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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO DE FISIOTERAPIA AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE ERGONOMIA NAS EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA PAULISTA Bragança Paulista 2007

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE FISIOTERAPIA

AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE ERGONOMIA NAS

EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA PAULISTA

Bragança Paulista

2007

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO DE FISIOTERAPIA

AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE ERGONOMIA NAS

EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA PAULISTA

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso de fisioterapia da Universidade São Francisco, sob a orientação da Profª Dra Rosimeire Simprini Padula, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação.

Bragança Paulista

2007

NETTO, Ana Paula Hofman. Avaliação da Implantação de programas de

ergonomia nas empresas do município de Bragança Paulista. Monografia

defendida e aprovada na Universidade São Francisco em 5 de dezembro de 2007

pela banca examinadora constituída pelos professores

__________________________________________________________________________

Profª Dra Rosimeire Simprini Padula

USF - orientadora

__________________________________________________________________________

Profª Dra Elaine Cristina Leite Pereira

USF - examinador

__________________________________________________________________________

Prof João Victorino

USF - examinador

À minha vó Olga, minha eterna saudade (in memorian ) Ao meu amor Odilon, companheiro inseparável

AGRADECIMENTOS

A realização deste estudo consistiu numa trajetória de momentos de angústia

e solidão, mas também, compreensão e companheirismo se fizeram presentes.

Ao chegar a conclusão, a sensação que tenho como dir-se-ia Gandhi, que “a

chegada não é nada comparada ao caminho”. E neste caminho permeado de

dificuldades e incertezas, muitas pessoas foram fundamentais para a realização

deste trabalho.

À Deus pela presença em todos momentos de minha vida.

Aos meus familiares, pelo carinho e incentivo constante para a realização

deste trabalho.

À minha amiga Mariana, que me apoiou e demonstrou seu carinho em tantos

momentos de insegurança e inquietude.

À Francine Guaraldo e Fabiana Andrade, pela dedicação e contribuição

significante na elaboração deste trabalho.

E especialmente, agradeço à prof Rose, pela aceitação de orientar este

trabalho.

“Você vê o que existe e pergunta por quê. Eu imagino o que não existe e pergunto: por que não?” George Bernard

NETTO, Ana Paula Hofman. Avaliação da Implantação de programas de ergonomia nas

empresas do município de Bragança Paulista. 2007. 40f. Monografia de conclusão de

curso - Curso de Fisioterapia da Unidade Acadêmica da Área de Ciências Biológicas e da

Saúde da Universidade São Francisco.

RESUMO

O cenário da realidade contemporânea contextualiza as transformações no mundo do

trabalho e seu impacto na saúde do trabalhador. Esse processo constante de reestruturação

produtiva e organizacional requer a valorização do trabalhador nas empresas. A ciência que

estuda a relação do homem e o seu ambiente de trabalho é a Ergonomia. Neste sentido, a

ergonomia proporciona aquisição de diferencial, tanto na prevenção da saúde humana como

na ampliação da eficácia da organização no ambiente de trabalho. O presente trabalho tem

como objetivo avaliar a implantação da Ergonomia nas empresas do município de Bragança

Paulista – SP. Para o desenvolvimento desta avaliação, foi aplicado um questionário de

avaliação de Ergonomia para quantificar o número de empresas que desenvolvem o projeto

de Ergonomia na cidade e qualificar sua abordagem teórico – prática. Foram escolhidas

aleatoriamente 28 empresas das 154 cadastradas pelo SEBRAE no ano de 2005. Os

resultados obtidos indicaram pouco comprometimento das empresas para a implantação de

programas em Ergonomia, com apenas 25% de adesão e pouco conhecimento sobre seus

fundamentos. Pode-se concluir que a Ergonomia é de grande relevância para a saúde do

trabalhador, mas devido à questões socioculturais regionais, ainda é necessário uma maior

conscientização e concretização para a implantação de programas de Ergonomia nas

empresas.

Palavras-chave: ERGONOMIA, MERCADO DE TRABALHO, SAÚDE DO TRABALHADOR .

ABSTRACT

The scenery of the reality contemporary context the transformations in the world of the

work and his impact in the worker's health. That constant process of productive and

organizational restructuring requests the worker's valorization in the companies.The science

that studies the man's relationship and his work atmosphere is the Ergonomics. In this sense,

the ergonomics provides acquisition of differential, so much in the prevention of the human

health as in the enlargement of the effectiveness of the organization in the work atmosphere.

The present work has as objective evaluates the implantation of the Ergonomics in the

companies of the municipal district of Bragança Paulista – SP ( Brazil ). For the development

of this evaluation, a questionnaire of evaluation of Ergonomics was applied to quantify the

number of companies that they develop the project of Ergonomics in the city and to qualify

his theoretical approach - practical. They were chosen occasionally 28 companies of the 154

registered by Sebrae in the year of 2005. The obtained results indicated little compromising

of the companies for the implantation of programs in Ergonomics, with only 25% of adhesion

and little knowledge on their foundations. We can to conclude that the Ergonomics is of great

relevance in the transformation of the organizational culture, but due to regional sociocultural

subjects and, mainly to the organizational culture of the companies, it is still necessary a

larger understanding and materialization for the implantation of programs of Ergonomics in

the companies.

Keywords: ERGONOMICS. JOB MARKET. ORGANIZATIONAL CULTURE. HEALTH.

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................................9

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................10

1.1 História da ergonomia.......................................................................................10

1.2 Definição de ergonomia....................................................................................12

1.3 Ergonomia e tecnologia....................................................................................13

1.4 Ergonomia e qualidade de vida no trabalho ...................................................14

1.5 Ergonomia e as doenças ocupacionais ..........................................................16

1.6 Ergonomia e fisioterapia na saúde do trabalho..............................................17

1.7 Ergonomia e norma regulamentadora 17 (NR-17) ..........................................18

1.8 Ergonomia e comitês ........................................................................................18

1.9 Perspectivas da ergonomia..............................................................................19

2. JUSTIFICATIVA....................................................................................................20

3. OBJETIVO GERAL...............................................................................................21

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................22

4. METODOLOGIA ...................................................................................................23

5. RESULTADOS......................................................................................................24

6. DISCUSSÃO .........................................................................................................30

7. CONCLUSÃO .......................................................................................................34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................35

ANEXO A - Questionário de avaliação em ergonomia .........................................38

ANEXO B - Carta de apresentação ........................................................................39

9

LISTA DE ABREVIATURAS

ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia

CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

DORT – Doenças Osteomusculares relacionadas ao Trabalho

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LER – Lesões por esforços repetitivos

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

NR – Norma Regulamentadora

OMS – Organização Mundial da Saúde

QVT – Qualidade de Vida no Trabalho

SEBRAE – Serviço Brasileiro de apoio às micro e pequenas empresas

SSO – Saúde e Segurança Ocupacional

10

1. INTRODUÇÃO

1.1 História da ergonomia

Numa perspectiva histórico-cultural, o surgimento da Ergonomia constitui uma

abordagem do trabalho humano e suas interações no contexto social e tecnológico

(ABRAHÃO, 2002).

O trabalho é um fenômeno complexo e multidimensional, sendo caracterizado como

um modo de produção desenvolvido em um momento histórico. Desse modo, toda

sociedade é um momento no processo histórico. Escravismo, feudalismo e capitalismo são

exemplos e formas sociais desenvolvidas e estruturadas nas relações que dominam o

processo e a organização do trabalho, e esses por sua vez, determinam historicamente, as

transformações tecnológicas (DELIBERATO, 2002)

Os primeiros estudos sobre as relações entre o homem e o trabalho originam- se no

período pré–histórico (VIDAL, 2001). O período de gestão da ergonomia remete ao homem

pré – histórico, no qual a atividade de produção do mesmo era adaptar os objetos artificiais

e o ambiente natural às suas necessidades e, conseqüentemente à sua sobrevivência (IIDA,

1990). O período pré-histórico é caracterizado pela formação e a organização primitiva das

relações básicas das sociedades humanas (DELIBERATO, 2002).

A decadência da produção artesanal no início do século XVIII, devido ao acelerado

crescimento populacional e a racionalização da produção, evidenciou mudanças no

processo de trabalho e produção. A especialização das etapas de produção começou a ser

considerada como um meio eficiente de proporcionar destreza ao trabalhador no

desempenho de suas atividades e minimizar o tempo de jornada de trabalho (DELIBERATO,

2002).

A eficiência da produção continuou a ser questionada no século XIX. As

transformações no trabalho, conseqüentes aos avanços tecnológicos, repercutiram numa

nova visão sócio – econômica nas sociedades (ABRAHÃO, 2002).

A partir desse momento surge o capitalismo, cujo marco exponencial é a Revolução

Industrial, caracterizada pela evolução tecnológica aplicada aos processos produtivos e nas

relações sociais (DELIBERATO, 2002).

O centro dessas profundas mudanças tecnológicas é a Inglaterra, sendo que os

demais países como a França, Alemanha e Bélgica, se integram definitivamente somente

11

em meado do século XIX, quando a Revolução Inglesa já se encontrava num estágio mais

avançado (IIDA, 1990).

As duas fases da Revolução Industrial correspondem á uma etapa significante no

crescimento do capitalismo, as quais englobam o período entre o século XIX, a Primeira

Guerra Mundial (1914–1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939–1945) (DELIBERATO,

2002).

No período de guerras, é implantado definitivamente a indústria mecanizada com

produção automatizada, repercutindo na reestruturação sócio, político–econômica no mundo

(VIDAL, 2001).

Os estudos científicos relacionados com a fisiologia do trabalho, continuaram à

desenvolver-se em laboratórios, acumulando conhecimentos sobre a natureza do trabalho

humano. Esses conhecimentos contribuíram para transformar, gradativamente, conceitos do

Taylorismo (IIDA, 1990).

Surge nessa época, o taylorismo, cujo termo refere-se à Frederick Winslow Taylor

(1856–1915), um engenheiro americano que iniciou no final do século passado o movimento

de administração científica do trabalho e se notabilizou pela sua obra “Princípios de

Administração Científica“, publicado originalmente em 1912 (IIDA, 1990). Por meio de

métodos empíricos, Frederick W. Taylor buscava a racionalização da produção com

aumento da produtividade e a motivação econômica do trabalhador (RODRIGUES, 1995).

Henry Ford, um adepto do taylorismo, acreditava que uma das necessidades básicas

para a prosperidade do trabalhador referia-se aos aspectos físicos do local de trabalho

(DELIBERATO, 2002).

O taylorismo e o fordismo proporcionaram aos trabalhadores da época melhores

condições de trabalho e lucratividade de forma proporcional à sua produção. Porém, a

elevação da produção repercutiu num decréscimo da qualidade de vida do trabalhador,

considerando-se as jornadas de trabalho prolongadas e o estresse físico e mental, como

desmotivadores para os mesmos (TAYLOR, 1995).

Essa interpretação serviu de paradigma científico do início do século até o início da

segunda metade do século passado, quando na Inglaterra e Estados Unidos, foram

formados laboratórios de estudos da saúde dos trabalhadores empregados na indústria da

guerra (VIDAL, 2001). Estabeleceram-se os laboratórios de engineering psychology ou

human factors nas forças armadas americanas. Na Inglaterra cunhou-se o termo Ergonomia,

fundando-se a Ergonomic Research Society em 1949. Em 1961, foi criada a International

Ergonomics Association (IEA), que atualmente representa associações de ergonomia em

12

diferentes países, incluindo no Brasil, como a Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo)

(MORAES & SOARES, 1989).

Sendo assim, houve significativas mudanças de gestão organizacional, rompendo-se

com o modelo Taylor-Fordiano, ao deixar de privilegiar a produtividade pela mecanização e

passar a promovê-la pela humanização desses ambientes produtivos (ABRAHÃO, 2000).

Dessa forma há a valorização e a qualificação do trabalhador (DELIBERATO, 2002).

Sob esta perspectiva, observou-se um rápido e progressivo desenvolvimento da

ergonomia nas décadas de 1960 e 1980, principalmente com a globalização, que evidenciou

a participação de forma mais efetiva da mesma no processo de reestruturação do trabalho

(ABRAHÃO, 2000).

A ergonomia desde sua criação tem ampliado sua visão experimental, tendo

enfatizado os aspectos físicos, cognitivos, e psicológicos numa visão holística de inter –

relação com os aspectos sociais e culturais na sociedade contemporânea (SILVA, 2000).

1.2 Definição de ergonomia

A primeira definição de Ergonomia foi feita em 1857, na égide do movimento

industrialista europeu. Esta definição foi feita por um cientista polonês, Wojciech

Jarstembowsky, numa perspectiva típica da época, de se entender ergonomia como uma

ciência natural em um artigo intitulado “Ensaios de Ergonomia ou Ciência do trabalho,

baseada nas leis objetivas das ciências sobre a natureza”. Esta primeira definição

estabelecia que a ergonomia como uma ciência do trabalho requer que entendamos a

atividade humana em termos de esforço, pensamento, relacionamento e dedicação.

(IIDA,1990).

Porém, somente na data de 12 de julho de 1949, pela Fundação Ergonomics

Research Society, um grupo de cientistas e pesquisadores interessados em discutir,

formalizar e aplicar este novo conceito interdisciplinar da ciência, que a ergonomia se

expandiu no mundo industrializado (IIDA, 1990). Posteriormente, na segunda reunião deste

mesmo grupo, ocorrida em 16 de fevereiro de 1950, foi proposto o neologismo ergonomia,

formado pelos termos gregos de ergo (= trabalho) e nomos (= regras, leis naturais) (IIDA,

1990).

Uma definição concisa da Ergonomia é “o estudo do relacionamento do homem e o

seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de

anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos nesse relacionamento

(Ergonomics Research Society)” (IIDA, 1990). Não há unanimidade na definição de

13

ergonomia, sendo que diversos autores têm proposto definições para o termo ergonomia,

como Montmollin, 1971 em que “A ergonomia é a tecnologia das comunicações homem-

máquina”. GRANDJEAN, 1968 “A ergonomia é uma ciência interdisciplinar, na qual

compreende a fisiologia e a psicologia do trabalho, bem como a antropometria, é a

sociedade do trabalho”. “A ergonomia pode ser definida como o estudo científico das

relações entre o homem e seu ambiente de trabalho” WISNER, 1972. “A ergonomia é o

conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários á concepção de

instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto

e eficácia” ( IIDA, 2005; VIDAL,2001; COUTO,1995 ). A ergonomia é o estudo da adaptação

do trabalho ao homem.

Apesar das divergências conceituais ao longo do tempo, alguns aspectos são comuns

às várias definições existentes, como a aplicação dos estudos ergonômicos, a natureza

multidisciplinar, o fundamento nas ciências e a concepção do trabalho (ABRAHÃO, 1996).

A ergonomia considera como critério de avaliação do trabalho, uma tríade formada

pela segurança dos homens e dos equipamentos, a eficiência do processo produtivo e o

bem - estar dos trabalhadores nas situações de trabalho (ABRAHÃO, 1999). Determinantes

como, o agente da ação (o ergonomista), o sujeito da ação (trabalhador) e a própria ação

(trabalho) devem ser articuladas para promover a organização do trabalho

(ABRAHÃO,1996).

A ergonomia tem como objetivo principal tornar as interfaces do sistema de trabalho

mais adequadas às características psicomorfológicas humanas (GONÇALVES, 2004).

1.3 Ergonomia e tecnologia

As transformações que se processam no mundo do trabalho evidenciam um novo

paradigma de organização das relações econômicas, sociais e políticas. Esse paradigma

com diferentes denominações, mundialização, globalização e terceira revolução industrial e

tecnológica, é baseado fundamentalmente num processo constante de reestruturação

produtiva e organizacional, pelas quais resultam em novas formas de competitividade global

(ABRAHÃO, 2002).

As reestruturações que as organizações têm feito para se alinharem à competitividade

no mercado global, criam importantes tensões psíquicas entre seus empregados (RIO,

2000).

Abrahão (1996) afirma que:

14

Atualmente, com a automação nos setores secundários e terciários da economia e com a introdução da robótica, os setores produtivos começam a perceber cada vez mais, que os meios técnicos determinados pela organização do trabalho devem ser adaptados às especificidades do funcionamento humano.

Neste sentido, a ergonomia vem sendo solicitada cada vez mais a atuar na análise de

processos de reestruturação produtiva, sobretudo, no que se refere às questões

relacionadas à caracterização da atividade e à inadequação dos postos de trabalho, em

especial em situações de mudanças ou de introdução de novas tecnologias, demonstrando

a transformação do conteúdo e da natureza cognitiva do trabalhador, o qual encontra- se

cada vez mais distanciado de seu objeto de trabalho (ABRAHÃO, 2000).

Estes fatos têm grande importância para análise ergonômica do trabalho, pois a

mesma tem se empenhado para demonstrar que as tarefas aparentemente mais monótonas

e as estritamente repetitivas exigem adaptação permanente dos trabalhadores às variações

das máquinas e da matéria–prima (WISNER, 1994).

Ao trabalhar com as novas tecnologias, o especialista em ergonomia deve garantir não

apenas eficiência e a produtividade dos sistemas desenvolvidos, mas deve estar atento

também para os problemas de saúde, segurança e bem estar psicológico e social dos

trabalhadores envolvidos com as mesmas (IIDA, 1990).

Reconhecendo-se a magnitude e a gravidade do problema, a ação educadora nas

empresas, nesse ponto, focaliza-se no aprimoramento da qualidade de vida de seus

empregados e habilidades mais adequadas para eles lidarem com as múltiplas pressões

que estão submetidos no cotidiano. Pois, qualidade de vida é a base para construção e

manutenção de um capital humano, sendo o mesmo, inserido num clima organizacional, de

criatividade, competitividade e lucratividade do mercado de trabalho (RIO, 2000).

1.4 Ergonomia e qualidade de vida no trabalho

A conceituação de Qualidade de Vida pode ser descrita como essência ou aptidão da

existência, do modo de vida peculiar aos animais racionais. Contudo, a palavra qualidade e

saúde muitas vezes são confundidas.

A definição de saúde segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é “a condição

de bem estar que inclui não apenas o bom funcionamento do corpo, mas também o

vivenciar uma sensação de bem estar psicológico e social” (MENDES & LEITE, 2005).

O trabalho industrializado, mecanizado e a automação, aliados à uma busca

desenfreada pela produtividade e pela quantidade, vêm impondo condições extremamentes

15

insalubres e prejudiciais á saúde humana como um todo (CANETE, 1996). As

transformações tecnológicas do mundo moderno levaram os indivíduos ao sedentarismo e à

inatividade física (BOUCHARD, 2003).

Os resultados da rotina diária sobre a saúde dos trabalhadores se manifestam pelos

desajustes psicológicos e pelos desgastes que podem ocorrer nos diferentes sistemas

corporais durante a execução de uma tarefa ocupacional (MENDES & LEITE, 2005).

A ausência de políticas governamentais e empresariais, e de metodologias dirigidas à

promoção da saúde do trabalhador, resultam em séries de problemas que atingem o

trabalhador, a família, a empresa e toda a cidade (GONÇALVES, 2004).

Sabe-se que o estado físico e emocional do trabalhador afeta de maneira significativa

a capacidade de trabalho e de realização de outras atividades comuns da vida social.

Segundo O´Donnell (2001):

As condições de exposição aos riscos, resultam em aspectos positivos para os trabalhadores, como: favorecimento à prevenção do controle das doenças, especialmente as crônico – degenerativas; estimulação do desejo de participar e trabalhar na produção de bens e serviços; direcionamento das ações para a estruturação de um processo construtivo para a melhoria do rendimento no desempenho das tarefas e a propagação do ambiente organizacional mais adequado a atividades colaborativas entre as pessoas do mesmo setor ou de toda a empresa.

Sabe-se que a melhoria dos níveis de produtividade está relacionada à elevação do

lucro das empresas, resultando da produção de maior quantidade e qualidade dos produtos

e serviços com menor número de horas de trabalho (GONÇALVES, 2004).

Os programas de atenção à saúde dos trabalhadores devem focalizar atividades

educacionais que tenham como objetivo avaliar e reduzir as condições de risco à saúde na

qual ela se encontra, e fazer a promoção da saúde (GONÇALVES, 2004).

Um fator importante de ser levado em consideração na elaboração de um programa de

Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), é que este deve estar adaptado a filosofia, missão,

visão e objetivos da empresa, e que a hierarquia e a importância dos critérios utilizados

podem sofrer mudanças de acordo com as características do grupo e do ambiente que está

sendo pesquisado (ROCHA, 2002).

16

1.5 Ergonomia e as doenças ocupacionais

A automação dos setores secundários e terciários caracteriza na maioria das vezes,

na redução da mão de obra, nos riscos de acidentes, no esforço físico geral, mas por outro

lado, tem elevado a eficiência dos serviços e aumentado a produtividade. Os trabalhadores

permanecem por longos períodos em posições estáticas diante de postos de trabalho,

desempenhando tarefas mecânicas e repetitivas que, no decorrer do tempo, ocasionam

desconforto físico e, por fim, a fadiga mental e física. A rigidez articular e muscular fazem

parte do cotidiano dos trabalhadores, contribuindo para o surgimento ou agravamento das

doenças ocupacionais (QUEIROGA, 2000). A automatização gerou um estresse global entre

os trabalhadores (ASSUNÇÃO & ROCHA, 1991).

As lesões ocupacionais são responsáveis por um grande número de afastamentos

médicos de trabalhadores de áreas operacionais, tendo como influência direta na redução

da capacidade laborativa dos trabalhadores (RIO, 2000).

O trabalho excessivo, postura inadequada, repetições constantes do mesmo

movimento e condições críticas de materiais, equipamentos e instalações da empresa,

desencadeiam grandes tensões no corpo, que originam males que são responsáveis pelo

afastamento ou até invalidez permanente do profissional (CODO & ALMEIDA, 1997).

As lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Lesões por traumas cumulativos (LTC)

são patologias manifestadas caracterizadas por dor crônica, que acometem as estruturas

neuro-músculotendíneas, manifestando-se principalmente no pescoço, cintura escapular e

membro superior, juntos ou isoladamente, em decorrência do trabalho, causados pelo uso

repetitivo e/ou forçado de grupos musculares ou pela manutenção de posturas inadequadas

(COURY, 1997).

A nova terminologia adotada na atualização de 1997 pelo Instituto Nacional de

Seguridade Social (INSS) do Ministério da Previdência Social (MPAS), como distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), consolida a idéia da multicausalidade

para as lesões ocupacionais ( CODO & ALMEIDA, 1997).

Um conjunto de alterações podem ser adotadas quando temos resultados de uma

análise ergonômica (demanda, tarefa e atividade), possibilitando a realização de palestras,

modificação na organização do trabalho, instituindo revezamento ou rodízios, adequando os

instrumentos, equipamentos ou outros objetos de uso do trabalhador, favorecendo a

melhora da postura e correto manuseio do equipamento. O estudo ergonômico fornece

subsídios para identificar os problemas no local de trabalho, e que podem estar associados

à possíveis causadores de lesões, dores, insatisfações e baixa produtividade (QUEIRÓGA,

2000).

17

1.6 Ergonomia e fisioterapia na saúde do trabalho

A atuação da fisioterapia nas empresas cresce a cada dia, devido á descoberta, pelos

empresários, da importância de investimento em ações preventivas nas suas empresas,

para o combate de doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (NASCIMENTO,

2000).

Em qualquer atividade, a organização do trabalho está voltada para assegurar o nível

de produtividade em função do lucro. Os esforços repetitivos, trabalho estático, esforço

físico intenso, ritmos intensos de trabalho e posturas inadequadas estão presentes nas

atividades ocupacionais. Estas condições de trabalho são causas para o aparecimento ou

agravamento de lesões músculo- esqueléticas. Uma vez que são elegíveis para o

tratamento fisioterápico, o fisioterapeuta está habilitado a estabelecer medidas de

tratamento preventivo e/ou curativo (PEREIRA, 2003)

A fisioterapia preventiva atuará no incentivo aos empregados á novos hábitos de vida,

desenvolvendo na empresa uma nova cultura saudável de consciência corporal e postural,

gerando um bem–estar físico e emocional no ambiente de trabalho. Os objetivos são de

redução das doenças profissionais típicas às atividades desempenhadas na empresa,

mediante a instrução de cursos, palestras e folhetos informativos, sobre orientações

posturais, doenças ocupacionais, ergonomia, atividade física, etc; formulação e execução de

programas preventivos para todos os funcionários para produzir condicionamento físico e

relaxamento, como a conscientização postural, ginástica laboral;e a intervenção nos postos

de trabalho, caracterizada como uma avaliação ergonômica do trabalho, que apresentarem

irregularidades de acordo com a NR 17 (NASCIMENTO, 2000).

A fisioterapia curativa será efetivada por meio do tratamento terapêutico inerente à

patologia, sendo realizada uma avaliação fisioterápica, prescrição do programa de

tratamento fisioterápico, execução do programa, correlação da patologia com o tipo e

ambiente de trabalho, reavaliação fisioterápica e alta terapêutica. O ambulatório deve ser

adequado às necessidades da empresa e do empregado (PEREIRA, 2003). Os objetivos

são de redução das horas não trabalhadas por motivo do tratamento, visto ser ele realizado

na própria empresa, constatação e quantificação estatística, redução do absenteísmo, e

maior êxito no tratamento fisioterápico (NASCIMENTO, 2000).

A fisioterapia do trabalho, com ações fundamentalmente preventivas, tem

disponibilizado para a sociedade uma gama de serviços de utilidade pública, afim de

prevenção de doenças e incentivo a saúde e uma boa qualidade de vida (BARBOSA, 2002).

18

A ergonomia e a fisioterapia do trabalho vem transformando paradigmas e agregando

novos valores na saúde do trabalhador e no ambiente de trabalho (MENDES & LEITE,

1991).

1.7 Ergonomia e norma regulamentadora 17 (NR-17)

O fisioterapeuta do trabalho deve conhecer os aspectos legais que regem o trabalho

no Brasil. A NR 17 é uma norma regulamentadora do Ministério do Trabalho, pela portaria

número 3751, de 23 de novembro de 1990.

A Norma Regulamentadora 17 relativa à Ergonomia procura estabelecer parâmetros

que permitam a adequação das condições de trabalho às características psicofisiológicas

dos trabalhadores, visando proporcionar conforto, segurança e desempenho eficiente do

trabalhador. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,

transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições

ambientais do posto de trabalho, além da organização do trabalho.

1.8 Ergonomia e comitês

Comitês de Ergonomia são grupos estruturados dentro das empresas para atacar os

problemas ergonômicos existentes de forma gradativa e sistemática, evitando os esforços

isolados. Esses grupos trabalham sob uma coordenação nomeada pela gerência e com o

trabalho de secretaria executiva. Os problemas críticos são analisados por forças-tarefas,

contando com um profissional de Ergonomia, um trabalhador experiente, um técnico da área

e da máquina e um supervisor. Esse grupo, após analisar cada atividade, estuda em

profundidade suas soluções e elabora um Plano de Ação, que é então aprovado pela alta

gerência (PEREIRA, 2003).

A participação de profissionais de diferentes áreas e níveis hierárquicos dentro da

organização e dos próprios trabalhadores no Comitê de Ergonomia (COERGO), facilita a

identificação e correção dos problemas e a implementação das modificações propostas. Da

mesma forma, contribui para estimular o trabalho em equipe, o exercício da

multidisciplinaridade e a difusão dos conhecimentos da Ergonomia para a empresa.

19

1.9 Perspectivas da ergonomia

Os limites das abordagens metodológicas, especialmente da Ergonomia, situam-se no

modelo de funcionamento do homem que ela se propõe a analisar. Este modelo prediz que

em toda atividade de trabalho, coexistem três componentes, o físico, psíquico e o cognitivo.

E, conforme a natureza do trabalho, um destes componentes predomina em relação ao

outro, determinando uma carga de trabalho diferenciada (ABRAHÃO, 2002).

A demanda por novos conhecimentos na área de ergonomia deverá ser estimulada

pela maior difusão dos resultados de pesquisas, principalmente com o fortalecimento de

diversas associações nacionais e internacionais (IIDA, 1990).

20

2. JUSTIFICATIVA

As transformações que se processam no mercado de trabalho evidenciam um novo

paradigma de reestruturação produtiva e organizacional.

A Ergonomia mostra-se como uma eficaz alternativa para a construção de uma

organização competitiva e produtiva para o mercado de trabalho.

O presente trabalho é justificado pela importância de um estudo piloto para abordar a

realidade da implantação de programas de Ergonomia nas empresas de Bragança Paulista,

e as divergências de seus fundamentos teórico - prático.

21

3. OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a implantação de programas de

Ergonomia nas empresas do município de Bragança Paulista – SP.

22

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Quantificar o número de empresas que desenvolvem o programa de ergonomia, e

qualificar sua abordagem teórico – prática.

23

4. METODOLOGIA

Entendendo a metodologia enquanto meio de compreensão da realidade para

construção de conhecimento, optou-se por utilizar como procedimento metodológico um

questionário para a avaliação quantitativa e qualitativa das empresas de Bragança Paulista.

Para o desenvolvimento desta metodologia de avaliação foi aplicado um questionário

de avaliação de Ergonomia (ANEXO A) para quantificar o número de empresas que

desenvolvem o projeto de Ergonomia na cidade de Bragança Paulista - SP, e qualificar

posteriormente seus fundamentos, descritos nas Tabelas que seguem.

O conteúdo do questionário foi baseado em revisão bibliográfica, com argumentos

teóricos e práticos do termo Ergonomia, bem como seus fundamentos.

Para este estudo, foram escolhidas aleatoriamente 28 empresas das 154 cadastradas

pelo SEBRAE no ano de 2005. Entretanto, 97 dessas empresas não possuem dados

completos, como a quantificação do número de funcionários, que é indispensável para a

classificação fiscal das empresas, imprescindível para diferenciar as empresas selecionadas

na avaliação quantitativa.

A pesquisa foi realizada no mês de julho de 2005, por telefone, com o fornecimento

das informações contidas nos questionários cedidas pela gerência de Recursos Humanos,

Secretárias e Engenheiros de Produção de cada empresa. Para algumas empresas, quando

de interesse das mesmas, foi encaminhada uma carta de apresentação (ANEXO B) da

pesquisa para o processamento do questionário.

O questionário contém uma pergunta inicial para caracterizar a quantidade de

empresas que possuem Programas de Ergonomia, sendo continuada com perguntas

quantitativas e qualitativas, apenas para as empresas que tiveram adesão ao projeto. Outras

questões abordadas no questionário delinearam as informações básicas sobre os

fundamentos de Ergonomia, como sua acepção, objetivo principal, regulamentação legal,

existência de comitês em Ergonomia atuando na empresa, os profissionais envolvidos, e a

eventual função do profissional fisioterapeuta no projeto da empresa. São perguntas

objetivas, essenciais para a implantação correta da Ergonomia, e seu aproveitamento

produtivo e organizacional nas empresas.

24

5. RESULTADOS

Os resultados apresentados referem-se a uma análise quantitativa e qualitativa do

questionário aplicado nas 28 empresas selecionadas do município de Bragança Paulista.

De acordo com o SEBRAE, há 154 empresas cadastradas no município de Bragança

Paulista, sendo as mesmas classificadas quanto ao seu porte como Micro Empresa (1–19

trabalhadores), Pequena Empresa (20 – 99 trabalhadores), Média Empresa (100 – 499

trabalhadores ) e Grande Empresa (+ 500 trabalhadores), conforme a tabela 1.

TABELA 1 - Classificação fiscal das empresas

Porte da Empresa Nº de trabalahadores

Micro 1 - 19Pequena 20 - 99

Média 100 - 499

Fonte: Dados do IBGE referentes ao ano 2005

Dessas 154 empresas cadastradas, 97 empresas não apresentaram informações

completas em relação ao número de funcionários, ou seja, apenas 57 empresas disponíveis

para a realização da pesquisa. Este fator foi determinante para que houvesse a escolha de

28 empresas selecionadas aleatoriamente para a pesquisa, o que significa que 18 % das

empresas de Bragança Paulista foram analisadas.

A tabela 2 demonstra as empresas selecionadas, de acordo com sua classificação

fiscal.

Porte da EmpresaEmpresas

CadastradasEmpresas Escolhidas

Micro 26 10Pequena 19 10

Média 9 5Grande 3 3Total 57 28

Fonte: Dados do IBGE referentes ao ano 2005

TABELA 2 - Escolha aleatória de 28 empresas

25

A primeira pergunta do questionário quantificou o número de empresas que possuem

o programa de Ergonomia e, das 28 empresas pesquisadas, apenas sete responderam que

sim. Isso representa apenas 25 % das empresas que manifestaram conhecer o escopo de

Ergonomia, e 75 % das empresas, ou seja, a maioria não possui um programa de

Ergonomia, conforme dados do gráfico 1.

75%

25%

0%

25%

50%

75%

100%

Não Sim

Não

Sim

GRAFICO 1 - Porcentagem das empresas que possuem o projeto de ergonomia.

No gráfico 2, é possível visualizar as empresas classificadas de acordo com seu porte,

que possuem o programa de Ergonomia. Entre as 7 empresas que possuem programas de

Ergonomia, pode –se encontrar detalhadamente em 3 empresas de porte grande, 3 em

médio porte e 1 em micro empresas, o que significa ter uma maior porcentagem nas

empresas de grande e médio porte, demonstrando maior comprometimento das grandes

organizações com a Ergonomia.

10%0%

60%

100%90%

100%

40%

0%0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Micro

Peque

naMéd

ia

Grande

Sim

Não

26

GRÁFICO 2 - Porcentagem das empresas que possuem o projeto de Ergonomia

conforme a classificação fiscal

A segunda pergunta relaciona-se com o conhecimento do termo Ergonomia nas

respectivas empresas que apresentaram o programa de implantação, e segundo o gráfico 3,

as respostas não indicaram o significado do termo, mas alguns dos objetivos que a

Ergonomia possui nas empresas, como 86% ( n = 6 ) em Qualidade de Vida no Trabalho (

QVT ) e 14% ( n = 1 ) em Aumento da Produtividade no Trabalho ( APT ).

86%

14%

0%

25%

50%

75%

100%

QUT APT

QUT

APT

GRAFICO 3 - Definição do termo Ergonomia

Já apresentando divergências entre seus conhecimentos nas respostas, houve

dificuldade em diferenciar definição e objetivo da Ergonomia na empresa. Conforme o

gráfico abaixo, as respostas da pergunta 3, relacionam-se com o objetivo principal da

Ergonomia na empresa.

O Gráfico 4 analisou cinco variáveis: 1) DA: Diminuição do Absenteísmo; 2) AP:

Aumento da Produtividade; 3) QVT: Qualidade de Vida no Trabalho; 4) PST: Promoção de

saúde no trabalho e 5) Conforto no trabalho. Pôde-se analisar que as empresas vêem um

Projeto em Ergonomia como uma maneira de reduzir o Absenteísmo e proporcionar ao

trabalhador uma qualidade de vida adequada no seu ambiente de trabalho.

27

29%

14%

29%

14% 14%

0%

100%

DA:2 AP:1 QVT:2 PST:1 CT:1

DA:2 AP:1

QVT:2 PST:1

CT:1

GRAFICO 4 - Objetivo principal do projeto de Ergonomia nas empresas.

Mesmo com as divergências nos fundamentos de Ergonomia, houve uma maior

participação das empresas com a regulamentação do programa de Ergonomia, visto que é

uma obrigatoriedade. O gráfico 5 mostra que 86 % ( n = 6 ) dessas empresas possuem um

programa regulamentado, e apenas 14 % ( n = 1 ) não estão regulamentadas. Sendo que a

única empresa que não apresentou regulamentação foi a empresa de pequeno porte, que foi

feito uma observação por considerar a atuação da Ergonomia na respectiva empresa como

uma projeção de mobiliários ergonomicamente corretos.

86%

14%

0%

25%

50%

75%

100%

SIM NÃO

SIM

NÃO

GRAFICO 5 - Regulamentação do projeto de Ergonomia na empresa.

Abordando os estudos avançados em Ergonomia, procurou-se com a pergunta 5, um

questionamento em relação à implantação de comitês nas empresas com programas de

28

Ergonomia, que conforme o gráfico 6 demonstrou pouco comprometimento em relacionar os

profissionais com os trabalhadores. Houve a implantação de 57 % (n = 4), próxima à 43 % (n

= 3), das quais não apresentaram comitês em seus programas de Ergonomia.

57%

43%

0%

25%

50%

75%

100%

SIM NÃO

SIM

NÃO

GRAFICO 6 - Implantação do Comitê de Ergonomia nas empresas.

Na mesma pergunta, houve o interesse em saber quais os profissionais envolvidos

nos comitês, sendo abordado a importância da multidisciplinaridade entre os profissionais

envolvidos no programa de Ergonomia. O gráfico 7 mostra que há um número maior de

profissionais técnico de segurança do trabalho (TST), com 50% (n=4), seguido de

fisioterapeuta (FT) e educador físico (EF) com 25% (n=2;n=1). Não houve citações dos

médicos de trabalho e engenheiros de produção, considerando-os importantes para os

comitês.

25%

50%

25%

0%

100%

FT:2 TST:4 EF:1

FT:2

TST:4

EF:1

GRAFICO 7 - Profissionais envolvidos no projeto de Ergonomia.

29

Focalizando a atuação do fisioterapeuta nas empresas, o gráfico 8 demonstra um

equilíbrio nas funções do profissional, com 50% de atuação em ações corretivas e

preventivas.

50% 50%

0%

25%

50%

75%

100%

PREVENTIVA CORRETIVA

PREVENTIVA CORRETIVA

GRAFICO 8 - Atuação do Profissional Fisioterapeuta no projeto.

30

6. DISCUSSÃO

O cenário da realidade contemporânea contextualiza as transformações no mundo

do trabalho e seu impacto na saúde do trabalhador (ALMEIDA, 2004).

A saúde, o bem – estar e o trabalho constituem fenômenos intimamente relacionados

e vêm despertando cada vez maior interesse de estudiosos em saúde ocupacional por haver

uma conscientização dos prejuízos que os problemas de saúde acarretam para as

organizações (TAMAYO, 2004).

Cada trabalhador passa a ser considerado um recurso estratégico para as empresas

se alinharem ao mercado de trabalho competitivo, através da melhoria na qualidade de vida

do trabalho e aumento da produtividade (ALMEIDA,2004).

Na sociedade progressista existe um interesse cada vez maior sobre qualidade de

vida, principalmente no setor empresarial, uma vez que para a obtenção do certificado de

“qualidade total” faz-se necessário proporcionar saúde, segurança e um nível de satisfação

no trabalho, apoiado pela Norma Regulamentadora 17 (NR17). As empresas estão

percebendo que é impossível falar em qualidade total sem investir na qualidade de vida de

seus colaboradores (OMS, 1994).

A ergonomia tem desempenhado um papel fundamental na saúde ocupacional, pois

permite a avaliação das condições e ambientes de trabalho, propostas e implementação de

soluções técnicas (relacionadas a mudanças nos equipamentos e ambientes físicos) e

administrativas (relacionadas à programação de pausas e rodízios e mudanças na

organização e conteúdo das atividades). (IIDA, 1990; COUTO, 1995; FIDELIS, 1998;

GRANDJEAN, 1998, MORAES & MONT’ALVÃO, 2000; VIDAL, 2001).

Conforme NASCIMENTO (2000), RIO (2000) e PEREIRA (2003), a ergonomia já

está sendo discutida em projetos empresariais nas grandes organizações.

Coury (2005) colabora com a afirmação relatada, em um levantamento de publicações

acerca de intervenções ergonômicas realizadas na América Latina dos últimos 20 anos. A

autora descreve que as estratégias prevencionistas têm demonstrado bons resultados para

a saúde do trabalhador e para o aumento da produção nas organizações.

Porém, a pesquisa brasileira sobre saúde do trabalhador ainda é incipiente. O

desenvolvimento da Ergonomia no Brasil é relativamente recente. Não é demais afirmar que

a proposição de desenvolver os conceitos e métodos da ergonomia no campo da saúde do

trabalhador esbarra em suas carências epistemológicas acerca dos fundamentos

metodológicos que sustentam as suas pesquisas. Criar novas abordagens é parte de um

31

processo que pretende contribuir para as práticas preventivas dos danos à saúde

relacionados ao trabalho e abre as vias para formulações futuras mais complexas

(NASCIMENTO, 2000).

Este fato foi observado na presente pesquisa, uma vez que se preconizou quantificar

o número de empresas, entre as 28 selecionadas, que desenvolvem programas de

Ergonomia no município de Bragança Paulista e qualificar sua abordagem teórico - prática.

De acordo com a pesquisa, houve um pequeno número de empresas que possuem o

programa de Ergonomia, apenas em 25% (n=7), sendo verificado a maior parte em

empresas de médio e grande porte. Sendo que essas empresas, apesar de possuírem

programas de Ergonomia, ainda não correlacionam ao certo seus fundamentos, pois,

conforme relatado na pesquisa, houve divergências nos conceitos de definição e objetivos.

Em relação à regulamentação dos programas de Ergonomia nessas empresas,

houve 57% (n=4) de adesão, mas 14% (n=3) não apresentaram regulamentação conforme

os aspectos legais da legislação trabalhista.

Algumas empresas, em especial de médio e grande porte, tem adaptado seus

sistemas de gestão de qualidade de vida no trabalho (QVT) pela obrigatoriedade de

mercado ou por imposição de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), uma

vez que para a obtenção do certificado de “qualidade total” faz-se necessário proporcionar

saúde, segurança e um nível de satisfação no trabalho, apoiado pela Norma

Regulamentadora 17 (NR17). Porém, isso ocorre em poucas empresas de micro e pequeno

porte, devido às estruturas organizacionais e financeiras. (COURY,2005).

As micro e pequenas empresas, que segundo dados de 2003 do Banco Nacional de

Desenvolvimento Social (BNDES) representam 98% das empresas brasileiras e empregam

59% dos trabalhadores, acabam ficando à margem da fiscalização trabalhista..

Isso demonstra que há necessidade nas empresas de micro e pequeno porte, de se

criar possibilidades concretas de se alcançar boas práticas prevencionistas de qualidade de

vida no trabalho.

O município de Bragança Paulista apresenta um maior número de empresas de

micro e pequeno porte, o que dificulta a implantação de programas de qualidade de vida.

KOGI (2006) relata que os programas de saúde ocupacional têm avançado nos

últimos anos e que, quando utilizam ações de baixo custo, associado a uma flexibilização

gerencial pode ser aplicado às pequenas empresas.

O município de Bragança Paulista apresenta um índice de grande desenvolvimento

econômico, O “Atlas do Mercado Brasileiro“, publicado pelo jornal Gazeta Mercantil (2007),

32

traz a relação das cidades mais dinâmicas do Brasil e do Estado de São Paulo. Entre os

municípios mais dinâmicos do Brasil, que apresentam índice de desenvolvimento superior à

média nacional, foi citado a cidade de Bragança Paulista, sendo como a 69º cidade mais

produtiva do Brasil e a 24º cidade mais produtiva do Estado de São Paulo. Porém, ao passo

que a cidade evolui economicamente, não apresenta crescimento nas relações de saúde do

trabalhador, conforme apresentado no trabalho.

Se por um lado observa-se um alto crescimento econômico e tecnológico, por outro,

nos deparamos com algumas estruturas precárias nas organizações – é o caso do setor de

Saúde e Segurança Ocupacional (SSO) (COURY,2005).

Para FERNANDES (1996), os desafios e as metas da qualidade dependem da

mobilização das pessoas para o desenvolvimento das ações de programas. Por outro lado,

o que se observa é que, apesar de as empresas estarem investindo em tecnologia, verifica-

se desequilíbrio, descuidam-se em relação às estratégias de envolvimento do pessoal em

direção à qualidade.

Para GUÉRIN (2001), atualmente a maioria dos empresários mantém a filosofia

baseada na análise de custo/benefício, onde os benefícios devem sobrepor os custos de

forma quase imediata. Por isso é tão difícil encontrar uma empresa que tenha investimentos

em ergonomia, pois o retorno não é conseguido em curto prazo, os resultados virão no

aumento da produtividade, reduções das perdas com energia, materiais, mão-de-obra e

outros.

Outro fator observado é a necessidade fundamental de profissionais da saúde

envolvidos em programas de qualidade de vida nas empresas, e posteriormente, a

implantação de comitês nessas organizações com o objetivo de exercer a

multidisciplinaridade entre os profissionais e criar um planejamento concreto para a

promoção da saúde do trabalhador.

Na pesquisa, as empresas não informaram a presença de uma equipe completa de

profissionais da saúde, sendo relatado a presença de apenas técnico de segurança do

trabalho, educador físico e fisioterapeuta. E, em relação à presença dos comitês nessas

empresas, foi encontrado em apenas 57% (n=4), o que pode ser interpretado como um fator

de crescimento da Ergonomia.

Os comitês estão sendo reconhecidos ao passo que a Ergonomia vem se

destacando com nas organizações, pois sua presença é de suma importância para a

implantação dos programas de Ergonomia (GUIMARÃES,2000) .

33

Entre os profissionais envolvidos nos programas, os fisioterapeutas têm grande

atuação em termos de prevenção e correção nas disfunções músculo-esqueléticas

relacionadas ao trabalho.

As organizações têm, atualmente, gastos elevados com problemas ligados à saúde e

à segurança do trabalhador. Incluem-se nestes gastos os afastamentos do trabalhador

(absenteísmo) devido à doenças no seu sistema músculo-esquelético, dentre os quais a

DORT que possui caráter epidêmico segundo alguns autores, cuja prevenção e tratamento

necessitam da orientação de profissionais capacitados (COURY, 1997; NASCIMENTO,

2000; BARBOSA, 2002; GONÇALVES, 2004), dentre os quais os fisioterapeutas, estão em

condições de exercer uma abordagem específica e diferenciada (MENDES, 1991;

PEREIRA, 2003).

Para COURY (1993) a abordagem da Fisioterapia Preventiva é de promover e

manter saúde, centrando as atenções em impedir que as alterações posturais e lesões

ocupacionais ocorram no local de trabalho.

De acordo com LEITE (1997), é relevante refletir sobre em qual abordagem a

implantação de programas de Ergonomia está sendo sistematicamente construída nas

organizações, e a que tipo de sociedade os processos de reorganização produtiva e

organizacional em curso estão encaminhando a saúde do trabalhador no mercado de

trabalho.

34

7. CONCLUSÃO

Através do que foi relatado, pode-se concluir que a Ergonomia é de grande relevância

para a promoção da saúde do trabalhador, mas devido à questões socioeconômicas e

culturais regionais, ainda é necessário uma maior conscientização e concretização para a

implantação de programas de Ergonomia nas empresas.

Sugere-se que outros estudos venham a partir deste, de maneira que o questionário

possa ser aplicado à um número maior de empresas.

35

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38

ANEXO A - Questionário de avaliação em ergonomia

1) Há a incorporação do projeto de Ergonomia na empresa?

Sim ( )

Não ( )

A continuação do questionário será baseado somente nas empresas que responderam SIM

na questão acima ( questão 1 ).

2) Qual o significado do termo Ergonomia na respectiva empresa?

3) Qual objetivo principal do projeto de Ergonomia na empresa?

4) O projeto Ergonomia está regulamentado pela empresa? ( documentação de Declaração

dos princípios de ação ergonômica )

5) Há a existência de um comitê de Ergonomia na empresa?

Sim ( )

Não ( )

Se SIM, quais os profissionais envolvidos no projeto?

6) Qual atuação do profissional na empresa?

Preventiva ( )

Corretiva ( )

39

ANEXO B - Carta de apresentação

ASSUNTO: Projeto de Pesquisa – Trabalho de Conclusão de Curso

TEMA: Avaliação de Programas de Ergonomia nas empresas do município de Bragança

Paulista.

O cenário da realidade contemporânea contextualiza as tranformações no mundo do

trabalho e seu impacto na saúde do trabalhador. Esse processo constante de reestruturação

produtiva e organizacional requer a valorização do trabalhador nas empresas.

A ciência que estuda a relação do homem e o seu ambiente de trabalho é a

Ergonomia. Neste sentido, a ergonomia proporciona aquisição de diferencial, tanto na

prevenção da saúde humana como na ampliação da eficácia da organização no ambiente

de trabalho.

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a implantação da Ergonomia nas

empresas do município de Bragança Paulista – SP. Para o desenvolvimento desta

avaliação, será aplicado um questionário de avaliação de Ergonomia para quantificar o

número de empresas que desenvolvem o projeto de Ergonomia na cidade e qualificar sua

abordagem teórico – prática. O questionário será respondido por funcionários responsáveis

pela saúde ocupacional na respectiva empresa. Para este estudo foram escolhidas

aleatoriamente 28 empresas das 154 cadastradas pelo Sebrae neste ano de 2005.

Por meio de uma proposta de avaliação que visualize a implantação do programa de

Ergonomia em empresas de uma região, é possível quantificar o número dessas empresas

que desenvolvem programas de qualidade de vida no trabalho e concluir sobre a

responsabilidade social dessas organizações.

ANA PAULA HOFMAN NETTO

(estudante do 4º ano de fisioterapia da Universidade São Francisco)

PROF DRA ROSIMEIRE SIMPRINI PADULA

(orientadora da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso)