avalia o do gerenciamento do aterro sanitario simplificado ...civil.uefs.br/documentos/valdeque...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL
VALDEQUE PEDRO DA SILVA JÚNIOR
AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO SIMPLIFICADO DO MUNICÍPIO DE
SAUBARA - BAHIA
Feira de Santana 2009
ii
VALDEQUE PEDRO DA SILVA JUNIOR
AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO SIMPLIFICADO DO MUNICÍPIO DE
SAUBARA - BAHIA Esta monografia é a avaliação do trabalho de conclusão de curso realizado pela disciplina Projeto Final II do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana, outorgada pelo Departamento de Tecnologia e ministrada pela professora e coordenadora Eufrosina de Azevedo Cerqueira.
Orientadora: Prof. Doutora Sandra Maria Furiam Dias
Feira de Santana 2009
VALDEQUE PEDRO DA SILVA JUNIOR
AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO SIMPLIFICADO DO MUNICÍPIO DE SAUBARA - BAHIA
A presente monografia foi analisada e aprovada pelos membros em destaque, no intuito da aprovação do graduando no trabalho de conclusão de curso realizado pela disciplina de Projeto Final II do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana, outorgada pelo Departamento de Tecnologia.
Feira de Santana , 30 de Março de 2009.
____________________________ Doutora Sandra Maria Furiam Dias
Universidade Estadual de Feira de Santana
____________________________ Doutora Selma Cristina da Silva
Universidade Estadual de Feira de Santana
____________________________ Mestre Luciano Mendes Souza Vaz
Universidade Estadual de Feira de Santana
ii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à Deus,
a toda minha família, em especial,
meus pais, Valdeque e Marilene, meu
irmão Vagner e minha esposa Rose.
iii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus;
A minha família, em especial meus pais, Valdeque e Marilene, exemplos de fé e
perseverança, e meu irmão Vagner, pelo apoio incondicional;
A meu tio Valquimá que por todo tempo deu suporte para a realização desta
conquista;
A minha esposa Rose pelo seu companheirismo e pela sua paciência;
Aos meus amigos e colegas, em especial: Diegão, Duda, Osvaldo, Alisson,
Gusttavo, Antonio Carlos, Dani, Fabiane, Jânio, e muitos outros por contribuir direta
ou indiretamente na realização deste trabalho;
Aos Professores Sandra Furiam , Geraldo Barros, Maria do Socorro, Carlos Alves,
Areobaldo Aflitos, Cristovão Cordeiro e outros pelas orientações e conhecimento
transmitido em toda vida acadêmica;
A toda equipe da Prefeitura Municipal de Saubara pela ajuda e auxílio na realização
do trabalho.
iv
RESUMO
A sociedade necessita de um sistema eficiente de limpeza urbana para
garantia da qualidade de vida, porém não existe preocupação em tratar e dispor os
resíduos adequadamente, apenas preocupa-se em afastá-lo do meio urbano para
que não incomode a população. Na Bahia, o Governo do Estado juntamente com a
Companhia de Desenvolvimento Urbano (CONDER), implantou os denominados
Aterros Sanitários Simplificados para os municípios baianos com população de até
20.000 habitantes, apresentando-se como uma alternativa viável de disposição final
para esses municípios. Para a Resolução CONAMA n.º 404 de 11 de Novembro de
2008, são considerados aterros sanitários de pequeno porte, aqueles com
disposição diária de até 20t (vinte toneladas) de resíduos sólidos urbanos. Um dos
municípios contemplados com o Aterro Sanitário Simplificado foi o município de
Saubara, cidade natal do autor, iniciando sua operação em 2004. O presente
trabalho teve como objetivo, avaliar o gerenciamento do Aterro Sanitário Simplificado
da cidade, levantando os critérios usados na escolha do aterro, e comparando a
forma atual de operação com a prevista nos manuais de operação em projeto. Os
resultados foram obtidos por meio de entrevistas e visualização em campo. Foi
possível concluir que no município a implantação do aterro simplificado não atingiu
plenamente seus objetivos e há o descaso com o equipamento deixando o mesmo
funcionar sem a devida operação.
PALAVRAS-CHAVE: Aterros Sanitários Simplificados, Resíduos Sólidos,
Gerenciamento.
v
RESUMEN
La empresa necesita un sistema eficiente de limpieza urbana para garantizar la
calidad de vida, pero existe la preocupación en el tratamiento de los residuos y
disponer correctamente, sólo se centra en él fuera de las zonas urbanas no se
moleste a la gente. En Bahia, el Gobierno del Estado junto con la Empresa de
Desarrollo Urbano (CONDER), aplicando el denominado simplificado para el Relleno
Sanitario de Bahía municipios con población de hasta 20.000 personas, se
presentan como una alternativa viable para la disposición final de estos municipios.
CONAMA para la resolución No. 404 del 11 de noviembre de 2008, los vertederos
son considerados pequeños, los que tienen suministro diario de hasta 20T (veinte
toneladas) de residuos sólidos municipales. Uno de los municipios incluidos en el
Relleno Sanitario Simplificado fue la ciudad de Sauber, ciudad natal del autor,
comenzando su funcionamiento en 2004. Este estudio tuvo como objetivo evaluar la
gestión del vertedero simplificado ciudad, el aumento de los criterios utilizados en la
elección del sitio, y en comparación con la actual forma de operación con la
operación prevista en el manual de diseño. Los resultados fueron obtenidos a través
de entrevistas y opinión sobre el terreno. Se podría concluir que la ciudad simplificar
la aplicación del relleno sanitario no alcanzado plenamente sus objetivos y hay un
desprecio a los equipos salir de la misma función sin el buen funcionamiento.
PALABRAS CLAVE: Relleno Sanitario Simplificado, Residuos Sólidos, Manejo.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Unidade construtiva de destinação final de aterro simplificado-vala ......... 16
Figura 2 - Cercamento da área do aterro .................................................................. 27
Figura 3 - Vala de Resíduos Domésticos .................................................................. 28
Figura 4 - Vala de resíduos dos Serviços de Saúde. ................................................ 28
Figura 5 – Portaria do Aterro Simplificado de Saubara ............................................. 29
Figura 6 - Mapa de localização do município de Saubara ......................................... 40
Figura 7 – Equipamentos utilizados para a coleta dos RS no município de Saubara 44
Figura 8 - Caixa de Resíduos de Saúde ................................................................... 45
Figura 9 - Funcionário de Limpeza sem o uso de EPI ............................................... 46
Figura 10 - Local de Acúmulo de Resíduos .............................................................. 47
Figura 11- Acesso Ruim do Aterro Simplificado ........................................................ 50
Figura 12- Portão do Aterro aberto ............................................................................ 51
Figura 13 - Falta de Arrumação dos Resíduos .......................................................... 51
Figura 14 - Vala dos Resíduos dos Serviços de Saúde ............................................ 52
Figura 15- Presença de Urubus e Aves .................................................................... 52
Figura 16- Presença de Chorume dentro da vala ...................................................... 53
Figura 17- Reservatórios totalmente eutrofizados ..................................................... 53
Figura 18 - Bueiro Obstruído pela vegetação ............................................................ 53
Figura 19 - Poço de Monitoramento .......................................................................... 55
vii
LISTA DE TABELAS Tabela 1 -Origem, possíveis classes e responsável pelos resíduos ........................... 4
Tabela 2- Disposição final e tratamento de resíduos sólidos no Brasil- 1989/2000 .... 9
Tabela 3 - Percentual dos serviços de coleta no Brasil em 2007 ................................ 9
Tabela 4 - Mão-de-obra de aterro simplificado .......................................................... 31
Tabela 5- : Principais características de várias tecnologias simplificadas para
disposição de resíduos sólidos ......................................................................... 39
Tabela 6- Resumo dos aspectos tecnicos e operacionais de equipamento de
destinação final ................................................................................................. 49
Tabela 7 - Situação Gerencial do Aterro ................................................................... 55
viii
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas
ASS- Aterro Sanitário Simplificado
BTS- Programa de Saneamento Ambiental de Salvador e cidades do
Entorno da Baía de Todos os Santos
CETESB- Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do
Estado de São Paulo
CEPIS- Centro de Produção Industrial Sustentável
CONDER- Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
CONAMA- Conselho Nacional do Meio Ambiente
EMBASA- Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.
EPI- Equipamento de Proteção Individual
FINEP- Financiadora de Estudos e Projetos
FUNASA- Fundação Nacional de Saúde
IBAMA- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPEA- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
NBR- Norma Brasileira
OMS- Organização Mundial de Saúde
PRODUR- Programa de Administração Municipal e Desenvolvimento de
Infra- Estrutura Urbana
PRODETUR- Programa de Desenvolvimento de Infra- Estrutura Urbana
PVC- Policloreto de Vinila
PROSAB- Programa de Pesquisas em Saneamento Básico
PSF- Programa de Saúde da Família
ix RCD- Resíduos de Construção de Demolição
RS- Resíduos Sólidos
RSU- Resíduos Sólidos Urbanos
SUS- Sistema Único de Saúde
x
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
1.1 Justificativa ......................................................................................................... 2
1.2 Objetivo geral ...................................................................................................... 2
1.3 Objetivo Específico ............................................................................................. 2
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................. ................................................. 3
2.1 Conceituação dos resíduos sólidos .................................................................... 3
2.2 Classificação dos Resíduos Sólidos ................................................................... 3
2.3 Os Resíduos Sólidos Urbanos e a Limpeza Urbana ........................................... 6
2.3.1 Gestão dos Resíduos Sólidos no Brasil ...................................................... 6
2.3.2 Gestão dos Resíduos Sólidos na Bahia ..................................................... 9
2.4 Tratamento de Resíduos Sólidos ...................................................................... 12
2.4.1 Compostagem .......................................................................................... 12
2.4.2 Incineração ............................................................................................... 13
2.5 Processos de Disposição Final ......................................................................... 14
2.5.1 Lixões ou Vazadouros .............................................................................. 14
2.5.2 Aterro Controlado ..................................................................................... 14
2.5.3 Aterro Simplificado ou Manual .................................................................. 15
2.5.4 Aterro Sanitário ......................................................................................... 16
2.6 Processo de Implantação, Operação e Manutenção de Aterro Sanitário.......... 18
2.6.1 Elementos/Etapas componentes de Aterro Sanitário ............................... 18
2.6.1.1 Levantamento Básico (Estudo de escolha de Área) ............................. 18
2.6.1.2 Projeto .................................................................................................. 18
2.6.1.3 Implantação .......................................................................................... 19
2.6.1.4 Operação .............................................................................................. 20
xi
2.6.1.5 Manutenção .......................................................................................... 23
2.7 Processo de Implantação, Operação e Manutenção de A terro Simplificado
...........................................................................................................................24
2.7.1 Etapas e Componentes de Aterro Simplificado ........................................ 24
2.7.1.1 Seleção de área ................................................................................... 24
2.7.1.2 Licenciamento ...................................................................................... 25
2.7.1.3 Projeto Básico ...................................................................................... 25
2.8 Experiências de Aterro Simplificado no Brasil ................................................... 36
3 MÉTODO DE PESQUISA ................................................................................. 40
4 RESULTADO E ANÁLISES .............................. ............................................... 42
4.1 Caracterização do Município ............................................................................. 42
4.2 Situação do Sistema de Limpeza Urbana ......................................................... 43
4.3 O aterro Simplificado de Saubara ..................................................................... 46
4.4 Gerenciamento do Aterro Simplificado de Saubara .......................................... 50
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................. ................................................ 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ ................................................. 58
ANEXO ..................................................................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO
A crescente geração de resíduos sólidos (RS) nos meios urbanos e a
necessidade de sua disposição final representam um dos mais sérios problemas
econômicos e ambientais enfrentados, seja nos países ricos ou nos países em
desenvolvimento e remete, portanto, à necessidade de reduzir a quantidade dos
resíduos produzidos pela população. Uma ação efetiva desde a origem do problema
exige reflexão não apenas quanto ao resíduo em si, seu estado físico, mas quanto
ao seu significado simbólico, seu papel e sua contextualização cultural, e também
sobre as relações históricas estabelecidas pela sociedade com os seus rejeitos.
“Gerenciar o lixo de forma integrada demanda trabalhar integralmente os
aspectos sociais com o planejamento das ações técnicas e operacionais do sistema
de limpeza urbana” IPT/CEMPRE (1995). Pode-se pensar em gerenciamento
integrado dos resíduos, quando houver uma estreita interligação entre as ações
normativas, operacionais, financeiras, políticas e de planejamento das atividades do
sistema de limpeza urbana.
Os mecanismos existentes para realização da limpeza urbana são essenciais
ao planejamento urbano, à proteção e conservação do Meio Ambiente e, acima de
tudo, à garantia de uma qualidade de vida satisfatória à população, porém as
preocupações têm sido focadas apenas em ações que visam afastar do meio urbano
os resíduos produzidos para que não incomode a população. Não há uma
preocupação quanto ao que será feito para tratar e dispor os resíduos
adequadamente. De acordo com o artigo 30, inciso V, da Constituição Federal
(1988), a limpeza pública é de responsabilidade do município, compreendendo
desde o acondicionamento ao destino final.
Segundo Jucá (2003), a maioria dos municípios no Brasil não trata e nem
dispõe adequadamente seus resíduos. Segundo o mesmo autor, cerca de 228.413
toneladas de resíduos sólidos são coletadas diariamente, sendo 125.258 toneladas
referentes aos resíduos domiciliares.
Como alternativa de destino final, destacam-se aterros sanitários, aterros
controlados e aterros simplificados, sendo que os aterros sanitários são menos
utilizados devido ao maior custo de implantação e operação (FUNASA, 2004). A
2
carência de áreas próprias para a disposição de resíduos nas grandes cidades tem
levado à tentativa de redução dos RS no seu local de geração.
1.1 Justificativa
O Governo do Estado da Bahia, juntamente com a Companhia de
Desenvolvimento Urbano (CONDER), implantou os denominados Aterros Sanitários
Simplificados para os municípios baianos com população de até 20.000 habitantes,
apresentando-se como uma alternativa viável para esses municípios. Segundo a
Resolução CONAMA n.º 404 de 11 de Novembro de 2008, são considerados aterros
sanitários de pequeno porte, aqueles com disposição diária de até 20 t (vinte
toneladas) de resíduos sólidos urbanos. Segundo BAHIA (2005) Aterro Sanitário
Simplificado é uma técnica de disposição final mais simples, dispensando sistemas
de drenagem de gases e de lixiviado, e também a barreira impermeabilizante de
argila ou liner sintético, usando somente a capacidade de atenuação do solo natural.
Um dos municípios contemplados com o Aterro Sanitário Simplificado foi o
município de Saubara, cidade natal, iniciando sua operação em 2004.
A realização deste trabalho surgiu através dos conhecimentos adquiridos na
vida acadêmica, onde ficou notória a importância da adequada disposição dos
resíduos sólidos e os prejuízos causados pela falta desta, e do interesse que este
sirva para chamar a conscientização dos gestores do município para a possível
melhoria do equipamento.
1.2 Objetivo geral
Avaliar o processo de implantação e gerenciamento do Aterro Sanitário
Simplificado na cidade de Saubara-Ba.
1.3 Objetivo Específico
• Avaliar os critérios usados na escolha da implantação do Aterro
Simplificado;
• Comparar a forma atual de operação do Aterro com a descrita nos
manuais de operação e nos projetos;
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Conceituação dos resíduos sólidos
Segundo a NBR – 10.004 (ABNT, 2004) e o 1.º artigo da Resolução N.º
005/93 do CONAMA, denomina-se lixo ou resíduos sólidos todos aqueles resíduos
nos estados sólido e semi-sólido que resultam da atividade de origem industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos
nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
Os resíduos sólidos, popularmente chamados de lixo, constituem problema
sanitário grave, quando não recebe os cuidados convenientes. As medidas tomadas
para a solução adequada do problema dos resíduos sólidos têm, sob o aspecto
sanitário, objetivo comum a outras medidas de saneamento: de prevenir e controlar
doenças a eles relacionadas. Além desse objetivo, visa-se o efeito psicológico que
uma comunidade limpa exerce sobre os hábitos da população em geral, facilitando a
instituição de hábitos correlatos (FUNASA, 1999).
2.2 Classificação dos Resíduos Sólidos
A composição dos resíduos varia de comunidade para comunidade, de
acordo com os hábitos e costumes da população, número de habitantes do local,
poder aquisitivo, variações sazonais, clima, desenvolvimento, nível educacional,
variando ainda para a mesma comunidade com as estações do ano (FUNASA,
1999).
4
São várias as maneiras de se classificar os resíduos sólidos. As mais comuns
são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à
natureza ou origem conforme.
A tabela 1 relaciona o tipo de resíduo gerado com a responsabilidade pelo
seu gerenciamento.
Tabela 1 -Origem, possíveis classes e responsável pelos resíduos
Tipo de Lixo Responsável pelo gerenciamento até Destinação Final
Domiciliar Comercial
Público Hospitalar Especial Industrial Agrícola
Prefeitura Municipal Prefeitura Municipal Prefeitura Municipal
Gerador Gerador Gerador Gerador
Fonte: Grippi (2001)
Quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio Ambiente, de acordo
com a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados em:
Resíduos Classe I (Perigosos) e Resíduos Classe II (Inertes e não Inertes).
Os Resíduos Classe I são aqueles que em função de suas características
intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou
patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do aumento da
mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio
ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.
Já os resíduos Classe II são os resíduos que podem apresentar
características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com
possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, e engloba os
resíduos Classe II A e os Classe II B.
O resíduo Classe A (não inertes) pode ter propriedades, tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
O classe B é qualquer resíduo que, quando amostrado de uma forma
representativa, segundo as normas da ABNT, NBR 10007 e NBR 10006, não tiverem
nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões
de portabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
5
Quanto à natureza ou origem, conforme o IPT/CEMPRE (1995), os resíduos
sólidos podem ser classificados em: Resíduos Domésticos, Comercial, Público,
Industrial, Agrícola, dos Serviços de Saúde, Entulhos.
Os resíduos domésticos são aqueles gerados nas atividades diárias em
casas, apartamentos, condomínios e demais edificações residenciais, constituído por
restos de alimentos (tais como, cascas de frutas, verduras etc.), produtos
deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral e uma grande
diversidade de outros itens.
O resíduo comercial aquele originado dos diversos estabelecimentos
comerciais e de serviços, tais como: supermercados, estabelecimentos bancários,
lojas, bares, restaurantes etc. O lixo destes estabelecimentos e serviços tem um
forte componente de papel, plásticos, embalagens diversas e resíduos de asseio dos
funcionários, tais como, papéis toalha, papel higiênico etc.
O resíduo público é produzido dos serviços de limpeza pública urbana,
incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, de
galerias, restos de podas de árvores, limpeza de áreas de feiras livres constituídos
por restos vegetais diversos, embalagens etc.
O resíduo industrial é originado das diversas atividades diversos ramos da
indústria, tais como metalúrgica, química, petroquímica, papeleira, alimentícia etc.
Este é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos,
resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, borracha, metal, escórias,
vidros, cerâmicas e etc.
São resíduos agrícolas os provenientes das atividades agrícolas e da
pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de
colheita etc. As embalagens de agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos,
tem sido alvo de legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação final
e, por vezes, co-responsabilizando a própria indústria fabricante do produto.
Os resíduos dos serviços de saúde constituem os resíduos sépticos, ou seja,
que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos, como agulhas,
seringas, gazes, algodões e etc. São produzidos em hospitais, clínicas, laboratórios
e farmácias.
De acordo com o IPT/CEMPRE (1995), os entulhos são o conjunto de
fragmentos ou restos de tijolo, concreto, argamassa, aço, madeira etc., provenientes
do desperdício na construção, reforma e ou da demolição de estruturas como
6
prédios, residências e pontes. O entulho é geralmente um material inerte, passível
de reaproveitamento.
Percebe-se que a indústria da construção civil é a que mais geram resíduos.
2.3 Os Resíduos Sólidos Urbanos e a Limpeza Urbana
No Brasil, o serviço sistemático de limpeza urbana foi iniciado oficialmente em
25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, então
capital do Império. Nesse dia, o imperador D. Pedro II assinou o Decreto nº 3024,
aprovando o contrato de "limpeza e irrigação" da cidade, que foi executado por
Aleixo Gary e, mais tarde, por Luciano Francisco Gary, de cujo sobrenome origina-se
a palavra gari, que hoje se refere os trabalhadores da limpeza urbana em muitas
cidades brasileiras (BRASIL, 2001).
Integram o serviço de limpeza urbana as etapas de geração,
acondicionamento, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos.
Em geral, os serviços de limpeza absorvem entre 7 e 15% dos recursos de um
orçamento municipal, dos quais cerca de 50% são destinados à coleta e ao
transporte dos resíduos (IPT/CEMPRE, 1995).
2.3.1 Gestão dos Resíduos Sólidos no Brasil
O Serviço de Limpeza Urbana e manejo dos resíduos sólidos é considerado
pela Política Federal de Saneamento Lei nº 11.445, como um dos componentes do
Sistema de Saneamento Básico, porém o Serviço de Limpeza Urbana não tem
merecido atenção necessária por parte dos poderes públicos, como também por
parte de entidades de financiamento, ensino e pesquisa.
Em conformidade ao estabelecido pela Constituição Federal Brasileira, incisos
I e V do artigo 30 e inciso IV do artigo 23, o gerenciamento dos serviços públicos de
limpeza urbana, serviço publico de interesse local, no âmbito dos limites municipais,
é considerado de competência municipal (BRASIL, 2001).
Para Caldeira, (2008) as prefeituras e a coletividade têm o dever de prover o
acesso de toda a população à adequadas soluções sanitárias, promovendo, deste
modo, boas condições de saúde pública e de qualidade ambiental aos habitantes.
7
Mas a realidade brasileira se encontra muito longe do ideal, pois ainda é grande a
parcela da população que não é atendida pelos serviços.
Segundo Silveira (2008), a partir de 1988 os municípios passaram a ter
formalmente expressa, a responsabilidade legal de promover meios para prestar os
serviços públicos de limpeza urbana, além de proteger o meio ambiente.
No Brasil, a gestão de RSU é controlada legalmente por três esferas
governamentais: a Federal, a Estadual e a Municipal, tendo estas esferas, objetivos
assemelhados pelos problemas comuns, tais como melhoria da qualidade dos
serviços de coleta, tratamento e a procura de destino final, que protejam o meio
ambiente e a saúde pública sem excessivo gasto de capital (ARAÚJO, 2005).
Embora o município possua a competência para gestar e gerenciar a questão
do lixo, alguns municípios não possuem uma política de gestão de resíduos sólidos,
visando não apenas o correto gerenciamento de resíduos, mas, principalmente, a
redução da sua geração. Isso requer o estabelecimento de mecanismos que
extrapolam as competências municipais e estaduais, como, por exemplo, a
atribuição de responsabilidades aos fabricantes pelo ciclo total dos seus produtos,
incluindo a obrigação de recolhimento após o uso pelo consumidor, ou tributação
diferenciada por tipo de produto.
Segundo Araújo (2005), a falta de capacitação profissional, a indisponibilidade
de instrumentos de controle e gerenciamento, as influências políticas, a fragilidade
institucional, a permanente falta de recursos, e principalmente, a ausência de
decisões políticas, fazem com que os serviços de limpeza urbana sejam mal
executados, sem planejamento, com baixa produtividade e altos custos. Esses
fatores fazem com que a maioria dos municípios não esteja apta para gerenciar os
seus resíduos sólidos.
Os serviços com um mínimo de qualidade se resumem à coleta, a destinação
final geralmente fica relegada a vazadouro a céu aberto sem qualquer controle
ambiental ou sanitário, causando todo tipo de poluição no solo, na atmosfera e em
corpos d’água, além de trazer possibilidade de veiculação de doenças à população
próxima.
Para o referido autor, a gestão e o gerenciamento de sistemas de disposição
final nos municípios brasileiros apresentam dificuldades diversas em função de suas
características, tais como: tamanho (território e população), orçamento disponível
8
para a limpeza urbana e sistemas de arrecadação de taxas ou tarifas específicas
para o setor.
Assim sendo, este sistema de gerenciamento deverá conter alguns ou todos
os seguintes componentes: redução de resíduos na fonte (incluindo reuso na fonte);
reciclagem de materiais (incluindo compostagem); recuperação de energia por
resíduo combustível; disposição final mínima de forma ambientalmente correta.
Para Caldeira (2008) a adoção de um sistema de gerenciamento integrado de
resíduos torna-se uma ferramenta indispensável, já que este abrange um conjunto
de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que devem se
processar, segundo a visão de que todas as ações e operações envolvidas
encontram-se interligadas e comprometidas entre si.
O sistema organizacional dos serviços de limpeza urbana nos diversos
municípios brasileiros é geralmente ligado à administração direta, ou seja, é unido a
uma secretaria do governo municipal, quase sempre a de serviços urbanos, ou
públicos, ou de obras.
Segundo Araújo (2005), está ocorrendo uma tendência de terceirização dos
serviços de limpeza urbana, em todas as regiões brasileiras, entretanto mais
acentuada em municípios de maior porte, e com menor intensidade no Nordeste.
Esta nova forma de execução de serviços permite que a administração municipal
desempenhe basicamente três funções: planejar e definir o sistema de coleta,
tratamento e disposição dos resíduos; destinar recursos e realizar a fiscalização ou
controle efetivo dos serviços contratados (ARÁUJO, 2005).
No Brasil a primeira pesquisa relacionada à questão dos resíduos sólidos foi
realizada pelo IBGE em 1983 tendo versão publicada em 1989. Esta tinha como
objetivo apresentar o primeiro panorama geral do Sistema de Saneamento Básico
em todo país (ARÁUJO, 2005).
A segunda pesquisa do IBGE foi realizada em 2000, e os resultados
encontram-se na Tabela 2, revelando avanços significativos quanto à coleta; no
entanto, as etapas de tratamento e destinação final de resíduos ainda se
apresentavam de forma nada alentadora, pois o percentual de resíduos sólidos
destinados a aterro cresceu consideravelmente, entretanto por serem informações
cedidas por prefeitura e empresas, que têm interesse em apresentar um quadro
melhor do que é na realidade, esses dados devem ser vistos com ressalvas, pois
muitas vezes “lixões” são considerados aterros controlados por conveniência.
9
Tabela 2- Disposição final e tratamento de resíduos sólidos no Brasil- 1989/2000.
ANO 1989 2000
Lixão 76% 30,6%
Aterro Controlado 13% 21,3%
Aterro Sanitário 10% 47,1%
Usina de
Compostagem 0,9% 0,9%
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
De acordo com a pesquisa realizada pelo IPEA (2008), os serviços de coleta
direta e indireta estavam disponíveis para 97,6% da população urbana em 2007
(90,0% da forma direta e 7,6% indiretamente). Na zona rural os serviços de coleta de
lixo atingem menos de 27% da população. Nestas regiões, a maior parte dos
resíduos sólidos continua sendo queimada ou enterrada (60%) ou é jogada em
terrenos baldios ou logradouros (11,7%).
Tabela 3 - Percentual dos serviços de coleta no Brasil em 2007.
Área Coleta Direta
Coleta Indireta
Queimado ou
Enterrado
Terreno baldio
Rio Lago ou mar
Outro destino
Urbana 89,97 7,65 1,5 0,78 0,07 0,03
Rural 20,86 6,07 60,03 11,74 0,15 1,15
2.3.2 Gestão dos Resíduos Sólidos na Bahia
Em se tratando do estado da Bahia, as condições impróprias de limpeza
urbana, dentre elas a de destinação final, já diferem da maioria dos municípios de
outros estados brasileiros, pois o Governo do Estado assumiu o papel de elemento
norteador e estruturante desenvolvendo ações em forma de projetos e programas e
alavancando parcerias junto ao Governo Federal. Estas parcerias beneficiaram o
10
setor de saneamento, e por conseqüência, o setor de limpeza urbana (ARAÚJO,
2005).
O Bahia Azul, a partir da década de 90, foi o principal programa na área de
saneamento e de Limpeza Urbana desenvolvido pelo Governo do Estado. Este era
formado por outros subprogramas (Projeto Metropolitano, Programa Baía de Todos
os Santos) que segundo Araújo (2005), tinham como finalidade “a despoluição da
Baía de Todos os Santos com a eliminação do lançamento de esgotos, lixo urbano e
resíduos industriais”.
Para Silveira (2008), o apoio do Governo do Estado da Bahia às ações de
resíduos sólidos, até o ano de 2006, ocorreu, na sua maioria, em função de
programas financiados com recursos externos, em que essa componente aparecia
como demanda para ser atendida. Esses planos vieram com a implementação de
diversas ações na área, merecendo destaque alguns programas e projetos
desenvolvidos, tais como Projeto Metropolitano, Programa de Saneamento
Ambiental de Salvador e Cidades do Entorno da Baía de Todos os Santos (BTS)
Programa de Desenvolvimento Turístico de Bahia (PRODETUR) Programa de
Administração Municipal e Desenvolvimento de Infra-Estrutura Urbana (PRODUR)
(SILVEIRA, 2008).
Todas estas ações empreendidas pelo Governo do Estado beneficiaram
cidades de médio e grande porte e no primeiro momento foram demasiadamente
concentradas na região metropolitana de Salvador e no Recôncavo Baiano. Como
observa Araújo (2005), somente a partir de 1999, através dos Programas Pró-
Saneamento e Produr, o Estado começou a desconcentrar suas ações e as ampliar
para o interior.
Entretanto, a partir do final de 2002, a CONDER começou a implantar em
municípios de pequeno porte um novo tipo de tecnologia para destinação final – o
aterro simplificado. Segundo Silveira (2008), até o ano de 2006, foram construídos
35 unidades. Contudo, estes tiveram que se encaixar em critérios estipulados pela
CONDER. São eles, segundo ordem de importância definida pela própria CONDER:
1. Municípios autuados pelo Ministério Público ou pelo IBAMA;
2. Municípios de importância turística e econômica;
3. Municípios interessados na implantação do sistema de disposição final.
11
O Governo do Estado em 2002 via CONDER, elaborou uma proposta
programa de resíduos sólidos, que tinha como unidade de planejamento a bacia
hidrográfica, cujo objetivos eram os seguintes:
1. Propor um modelo de gestão para o setor de resíduos sólidos, identificando as
peculiaridades por região;
2. Contribuir para o estabelecimento de uma política estadual para a área de resíduos
sólidos;
3. Elaborar um plano de ações para as intervenções no setor, estabelecendo
prioridades e estimativas do montante de recursos necessários para Estado da
Bahia;
4. Levantar situações mais urgentes para a ação governamental do ponto de vista
ambiental e de saúde pública;
5. Organizar e sistematizar informações referentes aos resíduos sólidos no Estado da
Bahia, que poderá alimentar o sistema de informações ambientais do Sistema
Estadual de Administração dos Recursos Ambientais;
6. Apoiar os municípios do planejamento e gerenciamento dos serviços de limpeza
urbana;
7. Gerar subsídios para a tomada de decisões político-administrativas com suporte
técnico para que as decisões sejam racionais, levando em conta o conjunto do
Estado;
8. Quantificar o número de pessoas que sobrevivem de catação de lixo, principalmente
em “lixões” para possibilitar o estabelecimento uma política de erradicação do
trabalho infantil dos lixões;
9. Avaliar quanto os municípios gastam nos serviços de limpeza urbana;
10. Construir um banco de dados com informações geo-referenciadas, capaz de fornecer
elementos para ações de planejamento de resíduos sólidos, além de monitoramento
dos sistemas de destino final do lixo
12
2.4 Tratamento de Resíduos Sólidos
Consistem no conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram
as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos e conduzem à
minimização dos riscos à saúde pública e a qualidade do meio ambiente. O
tratamento de resíduos tem como reduzir o volume e/ou periculosidade destes, para
que possam ser dispostos em aterros.
Após as melhorias na coleta do lixo e na sua destinação final, ficam claras as
vantagens das ações que visam reduzir a quantidade e periculosidade do material a
ser aterrado. Estas ações são chamadas de tratamento (IPT/CEMPRE, 1995).
A necessidade de tratamento dos resíduos surge devido aos seguintes
fatores:
• Escassez de áreas para destinação final;
• Disputa pelo uso das áreas remanescentes com as populações
na periferia;
Os métodos mais usuais de tratamento de resíduos são: compostagem,
incineração e aterro sanitário.
2.4.1 Compostagem
É um processo biológico de decomposição da matéria orgânica contida em
restos de origem animal ou vegetal. Este processo tem como resultado final um
produto que pode ser aplicado ao solo para melhorar suas características, sem
ocasionar risco ao meio ambiente (IPT/CEMPRE, 1995).
Vantagens
• Economia do aterro;
• Maior vida útil da área do aterro;
• Aproveitamento agrícola de matéria orgânica;
• Reciclagem de nutrientes para o solo;
• Processo ambientalmente seguro;
13
• Eliminação de patógenos.
Fatores Dificultantes
• Falta de um programa de conscientização e formação de mão
de obra especializada;
2.4.2 Incineração
É uma das tecnologias térmica existentes para o tratamento de resíduos. É a
queima de materiais em alta temperatura (geralmente acima de 900º), em mistura
com uma quantidade apropriada de ar e durante um tempo pré-determinado. Essa
combustão geralmente ocorre numa instalação denominada usina de incineração,
projetada e construída para este fim (IPT/CEMPRE, 1995).
Vantagens
• Redução drástica da massa e volume de lixo a ser descartado;
• Redução de impacto ambiental;
• Recuperação de energia;
• Processo ambientalmente seguro;
Desvantagens
• Custo elevado;
• Exige mão de obra qualificada;
• Poluição ambiental pela emissão de poluentes atmosféricos, se
não forem utilizados filtros adequados;
14
2.5 Processos de Disposição Final
A disposição de resíduos sólidos urbanos sobre o solo é a pratica mais usual
em todo o mundo e algumas características dos locais de disposição permite
apresentar alguns processos e/ou alternativas.
2.5.1 Lixões ou Vazadouros
Os lixões, para onde vai a maior parte dos resíduos sólidos urbanos
produzidos no Brasil, segundo o IPT/CEMPRE (1995), é uma forma inadequada de
disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga sobre
o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou á saúde pública, causando a
proliferação de vetores de doenças, geração de maus odores e, principalmente, a
poluição das águas superficiais e subterrâneas através da contaminação do solo
pelo chorume (liquido de cor preto, mal cheiroso e de elevado potencial poluidor
produzido pela decomposição da matéria orgânica contida no lixo), comprometendo
os recursos hídricos.
Nos lixões não existe o controle dos tipos de resíduos despejados,
verificando-se até mesmo a disposição de dejetos originados dos serviços de saúde
e das indústrias. Associam-se ainda aos lixões fatores altamente desagradáveis,
como a criação de porcos e a existência de catadores (“badameiros”), os quais
muitas vezes residem no local.
2.5.2 Aterro Controlado
Segundo a NBR 8848 – (ABNT, 1985), é uma técnica de disposição de
resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à segurança,
minimizando os impactos ambientais. Método este que utiliza princípios de
engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzí-los ao
menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de
cada jornada de trabalho.
Forma de disposição final no solo, na qual preocupações tecnológicas
executivas são adotadas durante o desenvolvimento do aterro, aumentando a
segurança no local e minimizando os impactos ambientais.
15
Este método é preferível ao lixão, mas, devido aos problemas que causa e
seus custos operacionais, é inferior ao aterro sanitário.
2.5.3 Aterro Simplificado ou Manual
Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, exigindo que haja
uma camada de material inerte cobrindo o lixo, na conclusão de cada jornada de
trabalho. No aterro simplificado é feita a impermeabilização da base da vala, mas
não existem sistemas de tratamento de chorume e de dispersão de gazes
produzidos.
De acordo com os dados do IBGE (2007), aproximadamente 72% dos
municípios apresentam população inferior a 20.000 habitantes. Já no Estado da
Bahia são aproximadamente 60%. Em muitos desses municípios faltam recursos
humanos especializados e critérios técnicos, econômicos e sociais para tratar a
questão da disposição final dos resíduos sólidos. Normalmente essas pequenas
comunidades têm uma geração de resíduos pequena, que não desmandam
soluções tecnológicas e gerenciais sofisticadas e caras para destinação final.
Para a Resolução CONAMA nº 404, de 11 de Novembro de 2008, são
considerados aterros sanitários simplificados, aqueles com disposição diária de até
20 t (vinte toneladas) de resíduos sólidos urbanos. A inovação desta técnica consiste
no baixo custo de implantação e operação (sem mantas sintéticas, sistema de
tratamento de chorume e de gases, balança rodoviária, máquinas de grande porte)
(BAHIA, 2005).
O aterro simplificado é constituído de trincheiras ou valas, o que minimiza os
custos de operação e os de implantação. As trincheiras possuem forma trapezoidal e
são escavadas a partir da superfície do aterro com profundidade máxima de 4
metros taludes laterais com inclinação de 45º á 90º, a depender da coesão do solo e
comprimento variável (Figura 1) (BAHIA, 2004).
Para Silveira (2008), as tecnologias simplificadas de destinação final, também
denominada de aterros em valas, surgem como resposta aos riscos das diversas
formas de poluição causadas pelos lixões das cidades de pequeno porte. Para o
referido autor, aterros simplificados são projetos de engenharia e compreendem um
conjunto de procedimentos que minimizam os impactos a níveis aceitáveis.
16
Figura 1 - Unidade construtiva de destinação final de aterro simplificado-vala
O aterro simplificado tem como um dos princípios fundamentais a
minimização da geração de chorume e o tratamento deste através da infiltração
natural na própria matriz do solo, o que se dispensa desta forma drenos no interior
das valas para captação de líquidos percolados e lagoas de estabilização para
tratamento deste.
A balança rodoviária, que é um instrumento imprescindível em aterro
convencional, é dispensável em aterro simplificado, pois o controle de pesagem é
obtido estimativamente via anotação/controle da cubagem das cargas de veículos
quando estes chegam ao aterro.
2.5.4 Aterro Sanitário
Segundo a NBR 8419 – (ABNT, 1992), é uma técnica de disposição de
resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à segurança,
minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia
para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzí-los ao menor
volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada
jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário.
De acordo com o Manual de Saneamento (1995), o planejamento deste,
envolve estudo de localização quanto à proximidade de habitações, possibilidade de
contaminação de água, distâncias, acesso ao local, obras de drenagem,
planejamento da própria operação e das sucessivas frentes a serem atacadas.
O Aterro Sanitário é um equipamento projetado para receber e tratar o lixo
produzido pelos habitantes de uma cidade, com base em estudos de engenharia,
para reduzir ao máximo os impactos causados ao meio ambiente. Atualmente é uma
17
das técnicas mais seguras e de mais baixo custo (Manual de Operação da
CONDER, 2004).
Como qualquer método exige condições mínimas, que garantam sua
execução e operacionalização dentro dos padrões exigíveis, não somente do ponto
de vista da legislação vigente como também do ponto de vista da comunidade onde
será instalado o equipamento (BRASIL, 2001).
O aterro sanitário, sob o ponto de vista técnico, é um sistema seguro não só
como forma de disposição final, mas também como forma de tratamento, quando
adotadas técnicas de controle das condições físicas e químicas da massa aterrada
acelerando a estabilidade da sua tração orgânica (BRASIL, 2001).
Segundo a Norma Técnica NBR 8419 (ABNT, 1984), o aterro sanitário não
deve ser construído em áreas sujeitas á inundação, devendo ser localizado a uma
distância mínima de 200 metros de qualquer curso d’água. A área deve estar a uma
distancia considerável de núcleos residências, evitando assim a desvalorização
imobiliária dos imóveis ali situados e locais que tenham um potencial mínimo de
serem incorporados á zona urbana. Também deve ser considerada a direção dos
ventos predominantes em relação aos núcleos urbanos. A arborização deve ser
adequada nas redondezas para evitar erosões, espalhamento da poeira e retenção
dos odores.
18
2.6 Processo de Implantação, Operação e Manutenção de Aterro Sanitário
Para permitir o tratamento e minimizar os impactos adversos que um aterro
sanitário pode ocasionar, este deve contar com infra-estrutura básica, representados
por diversos elementos e componentes.
2.6.1 Elementos/Etapas componentes de Aterro Sanitá rio
2.6.1.1 Levantamento Básico (Estudo de escolha de Área)
O levantamento básico é composto por informações gerais, que permitirão
identificar dados referentes á população, á produção de lixo, características físico-
químicas e informações relacionadas ao clima da região.
Compõem também o levantamento básico os serviços de topografia e
geotécnica, que possibilitam identificar características e elementos condicionantes
do solo que servirão de parâmetros para a construção do aterro sanitário. São
alguns destes elementos: capacidade de carga do solo, nível do lençol freático,
permeabilidade do solo, e o levantamento plani-altimétrico em curva de nível e
perfis, que define a bacia onde a área está inserida (BRASIL, 2001).
2.6.1.2 Projeto
O projeto deve ser desenvolvido tendo como objetivo maximizar a vida útil da
área disponível e assegurar a preservação da saúde pública. O projeto deverá
conter no mínimo as seguintes documentações (FUNASA, 2003):
• Planta planialtimétrica, mostrando a locação de acessos, platôs, edificação
e pontos notáveis;
• Resultados das investigações ensaios geotécnicos;
• Resultados das análises de qualidade dos corpos d’água do entorno;
• Projeto de vias de acesso e de serviço, englobando geometria,
movimentação de terra, pavimentação e drenagem;
19
• Projeto de edificação, arquitetura, paisagismo e instalações hidráulicas,
elétricas, de comunicação especiais e de segurança;
• Projeto de rede externa de abastecimento d’água, esgoto, suprimento de
energia e de drenagem de água pluviais;
• Projeto geométrico e de terraplenagem do arranjo final do aterro sanitário,
com planta das etapas anuais do aterro e seções transversais;
• Projeto de coleta e tratamento de chorume, envolvendo as camadas de
impermeabilização inferior e superior, rede de drenagem de fundo,
elevatório e estação de tratamento;
• Projeto de drenagem superficial do aterro;
• Planta de delimitação dos lotes do aterro sanitário;
• Planta do sistema de captação e queima do biogás;
• Plano de monitoramento ambiental, incluindo o projeto dos poços de
monitoramento do lençol freático;
• Manual de operação do aterro compreendendo suas atividades rotineiras
de resíduos, inclusive a operação da estação de tratamento chorume e os
cuidados com a manutenção da rede de drenagem de águas pluviais;
• Memorial de cálculo dos estudos de estabilidade do aterro e demais
construções;
• Especificações técnicas de todos os equipamentos, serviços e matérias a
serem executados e aplicados na obra;
• Plano de encerramento do aterro, incluindo o plano de monitoramento
ambiental após o termino das operações;
• Incorporação de todas as medidas mitigadoras preconizadas no EIA-
RIMA.
2.6.1.3 Implantação
Após a aprovação do projeto de licença de instalação, iniciam-se as obras
para implantação do aterro, os chamados serviços preliminares – cercamento,
limpeza e raspagem do terreno, terraplenagem e iluminação. A fase de implantação
é composta ainda de outras etapas abaixo descrita (BRASIL, 2001):
20
• Obras fixas: construção de guaritas, prédio administração e manutenção,
balanças, tapumes e vedações, nos locais determinados pelo projeto;
• Vias de acesso: construção das vias internas e externa, de acesso ao
aterro sanitário, que poderão ou não ser pavimentadas, a depender do
fluxo de equipamentos previsto;
• Área de emergência: local para descarga do lixo quando, por qualquer
motivo, for impossível a utilização da frente de serviço como acontecer
em períodos chuvosos. O acesso a esta área deve ser mantido em
condições em uso imediato;
• Sistema de drenagem superficial de água pluviais: visa desviar as águas
de chuva da frente operacional. Este sistema deve ser composto por
drenos provisórios e drenos definitivos construídos de meia cana de
concreto;
• Sistema de drenagem líquidos percolados: caneletas escavadas no solo
impermeabilizadas e preenchidas com meio poroso, direcionadas no
sentido de conduzir os líquidos percolados para um só local;
• Sistemas de tratamento e captação de percolados: são formados em
geral por lagoas e estabilização, filtros biológicos, recirculação do
chorume e por processo fotossintéticos.
• Sistema de drenagem de gases: drenos verticais de concretos
perfurados interligados aos sistema de drenagem de líquidos
percolados.
2.6.1.4 Operação
Fase composta pela adoção e obediência de procedimentos de
procedimentos operacionais que visam melhor gerenciar o equipamento de
disposição final. Compõe-se dos seguintes elementos (BRASIL, 2001):
• Controle de entrada: deve ser efetivado na portaria do aterro,
registrando-se a entrada e saída de todos os veículos de todas as
pessoas que tem acesso ao equipamento, sendo que estas informações
devem ser anotadas em formulários apropriados;
• Controle de pesagem: é a pesagem de todo o lixo que será disposto no
aterro sanitário. Tal procedimento permitem que tenham conhecimento
21
da qualidade de resíduos produzida e se possa fazer um
dimensionamento realista do Sistema de Limpeza Urbana;
• Compactação do lixo: técnica que tem como finalidade aumentar peso
especifico do lixo disposto, diminuído o volume de vazios e aumentando
assim a vida útil do aterro;
• Tratamento de percolados: visa evitar a contaminação do solo e das
águas superficiais e subterrâneas na área do aterro e no seu entorno.
Este sistema serve também para diminuir as pressões internas no
maciço de lixo. O tipo de tratamento percolado mais usual é o misto,
feito via lagoas de estabilização em fundo do baixo custo operacional;
• Tratamento de gases: objetiva encaminhar os gases produzidos pelo
lixo aterrado a um flare onde se dá a sua queima. A forma mais usual de
tratamento de gases é a queima nos coletores dos sistemas de
exaustão;
• Monitoramento ambiental: consistem no acompanhamento sistemático
de variáveis ambientais que permite avaliar os níveis de alteração nos
recursos naturais que sofrem interferência do aterro. Estas variáveis
precisam ser monitoradas ao longo do funcionamento do aterro e
mesmo depois do seu enceramento. São elas:
1. Monitoramento dos recursos hídricos;
2. Monitoramento topográfico e geotécnico;
3. Monitoramento de gases;
4. Monitoramento de vetores de enfermidade.
Segundo pesquisa realizada por Catapreta (2008), para que os aterros
sanitários se configurem como unidades de tratamento de resíduos que não causem
danos ao meio ambiente e à saúde, devem possuir o acompanhamento e
monitoramento adequado da disposição de RSU, à luz das tecnologias existentes e
normas previstas para tal.
Dentre os aspectos operacionais que envolvem a operação dos aterros, pode-
se destacar a compactação dos RSU como o principal parâmetro a ser controlado,
dada a sua importância, tanto no que se refere à otimização da disposição, quanto
da melhoria de propriedades geomecânicas dos resíduos. A compactação depende
22
de inúmeros fatores, dentre eles: a espessura da camada de resíduos; tipo, peso e
número de passadas do equipamento compactador; inclinação da rampa de
compactação; sentido de compactação; composição e umidade dos RSU
(CATAPRETA, 2008).
Segundo o mesmo autor, a compactação de RSU em aterros sanitários tem
como objetivo promover a sua redução volumétrica, fornecendo a estes uma maior
estabilidade. Essa redução de volume geralmente é proporcionada pela aplicação de
pressões sobre os resíduos por meio do emprego de equipamentos mecânicos,
como tratores de esteira. A construção dos aterros também promove uma redução
volumétrica ao longo do tempo, causada pela constante deposição de novas
camadas e ao processo de decomposição da matéria orgânica presente.
A boa compactação dos resíduos traz vantagens como: aumento da vida útil
dos aterros sanitários, redução da migração descontrolada de gases e líquidos
lixiviados, diminuição da vazão de líquidos lixiviados, aumento da estabilidade do
maciço de resíduos, a possibilidade de tráfego imediato de veículos sobre o maciço
e melhorias no aspecto estético da massa de resíduos aterrada.
Outro aspecto que deve ser considerado é o peso específico dos RSU
dispostos em um aterro sanitário, sendo que este varia com o modo de operação e
aterragem, a facilidade de se compactar cada componente da massa de resíduos e
a porcentagem de cada um destes componentes.
O conhecimento do peso específico fornece subsídios para determinação da
capacidade volumétrica dos meios de coleta, tratamento e destino final dos resíduos
sólidos urbanos, sendo o destino final importante na previsão da vida útil de aterros
sanitários.
O peso específico é a relação entre a massa de lixo e o volume unitário
correspondente. A sua determinação fica um pouco dificultada, quanto maior for o
grau de compactação da massa de lixo aterrada e devido às dimensões dos seus
componentes. Para grandes profundidades, haverá o problema do fechamento do
furo de sondagem.
Conforme Catapreta (2008) o peso específico médio dos resíduos soltos varia
entre 1,0 e 3,0 kN/m3 e que após serem compactados pode variar de 7,0 a 9,0
kN/m3. Em função dos processos físicos e biológicos que ocorrem em um aterro
sanitário, pode-se chegar, com o tempo, a valores de 10,0 a 13,0 kN/m3.
23
Para Silveira (2004), o peso específico dos resíduos varia de aterro para
aterro, sendo fator fundamental a composição dos resíduos, além do método de
disposição, profundidade e teor de umidade.
2.6.1.5 Manutenção
As instalações de um aterro precisam sofrer manutenção constante, que deve
se estender teoricamente, por todo período de tempo no qual o aterro ainda produz
gás e percolado. Tendo em vista que os resíduos depositados se decomporão a
diferentes velocidades poderá ver grande intervalo de tempo no qual a manutenção
dos sistemas seja necessária; por isso, é fundamental que se estabeleça
procedimentos básicos de manutenção. Em destaque dois destes procedimentos:
• Rotinas de inspiração: são rotinas definidas para cada sistema do
aterro e com periodicidade especifica para cada sistema,
relacionados todos os itens do sistema a serem analisados em
campo para busca de eventuais problemas, dando assim
subsídios para a correção de problemas detectados.
• Medidas corretivas: são ações concretas a serem executadas em
cada sistema de modo a se obter a eliminação dos problemas
detectados na rotina de inspeção.
24
2.7 Processo de Implantação, Operação e Manutenção de Aterro Simplificado
Assim como na construção de um aterro convencional, a construção de um
aterro simplificado em determinadas localidades requer a observação de
elementos/etapas que compõem a obra, implantação e operação. As etapas
descritas abaixo fazem parte do Projeto Básico Modular da CONDER,
desenvolvimento para orientar a construção, implantação e operação de aterro
simplificado no Estado da Bahia (BAHIA, 2004).
2.7.1 Etapas e Componentes de Aterro Simplificado
O modelo de Projeto Básico Modular desenvolvido pela CONDER para aterro
de tecnologia simplificada é composto por três etapas e pelo Manual de Operação.
As etapas compreendem: a Seleção de Área, o Licenciamento e o Projeto Básico.
2.7.1.1 Seleção de área
A escolha da área para a implantação do aterro é fundamental importância
para garantir a sustentabilidade operacional do sistema, pois esta consiste no
conhecimento dos aspectos ambientais, sociais, econômicos e de qualidade do solo
com vistas á necessidade da preservação dos recursos naturais e do uso racional
dos recursos disponíveis.
O ideal para municípios com 20.000 habitantes é de oito hectares para uma
vida útil de dez anos. Entretanto, estima-se que uma unidade implantada em seis
hectares poderá receber os resíduos de uma cidade de 15.000 habitantes. Esta vida
útil poderá ser prolongada, adotando-se a triagem e a compostagem dos resíduos
ou com a superposição de valas (BAHIA, 2004).
Considerando a dificuldade de muitos municípios em encontrar uma segunda
área para o aterro, por ser um processo complexo, recomenda-se que a prefeitura
reserve uma área de dez hectares. Neste caso, poderá adquirir os oito hectares e
salvaguardar o restante para o futuro. A área não utilizada, de imediato, servirá
como área tampão, ou seja, impedindo construções nas proximidades.
25
A área deve, de preferência, ser plana e elevada no sentido de facilitar e
reduzir o custo de implantação e, ao mesmo tempo, estar afastada do lençol freático,
no mínimo, três metros a partir do fundo da vala e estar situada no máximo 10 km do
centro gerador do lixo.
Quanto á seleção de área, alguns aspectos têm que ser contemplados, como
por exemplo, as vias de acesso ao local devem apresentar boas condições de
tráfego, o local não possuir restrições ambientais ou aglomerados populacionais,
com a priorização de áreas desocupadas. O local deve possuir baixa valorização
imobiliária, destinada na legislação municipal de Uso e Ocupação do Solo e, ainda,
solo que possibilite a impermeabilização da base e recobrimento dos resíduos.
A área a ser selecionada deve respeitar as distancias mínimas em relação a
ecossistemas frágeis e recursos hídricos superficiais, como córregos, nascentes,
rios, açudes e outros corpos d’água, realizando o caracterização hidrogeológica e
geotécnica da área e a confirmação da adequação ao uso pretendido.
2.7.1.2 Licenciamento
O pedido de licença ambiental para aterro simplificado deve apresentar os
seguintes dados (BAHIA, 2005):
• identificação do requerente responsável;
• dados sobre a população beneficiada e breve caracterização dos resíduos a serem depositados no sistema;
• vida útil do local de descarga;
• descrição do local, incluindo as características hidrogeológicas;
• métodos propostos para prevenção minimização da poluição ambiental;
• plano de operação, acompanhamento e controle;
• apresentação do Projeto Executivo;
• projeto de Educação Ambiental e divulgação de empreendimento;
2.7.1.3 Projeto Básico
26
Concepção
A concepção deste modelo prevê o atendimento a municípios de pequeno
porte com população até 20.000 habitantes, cuja de resíduos sólidos urbanos seja,
em média de 20 ton/dia. Esta produção pode ser alterada para mais ou para menos,
a depender da geração per capita do município,
Este método/solução de destinação final é considerado inteiramente
satisfatório sob o ponto de vista ambiental/sanitário para pequenos municípios que
dispõem seus resíduos em lixões, sem nenhum critério de tratamento (BAHIA,
2005).
Unidades
Com relação ás unidades, deverão ser contempladas no projeto de aterro
simplificado (BAHIA, 2005):
• Acesso e cercamento da área
• Limpeza e terraplanagem do terreno
• Valas de rejeitos
• Valas de resíduos de serviços de saúde
• Cinturão Verde/Paisagismo
• Instalações administrativas e de manutenção
• Galpão de triagem
• Unidade de compostagem
Acesso e cercamento da área
As estradas que dão acesso ao local, devem ser mantidas em obas condições
de tráfego, dando-se atenção especial á conservação, durante períodos chuvosos.
Para se evitar a entrada de pessoas, principalmente catadores, e também de
animais, todo o perímetro da área deve ser protegido com cerca de arame farpado,
(ver figura 2) (BAHIA, 2005).
27
Figura 2 - Cercamento da área do aterro Fonte: site da CONDER (Aterro Simplificado de Macarani)
Limpeza e terraplanagem do terreno
Deve-se fazer a limpeza do substrato vegetativo do terreno e a regularização
ou nivelamento deste, para que se possa garantir um bom funcionamento do aterro,
facilitando o direcionamento do fluxo das águas de chuva por meio de drenagem e
para uma melhor utilização das valas (BAHIA, 2005).
Valas de resíduos domiciliares
São valas ou trincheiras convenientemente escavadas no solo (figura 3),
contendo sistema de drenagem das águas de chuva e acesso para a entrada de
veículo transportador do resíduo. Nas valas ocorrerá o depósito gradual e
sistemático dos materiais restantes, não reaproveitáveis, após a coleta e triagem
quando houver.
A declividade do talude no sentido longitudinal em um dos lados deve ser
adequada para o acesso de máquinas. A vida útil máxima das valas deve situar-se
entre 6 meses e 18 meses, com altura limitada de 4 metros.
28
Figura 3 - Vala de Resíduos Domésticos Fonte: site da CONDER (Aterro Simplificado de Macarani)
Valas dos resíduos dos serviços de saúde
As valas dos resíduos provenientes do serviço de saúde são construídas
separadamente, devendo ser preparadas e revestidas manta plástica, (figura 4).
É conveniente que não haja contato direto dos trabalhadores do aterro com os
resíduos de serviços de saúde, que são lançados diretamente dentro da
trincheira/valeta e coberto diretamente por uma camada de20 centímetros de solo.
Quando estiver se realizando o fechamento da valeta, uma cobertura de 60
centímetros de solo é implantada. As valetas são dimensões reduzidas, pois o
volume destes resíduos, em geral, é pequeno (BAHIA, 2005).
Figura 4 - Vala de resíduos dos Serviços de Saúde.
29
Diques
São os espaços entre valas onde fica o solo acumulado, resultante das
escavações. A manutenção dos diques deverá ser considerada como fundamental
para o sucesso da operação do aterro. Sua utilização criteriosa poderá elevar o
tempo de vida útil do empreendimento, reduzir custos de transporte de solos
escavados para a Prefeitura, além de evitar problemas futuros com bota-foras
(BAHIA, 2005).
Cinturão verde / Paisagismo
Em todo perímetro da área, deverá ser formado um cinturão verde,
construindo-se uma cerca viva, como forma de migrar impactos visuais, ruídos,
poeiras fugitivas, odores e a ação dos ventos.
Portaria/Guarita
A sua construção é feita junto ao portão de entrada, para abrigar o vigia e dar
suporte aos trabalhadores(figura 5). Trata-se de um módulo compacto de 6m².
Figura 5 – Portaria do Aterro Simplificado de Saubara
Galpão de Triagem / Unidade de Compostagem
Componentes opcionais para aterros simplificados, entretanto, de previsão
necessária para a implantação de um sistema estratégico de gerenciamento
integrado (BAHIA, 2005).
30
Manual de Operação
Tem como finalidade orientar de maneira clara, todos os trabalhadores
envolvidos no processo de limpeza urbana da cidade onde será construído o
equipamento de tecnologia simplificada, evitando-se assim, falhas que poderão
comprometer em longo prazo, a eficiência do equipamento.
Na etapa de operação, o processo de execução do aterro simplificado, ou
seja, preenchimento das células difere do aterro tradicional apenas nos
procedimentos de espalhamento, cobertura e o controle quantitativo, que é realizado
através da cubagem das cargas dos veículos quando da entrada destes no aterro
(BAHIA, 2004).
Regulamento Interno
O atendimento às regras estabelecidas no regulamento é fundamental para
uma operação eficaz e eficiente no aterro simplificado. São regras (BAHIA, 2004):
• Aceitar no aterro simplificado todo lixo urbano, classificado como não
perigoso, resíduos das feiras;
• Não é permitida a utilização do aterro por caminhões limpa-fossa;
• Os resíduos produzidos pelo serviço de saúde serão descartados em
valetas separadas;
• O aterro operará de segunda a sábado, no horário das 08:00 às 17:30h,
evitando-se acesso noturno;
• Somente terão acesso ao aterro transportadores credenciados e pessoas
autorizadas pela Prefeitura;
Rotinas Operacionais
A rotina deverá obedecer a alguns procedimentos. São eles (BAHIA, 2004):
• Manter o portão de acesso ao aterro permanentemente fechado, só aberto
pelo responsável pelo aterro;
• Permitir apenas o acesso de caminhões previamente
cadastrados/credenciados pela Prefeitura;
31
• Controlar o acesso de caminhões identificando os transportadores e
verificando a procedência dos resíduos;
• Anotar/controlar a quantidade de resíduos sólidos coletados através da
cubagem das cargas dos veículos quando chegam no aterro, pois neste
tipo de equipamento não se faz uso de balança rodoviária;
• Manter limpa a área do aterro, sobretudo frente a presença de sacos
plásticos e papéis por serem materiais leves e facilmente espalháveis pelo
vento.
É nesta etapa que se deverá fazer uso de formulário de entrada de
resíduos para se ter um maior e melhor controle operacional do aterro.
Equipe Operacional
O aterro deve contar com uma equipe técnica permanente sendo que o
encarregado do equipamento deverá ter condições plenas de entender o Manual de
Operação. Uma vigilância deve ser prevista por um período de 24 horas no sentido
de controlar veículos e trabalhadores não devendo ser permitida a entrada de
curiosos, catadores, ou qualquer indivíduo não autorizado.
O encarregado geral deverá ser o responsável pelas operações do aterro
como: encaminhamento dos veículos às valas para descarte do lixo, orientação dos
serventes (no mínimo dois) quanto à manutenção das valas e canaletas, cobertura e
arrumação do lixo como manta ou terra e conseqüente plantio de vegetação. A
Prefeitura poderá fazer uso de parte do pessoal da limpeza para trabalhar em
determinadas funções no aterro, no sentido de diminuir custos operacionais com
mão de obra (BAHIA, 2004).
Tabela 4 - Mão-de-obra de aterro simplificado
Mão - de- obra Atribuições 01 Supervisor Supervisionar os trabalhos 01 Vigia Vigiar o local para evitar a
entrada de estranhos 02 Serventes Operação manual (arrumação,
“compactação por apiloamento” e cobertura”
01 Serventes* Catação e limpeza geral do local * Este Servente pode, em horas ociosas, ajudar na operação
32
Para a operação do aterro sanitário simplificado, as ferramentas de trabalho
necessárias são carro de mão, pá, rastilho, enxada e apiloadores de madeira ou de
lata (preenchidos com cimento ou concreto) e o rolo compressor manual com
material de enchimento com areia e pedregulho.
Com relação aos equipamentos de proteção individual será necessário dotar
os trabalhadores de farda, máscaras, luvas e botas, além de capacitá-los sobre a
importância do uso dos EPIs (equipamentos de proteção individual).
Disposição dos Resíduos
O lançamento dos resíduos nas valas deverá obedecer a determinados
procedimentos definidos a seguir (BAHIA, 2004).
• Ao entrar no aterro o motorista do caminhão deverá receber orientações
por parte do operador responsável no sentido de encaminhá-lo ao local da
frente de trabalho definido para a descarga dos resíduos;
• Sempre que for iniciar a disposição dos resíduos em vala nova, a
disposição deve ocorrer na extremidade oposta de onde se encontra o
poço de acumulação de água. Este local deverá ser próximo às
disposições anteriores;
• A descarga do lixo deverá ocorrer preferencialmente no interior da vala
até, a altura de 1,5m;
• Quando a descarga do lixo precisar ser feita pelo topo da vala (quando o
lixo estiver acima de 1,5m, por motivo de segurança dos trabalhadores, ou
ainda quando o tempo estiver chuvoso impedir o acesso ao interior da
vala) as rodas do caminhão deverão ser apoiadas em uma placa de aço
com dimensões de 2,00x 3,50m no momento da descarga, pois assim há
distribuição de esforços no terreno, o que evitará riscos de
desmoronamento do talude da vala;
• Em dias chuvosos, quando o tempo está molhado e não possibilita a
entrada do caminhão na vala, é imprescindível que as vias laterais
estejam em condições de permitir o tráfego de veículos ao redor delas.
Para isto, são importantes as rotinas de manutenção das vias e das valas
de drenagem previstas em projeto;
33
• O preenchimento da vala deverá ser feito ordenamento, evitando-se o
espalhamento do lixo e acompanhando a inclinação da lateral da vala até
atingir o topo. Durante este procedimento o lixo deve ser compactado ou a
menos arrumado a fim de se reduzir o espaço ocupado;
• O lixo deverá estar sempre protegido como uma lona plástica para evitar
contato com animais e com a chuva, enquanto não estiver na altura do
topo da vala. O lixo não deve ser espalhado em toda a expansão da vala,
devendo ser confinado nas extremidades do aterro; isto evitará seu
contato com a água da chuva. Este procedimento operacional é o mais
importante de todos e deve ser seguido à risca pelo pessoal responsável
pela operação do aterro;
• A compactação dos resíduos é indispensável, pois visa reduzir os vazios e
os espaços ocupados por estes, podendo ser feita manualmente, através
de rolo compactador, ou por trator se a prefeitura tiver facilidade de
conseguir, ainda que eventualmente a sua utilização. O trator iria auxiliar
bastante a operação na arrumação da vala e na compactação dos
resíduos. Se não houver a possibilidade de obter-se um trator a operação,
ainda que precária, deverá ser feita manualmente;
• Quando o lixo atingir a altura do topo da vala deve ser providenciada a
sua imediata cobertura com solo e o plantio de vegetação;
• Os resíduos de saúde, pelo risco que contém, deverão ser dispostos em
valetas individuais, evitando-se contato manual com os operadores do
aterro. Estes resíduos deverão ser lançados no interior das valetas e
cobertos diariamente por camadas de 20 cm de solo estocado. A camada
de cobertura definitiva deverá ter espessura mínima de 60 cm;
Abertura de Novas Valas
Após o preenchimento da primeira vala escavada a Prefeitura deverá abrir
outra vala de acordo com o projeto para continuar a atender a demanda de
disposição de lixo. A nova vala deverá ser escavada para atender ao sistema por um
período máximo de 18 meses, pois não é conveniente que o lixo fique disposto na
vala, sujeito as intempéries, por período maior que este (BAHIA, 2004).
Quando da escavação de novas valas deverá haver um cuidado no controle
do solo retirado, pois é conveniente que se tenha excedente de solo estocado para a
cobertura das valas, construção de diques e caso ocorra algum imprevisto. Deve-se
34
ainda ter cuidado na seleção do local que ficará o solo estocado, no sentido de não
permitir que o trânsito dos caminhões coletores, inclusive suficiente para manobras e
lançamento dos resíduos no interior das valas seja atrapalhado (BAHIA, 2004).
Após a conclusão da escavação da vala, deverá ser providenciada pelo
menos uma compactação do solo escavado, com equipamento ou manualmente, de
modo a evitar solos soltos na superfície do material estocado (BAHIA, 2004).
Se houver uma grande quantidade de material escavado, deverá ser
providenciada a cobertura vegetal desde solo estocado com gramíneas que o
projeta dos impactos da chuva e, com isto, reduza os riscos de erosões. É
importante que seja sempre providenciada a rega constante deste plantio de modo a
se obter uma cobertura vegetal eficaz (BAHIA, 2004).
Manutenção do Aterro
O serviço de manutenção eficaz é de fundamental importância para uma boa
operacionalidade do equipamento de destinação de tecnologia simplificada, sendo
indispensável a manutenção constante de alguns elementos do aterro, tais como
(BAHIA, 2004):
• Manutenção do sistema viário;
• Paisagismo;
• Manutenção da limpeza geral da área;
• Manutenção do sistema de drenagem (superficial e do interior da vala);
• Manutenção das cercas, portão e portaria;
• Verificação constante das valas o serviço de saúde, pois estas deverão
estar sempre revestidas com manta de PVC, inclusive no topo quando
alcançar a altura da camada da cobertura definitiva.
35
Monitoramento do Aterro
Para um correto manejo do aterro simplificado é necessário que
periodicamente se faça o acompanhamento de diversos elementos, para que se
possa minimizar e controlar os impactos ambientais causados pela implantação do
equipamento devendo-se verificar (BAHIA, 2004):
• Ocorrência de descontinuidade da execução das tarefas de operação;
• Controle da quantidade dos resíduos aceitos no aterro;
• Controle da direção do fluxo das águas de chuva;
• Manutenção do cinturão verde;
• Combate ao aparecimento de formigueiros;
• Controle da estabilidade do talude;
• Cuidados com aparência geral e limpeza;
• Observações quanto à reclamação da vizinhança;
• Controle de pássaros e vetores.
O monitoramento ambiental deverá ser aquele preconizado pela autoridade
estadual (IMA na Bahia). Alguns autores defensores da implantação de aterro
simplificado argumentam que para este tipo de aterro o monitoramento visual já é o
suficiente, entretanto é recomendável que se faça o monitoramento do aterro através
de poços, sendo que dois deverão ser instalados depois da construção da vala
(BAHIA, 2004).
Segurança
Algumas atitudes simples e sensatas podem diminuir a ocorrência de
acidentes (BAHIA, 2004):
• Deve-se respeitar sinalizações e avisos;
• Não correr, andar;
• Brincadeiras não devem ser praticadas no ambiente de trabalho;
• É imprescindível o uso de EPI’s, como botas, luvas e máscaras contra pó,
principalmente nas áreas de operação;
36
• As saídas e o equipamentos de emergência devem estar sempre livres e
de fácil acesso;
• Qualquer dano, operação irregular ou condição insegura de máquinas,
equipamentos ou ferramentas, devem ser levados ao conhecimento do
supervisor, para que se tomem as devidas providencias;
• Quando o equipamento estiver parado, com cadeado ou etiqueta na
chave elétrica, nenhum botão ou comando deverão ser acionados;
• Os veículos da empresa só devem ser dirigidos quando o funcionário for
habilitado e for autorizado;
• Para se alcançar níveis mais elevados, utilizar escadas e rampas
adequadas, nunca subir em prateleiras, caixas, máquinas ou pilhas de
materiais.
2.8 Experiências de Aterro Simplificado no Brasil
Para Silveira (2008), a tecnologia dos aterros sanitários simplificados (ASS)
ou aterros em valas apresenta-se como uma alternativa para erradicar os lixões e
substituir grandes obras de aterros sanitários por obras mais simples, desde que
sejam observadas as características da área onde serão implantados. Segundo a
mesma autora, foi desenvolvido na Bahia, de forma pioneira, pela equipe técnica da
CONDER, juntamente com o Governo do Estado, o projeto de aterro sanitário
simplificado, implantando 35 ASS, entre os anos de 2002 a 2005, sendo o primeiro
deles na cidade de Macarani. Embora o Relatório do Ministério Público (2007),
constatou que 68,8% desses aterros têm operação entre aceitável e regular
(SILVEIRA, 2008).
Outras experiências podem ser comprovadas na cidade de Catas Altas em
Minas Gerais, quando a FINEP juntamente com a PROSAB utilizou as
conhecimentos de aterro sanitário simplificado para resolver os problemas de
destinação final do município. A cidade situada a 120 km de Belo Horizonte (MG),
possuía um belo conjunto arquitetônico barroco, porém o que destoava do
harmonioso conjunto formado pela natureza e a arquitetura era o lixo produzido no
município. Como em outras localidades brasileiras de mesmo porte, Catas Altas
37
tinha cerca de 5 mil habitantes e a disposição de resíduos era feita de forma
inadequada logo na entrada da cidade, tornando-se cidade exemplo de como tratar
lixo urbano, depois da implantação do aterro sustentável.
Segundo Fereira (2008), o principal objetivo foi transformar o antigo lixão da
cidade de Catas Altas em um aterro que atendesse aos princípios de
sustentabilidade em termos ambientais, técnicos, econômicos e humanos.
Após a implantação do chamado aterro simplificado, solucionando o problema
de disposição final do lixo, houve significativa melhora dos demais serviços de
limpeza urbana, como a roteirização da coleta, capina, implantação de coleta
seletiva, construção de galpão de triagem e compostagem e licenciamento
ambiental, com ganho de ICMS ecológico pelo município (Fereira, 2008).
Segundo Ferreira (2008), o resultado foi muito além do lixão. Além de gerar
uma mudança de cultura que deu continuidade às ações, foi estabelecida uma
metodologia que agora pode ser replicada em outros locais com o mesmo problema.
No aterro de Catas Altas, o que vai para as valas é basicamente lixo seco,
graças à separação prévia e também à cultura local, que aproveita bastante do lixo
orgânico doméstico nas hortas e criações de animais. Não há mau odor no local, o
que em parte se deve ao fato de que o aterro nunca produziu chorume, líquido
extremamente poluente gerado pela decomposição de resíduos orgânicos.
Ainda conforme Fereira (2008), através dos grandes incentivos nas áreas de
engenharia sanitária e ambiental das universidades e pesquisadores, o governo
municipal enxergou nesse tipo de aliança a solução para os dois principais
obstáculos que costumam inviabilizar projetos semelhantes em cidades de pequeno
porte: falta de capacidade técnica e de recursos.
O mesmo autor cita que, Catas Altas gera cerca de 40 toneladas de lixo por
mês, e 25% desse total são reaproveitados. A cada mês, cerca de cinco toneladas
de lixo orgânico vira fertilizante próprio para uso nos jardins da cidade e outras cinco
toneladas são materiais recicláveis que são vendidos, gerando renda para o
município. Cita ainda que o reaproveitamento aumenta a vida útil do aterro, já que
diminui a quantidade de lixo que precisa ser depositada.
O desafio atual do município é gerar mais participação da comunidade na
coleta seletiva.
A tabela 5 apresenta as principais características de concepção de cada uma
das tecnologias identificadas na literatura: O ASS, aterro em valas (CETESB, 1997),
38
aterro sanitário simplificado (CONDER, 2002), aterro manual (CEPIS/OMS, 1991) e
o aterro sustentável (PROSAB, 2003).
Observam-se vários pontos em comuns, tais como, escavação de valas ou
trincheiras, uso de equipamentos de baixo custo, uso de cobertura diária dos
resíduos, entre outras. Segundo Paiva (2003), dentre as tecnologias analisadas o
aterro sanitário simplificado (CONDER, 2002), pode ser considerada a mais simples,
dispensando sistemas de drenagem de gases e de lixiviado, e também a barreira
impermeabilizante de argila ou liner sintético, usando somente a capacidade de
atenuação do solo natural. Por sua vez, o aterro sustentável (PROSAB, 2003)
apresenta vários sistemas de proteção ambiental, tais como, barreiras de fundo e
lateral, sistemas de drenagem de gases e lixiviado ou mesmo o uso de técnicas
como a recirculação do lixiviado podendo ser considerada a mais complexa.
Certamente as tecnologias simplificadas constituem-se em alternativas mais
viáveis para disposição final dos resíduos sólidos urbanos de pequenos municípios.
No entanto ressalta-se a necessidade da análise rigorosa do local selecionado, com
o intuito de verificar a compatibilidade das características da tecnologia escolhida
com a capacidade suporte do meio.
39
Tabela 5- : Principais características de várias tecnologias simplificadas para disposição de resíduos sólidos
Elementos Aterro em
valas(a)
Aterro sanitário
simplificado(b)
Aterro
manual(c)
Aterro
sustentável(d)
População máxima a ser atendida
25.000 hab. 20.000 hab. 30.000 hab. 20.000 hab.
Peso máximo de resíduos depositado por dia
10 t/d 20 t/d 15 t/d 20 t/d
Método construtivo para o confinamento
Valas Trincheiras e aterramento
celular
Área e Trincheiras
Trincheiras
Profundidade do aterro (p)
≅ 3m p ≤ 4m 2 a 4m 2 a 3m
Barreira inferior Argila impermeável
e liner sintético
Argila impermeável
Argila impermeável e liner sintético
Argila impermeável e liner sintético
Sistema de drenagem de pluviais
Existente Existente Existente Existente
Sistema de drenagem de gás
Não existente Não existente Existente Existente
Sistema de drenagem de lixiviado
Não existente Não existente Existente Existente
Sistema de tratamento do gás
Não existente Não existente Existente Existente
Sistema de tratamento do lixiviado
Não existente Não existente Existente Existente
Forma de compactação dos resíduos sólidos
Manual Manual Uso de equipamentos
manuais
Uso de equipamentos
manuais Grau de compactação
500kg/m3 400kg/m
3 400-500kg/m
3 * 500kg/m
3
Cobertura intermediária dos resíduos
Diária Diária Diária Diária
Vida útil de uma unidade (vala ou trincheira)
1 mês 1 ano 1 ano 2 a 4 meses
Tipo de solo recomendado para se implantar o aterro
Argila Argila Argila Argila
Restrição da tecnologia quanto à valores de índice pluviométrico
Não mencionado
Não mencionado
Não mencionado
Não mencionado
* Dados referentes ao aterro sustentável implantado em Catas Alta/MG (Fonte: Paiva, 2003) (a) CETESB, 1997 (b) CONDER, 2002 (c) CEPIS/OMS, 1991 (d) PROSAB,2003
40
3 MÉTODO DE PESQUISA
O estudo foi realizado no Aterro Sanitário Simplificado da cidade de Saubara-
Ba, localizado na estrada que liga a sede ao distrito de Cabuçú, com uma área de
aproximadamente 57.000 m². O município de Saubara está localizado no Recôncavo
Sul da Bahia, a 96 km de Salvador, a capital. Possui uma área de 158 km²,
limitando-se ao norte com Santo Amaro, a Nordeste e a Leste com a Baía de Todos
os Santos, ao Sul com o rio Paraguaçu e a Oeste com Cachoeira (figura 6)
(BARROS, 2006).
O acesso a Saubara a partir do município de Salvador pode ser feito por
rodovias pavimentadas através da BR-101 e BR-324.
Figura 6 - Mapa de localização do município de Saubara
Para a realização deste trabalho foram obtidos dados por meio de
informações de fontes primárias utilizando entrevistas, com uso de um roteiro de
questionário, como instrumento de coleta. As entrevistas foram realizadas
entrevistas com os gestores responsáveis pela limpeza urbana do município, o
secretário de administração e o chefe de limpeza. Foram também entrevistados 04
(quatro) garis responsáveis pela coleta e disposição dos RS.
O delineamento da pesquisa incluiu pesquisa bibliográfica e documental com
a análise dos seus conteúdos, levantamentos observacionais e registros fotográficos
41
feitos em campo através de quatro visitas, realizadas nos dias 15/08/08, 05 e
26/01/09, e 14/03/09.
Com relação ás unidades, foram observados itens que contemplam o projeto
de aterro simplificado (CONDER, 2005):
• Acesso e cercamento da área;
• Limpeza e terraplanagem do terreno;
• Valas de rejeitos;
• Valas de resíduos de serviços de saúde;
• Cinturão Verde/Paisagismo;
• Instalação administrativa e de manutenção;
• Galpão de triagem;
• Unidade de compostagem;
• Equipamentos de drenagem.
A partir da associação das informações coletadas por meio de visitas a
campo, entrevistas e levantamento de literatura foi realizado o tratamento de dados
com elaboração de discussões e tabelas-resumo referentes à situação atual do
equipamento e a prevista em projeto. Essas discussões permitiram a análise
técnico/operacional da situação atual do aterro de tecnologia simplificada.
42
4 RESULTADO E ANÁLISES
4.1 Caracterização do Município
Segundo Barros (2006), o município foi criado com o território do distrito de
Saubara, desmembrando de Santo Amaro, por força de Lei Estadual Nº 5.007 de 13
de Junho de 1989.
Saubara apresenta clima úmido com temperaturas médias anuais de 25,4º. O
período chuvoso vai de abril a junho, sua pluviosidade anual é de 1.600 a 1.800mm.
O município encontra-se na bacia do rio Saubara, tendo o rio de mesmo nome como
rio principal, tendo ainda a presença dos rios Iravá e da Fazenda. O relevo da região
é composto por Tabuleiros de Recôncavo, Planícies Marinhas e Fluviomarinhas
(BAHIA, 2002).
A geologia é formada por folhelhos, arcóseos, arenitos, siltitos,
conglomerados, depósitos fluviais, depósitos costeiros: areia de praias, mangues,
terraços e cordões litorâneos. É verificada também a ocorrência de minerais de
calcário e sílex (BAHIA, 2002).
Segundo o censo do IBGE (2007), o município possui população fixa de
11.051 habitantes, densidade demográfica 69,24 habitantes por km², e índice de
desenvolvimento humano (IDH) igual a 0,672. Por se tratar de local turístico, no
verão a população do município aumenta cerca de 150%, o que é considerável, pois
este aumento relaciona-se com a população flutuante. Saubara possui 02 distritos
(Cabuçu – local do aterro e Bom Jesus dos Pobres) e 01 povoado, Araripe.
As principais atividades econômicas do município de Saubara, além da
criação de gado baseiam-se na pesca ao longo do litoral da Baía de Todos os
Santos, e no turismo, principalmente na alta estação turística.
O serviço de abastecimento de água é fornecido pela Empresa de Águas e
Saneamento (EMBASA), desde a captação no rio Saubara, tratamento, adução até a
distribuição. O serviço de esgotamento sanitário da cidade é formado em sua grande
maioria por fossas e sumidouros.
43
De acordo com informações coletatas “in loco”, o município possui em
operação, um Hospital mantido pelo Sistema Único de Saúde, e mais um Posto de
Saúde da Família (PSF).
4.2 Situação do Sistema de Limpeza Urbana
a) Aspectos Legais
O município dispõe de apenas um instrumento legal relacionado ao serviço de
limpeza urbana, a Lei Orgânica Municipal que data de 5 de Abril de 1990, sendo de
competência privativa do município prover sobre a limpeza das vias e logradouros
públicos, remoção e destino do lixo domiciliar ou não, bem como de outros detritos e
resíduos de qualquer natureza. No município não existe nenhum programa de coleta
seletiva, compostagem e incineração.
b) Estrutura administrativa
O serviço de limpeza urbana é realizado diretamente pela prefeitura, sendo de
atribuição da Secretaria de Administração e Finanças, pois o município não possui
Secretária de Obras. O setor de limpeza está alocado juntamente com o setor de
transportes, em uma área da prefeitura, este local possui almoxarifado, oficina e
rampa de lavagem de veículos.
Segundo informações do secretário de Administração, a mão de obra alocada
diretamente na limpeza pública é composta de 68 varredores, 16 coletadores, 04
motoristas, 04 carroceiros, 07 capinadores, 03 coveiros e 04 encarregados,
totalizando 106 funcionários.
c) Condições do sistema municipal de limpeza urbana
Segundo informações fornecidas pelo chefe da limpeza, a coleta é realizada em
todo o município, inclusive nos distritos e no povoado, diariamente de segunda a
sábado, das 07:00 às 11:00h em épocas de baixa estação e das 07:00 às 17:00h,
em alta estação. A coleta domiciliar e em logradouros públicos se faz com
regularidade, utilizando-se 02 caminhões compactadores (com 6m³ e 12m³ de
capacidade) de propriedade do município, doados pelo Programa Bahia Azul,
44
(Figura 7- superior) e 02 caçambas (com capacidade de 8 e de 10 m³ ) alugadas
junto a particulares para a realização do serviço, ( Figura 7 - inferior).
Figura 7 – Equipamentos utilizados para a coleta dos RS no município de Saubara
d) Varrição e serviço congêneres
No município não existe uma equipe específica para realizar os serviços
congêneres, podendo os mesmos ser realizados por qualquer agente de limpeza. A
prefeitura realiza varrição, capina, limpeza de bocas de lobo e em áreas de feiras
públicas, podas de árvore, coleta de entulhos e lixo hospitalar, limpeza de praças e
pintura de meio fio.
e) Resíduos dos serviços de saúde
Segundo informações do chefe da limpeza, são coletados no hospital
aproximadamente de 02 a 03 caixas por dia, com dimensões de (0,30x 0,30x
0,25)cm de resíduos perfurocortantes (Figura 8). Os outros resíduos produzidos no
hospital (tipo domiciliar) são dispostos na vala de resíduos domésticos.
45
Figura 8 - Caixa de Resíduos de Saúde
f) Acondicionamento
Informações coletadas “in loco” indicam que o lixo é disposto pelo usuário nos
pontos de coleta para o recolhimento. Os resíduos domiciliares são acondicionados
em sacos de aniagem, tonéis, baldes e sacos plásticos.
g) Transporte
O transporte dos resíduos é feito diariamente dos locais de coleta para o
Aterro Sanitário Simplificado situado no distrito de Cabuçú.
h) Aspectos Sociais
Segundo informações dos garis entrevistados, a prefeitura não desenvolve
nenhuma atividade de integração e valorização para os funcionários da limpeza
urbana. Eles Informaram que usam Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), no
entanto a Figura 9 mostra que nem todos fazem uso do equipamento. Foi
constatada a presença de 02 (dois) catadores no local do aterro e segundo
informações fornecidas pelo chefe da Limpeza, estes recebem da Prefeitura um
salário mínimo.
46
Figura 9 - Funcionário de Limpeza sem o uso de EPI
i) Estrutura Financeira
A divisão de serviço de limpeza não dispõe de recursos próprios, sendo a sua
dotação orçamentária controlada pela Secretária de Administração e Finanças.
Segundo informações do Secretário de Administração e Finanças, a prefeitura
disponibilizou para o setor de limpeza urbana no ano de 2008, cerca de 3,19% de
sua receita, o equivalente a R$ 391.269,98.
j) Disposição Final
Segundo informações do secretário de Administração, até o ano de 2002,
Saubara pagava uma taxa ao município de Santo Amaro para depositar seus
resíduos no Aterro Sanitário ali localizado. Atualmente o município possui um
sistema de destinação final (objeto do estudo), onde seus resíduos são depositados
de forma mais adequada.
4.3 O aterro Simplificado de Saubara
Duas questões foram analisadas. A primeira questão é motivo da implantação
do Aterro Simplificado em Saubara. A segunda questão refere-se ao gerenciamento
do aterro sanitário simplificado.
O município de Saubara foi beneficiado com o equipamento, por ser um local
turístico, se enquadrando nos critérios estabelecidos pela CONDER, já mencionados
anteriormente.
47
Saubara possui uma população de 11.051 habitantes, porém em períodos de
alta estação (nos meses de outubro a fevereiro), recebe um incremento bastante
razoável de visitantes, que são atraídos para a cidade, por ela possuir boa
localização e proporcionar a eles, belas paisagens com praias, rios e riachos com
água pura e cristalina. Esse aumento populacional acarreta uma maior geração de
resíduos, criando vários pontos de acúmulo de lixo, (Figura 10), pois a prefeitura não
possui sistemas para atender a demanda.
Figura 10 - Local de Acúmulo de Resíduos
Esses acúmulos de resíduos causam sérios problemas para a população,
podendo ser citados a multiplicação de vetores de doenças além da poluição visual,
que trazem sérios prejuízos com a diminuição da atratividade dos visitantes por se
tratar de um município turístico.
Segundo a Resolução CONAMA, Nº 404 de 11 de novembro de 2008, nas
localidades onde exista um incremento significativo na geração de resíduos pela
população flutuante ou sazonal, esta situação deve ser prevista no projeto, o qual
deverá contemplar as medidas de controle adicionais para a operação do aterro. No
aterro de Saubara, essas medidas não foram contempladas para a construção.
Segundo Bahia (2002) a escolha da área para a construção do aterro se deu
através de um Estudo de Seleção de Área, sendo foi escolhida a área 1, com
aproximadamente 57.000m2, pois apresentou as melhores condições, além de estar
numa posição mais favorável, já que no período da alta estação, o distrito de
Cabuçú gera mais volume de resíduos que a sede do município. De acordo com
BAHIA (2004) é necessária uma área útil o aterro de oito hectares para uma vida de
48
dez anos para municípios com 20.000 habitantes. O município de Saubara
disponibilizou aproximadamente seis hectares de área para os seus 11.051
habitantes.
A segunda questão analisada refere-se aos aspectos técnicos e operacionais
do equipamento de destinação final – aterro simplificado. O quadro análise
elaborado destaca as cinco etapas que compõem a execução deste tipo de
empreendimento. São elas: serviços preliminares; projeto; implantação; operação e
encerramento.
Na etapa de serviços preliminares destaca-se a dispensa de elaboração de
EIA-RIMA para construção de aterro simplificado. Porém, de acordo com a
Resolução CONAMA nº 404, caso o órgão ambiental competente, verifique que o
aterro proposto é potencialmente causador de significativa degradação do meio
ambiente, exigirá o EIA/RIMA.
A Resolução CONAMA nº 404, não estipula a obrigatoriedade de haver
coleta, destinação final e tratamento de percolados, bem como a elaboração de um
plano de encerramento da destinação final por tecnologia simplificada.
No caso de Saubara, o projeto executivo desenvolvido não faz menção ao
longo de seu escopo de um plano de encerramento, não existe nenhum e qualquer
tratamento para os percolados.
Cabe à CONDER fazer e executar juntamente, com a participação da
localidade onde será implantado o aterro, o plano de educação ambiental e a
divulgação do empreendimento. Constatou-se que a Prefeitura de Saubara, não vem
dando continuidade ao Programa de Educação Ambiental. O que vem ocasionando
sérios prejuízos causados pelo abandono do aterro. Como o aterro fica distante da
sede do município, os moradores não se preocupam em saber o destino dos
resíduos por eles gerados, ou se o mesmo funciona.
Além disso, outros aspectos contribuem para o abandono do mesmo, como:
aquisição de lona para cobertura do lixo domiciliar, investimentos em cursos de
capacitação técnica, implementação do sistema de triagem e compostagem, falta de
programação para a aquisição de fardamentos e equipamentos essenciais (pás,
enchadas etc.). Na Tabela 6 é apresentado um comparativo quanto a existência ou
não de aspectos técnicos e operacionais para aterros simplificados e o caso
estudado, o aterro de Saubara.
49
Tabela 6- Resumo dos aspectos tecnicos e operacionais de equipamento de destinação final
Item Aterro Simplificado*
Aterro de Saubara
Ser
viço
s an
terio
res
ao p
roje
to Estudo de Seleção de Área Sim Sim
EIA-RIMA Não Não
Licenciamento Sim Sim1
Pro
jeto
Serviços Topográficos Sim Sim
Serviços Geotécnicos Sim Sim
Terraplenagem Sim Sim
Geométrico Sim Sim
Sistema de Drenagem de Águas Pluviais Sim Sim
Plano de Remediação do lixão Sim Não
Manual de Operação e Monitiramento Sim Sim
Plano de Educação Ambiental e divulgação do Empreendimeto
Sim Sim
Impl
anta
ção
Serviços Preliminares Sim Sim
Via de Acesso Sim Sim
Unidade de deposição (domiciliar e hospitalar)
Vala Vala
Sistema de drenagem Pluvial Sim Sim
Sistema de tratamento de gases e percolados
Não Não
Edificação Sim Sim
Abastecimento de Água Sim Não2
Energia Não Não3
Paisagismo Sim Sim
Remediação do Lixão Sim Não
Ope
raçã
o
Controle de Entrada Sim Não
Controle de Pesagem Sim Não
Compactação do Lixo Sim Não
Tratamento de percolado Não Não
Tratamento de gases Não Não
Monitoramento ambiental Sim Não4
Enc
erra
men
to
Plano de Encerramento do Aterro Não Não
50
* Previsto em Projeto e Manual de Operação 1. O município possui o licenciamento, porém este está vencido; 2. O projeto só contempla o fornecimento da instalação de reservatório de água; 3. Cabe ao município o fornecimento da intalação de energia energia, assim como a ligação desta à rede de energia; 4. O município não vem realizando o monitoramento ambiental, o que representa uma falha grave no gerenciamento do equipamento, pois é este procedimento que detecta se está havendo contaminação ou não dos recursos hídricos da area;
4.4 Gerenciamento do Aterro Simplificado de Saubara
O gerenciamento do equipamento de disposição final de resíduos sólidos do
município de Saubara apresenta inúmeras deficiências que puderam ser
constatadas durante as quatro visitas realizadas no empreendimento, nos dias
15/08/08, 05 e 26/01/09, e 14/03/09.
Nas visitas realizadas foi possível observar que o aterro simplificado estava
sendo operado de forma inadequeda, e que os resíduos estão sendo depositados na
vala 3, de acordo com o arranjo geral do projeto. Foram observadas várias não-
conformidades, quais sejam:
1. o acesso estava ruim, em período chuvoso (Figura 11);
Figura 11- Acesso Ruim do Aterro Simplificado
2. portões estavam abertos, permitindo a entrada de qualquer pessoa
(Figura 12);
51
Figura 12- Portão do Aterro aberto
3. falta de vigilância/segurança para anotar e fazer o controle quanto a
entrada dos veículos;
4. presença de resíduos dispostos fora da vala, (Figura 13);
5. falta de arrumação dos resíduos devido inexistência de frente de
trabalho (Figura 13);
Figura 13 - Falta de Arrumação dos Resíduos
6. vala dos resíduos de saúde sem lona plástica prevista no projeto(
Figura 14);
52
Figura 14 - Vala dos Resíduos dos Serviços de Saúde
7. presença de urubus e aves, devido a falta de cobertura dos resíduos,
como mostra a Figura 15;
Figura 15- Presença de Urubus e Aves
8. falta de energia elétrica na guarita;
9. foram encontrados resíduos no acesso ao aterro, supostamente caídos
dos caminhões que não usam lonas, causando poluição visual;
10. presença de chorume dentro da vala (Figura 16)
53
Figura 16- Presença de Chorume dentro da vala
11. reservatórios d’água, completamente eutrofizados( Figura 17)
Figura 17- Reservatórios totalmente eutrofizados
12. canaletas de drenagem e bueiros totalmente obstruídas pela vegetação,
como mostra a Figura 18;
Figura 18 - Bueiro Obstruído pela vegetação
54
O secretário de Administração, informou em entrevista verbal que a operação
do aterro estava prejudicada pois a máquina (pá- carregadeira) que empurra o
material para a vala estava quebrada.
Na terceira visita foi encontrado o vigilante, e o mesmo revelou que não
estava fazendo o controle da entrada dos veículos alegando falta da ficha de
preenchimento.
Na última visita, realizada março de 2002, havia arborização das vias de
acesso, o acesso estava bom, guarita com porta encostada, sem o vigia; presença
de material plástico separado em sacos de aniagem, supostamente de posse dos
catadores.
Percebe-se que a gestão atual não dispõe de funcionários qualificados para
operar o aterro. A situação é grave, pois para operá-lo satisfatoriamente são
necessários 04 funcionários qualificados. Entretanto, existem apenas três, dois
catadores semi-analfabetos e mais um vigilante, que trabalham de segunda a sexta-
feira, o que compromete e muito a realização conveniente da rotina operacional. O
aterro não possui equipe técnica permanente. Nem funcionário para encaminhar os
veículos às valas,ou seja, orientar a frente de serviço. A descarga dos resíduos,
dentro ou fora da vala, fica dependendo da vontade do motorista do veículo.
O procedimento mais elementar, definido no Manual de Operação que é de
preencher o Formulário de Controle de Entrada, não é realizado com frequência,
revelando o completo descaso por parte do responsável pelo aterro das medidas
que deviam ser adotadas na sua operacionalização. .
Em síntese, as rotinas operacionais prevista em projeto, como manter o
portão de acesso permanentemente fechado, controlar o acesso de caminhões,
fazer anotações e controle da cubagem das cargas, não são realizadas.
O preenchimento das valas é feito de forma desordenada. Os resíduos não
são compactados nem mesmo arrumados a fim de reduzir o espaço ocupado.
Em relação aos itens que compoêm o projeto, são mostrados no projeto 03
(três) poços de monitoramento, até o momento foi construído apenas 01 (hum) no
Aterro Simplificado de Saubara, que devido a falta de manutençaõp encontra-se com
a tampa quebrada (Figura 19).
55
Figura 19 - Poço de Monitoramento
A inclinação dos taludes laterais diferem da descrita no projeto, tanto nas
valetas de drenagem como nas valas de resíduos.
As valetas de drenagem e bueiros encontram-se totalmente obstruídos com
vegetação, devido a falta de manutenção e limpeza,
A seguir apresenta-se a Tabela 7, com um resumo da situação gerencial do
aterro.
Tabela 7 - Situação Gerencial Atual do Aterro
ASPECTOS SITUAÇÃO ATUAL
Gerenciais
Administrativos
1. Ausência de uma equipe qualificada
2. Falta de compromisso dos funcionários com o Manual de
Operação
Operacionais
1. Deficiência no controle de entrada e saída de veículos no
aterro;
2. Inexistência de estimativa para se ter controle da pesagem via
cubagem dos resíduos dispostos no aterro;
3. Ausência de arrumação dos resíduos domiciliares na vala;
4. Ausência de impermeabilização da vala de resíduos de saúde
com lona plástica preta;
5. Ausência de cobertura diária da vala domiciliar;
6. Presença de chorume na vala domiciliar;
7. Disposição dos resíduos fora da vala;
8. Presença de urubus.
Infra-Estrutura 1. Ausência de energia elétrica;
2. Ausência de água.
56
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A metodologia adotada, fundamentada no levantamento bibliográfico, nas
visitas a campo e nas entrevistas mostrou-se satisfatória, pois possibilitou um
conhecimento mais aprofundado sobre a tecnologia de disposição final via aterros,
em especial a tecnologia simplificada, tema central da pesquisa.
A tecnologia simplificada, por se tratar de uma técnica de disposição final
pouco estudada, é ainda bastante polêmica no meio científico. Daí surge à
importância de estudos que as desmitifiquem, indiquem e investiguem os impactos
causados por ela.
Observou-se que o investimento realizado pelo estado para a implantação do
aterro simplificado de Saubara não atingiu plenamente seus objetivos. Se por um
lado os resíduos estão sendo depositado em uma área específica, por outro a forma
de disposição não atende os requisitos ambientais necessários. Os principais
problemas encontrados foram nos aspectos administrativos e operacionais, dentre
eles destaca-se:
• Ausência de equipe qualificada para realizar a frente de trabalho,
• Inexistência de estimativa para se ter controle da pesagem via cubagem
dos resíduos dispostos no aterro, para avaliar a vida útil;
A pesquisa demonstrou a carência de mão de obra especializada no
município, o que leva ao insucesso da operacionalização do sistema simplificado de
destinação final;
O gerenciamento do aterro simplificado deve ser pensado de forma integrada
ao sistema de limpeza urbana, com a elaboração de um plano de manejo de
resíduos que contemple um programa de educação ambiental, de triagem e de
coleta seletiva, tornando o sistema auto – sustentável. Estas etapas estão como
condicionantes na concessão de licença simplificada publicada no Diário Oficial do
Estado em 13/11/2003.
57
No que tange a questão operacional, o aterro simplificado é de fácil operação
devido a sua simplicidade técnica, contudo a falta de equipe qualificada na frente do
gerenciamento compromete o bom desempenho do sistema;
O município possui um sistema de destinação final, no entanto há o descaso
com o instrumento, funcionando sem a correta operação, acarretando em aspecto de
lixão.
Por fim, este estudo, ao avaliar o gerenciamento do Aterro Simplificado de
Saubara, buscou dar uma contribuição para o atual e futuros gestores, para a
melhoria do quadro de destinação final dos resíduos sólidos urbanos no município.
Recomenda-se à Prefeitura realizar o planejamento sistema de limpeza no
período de verão, onde a população chega a triplicar, para que não ocorram pontos
de acumulação de resíduos, que causam sérios problemas para a população, como
multiplicação dos vetores de doenças, além da poluição visual que prejudica
seriamente o turismo no município.
Recomenda-se também organizar o sistema de limpeza, criando por Lei o
setor de resíduos municipal que considere todo o sistema, da geração ao tratamento
e destinação final, contratando um técnico especializado para fazer a gestão do
sistema de limpeza pública e do aterro simplificado.
58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.004/04, Resíduos Sólidos- Classificação , Rio de Janeiro, 2004. ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.006/2004, Gerenciamento da Qualidade , Rio de Janeiro 2004. ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas . NBR 10.007/2004, Rio de Janeiro, 2004. ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8848/85, Apresentação de projetos de aterros controlados de resíduos sólidos urbanos , Rio de Janeiro, 1985. ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8419/92, Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos, Rio de Janeiro, 1992. ARÁUJO, Patrícia Even Mirelle. Aterro Simplificado – Uma alternativa para municípios de pequeno porte. Salvador: UNEB, 2005. BAHIA, CONDER. Manual de Operação do Aterro Sanitário Simplificado . Bahia, junho de 2004. BAHIA. CONDER. Manual de Operação de Aterros Sanitários. Bahia, julho de 2005; BAHIA. CONDER. Estudo de Seleção de Área para Implantação de Ate rro Sanitário. Bahia, junho de 2002; BARROS, Judite Santana. Saubara dos Cantos, Contos e Encantos. Salvador: Secretaria de Cultura e Turismo , 2006.
59
BRASIL. Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM: Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos . São Paulo: IBAM, 2001. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Pesquisa Nacional De Saneamento Básico . São Paulo: IBGE, 2007. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente – CONAMA: Resolução CONAMA nº 404, de 11 de novembro de 2008 . Brasília: CONAMA, 2008. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente – CONAMA: Resolução CONAMA nº 05, de 05 de agosto de 1993. Brasília: CONAMA, 1993. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente – CONAMA: Resolução CONAMA nº 308, de 21 de março de 2002 . Brasília: CONAMA, 2002. CATAPRETA, Cícero Antonio Antunes. Comportamento de um Aterro Sanitário Experimental: Avaliação da Influência do Projeto, C onstrução e Operação . Belo Horizonte: UFMG, 2008. CALDEIRA, Magnus Martins. Estudo dos Determinantes da Coleta Domiciliar e da Disposição Final dos Resíduos Sólidos Urbanos em Minas Gerais Belo Horizonte : UFMG, 2008. FEREIRA, Paula. Um exemplo que vem das Serras de Minas: Programa de Saneamento é referencia Ambiental , Revista Inovação em Pauta, Belo Horizonte,2008. FIÚZA, J. M. S. Nova Tendência de disposição final de resíduos sóli dos no estado da Bahia: Aterro sanitário simplificado . Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária E Ambiental, Vi., 2002, Vitória – ES. Anais..., Rio Janeiro: ABES: ANDIS, 2002. GRIPPI, Sidney. Lixo, reciclagem e sua história: guia para prefeitu ras brasileiras - Rio de Janeiro: Interciencia, 2001. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS – IPT/CEMPRE. Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado , São Paulo: IPT, 1995.
60
JUCÁ, J.F.T. (2002). Destinação Final dos Resíduos Sólidos no Brasil: Si tuação Atual e perspectivas . Painel 2 do 10 º SILUBESA - Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Braga, Portugal. MANUAL DE SANEAMENTO, 3ª ED. – Brasília: Ministério as Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 1999. PAIVA, Ivan Euler Pereira de; ZANTA, Viviana Maria. Aterro Sanitário em município de pequeno porte: estudo do potencial de aplicação de tecnologias simplificadas na região do semi-árido baiano. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 23º, ANO.Belo Horizonte, Anais...., Rio de Janeiro:ABES, 2003. SILVEIRA, Licia Rodrigues. Desafios do Manejo de Resíduos: A Gestão de Aterros Sanitários Simplificados no Estado da Bahia . Bahia, 2008. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana). Universidade Federal da Bahia, Salvador.
61
ANEXO
62
Formulário Investigativo
63
Nome do Responsável pela informação:
Telefone para contato:
Cargo: Chefe de Limpeza
Data de Realização de Pesquisa:
1. INFORMAÇÕES GERAIS
1. Órgão a que o Setor de Limpeza Urbana está vinculado:
2. Há quanto tempo está vinculado:
2.1 Endereço do Setor de Limpeza Urbana
Tel. Fax:
Email:
Nome do Responsável:
Tempo de Serviço:
3. Tipos de Lixo produzido no município:
( ) Domiciliar ( ) Serviço de Saúde Especificar
( ) Comercial ( ) Podas
( ) Público ( ) Agrícola
( ) Industrial ( ) Portos/Aeroportos/Terminais rodoferroviários
( ) Entulho ( ) Outros
3.1 Volume / dia lixo coletado m3/dia ou ton./dia
3.2 A coleta atinge toda a área urbana do município:
( ) Sim ( ) Não
4. Quem executa o serviço de limpeza urbana:
( )Prefeitura ( ) Outros ( ) Prefeitura e Outros
5. Caso o serviço de Limpeza urbana seja terceirizado, qual o nome da empresa:
6. Quais os serviços prestados pela empreiteira?
7. A prefeitura cobra pelo serviço de limpeza urbana? Por que?
( ) Sim ( ) Não
( ) Taxa ( ) Tarifa
( ) Junto com o IPTU ( ) Outro
64
2. EQUIPAMENTOS
1. Qual o estado de conservação dos equipamentos?
Equipamento Capacidade Condições Serviços
Realizados Ótimo Bom Regular Ruim
Obs: Incluir todos os equipamentos, tais como caçamba, coletor compactador, trator retro
escovadeira, pá carregadeira, containers, etc.
2. Existe algum equipamento sendo utilizado para outros serviços?
( ) Sim ( ) Não
2.1 Quais?
3. COLETA DOMICILIAR
1. A coleta domiciliar está sendo feita com que periodicidade?
( ) Diária ( ) Alternada ( )Semanal ( ) Eventual
2. A coleta está abrangendo toda a área urbana do município?
( ) Sim ( ) Não
3. A coleta domiciliar está abrangendo todos os distritos?
( ) Sim ( ) Não
3.1 Freqüências da coleta dos distritos:.
( ) Diária ( ) Alternada ( )Semanal ( ) Eventual
4. Caso haja plano, os roteiros utilizados são os estabelecimentos pelo PDLU?
( ) Sim ( ) Não
5. Quantos são os roteiros de coleta que existem na sede?
6. Caracterização dos roteiros
7. Quais os locais de difícil acesso/pontos críticos para realização do serviço de coleta no
município?
4. COLETA DIFERENCIADA
1. A coleta dos serviços de saúde está sendo realizada separadamente?
( ) Sim ( ) Não
65
1.1 A coleta dos serviços de saúde está sendo feita com que freqüência?
( ) Diária ( ) Alternada ( )Semanal ( ) Eventual
1.2 Existe um veículo destinado a coletar exclusivamente o lixo dos serviços de saúde?
( ) Sim ( ) Não
1.3 Quantidade de lixo das unidades de saúde ton./dia ou m 3/dia
2. Existe serviço especial de coleta (coleta comercial, entulho, podas, praia, etc.)
( ) Sim ( ) Não
Qual?
2.1 Se existe qual é periodicidade?
( ) Diária ( ) Alternada ( ) Semanal ( ) Eventual
3. Qual a produção diária de entulho? ton./dia ou m 3/dia
4. Qual a diferença da coleta nas feiras e no mercado público? Não existe diferença
( ) Diária ( ) Alternada ( )Semanal
4.1 Quantidade de lixo coletada ton./dia ou m 3/dia
5. Existe coleta seletiva?
( ) Sim ( ) Não
Por quê?
5. VARRIÇÃO
1. O serviço de varrição abrange toda a zona urbana?
2. ( ) Sim ( ) Não
2. Qual o percentual da cidade atendido pela varrição? %
3. Com que periodicidade está sendo feita a varrição?
No centro ( ) Diário ( ) Alternada ( ) Semanal ( ) Eventual
Nos bairros ( ) Diário ( ) Alternada ( ) Semanal ( ) Eventual
Nos distritos ( ) Diário ( ) Alternada ( ) Semanal ( ) Eventual
4. Quais as principais dificuldades encontradas para realização deste serviço?
5. Onde localizam-se os pontos mais críticos para variação?
6. SERVIÇOS ESPECIAIS
1. Quais os serviços especiais existente?
( ) Limpeza de canais/drenagem
66
( ) Limpeza de praia ( ) Limpeza de boca de lobo
( ) Capinação e Roçagem ( ) Pintura de meio-fio
( ) Limpeza de canais/drenagem ( ) Outros ESPECIFICAR
1.1 Com que freqüência é feita a capina das vias públicas? ( ) Anual ( ) Trimestral (
)Eventual
( ) Semestral ( ) Mensal
7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
1. É fornecido fardamento aos funcionários? ( ) Sim ( ) Não
2. Quais os equipamentos oferecidos? ( ) Luvas ( ) Capas
( ) Uniformes ( ) Botas e Calçados
( ) Boné ( ) Outro
Qual a freqüência: 1.1Qual o atual estado de conservação dos fardamentos? ( ) Ótima (
) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Outro
GERENCIAMENTO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA (SLU)
1.Houve mudança recente no organograma do SLU? ( ) Sim ( ) Não
2. Existe algum projeto de melhoria do SLU? ( ) Sim ( ) Não
ESPECIFICAR
3. Existem ações de Educação Ambiental sendo executadas no município? ( ) Sim ( ) Não
4. Quais?
8. QUADRO DE PESSOAL
1. Qual o número de funcionários do setor?
1.1 Especifique o número de funcionários dos seguintes serviços:
Discriminação Vinculado á
Prefeitura
Não vinculado á
Prefeitura
Total
Coleta
Variação
Serviços Especiais
Destino Final
Administração
67
2. Existe alguma atividade de integração / valorização para os funcionários?
( ) Sim ( ) Não
2.1. Quais?
3. Quais as doenças que mais afetam os funcionários?
4. Foi realizado algum treinamento nos últimos 3 anos (especifique qual, quando, quem
promoveu5. Outros itens observados:
9. FINANÇAS
1. Qual o gasto da Prefeitura com o setor de limpeza urbana?
2. Quantos por centos do orçamento a Prefeitura destina aos de limpeza urbana pública?
10. DESTINAÇÃO
1. Qual o destino do lixo do município?
( ) Vazadouro a céu aberto / lixão ( ) Vazadouro em área alagadas
( ) Aterro controlado ( ) Aterro sanitário
( ) Aleatório
( ) Outros ESPECIFICAR:
2. Local atual de destinação do lixo coletado:
2.1 O local do destino final fica:
( )Dentro do município ( ) Dentro do perímetro urbano
( ) Fora do município ( ) Fora do perímetro urbano
Distância para a sede em km
( ) Próximo a residências
( ) Próximo a áreas com atividades agrícola pecuária
( ) Próximo a área de proteção ambiental
( ) Próximo a corpos d’água
( ) Outras áreas.
ESPECIFICAR:
2.2 Quem é o proprietário da área utilizada para a disposição final dos resíduos?
68
( ) Prefeitura
( ) Entidade prestadora dos serviços
( ) Outro ESPECIFICAR:
3. Existe mais de um local para disposição final do lixo?
( ) Sim ( ) Não
3.1. Quantos?
ESPECIFICAR TIPO LOCAL
4. Existem contadores no lixão?
( ) Adultos ( ) Crianças e adolescentes
( ) Não sabe ( ) Não existem
4.1. Aproximadamente quantos contadores trabalham no lixão?
5. Como é feita a destinação fina das unidades de saúde?
( ) Para o mesmo local dos resíduos
( ) Aterro de resíduos especiais
( ) Outros ESPECIFICAR:
6. A Prefeitura exerce algum controle na disposição do lixo industrial?
( ) Sim ( ) Não
7. Existe mais de um usuário (município, entidade, distritos) no local de destinação final? ( )
Sim ( ) Não
7.1. Quantos? ESPECIFICAR
7.2 Caso exista, como se dá a operação final?
69
11. AVIVIDADES DE INTEGRAÇÃO
1. Existe alguma atividade de integração / valorização para os funcionários?
( ) Sim ( ) Não
Quais?
2. Foi realizado algum treinamento nos últimos 3 anos (especifique qual, quando, quem
promoveu)?
3. Outros itens observados: