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1 AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE UM COSMÉTICO MANIPULADO CONTENDO PÓ DA PEDRA SÃO TOMÉ COMO ESFOLIANTE PARA OS PÉS Taynara Kathlen Werner 1 Bruna Beatriz Veit 2 Daisy Janice Aguilar Netz 3 RESUMO: A pedra São Tomé é uma pedra sedimentar, conhecida como quartzito, por conter cerca de 70% a 95% de quartzo em sua estrutura, de cor branca, amarelo ou rosa, que recebe este nome em decorrência do local onde é encontrada, em São Tomé das Letras (MG). O seu emprego em produtos cosméticos é defendido em função de dois aspectos principais: sustentabilidade, auxiliando no aproveitamento de um reduo de processamento e inovação, propondo este material, devido suas características organolépticas, como ingrediente cosmético esfoliante. O objetivo foi avaliar a eficácia e a segurança da formulação quando aplicada nos s, em estudo cnico. A metodologia proposta foi de abordagem qualitativa, exploratória, não-controlada. As variáveis de análise foram relacionadas ao aspecto subjetivo observado tanto na pele dos voluntários (eficácia e segurança do produto) quanto da formulação em si (avaliação de produto), sendo para isso aplicado um questionário fechado, utilizando- se avaliação sensorial e o emprego de fotografia digital . De 20 voluntários que iniciaram, 18 permaneceram até o final. Foram analisados aspectos característicos da formulação como abrasividade, espalhabilidade, pegajosidade e odor, tendo sido bem avaliada nestes quesitos, assim como na maciez observada na pele. Os resultados mostraram, de acordo com a percepção dos voluntários, que a formulação apresentou abrasividade ideal para a região dos s, boa espalhabilidade, não pegajosa, com odor agradável. Em relação ao aspecto segurança, a maioria dos voluntários não sentiu ardência, eritema ou ressecamento durante ou após a aplicação. Palavras chaves: Pedra São Tomé. Esfoliantes físicos. Cosméticos. 1. INTRODUÇÃO A Pedra São Tomé é um quartzito de cor branca, amarelo ou rosa, que recebe este nome em decorrência do local onde é encontrada, principalmente em São Tomé das Letras e outros municípios da região, em Minas Gerais. Apresenta características de resistência a abrasão e ao calor e pelo fato de ser antiderrapante, tem sido muito empregada em revestimentos externos, como em paredes e piscinas. Trata-se de uma rocha de formação sedimentar, apresentando variação de tonalidade e espessura (ROMANÓ PEDRAS, 2015). Quanto a composição, a Pedra São Tomé é uma rocha composta majoritariamente de quartzo (cerca de 85%), mica (cerca de 10%), sericita (cerca de 5%) e em menor quantidade, rutilo, hematita e calcopirita (Lima et al. 2005 apud Lima et al. 2007). Os principais Trabalho de Iniciação científica do Curso de Estética Universidade do Vale do Itajaí Balneário Cambor2014/1. 1 Acadêmica do Curso de Estética Universidade do Vale do Itajaí. Email: taay.werner@hotmail.com 2 Acadêmica do Curso de Estética Universidade do Vale do Itajaí. Email: brunaveitsz@gmail.com 3 Orientador(a) e professor (a) do Curso Superior de Estética Universidade do Vale do Itajaí. Email:daysenetz@univali.br

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AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE UM COSMÉTICO MANIPULADO CONTENDO

PÓ DA PEDRA SÃO TOMÉ COMO ESFOLIANTE PARA OS PÉS

Taynara Kathlen Werner1 Bruna Beatriz Veit2

Daisy Janice Aguilar Netz3

RESUMO: A pedra São Tomé é uma pedra sedimentar, conhecida como quartzito, por conter cerca de 70% a 95% de quartzo em sua estrutura, de cor branca, amarelo ou rosa, que recebe este nome em decorrência do local onde é encontrada, em São Tomé das Letras (MG). O seu emprego em produtos cosméticos é defendido em função de dois aspectos principais: sustentabilidade, auxiliando no aproveitamento de um resíduo de processamento e inovação, propondo este material, devido suas características organolépticas, como ingrediente cosmético esfoliante. O objetivo foi avaliar a eficácia e a segurança da formulação quando aplicada nos pés, em estudo clínico. A metodologia proposta foi de abordagem qualitativa, exploratória, não-controlada. As variáveis de análise foram relacionadas ao aspecto subjetivo observado tanto na pele dos voluntários (eficácia e segurança do produto) quanto da formulação em si (avaliação de produto), sendo para isso aplicado um questionário fechado, utilizando-se avaliação sensorial e o emprego de fotografia digital. De 20 voluntários que iniciaram, 18 permaneceram até o final. Foram analisados aspectos característicos da formulação como abrasividade, espalhabilidade, pegajosidade e odor, tendo sido bem avaliada nestes quesitos, assim como na maciez observada na pele. Os resultados mostraram, de acordo com a percepção dos voluntários, que a formulação apresentou abrasividade ideal para a região dos pés, boa espalhabilidade, não pegajosa, com odor agradável. Em relação ao aspecto segurança, a maioria dos voluntários não sentiu ardência, eritema ou ressecamento durante ou após a aplicação.

Palavras chaves: Pedra São Tomé. Esfoliantes físicos. Cosméticos.

1. INTRODUÇÃO

A Pedra São Tomé é um quartzito de cor branca, amarelo ou rosa, que recebe este

nome em decorrência do local onde é encontrada, principalmente em São Tomé das Letras e

outros municípios da região, em Minas Gerais. Apresenta características de resistência a

abrasão e ao calor e pelo fato de ser antiderrapante, tem sido muito empregada em revestimentos

externos, como em paredes e piscinas. Trata-se de uma rocha de formação

sedimentar, apresentando variação de tonalidade e espessura (ROMANÓ PEDRAS, 2015).

Quanto a composição, a Pedra São Tomé é uma rocha composta majoritariamente

de quartzo (cerca de 85%), mica (cerca de 10%), sericita (cerca de 5%) e em menor quantidade,

rutilo, hematita e calcopirita (Lima et al. 2005 apud Lima et al. 2007). Os principais

Trabalho de Iniciação científica do Curso de Estética – Universidade do Vale do Itajaí – Balneário Camboriú – 2014/1. 1 Acadêmica do Curso de Estética – Universidade do Vale do Itajaí. Email: [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Estética – Universidade do Vale do Itajaí. Email: [email protected] 3 Orientador(a) e professor (a) do Curso Superior de Estética – Universidade do Vale do Itajaí. Email:[email protected]

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componentes químicos são o SiO2 ( 98%), Al2O3 ( 0,8%), TiO2 ( 0,06%), Fe2O3 ( 0,15%),

MnO ( 0,01) entre outros, em menor quantidade. Não há na literatura disponível sobre a

presença de metais pesados (LIMA et al., 2007).

O interesse na promoção da sustentabilidade e de busca de diminuição do impacto

ambiental tem permeado todas as áreas de produção e conhecimento, incluindo a de cosméticos,

tendo a indústria destes produtos importante desafio nesta tarefa, que deve ser estendido a toda

a cadeia produtiva, inclusive na busca por ingredientes seguros e sustentáveis (FONSECA-

SANTOS; CORREA; CHORILLI, 2016).

Dentre os materiais plásticos empregados em cosméticos salientam-se as

microesferas de polietileno, ingredientes amplamente empregados em produtos para esfoliação

e limpeza da pele. Dados de 2012, na Comunidade Europeia, mostram que somente neste ano

foram utilizadas mais de 4 mil toneladas de microesferas de polietileno em produtos cosméticos

destinados para a limpeza e esfoliação da pele (KESSLER, 2014; LESLIE, 2015).

De tal importância é a questão, que levou o Presidente Obama recentemente a

propor, por meio de lei federal (Microbead-Free Waters Act, 2015), a proibição da fabricação

e do emprego de microesferas de plástico em produtos cosméticos que envolvam enxágue, que

passa a vigorar em julho de 2017. Medidas semelhantes já são implementadas na Comunidade

Europeia, que recomenda o ano de 2020 como data limite para a supressão do uso desses

ingredientes em produtos cosméticos com enxague (GALLON, 2016).

Neste contexto, de mudança de paradigmas, onde ingredientes amplamente

empregados precisam ser substituídos, a proposta insere-se como uma alternativa sustentável,

pois pressupõe a utilização de um rejeito da exploração de rochas tradicionalmente empregadas

na indústria da construção civil, trazendo para este material um valor agregado e utilização

racional. Assim, o emprego do pó da Pedra São Tomé constitui uma possibilidade inovadora e

sustentável, uma vez que propõe o emprego de um rejeito da indústria de pedras em um produto

cosmético.

Para muitas pessoas é comum o espessamento da região palmo-plantar (“pele grossa

nos pés” ). Isso pode decorrer em função de vários fatores, sendo os principais a perda de

hidratação, que leva a uma alteração das propriedades da barreira da pele, favorecendo a

penetração de substâncias estranhas, reduzindo o limiar de prurido, predispondo à inflamação

cutânea (ADDOR et al., 2009). Pode ser também causado por fricção, levando ao aparecimento

de calos, calosidades, inchaço, inflamação crónica , eczema ou até mesmo por doenças

genéticas (SAUDE, 2013).

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A esfoliação física é um procedimento superficial, nop qual o estrato córneo é

parcialmente ou completamente removido por leve abrasão, para corrigir ou melhorar

imperfeições da pele (DRAELOS, 2010). Pimentel (2008) apud Wielewski, Serrão e Moser

(2000) afirmam que os esfoliantes físicos podem ser desenvolvidos com produtos cosméticos

abrasivos com a finalidade secundária de aumentar a permeabilidade cutânea.

Assim, a proposta desta pesquisa vem de encontro ao emprego sustentável do pó da

Pedra São Tomé, um abundante resíduo mineral, incorporada num creme para os pés, contendo

30% de pó desta pedra, tendo sido a formulação desenvolvida por alunas do curso de Farmácia

da Universidade do Vale do Itajaí.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A pedra São Tomé, ou quartzito, é composto essencialmente por quartzo, sendo este

formado primordialmente por arenito metaforizado, no qual o cimento silicioso se recristalizou,

apresentando dureza 7 na escala mohz. Apresenta alto índice de resistência à abrasão, pequeno

índice de absorção de água, superfície antiderrapante, estabilidade térmica e não retêm calor

quando exposta ao sol. Devido ao tipo de formação sedimentar a pedra São Tomé apresenta

variação de tonalidade e espessura (ROMANÓ PEDRAS, 2015). É uma rocha ornamental

metamórfica e por isso apresenta tendência a ser coesa, com estrutura cristalina densa e

organizada, o que propicia uma resistência interna bastante alta (SANTOS et al., 2014).

Lima et al. (2005) apud Lima et al. (2007) determinaram a composição

mineralógica dos fragmentos de quartzito (nome comumente empregado para a Pedra São

Tomé), depositados nas encostas dos morros nas proximidades das pedreiras. Os minerais

identificados foram quartzo (~85 %), micas (moscovita e cianita - 10 %), sericita (~5%). Os

minerais opacos: rutilos, zircão, hematita, calcopirita e prata, os quais constituem cerca de 2%

da composição mineralógica desses quartzitos.

A extração mineral no Brasil é historicamente favorecida pela sua formação

geológica e pela extensão territorial, tendo inúmeros minerais de interesse econômico no rol de

minérios extraídos provenientes de embasamento cristalino e bacias sedimentares. A atividade

de extração e beneficiamento da rocha normalmente tem como principais produtos finais

ladrilhos, mosaicos para pisos, (SANTOS et al., 2014). Entretanto, segundo a Revista Minas

faz Ciência (2002), embora em mais de 40 anos de exploração da Pedra de São Tomé tenha

gerado muitos empregos para o Estado de MG, promoveu significativo dano ambiental. Os

moradores da região relatam que, nos últimos anos, a região vem sofrendo com a exploração

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desregulada de empresas mineradoras, havendo pontos de desmatamento em toda a área do

município, muitos deles com alto grau de dificuldade de recuperação (CARRISSO; PIRES,

2011). Além disso, a extração de quartzito compromete cursos d’água por assoreamento de

resíduos e prejudica o patrimônio arquitetônico local ao utilizar dinamite e transportar as pedras

em caminhões pesados que circulam dentro da cidade (FLEISCHER, 2006).

Pilhas gigantescas de entulho são deixadas nas pedreiras, pois apenas 8% do

material explorado são aproveitados, sendo que os outros 92% são resíduos. Estas são pedras

encontradas no Sul de Minas Gerais e distribuídas por todo o Brasil, ao serem colocadas nos

depósitos das pedreiras, acabam gerando um acumulo excessivo de resíduos. O resíduo é um

pó com composição idêntica a da pedra, com granulação dependente do processo de corte

(REVISTA MINAS FAZ CIÊNCIA, 2002).

Segundo Feres (2013) a pele, além de ser o primeiro órgão de defesa de nosso corpo

contra as adversidades do meio externo, possui outros papéis importantes, sendo determinante

para a manutenção da homeostase do organismo. Tais propriedades, no entanto, só são

desempenhadas com excelência se o tecido tegumentar estiver em condições normais de

funcionamento.

O estrato córneo forma uma eficiente barreira entre o meio externo e os tecidos

internos. A quantidade de perda de água transepidérmica é uma boa medida desta função de

barreira. A redução do conteúdo hídrico da epiderme leva a uma alteração das propriedades da

barreira cutânea, o que favorece a penetração de xenobióticos, além de reduzir o limiar do

prurido e predispor à inflamação cutânea ocasionando também aparência ressecada e espessa

(ADDOR et al., 2009).

Muitas vezes, este espessamento pode ocorrer na região palmoplantar, em

decorrência do uso de sapatos abertos, exposição ao sol, tendo mais contato ao meio externo,

propiciando ainda maior ressecamento da região, podendo acelerar o processo de algumas

patologias, sendo a mais comum a hiperqueratose. Machado et al. (2002) descrevem que “a

ocorrência de hiperqueratose é marcante em alguns casos, eventualmente associando-se a

infecções fúngicas, característica importante a ser avaliada durante a terapêutica” .

E reconhecidamente muito importante à hidratação dos pés, mãos, joelhos e

cotovelos, regiões especialmente propensas ao ressecamento. Cremes com ureia ou com

outros queratolíticos são indicados não somente para a prevenção da hiperqueratose como

também para o tratamento. Além destes dois importantes ingredientes, são usados produtos

com ingredientes abrasivos, que proporcionem o afinamento através da ação mecânica, em

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função da fricção, sendo as microesferas de polietileno os mais empregados atualmente

(ADDOR et al., 2009).

A esfoliação física é um procedimento que auxilia na renovação celular, pois

consiste em retirar células da superfície que estão repletas de queratina com baixo conteúdo

hídrico e sem vitalidade. A remoção desta camada, além de eliminar impurezas e facilitar

permeação de ativos, devolve a pele seu aspecto natural, melhorando a textura e uniformidade,

tendo como resultado aparência mais saudável (CAREGNATTO; GARCIA; FRANÇA, 2011).

Esfoliantes físicos agem através do arraste de células superficiais por meio de

substancias abrasivas, entre elas as mais utilizadas são sílica, semente de apricot, arroz,

microesferas de jojoba, semente de damasco refinada e microgrânulos de polietileno (SOUZA,

2006; apud CAREGNATTO; GARCIA; FRANÇA, 2011).

Tratando-se de um produto cosmético que, além de sustentável, pode ser

considerado inovador, tornam-se necessários estudos relacionados com a formulação e com a

aceitação pelo público-alvo. Estudos de estabilidade, em andamento, junto ao Grupo de

Pesquisas NIQFAR, do Curso de Farmácia da UNIVALI, têm demonstrado a viabilidade de

uma formulação cosmética contendo o po da pedra São Tomé, tendo o material mineral sido

devidamente caracterizado quanto a morfologia, tamanho de partícula e tendo sido previamente

descontaminado, com o emprego de esterilização por autoclave.

A avaliação sensorial é um instrumento que pode influenciar significativamente o

sucesso de um produto cosmético, uma vez que se deve considerar que as percepções de um

produto para um formulador e consumidor são diferentes. Para o consumidor, a qualidade de

um produto está diretamente relacionada com a percepção fisiológica e sensação de bem-estar

produzida durante e depois da aplicação (TACHINARDI et al., 2005 apud TADINI; MARIA;

FONTES, 2009).

Os resultados percebidos durante e após a aplicação de um determinado produto na

pele derivam de uma gama de variáveis sensoriais qualitativas e quantitativas. O primeiro

aspecto relevante é a aparência, sendo observados em imediato aspectos relacionados com a

cor, textura, sensação de cremosidade, abrasividade e o brilho. Em seguida, avalia-se o dor,

reconhecidamente decisivo para a aceitação do produto, uma vez que pode estar associado a

aspectos emocionais, dependendo da história olfativa do consumidor. Quanto à avaliação na

pele, a avaliação depende da proposta, mas independente desta, o produto deve proporcionar a

performance esperada. Se um produto que promete maciez e hidratação, deve-se perceber este

aspecto. Por outro lado, de um produto esfoliante, que contem partículas abrasivas, espera-se

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que tenha cremosidade, que ao final resulte em maciez na pele, mas que tenha abrasividade,

que seja prático de aplicar e de retirar (RIGANO, 2012).

3. METODOLOGIA

3.1. TIPO DE METODOLOGIA E CASUÍSTICA

Este estudo utilizou a metodologia do estudo de caso, o qual representa uma

investigação empírica e compreende um método amplo de coleta de dados, podendo incluir um

caso apenas ou múltiplos. A abordagem pode ser qualitativa ou quantitativa. Neste projeto, a

metodologia proposta foi de abordagem qualitativa, exploratória, não-controlada, útil para

analisar dados cujo tema há pouco conhecimento acumulado e sistematizado (VENTURA,

2007).

O público-alvo foi composto por 20 voluntários, acima de 18 anos, ambos os sexos,

escolhidos por conveniência, atendidos no Salão de Beleza MB Moça Bacana, Balneário

Camboriú. Dos 20 iniciais, 18 permanecerem até o final, aplicando-se o procedimento duas

vezes na semana, em dias alternados, com um tempo de duração de um mês, total de oito

sessões.

As variáveis de análise foram relacionadas ao aspecto subjetivo observado tanto na

pele dos voluntários (eficácia e segurança do produto) quanto da formulação (produto), sendo

para isso aplicado um questionário fechado, utilizando-se avaliação sensorial e o emprego de

fotografia digital, por meio da qual pode-se registrar sinais como eritema (pele avermelhada),

descamação e ressecamento).

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética da UNIVALI e após a aprovação em

11/04/2016, parecer número 1.445.816, foi iniciada a aplicação do cosmético. Em 11 de abril

de 2016, ao se serem iniciadas as aplicações, foi entregue o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

3.2. MÉTODOS EMPREGADOS

3.2.1. Análise sensorial

Foram avaliados parâmetros específicos com relação a um produto esfoliante, sendo

escolhidos a espalhabilidade, abrasividade, pegajosidade e o odor.

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Espalhabilidade: refere-se à facilidade de se espalhar o produto sobre a pele. Foi avaliada

através da percepção dos voluntários, através do questionário, onde estes foram orientados a

escolher as seguintes hipóteses: a) Sim; b) Não; c) Pouco.

Abrasividade: refere-se à sensação de causar abrasão, e no caso da pele, a esfoliação das

células epiteliais. Na ciência dos materiais existem métodos objetivos para esta determinação,

mas nesta pesquisa, o termo foi avaliado de modo subjetivo, de acordo com a percepção sentida

durante a aplicação do produto na pele. Não foi empregada uma formulação de comparação. A

avaliação foi realizada a partir da pergunta “O produto é abrasivo”? sendo as possíveis

respostas: a) |Sim; b) Não; c) Pouco.

Pegajosidade: atributo indesejável, associado à sensação de “grudar”, de umidade

remanescente. Foi avaliado a partir da pergunta: “Após a aplicação, o quanto este produto deixa

sua pele pegajosa”? As opções de resposta foram: a) Muito; b) Pouco; c) Não deixa a pele

pegajosa.

Odor: a partir da observação subjetiva, com os voluntários sendo incentivados a sentirem o

odor da formulação, no frasco aberto, foi questionado se “O cheiro do produto é agradável” . As

opções para a resposta foram: a) Sim; b) Não; c) Pouco agradável.

A frequência das respostas foi tabulada em gráficos gerados pelo programa Excel

para melhor visualização dos resultados.

3.2.2 Análise da eficácia esfoliante na pele

Esta avaliação foi obtida a partir da percepção individual e subjetiva de cada um

dos voluntários, bem como através da avaliação fotográfica entre o tempo inicial (“antes”) e

após a última aplicação (“depois” ).

3.2.2.1. Avaliação da eficácia através do questionário

Na avaliação através do questionário foram incluídas as seguintes perguntas:

“Houve melhora na maciez da região aplicada ?” , “Percebeu afinamento perceptível da pele ?”

Em ambas as perguntas as possíveis respostas foram: a) Sim; b) Não; c) Pouco.

3.2.2.2. Avaliação da eficácia através da fotografia

Os voluntários da pesquisa tiveram a planta dos pés fotografadas nos tempos

inicial e final, com a mesma iluminação e mesmo equipamento (câmera semiprofissional

Fujifilm). Foram avaliados: presença de eritema (pele avermelhada), descamação e/ou

ressecamento e melhora global na textura.

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3.2.3 Avaliação da segurança do produto sobre a pele

Com a finalidade de atender e assegurar a saúde dos voluntários, foi avaliado

individualmente, sendo uma aplicação de uso ocasional, observou-se durante e após a sessão,

possíveis reações como, irritação: intolerância local podendo corresponder a reações de

desconforto, sensibilização: corresponde a uma alergia, que é uma reação de efeito imediato

(de contato ou, urticária) ou tardio (hipersensibilidade) (JOSINEIRE, 2016).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pedra de São Tomé é uma rocha composta essencialmente por arenito

metaforizado no qual o silício se recristalizou, empregada na decoração de pisos e fachadas. O

resíduo é um pó com composição idêntica a da pedra, com granulação dependente do processo

de corte, que pode utilizado em várias áreas, entre elas, de cosméticos (ROMANÓ PEDRAS,

2015).

A esfoliação física é um procedimento que auxilia na renovação celular, pois

consiste em retirar células da superfície que estão repletas de queratina com baixo conteúdo

hídrico e sem vitalidade (DRAELOS, 2010). Levando-se em conta a demanda por novos

ingredientes abrasivos cosméticos, aliado ao aspecto de sustentabilidade, foi proposta uma

formulação contendo 30% do pó da Pedra São Tomé, visando a aplicação em voluntários.

Do total de 20 voluntários que iniciaram, 18 voluntários permaneceram até o final,

2 desistiram do tratamento logo no começo, por motivos alheios a pesquisa. Foram observados

aspectos relacionados ao produto, a eficácia e a segurança, cujos resultados estão expressos a

seguir.

4.1. ANÁLISE SENSORIAL

Com relação as características do produto, foram avaliados os aspectos odor,

abrasividade, espalhabilidade e pegajosidade. A fig.1 ilustra estes resultados.

Com relação ao odor do produto, 83% dos voluntários relataram que o cheiro do

produto é agradável e 17% consideraram pouco agradável. Nenhum considerou desagradável.

A avaliação da qualidade é indiscutível o papel da análise sensorial como instrumento de

medida científica, uma vez que não existe nenhum instrumento analítico capaz de substituir os

sentidos humanos (VERA et al., 2012). Para Behrens (2010), no desenvolvimento de um

produto cosmético, a análise sensorial relacionada ao odor é essencial para que o produto tenha

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uma boa aceitação. O pó da Pedra São Tomé não tem odor marcante, podendo ser classificado

como inodoro, contribuindo desta forma para a escolha e uso de menor quantidade de

fragrância. Foi escolhida uma blend de fragrâncias com notas refrescantes, doces e florais, com

cor verde na tonalidade abacate. Outras características da formulação estão descritas no Anexo

Figura 1 - Gráficos representando características do esfoliante para os pés, de acordo com o questionário aplicado. Resultados em percentual (%). 1A: espalhabilidade; 1B: odor; 1C: pegajosidade; 1D: abrasividade

Quanto à abrasividade do produto, 56% dos voluntários acharam o produto

abrasivo, 33% dos voluntários relataram que o produto não é abrasivo e 11% acharam pouco

abrasivo. O tato é responsável por verificar a sensação na pele ou no cabelo, durante e após

aplicação de um determinado produto (VERA et al. 2012 apud, FARIA, YOTSUYANAGI,

2002).

Com relação a espalhabilidade, a maioria (45%) considerou ideal ou boa (44%).

Somente 11% consideraram-na como baixa. A espalhabilidade é um dos aspectos mais

importantes na avaliação sensorial, influencia no tempo de aplicação sobre a pele, na aceitação

do produto e até mesmo na eficácia.

44

11

45

020406080

100

O quanto este produto se espalhaou desliza quando aplicado na

pele?

MUITO POUCO IDEALMENTE

1A 83

0

17

0

20

40

60

80

100

O cheiro do produto é agradável?

SIM NÃO POUCO

1B

0 6

94

0

50

100

Após a aplicação, o quanto este pro uto eixa sua pele “pegajosa”?

MUITO POUCO NÃO DEIXA A PELE PEGAJOSA

1C

56

33

11

0

20

40

60

80

100

O produto é abrasivo?

SIM NÃO POUCO

1D

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Da mesma forma, a maioria (94%) dos pesquisados relataram que o produto depois

de aplicado não deixa a pele pegajosa, enquanto que apenas 6% relataram perceber

pegajosidade, mas considerada baixa.

Textura é uma manifestação sensorial e funcional das propriedades estruturais,

mecânicas e de superfície, detectadas pelos sentidos (SANTO, 2015), podendo trazer sensações

desagradáveis, como a presença de pegajosidade após a utilização do produto, deixando os

voluntários a repensar sobre o consumo do mesmo.

4.2. ANÁLISE DA EFICÁCIA ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO

Por meio das respostas ao questionário, foi auto-declarada melhora de 83% na

melhora da maciez na região palmo plantar, enquanto 17% percebeu pouca melhora. Notou-se

que quanto mais importante o grau de hiperqueratose, maior o grau de satisfação.

Coincidentemente, quanto mais idoso, maior hiperqueratosidade, maior efeito, maior satisfação

quanto aos resultados finais.

4.3 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA ATRAVÉS DA FOTOGRAFIA

Nas figuras 2, 3 e 4 seguem fotos dos resultados obtidos na pesquisa, onde pode

ser observado através da fotografia digital sinais como eritema (pele avermelhada),

descamação, ressecamento e redução do espessamento da região palmoplantar.

Figura 2 - Caso 1 – Sexo: Feminino, Idade: 43 anos.

ANTES DEPOIS

Nota: Aspecto inicial: Apresentava visualmente levemente aspereza focalizada nos calcâneos, pouca hidratação, apresentando aspecto de ressecamento. Aspecto final: Observou melhora na maciez visualmente e a minimização de aspereza, melhora perceptível na hidratação.

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Figura 3 - Caso 2 – Sexo: Feminino, Idade: 21 anos.

ANTES DEPOIS

Nota: Aspecto inicial: Apresentava uma aspereza, ressecamento na região predominante na região do calcâneo, não apresentou rachaduras, a hidratação estava pouco presente, percebida no toque e visualmente. Aspecto final: Melhora na maciez, retirando o aspecto de ressecado da pele.

Figura 4 - Caso 3 – Sexo: Feminino, Idade: 47.

ANTES DEPOIS

Nota: Aspecto inicial: Apresentava um maior ressecamento e aspereza ressaltada nos

calcâneos. Com pouco conteúdo hídrico, apresentando baixa hidratação. Aspecto final: Apresentou uma melhora na hidratação, diminuindo seus aspectos de aspereza e ressecamento.

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4. 4 AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO PRODUTO SOBRE A PELE

Para 89% os pesquisados não foi obervada ardência na aplicação, enquanto que

para 11% foi relatada pouca ardência. Este aspecto foi minimizado com a diminuída da fricção

nas sessões seguintes, visando minimizar qualquer desconforto durante o procedimento.

Foi observado em 89% dos casos eritema local imediatamente após a aplicação, o

qual não persistiu, devendo-se provavelmente ao aumento da circulação em função da fricção

no local. Do total, 11% perceberam fraco eritema local.

Em 83% dos voluntários houve afinamento visualmente perceptível da pele, 17%

relatou pouco afinamento na região aplicada. Com relação a presenca de ressecamento na

região, 94% relataramque não houve ressecamento, enquanto que 6% dos voluntários

perceberam um pouco de ressecamento, relacionando, provavelmente, a abrasividade do

produto.

Figura 5 – Gráficos demonstrando resultados das avaliações de segurança. Resultados em percentual (%): 5A: ardência; 5B: eritema; 5C: afinamento; 5D: ressecamento.

0

89

11

0

20

40

60

80

100

Sentiu ardência durante aplicação?

SIM NÃO POUCO

A

0

89

11

0

20

40

60

80

100

Após aplicação houve eritema local?

SIM NÃO POUCO

B

83

017

0

20

40

60

80

100

Houve afinamento visualmenteperceptível da pele?

SIM NÃO POUCO

C

0

94

6

0

20

40

60

80

100

Após a aplicação do produtohouve ressecamento na região?

SIM NÃO POUCO

D

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Objetivando a análise do esfoliante contendo pó da pedra de São Tomé, foram

encontrados como melhora dos resultados em analise sensorial relacionando seus aspectos

caracteriscos, como, espalhabilidade, odor, pegajosidade, abrasividade, obtendo como

resultado aspectos positivos sobre o produto aplicado, como a redução considerada da

espessura, quanto a sua espalhabilidade apresentou resultados equilibrados, mas ressaltando a

espalhabilidade em idealmente, o gráfico demonstra boa aceitação em relação ao odor,

relacionado a pegajosidade obtida com ótimo resultado, o ressecamento na região não foi

percebida, e sim o aumento da maciez e hidratação da pele e a melhora na textura, foram

visualmente perceptível seu aumento na maciez e a minimização da espessura. Quanto a análise

de segurança obtivemos poucas reclamações quanto a eritema e ardência devido ao grau de

sensibilidade da região, e as percepções gerais do cosmético, foram analisados boa aceitação

do público selecionado por não apresentar ressecamento após as sessões, e ainda obtendo boa

na hidratação e maciez, com resultados visualmente perceptível.

6. REFERÊNCIAS

ADDOR, Sant'anna et al. Correlação entre o efeito hidratante da ureia em diferentes concentrações de aplicação: estudo clínico e corneométrico. Surgical & Cosmetic Dermatology: Sociedade Brasileira de Dermatologia, Espanha, v. 1, n. 1, p.5-9, 2009. Disponível em: <http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/1/Correlacao-entre-o-

efeito-hidratante-da-ureia-em-diferentes-concentracoes-de-aplicacao--estudo-clinico-e-

corneometrico >. Acesso em: 16 set. 2015. BEHRENS, Jorge. A Química e a Análise Sensorial: razão e sensibilidade. 2010. Disponível em: <http://www.crq4.org.br/default.php?p=informativo_mat.php&id=912>. Acesso em: 12 mar. 2016. CAREGNATTO, Bianca Daniele; GARCIA, Giselle Albino; FRANÇA, Ana Júlia von Borell Du Vernay. Estudo comparativo entre esfoliante químico e enzimático no processo de esfoliação facial. 2011. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Bianca Caregnatto,

Giselle Albino Garcia.pdf>. Acesso em: 28 set. 2015. CARRISSO, Regina Coeli Casseres; PIRES, Daniel Coelho Barçante. A Pedra “ São Thomé” : tensões e conflitos entre a APL mineral e o turismo. In: FERNANDES, Francisco Rego Chaves; ENRIQUEZ, Maria Amélia; ALAMINO, Renata de Carvalho Jimenez (Eds.). Recursos Minerais e Sustentabilidade Territorial: v. 2, p.115-138. Grandes Minas e Comunidades Locais, CETEM/MCTI, 2011. Disponível em: http://www.cetem.gov.br/publicacao/livros/Vol_1_GRANDES_MINAS_TOTAL.pd f. Acesso em: 16 de ago. 2012.

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cutanea/>. Acesso em: 28 set. 2015. FLEISCHER, David Ivan Rezende. São Tomé das Letras e Lagoa Santa: mineração, turismo e risco ao patrimônio histórico e natural. Cadernos de Campo, 2006. Disponível em: http://www.fflch.usp.br/da/cadcampo/ed_ant/revistas_completas/14- 15.pdf#page=11. Acesso em: 04 dez. 2015 FONSECA-SANTOS, Bruno. Sustainability, natural and organic cosmetics: consumer, products, efficacy, toxicological and regulatory considerations. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-82502015000100017>. Acesso em: 21 jan. 2016. GALLON, Vincent. Estados Unidos proíbem microesferas de plástico em cosméticos. 2016. Disponível em: <http://www.brazilbeautynews.com/estados-unidos-proibem-microesferas-de-plastico,1076>. Acesso em: 22 jan. 2016. JOSINEIRE. CONSIDERAÇÕES GERAIS NA AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS COSMÉTICOS. 2016. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/guia/html/pag02.htm>. Acesso em: 13 jun. 2016. KESSLER, Rebecca. Environmental health perspectives: More than Cosmetic Changes: Taking Stock of Personal Care Product Safety. 2015. Disponível em: <http://ehp.niehs.nih.gov/123-A120/>. Acesso em: 2 jan. 2016. LIMA, Rosa Malena Fernandes et al. Caracterização tecnológica de resíduos de pedreiras de quartzito da região de Ouro Preto/MG. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rem/v60n4/a12v60n4.pdf>. Acesso em: 16 set. 2015. MACHADO, Alexandre Bortoli et al. Hiperqueratose palmo-plantar epidermolítica (Vörner) Relato de caso e revisão da literatura. 2002. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962002000500010&script=sci_arttext >. Acesso em: 13 set. 2015 MINAS FAZ CIÊNCI, PEDRA SÃO TOMÉ: Mineradores aprendem a explorar o quartzito e a preservar o meio ambiente. [s. L.], v. 10, 2002. Disponível em: <http://revista.fapemig.br/materia.php?id=162>. Acesso em: 11 set. 2015 ROMANÓ PEDRAS, PEDRA DE SÃO TOMÉ. Espirito Santo, 2015. Disponível em: <http://www.romanopedras.com.br/pedra-sao-tome-curiosidade.php>. Acesso em: 11 set. 2015 SANTOS et al. EXTRAÇÃO MINERAL DE QUARTZITO E SUA APLICABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL NA CIDADE DE VÁRZEA – PB. 2014.Disponível em :<http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1675/pdf_53>. Acesso em: 28 set. 2015 SAðDE, Fórum. Hiperqueratose Plantar. 2013. Disponível em: <http://www.forumsaude24.com/hiperqueridrose-plantar/>. Acesso em: 23 fev. 2016.

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Anexo I. Protocolo de aplicação:

1. Utilizando luvas de látex para a proteção das mãos, inicialmente será utilizado 5 ml de

sabonete líquido neutro, espalhando bem nas plantas dos pés para completa assepsia local,

retirado com uma toalha umedecida em água temperatura ambiente.

2. Após será aplicado o esfoliante contendo pó da pedra de São Tomé, aproximadamente 10

gramas, acondicionamentos separadamente em saches aluminizados, realizando massagem com

movimentos circulares promovendo uma esfoliação física com abrasão média, durante cinco

minutos, retirando com borrifador de água e em seguida, secar com uma toalha.

Os voluntários serão previamente orientados aos cuidados necessários que deverão realizar a

domicilio durante o tratamento, sendo estes:

-Não andar descalço, em qualquer superfície.

-Não utilizar nenhum produto na região do estudo que tenha ação similar.

Anexo II. Formulação

O material a ser empregado foi obtido de empresa de Itajaí, que realiza o corte e a

venda de pedras decorativas. O material foi coletado de um único lote de pedras, não tendo

contaminante de outras rochas. Foi avaliado quanto a presença de contaminantes e

descontaminado por processo de esterilização a vapor, em autoclave, procedimento realizado no

Curso de Farmácia, Univali, Itajaí. O tamanho de partícula foi determinado por light scattering,

estando na faixa de 45 µm (± 4,79). Trata-se de um pó fino, de cor branca amarelada, de textura

homogênea e fina quanto ao toque.

Pó Pedra de São tome Produto Formulado (Esfoliante)

É um Pó fino sem nenhuma propriedade farmacologicamente ativa, não apresenta cheiro, e não tem cor.

Apresenta boa espalhabilidade, cheiro agradevel de menta, com media abrasividade não deixando a pele pegajosa.