autora: talita filier fontes – [email protected]

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Influência da fração volumétrica de ferrita nas propriedades mecânicas e de resistência a corrosão por pite do aço UNS S31803 (SAF 2205). Autora: Talita Filier Fontes – [email protected] Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Magnabosco - [email protected] Materiais e métodos Resultados preliminares Ensaios de tração: Conclusões: Frações volumétricas crescentes de ferrita tornam o material menos dúctil e mais resistente mecanicamente. Espera-se ainda a caracterização da resistência à corrosão por pite em função da fração volumétrica de ferrita. Agradecimentos: Ao Centro Universitário da FEI pelo patrocínio do projeto e concessão de bolsa de iniciação científica a aluna Talita Filier Fontes. Aos meus familiares pelo apoio e incentivo que estão sempre me dando. Ao Prof. Dr. Rodrigo Magnabosco pela orientação, apoio e incentivo durante todo o projeto. Objetivos Este projeto tem como objetivo estudar a influência da fração volumétrica de ferrita nas propriedades mecânicas e na resistência à corrosão por pite do aço dúplex UNS S31803 solubilizado entre 1060ºC e 1200ºC, realizando-se para tal ensaios de tração e de polarização potenciodinâmica cíclica em solução de 0,6M de NaCl. www.fei.edu.br Departamento de Engenharia Química Próximas etapas: Avaliar tamanho dos grãos de ferrita e austenita das diferentes condições de solubilização. Ensaios de polarização cíclica em solução 0,6M de NaCl, verifican se as diferentes microestruturas afetam o comportamento à corrosão por pite. Barras de 20mm de diâmetro foram fornecidas na condição solubilizada a 1060ºC por 1 hora, com resfriamento em água. Composição química média (%massa) do material em estudo: Cr Ni Mo N C Mn Si P S Fe 22,2 1 5,40 3,15 0,17 8 0,01 5 0,76 0,45 0,02 0 0,00 5 Balanço Os corpos-de-prova fornecidos para ensaio de tração (usinados segundo a ASTM E8M-04) foram solubilizados a 1100ºC, 1150ºC, 1200ºC por 2 horas e resfriados em água, buscando-se diferentes frações volumétricas de ferrita na estrutura do aço. Ensaios de tração: Ensaios de tração foram conduzidos em uma máquina MTS universal ( Figura 1), utilizando-se um extensômetro de comprimento útil de 25 mm até 3% de deformação. Caracterização Microestrutural: Os corpos-de-prova metalográficos (seções transversal e longitudinal) sofreram etapas de lixamento com granulações #220, #320 e #500, e etapas de polimento com pasta de diamante de 6 m, 3 m, e 1 m, conduzidos em uma politriz automática Struers Abramin (Figura 2). Para a caracterização microestrutural foi realizado o ataque Behara modificado (cuja composição é 20mL de HCl, 80 mL de água destilada e deionizada, 1 g de metabissulfito de potássio e 2 g de bifluoreto de amônio) durante 15 segundos de imersão. Todas as amostras foram observadas num microscópio LEICA DMLM (Figura 3) para identificação das fases presentes e quantificação das mesmas via estereologia quantitativa, a quantificação da fração volumétrica de ferrita também foi feita através de um ferritoscópio FISCHER modelo MP30 (Figura 4). Figura 1: Máquina universal de ensaios MTS. Figura 2: Politriz automática Struers Abramin. Figura 3: Microscópio LEICA DMLM e analisador de imagens LEICA Q500/W. Figura 4: Ferritoscópio Fischer MP30. 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1050 1100 1150 1200 1250 Tem peratura (ºC ) Propriedades m ecânicas Lim ite de escoam ento (M Pa) Lim ite de resistência (M Pa) E (G Pa) Gráfico 1: Resistência Mecânica (limite de escoamento, resistência) e rigidez em função da temperatura de solubilização do aço em estudo. 30 40 50 60 70 80 90 1050 1100 1150 1200 1250 Tem peratura (ºC ) Propriedades m ecânicas A .Total em 25 m m (%) R edução de área (% ) Gráfico 2: Ductilidade em função da temperatura de solubilização do aço em estudo. Temperatura de solubilizaçã o (ºC) Limite de escoamento (MPa) Limite de resistênci a (MPa) Alongamento total em 25 mm (%) E (GPa) Redução de área (%) 1060 532,4 ± 7,4 765,2 ± 8,4 54,6 ± 3,1 189,2 ± 11,0 83,2 ±1,4 1100 463,2 ± 19,7 769,6 ± 4,8 55,4 ± 4,2 85,5 ± 10,5 83,5 ± 0,4 1150 503,5 ± 17,3 774,3 ± 8,3 49,7 ± 0,9 180,3 ± 8,8 82,3 ± 0,7 1200 523,5 ± 22,5 794,2 ± 14,8 46,1 ± 2,4 182,6 ± 8,7 74,9 ± 0,9 Caracterização Microestrutural: Temperatur a de solubiliza ção (ºC) Trecho Longitudinal (Ferristocópio) Trecho Transversal (Ferritoscópio) % α % γ % α % γ 1060 41,8 ± 3,3 58,2 ± 3,3 51,40 ± 1,1 48,6 ± 1,1 1100 51,9 ± 3,7 48,1 ± 3,7 56,8 ± 3,0 43,2 ± 3,0 1150 52,9 ± 2,9 47,1 ± 2,9 57,9 ± 1,5 42,1 ± 1,5 1200 57,8 ± 3,4 42,2 ± 3,4 60,9 ± 0,62 39,1 ± 0,62 Temperatur a de solubiliza ção (ºC) Trecho Longitudinal (Estereologia quantitativa) Trecho Transversal (Estereologia quantitativa) % α % γ % α % γ 1060 42,41 ± 3,8 57,59 ± 3,8 52,25 ± 1,4 47,75 ± 1,4 1100 52,55 ± 3,92 47,45 ± 3,92 57,1 ± 3,60 42,90 ± 3,60 1150 53,20± 2,82 46,80 ± 2,82 58,40 ± 1,08 41,60 ± 1,08 1200 58,75 ± 3,37 41,25 ± 3,37 61,2 ± 0,52 38,80 ± 0,52 48 50 52 54 56 58 60 62 64 1050 1100 1150 1200 1250 Tem peratura (ºC) Fração volum étrica de ferrita (% ) LEICA Ferritoscópio 35 40 45 50 55 60 65 1050 1100 1150 1200 1250 Tem peratura (ºC ) Fração volum étrica de ferrita (% ) LEICA Ferritoscópio Nota-se que a ductilidade diminui e que a resistência mecânica aumenta com temperaturas crescentes de solubilização, devido à maior fração volumétrica de ferrita observada. Nota-se o aumento das bandas de ferrita e austenita com o aumento da temperatura de solubilização, no entanto o alinhamento na longitudinal e a homogeneidade da estrutura ficam inalterados com o aumento da temperatura de solubilização. Micrografia 1: Amostra longitudinal solubilizada à 1060 ºC. Ferrita escura, austenita clara. Micrografia 2: Amostra transversal solubilizada à 1060 ºC. Ferrita escura, austenita clara. Micrografia 3: Amostra longitudinal solubilizada à 1200 ºC. Ferrita escura, austenita clara. Micrografia 4: Amostra transversal solubilizada à 1200 ºC. Ferrita escura, austenita clara. Gráfico 3:Fração volumétrica de ferrita no trecho transversal obtida por estereologia quantitativa e pelo ferristoscópio em função da temperatura de solubilização. Gráfico 4:Fração volumétrica de ferrita no trecho longitudinal obtida por estereologia quantitativa e pelo ferristoscópio em função da temperatura de solubilização.

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Influência da fração volumétrica de ferrita nas propriedades mecânicas e de resistência a corrosão por pite do aço UNS S31803 (SAF 2205). Autora: Talita Filier Fontes – [email protected] Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Magnabosco - [email protected]. www.fei.edu.br - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Autora: Talita Filier Fontes – talitafilier@terra.br

Influência da fração volumétrica de ferrita nas propriedades mecânicas e de resistência a corrosão por pite do aço UNS

S31803 (SAF 2205).Autora: Talita Filier Fontes – [email protected]

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Magnabosco - [email protected]

Materiais e métodos

Resultados preliminaresEnsaios de tração:

Conclusões: Frações volumétricas crescentes de ferrita tornam o material menos dúctil

e mais resistente mecanicamente. Espera-se ainda a caracterização da resistência à corrosão por pite em

função da fração volumétrica de ferrita.

Agradecimentos: Ao Centro Universitário da FEI pelo patrocínio do projeto e concessão de bolsa de iniciação científica a aluna Talita Filier Fontes. Aos meus familiares pelo apoio e incentivo que estão sempre me dando. Ao Prof. Dr. Rodrigo Magnabosco pela orientação, apoio e incentivo durante todo o projeto.

ObjetivosEste projeto tem como objetivo estudar a influência da fração volumétrica de ferrita nas propriedades mecânicas e na resistência à corrosão por pite do aço dúplex UNS S31803 solubilizado entre 1060ºC e 1200ºC, realizando-se para tal ensaios de tração e de polarização potenciodinâmica cíclica em solução de 0,6M de NaCl.

www.fei.edu.br

Departamento de Engenharia Química

Próximas etapas: Avaliar tamanho dos grãos de ferrita e austenita das diferentes condições de solubilização. Ensaios de polarização cíclica em solução 0,6M de NaCl, verificando se as diferentes microestruturas afetam o comportamento à corrosão por pite.

Barras de 20mm de diâmetro foram fornecidas na condição solubilizada a 1060ºC por 1 hora, com resfriamento em água.

Composição química média (%massa) do material em estudo:

Cr Ni Mo N C Mn Si P S Fe

22,21 5,40 3,15 0,178 0,015 0,76 0,45 0,020 0,005 Balanço

Os corpos-de-prova fornecidos para ensaio de tração (usinados segundo a ASTM E8M-04) foram solubilizados a 1100ºC, 1150ºC, 1200ºC por 2 horas e resfriados em água, buscando-se diferentes frações volumétricas de ferrita na estrutura do aço.

Ensaios de tração: Ensaios de tração foram conduzidos em uma máquina MTS universal ( Figura 1), utilizando-se um extensômetro de comprimento útil de 25 mm até 3% de deformação.

Caracterização Microestrutural: Os corpos-de-prova metalográficos (seções transversal e longitudinal) sofreram etapas de lixamento com granulações #220, #320 e #500, e etapas de polimento com pasta de diamante de 6 m, 3 m, e 1 m, conduzidos em uma politriz automática Struers Abramin (Figura 2). Para a caracterização microestrutural foi realizado o ataque Behara modificado (cuja composição é 20mL de HCl, 80 mL de água destilada e deionizada, 1 g de metabissulfito de potássio e 2 g de bifluoreto de amônio) durante 15 segundos de imersão.

Todas as amostras foram observadas num microscópio LEICA DMLM (Figura 3) para identificação das fases presentes e quantificação das mesmas via estereologia quantitativa, a quantificação da fração volumétrica de ferrita também foi feita através de um ferritoscópio FISCHER modelo MP30 (Figura 4).

Figura 1: Máquina universal de ensaios MTS.

Figura 2: Politriz automática Struers Abramin.

Figura 3: Microscópio LEICA DMLM e analisador de imagens

LEICA Q500/W.

Figura 4: Ferritoscópio Fischer MP30.

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1050 1100 1150 1200 1250Temperatura (ºC)

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Limite de escoamento (MPa)

Limite de resistência (MPa)

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Gráfico 1: Resistência Mecânica (limite de escoamento, resistência) e rigidez em função da temperatura de solubilização do aço em estudo.

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Temperatura (ºC)

Pro

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edad

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A.Total em 25 mm (%)

Redução de área (%)

Gráfico 2: Ductilidade em função da temperatura de solubilização do aço em estudo.

Temperatura de

solubilização (ºC)

Limite de escoamento

(MPa)

Limite de resistência

(MPa)

Alongamento total em 25

mm (%)

E (GPa)

Redução de área (%)

1060 532,4 ± 7,4 765,2 ± 8,4 54,6 ± 3,1 189,2 ± 11,0 83,2 ±1,4

1100 463,2 ± 19,7 769,6 ± 4,8 55,4 ± 4,2 85,5 ± 10,5 83,5 ± 0,4

1150 503,5 ± 17,3 774,3 ± 8,3 49,7 ± 0,9 180,3 ± 8,8 82,3 ± 0,7

1200 523,5 ± 22,5 794,2 ± 14,8 46,1 ± 2,4 182,6 ± 8,7 74,9 ± 0,9

Caracterização Microestrutural:

Temperatura de

solubilização (ºC)

Trecho Longitudinal (Ferristocópio)

Trecho Transversal (Ferritoscópio)

% α % γ % α % γ

1060 41,8 ± 3,3 58,2 ± 3,3 51,40 ± 1,1 48,6 ± 1,1

1100 51,9 ± 3,7 48,1 ± 3,7 56,8 ± 3,0 43,2 ± 3,0

1150 52,9 ± 2,9 47,1 ± 2,9 57,9 ± 1,5 42,1 ± 1,5

1200 57,8 ± 3,4 42,2 ± 3,4 60,9 ± 0,62 39,1 ± 0,62

Temperatura de

solubilização (ºC)

Trecho Longitudinal (Estereologia quantitativa)

Trecho Transversal (Estereologia quantitativa)

% α % γ % α % γ

1060 42,41 ± 3,8 57,59 ± 3,8 52,25 ± 1,4 47,75 ± 1,4

1100 52,55 ± 3,92 47,45 ± 3,92 57,1 ± 3,60 42,90 ± 3,60

1150 53,20± 2,82 46,80 ± 2,82 58,40 ± 1,08 41,60 ± 1,08

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Nota-se que a ductilidade diminui e que a resistência mecânica aumenta com temperaturas crescentes de solubilização, devido à maior fração volumétrica de ferrita observada.

Nota-se o aumento das bandas de ferrita e austenita com o aumento da temperatura de solubilização, no entanto o alinhamento na longitudinal e a homogeneidade da estrutura ficam inalterados com o aumento da temperatura de solubilização.

Micrografia 1: Amostra longitudinal solubilizada à 1060 ºC. Ferrita escura, austenita clara.

Micrografia 2: Amostra transversal solubilizada à 1060 ºC. Ferrita escura, austenita clara.

Micrografia 3: Amostra longitudinal solubilizada à 1200 ºC. Ferrita escura, austenita clara.

Micrografia 4: Amostra transversal solubilizada à 1200 ºC. Ferrita escura, austenita clara.

Gráfico 3:Fração volumétrica de ferrita no trecho transversal obtida por estereologia quantitativa e pelo ferristoscópio em função da temperatura de solubilização.

Gráfico 4:Fração volumétrica de ferrita no trecho longitudinal obtida por estereologia quantitativa e pelo ferristoscópio em função da temperatura de solubilização.