avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

40
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA AVALIAÇÃO COMPARATIVA DAS VARIÁVEIS FORÇA E FLEXIBILIDADE DOS IDOSOS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA E MUSCULAÇÃO DO SESC DE PORTO VELHO - RO Frederico Carvalho Aldunate PORTO VELHO 2008

Upload: trinhdien

Post on 10-Jan-2017

222 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DAS VARIÁVEIS FORÇA E FLEXIBILIDADE DOS IDOSOS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA E MUSCULAÇÃO DO

SESC DE PORTO VELHO - RO

Frederico Carvalho Aldunate

PORTO VELHO 2008

Page 2: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

FREDERICO CARVALHO ALDUNATE

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DAS VARIÁVEIS FORÇA E FLEXIBILIDADE DOS IDOSOS PRATICANTES DE HIDROGINASTICA E MUSCULAÇÃO DO

SESC DE PORTO VELHO - RO

Monografia de Graduação apresentada ao Departamento de Educação Física, Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia (RO), como requisito para obtenção do título de Licenciado em Educação Física, sob a orientação da Professora Ms. Angeliete Garcez Militão.

PORTO VELHO 2008

Page 3: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

Dedico este trabalho aos meus pais, João Eduardo Farinas Aldunate e Maria do Carmo de Carvalho Aldunate que se tornam pessoas inspiradoras na minha vida por novas inspirações.

Page 4: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

AGRADECIMENTOS

Á Deus, de onde vem minhas forças para realização de meus objetivos. Aos meu Pai: João Eduardo Farinas Aldunate e a minha mãe: Maria do Carmo

Carvalho Aldunate, pelos anos de dedicação, educação, apoio, amor e

incentivo.

Aos meus irmãos J. Eduardo Jr., Janaína, L. Gustavo, Gabriela e Rafael, que

sempre acreditaram e acreditam na minha capacidade de superar barreiras.

A Lane minha noiva, de modo especial, que acreditou em mim, e que sempre

esteve do meu lado contribuindo, com seus conselhos, com sua paciência, seu

carinho e amor.

Aos idosos que contribuíram na realização deste trabalho.

Ao SESC de Porto Velho-RO, que abriu as portas para realização desta

Pesquisa.

Ao professor Hélio Franklim de Almeida que contribuiu nos resultados e

cálculos do teste “T”, e sugestão deste trabalho.

Aos professores: Ivete de Aquino Freire e Ramón Nunes Cárdenaz que muito

contribuem para minha formação acadêmica durantes as aulas da graduação e

de terem aceito fazer parte da banca de minha defesa de minha pesquisa.

Ao professor Julio Militão pelo grande apoio .

A todos os professores, em especial a minha professora e orientadora

Angeliete Garcez Militão, que com sua paciência e compreensão, acreditou em

meu trabalho.

Aos amigos professores do SESC que me apoiaram e ajudaram na realização

deste estudo.

Aos amigos da graduação que compartilharam as experiências da vida

acadêmica.

Aos amigos, que me ajudaram nos momentos difíceis, compartilhando palavras

de animo e incentivo.

E a todos que de forma direta ou indiretamente contribuíram para a realização

deste sonho.

Page 5: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO____________________________________________ 9 1.1 Formulação do Problema.___________________________________ 9 1.1 Justificativa. _____________________________________________ 10 1.3 Objetivos._______________________________________________ 11 1.3.1. Objetivo Geral._________________________________________ 11 1.3.2 Objetivos Específicos____________________________________ 11 1.4 Delimitação do estudo _____________________________________ 11 1.5 Estrutura do trabalho.______________________________________ 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA________________________________ 13 2.1 Envelhecimento___________________________________________ 13 2.1.1 Alterações Relacionadas ao Processo de Envelhecimento_______ 14 2.1.1.1 Alterações Antropométricas_______________________________ 15 2.1.1.2 Alterações Fisiológicas no Sistema Nervoso__________________ 15 2.1.1.3 Alterações no Sistema Cardiovascular______________________ 16 2.1.1.4 Alteração Respiratória___________________________________ 17 2.1.1.5 Alterações no Sistema Muscular___________________________ 17 2.2 Atividade Física__________________________________________

18

2.2.1 Hidroginástica e Envelhecimento___________________________ 19 2.2.2 Musculação e Envelhecimento_____________________________ 20 2.2.3 Parâmetros Neuromusculares_____________________________ 22 2.3.3.1 Flexibilidade e Envelhecimento___________________________ 23 2.3.3.2 Força e Envelhecimento._______________________________ 24

3 METODOLOGIA___________________________________________ 26 26

Page 6: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

3.1 Caracterização da pesquisa_________________________________

3.2 População e amostra______________________________________ 26 3.2.1 Procedimentos para seleção da amostra______________________

26

3.3 Descrição do desenho de estudo_____________________________ 27

3.4 Controle do estudo________________________________________ 27

3.4.1 Seleção e treinamento do quadro de avaliadores_______________ 27

3.5. Variáveis de estudo_______________________________________ 28

3.5.1. Força muscular dos membros superiores____________________ 28

3.5.2. Força muscular dos membros inferiores______________________ 29

3.5.3.Flexibilidade das regiões tóraco-lombar e pélvica_______________ 30

3.6. Analise dos dados________________________________________ 31

4. ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS__________________ 32

4.1. Análise comparativa do SGA1 e SGB1________________________ 32

4.2 Análise comparativa do SGA2 e SGB2________________________ 33

5. CONCLUSÂO____________________________________________ 35

6. REFERÊNCIAS___________________________________________ 37

Page 7: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

RESUMO

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DAS VARIÁVEIS FORÇA E FLEXIBILIDADE DOS IDOSOS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA E MUSCULAÇÃO DO

SESC DE PORTO VELHO – RO

Autor: Frederico Carvalho Aldunate. Orientadora: Prof. Ms. Angeliete Garcez Militão. O envelhecimento é um processo lento, progressivo, individual e inevitável, que promove um declínio das funções fisiológicas, provocando uma diminuição nos níveis de força muscular e flexibilidade. Que são dois dos principais componentes relacionados a aptidão física. O Exercício Físico é a principal maneira de retardar esse processo. Entre os exercícios mais procurados pelos idosos estão a hidroginástica e a musculação. Diante disto, o presente estudo tem por objetivo verificar quais das modalidades contribuem mais para o desenvolvimento da flexibilidade e força dos idosos praticantes de hidroginástica e musculação do SESC de Porto Velho. A pesquisa teve caráter descritivo causal comparativo, a amostra foi composta por 29 idosos de ambos os sexos, na faixa etária de 60 a 80 anos de idade, que praticam hidroginástica ou musculação a pelo menos 4 meses. Foram realizados 3 testes: flexão de cotovelo; sentar e levantar, ambos de Rikli e Jones apud Matsudo (2005); e sentar e alcançar de Wells e Dilon (1952). Os resultados foram processados e analisados utilizando-se o pacote estatístico computadorizado STATIS for windows versão 7. Constatou-se que neste estudo os resultados não apresentaram diferenças significativas entre todas as variáveis. Contudo observou-se que o grupo praticante de musculação teve um melhor desempenho nos testes.

Palavras-chaves: Idosos; Musculação; Hidroginástica; Força; e Flexibilidade.

Page 8: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

ABSTRACT

COMPARATIVE EVALUATION OF VARIABLE POWER AND FLEXIBILITY OF ELDERLY PRACTICING WATER BODYBUILDING AND DO SESC OF

PORTO VELHO - RO

Author: Frederico Carvalho Aldunate. Guideline: Teacher Ms. Angeliete Garcez Militão.

Aging is a slow, progressive, individual and inevitable, which promotes a decline of physiological functions, causing a decrease in the levels of muscular strength and flexibility. What are two major components related to physical fitness. Exercise is the primary way to slow this process. Among the exercises are in the water and the elderly are listening. Facing this, this study aims to determine which of the methods contribute more to the development of flexibility and strength of older practitioners of body water and the SESC de Porto Velho. The study was causal comparative descriptive character, the sample was composed of 29 elderly of both sexes, aged from 60 to 80 years of age, who do water aerobics or weight training at least 4 months. 3 tests were performed: the elbow flexion, and sit up, both of Matsudo apud Rikli and Jones (2005), and sit and reach of Wells and Dilon (1952). The results were processed and analyzed using the computerized statistical package for windows version 7 STATES. It was found that the results in this study showed no significant differences between all variables. However it was observed that the group practicing the body had a better performance in tests. Keywords: Elderly; Water; Strength; and Flexibility.

Page 9: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

1. INTRODUÇÃO 1.1 Formulação do Problema

O Serviço Social do Comércio (SESC) de Rondônia é uma entidade

voltada para o bem-estar social de sua clientela. Atua nas áreas de educação,

lazer, cultura e assistência à saúde. Desenvolve vários projetos sociais, dentre

eles a criação do grupo da terceira idade. O referido grupo teve seu início em

1991 com 18 idosos, e hoje possui mais de 500 idosos com idade mínima de

60 anos. A instituição oferece para essa população, vários programas de

exercícios físicos entre esses, hidroginástica e musculação.

Atualmente, são amplamente divulgados os efeitos deletérios no sistema

neuromuscular e esquelético, em função do processo de envelhecimento, tais

como: a diminuição da integridade dos ossos, bem como o decréscimo da

flexibilidade e também a redução da força muscular que comprometem o

controle neuromotor. Assim, em combinação, essas perdas afetam a habilidade

na performance das atividades da vida diária em indivíduos idosos, como

caminhar e subir escadas (BROWN et al apud RABELO e OLIVEIRA, 2003).

Segundo Campos (2004), a fraqueza músculo-esquelética tem sido uma

das maiores causas de incapacidade nas populações, predispondo os idosos a

quedas e limitando as atividades do dia a dia. A falta de condicionamento físico,

a inatividade física ou a doença crônica resulta numa diminuição da força,

potência, resistência, flexibilidade e amplitude de movimento, promovendo um

decréscimo dos aspectos neuromusculares e das habilidades de executar as

atividades rotineiras.

O uso da musculação em idosos para minimizar os declínios de força,

flexibilidade e outros fatores relacionados com a idade, resulta em melhoria e

qualidade de vida. Existem várias publicações sobre os benefícios do

treinamento resistido para pessoas acima de sessenta anos de idade. Vários

desses estudos demonstram que, inclusive pessoas acima de noventa anos,

podem obter ganhos de força muscular e capacidade funcional tornando-se

mais independentes (CAMPOS, 2004).

A Hidroginástica de acordo com Bonachela et al (apud PASSOS e

OLIVEIRA, 2003) é um programa ideal de condicionamento que leva o

Page 10: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

indivíduo a uma boa forma física, melhorando a saúde e bem estar físico e

mental. O autor acima citado coloca que a prática da hidroginástica na terceira

idade, de forma metódica e com freqüência regular é capaz de promover

modificações morfológicas, sociais e fisiológicas, melhorando as funções

orgânicas e psíquicas.

Sander et al (apud RABELO; MARQUES e DANTAS, 2003), afirmam

que os exercícios aquáticos em idosos podem ajudar a diminuir a dor,

aumentar a força e a extensão do movimento, melhora a habilidade na

execução das atividades da vida diária (AVD). Além de serem seguros e

apropriados para os adultos, especialmente os mais velhos.

Diante do acima exposto acima tem-se como pergunta norteadora desta

pesquisa: Quais das modalidades, hidroginástica e musculação, praticadas

pelos idosos do SESC de Porto Velho, contribuem mais para o

desenvolvimento da flexibilidade e força destes?

1.2 Justificativa

O processo de envelhecimento caracteriza-se por um declínio das

funções fisiológicas, responsável por uma diminuição da resistência do corpo

humano, que resulta num declínio funcional. Responsável pelo desempenho

das atividades cotidianas e pelo grau de independência, que compromete a

saúde e a qualidade de vida do idoso.

Mudanças fisiológicas que ocorrem com o avanço da idade são

variáveis, e incluem redução na massa muscular, força, potência muscular,

flexibilidade do tecido conjuntivo, equilíbrio e flexibilidade muscular. Essas

mudanças implicam no desempenho funcional exigido para a vida de forma

independente e contribuem para o aumento da fragilidade e risco de quedas e

fraturas do idoso.

A força e a flexibilidade são uns dos principais componentes na função

músculo-esquelético da aptidão física relacionada à saúde. Os fatores que

agem sobre estes componentes sofrem grandes desgastes com o processo de

envelhecimento e podem comprometer o bom desempenho do aparelho

locomotor (BALSAMO e SIMÃO 2007).

Page 11: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

Os idosos hoje têm mudado o seu comportamento, procuram praticar mais

exercícios físicos, tem consciência da importância destes para a sua saúde.

Procuram e questionam os professores com relação às modalidades

oferecidas, e quais as que devem praticar para melhorar a sua saúde.

A literatura mostra que a flexibilidade e a força muscular são muito

importantes para a qualidade de vida dos idosos. Tendo em vista que as

modalidades mais procuradas no SESC de Porto Velho são a musculação e a

hidroginástica. Esse estudo se torna relevante, pois fornece aos profissionais

de educação física mais uma informação cientifica para que possam usar de

acordo com seus objetivos.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral:

Comparar a contribuição das modalidades, hidroginástica e musculação

para o desenvolvimento da flexibilidade e força dos idosos praticantes

de hidroginástica e musculação do SESC de Porto Velho.

1.3.2 Objetivos específicos:

Verificar o nível de força e flexibilidade dos idosos praticantes de

hidroginástica do SESC de Porto Velho;

Identificar o nível de força e flexibilidade dos idosos praticantes de

musculação do SESC de Porto Velho;

Comparar o nível de força e flexibilidade dos idosos praticantes de

musculação e hidroginástica do SESC de Porto Velho.

1.4 Delimitação do estudo

Este estudo se propõe a investigar as variáveis força e a flexibilidade

dos idosos que praticam no mínimo há quatro meses as modalidades de

musculação e hidroginástica no SESC de Porto Velho, bem como, comparar

quais das modalidades contribui mais para o desenvolvimento dessas

variáveis.

Page 12: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

1.5 Estrutura do trabalho

O primeiro capítulo deste estudo contém uma introdução, onde foi

contextualizado o problema, a justificativa e os objetivos da pesquisa. O

segundo capítulo trata sobre a fundamentação teórica necessária a análise e

discussão dos resultados obtidos. Este, por sua vez, foi dividido em três partes

principais: a primeira aborda sobre o envelhecimento; a segunda sobre

atividade física para idosos com ênfase nas modalidades hidroginástica e a

musculação e a terceira parte relata sobre os parâmetros neuromusculares

abordando a flexibilidade e a força. O terceiro capítulo apresenta o aspecto

metodológico, quanto a característica da pesquisa, população, procedimentos,

instrumentos de pesquisa e tabulação dos dados. O quarto e quinto capítulos

apresentam respectivamente: analise e discussão dos resultados e conclusão.

Page 13: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Envelhecimento

Segundo Pereira e Dantas (apud PASSOS e OLIVEIRA, 2003), o

envelhecimento é um processo que afeta todos os indivíduos de forma lenta e

gradativa. Gerado por fatores biológicos e sócio-ambientais, diferente de

indivíduo para indivíduo. Leva a um desequilíbrio biológico e surgimento de

restrições para execução de atividades da vida diária.

O processo de envelhecimento caracteriza-se por um declínio das

funções fisiológicas. E provoca uma diminuição da resistência do corpo

humano, que resulta num declínio funcional. Responsável pelo desempenho

das atividades cotidianas e pelo grau de independência, que compromete a

saúde e a qualidade de vida do idoso (ZAWADSKI, 2007),

Com o avançar da idade, segundo McArdle (apud NAKAGAVA e

RABELO, 2007, p 4):

“Ocorre uma queda da função do sistema nervoso central implicando

num declínio de 37% no número de axônios medulares e num declínio

de 10% na velocidade de condução nervosa, e conseqüentemente

numa queda do desempenho neuromuscular. Observa-se também,

uma redução de 40 a 50% da massa muscular entre os 25 e 80 anos

de idade, ocasionada pela perda de unidades motoras e atrofia das

fibras musculares, principal responsável pela redução da força

contrátil do músculo”.

Segundo Campos ( 2004, p 81), a Organização Mundial de Saúde

(OMS) tem o seguinte sistema de classificação cronológica relacionada ao

envelhecimento :

Indivíduos entre 45 – 59 anos, são chamados “Meia Idade”; Indivíduos entre 60 – 74 anos, são chamados “Idosos”; Indivíduos entre 75 - 90 anos, são chamados “ Velhos”; Indivíduos acima de 90 anos, são chamados “Muito velhos”.

O acelerado ritmo do crescimento da população idosa é um fato que vem

acontecendo no mundo inteiro, inclusive no Brasil. A expectativa de vida dos

brasileiros que em 1900 não alcançava os 35 anos de idade, em 1950 atingiu

43 anos, em 2000 é de 68 anos, com previsão de atingir 80 anos em 2025

(IBGE apud FIEDLER, 2003-4, p. 4).

Page 14: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

“A população de idosos representa um contingente de quase 15

milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da

população brasileira). Nos próximos 20 anos, a população idosa do

Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá

representar quase 13% da população ao final deste período. Em

2000, segundo o censo, a população de 60 anos ou mais de idade

era de 14.536.029 de pessoas, contra 10.722.705 em 1991. O peso

relativo da população idosa no início da década representava 7,3%,

enquanto em 2000, essa proporção atingia 8,6%. A proporção de

idosos vem crescendo mais rapidamente que à proporção de

crianças. Em 1980, existiam cerca de 16 idosos para cada 100

crianças; em 2000 essa relação praticamente dobrou, passando para

30 idosos por 100 crianças. A queda da taxa de fecundidade ainda é a

principal responsável pela redução do número de crianças, mas a

longevidade vem contribuindo progressivamente para o aumento de

idosos na população”.

2.1.1 Alterações Relacionadas ao Processo de Envelhecimento

O Envelhecimento é um processo altamente individual. Em que, pode-se

envelhecer de maneira diferente de outros da mesma idade, influenciados

significativamente por outros fatores (ARAGÃO e DANTAS, 2003). Com o

envelhecimento ocorrem alterações fisiológicas: diminuição da força muscular;

diminuição da massa óssea e muscular, maior índice de fadiga; diminuição do

fluxo sangüíneo cerebral; diminuição da flexibilidade e agilidade; diminuição da

mobilidade articular, do equilíbrio e da coordenação motora (RALELO e

OLIVEIRA 2003).

A capacidade física e performance esportiva decrescem durante o

processo de envelhecimento. Geralmente, as alterações negativas

relacionadas com a idade começam a aparecer a partir dos trinta anos de idade

(LEITE 1996).

Campos (2004), diz que as mudanças na capacidade física influenciam,

além da performance esportiva, a capacidade de realizar tarefas da vida diária

como caminhar, subir escada, carregar uma sacola de compras entre outras.

Page 15: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

2.1.1.1 Alterações Antropométricas

Uma das mais evidentes alterações que acontecem com o aumento da

idade cronológica é a mudança nas dimensões corporais. Com o processo do

envelhecimento, ocorrem mudanças principalmente na estatura, no peso e na

composição corporal. A estatura sofre diminuição em função da compressão

vertebral, do estreitamento dos discos e da hipercifose (Leite, 1996).

Observam-se ainda, diminuição da massa livre de gordura, incremento de

gordura corporal e diminuição da densidade óssea. Com essas mudanças no

peso e na estatura, o índice de massa corporal (IMC) também se modifica com

o transcorrer dos anos (BALSAMO e SIMÃO 2007).

De acordo com Robergs e Roberts (apud DANTAS et al, 2003), as

alterações da composição corporal com a idade podem ser dramáticas,

podendo o idoso, por volta dos 75 anos, ter uma composição típica de 8% de

osso, 15% de músculo e 40% de tecido adiposo, comprometendo

significativamente a autonomia funcional e a qualidade de vida.

Segundo Lorda Paz (apud ZANINI, 2003 p 9):

“A estatura diminui começando entre 50 e 55 anos devido à

compressão das vértebras e aos achatamentos dos discos

intervertebrais, de três a quatro centímetros, há uma constante perda

de equilíbrio devido as mudanças motoras, ombros se curvam,

cabeça se inclina para diante, a curvatura dorsal acentua-se, ocorre

um flexionamento dos joelhos, os ossos passam de um estado

consistente para um estado esponjoso, a descalcificação que

caracteriza a osteoporose”.

2.1.1.2 Alterações Fisiológicas no Sistema Nervoso

O envelhecimento promove uma série de alterações anatômicas e

químicas no encéfalo e medula, e são observadas nas pessoas ao longo dos

anos e muitas vezes, levam a mudanças sensoriais, intelectuais, e

psicológicas, além de instabilidade emocional e alterações de humor (LEITE

1996).

O volume do cérebro diminui cerca de 2% a cada dez anos depois dois

cinqüenta, e o peso do cérebro decai cerca de 15% do volume máximo exigido

Page 16: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

por volta dos oitenta anos. Portanto, nos primeiros 50 anos perde-se mais

substância cinzenta que branca e na segunda metade da vida esta se reverte

(LIMA; OSELLA e OLIVEIRA 2003). Desta forma, Rabelo e Oliveira (2003)

complementam colocando que:

“A redução nos níveis de catecolaminas, dopamina e noradrenalina

em várias regiões do encéfalo, em especial no tronco encefálico e

em regiões onde terminam os axônios dopaminérgicos e

noradrenérgicos, tem merecido especial atenção dos pesquisadores,

uma vez que essas alterações na estrutura química cerebral

conduzem a um comprometimento no aspecto psicomotor das

pessoas. E que esta redução dos neurotransmissores leva a uma

diminuição da velocidade da condução nervosa que afeta a resposta

motora”.

2.1.1.3 Alterações no Sistema Cardiovascular

As alterações anatômicas no sistema cardiovascular incluem um

aumento na quantidade de tecido fibroso nas estruturas do coração, miocárdio

e válvulas, um aumento de lipofuscina nas fibras miocárdicas (uma alteração

sem significado funcional evidente) e uma diminuição na elasticidade da aorta e

seus ramos principais, acompanhado por um aumento de diâmetro e

comprimento. O débito cardíaco em repouso cai com a idade,

aproximadamente na proporção da redução no consumo máximo de oxigênio

basal de maneira a ficar inalterada a diferença média de oxigênio arteriovenoso

(LEITE 1996).

A partir dos 25 anos, observa-se um decréscimo do VO2 máx de 8 a

10% a cada década, cerca de 1% ao ano, embora alguns estudo demostrem

que os exercícios físicos com características aeróbicas minimizam este

processo (Rabelo e Oliveira, 2003). Para Campos (2004), os principais fatores

que contribuem para uma redução progressiva da capacidade aeróbica são a

diminuição da massa muscular e do débito cardíaco, como também fatores

hereditários.

Page 17: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

2.1.1.4 Alteração Respiratória

De acordo os autores Mazzeo et al. (1996); Faro Jr. et al (1996);

Robergs (1996); Matsudo et al. (apud RABELO e OLIVEIRA, 2003), algumas

das alterações descritas na literatura e que pode ocorrer com a diminuição do

condicionamento físico são: diminuição da capacidade vital, diminuição do

volume respiratório forçado, aumento no volume residual, aumento da

ventilação durante o exercício, menor mobilidade da parede toráxica,

diminuição da capacidade de difusão pulmonar, perda da elasticidade do tecido

pulmonar e decréscimo da ventilação respiratória máxima.

2.1.1.5 Alterações no Sistema Muscular

A diminuição da integridade dos ossos, bem como o decréscimo da

flexibilidade e também a redução da força muscular comprometem o controle

neuromotor. Assim, em combinação, essas perdas afetam a habilidade na

performance das atividades da vida diária em indivíduos idosos (RABELO e

OLIVEIRA, 2003).

O sistema neuromuscular chega ao seu ponto máximo entre 20 e 30

anos de idade, e a força máxima permanece estável com perdas pouco

significativas. Com aproximadamente 60 anos começa a ficar aparente a perda

da força máxima muscular, nesta idade a perda fica em torno de 30 a 40%,

depois disto tende a reduzir 10% por década (NÓBREGA et al apud FIEDLER

2003-4).

De acordo com Zawadski (2007), a atrofia muscular pode ser resultado

de uma redução gradativa do número e do tamanho das fibras musculares,

especialmente as do tipo II B. A perda das fibras musculares compromete a

capacidade funcional das unidades motoras de produzir força, o que pode

interferir na realização das atividades comuns da vida diária (FLECK e

KRAEMER, 2006).

Segundo Lexell (apud RABELO e OLIVEIRA, 2003), um dos maiores

fatores que leva a alterações estruturais e funcionais no músculo esquelético,

apresentado pelo envelhecimento, é a degeneração progressiva do sistema

nervoso, especialmente após os 60 anos. Rabelo e Oliveira (2003),

Page 18: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

acrescentam ainda que uma série de alterações anatômicas e químicas,

observada no encéfalo e na medula, nas quais interferem na capacidade

motora. Contribui na redução da destreza e dos reflexos, principalmente na

perda da coordenação medula-cérebro-vestíbulo responsável pela

bipedestação.

Com o envelhecimento, a unidade motora é afetada, em especial o

neurônio motor inferior e, conseqüentemente, as fibras musculares inervadas

por esses neurônios estão comprometidas. O progressivo processo de

degeneração do sistema nervoso, afeta as unidades motora, compromete a

quantidade e a habilidade das proteínas contráteis que é a principal causa da

sarcopenia (LEXELL apud RABELO e OLIVEIRA, 2003).

2.2 Atividade Física

A atividade física é definida como qualquer movimento corporal

produzido pela musculatura esquelética, que resulte em gasto energético

(PITANGA, 2005).

De acordo com Powers e Howley (2005), a atividade física é qualquer

forma de atividade muscular. Portanto, resulta no gasto energético proporcional

ao trabalho muscular e está relacionada à aptidão física. O exercício físico

representa um subgrupo da atividade física planejado com o objetivo de

melhorar ou manter à aptidão física.

A participação de um programa de atividade física tem sido considerada

um fator determinante na manutenção, promoção e recuperação de funções

orgânicas e musculares. Torna-se fundamental a sistematização de exercícios

físicos que respeitem as limitações do idoso (McARDLE apud PASSOS e

OLIVEIRA, 2003).

De acordo com estudos científicos a prática de um programa de

exercícios físicos pode constituir um componente fundamental para promoção

da saúde do idoso, inibindo o aparecimento de muitas das alterações orgânicas

que se associam ao processo degenerativo e melhorando a qualidade de vida

(RABELO e OLIVEIRA, 2003).

Através da prática regular de exercício físico vários são os objetivos

alcançados e todos esses benefícios estão diretamente relacionados com a

Page 19: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

saúde e qualidade de vida do idoso (PINTO; ARAÚJO; COSTA et al, 2008).

Segundo a literatura existem varias formas de praticar atividade física entre

elas entrar num programa de exercícios físicos. Os mais procurados pelos

idosos ou mais citado na literatura são a hidroginástica e a musculação.

2.2.1 Hidroginástica e Envelhecimento

De acordo com Kruel (apud PASSOS e OLIVEIRA, 2003), a

hidroginástica é uma forma de condicionamento físico constituída de exercícios

aquáticos específicos. Baseados no aproveitamento da resistência da água

como sobrecarga, realizada de maneira agradável e recreativa. Segundo

Bonachela (2004), a hidroginástica é um programa ideal de condicionamento,

que levará o indivíduo a uma boa forma física, que tem como objetivo melhorar

a saúde, o bem-estar físico e mental.

Hidroginástica localizada é um conjunto de exercícios físicos, executados

com ou sem material em piscina, que tem como objetivo aumentar a força e

resistência muscular. Melhorar a capacidade cardiorrespiratória e a amplitude

articular, utiliza-se a água como sobrecarga, que visa a uma melhor qualidade

de vida dos praticantes (BONACHELA 2004). A água e o exercício físico

formam uma combinação saudável, proporcionando ao praticante uma

acentuada melhora na capacidade funcional e aumento dos músculos

(PASSOS e OLIVEIRA 2003).

A prática da hidroginástica na terceira idade, de forma metódica e com

freqüência regular, é capaz de promover modificações morfológicas, sociais,

fisiológicas, melhorando as funções orgânicas e psíquicas (PASSOS e

OLIVEIRA 2003). Os exercícios na água basicamente não oferecem riscos na

sua execução, propiciando melhor aquisição da condição aeróbica, melhor

amplitude de movimentos articulares, fortalecimento da musculatura

enfraquecida, equilíbrio postural e coordenação geral (RABELO, MARQUES e

DANTAS 2003).

Segundo Rabelo, Marques e Dantas (2003), os exercícios aquáticos em

idosos podem ajudar a diminuir a dor, aumenta a força e a extensão do

movimento, melhora a habilidade na execução das atividades da vida diária

Page 20: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

(AVD). Sendo seguros e apropriados para os adultos, especialmente os mais

velhos.

Efeitos dos exercícios aquáticos sobre o processo de envelhecimento

segundo BONACHELA, (200,p 205.) 4são:

Aumento da performance psicomotora; Melhora da coordenação motora; Aumento da qualidade e precisão nos movimentos; Aumento da massa muscular, força, resistência, flexibilidade; Aumento da densidade óssea; Melhora no deslocamento e equilíbrio, durante o ato de andar; Diminuição da freqüência de quedas; Diminuição das dores articulares; Diminuição das dores na coluna vertebral; Aumento da potência aeróbica; Aumento da vascularização do miocárdio; Aumento do consumo máximo de oxigênio; Controle da pressão arterial; Diminuição da fadiga;

Fortalecimento da musculatura do coração.

Em um estudo realizado por Moura (2008), em Porto Velho com idosas

praticantes de hidroginástica, aonde foi avaliado o nível de flexibilidade através

do teste de “sentar e alcançar”, contatou-se uma média de 30,37 cm e no grupo

de idosas sedentárias foi de 17,73 cm.

Godói e Rodrigues (2005) realizou um estudo dos efeitos da prática de

hidroginástica em idosas, e verificou-se que houve um aumento de 40% do

grau de flexibilidade,

Alves et al (2004), realizou uma pesquisa com 37 idosas em Recife

aonde foram submetidas a duas aulas semanais de hidroginástica durante 3

meses, em que foi avaliado a força de resistência dos membros superiores e

inferiores. A média da força dos MMS no pré-teste foi de 12,2, e no MMI foi de

8,7 e no pós testes a força dos MMS passou para 21,6 e no MMI para 14,9.

2.2.2 Musculação e Envelhecimento

Treinamento de força é uma forma de exercício que requer que a

musculatura corporal se mova contra uma força oponente (FLECK e

KRAEMER 2006).

De acordo com Simão (2007), treinamento de força é definido como um

método especializado de condicionamento que envolver o uso progressivo de

Page 21: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

resistência para aumentar a capacidade de um indivíduo em exercer ou resistir

a força.

O treinamento de força, também conhecido como treinamento contra

resistência ou treinamento com pesos, tornou-se uma das formas mais

populares de exercício para melhorar a aptidão física de um indivíduo e para o

condicionamento de atletas (FLECK e KRAEMER 2006).

Segundo CAMPOS (2004), o uso da musculação em idosos para

minimizar os declínios de força, flexibilidade e outros fatores relacionados com

a idade, resulta em melhoria e qualidade de vida. Há centenas de publicações

sobre os benefícios do treinamento resistido para pessoas acima de sessenta

anos de idade, e vários desses estudos demostram que, inclusive pessoas

acima de noventa anos, podem obter ganhos de força muscular, capacidade

funcional tornando-se mais independentes.

De acordo com Simão e Fleck (2008), os benefícios do treinamento de

força para os idosos, em termos de condicionamento e saúde, igualam-se, ou

mesmo superam, os obtidos pelos jovens. A capacidade fisiológica de

apresentar os benefícios da musculação é mantida praticamente por toda a

vida.

Segundo Fleck e Kraemer (2006), os benefícios de um programa de

treinamento de força em adultos mais velhos (60 anos ou mais) são: aumento

da força muscular, maior resistência e capacidades musculares, maior

flexibilidade, aumento da capacidade de resistência cardiovascular, aumento da

massa muscular e óssea, aumento da energia e disposição nas atividades da

vida diária.

De acordo com Campos (2004), um programa de musculação bem

elaborado pode resultar em inúmeros benefícios para os idosos como: aumento

da massa muscular, hipertrofia das fibras musculares, aumento da densidade

óssea e melhora da flexibilidade, melhora da performance tanto nas atividades

da vida diária quanto nas atividades que exijam força muscular.

Ainda Campos (2004, p 87), cita outros benefícios da musculação para

com a pessoa idosa:

Pequeno aumento da potência muscular; Aumento da fibras musculares tanto do tipo I como do tipo II; Pequeno aumento da área de secção transversal do músculo; Diminuição dos níveis de dor; Diminuição de gordura intra-abdominal;

Page 22: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

Motilidade gastrointestinal; Melhora dos fatores neurais; Diminuição da porcentagem de gordura; Diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares; Diminuição dos riscos de desenvolvimento de diabetes; Diminuição de lesões causadas por quedas; Aumento da capacidade funcional; Melhoria da postura; Aumento da motivação e melhora da auto-imagem; Aumento da agilidade Aumento da resistência.

Após curtos períodos de Treinamento com pesos, modificações

significantes na força muscular são observadas em crianças, adultos e idosos,

Westcott e Baechle (2001), realizou uma pesquisa sobre os efeitos do

treinamento de força em idosos, e depois de dois meses de treinamento,

observou um aumento de 43% na força muscular e 16% na flexibilidade

articular.

Brandon et al (apud Dias; Gurjão e Marucci, 2006), submeteram 43

indivíduos, com média de idade de 72 anos, a 16 semanas de Treinamento de

força. Os resultados indicaram aumento de 51,7% na força máxima de MMI. E

em outro estudo realizado por Pedro e Amorim (2008), em que foi avaliado a

força dos MMI e MMS entre idosos praticantes e não praticantes de

musculação, e verificou-se que houve um resultado diferentes e significativos

entre os idosos treinados e sedentários.

2.2.3 Parâmetros Neuromusculares

Parâmetros neuromusculares são aqueles que, em decorrência do

catabolismo celular, reúnem os componentes que traduzem a eficiência

sistêmica do organismo em promover a vida de relação do sujeito com os

fenômenos do entorno, através da ação dos sistemas neuro-muscular e outros

adjacentes (ALMEIDA e SAMPEDRO 1997).

Os parâmetros neuromusculares são considerados importantes

componentes motores na preservação do melhor estado funcional, e esta

relacionado na realização de qualquer esforço físico na função músculo-

esquelética, que tem direta relação com um melhor nível de aptidão física e

saúde dos indivíduos (GUEDES, 2004). Os componentes neuromusculares

mais importante para o idoso, segundo a literatura são: flexibilidade e força.

Page 23: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

2.3.3.1 Flexibilidade e Envelhecimento.

Flexibilidade é a capacidade dos homens de executar movimentos com

grande amplitude pendular e é determinada segundo ( BARBANTI apud

GUADAGNINE e OLIVOTO 2004. p 26) pelos seguintes fatores:

formas de superfície articulares;

comprimento de elasticidade dos músculos, tendões e ligamento que envolvem as articulações

irritabilidade dos músculos;

condicionamento biomecânico;

idade;

fatores psíquicos.

Segundo Alter (apud GUADAGNINE e OLIVOTO, 2004) a flexibilidade é

a amplitude de movimento disponível em uma articulação ou grupo de

articulações, referindo-se a extensibilidade dos tecidos periarticulares para

permitir movimento normal ou fisiológico de uma articulação ou membro.

A flexibilidade consiste na capacidade de amplitude de uma ou múltiplas

articulações em realizar tarefas específicas. Brown e Miller (apud DIAS;

GURJÃO e MARUCCI, 2006) observaram, em 304 mulheres com idade entre

20 e 70 anos, redução progressiva na flexibilidade de quadril, na ordem de

23%.

A flexibilidade é uma importante variável relacionada à saúde e ao

desempenho atlético, sendo específica para cada articulação e movimento. A

flexibilidade é influenciada por aspectos como idade, sexo e grau de

treinamento ( SIMÃO e FLECK, 2008). É uma qualidade física importante não

só para atletas e pessoas que praticam atividade física regulamente, mas

também para o desempenho de tarefas cotidianas (PASSOS e OLIVEIRA,

2003).

De acordo com Passos e Oliveira (2003), a flexibilidade é um dos

principais componentes na função músculo-esquelética da aptidão física

relacionada a saúde. Os fatores que agem sobre a flexibilidade sofrem grandes

desgastes com o processo de envelhecimento, e pode comprometer o bom

desempenho do aparelho locomotor.

Vale, Silva e Dantas (2003) revelam que a perda da flexibilidade causada

pelo envelhecimento acontece fundamentalmente pelo decréscimo da

Page 24: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

elasticidade muscular. Os ligamentos, os tendões e os músculos são menos

elásticos e flexíveis nos idosos, devido ao conteúdo de água diminuído,

orientação cristalina aumentada, calcificação e substituição de fibras elásticas

por fibras colágenas.

A redução da flexibilidade gera situações de desequilíbrio e instabilidade.

Com isso promove riscos de quedas e lesões nos gerontes. Estes, talvez, seja

um dos maiores problemas da senescência encontrados nos últimos tempos

(DANTAS et al, 2003).

2.3.3.2 Força e Envelhecimento.

Fleck e Kraemer (2006) dizem que força é a quantidade máxima de força

que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de

movimento em determinada velocidade específica. Corroborando com estes,

Powers e Howley (2005), conceituam força muscular como sendo a força

máxima que pode ser gerada por um músculo ou por um grupo muscular.

Já Wilmore e Costill (apud TOSETI e PAIÃO, 2006), afirmam que força

muscular é a capacidade do músculo exercer tensão contra uma sobrecarga,

com produção e gasto energético, sem a necessidade da produção de

movimento. A geração de força e o seu desenvolvimento dependem

principalmente de fatores como: quantidades de unidades motoras ativadas;

tipo das unidades motoras ativadas; tamanho do músculo; cumprimento do

músculo ativado; velocidade da ação muscular.

De acordo com Kraemer et al (apud SIMÃO e FLECK, 2008) após os 30

anos, estima-se que a perda de força seja de 1% por ano até os 60 anos, de

15% por década entre os 60 e os 70 anos e, daí em diante, 30% por década.

O avanço da idade esta associado a uma redução da massa muscular

(sarcopenia), que por vez, resulta em uma perda de força muscular (SIMÃO,

2007). Esta perda é em grande parte devido à atrofia e possível perda das

fibras tipo II, fibras rápidas (CAMPOS, 2004).

Com o envelhecimento, ocorre uma redução da massa corporal magra e

um aumento do percentual de gordura, produzindo outros efeitos negativos

sobre a composição corporal do indivíduo (SIMÃO e FLECK, 2008).

Page 25: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

Segundo Rabelo e Oliveira (2003), com o avanço da idade, o volume

muscular e a área transversal do músculo diminuem e, conseqüentemente,

afetam a força muscular.

Frontera et al (apud DIAS; GURJÃO e MARUCCI, 2006), observaram,

em idosos, por meio de estudo longitudinal, declínio anual da força entre 2,0 a

2,5%, para membros inferiores. Da mesma forma, Harries e Bassey

observaram redução de 15% por década na força muscular durante a sexta e a

sétima década de vida, e declínio mais acentuado, cerca de 30%, em idades

mais avançadas.

Page 26: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

3. METODOLOGIA

3.1 Caracterização da pesquisa

Este estudo caracteriza-se como descritivo de caráter causal

comparativo. Segundo Rudio (apud MILITÃO, 2001), a pesquisa é descritiva

quando busca conhecer o fenômeno, analisá-lo, interpretá-lo e descrevê-lo sem

interferir na sua realidade e é causal comparativo quando o pesquisador parte

da observação do fenômeno e verifica as semelhanças e diferenças que existe

entre duas situações. Nesta pesquisa identificou-se a força e flexibilidade dos

idosos praticantes de musculação e hidroginástica e comparou-se os

resultados sem interferir no processo.

3.2 População e amostra

A população deste estudo foi composta por idosos de ambos os sexos com

faixa etária de 60 a 80 anos que praticam hidroginástica ou musculação no

SESC de Porto Velho no mínimo a quatro meses. Sendo selecionados 10

praticantes femininos da modalidade hidroginástica, 09 praticantes femininos

da modalidade musculação e 05 praticantes masculinos de cada modalidade.

3.2.1 Procedimentos para seleção da amostra

Inicialmente, fez-se um prévio contato verbal com os responsáveis por

cada modalidade no SESC de Porto Velho. Em seguida, de posse de um

documento emitido pelo Departamento de Educação Física da Universidade

Federal de Rondônia – UNIR (anexo 1) retornou-se ao SESC para oficializar a

intenção de pesquisa. Realizou-se uma palestra com os idosos interessados

em participar desta investigação, para explicar detalhes metodológicos da

mesma, sendo que, ao término todos os idosos assinaram um termo de

consentimento livre e esclarecido (anexo 2), concordando em participar desta

pesquisa.

Page 27: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

3.3 Descrição do desenho de estudo

Para a realização da pesquisa, foi formado um grupo de estudo (GE),

composto por 29 idosos praticantes de hidroginástica e musculação de ambos

os sexos os quais foram posteriormente divididos em 2 subgrupos: a) subgrupo

A (SGA), composto por 15 idosos praticantes de hidroginástica que foi

subdividido em (SGA1) 5 idosos e (SGA2) 10 idosas e b) subgrupo B (SGB),

composto por 14 idosos praticantes de musculação, que foi subdividido em

(SGB1) 5 idosos e (SGB2) 9 idosas conforme demonstra o quadro 1.

Quadro 1: Demonstrativo do desenho do estudo

GRUPO DE ESTUDO SUBGRUPOS PROCEDIMENTOS

GE

SGA

SGA1

0

SGA2

SGB

SGB1

SGB2

3.4 Controle do estudo

3.4.1 Seleção e treinamento do quadro de avaliadores

Com o objetivo de minimizar e até mesmo evitar possíveis falhas durante

o processo da coleta de dados, foi convidado a participar da coleta de dados

desta pesquisa, 02 professores de educação física do SESC e um acadêmico

do curso de educação física todos devidamente familiarizados com os

protocolos de mensuração utilizados neste estudo. Dessa forma, assegurou-se

a qualidade do quadro de avaliadores/colaboradores que atuaram nesta

investigação.

Page 28: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

3.5. Variáveis de estudo 3.5.1. Força muscular dos membros superiores

Para verificar a força dos membros superiores utilizou-se o teste de

flexão do cotovelo descrito por Rikli e Jones (1999) com a adaptação dos

halteres sugerido por Matsudo (2005), devido a dificuldade de encontrar peso

de mão ou alteres de 2, 27 Kg para mulheres e 3,63 Kg para os homens.

O material utilizado foi: 2 cronômetros digitais da marca Cássio, com

precisão em décimos de segundo; 1 cadeira com encosto reto sem braço; 1

halteres de 2, Kg para mulheres e 1 halteres de 4 Kg para homens.

Procedimento do teste: O idoso ficou sentado em uma cadeira, com as

costas retas no encosto e pés totalmente apoiado no chão, com o lado

dominante do corpo perto da extremidade lateral da cadeira. O peso foi

segurado de lado com a mão dominante fechada. O teste começou com o

braço do idoso estendido para baixo ao lado da cadeira, perpendicular ao chão.

Ao sinal dado pelo 1º avaliador de “Atenção, já” o idoso virou a palma da mão

para cima flexionou o braço, completando totalmente o ângulo de movimento,

voltando depois a posição inicial com o cotovelo totalmente estendido. O 1º

avaliador ficou ajoelhado próximo ao idoso, do lado dominante, colocou os

dedos no meio da região bicipital do idoso para impedir que o braço se

movesse e assegurara-se que o movimento completo de flexão fosse

executado e colocou a outra mão atrás do cotovelo para prevenir que o braço

realizasse movimentos oscilando para trás. O idoso foi encorajado a executar o

maior número possível de movimentos de flexão dentro do prazo de 30

segundos. Antecedendo a realização do teste, o 1º avaliador forneceu

explicações detalhadas sobre o protocolo a ser utilizado e permitiu algumas

tentativas para a familiarização mecânica do movimento pelo idoso. O número

total de movimentos de flexão dentro do prazo de 30 segundos foi anotado pelo

2º e 3º avaliadores.

Para esse teste os valores padrões de referências (repetições) para a

população americana em média desvio padrão são de acordo com Rikli e

Jones (1999) apud Matsudo (2005) :

Page 29: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

Quadro 2: Demonstra os valores padrões de referência para população americana em média e desvio padrão para o teste flexão de cotovelo.

Idade 60-64 65-59 70-74 7 5-79 80-84 85-89 90-94

Mulher x 16,1 15,2 14,5 14,0 13,0 12,2 10,9

s 4,6 4,3 4,4 4,4 4,1 3,8 3,8

Homem x 19,0 18,4 17,4 16,2 16,0 13,6 12,0

s 4,7 5,3 5,0 4,6 4,3 4,3 3,5

3.5.2. Força muscular dos membros inferiores

Para verificar a força dos membros inferiores utilizou-se o teste de

levantar da cadeira em 30 segundos. De acordo com Rikli e Jones (1999) apud

Matsudo (2005) este teste tem sido recomendado como alternativa prática para

medir indiretamente a força dos membros inferiores devido a correlação

moderadamente alta com o teste de 1 RM.

O material utilizado foi: 2 cronômetros digitais da marca Cássio, com

precisão em décimos de segundo; 1 cadeira com encosto reto sem braço.

Procedimento do teste: o teste teve inicio com o idoso sentado no meio

da cadeira, com as costas retas e os pés apoiados no chão. Os braços ficaram

cruzados contra o tórax. Ao sinal dado pelo 1º avaliador de Atenção, “já” o

idoso se levantou, ficando totalmente em pé e então retornou a uma posição

completamente sentada. O idoso foi encorajado a sentar-se completamente o

maior número possível de vezes em 30 segundos. Antecedendo a realização

do teste, o 1º avaliador forneceu explicações detalhadas sobre o protocolo a

ser utilizado e permitiu algumas tentativas para a familiarização mecânica do

movimento pelo idoso. O número total de movimentos de flexão dentro do

prazo de 30 segundos foi anotado pelo 2º e 3º avaliadores.

Para esse teste os valores padrões de referências (repetições) para a

população americana em média e desvio padrão são de acordo com Rikli e

Jones (1999) apud Matsudo (2005) :

Page 30: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

Quadro 3: Demonstra os valores padrões de referência para população americana em média e desvio padrão para o teste de sentar e levantar da cadeira.

Idade 60-64 65-59 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94

Mulher x 14,5 13,5 12,9 12,5 11,3 10,2 8,0

s 4,0 3,5 3,6 3,8 4,2 4,0 5,1

Homem x 16,4 15,2 14,5 14,0 12,4 11,1 9,7

s 4,3 4,5 4,2 4,3 3,9 4,6 3,8

3.5.3.Flexibilidade das regiões tóraco-lombar e pélvica

Foi aplicado o teste de flexibilidade proposto por Wells & Dillon (1952),

com a finalidade de verificar a flexibilidade ativa das regiões tóraco-lombar e

pélvica. O material utilizado foi o banco de Wells, confeccionado em madeira,

medindo 30x30x30 centímetros. Na parte superior foi acoplada uma escala

métrica de 54 centímetros.

Procedimento do teste: O teste teve início com o idoso sentado ao chão,

joelhos completamente estendidos, pés com a região plantar apoiada no banco

de Wells, braços horizontalizados com a mão dominante se sobrepondo a

outra. Quando o idoso se sentiu pronto realizou a flexão do tronco à frente de

forma suave, gradativa e contínua atingindo com os dáctilos o ponto mais

eqüidistante possível na régua do banco de Wells. Foram utilizados 3

avaliadores. O 1 º avaliador posicionou-se estrategicamente de modo a manter

as pernas do idoso totalmente estendidas, o 2º e 3º avaliadores posicionaram-

se lateralmente em relação à escala métrica para demarcar e anotar com

exatidão a marca alcançada durante a realização do teste. Antecedendo a

realização do teste, o 1º avaliador forneceu explicações detalhadas sobre o

protocolo a ser utilizado e permitiu algumas tentativas para a familiarização

mecânica do movimento pelo idoso. Foram realizadas duas tentativas

seguidas, considerando-se como resultado final, a melhor marca atingida pelo

avaliando, estes valores foram expressos em centímetros.

Page 31: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

Quadro 4: Referencia de classificação dos resultados de acordo com a idade

para homens e mulheres conforme protocolo de Wells & Dillon (1952).

CLASSIFICAÇÃO

HOMENS MULHERES

IDADE EM ANOS

35

36 - 49 50 35 36 - 49 50

CENTÍMETROS

EXCELENTE 43 40 34 46 44 6

BOM 39-40 34-40 30-34 41-46 37-44 31-36

MÉDIO 34-38 26-33 24-29 37-40 33-36 26-30

FRACO 25-33 22-25 20-24 28-36 26-32 22-25

MUITO FRACO

3.6. Analise dos dados

Neste estudo os dados foram analisados através dos seguintes

procedimentos: a) inicialmente para estabelecer as características físicas da

amostra, foi realizada a estatística descritiva (média e desvio padrão); b)

posteriormente, utilizou-se o teste “t” de Student para amostras independentes

para detectar possíveis diferenças estatisticamente significativas entre os

subgrupos de estudo.

Os dados foram processados e analisados utilizando-se o pacote

estatístico computadorizado STATIS for windows versão 7.

Page 32: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

4. ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Apresentam-se nesse capítulo os resultados da investigação, assim

como sua análise para a resposta à pergunta: Quais das modalidades,

hidroginástica ou musculação praticadas pelos idosos do SESC de Porto Velho

contribuem mais para o desenvolvimento da flexibilidade e força destes. Para

isso formou-se um grupo de estudo composta por 29 idosos com idade de 60 a

80 anos. Deste grupo formou-se dois subgrupos de estudo, os quais foram

nominados como: a) SGA para a amostra composta por 15 idosos praticantes

de hidroginástica, que foram subdividido em SGA1 composto por 5 idosos e

SGA2 composto por 10 idosas e b) SGB para a amostra formada por 14

idosos praticantes de musculação que foram subdivididos em SGB1 composto

por 5 idosos e SGB2 composto por 09 idosas.

4.1. Análise comparativa do SGA1 e SGB1.

TABELA 1. Idosos Praticantes de musculação e hidroginástica

VARIÁVEIS

GE

SGA1 SGB1 T P

Força Rep MS 18,8 ± 2,77 22,0 ± 4,6 -1,454 0,138

Força Rep MI 16,6 ± 2,30 20,2 ± 5,12 -1,423 0,192

Flexibilidade

(cm) 19,2 ± 7,5 26,0 ± 0,69 --1,423 0,176

* P<0,05

A tabela 1 representa a média e desvio padrão dos testes de força

repetitiva dos membros inferiores, superiores e de flexibilidade em centímetros

dos idosos do sexo masculino praticantes de hidroginástica e musculação do

SESC - Porto Velho.

Nota-se que não houve diferenças significativas entre todas as variáveis

após a aplicação do teste T, apesar de que a tabela 1 mostra que os idosos

Page 33: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

praticantes de musculação atingiram índice maior do número de repetição na

flexão do braço e no teste sentar e levantar da cadeira.

A tabela 1 também mostra que a flexibilidade dos idosos praticantes de

hidroginástica apresentou média do grau de flexibilidade de 19,2 cm, segundo

Wells & Dillon (1952), tem classificação de muito fraco. Os idosos praticantes

de musculação apresentam média do grau de flexibilidade de 26,0 cm tendo

classificação de fraco.

Levando-se em conta que a classificação da tabela de flexibilidade é

igual para todos os indivíduos a partir de 50 anos de idade, isso pode ter

prejudicado os resultados, uma vez que é sabido que a flexibilidade diminui

com a idade.

A média de idade dos idosos praticantes de hidroginástica é de 70,4

anos e a dos idosos praticantes de musculação é de 65,6 anos. Isso, pode ter

influenciado para que os resultados dos idosos praticantes de musculação

tenham sido melhores, mesmo não sendo estatisticamente significativos.

4.2 Análise comparativa do SGA2 e SGB2.

TABELA 2. Idosas Praticantes de musculação e hidroginástica

VARIÁVEIS

GE

SGA2 SGB2 T P

Força Rep MS 15,6 ± 2,63 18,3 ± 3,35 -1,986 0,0632

Força Rep MI 14,4 ± 2,22 15,4 ± 4,47 -0,529 0,603

Flexibilidade

(cm) 24,4 ± 6,11 27,7 ± 7,57 -1,074 0,297

*P<0,05

A tabela 2 representa a média e desvio padrão dos testes de força

repetitiva dos membros inferiores, superiores e de flexibilidade em centímetros

dos idosos do sexo feminino praticantes de hidroginástica e musculação do

Page 34: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

SESC - Porto Velho. Observou-se que não houve diferenças significativas entre

todas as variáveis após a aplicação do teste T.

Apesar dos resultados não terem sido estatisticamente significativos,

observa-se na tabela 2 que as idosas praticantes de musculação obtiveram

melhores resultados. Inclusive na classificação do grau de flexibilidade foram

classificadas como médio e as praticantes de hidroginástica foram classificadas

como fraca conforme demonstra o quadro 4.

Pesquisa realizada por Moura (2008) mostrou que a média do grau de

flexibilidade de idosas praticantes de hidroginástica do SEST/SENAT foi

30,37cm classificadas como médio. Diferente dos resultados da presente

pesquisa.

Esses resultados podem ter sido influenciados pelo fator idade, uma vez

que a média de idade das praticantes de hidroginástica da presente pesquisa é

70,6 anos e de Moura (2008) foi 64 anos, e da musculação foi 65,6 anos, o

resultado surge que mais que a modalidade, a idade parece influenciar para o

grau de flexibilidade, já que na pesquisa de Moura (2008) os resultados das

idosas praticantes de hidroginástica que tinham média de idade semelhante as

praticantes de musculação obtiveram classificação médio.

Em relação ao teste de força repetitiva dos MMS e MMI, a tabela 2

também mostrou um resultado maior dos números de repetições das idosas

praticantes de musculação. Que obtiveram média de repetição de 18,3 para

MMS e 15,4 para MMI. Já as idosas praticantes de hidroginástica conquistaram

uma média de 15,6 para MMS e 14,4 para MMI. Assim como na flexibilidade, a

força também diminui com a idade, tendo em vista que os idosos praticantes de

musculação são mais novos.

Page 35: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

5. CONCLUSÂO E SUGESTÕES

O processo de envelhecimento caracteriza-se por um declínio das

funções fisiológicas, que provoca uma diminuição da resistência do corpo

humano. Esse declínio funcional é responsável pelo desempenho das

atividades cotidianas e pelo grau de independência, no qual compromete a

saúde e a qualidade de vida do idoso.

A força e a flexibilidade são uns dos principais componentes na função

músculo-esquelético da aptidão física relacionada à saúde. Os exercícios

físicos podem contribuir para minimizar o declínio destas variáveis tão

importantes para a autonomia dos idosos.

Essa pesquisa teve como objetivo comparar a contribuição das

modalidades, hidroginástica e musculação para o desenvolvimento da

flexibilidade e força dos idosos praticantes de hidroginástica e musculação do

SESC de Porto Velho.

O resultado desta pesquisa mostrou que não existe diferença

estatisticamente significativa da força e flexibilidade dos idosos praticantes de

musculação e hidroginástica. No entanto quando comparada com a

classificação da flexibilidade de acordo com o protocolo de Wells & Dillon

(1952) verificou-se que os idosos praticantes de musculação tiveram uma

escala maior.

A flexibilidade que os homens obtiveram na modalidade hidroginástica foi

classificada como muito fraca, enquanto que os das mulheres foram

classificadas como fracas. Baseado na mesma padronização observou-se que

os homens praticantes de musculação alcançaram níveis superiores de

flexibilidade em comparação com os praticantes de hidroginástica, porém ainda

não satisfatórios, no qual obteve classificação como fraco. As mulheres

praticantes de musculação que tiveram resultado superior as das praticantes

de hidroginástica, obtiveram classificação média.

A média do nível de força dos praticantes masculinos de hidroginástica

dos membros superiores e inferiores foram 18,8 e 16,6 e dos praticantes de

musculação foi 22,0 e 20,2.

As idosas praticantes de hidroginástica obtiveram força dos membros

superiores e inferiores respectivamente 15,6 e 14,4 e das praticantes de

Page 36: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

musculação 18,3 e 15,4. Apesar da média do nível de força ter sido maior nos

praticantes de musculação o teste “T” não identificou diferenças

estatisticamente significante.

Sugerimos que outras pesquisas sejam realizadas, abrangendo um

maior contingente de idosos e com idades divididas de cinco em cinco anos

conforme protocolo de Rikli e Jones apud Matsudo (2005) para padronização

americana da variável.

Page 37: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

6. REFERÊNCIAS

ARAGÃO, J. C. B.; DANTAS, E. H. M. Treinamento da RML na autonomia e na

qualidade de vida de idosos. Exercício, Maturidade e Qualidade de Vida. 2º

edição. Editora: Shape, 2003.

ALMEIDA, H. F. R.; SAMPEDRO, R. M. F. Cineantropometria:Testes e

medidas para avaliação da performance motora humana. Porto Velho,

Apostila, 1997.

ALVES, R. V.; et al. Aptidão Física Relacionada à Saúde do Idoso: Influencia da

Hidroginástica. Rev. Bras. Med. Esporte. Vol. 10, nº 1. 2004.

BALSAMO, S.; SIMÃO, R. Treinamento de Força para Osteoporose,

Fibromialgia, Diabetes Tipo II, Artrite Reumatóide e Envelhecimento. 2º

edição. Editora: Phote, 2007.

BONACHELA, V. Hidroginástica Localizada. Rio de Janeiro. Editora: Sprint.

2004.

CAMPOS, M. A. Musculação: diabéticos, osteoporóticos, idosos, crianças,

obesos. Editora : Sprinte, 2004.

DANTAS, E. H. M.; et al. Composição Corporal na Senescência. Exercício,

Maturidade e Qualidade de Vida. 2º edição. Editora: Shape, 2003.

DIAS, R. M. R.; GURJÃO,A. L. D.; MARUCCI, M. F. N. Benefícios do

Treinamento com Pesos para Aptidão Física de Idosos. Acta Fisiart. 2006.

FLECK, S, J.; KRAEMER, W, J. Fundamentos do Treinamento de Força

Muscular. 3º edição. Editora: Artmed, 2006.

Page 38: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

FIEDLER, M. M. Prevalência de Baixa Funcional entre Idosos Residentes

na Zona Urbana de Joaçaba. Universidade do Oeste de Santa Catarina, Área

das Ciência Biológicas e da Saúde. 2003-4.

GODOI, L. M.; RODRIQUES, F. A. S.; Efeitos da Prática de Hidroginástica

para Mulheres Idosas. Prograd. Prolecien. Universidade Federal de Santa

Maria. 2006.

GUADAGNINE, P.; OLIVOTO, R. Comparativo de flexibilidade em Idosos

Praticantes e não Praticantes de Atividades Físicas. Disponível em:

www.efdeportes.com. Acessado em 08/05/2008.

GUEDES; F. M.; SILVEIRA, R. C. R.. Análise da capacidade funcional da

população geriátrica institucionalizada na cidade de Passo Fundo – RS.

Revista Brasileira do envelhecimento Humano, Passo Fundo, 10-21, jul/dez,

2004.

IBGE. Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios no Brasil.

Disponível no site: http:// www.ibge.gov.br/home. Acesso em: 10\07\2008.

LEITE, P. F. Exercício, Envelhecimento e Promoção de Saúde. Minas

Gerais. 1996.

LIMA, S. R. P.; OSELLA, S. O.; OLIVEIRA J. R. Envelhecimento e Associação

com Fatores de Risco para Doenças Cardiovasculares. Exercício, Maturidade

e Qualidade de Vida. 2º edição. Editora: Shape, 2003.

MATSUDO, S. M. M. Avaliação do idoso: física & funcional. 2º ed. São

Caetano do Sul. MIDIOGRAF, 2005.

MILITÃO, A. G. A Influencia da Ginástica Laboral para a Saúde dos

Trabalhadores e sua Relação com os Profissionais que a Orientam.

Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em

Engenharia de Produção. 2001.

Page 39: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

MOURA, C. de. Avaliação da Flexibilidade de Idosos Praticantes e não

Praticantes de Hidroginástica. Monografia Apresentada como Requisito de

Graduação em Educação Física.UNIR-Pvh-RO.2008

NAKAGAVA, B. K. C.; RABELO. R. Perfil da Qualidade de Vida de Mulheres

Idosas Praticantes de Hidroginástica. Movimentum, Revista Digital de

Educação Física. 2007.

PASSOS B. M. J.; OLIVEIRA R. J. O Envelhecimento, Flexibilidade,

Hidroginástica e Atividades DA Vida Diária. Exercício, Maturidade e

Qualidade de Vida. 2º edição. Editora: Shape, 2003

PEDRO, E. M.; AMORIM, D. B.; Analise Comparativa da Massa e Foça

Muscular e do Equilíbrio entre Indivíduos Idosos Praticantes e não Praticantes

de Musculação. Revista Conexões, Campinas. Vol: 6. 2008.

PINTO, M, V, M.; ARAÚJO, A, S.; COSTA, D, A; et alli. Principais Benefícios

Relacionados ao Exercícios Físicos em Idosos. Revista Digital – Buenos

Aires. Ano 13, nº 121- junho de 2008. Disponível em:

http://www.efdeportes.com. Acessado em 10/08/2008.

PITANGA, F. J. G. Testes, Medidas e Avaliação em Educação Física e

Esportes. 4ª ed. São Paulo: Phorte, 2005.

POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T; Fisiologia do Exercício, Teoria e Aplicação

ao Condicionamento e ao Desempenho. 5º ed. Barueri. Editora: Manole,

2005.

RABELO, H. T.; OLIVEIRA, R. J. Treinamento de Força e sua Relação com

as Atividades de Vida Diárias de Mulheres Idosas. Exercício, Maturidade e

Qualidades de Vida. 2º edição. Editora: Shape, 2003.

Page 40: avaliação comparativa das variáveis força e flexibilidade

RABELO. R. J.; MARQUES, M. F. B.; DANTAS, E. H. M. Os Benefícios da

Atividade Aquática no Envelhecimento. Exercício, Maturidade e Qualidade

de Vida. 2º edição. Editora: Shape, 2003.

SIMÃO, R. Fisiologia e Prescrição de Exercícios para Grupos Especiais.

Editora: Phorte, 3º edição. 2007.

SIMÃO, R e FLECK, S. J. Força – Princípios Metodológicos Para o

Treinamento. Editora: Phorte, 1º edição. 2008.

TOSETI, A. L; PAIÃO, S, A, V. Os Efeitos do Aquecimento e do

Alongamento no Teste de Carga Máxima. Monografia apresentada ao centro

claretiano para obtenção do título de graduação em educação física. Batatais-

2006.

VALE, R. G. S.; SILVA, R. V. V.; DANTAS, E. H. M. A Flexibilidade na

Senescência. Exercício, Maturidade e Qualidade de Vida. 2º edição. Editora:

Shape, 2003.

WESTCOTT, W.; BAECHLE, T. Treinamento de Força para a Terceira Idade.

1º edição. Editora: Manole. 2001.

ZANINI, A. et al. Aspectos do Envelhecimento-Físico, Psicológico e Social.

Faculdade de Educação Física da ACM de Sorocaba. Programa de Educação

Postural, 2003.

ZAWADSKI, A. B. R., Motivos que Levam Idosas a Freqüentarem as Salas de

Musculação. Revista Movimento & Percepção, Espirito Santo do Pinhal.

2007.