avaliaÇÃo como elemento para aprimorar o processo ensino · o tema abordado em meu projeto de...
TRANSCRIPT
2
AVALIAÇÃO COMO ELEMENTO PARA APRIMORAR O PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM NAS DISCIPLINAS DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL DO
COLÉGIO ESTADUAL CORONEL JOAQUIM PEDRO DE OLIVEIRA.
Autora: Lidercí Bordin ¹
Orientador: Jorge Sobral da Silva Maia ²
Resumo
Este trabalho buscou alternativas para mudanças na prática docente em relação à
avaliação. Professores de diversas áreas fizeram parte do trabalho de realização do
projeto na escola. A participação dos mesmos foi através de grupos de estudo pelo
uso de textos adequados a assuntos relacionados com avaliação. Após a
compreensão dos mesmos, se fazia uma análise através de questões pertinentes ao
assunto e a opinião do grupo era colocada como instrumento para melhoria do
trabalho. Os resultados evidenciaram as seguintes categorias: conhecer um pouco
da prática docente no ensino fundamental desta instituição; retrospectiva de como a
avaliação foi aplicada ao longo da história, inclusive no Brasil; entre o ontem e o
hoje, rever as mudanças dentro da educação brasileira com referencia à avaliação;
sabemos usar as avaliações diagnóstica, formativa e somativa?
Que visão sadia tem de que o erro possibilita, a sua utilização de forma construtiva;
como os diversos instrumentos de avaliação devem ser escolhidos em função dos
objetivos da avaliação e do tipo de conteúdo que será avaliado.
Palavras-chave: Avaliação; formação de Professores; Educação Fundamental.
¹- Pós -graduação em metodologia e didática de ensino; atuo no Colégio Estadual Coronel Joaquim Pedro de Oliveira. E.F.M. Na cidade de Japira- Paraná. Pertencente ao NRE de Ibaiti - Pr. ²- Professor Adjunto Doutor de Ecologia e Educação Ambiental do Centro de Ciências Humanas e da Educação - Coordenador de Pesquisa de Campus - Universidade Estadual do Norte do Paraná.
3
1 Introdução
Este trabalho é o resultado de uma das etapas propostas pelo Programa de
Desenvolvimento Educacional - PDE, ofertado pela Secretaria de Estado da
Educação do Paraná. Programa inovador que tem por objetivo a formação
continuada dos profissionais da educação, em parceria com as Instituições de
Ensino Superior, no meu caso a UENP – Universidade do Norte do Paraná –
Campus de Jacarezinho – Paraná.
O tema abordado em meu projeto de intervenção é sobre a avaliação no
ensino de ciências e de outras disciplinas. Sendo a titulação voltada para a avaliação
como elemento para aprimorar o processo ensino aprendizagem na disciplina de
ciências da educação fundamental do Colégio Estadual Coronel Joaquim Pedro de
Oliveira da cidade de Japira pertencente ao NRE de Ibaiti onde sou professora da
disciplina de ciências.
A justificativa pela qual me levou a escolha deste tema está relacionada a
colocações feitas por SMOLE (2004, p,12).
No cotidiano da maioria de nossas escolas a avaliação ainda é refém de uma concepção psicométrica da inteligência, isto é, a avaliação é encarada como a medida da diferença entre o que o aluno produz e o que o professor ensinou durante certo período de tempo. A busca por provas objetivas, a elaboração de testes de rendimento escolar, formas de avaliações padronizadas, a classificação dos alunos em fortes, médios e fracos são práticas claramente amparadas na orientação psicométrica, que continuam sendo empregadas. Na prática escolar decorrente dessa concepção, o ato de avaliar permanece de modo geral centrado na busca de informações quantitativas e precisas, a partir das quais são atribuídas classificações aos alunos e tomadas de decisões unilaterais sobre suas competências, seus conhecimentos, suas possibilidades de continuar ou não aprendendo.
Ao final de uma etapa ou de uma fase de ensino, durante a qual se espera
que os alunos tenham concluído suas aprendizagens, são realizadas provas
escritas, geralmente individuais, que buscam cobrir todo conteúdo abordado pelo
professor.
A Lei 9394/96 ao estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional,
buscou criar condições legais para que cada escola pudesse se organizar para o
alcance dos objetivos propostos na Constituição de 1988 em relação à educação e
que espelham o anseio da sociedade brasileira de ter educados todos os seus
4
cidadãos, zelando por medidas de não exclusão de alunos pelo sistema escolar,
quer pela garantia de vagas, quer pela efetivação de uma aprendizagem bem-
sucedida.
“Mediante este desafio, tem sido defendida a necessidade de se substituir
uma concepção de avaliação escolar punitiva e excludente por uma concepção de
avaliação comprometida com o progresso e o desenvolvimento da aprendizagem”.
(OLIVEIRA, 1998, p.7).
Mesmo nos dias atuais a avaliação é um tema bastante complexo e de difícil
abordagem, pois existe ainda muita insegurança por parte de nós professores
avaliadora com relação a esse elemento. Percebemos que a cada ano que passa
cresce consideravelmente o número de alunos que necessitam ser aprovados pelo
conselho de classe isto é, na média anual não atinge o valor numérico determinado
pelo regimento escolar (média 6,0), e requer uma aceitação por parte dos
professores para que este aluno avançar.
É preocupante porque em algum momento do processo ensino-
aprendizagem pode estar acontecendo rupturas na forma de avaliar. Neste projeto,
momentos de estudo propuseram a discussão para esta problemática, levando em
conta o atendimento dos objetivos colocados onde se pretendia conhecer os
elementos determinantes da avaliação, buscando compreender como essa se
realiza e como contribui com o processo ensino-aprendizagem. Pelos estudos
realizados em grupos através de textos de apoio, tentamos buscar alternativas para
mudanças na prática docente em relação à avaliação. Não podemos deixar de
colaborar com ações que levem ao desenvolvimento da autonomia do aluno, que é
indissociavelmente social, moral e intelectual.
Os educadores não podem perder de vista, que o papel da escola é, além de
transmitir conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade, é facilitar
também o processo de elaboração destes conteúdos pelo aluno.
A escola pública brasileira, nas últimas décadas, passou a atender um número cada
vez maior de estudantes oriundos das classes populares. Ao assumir essa função,
que historicamente justifica a existência da escola pública, intensificou-se a
necessidade de discussões contínuas sobre o papel do ensino básico no projeto de
sociedade que se quer para o país. A avaliação como parte integrante do ensino-
aprendizagem não pode ficar fora destas discussões.
5
2 Desenvolvimento
A execução deste projeto foi deveras gratificante. Na elaboração do projeto
de intervenção pedagógica foi proposto nas estratégias de ação um espaço para
estudos em grupos de textos selecionados que vinham auxiliar os integrantes deste
trabalho a uma visão de como anda a nossa avaliação.
No início da realização do projeto na escola foi aplicado aos professores
participantes um questionário diagnóstico com a finalidade de detectar
características e dificuldades das práticas docentes relativas à avaliação no Ensino
Fundamental do Colégio Coronel Joaquim Pedro de Oliveira. Mas como nem tudo
que se planeja acontece nos “mínimos detalhes”, para complementar meu grupo de
estudo necessitei de recorrer a professores das mais diversas áreas (português,
inglês, história, filosofia, ensino religioso, pedagoga, biologia, incluindo professores
do ensino fundamental de 1ª ao 5º ano). Daí o motivo de se fazer uma alteração no
título do projeto.
Além de poder contar com as informações sobre estas dificuldades pude
também confirmar através deste questionário que nosso quadro do magistério sofreu
um avanço significativo com relação ao grau de formação acadêmica. Visto que em
algumas décadas se atribuía aulas a pessoas não qualificadas para o exercício do
magistério, como advogados, dentistas, farmacêuticos, bancários. Essas pessoas
não tinham o compromisso com a formação do indivíduo como hoje, onde o
professor, em sua formação acadêmica aprende que o aluno é a matéria-prima
valiosa que ele tem nas mãos e o resultado do seu sucesso depende de como esse
aluno será moldado por nós educadores.
Procedimentos
Questionário Diagnóstico (Apêndice 01)
Realizado com 08 (oito) grupos de 21(vinte e um) professores da Educação Básicos
Primeiro Ciclo.
6
Tabela 01: Caracterização dos grupos de trabalho
grupos Idade Qtde. De colaboradores por grupos
Tempo de trabalho em
escola pública
Disciplina ministrada
Nível que
leciona
Tem formação específica
para o exercício do magistério
Grupo 01 Entre 31 e
50 anos
Dois Mais de 16
anos
Ciências e
Pedagoga
6º ao 9º
ano
Licenciatura c/
Especialização
Grupo 02 Entre 41 e
60 anos
Dois Mais de 16
anos
História e
Português
6º ao 9º
ano
Licenciatura
Grupo 03 Entre 31 e
41 anos
Dois Mais de 15
anos
Português
e Inglês
6º ao 9º
ano
Licenciatura c/
Especialização
Grupo 04 Entre 25 e
mais de
50 anos
Três Mais de 16
anos
Ensino
Religioso e
Inglês
6º a0 9º
ano
Licenciatura c/
Especialização
Grupo 05 Entre 31 e
mais de
50 anos
Dois Mais de 15
anos
Port/, Mat/,
Hist/, Geo/,
Ciên/.
1º ao 9º
Ano
Licenciatura
Grupo 06 Entre 25 e
mais de
50 anos
Cinco Mais de 16
anos
Port/, Mat/,
Hist/. Geo/,
Ciên/. Artes
1º ao 9º
ano
Nível Médio a
Licenciatura c/
Especialização
Grupo 07 Entre 41 e
50 anos
Três Mais de 16
anos
Port/, Mat/,
Hist/, Geo/,
Ciên/,
1º ao 5º
ano
Licenciatura c/
Especialização
Grupo 08 Entre 31 e
45 anos
Dois Mais de 16
anos
Ed. Física 6º ao 9º
ano
Licenciatura c/
Especialização
7
Análise de resultados
Tabela 02: Dificuldades do professor em sala de aula hoje
Grupos Qtde. Escolha da metodologia
adequada
Manter-se atualizado em sua
disciplina
Fazer a avaliação dos alunos
Grupo 01 -(02 Profs:) 100% 80% 100%
Grupo 02- (02 Profs:) 100% 90% 100%
Grupo 03- (02 Profs:) 100% 80% 100%
Grupo 04- (03 Profs:) 100% 90% 100%
Grupo 05- (02 Profs:) 100% 100% 100%
Grupo 06 -(05 Profs:) 100% 90% 100%
Grupo 07-(03 Profs:) 100% 90% 100%
Grupo 08-(02 Profs:) 100% 90% 100%
Tabela 03: Utilização da Recuperação Paralela em seu trabalho diário
Grupos Qtde. Sempre, é fundamenta
l
Às vezes, quando tenho tempo
Raramente, é quase impossível na
situação em que trabalho
Não utilizo
Grupo 01 - (02 Profs:) 100%
Grupo 02 - (02 Profs:) 50% 50%
Grupo 03 - (02 Profs:) 50% 50%
Grupo 04 - (03 Profs:) 50% 50%
Grupo 05 - (02 Profs:) 100%
Grupo 06 - (05 Profs:) 20% 80%
Grupo 07 - (03 Profs:) 100%
Grupo 08 - (02 Profs:) 50% 50%
8
Tabela 04: Com Relação à Avaliação Formativa
Grupos Qtde. Sabe trabalhar bem com ela e utiliza sempre
Tem algumas dúvidas a
respeito, mas usa do modo que sabe
Não sabe utilizar direito, por isso
não utiliza
Grupo 01- (02 Profs:) 100%
Grupo 02- (02 Profs:) 50% 50%
Grupo 03- (02 Profs:) 50% 50%
Grupo 04- (03 Profs:) 75% 25%
Grupo 05 - (02 Profs:) 50% 50%
Grupo 06 - (05 Profs:) 100%
Grupo 07 - (03 Profs:) 100%
Grupo 08 - (02 Profs:) 100%
Após esta etapa os professores foram submetidos a textos com abordagem
sobre: retrospectiva de como a avaliação foi aplicada ao longo da história, inclusive
no Brasil; entre o ontem e o hoje, rever as mudanças dentro da educação brasileira
com referencia à avaliação; sabemos usar as avaliações diagnóstica, formativa e
somatória? “que visão sadia tem de que o erro possibilita sua utilização de forma
construtiva; como os diversos instrumentos de avaliação devem ser escolhidos em
função dos objetivos da avaliação e do tipo de conteúdo que será avaliado”.
(Apêndice 02).
Na sequência os professores foram estimulados a realizar as atividades
relacionadas a cada texto (Apêndice 02).
Resultado das discussões dos grupos referente ao texto de nº 01
Na perspectiva da evolução histórica por onde caminhou a avaliação
dentro da educação e mediante o questionamento sobre como traçar um paralelo de
como a avaliação era aplicada em tempos atrás e como é hoje. O grupo de nº 01 fez
uma citação em que” ainda existe muita semelhança no critério das avaliações e que
elas continuam a acontecer obedecendo as mesmas regras de provas “. Já o grupo
9
de nº 08 mostra uma visão um tanto diferente em que “no passado o ato de avaliar
era utilizado como forma de classificação e não como meio diagnóstico. Era um
instrumento de medo que gerava no aluno apenas insegurança. Atualmente já se
consegue perceber que a avaliação precisa ser melhorada, tornar o processo
diagnóstico um ato de análise da situação escolar do aluno”.
Observa-se uma relação do grupo de nº7 com o grupo de nº8 ao descrever
que “ ao longo da história da educação moderna e de nossa prática educativa, a
avaliação da aprendizagem escolar por meio de exames e provas foi se ganhando
foro de independência da relação professor -aluno. E isso leva a produção de certas
modificações dentro da avaliação”.” O grupo de nº4 faz menções de concordância
com o grupo de nº01 em citar:” “ ...nos dias de hoje a avaliação é elaborada de
acordo com a instituição escolar, mas em alguns critérios ainda continua arcaica,
ligada as formas de avaliação defasados”...
Fechando este questionamento a colocação do grupo de nº 02 vem também
identificar-se com a maioria dos outros grupos quando relata: “percebe-se que o
conceito de avaliação na Idade Contemporânea é o mais parecido com a nossa
realidade atualmente, pois, por mais que teoricamente a avaliação seja conceituada
não apenas como controle de ensino, na prática ainda ocorre muito isso. O aluno só
é avaliado em cima da sua nota das provas. E os que não alcançam ma média
satisfatória também são reprimidos”
Resultado das discussões pelos grupos do texto complementar
Na concepção de avaliação na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional) segundo a categoria em que verificaram o que determina cada uma destas
Leis com referência a avaliação os grupos participantes fizeram seus apontamentos
sobre as semelhanças e mudanças que ocorreram de uma para outra. O grupo de nº
02 em sua conclusão relata que “a semelhança evidente nas três leis se dá no fato
de ser o estabelecimento de ensino que fica a cargo da verificação do rendimento
escolar e, o maior avanço foi à preocupação, a partir da Lei N. 5.692 e concretiza
com a Lei N. 9.394 em que na avaliação do aproveitamento deve ser contínua e
cumulativa do desempenho do aluno, e prevalência dos aspectos qualitativos sobre
10
os quantitativos”. Com respeito a estas colocações os outros grupos deveras
concordam, mas, nas citações do grupo 08 deixa claro que “houve avanços
considerável na formulação destas leis o que poderá estar ocorrendo seja a não
aplicação adequada de alguns critérios das mesmas. Citando o critério de
obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período
letivo( Lei 9.394), nota-se o problema tomando certas proporções. É quase inviável
trabalhar a recuperação paralela com alunos em defasagem juntamente com os que
atingiram os resultados esperados para aquele conteúdo ou conteúdos trabalhados.
Somente aplicação de uma nova avaliação para os que não alcançaram o valor
numérico desta mesma avaliação não implica na realização da recuperação paralela.
Isso é o que mais acontece devido a não disponibilidade de horas/aula para realizar
este trabalho. Têm que se rever isso urgente pois várias sugestões são colocadas
como por exemplo em que pode ser feito esta recuperação em contra turno, onde o
professor atenderia apenas os alunos com déficit de aprendizagem e não “atrasaria”
o andamento de novos conteúdos”.
O grupo de nº 01 lembra os demais que “na Lei 5.692 houve uma maior
autonomia por parte dos professores na elaboração, execução e correção das
avaliações aplicadas aos alunos. Muito bem lembrado que nesta lei ao que se referia
à recuperação de estudos sob o Parecer CFE nº 2.194/73, que trata especificamente
da Recuperação de estudos destaca, entre outras orientações “que se atribua a
devida importância à recuperação feita no processo da aprendizagem, encarado
como segunda alternativa e que se realize em período especial”, e orienta que esta
deve ser conduzida “como um trabalho individualizado de orientação e
acompanhamento de estudos, capaz de levar o aluno a sanar as insuficiências
verificadas em seu aproveitamento”. Isto foi colocado em meados de 1973 e hoje
ainda encontramos dificuldades na aplicação, desta modalidade do ensino. No
grupo de nº 05 foi acrescido ainda que” no ensino fundamental e médio a
preocupação com a avaliação contínua e cumulativa ao longo do ano letivo com
prevalência dos aspecto qualitativos sobre os quantitativos e ainda a obrigatoriedade
de estudos de recuperação fica aí um pergunta: e no ensino superior porque estas
leis não são aplicadas da mesma forma que são exigidas no ciclo básico”?
Outra notificação importante feita pelo grupo 07 encontrada na Lei 9.39/96
no artigo 24. Parágrafo V, onde cita que a avaliação deve ser contínua, cumulativa
referente ao desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre
11
os quantitativos, essa colocação tal como expresso na LDB, orientação que mereceu
esclarecimentos, na legislação e em documentos do Ministério da Educação, para se
evitar a relação indevida entre os aspectos qualitativos e o desenvolvimento
emocional do aluno. A título de ilustrar essa afirmação, no Boletim nº 14 do
Departamento de Ensino Fundamental do MEC há a indicação de que os aspectos
qualitativos referem-se ao desenvolvimento de habilidades intelectuais do aluno, isto
é, o que se espera é que seja avaliado não apenas se o aluno memorizou
informações (aspectos quantitativos), mas sua capacidade de utilizá-las em novas
situações, para a solução dos problemas com que se defronte.
Como registra o Parecer nº 360/74, “a função mais alta da escola atual é a
de habilitar o indivíduo a viver num mundo em transformações”. Isso a escola atual
ainda está aprendendo como vivenciar estas duas realidades. Ao que parece pelo
que têm evidenciado as pesquisas que se voltam à análise da escola e,
especificamente, as que tratam da avaliação da aprendizagem, as práticas escolares
vigentes, em geral, conservam marcas de orientações remotas. A escola tende a
refletir, em sua estrutura administrativa e pedagógica, as orientações legais em vigor
não vem se materializando no que se refere à avaliação da aprendizagem, que,
desde 1970, prescrevem propósitos que realçam o potencial educativo da avaliação,
perdendo importância o seu caráter classificatório, impulsionando que se busque o
cumprimento de funções nucleares da avaliação, capazes de promover sentido ao
processo de ensino e de aprendizagem.
Resultado das discussões dos grupos referente ao texto de nº 02
No texto Avaliação da Aprendizagem- Ontem e Hoje foram trabalhadas
várias categorias: a primeira se refere à questão como é o nosso aluno? -Nesta
categoria todos os oito grupos se uniram para uma mesma colocação em que:
“atualmente nós profissionais da educação precisamos refletir sempre sobre nossas
práticas pedagógicas, porque o aluno que frequenta a escola hoje nem sempre tem
maturidade para desenvolver pensamentos autônomos e críticos, devido ao modelo
de sociedade que estão inseridos, muitas vezes não dando o valor necessário para a
aprendizagem e ao conhecimento. Percebemos também que nosso aluno está
12
inserido no meio de novas tecnologias e na escola ainda existe uma resistência por
parte do próprio espaço físico da mesma onde, não ocorre a integração da
tecnologia utilizada fora para dentro da escola e também o não preparo do professor
para lidar com essas tecnologias. Leva-se em conta que grande parte de nossos
educando ainda não percebem o valor da escola para a melhoria de sua vida futura.
As perspectivas oferecidas pela família correspondem ao primeiro entrave
nesta caminhada educacional do aluno. Grande parte desta “fatia” da sociedade está
por demais modificada. Filhos não respeitam os pais ou os pais não oferecem bons
exemplos aos filhos. Parece utopia, mas um grande número de alunos vem a escola
porque gostam de conversar com amigos, lanchar, depredar o prédio, e até mesmo
vender drogas. A instituição passa a defrontar com estas diversidades e o que
realmente ela oferece ao aluno fica no meio do caminho”.
Nas categorias quem somos nós os professores que fazemos esta escola?
Qual nosso papel como profissional da educação? O grupo 07 fez a seguinte
colocação: “somos os reconstrutores de uma escola com diferencial, fornecendo
subsídios que favoreçam a aprendizagem dos alunos, constitui em um processo
articulado entre os conteúdos propostos para cada etapa, possibilitando a
compreensão do mundo no qual o aluno está inserido com os contextos da vida
social. Isso é o que realmente queremos ser”. O grupo de nº 08 vem fornecer
orientação de como a nossa função passa a ser na maioria das vezes:
“a escola de hoje tornou-se a instituição das multiplicidades: ela transmite
conhecimentos, ela educa, ela cuida, trata e muitas vezes têm que se
responsabilizar legalmente pela atitude do aluno. O professor desta escola- família
tem que conhecer não só os conteúdos de sua disciplina, mas também ter
conhecimento de psicologia, de direito, de medicina e muitas vezes até de defesa
pessoal. E deste modo todos os valores e aprendizagem que deveriam se
desenvolver na vida familiar, na convivência em sociedade fica a cargo da escola,
que deixa para o professor que assume este papel e sem perceber acaba
incorporando tão bem a missão que quando percebe que estes valores não foram
interiorizados pelo aluno sente culpa, frustração e se esquece de que esta
responsabilidade não é dele, que ele teria apenas que colaborar com o
desenvolvimento desta aprendizagem que deveria ser responsabilidade dos
pais”.Não podemos esquecer que somos pessoas comprometidas com a educação,
somos alunos, professores, cidadãos em luta para manter nosso espaço de trabalho,
13
aprendizado e respeito com o intuito de cumprir nossa tarefa de construir uma
educação pública com qualidade e dignidade.
Nas categorias: “o que buscamos no ensino de nossa disciplina e o que
significa formar um cidadão hoje, os oito grupos se colocaram de forma unanime no
relato de que:” o aluno seja capaz de se comunicar com clareza, objetividade e
opinar criticamente no seu cotidiano. “Queremos formar um indivíduo que seja capaz
de refletir, opinar, criticar para transformar o meio em que vive”.
Na categoria: o que adotamos e o que descartamos na prática de nossa
avaliação, levando em conta as orientações citadas na avaliação tradicional e na
atual. O Grupo de nº 02 pronuncia-se em que: “descartam a prática autoritária e
conservam hoje os métodos que buscam a inserção do aluno destacando suas
particularidades para a promoção elevando sua autoestima e aguçando sua
intelectualidade”. “Reprovar o aluno por falta de décimos na nota final são práticas
avaliativas descartáveis porque o professor deve estimular a aprendizagem e não
intimidá-la. A prática pedagógica e a prática de avaliação deverão superar o
autoritarismo. Nesta prática deve-se adotar uma ação provocativa do professor
desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular
hipóteses, a aprender a aprender, saber pensar, ser crítico e analítico e é dentro
dessa perspectiva que a avaliação deve trabalhar”. O grupo de nº 05 complementou
a colocação do grupo de nº 02. “Nesta categoria também se enquadra o grupo de nº
07 onde concluiu que:” “é preciso rever e repensar nossas atitudes sobre as
diferentes formas de avaliação. Será que estamos preocupados e comprometidos o
suficiente para perceber os aspectos mais complexos? É preciso considerar o
desenvolvimento de competências num todo, cognitivo, afetivo e social, não só
trabalhar os conteúdos de forma isolados, mas contextualizar para que facilite a
observação do desempenho individual feito pelo professor”.
Resultado das discussões dos grupos referente ao texto de nº 03
No cotidiano escolar, a avaliação é parte do trabalho dos professores. Tem
por objetivo proporcionar subsídios para as decisões a serem tomadas a respeito do
processo educativo que envolve professor e aluno no acesso ao conhecimento. Na
14
categoria tipos de avaliação... Quando e como devem ser utilizadas, é importante
ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se estabelece nos
documentos escolares como Projeto Político Pedagógico e, mais especificamente a
Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente, documentos
necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares (DCE, 2008, p.33).
Através das informações que o texto ofereceu, uma questão foi ofertada aos
colaboradores em que pedia para fazer uma analise sobre a formação profissional
que recebeu quantas e quais disciplinas lhe deram conhecimento e sustentação para
avaliar seus alunos. O grupo de nº 03 citou “que a formação acadêmica recebida foi
pelas leis 4 024 e 5 692 onde se preocupava somente com provas e exames finais e
se não aprendeu, recuperação e se ainda não dominasse o conteúdo, se reprovava.
Mudanças forma acontecendo através de cursos de aperfeiçoamentos, discussão
entre professores, melhorou-se a concepção de que a avaliação faz parte do
processo ensino aprendizagem e que deve ser diagnóstica, formativa, contínua,
cumulativa e também somática”. Outro reforço veio por parte do grupo de nº 05
onde colocaram que “a formação profissional que receberam lhe deu base
necessária para ser um bom profissional, e que não foi uma disciplina específica que
deu sustentação para utilizar a avaliação e sim, todas elas contribuíram de forma
diferenciada para influenciar nos métodos que aplicam. Mesmo assim, a busca do
saber mais, de repensar, de buscar uma ação pedagógica significativa e entender o
aluno para que possa haver uma avaliação de promoção para a cidadania do aluno,
como um sujeito digno de respeito, ciente de seus direitos e deveres e que tenha
acesso às oportunidades que a vida social possa lhe oferecer”.
Em contra partida o grupo de nº 07 faz uma referência sobre a condução de
processos avaliativos em sala de aula citando: “podemos afirmar que infelizmente,
muito professor, por diversos motivos ainda desconhecem a importância e os vários
tipos e práticas pedagógicas usadas nas salas de aula, é preciso ter clareza das
definições e do momento adequado de utilizá-las. Ao se pensar em um processo de
avaliação é necessário considerar que aprender significa mudar e desenvolver as
aptidões necessárias para vir a aprender um novo conteúdo. O professor precisa
ficar atento nas atividades diárias, no que o aluno faz como reage às diversas
situações na sala de aula, no comportamento e reações diante das situações
previstas e impostas no dia a dia, isto é, olhar o aluno num todo e ser capaz de
visualizar os avanços e os fracassos para fazer as intervenções”.
15
“Durante a formação profissional este grupo colocou que tiveram contato com várias
situações e disciplinas que contribuíram para o desenvolvimento cognitivo, sócio
afetivo qualidade do pensamento em relação aos conteúdos e objetivos trabalhados.
Ajudaram a melhorar o desempenho no sentido de manter o foco principal, que é o
aprendizado. Afirmar que o profissional da educação sai totalmente preparado pra
fazer uma avaliação com qualidade, é ilusão. Só concretiza com boas leituras,
pesquisas e as experiências do cotidiano, sendo assim, é necessário buscar
conhecimento todos os dias, para tornarmos melhor”. O grupo de nº 07 coloca seu
parecer sobre esta questão: “já se passaram exatos vinte e um anos quando
deixamos e concluímos o ensino superior. Nestes anos, até a data presente, houve
inúmeras mudanças no contexto educacional. É transferido aos educadores que, a
educação é como um organismo vivo, constantemente sofre alterações. Naquela
ocasião, poucos tiveram sobre didática. O curso durava apenas três anos. O ensino
médio foi o de técnico em contabilidade, portanto, não recebemos o que se pode
considerar desejável quanto à avaliação escolar, e a questão avaliativa na faculdade
também deixava a desejar. O que nos fortaleceu neste ponto, foram os cursos que
participamos no decorrer desses anos. Sentimos, notamos e vivenciamos que a
avaliação hoje é um dos itens mais polêmicos na esfera educacional. Nos últimos
vinte anos, instituições, organizações, tanto privadas como públicas, deram ênfase à
importância dos seus modelos de gestão, seja no planejamento, nos conteúdos e na
avaliação. No caso das escolas públicas, o foco é cumprir sua missão, ou seja,
atender e propiciar um ensino de qualidade e de interesse da sociedade”.
Uma professora integrante do grupo de nº 08 apresentou uma história de
vida educacional que vale a pensa ser anexada a este contexto. Ela inicia “assim:“
Em minha formação profissional a avaliação era parte dos conteúdos das disciplinas
de didática, onde supostamente teríamos os subsídios necessários para avaliarmos
e diagnosticarmos os conhecimentos de nossos alunos através da prova. Porém, os
alunos mudaram e consequentemente as formas de avaliar tiveram que acompanhar
estas mudanças tornando os ensinamentos dos meus professores de didática
ultrapassados. Atualmente trabalho com educação especial- sala de recursos, onde
a avaliação deve ser diferenciada visando não apenas os resultados da assimilação
dos conteúdos, mas tudo a que se refere na transformação do aluno, em sua
melhoria, ou seja, qualquer progresso dentro do contexto ensino aprendizagem deve
ser avaliado, pois a avaliação se configura como uma prática de investigação de
16
todo processo educacional, partindo da observação, da análise e reflexão sobre os
avanços do educando, que se estabelecerá as prioridades e propostas de ação para
os encaminhamentos e as tomadas de decisão sobre quais ações serão necessárias
para que um bom desenvolvimento acadêmico do aluno possa se concretizar.
Acredito que não só na educação especial, mas em todo ensino regular
fundamental a avaliação deve estar baseada na evolução de dois paralelos: o
quantitativo que se refere através das notas obtidas nas provas e o qualitativo que
está associado ao desenvolvimento cognitivo, motor, psicomotor, afetivo - emocional,
social e ético que o aluno apresentam durante todo o processo ensino aprendizagem
na realização de diferentes atividades”.
Resultado das discussões dos grupos referente ao texto de nº 04
No mundo real nem só de acertos vive o ser humano, na avaliação não é
diferente. Na categoria o papel do erro na avaliação uma visão sadia devemos ter de
que o erro possibilita sua utilização de forma construtiva. A questão norteadora do
texto se refere ao enriquecimento que ele trouxe ao leitor. O grupo de nº03 relatou
que: “o texto enriqueceu muito meu conhecimento, pois contribuiu na reflexão de
meus atos que muitas vezes julgamos o erro e ridicularizamos nosso aluno sem
perceber e os levamos ao insucesso, por isso há necessidade de não agir no
impulso para que isto não ocorra. Portanto, precisamos utilizar o erro do aluno como
fonte inspiradora para conduzi-lo à aprendizagem concreta, ao sucesso no seu dia a
dia. O professor ainda busca meios para que o aluno aprenda, embora às vezes de
maneira equivocada usem da avaliação para enfocar no erro sem saber que
poderia a partir dele ajudar o aluno a superar as dificuldades. Se firmássemos no
propósito de que o que o aluno errou serve de ponto de partida para uma nova
perspectiva de aprendizagem, o erro não seria tão temido tanto pelo aluno quanto
para o professor que as vezes lhe é cobrado pelo erro que o aluno cometeu”. Outra
linha de pensamento acrescido pelo grupo de nº 8 ressalta que: “esse tema é latente
no cotidiano das escolas brasileiras. Têm-se percebido durante esses anos de
magistério uma notória e implacável mutação no quesito
relacionamento/comportamento e consequentemente avaliação. A escola como a
17
sociedade é um organismo vivo. Está em constante transformação. Não se podem
comparar o Brasil colônia com o Brasil atual, métodos utilizados no passado com os
dias atuais. È inquestionável que o mundo evoluiu, as tecnologias, as facilidades que
encontramos hoje em viajar, em se comunicar, etc., isso tudo faz com que nossas
crianças sejam cada vez mais prematuras, despertas pra vida, não são mais as de
antigamente. Os castigos utilizados em tempos idos, não trazem hoje, o que se
espera e o que se deseja pra um verdadeiro cidadão. Com toda essa evolução,
temos hoje, pessoas que vem de casa sem nenhuma estrutura, totalmente
desprovidas do bom senso, da gentileza, da cordialidade, da confraternização, do
ideal em fazer amigos, do prazer em praticar o “buling”, enfim, cabalmente atrofiados
no quesito “educação”. Com isso, resta ao governo e a sociedade em impor ao
professor o papel de “salvador da pátria”. É cediço, que, nos formamos em
determinada disciplina, e nela, muitos colegas se aprofundam pra trazer cada vez
mais conhecimento e aulas de qualidade aos educandos. No entanto, nos
deparamos cada dia mais, com pessoas com os adjetivos supracitados, e, então,
vem à lacuna gerada por esse conflito, como agir? Vale lembrar que, antes de
tornarmos educadores, fomos e somos pessoas comuns, e como todas, sofremos,
amamos, odiamos, perdoamos e erramos. O que se percebe também nesses
tempos, é a avalanche de direitos. Disse “direitos”! Mas, e os deveres? Parece que
somos impulsionados por algo incontrolável, que nos impede de vermos se nossos
vizinhos estão bem ou precisando de ajuda. Isso não quer dizer que, a palmatória, o
grão de milhos, etc., são ou foram métodos de comprovada eficiência. Mas vemos
toda semana em jornais os absurdos e barbaridades praticadas por alunos contra
professores, funcionários e contra eles próprios. Abusos quase sempre protegidos
por “ONGs”... Por conselhos e por Código Penal totalmente obsoleto, frágil e réprobo
por si mesmo, e que quase sempre traz o excídio por quem clama por justiça. Então,
nobre professora, sobra a quem a árdua tarefa? Como já disse, as crianças e
adolescente estão perdendo cada dia mais o senso do certo e do errado e nós
professores estamos de mãos atadas. Vê-se, portanto, que as punições impostas
por professores atualmente, são mais decorrentes de questões “indisciplinares” do
que questões de “produtividade de conteúdo”. Esse é um triste retrato do sistema
educacional e social atual. Nota-se também, que, lares onde não existem regras
nem limites são as fábricas dos futuros marginais a habitar nossas ruas e cidades.
Portanto, não justificável (em certos casos), é claro, o castigo, a punição, é um tema
18
que exige muito desvelo e muito polêmico o qual deve ser visto de todos os ângulos
possíveis, e que muitas vezes vem à tona por nós professores, mais como um meio
de defesa do que por vingança, ou seja, quando vemos já punimos, ou tirando nota,
ou deixando de atribuir: “Não nos declaramos contra o castigo, mas somos a favor
das regras”.
Resultado das discussões dos grupos referente ao texto complementar
Ao analisar o texto de Neus Sanmartí na categoria de qual tem sido e qual
deve ser o papel do erro na avaliação escolar e na busca de melhorar o ensino,
como trabalhar com os alunos para que eles aprendam com os próprios erros,
poucos grupos desenvolveram este questionamento. Todavia o grupo de nº 05
apresentou sua discussão colocando que: “o ato de avaliar, faz-se presente em
qualquer metodologia utilizada e o erro tem sido como prova do fracasso ou
incapacidade do aluno. Ainda se vê professor criar um clima de medo, de tensão e
ansiedade entre os alunos durante o processo de avaliação e, o que serviria para
medir o quanto o aluno aprendeu é visto como sentença e não como diagnóstico
embora o erro não revele fracasso só do aluno. Cabe ao educador estar preparado
para trabalhar a partir dos erros dos alunos, e usá-los como ponto de partida para a
aprendizagem, o que viabilizará um caminho de descobertas e desafios que
estimulará no educando o prazer do saber e do fazer. O educador precisa deixar de
lado a visão errônea de que precisa manter o educando sob controle, obediente e
ver que o erro pode ser suporte para o crescimento e que é por meio dele que o
educando poderá identificar o que já sabe e o que pode vir a saber sobre o conteúdo
em estudo e reconstruir o conhecimento a partir dele. O professor possui papel
fundamental de levar o aluno a refletir sobre seus erros , através de oportunidades
para que o aluno desenvolva sua capacidade de pensar, criar hipóteses e chegar a
um novo caminho pois onde o erro era visto como indicador de fracasso, hoje deve
ser tratado como fator decisivo para se chegar ao acerto e isto cabe ao professor ter
criatividade para tornar suas aulas interessantes, onde os alunos tenham espaços
para participarem, questionarem e dar sua opinião. Uma aula onde possam buscar a
superação das próprias dificuldades interagindo com os colegas, discutindo,
19
levantando hipóteses para solucionar os problemas e obstáculos encontrados; é aí
que entra o professor também como mediador do conhecimento e não detentor do
mesmo devendo, estar aberto a novos aprendizados. Ao trabalhar o erro do aluno
como um instrumento de superação e não de fracasso, estará adotando uma nova
forma de avaliar podendo assim transformar o erro como processo positivo tanto
escolar quanto no cotidiano do aluno”. Uma complementação feita pelo grupo de nº
04 diz: “ as vezes o erro tem sido motivo de vergonha e descontentamento entre os
alunos. Ao errarem, procuram permanecer em silêncio para não se expor a um
vexame. Cabe então ao professor mostrar que o erro é algo que podemos reverter e
consertar e que é através dele que conseguimos nos aprimorar. Todavia é
importante ressaltar que na maioria das vezes o erro se dá por falta de atenção na
leitura do texto em questão. Pouco valor o aluno tem dado ao estudo, principalmente
na leitura que é a base de todo entendimento na aprendizagem.
Resultado das discussões dos grupos referente ao texto de nº05
A função da avaliação é compreender o nível de aproveitamento, em que o
aluno se encontra. Na categoria referente a instrumentos e técnicas de avaliação
onde foi abordada a citação de instrumentos que considere viável para uma boa
avaliação; qual o significado de se atribuir notas a toda e qualquer tarefa do aluno;
por que se usam canetas vermelhas, salientando a ação corretiva; qual a razão dos
calendários de provas, atestados médicos nas ausências; o uso obrigatório de
canetas pelas crianças; o quanto somos responsáveis pelos fantasmas das provas e
finalizando, como funciona alguma das inúmeras instituições de ensino em nosso
estado e, se esse modelo reflete na proposta pedagógica de nossa escola quanto ao
sistema de avaliação, incluindo a recuperação. A conclusão apresentada foi um
apanhado geral de todos os grupos, visto que uma boa parcela deles não contribuiu
para as respostas. O relato das discussões referente a estas questões foram que: “
quando falamos em avaliação não temos a noção exata da imensidão que esse
leque nos proporciona. É na prática que temos a noção de sabermos se o
instrumento avaliatório está ou não sendo eficiente. Podemos elaborar e empregar
um método avaliativo em determinada turma e obtermos êxito. Porém, há classes
20
em que devemos fazer uso de vários métodos de avaliação. O sucesso alcançados
com um grupo não pode servir de modelo para outros. Portanto, ao elaborarmos e
planejarmos o plano de avaliação, não podemos deixar de levar em conta nossa
clientela, a adequação a cada turma, e analisar cada aluno.
Temos ainda, presente em nossas escolas, o fantasma da evasão. O ato de
se atribuir nota a toda atividade do aluno é meio relevante diante dessa dificuldade.
Serve também, como forma de atrair o aluno e fazer com que o mesmo permaneça
no meio escolar e mantenha seu interesse pelo mesmo. Porém, todo desvelo torna-
se necessário para tal.
Em relação ao uso da caneta vermelha podemos concluir que isso já está
ultrapassado e até mesmo banido de nossas escolas. Servia mais como meio de
deixar em destaque que “aquele” aluno encontra-se em defasagem com o conteúdo.
De certa forma, acabávamos criando um clima constrangedor para os educandos.
Toda escola, deve, no início do ano letivo, elaborar um calendário escolar,
para que possam ser cumpridos e trabalhados os cronogramas impostos pelo
Núcleo de Educação, e pela própria instituição escolar, como reuniões, conselhos,
etc. Isto se chama planejamento. Com professores, o calendário de provas, tanto
quanto elaborados pelos mesmos ou pela secretaria, serviria como forma do aluno
se preparar, e o educador de elaborar melhor as provas a serem aplicadas. Dentro
da sala de aula todo compromisso feito entre aluno e professor deve seguir um
planejamento isto é, não só para provas, mas toda e qualquer atividade proposta
requer uma determinada “data” de conclusão e entrega. Isso irá com certeza
repercutir na vida de nosso educando, contribuindo para que ele sinta que a
organização, planejamento se faz necessário.
Quanto aos atestados médico se faz necessário para justificar sua ausência
e com isso ter chance para recuperar os conteúdos perdidos.
O uso de canetas hoje não é mais obrigatório em sala de aula, e não
podemos esquecer que quando o aluno passa pela avaliação do Prova Brasil, as
Olimpíadas de matemática e português já vêm escrito nas orientações do caderno
que deve preencher o gabarito com lápis, caneta preta ou azul. Essa mudança
ocorreu neste ano. E isso serve para nós como base para que deixemos nosso
aluno a vontade para utilizar essas ferramentas. Uma observação se faz necessária
no sentido de que a escrita feita a lápis corre o risco de desaparecer mais rápido do
que a escrita com a caneta. Por outro lado a escrita a lápis favorece o uso da
21
correção sem borrar o trabalho ao qual se está elaborando.
Muitas mudanças ocorreram em relação à aplicação das provas. Hoje as
avaliações não são tão rígidas, até mesmo porque o aluno deverá ser avaliado como
um todo e não somente na cobrança dos conteúdos. Fato preocupante porque
quando nosso aluno vai fazer um vestibular ou qualquer concurso público a
avaliação a que é submetido é totalmente voltado para conteúdos e por fim
classificatória isto é , a nota é que vai determinar sua aprovação. Por outro lado, o
papel da escola além de transmitir conhecimentos atuais e os acumulados através
dos tempos é preparar o indivíduo para a vida, independentemente de sua condição
social ou cultural. O modelo proposto neste texto reflete em parte em nosso PPP,
pois, não temos um método exato a ser seguido.
Tanto o projeto político pedagógico, quanto os meios utilizados pelos
professores e pela escola são flexíveis e passíveis de ajustes, O texto mostra
claramente como a maioria das escolas atuam no ano letivo, e nós professores
somos o carro chefe das formulas e sistemas utilizados pelos quais conseguimos
êxitos ou fracassos. “Diante das inúmeras tarefas e batalhas travadas diariamente
durante todo ano letivo é que iremos moldar um Plano Político Pedagógico que seja
considerado viável a escola pertinente”.
22
3 Conclusão
É papel da escola formar cidadãos, dar aos alunos os ensinamentos de que
eles necessitam para viver e trabalhar neste mundo em evolução, bem como orientá-
los para a vida. Isso só acontece, se a escola definir como meta, o trabalho crítico
com os conteúdos a ser estudados pelos educandos. Através de um trabalho crítico
e da busca do exercício da cidadania, a escola deve mostrar às novas gerações a
importância de cada indivíduo e seu papel na sociedade, enquanto cidadãos
conscientes de seus direitos e deveres. É preciso que a escola compreenda que
também é seu papel, dar ao aluno condições para se inserir no meio social. É
preciso atentar para a evolução do mundo e orientá-los para essa nova vida.
Tendo em conta o papel central que a avaliação tem assumido na formulação
e implementação das políticas públicas de educação, este artigo se propôs a
aprofundar o conhecimento deste merecido tema através de textos de apoio e
discussão sobre as questões que neles decorreram.
Os textos com seus devidos temas voltados para questões onde a avaliação
era o centro de todo questionamento foram minuciosamente discutido e suas
conclusões colocadas tanto quanto o texto demonstrava, mas também pelas
opiniões vividas pelos participantes. Este trabalho tinha como meta análise e
reflexão sobre como melhorar as formas de avaliação e, portanto a partir daí
tornarem mais justos na apreciação das diversas aprendizagens de nossos alunos.
Ao questionar sobre o resultado deste estudo quero acrescentar que foi
trabalhoso, mas gratificante. Um início de muitas reflexões sobre avaliação “(até que
ponto os conhecimentos obtidos por nós educadores tem contribuído para a
realização das avaliações com nossos alunos? – Será que ao conhecer um pouco
da história da avaliação estando ciente das diretrizes nos deixa mais aptos a
desenvolver técnicas de avaliação mais consistente. Saber quem é o nosso aluno
foi o ponto significativo do estudo para melhorar o nosso entendimento do educando
e dele para com o ensino aprendizagem, pois devemos ficar atentos aos aspectos
afetivos e culturais do estudante, não só aos cognitivos, pois os processos de
avaliação vêm impregnados de emoções e aspirações. Os diversos instrumentos de
avaliação tem contribuído de forma relevante para melhorar o rendimento do aluno?
Repensar esta questão no que diz respeito a qualidade do conteúdo a ser ministrado
23
na avaliação. – O papel do erro na avaliação hoje se deve em pouca quantidade ao
não aprendizado e na maioria das vezes a falta de interesse por parte do educando).
A educação é uma constante transformação e a avaliação que faz parte dela não
poderia ser diferente. A semente foi lançada e que muitos “frutos” como discussões,
opiniões, relatos de sucesso possam fazer parte de nossa caminhada educacional
dentro de nossa escola.
Quanto ao resultado do trabalho desenvolvido através de grupos de estudo,
obtive a colaboração de quase todos os professores. Os mesmos estavam cientes
de que este trabalho lhes renderia não somente conhecimento, mas certificado de
horas. Quando lhes informei da possibilidade do não recebimento destes certificados
senti por parte deles uma desmotivação. Não desanimei pois percebi que durante e
após o término deste trabalho, professores das diversas áreas conversavam mais
entre si para trocar idéias sobre dificuldade de alunos pertencentes à turma que eles
tinham em comum e até mesmo sobre os critérios de avaliação, eram comentados e
pedidos sugestão para aceitação ou não por parte dos colegas.
Para mim este trabalho veio acrescentar de forma significativa preceitos e
princípios pedagógicos pois aprendi que para melhorar meu conhecimento a respeito
de qualquer situação referente a aprendizagem ou outros é por meio de leitura e
interpretação de textos. Isso não implica em dizer que não possuo conhecimento, o
que pretendo acrescentar é que falta não somente para mim, mas para qualquer
outro educador melhor formação continuada e tempo disponível para essa melhoria.
Quanto à minha escola percebi que a partir dos grupos de estudo, no conselho de
classe houve uma maior preocupação por parte da equipe pedagógica e também
dos professores para análise do rendimento do aluno. O fator nota é importante, mas
que esta nota esteja vinculada ao conhecimento que temos da capacidade de cada
educando. A avaliação deve ser encarada como uma reorientação para uma
aprendizagem melhor e para a melhoria do sistema de ensino.
Referências
24
COLEGIO, São José. Sistema de Avaliação. Disponível no site: http://www.sjose.com.br/avaliacao.php. Acessado em 27/07/2011
GATTI, Bernadete ª. O Professor e a Avaliação em Sala de Aula. Estudos em Avaliação Educacional, nº27, jan-jun/2003 p.100-109. Disponível no site http: // www.fcc.org.br. Acesso em 12/07/2011.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do Processo Ensino Aprendizagem. In: KRAEMER. Maria Elizabeth Pereira. Ática, São Paulo: 1997. Disponível no site: http:// www.gestiopolis.com.br.
LDB/ 9394/96 In MARTINS, Vicente. A Lei 9394/96 proíbe a reprovação em sala de alfabetização. Disponível em: <http:// www.direitoneto.com.br. Acesso em 02/03/2011.
LIMA, João do Rozário. O Processo Histórico da Avaliação. In: FAVERO, Aparecida do Carmo Ribeiro – Caderno Temático de Pedagogia. PDE 2008- texto 1.Disponível em: www.cpcon.eng.br. Acesso em 08/07/2011.
LIMA, Sandra Vaz de. A Trajetória da Avaliação da Aprendizagem no Brasil. Publicado em (30/11/2009- p.1)- contexto histórico da Avaliação Escolar. Disponível no site: http: // www.artigonal.com. Acesso em 03/07/2011.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Prática Escolar: Do Erro Como Fonte De Castigo Ao Erro Como Fonte De Virtude. In: Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 18. ed.- São Paulo: Cortez, 2006,p.48-59.
MARINHO, Kalila. 1997- Avaliação Geral. - Recuperação.Disponível no site:http://Kalilapinto.com/recuperacaohtml#inicio.
NETO, Alfredo Carlos. O Novo Castigo nas Escolas. Disponível no site: http://www2.brasil-rotario.com.br. Acessado em 13/07/2011
PARANÁ, SEED: Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Ciências, Curitiba/PR, 2008 ação Básica.
RAMAL, Andréa Cecília. Artigo publicado em Salvador: Revista de Educação CEAP- ano 6, 21 de junho, 1998, p, 33-47. Lendo no viés das palavras: Concepções de Avaliação na LDB. Disponível em: http://www.pedroarrupe.com.br. Acesso em 26/03/2011.
SANMARTÍ, Neus. Avaliar para Aprender, tradução LIMA, Carlos Henrique Lucas.- Porto Alegre, Artmed, 2009..p.27-35; 39-44;97-98.
25
SMOLE, Kátia Cristina Stocco. Avaliação Escolar; Rede Salesiana de Escolas-Projeto: Formação de Professores- data do documento na internet 16/04/2004- Disponível em: http://www.salesianos.com.br. Acesso em 11/01/2011.
SOUZA, Sandra M. Zákia. Avaliação da Aprendizagem na Legislação Nacional dos anos 1930 aos dias atuais. Disponível em: www.Fcc .br/pesquisa/publicacoes/eae/arq.... Acesso em 04/06/2012.
TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Disponível no site:http://WWW.tdah.org.br. Acessado em 18/07/2011.
VARELLA, Drauzio. Dislexia. Disponível no site: http://drauziovarella.com.br/doenças-e-sintomas. Acessado em 18/07/2011
ZAGURY, Tânia. O Professor Refém; para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. 9ª ed- Rio de Janeiro;: Record, 2009.p .189-200;207-215; 258-273.
Apêndices
26
Apêndice 1 - QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO
DADOS PESSOAIS
Marque um “X” no parêntese correspondente
(I) Sexo
1.( ) Masculino
2.( ) Feminino
(II) Idade
1.( ) Tenho entre 19 e 24 anos
2.( ) Tenho entre 25 e 30 anos
3.( ) Tenho entre 31 e 40 anos
4.( ) Tenho entre 41 e 50 anos
5.( ) Tenho mais de 50 anos
(III) Grau de instrução ( marque apenas o mais alto grau concluído.)
1.( )Nível Médio
2.( ) Nível Superior
3.( ) Especialização/ Aperfeiçoamento
4.( ) Mestrado
5.( ) Doutorado
6.( ) Pós-Doutorado
(IV) Há quantos anos leciona?
1.( ) até 5
2.( ) entre 6 e 10
3.( ) entre 11 e 15
4.( ) 16 ou mais
(V) Atualmente você trabalha em:
1.( ) Escola Pública
2.( ) Escola Particular
3.( ) Em ambas
(VI) No momento, em que nível você leciona? (Pode marcar mais de um, se for o
27
seu caso.)
1.( ) 1ª à 4ª série
2.( ) 5ª à 8ª série
3.( ) Ensino Médio
(VII) Que matéria está lecionando este ano? (Só responda esta questão, se for
professor de 5ª série em diante.)
1____________________________________
2.____________________________________
3.___________________________________
(VIII) Tem formação específica para o exercício do magistério?
1.( ) Sim, curso de Formação de Professores - Nível Médio
2.( ) Sim, Licenciatura ou Pedagogia
3.( ) Sim, em Nível de Mestrado ou Doutorado
4.( ) Não tenho formação específica para o magistério.
RESPONDA, MARCANDO COM UM “X” NA COLUNA OU PARÊNTESES OU DE
ACORDO COM O QUE SE PEDE:
A) Na sua experiência, qual a MAIOR dificuldade do professor EM SALA DE AULA
hoje?( se desejar marque a que considera a maior.)
1. ( ) A escolha da metodologia adequada a cada unidade ou aula.
2. ( ) Dominar o conteúdo de sua disciplina
3. ( ) Manter-se constantemente atualizado em sua disciplina.
4. ( ) Fazer a avaliação dos alunos.
5. ( ) Motivar os alunos
6. ( ) Manter a disciplina em sala
7. ( ) Usar recursos audiovisuais
8. ( )
9. Outra .Qual_____________________________________________________
B) Escreva, a seguir, a CAUSA a que você atribui essa dificuldade apontada no item
28
anterior. (CASO HAJA MAIS DE UMA, enumere, de forma objetiva, e em ordem de
importância, as 3 principais)
1ª __________________________________________________________
2ª __________________________________________________________
3ª___________________________________________________________
C)De modo geral, considera que, nas escolas em que atua ou atuou, seus pontos de
vista pedagógicos são ouvidos e levados em conta ( em cada uma das linhas abaixo,
marque um “x” a opção que melhor descreve a sua experiência):
Sempre Muitas vezes Raramente Nunca
1.Pelos demais
professores
2.Pela direção
3.Pela Eq.Ped.
D) Considera-se apto e / ou motivado a trabalhar com os temas transversais abaixo
relacionados, propostos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de
1996? ( Para cada tema marque “SIM” ou “NÃO”, tanto na coluna referente a APTO
como na referente a MOTIVAÇÃO.)
TEMA APTO MOTIVADO
SIM NÃO SIM NÃO
1.Cidadania
2.Ética
3.Ed. Sexual
4.Preservação ao uso
de drogas
5. Preservação do Meio
29
Ambiente
E) Marque com um “X” a coluna adequada, de acordo com o que pensa a respeito
das afirmativas que se seguem:
AFIRMATIVA VERDADEIRA FALSA
1.A reprovação traumatiza o aluno, impedindo seu
progresso posterior
2.A reprovação só causa danos se for injusta e o
aluno não tiver tido real oportunidades de aprender
3. Em toda turma sempre vai existir um percentual
de aluno que não querem estudar e por isso tem
que ser reprovados
4. A melhor escola é aquela em que o aluno
encontra professores amigos e ambiente agradável,
porque mais importante é a relação afetiva.
5. A boa escola é aquela que ensina valores e
conteúdo, levando o aluno a ter melhores
oportunidades na vida, profissionalmente e
pessoalmente
6. Bom professor não é o que ensina, mas o que
leva o aluno a “aprender a aprender”
7.Bom professor é aquele que tem conteúdo, sabe
transmiti - lo e relaciona – se bem com seus alunos
8.O uso de recursos audiovisuais variados garante
uma boa aprendizagem
9.Atualmente a aula expositiva é um recurso
ultrapassado que não deve ser usado
10. A melhor forma de aprender é através do
trabalho de grupo
11. A melhor forma de conseguir disciplina é dar
30
uma prova bem difícil
12.A melhor forma de disciplinar é conseguir motivar
o aluno, através de aulas que trabalhem temas
ligados à realidade da vida
13.A maior parte das inovações educacionais que
chegam às escolas raramente trazem progresso
verdadeiro para os alunos
14. Corrigir provas ou trabalhos com caneta
vermelha causa danos emocionais ao aluno
15. Passar tarefas para o aluno fazer em casa
sobrecarrega o aluno e desmotiva
F) Marque um “X” na coluna “SIM” ou na coluna “NÃO”, de acordo com os seus
hábitos, habilidades e atitudes.
HÁBITOS, HABILIDADES E ATITUDES SIM NÃO
1.Sei confeccionar material impresso (álbum
seriado,mural, apostila,etc.)
2.Sei fazer transparências utilizando canetas
apropriadas
3.Sei utilizar o retroprojetor
4.Sei utilizar aparelhagem de som para CD
5.Sei utilizar a TV Pendrive
6.Sei utilizar os programas de computadores
(Windows....)
7. Sei utilizar um computador acoplado a um sistema
multimídia
8.Quando preciso, sei conectar-me à internet e
navegar
31
9. Leio diariamente pelo menos um jornal
10. Assisto diariamente a jornais falado (TV)
11.Sou assinante de uma revista de Educação
12. Leio, por ano, pelo menos dois livros sobre
Educação
13.Leio, semanalmente uma revista tipo Veja, Época,
Isto É, Exame,etc.
14.Leio, por mês, pelo menos um livro de Literatura
(ficção, romance, poesia, suspense etc.)
15.No último ano, estive em pelo menos um encontro
sobre educação ( seminário, congresso, semana
pedagógica.)
G)- Nas escolas em que trabalha ou trabalhou, os professores de forma geral, atuam
efetivamente, em sala de aula, de acordo com os pressupostos pedagógicos
oficialmente adotados pela escola?
1. ( ) Sim, mas somente porque há supervisão direta à ação docente.
2. ( ) Sim, porque consideram fundamental haver unidade e coesão pedagógica.
3. ( ) Não, na maioria dos casos cada um trabalha do jeito que quer, quando
está em sua sala.
4. ( ) Não, na minha escola não há linha pedagógica claramente determinada,
cada um ensina como quer.
H)- Em sua escola, que tipos de planejamento pedagógico são utilizados? ( Se
trabalha em mais de uma escola, opte pela escola na qual se encontra no momento
em que responde a esse questionário.)
1. ( ) Plano de Trabalho Docente
2. ( ) Plano de Curso
3. ( ) Plano de Unidade
4. ( ) Plano Bimestral
32
I)- Costuma participar dos planejamentos conjuntos das escolas em que trabalha?
(MARQUE APENAS UMA, a que melhor representa a sua situação)
1. ( ) Sim, acho muito importante.
2. ( ) Sim, mas só porque sou obrigado, acho que fica só no papel.
3. ( ) Quando vou, fico apenas de “corpo presente”, porque não acho que tenha
utilidade.
4. ( ) Falto sempre que posso, acho desnecessário.
J)- Costuma planejar suas aulas ( Plano de Aula)?
1. ( ) Sempre
2. ( ) Às vezes
3. ( ) Raramente
4. ( ) Nunca
K)- O que você mais utiliza em sala, para dar aulas ( MARQUE APENAS UMA, a
mais usada):
1. ( ) Exposição oral
2. ( ) Trabalho em grupo
3. ( ) Trabalho individual
L)- Qual dos recurso abaixo você utiliza em sala de aula, além do quadro – de - giz (
para CADA recurso, marque um “X” na opção adequada à frequência de utilização):
RECURSO Usa muito Usa às
vezes
Raramente usa Não usa
1.
TRANSPARÊNCIAS
2.FILMES
3. TV PENDRIVE(
dvd, pendrive)
4. INTERNET
(consulta )
5-COMPUTADOR
33
(digitação)
6-:REVISTA
EDUCACIONAL
7- BIBLIOTECA
9- MURAL/
CARTAZES
M)-Quais os instrumentos de avaliação que você utiliza?
1. ( ) Testes orais e escritos
2. ( ) Reavaliação de conteúdo
3. ( ) Produção de textos
4. ( ) Trabalhos individuais e em grupos
5. ( ) Resumos
6. ( ) Simulados
7. ( ) Pesquisas
8. ( ) Correção de exercícios
9. ( ) Relatórios
10. ( ) Questões objetivas
11. ( ) Questões subjetivas
12. ( ) Seminários (exposição, seguida de debates)
13. ( ) Cartazes/Mapas
14. ( ) Debates
15. ( ) Apresentação de trabalhos
16. ( ) Maquetes
17. ( ) Preenchimento de Apostilas
18. ( ) Desenhos/Pinturas
19. ( ) Jornal Falado
20. ( ) Portfólio
21. ( ) Testes Relâmpagos
22. ( ) Aula Prática
23. ( ) Jogos Práticos
34
Obs.: Antes de responder a esta questão coloco aqui algumas orientações
sobre:
AVALIAÇÃO FORMATIVA
O termo avaliação formativa se refere a uma “concepção de avaliação,
entendida como aquela que tem como propósito a modificação e a melhora contínua
do aluno que se avalia; quer dizer, que entende que a finalidade da avaliação é ser
um instrumento educativo que informa e faz uma valoração do processo de
aprendizagem, seguido pelo aluno, com o objetivo de lhe oportunizar, em todo
momento, as propostas educacionais mais adequadas,” (ZABALLA-1999).
A avaliação formativa tem como base a formação integral do aluno e não
apenas sua formação cognitiva.
N)-Com relação à avaliação qualitativa ( formativa), você:
1. ( ) Sabe trabalhar bem com ela e utiliza sempre, porque é a melhor forma de
avaliar
2. ( ) Tem algumas dúvidas a respeito, mas usa do modo que sabe, porque acha
positivo
3. ( ) Sabe fazer, mas não utiliza por não acreditar nessa forma de avaliação
4. ( ) Não sabe utilizar direito, por isso não utilizados
5. ( ) Não sabe utilizar, nem acredita nesta forma de avaliar
O)- Na escola em que trabalha, a avaliação é feita através de notas ou conceitos?
1. ( ) Nota
2. ( ) Conceito
P)- Quando usa conceitos:
1. ( ) Quando realiza provas
2. ( ) Quando realiza atividades de portfólio
3. ( ) Nunca trabalhei com conceito
Q)-Utiliza RECUPERAÇÃO PARALELA em seu trabalho diário?
1. ( ) Sempre, é fundamental
2. ( ) Às vezes, quando tenho tempo
35
3. ( ) Raramente, é quase impossível na situação em que trabalho
4. ( ) Não utilizo
R)- Utiliza ou já utilizou AUTO – AVALIAÇÃO com seus alunos?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não
Caso tenha respondido “SIM” na questão anterior, participe desta agora.
S)- Se já utilizou AUTO – AVALIAÇÃO com seus alunos, o que achou?
1. ( ) Excelente recurso, a maioria dos alunos são muito conscientes e justos, por
isso continuo
2. ( ) Deixei de usar, porque menos de 50% dos alunos costumam ser justos em
relação ao seu próprio desempenho
3. ( ) Uso outros critérios também, porque apenas em poucos casos o julgamento
do aluno coincide com o meu
4. ( ) De modo geral, os melhores alunos costumam ser mais severos na avaliação
do próprio desempenho, enquanto os de rendimento mais baixo são mais
complacentes consigo próprios, por isso não uso
36
Apêndice 2 – Texto 1
A Evolução Histórica da Avaliação
(Colaboração do Caderno Temático de Aparecida do Carmo Ribeiro Favero -
2008,texto 1)
O ser humano é o único animal que precisa da intervenção do outro para
sobreviver. Precisa aprender a fazer a leitura da realidade tanto objetiva, como
subjetiva, para a partir dela, ter a possibilidade de tomada de consciência. A
formação humana é a responsável por esse processo e se realiza independente do
processo de escolarização ou da escola.
O processo de humanização teve início nos primórdios da civilização, com o
desenvolvimento da comunicação, da linguagem, do registro, da preservação da
memória, da transmissão dos conhecimentos de uma geração a outra, até chegar ao
desenvolvimento das ciências e da produção do conhecimento.
Para construir sua história e sobreviver o homem precisou transformar
intencionalmente a natureza, através de instrumentos e da ação, que é o trabalho.
Segundo Ciavatta:
Nesse intercâmbio com a natureza, o ser humano produz os bens de que necessita para viver, aperfeiçoa a si mesmo, gera conhecimento, padrões culturais, relaciona-se com os demais e constitui a vida social […]. O ser humano cria e recria os elementos da natureza que estão ao seu redor e lhes confere novas formas, novas cores, novos significados […]. A produção da existência humana e a aquisição da consciência se dão pelo trabalho, pela ação direta sobre a natureza. O trabalho é a atividade fundamental pela qual o ser humano se humaniza, se cria, se expande e se aperfeiçoa (S/D)
Ao adquirir os conhecimentos produzidos socialmente os indivíduos se
humanizam, uma vez, que o currículo das aprendizagens humanas são aquelas
vivências que propiciaram a evolução humana, através da demanda de habilidades
que foram desenvolvidas nesse processo. A instrumentalização é gradual e
necessária à conquista da autonomia. Portanto, a escola, ao aprovar um aluno está
certificando que o mesmo se apropriou (aprendeu) de todos os conhecimentos
ensinados até então.
Ao falar em aprovação, torna-se imprescindível falar de avaliação. Muitos
educadores têm enfrentados sérios problemas ao desenvolver o trabalho
37
pedagógico, em decorrência dos novos conceitos e novas relações que a avaliação
escolar tem assumido nesse momento histórico atual.
O sistema de avaliação adotado hoje é resultado de um longo processo
histórico. Baseado em estudo realizado por LIMA (2008)1 é possível verificar que
através dos tempos a avaliação serviu a interesses diversos. Na antiguidade, em
algumas tribos os adolescentes deveriam passar por provas, antes de serem
considerados adultos. Na China, 360 a.c. Os exames tinham a finalidade de
selecionar candidatos ao serviço público. O texto bíblico, no livro dos Juízes 12:5,7
faz referência ao exame oral.
Em Esparta, entre os gregos, as provas eram físicas e de resistência,
através de jogos e competições.A arguição ou questionamentos orais, ainda
utilizados na escola, tiveram origem em Atenas, com a maiêutica (processo de
conceituação) de Sócrates.
Na idade média, período marcado pela expansão da espiritualidade e da fé, com
predomínio do modelo tradicional, dos dogmas, os pensamentos mais valorizados
pela escola eram a atenção, a memorização e a repetição. Por volta do ano de 1225,
dá-se o surgimento das universidades com a finalidade de formar professores.
O humanismo surge no Renascimento. O humanismo cristão traz grande
contribuição para a avaliação através da orientação psicológica, que buscava
atender as diferenças individuais do aluno de forma a prepará-lo para a vida a partir
de seus interesses, necessidades e aptidões. Já o humanismo pagão que mais tarde
daria origem ao pensamento moderno, exaltava a individualidade humana.
Na idade moderna, a difusão dos escritos da antiguidade e a invenção da
imprensa contribuíram para o desenvolvimento das atividades intelectuais, além da
fundação de escolas (religiosas) e criação de bibliotecas. O principal foco da
avaliação está na arguição e nos exames orais.
Na idade Contemporânea, final do século XVII, o Estado absorve a
educação da criança, surge então a necessidade de construir um sistema educativo.
Surgem as correntes pedagógicas e com elas os exames institucionalizados.
Surgem duas vertentes: a Didática Magna, de Comenius que vê no exame um lugar
de aprendizagem e de verificação da mesma (dimensão pedagógica) e o Guia das
Escolas Cristãs, de La Salle que propõe o exame como supervisão permanente
(controle do ensino), cujos resultados eram usados para reprimendas ou estímulos
(dimensão de controle).A avaliação como sinônimo de provas e exames foi trazida
38
ao Brasil pelos Jesuítas.
ATIVIDADES
ATIVIDADE 1- Estudo de outras fontes.
Texto Complementar: LIMA, Sandra Vaz de. A Trajetória da Avaliação da
Aprendizagem no Brasil. Publicado em (30/11/2009-p,1) -Contexto histórico da
avaliação escolar. Disponível no site http:// www.artigonal.com. Acesso em
03/07/2011.
ATIVIDADE 2- Com base nos textos estudados, analise o processo histórico da
avaliação e trace um paralelo com a avaliação realizada no momento atual.
TEXTO COMPLEMENTAR
Concepção de Avaliação na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional).
LEI N. 4.024, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1961
Art. 39. A apuração do rendimento escolar ficará a cargo dos estabelecimentos de
ensino, aos quais caberá expedir certificados de conclusão de séries e ciclos e
diplomas de conclusão de cursos.
§ 1º Na avaliação do aproveitamento do aluno preponderarão os resultados
alcançados, durante o ano letivo, nas atividades escolares, asseguradas ao
professor, nos exames e provas, liberdade de formulação de questões e autoridade
de julgamento.
§ 2º Os exames serão prestados perante comissão examinadora, formada de
professores do próprio estabelecimento, e, se este for particular, sob fiscalização da
autoridade competente.
LEI N. 5.692 - DE 11 DE AGOSTO DE 1971
Art. 14. A verificação do rendimento escolar ficará, na forma regimental, a cargo dos
estabelecimentos, compreendendo a avaliação do aproveitamento e a apuração da
assiduidade.
§ 1º Na avaliação do aproveitamento, a ser expressa em notas ou menções,
preponderarão os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e os resultados
obtidos durante o período letivo sobre os da prova final, caso esta seja exigida.
§ 2º O aluno de aproveitamento insuficiente poderá obter aprovação mediante
39
estudos de recuperação proporcionados obrigatoriamente pelo estabelecimento.
LEI N.9.394 - DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996
Art.24. Parágrafo V. A verificação do rendimento escolar observará os seguintes
critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do
aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;e) obrigatoriedade de estudos de
recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo
rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus
regimentos;
FONTE: http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=102368
Tarefa- Após verificar o que determina cada uma destas Lei de Diretrizes da
Educação com referência à avaliação, quais semelhanças e quais mudanças
ocorreram de uma para outra?
TEXTO 2
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM- ONTEM E HOJE
O que diferencia o ser humano dos demais seres vivos é a razão, isto é, a
capacidade de antever ou prever suas ações, ou seja, refletir, planejar, avaliar,
reavaliar, mudar e agir em função dessa previsão. Portanto, podemos dizer que
estamos avaliando, constantemente, desde o momento em que passamos a ter o
domínio da linguagem e ter interação com o meio e com o outro, assim, estamos em
permanente processo de aprendizagem.
Avaliar “significa diagnosticar e intervir, o que quer dizer praticar a
investigação sobre o que está acontecendo, tendo em vista proceder a intervenções
40
adequadas, sempre para a melhoria dos resultados”(LUCKESI,2005,p.8).
A avaliação escolar é um processo pelo qual se observa, se verifica, se
analisa, se interpreta um determinado fenômeno (construção do conhecimento),
situando-o concretamente quanto aos dados relevantes, objetivando uma tomada de
decisão em busca da produção humana. Segundo Luckesi (1995,p.148).
O ato de avaliar tem, basicamente três passos: conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de constatação da realidade. Comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no processo educativo (qualificação). Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.
As mudanças ocorridas na educação exigem mudanças na prática avaliativa e
que se busque uma educação de qualidade, isso significa que o sistema educativo e
os educadores devem fazer com que o aluno aprenda e se desenvolva individual e
coletivamente, garantindo o acesso, a permanência e o sucesso, mesmo sabendo
que nem sempre essas práticas condizem com a teoria. É importante refletir sobre
as ações pedagógicas, em que elas podem contribuir e quais as consequências, na
escola hoje.
Para a compreensão das mudanças ocorridas na avaliação do processo
educativo é essencial que se faça um caminhar na sua trajetória, isto é, rever a
avaliação ontem e hoje.
Baseado em estudo elaborado pela escritora Tania Zagury o relato da
avaliação de ontem baseia no princípio de que ela era feita apenas através de
provas, com isso o professor não se sentia inseguro. Um pouco de história.
Até mais ou menos a década de 1970, no Brasil, os alunos eram avaliados de
forma muito uniforme;
1- Havia um programa único para todo o país, vindo do MEC, e cada professor era
responsável apenas pelos conteúdos da matéria que lecionava ( não se falava em
interdisciplinaridade nem em integração curricular à época).
2- Anualmente o MEC enviava, a todas as escolas brasileiras da rede oficial e
oficializada, provas únicas, que todos os professores aplicavam e corrigiam
segundo uma tabela, também enviada pelo MEC.
3-As provas de redação eram corrigidas seguindo uma outra tabela que considerava
não somente a parte gramatical como também as ideias expressas pelo aluno.
4- As notas variavam de 0 a 100 (primeiras séries ou o antigo primário) e de 0 a 10
41
(para ginásio e científico).
5- Apenas os que tivessem 50% de acertos ou mais eram aprovados; os que não
conseguissem iam para a “segunda época”.
6- A segunda época era uma nova oportunidade que os alunos tinham de refazer
estudos, rever a aprendizagem e a avaliação. Durava um mês (geralmente em
janeiro)e, ao final, os alunos faziam nova prova.
7-Quem não obtivesse o estipulado para aprovação depois dessa segunda chance
ficava automaticamente reprovado.
8- O aluno podia ficar em segunda época até no máximo em três matérias; mais do
que isso era reprovado, sem direito à segunda época.
9-Havia também prova oral, além da escrita, com “ponto” (tema) sorteado na hora,
sobre o qual o aluno deveria discorrer, “explicitando tudo o que sabia sobre” ou
abordando aspectos que o professor determinasse.
O professor sentia-se seguro porque elaborar questões baseadas apenas no
conteúdo desenvolvido em sala de aula é evidentemente mais fácil do que avaliar
aspectos tão complexos que vão desde a formação de hábitos e atitudes, passando
pelo desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas e sociais.
È o que se espera seja feito pelos professores hoje.
Não se trata de discutir que tipo de avaliação deve ou não ser feita, qual a
melhor ou a mais moderna. Trata-se, sim, de verificar quais são as reais condições
de trabalho dos professores e, daí, repensar o que pode resultar da aplicação de
medidas que não possam efetivamente ser realizadas com qualidade.
A questão é: o ensino vem melhorando desde que se adotou a avaliação
qualitativa? Os alunos mostram maior domínio das habilidades necessárias à
sobrevivência no século XXI? A decisão fica entre:
1- Continuar a “tentar” avaliar qualitativamente, sabendo que o professor nem ao
menos conhece o rostinho de cada um de seus alunos, além de sabermos também
que, nas atuais condições em que trabalha, ele não tem mesmo tempo de fazê-lo
adequadamente (o que já resultou, e ainda continuará resultando, em queda de
qualidade)?
2- Voltar a usar apenas a avaliação que mede conhecimentos e competências
cognitivas, porque isso o professor pode ao menos fazer de forma mais bem – feita?
Ou
3- Mudar a realidade das salas de aula, e infra- estrutura das escolas, prover
42
treinamento adequado para os professores e, aí sim, continuar, ou melhor, começar
a fazer verdadeiramente avaliação qualitativa? Avaliação qualitativa segundo
LUCKESI (2005)
[…]. Avaliação, por ser avaliação, é qualitativa. O termo avaliação provém de dois componentes latinos---”a” e “valere”---, que juntos querem dizer “atribuir valor a alguma coisa”, ou seja, atribuir qualidade a alguma coisa.[...]. No caso da aprendizagem, são dados do desempenho do estudante na sua aprendizagem dos conteúdos; são dados da realidade de sua aprendizagem.
Assim, vemos que a avaliação, na maioria das vezes, tem sido utilizada
muito mais com o objetivo de quantificar o que o aluno aprendeu, do todo que lhe foi
transmitido.
O que se preconiza atualmente como avaliação moderna.
1-Com referência ao termo avaliar – que ganhou nova e mais complexa
dimensão- fazendo nítida distinção entre “medir conhecimentos” e “avaliar
desempenho”. “Medir” (o que/quanto o aluno aprendeu) passou a designar uma
forma insuficiente e negativa de verificar a aprendizagem, e em geral se relaciona,
na prática, ao uso de provas e testes apenas. O segundo termo é utilizado quando
se deseja fazer menção à maneira desejável de se verificar se os objetivos do
ensino e da aprendizagem foram alcançados. Inclui variados instrumentos, como
provas, testes, trabalhos individuais e de grupo, observação através de fichas e
autoavaliação.
2- Os “programas oficiais” foram substituídos por “sugestões de conteúdos
curriculares mínimos”, depois pelos denominados “parâmetros curriculares
nacionais”. Essas mudanças têm um cunho evidentemente mais abstrato e, portanto,
são habilidades menos observáveis em termos operacionais.
3- As “notas”, até então utilizadas, foram substituídas em alguns estados
brasileiros por conceitos (que assumiram nomenclaturas variadas ao longo dos
anos).
4-Avaliar, na nova concepção, inclui, além de resultados do desempenho
mensurável (escrever corretamente, fazer cálculos, resolver problemas etc.), outras
aprendizagens até mais importantes, como a aquisição de competências nas áreas
cognitiva, afetiva, psicomotora e social, aspectos qualitativos que, segundo a própria
LDB, devem preponderar sobre os quantitativos. Isso tem significado na prática, que
43
um aluno com rendimento abaixo do mínimo exigido na parte de conteúdo
propriamente dito (em geral em torno de 50%), mas que é educado, polido,
esforçado e atento, que é excelente em música ou esportes, pode ser promovido à
série seguinte, mesmo que demonstre deficiências em leitura ou cálculos.
5- Também se tornou fundamental, ao avaliar, considerar os progressos do
aluno em relação a si próprio, não em relação ao grupo, conceito calcado na
Psicologia, que condena a “competição” entre os alunos. A classificação do
rendimento dos alunos, a “premiação” dos melhores com medalhas ou com
“estrelas” coladas em cadernos, às relações nominais hierarquizadas em murais,
todas foram descartadas e consideradas nocivas, estressantes e prejudiciais do
ponto de vista emocional; ainda segundo essa teoria, tais práticas desestimulam os
alunos com desempenho mais baixo e podem afetar sua auto – estima.
Alguém já disse que “o ótimo é inimigo do bom”. Infelizmente, muitos são os
que, ao se “apaixonarem” por uma ideia, esquecem o mais importante: para mudar é
preciso antes criar as condições infraestruturais para que a mudança de fato possa
ocorrer. Caso contrário, continuaremos a mudar, mudar, mudar...Mas só na
aparência e na nomenclatura. Ou, mais grave ainda, mudaremos sempre para pior
em termos de qualidade final.
O que acarretou essas mudanças?Segundo a mesma autora:
Há cerca de três décadas, a prova era considerada “o” instrumento de
avaliação. Era prova escrita, prova oral, prova e mais nada. Hoje, se preconiza uma
avaliação mais ampla. Afirma-se que as provas não avaliam nada, só “medem”
conhecimento, o que poderia induzir a injustiças com o aluno.
“Prova não mede nada”: mais uma meia - verdade. Porque, entre uma prova muito
bem elaborada do ponto de vista didático (que pode avaliar altos níveis de
competência e saber, dependendo da forma como é elaborada) e a avaliação
qualitativa como tem sido (mal) feita, a prova pode ser um instrumento mais justo,
especialmente porque mais viável – ao menos enquanto não mudam as condições
atuais de trabalho do professor.
Uma prova bem elaborada é um ótimo instrumento de avaliação, se
seguirem todas as suas etapas didáticas: 1) elaboração adequada e abrangente; 2)
resultados analisados de forma a detectar unidades não suficientemente trabalhadas
e que necessitam, portanto, de mais aulas ou do uso de outras técnicas de ensino;
3) utilização dos resultados da análise das provas para elaborar estratégias de
44
recuperação e melhorar deficiências de aprendizagem reveladas.
Se utilizada dessa forma, uma prova muitas vezes é um instrumento de
avaliação mais preciso do que uma avaliação qualitativa em que se utilizam
trabalhos de grupo, eventualmente provas e fichas de observação( em que o
professor lança conceitos médios para todos, porque não pode na verdade observar
o desempenho individual). Porque feita dessa forma, a avaliação qualitativa, na
verdade, de qualitativa tem apenas o nome.
A questão que me parece essencial, diz Zagury, na situação atual das
escolas brasileiras, é encarar a realidade que temos e escolher, entre as duas
alternativas acima, a que menor prejuízo traz à qualidade do ensino. O que não se
pode continuar a fazer em encontros, congressos, seminários e cursos é discursar
sobre a forma ideal de avaliar, ignorando a realidade – enquanto o professor fica
ouvindo e pensando:
Que lindo! Ah, que maravilha, se eu pudesse fazer assim!!! Mas não dá, e eles não sabem, por isso insistem; que pena! Como eu continuo com trezentos alunos, correndo feito louco de um lado para o outro, então vou ter que continuar fazendo do jeito que dá...
O que significa que alguns vão continuar a fazer um arremedo, isto é de
forma grotesca a avaliação qualitativa, enquanto outros continuam dando suas
provas, por vezes mal elaboradas – é o que sabem e o que conseguem fazer.
Segundo Zagury, não se pretende entrar na discussão do mérito,validade,
concordância ou correção das teorias que sustentam os itens verificados. São,
porém, pressupostos que vigoram oficialmente. É importante, relembrar o que os
professores faziam e o que tiveram que passar a fazer, em termos de avaliação.
ATIVIDADES
ATIVIDADE 01- Estudo de um texto complementar do mesmo autor para possíveis
reflexões.
ZAGURY,Tânia. Tema: Técnicas de ensino.
Livro: O Professor Refém , 9ª edição. São Paulo: Record, 2009.p.189-200.
45
ATIVIDADE 02- Discuta no grupo os seguintes questionamentos e registre uma
conclusão:
a) Como é o nosso aluno?
b)Quem somos nós, os professores, que fazemos esta escola?
c) Qual nosso papel como profissional da educação?
d) O que buscamos no ensino de nossa disciplina?
e)O que significa formar um cidadão hoje?
f) O que adotamos e o que descartamos na prática de nossa avaliação, levando em
conta as orientações citadas na avaliação tradicional e na moderna?
TEXTO 03
TIPOS DE AVALIAÇÃO...QUANDO E COMO DEVEM SER UTILIZADAS
1. No processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio
de diagnóstico do processo ensino – aprendizagem quanto como instrumento de
investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão
formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação
dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática
pedagógica. Segundo (LIMA,2002-)
Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem. Desta forma, se estabelecerá o verdadeiro sentido da avaliação: acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer emergir novas práticas educativas.
No cotidiano escolar, a avaliação é parte do trabalho dos professores. Tem
por objetivo proporcionar-lhes subsídios para as decisões a serem tomadas a
respeito do processo educativo que envolve professor e aluno no acesso ao
conhecimento.
É importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se
estabelece nos documentos escolares como o Projeto Político Pedagógico e, mais
46
especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente,
documentos necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares. (DCE,
2008, p.33)
Conforme a determinação da LDB, Lei nº 9394/96, na seção I, das
Disposições Gerais, Art.24, item V, a verificação do rendimento escolar do aluno
observará os seguintes critérios:
a) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) Possibilidades de aceleração de estudo para alunos com atraso escolar; c)Aproveitamento de estudos concluídos com êxito; d)Obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência, paralelos ao período letivo, para casos de baixo rendimento escolar e, a serem disciplinados pelas instituições de ensino, em seus regimentos;
Entende-se que o aluno não pode ser avaliado num momento isolado do
resto do processo, e que a avaliação não é o ponto alto do bimestre, como se todas
as outras atividades tivessem que ser realizadas com seriedade e aplicação porque
aqueles conteúdos vão cair na prova.
A avaliação só se por processo contínuo. Da parte do professor, diz respeito
à observação diária, à atenção dirigida ao que o aluno faz ao que diz ao modo como
reage às diversas situações na sala de aula. Como se comporta ao enfrentar certos
conteúdos, em que aspectos demonstra maior ou menos facilidade, quanto cresceu
em relação aos comportamentos anteriores, como interage com a turma... e assim
por diante.
O texto da Lei indica que, além de contínua, a avaliação seja cumulativa.
Isso significa, em outros termos, que não se compartimentalizem os saberes
segundo os meses em que são trabalhados. Que os instrumentos e as formas de
avaliação priorizem uma visão global das matérias estudadas, levando o aluno a
utilizar as competências que foi adquirindo em outros meses, em outras séries. Que
as questões ou situações-problemas seja abrangentes, interligando os saberes
estudados.
No que se refere na pontuação da lei quanto a haver prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos, este é um aspecto crucial no
entendimento da noção de avaliação da LDB, pois evidencia que a verificação do
rendimento não está diretamente vinculada à aprovação ou reprovação dos alunos,
47
mas sim, não limitar o olhar do que avalia aos conteúdos que podem ser
objetivamente mensuráveis e quantificáveis. Isso não quer dizer que, no momento
de definir se um aluno tem condições de ser promovido para etapa seguinte, o
professor não opte por verificar (de maneira objetiva) se o aluno possui os
conteúdos mínimos, ou se desenvolveu as aptidões necessárias para vir a aprendê-
los.
Outra consequência do processo de avaliação da aprendizagem é a
recuperação de estudos, que diz a respeito que é direito daqueles que não
conseguiram aprender com os métodos adotados pela escola, em um determinado
tempo, que terão uma nova oportunidade de aprender o conteúdo que o mesmo não
teve aproveito.
Quanto aos critérios, nos permitem acreditar, de todo modo, que a avaliação
deve estar voltada para a promoção, e não para a estagnação: é o momento para
possibilitar ao aluno demonstrar o que sabe, para permitir-lhe avançar.(RAMAL,
1998)
O professor e os tipos de avaliação:
A referência aos termos avaliação diagnóstica, formativa e somativa,
segundo Haydt, foram diferenciadas e utilizadas por Michael Scriven, mas se
difundiram a partir de Bloom, Hastings e Madaus.
A avaliação diagnóstica é realizada no início de um curso, período letivo ou
unidade de ensino, com a finalidade de verificar se o aluno tem ou não domínio dos
pré-requisitos necessários, ou seja, se possuem os conhecimentos e as habilidades
mínimas para as novas aprendizagens.
É também utilizada para detectar problemas de aprendizagem e possíveis
causas. Essa investigação possibilita ao professor determinar quais os
conhecimentos e habilidades devem ser retomadas, antes de iniciar os conteúdos
programados para o período em questão, pode ainda fornecer subsídios para a
formação ou remanejamento de turmas ou de alunos.
A avaliação formativa tem a função de controle, é realizada durante todo o
decorrer do período letivo, com a finalidade de verificar se o aluno atingiu os
objetivos propostos, ou seja, visa determinar se o aluno pode avançar nas etapas
propostas, gradativamente.
Esta muito associada ao mecanismo de feedback, na medida sem que
permite ao professor detectar e identificar deficiências na forma de ensinar,
48
possibilidades de aperfeiçoamento e reformulação do trabalho didático, bem como
possibilita ao aluno conhecer seus erros e acertos e possibilidades da melhoria,
inclusive propondo um trabalho de recuperação paralela, com base nesses
resultados.
A avaliação somativa, tem a função classificatória, é realizada ao final de
um curso, período letivo ou unidade de ensino, com a finalidade de classificar o
aluno de acordo com seu nível de aprendizagem ou aproveitamento, com vistas à
promoção para outra série, etapa ou grau de ensino.
Essas formas de avaliar estão intrinsecamente ligadas, e para que o
processo de ensino e de aprendizagem seja eficaz, o professor deve fazer uso de
todas, de acordo com o fim a que se destinam.
Na prática, muitos professores, ainda não conseguem, sequer, diferenciar
um tipo de avaliação da outra, não têm clareza das definições e do momento
adequado de utilizá-las, portanto, se não existe a familiaridade com os termos é
porque não estão sendo vivenciados e ainda continuam como meras definições.
ATIVIDADES
Atividade 1- Estudo de outras fontes.
Texto complementar: GATTI, Bernadete , A . O Professor e a Avaliação em Sala
de Aula- Estudos em Avaliação Educacional, n.27, jan-jun/2003, p.100-109.
Finalidade: reflexão sobre a condução de processos avaliativos em sala de aula.
Atividade 2 - Analise a formação profissional que recebeu, quantas e quais
disciplinas lhe deram, conhecimento e sustentação para avaliar seus alunos de
maneira eficiente.
TEXTO COMPLEMENTAR
"A Arte do Feedback"
Dar e/ou receber feedback exige domínio de suas técnicas, veja as dicas abaixo:
A Arte e a Importância de Recebermos Feedback
O que é Feedback?
Feedback é o processo de fornecer dados a uma pessoa ou grupo ajudando-o a
melhorar seu desempenho no sentido de atingir seus objetivos. O principal objetivo
49
do feedback é para ajudar outra pessoa a alcançar seus objetivos de maneira mais
efetiva.
Tipos de Feedback
1.Feedback construtivo: é a informação que ajude as pessoas a decidirem se seus
comportamentos tiveram os efeitos pretendidos.
2.Feedback positivo: é a informação que reforça os comportamentos através da
comunicação de que eles tiveram os efeitos pretendidos.
3.Feedback negativo: é a informação que desencoraja comportamentos através da
comunicação de que eles não tiveram os efeitos pretendidos.
Como pode ser obtido?
1.Aberto: é obtido através de perguntas e de observação, durante a realização de
exercícios e testes. Mostra o que o ouvinte captou e o que não captou. Pode ser
falsificado.
2.Velado: é obtido através da prática de observar a reação do ouvinte a estímulos
externos. Pode se obtido na sua expressão, posição, movimentos e atitude.
"não importa o que os outros fazem a você. O que importa é o
que você faz, com o que fazem a você.”
Para ter eficiência, o feedback deve ser:
1.Descritivo ao contrário de ser um processo de avaliação: ao relatar um evento,
sem julgamentos, reduzem-se as possibilidades de reações defensivas. Quem ouve,
usa o dado e a informação como julgar conveniente;
2.Específico ao contrário de verbalizar uma generalização: "na última reunião você
fez o que tem feito outras vezes, deixou de ouvir a opinião dos demais e novamente
fomos forçados a aceitar sua decisão". Ao verbalizar desta maneira, indicou-se o
50
comportamento na determinada reunião e em outras, porém, não se acusou a
pessoa de "controlador ou autoritário".
Compatível com as motivações e objetivos de ambos (emissor e receptor): quando
atende apenas ao interesse de desabafo do emissor pode ser muito destrutivo, de
acordo com a agressividade presente, irritação ou raiva.
4.Direcionado a esferas de atuação em que o receptor tenha possibilidade de
aperfeiçoar: características pessoais, idiossincrasias, limitações de raciocínio e
outras manifestações individuais não podem ser apontadas como falhas, mas
toleradas como próprias daquele indivíduo.
5.Solicitado, desejado e oportuno: é útil quando os observadores podem ajudar e
mais próximo do comportamento ou fato em questão.
6.Referir-se à pessoa presente: falar no próprio nome e não fazer referências a
terceiros - "muita gente já falou sobre isso de você". O feedback serve para
aperfeiçoar o comportamento de alguém em relação a nós e nosso grupo.
Como receber feedback
1.Ouça cuidadosamente e evite interromper.
2.Saiba que é incômodo e, às vezes, até doloroso. Respire fundo para relaxar os
músculos.
3.Faça perguntas se precisar esclarecer alguns aspectos. "Como eu faço ou digo
para você me ver como agressivo?"
4.Reformule o que o outro está lhe dizendo, para que confira se ouviu e
entendeu.
5.Reconheça o que é correto e adequado no "feedback". Concordar que seus
relatórios estão atrasados é bem diferente de concordar que você é irresponsável.
6. Assimile, com calma e tempo, o que ouviu. Peça tempo para pensar, se
necessário.
51
Outros
1. Seja oportuno: Para que seu feedback seja eficaz, ele deve ser antes de mais
nada, absorvido por quem o recebe. Portanto, é preciso ser oportuno e saber o
momento adequado de transmiti-lo. O ideal é que o feedback seja dado logo após a
ocorrência de um fato. Desta forma, será possível resgatar ações e comportamentos
ainda presentes para os envolvidos. No entanto, recomenda-se que esta conversa
ocorra quando os ânimos estiverem sob controle. Em certos processos, recomenda-
se que uma reunião formal de feedback seja realizada, mas no nosso dia-a-dia
podemos manter a cultura de dar e receber feedback; as pessoas são mais abertas
e receptivas ao feedback, especialmente quando sabem que, também delas, espera-
se receber feedback.
2. Baseie-se em fatos concretos: O feedback eficaz tem que ser isento de
impressões pessoais. Não "assuma" nada em relação ao desempenho e ações
alheios. Formule o seu feedback seguindo uma sequencia lógica: ele deve ser
fundamentado em fatos concretos, e mencionar o impacto da ação sobre os
negócios e as pessoas.
Fonte: www.isadoracosta.blogspot.com 27/07/2008. Acesso em 11/07/2011.
TEXTO 4 - O PAPEL DO ERRO NA AVALIAÇÃO
Texto retirado do caderno temático sobre o título: Avaliação Formativa.- Professora
PDE- Aparecida Clavero Camargo- 2008- Curso de Pedagogia.
Fragmento do Texto:LUCKESI, Cipriano Carlos. Prática Escolar: DO ERRO COMO
FONTE DE CASTIGO AO ERRO COMO FONTE DE VIRTUDE, In: Avaliação da
Aprendizagem
Escolar: estudos e proposições. 18,ed.- São Paulo: Cortez, 2006,p.48-59.
A visão culposa do erro, na prática escolar, tem conduzido ao uso
permanente do castigo como forma de correção e direção da aprendizagem,
tomando a avaliação como suporte da decisão. Todavia, uma visão sadia do erro
52
possibilita sua utilização de forma construtiva.
O castigo escolar a partir do erro
As condutas dos alunos consideradas como erros tem dado margem, na
prática escolar, tanto no passado como no presente, às mais variadas formas de
castigo por parte do professor, indo desde as mais visíveis até as mais sutis. A
medida que se avançou no tempo, os castigos escolares forma perdendo seu
caráter de agressão física, tornando-se mais tênues, mas não desprovidos de
violência.
No passado, em nossa prática escolar, castigava-se fisicamente. No Sul do
país, era comum um professor utilizar-se da régua escolar para bater num aluno que
não respondesse com adequação às suas perguntas sobre uma lição qualquer. No
Nordeste brasileiro, esta mesma prática era efetivada por meio da palmatória,
instrumento de castigo com o qual o professor batia na palma da mão dos alunos. A
quantidade de “palmadas” dependia do juízo desse professor sobre a possível
“gravidade” do erro,. o castigo físico, noutras vezes, dava-se pela prática de colocar
o aluno “de joelhos” sobre grãos de milho ou de feijão, ou ainda de mandá-lo para
frente da classe, voltado para a parede e com os braços abertos. Pequenos
martírios!
Uma forma intermediária de castigo, entre o físico e o moral, era deixar o
aluno “em pé”, durante a aula, enquanto os colegas permaneciam sentados. Neste
caso, era castigado fisicamente, pela posição, e moralmente, pelo fato de tornar-se
visível a todos os colegas a sua fragilidade. Era a exposição pública do erro.
Hoje essas formas de castigar são raras; porém, o castigo não desapareceu
da escola. Ele se manifesta de outras maneiras, que não atingem diretamente o
corpo físico do aluno, mas sua personalidade, sendo, no sentido em que Bourdieu
fala em seu livro A reprodução, uma “violência simbólica”.
Uma forma de castigar um pouco mais sutil que as anteriores, que existiu no
passado e ainda existe, é a prática pela qual o professor cria um clima de medo,
tensão e ansiedade entre alunos: faz uma pergunta a um deles, passando-a para um
segundo, terceiro, quarto, e assim por diante, gerando tensão nos alunos que podem
vir a ser os subsequentes na chamada. Deste modo, a classe toda fica tensa, já que
cada um espera ser o próximo.
53
Esse modo de conduzir a docência manifesta-se com um viés mais grave
ainda, porque o professor normalmente não está interessado em descobrir quem
sabe o que foi ensinado, mas sim quem não aprendeu, para poder expor
publicamente aos colegas a sua fragilidade. […] Este, coitado, treme de medo e de
vergonha. O “forte” na lição é elogiado e o “fraco”, ridicularizado. […]
Existiam e existem, ainda, castigos como: ficar retido na sala de aula durante
o recreio ou intervalo entre uma aula e outra; suspender o lanche; realizar tarefas
extras em sala de aula ou em casa.[...]
[…] outras formas mais sutis de castigar tem sido utilizadas ainda hoje, tais
como: gozação com um aluno que não foi bem; a ridicularização de um erro; a
ameaça de reprovação; o teste “relâmpago”, como tem sido denominado aquele que
é realizado para “pegar os alunos de surpresa”.[...]
O castigo que emerge do erro- verdadeiro ou suposto – marca o aluno tanto
pelo seu conteúdo quanto pela sua forma. As atitudes ameaçadoras, empregadas
repetidas vezes, garantem o medo, a ansiedade, a vergonha de modo intermitente. A
postura corporal de defesa que o aluno assume, manifestada pela dificuldade de
respirar enquanto fica na expectativa de ser o próximo da chamada, é uma
expressão clara dessa tensão. […]
A partir do erro, na prática escolar, desenvolve-se e reforça-se no educando
uma compreensão culposa da vida, pois, além de ser castigado por outros, muitas
vezes ele sofre ainda a autopunição.[...]. Nem sempre a escola é a responsável por
todo processo culposo que cada um de nós carrega, mas reforça (e muito) esse
processo.[...]
Haverá muito trabalho psicológico futuro para que as crianças e os jovens de
hoje se libertem de suas fobias e ansiedades, quem foram se transformando em
hábitos biopsicológicos inconscientes. Hábitos criados pelo medo que, com certeza,
não serve para nada mais do que garantir uma submissão internalizada. O medo
tolhe a vida e a liberdade, criando a dependência e a incapacidade para ir sempre
em frente.
O clima de culpa, castigo e medo, que tem sido um dos elementos da
configuração da prática docente, é um dos fatores que impedem a escola e a sala de
aula de serem um ambiente de alegria, satisfação e vida feliz. Assim, as crianças e
os jovens rapidamente se enfastiam de tudo o que lá acontece e, mais que isso,
temem o que ocorre no âmbito da sala de aula.
54
[…] A culpa impede a vida livre, a ousadia e o prazer, fatores que,
multiplicados ao nível social, significam a impossibilidade de controle do processo de
vida em sociedade, segundo parâmetros conservadores. A sociedade conservadora
não suporta existir sem os mecanismos de controle internalizados pelos indivíduos –
a culpa e, assim, muito útil.
Nessa perspectiva, a observação e a compreensão do uso do erro na prática
escolar revelam que a questão é bem mais ampla do que somente o fato de
proceder a um pequeno castigo de um aluno individualmente. A trama das relações
sociais, que constitui o tecido da sociedade predominantemente sobre as nossas
condutas individuais. Tal força é medida por múltiplos mecanismos, dentre os quais a
culpa e o medo por meio do castigo.
Contudo, o erro poderia ser visto como fonte de virtude, ou seja, de
crescimento. O que implicaria estar aberto a observar o acontecimento como
acontecimento, não como erro; observar o fato sem preconceito, para dele retirar os
benefícios possíveis. Uma conduta, em princípio, é somente uma conduta, um fato;
ela só pode ser qualificada como erro a partir de determinados padrões de
julgamento.[...].
É preciso antes de mais nada, observar, para depois julgar. Nossa prática,
entretanto, tem sido inversa: primeiro colocamos a barreira do julgamento, e só
depois tentamos observar os fatos. Nesse caso a observação fica “borrada” pelo
julgamento. Certamente, não é fácil observar primeiro para depois julgar, mas é
preciso aprender esta conduta, se queremos usar o erro como fonte de virtude, ou
seja, de crescimento.
[…] Tanto o “sucesso/insucesso” como ”acerto/erro” podem ser utilizados
como fonte de virtude em geral e como fonte de “virtude” na aprendizagem escolar
[…]
Não há por que ser castigado pelos outros ou por si mesmo em função de
uma solução que não se deu de forma “bem sucedida”. Há, sim, que se utilizar
positivamente dela para avançar na busca da solução pretendida. [...]
Reconhecendo a origem e a constituição de um erro, podemos superá-lo,
com benefícios significativos para o crescimento. Por exemplo, quando atribuímos
uma atividade a um aluno e observamos que este não conseguiu chegar ao
resultado esperado, conversamos com ele, verificamos o erro e como ele o cometeu,
reorientamos o seu entendimento e sua prática. E, então, muitas vezes ouvimos o
55
aluno dizer: “Poxa, só agora compreendi o que era para fazer!”. Ou seja, foi o erro ,
conscientemente elaborado, que possibilitou a oportunidade de revisão e avanço.
Todavia, se nossa conduta fosse a de castigar, não teríamos oportunidade de
reorientar, e o aluno não teria a chance de crescer. Ao contrário, teria um prejuízo no
seu crescimento, e nós perderíamos a oportunidade de sermos educadores.
[…] a avaliação da aprendizagem deveria servir de suporte para a
qualificação daquilo que acontece com o educando, diante dos objetivos que se
têm, de tal modo que se pudesse verificar como agir para ajudá-lo a alcançar o que
procura. A avaliação não deveria ser fonte de decisão sobre o castigo, mas de
decisão sobre os caminhos do crescimento sadio e feliz.[...]
ATIVIDADE
– O texto enriqueceu o seu conhecimento? Em que ele contribuiu?
– Você professor já vivenciou uma situação escolar em que o erro foi causa de
ridicularização perante os colegas?
“O erro é útil”. Convém estimular sua expressão para que se possa verificar,
compreender e favorecer sua regulação. Daí a necessidade de mudar a concepção
sobre o papel do erro na aprendizagem. Segundo Jiménes, (1998-)
É muito importante criar um ambiente, um clima não ameaçador na aula, de forma que aqueles que aprendem sintam que suas ideias serão escutadas […] porque qualquer um de nós, quando vamos aprender algo novo, necessitamos de oportunidades para nos equivocar e de voltar a pensar as coisas por nós mesmos. Nem sempre deparamo-nos com a resposta correta da primeira vez. Esse tipo de clima, então, ajuda na aprendizagem individual.
Em seu livro Avaliar para Aprender, Neus Sanmartí coloca que geralmente ,
o “erro” tende a ser considerado na escola como algo negativo, algo que os alunos
aprendem a esconder para não serem punidos. Todavia, o erro é o ponto de partida
para aprender. Se lendo um texto ou escutando uma explicação assimilássemos
completamente o que o professor tentou nos comunicar, a escola não seria
necessária. Entretanto, a realidade nos mostra o contrário. Cada pessoa constrói
suas próprias ideias a partir de suas percepções e das interações com outros, e para
chegar a compartilhar o conhecimento elaborado ao longo dos séculos, requer-se a
superação de todo tipo de obstáculos.
56
Este processo e, ao mesmo tempo, o fundamento do desenvolvimento
cultural da humanidade. À diferença de outras espécies, os jovens não aprendem
repetindo mimeticamente os conhecimentos dos adultos, mas sim reconstruindo-os.
Isso significa que o processo de apropriação de tais conhecimentos seja longo e
trabalhoso, e que em seu percurso sejam geradas novas ideias e novas formas de
atuar. Os “erros” são algo normal, inclusive necessários para a dita reconstrução.
Portanto, se algo deve mudar na escola é o status do erro (Nuanzi, 1990).
Se não houvesse erros para superar, não haveria possibilidades para aprender.
Astolfi (1999),em seu livro El error, un medio para ensenar, considera que nós,
professores, deveríamos fazer o esforço de deixar de lado nossa fixação por
identificar se os alunos se distanciam da “norma”, fato que nos faz considerar os
erros como elementos excludentes que devem ser punidos, para começar a usá-los
de modo estratégico. O erro é um indicador dos obstáculos com os quais se defronta
o pensamento do aluno ao resolver as questões acadêmicas. Nosso desafio é
compreender suas causas, porque somente ajudando-os a reconhecê-las será
possível corrigi-los.
Aprender não é apenas incorporar conhecimentos a uma mente vazia, mas
sim reconstruí-los a partir de outros já conhecidos, revisando concepções iniciais e
refazendo práticas. Einstein dizia que boa parte de seu trabalho consistia em
detectar erros na resolução dos problemas e superá-los um a um.
Os estudantes que têm êxito na escola se caracterizam – mais que por não
cometê-los, mas por sua capacidade de identificar erros e corrigi-los. Entretanto,
nem todos desenvolveram essa capacidade, por isso, é tarefa dos professores
promovê-la. Isso implica ensinar os alunos a reconhecerem suas ideias e práticas, a
identificar semelhanças e diferenças com o conteúdo introduzido em aula e a tomar
suas próprias decisões acerca de quais aspectos deveriam mudar e melhorar.
A Avaliação: peça-chave na comunicação entre alunos e professores
A avaliação que serve para aprender fundamenta-se na possibilidade de
verbalizar pontos de vista, contrastá-los e acordar novas formas de falar e de fazer.
Dito de outra forma, é o meio para conseguir a aproximação progressiva das
representações que aquele que aprende e aquele que ensina têm sobre os
conteúdos. Se se consegue romper as rotinas dominantes, a avaliação converte-se
57
na chave que facilita a comunicação entre o professor e o aluno. Todavia, ao ser
comum a concepção de que o erro é algo ruim que deve ser escondido do olhar do
professor e inclusive dos colegas, na aula instalam-se práticas de trabalho
fundamentadas na cópia, em passar desapercebido e em renunciar a pensar por si
mesmo. Essas práticas impedem que as dificuldades e os erros sejam expressados
e identificados, tornando impossível sua regulação.
Para que os alunos percam o medo de se expressar, deve haver uma
mudança muito importante nas “regras do jogo” que habitualmente são
estabelecidas em aula. O erro não deve ser punido, pelo contrário, deve ser
considerado como o eixo do trabalho em grupo. Ao mesmo tempo deve-se poder
falar, opinar, contrastar, avaliar... As aulas silenciosas não têm sentido algum.
Não é , pois, estranho que Rosalind Driver (Jiménez, 1988) insistia na
necessidade de introduzir mudanças profundas na gestão e no ambiente das aulas,
com o objetivo de possibilitar que todos os alunos expressem suas ideias e as
discutam sem medo, seja elas errôneas ou não. Somente se os alunos puderem
expressar suas ideias e testá-las, poderão identificar possíveis incoerências ou
outras formas de atuar. No entanto, para isso, alunos e professores devem chegar a
reconhecer que aprender não significa repetir enunciados ou práticas “corretas”, mas
sim compreender as causas das “incorretas”. Geralmente, os alunos não
reconhecem o interesse que há em ler os comentários dos professores; a eles
interessa a nota, mas esta não ajuda a estabelecer um sistema de comunicação útil
em aula. Se “pensar é ir de erro em erro”, os erros interessam. São parte do
processo que conduz à inteligibilidade das coisas, no transcurso do qual é
fundamental que se possa dialogar na aula sobre eles. Um diálogo que se constitua
em um autêntico exercício de comunicação entre pessoas que buscam compreender
os critérios dos demais e, nessa busca, reconhecer pouco a pouco os pontos de
vista e as práticas que se deveriam revisar.
Conclusão
A condição necessária para que os alunos aprendam a regular suas ideias e
práticas é a mudança no status do erro. De algo que se tem de esconder, deve
passar a ser algo totalmente normal e positivo em qualquer processo de
aprendizagem. Aprende-se porque nossas ideias, nossos procedimentos e nossas
atitudes podem evoluir.
58
O erro é um bom indicador dos processos intelectuais com os quais o aluno
enfrenta a realização de uma atividade. Quando se percebe sua vertente positiva na
aprendizagem, converte-se em algo criativo em vez de destrutivo.
Esconder as próprias concepções e práticas ou copiar as de outros é o que
mais impede a aprendizagem, porque é impossível receber ajuda para facilitar a
autorregulação. Da mesma forma, penalizar os erros somente conduz ao desânimo
dos que aprendem (e também do professor). Para que os alunos percam o medo de
expressarem-se, devem ser produzidas mudanças muito importantes na gestão da
aula e na finalidade que se outorga à avaliação.
Seria possível pensar que, com o tempo e com os meios de que um
professor dispõe, é impossível detectar, compreender e ajudar a superar os erros de
cada estudante; mas, na realidade, a maioria dos erros importantes são comuns a
muitos alunos, sua regulação é um problema de organização da aula. Convém
considerar que somente quem cometeu os erros pode corrigi-los, pois a função do
professor é propor ações que ajudem os alunos a se autorregular.
Por outro lado, os alunos, inclusive aqueles que não cometeram erros,
podem aprender com os colegas. Não se enganar na realização de uma tarefa não
quer dizer que ela esteja bem compreendida e interiorizada. Muitas vezes, um aluno,
ao confrontar-se com as produções não tão exitosas de outros colegas,
compreende por que fez bem e dá mais sentido para ideias ou práticas que somente
havia intuído(sem intervenção do raciocínio).
Encontramo-nos, assim, diante de uma maneira distinta de conceber a aula
e, consequentemente, sua organização. Trata-se de geri-la como um sistema no
qual os atores possam trocar papéis que normalmente estão determinados de forma
diferenciada: os alunos podem atuar como professores, os que têm êxito podem
aprender dos que não o tem, e o professor pode aprender de seus alunos lógicas
de raciocínio errôneas e estratégias para superá-las, estratégias que propõem e
aplicam aqueles que estão aprendendo.
ATIVIDADES
Atividade 1
– Ao analisar o texto do autor, Neus Sanmartí responda:
59
a) Qual tem sido e qual deve ser o papel do erro na avaliação escolar?
b) Na busca de melhorar o ensino, como trabalhar com os alunos para que eles
aprendam com os próprios erros e os dos colegas?
Atividade2
Texto Complementar: capítulo 2- A finalidade principal da avaliação é a regulação
tanto do ensino quanto da aprendizagem- SANMARTÍ, Neus. p.27-35
Após a leitura do texto ,situar pontos que venham contribuir para a sua
avaliação em sala de aula.
Atividade 3
O texto abaixo, de autoria de Alfredo Castro Neto, publicada na revista Brasil
Rotário, retrata a opinião da sociedade com relação à punição psíquica (substituta
da punição física), a que os alunos são submetidos nas escolas.
TEXTO COMPLEMENTAR
O novo castigo nas escolas
Alfredo Castro Neto
Antigas punições físicas dão lugar a procedimentos igualmente agressivos às
crianças
É provável que o leitor se espante com essa lista de punições, mas é preciso
entender que ela foi publicada há mais de 150 anos. Obviamente, você não deve
conhecer nenhuma escola da atualidade que adote esse tipo de procedimento. Mas,
se pensamos um pouco, veremos que as agressões às crianças ainda acontecem
nas escolas. A diferença é que as punições de hoje são psíquicas e, não físicas,
como eram antigamente. Eis alguns castigos psíquicos proporcionados por
numerosos colégios:
Algumas escolas não fazem uma seleção adequada e contratam
professores intransigentes, ambivalentes, perfeccionistas e que não percebem as
necessidades básicas e individuais de cada criança;
São adotados currículos sobrecarregados de matérias irrelevantes, e
caráter enciclopédico e conteúdos verbais abstratos, em detrimento do que pode
ser experimentado;
60
Há uma preocupação maior com a aprendizagem formal do que com o
aluno:
A decisão de repetir ou de passar de ano está atualmente ligada a
considerações que não são psicopedagógicas, mas administrativas e
circunstanciais;
Alguns colégios chegam a marcar uma determinada data e hora para
informar aos alunos- até os de pouca idade- sobre sua aprovação. Formam-se filas
de crianças à espera do resultado. Depois, a alegria e o choro se misturam numa
cena deprimente e chocante;
São adotados métodos de alfabetização inadequados e inconsistentes,
deixando manifestações do tipo dislexiforme que tendem a acompanhar o aluno no
decorrer de toda sua vida escolar;
Muitas crianças alfabetizadas são taxadas de preguiçosas;
Crianças de ritmo mais lento são erradamente rotuladas pelos
professores de imaturas. Algumas orientadoras educacionais despreparadas
sugerem uma fórmula mágica aos pais: a repetição de ano;
Crianças realmente imaturas são “convidadas” a trocar de escolas, pois
muitas escolas não aceitam nenhum desafio;
O caráter seletivo de certos colégios chega a ser nauseante. Procura-
se uma certa “elite” de crianças a quem se ensine o mais rapidamente possível;
Há um alto nível de expectativa em relação ao rendimento escolar;
Muitas escolas não estimulam a vida imaginativa das crianças,
deixando de ensinar-lhes como tirar partido da leitura e da escrita para seu próprio
prazer;
Muitas escolas distribuem folhetos endereçados aos pais com
explicações cheias de preciosismos sobre as “modernas técnicas de ensino” mas,
na prática, não permitem ao aluno experimentar uma auto percepção consistente
para estabelecer sua identidade diante da padronização e da massificação do
ensino;
Muitas escolas não estimulam o aluno a adaptar-se a situações novas;
Crianças com TDAH- transtorno por déficit de atenção e hiperatividade
– são rotuladas de preguiçosas e relaxadas;
Muitos professores escrevem no caderno de uma criança com TDAH:
61
”Preste mais atenção!”. Eles não tomam qualquer iniciativa para encaminhar a
criança para um atendimento profissional adequado. Na verdade, as crianças com
essa síndrome são muito inteligentes e podem obter ótimo rendimento escolar
quando adequadamente atendidas;
Alguns professores escrevem no caderno de uma criança disléxica:
“Você tem que melhorar sua letra”;
As escolas continuam não levando em conta as diferentes
possibilidades de cada indivíduo.
Por esses motivos, podemos concluir que os castigos físicos foram
apenas substituídos pelos castigos psíquicos, que na verdade podem ser bem piores
que uma vermelhidão ou hematoma na mão ou no braço de uma criança.
Disponível em: http//www2.brasil-rotario.com.br Acesso em 13/07/2011
Fazendo a atividade 3
- Após a leitura do texto acima, reflita e discuta com o grupo, se vocês concordam ou
discordam do autor, justificando sua resposta.
DISLEXIA
Dislexia é um transtorno genético e hereditário da linguagem, de origem
neurobiológica, que se caracteriza pela dificuldade de decodificar o estímulo escrito
ou o símbolo gráfico. A dislexia compromete a capacidade de aprender a ler e
escrever com correção e fluência e de compreender um texto. Em diferentes graus,
os portadores desse defeito congênito não conseguem estabelecer a memória
fonêmica, isto é, associar os fonemas às letras.
De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de
0,5% a 17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com inteligência
normal ou mesmo superior e persistir na vida adulta.
A causa do distúrbio é uma alteração cromossômica hereditária, o que
explica a ocorrência em pessoas da mesma família. Pesquisas recentes mostram
que a dislexia pode estar relacionada com a produção excessiva de testosterona
pela mãe durante a gestação da criança.
62
Sintomas
Os sintomas variam de acordo com os diferentes graus de gravidade do
distúrbio e tornam-se mais evidentes durante a fase da alfabetização. Entre os mais
comuns encontram-se as seguintes dificuldades: 1) para ler, escrever e soletrar; 2)
de entendimento do texto escrito; 3) para de identificar fonemas, associá-los às
letras e reconhecer rimas e aliterações; 4) para decorar a tabuada, reconhecer
símbolos e conceitos matemáticos (discalculia); 5) ortográficas: troca de letras,
inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas (disgrafia); 6) de organização
temporal e espacial e coordenação motora.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por exclusão, em geral por equipe multidisciplinar
(médico, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista). Antes de afirmar
que uma pessoa é disléxica, é preciso descartar a ocorrência de deficiências visuais
e auditivas, déficit de atenção, escolarização inadequada, problemas emocionais,
psicológicos e socioeconômicos que possam interferir na aprendizagem.
É de extrema importância estabelecer o diagnóstico precoce para evitar que
sejam atribuídos aos portadores do transtorno rótulos depreciativos, com reflexos
negativos sobre sua autoestima e projeto de vida.
Tratamento
Ainda não se conhece a cura para a dislexia. O tratamento exige a
participação de especialistas em várias áreas (pedagogia, fonoaudiologia, psicologia,
etc.) para ajudar o portador de dislexia a superar, na medida do possível, o
comprometimento no mecanismo da leitura, da expressão escrita ou da matemática.
Recomendações
* Algumas dificuldades que as crianças podem apresentar durante a
alfabetização só ocorrem porque são pequenas e imaturas e ainda não estão
prontas para iniciar o processo de leitura e escrita. Se as dificuldades persistirem, o
ideal é encaminhar a criança para avaliação por profissionais capacitados;
* O diagnóstico de dislexia não significa que a criança seja menos
inteligente; significa apenas que é portadora de um distúrbio que pode ser corrigido
ou atenuado;
63
* O tratamento da dislexia pressupõe um processo longo que demanda
persistência;
* Portadores de dislexia devem dar preferência a escolas preparadas para
atender suas necessidades específicas;
* Saber que a pessoa é portadora de dislexia e as características do
distúrbio é o melhor caminho para evitar prejuízos no desempenho escolar e social e
os rótulos depreciativos que levam à baixa-estima.
Disponível em: http://www.drauziovarella.com.br. Consultado em 18/07/2011
64
TEXTO DE APOIO
O que é o TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e
frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por
sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de
DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD,
ADHD ou de AD/HD.
Existe mesmo o TDAH?
Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial
da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de
TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na
escola.
Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?
Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos
mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é
uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de
todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou
instituição e não compartilham necessariamente as mesmas idéias sobre todos os
aspectos de um transtorno.
Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?
Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica
até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma
“invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.
No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca
publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e
não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em
“experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque
65
nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm
sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou
publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade
do que dizem.
Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de
tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente
eles podem tratar de modo correto.
Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH
com medicamentos causa consequências terríveis. Quando a literatura científica é
pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em
qualquer país do mundo. Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar
de terem uma “aparência” de cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada
que comprovasse o que dizem.
Disponível em: http://www.tdah.org.br. Acesso em 18/07/2011.
TEXTO 5
INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO
O prazer está na variedade. (Ditado popular)
Se você tem como instrumento um martelo, em tendência a tratar tudo como um prego, mas também é certo que um instrumento pode ajudá-lo a fazer um bom caminho. (VESLIN, 1988,p.184)
Para avaliar pode-se utilizar uma grande variedade de atividades,
instrumentos e técnicas, mas muitas vezes os instrumentos convertem-se em
protagonistas, quando de fato são somente meios para alcançar diferentes
atividades, isso sim, meios que podem facilitar a tarefa. Convém salientar que as
distintas modalidades de avaliação- formativa, formadora ou qualificadora. -
distinguem-se basicamente pelos objetivos que possuem, mais do que pelos
instrumentos que utilizam. Um mesmo tipo de instrumento pode ser útil em
diferentes momentos de aprendizagem e para diferentes propósitos, embora as
decisões que são tomadas em função dos dados recolhidos possam ser diferentes.
Tende-se a pensar que apenas uma prova tradicional revela o que os alunos
66
sabem e quais são seus erros e suas dificuldades, quando de fato pode-se utilizar
múltiplas fontes de informação e aplicar instrumentos variados que se adaptem à
diversidade de estilos motivacionais e de aprendizagem dos estudantes, e
igualmente às formas de ensino dos professores, que também são diferentes.
Os instrumentos de avaliação ( questionários de todo tipo, mapas
conceituais, diários de classe, apresentações orais, pesquisas, observações,
portfólios ou pastas de trabalhos...) devem ser escolhidos em função dos
objetivos da avaliação e do tipo de conteúdo que será avaliado. Por exemplo, no
início de uma sequência pode ser interessante identificar nem tanto o que o aluno
sabe, mas sim o que ele acha que sabe, e em outros momentos nos interessará
reconhecer quais erros reconhece autonomamente quando prevê o que deve ser
feito para resolver um problema. Cada pergunta didática que nos fazemos requer
instrumentos diferentes e, sobretudo, estratégias de análise distintas.
Por outro lado, como os objetivos de aprendizagem são de diferentes tipos (
analisar, aplicar,relacionar,deduzir, sintetizar, argumentar...) os instrumentos
selecionados deverão permitir que os alunos realizem tais operações. É preciso
propor reflexões do tipo: o que os alunos devem saber para resolver esta tarefa?
Podem demonstrar a compreensão de um conceito respondendo esta pergunta?
Diferentes tipos de modalidades de aprendizagem requerem diferentes tipos de
instrumentos ( por exemplo, uma aprendizagem de uma técnica experimental não
pode ser reconhecida com uma prova feita a lápis e papel, nem atitudes podem ser
conhecidas se não forem observadas).
Quando a atividade de avaliação tem como finalidade a qualificação e a
seleção dos alunos, será importante analisar previamente se os instrumentos
utilizados são válidos ( se realmente se avalia o que se quer avaliar), e confiáveis se
possibilitam a comparação e a distinção adequadas), posto que convém recordar
que em boa pare se está decidindo sobre o futuro do aluno. Os critérios de avaliação
devem estar bem especificados e acordados e deve-se considerar que será mais
objetivo quantos mais instrumentos de avaliação forem utilizados e quantas pessoas
mais concordarem sobre o juízo emitido
(triangulação), e nem tanto porque perguntas de respostas fechadas sejam
propostas. (SANMARTÍ,2009.p.97-98).
Atualmente, a avaliação tem se voltado mais para aprender, isto significa
que vai muito além da memorização de informações, para tanto deve ser realizada e
67
função de objetivos previstos, para definir o que é, e como avaliar.
Dessa forma o processo de avaliação se inicia com a definição de objetivos
e não com a aplicação de provas, ou comunicação dos resultados, ou ainda durante
a realização do conselho de classe, ao final do ano letivo.
Dentro dessa perspectiva, o professor deve escolher atividades e
experiências de ensino-aprendizagem que sejam adequadas e relevantes, deve
selecionar e elaborar nos instrumentos de avaliação coerência com estes objetivos
estabelecidos, deve instituir padrões de desempenho para avaliar o progresso do
aluno, deve fixar padrões e critérios para avaliar, deve comunicar claramente a
intenção aos alunos.
Se o objetivo for bem elaborado, torna-se o critério de avaliação. Portanto, a
formulação de objetivos é muito importante para o processo de avaliação, porque
avaliar é fazer um julgamento sobre resultados, comparando o que foi obtido com o
que se pretendia alcançar.
Avaliar consiste, basicamente em determinar em que medida os objetivos
previstos foram realmente alcançados, portanto o processo de ensino e
aprendizagem parte do planejamento.
Para Luckesi (2006, p.118)
Enquanto o planejamento é o ato pelo qual decidimos o que construir, a avaliação é o ato crítico que nos subsidia na avaliação de como estamos construindo o nosso projeto […] A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar, por isso contribui em todo o percurso da ação planificada […] a avaliação é uma ferramenta necessária ao ser humano no processo de construção dos resultados que planificou produzir, assim como o é no redimensionamento da direção da ação.
A função da avaliação é compreender o nível de aproveitamento, em que o
aluno se encontra, tendo por objetivo trabalhar com ele o aspecto em que tem
defasagem, fazendo com que avance nos conhecimentos necessários.
Porém, muitas vezes, o professor tem dificuldade de planejar e de
estabelecer os conteúdos básicos associados aos estruturantes, dentro da disciplina
em que atua. Da mesma forma em que há dificuldade em planejar, também há
dificuldade em construir instrumentos de avaliação e de critérios a serem adotados,
tanto para o instrumento, quanto para a correção.
A falta de critérios pré definidos também se reflete nos registros das
avaliações e na ação desenvolvida pelos professores que já perceberam que esses
68
registros pouco dizem do trabalho pedagógico, efetivamente, desenvolvido por eles
na sala de aula.
Muitas vezes, o resultado da nota registrado no livro de chamada é
questionável, se for analisado seu real significado pedagógico. A média é resultante
de atividades diversas, que pouco tem a ver com a essência do conteúdo,
propriamente dito. Exemplo: participação de gincanas, em atividades extraclasse,
campanhas solidárias, cadernos organizados, cópias realizadas, entre outras.
Alterar a forma de realizar os registros exige do professor uma reflexão
sobre sua prática, sobre a necessidade de prestar atenção no aluno e em seus
avanços e dificuldades, reflexão teórica sobre o ensino e sobre a aprendizagem e,
principalmente, sobre a adoção de novos encaminhamentos metodológicos.
Quanto mais instrumentos forem utilizado, maiores recursos para a obtenção
de dados sobre o resultado da aprendizagem. Verificações periódicas, fornecem
maior rede de amostras e funcionam como motivo para que o aluno estude de forma
mais sistemática e não apenas para as provas.
Estas verificações podem ser informais: trabalhos, exercícios, participação
em debates, solução de problemas, aplicação dos conhecimentos, ou formais:
provas. É importante informar ao aluno seus erros e acertos, isto tende a influenciar
positivamente na aprendizagem.
Lembrando que, as técnicas e instrumentos de avaliação devem estar de
acordo com os objetivos e com o planejamento.
A seguir, algumas possibilidades de avaliação, porém não se pode
desconsiderar que todas as técnicas ou instrumentos utilizados no processo de
avaliação apresentam características positivas ou negativas, de acordo com Haydt 1
Testagem- Os testes permitem avaliar vários objetivos ao mesmo tempo,
fornecendo uma ampla amostra do conhecimento do aluno; possibilitam um
julgamento objetivo e rápido, com correção simples, limitam-se ao conteúdo da
disciplina ou matéria, eliminam o aspecto subjetivo da avaliação e o julgamento dos
aspectos pessoais..
Porém, sua elaboração é demorada e difícil, exigem que sejam digitadas e
não avaliam habilidades de expressão.
__________________________________
1- Regina Cazaux Haydt. Avaliação do Processo Ensino-aprendizagem. 6.ed. São Paulo: Ática, 1997.p.54-75.
69
Questões dissertativas- São facilmente organizadas, possibilitando
verificar a capacidade reflexiva do aluno, a organização das ideias e a expressão
escrita.
Contudo, não podem ser extensas, o que limita a amostra do conhecimento
do aluno e apresenta uma abertura nas respostas, o que favorece a subjetividade. A
correção exige tempo para análise das respostas apresentadas.
Inquirição, entrevista e questionamento- Possibilitam verificar as mudanças
ocorridas durante o processo e a capacidade reflexiva e crítica do aluno. Todavia,
limitam a amostra do conhecimento e podem sofrer influência de atributos pessoais
do aluno, além de ser subjetiva e ser influenciada pelas condições ambientais.
Sobre a Avaliação de Múltipla Escolha, Charlot diz:
“ O modelo baseado em assinalar uma alternativa, em certo ou errado, em verdadeiro ou falso, não mede a atividade intelectual; o mundo do verdadeiro ou falso é do fanatismo e não da cidadania. Nega a reflexão e o saber e impede que os alunos leiam, escrevam e aprendam. O trabalho do professor é fazer nascer novas questões e o interesse pela escola, caso contrário ele gasta o ano letivo em imbates sem soluções”.(CHARLOT, Bernard. 2006)
A fala do autor nos remete a refletir a importância da avaliação subjetiva.
Todavia não podemos deixar de mencionar que na prova Brasil, no Enem e em
nossos vestibulares queiram ou não, a avaliação apresentada é de forma objetiva
isto é, de múltipla escolha.
TEXTO COMPLEMENTAR
PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR
- Título
“Como elaborar critérios e instrumentos avaliativos”
- Texto
A Avaliação da Aprendizagem é um componente do Trabalho Pedagógico
que não pode estar dissociado dos demais temas que o compõem,na escola a na
Educação de uma maneira geral. O olhar deve ter a perspectiva de um todo, de um
processo que envolve os componentes básicos do ensino e,da aprendizagem, como
objetivos, conteúdos, metodologias e a própria avaliação inclusive, até as
70
concepções pedagógicas, ideologias e filosofias que permeiam os programas
educacionais de uma escola, um sistema de ensino,um município, um estado e até
mesmo uma nação.
Tendo como referência as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná,que
tem como proposta curricular a base disciplinar, cuja ênfase se dá nos conteúdos
científicos, nos saberes escolares das disciplinas, há que se fazer referência neste
estudo ao papel dos conteúdos em relação à Avaliação da Aprendizagem. Nesta
perspectiva histórico -crítica de concepção pedagógica,não há como minimizar a
importância dos conteúdos e sim ressaltar a necessidade de uma análise de seus
contextos para identificar sua relevância.
Os conteúdos são fundamentais no processo da construção de representações significativas pelos alunos, desde que sejam estudados contextualizados e sua relevância identificada tanto por quem ensina como por quem aprende. Por ressa razão, compete ao professor a seleção destes conteúdos, com clara precisão de seus significados nos contextos em que são apresentados (MORETTO, 2001).
Dentro de cada disciplina, abordadas nesta proposta as de Língua
Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências e Educação Artística, de5ª a
8ª séries, os critérios avaliativos devem estar ligados à essência dos conteúdos
selecionados pelo professor. Eles devem definir os propósitos do que especialmente
se avalia, em que dimensão, qual a intencionalidade do conteúdo, sua função social.
Enfim, qual a razão do professor em ensinar isto ou aquilo. Nem tudo que é
proposto, discutido e estudado em aula necessita ser avaliado. Há pontos que
completam a compreensão da aprendizagem, mas não são fundamentais dentro de
uma estrutura conceitual. Porém, há outros, que sustentarão as bases conceituais
de conhecimento apreendido pelo aluno.
Portanto, estabelecer critérios coerentes significa ir em busca de um dos
objetivos mais diretos de uma avaliação dentro da perspectiva que se defende:
verificar se houve aprendizagem significativa de conteúdos relevantes. Critérios não
são indicadores que determinam a maneira de como se realizar uma supervisão das
atividades educacionais, mas sim princípios que servirão de base para julgamento
da qualidade do processo de ensino e de aprendizagem. Para cada conteúdo, deve-
se ter claro o que, dentro dele, se deseja efetivamente ensinar e, portanto, o que
avaliar. Critérios fundamentam a fidedignidade, validade e eficiência da avaliação
71
que se realiza. Segundo Luckesi (1995),
“dificilmente os professores definem com clareza, no ato do planejamento do ensino, qual é o padrão de qualidade que se espera da conduta de um aluno, após ser submetido a uma determinada aprendizagem” (p.44). Mas, se um mínimo necessário fosse estabelecido, “... a aprovação ou reprovação em uma unidade de ensino não estaria a depender da arbitrariedade do professor, mas sim do fato de o aluno ter apresentado em sua conduta de aprendizagem os caracteres mínimos necessários. Ou seja, o juízo de qualidade estaria fundamentado no real” (p.45).
Definidos os critérios, estes serão os balizadores da construção dos
instrumentos de avaliação. Os instrumentos são as formas que o professor
estabelece previamente para avaliar um conteúdo. Fundamentam-se no processo
decisório da avaliação e devem ser coerentes com o que e como foi trabalhado em
sala de aula. Devem estar adequados para coletar os dados necessários pra dar ao
professor indicações do estado de aprendizagem do aluno. Tanto adequados na
linguagem, clareza e precisão ao que se pretendem, quanto aos conteúdos
essenciais planejados e de fato trabalhados no processo de ensino e de
aprendizagem. Eles devem significar um aprofundamento das aprendizagens do
aluno e não um meio de dificultar sua compreensão a respeito de um conteúdo.
Cabe alertar novamente que estão intimamente ligados aos critérios
avaliativos previamente definidos no Plano de Trabalho do professor. Bons
instrumentos de avaliação da aprendizagem são condições de uma prática
satisfatória de avaliação na escola.
Enfim, a importância de estabelecer critérios relacionados à essência dos
conteúdos selecionados em cada disciplina e estes critérios ligados aos
instrumentos avaliativos é fundamentada no processo de ensino e de aprendizagem
como dimensão transformadora do conteúdo como conhecimento histórico,
concreto, objetivo e crítico.
CONTEXTUALIZAÇÃO
-Título
“Exemplos de critérios e instrumentos nas diversas disciplinas”
72
- Texto
Na sequência, mostragem de exemplos das disciplinas da língua
Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências e Educação Artística, em
como definir um critério avaliativo relacionado ao conteúdo e construir um
instrumento relativo ao mesmo.
LÍNGUA PORTUGUESA
Conteúdo: Linguagem gramatical – substantivo
Critério de avaliação: Reconhece os substantivos em um texto.
Instrumento avaliativo: Neste mês estudamos sobre substantivos e recordamos que
eles são palavras variáveis que servem para dar nome às pessoas, às qualidades,
aos sentimentos, aos objetos, aos lugares e a todos os seres,sejam reais ou
imaginários. Do texto a seguir, marque os substantivos,circulando-os:
Lembrança do mundo antigo
Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sobre as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo em tranquilo
[em redor de Clara.
Carlos Drummond de Andrade. Antologiapoética. Rio de Janeiro, José
Olympio, 1983.
MATEMÁTICA
Conteúdo: Expressões numéricas
Critério de avaliação: Resolve expressões numéricas com as quatro operações
Instrumento avaliativo: Gabriela está brincando de esconde-esconde com seus
colegas. Para ajudar Gabriela a encontrar os colegas, calcule as expressões e
localize seus esconderijos, escrevendo o nome dos colegas na tabela:
Luciana: 1100 – 220 X 4
Alexandre: 80 + 40 : 8
73
Ricardo: 306 X 4 + 108 X 14
Priscila: 32 : ( 4 X 2 ) + ( 32 : 4 ) X 2
Mauricio: 113 – 7 X 8 : ( 3 – 1 X 2 )
André: ( 607 – 388 ) X 8 – 92514 : 102
Esconderijos Resultados Nomes dos Colegas
Atrás da árvore 20
Atrás da porta 85
Atrás do muro 845
No porão 220
Embaixo da escada 57
Dentro do carro 2736
HISTÓRIA
Conteúdo: O tempo como produção histórica
Critério de avaliação: Compreende o processo de produção histórica como temporal
e que tem influência no presente.
Instrumento avaliativo: Responda à pergunta:
Os historiadores estudam o passado. Por que então se pode dizer que “a História é
uma ciência do presente”?
GEOGRAFIA
Conteúdo: Espaço geográfico
Critério de avaliação: Reconhece o lugar onde mora como espaço geográfico
Instrumento avaliativo: Reconheça e escreva, observando os mapas apresentados:
(mapa político do Brasil e do Paraná)
- Em qual município você mora?
- Quais municípios são vizinhos a ele?
- A que estado pertence seu município?
- Você conhece pessoas que vieram de outros estados? Observe, assinale no mapa
com a cor azul e escreva o nome dos estados:
- Há pessoas que você conhece que precisam ir a outros municípios para algum tipo
de necessidade como trabalho, visitar parentes, exames médicos, estudo ou
compras? Como eles vão até lá? Quais são estes municípios? Onde ficam?
Assinale-os com a cor verde.
74
- Traga embalagens de mercadorias que foram produzidas em outros estados ou
municípios. Faça um levantamento junto com o professor e observe nos mapas onde
cada uma foi fabricada.
CIÊNCIAS
Conteúdo: Camadas do planeta Terra
Critério de avaliação: Identifica e conceitua as camadas da Terra
Instrumento avaliativo: Na figura abaixo, escreva o nome das partes indicadas e
explique o que é cada uma delas.
EDUCAÇÃO ARTÍSTICA
Conteúdo: Gravura
Critério de avaliação: Reconhece e reproduz a técnica da gravura
Instrumento avaliativo: Produção de uma gravura.
Material: bandeja de isopor, prego ou parafuso, tinta guache, rolinho de espuma,
papel.
Atividade: desenhar com o prego ou parafuso sobre o isopor, passar a tinta com o
rolinho, aplicar sobre o papel, pressionar. Retirar p papel. Esperar secar
a gravura.
Estes textos complementares foram colaboração do material didático – OAC –
da professora PDE- :Eliza Amaral de Macedo Molli D'Agnoluzzo-2007-
Disponível no site: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Acessado em 26/07/2011
ATIVIDADES
1- Selecionar e trazer para o grupo instrumentos de avaliação que considere bem
elaborado.
2- Discuta com o grupo a respeito das seguintes questões citadas por Hoffmann
(2001.p.59)
– Qual o significado de se atribuir notas a toda e qualquer tarefa do aluno,
desde que ele ingressa na escola?
– Por que se usam canetas vermelhas, salientando a ação corretiva?
– Qual a razão dos calendários de provas, atestados médicos nas ausências,
uso obrigatório de canetas pelas crianças?
75
– O quanto somos responsáveis pelos fantasmas das provas? E com que
propósito?
3- Discuta com o grupo e disserte como são elaborados os critérios de correção das
avaliações aplicadas em sala de aula? Se houver diferentes disciplinas, como cada
uma atua nesta modalidade?
Texto complementar-02
Recuperação
"Antes de mais nada, o homem existe, encontra-se, irrompe o mundo - é
depois que se define"(Jean-Paul Sartre).
RECUPERAR: Encontrar aquilo que foi perdido. Na educação, encontrar
uma forma de ensinar o que não foi assimilado pelos alunos. Descobrir e encontrar o
que foi perdido no processo ensino-aprendizagem.
Baseada no conceito acima, a recuperação não significa apenas a chance
de "passar em uma prova". Significa a chance de aprender o conteúdo dado. Dessa
maneira, ela não pode ser considerada como de responsabilidade única da família e
do aluno, mas principalmente da escola. Se algo não foi assimilado por alguém, é
preciso repetir, encontrar a fórmula de gerar a assimilação. Caso contrário a unidade
de ensino não estará preocupada com o motivo maior da sua existência: o
aprendizado.
Motivos para recuperar os alunos que não obtém bom rendimento
escolar
"Todo homem é, em alguns aspectos, como todos os outros homens, como
alguns outros homens, como nenhum outro homem" (Clyde Klucleholm).
1.No processo de enturmação alguns alunos são colocados em
turmas cujo nível de exigência não está de acordo com a sua vivência, nos
limites de tempo e nas condições de ensino oferecidas. O ideal é avaliar cada
aluno na hora da matrícula, seja através de entrevistas, questionários ou
outros instrumentos.
2.Os alunos não possuem pré-requisitos ou a chamada "base",
76
portanto devem ter aulas de reforço para recuperar o que não aprenderam até
então;
3.Os alunos aprendem, mas o ritmo de cada um é diferente e isso
deve ser respeitado. Os alunos não podem ser tratados como produtos que
saíram da mesma fôrma de uma fábrica indo direto para a empresa que lhes
dará como rumo um mercado.
4.Os alunos possuem dificuldade de aprendizagem. Essas devem ser
detectadas pelo educador e equipe pedagógica;
5.Os alunos não estudaram. Se não estudaram, algo aconteceu. Se
foi desinteresse, será que não é hora de rever os métodos de ensino?
Medidas preventivas
1.Enturmação adequada - Está na hora de repensar a forma de reunir
os alunos em turmas;
2.Ensino adequado - Numa escola equipada, onde haja planejamento
participativo, interdisciplinaridade, gestão democrática, psicopedagogos,
coordenadores pedagógicos e respeito aos educadores e funcionários de
escola que devem ser capacitados constantemente;
3.Formação de bons hábitos (hábitos e técnicas de estudo,
participação em aula, leitura, aprendizagem colaborativa, etc.);
Medidas corretivas
1. Recuperação paralela diária, na qual o professor percebe,
diariamente, as dificuldades dos alunos, esclarecendo suas dúvidas, revendo
conteúdos, fazendo avaliação contínua, fazendo revisões, utilizando novas
abordagens e exemplos, aplicando exercícios de fixação, atividades lúdicas,
tarefas de casa. É voltar atrás, rever tudo aquilo que o aluno deveria saber,
mas não sabe ou não se lembrar bem. Começar um conteúdo novo,
recordando seus pré-requisitos.
2. Recuperação ao final do bimestre, ou no lugar das aulas regulares
ou como estratégia suplementar, promovendo aula de revisão e recuperação
imediatamente antes da avaliação; promovendo aulas de revisão e
recuperação imediatamente antes da avaliação;
77
3. Recuperação ao final do semestre ou final do ano (mais voltada
para a questão da aprendizagem do que para assegurar que o aluno tenha
apenas a nota). No período estipulado a avaliação é processual, podendo
culminar com um exame;
4. Intervenções especiais – Assistência psicopedagógica
individualizada, reforço escolar, cursos sobre métodos e técnicas de estudo
para alunos e pais.
Cuidados especiais
1.Se a maioria dos alunos fica em recuperação – Buscar detectar
problema conjuntamente;
2.Sempre os mesmos alunos em recuperação – Pode indicar
problemas de saúde, familiares, etc., ou outros mais graves que requer
atenção especial.
3.Apoio pedagógico, psicológico e serviço social nas escolas – uma
necessidade a ser conquistada pela comunidade escolar unida. Não se deve
aceitar uma escola sem esses profissionais, pois eles são fundamentais para
a formação do aluno e dos educadores. Justificar a ausência relacionando-a a
motivos financeiros é pensar a escola como uma empresa e não como
instituição que forma indivíduos para o mundo.
O sucesso de medidas corretivas depende da adequação da
solução do problema:
1.Diagnóstico correto dos motivos que levaram o aluno a necessitar da
recuperação;
2.Instrumentos de avaliação aplicados de maneira adequada e variada
(ver neste site a página sobre avaliação);
3.Estratégias adequadas de recuperação, voltadas para a
aprendizagem;
4.A escola precisa assegurar que os resultados sejam efetivamente
avaliados;
Recuperação não é um ritual: ou é para recuperar ou não precisa ser
feita. Se for feita deve ser para valer e seus resultados devem ser avaliados.
78
RECUPERAÇÃO PARALELA
Questionamento
1- Por que existe a necessidade de recuperação paralela nas escolas? O
aluno não deu conta de aprender ou a escola não deu conta de ensinar?
2- Como evitar que a escola e alunos vejam a recuperação paralela como
um processo normal de atividade escolar, que esse processo seja
banalizado?
3- Quais poderiam ser as medidas preventivas e corretivas? A maneira
de enturmar os alunos não terá influência sobre os resultados?
Segue em anexo sugestões de recuperação paralela no sistema de
avaliação. Após a leitura, fazer uma análise de como funciona algumas
instituições de ensino em nosso estado e se esse modelo reflete na nossa
proposta pedagógica de nossa escola quando à recuperação paralela.
Recuperação Paralela
Visando sempre um maior aprendizado do aluno , o Colégio São José
de Apucarana oferece àqueles que não alcançaram média 60(sessenta) nas
provas as seguintes formas de recuperação:
Ensino Fundamental (1ª a 4ª
série)
Monitoria no contra -turno;
Logo após as avaliações
(sabatinas),
Ensino Fundamental ( 5ª a
8ª série)
Monitoria no contra – turno;
Nova Avaliação de
Recuperação de conteúdos no
contra – turno
Além das avaliações de Recuperação serem feitas logo após a
realização das sabatinas ou provas mensais, o Colégio oferece ainda, no final
do ano, um Provão de Recuperação.
79
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação do aproveitamento escolar do aluno será feita
bimestralmente e obedecerá aos seguintes critérios:
- As avaliações estão previstas no calendário que integra este
manual.
- A tarefa faz parte da avaliação. Executá-la diariamente é parte
essencial para um bom desempenho escolar.
- Poderão haver notas livres de trabalhos ou pesquisas. Nesse caso,
a composição será previamente definida pelo professor e aprovada pelo
coordenador pedagógico.
- A média bimestral para aprovação é 60 (sessenta) em cada
disciplina para o ensino fundamental e Médio. Ao final do ano, o aluno deverá
totalizar 240 (duzentos e quarenta) pontos ou mais.
- O aluno com média anual inferior a 34 (trinta e quatro) em uma ou
mais matérias estará automaticamente reprovado.
-pós a avaliação final, a média para a aprovação será 60 (sessenta)
em cada disciplina. Para efeito de cálculo da média final, será utilizada a
seguinte fórmula:
MF= MA x 6 + AF x 4 > = 60/10
- O resultado final será divulgado após conselho de classe.
NORMAS PARA OS DIAS DE AVALIAÇÃO
As normas abaixo relacionadas deverão ser observadas pelos
alunos,para evitar imprevistos e situações desagradáveis durante as
aplicações das avaliações.
Dias de Avaliação
- Verificar no calendário da agenda escolar, com antecedência, a data
da avaliação de cada disciplina.
- Qualquer alteração que eventualmente ocorra será comunicada,
80
verbalmente em sala de aula ou através do sistema de som nos horários de
entrada da aula.
Execução da Avaliação
- Acomodar-se, em silêncio, o mais rápido possível, para a
distribuição das avaliações pelo professor.
-Ao receber a avaliação, o aluno deverá colocá-la em cima da carteira
e sentar-se corretamente.
- O aluno deverá preencher corretamente todo o cabeçalho,
escrevendo seu nome completo, seu número de chamada e o de sua turma.
- Para a realização da avaliação, utilizar somente o material permitido.
- Usar letra legível e caprichada, desde o cabeçalho até a última
resposta.
- Ler atentamente o enunciado para poder dar a resposta completa ao
que se pede. Nunca tentar resolver a questão sem ler todo o enunciado.
- Organizar o pensamento antes de escrever qualquer resposta, pois,
caso contrário, poderá fazê-lo de forma incompleta ou escrever o que não
deve.
- Responder primeiro, as questões que julgar mais fáceis, depois as
mais difíceis, evitando, assim, perder tempo e deixar em branco questões
que sabe.
- Se tiver alguma dúvida ou problema relativo à avaliação, levantar a
mão e aguardar a autorização do professor para falar.
- Não é permitido, no decorrer da avaliação, olhar para os lados,
conversar, colocar a mão embaixo da carteira, etc., pois as atitudes suspeitas
poderão ocasionar perda de pontos, anulação de questões e até da própria
avaliação.
- Não rabiscar a avaliação, nem escrever nela bilhetes para o (a)
professor(a),
- Os espaços em branco poderão ser usados para esquemas e
rascunhos.
Encerramento da Avaliação
81
- Reler a avaliação com atenção antes de entregá-la ao professor.
- Manter-se em silêncio até que todos os colegas terminem e
entreguem.
- Não será permitida nenhuma atividade após o término da avaliação,
como: desenhar, ler, pegar o material para conferência das questões, passar
bilhetes para o professor, etc.
- Não conversar antes de terem sido recolhidas todas as avaliações,
mesmo que seu colega também já tenha terminado a sua.
- Permanecer sentado e em silêncio durante o recolhimento das
avaliações.
- Quem determina o momento em que a avaliação deverá se entregue
é o professor. A saída da sala de aula só será permitida após o sinal.
Disponível em: http://www.sjose.com.br/normas.php. Acessado em
27/07/2011.
Atividade
- Após a leitura, deste texto, mostrando como funciona alguma das
inúmeras instituições de ensino em nosso estado, verificar se esse modelo
reflete na proposta pedagógica de nossa escola quanto ao sistema de
avaliação, incluindo a recuperação.Justifique.
- Após análise do documento que sugestões adotaria e quais
descartaria? Justifique.