou-se desde 2002 pelo registro dos polimorfismos em

laudo, em todos os casos. Assim sendo, é possível que os dados apresentados

na literatura possam estar subestimados devido à falta de normatização com

relação à descrição dos polimorfismos em laudo, viés este não encontrado na

prática do laboratório do CAISM.

É ainda importante ressaltar que muitos autores indicam a possibilidade

de reportarem-se os polimorfismos relacionados às inversões, pois estas

apresentam duas quebras de DNA na estrutura do cromossomo, deixando-se

em um segundo plano a possibilidade de informação dos aumentos de tamanho

de heterocromatina (45). No presente estudo, em que não houve seleção dos

polimorfismos a serem reportados, verificou-se que as frequências para

aumento de tamanho de heterocromatina são tão ou mais prevalentes do que

as inversões, tanto nos casos dos casais com fenótipo de subfertilidade, como

nos casos de fetos e neonatos acompanhados para defeitos congênitos. Dessa

forma, é possível que vários trabalhos que publicaram que as inversões são

mais prevalentes do que os aumentos de tamanho de heterocromatina possam

ter apresentado dados subestimados. Em um trabalho apresentado por um

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Discussão 68

consórcio de profissionais do Colégio Americano de Patologistas em 2006,

reportou-se que aproximadamente 90% dos profissionais optam por reportar as

inversões. No entanto, aproximadamente apenas 25% dos profissionais reportam

os aumentos de heterocromatina nos laudos (45). Especificamente para os

casos de fetos ou neonatos portadores de malformações incluídos neste estudo,

observou-se que o aumento de heterocromatina dos cromossomos 1, 9 ou 16 e

aumento de satélite dos acrocêntricos, se somados, são 100% mais prevalentes

do que os casos com inversão do cromossomo 9. O mesmo é observado nos

casos incluídos de casais com fenótipo de subfertilidade.

Com relação às outras alterações encontradas nos dois trabalhos,

verificou-se que os polimorfismos são mais prevalentes que as anomalias

estruturais. Em fetos e neonatos, o achado mais prevalente continua sendo o

das aneuploidias, seguido pelos polimorfismos e, posteriormente, as anomalias

estruturais. Para os casais com fenótipo de subfertilidade, a prevalência de

polimorfismos chega a ultrapassar o das aneuploidias, sendo o segundo maior

achado, depois do cariótipo normal.

Como este trabalho envolveu a maior casuística de pacientes brasileiros

e, até onde conhecemos, é o terceiro trabalho internacional a envolver mais do

que mil indivíduos com cariótipos analisados e o primeiro trabalho estruturado

para avaliar polimorfismos em fetos ou neonatos com malformações, os

resultados deste estudo validam a importância do registro em laudo das

variantes da normalidade, como os polimorfismos; sejam eles constituídos por

inversões ou aumento de tamanho de regiões heterocromáticas, com o

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Discussão 69

subsequente comentário interpretativo do achado em questão, para que não

haja um entendimento controverso por parte do profissional não-citogeneticista.

A nomenclatura citogenética descrita na ISCN de 1995 e 2005 (39, 40), apesar

de internacional e padronizada, apresenta peculiaridades e é de difícil

compreensão para um profissional não especialista em citogenética.

Apesar de ainda não haver consenso científico, o aumento da frequência

de polimorfismos é um achado frequente em um Laboratório de Citogenética,

no contexto da saúde materno-fetal. É possível que, no futuro, e com a

contribuição das sequências mapeadas do genoma humano, seja possível

identificar regiões específicas, por array CGH, que estejam envolvidas em

alterações de número de cópia. Essas variações parecem agrupar-se perto de

sítios conhecidos de microdeleções ou outros genes relacionados a patologias.

Assim sendo, a visualização dos heteromorfismos, por citogenética

convencional, pode constituir-se em um marcador para a triagem de casos para

investigação molecular. Por outro lado, investigações complementares com

técnicas de biologia molecular poderão indicar pequenos ganhos ou perdas

genômicas associadas à ocorrência dos heteromorfismos e, assim, levar à

descoberta de novas sequências envolvidas na etiologia de malformações fetais

específicas ou ao fenótipo estendido de subfertiilidade em casais, mesmo na

ausência de abortamento recorrente.

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Conclusões 70

6. Conclusões

– A prevalência de polimorfismos cromossômicos em casais com fenótipos de

subfertilidade e em fetos e neonatos malformados observados no presente

estudo indica que estas alterações podem estar relacionadas com o efeito

fenotípico em seus portadores.

– As variantes polimórficas constituem as anomalias cromossômicas mais

prevalentes nos casais com fenótipo de subfertilidade com cariótipos alterados,

independentemente do atendimento em serviço público ou privado, enquanto

que no grupo de fetos e neonatos malformados são as aberrações

numéricas.

– Fetos e neonatos malformados com variantes polimórficas apresentaram

como achados clínicos mais prevalentes: história familiar prévia de perda

fetal, defeitos craniofaciais, cardiopatias, defeitos do sistema nervoso central,

anomalias esqueléticas, defeitos de parede abdominal e anomalias renais.

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Referências Bibliográficas 77

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Anexos 78

8. Anexos

8.1. Anexo 1 – Carta de aprovação do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa - FCM/Unicamp e Carta de aprovação no Comitê de Pesquisa do Departamento de Tocoginecologia – FCM/Unicamp

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Anexos 79

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Anexos 80

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Anexos 81

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Anexos 82