auto reparo - março 2011

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EDIÇÃO 15 • MAR/ABR 2011 www.revistaautoreparo.com.br UMA REVISTA A eficiência e a agilidade começam ainda na funilaria RAPIDEZ NA REPINTURA PREMIANDO O CONHECIMENTO OFICINA FRAN IMPORTS INVESTE NO TREINAMENTO DE SUA EQUIPE REPARAÇÃO AINDA É UM ÓTIMO NEGÓCIO Com gestão bem feita, oficina tem tudo para prosperar

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Auto Reparo - mês ano Encarte Auto Reparo do Jornal Oficina brasil de março de 2011

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EDIÇÃO 15 • MAR/ABR 2011

www.revistaautoreparo.com.brUMA REVISTA

A efi ciência e a agilidade começamainda na funilaria

RAPIDEZNA REPINTURA

PREMIANDO O CONHECIMENTOOFICINA FRAN IMPORTS INVESTE

NO TREINAMENTO DE SUA EQUIPE

REPARAÇÃO AINDA É UM ÓTIMO NEGÓCIOCom gestão bem feita, ofi cina tem tudo para prosperar

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• Auto Reparo

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Investindo em capacitação

O que não falta no segmento reparador é proprietário (ou chefe ou gerente) de o� cina que tenha horror à palavra “trei-namento”. Argumentos não faltam: custa caro; o pro� ssional, depois que aprende coisas novas, muda de emprego ou abre seu próprio negócio...Mas falta ver que, assim como há esse pro� ssional, também há aquele que prefere utilizar sua nova formação para subir na própria o� cina, alcançando novos cargos até assumir uma posição de che� a.A Fran Imports, reparadora que é o destaque da nossa seção “O� cinas Top”, reconheceu essa oportunidade e, com ela, tem evoluído em seus processos e dado um exemplo de admi-nistração de pessoal e gestão de empresa. Conta sempre com pro� ssionais motivados e cada vez mais capacitados.Não perca também a nossa matéria de capa, em que mostra-mos que um bom trabalho de pintura começa na funilaria. É o funileiro que tem a responsabilidade de deixar a chapa preparada para que a pintura seja feita de forma rápida, e� caz e que não provoque retrabalho. Saiba também, em nossa seção “Na Ponta do Lápis”, em ar-tigo assinado por nosso colaborador Fábio Moraes, por que a reparação automotiva ainda é um ótimo negócio.

Boa leitura!

Alexandre Carvalho dos Santos – [email protected]

Direção: Cássio Hervé e José Aurelio Ramalho | Coordenação: Eduardo Foz e Andrea Chiarelli de Moraes | Contato comercial: Carlos Souza - carlos.souza@ofi cinabrasil.com.br - (11) 2764-2874 | Editor: Alexan-dre Carvalho dos Santos (MTB 44.252) – [email protected] | Colaboradores desta edição: Fábio Moraes, Marco Estrella (fotos em “Modelo de gestão”) e Marcos Carvalho| Fotos: Alexandre Martins Xavier (MTB 30.982) | Coordenadora de Produção: Daniela Pelosi | Impressão: Gráfi ca Oceano| Tiragem desta edição: 10 mil

curtasCardinal Barra Funda é a primeira concessionária com certifi cação ambiental.

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EditorialÍndice

Expediente

na ponta do lápisReparação automotiva ainda é um ótimo negócio.

06ofi cinas topFran Imports cresce junto com seus colaboradores.

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passo a passoPintura rápida e efi caz começa na funilaria.17

meio ambienteVale a pena investir nasustentabilidade ambientalda sua ofi cina.

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A revista AUTO REPARO é uma publicação do CESVI BRASIL (www.cesvi-brasil.com.br) e do GRUPO GERMINAL (www.ofi cinabrasil.com.br). Não está autorizada nenhuma reprodução dos artigos e referências publicados nesta revista sem prévia autorização. Os espaços publicitários desta pub-licação são pagos. O CESVI BRASIL e o GRUPO GERMINAL não se respon-sabilizam pelos anúncios aqui publicados, já que conteúdo, informações técnicas (natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preços) e quaisquer outros dados sobre os produtos e serviços anunciados são fornecidos com exclusividade pelos nossos anunciantes. Esta revista é parte integrante do jornal Ofi cina Brasil como encarte.

Auditoria:Instituto Verifi cador de Circulação

gerenciamentoÓrion ajudando os prestadores de serviços das seguradoras.21

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• Auto Reparo4

Curtas

Especializada em reposição de lataria automotiva, a Centauro acaba de lançar um para-lama para o Celta, modelos de 2001 a 2006. A empresa emprega o corte a laser na produção da peça, visando a proporcionar um corte preciso, limpo e sem rebarbas. A pintura é feita por imersão em tinta solúvel em água.

“Tudo é feito em um equipamento de 200 metros de comprimento, em que cada peça leva cerca de uma hora para percorrer toda a extensão”, afirma Renato Fonseca, diretor da Centauro.

Com uma experiência de 40 anos de atividades no ramo, a Centauro produz peças segundo a norma ISO 9001, mantendo um padrão de produção que se estende

pelos 4 mil itens da linha da empresa, indo desde a chapa de aço até o acabamento e a embalagem.

Mais informações: www.centaurobrasil.com.br JG SAGOLA

Norton defi ne calendário de treinamento

Empresa que atua no segmento de abrasivos, a Norton já de� niu o calendário 2011 de cursos ministrados em seu Centro de Desenvolvimento Automotivo, em Guarulhos, São Paulo. O treinamento, que é oferecido gratuitamente para todos os clientes da Norton, tem o objetivo de intro-duzir ou aperfeiçoar técnicas de preparação de superfícies e de polimento. Os cursos terão início em fevereiro e serão di-vididos em três módulos: reparação automotiva (quinzenal), produtos (mensal) e polimento e cristalização (semestral).

Para participar, é necessário estar atuando na área como

funileiro, preparador, pintor, polidor, chefe ou gerente de o� cinas, promotor técnico ou ainda como vendedor inter-no e externo de distribuidores.

Com 480 metros quadrados, o Centro de Desenvolvi-mento Automotivo da Norton procura reproduzir a reali-dade de uma o� cina de funilaria e pintura. Além de uma o� cina, o espaço possui uma sala de aula equipada com re-cursos multimídia, um showroom com a linha completa de produtos da marca e uma biblioteca especializada.

Mais informações: [email protected]

APRENDIZADO EM PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES E POLIMENTO

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Tecnologia de ponta na produção de peças

PARA-LAMA PARA O CELTA

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Curtas

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Primeira concessionária com certifi cação ambientalA certi� cação ambiental realizada pelo CESVI em par-

ceria com o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) dá mais um passo importante. A Cardinal Barra Funda, repre-sentante da marca Mitsubishi em São Paulo, é a primeira concessionária do País a conquistar a certi� cação, e assim se junta a nove o� cinas independentes na oferta de serviços de reparação que respeitam os princípios da sustentabilidade.

Lançada em 2009, a certi� cação ambiental é direcionada especi� camente para empresas de funilaria e pintura que desejam se manter em linha com os conceitos de sustenta-bilidade ecológica. A certi� cação atesta que as o� cinas con-tam com procedimentos de descarte e reparo adequados e que possuem processos ambientalmente sustentáveis.

Além de melhorar a imagem da o� cina junto a clien-tes que dão preferência a prestadores de serviços ecologi-camente corretos, a certi� cação ambiental permite que a reparadora se antecipe às rigorosas leis que venham a ser aplicadas no âmbito da reparação automotiva, ligadas às questões do meio ambiente – evitando penalizações e pro-blemas com a � scalização.

A Cardinal Barra Funda não encontrou di� culdades para

receber a certi� cação, já que suas instalações são modernas e projetadas desde o início nos moldes ambientais. A va-lidade dessa primeira certi� cação da concessionária (que precisa ser renovada anualmente) vai até 30 de dezembro de 2011.

Concessionárias e o� cinas independentes interessadas na certi� cação ambiental devem entrar em contato pelo telefone (11) 3948-4800 ou pelo e-mail [email protected]

TANQUES PARA ARMAZENAMENTO DE FLUIDOS: CONCESSIONÁRIA COM ÊNFASE NA SUSTENTABILIDADE

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• Auto Reparo6

REPARAÇÃO AINDA É UM ÓTIMO

Muitos conhecidos meus podem discordar, mas o que vamos mostrar a seguir é que o cina de funilaria é um ótimo negócio e que ainda tem uma boa mar-gem de resultado. Claro que focaremos na gestão, mas, para entendermos melhor “por que uma funi-laria ainda é um ótimo negócio”, precisamos voltar um pouco no passado e nos últimos textos desta co-luna da revista Auto Reparo.

Volta ao passadoQuem já é dono de o cina há mais de sete anos

(ou talvez um pouco mais) sabe que, no passado, as margens eram muito maiores e, na proporção, os controles muito menores. Diversas o cinas ganha-ram e ao mesmo tempo gastaram muito dinheiro. Alguns empresários do setor não acreditaram que aquilo que estava acontecendo ao seu redor se con-cretizaria. Aos poucos, as seguradoras começaram a se preparar, a se informatizar e a exigir mais das o cinas. A relação naquele momento cou dese-quilibrada, pois as seguradoras estavam com tudo na mão e as o cinas não tinham nenhum processo

de informatização – e muito menos de gestão. Foi quando a tecnologia “engoliu as o cinas”. Aquele paraíso já estabilizado estava se desmoronando. O despertar para a informatização e a importância da gestão nas o cinas acabou acontecendo um pouco tarde. Isso fez com que muitos acreditassem que se-ria o m. A gestão era feita conforme a cabeça do proprietário e na sua forma de dirigir a empresa, que não dava mais o resultado que antes se tinha.

Naquele ponto, alguns se arriscaram em sistemas de orçamentação eletrônica e de gestão. Investiram em maquinário, mas não se preparam para receber os computadores e nem os sistemas. Isso trouxe muitas dúvidas para as o cinas.

Será que vale a pena? Sempre cuidou da o cina de um jeito, agora tem de descentralizar e mudar a forma de trabalhar radicalmente.

Aqueles que iniciaram este processo hoje conse-guem ver com mais clareza que não havia outra op-ção. Ou era assim, ou era assim. Mesmo tendo pago um preço muito alto por não se prepararem.

As margens diminuíram, a seguradora “apertou os

Na ponta do lápis

UM CARRO PARA CADA CINCO HABITANTES; NUNCA HOUVE TANTOS VEÍCULOSNA FROTA BRASILEIRA

NEGÓCIO!Com gestão e aproveitamento das oportunidades, as ofi cinas têm tudo para prosperar

POR FÁBIO MORAES*

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Na ponta do lápis

cintos”, o resultado � nal quase não aparece mais... E ainda assim funilaria é um ótimo negócio?

O dilemaHoje não há opção: Ou o empresário muda de se-

tor ou monitora e controla o custo (homem/hora) e não deixa o dinheiro escorrer por entre os dedos. Como o universo das o� cinas já está enraizado em nosso dia a dia, vou partir do princípio que os dois itens acima já estão virando rotina. A única ressalva que faço é que devemos ter uma atenção redobra-da ao controle de produtividade. Produtividade vai muito mais além de fazer com que seus funcioná-rios “lancem” as informações no sistema de gestão que sua o� cina usa. Muito mais do que funcionário parado ou com o tempo mal aproveitado. Tempo, com gestão, é tudo. Tempo monitorado é dinheiro sobrando.

O mercado ajudaPara entendermos melhor por que funilaria ainda é

um ótimo negócio, precisamos entender o mercado automotivo e os números que ele nos mostra – aos quais, na maioria das vezes, não prestamos atenção.

A frota brasileira se divide entre veículos leves, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas e tratores. A idade média dessa frota varia entre os quatro e os 15 anos – 59% da frota está compreen-dida dentro deste intervalo.

Para nós, interessa especialmente a frota referente aos veículos e comerciais leves, que representam de-manda imediata.

A frota brasileira tem crescido, e hoje há aproxi-madamente um carro para quase cinco habitantes. Em 1999, esta relação (segundo dados da Anfavea) era de 8,9 habitantes por veículo. Dez anos depois, a relação despencou para 5,5 pessoas por carro e con-tinua diminuindo. Ou seja, temos mais carros.

O Brasil receberá um investimento aproximado de US$ 11,2 bilhões nos próximos três anos. Com tan-to investimento, é inevitável a explosão nas vendas e na produção. São US$ 11,2 bi de aportes em au-mento da capacidade de produção, inovação tecno-lógica, novos processos e produtos nas montadoras até 2012. A projeção é de que a capacidade de pro-dução aumente para 4,3 milhões de unidades/ano.

Como transformar este despejo de veículos nas ruas em oportunidades para as o� cinas? Primeiro precisamos saber que as o� cinas independentes já estão recebendo os carros, referente à frota dos anos 2009 e 2010. A tendência do percentual de veículos novos caminharem para as o� cinas em vez de irem para as concessionárias está aumentando a cada mês. Mais do que o ano, sabemos também que marcas como Hyundai, Corolla, Honda, entre outras, já fa-zem parte do dia a dia das o� cinas. São informações importantes para estarmos em atualização constante e gerarmos, a partir dessa situação, negócios positi-

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• Auto Reparo8

Na ponta do lápis

vos em nossas oficinas.

OportunidadeO que move um negócio é o seu produto. A ofici-

na tem como produto principal o veículo. Aumen-to de frota significa mais carros circulando e mais probabilidade deles colidirem. Carros colidindo sig-nificam oportunidades para as oficinas. O mercado aquecido na venda de veículos novos, com sua frota circulante aumentando em proporção geométrica, e a economia caminhando nos passos atuais, é algo que fará com que as oportunidades apareçam na mesma proporção.

Oportunidade de aumento de veículos, oportuni-dade de novos credenciamentos juntos às segurado-ras, oportunidade de aumentar o ganho e melhorar a margem.

Oportunidade vem e passa. Se não a agarramos, ela passa e outro pega.

É o momento de colocarmos em prática tudo o que ouvimos e sabemos, mas não praticamos. É hora de iniciarmos um processo concreto de gestão.

Buscar o aumento de veículos é fundamental na

sobrevivência da oficina, mas não vamos esquecer que oficina lotada não significa resultado.

É preciso fazer com que nossas oficinas aproveitem o momento, apliquem a gestão e:

- Aumentem o volume de carros, sem aumentar o quadro de funcionários.

- Diminuam o tempo de permanência do carro dentro da oficina.

- Aumentem a venda de particulares.- Acertem melhor os orçamentos (que vendam

melhor).- Diminuam a diferença de preço entre a compra

e a venda das peças- Ajustem as rotinas e os procedimentos internos.- Façam reuniões, muitas reuniões com os funcio-

nários (reuniões de 5 minutos)Sem gestão não há solução.

* Fábio Moraes é diretor da Ultracar, proprietária do Software de Gestão Ultracar (parceira da Universidade Newton Paiva e do curso de GNA), auditor do IQA, consul-tor do CeSvI, consultor do IAA, consultor de várias oficinas no Brasil. Dúvidas e informações: ([email protected])

Procure amPliar o númerode carros atendidos semter de aumentar a equiPe

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• Auto Reparo

Responsabilidade ambientalO que sua oficina ganha com isso?A preservação do meio ambiente deixou de ser uma discussão sobre o futuro e tornou-se presente no nosso dia-a-dia. O segmento automotivo está entre os mais visados pelas novas legislações e a implantação de processos ecologicamente corretos é uma obrigatoriedade iminente.

Ao tornar sua oficina ecologicamente sustentável, você só tem a ganhar: • reduz os custos dos processos e insumos; • diferencia-se da concorrência; • atrai clientes que valorizam a qualidade do serviço; cria para sua marca uma • imagem positiva, moderna e ética; e ainda colabora com o• futuro do planeta.

Transforme sua empresa em uma oficina verdeA certificação ambiental IQA-CESVI avalia os processos utilizados na oficina, sua adequação às leis ambientais, seu histórico e, se necessário, orienta-a em como adotar os procedimentos corretos. As oficinas aprovadas recebem o selo verde, que é a certificação de sua responsabilidade ecológica.

O que você está esperando para trazer sua oficina para um planeta mais verde? Entre em contato e estampe o selo verde na sua oficina.

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Treinamento e promoção dos colaboradores ajudaram a levar a Fran Imports, de São Paulo, a se tornar referência de empreendimento e gestão

MODELO DE GESTÃO

POR ALEXANDRE CARVALHO DOS SANTOS

EDITOR

FOTOS: MARCO ESTRELLA

“A primeira coisa que me levou a trabalhar em o� ci-na foi a necessi dade. Eu vim da Bahia, não sabia fazer nada, virei funileiro.”

A frase acima expressa uma origem comum a muita gente que atua na área da funilaria. A falta de opções de formação em funilaria acaba levando a uma tradi-ção em que os menos preparados começam por essa atividade. Outra “tradição” do setor é a de que um fu-nileiro aprende a função com um funileiro mais velho: às vezes é o pai, o irmão mais velho ou um amigo já experiente no trabalho.

Todo esse conceito, somado à honestidade da frase, torna difícil adivinhar que o autor da con� ssão é, hoje, aos 58 anos, um dos empresários mais bem-sucedidos e empreendedores do setor de reparação automoti-va: Francisco de Assis Magos, o Fran, proprietário e homem-forte da o� cina independente Fran Imports, localizada no bairro de São Miguel Paulista, extremo

leste da cidade de São Paulo.Quando teve a oportunidade de iniciar um negócio

próprio, Fran começou pequeno. A o� cina abriu em 1980, no Jardim Helena, e foi mudando de endereço conforme a estrutura crescia e precisava de mais espaço. Até se instalar na sede atual: um complexo de diversos galpões que, somados, chegam a quase 9 mil metros quadrados; e onde a equipe de Fran atende a uma mé-dia de 280 carros por mês. Se poderia fazer mais? Ele tem certeza que sim, mas que não atende em excesso porque só faz a quantidade que lhe permita manter, sempre, o nível de qualidade.

Qual o segredo para transformar o aprendiz de funi-leiro que – ele próprio diz – não sabia fazer nada em empresário de sucesso, dono de uma grande repara-dora? A receita, de muitos ingredientes, tem um que sobressai: Gestão.

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Estimulando a perfeiçãoFran tem uma mentalidade empreendedora que vai

na contramão do que muitos donos de o� cina pen-sam a respeito da gestão de seus negócios. E o exemplo maior disso está na questão do treinamento dos cola-boradores.

Outra tradição do setor de funilaria e pintura é o ra-ciocínio curto de que não vale a pena investir no trei-namento da equipe, porque, uma vez capacitado, o pro� ssional deixa a o� cina para ganhar mais em outro lugar ou para abrir seu próprio negócio. Não que isso não ocorra, mas abortar as oportunidades geradas pelo treinamento é sacri� car as próprias possibilidades da empresa. É como pensa Fran. “A gente acaba perden-do funcionário para a concorrência, mas os que � cam crescem aqui e nos ajudam a crescer.”

Não é só discurso. A Fran Imports tem a política de treinar seus colaboradores e promover os que se em-penham no próprio aprimoramento. Fran faz questão de que cada colaborador faça, no mínimo, um curso de aperfeiçoamento por ano, encaminhando a equipe para treinamento no CESVI, no Senai ou na PPG, empresa de tintas que é parceira da sua o� cina. “Quan-

to mais tempo o colaborador tem na o� cina, mais ele se torna um pro� ssional multifuncional”, a� rma Fran. “Se é pintor, quero que faça um curso de montagem, depois de tapeçaria, depois de elétrica, e assim por diante. Quem tem vontade de ir para frente tem todo o meu apoio para crescer na o� cina e mudar de catego-ria, até assumir um cargo de che� a.”

Aconteceu, por exemplo, com Samuel, um colabo-rador que, cinco anos atrás, estava na base da pirâmide hierárquica da reparação, atuando como ajudante na Fran Imports. Ao longo desse tempo, foi estimulado pelo dono da empresa a passar por uma série de trei-namentos e, com seu próprio empenho e vontade de aprender, Samuel foi conquistando espaço dentro da o� cina. Hoje, é um dos pro� ssionais em que Fran tem maior con� ança, desempenhando um papel de gestão na o� cina de serviços rápidos da reparadora.

Outro exemplo que diz muito sobre esse reconhe-cimento do valor do treinamento é que, na época em que o teste da ASE era realizado com regularidade – para mensurar e certi� car o grau de conhecimento dos pro� ssionais da reparação – Fran incorporava 50 reais ao salário de cada colaborador, sempre que

FRANCISCO DE ASSIS MAGOS, O FRAN, NO GALPÃO QUE QUER TRANSFORMAR NUMA ESCOLA DE REPARAÇÃO

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passava no teste.

Transmitindo o conhecimentoEsse entusiasmo pelo treinamento, para Fran, vai

além do que acontece dentro da sua o cina. Com uma visão mais ampla, o empresário está se estruturando para o projeto de uma o cina-escola, cuja meta será preencher uma das lacunas mais signi cativas dentro das empresas de reparação: formar pro ssionais nas técnicas de funilaria e pintura, para entregar mão-de-obra especializada ao mercado. Será um curso por célu-las (especialidades). Os alunos que passarem por todas as células terão condições de assumir um cargo de chefe ou gerente de o cina.

A Fran já conta com um grande galpão, de 2.200 metros quadrados, para a estrutura da escola. A ideia é conseguir fechar uma parceria para os treinamentos e com, pelo menos, uma seguradora, que terá a res-ponsabilidade de fornecer veículos sinistrados para que os aprendizes reparem. A meta inicial é de trabalhar com sete ou oito carros sinistrados por vez, tendo cin-co aprendizes atuando em cada carro. O treinamento seria custeado pela venda dos carros cedidos pelas segu-radoras, depois de reparados.

“Essa iniciativa me veio à cabeça porque a gente não encontra bons funileiros no mercado”, explica Fran. “Há boas opções de cursos de aprimoramento, como

os do CESVI e do Senai, mas precisamos de uma escola de formação.”

O objetivo é ter o projeto funcionando até 2012. Empresas interessadas na parceria para o projeto da Fran Imports podem entrar em contato pelo e-mail: [email protected]

Acompanhamento do reparoGestão de primeira linha, na visão de Fran, tam-

bém passa pela e ciência no atendimento ao cliente. O empresário pensa dessa forma desde os anos 1970, quando chamou a atenção para a necessidade de, pelo menos, um banheiro para mulheres na recepção.

Agora esse cuidado está expresso na forma como a o cina proporciona o acompanhamento dos clientes em relação ao andamento do reparo de seus veí culos.

É o acompanhamento via Internet. Clientes parti-culares acessam no site da Fran Imports, com a iden-ti cação do CPF, fotos atualizadas de como seu carro está naquele momento na o cina, com informações sobre esse andamento. A mesma atenção é dada às seguradoras: por meio do CNPJ, as companhias po-dem acompanhar o reparo de todos os carros que estiverem sendo reparados na o cina. Cada etapa é fotografada.

“Esse recurso esvaziou a recepção da o cina, por-que sempre tinha gente aqui querendo saber sobre o carro”, explica Fran. “Hoje, só quem está chegando com o carro batido ou que veio retirar.”

Segundo Francisco de Assis Magos, esse reparador que é referência de gestão e atendimento em São Paulo, o cliente tem de ir à o cina pensando que não vai lá para sofrer. “A situação em que ele deixa o carro na o cina é sempre uma t r a g é d i a . Então nós precisamos

SAMUEL (À ESQUERDA), HOJE GESTOR DA OFICINA DE REPAROS RÁPIDOS,AO LADO DO PATRÃO

SEMPRE COM AVAL DE QUALIDADE

Quem chega à recepção da Fran Imports logo nota uma varie-dade de banners e adesivos. São os diversos certifi cados recebi-dos pela empresa. Há 13 anos, a ofi cina foi uma das primeiras a obter a classifi cação do CESVI, e hoje pode ostentar o banner da Certifi cação Quatro Rodas que é feita pelo CESVI em parceria com o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva).

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APLICAÇÃO DE PINTURA À BASE DE ÁGUA NA OFICINA DE REPAROS RÁPIDOS

Page 13: Auto Reparo  - março 2011

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trabalhar para que, no mínimo, ele deixe o carro pensando que, pelo menos, o veículo vai receber o melhor cuidado possível. É um alívio para ele, e uma felicidade para nós, que ele pense assim”, diz Fran.

Se todas as o� cinas pensassem da mesma forma, menos gente acharia que uma batida simples de trânsito pode ser descrita como uma tragédia. Hoje, quem deixa o carro na Fran Imports, certamente, não pensa mais assim. ATENDENTE NA RECEPÇÃO DA FRAN IMPORTS

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RUMO À SUSTENTABILIDADE

A Fran Imports também evolui para o cami-nho da sustentabilidade, pois já tem um pro-cesso de pintura 100% a água em sua ofi cina de reparos rápidos. A intenção é estender a alternativa para todos os setores da empresa.

APLICAÇÃO DE PINTURA À BASE DE ÁGUA NA OFICINA DE REPAROS RÁPIDOS

Page 14: Auto Reparo  - março 2011

• Auto Reparo14

Trabalho com foco em sustentabilidade ambiental se torna essencial para evitar multas, destacar-se diante dos clientes e obter resultados positivos

GESTÃO VERDE

POR MARCOS CARVALHO

CERTIFICAÇÃO

COLABOROU EDUARDO SANTOS

Nunca se falou tanto em sustentabilidade nas em-presas. E não é apenas por uma questão de consciên-cia ambiental. Por maior – ou menor – que seja esta consciência por parte de empresários e executivos, os fatores que mais pesam nesse direcionamento são outros: as legislações relacionadas à obrigatoriedade de processos ecologicamente corretos e o marketing positivo diante dos clientes.

Não é diferente no mercado de reparação. Pelo contrário: por se tratar de um trabalho que envolve constante manuseio de resíduos tóxicos e descarte de materiais poluentes, a reparação automotiva está entre as atividades que mais precisam de uma “con-sultoria ecológica”. Na Europa, onde a cultura da so-ciedade já tornou as atitudes sustentáveis um padrão

Meio Ambiente

PINTURA À BASE DE ÁGUA

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de conduta, as o� cinas obedecem a uma legislação rigorosa sobre tudo o que diz respeito a processos corretos do ponto de vista ambiental. Exemplos de lá são a obrigatoriedade do uso de pintura à base de água e também de tratamento de resíduos.

Aqui, embora já exista algo de legislação, a questão ainda engatinha. Mas a tendência, como con� rmam especialistas, é um endurecimento na regulamenta-ção e, principalmente, na � scalização. Quem quiser evitar multas pesadas terá de se adaptar rapidamen-te, adotando produtos e processos ecologicamente corretos.

Retorno para a reparadoraMas é muito importante que a o� cina se conscien-

tize de que os processos ecologicamente corretos, além de bons para o meio ambiente e para a socie-dade, são bons também para a o� cina.

Parte desta adaptação da reparadora está ligada à adoção de equipamentos e processos que, num pri-meiro momento, exigirão investimento da empresa, com uma perspectiva de retorno mais para a frente.

No entanto, muitas das atividades sustentáveis proporcionam economia imediata para a o� cina, melhorando sua lucratividade. Um exemplo eviden-te está na maneira como o ambiente da o� cina é iluminado. Lâmpadas de LED, em substituição aos modelos convencionais, proporcionam uma lumi-nosidade superior, ao mesmo tempo em que econo-mizam energia. Com isso, o reparador gasta menos com eletricidade e tem uma luz capaz de render uma � delidade de cor do carro muito maior.

A reciclagem de solventes é outro ponto que tem

impacto positivo imediato. O uso de um reciclador garante o aproveitamento de, em média, 70% do solvente utilizado na área de repintura – um proces-so que pode ser repetido até cinco vezes para o mes-mo material. Segundo um estudo do CESVI, uma o� cina com passagem de cerca de 100 veículos por mês consegue uma economia de até R$ 2 mil em quatro meses com o reaproveitamento dos solventes.

Meio Ambiente

RECICLADOR REAPROVEITA 70% DO SOLVENTE USADO

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• Auto Reparo16

Mais um exemplo? Pistolas de pintura que só ope-ram com tintas à base de água podem ser limpas com água, em vez de thinner, acetona ou methyl acetato. Outra fonte de economia para a oficina que, além disso, passa a trabalhar com tintas menos tóxi-cas, com baixo nível de VOC (compostos orgânicos voláteis), preservando a saúde de seus trabalhadores e reduzindo sensivelmente a emissão de solventes e contaminantes para a atmosfera.

Seguradoras estão de olhoSe atuar de forma ecologicamente correta é bem

visto pelo cliente particular, o ganho de imagem é melhor ainda diante das seguradoras. A Allianz, por exemplo, passou a exigir que, a cada ano, seis ofici-nas de sua rede exclusiva de prestadores se adaptem aos processos ecologicamente corretos. No presente momento, três oficinas da seguradora estão neste processo, e mais três passarão por este trabalho ain-da em 2011.

Opção pela sustentabilidadeAdquirir equipamentos menos agressivos ao meio

ambiente não dispensa a oficina, por exemplo, de conscientizar e treinar sua força de trabalho. Esta conscientização, ao contrário, precisa ser o primeiro passo de quem busca esta transformação na cultura da empresa.

Mais do que uma vitrine para os clientes e um modo de evitar multas, a certificação ambiental é o estímulo-chave para que as oficinas deem início a uma cultura de gestão com respeito ao meio am-biente, em que a opção pela sustentabilidade se dá desde a implantação de cada processo, em cada ini-ciativa e em cada decisão. Para que a opção por estar em linha com a modernidade da reparação não mais exija adaptações, e sim esteja na base da filosofia de trabalho da oficina.

Selo verde

A certificação ambiental, promovida pelo CESVI BRASIL em parceria com o IQA (Instituto da Qualidade Automo-tiva), se apresenta como grande parceira das oficinas na consolidação de práticas de trabalho fundamentadas na sustentabilidade. Trata-se de um trabalho que, além de dar visibilidade positiva à oficina por meio de um “selo verde”, realiza uma consultoria que orienta a reparadora para que atenda a todos os requisitos da legislação atual e se adian-te em relação a futuras exigências.

Entre as vantagens obtidas pela oficina com a certifica-ção ambiental, destacam-se as seguintes: Maior aprovei-tamento dos materiais, aumento gradativo da produção pelo emprego de materiais que não usam solventes em sua composição; lucratividade com a triagem de materiais recicláveis; melhoria da qualidade de vida de funileiros e pintores; melhoria do aspecto visual das áreas, tornando a oficina mais atraente aos olhos dos clientes.

Meio Ambiente

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RAPIDEZ + EFICIÊNCIANA REPINTURA COMO CHEGAR LÁ

O processo de pintura possui inúmeras etapas que interferem diretamente no resultado � nal, tanto em qualidade quanto no custo do trabalho. Por isto, é fundamental que haja pleno envolvimento do pintor, além de sua devida capacitação em cada uma das etapas deste processo. A partir destas premissas, o pro� ssional pode se bene� ciar de uma série de dicas para obter o menor custo com a máxima qualidade na repintura.

FunilariaÉ impossível falar do processo de repintura sem an-

tes falar sobre a funilaria.O custo da repintura, por incrível que pareça, come-

ça no processo de funilaria. Saiba por quê.Quando o funileiro escolhe a técnica que será uti-

lizada no processo de reparo, ele pode aumentar ou

reduzir signi� cativamente a área a ser repintada. Você pode até pensar “como aumentar a área de repintu-ra, se a peça será toda envernizada?”. O certo é que a funilaria não aumenta o tamanho de uma porta, de modo que não se aumenta a quantidade de verniz a ser aplicado em toda a peça. Mas é preciso lembrar que todo o processo anterior, referente à aplicação dos ma-teriais de preparação e ao tempo deste processo, pode aumentar ou diminuir dependendo de como se faz a funilaria.

Dicas na funilariaRelacionamos, portanto, algumas dicas para que a

funilaria possa ser usada a favor do trabalho de repin-tura:

• Todos os funileiros devem conhecer as técnicas de

Conheça as etapas de um trabalho capaz de agilizar a repintura e, ao mesmo tempo, trazer mais qualidade para a atividade

Passo a Passo

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• Auto Reparo18

Passo a Passo

• Auto Reparo

reparação sem pintura (“martelinho de ouro”). Embora a técnica nem sempre consiga salvar uma pintura, na maioria dos casos pode redu-zir a área em que a pintura seria dani� cada por uma funilaria comum.

• Os funileiros devem conhecer os proces-sos de repintura a � m de compreenderem as diferenças que ocorrerão caso tomem uma ou outra atitude ao longo do processo de reparo.

• A lima deve ser utilizada apenas para iden-ti� car os pontos que devem ser desamassados, e não para desgastar a chapa, com a � nalidade de eliminar pontos eventualmente ressaltados.

Aplicação da massa poliésterPartimos agora do princípio que a chapa foi

devidamente reparada, dani� cando ao míni-mo a pintura original. A aplicação da massa deve ser feita somente sobre a área de chapa descoberta. Aplicar a massa poliéster sobre re-síduos de tinta é um erro gravíssimo, que pode comprometer todo o trabalho. Isto porque, na maioria das situações, após o acabamento ter sido concluído, ocorrerá um mapeamento na região em que foi aplicada a massa de poliéster sobre a tinta.

Dicas para esta etapa• Preparar pequenas quantidades de massa

facilita a aplicação, que deve ser a mais unifor-me.

• Aplicar somente a quantidade necessária. Lembre: quanto mais massa se aplica, maior é o tempo de lixamento e o custo do desperdício (mais lixas; saturação dos � ltros da zona de pre-paração; mais pó no ambiente, que aumenta os problemas de polimento, etc.).

• Recomenda-se o uso de lixas de grão P80, seguido de grão P220. Algumas pessoas prefe-rem utilizar, além destes, um grão intermedi-ário (P150), mas é importante lembrar que o primer poliuretânico de “alto sólidos”, da maioria dos fabri-cantes de tinta, possui a capacidade de cobrir os riscos do grão de lixa P220. Portanto, não é necessário utili-zar um grão menor nesta etapa.

• Tirar as ondulações do reparo manualmente com o grão P80 e somente usar o grão P220 após não haver

mais ondulações. A lixa de grão P220 deve ser utiliza-da com uma lixadeira roto-orbital, com uma espuma entre o prato da lixadeira. Desta forma, eliminam-se apenas os riscos produzidos pela lixa de grão P80.

• Após o lixamento da massa, lixar cerca de 10 cen-tímetros além da área com massa em que tenha sido empregada a lixa de grão P320. Assim, deixa-se a peça pronta para receber o primer.

TÉCNICA DE REPARAÇÃO SEM PINTURA PODE REDUZIR DANO À PINTURA

LIXAMENTO CORRETO É PONTO-CHAVE PARA UMA PINTURA MAIS RÁPIDA E DE QUALIDADE

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Proteção anticorrosivaAplicar um fundo fosfatizante é fundamental para

evitar problemas futuros e retrabalho.Existem vários protetores anticorrosivos no merca-

do; vale lembrar que cada produto possui diferentes recomendações. Para alguns, basta uma passada bem leve; para outros, são necessárias duas passadas mais carregadas. Um pequeno descuido na recomendação pode dobrar a quantidade que seria necessária ou re-duzi-la pela metade, fazendo com que o produto não tenha o comportamento desejado.

Aplicação do primerA etapa de aplicação do primer também é decisiva

no custo do processo. Portanto, valem as dicas abaixo.• Mascarar em volta da área em que o primer será

aplicado serve para orientar o pintor para os limites da aplicação, evitando que esta aumente demasiadamente.

• Não chegar com o primer até o mascaramento, a fim de não produzir degraus que irão aumentar o tempo de mascaramento.

• Duas passadas de primer poliuretânico com “alto sólidos” são suficientes para qualquer tipo de dano (se for necessário aplicar mais, algo de errado aconteceu antes).

• Utilizar o painel infravermelho para secagem so-mente quando o veículo for o próximo a ser lixado. Os primers disponíveis no mercado secam em tempe-ratura ambiente dentro de uma a três horas. Isto ajuda a reduzir os gastos com energia elétrica.

• Caso o primer seja seco em estufa ou por painel infravermelho, deve-se esperar que retorne à tempera-tura ambiente antes de ser lixado.

• Recomenda-se, de maneira geral, a utilização de lixas de grão P320, para então usar as de P400 e P600. Sempre que possível, use lixadeira roto-orbital com uma espuma entre a base da lixadeira e a lixa.

• A pistola para aplicação do primer deve ser HVLP.

AcabamentoO acabamento consiste na aplicação da tinta e do

verniz dentro da cabine. Vale ressaltar que a limpeza e a manutenção dos equipamentos é fundamental. É a forma de evitar contaminações, como queda de pó na pintura ou abertura de crateras causadas pela presença de ceras ou silicones, que são provenientes de aerosol

desengripante e polidores.

Algumas recomendações:• Difuminar (alongar) a tinta é a única forma de tor-

nar imperceptível a diferença entre a tinta do carro e a que está sendo aplicada.

• Aguardar a secagem entre passadas de tinta poli-éster valoriza o poder de cobertura da tinta e reduz as manchas.

• Passar o pano pega-pó a cada passada de tinta poli-éster elimina as sobras causadas por partículas de tinta (principalmente o alumínio nas cores metálicas) que eventualmente fiquem soltas sobre a peça.

• Coar bem a tinta e o verniz.• A manutenção dos reparos da pistola e dos filtros

da cabine deve estar em dia.• Duas passadas de verniz poliuretânico são suficien-

tes em qualquer trabalho de repintura.• A textura do acabamento pode ser feita com a

pistola, e não no polimento, como se vê em algumas oficinas.

• Sempre que a área de pintura for pequena (uma ou duas peças), dar preferência para a secagem do verniz com painel infravermelho. Deve-se aguardar dez mi-nutos após a aplicação do verniz, antes de retirá-lo da cabine. Isto faz com que a cabine fique disponível por mais tempo para outras tarefas.

PolimentoCaso as operações anteriores tenham ocorrido cor-

retamente, pouco restará a polir, com a exceção de um ou outro cisco que tenha caído sobre o verniz. Para estes casos, recomenda-se um polimento localizado, para retirar apenas as im-purezas que estejam sobre o verniz, e não sua textura (que, a esta altura, deve es-tar semelhante à textura do resto do veí culo).

Concluído este processo, seguidas as recomenda-ções, você tem uma pintu-ra mais eficiente, realizada num prazo mais enxuto.

MascaraMento liMita a área de aplicação do priMer

técnica de reparação seM pintura pode reduzir dano à pintura

lixaMento correto é ponto-chave para uMa pintura Mais rápida e de qualidade

Passo a Passo

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• Auto Reparo20

Sistema de orçamentação, que pode ser utilizado pelas oficinas de funilaria e pintura, tem seu uso cada vez mais disseminado entre as prestadoras de serviços das seguradoras

Órion e as reguladoras

Muitas oficinas têm contato direto com os profissionais de reguladoras, durante a nego-ciação em torno do orçamento de um reparo.

A atividade das reguladoras é de extrema importância para as companhias de seguros. São elas que ampliam o alcance das segura-doras, num trabalho que passa despercebido pelo proprietário do veículo, mas que garante o atendimento e consolida a força da marca da companhia por trás de cada vistoria, de cada “regulação” propriamente dita.

Os profissionais responsáveis pelo sistema Órion – Gestão Integrada de Sinistro, cientes dessa importância, têm buscado uma aproxi-mação maior com as empresas reguladoras,

oferecendo caminhos para que o sistema, cada vez mais, se estabeleça como um parceiro dos profissionais desse setor.

Empresas que já trabalham com a ferramen-ta e outras que começam a ter os primeiros contatos com suas funcionalidades deixaram seus testemunhos. Fica evidente, por meio de seus relatos, a evolução do trabalho dos peri-tos com o Órion e a consequente aceitação da marca pelo mercado.

“Hoje, com o Órion, a aceitação cresceu muito. A gente gosta de trabalhar com ferra-mentas que facilitam o manuseio e entendi-mento do perito”, afirma Carlos Bolandim, o “Bola”, diretor técnico da Jopema. A empresa

Por alexandre Carvalho dos santos

editor

Gerenciamento

Carlos Bolandim (“Bola”), diretor da Jopema

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Gerenciamento

“Espero que as oficinas tenham mais contato com o Órion, porque é extremamente importante que elas saibam as diferenças entre o que o sistema era e o que o sistema é”

Eduardo Marcondes, diretor da Reauseg

trabalha com o sistema em operações da Su-lAmérica e da Mapfre, tanto em Belo Hori-zonte quanto no interior de São Paulo. Por enquanto, a reguladora tem o Órion insta-lado em cerca de 40 pontos (peritos e super-visores). “Mas a ideia é instalar em todos os pontos no geral, cerca de 150, pois ainda há o Rio de Janeiro e a capital de São Paulo para atuar”, ressalta Bola. “Eu fiz parte do primei-ro grupo a tratar da tabela tempária das se-guradoras no Cesvi System, isso em 1986. A gente via as dificuldades, via que faltavam pe-ças, os peritos e as oficinas registravam esses obstáculos. Hoje, o aperfeiçoamento é notó-rio. Tanto no que diz respeito ao número de peças e veículos cadastrados quanto no que se refere à atualização dos dados e à facilidade do manuseio.”

Segundo Bola, o grande destaque é a parte da orçamentação, que tornou o trabalho do perito muito mais fácil. “A navegação está óti-

ma!”, enfatiza Carlos Bolandim. “O desen-volvimento que o CESVI teve com o Órion chegou ao trabalho do perito, deixando tudo mais simples, rápido e de bom grado.”

“Webservice”Empresa que faz cerca de 3 mil vistorias

por dia, a Auto Reg conta com algo em torno de 400 peritos em sua estrutura, e já trabalha com o Órion desde 2006. Atual-mente, a reguladora já tem 100 pontos ope-rando com o Órion. “Nosso nível de satisfa-ção com o sistema é ótimo. A orçamentação é muito bem feita”, diz Ricardo Gimenez, gerente de TI da Auto Reg. “Outra vanta-gem do Órion é a flexibilidade que você tem, porque o sistema é adaptado para fun-cionar de acordo com as suas necessidades.

Com outros produtos, você tem que batalhar para que haja qualquer customização. Com o Órion, é tudo mais simples”, revela.

A grande expectativa de Gimenez, no entan-to, está para o começo do ano que vem. O lan-çamento da opção “webservice” do Órion para a Auto Reg está previsto para fevereiro. “Es-tamos trabalhando desde maio de 2010 para termos essa opção, que vai cair como uma luva no trabalho da nossa reguladora. Isso porque o processo da Auto Reg é todo informatizado, do momento em que a vistoria entra até a con-clusão da operação.”

O gerente da reguladora destaca que, com a opção on-line, o perito terá muito mais segu-rança em suas atividades. “Essa possibilidade entre operar com a opção ‘cliente-servidor’ ou com a web é única no mercado. Em outros casos, se o notebook do perito quebra, o tra-balho é interrompido. Este problema pratica-mente acaba na versão ‘webservice’.”

Eduardo MarcondEs, da rEausEg

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• Auto Reparo22

Custo imbatívelAinda em seus primeiros contatos com o

Órion, a reguladora Reauseg tem realizado seis vistorias por semana com o sistema, para já treinar seu pessoal, acostumando-o às pos-sibilidades com a ferramenta. “Num futuro próximo, a tendência é usar de verdade, in-tensamente”, explica Eduardo Marcondes, diretor da empresa. “Já estamos falando para os nossos peritos ficarem atentos ao siste-ma, porque o custo do Órion é o mais in-teressante do mercado, e seu atendimento é muito bom.”

Marcondes é outro que destaca a evolu-ção ocorrida entre o antigo Cesvi System e o sistema atual. “São duas coisas totalmen-te diferentes”, aponta. “Tive uma experiên-cia com a SulAmérica, que usa o Órion, e nosso pessoal não encontrou a menor difi-culdade com o uso do sistema. As lacunas que existiam no banco de dados foram pre-enchidas, e a impressão deixada foi muito boa. Espero que as oficinas tenham mais contato com o Órion, porque é extrema-mente importante que elas saibam as dife-renças entre o que o sistema era e o que o sistema é.”

A Reauseg esteve no CESVI em dezembro de 2009, na primeira vez em que o Órion

abriu os espaços do centro de pesquisa para que as reguladoras treinassem seu pessoal. “Foi uma experiência, sem dúvida, muito gratificante”, avalia Marcondes. “Torço para que a oportunidade se repita muitas vezes.”

Falando diretamente ao peritoNo histórico de relacionamento do Órion

com as reguladoras, a companhia de segu-ros Tókio Marine tem um capítulo muito especial. A seguradora realizou, no CESVI BRASIL, um treinamento especial para os profissionais que atuam na área de regula-ção. Tudo com o intermédio da equipe do Órion, que trabalhou para a cessão do es-paço e a concretização do treinamento.

Foi entre setembro e outubro de 2010 que a Tókio levou ao CESVI mais de 150 peritos, combinando sua equipe interna com prestadores de serviços. Além de um alinhamento técnico de procedimentos in-ternos, toda essa equipe recebeu treinamento sobre o Órion, com informações que foram, em seguida, divulgadas na Intranet da Tókio Marine, e que circularam em todas as suas � liais.

Emir Miguel, supervisor da seguradora, ex-plica as necessidades que levaram à realização do treinamento:

O perito chega entendendo tudo sobre o dano, mas quase nada sobre o que é um dano coberto. É claro que a técnica é importante, mas esse pro� ssional também precisa enten-der de assuntos diversos, como lei do consu-

Gerenciamento

RICARDO GIMENEZ, DA AUTO REG

“Outra vantagem do Órion é a � exibilidade que você tem, porque o sistema é adaptado para fun-cionar dentro das suas necessidades”

Ricardo Gimenez, da Auto Reg

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Gerenciamento

CONHEÇA O SISTEMAOFICINAS INTERESSADAS EM CONHECER AS FUNCIONALIDA-

DES DO SISTEMA ÓRION PODEM ENTRAR EM CONTATO COM ROBERTO BARROSO, PELO TELEFONE (11) 3948-4824 OU PELO E-MAIL [email protected]

EMIR MIGUEL, DA TÓKIO MARINE

“Sempre instruí pessoas que saíram de o� cinas, porque não há pessoal formado em regulação. O que há são pro� ssionais com experiência de repa-ro, mas que chegam às reguladoras sem um emba-samento técnico relacionado ao ramo securitário”

Emir Miguel, da Tókio Marine

midor e poder de negociação. A di� culdade de conciliar conhecimento técnico com noções do contrato de seguro fez com que me visse na obri-gação de treinar os peritos”, revela.

O supervisor da Tókio acredita que o Órion tem muito a contribuir para os trabalhos do mercado segurador. “Já conversei com diversas reguladoras que me falaram bem em relação ao custo. Apesar de trabalharmos com outro sistema, acredito na força do Órion, e é muito importante que ele es-teja chegando como uma ferramenta a mais para o perito trabalhar. Isso porque a área de regulação

é muito carente, são poucas as opções para orça-mentação”, lamenta Emir. “Mas vejo um grande potencial de crescimento do Órion, que tem tido uma aceitação muito boa. Tenho um interesse grande de conhecer essa operação no País intei-ro”, conclui.

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