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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Juliane Rodrigues Mello ANÁLISE COMPARATIVA DA FLEXIBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL EM ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA E EDUCAÇÃO FÍSICA. ATRAVÉS DO ÍNDICE DE SHOBER, ÍNDICE DE STIBOR E TESTE DO 3º DEDO SOLO LINS SP 2007

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Fisioterapia

Juliane Rodrigues Mello

ANÁLISE COMPARATIVA DA FLEXIBILIDADE DA

COLUNA VERTEBRAL EM ACADÊMICOS DE

FISIOTERAPIA E EDUCAÇÃO FÍSICA. ATRAVÉS

DO ÍNDICE DE SHOBER, ÍNDICE DE STIBOR E

TESTE DO 3º DEDO SOLO

LINS SP

2007

JULIANE RODRIGUES MELLO

ANÁLISE COMPARATIVA DA FLEXIBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL EM

ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA E EDUCAÇÃO FÍSICA. ATRAVÉS DO

ÍNDICE DE SHOBER, ÍNDICE DE STIBOR E TESTE DO 3º DEDO SOLO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia sob a orientação do Prof. Esp. Antonio Henrique Semençato Júnior e orientação técnica da Profª. Esp. Jovira Maria Sarraceni.

LINS SP

2007

DESCRIÇÃO

Mello, Juliane Rodrigues. Análise comparativa da flexibilidade da coluna vertebral em

acadêmicos de fisioterapia e educação física através do índice de Shober, índice de Stibor e 3º dedo solo / Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium / Juliane Rodrigues Mello.

Lins, 2007. 50p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2007

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Antonio Henrique Semençato Júnior

1. 2. Índice de Shober. 3. Índice de Stibor. 4. Teste do 3º dedo solo. Coluna vertebral flexibilidade. Título

CDU 615.8

M478a

JULIANE RODRIGUES MELLO

ANÁLISE COMPARATIVA DA FLEXIBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL EM

ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA E EDUCAÇÃO FÍSICA. ATRAVÉS DO

ÍNDICE DE SHOBER, ÍNDICE DE STIBOR E TESTE DO 3º DEDO SOLO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Prof Orientador: Antonio Henrique Semençato Júnior.

Titulação: Professor Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia

Cardiorrespiratória.

Assinatura: ______________________________

1º Prof(a): _____________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

______________________________________________________________

Assinatura: ______________________________

2º Prof(a): _____________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

______________________________________________________________

Assinatura: ______________________________

DEDICATÓRIA

Aos meus pais que amo tanto Gilberto e Marta.

A meus grandes pais, por todos os ensinamentos, traduzidos muito mais por

gestos e atitudes do que por palavras. Em especial a minha grande e guerreira

mãe, que mesmo com a triste perda do nosso querido GG, pôde me

proporcionar momentos de muita alegria e força durante esses quatro anos de

luta e conquista, confiando sempre A mim que a vitória seria maior ainda.

Obrigada mãe, por me proporcionar coisas tão boas e por ser minha grande

amiga. Dedico-lhe minha conquista, com a mais profunda gratidão e carinho.

O mínimo que posso dizer-lhe agora é muito obrigada por você existir, por ter

me dado o melhor pai do mundo (mesmo que por pouco tempo) e por ter

realizado mais um dos meus sonhos.

Amo você!!!

A minha irmã Fabyane

A você querida irmã que foi capaz de compreender algumas situações

delicadas sem que houvesse muita explicação, sendo capaz de me dar força e

conforto nos momentos em que eu pensava em desistir, fazendo com que

tivesse vontade de lutar pelos meus objetivos. Proporcionando me

compreensão e incentivo em qualquer situação. Deixando sempre muito claro

que você está e sempre estará ao meu lado.

Meu muitíssimo obrigada!!!

Te amo demais By!

AGRADECIMENTOS

A Deus

Minha eterna gratidão, pois graças a Ele e seu infinito amor, consegui cumprir

mais uma etapa de minha vida.

Obrigada Senhor, pelo amparo, luz e força que me deu sempre.

Ao querido e amado orientador Júnior

Por ter me passado um pouco de sua sabedoria e conhecimentos.

Pelas conversas, broncas e pelos momentos de muitas loucuras e risadas.

Você é uma pessoa maravilhosa e muito especial.

Obrigada pela paciência e principalmente pela amizade.

Admiro-lhe demais.

Amo você Ju.

A professora Jovira

Que com carinho e paciência pôde me ajudar para que esse trabalho fosse

concluído.

Obrigada por tudo.

E que Deus ilumine e abençoe essa pessoa maravilhosa que é você.

RESUMO

A coluna vertebral é a viga mestra em balanço do esqueleto se revestindo da principal função de suportar o peso da maior parte do corpo; sua principal característica é a flexibilidade, pois suas vértebras apresentam mobilidade em conjunto, e para que ocorra maior desempenho dos movimentos normais funcionais da mesma é necessário haver mobilidade dos tecidos moles, força e resistência à fadiga, pois tal mobilidade se traduz na capacidade que se possui para executar movimentos dentro da amplitude do movimento, e flexibilidade para as atividades de vida diária. Esta pesquisa se reveste da importância de promover adequada propedêutica da flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral, propondo-se a uma comparação entre dados obtidos em acadêmicos do UNISALESIANO de Lins, pertencentes ao curso de Educação Física, que teoricamente realizam atividades físicas, bem como alongamentos durante a execução das atividades propostas na grade curricular de seu curso durante o cotidiano dos mesmos, e acadêmicos do curso de Fisioterapia, os quais não realizam teoricamente tais atividades em seu cotidiano acadêmico. Para tanto se realizou a obtenção dos dados através de mensurações pelo Índice de Shober, índice de Stibor e Teste do 3º Dedo Solo, na tentativa de evidenciar se existem diferenças ou definir se os resultados obtidos demonstram a mesma classificação com relação aos sujeitos avaliados. Sendo assim, se realizou levantamento dos dados em vinte acadêmicos do curso de Educação Física e vinte do curso de Fisioterapia de ambos os gêneros, além da obtenção de dados gerais para melhor caracterização da população avaliada. Após aquisição dos dados se realizou gráficos contendo os dados gerais, além de tratamento estatístico através do teste t de student para amostras independentes, na tentativa de evidenciar se os mesmos apresentavam diferenças. Após as análises pode se observar que tal população escolhida para participação desta não apresentou diferenças importantes entre si, destacando a independência do curso realizado academicamente, no que diz respeito às particularidades e peculiaridades inerentes à flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral.

Palavras-chave: Coluna Vertebral. Flexibilidade. Índice de Shober. Índice de Stibor. Teste do 3º dedo solo.

ABSTRACT

The vertebral column is the beam master in rocking of the skeleton if coating with the main function in supporting the weight of most of the body, its main characteristic is flexibility, therefore the vertebrae present mobility between itself, and so that bigger performance of the functional normal movements of the column occurs is necessary to have mobility of soft fabrics, force and resistance the fatigue, therefore mobility is the capacity that if has to inside carry through movements of the amplitude of movement, and flexibility for the activities of daily life. This propaedeutic research of the vertebral column if considers to a comparison between academics of the course of physical education who submit it the physical activities, as well as allonges that involve the to attend courses grating of its daily course in its and academic of the physiotherapy course, which does not carry through such activities in its daily academic, in order to compare the flexibility of the vertebral column, through the index of Shober, index of Stibor and test of 3º alone finger, to define if its results demonstrate the same classification with regard to the evaluated academics. Being thus, a data-collecting was carried through raising in twenty academics of the course of physical education and twenty academics of the physiotherapy course, consisting in simple a random sample, with age, sort, weight, stature, if person is ethylic or abuse of smoking, if the feeding is to regulate or irregular, if it presents pains in the vertebral column, if it carries through physical activities or allonges, and applied to the mensuration of the rates of Shober, Stibor and test of 3º alone finger.

Word-key: Column Vertebral. Flexibility.Rate of Shober. Rate of Stibor. Test of 3º alone finger.

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo

com o gênero dos mesmos.............................................................................

28

Gráfico 2: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo

com hábitos de etilismo..................................................................................

28

Gráfico 3: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo

com hábitos de tabagismo..............................................................................

29

Gráfico 4: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo

com seus respectivos hábitos alimentares.....................................................

29

Gráfico 5: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo

com a presença ou ausência de processos álgicos presentes na coluna

vertebral..........................................................................................................

30

Gráfico 6: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo

com a prática regular na execução de alongamentos....................................

30

Gráfico 7: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo

com a prática regular na execução de atividades físicas...............................

31

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Representa valores máximos, mínimos, a média e o desvio-

padrão de todos os acadêmicos de ambos os gêneros e cursos avaliados

n(40)................................................................................................................

31

Tabela 2: Representa valores máximos, mínimo, além da média e desvio

padrão dos acadêmicos de ambos os gêneros do curso de Educ. Física

n(20)................................................................................................................

32

Tabela 3: Representam valores máximos, mínimos, além da média e

desvio padrão dos acadêmicos de ambos os gêneros do curso de

Fisioterapia n(20)............................................................................................

32

Tabela 4: Representam valores máximos, mínimos, além da média e

desvio padrão dos acadêmicos de ambos os gêneros do curso de

Educação Física n(20)....................................................................................

32

Tabela 5: Representam valores máximos, mínimos, além da média e

desvio padrão dos acadêmicos de ambos os gêneros do curso de

Fisioterapia n(20)............................................................................................

32

Tabela 6: Teste t para duas amostras independentes; verificando dados

obtidos nos acadêmicos de Educação Física e Fisioterapia, através das

diferenças entre a primeira e a subseqüente mensuração estabelecida

para aquisição do Índice de Stibor..................................................................

33

Tabela 7: Teste t para duas amostras independentes; verificando dados

obtidos nos acadêmicos de Educação Física e Fisioterapia, estabelecida

para aquisição do Índice de Shober...............................................................

33

Tabela 8: Teste t para duas amostras independentes; verificando dados

obtidos nos acadêmicos de Educação Física e Fisioterapia, estabelecido

para aquisição do Teste Terceiro Dedo Solo..................................................

33

LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

C7: Sétima vértebra cervical

Cm: Centímetros

Dif: Diferença

Ed. Fís.: Educação Física

Fisiot.: Fisioterapia

IMC: Índice de Massa Corporal

Ind.: Índice

Kg: Quilograma

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................11

1 CONCEITOS PRELIMINARES...............................................................12

1.1 Coluna Vertebral .....................................................................................12

1.1.1 Curvaturas primárias e secundárias .......................................................13

1.1.2 Componentes funcionais da coluna vertebral.........................................14

1.1.3 Ligamentos..............................................................................................14

1.1.4 Ligamento longitudinal anterior...............................................................15

1.1.5 Ligamento longitudinal posterior .............................................................15

1.1.6 Ligamento amarelo .................................................................................15

1.1.7 Ligamentos intertransversais ..................................................................16

1.1.8 Ligamentos interespinhais ......................................................................16

1.1.9 Ligamentos supraespinhosos .................................................................16

1.2 Articulações.............................................................................................16

1.2.1 Articulações dos corpos vertebrais .........................................................17

1.2.1 Articulações dos arcos vertebrais ...........................................................17

1.2.3 Articulações sacroilíacas.........................................................................17

1.2.4 Articulações costovertebrais ...................................................................17

1.3 Músculos .................................................................................................17

1.3.1 Músculos eretores da coluna ..................................................................18

1.4 Disco Intervertebral .................................................................................18

1.5 Mobilidade e Flexibilidade da Coluna Vertebral .....................................19

1.5.1 Mobilidade...............................................................................................19

1.5.2 Flexibilidade ............................................................................................20

1.6 Medidas de Mobilidade e Flexibilidade...................................................21

1.6.1 Índice de Shober .....................................................................................21

1.6.2 Índice de Stibor .......................................................................................22

1.6.3 Teste do 3º dedo solo .............................................................................22

1.7 Índice de Massa Corporal (IMC) .............................................................23

2 O EXPERIMENTO ..................................................................................23

2.1 Casuística e Método ...............................................................................23

3 RESULTADOS........................................................................................26

4 DISCUSSÃO ...........................................................................................33

5 CONCLUSÃO .........................................................................................37

REFERÊNCIAS..................................................................................................40

APÊNDICES ......................................................................................................43

INTRODUÇÃO

Conforme reportado por Norkin; Levangie (2001), a coluna vertebral se

reveste da principal função em suportar o peso da maior parte do corpo,

constituindo o eixo ósseo e oferecendo sustentação e flexibilidade necessárias

ao tronco. A mesma é capaz de proporcionar uma base estável para inserção

de ligamentos, músculos e ossos que proporcionam sustentação para a cabeça

e órgãos internos, criando assim uma ligação entre as extremidades superiores

e inferiores e maior mobilidade para o tronco, além de proteger a medula

espinhal.

Algumas destas funções exigem estabilidade estrutural, enquanto que outras exigem mobilidade. As exigências estruturais para a estabilidade freqüentemente são opostas às exigências para a mobilidade; portanto, uma estrutura que é capaz de atender a ambas as funções é complexa. Cada um dos muitos componentes separados mas interdependentes da coluna vertebral está projetado para contribuir para a função geral da unidade total, além de realizar suas tarefas especificas. (NORKIN; LEVANGIE, 2001, p.124)

Entre suas funções se destacam: a proteção da medula espinhal; a

manutenção do ortostatismo, participação na movimentação, suporte do peso

corporal e a ligação entre todas as regiões do corpo, desde a região do crânio

até o sacro.

Sua principal característica é a flexibilidade, pois as vértebras

apresentam mobilidade entre si, sendo necessário para maior desenvolvimento

funcional normal mobilidade articular, mobilidade dos tecidos moles, força e

resistência à fadiga. Pois para Kisner; Colby (2005), a mobilidade se traduz na

capacidade que se tem para realização dos movimentos que estão dentro da

amplitude do movimento.

Para verificar a flexibilidade e a mobilidade durante o processo

propedêutico da coluna vertebral, utiliza-se o Índice de Shober, Índice de Stibor

e Teste do 3º dedo solo, os quais se apresentam como simples procedimentos

para serem realizados na prática clínica diária executada pelo fisioterapeuta.

12

Esta pesquisa propedêutica qualitativa e quantitativa inerente à

propedêutica da coluna vertebral se propõe a um estudo comparativo entre

acadêmicos do curso de Fisioterapia e Educação Física, a fim de identificar se

dados inerentes à flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral dos mesmos,

através dos índices e testes supracitados, demonstrem resultados que

permitam averiguar se existem semelhanças quanto à classificação, com

relação aos dados obtidos durante a avaliação de tais sujeitos, além de

analisar os aspectos que possam estar envolvidos frente a possíveis

alterações.

Assim este trabalho partiu do seguinte questionamento: Existem

diferenças inerentes à flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral em

acadêmicos do curso de Fisioterapia quando comparados aos acadêmicos do

curso de Educação Física?

Em resposta a tal questionamento, pode-se levantar a seguinte hipótese,

cuja finalidade é nortear o presente trabalho: devido ao fato dos acadêmicos de

Educação Física teoricamente freqüentarem aulas práticas de atividades físicas

diversas, incluindo prática de alongamentos para execução das mesmas, que

envolvem a grade curricular de seu curso, os mesmos podem apresentar maior

flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral quando comparados aos

acadêmicos do curso de Fisioterapia, os quais não realizam tais atividades em

seu cotidiano acadêmico, apesar de saberem teoricamente tal importância.

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Coluna Vertebral

Oliver; Middleditch (1998), descrevem que a coluna vertebral é

constituída por trinta e três vértebras formando um conjunto que se estende

pela nuca, tórax, abdome e pelve, das quais vinte e quatro se unem para

formar uma coluna flexível. Dentre essas trinta e três vértebras, sete vértebras

são cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e cerca de quatro

coccígeas, podendo variar de indivíduo para indivíduo. As vértebras são

conectadas entre si, proporcionando estabilidade e flexibilidade à coluna, que

13

são necessárias para a mobilidade do tronco, postura, equilíbrio e suporte do

peso corporal.

Ainda para Oliver; Middleditch (1998), qualquer movimento da coluna

vertebral é resultante da função de uma série de segmento de movimento, isso

varia de acordo com cada indivíduo, embora a amplitude do movimento esteja

relacionada com a idade e o gênero; no entanto é uma função dos níveis de

atividades que exigem uma amplitude de movimento vertebral extrema. Sendo

assim, a coluna vertebral é formada por uma série de ossos que se articulam

entre si, permitindo suas funções de eixo de suporte ao organismo e apoio

responsáveis por todos os movimentos do mesmo. Isso é possível devido a

dois tipos de articulações que existem na coluna: uma do tipo sínfise, formada

entre o disco intervertebral que se encontra separando uma vértebra da outra;

e uma do tipo sinovial, onde as vértebras em sua parte posterior se encaixam

entre si, deixando uma superfície bastante móvel, orientando os movimentos

da coluna; tais articulações apresentam uma superfície articular contendo

líquido sinovial que lubrifica estas superfícies durante a execução dos

movimentos.

1.1.1 Curvaturas primárias e secundárias

Para Kisner; Colby (2005) a coluna vertebral apresenta quatro

curvaturas, onde duas são denominadas como primárias ou posteriores, pois

as mesmas estão presentes no recém nascido com convexidade posterior. E

duas curvaturas compensatórias ou anteriores, denominadas assim por se

desenvolverem à medida que o indivíduo consegue erguer a cabeça e ficar em

ortostatismo, e pelo fato da convexidade ser anterior. As curvaturas anteriores

estão localizadas na região cervical e lombar. E as curvaturas posteriores, na

região torácica e sacral.

A linha da gravidade passa através das curvaturas da coluna vertebral, que são equilibradas anterior e posteriormente, o desvio de uma região da coluna vertebral resulta em desvio em outra região para compensar e manter o equilíbrio. (KISNER; COLBY, 2005, p.592)

14

Dessa forma as curvaturas auxiliam na dissipação das forças verticais

compressivas, podendo dessa forma suprir a coluna de uma importante

capacidade de absorção e choques, pois se a coluna fosse reta, essas forças

seriam transferidas através dos corpos vertebrais apenas para os discos

intervertebrais. Assim, as curvaturas da coluna dorsal podem permitir que em

alguma porção as forças compressivas sejam absorvidas também pelos

ligamentos vertebrais, conforme reportado por Oliver; Middleditch (1998).

Kisner; Colby (2005) referem que a flexibilidade das curvaturas pode

dar à coluna vertebral dez vezes mais resistência à compressão axial do que

haveria se a coluna estivesse reta. Sendo assim necessário haver flexibilidade

e equilíbrio na coluna vertebral, para que a mesma possa suportar os efeitos da

gravidade e de outras forças externas.

1.1.2 Componentes funcionais da coluna vertebral

Para Kisner; Colby (2005), a coluna vertebral é dividida em pilares

anterior e posterior. O pilar anterior constitui-se pelos corpos vertebrais e

discos intervertebrais, sendo esta denominada como porção hidráulica, pois

absorve os choques e sustenta o peso. O pilar posterior, é realizado através

dos processos e facetas articulares, promovendo o mecanismo de

deslizamento para o movimento, pois dessa forma os músculos se inserem nos

processos podendo produzir e controlar os movimentos.

1.1.3 Ligamentos

As vértebras estão conectadas por ligamentos curtos que interconectam

as vértebras sucessivamente, e ligamentos longos que interconectam toda

extensão da coluna vertebral. Entre as funções dos ligamentos tem-se a de

estabilizar a mesma e permitir o movimento e retorno à posição ortostática ao

flexioná-la, devido sua elasticidade, através do auxilio dos tendões e músculos

inseridos na mesma conforme descrito por Oliver; Middleditch (1998).

Ainda segundo Norkin; Levangie (2001), o sistema ligamentar da coluna

vertebral é extenso e consiste de duas partes: uma que une vértebras

individuais e adjacentes; e outra que liga uma série de vértebras numa

15

unidade. A integridade destes dois sistemas é necessária para a estabilidade

da coluna em movimento ou em repouso; porém, a sustentação total da coluna

exige assistência muscular.

1.1.4 Ligamento longitudinal anterior

Trata-se de uma faixa resistente que se posiciona anteriormente em

relação ao corpo vertebral. O mesmo é mais estreito e espesso próximo aos

corpos vertebrais, e mais delgado próximo ao disco intervertebral. Este

ligamento consiste de várias camadas com fibras fixas às margens superiores

e inferiores dos discos intervertebrais e dos corpos vertebrais. As fibras

superficiais longas se estendem sobre três ou quatro vértebras, já as fibras

medianas por duas ou três, enquanto que as fibras mais profundas estão

ligadas às vértebras adjacentes, como discorrido por Oliver; Middleditch (1998).

1.1.5 Ligamento longitudinal posterior

Para Oliver; Middleditch (1998), tal ligamento se encontra

posteriormente ao corpo vertebral, ocupando o interior do canal vertebral e

inserindo-se no corpo do áxis, ligando-se então às bordas dos discos

intervertebrais e dos corpos vertebrais. É constituído por fibras superficiais que

se estendem por três ou quatro vértebras e por fibras profundas que se

estendem entre as vértebras adjacentes. A separação das extremidades

posteriores dos corpos vertebrais é impedida por este ligamento.

1.1.6 Ligamento amarelo

É predominantemente constituído por tecido elástico amarelo e se

conecta às lâminas adjacentes. Sendo os mesmos curtos, espessos e se

fundindo na linha média com o ligamento contralateral. Superiormente é

inserido na metade inferior da superfície anterior da lâmina e da região inferior

do pedículo, e sua porção medial liga-se à superfície superior e dorsal da

lâmina subjacente, enquanto a lateral passa em frente da articulação apofisária

16

formada pelas duas vértebras conectadas pelo ligamento, de acordo com

relatos de Oliver; Middleditch (1998).

1.1.7 Ligamentos intertransversais

Ainda para Oliver; Middleditch (1998), tais ligamentos apresentam-se

como pequenas fitas fibrosas entre os processos transversos das vértebras e

são diferentes, pois suas fibras colágenas não são tão compactadas; separam

os músculos lombares anteriores da musculatura lombar anterior.

1.1.8 Ligamentos interespinhais

São conectados aos processos espinhosos contíguos fixando-se da raiz

até o ápice de cada processo espinhoso. São contínuos com o ligamento

supra-espinhoso posteriormente e com os ligamentos amarelos anteriormente,

como mencionado por Oliver; Middleditch (1998).

1.1.9 Ligamentos supra-espinhosos

São semelhantes a um cordão fibroso que se conecta aos ápices dos

processos espinhosos de C7 até o sacro. Tanto o ligamento interespinhoso

como o supra-espinhoso opõe-se à separação dos processos espinhosos

durante a flexão da coluna vertebral, como observado por Oliver; Middleditch

(1998).

1.2 Articulações

Para Norkin; Levangie (2001), existem dois tipos principais de

articulações na coluna vertebral: as articulações cartilaginosas do tipo sínfise,

entre os corpos vertebrais e os discos interpostos; e articulações do tipo

sinoviais, entre os processos articulares superiores de uma vértebra, e

processos articulares inferiores de uma vértebra adjacente acima.

17

1.2.1 Articulações dos corpos vertebrais

Possuem a função de suportar o peso e a resistência, sendo

cartilaginosas. Cujas faces articulares das vértebras adjacentes unem através

dos discos intervertebrais e ligamentos, de acordo com Oliver; Middleditch

(1998).

1.2.2 Articulações dos arcos vertebrais

São do tipo sinoviais planas, e estão presentes entre os processos

articulares superiores e inferiores das vértebras adjacentes. Sendo que cada

articulação está envolvida por uma fina cápsula articular, frouxa, fixada nas

margens dos processos articulares das vértebras adjacentes.

1.2.3 Articulações sacroilíacas

Também são do tipo sinovial, porém mais fortes, suportando o peso

entre as faces dos ossos do sacro e do ílio. Mas são diferenciadas, pois

possuem pouca mobilidade devido sua função durante a transmissão do peso

da maior parte do corpo aos ossos do quadril.

1.2.4 Articulações costovertebrais

Oliver; Middleditch (1998), referem que são do tipo sinovial planas, e

articula-se aos tubérculos das costelas com os processos transversos das

vértebras torácicas correspondentes.

1.3 Músculos

Os músculos da coluna vertebral desempenham importante função na

manutenção de sua estabilidade, equilíbrio, movimentação e ainda participam

nos mecanismos de absorção de impactos, protegendo a coluna de grandes

sobrecargas. A musculatura do tronco constitui metade da musculatura do

corpo, constituindo as maiores massas musculares do organismo. Os músculos

18

do tronco têm a função de proporcionar flexão, extensão, flexão lateral para a

direita e para a esquerda, rotação para a direita e para esquerda e circundução

da coluna. Além de manter a postura ereta devido à contração de vários

músculos permanentemente, como reportado por Oliver; Middleditch (1998).

Para Norkin; Levangie (2001), existem muitos músculos que contribuem

para a estabilidade da coluna, além de contribuírem também para a mobilidade

da mesma.

1.3.1 Músculos eretores da coluna

Os músculos eretores da coluna são divididos em dois grupos, que são

os superficiais que vão da fáscia toracolombar até o crânio, sendo compostos

de elementos musculares longos. Enquanto que os profundos, possuem a

mesma disposição do grupo superficial , porém formados por um sistema

vertical que abrange os músculos interespinhais e intertransversários que

correm verticalmente, e um sistema oblíquo, constituído de músculos curtos

que correm obliquamente ao eixo longitudinal como referido por Norkin;

Levangie (2001).

1.4 Disco intervertebral

Os discos intervertebrais são encontrados em toda extensão da coluna

entre os corpos vertebrais, exceto entre a primeira e a segunda vértebra

cervical. Os dois componentes básicos da estrutura do disco são o anel fibroso

que constitui a parte externa, e o núcleo pulposo que compreende a parte

interna, formando uma articulação fibrocartilaginosa.

O disco intervertebral, que consiste no anel fibroso e no núcleo pulposo,

é um componente do complexo triarticular entre duas vértebras adjacentes. A

estrutura do disco dita sua função. (KISNER; COLBY, 2005, p.593)

Os discos intervertebrais, que compõe cerca de 20% a 33% do comprimento da coluna vertebral, aumentam em diâmetro desde a região cervical até a região lombar. a espessura dos discos varia de aproximadamente 3 mm na região cervical, até cerca de 9 mm na região lombar. Embora os

19

discos sejam maiores na região lombar e menores na região cervical, a relação entre a espessura discal e altura do corpo vertebral é maior nas regiões cervical e lombar, e menor na região torácica. Quanto maior for esta relação, maior será a mobilidade e, portanto, as regiões cervical e lombar possuem maior mobilidade do que a região torácica. (NORKIN;LEVANGIE, 2001, p.129)

O disco intervertebral ainda possui um papel vital no funcionamento da

coluna, apresentando como principais funções à permissão e restrição dos

movimentos das articulações intersomáticas atuando como principal

componente na transição de carga de um corpo vertebral a outro. Pois quanto

maior for a porção entre a espessura do disco e a altura do corpo vertebral,

maior será a mobilidade, fato esse referido por Oliver; Middleditch, (1998)

1.5 Mobilidade e Flexibilidade da Coluna Vertebral

Oliver; Middleditch, (1998), discorrem que para ocorrer maior

desempenho de movimentos funcionais normais da coluna vertebral a uma

ação coordenada do sistema neuromuscular agonista que o produz e do

antagonista que o controla. Sendo necessário haver mobilidade dos tecidos

moles, mobilidade articular, força e resistência à fadiga. Pois as atividades de

vida diária necessitam de um controle neuromuscular normal, sendo assim,

quando as articulações e os tecidos moles estão em alongamento ou

encurtamento contínuo, a mobilidade e a flexibilidade estarão sendo mantidas.

1.5.1 Mobilidade

Entende-se por mobilidade a capacidade para executar movimentos de

grande amplitude de movimentação, interligando força, resistência, velocidade,

coordenação e mobilidade para a performance física. Sendo que a mesma está

sempre ligada a diversos fatores como idade, gênero, tipo de tecido,

temperatura, estado mental, hora do dia, grau de condicionamento, presença

de doenças degenerativas ou inflamatórias da coluna ou articulações,

deformidades adquiridas ou congênitas, de acordo com relatos de Schneider;

Spring; Trischler (1995).

20

Ainda para Schneider; Spring; Trischler (1995), a mobilidade é dividida

em dois componentes, a capacidade de extensão e flexibilidade. Sendo que a

capacidade de extensão depende dos músculos, tendões, ligamentos e

cápsulas articulares, enquanto a flexibilidade se relaciona com as

características das articulações e dos discos intervertebrais.

Para tais autores, na amplitude de movimento os segmentos vertebrais e

as articulações apresentam diferentes limites de mobilidade para cada

movimento, conforme a movimentação for realizada passiva e ativamente. Os

limites anatômicos da mobilidade são atingidos através da movimentação

passiva, ou seja, colocando força sobre a articulação. Os limites fisiológicos da

mobilidade são atingidos com as movimentações ativas.

Tanto a hipomobilidade como a hipermobilidade são tipos de

mobilidades patológicas. Na hipomobilidade ocorre uma restrição da

mobilidade articular, podendo ser tratado através de alongamentos para

distensão dos tecidos encurtados. Na hipermobilidade ocorre o excesso da

mobilidade articular, podendo ser tratado com mobilizações leves dentro dos

limites de mobilidade, como citado por Schneider; Spring; Trischler (1995).

1.5.2 Flexibilidade

Para Schneider; Spring; Trischler (1995), a flexibilidade é definida como

uma qualidade física máxima responsável pela execução de movimentos

voluntários de amplitude por uma articulação ou conjunto de articulações

dentro dos limites morfológicos, sem o risco de lesioná-las. Relaciona-se

principalmente à elasticidade muscular e à maleabilidade da pele, que estão

sempre ligadas a vários fatores, tais como a idade, pois quanto maior a idade

do indivíduo menor é a sua flexibilidade, o gênero feminino em geral possui

maior flexibilidade quando comparados aos homens, a individualidade biológica

também apresenta particularidades, pois pessoas do mesmo gênero e idade

possuem graus totalmente diferentes de flexibilidade, dependendo da estrutura

óssea e da elasticidade dos músculos, o estado de condicionamento físico que

faz com que tal elasticidade muscular reduza com a inatividade, e a tonicidade

muscular devido o tônus muscular compreender o grau de firmeza dos tecidos

musculares.

21

A flexibilidade pode ser classificada como dinâmica, sendo relacionada

com a amplitude máxima de movimento através dos músculos, onde

dependendo do grau pode ser movida através de uma contração muscular e da

quantidade de resistência do tecido encontrado durante os movimentos ativos.

É de grande importância a flexibilidade, pois ela apresenta papel

predominante na capacidade motora do indivíduo, influenciando em diversos

aspectos da motricidade humana conforme referido por Schneider; Spring;

Trischler (1995).

Para desenvolver a flexibilidade, melhora-se primeiro a qualidade

postural elástica e dinâmica, para depois se preocupar com a tensão de

alongamentos e finalmente com a amplitude de movimento. (ACHOUR

JUNIOR, 2006, p.185)

Para Weineck (2000), existem também vários fatores que são limitantes

da flexibilidade, como as cicatrizes que além de limitarem a flexibilidade podem

conduzir o enfraquecimento dos tecidos adjacentes, estas podem ser causadas

por lesões ou inflamações. A massa muscular e as gorduras corporais também

podem influenciar na flexibilidade devido às limitações mecânicas promovidas.

E os ligamentos, cápsulas articulares, tendões, pele e tecidos contráteis

acometidos para contraturas diminuem significativamente a flexibilidade.

1.6 Medidas de Mobilidade e Flexibilidade

1.6.1 Índice de Shober

Como descrito por Marques (2003), o Índice de Shober tem por

finalidade medir a mobilidade do segmento lombossacral da região lombar.

Para que o examinador execute tal técnica propedêutica, é necessário

que o indivíduo examinado, esteja em posição ortostática, com os pés juntos e

joelhos estendidos.

Utilizando um lápis dermatográfico, o examinador traça uma linha unindo

as espinhas ilíacas póstero-superiores, e com uma fita métrica se mede 10 cm

acima desta linha, traçando-se outra linha.

Traçadas as linhas demarcadas pelo examinador nos locais

supradescritos, pede-se para o indivíduo que realize uma flexão anterior do

22

tronco, deslocando este segmento corporal até o limite suportado pelo mesmo.

Após a realização do movimento, o examinador medirá então a distância entre

as duas linhas traçadas inicialmente no exame.

Depois de mensuradas as distâncias supradescritas entre as retas,

podem avaliar se a coluna lombossacral do mesmo apresenta uma boa

mobilidade ou até mesmo uma mobilidade normal. Sendo que em indivíduos

que não apresentam processos patológicos que possam afetar tal segmento,

geralmente se observa um deslocamento de aproximadamente 5 cm ou um

valor acima deste.

1.6.2 Índice de Stibor

Como descrito por Marques (2003), o Índice de Stibor tem por finalidade

medir a flexibilidade da coluna vertebral.

Para a realização deste índice o indivíduo deverá estar em posição

ortostática, com os pés juntos e joelhos estendidos.

Com um lápis dermatográfico o examinador traça uma linha unindo as

duas espinhas ilíacas póstero-superiores e outra linha no processo espinhoso

da sétima vértebra cervical. Com uma fita métrica mede-se à distância de tais

pontos assinalados, e em seguida pede-se para o mesmo que realize flexão

anterior do tronco, medindo-se então novamente a distância entre os pontos

demarcados.

O Índice de Stibor é a diferença da distância entre as espinhas ilíacas

póstero-superiores e a sétima vértebra cervical em posição ortostática e em

flexão anterior. Sendo assim, será considerada mobilidade normal os

indivíduos que apresentarem uma distância maior que 10 cm.

1.6.3 Teste do 3º dedo solo

Segundo Marques (2003), o Teste do 3º dedo solo tem por finalidade

medir a flexibilidade global do indivíduo.

Para que se possa realizar tal teste deve-se posicionar o indivíduo

adequadamente em posição ortostática, pés juntos e joelhos estendidos.

Solicitando então, que o mesmo realize flexão máxima anterior do tronco sem

23

flexionar os joelhos, devendo o mesmo manter a cabeça relaxada, desta forma

se mensura com uma fita métrica a distância do 3º dedo ao solo de ambas as

mãos.

Em indivíduos que apresentem boa flexibilidade global, esta distância

estará diminuída ou até mesmo abolida, pois os mesmo conseguem aproximar

ou até mesmo tocar os dedos junto ao solo, inversamente àqueles que

apresentam hipomobilidade global, onde a distância dos dedos ao solo é maior.

1.7 Índice de Massa Corporal (IMC)

Descreve as possíveis aplicações na avaliação do estado nutricional do

indivíduo, sendo o mesmo calculado pela razão entre a massa corporal em

quilogramas, pelo quadrado da estatura em metros, indicando assim o estado

nutricional dos indivíduos.

Para Semençato Jr. (2007) valores entre 25 a 30 kg/m2 se classificam

limites para pessoas de sobrepeso ou excesso de peso; de 30 a 35 kg/m2

obesidade leve; entre 35 a 40 kg/m2 obesidade moderada e acima de 40 kg/m2

obesidade mórbida. Já indivíduos que apresentem valores abaixo de 20 kg/m2

são considerados portadores de magreza, baixo peso e até mesmo desnutridos

aqueles que apresentam índice abaixo de 18,5 kg/m2. Assim se considera

baixo peso (IMC < 20 kg/m2) e normal (20 kg/m2 < IMC < 25 kg/m2). Podendo

ser considerado o valor de 25 kg/m2 como limite máximo para normalidade.

Apesar de o IMC não indicar a composição corporal, a facilidade de sua

mensuração e a grande disponibilidade de dados de massa corporal e estatura

facilita a indicação do estado nutricional dos indivíduos.

2 O EXPERIMENTO

2.1 Casuística e Método

Na realização da presente pesquisa, ocorrida nas dependências do

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins, houve certa

preocupação quanto às condições ambientais para execução da mesma;

24

sendo assim, selecionou-se uma sala adequadamente adaptada com espaço

específico para coleta dos dados gerais pertinentes aos acadêmicos avaliados,

sendo que os mesmos, permaneciam sentados individualmente à frente do

examinador, de forma que estes se sentissem seguros e confiantes durante a

formulação de suas respostas inerentes ao breve questionário aplicado para

que dessa forma se pudesse obter informações precisas de cada sujeito, na

tentativa de melhor categorização da amostra participante dessa. Organizou-se

na mesma sala um local com espaço apropriado para realização dos

procedimentos referentes às mensurações executadas na coluna vertebral,

para correta obtenção e registro dos valores, tendo em vista que os

acadêmicos permaneciam individualmente com o mínimo de vestimentas

possíveis para obter maior precisão do peso corporal numericamente expresso

no display da balança digital utilizada, além da correta análise da estatura e

acesso aos pontos anatômicos demarcados e utilizados para aquisição de

informações necessárias ao presente trabalho.

Também fora controlada temperatura durante a execução dessa, sendo

a mesma monitorizada em torno de 24 a 26 °C; para que dessa forma o

ambiente pudesse permanecer sob condições adequadas e favoráveis para

realização das avaliações e registros referentes à flexibilidade e mobilidade da

coluna vertebral dos acadêmicos do curso de Fisioterapia e Educação Física

do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins, SP.; tais

procedimentos ocorreram no mês de setembro de 2007 no período vespertino

e noturno, conforme horários distintos pertinentes às aulas de ambos os

cursos.

Para tanto, foram selecionados não aleatoriamente n(20) acadêmicos

do curso de Fisioterapia e n(20) do curso de Educação Física da Instituição

supracitada, formando uma amostra de n(40) sujeitos de ambos os gêneros,

sendo n(25) femininos e n(15) masculinos; submetidos à avaliação de alguns

índices e teste para mensuração da flexibilidade e mobilidade da coluna

vertebral, se realizando posteriormente estudos comparativos propostos para

confecção do presente estudo.

Assim, foram estabelecidos alguns critérios de inclusão para

participação desta como: disponibilidade para realização das mensurações

previamente propostas e esclarecidas pela pesquisadora responsável pelo

25

trabalho; assinatura prévia do consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE

C); estado geral de saúde bom com ausência de qualquer tipo de processo

patológico; além de serem acadêmicos regularmente matriculados nos cursos

de Fisioterapia e Educação Física do Centro Universitário Católico Auxilium de

Lins. Compreendendo critérios de exclusão para essa, aqueles sujeitos que

não apresentassem os propósitos estabelecidos para a inclusão da mesma.

.Durante a execução técnica referente ao propósito último desta

pesquisa, foram utilizados equipamentos pertinentes às avaliações propostas

para confecção da mesma como: Balança digital para aquisição do peso

corporal em Kg; paquímetro para identificar a estatura ortostática em metros;

lápis dermatográfico para identificação dos pontos anatômicos e fita métrica

para averiguar as demarcações referentes a cada mensuração executada

durante a obtenção e registro dos dados propostos nesta pesquisa.

A coleta dos dados referentes à flexibilidade e mobilidade da coluna

vertebral dos acadêmicos envolvidos foi através de dois índices e um teste

(APÊNDICE A) e (APÊNDICE B); sendo que para realização do Índice de

Shober o indivíduo era solicitado a ficar em posição ortostática com os joelhos

estendidos e os pés juntos, enquanto o examinador se posicionava

posteriormente, realizando com o lápis dermatográfico uma reta unindo as duas

espinhas ilíacas póstero-superiores e uma segunda linha dez centímetros

acima da primeira; em seguida solicitava-se que o indivíduo realizasse uma

flexão anterior do tronco até o limite suportado, devendo o mesmo permanecer

com os joelhos em extensão e os pés juntos conforme supracitado, em seguida

o examinador mensurava através de uma fita métrica a distância entre as duas

linhas traçadas inicialmente, obtendo dessa forma o valor inerente à medida da

mobilidade do segmento lombossacral, conforme descrito por Marques (2003).

Em seguida para avaliação do Índice de Stibor fora solicitado e executado o

mesmo procedimento supradescrito, porém assinalando o processo espinhoso

da sétima vértebra cervical (proeminente), realizando-se através de uma fita

métrica a medida e o registro da distância entre os pontos das espinhas ilíacas

póstero-superiores e a sétima vértebra cervical, estando o sujeito em

ortostatismo e em seguida solicitava-se ao mesmo que realizasse flexão

anterior do tronco como executado durante a averiguação do Índice de Shober,

realizando dessa forma, uma nova medida entre os pontos envolvidos em tal

26

índice, posteriormente realizando cálculo matemático para obtenção da

diferença entre o valor obtido durante o ortostatismo e durante a flexão do

tronco, observando dessa forma a flexibilidade da coluna vertebral conforme

referido por Marques (2003). Por último foi realizado o Teste 3º dedo solo,

proposto pela mesma autora supracitada, onde também foi solicitado que o

examinado ficasse em pé com os joelhos estendidos, os pés juntos e a cabeça

relaxada, pedindo que o mesmo executasse a flexão máxima do tronco e

medindo-se com uma fita métrica a distância entre o terceiro dedo da mão e o

solo, sendo tal medida realizada no terceiro dedo de ambas as mãos,

analisando assim a medida da flexibilidade global do indivíduo.

Após a realização de tais medidas e registrados seus respectivos

valores em ficha de acompanhamento dos casos (APÊNDICE A) e (APÊNDICE

B) foram executados cálculos matemáticos para tratamento estatístico

específico. Para tanto a análise empregada neste estudo fora quantitativa

descritiva, pois se partiu de um estudo transversal cujos dados foram

adquiridos de dois grupos de indivíduos em um momento definido, coletando-

se dados oriundos da observação, sobretudo a prevalência de um determinado

estado postural, refletindo na flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral,

apresentado pelos acadêmicos de Fisioterapia e Educação física. Dessa forma

de acordo com tal pesquisa quantitativa provêem-se as mensurações das

variáveis estabelecidas, procurando explicitá-las. Fora também realizada

estatística para duas amostras independentes, através do teste t de Student ,

observando se as variáveis mensuradas nos grupos distintos demonstravam

diferenças estatisticamente significativas, pressupondo-se a hipótese inicial

(H0) haver tais diferenças, adotando-se para tanto nível de significância de p

0,05. Assim foram realizados tratamentos dos dados em planilhas dos

programas BioEstatic 2.0® e Microsoft Excel®; incluindo valores adquiridos

para melhor categorização da população pesquisada. Tais dados foram

resumidos em gráficos contendo porcentagens, tabelas com valores máximos,

mínimos, médias e desvio-padrão referente a cada acadêmico analisado.

3 RESULTADOS

A seguir serão explicitados valores obtidos durante as mensurações

27

propostas para presente pesquisa, bem como caracterização da população de

acordo com gráficos de porcentagens dos dados coletados e analisados, além

de tabelas contendo tratamentos estatísticos inerentes a essa.

38%

62%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

PORCENTAGEM GERAL

MASCULINO FEMININO

Fonte: Elaborado pela autora, 2007.

Gráfico 1: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo com o gênero dos mesmos.

67%

33%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

PORCENTAGEM GERAL

SIM NÃO

Fonte: Elaborado pela autora, 2007.

Gráfico 2: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo com hábitos de etilismo.

28

25%

75%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

PORCENTAGEM GERAL

SIM NÃO

Fonte: Elaborado pela autora, 2007.

Gráfico 3: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo com hábitos de tabagismo.

55%

45%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

PORCENTAGEM GERAL

REGULAR IRREGULAR

Fonte: Elaborado pela autora, 2007.

Gráfico 4: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo com seus respectivos hábitos alimentares.

29

Fonte: Elaborado pela autora, 2007.

Gráfico 5: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo com a presença ou ausência de processos álgicos presentes na coluna vertebral.

25%

72%

3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

PORCENTAGEM GERAL

SIM NÃO CASUALMENTE

Fonte: Elaborado pela autora, 2007.

Gráfico 6: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo com a prática regular na execução de alongamentos.

50%

45%

5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

PORCENTAGEM GERAL

SIM NÃO CASUALMENTE

30

35%

57%

8%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

PORCENTAGEM GERAL

SIM NÀO CASUALMENTE

Fonte: Elaborado pela autora, 2007.

Gráfico 7: Porcentagens dos acadêmicos de ambos os cursos de acordo com a prática regular na execução de atividades físicas.

Ressalta-se que os acadêmicos de ambos os cursos do UNISALESIANO

de Lins/SP, responderam questionário com perguntas referentes aos hábitos

individuais (APÊNDICE A) e (APÊNDICE B), para melhor caracterização da

população participante dessa:

Tabela 1: Representa valores máximos, mínimos, a média e o desvio-padrão de todos os acadêmicos de ambos os gêneros e cursos avaliados n(40).

Funções Idade Estatura Peso IMC

Máximo 34 1.93 86.5 30

Mínimo 18 1.46 47.4 19

Média 22 1.70 66.8 23

Desvio Padrão ± 3.58 ± 0.11 ± 11.051 ± 2.81

Fonte: Elaborado pela autora, 2007

31

Tabela 2: Representa valores máximos, mínimos, além da média e desvio-padrão dos acadêmicos de ambos os gêneros do curso de Educ. Física n(20).

Fonte: Elaborado pela autora, 2007

Tabela 3: Representa valores máximos, mínimos, além da média e desvio-padrão dos acadêmicos de ambos os gêneros do curso de Fisioterapia n(20).

Funções Idade Estatura Peso IMC

Máximo 28 1.93 82.5 26

Mínimo 18 1.46 47.4 19

Média 21 1.68 62.6 22

Desvio Padrão ± 2.3 ± 0.13 ± 10.8 ± 2.2

Fonte: Elaborado pela autora, 2007

Tabela 4: Representa valores máximos, mínimos, além da média e desvio-padrão dos acadêmicos de ambos os gêneros do curso de Educação Física n(20).

Funções Stibor Inicial Stibor Final Difer. Stibor

Shober 3º Dedo

Máximo 57 70 15 18 32

Mínimo 43 54 8 13 0

Média 49 61 11 16 6

Desvio Padrão

± 4.1 ± 4.5 ± 1.8 ± 1.1 ± 10.0

Fonte: Elaborado pela autora, 2007

Tabela 5: Representa valores máximos, mínimos, além da média e desvio-padrão dos acadêmicos de ambos os gêneros do curso de Fisioterapia n(20).

Funções Stibor Inicial Stibor Final Difer. Stibor

Shober 3º Dedo

Máximo 56 68 15 17 30

Mínimo 40 50 9 14 0

Média 46 57 11 16 12

Desvio Padrão

± 4.5 ± 5.0 ± 1.5 ± 0.9 ± 10.4

Fonte: Elaborado pela autora, 2007

Funções Idade Estatura Peso IMC

Máximo 34 1.87 86.5 30

Mínimo 19 1.57 51.1 19

Média 23 1.72 71.0 24

Desvio Padrão ± 4.3 ± 0.08 ± 9.9 ± 3.0

32

Tabela 6: Teste t para duas amostras independentes; verificando dados obtidos nos acadêmicos de Educação Física e Fisioterapia, através das diferenças entre a primeira e a subseqüente mensuração estabelecida para aquisição do Índice de Stibor.

t presumindo variâncias equivalentes

Educação Física

Fisioterapia

Média 11.2 11.075Variância 3.194736842 2.244078947Observações 20 20P(T<=t) bi-caudal 0.811849082 t crítico bi-caudal 2.024394234 Fonte: Elaborado pela autora, 2007

Demonstra análises de variâncias equivalentes (p>0,05), observando-se no teste t (p>0,05) que as diferenças não são estatisticamente significativas para tal Índice.

Tabela 7: Teste t para duas amostras independentes; verificando dados obtidos nos acadêmicos de Educação Física e Fisioterapia, estabelecida para aquisição do Índice de Shober.

t presumindo variâncias equivalentes

Educação Física

Fisioterapia Média 15.775 15.6Variância 1.223026316 0.884210526Observações 20 20P(T<=t) bi-caudal 0.592939654 t crítico bi-caudal 2.024394234 Fonte: Elaborado pela autora, 2007

Demonstra análises de variâncias equivalentes (p>0,05), se observando no teste t (p>0,05), que as diferenças não são estatisticamente significativas para tal Índice.

Tabela 8: Teste t para duas amostras independentes; verificando dados obtidos nos acadêmicos de Educação Física e Fisioterapia, estabelecido para aquisição do Teste Terceiro Dedo Solo.

t presumindo variâncias equivalentes

Educação Física

Fisioterapia Média 5.525 11.9375Variância 99.19671053 108.828125Observações 20 20P(T<=t) bi-caudal 0.05 t crítico bi-caudal 2.024394234

Fonte: Elaborado pela autora, 2007

Demonstra análises de variâncias equivalentes (p>0,05), observando-se no

teste t (p=0,05) que as diferenças são estatisticamente significativas para tal

Índice.

33

Os acadêmicos dos cursos de Educação Física e Fisioterapia do

UNISALESIANO de Lins que participaram desta pesquisa possuíam média de

idade em cerca de 22 anos, sendo 62% do gênero feminino; do grupo total de

acadêmicos, 67% possuem hábitos etílicos e apenas 25% são tabagistas; 55%

apresentam hábitos alimentares regulares e 50% do grupo apresenta processo

álgico na coluna lombar, sendo que 72% não possuem hábitos para realização

de alongamentos e 57% não realizam atividade física habitualmente. A média

geral do grupo para o IMC demonstrou valor em cerca de 23Kg/m2, estando

dentro dos limites para normalidade.

Os testes demonstraram que os acadêmicos de ambos os cursos

possuem as médias dentro das normalidades, para o Índice de Shober, pouco

acima dos valores preconizados para o Índice de Stibor. E para o Teste do

Terceiro dedo Solo revela diferenças estatisticamente significativas entre os

grupos, demonstrando melhor empenho inerente aos acadêmicos de Educação

Física que participaram dessa.

4 DISCUSSÃO

Hall (2000) descreve que a coluna vertebral é um segmento complexo e

funcional significativo do corpo, permitindo movimentação em seus três planos

de movimento, podendo variar de uma região para outra a amplitude de

movimento em cada segmento móvel, devido às contenções anatômicas. Para

Kapandji (1990), tal segmento se trata do eixo do corpo que concilia dois

imperativos mecânicos contraditórios: a rigidez e a flexibilidade, sendo que a

mesma consegue essa façanha devido à sua arquitetura. Sendo assim, a

flexibilidade do eixo vertebral ocorre devido à estrutura da mesma, composta

de múltiplas peças superpostas, que são unidas entre si pelos elementos

musculares e ligamentares. Deste modo, esta pode se deformar apesar de

permanecer rígida sob influência dos tensores musculares. Knoplich (2003),

menciona que os movimentos em tal segmento são muito complexos graças a

resultantes de uma série de pequenos deslocamentos de tecidos moles e

ossos, atuando sob ação muscular.

34

Achour Junior (2002) refere que a mobilidade é a capacidade para

executar movimentos dentro de grande amplitude de movimentação. A

presente pesquisa se revestiu da importância inerente à avaliação propedêutica

inerente à flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral de acadêmicos dos

cursos de Educação Física e Fisioterapia do Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium de Lins, na tentativa de elucidar através de técnicas

executadas os contextos literários encontrados e levantados, acerca de tal

segmento do sistema músculo-esquelético, bem como sua função, conforme

supracitado pelos autores; de acordo com Achour Junior (2002), para se

desenvolver a flexibilidade, primeiramente se deve melhorar a qualidade

postural elástica e dinâmica, para posteriormente se preocupar com

alongamentos e amplitude de movimento, pois é muito mais importante superar

os desafios das situações diárias do que determinar o índice de flexibilidade.

Parece não haver uma definição consensual para flexibilidade na

literatura especializada. Para Alter (1996), diferentemente da elasticidade, que

traduz a propriedade de um tecido retornar ao seu formato inicial. Além disso,

encontra-se o termo extensibilidade, definido como a amplitude na qual a

articulação pode ser movida passivamente, considerando-se a influência do

comprimento muscular, de acordo com Göeken; Hof (1993) e Gajdosik (2001).

A definição adotada, no estudo, considera flexibilidade como a capacidade de

movimentar uma articulação através da sua amplitude de movimento (ADM)

disponível, sem atingir demasiado estresse músculotendíneo, conforme

referido por Alter (1988). Baseando-se na relação da flexibilidade e ADM

articular Alter (1996) e Magnusson, et al.(1997), referem que testes clínicos são

aplicados para avaliar a normalidade ou limitação da ADM. Esses testes são

caracterizados por movimentos que aumentam a distância entre origem e

inserção muscular, literalmente alongando o músculo em questão com o

objetivo de testá-lo, como reportado por Kendall; McCrearv; Provance (1995).

Na presente pesquisa foram utilizados os Índices de Shober e Stibor,

bem como o Teste do Terceiro dedo Solo, para se obter dados inerentes a

flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral dos acadêmicos envolvidos na

mesma, conforme demonstrado por Marques (2003),

35

Para Alter (1988), a flexibilidade é a capacidade de mover as

articulações e os músculos em todas as amplitudes de movimento, sendo o

termo flexibilidade caracterizado pelo grau de movimento normal. Assim, a

flexibilidade pode desenvolver-se quando os músculos e tecidos conjuntivos

são alongados por meio de adequados alongamentos e exercícios regulares,

ou seja, a flexibilidade é específica de uma determinada articulação e ação

articular, sendo assim, a amplitude de movimento é específica de cada

articulação do corpo.

Salminen, et al.(1993) discorre que dados obtidos de uma população de

indivíduos jovens sugerem que a incidência de dor lombar é menor em

indivíduos ativos. Em adição, também tem sido relatado por Kujala; Salminen;

Taimela (1992) que, em uma população de atletas, a incidência de dor lombar

é maior em atletas de elite. Em termos biomecânicos, para Carpenter;

Brigham; Welsch (1994), dependendo do tipo de esporte, atletas

freqüentemente tendem a absorver carga repetitiva de baixa magnitude ou

impactos únicos de alta magnitude com maior freqüência do que indivíduos

ativos não atletas, contudo, tem sido demonstrado que a força e a resistência

isométrica de músculos da coluna vertebral de atletas não diferem

significantemente na comparação com não atletas, como reportado por Szuba;

Graves; Reider (1994). Esses resultados demonstram que, possivelmente, o

tipo de esporte bem como a freqüência e a intensidade com a qual o mesmo é

praticado podem ser determinantes para o desenvolvimento da dor lombar.

Pode-se observar na presente pesquisa que cerca de 72% dos sujeitos

não realizam atividades de alongamentos, porém 50% já apresentam

processos álgicos na região lombar da coluna vertebral, incluindo os

acadêmicos de Educação Física.

Achour Jr, (2002) descreve que a flexibilidade tem papel importante na

vida diária das pessoas, pois é importante aumentar a qualidade e a

quantidade dos movimentos, melhorar a postura corporal, diminuir os riscos de

lesões e favorecer a maior mobilidade nas atividades diárias e esportivas, pois

indivíduos sedentários tendem a ter um menor grau de flexibilidade, assim

como o nível de flexibilidade tende a diminuir com a idade. No presente estudo

notamos que além de hábitos de tabagismo 25% e etilismo 67%; 45% dos

36

sujeitos não apresentam hábitos alimentares adequados, e que apesar do IMC

não refletir altos índices, este deve ser um preocupante no futuro de tais

profissionais.

Para Dantas, (1995) a flexibilidade é bastante específica para cada

articulação podendo variar de indivíduo para indivíduo e até no mesmo

indivíduo com o passar do tempo. Esta individualidade biológica, como a

flexibilidade entre pessoas de mesmo gênero, estatura, idade e outros, é dada

por uma variação causada pelo genótipo do indivíduo. Para Gould (1993), os

testes de avaliação muscular têm por objetivo detectar um desequilíbrio

muscular produzido por debilidade muscular ou por falta de flexibilidade, ou até

mesmo por ambas, e devem ser verificados, precocemente, para prevenir

deformidades permanentes. De acordo com Smith; Weiss; Lehmkuhl (1997),

tais análises das ações musculares são essenciais para auxiliar na elucidação

diagnóstica e também para ser possível a prescrição de exercícios

terapêuticos. O termo força é usado para significar a habilidade de um músculo

produzir ou resistir a uma força. Para determinar essa força, mede-se a

quantidade de resistência que o sistema de uma alavanca muscular pode

vencer ou manter. Já para Alter (1996) a flexibilidade tem sido definida como

mobilização, liberdade para mover ou, tecnicamente, uma qualidade física

expressa pela amplitude de movimento. Pode ser avaliada em um grupo de

articulações ou, isoladamente, pela sua especificidade. A finalidade dos testes

de flexibilidade é determinar se o grau de movimentação articular, permitido

pelo comprimento do músculo, está normal ou limitado, conforme reportado por

Contursi, et al.(1990).

Podemos observar que tal aspecto inerente à coluna vertebral

independe do curso de graduação de escolha do indivíduo e que os mesmos

estão relacionados a fatores biológicos individuais e hábitos inerentes à vida

diária dos acadêmicos que participaram desta pesquisa, fato esse comprovado

estatisticamente, onde foram registradas diferenças apenas no Teste do

Terceiro dedo Solo; entretanto não ocorrendo tais diferenças ao analisar os

dados obtidos através das mensurações inerentes aos Índices de Stibor e

Shober, caracterizando desta forma uma população homogênea de

acadêmicos, independente do curso que realizam em suas graduações,

37

destacando apenas as condições gerais dos mesmos de acordo com a prática

de alongamentos, atividades físicas, hábitos alimentares, hábitos etílicos e

tabagistas, fatores esses que posteriormente podem comprometer outros sítios

fisiológicos dos mesmos.

5 CONCLUSÃO

Após a execução da presente pesquisa pode-se concluir que não

existem diferenças significativas em relação a dados levantados durante a

execução da propedêutica inerente a flexibilidade e mobilidade da coluna

vertebral de acadêmicos de Educação Física e Fisioterapia, sendo que os

sujeitos participantes desta apresentaram características homogêneas em

relação a tais fatores que envolvem tal segmento corporal.

Destaca-se que apesar de teoricamente os acadêmicos do curso de

Educação Física conterem na grade curricular de seu curso atividades físicas

em geral, quando comparado às disciplinas que envolvem a grade de

Fisioterapia, tal aspecto não demonstrou, de acordo com o explicitado e obtido

nessa favorecer a flexibilidade e mobilidade da coluna vertebral, deixando

indícios de que fatores biológicos e individuais possam interferir de forma mais

expressiva sob tal aspecto, ressaltando que o grupo fora composto de sujeitos

de ambos os gêneros, adultos jovens, fatores esses que contribuem para

obtenção de melhores resultados referentes ao proposto pela presente

pesquisa.

Deve-se ressaltar que hábitos posturais adequados, práticas regulares

de atividades físicas, aspecto nutricional regular, entre outros, são fatores

essenciais para melhor desenvolvimento músculo-esquelético; apesar de não

ser o propósito último desta levantar tais questões e aspectos, bem como

críticas às grades curriculares pertinentes ao grupo pesquisado; mas tentar

obter dados referentes à faixa etária e propedêutica executada, em virtude da

dificuldade de se obter referências literárias para melhor corroboração dos

dados pertinentes ao propósito último dessa. Os testes realizados nessa

possuem alta reprodutibilidade, baixo custo, fácil realização, fornecendo dados

de suma importância na propedêutica do segmento corporal avaliado.

38

A realização da presente pesquisa contribuiu para o enriquecimento

sobre o assunto, aprofundando o tema abordado, bem como destacando que a

mesma não se esgota por aqui, devendo-se realizar posteriores estudos com

número maior de sujeitos, se executando tais mensurações em momentos e

situações distintas de acordo com a particularidade da população escolhida

para tal.

39

REFERÊNCIAS

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43

APÊNDICES

44

APÊNDICE A Ficha de Avaliação dos acadêmicos de Educação Física

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Nome: Idade: Gênero ( )m ( )f Semestre: Procedência: Peso: Estatura: Etilista: ( )s ( )n

Tabagista: ( )s ( )n Alimentação: ( ) regular ( ) irregular

Apresenta Dores na Coluna Vertebral: ( )s ( )n ( )casual Local: Realiza Alongamentos: ( )s ( )n ( )casual Região: Realiza Atividade Física: ( )s ( )n ( )casual Qual:

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL

Índice de STIBOR Valor Ortostático: Valor em Flexão: Índice de SHOBER

Valor Ortostático: Valor em Flexão:

3º Dedo solo Dedo Direito: Dedo Esquerdo: Média:

Nome: Idade: Gênero ( )m ( )f Semestre: Procedência: Peso: Estatura: Etilista: ( )s ( )n

Tabagista: ( )s ( )n Alimentação: ( ) regular ( ) irregular

Apresenta Dores na Coluna Vertebral: ( )s ( )n ( )casual Local: Realiza Alongamentos: ( )s ( )n ( )casual Região: Realiza Atividade Física: ( )s ( )n ( )casual Qual:

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL

Índice de STIBOR Valor Ortostático: Valor em Flexão: Índice de SHOBER

Valor Ortostático: Valor em Flexão:

3º Dedo solo Dedo Direito: Dedo Esquerdo: Média:

45

APÊNDICE B Ficha de avaliação dos acadêmicos de Fisioterapia

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE DE ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA

Nome: Idade: Gênero ( )m ( )f Semestre: Procedência: Peso: Estatura: Etilista: ( )s ( )n

Tabagista: ( )s ( )n Alimentação: ( ) regular ( ) irregular

Apresenta Dores na Coluna Vertebral: ( )s ( )n ( )casual Local: Realiza Alongamentos: ( )s ( )n ( )casual Região: Realiza Atividade Física: ( )s ( )n ( )casual Qual:

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL

Índice de STIBOR Valor Ortostático: Valor em Flexão: Índice de SHOBER

Valor Ortostático: Valor em Flexão:

3º Dedo solo Dedo Direito: Dedo Esquerdo: Média:

Nome: Idade: Gênero ( )m ( )f Semestre: Procedência: Peso: Estatura: Etilista: ( )s ( )n

Tabagista: ( )s ( )n Alimentação: ( ) regular ( ) irregular

Apresenta Dores na Coluna Vertebral: ( )s ( )n ( )casual Local: Realiza Alongamentos: ( )s ( )n ( )casual Região: Realiza Atividade Física: ( )s ( )n ( )casual Qual:

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE DA COLUNA VERTEBRAL

Índice de STIBOR Valor Ortostático: Valor em Flexão: Índice de SHOBER

Valor Ortostático: Valor em Flexão:

3º Dedo solo Dedo Direito: Dedo Esquerdo: Média:

46

APÊNDICE C Consentimento livre e informado

A pesquisa Análise Comparativa da Flexibilidade da Coluna Vertebral

em acadêmicos de Fisioterapia e Educação Física, através do Índice de

Shober, Índice de Stibor e Teste do 3º dedo solo tem o objetivo de verificar se

existem diferenças significativas nos valores referentes a comparação da

flexibilidade da coluna vertebral.

Qualquer dúvida em relação a esta pesquisa será imediatamente

esclarecida, estando o acadêmico livre para retirar seu consentimento e desistir

do estudo sem que isso venha prejudicá-lo.

Ao entrar no estudo, a sua identidade não será revelada, e qualquer

gasto necessário para realização deste estudo fica sob responsabilidade dos

pesquisadores.

__________________________________

Assinatura do responsável

__________________________________

Assinatura do professor orientador

Antonio Henrique Semençato Júnior

__________________________________

Assinatura da(o) acadêmica(o)

envolvida(o) na pesquisa

47

APÊNDICE D Dados gerais dos registros inerentes aos acadêmicos do curso

de Educação Física

Ed. Física Stibor Inicial Stibor Final Diferença Shober

3º Dedo

1 46 58 12 16 0 2 54 65 11 15 3 3 50 60 10 16 16 4 52 67 15 17 0 5 44 57 14 16 0 6 51 59 8 16 0 7 50 60 10 17 0 8 53 61 8 16 0 9 45 56 11 17 0 10 47 57 10 13 32 11 57 68 11 15 0 12 47 60 13 16 17 13 44 54 10 15 0 14 48 59 11 18 0 15 51 63 12 17 16 16 51 61 10 17 0 17 47 58 11 16 0 18 43 55 12 14 1 19 56 70 14 15 26 20 53 65 12 16 0 MÁXIMO 57.0 70.0 15.0 18.0 32.0 MÍNIMO 43.0 54.0 8.0 13.0 0.0 MÉDIA 49.4 60.6 11.2 15.8 5.5 DESV. PAD 4.10 4.45 1.79 1.11 9.96

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APÊNDICE E Dados gerais dos registros inerentes aos acadêmicos do curso

de Fisioterapia

Fisioterapia Stibor Inicial Stibor Final Diferença Shober

3º Dedo

1 46 56 10 15 30 2 46 57 11 15 20 3 42 51 9 15 0 4 40 50 10 16 0 5 54 67 13 16 28 6 49 58 9 15 16 7 52 64 12 17 15 8 51 61 10 16 0 9 44 54 10 16 23 10 44 56 13 16 27 11 46 60 15 17 0 12 40 52 12 16 0 13 42 54 12 16 6 14 45 57 12 17 9 15 43 52 9 14 13 16 49 61 12 17 16 17 42 54 12 16 4 18 44 54 10 15 20 19 56 68 12 16 0 20 45 55 10 15 15 MÁXIMO 56.0 68.0 14.5 17.0 30.0 MÍNIMO 40.0 50.0 9.0 13.5 0.0 MÉDIA 45.9 57.0 11.1 15.6 11.9 DESV. PAD 4.48 5.04 1.50 0.94 10.43

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