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Avaliação da Actividade Física Habitual em Crianças e Adolescentes Influência do Estatuto Socioeconómico Carla Alexandra Pinto Ribeiro Porto, 2007

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Avaliação da Actividade Física Habitual em Crianças e

Adolescentes

Influência do Estatuto Socioeconómico

Carla Alexandra Pinto Ribeiro

Porto, 2007

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Avaliação da Actividade Física Habitual em Crianças e Adolescentes

Influência do Estatuto Socioeconómico

Orientador: Prof. Doutor José Carlos Rodrigues Dias RibeiroCarla Alexandra Pinto Ribeiro

Porto, 2007

Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na área de Recreação e Lazer, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

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Carla Ribeiro

V

AGRADECIMENTOS

A chegada ao fim do meu primeiro grande desafio, não teria sido possível sem a

presença de algumas pessoas, que de uma forma ou de outra contribuíram para que conseguisse chegar até aqui. Assim, agradeço:

Aos meus pais, por todo o esforço que fizeram e mesmo longe continuam a fazer, para terminar o meu curso.

Aos meus irmãos, Sofia e Miguel por todo o apoio e compreensão nos dias de maior

aperto e por estarem lá nos momentos mais importantes. Ao Professor Doutor José Carlos Ribeiro por me acompanhar durante todos estes anos,

ajudar e compreender mesmo quando o tempo era escasso. À Daniela por ter lido e relido todos os meus trabalhos.

A todos os meus amigos, porque são como um só, por terem sempre uma palavra de reconforto e boa disposição mesmo quando as situações não eram animadoras.

À Cristina Cabrita pela constante orientação, compreensão, partilha de saberes e vivências ao longo de todo este ano, pois revelou-se uma amiga.

A todos aqueles que por inimizade ou por amizade, me ajudaram também a descobrir o meu caminho…

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VII

ÍNDICE GERAL

Índice de quadros Vii Lista de abreviaturas Viii 1. INTRODUÇÂO 11 2. REVISÂO DA LITERATURA 15 2.1 Bases Conceptuais da Actividade Física 17 2.2 Definição de Actividade Física 19 2.3 Actividade Física Habitual em Crianças e Adolescentes 23 2.4 Actividade Física e Dispêndio Energético 31 2.5 Factores de Influencia da Actividade Física 35 2.5.1 Estatuto Socioeconómico 37 2.6 Métodos e Instrumentos de Avaliação da Actividade Física 43 2.6.1 Métodos Laboratoriais 47 2.6.2 Métodos de Terreno 49 2.7 Avaliação da Actividade Física Habitual em Crianças e Adolescentes 57 3. CONCLUSÔES 61 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 65

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VIII

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Resumo dos factores de influência da actividade física. Adaptado de Mota e Sallis (2002) e Sallis e Owen (1999).

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Quadro 2: Listagem dos dois grupos de métodos referidos anteriormente, segundo as indicações de alguns autores (Caspersen, 1989; LaPorte et al., 1985; Montoye et al., 1996; Welk, 2002).

45

Quadro 3: Resumo das Características dos Principais Métodos de Avaliação da Actividade Física – Observação Directa (baseado em Puyau (2004), Sirard e Pate (2001) e Welk (2002)).

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IX

LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM American College Sports of Medicine AF Actividade Física ApCR Aptidão Cardiorespiratória ApF Aptidão Física CDC Centers of Diesease Control and Prevention Count Unidade de medida do acelerómetro MTI Actigraph, sem expressão directa

com nenhuma medida padronizada. CSA Acelerómetro da Computer Science and Applications DE Dispêndio Energético DCV Doenças Cardiovasculares DLW Água Duplamente Marcada ED Energia Dispendida ESE Estatuto Socioeconómico MET’s Equivalente Metabólico MV Actividades moderadas e vigorosas MVMV Actividades moderadas, vigorosas e muito vigorosas OD Observação Directa WHO World Health Organization

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INTRODUÇÃO

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Avaliação da Actividade Física Habitual em Crianças e Adolescentes Introdução

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I. INTRODUÇÃO Apresentando-se como parte integrante da maioria das nossas acções, a Actividade Física (AF) constitui-se como algo inerente e essencial a todos os seres vivos, sendo determinante para a manutenção da sua integridade e inclusive, para a sua sobrevivência (Almeida, 2006). No entanto, as constantes alterações civilizacionais, estruturais e funcionais, particularmente de carácter socioeconómico e tecnológico, têm se repercutido de forma intensa e significativa na vida quotidiana (Mota, 1997), principalmente a revolução tecnológica, dinâmica e frenética, que segundo Pinto et al., (2000), leva as pessoas a um paradoxo, ou seja à inactividade, ao sedentarismo. Existem inúmeras evidências que sugerem um aumento do risco de diversas doenças crónicas associadas à inactividade física (Windle, 2004), tais como: obesidade (Frank et al., 2005), doenças cardiovasculares, diabetes, diferentes formas de cancro, osteoporose, osteoartrites e hipertensão (US Department of Health and Human Services 1996). De acrescentar, que uma das consequências da inactividade física, a obesidade, tem alcançado proporções epidémicas ao nível global, sendo que em Portugal estima-se que metade da população portuguesa com mais de 18 anos apresenta excesso de peso e que 15 em cada 100 pessoas tem obesidade (Duncan, Spencer & Mummery, 2005). A recomendação de mais e melhor actividade física (adaptada ás necessidades e potencialidades individuais) constitui-se actualmente uma constante entre os profissionais de saúde pública (Lopes et al., 2003). Em termos de saúde nos adultos, os benefícios associados à prática de actividade física regular como um estilo de vida saudável e os riscos associados ao sedentarismo, estão claramente documentados na literatura da especialidade (Bungum et al., 2000, Guedes et al., 2001, Renaat et al., 2003). No entanto, em relação às idades pediátricas, apesar de persistir alguma incerteza científica, alguns autores acreditam na relação causal entre actividade física e a saúde em idades pediátricas (Blair et al., 1989), bem como nos efeitos positivos da actividade física para a saúde (Rowland, 1990), e que comportamentos activos durante a infância podem influenciar o estilo de vida no adulto (Sallis e Mckenzie, 1991; Shephard e Trudeau, 2000; Venreusel et al., 1997). Face a estas evidências, ao longo da última década a atenção dos investigadores tem sido centrada na elaboração de linhas orientadoras e recomendações para a prescrição da AF para

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as crianças e adolescentes. Recentemente, Andersen et al. (2006), publicou um estudo efectuado a 3000 crianças e adolescentes de vários países da Europa, referindo que para estes obterem benefícios ao nível da saúde é necessário realizarem pelo menos 90 minutos de actividade física moderada. No entanto, a literatura da área tem sugerido que os hábitos de prática de actividade física diminuem significativamente durante a adolescência (Kimm, Glyn & Kriska, 2000; Telama e Yang, 2000), podendo ser vários os factores que a influenciam, tais como os factores genéticos, fisiológicos, sociais e ambientais (Sallis e Owen, 1999). Um número de factores de socialização como o Estatuto Socioeconómico (ESE), frequentemente determinado pelo nível educacional, profissional e rendimento (Pill et al., 1995; Winkleby et al., 1992; Yang et al., 1996) tem vindo a ser identificados como positivamente associado com a AF dos adultos (Coakleye White, 1992; Rennat et al., 2003) e das crianças e adolescentes (Sallis et al., 2000; Santos et al. 2004). Hallan et al., (2005) entre outros refere que a AF está relacionada com o Estatuto Socioeconómico das populações. E para Machado (2006), as pessoas de ESE baixo, tem fortes condicionantes para integrarem a AF no seu quotidiano e para revelarem comportamentos relacionados com um estilo de vida saudável. O interesse em avaliar a AF numa qualquer população, segundo Reilly et al. (2003), baseia-se na necessidade de estabelecer o estado corrente da sua respectiva AF e determinar se ela se encontra dentro dos critérios apropriados e indispensáveis a um óptimo estado de saúde. Assim, o objectivo do presente estudo é de, através da revisão bibliográfica disponível nesta área, caracterizar a Actividade Física das Crianças e Adolescentes, bem como a forma como o Estatuto Socioeconómico a influência, focando ainda os vários Métodos e Instrumentos que possibilitam a Avaliação da Actividade Física.

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REVISÃO DA LITERATURA

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II – REVISAO DA LITERATURA 2.1 BASES CONCEPTUAIS DA ACTIVIDADE FÍSICA Após a revolução industrial e sobretudo, a seguir à segunda guerra mundial, as alterações resultantes, particularmente de carácter socio-económico, tecnológico e social, tiveram como consequência uma influência extremamente negativa na saúde, na qualidade de vida e no bem-estar das populações, uma vez que conduziram a uma diminuição substancial da AF e do Dispêndio Energético (DE) associados à realização de inúmeras tarefas (Egger et al., 2001). Na sociedade moderna, a industrialização e a mecanização das tarefas destinadas ao ser humano têm induzido uma alteração dos padrões e hábitos de vida, registando-se com uma certa frequência uma hipoactividade das populações (Sallis e Owen, 1999). Apenas algumas profissões requerem esforços físicos, de tal modo que a maioria da população cada vez menos utiliza as suas capacidades musculares. Além disso, as populações utilizam os transportes públicos ou os automóveis em vez de caminhar, andam de elevador substituindo as escadas, e não ocupam o seu tempo livre em actividades físicas regulares (Sousa, 2006). Segundo Silva (2006), o aumento de tempo livre parece ter levado as sociedades industrializadas a desenvolver o sedentarismo, crescendo assim o risco de aquisição de graves problemas de saúde. Devido a estas alterações dos hábitos de vida, consequentes dos avanços tecnológicos e sociológicos, a actividade física das crianças e adultos está a decrescer progressivamente, evidenciando-se mesmo, segundo Wright et al. (2000), uma tendência preocupante para a falta de actividade física na nossa sociedade. Variadas pesquisas epidemiológicas têm mostrado que grande parte dos problemas de saúde, incluindo as Doenças Cardiovasculares (DCV), diabetes não insulino-dependentes, osteoporose, hipertensão, alguns tipos de cancro, obesidade e stress parecem estar associados a hábitos de vida sedentários (Duncan et al., 2002; Montoye et al., 1996; WHO, 2003), revelando que a inactividade física é um dos factores que mais contribui para o aumento da mortalidade, incapacidade e redução da qualidade de vida, nas nações industrializadas e naquelas em vias de desenvolvimento (Blair, 1993; Sallis e Owen, 1999). Sallis e Owen (1999) reforçam ainda esta ideia afirmando que a diminuição da actividade física traduz-se em consequências graves para a saúde, principalmente com o aparecimento das doenças hipocinéticas.

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Assim, de um conjunto de atitudes a adoptar para a prevenção e tratamento deste tipo de patologias, a prática de exercício físico parece poder desempenhar um papel importante na adaptação do homem às suas novas condições de vida e existência, sendo mesmo preconizada como um meio de compensar os efeitos nocivos do modo de vida da sociedade hodierna (Mota, 1997). Segundo Valente (2005), este aumento pela preocupação do estado de saúde das populações parece estar na origem das várias pesquisas efectuadas sobre os hábitos de actividade física. Presentemente, o seu estudo insere-se num quadro multidisciplinar, num contexto vasto e globalizante, que abarca diferentes domínios: motor, fisiológico e sociocultural. Para o mesmo autor, a prática regular de actividade física tem sido reconhecida como uma componente importante na melhoria do estilo de vida saudável, e por consequência, sido associado a um aumento da expectativa de vida, com uma diminuição considerável nos factores de risco de um alargado número de doenças crónico-degenerativas.

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2.2 DEFINIÇÃO DA ACTIVIDADE FÍSICA O conceito de AF tem sido objecto de alterações ao longo do tempo, visto ser um fenómeno/comportamento extremamente complexo (Caspersen et al., 1985; Puyau et al., 2002; Sallis e Owen, 1999), sendo actualmente considerado como um conjunto de comportamentos que inclui todo o movimento corporal (Sallis e Owen, 1999), a que se atribui um significado díspar em função do contexto em que é realizado. Assim, toda e qualquer actividade física protagonizada pelo sujeito no seu dia-a-dia cabe nesta abrangência, já que contribui para o Dispêndio Energético total, isto é: a Actividade Física utilizada nas deslocações, nas tarefas da vida diária, nas actividades em tempo de lazer, nas actividades desportivas mais ou menos organizadas, no trabalho e, no caso das crianças, na escola e nas suas actividades lúdicas (Bouchard et al., 1990). No entanto, a definição que nos parece reunir maior consenso é a apresentada por Caspersen et al. (1985), em que Actividade Física é entendida como “qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em dispêndio energético”. Esta definição considera quatro contextos principais: - O trabalho (as actividades ocupacionais); - As actividades domésticas (em casa e no quintal); - O transporte (deslocamento caminhando ou de bicicleta); - As actividades de lazer, incluindo exercícios físicos, desporto, dança, artes marciais, etc. Actividade Física, Exercício e Aptidão Física (ApF) são conceitos utilizados muitas vezes sem distinção (Sallis et al., 1994). Neste contexto importa, desde já, diferenciar o conceito de Actividade Física do conceito de Aptidão Física, que se pode definir como “uma gama de atributos que as pessoas têm ou adquirem, que se relacionam com a capacidade de desempenhar a Actividade Física” (Riddoch, 1998; Morrow et al., 2000 cit. Almeida, 2006). Enquanto a AF é uma necessidade do corpo, a ApF é um continuum que descreve o estado fisiológico do corpo e determina sua vitalidade ou capacidade de ser activo (Bouchard et al., 1990). Pode assim dizer-se que a AF desenvolve a ApF, assim como a falta de aptidão pode limitar a actividade, e que ambos podem influenciar a saúde e ser influenciados pela doença.

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Por sua vez, o exercício físico é definido por “o movimento corporal planeado, estruturado e repetitivo, executado com a finalidade de melhorar ou manter uma ou mais componentes da aptidão física” (Riddoch, 1998; ACSM, 2003). A actividade física, consiste num complexo conjunto de comportamentos e é definida segundo quatro dimensões, (Sallis e Patrick, 1994): - Frequência: número de sessões por dia ou semana; - Intensidade: relacionada com a taxa de Dispêndio Energético. Geralmente indicada em kilocalorias despendidas por minuto ou em múltiplos do metabolismo basal (MET’s); - Duração: tempo despendido numa única sessão de actividade ou tempo acumulado durante um dia ou semana; - Tipo: qualidade descritiva da forma da actividade (Ex.: actividades aeróbias ou de força). As circunstâncias e os propósitos da actividade física são considerados por Montoye et al. (1996) como a quinta dimensão da actividade física. Os mesmos autores referem que as condições do envolvimento (temperatura ambiente, altitude etc.) e as circunstâncias psicológicas ou emocionais podem alterar os efeitos fisiológicos da Actividade Física. Para a WHO (2002), a AF associada a uma dieta saudável parece ser um elemento fundamental na manutenção de um peso corporal equilibrado, agindo no aumento da energia dispendida e na manutenção da massa muscular. Mota e Sallis (2002) afirmam que “do mesmo modo, a AF pode também apresentar efeitos favoráveis em relação à distribuição regional da adiposidade corporal associada aos factores de risco aterogénico”. Para além das evidências directas, é essencial referir que cada vez mais os estudos da literatura apresentam um conjunto de ligações indirectas positivas entre AF e qualidade de vida, incluindo o bem-estar psicológico, os estados de humor, a ansiedade e o stress, a depressão, a auto-estima e as funções sociais (Sousa, 2006). Um melhor conhecimento da associação entre AF e saúde reforça a necessidade de aperfeiçoar os métodos de avaliação da mesma, tornando-os eficazes, eficientes e, simultaneamente, rigorosos. Não obstante, a importância da medição e quantificação da AF é proporcional ao grau de dificuldade na realização com o rigor pretendido (Paffenberger et al., 1993). Para Sallis e Owen (1998), as maiores dificuldades na investigação da actividade física têm origem na sua grande complexidade, enquanto comportamento humano. As características individuais do sujeito, do envolvimento, da actividade e do seu significado psicossociológico são factores que condicionam a variabilidade da AF.

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Segundo Sirad et al. (2000), organizações relacionadas com a saúde nos Estados Unidos recomendaram 30 minutos, ou mais, de Actividade Física moderada em adultos, preferencialmente em todos os dias da semana. As recomendações para crianças e adolescentes, no que diz respeito a Actividade Física ao longo da vida, foram estabelecidas em simultâneo com as linhas orientadoras para adultos. Apesar do reconhecimento universal do seu efeito positivo na qualidade de vida, a investigação científica sugere que a prática regular e sistemática de AF, quando inserida num estilo de vida saudável, permite aumentar a esperança de vida ao diminuir a taxa de mortalidade e morbilidade (Paffenbarger et al., 1993; Bonafonte, 2001 cit. Silva, 2006). E, apesar de todas as evidências reunidas, a maioria das pessoas continua a não incluir de forma sistemática a AF necessária no seu dia-a-dia (Hallal et al., 2003; CDC, 2006). Segundo a WHO (2004), actualmente mais de 60% da população mundial não pratica AF suficiente para que ocorram benefícios positivos para a saúde. Neste sentido, vários estudos têm sido realizados em diferentes países com o intuito de verificar a prevalência do sedentarismo das suas populações e, de facto, devido à alteração dos hábitos de vida, consequência dos avanços tecnológicos e sociológicos, a AF das crianças e adultos está a decrescer progressivamente, evidenciando-se mesmo uma tendência preocupante (Stunkard et al., 1986; Flynn et al., 2006). O estudo de Martinez-Gonzalez et al., (2001), incluindo países nórdicos e do mediterrâneo, evidenciou uma grande variabilidade na prevalência da Actividade Física nos tempos livres entre vários países, sendo a Finlândia a apresentar os níveis de Actividade Física mais elevados (90%), e Portugal os índices mais baixos (47%). Mesmo assim, o índice apresentado neste estudo foi mais elevado do que o apresentado num estudo realizado por Marivoet (2001), que revelou que apenas 23% da nossa população é activa. Em semelhança com estes resultados, o estudo realizado por Varo et al. (2003), que tinha como propósito avaliar a prevalência dos comportamentos sedentários nos 15 membros da União Europeia, verificou que a percentagem destes níveis variou entre 43,3% para a Suécia e 87,8% para Portugal. No Relatório Europeu de Saúde elaborado pela WHO (2002), Portugal é o país da Europa que apresenta o valor mais elevado de pessoas que não atingem a meta correspondente ao ponto de corte estabelecido de 3,5 horas por semana de actividade moderada ou vigorosa,

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apresentando uma média de 70% de pessoas insuficientemente activas para obter benefícios para a saúde, enquanto a média global estimada se situa nos 41%. Estas evidências são desfavoráveis para a saúde pública e individual, na medida em que contribuem amplamente para o aumento das doenças da civilização, entre as quais as Doenças Cardiovasculares e a Obesidade, que se apresentam actualmente como um dos principais problemas sociais de alta relevância, dadas as repercussões sociais e económicas resultantes, considerando-se assim, como uma das principais causas de morbilidade e mortalidade nos países desenvolvidos e naqueles em vias de desenvolvimento (Blair et al., 1989; Leon e Norstrom, 1995; Luepker, 1996; Paffenbarger et al., 1993; Pate et al., 1995; Twist et al., 2001; WHO, 2003; WHO, 2004). É pois, com grande preocupação que se constata que a maioria da nossa população não se dedica à prática de Actividades Físicas regulares, não só pelas suas motivações intrínsecas, mas também pela carência de estruturas materiais e normativas, surgindo estas insuficiências de movimento como um referencial importante nos riscos para a saúde (Shephard e Trudeau, 2000), tornando-se assim, a inactividade física, uma das grandes preocupações da saúde pública (Sallis e Owen, 1999; Shephard e Trudeau, 2000). De acordo com Riddoch e Boreham (2000), a Actividade Física é uma herança evolucionária, querendo com isto dizer que a espécie humana está “desenhada” para a sua prática. Por outro lado, as condições ambientais e as oportunidades de prática para crianças e adultos estão a diminuir. Segundo a literatura, parece ser evidente a necessidade de intervenção neste sentido. Isto só parece ser possível se medidas políticas forem implementadas no sentido de aumentar essas possibilidades (Riddoch e Boreham, 2000; Cavill et al., 2001). Existe um consenso geral de que a intervenção no sentido de estimular os indivíduos para a prática de Actividade Física deve obedecer a prioridades, isto é, incidir preferencialmente sobre grupos alvo, como os obesos, no controlo e manutenção do peso (Sallis e Owen, 1999) e raparigas entre os 12 e os 18 anos (Cavill et al., 2001).

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2.3 ACTIVIDADE FÍSICA HABITUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Segundo a WHO (2004), vários estudos internacionais revelaram que a maior parte do tempo das crianças e adolescentes é dispendido a ver televisão, a brincar com computadores ou ouvir música, além da modificação dos hábitos alimentares. Parece, assim, que o comportamento sedentário não é uma característica exclusiva no estilo de vida dos adultos. De acordo com Crespo et al. (2000), Sallis e Owen (1999) e a WHO (2004), parece que as crianças e os adolescentes estão a adoptar os hábitos sedentários dos adultos, bem como a forma de encarar o exercício físico, nomeadamente as razões habituais para a sua não realização. Outros estudos nesta área evidenciaram que a quantidade de tempo que as crianças dispensam nestas actividades sedentárias está associada ao aumento progressivo da obesidade, inactividade física e outros factores de risco cardiovascular (Andersen et al., 1998; Durant et al., 1996; Shephard e Trudeau, 2000; WHO, 2004). A relação entre AF e saúde não é tão evidente na infância e na adolescência como é nos adultos, porque, de um modo geral, as manifestações clínicas das doenças associadas à inactividade são raras nestas idades (Guerra et al., 1998; Guerra, 2002). Esta analogia é frequentemente expressa através da análise da relação entre os níveis de Actividade Física realizados e a presença ou ausência de factores de risco das doenças crónicas (Riddoch e Boreham, 1995). Têm sido encontrados efeitos positivos, pelo menos modestos, entre AF e alguns aspectos relacionados com a saúde, tais como a Aptidão Cardiorespiratória (ApCR), os lípidos séricos, a tensão arterial, a composição corporal, o metabolismo da glicose, a saúde esquelética e a saúde psicológica (Sallis e Patrick, 1994; Riddock, 1998). O envolvimento regular e sistemático em contextos de AF resulta na obtenção de um conjunto significativo de benefícios de natureza funcional, psicológica e social (Fonseca, 2004). Segundo Telama e Yang (2000), a AF em idade escolar prediz a AF na idade adulta, havendo uma ligeira correlação entre estas fases etárias, manifestando-se maioritariamente entre as pessoas do sexo masculino. Assim, a AF moderada regular é recomendada às crianças e adolescentes por várias organizações governamentais, médicas e científicas, pelo seu contributo a nível do desenvolvimento físico-motor, psíquico e social, podendo constituir a base para uma vida mais longa e saudável (Sallis et al., 1996; Sleap e Tolfrey, 2001). Vários são os autores que acreditam nos benefícios positivos da Actividade Física regular, entre os quais:

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I) As crianças com baixos índices de Actividade Física parecem mais susceptíveis de contraírem patologias degenerativas na idade adulta;

II) A Actividade Física nas crianças parece induzir alterações biomecânicas, fisiológicas e psicológicas, as quais se manifestam como adaptações crónicas benéficas, persistindo de forma vantajosa durante a vida adulta (Blair et al., 1989);

III) Nas crianças, a Actividade Física surge associada à redução de factores de risco de DCV. (Durant et al., 1983; Simons-Morton et al., 1990).

Para Sallis e Owen (1999), a AF parece ser susceptível de produzir um efeito benéfico sobre o sistema imunológico e de afectar as causas de morbilidade durante a juventude, para além de poder ter um papel ainda mais relevante no caso de algumas populações específicas, como é o caso dos adolescentes obesos. A AF pode ter um papel importante no controlo e manutenção do peso deste tipo de população. Para Bray (2000) um estilo de vida sedentário por si só aumenta as taxas de mortalidade associadas à obesidade, por este motivo é necessário implementar a prática de exercício físico nestes grupos etários. A actividade das crianças e adolescentes é revestida de aspectos muito particulares, caracterizando-se por rápidas mudanças de actividades (Saris, 1986; Ott et al., 2000). De acordo com Word e Henry (1998), a AF deve ser vista como uma actividade social e, posto isto, são vários os factores sociais que, segundo Santos (2006), determinam a ligação dos jovens à AF:

a) Idade – A AF espontânea diminui a partir dos 6 anos e continua a decrescer até ao fim da vida.

b) Género – A literatura parece ser clara uma vez que a maioria dos estudos efectuado nesta área indicam que os rapazes são mais activos que as raparigas.

c) Estatuto socio-económico – apesar da investigação nesta área não ser consensual, normalmente as crianças e adolescentes de estratos sociais mais elevados são fisicamente mais activos do que aqueles que pertencem a estratos sociais mais baixos.

d) Influência da Família – a inactividade dos pais parece influenciar mais o sedentarismo do que propriamente a apetência para a AF.

e) Influência dos pares – a AF pode ser considerada um meio para fazer e manter amizades. Muitos estudos confirmam que o facto de se fazer amigos é um aspecto muito importante para a entrada no desporto.

f) Escola – se esta não tiver impacto nos adolescentes, não corresponder aos seus interesses, não terá certamente os efeitos desejados e, por conseguinte, não

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contribuirá para a adopção de um estilo de vida activo na fase adulta. Inúmeras vezes, a ausência de Actividade Física nos tempos livres está relacionada com experiências negativas nas aulas de Educação Física, principalmente no caso das raparigas.

g) Associações desportivas – o desporto pode proporcionar um aumento de oportunidade para o desenvolvimento da identidade, para um sentido social e para que o jovem se realize a todos os níveis.

h) Mass media – a informação da AF na TV, rádio e imprensa pode ter influência nos níveis de AF. É de salientar a influência negativa que a TV pode exercer nos jovens, transformando-os em consumidores passivos.

i) Factores culturais – os países diferem no valor que atribuem à AF na sua cultura e estas diferenças resultam em níveis diferentes.

j) Acessibilidade e proximidade – vários estudos demonstram que os factores ambientais são importantes na influência à AF. A distância a que se encontram os locais destinados à prática de AF e a possibilidade de transportes poderão contribuir positiva ou negativamente.

No entanto, a definição da quantidade mínima de actividade física exigível num contexto de melhoria da saúde é uma tarefa particularmente sensível, porque os padrões de AF das crianças incluem episódios curtos e intensos que ocorrem de uma forma esporádica. Além disso, a actividade espontânea das crianças mais jovens envolve grande diversidade de movimentos, incluindo torções do tronco, pouco comuns em adultos (Fairweather et al., 1999).

A preferência por curtos e elevados níveis de intensidade é explicada por alguns factores psicológicos, típicos destas idades, que se caracterizam por curtos períodos de atenção despendidos e uma fraca motivação pelos exercícios prolongados (Ott et al., 2000). Ainda que subsista uma grande discussão acerca da quantidade e qualidade de Actividade Física recomendada para esta população jovem, numa perspectiva de saúde (Twisk, 2001), as publicações recentes foram de extrema importância, tendo em conta que até à data as recomendações para estas idades eram extrapoladas das dos adultos, sendo difícil compreender em que medida aquelas seriam relevantes e adequadas às crianças e jovens. De facto, e de acordo com alguns autores, este procedimento não era mais correcto e adequado, dado que os problemas que se colocam às crianças e adolescentes no contexto das suas actividades é

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substancialmente diferente daquele que encontramos na população adulta (Guerra et al., 2003; Sallis e Owen, 1999). O Internacional Consensus Conference on Physical Activity Guidelines, publicado em 1994 por Sallis e Patrick, foi o primeiro fórum a elaborar recomendações para a prescrição da Actividade Física especificamente para adolescentes, com idades compreendidas entre os 11 e 21 anos, estabelecendo duas linhas gerais: I) Os adolescentes devem ser fisicamente activos todos os dias, ou na maioria dos dias, como parte do seu estilo de vida; II) Devem participar em três ou mais sessões por semana, com a duração de pelo menos 20 minutos contínuos de exercício moderado a vigoroso. Posteriormente, Cavill et al. (2001), referem que uma média de 1 hora de actividade física moderada é o ideal, embora os anteriormente considerados 30 minutos sejam um valor mínimo desejável. No entanto, mais recentemente, Andersen et al (2006), sugerem a necessidade de crianças e adolescentes de ambos os sexos, praticarem 90 minutos de AF moderada com vista a diminuir os riscos de doenças cardiovasculares. Entre as AF sugeridas incluem-se o andar de bicicleta, caminhar ate à escola, subir escadas em vez de utilizar o elevador ou a realização de tarefas domésticas, em suma devem participar em actividades de curta duração, intercaladas com breves períodos de recuperação. De uma forma geral, os estudos parecem indicar que a acumulação de actividades moderadas a intensas ao longo do dia pode ser uma abordagem mais apropriada, comparativamente à promoção de períodos contínuos (Riddoch e Boreham, 1995). Tendo em conta as recomendações do Health Education Authority, são perspectivadas duas recomendações gerais e uma subsidiária (Cavill et al., 2001): - Todas as crianças e jovens devem participar em AF moderadas e intensas pelo menos uma hora por dia; - As crianças mais sedentárias devem participar em Actividades Físicas moderadas a intensas pelo menos 30 minutos diariamente. Como recomendação subsidiária suplementar surge: - Pelo menos duas vezes por semana, as crianças e adolescentes são também encorajados a incluir nas actividades diárias, formas de exercício que desenvolvam a força, a flexibilidade, e promovam o desenvolvimento da densidade mineral óssea. Entre as actividades das crianças que fazem apelo à força muscular, incluem-se as de escalar e saltar, enquanto que

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para os adolescentes se incluem os exercícios estruturados, tal como o treino de força com recurso a resistências externas. Uma revisão efectuada por Mota e Sallis (2002), indicou que uma faixa ainda bastante alargada de jovens necessita de ser activa no seu dia-a-dia, pois um número substancial de sujeitos de ambos os sexos não satisfaz a primeira recomendação segundo Cavill et al., (2001). Segundo o Relatório Europeu de Saúde, elaborado pela WHO (2005), existe um número substancial de crianças e adolescentes que falham aos objectivos propostos pelas recomendações anteriores, e pode constatar-se que tal facto se verifica em todos os países desenvolvidos. No “Health Behaviour in School-aged Children Study”, Casperson et al. (2000) encontrou evidências claras relativamente às diferenças de AF nos adolescentes entre os 15 e os 18 anos de idade, que constituem o grupo de maior risco, com o decréscimo da AF excessivamente acentuado. O período de maior declínio no “Amesterdam Growth and Health Study” (Van Mechelen et al., 2000), foi dos 12 aos 15 anos, enquanto no estudo Finlandês (Telama e Yang, 2000), foi dos 15 aos 18 anos. Assistimos a um decréscimo da Actividade Física com o avanço da idade em ambos os géneros (Mota, 2001; Cavill et al., 2001; Chakravarthy et al., 2002), sendo maior ao longo da adolescência. Principalmente no que se refere ao sexo feminino (Cavill et al., 2001; Janz et al., 2000; Sleap e Tolfrey (2001), com um decréscimo de (- 7.4% por ano) comparativamente ao sexo masculino (- 2.7% por ano) e que, na generalidade, as pessoas vão adquirindo hábitos de vida sedentários (Pate et al., 1994; Sallis, 1993; Sallis et al., 1999). Num outro estudo realizado por Gordon-Larsen et al., (2004), a uma amostra representativa americana, verificou-se que a grande maioria dos adolescentes nestas idades não atingiam a meta de realizar 5 ou mais sessões por semana de AF Moderadas a Vigorosas e Muito Vigorosas, e que os mesmos indivíduos continuavam a não atingir essa meta depois de se tornarem adultos. Vários estudos patentearam que os rapazes são mais activos que as raparigas e praticam actividades com níveis de intensidade mais elevados, enquanto as raparigas se dedicam a actividades moderadas (Myers et al., 1996; Sallis e Owen, 1999; Hovell et al., 1999; Van Mechelen et al., 2000). O estudo realizado por Sousa (2006) a 210 crianças e adolescentes caucasianos do distrito de Viseu, veio reforçar a ideia já definida anteriormente, concluindo que se verificam, mais uma vez, diferenças nos níveis de AF de acordo com o sexo, sendo os rapazes mais activos e

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participantes em actividades mais intensas do que as raparigas. Estas conclusões são ainda reafirmadas por Valente (2005), num estudo realizado em 62 indivíduos de ambos os sexos. Os rapazes parecem preferir jogos mais competitivos e actividades que envolvam certos riscos, enquanto as raparigas revelam preferências por actividades de carácter mais individual e mais moderadas (Hovell et al., 1999). Este acto reflecte-se segundo Schaalma et al., (2000), na participação nas aulas de educação física, em desportos organizados e também em actividades desenvolvidas no tempo de lazer. As diferenças observadas na AF entre rapazes e raparigas têm sido relacionadas com as características da actividade física (ex: intensidade baixa, moderada e/ou vigorosa), constatando-se em alguns estudos que os rapazes tendem a participar mais frequentemente em actividades de intensidade moderada a vigorosa enquanto que as raparigas participam, preferencialmente, em actividades de baixa intensidade (Mota e Esculas, 2002; Santos et al., 2003; Trost et al., 2002). Além disso, nas raparigas parece existir um menor reforço social para a prática e maior dependência para actividades menos intensas relacionadas com tarefas domésticas, existindo um papel mais protector relativamente a estas (Guedes et al., 2001; Raudsepp e Viira, 2000). Segundo Gomes et al. (2000); Epstein e Goldfield (1999), as raparigas sofrem influências culturais, onde a imagem tradicional da mulher se poderá projectar na adolescente (Sallis, Zakarian, Hovell e Hofstetter, 1996). O decréscimo ao longo da idade difere em função do tipo e da intensidade da actividade física. Van Mechelen et al. (2000), referiram que a actividade física vigorosa decresceu dramaticamente com a idade, enquanto a actividade de intensidade moderada aumentou dos 13 aos 17 anos. Caspersen et al. (2000), mostraram um maior decréscimo na actividade vigorosa dos jovens comparativamente às actividades de menor intensidade Este declínio da AF ao longo da idade é, talvez, a conclusão mais consistente dos estudos epidemiológicos sobre actividade física (Sallis, 2000), variando consoante o tipo e a intensidade dessa actividade (Caspersen e at., 2000), tornando-se um assunto que gera preocupação no seio da comunidade científica (McKenzie, 2001). No entanto, parecem existir alguns indícios de que as raparigas, apesar de serem, geralmente, menos participativas e participarem em AF menos intensas do que os rapazes, são mais regulares nas suas práticas ao longo da idade, com especial relevância no período pós-

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pubertário (Van Mechelen et al., 2000), contrariando um pouco as tendências habitualmente descritas. Os dados observados nos estudos mais recentes, afirmam que embora o período de maior decréscimo da Actividade Física seja similar nos dois sexos, a redução é maior no sexo masculino. O “score” total de dispêndio energético no estudo de Amesterdão (Van Mechelen et al., 2000) decresceu 42% no sexo masculino e 17% no sexo feminino dos 13 aos 27 anos. Similarmente, o índice de actividade física no estudo Finlandês (Telama e Yang, 2000) decresceu 55% no sexo masculino e 20 % no sexo feminino dos 12 aos 27 anos. Caspersen et al. (2000), observaram, em crianças Norte Americanas, que a actividade física regular declinou 16% para os sujeitos do sexo masculino e 10% para os sujeitos do sexo feminino entre os 12 e os 21 anos. Assim, torna-se de extrema importância a necessidade de reforçar e encorajar as crianças e os adolescentes a incluir e manter um bom nível de AF durante a sua vida escolar. Revela-se ainda mais importante quando é sabido que aqueles que se mantêm fisicamente activos de forma persistente durante a juventude, apresentam consideravelmente maior probabilidade de se manterem activos durante a fase adulta (Telama et al., 2005). Já que segundo a WHO (2005), os comportamentos relacionados com um estilo de vida pouco saudável, tais como a ausência de actividade física e os maus hábitos alimentares, tendem a persistir até à idade adulta. A AF é um pré-requisito para que haja um crescimento e desenvolvimento óptimo das crianças e adolescentes (Sallis, 1985; Sallis e Patrick, 1994; Raudsepp e Pall, 1999). Além disso, constitui um meio através do qual a criança adquire diversos tipos de conhecimento e habilidades motoras e cognitivas, assim como pode desempenhar um papel importante como meio de socialização e de desenvolvimento da auto-estima (Sallis e Owen, 1999). Face às evidências existentes é frequentemente argumentado que a prevenção de doenças crónicas deve iniciar-se tão cedo quanto possível (Twist, 2001 cit. Almeida, 2006). Muitos dos problemas de saúde que se manifestam durante a fase adulta envolvem processos que se desenvolvem ao longo da vida e que começam durante a infância e a adolescência (Bar-Or e Rowland (2004). No que se refere à AF, a fase da adolescência parece constituir um período particularmente importante e sensível, na medida em que a quantidade de AF habitual realizada diminui drasticamente durante este mesmo período (Caspersen et al., 2002; Gavarry et al., 2003; Riddoch et al., 2004; WHO, 2005), o que se faz sentir de forma mais gravosa com o incremento da idade e entre as raparigas (Bar-Or e Rowland, 2004).

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Alguns autores consideram ainda que o aumento drástico da obesidade nestas idades, sugere que, os níveis de AF estão a ser mal avaliados, ou as recomendações realizadas acerca da AF para estas idades são demasiado baixas (Bar-Or e Rowland, 2004). Devendo assumir-se que, no caso das crianças e adolescentes, ainda não existe informação suficiente para definir, de forma confiável, as relações dose-resposta entre a AF e os benefícios para a saúde e que, como tal, as recomendações específicas para estas idades têm sido sobretudo extrapoladas de estudos realizados com adultos (Bar-Or e Rowland, 2004).

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2.4 ACTIVIDADE FÍSICA E DISPÊNDIO ENERGÉTICO Quando se efectuam estudos de natureza epidemiológica, deve-se ter em consideração como definir e expressar a quantificação da actividade física (Valente, 2005). As possibilidades de classificar a AF são diversas e correspondem à própria complexidade do fenómeno. De uma maneira muito simplicista, a AF pode ser dividida entre a que ocorre durante o trabalho e os tempos livres (Caspersen et al., 1985; Washburn e Montoye, 1986; Casperson 1989). As actividades físicas realizadas no tempo livre podem ser definidas, segundo (Casperson et al., 1985 cit. Santos, 2002), em: - Actividades desportivas; - Exercícios ocasionais e tarefas diárias (tarefas domésticas, jardinagem, bricolage e outras actividades). As Actividades Físicas podem ainda diferir quanto à intencionalidade, como é o caso das actividades obrigatórias ou não obrigatórias, podendo ainda ser diversas no tempo (actividades de fim-de-semana ou de dias úteis). Dado que a existência humana obedece à lei da conservação da energia, a medição e quantificação da Actividade Física é frequentemente expressa em termos de dispêndio energético (Montoye et al., 1996), se bem que sejam utilizadas, também, outras possibilidades. Contudo, importa esclarecer que a expressão “dispêndio energético” não deve ser usada como sinónimo de Actividade Física. Em primeiro lugar porque, apesar do dispêndio energético ser uma consequência de actividade física, quando falamos do dispêndio energético total incluímos outras componentes como sejam a taxa do metabolismo basal e o efeito térmico induzido pela assimilação e digestão dos alimentos. Em segundo lugar, porque a quantidade de energia dispendida por um indivíduo é entendida sempre como um valor relativo, equacionado em função da sua massa corporal. Para Kohl et al. (2000), um indivíduo dimensionalmente pequeno e que seja extremamente activo pode gastar, diariamente, a mesma quantidade de Kilocalorias que um indivíduo dimensionalmente maior e que seja sedentário. Logo, não se pode afirmar que sejam semelhantes em termos de AF. Assim, enquanto indicado o dispêndio energético deve estar sempre relacionado com o tamanho corporal (U.S. Departament of Health and Human Services, 1996).

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Indo ao encontro deste pensamento, Montoye et al. (1996) afirma que, sempre que a Actividade Física for expressa em termos de dispêndio energético, Kilocalorias ou Kjoules, a massa corporal do indivíduo tem que ser tomada em consideração. O dispêndio energético total associado à Actividade Física é determinado pela quantidade de massa muscular envolvida, pela intensidade, duração e frequência das contracções musculares. Embora todos nós sejamos mais ou menos activos, o valor total da actividade física depende fundamentalmente daquilo que cada um realiza durante um determinado período de tempo (Caspersen et al., 1985). O dispêndio energético é geralmente traduzido em Kilocalorias. Min¹ ou por múltiplos do valor metabólico basal (Mets). A expressão MET (abreviatura de equivalente metabólico), é utilizada para designar o dispêndio energético em função do peso do sujeito e do tempo, embora seja ainda debatida a origem e exactidão deste valor para diferentes populações. Por equivalente metabólico entende-se o valor correspondente à energia dispendida em repouso, representando este valor uma referência para a classificação da intensidade das actividades (Montoye et al., 1996). Assim sendo, os valores de dispêndio energético são expressos em múltiplos de METs, correspondendo um MET a um gasto equivalente ao valor de energia metabólica dispendida pelo sujeito em repouso por quilo de peso, isto é, 3.5 mL O2/ Kg¹/ min¹ (Freedson et al., 1998). Como o consumo de oxigénio está directamente relacionado com o dispêndio energético, os METs podem ser convertidos directamente em unidades de dispêndio energético: o valor de 1 Kcal. Kg¹.hora¹ é muitas vezes utilizado para representar 1 MET (Montoye et al., 1996). Para os adultos, as categorias para a actividade física propostas pelo American College of

Sports Medicine (1998), têm sido usadas para definir valores de counts da actividade, estes não são mais do que unidades resultantes da avaliação através de sensores do movimento. (Freedson et al., 1998; Corbin e Pangrazi, 1996): - Intensidade Baixa/ Fraca (< 3 METs) ≤1951, (por exemplo: caminhar normalmente, realizar tarefas domésticas, tomar banho); - Intensidade Moderada (3 a 6 METs) ≥ 1952 ≤ 5724, (por exemplo: caminhar em passos rápidos, pedalar, jogar voleibol de recreação ou lavar o carro); - Intensidade Vigorosa (6 a 9 METs) ≥ 5725 ≤ 9498, (por exemplo: correr, pedalar ou nadar em ritmo forte, jogar futebol ou basquetebol). - Intensidade Muito Vigorosa (> 9 METs)> 9499

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A intensidade da Actividade Física também pode servir de referência para a designação de categorias (U.S. Departement of Health and Human Services, 1996). Embora o cálculo do dispêndio energético providencie uma forma de normalizar a quantidade de exercício da população, também adiciona alguma margem de erro à estimação. Existem diferenças individuais na resposta metabólica à actividade (Welk, 2002). Schofield (1985) afirma que a prática usual de definir 1 MET como 3.5 ml O¸ /Kg por minuto é incorrecta para crianças, porque o seu dispêndio energético de repouso decresce de aproximadamente 6 ml O2 /Kg por minuto, aos 5 anos, para 3.5 ml O2 /Kg por minuto aos 18 anos de idade. Segundo Sallis et al., (1991) o maior dispêndio energético em idades mais novas tem sido atribuído ao maior dispêndio energético de repouso, maior frequência da passada e à menor eficiência económica da locomoção. O dispêndio energético por Kg de massa corporal em repouso ou durante o exercício é maior em crianças do que em adultos e varia de acordo com o estado maturacional. Por isso, usar a definição de um MET do Compendium of Physical Activities (Ainsworth et al., 2000), sem ajustes é inadequado para a estimação do dispêndio energético em crianças e adolescentes, até que estas atinjam o estado 5 da escala de Tanner (Harrel et al., 2005), pois pode originar uma sub estimação do dispêndio energético nestas idades. A quantificação da Actividade Física não está limitada ao conceito de dispêndio energético. Assim, o reconhecimento de padrões de Actividade Física representa também uma importante forma de a quantificar. O padrão refere-se ao tipo, duração, frequência e intensidade da actividade durante um período de tempo limitado (Bouchard et al., 1999, cit. Santos, 2002).

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2.5 FACTORES DE INFLUENCIA DA ACTIVIDADE FÍSICA A prática da Actividade Física por parte das crianças e adolescentes parece ser influenciada por um conjunto de factores claramente mutifactoriais (Dishman et al., 2004; Dishman e Sallis, 1994; Sallis et al. 1992; Sallis et al. 2002; Sallis e Owen, 1999), variando também em função do tipo de intensidade da actividade (Dishman e Sallis, 1994), e ao longo das fases de envolvimento na sua prática (Marcus et al., 1992). Quadro 1: Resumo dos factores de influência da Actividade Física. Adaptado de Mota e Sallis (2002) e Sallis e Owen (1999).

Factores de Influência da Actividade Física

Variáveis

Intrapessoais

- Sexo - Idade - Estatuto Socio-económico - Factores psicológicos, cognitivos e emocionais (prazer na prática, auto-eficácia, barreiras).

Variáveis Interpessoais

Sociais Culturais

- Influência da família (principalmente dos pais) - Influência dos pares, professores e treinadores - Escola

Ambientais

- Acessibilidade a equipamentos e espaços desportivos - Características climatéricas, sazonais e geográficas - Televisão, vídeo, Internet (comportamentos sedentários)

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2.5.1 ESTATUTO SÓCIO-ECONOMICO O estatuto socio-económico, ou a classe social referem-se, geralmente, à estratificação horizontal da população com base em factores como a profissão, rendimentos, prestígio social, instrução e grupo de afiliação (Mota e Sallis, 2002). Este indicador pode servir para analisar as diferenças económicas, de educação, de acesso a equipamentos desportivos, de atitudes e valores e outros factores passíveis de influenciar os comportamentos dos indivíduos (Pill et al., 1995). A maioria das investigações realizadas tem indicado que existe uma associação positiva entre o estatuto socio-económico e a Actividade Física em adultos (Coakley e White, 1992; Renaat et al., 2003; Sallis et al., 1986; Sallis et al., 1992, Valente, 2005). Um menor número de pesquisas neste âmbito tem sido realizado em crianças e adolescentes (Renaat et al., 2003). No entanto, o seu nível de participação em Actividades Físicas e desportivas parece ser influenciado por esta variável (Gottlieb e Chen, 1985; Zeijl et al., 2000 cit. Valente, 2005). Num âmbito geral, as investigações realizadas sobre esta temática apontam para uma influência consistente da família, especialmente dos pais, na aquisição de hábitos, comportamentos e atitudes de um estilo de vida activo e saudável das crianças e adolescentes (Coakley e White, 1992; Sallis et al., 1992; Sallis et al., 1996; Zakarian et al; 1994). De acordo com Wadsworth (1999), o contexto familiar durante a infância prepara a nossa trajectória de vida adulta. As circunstâncias sociais e económicas da família estão imensamente relacionadas com as oportunidades de desenvolvimento que os jovens podem ter, não apenas pelos aspectos relacionados com a nutrição, mas também com a educação e a AF. A família é, assim, entendida como um agente fulcral de socialização, suportando a “teoria social de aprendizagem” a ideia que esta tem uma influência positiva, ou não, na iniciação e manutenção de hábitos de actividade física e desportiva nestas idades críticas (Greendorfer et al., 2002; Greendorfer et al., 1996). Segundo Pill et al. (1995 cit. Ferreira, 2005), apesar do estatuto socio-económico se apresentar como uma medida meramente descritiva, ele serve como indicador das diferenças económicas, de educação, do acesso aos equipamentos desportivos, às atitudes, valores e outros factores que podem influenciar os comportamentos em geral. De facto, o ESE parece afectar a natureza do lazer do sujeito e das suas práticas (como a actividade física), sendo os custos um importante factor que pode explicar a maior participação

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das famílias das classes mais favorecidas num grande número de actividades. Este facto parece ser potencialmente decisivo na facilidade de escolha e de acessibilidade à prática de Actividade Física (Sallis et al., 1996). As barreiras da AF parecem variar em função do estatuto socio-económico. Nesta perspectiva, as barreiras “internas” como a falta de motivação ou a falta de tempo livre são mais comuns entre grupos socio-económicos altos, enquanto que barreiras “externas” como a falta de dinheiro, falta de transporte ou doença/incapacidade física são mais comuns em grupos socio-económicos mais baixos (Chinn et al., 1999). Para Mota e Sallis (2002), as influências do estatuto socio-económico na prática de AF têm sido alvo de interesse crescente, mas os estudos têm sido incapazes de identificar com clareza os mecanismos pelos quais o estatuto socio-económico influencia a AF dos jovens e a maioria apresenta resultados díspares e associações confusas. De acordo com os mesmos autores, numa dada hierarquia, o dinheiro destinado às despesas como a AF surge depois das despesas de primeira necessidade, como a alimentação, cuidados médicos, vestuário e habitação, fazendo com que as actividades de lazer, como a AF, enquanto práticas formais de consumo, sejam determinadas, embora não exclusivamente, por possibilidades económicas e hábitos de consumo. Para os mesmos autores, habitualmente, os indivíduos que apresentam um nível socio-económico mais elevado têm também atitudes mais positivas em relação a comportamentos de saúde. Para Taylor et al., (1994), é esperar que as famílias com maiores recursos financeiros tenham mais oportunidade de participar em programas regulares de actividade física do que famílias com menores recursos. Sucessivos estudos com crianças e adolescentes verificaram que os grupos de baixo estatuto socio-económico têm valores de AF mais reduzidos do que grupos de elevado estatuto socio-económico (Renaat et al., 2003; McVeigh et al., 2004; Santos et al., 2004). O baixo nível socio-económico parece estar associado, por exemplo, à ausência de transporte para os locais de prática, a limitações monetárias para a associação e participação em grupos formais de actividade, bem como a um menor tempo livre para ser utilizado em práticas regulares de AF (Sallis et al., 1996). Um mecanismo que tem sido várias vezes proposto para esta última relação, é que os jovens de famílias de estatuto socio-económico baixo dedicam menos tempo de lazer à AF devido ao acesso limitado a locais seguros nos quais possam jogar na sua área residencial (Molnar et al., 2004).

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Para Ross (2000), a baixa participação em AF, nomeadamente em AF vigorosa, nas áreas de residência onde predomina o baixo nível socio-económico, resulta da reduzida visibilidade das actividades realizadas nas instalações recreativas e do custo de participação. Segundo Estabrooks et al. (2003 cit. Ferreira, 2005), esta situação pode ser explicada pelo facto de, por vezes, existir uma injusta distribuição de instalações recreativas favoráveis às áreas de elevado nível socio-económico. A informação deste estudo sugere que os indivíduos que habitam em áreas de residência onde predomina o baixo estatuto socio-económico podem ter uma capacidade pequena para controlar a sua AF de acordo com ambientes inacessíveis, pois verificaram que as áreas de residência de baixo estatuto socio-económico tinham poucos recursos de AF, e dos recursos disponíveis uma pequena proporção era gratuita. Segundo Eyler et al. (2003), a baixa participação na AF deste tipo de população, é originada porque as pessoas com nível educacional menor têm maiores dificuldades em ultrapassar os obstáculos culturais e étnicos. Martinez-Gonzales (2001) salientam que estas pessoas costumam ter uma ocupação profissional eminentemente física e como tal, pouco valorizam a AF como meio promotor da sua saúde. Crespo et al. (2000) referem que é costume, as pessoas de ESE baixo serem fisicamente inactivas no âmbito do lazer, mas activas em tarefas domésticas, de cuidados de saúde aos seus familiares e residirem em ambientes pouco propícios à realização de AF (com ausência de segurança e suporte social na envolvência). Num estudo prévio, Gile-Corti e Donovan (2002) encontraram resultados contrários que sugerem que, à excepção do acesso a campos de golfe e à praia, os habitantes das áreas de baixo nível socio-económico tinham iguais ou melhores acessos a instalações recreativas quando comparados com os habitantes das áreas de elevado nível socio-económico. No entanto, segundo os mesmos autores, apesar de terem melhores acessos, os habitantes das áreas de baixo nível socio-económico utilizavam menos as instalações recreativas que envolviam matrículas/custos (exemplo: centros recreativos e desportivos, ginásios), mesmo depois de realizados ajustes aos rendimentos familiares. A excepção era o uso de piscinas, que estes usavam mais frequentemente do que os habitantes de áreas de elevado nível socio-económico. Sallis et al. (1996) e Vanreusel et al. (1997), referem que o estatuto socio-económico parece estar directamente associado com as possibilidades de participar em programas

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estruturados ou actividades físicas formais e muito pouco com actividades físicas não organizadas. Pill et al. (1995 cit. Ferreira, 2005), referem que quando os três indicadores (rendimento, educação e ocupação), frequentemente utilizados no estabelecimento do estatuto socio-económico, são comparados para prever o comportamento da saúde, as diferenças são evidentes, sendo a educação normalmente a correlação mais fiável. Níveis educacionais mais altos são, segundo Lynch e Kaplan (2000 cit. Ferreira, 2005), geralmente indicadores de melhores empregos, maiores rendimentos, melhores habilitações e vizinhança, bem como melhores condições de trabalho. Contudo, a utilização da educação como uma medida de posição socio-económica parece estar ligada com algumas potenciais limitações, apesar da sua existência, o nível educacional é reconhecido como um indicador da posição socio-económica e tem sido utilizado em diversos estudos, tendo sido identificada, em alguns, a sua correlação com o nível de prática de AF. Segundo um estudo de McVeigh et al., 2004, em relação ao nível educacional, foi verificado que crianças de mães com nível educacional mais alto revelavam-se mais activas e que a educação avançada estava associada a baixos níveis de inactividade (Gordon-Lasern et al., 2000). De um outro ponto de vista, Tammelin et al. (2003) realça o facto de progenitores com baixo nível educacional poderem tendencialmente ser inactivos, proporcionando, desta forma, um modelo desfavorável para os seus filhos. No estudo realizado por Santos et al. (2004), verificou-se que o nível educacional das mães tem uma associação estatisticamente significativa com as escolhas para participarem em actividades não organizadas, muito provavelmente devido ao facto de actividades físicas espontâneas do tempo livre serem frequentemente não organizadas. Ferreira (2005), encontrou uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre a AF das raparigas e os marcadores de posição socio-económico dos progenitores. Embora baixas, as correlações encontradas, indicam uma tendência para as jovens cujos níveis de escolaridade e de profissão são mais elevados, pertencerem ao grupo de nível de AF também mais elevado. Valente (2005), num estudo realizado a 62 indivíduos de ambos os sexos, relativamente à associação entre o nível de escolaridade dos pais e os níveis de Actividade Física dos filhos, apontou para a existência de correlações positivas estatisticamente, significativas fracas a moderadas, apenas entre as actividades sedentárias do sexo feminino e os níveis de

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escolaridade de ambos os pais. Para a autora e face ao anteriormente exposto, poder-se-á especular que, os pais com nível de escolaridade superior estimulam mais as suas filhas a dispensarem mais tempo com actividades académicas em casa, reduzindo assim a disponibilidade de tempo para as actividades direccionadas ao lazer activo e á prática de desportos, o que se reflecte num aumento das actividades sedentárias. Contudo, segundo Mota e Sallis (2002), embora a investigação nesta área não seja consensual, uma maior evidência sugere que, normalmente, crianças e adolescentes de níveis sociais mais elevados são fisicamente mais activos do que aquelas que pertencem a níveis sociais mais baixos, sendo possível destacar que a participação em diferentes tipos de actividades físicas/desportivas, o interesse dos pais nessa participação, o acesso a equipamentos, a programas desportivos e a locais seguros para a realização das actividades, parecem ser factores determinados, em grande parte, pelo nível socio-económico No entanto, a generalização dos resultados carece de alguma consistência, dado as conclusões dos diferentes estudos não serem unânimes. Alguns estudos têm sugerido que os hábitos de AF podem ser determinados por outros factores que não o estatuto socio-económico dos progenitores (Ferreira, 2005). Crespo et al., (2002) refere que o estado civil, o estatuto socioeconómico e a raça são factores condicionantes para a AF, no mesmo estudo, observou que as pessoas casadas, de estatuo socioeconómico baixo e de minorias étnicas apresentam os índices mais reduzidos de AF. Pratt et al., (1999) salientam que são as pessoas, de raça negra e com escolaridade e rendimentos menores, aquelas que se encontram numa situação mais desfavorável face ao acesso a experiências com AF. Stokols et al., (2003), reforçam a ideia dizendo que para além da educação e nível de rendimentos, as características apelativas do meio envolvente e o acesso a espaços favoráveis à AF estão intimamente ligadas à raça De acordo com Santos et al. (2004), programas organizadores dirigidos a adolescentes de baixo nível socio-económico deveriam ser desenvolvidos, pelo facto dos adolescentes com nível socio-económico mais baixo parecerem estar claramente em desvantagem em termos de poderem participar em AF de lazer organizadas a um mesmo nível das crianças pertencentes a uma família de nível socio-económico mais alto.

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2.6 MÉTODOS E INTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE FÍSICA

A avaliação de um comportamento tão complexo como a Actividade Física reveste-se de complexidade e dificuldade ao nível da precisão da sua medição (Oliveira e Maia, 2001). A avaliação da Actividade Física é utilizada com diversos objectivos (Ainslie et al., 2003), tais como: - Descrever os hábitos de actividade física de uma população; - Avaliar a associação entre a inactividade física e saúde; - Monitorizar as alterações no dispêndio energético entre populações ao longo do tempo; - Fazer a descrição internacional de diferenças culturais transversais. - Ao mesmo tempo, pode ser de considerável utilidade na avaliação de intervenções direccionadas ao aumento de actividade física ou monitorização do custo energético de qualquer actividade humana. Na literatura podemos encontrar uma grande variedade de metodologias para avaliar a Actividade Física. Essa variedade é em parte justificada pelo vasto conjunto de dimensões que o fenómeno apresenta e pelas complexas relações que cada uma delas estabelece com diferentes aspectos de saúde. Existem variados métodos de avaliação da AF e a utilização de qualquer um deles apresenta incondicionalmente vantagens e inconvenientes, uma vez que não foram ainda identificados métodos ideais nem nenhum procedimento de aplicação universal (Freedson e Melanson, 1996; Kesaniemi et al., 2001), quando se trata de avaliar a AF, nenhum método é inteiramente satisfatório (Luke et al., 1997; Boreham e Riddoch, 2001). LaPorte et al. (1985); Montoye et al. (1996), apresentam um inventário exaustivo dos diferentes métodos de avaliação, concluindo que nenhum deles satisfaz todos os critérios. A variedade e instabilidade do movimento humano, o facto das diversas componentes da AF poderem variar muito, de individuo para individuo e entre as populações, (Chu et al., 2003), bem como o facto da AF constituir um comportamento complexo e multidimensional (Sallis e Owen, 1999; Boreham e Riddoch, 2001; Ekelund et al., 2004), cria dificuldades enormes ao nível da precisão da sua avaliação, o que faz com que nenhum dos métodos existentes meça todas as suas componentes com rigor e seja universalmente aceite, sobretudo em condições normais de vida.

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Segundo Powell e Paffenbarger (1985 cit. Castro, 2001), actualmente, existem inúmeros processos de medição que permitem que a avaliação da AF seja efectuada de uma forma multifacetada, mas cada um dos métodos mede apenas uma parte do imenso espectro que é a AF. Desta forma, o método seleccionado para avaliar a AF depende do tipo de informação pretendida para a investigação e dos recursos disponíveis. A actividade física como comportamento complexo e infinitamente variável, impõe a necessidade de se escolher a dimensão que vai ser avaliada e o instrumento que deve ser utilizado (Harrow e Riddoch, 2000), mesmo sabendo que pela variedade e instabilidade do movimento, não existe um único instrumento capaz de captar a actividade física na sua totalidade. Em suma, nenhum método, técnica ou instrumento por si só, é inteiramente satisfatório. De facto, a AF é uma das actividades humanas mais difíceis de medir de modo exacto, tendo sido difícil aos vários autores quantificá-la com rigor, devido fundamentalmente aos seguintes factores: a inexistência de instrumentos de medida standardizados, fiáveis e válidos que permitam a uniformização dos critérios dos diferentes estudos e a escolha inadequada dos instrumentos de medição para a avaliação de uma ou mais componentes desta actividade (Caspersen, 1989; Going et al., 1999). Bouchard et al., (1994), citados por Castro (2001), acrescentam ainda os seguintes factores a ter em consideração na escolha dos métodos de avaliação: - Natureza do problema em estudo; - Dimensão da relação entre actividade física e os benefícios para a saúde; - Tamanho e demografia da população em estudo; - Praticabilidade em termos económicos; - Tempo para aplicar e tratar medidas; - Aptidão e aceitabilidade para estudar os sujeitos; - Compatibilidade com as actividades diárias. Independentemente da escolha efectuada, a escolha do método de avaliação da AF deve ter em consideração alguns princípios fundamentais, mencionados por Sallis e Owen (1999), tais como: - Validade: medir aquilo que se pretende; - Fiabilidade: grau de consistência entre os testes; - Praticabilidade: custos aceitáveis de administração;

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- Não Reactivo: não influenciar o comportamento da população alvo; - Sensibilidade: registo das alterações dos padrões de movimento; - Aceitabilidade: por parte do indivíduo a avaliar (método confortável, esteticamente agradável, de fácil utilização). Têm sido desenvolvidos numerosos métodos para avaliar a Actividade Física. Estes variam desde a observação directa, instrumentos de escrita (diários, registos, questionários e entrevistas), a uma avaliação directa do movimento através de pedómetros, sensores electrónicos do movimento, acelerómetros, monitorização da frequência cardíaca e “double-labeled water” (Saris, 1986; Wood, 2000). Na literatura especializada, é possível distinguir dois grandes grupos de métodos de avaliação da actividade física (Montoye et al., 1996; Pols et al., 1996; Wood, 2000): - Métodos laboratoriais – são métodos exactos de medição, mas que requerem equipamentos altamente sofisticados e dispendiosos, pressupondo processos de análise complexos. Apresentam-se de difícil aplicação a estudos que envolvem amostras de grandes dimensões. Estes métodos dividem-se basicamente em métodos fisiológicos e biomecânicos. - Métodos de terreno – métodos menos complexos, aplicáveis em contextos diferenciados e em amostras de grande amplitude. Porém, indiscutivelmente menos precisos (Montoye et al., 1996). Quadro 2: Listagem dos dois grupos de métodos referidos anteriormente, segundo as indicações de alguns autores (Caspersen, 1989; LaPorte et al., 1985; Montoye et al., 1996; Welk, 2002)

A. Métodos Laboratoriais B. Métodos de Terreno

A.1 Fisiológicos: - Calorimetria directa - Calorimetria indirecta A. 2 Biomecânicos: - Plataforma de força - Método fotográfico A.3 “Double Labeled Water “ (DLW)

B.1 Diários B.2.Observação Directa B.3 Questionários e entrevistas B.4 Marcadores fisiológicos B.5 Monitorização electrónica: -Sensores do movimento (pedómetros e acelerómetros) - Monitores de frequência cardíaca B.6 Aporte nutricional B.7 Classificação profissional

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2.6.1. MÉTODOS LABORATORIAS Embora se apresentem de difícil aplicação em estudos epidemiológicos orientados para a avaliação da Actividade Física habitual o seu conhecimento é importante pois proporcionam medidas critério de validação dos métodos de terreno mais simples (Castro, 2001). Requerem equipamentos sofisticados e dispendiosos, pressupondo processos de análise complexos, sendo contudo, mais exactos. São importantes para determinar o gasto energético de actividades específicas e para proporcionar medidas critério de validação de métodos de terreno mais simples, no entanto apresentam a impossibilidade de utilizar em amostras numerosas. Estes métodos subdividem-se em dois grupos: métodos fisiológicos e métodos biomecânicos (Montoye et al., 1999). A.1 Métodos fisiológicos Avaliam o dispêndio energético associado às perdas de calor do indivíduo por calorimetria directa e indirecta. Não é viável para estudos epidemiológicos porque não se aplica a amostras de grande dimensão. É um método dispendioso e geralmente é inaceitável pelo sujeito (Montoye et al., 1996). A Calorimetria Indirecta reflecte-se num circuito de medição do dispêndio energético através da taxa de consumo de O2 e produção de CO2. Apresenta como vantagens uma medição precisa, para além de uma medição do dispêndio energético a curto-prazo. Em contrapartida apresenta como desvantagens uma recolha limitada entre 1 a 5 horas, é dispendioso portanto aplicado apenas em amostras pequenas ou numa base individual. Também é considerado invasivo, podendo mesmo interferir com a AF. A.2 Métodos biomecânicos Medem a actividade muscular, a aceleração e o deslocamento do corpo ou de partes do corpo do sujeito, avaliados por plataformas de força e pelo método fotográfico (Montoye et al., 1996).

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A.3 “Double Labeled Water” É considerado o método mais preciso por ser o que melhor avalia os gastos energéticos em situações reais, apesar dos elevados custos e da reduzida praticabilidade em estudos epidemiológicos. Baseia-se na ingestão da água com uma concentração não radioactiva fixa de isótopos de hidrogénio e oxigénio (18º), posteriormente excretados. Apenas através de uma amostra de urina, este método permite calcular a produção de CO¸ durante um período que pode chegar a 20 dias, possibilitando uma estimativa precisa do dispêndio energético através da determinação do quociente respiratório. Este método demonstrou ser bastante preciso e possuir vantagens sobre outras técnicas: é não restritivo, é especialmente indicado em situações da vida real dos sujeitos e possui potencialidade para servir como critério de validação de outras técnicas (Montoye et al., 1996; Freedson e Melanson, 1996). Este procedimento tem elevada exactidão para avaliar o dispêndio energético diário, é uma técnica segura, não sobrecarrega o sujeito avaliado e não parece influenciar o seu nível habitual de Actividade Física (Freedson e Melason, 1996). Não exige qualquer cuidado específico dos participantes. Contudo, também apresenta os seus inconvenientes, nomeadamente o elevado custo, a impossibilidade de determinar a proporção de energia despendida em Actividades Físicas (Saris 1985 cit. Castro, 2001) e não fornecer qualquer tipo de informação acerca dos padrões ou natureza da actividade (Cooper et al., 2000). A Double Labeled water apresenta-se como um procedimento muito valioso para estudos de pequenas dimensões e como uma medida critério para a validação de outros procedimentos de avaliação da Actividade Física (Montoye et al., 1996).

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2.6.2. MÈTODOS DE TERRENO Englobam técnicas mais simples que podem ser utilizadas em estudos epidemiológicos, em amostras de grandes dimensões, implicando custos mais acessíveis e, inegavelmente, menos exactos. (Montoye et al., 1999; Pols et al., 1996). B.1 Diários A avaliação da Actividade Física através do registo diário exige do sujeito grande cooperação e julgamentos adequados acerca do tipo, frequência, intensidade e duração das suas actividades. A recolha e registo de informação não exigem a presença de qualquer observador dado que é efectuado pelo próprio sujeito. Este método consiste em efectuar registos de todas as actividades em formulários próprios durante intervalos de tempo pré-determinados. Para se conseguir estimar a quantidade de actividade de um indivíduo são necessários vários dias de registo em diferentes períodos do ano, uma vez que o nível de actividade física do indivíduo não se mantém constante (Blair et al., 1985, cit. Castro, 2001). A escolha deste método de avaliação requer muito empenho por parte dos sujeitos avaliados. Mesmo sendo uma técnica dotada de alguma precisão, é necessário considerar a possível relutância dos indivíduos em registar todas as actividades, ou mesmo, a simplificação do seu padrão habitual para facilitar o registo (Laporte et al., 1985 cit. Santos, 2000). A utilização de um diário de actividades, em simultâneo com o uso de um acelerómetro portátil, pode fornecer dados mais completos e pormenorizados acerca das tarefas motoras habituais do indivíduo (Bouchard et al., 1993). B.2 Observação Directa A aplicação deste método consiste no registo contínuo das actividades dos sujeitos. A sua aplicação em idades pediátricas parece ser eficiente, uma vez que permite a caracterização das actividades específicas. O estabelecimento das categorias da Actividade Física à priori, permite focar actividades específicas. No entanto, a presença de um observador pode interferir no decorrer natural das actividades.

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É um método muito exigente para o investigador uma vez que exige tempo, esforço e custos financeiros, o que inviabiliza a sua aplicação em amostras numerosas (Freedson e Melanson, 1996). Quadro 3: Resumo das Características dos Principais Métodos de Avaliação da Actividade Física – Observação Directa (baseado em Puyau (2004), Sirard e Pate (2001) e Welk (2002)).

Método Definição/ Unidade de

medida

Vantagens Desvantagens Dimensões da AF avaliadas

Observação Directa (OD)

- Método que consiste, por parte de um investigador treinado, no registo contínuo de actividades realizadas pelo sujeito observado. - Taxa de actividade.

- Capacidade de captar as mudanças súbitas nos padrões de actividade; - Aplicação em crianças eficiente; - Providencia uma informação excelente acerca da quantidade e qualidade da AF das crianças.

- Intromissão; - A presença do observador pode interferir com os padrões de AF normais das crianças; - Requer observadores experientes; - Recolha de dados morosa e muito trabalhosa; - Amostras limitadas.

- Frequência; - Intensidade; - Duração; - Tipo; - Energia Dispendida (ED) baseada no Compendium de Actividades (MET’s).

B.3 Questionários e entrevistas Os questionários têm sido um dos métodos mais utilizados em pesquisas epidemiológicas envolvendo grandes grupos populacionais. Os valores obtidos através das respostas dos questionários permitem classificar os indivíduos em níveis de actividade física e possuem uma fiabilidade aceitável (Pereira et al., 1998). Para determinar a prevalência da AF numa população, verificar os efeitos de programas de intervenção, ou para identificar as relações entre a actividade física e os benefícios para a

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saúde, os questionários têm sido frequentemente utilizados (Sallis e Owen, 1998). Os valores estimados que são obtidos através das respostas aos questionários, possuem uma validade aceitável e permitem a classificação dos indivíduos em função do seu nível de actividade (Pereira et al., 1998). Este método é o que possui uma maior praticabilidade em estudos epidemiológicos, facilitando a recolha de grande quantidade de informação relevante acerca da Actividade Física habitual. A selecção, de um questionário está dependente do tempo e limitações financeiras, da idade e sexo em estudo e das características socio-económicas da população. Segundo Laporte et al. (1985 cit. Santos, 2000), os diversos tipos de questionários utilizados na investigação da Actividade Física diferem fundamentalmente nos seguintes aspectos:

1) Tempo de administração; 2) Detalhe e modo como as questões são formuladas; 3) Intervalo de tempo a que se refere a questão; 4) Tipo de escala utilizada para classificar os sujeitos ou estimar o dispêndio energético.

O uso de questionários como forma de pesquisa parece ser aceitável para estudos que envolvam adultos, mas a sua fiabilidade é discutível quando se trata de escalões etários mais baixos, como o caso de crianças e adolescentes (Freedson e Melanson, 1996). Os questionários são instrumentos de avaliação susceptíveis de enganos e erros, e dependem da capacidade de memorização do sujeito. O uso deste método em crianças com menos de 10 anos não é aconselhado (Trost et al., 1998), uma vez que, nestas idades, as crianças ainda não possuem memória suficiente para reter todo o tipo de actividade diária, limitando a informação acerca desta (Saris, 1985). Embora seja possível argumentar que os questionários não devem ser utilizados em crianças e adolescentes antes dos 15 ou 16 anos, parece também importante realçar que a validade de alguns instrumentos pode ser considerada significativa em idades compreendidas entre os 9 e os 11 anos. Além disso, muitos investigadores não dispõem de qualquer outra medida de Actividade Física para idades mais baixas. De qualquer forma, os resultados obtidos a partir de questionários aplicados a crianças e adolescentes devem ser sempre interpretados com cautela (Armstrong e Welsman, 1997). A maneira como as questões estão ordenadas e a forma como a Actividade Física está definida, podem efectuar a quantificação da actividade física (Sarkin et al., 2000). As questões

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podem reflectir a frequência, duração e intensidade de actividades específicas, ou podem, simplesmente, apontar a participação dos sujeitos em actividades. O intervalo de tempo a que se refere a pergunta pode variar de 24 horas, dias, semanas, a períodos ainda mais longos. Além disso, segundo Sallis et al. (1993), a validade das respostas depende, fundamentalmente, do desenvolvimento cognitivo e da idade da criança. A elaboração de questões detalhadas tem efeitos indiscutíveis sobre o tempo de administração do questionário. Nesta perspectiva, parece importante a utilização de questionários curtos, pois a extensão e complexidade não só dificultam a sua administração, como não garantem os melhores resultados em termos de validade e fiabilidade (Washburn e Montoye, 1986 cit. Santos, 2002). B.4 Marcadores fisiológicos A utilização de marcadores fisiológicos na avaliação da actividade física, além de ser uma medida bastante objectiva, possibilita o estabelecimento de critérios de validação para instrumentos menos objectivos. B.5 Monitorização electrónica Neste método para além dos sensores de movimento existem os monitores de Frequência Cardíaca (FC). Consistem no registo, através de um aparelho, da variação da FC do sujeito, podem ser aplicados em amostras numerosas, são válidos em laboratórios e condições normais de vida. No entanto este método é relativamente dispendioso, apresentando por vezes algum desconforto para os participantes quando usados por períodos de tempo prolongados, o que faz com não seja bem tolerado no caso de longos períodos de avaliação. A análise dos dados é complexa, permite a interferência de outros factores (fisiológicos e ambientais) capazes de elevar a FC. Os sensores de movimento podem ser classificados em dois tipos (Laporte et al., 1985; Pereira et al., 1998): - Pedómetros – apenas quantificam o movimento produzido pela marcha ou corrida (contagem de passos), através de um aparelho portátil. Utilizados à volta da cintura ou tornozelo, não limitam a actividade, assim, podem ser utilizados em vários cenários e em amostras numerosas, para além destes aspectos tem como característica não ser dispendioso.

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No entanto, estes sensores do movimento apenas quantificam o movimento, não permitindo a descriminação do mesmo. - Acelerómetros – identificam a quantidade e intensidade do movimento. São sensores electrónicos de movimento, capazes de medir a frequência e intensidade do movimento (Armstrong e Welsman, 1997). Deste modo, permitem uma informação mais detalhada de um leque mais variado de actividades. Segundo Trost et al., (1998), Ott et al., (2000) e McKenna e Riddoch (2003) os acelerómetros são sensores mecânicos e electrónicos que detectam e memorizam o movimento num único ou vários planos. Medem as acelerações e desacelerações do corpo quando este se move. Desde actividades vigorosas a actividades leves (McKenna e Riddoch, 2003), parecem ser os aparelhos mais práticos e que melhor se adaptam na tentativa de avaliação da AF nas crianças (Kelly et al., 2004; Ott et al., 2000). São recomendados relativamente pelo menos três dias de monitorização para que se estabeleça um quadro real de padrões de actividade (Bar-Or. 1983 cit. Santos, 2002). Vários modelos de acelerómetros têm sido testados e descritos na literatura, incluindo o Caltrac, o Tritrac e o Computer Science and Applications (CSA) (Freedson et al., 1998). O Caltrac é um acelerómetro uniaxial que mede a quantidade e a intensidade do movimento no plano vertical. Estudos em adultos e crianças sugerem que o Caltrac é um instrumento válido para quantificar a Actividade Física, tanto em testes laboratoriais como em estudos de campo (Sallis et al., 1990). O Computer Science and Application (CSA) é um monitor de actividade de pequenas dimensões (5.1 x 3.8 x 1.5 cm) e leve (45g). Trata-se de um acelerómetro uniaxial, como o Caltrac, que pode ser utilizado na anca, no tornozelo ou no pulso (Trost et al., 1998 cit. Valente, 2005). O seu tamanho, o custo relativamente baixo e a robustez de design fazem do CSA um monitor de actividade com vantagens de utilização em estudos com amostras alargadas de crianças e adolescentes. O CSA tem sido considerado um instrumento importante na avaliação objectiva da actividade física, mesmo em crianças mais jovens. Fairweather et al. (1999), encontraram correlações elevadas (r=0.87, p<0.01) entre valores obtidos através do CSA e da observação directa de crianças em idade pré-escolar. No entanto, a sensibilidade exclusiva do CSA aos movimentos no plano vertical, limita fortemente a habilidade deste instrumento para avaliar a actividade física habitual de crianças, cujas características específicas envolvem movimentos de torção do tronco e outras formas de

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deslocamento (como andar de bicicleta, por exemplo) não detectáveis pelo CSA (Trost et al., 1998). O Tritrac-R3D é um acelerómetro triaxial capaz de medir as acelerações do corpo nos planos vertical, horizontal e diagonal (Freedson e Melanson, 1996). Os valores de aceleração (counts) em cada um dos planos, são armazenados separadamente e de forma combinada (vector magnitude) (Freedson et al., 1997). Tem a possibilidade de avaliar a quantidade e os padrões de actividade física (Nichols et al., 1999). Estudos acerca da validade do Tritrac na avaliação da Actividade Física referem que o vector magnitude proporciona a medida mais precisa da actividade (Eston et al., 1998; Louie et al., 1999). Estes dados parecem ir de encontro a estudos efectuados anteriormente (Welk e Corbin, 1995 cit. Santos, 2000), que encontraram elevadas correlações entre o Tritrac e a frequência cardíaca, especialmente durante as actividades livres e brincadeiras das crianças. Contudo, a utilização do Tritrac na avaliação da actividade física de crianças e adolescentes é problemática quanto à questão das dimensões do aparelho (11,0 x 6,9 x 3,3 cm). Cada aparelho pesa 170g, deve ser colocado numa bolsa apropriada e preso à volta da cintura. O volume do instrumento pode provocar movimentos estranhos do próprio aparelho, particularmente em actividades vigorosas (Louie et al., 1999). Este problema pode ser resolvido através de uma adequada supervisão. O mesmo já não acontece em estudos de campo, segundo os mesmos autores, onde os jovens transportam o aparelho durante longos períodos de tempo, onde podem ocorrer movimentos alheios à actividade do indivíduo, originando resultados inconsistentes. Mâsse et al. (1999), citados por Santos (2000), compararam a utilização do Tritrac e do CSA para avaliar episódios esporádicos de actividade física. Apesar de terem sido encontradas diferenças, os dois acelerómetros foram considerados úteis na avaliação de episódios de actividade física moderada em testes de terreno. Uma vez que o CSA é pequeno e pode ser utilizado sob a roupa, os movimentos estranhos do aparelho ou artefactos são limitados, e, simultaneamente, o monitor fica imperceptível. Deste modo, em estudos de campo, a questão do tamanho do CSA pode ser considerada uma vantagem relativamente à utilização do Tritrac, principalmente, em crianças e adolescentes (Mâsse et al., 1999; Louie et al., 1999). Para avaliar a actividade física de adolescentes tem sido utilizado outro tipo de sensor de movimento, denominado Mini-Logger. Este sensor do movimento pode ser programado para medir simultaneamente a actividade física e a frequência cardíaca. Troutman et al. (1999)

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estudaram a validade e a fiabilidade do Mini-Logger para avaliar o dispêndio energético e a frequência cardíaca em adolescentes. Segundo os mesmos autores, embora os resultados apontem a validade do instrumento, o seu custo elevado e a ausência de outros estudos tornaram-no num método menos atractivo para a investigação, em comparação com outros aparelhos, como os acelerómetros e os sistemas de telemetria da frequência cardíaca Assim sendo, quando se efectuam estudos de natureza epidemiológica, deve-se ter em consideração o modo como a AF quantificada vai ser definida e expressa, uma vez que, de acordo com o método seleccionado (Montoye, 1999), esta pode ser expressa: - Kilocalorias (Kcal) ou Kilojoukes (Kj) – unidade que expressa a quantidade de energia gasta na realização da actividade; - Watts – unidade que expressa a quantidade de trabalho produzido; - Minutos e Horas – unidade que expressa os períodos de tempo em actividade; - Contagens do movimento ou Counts – unidade que expressa a aceleração produzida pelo movimento; - Valor numérico obtido a partir das respostas dadas a um questionário.

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2.7 AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE FÍSICA HABITUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES A AF é vista como uma componente deveras importante para o estilo de vida activo/ saudável. A relação com a saúde está bem documentada nos adultos (King et al., 1989 e Helmich et al., 1991 cit. por Ott et al., 2000), no entanto, nas crianças é menos compreendida (Riddoch e Boreham, 1995 cit. por Ott et al., 2000), o que pode ser atribuído às dificuldades de avaliação da AF nesta população (Ott et al., 2000). A medição da AF em idades pediátricas tornou-se um aspecto fulcral, quer para os epidemiologistas, quer para os clínicos ligados. Embora desde há muito os estudiosos tenham demonstrado uma preocupação sobre estas questões metodológicas (Saris, 1986), só nos últimos 20 anos é que se fizeram sentir alguns progressos. Uma atenção especial deve ser considerada no que diz respeito à avaliação da AF em crianças e adolescentes, pelo facto desta população pediátrica apresentar problemas e constrangimentos específicos relacionados com as próprias características da actividade infantil. Sobretudo pelo facto da AF que realizam ter características substancialmente diferentes da desenvolvida pelos adultos (Louie et al., 1999), na medida em que, a AF que as crianças realizam, tende a ser espontânea, esporádica e realizada em pequenos intervalos (Treuth et al., 2004), e que os níveis de AF das crianças apresentam uma grande variação (Bender et al., 2005). Além disso, as crianças envolvem-se numa maior variedade de movimentos que os adultos (Eston et al., 1998) e a sua forma de passar o tempo traduz-se num grande volume de actividade (Boreham e Riddoch, 2001). Para os investigadores que trabalham no âmbito da actividade física, todos os passos para encontrar o método mais eficaz de avaliação são de maior importância, tendo sido já realizadas importantes revisões dos métodos para avaliação da actividade física em crianças e jovens (Kohl et al., 2000; Sirard e Pate, 2001; Welk e Wood 2000). Numerosas técnicas de avaliação têm sido utilizadas em crianças e adolescentes. No entanto, não existe, tal como para os adultos, nenhum procedimento passível de aplicação universal (Freedson e Melanson, 1996). A dificuldade em avaliar a actividade física em idades pediátricas advém do facto de existirem objectivos contraditórios (Saris, 1985; Saris, 1986). Uma destas dificuldades prende-se com a inexistência de num procedimento de aplicação universal, preciso e estandardizado

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(Freedson, 1989, Loui et al., 1999, Saris, 1989 e Wesrerterp, 1999 cit. por Chu et al., 2003; Dishman et al., 2001; Kesaniemi et al., 2001; Lee e Paffenbarger, 1996; Janz, 1994). Se por um lado é necessário utilizarem-se métodos e instrumentos de avaliação capazes de captar os hábitos de AF característicos destas idades, por outro lado os instrumentos não deveriam interferir com as suas actividades, traduzindo-se num mínimo de desconforto para quem os utiliza (Disham et al., 2001; Janz, 1998; Saris, 1985; Saris; 1986; Westerterp, 1999). São ainda apontados como obstáculos à avaliação da AF para além do facto de não existir um método preciso e standardizado (Lee e Paffenbarger, 1996; Janz, 1994; Dishman et al., 2001), e a existência de diferentes formas de expressar a actividade física em termos genéticos. Para Janz (1994 cit. Valente, 2005), um dos aspectos mais limitativos em estudos desta natureza é o facto de se utilizarem diferentes metodologias, enquanto que, para Ott et al., (2000), a ausência de resultados conclusivos e pouco explícitos acerca da relação entre a Actividade Física e os benefícios de saúde ao nível das crianças e jovens se devem, em parte, à dificuldade que os estudiosos sentem em medir a AF nestas idades, uma vez que os instrumentos utilizados eram concebidos para medir a actividade física com adultos. Na verdade, especialmente no que se refere à avaliação da AF em crianças, onde todos os problemas de avaliação anteriormente referidos estão exacerbados, a criação do método ideal continua sem surgir (Sirard e Pate, 2001). Como tal, não existe consenso na literatura acerca do método que deve ser usado para avaliar a sua AF, particularmente no caso das crianças mais pequenas (Fisher et al., 2005). Porém, os acelerómetros parecem emergir como o método de avaliação da AF em crianças mais promissor (Ott et al., 2000; Swartz et al., 2000; Welk et al., 2000; Treuth et al., 2004) e podem ser a solução para os problemas metodológicos que têm limitado a medição da AF em crianças (Fairweather et al., 1999). Já existem vários modelos de acelerómetros validados e calibrados tanto em laboratório como no terreno, destacando-se entre os uniaxiais, o Caltrac, e o MTI Actigraph (Manufacturing Technology Inc.), anteriormente designado de CSA (Computer Science Applications) e os triaxiais, o Tracmor e o Tritrac (Sousa, 2006). Segundo Louie et al., (1999) os dispositivos triaxiais nomeadamente o Tritrac parecem não ser ideais para avaliar a AF em crianças e adolescentes, já que como foi descrito anteriormente o seu peso e as suas dimensões são elevados, podendo provocar movimentos extras, quando presos à cintura por um longo período de tempo e como consequência podem reproduzir resultados inconsistentes.

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Posto isto, e segundo Sousa (2006), o acelerómetro MTI Actrigraph é cada vez mais considerado um instrumento válido e útil na avaliação da AF das crianças e adolescentes. Os seus resultados combinam com a informação da AF fornecida pela ocupação do exercício, lazer e outras tarefas diárias.

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CONCLUSÕES

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Avaliação da Actividade Física Habitual em Crianças e Adolescentes Conclusões

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3. CONCLUSÕES Do estudo realizado e de acordo com a bibliografia existente, emerge o seguinte quadro de conclusões:

- A generalidade das crianças e adolescentes dos diferentes escalões etários e de ambos os sexos parece não cumprir as recomendações dos organismos internacionais relativos à AF para estas faixas etárias.

- Existe uma grande variabilidade interindividual nos níveis de AF em ambos os sexos e em todos os níveis etários.

- As crianças e adolescentes do sexo feminino são menos activas do que os indivíduos do sexo masculino.

- O estatuto socio-económico (estabelecido pela educação, rendimento e ocupação) influencia a prática de actividade física das crianças e adolescentes. Sujeitos de nível socio-económico mais elevado são fisicamente mais activos.

- Os acelerómetros são os instrumentos mais seguidos nos diversos estudos, como os mais adequados na avaliação da AF. Apesar das suas limitações, são capazes de avaliar a generalidade do movimento. Assim, torna-se pertinente apresentar as seguintes sugestões:

- Promover a AF, procurando identificar os factores psicossociais e de envolvimento que levam as crianças e adolescentes a não praticarem actividade física.

- Incluir a AF nas rotinas do dia a dia pode promover benefícios para a saúde cada vez maiores. Hábitos adquiridos e desenvolvidos durante a infância e adolescência parecem perdurar até à idade adulta, não sendo, contudo, bem conhecida a relação entre AF na infância e adolescência e a saúde na idade adulta.

- Continuar a integrar a actividade física no Curriculum Escolar para todas as idades, através de programas mais apelativos, de forma a promover aderência por parte das camadas mais jovens e grupos de menor aderência (indivíduos obesos e do sexo feminino).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS

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