actividade física adaptada numa unidade de intervenção

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Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção Especializada em Multideficiência Estágio realizado no âmbito das aulas de AFD do 1º ciclo do Município da Póvoa de Varzim Dissertação apresentada com vista à obtenção do grau de Mestre em Ciências do Desporto na Área de especialização de Actividade Física Adaptada, ao abrigo da Lei nº 216/92 de 13 de Outubro. Orientador: Prof. Doutor Rui Corredeira Supervisor de Estágio: Mestre Estêvão Liberal Natércia Maria Gonçalves Branco Porto, 2011

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Page 1: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

Especializada em Multideficiência

Estágio realizado no âmbito das aulas de AFD do 1º ciclo do Município da Póvoa de

Varzim

Dissertação apresentada com vista à obtenção do grau de Mestre em Ciências do Desporto na Área de especialização de Actividade Física Adaptada, ao abrigo da Lei nº 216/92 de 13 de Outubro.

Orientador: Prof. Doutor Rui Corredeira

Supervisor de Estágio: Mestre Estêvão Liberal

Natércia Maria Gonçalves Branco

Porto, 2011

Page 2: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

II

Ficha de Catalogação

Branco, N. (2011). Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

Especializada em Multideficiência. Porto: N. Branco. Dissertação de Mestrado

apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Palavras-Chave: ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA, UIE, MULTIDEFICIÊNCIA

Page 3: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

III

Dedicatória

Quero dedicar este trabalho a duas grandes senhoras que muito contribuíram

na minha vida pessoal e profissional…

… À Professora Doutora Adília Silva…

… À Vovó Branca…

Obrigada às duas, guardarei para sempre os vossos ensinamentos!

Page 4: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

IV

Page 5: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

V

Agradecimentos

Agradeço ao Professor Doutor Rui Corredeira, orientador deste trabalho, por

todo o apoio, esclarecimento e disponibilidade prestados, apesar das

vicissitudes enfrentadas durante este ano.

Ao Mestre Estêvão Liberal, pelo apoio no trabalho e pelo carinho como amigo.

Aos meus dois grandes amores, Manuel e Rafael, obrigada por me apoiarem e

me terem dado o tempo que necessitei para a realização deste trabalho.

À minha Mãe e Irmã, por me apoiarem e estarem sempre presentes.

Às Professoras e assistentes da U.I.E., pela ajuda prestada e incentivo.

Um agradecimento muito especial aos meus meninos e meninas da Unidade,

pois sem eles este trabalho não existia.

Page 6: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

VI

Page 7: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

VII

Índice Geral

DEDICATÓRIA…………………………………………………………………………………III

AGRADECIMENTOS………………………………………………………………...…...IV

ÍNDICE GERAL………………………………………………………………...………...VII

ÍNDICE DE QUADROS…………………………………………………………..............IX

ÍNDICE DE FIGURAS……………………………………………………………...….…XI

ÍNDICE DE ANEXOS……………………………………………………………….......XIII

LISTA DE ABREVIATURAS………………………………………………………….…XV

RESUMO…………………………………………………………………………………….XVII

ABSTRACT………………………………………………………………………….…XIX

RÉSUMÉ…………………………………………………………………………….…XXI

1. Introdução…………………………………………………………………..………….1

2. Objectivos do Estágio

2.1. Objectivo Geral……………………………………………………………………3

2.2. Objectivos Específicos………………………………….………………………..3

3. Revisão da Literatura

3.1. Unidade de Intervenção Especializada (UIE)………………………………....5

3.2. Multideficiência…………………………………………………………………...6

3.3. Tipos de Deficiência na UIE

3.3.1. Paralisia Cerebral…………………………………………………….…..7

3.3.2. Hidrocefalia…………………………………………………………….…8

3.3.3. Microcefalia…………………………………………………………….…9

3.3.4. Espinha Bífida…………………………………………………….……..10

3.3.5. Epilepsia……………………………………………………………….…11

3.3.6. Síndrome de Rett………………………………………………………..12

3.3.7. Transtorno do Défice de Atenção com Hiperactividade (TDAH)…..12

3.3.8. Deficiência Intelectual e Trissomia 21 (ou Síndroma de Down)…..14

3.4. Actividade Física Adaptada (AFA)…………………………………………….16

3.5. Inclusão na turma regular……………………………………………………...19

4. Estágio

4.1. Cronograma……………………………………………………………………..25

4.2. Unidade de Intervenção Especializada em Multideficiência (UIE)

4.2.1. Constituição da equipa multidisciplinar, horários e

distribuição semanal das actividades………………………………..26

4.2.2. Caracterização do grupo de trabalho………………………………...27

4.3. Condições materiais e espaciais para a prática…………………………….30

Page 8: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

VIII

4.4. Métodos e estratégias utilizadas para a implementação e desenvolvimento

da aula de actividade física adaptada (prática pedagógica)………………31

4.5. Inclusão na aula de Actividade Física Desportiva na turma regular…….32

5. Avaliação das Competências Motoras

5.1. Bateria Psicomotora (BPM) – Vítor da Fonseca, 1975……………………33

5.2. Apresentação e discussão dos resultados…………………………………36

6. Conclusões..………………………………………………………………………..47

7. Referências Bibliográficas………………………………………………………..49

8. Anexos……………………………………………………………………………....58

Page 9: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

IX

Índice de Quadros

Quadro 1: Cronograma das sessões

Quadro 2: Horários das actividades e terapias

Quadro 3: Tempo de partilha (inclusão) com a turma regular

Quadro 4: Modelo Luriano – relação entre as três unidades e os factores e

subfactores da BPM (Adaptado de Fonseca, 1992)

Quadro 5: Cotação – pontuação de cada factor da BPM (Adaptado de

Fonseca, 1992)

Quadro 6: Escala – relação entre os pontos da BPM e o Tipo de Perfil

Psicomotor (Adaptado de Fonseca, 1992)

Quadro 7: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Tonicidade

Quadro 8: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Equilíbrio

Quadro 9: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Lateralidade

Quadro 10: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Noção do Corpo

Quadro 11: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Estruturação

Espaço-Temporal

Quadro 12: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Práxia Global

Quadro 13: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Práxia Fina

Quadro 14: Resultados obtidos nas duas avaliações para o Perfil Psicomotor

Page 10: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

X

Page 11: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XI

Índice de Figuras

Fig. 1: Princípios da Inclusão (adaptado de Sassaki, 1997)

Fig. 2: Condicionantes da Inclusão (adaptado de Ríos, 2001)

Page 12: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

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Page 13: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XIII

Índice de Anexos

1. Avaliações

1.1. Avaliação Inicial………………………………………………….…..…I

1.2. Avaliação Final……………………………………..……………XXVIII

2. Programas Educativos Individuais (PEI’S)…………………………….…LIV

3. Pedido aos Encarregados de Educação…………………………...…XCVI

4. Planos de Aula……………………………………………………….....XCVIII

Page 14: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XIV

Page 15: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XV

Lista de Abreviaturas

AFA – Actividade Física Adaptada

AFD – Actividade Física Desportiva

APPC – Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral

BPM – Bateria Psicomotora

LPCE – Liga Portuguesa contra a Epilepsia

NEE – Necessidades Educativas Especiais

PC – Paralisia Cerebral

TDAH – Transtorno do Défice de Atenção com Hiperactividade

UIE – Unidade Intervenção Especializada

Page 16: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XVI

Page 17: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XVII

Resumo

O acesso à educação em estabelecimentos de ensino regular por parte dos

alunos com limitações acentuadas, como é o caso dos alunos com

multideficiência, tem vindo a tornar-se uma realidade nas escolas nacionais.

Assim, este trabalho surge com o intuito de desenvolver um programa baseado

nos conceitos: esquema corporal, lateralidade, coordenação, equilíbrio,

organização espaço-temporal, qualidades motoras básicas e socialização, de

forma a contribuir para a melhoria e aquisição de novas competências.

O estágio decorreu na UIE de multideficiência da EB1/JI do Século e teve a

duração de 5 meses. Durante este período foram observados e avaliados os 5

alunos que constituem esta Unidade.

A avaliação das competências motoras foi feita tendo por base a Bateria

Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca e constitui-se em dois momentos

distintos, uma avaliação inicial e um final.

Após 18 semanas de trabalho não conseguimos que o Perfil dos alunos se

alterasse (uma ambição bastante generosa da nossa parte), mas conseguimos

melhorias efectivas em todos os alunos, que nos deixam indicadores positivos

sobre o trabalho realizado.

A principal conclusão que podemos auferir deste trabalho é que uma prática

orientada contribui positivamente na evolução dos factores da BPM, mesmo em

alunos cujas deficiências tendem a dificultar o processo, por serem várias e

distintas. Por muito pouco que nos pareça o trabalho realizado com o aluno, os

ganhos são significativos.

Os objectivos deste trabalho foram alcançados, tendo-se verificado também

que a prática das habilidades motoras conduziu a um excelente meio de

socialização, nomeadamente nas aulas onde foi feita a inclusão.

Palavras-Chave: ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA, UIE, MULTIDEFICIÊNCIA

Page 18: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XVIII

Page 19: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XIX

Abstract

The access to the education in regular education institutions by students with

evident handicaps, as it is the case of students with multideficiency, is becoming a

reality at the public schools.

This work intends to develop a program based on the concepts: body scheme,

laterality, coordination, balance, organization of time and space, basic motor and

socializing qualities to help the improvement and acquisition of new skills.

The traineeship was at the multideficiency Unit of Specialized Intervention

(UIE), from the school EB1/JI do Século for five months. During this time, the five

pupils that form this Unit were observed and evaluated.

The evaluation of the motor skills was made based on the Bateria Psicomotora

(BPM) from Vitor da Fonseca, and it is divided into two different moments: an

initial evaluation and a final one.

After eighteen weeks of work we weren’t able to achieve an alteration on the

pupils’ Profile (a very generous ambition of us), but we could get effective

improvement from every pupil, which gave us a positive feedback about the

developed work.

The main conclusion from this work is that an oriented practice is accessory to a

positive evolution of the BPM factors, even on pupils whose deficiencies tend to

difficult the process, because they are many and diverse. Even that the work done

with the pupil seems to be very little, the achievements are significant.

The goals for this work were achieved, being also noticed that the practice of

the motor capacities led to an excellent way of socialization, namely in the classes

were the inclusion was made.

Keywords: ADAPTED PHYSICAL ACTIVITY, UIE, MULTIDEFICIENCY

Page 20: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XX

Page 21: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XXI

Résumé

Accès à l’éducation dans les écoles ordinaires par des étudiants avec peu

pointu, comme c’est le cas des élèves ayant des handicaps multiplex, est devenue

une realité dans les écoles nationales.

Ainsi, ce travail semble en vue d’élaborer um programme base sur des

concepts: l’image du corps, la latéralité, coordination, equilibre, organisation

spatio-temporelle à moteur de qualité, de base et la socialisation dans le but de

contribuer à l’amélioration et l’aqquisition de nouvelles compétences.

La scène a eu lieu à l’IUE multiplex handicaps EB1/JI du Siècle et a dure cinq

mois. Durant cette période ont été observés et évalués les cinq élèves qui

composent cette unité.

L’évaluation des compétences motrices a été faite sur la base de la batterie

psychomoteur (BPM) et Vitor da Fonseca est sur deux étapes distinctes, une

évaluation initiale et une fin.

Après 18 semaines de travail nous ne pouvons pas obtenir le profil des élèves

allait changer (une ambition três généreuse de notre part), mais nous avons eu de

réelles améliorations pour tous les étudiants qui nous laissent des indicateurs

positifs sur le travail effectué.

La principale conclusion que nous pouvons tirer de ce travail est une pratique

qui contribute positivement orientés facteurs dans l’évaluation de la BPM, meme

les étudiants don’t le handicap ont tendance à entraver le processus parce qu’ils

sont différents et distincts. Pour peu qui apparaît dans le travail avec l’élève, les

gains sont importants.

Les objectifs de cette etude ont été atteints, on a constate également que la

pratique de la motricité a conduit à un excelente moyen de socialisation, en

particulier dans les classes où il a été inclus.

Mots-clés: ACTIVITÉ PHYSIQUE ADAPTÉE, UIE, HANDICAPS MULTIPLES

Page 22: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XXII

Page 23: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XXIII

“É hora das pessoas pararem de ver incapacidade e começarem a

perceber capacidade.”

(Hansen, s/d)

Page 24: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XXIV

Page 25: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

1

1. Introdução

(…) as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter

acesso às escolas regulares, que a elas se devem adequar através de uma

pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades;

as escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva, constituem os meios

mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades

abertas e solidárias, constituindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação

para todos (…)

(in Declaração de Salamanca, Conferência Mundial sobre

Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, 1994)

O acesso à educação em estabelecimentos de ensino regular por parte dos

alunos com limitações acentuadas, como é o caso dos alunos com

multideficiência, tem vindo a tornar-se uma realidade nas escolas nacionais.

Esta realidade só foi possível com a criação das Unidades de Intervenção

Especializada (UIE) para as diferentes deficiências existentes, no seio das

escolas regulares.

Em função das características específicas dos alunos que integram estas

UIE, são colocados desafios diários e muito significativos aos profissionais que

com eles trabalham e às respectivas escolas.

Deste modo, um dos maiores desafios que se coloca na educação destes

alunos é, segundo Nunes (2008, pp.5) o de lhes proporcionar experiências de

aprendizagem significativas que:

sejam similares às dos seus colegas sem NEE;

respondam às necessidades de aprendizagem de cada aluno;

sejam realizadas nos contextos naturais, incluindo o contexto da sala

de aula/actividades.

Page 26: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

2

Permitir-lhes a frequência deste tipo de Unidades, onde poder ter aulas de

Actividade Física Adaptada (AFA) tem sido uma grande conquista por parte de

quem lida diariamente com estes alunos.

O facto de se tratar de uma UIE em Multideficiência não torna a tarefa mais

fácil, pois a diversidade de deficiências implica um trabalho de pesquisa mais

alargado e dificulta o trabalho de grupo.

Tendo por base a experiência que se tem vindo a adquirir com o trabalho

realizado nas UIE, a AFA parece constituir-se como um excelente contributo

para o desenvolvimento da confiança dos alunos nas suas acções motoras,

configurando-se ainda como um importante meio de socialização na inclusão

destes nas aulas de Actividade Física Desportiva da turma de ensino regular a

que pertencem.

Segundo Potter (1975) cit. por Silva (2000), qualquer que seja o nível da

prática alcançado, os efeitos da actividade física podem ser de três ordens:

i) Fisiológicos – exploração dos limites articulares, controlo do

movimento voluntário, melhoria da aptidão física geral e da saúde;

ii) Psicológicos – domínio do gesto que conduz a um aumento da

auto-confiança, redução da ansiedade e melhoria da

comunicação e;

iii) Sociais – contribuição para o desenvolvimento da autonomia e da

integração social

Assim, para este trabalho ser possível, é fundamental que se tenha uma

visão global das dificuldades e das características das deficiências e, só após o

conhecimento destas se pode traçar um planeamento de actividades e um

processo de acção individualizado a cada aluno visando atender às

necessidades destes (Bueno e Resa, 1995).

Page 27: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

3

2. Objectivos do Estágio

2.1. Objectivo Geral

Desenvolver um programa baseado nos conceitos: esquema corporal,

lateralidade, coordenação, equilíbrio, organização espaço-temporal, qualidades

motoras básicas e socialização, de forma a contribuir para a melhoria e

aquisição de novas competências.

2.2. Objectivos Específicos

Desenvolver habilidades motoras fundamentais e melhorar os níveis de

coordenação durante actividades de trabalho, lazer ou auto-cuidados;

Melhorar ou diminuir problemas posturais devido a disfunções do tónus

muscular ou problemas ortopédicos;

Promover a integração sensório-motora ajudando os alunos na procura do

movimento podendo originar movimentos exploratórios e reduzir movimentos

estereotipados;

Ensinar comportamentos sociais que promovam a aceitação, inclusão,

disciplina e compreensão de regras, reduzindo o isolamento e problemas como

a agressividade ou passividade.

Page 28: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

4

Page 29: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

5

3. Revisão da Literatura

3.1. Unidades de Intervenção Especializada (UIE)

O Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, tem como premissa a qualidade

de ensino orientada para o sucesso de todos os alunos. Assim, este Decreto-

Lei, vem enquadrar as respostas educativas a desenvolver no âmbito da

adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos

alunos com limitações significativas ao nível da actividade e participação, num

ou vários domínios da vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais

de carácter permanente e das quais resultam dificuldades continuadas ao nível

da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do

relacionamento interpessoal e da participação social.

O objectivo das Unidades, é “proporcionar a estes alunos competências para

poderem viver da forma mais autónoma e integrada possível em casa e na

comunidade, preparando-os para prestarem uma contribuição útil na vida

familiar e deste modo verem o seu lugar dignificado e reconhecido” (Bénard da

Costa, 1996).

Tendo em conta o artigo 26º do Decreto-Lei n.º 3/2008, os objectivos das

UIE para a educação de alunos com multideficiência são:

Promover a participação dos alunos com multideficiência nas actividades

curriculares e de enriquecimento curricular junto dos pares da turma a

que pertencem;

Aplicar metodologias e estratégias de intervenção interdisciplinares,

visando o desenvolvimento e a integração social e escolar dos alunos;

Proceder às adequações curriculares necessárias;

Adoptar opções educativas flexíveis, de carácter individual e dinâmico,

pressupondo uma avaliação constante do processo de ensino e de

aprendizagem do aluno e o regular envolvimento e participação da

família;

Assegurar os apoios específicos ao nível das terapias, da psicologia, e

da orientação e mobilidade aos alunos que deles possam necessitar;

Organizar o processo da transição para a vida pós-escolar.

Page 30: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

6

3.2. Multideficiência

Segundo Amaral et al. (2004, pp. 213) as crianças com multideficiência: “…

apresentam acentuadas limitações no domínio cognitivo, associadas a

limitações no domínio motor e/ou no domínio sensorial (visão ou audição), e

que podem ainda necessitar de cuidados de saúde específicos. Estas

limitações impedem a interacção natural com o ambiente, colocando em grave

risco o acesso ao desenvolvimento e à aprendizagem.”

Constituem, portanto, um grupo muito heterogéneo, apresentando-se assim,

com necessidades de aprendizagem únicas e excepcionais que evidenciam um

quadro complexo e necessitam de apoio permanente na realização da maioria

das actividades quotidianas.

Mesmo assim, embora constituam uma população heterogénea, é comum

manifestarem acentuadas limitações ao nível de algumas funções mentais,

bem como muitas dificuldades ao nível da comunicação e da linguagem (…) e

ao nível das funções motoras, nomeadamente na mobilidade (Nunes, 2008).

Ainda segundo esta autora, relativamente à actividade e participação destes

alunos, as suas maiores dificuldades situam-se ao nível:

dos processos de interacção com o meio ambiente (pessoas e

objectos);

da compreensão do mundo envolvente (dificuldade em aceder à

informação);

da selecção dos estímulos relevantes;

da compreensão e interpretação da informação recebida;

da aquisição de competências;

da concentração e atenção;

do pensamento,

da tomada de decisões sobre a vida;

da resolução de problemas.

Page 31: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

7

3.3. Tipos de Deficiência na UIE

3.3.1. Paralisia Cerebral (PC)

Segundo Burns (1999), a Paralisia Cerebral é uma lesão do cérebro com

características não progressivas mas muitas vezes alterável, secundária a uma

lesão cerebral ou anomalia do desenvolvimento da criança, cuja deficiência

motora expressa-se em padrões anormais de postura e movimentos,

associados a um tónus postural anormal, resultando em atraso do

desenvolvimento motor e em problemas funcionais.

De acordo com a APPC (2005) a criança com PC tem uma perturbação do

controlo da postura e do movimento, como consequência de uma lesão

cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento. Algumas

crianças têm perturbações ligeiras, quase imperceptíveis, que as tornam

desajeitadas a andar, falar ou a usar as mãos. Outras são gravemente

afectadas com incapacidade motora grave, impossibilitando-as de andar e

falar, sendo dependentes nas actividades diárias.

Para Fischinger (1970) cit. por Hoffmann (2000, pp. 2) o distúrbio do cérebro

é estacionário, mas o comprometimento dos movimentos é progressivo quando

não sujeito a tratamento. Assim, é importante iniciar o tratamento com o

objectivo de corrigir os movimentos errados, obtendo movimentos mais

precisos e correctos. Este trabalho é de extrema importância, pois o tónus

muscular, dependendo da complexidade, pode apresentar-se demasiado

flácido ou tenso. O treino, em anomalias do tónus muscular e os exercícios

específicos permitirão ao indivíduo melhorar a sua qualidade de vida.

No que se refere à classificação, a Paralisia Cerebral pode ser escalonada

de acordo com a natureza da perturbação do movimento que predomina:

Espasticidade – Caracterizada por um aumento do tónus muscular com

limitação da capacidade de relaxamento muscular da região envolvida

(Ferreira, 1998).

Esta situação, geralmente origina deformidades corporais (escoliose ou cifo-

escoliose, sub-luxação da anca, entre outras) e subdivide-se em: monoplegia,

Page 32: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

8

hemiplegia, hemiplegia dupla, paraplegia, diplegia, triplegia e e dos padrões

motores tetraplegia. É o quadro mais frequente correspondendo a cerca de

70% dos casos.

Atetose – situação em que a postura não é fixa, caracterizando-se por uma

falta de coordenação entre músculos agonistas e antagonistas, o que provoca

movimentos involuntários e descoordenados (sem intenção). O controlo da

cabeça é fraco e as respostas a estímulos são instáveis e imprevisíveis

(Hoffmann, 2000).

As deformidades são raras, havendo mais tendência para a sub-luxação do

ombro e articulações dos dedos. Corresponde a cerca de 20% a 30% dos

casos.

Ataxia – caracteriza-se por pouco equilíbrio, dificuldades na marcha,

coordenação deficiente, alteração da noção espacial e tónus muscular fraco.

Verifica-se uma falta permanente do controlo inibitório. É a menos frequente

correspondendo a 10% dos casos.

Formas mistas – quando nenhum dos outros três tipos predomina, quando

existem dois ou mais tipos de Paralisia Cerebral combinados. Geralmente o

indivíduo é tetraplégico e apresenta simultaneamente espasticidade e atetose.

É importante referir que, tal como acrescenta Hoffmann (2000, pp. 4), é

frequente encontrar-se problemas associados à Paralisia Cerebral: atraso

cognitivo, perturbações visuais (em cerca de 50% dos casos), auditivas,

epilepsia, dificuldades de aprendizagem e défice de atenção.

3.3.2. Hidrocefalia

Podemos encontrar uma Hidrocefalia sempre que o líquido cefalorraquidiano

é produzido ou reabsorvido em condições anormais. Quer isto dizer que,

qualquer aumento na produção, diminuição da reabsorção ou impedimento à

circulação do líquido cefalorraquidiano pode provocar Hidrocefalia.

Conhecem-se quatro tipos e causas de Hidrocefalia:

Page 33: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

9

Hidrocefalia obstrutiva ou não comunicativa – onde o problema é provocado

por um obstáculo na circulação do líquido para o espaço subaracnoidiano,

impedindo a normal reabsorção.

Hidrocefalia comunicativa – quando o líquido embora circule livremente, não é

reabsorvido da forma adequada ou, em casos mais raros, é produzido em

quantidades exageradas.

Hidrocefalia infantil – quando já está presente no nascimento ou se desenvolve

nos primeiros anos de vida. Neste caso, costuma ser provocada por uma

alteração congénita, independentemente de ser originada por uma

malformação anatómica que dificulte a normal circulação do líquido

cefalorraquidiano ou por uma infecção, como a toxoplasmose ou rubéola,

sofrida pela mãe durante a gravidez.

Hidrocefalia adquirida – situação que ocorre na adolescência ou vida adulta em

resultado de uma doença: tumor cerebral, traumatismo craniano significativo,

hemorragia subaracnoidiana ou meningite.

3.3.3. Microcefalia

Tal como o nome indica, é uma condição neurológica que se caracteriza

pelo facto do tamanho da cabeça ser menor do que o tamanho típico para a

idade do feto ou criança.

Pode ser congénita, adquirida ou desenvolver-se nos primeiros anos de vida.

Pode ser provocada pela exposição a substâncias nocivas durante o

desenvolvimento fetal ou estar associada com problemas ou síndromas

genéticos hereditários.

A Microcefalia pode apresentar-se como anomalia única ou associada a

problemas de saúde e pode ser consequência da herança de um gene

autossómico recessivo, ou em casos muito raros, a um gene autossómico

dominante.

Page 34: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

10

3.3.4. Espinha Bífida

Constitui-se como uma grave anormalidade congénita do sistema nervoso,

que se desenvolve nos dois primeiros meses de gestação e representa um

defeito na formação do tubo neural. Resulta do desenvolvimento incompleto de

uma ou mais vértebras, deixando sem protecção uma porção da medula

espinal.

A gravidade da espinha bífida pode ser variável. No tipo menos grave, que

também é o mais comum, uma ou mais vértebras não se formam normalmente,

mas a espinal medula e as camadas de tecido (meninges) que a rodeiam não

emergem. Na área afectada poderá observar-se uma madeixa de pêlos, uma

cavidade ou uma área pigmentada. No meningocele, um tipo mais grave de

espinha bífida, as meninges emergem através das vértebras incompletamente

formadas, dando lugar a uma protuberância cheia de líquido por baixo da pele.

O tipo mais grave é o mielomeningocele, pelo qual emerge a espinal medula;

neste caso, a área afectada tem o aspecto de carne viva e é provável que o

bebé apresente uma grave incapacidade.

Os sintomas variam segundo a gravidade em que a espinal medula e as

raízes nervosas são afectadas. Algumas crianças têm sintomas mínimos ou,

mesmo, nenhum, enquanto outras apresentam fraqueza ou paralisia em todas

as áreas que estão debaixo do nível dos nervos afectados pela deficiência.

A espinha bífida pode frequentemente ser diagnosticada antes do

nascimento e pode ser descoberta durante uma ecografia. Se o médico

suspeitar desta doença, pode recomendar uma análise ao líquido amniótico. Se

o feto sofre de espinha bífida grave, o líquido amniótico, provavelmente, terá

altos níveis de alfafetoproteína.

Independentemente do tipo de exercícios e actividades em que a criança

participa, as principais mudanças nos níveis de força dos músculos acontecem

nos três primeiros anos de vida. Este período é importante no desenvolvimento

de qualquer criança, pois é nesta altura que ela adquire posições motoras

como sentar ou gatinhar que dependem não só da maturação do sistema

nervoso central, como também da força dos músculos do tronco e dos

Page 35: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

11

membros inferiores. Praticamente em todas as crianças com mielomeningocele

essas aquisições ocorrem de forma mais lenta, devido à fraqueza muscular e

às deformidades da coluna e dos membros inferiores.

3.3.5. Epilepsia

É um distúrbio que afecta o cérebro, expressando-se através de crises:

manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas

(Barros, 2009).

Segundo a LPCE (2005), é uma doença originada por uma perturbação do

funcionamento do cérebro devido a uma descarga anormal de alguns ou da

quase totalidade dos neurónios cerebrais. Esta descarga tem um início súbito e

imprevisível e é, em geral, de curta duração (raramente ultrapassa os 15

minutos).

Existem várias causas apontadas para o aparecimento da epilepsia, pois

muitos factores podem lesar os neurónios ou o modo como estes comunicam

entre si. As mais frequentes são: traumatismos cranianos, que podem provocar

cicatrizes cerebrais; traumatismos de parto; certas drogas ou tóxicos;

interrupção do fluxo sanguíneo cerebral causado por acidente vascular cerebral

ou problemas cardiovasculares; doenças infecciosas ou tumores.

Muitos são também os factores que podem desencadear uma crise

epiléptica: privação do sono, ingestão alcoólica, febre, ansiedade, cansaço,

drogas ilícitas, mudanças súbitas da intensidade luminosa ou luzes a piscar e

alguns medicamentos.

Contudo, ter epilepsia não é impedimento para a prática de actividade física

desde que esta seja vigiada e adequada ao indivíduo (LPCE, 2005).

Page 36: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

12

3.3.6. Síndrome de Rett

É uma condição crónica e incapacitante que possui características

fenotípicas bastante peculiares. A primeira descrição desta deficiência deve-se

a Andreas Rett em 1966, onde relatou casos de raparigas que apresentavam

comportamento autista, demência, apraxia, estereotipias manuais e perda de

expressão facial (Rett, 1992).

Trata-se essencialmente de uma mutação do gene MECP2 ocorrida durante

a espermatogénese e afecta maioritariamente as meninas conhecendo-se

poucos casos envolvendo rapazes, pois para a grande maioria destes esta

mutação é letal (Deidrick et al., 2005).

Algumas das características que se podem encontrar são bastante

peculiares, tais como: movimentos estereotipados das mãos, mãos unidas, na

boca ou em redor desta, movimentos de torcer, lavar, abanar, aplaudir bater e

esfregar; bruxismo, durante os períodos de vigília, episódios de hiperventilação

e apnéia, ficando as crianças mais agitadas, com movimentos das mãos mais

intensos, pupilas dilatadas, taquicardia, movimentos de balançar o corpo e

tónus muscular aumentado; distúrbio de comunicação, observando-se

geralmente a ausência da fala, apenas com vocalizações simples e balbucio;

riso nocturno e distúrbio do sono, sendo frequentes as alterações do sono com

episódios de riso; crescimento, onde dois parâmetros podem ser

significativamente afectados - o perímetro craniano e o desenvolvimento

pondoestatural; Ataxia/apraxia, com a marcha a ser realizada com os membros

em extensão, os passos curtos e as mãos permanecendo unidas e ainda a

epilepsia, que ocorre entre 50% a 80% dos casos (Hagberg et al, 2002).

3.3.7. Transtorno do Défice de Atenção com Hiperactividade

(T.D.A.H.)

As crianças com TDAH caracterizam-se essencialmente, por um excesso de

actividade ou de impulsividade e por uma persistente falta de atenção,

desproporcionais à fase de desenvolvimento em que se encontram.

Page 37: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

13

Trata-se de um transtorno multifactorial com uma etiologia complexa e com

fortes indícios genéticos (Faraone et al., 2005).

O TDAH engloba um padrão de sintomas de falta de atenção e

hiperactividade/impulsividade (pelo menos um dos dois), durante pelo menos

um período de seis meses. O transtorno pode ser diagnosticado em qualquer

idade, mas devem existir alguns indícios de diminuição da atenção ou de

hiperactividade/impulsividade, antes dos 7 anos de idade (Capa, 2010).

É comum encontrar-se nestas crianças características, tais como:

i) falta de atenção – não prestam atenção aos detalhes e cometem erros

por falta de atenção ou descuido;

ii) não seguem instruções e não terminam os trabalhos de casa, fogem a

maior parte das vezes de todas as actividades que requeiram

concentração;

iii) perdem objectos importantes, como brinquedos, livros, material escolar;

iv) mexem as mãos e os pés e não se mantêm sentados, frequentemente

levantam-se na sala de aula ou noutras situações em que é exigida a

posição de sentado;

v) parecem ter uma energia inesgotável, estão sempre dispostos a mudar e

geralmente falam demasiado e,

vi) impulsividade, podem ter dificuldade em esperar pela sua vez,

frequentemente interrompem ou intrometem-se nas actividades dos

outros.

Cardo e Servera-Barceló (2005), referem que o TDAH tem uma base

genética, em que estão implicados diversos factores neuropsicológicos, que

provocam as alterações da atenção, a impulsividade e uma grande actividade

motora. Trata-se de um problema generalizado de falta de auto-controlo com

repercussões no desenvolvimento, na capacidade de aprendizagem e no

ajustamento social.

Page 38: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

14

3.3.8. Deficiência Intelectual e Trissomia 21 (ou Síndroma de Down)

Em 1992, a Associação Americana da Deficiência Mental fez depender a

definição de deficiência mental de três critérios: funcionamento intelectual,

avaliado em termos de QI, cujos valores se encontram abaixo da média, entre

70 e 75; limitações significativas em duas ou mais áreas do comportamento

adaptativo e verificação destas características desde a infância (Luckasson et

al, 1992, cit. por Nielsen, 1999).

Esta deficiência pode ser classificada em ligeira, moderada, severa ou

profunda.

É comum que a criança com deficiência intelectual registe problemas no

campo da memória a curto prazo. Devido a este défice, o processo de

aquisição de competências é bastante moroso. É necessário repetir

continuamente o que foi ensinado, uma vez que estas crianças podem ter

dificuldade em recordar o que lhes foi dito no dia anterior.

São alunos com uma necessidade constante de supervisão e apoio;

apresentando alterações na orientação espacial e temporal; podendo

apresentar alterações na mecânica corporal (coluna, articulações, músculos

pés rasos, entre outras); alterações de ordem fisiológica (respiratórias,

cardíacas, digestivas, renais, metabólicas, neurológicas, entre outras);

apresentam dificuldades de adaptação a situações novas; dificuldade de tolerar

a frustração, podendo apresentar baixa motivação com mais propensão ao

aparecimento do fracasso do que êxito; dificuldades no relacionamento social e

comportamentos adaptativos, a má conduta, comportamentos estereotipados e

movimentos bruscos são constantes nestes alunos (Hernández, M. 2003).

Dentro da Deficiência Intelectual a Trissomia 21 ou Síndroma de Down é a

mais conhecida e está ligada a factores orgânicos de origem genética. Trata-se

de um transtorno genético ligado à anomalia cromossómica, esta caracteriza-

se por uma falha na distribuição em que as células apresentam três

cromossomas 21 em vez de dois (Cidade e Freitas, 2002).

Vários autores citados por Rosadas (1989), descreveram nos seus trabalhos

diversos estigmas físicos relacionados com esta deficiência.

Page 39: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

15

Segundo Oster (1953), podemos observar: na boca, dentes pequenos,

língua sulcada, palato elevado em ogiva; nos olhos, prega epicantal, olhos

oblíquos; no crânio, occipital achatado; nas mãos, mãos grossas e curtas, dedo

mínimo arqueado, dobra palmar incluindo os quatro dedos e musculatura

hipotónica.

Tratando-se de um recém-nascido é possível identificar sinais como:

hipotonia, reflexo de Moro diminuído, hiperextensibilidade de articulações, pele

frouxa no dorso do pescoço, perfil achatado, obliquidade das fissuras

palpebrais, anomalias articulares, pélvis displástica, dinodactilia do quinto dedo

e pregas simiescas (Harr, s/d).

Krynski (1969), acrescenta mais alguns detalhes importantes como:

nanismo, braquicefalia ou microcefalia, atraso no fechamento das suturas

cranianas, fendas palpebrais oblíquas e prega do epicanto, blefarite, hélix

malformada, macroglossia e protrusão da língua, pela geralmente seca,

abdómen protruso com hérnia umbilical frequente, genitais externos

hipodesenvolvidos, índice ilíaco anormal, membros relativamente curtos e

mãos e pés com aspecto típicos.

Não obstante estas considerações, o mais importante é que, apesar de todo

o trabalho cerebral ocorrer de forma lenta, há a confirmação de crescentes

progressos intelectuais sempre que estimulados pelo meio.

“… o cérebro da criança “mongólica” está sempre a amadurecer já que este

síndroma não origina pioras, e sim leva a melhorias progressivas (...) à medida

que o meio oferece estímulos, o organismo da criança recebe-os, adapta-se a

eles e vai criando acções num contínuo equilíbrio.” (Lefèvre, 1988 cit. por

Falkenbach, 2005).

Page 40: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

16

3.4. Actividade Física Adaptada (AFA)

“A Actividade Física Adaptada define-se como um corpo de conhecimento

multidisciplinar dirigido à identificação e solução das diferenças individuais na

actividade física. É uma profissão que presta serviço e um corpo académico de estudo

que apoia uma atitude de aceitação das diferenças individuais, luta por melhorar o

acesso aos estilos de vida e ao desporto e promove uma inovação e cooperação na

prestação de serviços e na adaptação às normas. A AFA inclui, entre outros aspectos,

a Educação Física, o desporto, a recreação, a dança, as artes, a nutrição, a medicina

e a reabilitação.”

(Sherrill e Drouin, 1998)

O objectivo da AFA é de acordo com Mauerberg de Castro (2005) integrar e

aplicar fundamentos teórico-práticos das várias disciplinas da motricidade

humana e áreas vizinhas da saúde e educação em diferentes programas

educacionais e de reabilitação para indivíduos de todas as faixas etárias que

não se ajustem total ou parcialmente às demandas das instituições sociais

Para Rodriguez (1993) cit. por Hernández (2003), a AFA inclui uma série de

actividades físicas:

i) planeadas para pessoas com problemas de aprendizagem,

resultantes de deficiências motoras, mentais ou sensoriais;

ii) planeadas com o propósito de reabilitar, capacitar, prevenir e

desenvolver fisicamente;

iii) modificadas com o objectivo de proporcionar a participação do

deficiente, e;

iv) desenhadas para modificar as capacidades motoras do indivíduo,

procurando um desenvolvimento motor máximo;

que podem ser levadas a cabo em escolas, hospitais ou centros de

reabilitação.

A AFA segundo Toro e Zarco (1998) cit. por Hernández (2003), é um

processo de actuação docente, em que este planifica e actua de tal modo que

consiga dar respostas às necessidades dos alunos com deficiência. Será em

Page 41: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

17

função destas necessidades que o professor deverá levar a cabo uma

programação individual de trabalho onde se contemple o tipo de adaptação, os

objectivos, conteúdos, metodologias e evoluções, bem como, aspectos das

relações inter-pessoais, organização de espaços, tempo, mobiliário e recursos.

Trata-se assim de um nível de ensino individualizado que contempla as

necessidades do aluno e lhe permitirá alcançar progressos.

As escolas ou agrupamentos de escolas devem, isolada ou conjuntamente,

desenvolver parcerias com instituições particulares de solidariedade social,

centros de recursos especializados, ou outras, visando os seguintes fins: … b)

a execução de actividades de enriquecimento curricular, designadamente a

realização de programas específicos de actividades físicas e a prática de

desporto adaptado (…) artigo 30º do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro.

Como refere Marques e al. (2001) a AFA congrega todas as formas de

participação desportiva de um qualquer indivíduo, mesmo com fortes limitações

da capacidade de movimento, e seja qual for o objectivo dessa actividade,

educativo, recreativo, competitivo ou terapêutico.

Para Rosadas (1994) a AFA é uma área do conhecimento da Educação

Física que tem como objectivo privilegiar uma população caracterizada como

portadora de deficiência ou de necessidades especiais, e desenvolve-se

através de Actividades Psicomotoras, Desporto Pedagógico, Recreação e

Lazer Especial e Técnicas de Orientação e Locomoção.

Segundo Pedrinelli, V. (1994) a AFA integra-se na área de conhecimentos

da Educação Física destinada a discutir os problemas biopsicossociais da

população considerada de baixo rendimento motor: portadores de deficiências

sensoriais (visual e auditiva); deficiência mental; deficiência motora e

deficiências múltiplas.

Para esta autora todo o programa de Educação Física deve conter desafios

direccionados a todos os alunos, permitindo a participação de todos e respeitando

as suas limitações, de forma a promover a autonomia e enfatizar o potencial de

cada um no domínio motor. Assim, o professor deverá seleccionar a actividade em

função da limitação motora, da idade cronológica e do desenvolvimento intelectual

do aluno.

Page 42: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

18

Tendo em conta Cidade e Freitas (2002), ao analisarmos a aprendizagem

motora de alunos com deficiência não podemos desconsiderar a actuação das

suas habilidades cognitivas, da sua capacidade de atenção e memória, da

resolução de problemas e generalização da aprendizagem, durante todo o

processo. As dificuldades para a aprendizagem de um determinado movimento ou

tarefa estão relacionadas com a deficiência e com o nível de limitação motora que

o aluno apresenta.

Para Duarte e Werner (1995), o objectivo da AFA é oferecer um atendimento

especializado aos alunos, portadores de necessidades educativas especiais,

respeitando as diferenças individuais, visando proporcionar o desenvolvimento

global dessas pessoas, tornando possível não só o reconhecimento das suas

potencialidades, como também, a sua integração na sociedade.

É pois importante que o professor tenha os conhecimentos básicos relativos

ao seu aluno, tais como: tipo de deficiência, idade em que apareceu a

deficiência, se foi repentina ou progressiva, se é transitória ou permanente, as

funções e estruturas que estão prejudicadas. Implica, também, que esse

educador conheça os diferentes aspectos do desenvolvimento humano:

biológico (físicos, sensoriais, neurológicos); cognitivo; motor; social e afectivo-

emocional (Cidade e Freitas 1997).

De uma maneira geral, Mauerberg de Castro (2005) defende que, seja qual

for o contexto da estimulação, a meta do profissional de actividade física

adaptada é o desenvolvimento.

Page 43: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

19

3.5. Inclusão na turma regular

“Já não é necessário que o aluno se adapte à escola, agora é a escola que tem de

adaptar-se ao aluno”.

(Turnbull & Turnbull, 1986)

Da Declaração de Salamanca (1994) impere-se que o princípio fundamental

da escola inclusiva consiste em que todas as pessoas devem aprender juntas,

não importa quais as dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas

inclusivas precisam reconhecer e responder às necessidades diversificadas

dos seus educandos, assegurando uma educação de qualidade para todos

mediante currículos apropriados, mudanças organizacionais, estratégias de

ensino, uso de recursos e parcerias com as suas comunidades.

Neste Fórum Mundial, declarou-se expressamente que “todas as crianças

devem ser educadas, devendo essa educação ter lugar nas escolas regulares”.

Este princípio da inclusão, recebeu apoios e críticas de vários investigadores

e educadores.

Para Stainback, Stainback e Bunch (1989), era cada vez maior o número de

pais e educadores que defendia a integração da criança na classe regular,

incluindo aquela categorizada tradicionalmente como severa ou profunda.

Por outro lado, Braaten, Kauffman, Braaten, Polsgrove e Nelson (1988),

discordavam destas posições e levantavam sérias dúvidas quanto à

“unificação” da educação. Estes argumentavam que a investigação existente

não apoiava claramente a ideia de que todo o aluno pode ser ensinado com

sucesso na classe regular e que aqueles que apoiavam a reestruturação

radical ou a “unificação” do sistema não compreendiam a magnitude do

problema.

Segundo Nunes (2008), ter oportunidade para interagir com os pares sem

necessidades educativas especiais (NEE) nos contextos regulares de ensino e

ter experiências significativas nesses contextos educativos é um aspecto

relevante a ter em consideração na educação destes alunos.

Page 44: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

20

No desenvolvimento de actividades de aprendizagem em conjunto com os

pares sem NEE, é pertinente colocar-se a seguinte questão: “como articular o

desenvolvimento de conteúdos curriculares individualizados com os conteúdos

propostos para os outros alunos?”.

Para Nunes (2008), esta indicação pode concretizar-se individual ou

simultaneamente, consoante as situações.

A primeira é designada por currículo multi-level e implica que os alunos com

multideficiência e os seus pares sem NEE participem conjuntamente numa

mesma actividade. Porém, os resultados da aprendizagem são adequados

individualmente a vários níveis numa área curricular, podendo incluir variações

nos tópicos dos conteúdos e/ou no nível dos resultados que se espera que os

alunos alcancem. Esta alternativa permite trabalhar para resultados de

aprendizagem individualizados dentro da mesma área curricular proposta para

os seus colegas.

A segunda alternativa é denominada por currículo overlapping e acontece

quando os alunos com e sem NEE participam conjuntamente numa mesma

actividade, e os alunos têm resultados de aprendizagem individualizados e

adequados, mas em duas ou mais áreas curriculares que não fazem parte do

currículo comum.

Em vez de se excluírem dos programas as crianças com problemas, como

anteriormente, as escolas procuram agora a forma mais apropriada de incluí-

las, oferecendo-lhes apoio médico formação vocacional, apoio aos pais,

transporte especial e outros serviços diferenciados (Correia, 1999).

Segundo vários autores, inclusão significa atender o aluno com NEE,

incluindo aquele com NEE severas, na classe regular, com o apoio dos

serviços de educação especial.

Assim, para Correia (1999) o princípio da inclusão não deve ser tido como

um conceito inflexível, mas deve permitir que um conjunto de opções seja

considerado sempre que a situação o exija.

Sassaki (1997) cit. por Ribeiro (2001) defende que a Inclusão se pode reger

por quatro princípios: aceitação das diferenças, valorização do indivíduo,

Page 45: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

21

conviver com a diversidade e aprender através da cooperação. Todos eles

ligados directamente à Inclusão, como se pode ver na figura abaixo:

(adaptado de Sassaki, 1997)

Tendo em conta o Programa da Organização das Nações Unidas sobre

Deficiências Severas, 1994, quer os alunos com deficiência, quer os alunos

sem deficiência são beneficiados.

Hoffman (2000) refere que os benefícios para os alunos com deficiência são:

i) desenvolvem a apreciação pela diversidade individual;

ii) adquirem experiência directa com a variação natural das capacidades

humanas;

iii) demonstram crescente responsabilidade e uma aprendizagem

melhorada através do ensino entre alunos;

iv) encontram-se melhor preparados para a vida adulta numa sociedade

diversificada através da educação em salas de aula também

diversificadas;

v) têm apoio académico adicional, por parte de docentes do ensino

especial e;

vi) podem participar como aprendizes sob condições instrucionais

diversificadas.

Aceitação das diferenças

Valorização

do Indivíduo

Conviver com a

diversidade

Aprender através da

cooperação

Princípios

da

Inclusão

Page 46: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

22

Já para os alunos sem deficiência:

i) têm acesso a uma ampla gama de modelos sociais, actividades de

aprendizagem e redes sociais;

ii) desenvolvem em escala crescente, o conforto, a confiança e a

compreensão da diversidade individual deles e de outras pessoas;

iii) demonstram crescente responsabilidade e crescente aprendizagem;

iv) encontram-se melhor preparados para a vida adulta numa sociedade

diversificada e;

v) beneficiam da aprendizagem sob condições diversificadas.

Heikinaro-Johanson, Sherrill, French & Huunka (1995) afirmam ainda que os

professores de Educação Física sairiam beneficiados com a presença de um

assessor (profissional externo) tanto nas aulas como no processo de

adaptação curricular.

Temos também que ter em conta as condicionantes da inclusão na aula de

Educação Física, que segundo Ríos (2001) são de ordem:

(adaptado de Ríos, 2001)

As condicionantes ao nível das infra-estruturas englobam os escassos recursos

económicos da maior parte das escolas, as acessibilidades aos espaços e o

material adaptado a estes alunos; as sociais, nomeadamente ao nível do

desconhecimento das deficiências e da pouca sensibilização para o facto; nos

Infra-estruturas Sociais

Educação Física e o aluno com NEE

Dos próprios alunos com NEE Da prática docente

Page 47: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

23

próprios alunos podemos encontrar problemas de automarginalização, dificuldades

em relacionamentos sociais e mesmo até de auto-aceitação; e por fim os próprios

professores que podem não estar sensíveis, nem terem conhecimentos acerca das

deficiências e outros factores como a atitude da família, por medo que o filho se

magoe, a turma estar sensível e preparada, a desvalorização da área de Educação

Física, dispor da informação médica (muitas vezes pobre e escassa em

informações), e a opinião dos fisioterapeutas que raramente chega ao

conhecimento dos professores.

Promover a Inclusão é criar serviços de qualidade e não democratizar para

todos as carências. Por isso não pensamos que seja defensável um sistema de

Educação Inclusiva que esteja assente inteiramente nas atitudes mais ou menos

idealistas e éticas do professor. Sem mais recursos a chegar à escola será muito

difícil que a escola seja capaz de aumentar o seu leque de respostas (Rodrigues,

2006).

Estes alunos têm necessidades e características específicas que podem

fazer com que a sua permanência a tempo inteiro na classe regular não seja a

modalidade de atendimento mais eficaz. Por isto mesmo, entendemos por

inclusão a inserção do aluno na classe regular, onde, sempre que possível,

deve receber todos os serviços educativos adequados, contando-se para esse

fim, com um apoio apropriado às suas características e necessidades (Correia,

1995 e Bénard da Costa 2006).

Para Hernández (2003) o processo de inclusão não pode depender única e

exclusivamente do professor, tanto a comunidade como as instituições educativas

devem facilitar os meios para a concretização deste processo.

Page 48: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

24

Page 49: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

25

4. Estágio

4.1. Cronograma

O estágio teve a duração de 5 meses e contemplou um total de 50 sessões

de 1h cada. As sessões decorreram às 2ª, 4ª e 6ª das 14h30 às 15h30.

Set. Out. Nov. Dez. Jan.

1 AFA

2

3 AFA AFA AFA

4 AFA

5 AFA AFA

6 AFA AFA

7 AFA

8 AFA AFA

9

10 AFA AFA AFA

11 AFA

12 AFA AFA

13 AFA AFA AFA

14 AFA

15 AFA AFA AFA AFA

16

17 AFA AFA AFA AFA

18 AFA

RIA

S D

O N

AT

AL

19 AFA AFA

20 Avaliação AFA

21 Avaliação

22 Avaliação AFA AFA

23

24 Avaliação AFA Avaliação

25 AFA

26 AFA Avaliação

27 AFA AFA

28

29 AFA AFA AFA

30

31

Quadro 1: Cronograma das sessões

Page 50: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

26

4.2. Unidade de Intervenção Especializada em Multideficiência (UIE)

4.2.1. Constituição da equipa multidisciplinar, horários e

distribuição semanal das actividades

A equipa é formada por vários técnicos especializados, nomeadamente:

duas professoras de ensino especial, uma professora de AFA, um professor de

musicoterapia, uma terapeuta ocupacional, uma terapeuta da fala e os

professores titulares de turma de cada aluno e um professor da biblioteca. Em

colaboração com estes técnicos trabalham ainda duas assistentes operacionais

e uma tarefeira. Dois dos alunos têm ainda fisioterapia, uma tem natação e

outro tem hipoterapia (actividades externas à escola). Os alunos são

diariamente transportados em duas viaturas da Cruz Vermelha Portuguesa

auxiliados por dois bombeiros numa e um bombeiro na outra viatura, realizando

o percurso casa-escola e escola-casa diariamente.

As actividades e os tempos de partilha (inclusão) com a turma regular

distribuem-se semanalmente, da seguinte forma:

Horas 2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira

9h00

Terapia da Fala

Terapia Ocupacional

9h30

Terapia Ocupacional

10h00

11h00

Terapia da Fala

12h00

12h30

13h00

14h30 AFA Musicoterapia AFA Musicoterapia AFA

15h30 Musicoterapia

16h30

17h30

Quadro 2: Horários das actividades e terapias

Page 51: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

27

Alunos 2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira

Aluno A Aluno D

Biblioteca

14h30-15h30

AFD 9h00-9h45

Aluno E Biblioteca

13h30-14h30

AFD 9h45-10h30

Aluno C AFD

15h45-16h30

Sala 9h45-10h30

Aluno B Biblioteca

14h25-15h10

AFD 9h45-10h30

Quadro 3: Tempo de partilha (inclusão) com a turma regular

4.2.2. Caracterização do grupo de trabalho

A turma, constituída por cinco alunos (2 rapazes e 3 raparigas) com idades

compreendidas entre os 8 e os 10 anos de idade.

A caracterização destes alunos não foi de todo uma tarefa fácil pois os

seus processos individuais são muito pobres em informação e alguns até já se

encontram desactualizados.

Aluno A – 10 anos, sexo masculino, Paralisia Cerebral, Microcefalia e Espinha

Bífida (L4-L5-S1); tetraespástico; ausência de marcha autónoma; ausência de

linguagem verbal, não controla os esfíncteres; não tem avaliação quanto à

visão; O aluno apresenta limitações mentais globais e especificas graves

verificando-se o mesmo nas funções neuromusculoesqueléticas e funções

relacionadas com o movimento. Ao nível dos membros superiores realiza

movimentos activos e involuntários que não lhe permitem explorar nem

manusear os brinquedos de forma adequada. Relativamente à mobilidade, não

realiza a marcha, deslocando-se em cadeira de rodas. Quanto à comunicação,

o aluno apresenta limitações completas, comunicando de forma muito

elementar, através dos movimentos corporais, sorrisos e gritos de alegria.

Reage ao seu nome e a vozes que lhe são familiares.

Aluno B – 8 anos, sexo masculino, Trissomia 21 do tipo livre (apresenta

hipotonia); Hiperactividade com défice de atenção (toma medicação); vestígios

Page 52: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

28

de Síndrome de West, défice cognitivo (forma grave); hipermetropia e

estrabismo (não usa óculos por indicação médica); desloca-se

autonomamente; ausência de linguagem verbal; não controla os esfíncteres. Ao

nível das relações interpessoais, é afectuoso para com o adulto e para com os

pares. Observa e inicia a interacção com os pares e, por vezes participa nas

suas brincadeiras, demonstrando menos interesse em manter interacção. Inicia

contacto ocular, se esse for o seu desejo, mas não o mantém e dispersa a sua

atenção. O olhar não é dirigido. Reage ao chamamento do nome.

Ao nível da comunicação e da linguagem compreende mensagens curtas e

simples. A sua compreensão da oralidade é facilitada quando a mensagem é

acompanhada de gestos simples e expressões faciais. A comunicação verbal é

inexistente, vocaliza sons de forma intencional. As estratégias que utiliza são

simples mas eficazes: aponta, grita ou atira para o chão tudo o que não deseja.

A criança alimenta-se autonomamente, utilizando somente um talher. É capaz

de descalçar sapatos e meias, embora não consiga calçar-se. A criança

necessita se ser vestida e despida pelo adulto, embora coopere nesta tarefa..

Desloca-se autonomamente, sobe e desce escadas apoiando-se num corrimão

ou na mão do adulto.

Aluno C – 9 anos, sexo feminino, Paralisia Cerebral (tetra espástica), Epilepsia

e Défice cognitivo grave; desloca-se autonomamente; ausência de linguagem

verbal; visão limitada (no processo não especifica), dá a entender só conseguir

ver a partir de um certo ângulo; não controla os esfíncteres; a alimentação é

passada e espessa; foi uma gravidez de termo, normal, vigiada e sem

intercorrências, parto eutócico, assistido, nasceu com Peso – 2650 g;

comprimento – 48 cm e o Índice de Apgar – 7/9.

Às 15 horas de vida iniciou crises de cianose generalizada e movimentos de

pedalagem dos membros inferiores, razão pela qual foi transferida via INEM,

para o Serviço dos Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos, no HGSA.

A aluna tem disponíveis os medicamentos e suplementos alimentares que

necessita, sendo eles: Depakine/250, Risperdal/0,25 e Tegretol. Desloca-se

autonomamente mas revela deficiência grave nas funções mentais e

Page 53: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

29

deficiência completa nas funções da voz e da fala e no controle dos

esfíncteres. Assim sendo, esta aluna apresenta limitações significativas na

actividade e participação, decorrentes de alterações funcionais e estruturais de

carácter permanente ao nível da comunicação, da aprendizagem, da

mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação

social.

Aluno D – 10 anos, sexo feminino, Paralisia Cerebral, Hidrocefalia activa com

sépsis; Défice cognitivo grave; desloca-se em cadeira de rodas, mas consegue

gatinhar (com as duas pernas ao mesmo tempo); tem alguma linguagem

verbal; tem dificuldades na visão, miopia (já usou óculos); não controla os

esfíncteres. A gravidez foi pouco vigiada e acompanhada pelo médico de

família. Nasceu de parto prematuro, eutócito (28 semanas de gestação) e com

baixo peso (1,120Kg). Fez reanimação, tendo sido transferida para o Hospital

de Maria Pia. Foi operada pois apresentava hidrocefalia activa com sépsis. Foi

alimentada por sonda nos primeiros dias de vida. Apresenta limitações graves

a nível motor global, comunicação e nos auto cuidados.

Ao nível dos membros superiores realiza movimentos activos na manipulação e

exploração dos objectos.

Na locomoção, não realiza a marcha, deslocando-se em cadeira de rodas, e

arrastando-se no chão.

Aluno E – 10 anos, sexo feminino, Síndrome de Rett, Epilepsia, défice

cognitivo grave, desloca-se em cadeira de rodas, mas consegue caminhar com

apoio durante curtos períodos; usa óculos; não controla os esfíncteres;

alimentação maioritariamente por seringa no dreno que liga directamente ao

estômago.

A mãe foi acompanhada durante a gravidez pela sua médica mas como não

ganhou peso até os cinco meses passou a ser vigiada no hospital.

Por suspeita de Síndroma de Espectro Autista, foi encaminhada para o UADIP,

no Porto, onde foi avaliada por uma equipa multidisciplinar.

Em 2004 (Novembro), realizou estudos metabólicos e ao cariótipo.

Page 54: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

30

Em 2005 (Outubro), depois de ter realizado um electroencefalograma com

resultado normal, foi sujeita a um estudo genético onde foi identificado a “

Mutação de Novo Trocante no Gene MCP2” (Síndroma de RETT).

Não existe nenhuma avaliação psicológica até à data. Existe um atestado de

incapacidade multiuso que está anexo ao processo.

Apresenta limitações mentais específicas graves, verificando-se o mesmo nas

funções neuro músculo-esqueléticas.

É alimentada por sonda de gastrotomia, pois deixou praticamente de se

alimentar pela boca.

Apresenta com muita frequência convulsões de epilepsia associadas à

síndrome.

4.3. Condições materiais e espaciais para a prática

Esta UIE está situada na EB1/JI do Século, que pertence ao Agrupamento

Vertical de Escolas Cego do Maio, na Póvoa de Varzim.

É uma escola grande situada muito perto do centro da cidade e com muito

boas acessibilidades.

A sala da UIE tem uma área aproximada de 50m2, 4 janelas e 2 portas.

Está equipada com o seguinte material: uma piscina de bolas; um colchão; 2

bolas de reabilitação; 1 escada, 1 ponte e 1 rampa em esponja revestida; 1

mesa; 2 mesas adaptadas; 1 secretária; 3 cadeiras; 2 cadeiras adaptadas; 1

quadro preto; 2 armários; 1 estante; 1 espelho; 1 computador com monitor

touch screen; 1 puff; 2 cadeiras revestidas com apoio; vários jogos de

estimulação visual, auditiva e táctil, vários outros materiais escolares de apoio

à prática pedagógica.

A escola tem também um ginásio com uma área aproximada de 120m2,

devidamente equipado com bolas, cordas, arcos, raquetes, argolas, skates,

colchões, cestos de basquetebol, espaldares e bancos suecos. Existe ainda um

espaço exterior bastante grande e agradável com muita exposição solar.

As aulas de AFA decorreram preferencialmente no ginásio e no espaço

exterior, só recorrendo à própria sala em situações imprevisíveis.

Page 55: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

31

4.4. Métodos e estratégias utilizadas para a implementação e

desenvolvimento da aula de actividade física adaptada (prática

pedagógica)

Com uma diversidade tão grande de deficiências tivemos que procurar a

melhor organização para a implementação da aula para que todos tirassem

proveito desta.

Assim, foram realizadas aulas em que se trabalhou um pouco com cada

aluno individualmente e outras em que se privilegiou a interacção entre os

alunos.

Procuramos sempre dar informações concretas, precisas, organizadas e

simplificadas. Repetidas tantas vezes quanto o necessário de modo a que os

alunos conseguissem entendê-las e dando também preferência à informação

visual em detrimento da verbal para a maioria dos alunos.

As tarefas foram simplificadas, dividindo-se o ensino por partes de modo a

ser realizado por pequenos passos reduzindo a complexidade da

aprendizagem e o número de decisões (de preferência uma decisão por

resposta).

Para combater a falta de motivação as tarefas eram mudadas diversas

vezes dinamizando assim o trabalho e proporcionando sempre experiências

positivas. Também eram dados feedbacks positivos constantes quer verbais,

quer sonoros ou até materiais.

Foram favorecidas as actividades que proporcionavam a exploração do

corpo, a estimulação dos sentidos em geral, a postura corporal, o equilíbrio, o

controlo tónico, a relaxação, a respiração e a lateralidade. Nos alunos em que

também era possível, trabalhamos ainda os deslocamentos, o manejo e

controlo de objectos, a força e a resistência.

Para estimular a actividade foram utilizados materiais coloridos, grandes ou

pequenos, de fácil manuseamento e alguns com estimulação sonora.

Page 56: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

32

4.5. Inclusão na aula de Actividade Física Desportiva na turma regular

As aulas de AFD foram orientadas por nós, uma vez que, a professora de

AFD da turma regular era a mesma. Assim sendo, a conciliação de algumas

etapas foi mais fácil, nomeadamente a nível do conhecimento do

comportamento dos alunos com deficiência, da interacção com estes e da

relação de confiança já estabelecida entre a professora e os alunos. A turma

manifestava interesse na presença destes alunos e era possível observar

verdadeiras relações de entreajuda e companheirismo.

Não foi uma tarefa fácil, atendendo ao facto das turmas terem uma média

de 25 alunos.

Não obstante o facto da aula de AFD ter constituído um importante meio de

socialização e de integração dos alunos nas suas turmas regulares, não foi

uma tarefa fácil com uma parte dos exercícios a não poder ser aplicada, quer

devido às características da deficiência, quer devido à especificidade dos

exercícios.

Tentamos proporcionar actividades que se aproximassem ao máximo das

dos restantes colegas, o que nem sempre foi possível e, quando tal acontecia,

havia sempre uma actividade extra para o aluno com deficiência, a qual era na

maior parte das vezes, realizada em conjunto com algum dos colegas da turma

regular. Os alunos com deficiência nunca se sentiram marginalizados

acompanhando muito bem a realização dos exercícios.

Da observação que realizamos nestas aulas de inclusão chegamos à

conclusão que o aluno deficiente se esforça e coopera mais nas aulas com a

turma regular do que em conjunto com os seus pares da UIE. Como tal,

pensamos que este trabalho se revelou como uma mais-valia para a educação

destes alunos proporcionando-lhes experiências que contribuem positivamente

para a sua formação pessoal e social, para além, naturalmente, das suas

competências motoras.

Page 57: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

33

5. Avaliação das competências motoras

5.1. Bateria Psicomotora (BPM) – Vítor da Fonseca, 1975

“A BPM é um dispositivo diferente das escalas de desenvolvimento motor. Trata-se de

um instrumento baseado num conjunto de tarefas que permite detectar défices funcionais

(ou substanciar a sua ausência) em termos psicomotores, cobrindo a integração sensorial

e perceptiva que se relaciona com o potencial de aprendizagem da criança.”

(Fonseca, 1992)

A avaliação do trabalho realizado foi feita tendo por base a Bateria Psicomotora

(BPM) de Vítor da Fonseca. Porém, sendo o instrumento que mais se adequa

para a avaliação dos resultados obtidos, saliente-se que não foi possível avaliar

os sete factores que ela contempla, devido às características e multiplicidade das

deficiências dos alunos.

Esta bateria não se remete à observação de sensações, reflexos ou

movimentos simples, mas sim à observação de funções que envolvem as três

unidades funcionais fundamentais do cérebro.

A BPM tem como objectivo procurar analisar qualitativamente a disfunção

psicomotora ou a integridade psicomotora que caracteriza a aprendizagem da

criança, tentando atingir uma compreensão aproximada do modo como trabalha o

cérebro e simultaneamente dos mecanismos que constituem a base dos

processos mentais da psicomotricidade (Fonseca, 1992).

A BPM como instrumento de observação do perfil psicomotor pode ajudar à

compreensão dos problemas de comportamento e de aprendizagem evidenciados

pelas crianças e jovens que se encontram na faixa etária dos 4 aos 12 anos.

Esta bateria compõe-se de sete factores psicomotores distribuídos pelas três

unidades fundamentais de Luria (1977): a 1ª Unidade contempla a Tonicidade e o

Equilíbrio; a 2ª Unidade a Lateralidade, a Noção do Corpo e a Estruturação

Espaço-Temporal e por fim a 3ª Unidade a Práxia Global e a Práxia Fina.

Page 58: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

34

No quadro que apresentamos de seguida pode ver-se a relação entre as

unidades de Luria e os factores e subfactores da BPM (adaptada por Fonseca,

1992).

1ª Unidade de Luria

Tonicidade

Equilíbrio

Tónus de suporte:

Extensibilidade

Passividade

Paratonia Tónus de acção:

Diadococinésias

Sincinésias

Imobilidade

Equilíbrio Estático

Equilíbrio Dinâmico

2ª Unidade de Luria

Lateralidade

Noção do Corpo Estruturação

Espaço-temporal

Telerreceptores:

Visão

Audição Proprioceptores:

Mão

Sentido cinestésico

Reconhecimento (d-e)

Auto-imagem

Imitação de gestos

Desenho do corpo

Organização

Estruturação dinâmica

Representação topográfica

Estruturação rítmica

3ª Unidade de Luria

Práxia Global

Práxia Fina

Coordenação óculo-manual

Coordenação óculo-pedal

Dismetria

Coordenação dinâmica manual

Tamborilar

Velocidade-precisão

Quadro 4: Modelo Luriano – relação entre as três unidades e os factores e subfactores da BPM (Adaptado de Fonseca, 1992)

A BPM apresenta condições e oportunidades para estudar a psicomotricidade

atípica, podendo no seu todo ou em alguns factores ser utilizada para estudar a

psicomotricidade em deficientes visuais, com problemas na fala, com problemas

sócio-emocionais, entre outros.

As cotações aplicadas nas observações realizadas obedecem a um conjunto

de critérios estabelecidos por Fonseca (1992), em que, cada factor é cotado numa

escala de 1 a 4 e onde a pontuação máxima que se poderá obter será de 28

pontos (4 pontos x 7 factores), a média de 14 pontos e a mínima de 7 pontos.

Nos quadros 5 e 6 respectivamente podemos observar como é feita a cotação

de cada factor, bem como os pontos que se podem obter após a observação dos

Page 59: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

35

sete factores que constituem esta bateria, obtendo no final o tipo de perfil

psicomotor da cada aluno observado.

Cotação

Nível de realização

1 - Apraxia

Ausência de resposta, realização imperfeita, incompleta, inadequada e descoordenada (muito fraco e fraco; disfunções evidentes e óbvias, objectivando dificuldades de aprendizagem significativas)

2 - Dispraxia

Realização fraca com dificuldade de controlo e sinais desviantes (fraco, insatisfatório; disfunções ligeiras, objectivando dificuldades de aprendizagem)

3 - Eupraxia Realização completa adequada e controlada (bom; disfunções indiscerníveis, não objectivando dificuldades de aprendizagem)

4 - Hiperpraxia Realização perfeita, precisa, económica e com facilidades de controlo (excelente, óptimo; objectivando facilidades de aprendizagem)

Quadro 5: Cotação – pontuação de cada factor da BPM (Adaptado de Fonseca, 1992)

Pontos da BPM

Tipo de Perfil Psicomotor

27-28 Superior

22-26 Bom

14-21 Normal

9-13 Dispráxico

7-8 Deficitário

Quadro 6: Escala – relação entre os pontos da BPM e o Tipo de Perfil Psicomotor (Adaptado de Fonseca, 1992)

A obtenção dos perfis psicomotores permite ao observador retirar

considerações pertinentes e relevantes, não só quanto à relação com as três

unidades funcionais de Luria, como também quanto ao encaminhamento a dar e

às estratégias reabilitativas a implementar (Fonseca, 1992).

Em suma, pode referir-se que esta bateria é um importante instrumento não só

pelas possibilidades de avaliação como também pelas indicações para trabalho

futuro no sentido de reabilitar e estimular o aluno.

Page 60: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

36

5.2. Apresentação e discussão dos resultados

TONICIDADE

Tonicidade Aluno A Aluno B Aluno C Aluno D Aluno E

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Extensibilidade dos M.I. 2 3 4 4 2 3 3 3 2 3

Extensibilidade dos M.S. 2 3 4 4 3 4 2 3 2 3

Passividade dos M.I. 2 2 4 4 2 2 2 3 2 3

Passividade dos M.S. 2 2 4 4 2 3 2 2 2 3

Paratonia dos M.I. 2 3 4 4 2 3 2 2 3 4

Paratonia dos M.S. 2 3 4 4 2 3 1 2 3 4

Diadococinésias mão esquerda 1 1 2 2 1 1 2 2 1 1

Diadococinésias mão direita 1 1 2 2 1 1 4 4 1 1

Sincinésias bucais 1 1 1 2 1 1 2 3 1 1

Sincinésias contralaterais 1 1 1 2 1 1 2 3 1 1

Média 1.6 2 3 3.2 1.7 2.2 2.2 3 2 2.4

Quadro 7: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Tonicidade

De acordo com Fonseca (1992), a tonicidade, é a base da organização

psicomotora, na medida em que, esta se constitui como uma função integrada do

sistema nervoso que assegura as atitudes, as posturas, as mímicas e as emoções

de onde emergem todas as actividades motoras humanas.

Segundo os estudos de Walon (desenvolvidos entre 1932 e 1970), Ajuriaguerra

(entre 1950 e 1974) e Stambak (1963), a tonicidade tem um papel fundamental no

desenvolvimento motor e igualmente no desenvolvimento psicológico (Fonseca,

1992).

Para Mattos e Kabarite (2005), a Tonicidade subdivide-se em Tónus de Acção,

que se entende como sendo o maior comprometimento possível que podemos

imprimir a um músculo afastando as suas inserções e Tónus de Suporte que é a

capacidade de relaxamento passivo dos membros e suas extremidades distais.

Page 61: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

37

Assim, toda e qualquer evolução neste factor é de uma grandeza incalculável,

pois beneficia o comportamento motor e o psicológico ajudando não só a

adaptação do aluno ao seu dia-a-dia como também dá aos educadores e

terapeutas motivação para continuar o seu trabalho.

A observação dos nossos resultados permitiu verificar que houve uma evolução

positiva para todos. Falamos assim de pequenos grandes ganhos que foram

alcançados através da prática dos diferentes comportamentos motores,

conseguindo-se mesmo que dois dos alunos passassem da cotação dois para a

cotação três neste factor. Esta evolução mostra a incidência directa que o

trabalho motor tem na Tonicidade, contribuindo para o estado geral da postura,

para a organização motora de base e para a estruturação tónico-muscular. Por

conseguinte com casos de alunos onde as barreiras são impostas pelas próprias

deficiências todos os ganhos, por muito pequenos que nos pareçam, são

verdadeiras metas alcançadas.

De uma maneira geral os valores alcançados por todos os alunos foram

superiores para o tónus de suporte, relativamente ao tónus de acção, o que nos

parece fornecer um bom indicativo para a evolução e aprendizagem dos alunos.

Como sustenta Fonseca (1992) sem a organização tónica de suporte, a

actividade motora não se desencadeia nem a estruturação psicomotora se

desenvolve, quer isto dizer que, se conseguirmos desenvolver o tónus de suporte

teremos bons indicativos para através do trabalho continuado, conseguirmos

também alcançar melhorias no tónus de acção.

No caso concreto do aluno D, tudo o que era realizado para a mão esquerda e

para os membros inferiores estava comprometido devido à atrofia apresentada

por estes. Como tal, a preferência pela mão direita será inevitável (na

Lateralidade) e todos os parâmetros do Equilíbrio serão comprometidos.

Nos alunos A, C e E foram visíveis as dismetrias, os movimentos abruptos,

convulsivos e mal controlados, o que parece conduzir a problemas de

desenvolvimento da preensão, comprometendo desta forma a Práxia fina.

Os valores alcançados pelo aluno B seriam óptimos se não estivessem

comprometidos pela hiperactividade e défice de atenção deste aluno. Mesmo

Page 62: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

38

assim conseguiu-se uma pequena evolução neste aluno a nível das sincinésias

bucais e contralaterais.

EQUILÍBRIO

Equilíbrio Aluno A Aluno B Aluno C Aluno D Aluno E

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Imobilidade

NA NA

1 2 1 2

NA NA NA NA

Equi. estático: apoio rectilíneo 1 1 1 1

Equi. estático: pontas dos pés 1 1 1 1

Equi. estático: apoio num pé 1 1 1 1

Equi. dinâmico: marcha controlada 1 2 1 1

Evolução banco: para a frente 2 2 1 1

Evolução banco: para trás 1 2 1 1

Evolução banco: lado direito 1 2 1 1

Evolução banco: lado esquerdo 1 2 1 1

Saltos pé coxinho direito 1 1 1 1

Saltos pé coxinho esquerdo 1 1 1 1

Saltos pés juntos para a frente 1 1 1 1

Saltos pés juntos para trás 1 1 1 1

Saltos pés juntos olhos fechados 1 1 1 1

Média - - 1 1.4 1 1.1 - - - -

Quadro 8: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Equilíbrio

Segundo Gallahue e Ozmun (2005), o Equilíbrio é a habilidade de um indivíduo

manter a postura do seu corpo imóvel, quando este é colocado em várias

posições.

Para Fonseca (1992), o Equilíbrio reúne um conjunto de aptidões estáticas e

dinâmicas, abrangendo o controlo postural e o desenvolvimento das aquisições

de locomoção. O Equilíbrio traduz a exclusividade da postura bípede humana de

onde partem orientações extra biológicas únicas e peculiares.

Nos alunos A, D e E este factor encontra-se comprometido, uma vez, que estes

alunos não conseguem manter-se em postura bípede.

Page 63: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

39

Nos alunos B e C observa-se uma pequena evolução que, no caso do aluno B

se traduziu logo em ganhos após a prática do equilíbrio dinâmico no banco. Estes

alunos manifestaram ser muito irrequietos e trapalhões e quando conseguirem

acalmar vão de certeza evoluir neste factor, pois a sua concentração será maior o

que permitirá, no nosso entender, um maior sucesso na actividade.

LATERALIDADE

Lateralidade Aluno A Aluno B Aluno C Aluno D Aluno E

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Lateralidade 1 1 2 2 1 1 3 3 1 1

Ocular DE DE DE DE DE DE E E DE DE

Auditiva DE DE D D D D D D D D

Manual E E D D D D D D D D

Pedal NA E E DE DE NA DE DE

Média 1 1 2 2 1 1 3 3 1 1

Quadro 9: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Lateralidade

A Lateralidade basicamente inata é governada por factores genéticos, embora

o treino e os factores de pressão social a possam influenciar.

De acordo com Fonseca (1995), sabemos que a Lateralidade é, por

consequência, sinónimo de diferenciação e de organização. O hemisfério

esquerdo controla o lado direito do corpo, enquanto o hemisfério direito controla o

lado esquerdo. Ora assim sendo, cada hemisfério é responsável por várias

funções distintas, que a serem comprometidas terão como consequência a

privação de algumas acções e aquisições.

Segundo Quirós e Schrager (1975) cit. por Fonseca (1992) a especialização

hemisférica desenvolve-se até ao ponto do hemisfério direito ser responsável pela

integração motora, libertando o hemisfério esquerdo para assumir outras funções,

nomeadamente a nível da linguagem e cognitivas.

Page 64: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

40

Para Romero (1987), distúrbios de lateralidade podem estar relacionados com

as dificuldades de identificação, compreensão e de interpretação de símbolos

gráficos na leitura.

As várias componentes funcionais da Lateralidade em harmonia, promovem a

estabilidade do ser, isto é, a sua relação com o meio envolvente. Se esta

estabilidade não existir, ou estiver comprometida, a interacção do indivíduo com o

meio exterior poderá ser afectada.

Ora em casos como os destes alunos, em que a Lateralidade não está definida,

isto é, é mista, mal integrada ou até contrariada, as suas relações com o meio

envolvente podem ser postas em causa.

A Lateralidade destes alunos é caracterizada por uma tendência para a

ambidextria ocular e pedal característica das limitações das deficiências e uma

predominância pelo lado direito ao nível manual e auditivo.

O aluno D, está limitado na preferência manual uma vez que a mão esquerda

está atrofiada o mesmo acontecendo aos pés pois tem os membros inferiores

atrofiados.

Os restantes alunos também têm este factor afectado, uma vez que, uma das

deficiências de que são portadores é a intelectual. Assim parece explicar-se o

facto de os valores alcançados por estes alunos para este factor serem de um, ou

seja, os alunos não realizam as tarefas e evocam uma ambidextria nítida.

NOÇÃO DO CORPO

Noção do Corpo Aluno A Aluno B Aluno C Aluno D Aluno E

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Sentido cinestésico

NA NA

1 1

NA NA

2 2

NA NA

Reconhecimento (d-e) 1 1 2 2

Auto-imagem 1 1 2 4

Imitação de gestos 1 1 1 2

Desenho do corpo 1 1 1 1

Média - - 1 1 - - 1.6 2.2 - -

Quadro 10: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Noção do Corpo

Page 65: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

41

Le Boulch (1987), afirma que é através do corpo que se toma consciência do

mundo.

Para Ajuriaguerra (1980), quanto mais a criança evolui, mais ela vai

aprofundando o conhecimento do seu corpo.

A Noção do Corpo oferece à criança a marca de referência fundamental para

ela agir no mundo exterior de forma coerente e adequada, esta torna-se no ponto

de origem de todas as relações espaciais que estabelecemos e é condição básica

para a iniciação de qualquer movimento intencional.

Só conseguimos avaliar este factor em dois dos alunos e apenas um deles

conseguiu uma evolução da primeira para a segunda avaliação. Este factor requer

muito tempo de prática e revelou-se bastante complicado conseguir resultados

positivos face ao grau das deficiências que estes alunos apresentam.

ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL

Estruturação Espaço-Temporal

Aluno A Aluno B Aluno C Aluno D Aluno E

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Organização

NA NA NA NA NA NA

1 1

NA NA Estruturação dinâmica 1 1

Representação topográfica 1 1

Estruturação rítmica NA

Média 1 1

Quadro 11: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Estruturação Espaço-

Temporal

As estruturas do espaço e do tempo encontram-se interligadas, sendo a

estrutura do espaço, segundo Mattos e Neira (2005) a tomada de consciência do

seu corpo no meio ambiente que se relaciona com a localização, orientação,

conservação da distância e velocidade.

Já a estruturação temporal, segundo Fonseca (1995), relaciona-se com a

ordem, duração, ritmo, processamento, armazenamento e rememorização.

Page 66: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

42

A avaliação deste factor só foi possível de observar no aluno D e, mesmo

assim, os resultados encontrados traduzem as dificuldades das tarefas.

Segundo Fonseca (1992), a Estruturação Espaço-Temporal, depende, do grau

de integração e de organização dos anteriores factores psicomotores. Sem uma

adequada Lateralidade e sem uma adequada Noção do Corpo, as elaborações ou

extensões das suas capacidades não podem estabelecer uma adequada

Estruturação Espaço-Temporal, e como consequência a organização e

estruturação resultam limitadas ou imprecisas, com reflexo evidente em vários

aspectos da aprendizagem.

PRÁXIA GLOBAL

Práxia Global Aluno A Aluno B Aluno C Aluno D Aluno E

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Coordenação óculo-manual 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1

Coordenação óculo-pedal NA 1 1 1 1 NA NA

Dismetria 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1

Dissociação M.S.

NA NA

1 1 1 1 1 1

NA NA Dissociação M.I. 1 1 1 1 NA

Agilidade 1 1 1 1 1 1

Média 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1

Quadro 12: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Práxia Global

Segundo Gallahue e Ozmun (2005), é a habilidade de integrar, em padrões

eficientes de movimento, sistemas motores separados com modalidades

sensoriais variadas.

Neste factor podemos avaliar as possibilidades motoras e o estilo motor de

cada aluno.

De acordo com Fonseca (1977) através da observação da qualidade de

execução de um acto motor e das diferentes formas de realização podemos

captar sinais sobre a organização psicomotora, ao mesmo tempo que podemos

Page 67: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

43

perspectivar as suas repercussões no desenvolvimento motor, afectivo e

intelectual.

A Práxia Global é algo que se vê e que se pode observar. Quando esta é

pobre, dismétrica ou exagerada, é porque o cérebro sofreu alguma

desorganização.

Neste âmbito, podemos admitir que os resultados obtidos neste parâmetro

traduzem as enormes dificuldades dos alunos na realização das tarefas. A

cotação um (em quatro alunos) nos diversos subfactores traduz resultados

negativos, isto é, o aluno não teve êxito nas tarefas solicitadas ou as que realizou

surgiram com dismetrias e imprecisões de movimento.

Estes resultados revelam-nos os níveis muito baixos de atenção voluntários

dos alunos e a capacidade destes planificarem e sequencializarem acções

perante situações novas, que caracterizam o seu potencial de aprendizagem.

PRÁXIA FINA

Práxia Fina

Aluno A Aluno B Aluno C Aluno D Aluno E

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Coordenação Dinâmica manual

NA NA

1 1

NA NA

2 2

NA NA Tamborilar 1 1 1 1

Velocidade precisão 1 1 1 1

Média - - 1 1 - - 1.3 1.3 - -

Quadro 13: Resultados obtidos nas duas avaliações no factor Práxia Fina

A Práxia Fina procura estudar na criança a sua capacidade construtiva manual

e a sua dextralidade bimanual como uma componente importante para todos os

processos de aprendizagem (Fonseca, 1982).

As dificuldades evidenciadas na práxia fina, estão normalmente associadas a

dificuldades posturais. Os nossos alunos têm valores muito baixos nos factores

anteriores confirmados pelo tipo de deficiências de que são portadores. Por esta

razão era de esperar a impossibilidade destes realizarem os testes e os que

Page 68: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

44

conseguiram terem valores muito baixos que confirmam as dificuldades na

realização das tarefas.

As dismetrias, dissincronias e dispraxias aqui visíveis na Práxia Fina, são

resultado de sistemas imaturos ou desintegrados originados por problemas a nível

da visão binocular e postura bípede. Os alunos A e E não conseguem manter-se

de pé sozinhos, o aluno C tem dificuldades na visão não se sabendo o que

realmente consegue ver, uma vez que manifesta dificuldades na percepção da

profundidade e inclina a cabeça procurando a melhor posição para observar o que

o rodeia.

Quanto aos alunos B e D, parece-nos que, apesar de conseguirem realizar

tarefas em que se exija a capacidade de preensão e pega em pinça, as

dificuldades apresentadas deveram-se essencialmente à falta de capacidade de

concentração e calma para a realização das tarefas que constituem este factor.

TIPO DE PERFIL PSICOMOTOR

Factores Aluno A Aluno B Aluno C Aluno D Aluno E

Tonicidade

1.6

2

3

3.2

1.7

2.2

2.2

3

2

2.4

Equilíbrio

NA

NA

1

1.4

1

1.1

NA

NA

NA

NA

Lateralidade

1

1

2

2

1

1

3

3

1

1

Noção do Corpo

NA

NA

1

1

NA

NA

1.6

2.2

NA

NA

Estruturação Espaço-Temporal

NA

NA

NA

NA

NA

NA

1

1

NA

NA

Práxia Global

1

1

1

1

1

1

2

2

1

1

Práxia Fina

NA

NA

1

1

NA

NA

1.3

1.3

NA

NA

Pontuação

3.6

4

9

9.6

4.7

5.3

11.1

12.5

4

4.4

Tipo de Perfil

De

fic

itá

rio

De

fic

itá

rio

Dis

prá

xic

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Quadro 14: Resultados obtidos nas duas avaliações para o Perfil Psicomotor

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45

Para Fonseca (1995), o perfil psicomotor representa a qualidade da

comunicação entre o psíquico e o motor num determinado momento do

desenvolvimento da criança.

A qualidade do perfil psicomotor da criança, segundo Luria, está

indubitavelmente associada ao seu potencial de aprendizagem, quer em termos

de integridade, quer fundamentalmente em termos de dificuldade (Fonseca,1992).

Após 18 semanas de trabalho não conseguimos que o Perfil dos alunos se

alterasse (uma ambição bastante generosa da nossa parte), mas conseguimos

melhorias efectivas em todos os alunos, que nos deixam indicadores positivos

sobre o trabalho realizado.

Após a aplicação da Bateria Psicomotora observamos que dois alunos

apresentam um perfil dispráxico e três um perfil deficitário.

Segundo Fonseca (1992), o perfil psicomotor dispráxico, identifica a criança

com dificuldades de aprendizagem ligeiras, traduzindo já a presença de um ou

mais sinais desviantes. Trata-se de crianças que realizam as tarefas com

dificuldades de controlo e com combinações de sinais desviantes, que se

espalham pelos vários factores da Bateria Psicomotora (BPM).

Ainda segundo o mesmo autor, o perfil deficitário é obtido por crianças com

dificuldades de aprendizagem significativas do tipo moderado ou severo. Trata-se

de crianças que apresentam sinais disfuncionais evidentes, equivalentes a

disfunções psiconeurológicas, cujo potencial de aprendizagem se caracteriza por

uma lenta, ou muito lenta, modificabilidade.

A elaboração e organização dos diversos factores da BPM respeitam uma

característica fundamental: o de formarem um sistema. Todos estes factores

interagem mutuamente fazendo com que as dificuldades ou potencialidades de

um factor se traduzam em novas dificuldades ou potencialidades no factor

seguinte.

Page 70: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

46

Page 71: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

47

6. Conclusões

Propormo-nos para ajudar um aluno a alcançar uma meta é por si só um

trabalho que exige cuidado, conhecimento e motivação. Se esse aluno é portador

de alguma deficiência, isso pode tornar o trabalho mais específico e depender das

adversidades inerentes à própria deficiência. Mas quando se tem uma turma onde

cada aluno não tem só uma mas várias deficiências, isso é um verdadeiro desafio

para qualquer professor.

Torna-se primordial saber adequar e orientar a tarefa para cada aluno, saber

distinguir as reacções naturais que cada um vai ter, saber esperar pelos

resultados, são algumas das qualidades que um profissional que lida com uma

realidade assim tem que possuir.

A tarefa de quantificar o comportamento psicomotor de um aluno com

multideficiência tornou-se complexa, uma vez que, todos os factores da BPM se

encontram interligados, influenciando os resultados entre si.

De um modo geral a principal conclusão que podemos auferir deste trabalho é

que uma prática orientada contribui positivamente na evolução dos factores da

BPM, mesmo em alunos cujas deficiências tendem a dificultar o processo, por

serem várias e distintas. Por muito pouco que nos pareça o trabalho realizado

com o aluno, os ganhos são significativos.

Os objectivos deste trabalho foram alcançados, tendo-se verificado também

que a prática das habilidades motoras conduziu a um excelente meio de

socialização, nomeadamente nas aulas onde foi feita a inclusão.

Nunca desanimar, encontrar sempre aspectos positivos no trabalho efectuado,

ser crítico, procurar soluções e ajuda para o desenvolvimento das tarefas são

atitudes a ter quando se pretende ajudar uma turma com multideficiência na

batalha diária que os alunos e suas famílias enfrentam.

As vitórias conquistam-se com pequenos passos.

Page 72: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

48

Page 73: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

49

7. Referências Bibliográficas

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56

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8. Anexos

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I

Avaliação Inicial

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II

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III

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IV

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V

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VI

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VIII

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IX

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X

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XI

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XII

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XIII

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XIV

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XV

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XVI

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XVII

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XVIII

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XIX

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XXI

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XXII

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XXIII

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XXIV

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XXV

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XXVI

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XXVII

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XXVIII

Avaliação Final

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XXIX

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XXX

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XXXI

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XXXII

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XXXIII

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XXXIV

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XXXIX

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XLI

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XLII

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XLIII

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XLIX

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L

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LI

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LII

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LIII

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LIV

PEI Individual

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LV

PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL

Ano Lectivo 2010/2011

Estabelecimento de Ensino: EB1.JI do Século

Agrupamento de Escolas: Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio

Nome: Fernando Miguel Oliveira Moreira

Data de Nascimento: 18/01/2001

Morada: Rua Manuel F. Campos, nº140 Balasar - Póvoa de Varzim

Telefone: 252 957378 Telem.93 6740008

Nível de Educação ou Ensino : Pré -Escolar 1º CEB 2º CEB 3º CEB

E. Secundário

Docente responsável pelo grupo/turma: Maria Teresa Trovão

Docente de educação especial : Bernardina Moreira

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LVI

1. HISTÓRIA ESCOLAR E PESSOAL

RESUMO DA HISTÓRIA ESCOLAR

2001 / 2002 - Apoio Domiciliário

2002 / 2003 - Apoio Domiciliário

2003 / 2004 - Apoio Domiciliário

2004 / 2005 - Jardim de Infância de Fontaínhas

2005 / 2006 - Jardim de Infância de Fontaínhas

2006 / 2007 - Jardim de Infância de Fontaínhas

2007 / 2008 - EB1 / JI do Século - UIE

2008 / 2009 - EB1 / JI do Século – UIE

2009/2010 - EB1/JI do Século - UIE

2010/2011 –EB1/JI do Século - UIE

1.2 HISTÓRIA DESENVOLVIMENTAL CLÍNICA

A gravidez, segundo a mãe, ocorreu com normalidade, com um parto de termo. Todo o

processo pós-natal decorreu com normalidade. Com um mês de idade, a família

começou a aperceber-se que o Fernando não apresentava um desenvolvimento

adequado para a idade e com a colaboração de uma familiar formada em enfermagem

procurou ajuda clínica. Ao longo deste processo, o Fernando usufruiu de consultas de

desenvolvimento, nutrição e neuropediatria. Foi possível uma articulação entre estas

áreas e seguidamente o encaminhamento deste para os serviços do Centro de

Reabilitação de Paralisia Cerebral do Porto, onde recebeu apoio nas áreas de terapia

ocupacional e terapia da fala.

O Fernando apresenta um quadro de uma microcefalia adquirida e espinha bífida L4-L5

S1 resultando numa perturbação grave do desenvolvimento global.

Page 139: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LVII

1.3- HISTÓRIA FAMILIAR

O agregado familiar do Fernando é constituído pelos pais e um irmão mais novo

saudável. É uma família considerada social e economicamente média. Vivem em casa

própria. A mãe demonstra ansiedade e preocupação com a evolução do seu educando,

mostrando-se sempre disponível para tudo que esteja relacionado com a vida escolar

deste.

2- PERFIL DE FUNCIONALIDADE DO ALUNO POR REFERÊNCIA À CIF-C

(Actividade e participação, Funções e estruturas do corpo, e Factores

Ambientais)

1- ACTIVIDADE E PARTICIPAÇÃO

O Fernando apresenta limitações graves a nível motor global, comunicação e auto

cuidados.

Ao nível dos membros superiores realiza movimentos activos e involuntários que não

lhe permitem explorar nem manusear os brinquedos de forma adequada.

Relativamente à mobilidade, não realiza a marcha, deslocando-se em cadeira de rodas.

Relativamente à comunicação, o aluno apresenta limitações completas, comunicando

de forma muito elementar, através dos movimentos corporais, sorrisos e gritos de

alegria. Reage ao seu nome e a vozes que lhe são familiares. Começa a accionar o

Bigmack com intencionalidade quando este é colocado à sua frente na primeira rotina

do dia – “Canção do Bom Dia”. Quando ouve : bom dia Fernando, ele estende a mão

até o Bigmack e acciona-o com alguma intencionalidade. Nas sessões de Terapia da

Fala”a intervenção incidiu na continuidade da utilização dos signos tangíveis como

forma de promover a interacção e a comunicação. A estimulação multissensorial foi

uma estratégia utilizada para desenvolver as potencialidades comunicativas do aluno e

tentar captar a sua atenção.

O Fernando não estabelece contacto ocular com o interlocutor, mas reage com

satisfação à presença de adultos e crianças que lhe são familiares. Reage com agrado à

Page 140: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LVIII

exploração, mão na mão de diferentes texturas de materiais tais como: tintas, espuma,

esferovite, gelatina, tentando sempre explorar com a boca. Aprecia muito o contacto

com substâncias macias e frescas, especialmente com a água.

Em relação aos autocuidados é totalmente dependente do adulto.A sua colaboração

nestes momentos é mínima, no entanto sabe bem o que quer e não quer,

nomeadamente ao nível da alimentação, sempre que algo não lhe agrada não se deixa

convencer, (empurra a colher ou a mão do adulto ou cospe).

Revela agrado quando lhe são efectuadas massagens durante as sessões de

psicomotricidade e de terapia ocupacional. Nas sessões de terapia Ocupacional” a

intervenção incidiu essencialmente em fornecer e organizar inputs tácteis, que

permitam desenvolver conceitos relacionados com o conhecimento do seu corpo, e a

compreensão das relações espaciais que o ajude a perceber a posição do seu corpo no

espaço, e a relação perante os objectos e as pessoas”.

2-FUNÇÕES DO CORPO

O aluno, apresenta limitações mentais globais e especificas graves verificando-se o

mesmo nas funções neuromusculoesqueléticas e funções relacionadas com o

movimento.

3-FACTORES AMBIENTAIS

A escola tem disponibilizado os espaços e os recursos técnicos e humanos que o aluno

necessita.

O aluno usufrui de transporte (para a escola /casa/ e para o CRI sempre que é

necessário) e de alimentação.

Este ano lectivo vai beneficiar das seguintes terapias: Musicoterapia, Actividade Fisica

Motora, Terapia da fala, Terapia ocupacional. Particularmente usufrui de Fisioterapia.

O Fernando está integrado na família e no meio. A família próxima colabora com a

escola e preocupa-se com a evolução do seu educando, mostrando-se sempre

disponível para tudo o que esteja relacionado com a vida escolar.

Page 141: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LIX

Na escola é fundamental o uso de tecnologias de apoio, para desenvolver a

comunicação, bem como outros meios alternativos baseados em signos tangíveis.

O aluno sempre que partilha actividades com a sua turma (na biblioteca ou ginásio) é

bem aceite pelos seus pares. Os adultos também são afectuosos com o Fernando.

3. ADEQUAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Medidas educativas a implementar:

a)Apoio Pedagógico personalizado

c)Adequações no processo de matrícula

d)Adequações no processo de avaliação

e)Currículo específico individual (anexar ao currículo)

f)Tecnologias de apoio

(Especifique cada medida adoptada)

Apoio pedagógico personalizado:

-Reforço das estratégias utilizadas no grupo ou turma aos níveis da organização, do

espaço e das actividades.

Aplicação desta medida é prestada pelo professor da turma em articulação com o

professor de educação especial.

Adequações no processo de matrícula:

- O aluno encontra-se deslocado da sua de residência para poder frequentar a Unidade

de Intervenção Especializada.

Adequações no processo de avaliação:

O aluno não está sujeito ao regime de transição de ano escolar nem ao processo de

avaliação do regime comum.

A avaliação será formalizada em formulário próprio, descrevendo de forma qualitativas

competências que foram atingidas no final de cada período.

Page 142: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LX

Currículo específico individual:

O currículo específico individual está em anexo.

Tecnologias de apoio:

- O aluno tem uma cadeira adaptada, com tabuleiro amovível, para um melhor

posicionamento do corpo, e cadeira de rua.

Sistema alternativo de comunicação (Signos Tangíveis), materiais pedagógicos

adaptados ou especialmente concebidos. O apoio à utilização destes materiais

adaptados e tecnologias de apoio são da responsabilidade do docente de educação

especial.

OUTRAS INFORMAÇÕES

O aluno vai usufruir dos seguintes recursos:

Recursos Internos Recursos externos

Musicoterapia x

Actividade Física Adaptada x

Terapia da Fala x

Terapia Ocupacional x

Psicologia

Fisioterapia x

Outros Auxiliar, tarefeira

Transporte

4.PLANO INDIVIDUAL DE TRANSIÇÃO

(Anexar o PIT sempre que exista). Este aluno não tem.

5.RESPONSÁVEIS PELAS RESPOSTAS EDUCATIVAS

Page 143: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXI

a)A partilha com a turma vai ter lugar na Biblioteca, na Unidade e no ginásio da

escola.

Os objectivos desta partilha são:

Desenvolver competências de comunicação com os seus pares;

Criar oportunidades para se envolverem activamente nas

interacções com pessoas e objectos;

Diminuir as barreiras existentes à sua aprendizagem em ambientes

com parceiros significativos (adultos e pares) que respondam às

suas tentativas de comunicação;

Envolver os pares nas formas de comunicação não simbólica do

colega (orientação do olhar, expressões faciais, vocalizações,

agitação motora) ou simbólica (fotografias, ou signos tangíveis);

Criar oportunidades para realizar trabalhos em parceria, em

pequenos grupos que possibilitem uma atenção individualizada.

Identificação dos

intervenientes

Funções desempenhadas Horário

Maria Teresa Trovão Professora Titular Turma 2x 45 minutos a)

Bernardina Moreira

Sofia Guedes

Professoras de Educação

Especial

Manhã (35 h.semanais)b)

Tarde (35 h.semanais)b)

Helder Silva Prof. de Musicoterapia 3 x 45minutos c)

Natércia Branco Prof. de Actividade Física

Adaptada

3x 45minutos c)

Raquel Gamboa Terapeuta da Fala 5 horas por semana

(2x30m.por aluno) c)

Catarina Vaz Terapeuta Ocupacional 5 horas por semana c)

(2x30m.por aluno)

Page 144: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXII

b)Nos restantes contextos, o aluno realiza um currículo funcional adequado às suas

características e necessidades, tendo como grande objectivo realizar aprendizagens

que contribuam para aumentar a sua autonomia em termos pessoais e sociais.

Desenvolve rotinas (diárias e semanais) que o ajudam a antecipar os acontecimentos

/actividades ao longo do dia e da semana, bem como, a favorecer a compreensão e o

conhecimento do mundo que o rodeia.

c)A educação destes alunos exige uma rede de apoios constituída por diferentes

profissionais, os quais devem definir conjuntamente objectivos comuns e reflectir

acerca do que lhes vão ensinar e do tipo de resposta educativa a desenvolver para que

essa aprendizagem se realize com sucesso.

6. IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PEI

Inicio da implementação do PEI: Setembro de 2010

Avaliação do PEI

Revisto a qualquer momento

No final de cada período

No final de cada nível de educação/ciclo

No final do ano lectivo será elaborado um relatório circunstanciado dos resultados

obtidos

7. ELABORAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO

PEI elaborado por:

Profissional: Bernardina Moreira Assinatura:---------------------------------

Prof. de Educação Especial – Bernardina Moreira

Prof. Titular de Turma – Maria Teresa Trovão _____________________

Page 145: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXIII

Coordenação do PEI a cargo de:

Educador de Infância Professor do 1ºCEB Director de Turma

Nome: ____________________________ Assinatura:___________________

Aprovado pelo Conselho Pedagógico:

Data: _______________________ Assinatura:________________________

Homologado pelo Conselho Executivo: Data:________________ Assinatura:_______________________________________

Concordo com as medidas educativas definidas,

Data: ___________ O Encarregado de Educação:

Assinatura:_____________________

Page 146: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXIV

Ano lectivo 2010/2011

1.

PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL

Estabelecimento de Ensino: EB1/JI do Século

Agrupamento de Escolas: Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio

Nome: Gabriela Sousa Pereira Data de Nascimento: 31/01/2002

Morada: Rua Trás - os - Quintais, 50 4494-553 Póvoa de Varzim

Telefone: 252 – 112275 ou 912997478 ou 252 – 682986 (emprego)

Nível de Educação ou Ensino: Pré-Escolar 1.ºCEB 2.ºCEB

3.ºCEB Ensino Secundário

Docente responsável pelo grupo/turma: Rosa Cândida Marafona

Docente de educação especial: Ana Sofia Calvão Guedes

X

Page 147: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXV

1. HISTÓRIA ESCOLAR E PESSOAL

1.1. Resumo da história escolar

2007/2008 – Jardim-de-Infância do Século, com apoio de educação especial;

2008/2009 – EB1/JI do Século - UIE

2009/2010 – EB1/JI do Século - UIE

2010/2011 – EB1/JI do Século – UIE

1.2. História desenvolvimental /clínica

Gravidez de termo, normal, vigiada e sem intercorrências. Parto eutócico, assistido, no

Hospital S. Pedro Pescador. Peso – 2650 g; comprimento – 48 cm; Apgar – 7/9

Às 15 horas de vida inicia crises de cianose generalizada e movimentos de pedalagem

dos membros inferiores. Transferida via INEM, para o Serviço dos Cuidados Intensivos

Neonatais e Pediátricos, no HGSA (relatórios em anexo).

Não fala, não controla os esfíncteres, a alimentação é passada e espessa. É

totalmente dependente do adulto ao nível dos auto-cuidados. Toma medicação diária,

tem epilepsia, não teve nenhuma doença infecto contagiosa infantil. Iniciou terapia da

fala e terapia ocupacional no ano lectivo de 2007/2008.

É seguida na consulta externa de pediatria pela neuropediatra, Dra. Teresa Temudo.

Page 148: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXVI

1.3. História familiar

Pai – Vigilante

Mãe – Assistente dentária

A Gabriela é a primeira filha do casal.

Os pais vivem em casa própria, com boas condições habitacionais.

1.PERFIL DE FUNCIONALIDADE DO ALUNO POR REFERÊNCIA À CIF-CJ

(Actividade e participação, Funções e estruturas do corpo, e Factores Ambientais)

1. Actividade e participação A Gabriela apresenta limitações a nível cognitivo, comunicação e nos auto-cuidados.

Apresenta também limitações graves na actividade e restrições graves na

participação. Mostra satisfação quando participa em sessões de motricidade ampla

(actividade física e desportiva), experimentando jogos em grande grupo e sobretudo

com música. Respeita algumas palavras inibitórias e cumpre pequenas ordens. As

limitações ao nível da comunicação, não permitem exprimir o que quer e o que sabe,

pelo que o envolvimento e a participação em actividades lúdicas e de lazer são

passiva, apresenta muitas dificuldades em se manter em actividades realizadas na

sala e em permanecer em pequenas tarefas.

A comunicação com os pares e adultos, é feita através de muita agitação: empurrões,

gritos e puxões. Toma iniciativa de comunicar mas nem sempre controla

adequadamente os seus gestos: e em vez de um abraço pode ser um empurrão. É de

realçar o seu sorriso que demonstra sem dúvidas a felicidade ou a satisfação dos seus

actos.

Ao nível da motricidade retira arcos escondidos numa caixa com massas e coloca-os

numa pirâmide necessitando de ajuda. Sobe escadas degrau a degrau com

supervisão, mas apresenta muitas dificuldades quando desce as escadas como por

exemplo as do autocarro.

A maior parte das tarefas são feitas mão na mão. Não brinca.

Page 149: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXVII

2.Factores ambientais

A escola tem disponibilizado os espaços e os recursos técnicos que a aluna necessita,

a aluna usufrui de transporte (entre a escola e casa), e das seguintes terapias: Terapia

da Fala, Terapia Ocupacional. Musicoterapia e Actividade Física Adaptada.

A aluna tem disponíveis os medicamentos e suplementos alimentares que necessita,

sendo eles: Depakine/250, Risperdal/0,25 e Tegretol. A Gabriela está integrada na

família e no meio. A família próxima colabora com a escola dentro do que lhes é

pedido.

Na escola é fundamental o uso de tecnologias de apoio, para desenvolver a

comunicação, bem como outros meios alternativos baseados nos pictogramas, como

por exemplo: SPC ou outros. A sempre que partilha as actividades com a sua turma

(ginásio e sala) é bem aceite pelos seus pares.

3.Funções do corpo

Revela deficiência grave nas funções mentais e deficiência completa nas funções da

voz e da fala e no controle dos esfíncteres. Só ingere alimentos passados e espessos.

Assim sendo, esta aluna apresenta limitações significativas na actividade e

participação, decorrentes de alterações funcionais e estruturais de carácter

permanente ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia,

do relacionamento interpessoal e da participação social.

Page 150: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXVIII

ADEQUAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Medidas educativas a implementar:

a) Apoio pedagógico personalizado

Reforço das estratégias utilizadas no grupo ou turma aos níveis da organização, do

espaço e das actividades

A aplicação desta medida é prestada pelo professor da turma em articulação com o

professor de educação especial.

d) Adequações no processo de avaliação

A aluna não está sujeita ao regime de transição de ano escolar nem ao processo de

avaliação característico do regime educativo comum. A avaliação será formalizada em

formulário próprio descrevendo de forma qualitativa as competências que foram

atingidas, no final de cada período.

e) Currículo específico individual (anexo)

f) Tecnologias de apoio

Sistema de comunicação alternativa (signos tangíveis), materiais pedagógicos

adaptados ou especialmente concebidos, tecnologias de apoio à alimentação (prato

com ventosa, rebordo no prato, colher de silicone). Programa de estimulação sensorial

(software) para melhorar a funcionalidade da aluna e reduzir as suas incapacidades.

Page 151: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXIX

OUTRAS INFORMAÇÕES

Recursos Internos Recursos Externos

Terapia da Fala X

Terapia Ocupacional X

Fisioterapia

Psicólogo

Musicoterapia X

Actividade Física Adaptada X

Outros… Quais? Auxiliares, tarefeiras e transporte

4.PLANO INDIVIDUAL DE TRANSIÇÃO

(Anexar o PIT, sempre que exista)

5.RESPONSÁVEIS PELAS RESPOSTAS EDUCATIVAS

Identificação dos intervenientes Funções desempenhadas Horário

Rosa Cândida Marafona Prof. titular de turma 2 x 45min a)

Ana Sofia Calvão Guedes

Bernardina Moreira

Profs. educação especial Horário da tarde b)

Horário da manhã b)

Raquel Gamboa Terapeuta da fala 5h por semana c)

(2x30 min. por aluno)

Catarina Vaz Terapeuta ocupacional 5h por semana c)

(2x30 min. por aluno)

Hélder Silva Professor de musicoterapia (AEC) 3x 45 minutos c)

Natércia Branco Professora de actividade física adaptada

(AEC)

3x45 minutos c)

Page 152: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXX

a) A partilha com a turma terá lugar na sala de aula e no ginásio

Os objectivos desta partilha são:

Desenvolver competências de comunicação com os seus pares;

Criar oportunidades para se envolverem activamente nas interacções com

pessoas e objectos;

Diminuir barreiras existentes à sua aprendizagem em ambientes com parceiros

significativos que respondam às suas tentativas de comunicação;

Envolver os pares nas formas de comunicação do colega;

Criar oportunidades para realizarem trabalhos em parceria;

b) Nos restantes contextos, a aluna realiza um currículo funcional adequado às

suas características e necessidades, tendo como objectivo realizar

aprendizagens que contribuam para aumentar a sua autonomia em termos

pessoais e sociais.

c) A educação destes alunos exige uma rede de apoios constituída por diferentes

profissionais, os quais definem um conjunto de objectivos e reflectem acerca do que

lhes vão ensinar e do tipo de resposta educativa a desenvolver para que essa

aprendizagem se realize com sucesso.

2. IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PEI

Início da implementação do PEI - Setembro de 2010

Avaliação do PEI

Revisto a qualquer momento

No final de cada período

Page 153: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXI

No final de cada nível de ensino/ciclo

A avaliação será formalizada em formulário próprio, descrevendo de forma

qualitativa as competências que foram atingidas no final de cada período

No final do ano lectivo, será elaborado um relatório circunstanciado dos

resultados obtidos.

3. ELABORAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO

PEI elaborado por:

Profissional: Assinatura:

Sofia Guedes ----------------------------------------------------

Rosa Cândida Marafona ----------------------------------------------------

Lucinda Gabriela Pereira ---------------------------------------------------- Coordenação do PEI a cargo de:

Educador de Infância Professor do 1.º CEB Director de Turma

Assinatura:

Aprovado pelo Conselho Pedagógico:

Data: Assinatura:

Homologado pelo Conselho Executivo:

Data: Assinatura:

Concordo com as medidas educativas definidas,

O Encarregado de Educação:

Data: Assinatura:

x

Page 154: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXII

no lectivo 2010/2011

4.

PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL

Estabelecimento de Ensino: EB1/JI do Século

Agrupamento de Escolas: Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio

Nome: Francisco José Pinto Pires Data de Nascimento: 28/01/2003

Morada: Rua Eng.º Barbosa Matos nºs 34/35-3ºDtº Rio Tinto

Telemóvel: 964079735

Nível de Educação ou Ensino: Pré-Escolar 1.ºCEB 2.ºCEB

3.ºCEB Ensino Secundário

Docente responsável pelo grupo/turma: Manuel José Lopes

Docente de educação especial: Ana Sofia Calvão Guedes

x

Page 155: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXIII

1. HISTÓRIA ESCOLAR E PESSOAL

1.1. Resumo da história escolar

2005/2009 – Jardim-de-Infância do Centro Social de Soutelo

2009/2010 – EB1/JI do Século - UIE

2010/2011 – EB1/JI do Século - UIE

1.2. História desenvolvimental /clínica

Iniciou controlo axial depois dos 4 meses, sentou com apoio após os 12 meses e

começou a ter a marcha autónoma somente depois dos 2 anos e meio.

O Francisco apresenta hipotonia característica da Trissomia 21 de que padece; revela

ainda vestígios da Síndrome de West; ao nível oftalmológico apresenta hipermetropia/

estrabismo. O Francisco apresenta défice cognitivo (forma grave); grandes

dificuldades na comunicação, apresentando uma quase ausência de linguagem

expressiva e perturbação de hiperactividade com défice de atenção. Não controla os

esfíncteres.

Iniciou sessões de Hipoterapia no início de 2008, com boa aceitação e evolução em

termos de postura e comunicação.

1.3. História familiar

O agregado familiar do Francisco é constituído por pai, mãe e o Francisco. Os pais

demonstram ansiedade e preocupação com a evolução do seu educando, mostrando-

se sempre disponíveis para tudo que esteja relacionado com a vida escolar deste.

Page 156: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXIV

2.PERFIL DE FUNCIONALIDADE DO ALUNO POR REFERÊNCIA À CIF-CJ

(Actividade e participação, Funções e estruturas do corpo, e Factores Ambientais)

1.Actividade e participação

O Francisco é incluído em todas as actividades e rotinas, embora este manifeste

dificuldade em envolver-se. Revela reduzida capacidade de atenção/ concentração.

Não consegue imitar gestos, sons ou acções, o que influencia a aquisição de algumas

competências e a realização de aprendizagens. Na exploração de um brinquedo

segura-o nas mãos por segundos antes de o atirar. A autonomia na tarefa é um pouco

limitada, uma vez que o Francisco colabora nas actividades propostas mas necessita

da orientação do adulto para as executar. Apresenta dificuldades acentuadas na

motricidade fina e na destreza manual.

Ao nível das relações interpessoais, o Francisco é afectuoso para com o adulto e para

com os pares. Observa e inicia a interacção com os pares e, por vezes participa nas

suas brincadeiras, demonstrando menos interesse em manter interacção. Inicia

contacto ocular, se esse for o seu desejo, mas não o mantém e dispersa a sua

atenção. O olhar não é dirigido. Reage ao chamamento do nome.

Ao nível da comunicação e da linguagem o Francisco compreende mensagens curtas

e simples. A sua compreensão da oralidade é facilitada quando a mensagem é

acompanhada de gestos simples e expressões faciais. A comunicação verbal é

inexistente, vocaliza sons de forma intencional. As estratégias que utiliza são simples

mas eficazes: aponta, grita ou atira para o chão tudo o que não deseja.

A criança alimenta-se autonomamente, utilizando somente um talher. É capaz de

descalçar sapatos e meias, embora não consiga calçar-se. A criança necessita se ser

vestida e despida pelo adulto, embora coopere nesta tarefa. Ainda não alcançou o

controlo esfincteriano. Desloca-se autonomamente, sobe e desce escadas apoiando-

se num corrimão ou na mão do adulto.

Page 157: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXV

2.Factores ambientais

Os pais do Francisco manifestam um afecto intenso pela criança e são extremamente

colaborantes.

O Francisco aufere de apoio de diversas especialidades médicas (oftalmologia,

medicina dentária, pediatria…), fazendo exames de vigilância regular.

Durante os meses mais frios toma um anti-histamínico – Primalan.

Na escola é fundamental o uso de tecnologias de apoio, para desenvolver a

comunicação, bem como outros meios alternativos baseados nos pictogramas, como

por exemplo: SPC ou outros. A sempre que partilha as actividades com a sua turma

(ginásio, sala e biblioteca) é bem aceite pelos seus pares.

3.Funções do corpo

O Francisco manifesta défice cognitivo em forma grave, decorrente da Trissomia 21.

Tem ainda Perturbações de Hiperactividade com Défice de Atenção e de Perturbação

Específica da aquisição da linguagem.

3.ADEQUAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Medidas educativas a implementar:

Page 158: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXVI

a) Apoio pedagógico personalizado

Reforço das estratégias utilizadas no grupo ou turma aos níveis da organização, do

espaço e das actividades

A aplicação desta medida é prestada pelo professor da turma em articulação com o

professor de educação especial.

c) Adequações no processo de matrícula

d) Adequações no processo de avaliação

O aluno não está sujeito ao regime de transição de ano escolar nem ao processo de

avaliação característico do regime educativo comum. A avaliação será formalizada em

formulário próprio descrevendo de forma qualitativa as competências que foram

atingidas, no final de cada período.

e) Currículo específico individual (anexar currículo)

f) Tecnologias de apoio (indicar as tecnologias de apoio)

Sistema de comunicação alternativa (signos tangíveis), materiais pedagógicos

adaptados ou especialmente concebidos, para melhorar a funcionalidade da aluna e

reduzir as suas incapacidades. Programa de estimulação sensorial (software).

OUTRAS INFORMAÇÕES

Recursos Internos Recursos Externos

Terapia da Fala X

Page 159: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXVII

Terapia Ocupacional X

Fisioterapia

Psicólogo

Hipoterapia X

Musicoterapia X

Actividade Física Adaptada X

Outros… Quais? Auxiliares, tarefeiras e

transporte

Transporte

4.PLANO INDIVIDUAL DE TRANSIÇÃO

(Anexar o PIT, sempre que exista)

5.RESPONSÁVEIS PELAS RESPOSTAS EDUCATIVAS

Identificação dos

intervenientes

Funções desempenhadas Horário

Manuel José Lopes Prof. titular de turma 2 x 45min a)

Ana Sofia Calvão Guedes

Bernardina Moreira

Profs. educação especial Horário da tarde b)

Horário da manhã b)

Raquel Gamboa Terapeuta da fala 5h por semana c)

(2x30 min. por aluno)

Catarina Vaz Terapeuta ocupacional 5h por semana c)

(2x30 min. por aluno)

Hélder Silva Professor de

musicoterapia (AEC)

3x 45 minutos c)

Natércia Branco Professora de Actividade

Física e Adaptada (AEC)

3x 45 minutos c)

Page 160: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXVIII

a) A partilha com a turma terá lugar na sala de aula e no ginásio

Os objectivos desta partilha são:

Desenvolver competências de comunicação com os seus pares;

Criar oportunidades para se envolverem activamente nas interacções com

pessoas e objectos;

Diminuir barreiras existentes à sua aprendizagem em ambientes com parceiros

significativos que respondam às suas tentativas de comunicação;

Envolver os pares nas formas de comunicação do colega;

Criar oportunidades para realizarem trabalhos em parceria;

b) Nos restantes contextos, a aluna realiza um currículo funcional adequado às

suas características e necessidades, tendo como objectivo realizar

aprendizagens que contribuam para aumentar a sua autonomia em termos

pessoais e sociais.

c) A educação destes alunos exige uma rede de apoios constituída por diferentes

profissionais, os quais definem um conjunto de objectivos e reflectem acerca do que

lhes vão ensinar e do tipo de resposta educativa a desenvolver para que essa

aprendizagem se realize com sucesso.

6.IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PEI

Início da implementação do PEI - Setembro de 2010

Avaliação do PEI

Revisto a qualquer momento;

Page 161: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXIX

No final de cada período;

No final de cada nível de ensino/ciclo;

A avaliação será formalizada em formulário próprio, descrevendo de forma

qualitativa as competências que foram atingidas no final de cada período;

No final do ano lectivo, será elaborado um relatório circunstanciado dos

resultados obtidos;

7.ELABORAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO

PEI elaborado por:

Profissional: Assinatura:

Sofia Guedes ----------------------------------------------------

Manuel José Lopes ----------------------------------------------------

Américo Pires ----------------------------------------------------

Coordenação do PEI a cargo de:

Educador de Infância Professor do 1.º CEB Director de Turma

Assinatura:

Aprovado pelo Conselho Pedagógico:

Data: Assinatura:

Homologado pelo Conselho Executivo:

Data: Assinatura:

Concordo com as medidas educativas definidas,

O Encarregado de Educação:

Data: Assinatura:

x

Page 162: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXX

PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL

Ano Lectivo 2010/2011

Estabelecimento de Ensino: EB1.JI do Século

Agrupamento de Escolas: Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio

Nome: Sara Alexandra Martins Soares

Data de Nascimento: 02/03/2001

Morada: Rua Almeida Brandão nº 197 1º esq. Póvoa de Varzim

Telefone: 964921697

Nível de Educação ou Ensino : Pré -Escolar 1º CEB 2º CEB 3º CEB

E. Secundário

Docente responsável pelo grupo/turma: Maria Teresa Trovão

Docente de educação especial : Bernardina Moreira

Page 163: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXXI

1- HISTÓRIA ESCOLAR E PESSOAL

RESUMO DA HISTÓRIA ESCOLAR

2003/2004 – Apoio domiciliário

2004/2005 - JI de Giesteira

2005/2006 – JI de Giesteira

2006/2007 – JI de Giesteira

2007/2008 – EB1/ JI do Século – UIE

2008/2009 - EB1/ JI do Século – UIE

2009/2010 - EB1/ JI do Século – UIE

2010/2011- EB17JI do Século - UIE

1.2- HISTÓRIA DESENVOLVIMENTAL CLÍNICA

A gravidez foi pouco vigiada e acompanhada pelo médico de família. Nasceu de

parto prematuro, eutócito (28 semanas de gestação) e com baixo peso

(1,120Kg).Fez reanimação, tendo sido transferida para o Hospital de Maria Pia.

Foi operada pois apresentava hidrocefalia activa com sépsis. Foi alimentada por

sonda nos primeiros dias de vida.

1.3-HISTÓRIA FAMILIAR

A Sara é a filha mais velha de um casal jovem. Tem uma irmã com cerca de um

ano, saudável. Pertence a uma família precária, acompanhada pelos serviços

sociais, beneficiária do RSI. Vive em casa dos avós paternos. O pai trabalha na

construção civil e a mãe está desempregada.

2-PERFIL DE FUNCIONALIDADE DO ALUNO POR REFERÊNCIA À CIF-CJ

(Actividade e participação, Funções e estruturas do corpo, e Factores

Ambientais)

1- Actividade e Participação

A Sara apresenta limitações graves a nível motor global, comunicação e nos

auto cuidados.

Ao nível dos membros superiores realiza movimentos activos na

manipulação e exploração dos objectos.

Na locomoção, não realiza a marcha, deslocando-se em cadeira de rodas, e

arrastando-se no chão.

Relativamente aos auto cuidados é dependente do adulto. Continuaram a ser

treinadas diáriamente as competências das sub-áreas alimentação e higiene

Page 164: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXXII

oral tendo se verificado evolução na sua autonomia, contudo a supervisão por

parte do adulto e as exigências de um comportamento adequado são

indispensáveis.

A Sara já colabora mais no controle de esfíncteres, antecipando a tarefa (ir à

Sanita) quer verbalmente quer com a utilização de símbolos (SPC).

Relativamente a verbalizar no momento exacto a vontade para ir à sanita, ainda

se encontra emergente.

Ao nível da comunicação apresenta intencionalidade, iniciativa, utilizando

palavras isoladas, sílabas, fazendo-se entender em contexto. Continua a utilizar

diáriamente os símbolos de comunicação SPC, para fazer escolhas e organizar

as suas acções. Usa o Calendário Diário para antecipar e compreender os vários

momentos do seu dia, já o usa com relativa facilidade. Foi introduzido o

Calendário Semanal, com fotografias da actividade principal de cada dia e a

Sara começa a identificar o dia da semana, a antecipar a tarefa, começando

lentamente a compreender a noção de tempo.

Trabalha no computador táctil revelando agrado durante as actividades:

identifica imagens iguais, o grande e o pequeno, associa os objectos às acções

ex: o que se come, o que se bebe, o que serve para calçar/ vestir etc. Tem

evoluído muito nesta área.

Relativamente à motricidade fina continua a revelar dificuldade em executar

pequenos puzzles e manusear objectos para encaixar. Executa ligeiramente

melhor os jogos de enfiar, assim como, manuseia os lápis e os pincéis, contudo

continua a necessitar de ajuda e estímulo para continuar a executar a tarefa.

Relativamente à Terapia da Fala,” de inicio o seu comportamento de recusa foi

um obstáculo à intervenção, mas progressivamente tornou-se mais

colaborante. A utilização do computador revelou-se uma estratégia positiva no

desenvolvimento e aumento do tempo de concentração da aluna”. Na Terapia

Ocupacional a reacção inicial foi idêntica, “o que condicionou de forma

significativa a participação nas actividades, contudo no final do ano começou a

colaborar mais e com maior tempo de atenção na tarefa. Verificou-se uma

melhoria ao nível da aceitação das indicações para corrigir a sua postura e

como efectuar os movimentos mais correctamente”

Page 165: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXXIII

2- Funções do corpo

Apresenta limitações mentais específicas graves, verificando-se o mesmo

nas funções neuro músculo-esqueléticas e funções relacionadas com o

movimento.

3- Factores ambientais

A aluna está integrada na família sendo esta, em parte, uma barreira à sua

educação escolar. A família próxima não tem colaborado com a escola, (o ano

lectivo transacto nunca compareceu às reuniões para que foi convocada) assim

como com as outras instituições de saúde, comprometendo desta forma o seu

desenvolvimento nas várias competências a adquirir.

A escola tem disponibilizado os espaços e os recursos técnicos e humanos que

a aluna necessita. Beneficia de alimentação e transporte.

Este ano lectivo a aluna beneficia de terapia da fala, terapia ocupacional,

musicoterapia e actividade física adaptada.

Na escola é fundamental o uso de tecnologias de apoio, para desenvolver as

competências comunicativas: a aluna usa símbolos SPC, Computador táctil, Go

talk9, e outros.

3.ADEQUAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Medidas educativas a implementar:

a)Apoio Pedagógico personalizado

c)Adequações no processo de matrícula

d)Adequações no processo de avaliação

e)Currículo específico individual (anexar ao currículo)

f)Tecnologias de apoio

(Especifique cada medida adoptada)

Apoio pedagógico personalizado:

-Reforço das estratégias utilizadas no grupo ou turma aos níveis da organização, do

espaço e das actividades.

Page 166: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXXIV

A aplicação desta medida é prestada pelo professor da turma em articulação com o

professor de educação especial.

Adequações no processo de matrícula:

- A aluna encontra-se deslocada da escola da área da sua de residência para poder

frequentar a Unidade de Intervenção Especializada.

Adequações no processo de avaliação:

A aluna não está sujeita ao regime de transição de ano escolar nem ao processo de

avaliação do regime comum.

A avaliação será formalizada em formulário próprio, descrevendo de forma qualitativa

as competências que foram atingidas no final de cada período.

Currículo específico individual:

O currículo específico individual está em anexo.

Tecnologias de apoio:

- A aluna tem uma cadeira adaptada, e mesa de recorte, para um melhor

posicionamento do corpo e cadeira de rua.

Sistema alternativo de comunicação (SPC), materiais pedagógicos adaptados ou

especialmente concebidos. O apoio à utilização destes materiais adaptados e

tecnologias de apoio são da responsabilidade do docente de educação especial.

OUTRAS INFORMAÇÕES

A aluna vai usufruir dos seguintes recursos:

Recursos Internos Recursos externos

Musicoterapia x

Actividade Física Adaptada x

Terapia da Fala x

Terapia Ocupacional x

Psicologia

Outros Auxiliar, tarefeira, transporte.

Page 167: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXXV

4.PLANO INDIVIDUAL DE TRANSIÇÃO

(Anexar o PIT sempre que exista). Esta aluna não tem.

5.RESPONSÁVEIS PELAS RESPOSTAS EDUCATIVAS

Identificação dos intervenientes

Funções desempenhadas

Horário

Maria Teresa Trovão Professora Titular de Turma

2x 45 minutos a)

Bernardina Moreira Sofia Guedes

Professoras de Educação Especial

Manhã (35 h. semanais) b)

Tarde (35 h.semanais)

Helder Silva Prof. de Musicoterapia 3 x 45minutos c)

Natércia Branco Prof. de Actividade Física Adaptada

3 x45minutos c)

Raquel Gamboa Terapeuta da Fala 5 horas por semana c) (2x30 m. por aluno)

Catarina Vaz Terapeuta Ocupacional 5 horas por semana c) (2x30 m. por aluno)

a) A partilha com a turma vai ter lugar na Biblioteca, na Unidade e no ginásio

da escola.

Os objectivos desta partilha são:

Desenvolver competências de comunicação com os seus pares;

Criar oportunidades para se envolverem activamente nas

interacções com pessoas e objectos;

Diminuir as barreiras existentes à sua aprendizagem em ambientes

com parceiros significativos (adultos e pares) que respondam às

suas tentativas de comunicação;

Envolver os pares nas formas de comunicação não simbólica do

colega (orientação do olhar, expressões faciais, vocalizações,

agitação motora) ou simbólica (fotografias, imagens, SPC ou

objectos tangíveis);

Criar oportunidades para realizar trabalhos em parceria, em

pequenos grupos que possibilitem uma atenção individualizada.

b) Nos restantes contextos, a aluna realiza um currículo funcional adequado às

suas características e necessidades, tendo como grande objectivo realizar

Page 168: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXXVI

aprendizagens que contribuam para aumentar a sua autonomia em termos

pessoais e sociais. Desenvolve rotinas (diárias e semanais) que a ajudam a

antecipar os momentos/actividades ao longo do dia ,bem como a favorecer

a compreensão e o conhecimento do mundo que o rodeia.

c) A educação destes alunos exige uma rede de apoios constituída por

diferentes profissionais, os quais devem definir conjuntamente objectivos

comuns e reflectir acerca do que lhes vão ensinar e do tipo de resposta

educativa a desenvolver para que essa aprendizagem se realize com

sucesso.

6. Implementação e Avaliação do PEI

Inicio da implementação do PEI: Setembro de 2010

Avaliação do PEI

Revisto a qualquer momento

No final de cada período

No final de cada nível de educação/ciclo

No final do ano lectivo será elaborado um relatório circunstanciado

dos resultados obtidos

7. ELABORAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO

PEI elaborado por: Profissional: Bernardina Moreira Assinatura:-------------------------------------- Prof. de Educação Especial -Bernardina Moreira Prof. Titular de Turma – Maria Teresa Trovão ____________________

Page 169: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXXVII

Aprovado pelo Conselho Pedagógico: Data: ______________________ Assinatura:__________________________

Concordo com as medidas educativas definidas, Data: ___________ O Encarregado de Educação:

Assinatura:_____________________

Coordenação do PEI a cargo de: Educador de Infância Professor do 1ºCEB Director de Turma Nome: ____________________________ Assinatura:___________________

Homologado pelo Conselho Executivo: Data: _______________________ Assinatura:________________________

Page 170: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXXVIII

PROGRAMA EDUCATIVO INDIVIDUAL

Ano Lectivo 2010/2011

Estabelecimento de Ensino: EB1.JI do Século

Agrupamento de Escolas: Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio

Nome: Verónica da Costa Correia

Data de Nascimento: 18/12/2001

Morada: Rua dos Fangueiros - Laundos Póvoa de Varzim

Telefone: 96 7065998

Nível de Educação ou Ensino : Pré -Escolar 1º CEB 2º CEB 3º CEB

E. Secundário

Docente responsável pelo grupo/turma: Maria Lucinda Delgado

Docente de educação especial : Bernardina Moreira

Page 171: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

LXXXIX

1.HISTÓRIA ESCOLAR E PESSOAL

RESUMO DA HISTÓRIA ESCOLAR

2004/2005 - JI de Aguçadoura

2005/2006 – JI de Aguçadoura

2006/2007 – JI de Aguçadoura

2007/2008 –JI de Aguçadoura

2008/2009 - EB1/ JI do Século – UIE

2009/2010 - EB1/ JI do Século – UIE

2010/2011 – EB1/JI do Século - UIE

1.2 HISTÓRIA DESENVOLVIMENTAL CLÍNICA

A Verónica nasceu no Hospital da Póvoa de Varzim, onde a mãe foi acompanhada

durante a gravidez. No período neo-natal a mãe não ganhou peso até os cinco meses e

por esta razão passou a ser vigiada no referido hospital.

Por suspeita de Síndroma de Espectro Autista, a Verónica foi encaminhada para o

UADIP, no Porto, onde foi avaliada por uma equipa multidisciplinar.

Em 2004 (Novembro), realizou estudos metabólicos e ao cariótipo.

Em 2005 (Outubro), depois de ter realizado um electroencefalograma com resultado

normal, foi sujeita a um estudo genético onde foi identificado a “ Mutação de Novo

Trocante no Gene MCP2” ( Síndroma de RETT).

Não existe nenhuma avaliação psicológica até à data. Existe um atestado de

incapacidade multiuso que está anexo ao processo.

1.2 HISTÓRIA FAMILIAR

A Verónica é a segunda filha de um casal ( a primeira filha é saudável),em que a mãe é

doméstica e o pai é emigrante na Suiça. A familia vive em casa dos avós maternos que

lhe dá algum apoio enquanto o pai está no estrangeiro.

Page 172: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XC

2.PERFIL DE FUNCIONALIDADE DO ALUNO POR REFERÊNCIA À CIF-CJ

( Actividade e participação, Funções e estruturas do corpo, e Factores Ambientais)

1- Actividade e Participação

A Verónica é uma criança portadora de Sindroma de RETT, que possui uma

incapacidade motora de carácter permanente. A marcha é realizada apenas com a

ajuda do adulto e do andarilho adaptado (mas apenas em curtas distâncias) que

possuiu para se deslocar em casa ou no espaço escolar. Para as saídas de rua usa um

carrinho (de bebé).

No ginásio, durante as sessões de psicomotricidade (se estiver acordada) gatinha

tentando alcançar as bolas, interage com os pares ou com o adulto se for estimulada,

embora por pouco tempo.

Na sala de actividades permanece muito tempo adormecida, sendo escassos os

tempos de vigília. Quando está desperta e activa manuseia objectos (ex: legos) e

permanece a brincar com eles durante algum tempo, tenta ainda agarrar objectos que

estão a alguns centímetros de distância fazendo várias tentativas. Reage ao contacto

com substâncias e texturas (como por exemplo: digitinta, gelatina, espuma) e faz

movimentos amplos com os membros superiores, em cima da mesa, mão na mão.

Permanece algum tempo neste tipo de actividade. Segue com o olhar um objecto que

se move no seu campo visual, mas por breves períodos. O mesmo se passa

relativamente ao contacto visual com os pares e adultos.

A sua forma de comunicar é muito elementar, expressa-se pelos movimentos corporais

e alguns sons emitidos quando está mais desperta e activa. O Bigmack é utilizado para

facilitar as suas competências comunicativas. Há maior probabilidade de obter uma

resposta da Verónica, em determinadas rotinas do dia (ex: Bom dia, refeições).

Quando está desperta acciona o Bigmack nestes momentos com alguma

intencionalidade.

Reage a estímulos de voz, canções e sons fortes. A linguagem compreensiva é muito

limitada, parece compreender algumas palavras como “Verónica”, “estás bem?

“fixando o olhar, por breves instantes e volta a desviar. Por vezes retribui a atenção

que lhe é dada com um agradável sorriso.

A Verónica é completamente dependente do adulto nos auto cuidados. No que se

refere à alimentação, é alimentada essencialmente por sonda, no entanto quando

gosta da comida está disponível para se alimentar pela boca com alimentos sólidos

Page 173: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XCI

(cortados em pequenos bocados). Ao efectuar a higiene oral também já manifesta

menos desagrado.

O domínio cognitivo é a sua área mais fraca, apresentando-se muito comprometida.

Na Terapia de Fala, “foram utilizados jogos sonoros como forma de despertar a sua

atenção e o Big mack com o intuito de promover a tomada de vez comunicacional” Na

Terapia Ocupacional a intervenção centrou-se “ao nível da estimulação sensorial, ao

nível proprioceptivo e a exploração do espaço de pé”As condições físicas (cansaço e

sonolência) da Verónica condicionaram bastante a intervenção destas terapias

2- Funções do corpo

Apresenta limitações mentais específicas graves, verificando-se o mesmo nas funções

neuro músculo-esqueléticas.

É alimentada por sonda de gastrotomia, pois deixou praticamente de se alimentar pela

boca.

Apresenta com muita frequência convulsões de epilepsia associadas ao síndroma.

3- Factores ambientais

A mãe é um grande facilitador na educação, protecção e assistência à Verónica, está

sempre disponível para realizar todas as estratégias propostas para beneficiar a

evolução da Verónica.

A Verónica usufrui de várias terapias, (acompanhada pela mãe),como : hidroterapia,

terapia ocupacional, terapia da fala e fisioterapia. Esporádicamente vai realizando

outras.

É acompanhada no Hospital S.A. no Porto, pela Dra. Teresa Temudo( consultas de

neuropediatria) que vai ajustando a medicação destinada a evitar as convulsões

resultantes dos episódios de epilepsia.

Possui um andarilho adaptado que lhe permite deslocar-se em casa ou na escola.

Possui uma sonda de gastrotomia, que lhe permite alimentar-se de forma a

desenvolver-se fisicamente ( recusa frequentemente a alimentar-se pela boca).

Usufrui de transporte para casa.

Page 174: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XCII

3.ADEQUAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Medidas educativas a implementar:

a) Apoio Pedagógico personalizado

c) Adequações no processo de matrícula

d)Adequações no processo de avaliação

e)Currículo específico individual (anexar ao currículo)

f)Tecnologias de apoio

( Especifique cada medida adoptada)

Apoio pedagógico personalizado:

- Reforço das estratégias utilizadas no grupo ou turma aos níveis da organização, do

espaço e das actividades.

A aplicação desta medida é prestada pelo professor da turma em articulação com o

professor de educação especial.

Adequações no processo de matricula:

- A aluna encontra-se deslocada da sua de residência para poder frequentar a Unidade

de Intervenção Especializada.

Adequações no processo de avaliação:

- A aluna não está sujeita ao regime de transição de ano escolar nem ao processo de

avaliação do regime comum.

A avaliação será formalizada em formulário próprio, descrevendo de forma qualitativas

competências que foram atingidas no final de cada período.

Currículo específico individual:

- O currículo especifico individual está em anexo.

Tecnologias de apoio:

- A aluna possui um andarilho; uma sonda de gastrotomia para facilitar a alimentação.

- Precisa de um carrinho de rua adaptado e adequado ao seu tamanho (o que tem está

muito danificado e em más condições de segurança).

Page 175: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XCIII

O apoio à utilização destes materiais adaptados e tecnologias de apoio são da

responsabilidade do docente de educação especial.

OUTRAS INFORMAÇÕES

A aluna vai usufruir dos seguintes recursos:

Recursos Internos Recursos externos

Musicoterapia x

Actividade física Adaptada

x

Terapia da Fala x

Terapia Ocupacional x

Psicologia

Outros Auxiliar, tarefeira,transporte

Natação x

Fisioterapia x

4.PLANO INDIVIDUAL DE TRANSIÇÃO

(Anexar o PIT sempre que exista). Esta aluna não tem.

5.RESPONSÁVEIS PELAS RESPOSTAS EDUCATIVAS

Identificação dos intervenientes

Funções desempenhadas Horário

Lucinda Delgado Professora Titular de Turma 2x 45 minutos a)

Bernardina Moreira Sofia Guedes

Professoras de Educação Especial

Manhã b)

Tarde

Helder Silva Prof. de Musicoterapia 3 x 45minutos c)

Natércia Branco Prof. de Actividade Fisica Adaptada

3x45minutos c)

Raquel Gamboa Terapeuta da Fala 5 horas por semana c) 2x30m. por aluno

Catarina Vaz Terapeuta Ocupacional 5 horas por semana c) 2x30m.por aluno

a)A partilha com a turma vai ter lugar na Biblioteca, na Unidade e no ginásio da

escola.

Page 176: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XCIV

Os objectivos desta partilha são:

Desenvolver competências de comunicação com os seus pares;

Criar oportunidades para se envolverem activamente nas

interacções com pessoas e objectos;

Diminuir as barreiras existentes à sua aprendizagem em ambientes

com parceiros significativos (adultos e pares) que respondam às

suas tentativas de comunicação;

Envolver os pares nas formas de comunicação não simbólica do

colega (orientação do olhar, expressões faciais, vocalizações,

agitação motora) ou simbólica (fotografias, e signos tangíveis);

Criar oportunidades para realizar trabalhos em parceria, em

pequenos grupos que possibilitem uma atenção individualizada.

b) Nos restantes contextos, a aluna realiza um currículo funcional adequado às suas

características e necessidades, tendo como grande objectivo realizar aprendizagens

que contribuam para aumentar a sua autonomia em termos pessoais e sociais.

Desenvolve rotinas (diárias e semanais) que a ajudam antecipar os vários

momentos/actividades ao longo do dia e da semana, bem como a favorecer a

compreensão e o conhecimento do mundo que a rodeia.

c)A educação destes alunos exige uma rede de apoios constituída por diferentes

profissionais, os quais devem definir conjuntamente objectivos comuns e reflectir

acerca do que lhes vão ensinar e do tipo de resposta educativa a desenvolver para que

essa aprendizagem se realize com sucesso.

6. Implementação e Avaliação do PEI

Inicio da implementação do PEI: Setembro de 2010

Avaliação do PEI

Revisto a qualquer momento

No final de cada período

No final de cada nível de educação/ciclo

No final do ano lectivo será elaborado um relatório circunstanciado dos resultados

obtidos

Page 177: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XCV

7.ELABORAÇÃO E HOMOLOGAÇÃO

PEI elaborado por: Profissional: Bernardina Moreira Assinatura:----------------------------- Prof. de educação especial – Bernardina Moreira _________________ Prof. Titular de Turma – Maria Lucinda Delgado __________________

Coordenação do PEI a cargo de: Educador de Infância Professor do 1ºCEB Director de Turma Nome: ____________________________ Assinatura:___________________

Aprovado pelo Conselho Pedagógico: Data: ______________________ Assinatura:__________________________

Homologado pelo Conselho Executivo: Data: _______________________ Assinatura:________________________

Concordo com as medidas educativas definidas, Data: ___________ O Encarregado de Educação:

Assinatura: _____________________

Page 178: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XCVI

Pedido aos Encarregados de Educação

Page 179: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XCVII

Exmo. Sr. (a)

Encarregado (a) de Educação

Assunto: Pedido de autorização para utilização dos dados e resultados adquiridos nas

aulas de AFA

Eu, Natércia Maria Gonçalves Branco, aluna do Mestrado em Actividade Física

Adaptada, da Universidade do Porto, venho por este meio solicitar a V. Ex.ª

autorização para a utilização dos dados e resultados obtidos nas aulas de Actividade

Física Adaptada (AFA).

Com este trabalho pretendo demonstrar o trabalho realizado nesta Unidade de

Intervenção Especializada em Multideficiência (UIE) no âmbito das aulas de AFA por

mim administradas. Poderá ser necessário também proceder-se à realização de

algumas filmagens e/ou fotografias, pelo que, peço também a V. autorização para o

facto.

Estou disponível para qualquer esclarecimento ou dúvidas.

Com os melhores cumprimentos,

A Professora de AFA

__________________________________

(Natércia Branco)

Sim, dou autorização à Professora de AFA, Natércia Branco, para utilizar os dados do

trabalho realizado, bem como, a realização de filmagens e/ou fotografias para a

elaboração do seu relatório com vista à obtenção do grau de Mestre na área de

especialização em Actividade Física Adaptada (AFA).

O Encarregado de Educação,

___________________________________________

Page 180: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XCVIII

Planos de Aula

Page 181: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

XCIX

Aula nº 1 Data: 13/09/2010

Material: Bolas leves

Objectivo: Recepção aos alunos

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção entre

professora-alunos e

alunos-alunos.

Passeio pela escola: marcha e corrida. Jogos simples de passar e receber a bola em grupo.

Aula nº 2 Data: 15/09/2010

Material: Bolas leves e arcos

Objectivo: Despertar sentimentos de confiança e relacionamento com os alunos.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção entre

professora-alunos e

alunos-alunos.

Jogos simples de passar e receber a bola em grupo. Manipulações simples do arco, marcha e corrida.

Aula nº 3 Data: 17/09/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Despertar sentimentos de confiança e relacionamento com os alunos.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção entre

professora-alunos e

alunos-alunos.

Jogos simples de passar e receber a bola em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos.

Page 182: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

C

Aula nº 4 Data: 20/09/2010

Material: fita-métrica, colchão, papel, marcador, bola, caixa, cadeira, enfiamentos

Objectivo: Avaliação inicial dos alunos

Conteúdos Descrição da actividade

Avaliar os alunos segundo

a Bateria Psicomotora de

Fonseca.

Avaliar e observar os sete itens que constituem esta

bateria de testes: tonicidade, equilibração, lateralização,

noção do corpo, estruturação espácio-temporal, praxia

global e práxia fina.

Aula nº 5 Data: 22/09/2010

Material: fita-métrica, colchão, papel, marcador, bola, caixa, cadeira, enfiamentos

Objectivo: Avaliação inicial dos alunos

Conteúdos Descrição da actividade

Avaliar os alunos segundo

a Bateria Psicomotora de

Fonseca.

Avaliar e observar os sete itens que constituem esta

bateria de testes: tonicidade, equilibração, lateralização,

noção do corpo, estruturação espácio-temporal, praxia

global e práxia fina.

Aula nº 6 Data: 24/09/2010

Material: fita-métrica, colchão, papel, marcador, bola, caixa, cadeira, enfiamentos

Objectivo: Avaliação inicial dos alunos

Conteúdos Descrição da actividade

Avaliar os alunos segundo

a Bateria Psicomotora de

Fonseca.

Avaliar e observar os sete itens que constituem esta

bateria de testes: tonicidade, equilibração, lateralização,

noção do corpo, estruturação espácio-temporal, praxia

global e práxia fina.

Page 183: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CI

Aula nº 7 Data: 27/09/2010

Material: Arcos, colchão e banco sueco

Objectivo: Promover a marcha em diferentes superfícies e sentidos. Manipulações passivas dos diferentes grupos musculares.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados de forma individual.

Exercícios de marcha e corrida livre pelo ginásio. No banco sueco: andar para a frente, para trás, para os dois lados e deitado de barriga para baixo deslocando-se somente com a força dos braços. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 8 Data: 29/09/2010

Material: Bolas leves, arcos, banco sueco e colchão

Objectivo: Exercitar várias habilidades motoras.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito de destrezas gerais: Rebolar, passar por cima de obstáculo, deslocamentos sobre os arcos, passar por baixo de obstáculo e deslocamentos diversos sobre o banco sueco. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 9 Data: 01/10/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Page 184: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CII

Aula nº 10 Data: 04/10/2010

Material: banco sueco, bolinhas de sabão

Objectivo: Desenvolver a marcha em diferentes direcções Desenvolver a visão e o tacto

Conteúdos Descrição da actividade

Activação geral do organismo para a pratica. Estimular a marcha em diferentes superfícies. Estimular a visão e o tacto.

Marcha e corrida pelo ginásio em todas as direcções: frente, costas, direita e esquerda. Equilíbrios dinâmicos no banco sueco: andar para a frente, de costas, de lado. Exercícios de estimulação oculo-manual com bolinhas de sabão

Aula nº 11 Data: 06/10/2010

Material: legos, jogos de encaixe, colchão, skate, arcos, cones

Objectivo: Desenvolver a orientação espacial e a coordenação óculo-manual.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito: andar em zig-zag pelos cones, rebolar por cima do colchão, deitado de barriga para baixo deslizar para a frente no skate, encaixar os copos consoante o tamanho e construir uma torre de legos (de preferência todos da mesma cor).

Aula nº 12 Data: 08/10/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Page 185: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CIII

Aula nº 13 Data: 11/10/2010

Material: Arcos, colchão e banco sueco

Objectivo: Promover a marcha em diferentes superfícies e sentidos. Manipulações passivas dos diferentes grupos musculares.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados de forma individual.

Exercícios de marcha e corrida livre pelo ginásio. No banco sueco: andar para a frente, para trás, para os dois lados e deitado de barriga para baixo deslocando-se somente com a força dos braços. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 14 Data: 13/10/2010

Material: Bolas leves

Objectivo: Desenvolver a noção de passar e receber uma bola

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Marcha e corrida pelo exterior da escola, jogo das caçadinhas. Jogos simples de passar e receber a bola em grupo.

Aula nº 15 Data: 15/10/2010

Material: Bolas leves e arcos

Objectivo: Desenvolver a coordenação óculo-manual.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção entre os

alunos.

Jogos simples de passar e receber a bola em grupo. Manipulações simples do arco, marcha e corrida.

Page 186: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CIV

Aula nº 16 Data: 18/10/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a coordenação e o equilíbrio.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio entre

alunos.

Deslocamentos dinâmicos

sobre um skate.

Jogos simples de passar e receber a bola em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos.

Aula nº 17 Data: 20/10/2010

Material: Arcos, colchão e banco sueco

Objectivo: Promover a marcha em diferentes superfícies e sentidos. Manipulações passivas dos diferentes grupos musculares.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados de forma individual.

Exercícios de marcha e corrida livre pelo ginásio. No banco sueco: andar para a frente, para trás, para os dois lados e deitado de barriga para baixo deslocando-se somente com a força dos braços. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 18 Data: 22/10/2010

Material: Bolas leves, arcos, banco sueco e colchão

Objectivo: Exercitar várias habilidades motoras.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito de destrezas gerais: Rebolar, passar por cima de obstáculo, deslocamentos sobre os arcos, passar por baixo de obstáculo e deslocamentos diversos sobre o banco sueco. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Page 187: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CV

Aula nº 19 Data: 25/10/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 20 Data: 27/10/2010

Material: banco sueco, bolinhas de sabão

Objectivo: Desenvolver a marcha em diferentes direcções Desenvolver a visão e o tacto

Conteúdos Descrição da actividade

Activação geral do organismo para a pratica. Estimular a marcha em diferentes superfícies. Estimular a visão e o tacto.

Marcha e corrida pelo ginásio em todas as direcções: frente, costas, direita e esquerda. Equilíbrios dinâmicos no banco sueco: andar para a frente, de costas, de lado. Exercícios de estimulação oculo-manual com bolinhas de sabão

Aula nº 21 Data: 29/10/2010

Material: legos, jogos de encaixe, colchão, skate, arcos, cones

Objectivo: Desenvolver a orientação espacial e a coordenação óculo-manual.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito: andar em zig-zag pelos cones, rebolar por cima do colchão, deitado de barriga para baixo deslizar para a frente no skate, encaixar os copos consoante o tamanho e construir uma torre de legos (de preferência todos da mesma cor).

Page 188: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CVI

Aula nº 22 Data: 03/11/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 23 Data: 05/11/2010

Material: Bola de relaxamento, jogos de encaixe e enfiamentos, colchão

Objectivo: Desenvolver a praxia fina. Promover o relaxamento dos diferentes segmentos corporais.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de encaixe e

enfiamentos.

Diferentes tipos de

relaxamento com bola.

Jogos simples de encaixar cubos e copos. Realizar enfiamentos consoante o que é solicitado, pelas diferentes categorias do jogo: cores, animais, objectos e frutas. Exercícios de relaxamento na bola grande: de barriga para baixo, sentados e deslizes.

Aula nº 24 Data: 08/11/2010

Material: Bola de relaxamento, jogos de encaixe e enfiamentos, colchão

Objectivo: Desenvolver a praxia fina. Promover o relaxamento dos diferentes segmentos corporais.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de encaixe e

enfiamentos.

Diferentes tipos de

relaxamento com bola.

Jogos simples de encaixar cubos e copos. Realizar enfiamentos consoante o que é solicitado, pelas diferentes categorias do jogo: cores, animais, objectos e frutas. Exercícios de relaxamento na bola grande: de barriga para baixo, sentados e deslizes.

Page 189: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CVII

Aula nº 25 Data: 10/11/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a coordenação e o equilíbrio.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio entre

alunos.

Deslocamentos dinâmicos

sobre um skate.

Jogos simples de passar e receber a bola em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos.

Aula nº 26 Data: 12/11/2010

Material: Arcos, colchão e banco sueco

Objectivo: Promover a marcha em diferentes superfícies e sentidos. Manipulações passivas dos diferentes grupos musculares.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados de forma individual.

Exercícios de marcha e corrida livre pelo ginásio. No banco sueco: andar para a frente, para trás, para os dois lados e deitado de barriga para baixo deslocando-se somente com a força dos braços. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 27 Data: 15/11/2010

Material: Bolas leves, arcos, banco sueco e colchão

Objectivo: Exercitar várias habilidades motoras.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito de destrezas gerais: Rebolar, passar por cima de obstáculo, deslocamentos sobre os arcos, passar por baixo de obstáculo e deslocamentos diversos sobre o banco sueco. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Page 190: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CVIII

Aula nº 28 Data: 17/11/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 29 Data: 19/11/2010

Material: banco sueco, bolinhas de sabão

Objectivo: Desenvolver a marcha em diferentes direcções Desenvolver a visão e o tacto

Conteúdos Descrição da actividade

Activação geral do organismo para a pratica. Estimular a marcha em diferentes superfícies. Estimular a visão e o tacto.

Marcha e corrida pelo ginásio em todas as direcções: frente, costas, direita e esquerda. Equilíbrios dinâmicos no banco sueco: andar para a frente, de costas, de lado. Exercícios de estimulação oculo-manual com bolinhas de sabão

Aula nº 30 Data: 22/11/2010

Material: legos, jogos de encaixe, colchão, skate, arcos, cones

Objectivo: Desenvolver a orientação espacial e a coordenação óculo-manual.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito: andar em zig-zag pelos cones, rebolar por cima do colchão, deitado de barriga para baixo deslizar para a frente no skate, encaixar os copos consoante o tamanho e construir uma torre de legos (de preferência todos da mesma cor).

Page 191: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CIX

Aula nº 31 Data: 24/11/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 32 Data: 26/11/2010

Material: Bola de relaxamento, jogos de encaixe e enfiamentos, colchão

Objectivo: Desenvolver a praxia fina. Promover o relaxamento dos diferentes segmentos corporais.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de encaixe e

enfiamentos.

Diferentes tipos de

relaxamento com bola.

Jogos simples de encaixar cubos e copos. Realizar enfiamentos consoante o que é solicitado, pelas diferentes categorias do jogo: cores, animais, objectos e frutas. Exercícios de relaxamento na bola grande: de barriga para baixo, sentados e deslizes.

Aula nº 33 Data: 29/11/2010

Material: Bola de relaxamento, jogos de encaixe e enfiamentos, colchão

Objectivo: Desenvolver a praxia fina. Promover o relaxamento dos diferentes segmentos corporais.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de encaixe e

enfiamentos.

Diferentes tipos de

relaxamento com bola.

Jogos simples de encaixar cubos e copos. Realizar enfiamentos consoante o que é solicitado, pelas diferentes categorias do jogo: cores, animais, objectos e frutas. Exercícios de relaxamento na bola grande: de barriga para baixo, sentados e deslizes.

Page 192: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CX

Aula nº 34 Data: 03/12/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 35 Data: 06/12/2010

Material: legos, jogos de encaixe, colchão, skate, arcos, cones

Objectivo: Desenvolver a orientação espacial e a coordenação óculo-manual.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito: andar em zig-zag pelos cones, rebolar por cima do colchão, deitado de barriga para baixo deslizar para a frente no skate, encaixar os copos consoante o tamanho e construir uma torre de legos (de preferência todos da mesma cor).

Aula nº 36 Data: 10/12/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Page 193: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CXI

Aula nº 37 Data: 13/12/2010

Material: Bola de relaxamento, jogos de encaixe e enfiamentos, colchão

Objectivo: Desenvolver a praxia fina. Promover o relaxamento dos diferentes segmentos corporais.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de encaixe e

enfiamentos.

Diferentes tipos de

relaxamento com bola.

Jogos simples de encaixar cubos e copos. Realizar enfiamentos consoante o que é solicitado, pelas diferentes categorias do jogo: cores, animais, objectos e frutas. Exercícios de relaxamento na bola grande: de barriga para baixo, sentados e deslizes.

Aula nº 38 Data: 15/12/2010

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a coordenação e o equilíbrio.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio entre

alunos.

Deslocamentos dinâmicos

sobre um skate.

Jogos simples de passar e receber a bola em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos.

Aula nº 39 Data: 17/12/2010

Material: Arcos, colchão e banco sueco

Objectivo: Promover a marcha em diferentes superfícies e sentidos. Manipulações passivas dos diferentes grupos musculares.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados de forma individual.

Exercícios de marcha e corrida livre pelo ginásio. No banco sueco: andar para a frente, para trás, para os dois lados e deitado de barriga para baixo deslocando-se somente com a força dos braços. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Page 194: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CXII

Aula nº 40 Data: 03/01/2011

Material: Bolas leves, arcos, banco sueco e colchão

Objectivo: Exercitar várias habilidades motoras.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito de destrezas gerais: Rebolar, passar por cima de obstáculo, deslocamentos sobre os arcos, passar por baixo de obstáculo e deslocamentos diversos sobre o banco sueco. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 41 Data: 05/01/2011

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 42 Data: 07/01/2011

Material: banco sueco, bolinhas de sabão

Objectivo: Desenvolver a marcha em diferentes direcções Desenvolver a visão e o tacto

Conteúdos Descrição da actividade

Activação geral do organismo para a pratica. Estimular a marcha em diferentes superfícies. Estimular a visão e o tacto.

Marcha e corrida pelo ginásio em todas as direcções: frente, costas, direita e esquerda. Equilíbrios dinâmicos no banco sueco: andar para a frente, de costas, de lado. Exercícios de estimulação oculo-manual com bolinhas de sabão

Page 195: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CXIII

Aula nº 43 Data: 10/01/2011

Material: legos, jogos de encaixe, colchão, skate, arcos, cones

Objectivo: Desenvolver a orientação espacial e a coordenação óculo-manual.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito: andar em zig-zag pelos cones, rebolar por cima do colchão, deitado de barriga para baixo deslizar para a frente no skate, encaixar os copos consoante o tamanho e construir uma torre de legos (de preferência todos da mesma cor).

Aula nº 44 Data: 12/01/2011

Material: Bolas leves e skates

Objectivo: Desenvolver a autonomia no deslocamento. Promover o relacionamento através do jogo.

Conteúdos Descrição da actividade

Jogos de convívio e

interacção.

Diferentes tipos de

deslocamentos e

equilíbrios.

Jogos simples de passar e receber a bola a pares e em grupo. Deslocamentos sentados e deitados no skate, com ajuda e sozinhos. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 45 Data: 14/01/2011

Material: legos, jogos de encaixe, colchão, skate, arcos, cones

Objectivo: Desenvolver a orientação espacial e a coordenação óculo-manual.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito: andar em zig-zag pelos cones, rebolar por cima do colchão, deitado de barriga para baixo deslizar para a frente no skate, encaixar os copos consoante o tamanho e construir uma torre de legos (de preferência todos da mesma cor).

Page 196: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CXIV

Aula nº 46 Data: 17/01/2011

Material: Arcos, colchão e banco sueco

Objectivo: Promover a marcha em diferentes superfícies e sentidos. Manipulações passivas dos diferentes grupos musculares.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados de forma individual.

Exercícios de marcha e corrida livre pelo ginásio. No banco sueco: andar para a frente, para trás, para os dois lados e deitado de barriga para baixo deslocando-se somente com a força dos braços. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 47 Data: 19/01/2011

Material: Bolas leves, arcos, banco sueco e colchão

Objectivo: Exercitar várias habilidades motoras.

Conteúdos Descrição da actividade

Exercícios realizados em circuito de tarefas.

Circuito de destrezas gerais: Rebolar, passar por cima de obstáculo, deslocamentos sobre os arcos, passar por baixo de obstáculo e deslocamentos diversos sobre o banco sueco. Manipulações passivas dos grandes grupos musculares.

Aula nº 48 Data: 21/01/2011

Material: fita-métrica, colchão, papel, marcador, bola, caixa, cadeira, enfiamentos

Objectivo: Avaliação inicial dos alunos

Conteúdos Descrição da actividade

Avaliar os alunos segundo

a Bateria Psicomotora de

Fonseca.

Avaliar e observar os sete itens que constituem esta

bateria de testes: tonicidade, equilibração, lateralização,

noção do corpo, estruturação espácio-temporal, praxia

global e práxia fina.

Page 197: Actividade Física Adaptada numa Unidade de Intervenção

CXV

Aula nº 49 Data: 24/01/2011

Material: fita-métrica, colchão, papel, marcador, bola, caixa, cadeira, enfiamentos

Objectivo: Avaliação inicial dos alunos

Conteúdos Descrição da actividade

Avaliar os alunos segundo

a Bateria Psicomotora de

Fonseca.

Avaliar e observar os sete itens que constituem esta

bateria de testes: tonicidade, equilibração, lateralização,

noção do corpo, estruturação espácio-temporal, praxia

global e práxia fina.

Aula nº 50 Data: 26/01/2011

Material: fita-métrica, colchão, papel, marcador, bola, caixa, cadeira, enfiamentos

Objectivo: Avaliação inicial dos alunos

Conteúdos Descrição da actividade

Avaliar os alunos segundo

a Bateria Psicomotora de

Fonseca.

Avaliar e observar os sete itens que constituem esta

bateria de testes: tonicidade, equilibração, lateralização,

noção do corpo, estruturação espácio-temporal, praxia

global e práxia fina.