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Auto Eficácia entre Usuários de Tecnologias de Informação e Comunicação: Um Estudo de Caso em Barueri SP Fernanda Mendes Garcia, Adriana Prest Mattedi, Rodrigo Duarte Seabra Instituto de Matemática e Computação Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) Caixa Postal 50 37.500-903 Itajubá MG Brasil [email protected], [email protected], [email protected] Abstract. This article explores the relationship between self-efficacy and users of information and communication technologies (ICTs) in the school environment. Self-efficacy is an important concept that has great influence on the teaching-learning process, motivation, perseverance in the face of difficulties, academic achievement and also behavioral and emotional aspects of students and teachers. In this research, students were analyzed according to their frequency of use of ICTs for task resolution and their use during leisure time. The aim was to identify students' perceptions of their abilities in solving different tasks using ICTs. The results showed that the frequency of use and their familiarity with the technologies influence their perception of self-efficacy. Resumo Neste artigo é explorada a relação entre Auto eficácia e usuários de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no ambiente escolar. Auto eficácia é um importante conceito que tem influência sobre o processo de ensino-aprendizagem, motivação, perseverança frente a dificuldades, realização acadêmica e também aspectos comportamentais e emocionais dos estudantes e professores. Nesta pesquisa, os estudantes foram analisados conforme sua frequência de utilização das TICs para resolução de tarefas e sua utilização em momentos de lazer. Buscou-se identificar a percepção dos estudantes sobre suas habilidades em resolver diferentes tarefas utilizando as TICs. Os resultados mostraram que a frequência de utilização e sua familiaridade com as tecnologias influenciam em sua percepção de auto eficácia. 1. Introdução O Brasil é um país com grande desigualdade social. O atraso no processo de inclusão digital, que pode acontecer devido a não implementação de políticas públicas ou falhas nas mesmas, ressaltam as diferenças sociais, econômicas e culturais no país. Para Sorj e Guedes (2005), as políticas públicas podem aproveitar as novas tecnologias de informação e comunicação para melhorar as condições de vida da população e assim,

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Auto Eficácia entre Usuários de Tecnologias de Informação e

Comunicação: Um Estudo de Caso em Barueri SP

Fernanda Mendes Garcia, Adriana Prest Mattedi, Rodrigo Duarte Seabra

Instituto de Matemática e Computação – Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)

Caixa Postal 50 – 37.500-903 – Itajubá – MG – Brasil

[email protected], [email protected], [email protected]

Abstract.

This article explores the relationship between self-efficacy and users of

information and communication technologies (ICTs) in the school

environment. Self-efficacy is an important concept that has great influence

on the teaching-learning process, motivation, perseverance in the face of

difficulties, academic achievement and also behavioral and emotional

aspects of students and teachers. In this research, students were analyzed

according to their frequency of use of ICTs for task resolution and their use

during leisure time. The aim was to identify students' perceptions of their

abilities in solving different tasks using ICTs. The results showed that the

frequency of use and their familiarity with the technologies influence their

perception of self-efficacy.

Resumo

Neste artigo é explorada a relação entre Auto eficácia e usuários de

Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no ambiente escolar.

Auto eficácia é um importante conceito que tem influência sobre o processo

de ensino-aprendizagem, motivação, perseverança frente a dificuldades,

realização acadêmica e também aspectos comportamentais e emocionais dos

estudantes e professores. Nesta pesquisa, os estudantes foram analisados

conforme sua frequência de utilização das TICs para resolução de tarefas e

sua utilização em momentos de lazer. Buscou-se identificar a percepção dos

estudantes sobre suas habilidades em resolver diferentes tarefas utilizando

as TICs. Os resultados mostraram que a frequência de utilização e sua

familiaridade com as tecnologias influenciam em sua percepção de auto

eficácia.

1. Introdução

O Brasil é um país com grande desigualdade social. O atraso no processo de inclusão

digital, que pode acontecer devido a não implementação de políticas públicas ou falhas

nas mesmas, ressaltam as diferenças sociais, econômicas e culturais no país. Para Sorj e

Guedes (2005), as políticas públicas podem aproveitar as novas tecnologias de

informação e comunicação para melhorar as condições de vida da população e assim,

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diminuir as diferenças entre distribuição de renda e oportunidades. Ainda, desigualdades

sociais podem ser amenizadas por intermédio de políticas voltadas para a formação dos

cidadãos e para melhorias educacionais em todos os níveis, incluindo a educação de

adultos, pensando não somente em dar o acesso físico a eles, mas também e,

principalmente, a sua continuidade, para que a tecnologias de informação e comunicação

(TIC) sejam um instrumento de transformação e inclusão social.

Para que estas políticas possam ser eficazes, é importante entender o que provoca

a divisão entre aqueles que adotam as TICs daqueles que não usam. Neste sentido, vários

estudos [SELWYN 2006; PETER & VALKENBURG 2006; VAN DIJK 2012;

NIEHAVES & PLATTFAUT 2014; ROGERS 2016] foram feitos. Neste âmbito, Van

Dijk (2012) aponta os critérios motivação, acesso, habilidades e uso para explicar a

desigualdade na adoção de tecnologias. O estudo evidencia que não basta ter facilidade

de acesso para que se use a tecnologia, há que se ter motivação. Fatores como falta de

vontade e de necessidade, ou qualquer tipo de rejeição por motivos culturais, e até mesmo

a “tecnofobia” afastam possíveis usuários.

Assim, para Lima (2012), as TICs contribuem com a democratização do acesso

de alunos e professores tanto às ferramentas quanto aos conteúdos educacionais mais

atuais. Assim, a escola pode ser pensada como um espaço de inclusão digital e social. De

acordo com a UNESCO (2018), as TICs podem contribuir com o acesso universal da

educação, com a equidade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem, o

desenvolvimento profissional de professores e também melhorar a gestão, a governança

e a administração educacional.

No ambiente educacional, as tecnologias podem tornar o processo de ensino mais

dinâmico, criativo, flexível e oferecer mais autonomia aos estudantes a expandirem suas

potencialidades. Nas escolas, é interessante que os alunos desenvolvam habilidades para

resolução de tarefas por meios virtuais, uma vez que o mundo está cada vez mais inserido

neste meio. O sistema educacional brasileiro deve, portanto, passar por diversas

mudanças para capacitar apropriadamente seus indivíduos e atingir todas as esferas da

sociedade de maneira igualitária e assim, atingir maiores níveis de desenvolvimento

educacional [SANTOS et al. 2016].

Buscando reduzir as lacunas de aprendizado entre os segmentos mais vulneráveis

da população, a criação de uma base de dados com indicadores de desempenho dos alunos

pode fornecer informações para subsidiar a criação e reforma de políticas públicas

nacionais de melhoria da educação e assim contribuir com a inclusão e alfabetização

digital dos estudantes. Com este objetivo, o PISA - Programme for International Student

Assessment, uma iniciativa de avaliação aplicada a cada três anos a alunos na faixa etária

dos 15 anos, geralmente ao fim da escolaridade básica obrigatória, gera indicadores que

contribuem para a discussão da qualidade da educação básica nacional e fornece um perfil

básico de habilidades e conhecimentos dos estudantes [INEP 2018]. O resultado da

avaliação aplicada em 2015 foi utilizado neste trabalho para comparação entre o

desempenho dos alunos com sua avaliação de auto eficácia.

Ao buscar variáreis que influenciam no desempenho educacional dos alunos na

literatura, a auto eficácia se destaca como fator de influência na motivação, persistência

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e consequentemente no desempenho dos alunos. Para Medeiros et al (2000), auto eficácia

centra-se em uma avaliação daquilo que os indivíduos acreditam ser capazes de fazer com

as capacidades e competências que possuem. Para os estudantes, a auto eficácia influencia

seu desempenho escolar. Pajares (1996) cita que, no contexto acadêmico, estudantes com

alto senso de auto eficácia tendem a executar tarefas utilizando mais estratégias cognitivas

e são mais persistentes do que estudantes com baixo senso. Neste sentido, para o

desenvolvimento deste trabalho, a avaliação de auto eficácia será considerada uma

importante variável na análise do desempenho dos alunos na execução das tarefas que

envolvem as TICs.

O objetivo deste trabalho é realizar um estudo comparativo entre a auto eficácia,

generalizada e específica para Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), de

alunos do final do primeiro ciclo com o desempenho em tarefas utilizando TICs, em

particular, uso do computador com o desempenho dos estudantes brasileiros no PISA

2015. Os objetivos específicos são: a) identificar a relação entre a percepção de auto

eficácia, os perfis de usuários, baseados na familiaridade com as tecnologias e a

frequência de uso para diferentes finalidades; b) analisar como essa percepção afeta seu

desempenho para resolução de tarefas utilizando tecnologias de informação e

comunicação, como na resolução das questões do PISA, e c) fomentar discussões sobre

as políticas públicas de incentivo às tecnologias nas escolas brasileiras.

Este artigo está dividido em cinco seções, sendo esta Introdução a primeira. Na

seção 2, são abordados os temas que formam a revisão teórica deste trabalho, a saber:

tecnologias de informação e comunicação, PISA e auto eficácia. Na seção 3, são

apresentados os métodos utilizados para a aplicação da pesquisa. Na seção 4, os resultados

obtidos e a análise destes são discutidos. Por fim, a seção 5 apresenta algumas conclusões.

2. Tecnologias de Informação e Comunicação, PISA e a auto eficácia 2.1 Tecnologias de Informação e Comunicação

Tecnologias de informação e comunicação referem-se a recursos tecnológicos

(informática, mídias eletrônicas etc) que são mediadoras dos processos comunicativos,

informacionais e educacionais [CASTILHO 2015]. São caracterizadas pela união da

informática, telecomunicações e mídias eletrônicas [PINTO 2004]. Neste trabalho, as

TICs utilizadas para o desenvolvimento das tarefas foram o computador, disponível no

laboratório de informática da escola alvo deste estudo, e o acesso à Internet.

Pereira e Silva (2010) enfatizam que as TICs não provocaram mudanças apenas

nas áreas de tecnologia e comunicação, mas também em diversas áreas do conhecimento

humano, como a economia, cultura e educação, por exemplo. As TICs estão presentes em

basicamente todos os setores da sociedade atual, atingindo aspectos econômicos, políticos,

educacionais, sociais, científicos, entre outros. Quando utilizadas de maneira eficaz,

contribuem para o desenvolvimento econômico, igualdade social, intercâmbio cultural e

melhoria educacional. Quando não, elas propiciam o surgimento de desigualdades

econômicas, sociais, educacionais etc. No livro Sociedade em Rede, Castells, Majer e

Gerhardt (2002) citam que as TICs, da mesma forma que intervêm na formação da

sociedade, moldando relações tanto pessoais quanto econômicas, também são

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particularmente sensíveis aos efeitos do uso social da própria tecnologia, o que significa

que a sociedade, por sua vez, molda as tecnologias conforme suas necessidades e valores.

Concomitantemente, a Internet é constante presença no cotidiano da sociedade,

especificamente de crianças e jovens, desta forma, se tornou o principal canal de

comunicação e um dos principais meios de inclusão, ou exclusão, e relacionamento social

[SOUZA e SOUZA 2013]. Neste contexto, as TICs possibilitam o crescimento da

educação à distância, melhoram o processo de aprendizagem, oferecem recursos às

práticas pedagógicas, como softwares educativos ou jogos eletrônicos, por exemplo, e

podem promover a inclusão digital. Seu constante avanço torna a prática de ensino mais

dinâmica, criativa e personalizada. As novas tecnologias trouxeram modernização aos

meios de estudo, disponibilizando maior acesso à educação e expansão de conhecimentos

[MENEZES e SANTOS 2001]. Para Silva (2018), a educação está intrínseca ao avanço

tecnológico, na medida em que pode impulsionar a relação humana com o conhecimento

e formar recursos humanos com qualificação.

Para a concretização deste cenário é importante enfatizar que a capacitação dos

professores é imprescindível para a aplicação eficaz das TICs no processo de ensino e

aprendizagem. É necessário que os professores estejam dispostos a modificar

constantemente sua metodologia de ensino e que os alunos tenham comprometimento e

dedicação em sua aprendizagem [COUTINHO e LISBOA 2011]. Para Jonassen (2007),

os docentes devem possuir competências pedagógicas para que possam fazer uma leitura

crítica das informações que se apresentam desorganizadas e disseminadas na rede. É

fundamental que o aluno possua a capacidade cognitiva necessária e pensamento crítico

para ser capaz de avaliar, analisar e relacionar as informações adquiridas. Sendo assim, o

cenário mundial exige novas estratégias que busquem qualidade educacional

[CASTILHO 2015].

Com o tempo, o entendimento sobre acesso às TICs se tornou mais complexo e

novas dimensões foram adicionadas ao conceito, como o contexto e condições de uso

(SELWYN, 2004). O conceito é considerado multidimensional e inclui não somente

aspectos quantitativos, como a quantidade de computadores na escola, mas também

aspectos qualitativos, como o acesso para uso educacional [CERI e OECD 2010].

Dados coletados dos participantes do PISA 2015 mostram que, em 2015, 95% dos

estudantes dos países membros da OECD afirmaram possuir acesso à Internet (OECD,

2017). Porém, essa média esconde grandes diferenças entre países e economias. Como

mostrado na Figura 1, em países como Dinamarca, Finlândia e Suíça, quase todos os

estudantes possuem acesso à Internet, enquanto em países como Colômbia, Peru ou

Vietnã, o acesso chega a aproximadamente 50%. No Brasil, aproximadamente 85% dos

estudantes que participaram do PISA 2015 afirmaram possuir acesso à Internet.

Ainda na Figura 1, também é possível observar a variação do acesso à Internet

entre os anos de aplicação do PISA e a evolução do uso da internet desde 2006. Países

como Dinamarca, Islândia e Suíça não possuíram grande variação, pois, em 2006, mais

de 90% dos seus estudantes que participaram do PISA já possuíam acesso à Internet,

indicador que mostra investimento na capacidade cognitiva de seus cidadãos há muitos

anos. Países como Rússia, Eslováquia, Polônia e Letônia não tinham esta capacidade em

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2006, mas deram um grande salto e estão evoluindo também no campo cognitivo da

informática. Por outro lado, o Brasil, Chile, México e Colômbia, apesar de mostrarem

grande evolução no acesso, ainda têm muito a evoluir. Estes países deverão investir em

alfabetização tecnológica e no aprendizado de habilidades cognitivas voltados para

tecnologias a fim de se desenvolver social, educacional e economicamente.

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Figura 1: Variação do acesso à internet dos países participantes do PISA.

Fonte: OECD, 2017.

2.2 Programme for International Student Assessment – PISA

Os indicadores de desempenho educacional são utilizados para monitorar o sistema de

ensino no País. Todas as iniciativas de avaliação indicam a progressiva

institucionalização das avaliações como mecanismos importantes para subsidiar o

processo de formulação e monitoramento de políticas públicas para melhoria da

aprendizagem [CASTRO 2009]. Além disso, contribuem para assegurar a transparência

das informações, divulgando os resultados obtidos nos levantamentos e avaliações

realizados [PINTO 2013].

O PISA - Programme for International Student Assessment - é uma avaliação

comparada, aplicada a alunos na faixa etária dos 15 anos, geralmente ao fim do ensino

fundamental. O exame é aplicado a cada três anos sob responsabilidade da OECD

(Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entidade formada por

governos de 30 países que têm como princípios a democracia e a economia de mercado e

cada país possui uma entidade responsável pela sua aplicação. No Brasil, a entidade

responsável pela aplicação da avaliação é o INEP. Países não membros da OECD também

podem participar do PISA, como é o caso do Brasil, que em 2015 foi convidado pela

terceira vez consecutiva. Desde sua primeira edição, em 2000, o número de países e

economias participantes tem aumentado a cada ciclo. Em 2015, 70 países participaram

do PISA, sendo 35 deles membros da OECD e 35 países ou economias parceiras [INEP

2018].

Esta avaliação mede o nível educacional dos alunos por meio de provas com foco

em três áreas cognitivas: Leitura, Matemática e Ciências, havendo, a cada edição, maior

ênfase em cada uma dessas. Em 2000, o foco foi em Leitura; em 2003, Matemática; e em

2006, Ciências. O Pisa 2009 iniciou um novo ciclo do programa, com o foco novamente

recaindo sobre o domínio de Leitura; em 2012, novamente Matemática; e em 2015,

Ciências. Em 2015, também foram inclusas as áreas de Competência Financeira e

Resolução Colaborativa de Problemas [INEP 2018].

O PISA tem como objetivo principal produzir indicadores que contribuam para a

discussão da qualidade da educação básica e que possam subsidiar políticas nacionais de

melhoria da educação. Os resultados esperados são indicadores que forneçam um perfil

básico de habilidades e conhecimentos dos estudantes. Além disso, os indicadores geram

informações que podem ser utilizadas para relacionar o desempenho dos alunos a

variáveis educacionais, socioeconômicas e demográficas e também para monitorar os

sistemas educacionais ao longo do tempo. Sob uma visão de longo prazo, o PISA tem por

objetivo o desenvolvimento de um corpo de informações para o monitoramento de

conhecimentos e habilidades dos estudantes em vários países, bem como em diferentes

subgrupos demográficos de cada país [INEP 2018].

Em 2015, o foco do PISA foi em Ciências e pela primeira vez foi 100%

computadorizado. A avaliação foi aplicada através de uma plataforma off-line

desenvolvida pelo consórcio internacional do PISA e compatível com desktop e notebook.

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A avaliação eletrônica trouxe benefícios especialmente para a avaliação de ciências e

resolução colaborativa de problemas, áreas que contaram com itens novos, criados para a

aplicação com suporte tecnológico. Em 2015, para as avaliações de leitura e matemática,

houve a transposição dos itens aplicados em papel em ciclos anteriores do PISA para a

plataforma computadorizada. De acordo com o consórcio internacional, a plataforma

computadorizada forneceu informações que permitiram o detalhamento do tempo gasto

pelo estudante em cada questão ou em cada domínio avaliado, tipo e número de interações

e sequências de ações realizadas [OECD, 2016a].

No PISA 2015, 70 países foram avaliados. No ano em questão, o Brasil alcançou

a 63ª posição no ranking em ciências, 59ª em leitura e 66ª em matemática. Estes números

mostram a deficiência do sistema educacional brasileiro em diversas áreas da educação e

enfatizam a carência que os estudantes brasileiros têm de desenvolvimento educacional.

A participação do Brasil no programa tem o intuito de posicionar o desempenho

dos alunos brasileiros no contexto da realidade educacional internacional. Para a

aplicação da avaliação, determinou-se um quantitativo de 964 escolas para a amostra

brasileira no PISA 2015, com especial destaque para Minas Gerais e São Paulo, devido a

sua maior concentração populacional de estudantes de 15 anos. A amostra dos estudantes

brasileiros que forma avaliados através do PISA 2015, contou com 23.141 estudantes de

841 escolas, que representam aproximadamente 73% dos estudantes ao fim da

escolaridade básica do país [OECD 2018].

Na avaliação de 2015, a pontuação média dos estudantes brasileiros na avaliação

de Ciências, que era o foco da avaliação, o país ficou em 63º lugar (estava em 59º em

2012, quando havia 65 países analisados), caindo de 405 para 401 pontos. Em Leitura, o

Brasil caiu de 55º para 59º, perdendo três pontos e alcançando a pontuação média de 407

pontos. Na terceira e última matéria avaliada, Matemática, os estudantes obtiveram média

de 377 pontos, enquanto a dos países membros da OECD foi de 490 pontos, o que fez

com que o país caísse 14 pontos descendo da 58ª para a 66ª posição, sendo o último país

da América Latina neste ranking. De acordo com o Relatório Nacional no Brasil do PISA

2015, esta queda na pontuação no teste de matemática ocorreu devido ao aumento na

complexidade das questões, que, neste ano, envolveram também competências

financeiras [OECD 2016b].

A avaliação da OECD mostrou que o gasto acumulado do Brasil por aluno foi de

US$ 38.190,00 por ano, ou seja, o equivalente a 42% da média de US$ 90.294,00 de

investimento feito por estudante em países da OECD (Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico), responsável pelo levantamento. A partir dos dados

obtidos com o PISA 2015, o governo federal deverá aumentar o investimento em

educação e assim, desenvolver a capacidade cognitiva de seus cidadãos [BARBA 2016].

De acordo com o portal do MEC (2016), os programas de Base Nacional Comum

Curricular e a reforma no ensino médio, são meios para reverter este quadro no país, mas

as reformas educacionais ainda carecem de programas que alfabetizem os alunos

tecnologicamente.

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2.3 Auto Eficácia

Auto eficácia pode ser definida como a percepção do indivíduo sobre sua capacidade de

desenvolver tarefas com sucesso ou aprender novas atividades, que englobam suas

capacidades cognitivas e controle sobre eventos [MEDEIROS et al. 2000]. Para Bandura

(1989), auto eficácia se refere à crença de que, através do esforço pessoal, é possível

realizar com sucesso determinada tarefa e alcançar o objetivo desejado. Portanto, auto

eficácia centra-se em uma avaliação daquilo que os indivíduos acreditam ser capazes de

fazer com as capacidades e competências que possuem.

A auto eficácia tem forte influência no desempenho escolar dos estudantes. Para

Pajares (2008), os estudantes que possuem alto senso de auto eficácia utilizam mais

estratégias cognitivas e são mais persistentes ao executarem tarefas do que estudantes

com baixo senso de auto eficácia. Ou seja, alunos com elevado senso de auto eficácia,

geralmente se esforçam mais para resolver as tarefas, o que afeta também sua capacidade

de aquisição de competências e habilidades [CASTRO 2009].

Assim como experiências bem-sucedidas influenciam na auto eficácia,

experiências fracassadas influenciam negativamente a percepção dos alunos sobre si

mesmos, acarretando em baixo desempenho escolar, falta de motivação ou problemas

emocionais como, por exemplo, baixa autoestima. Rodrigues e Barrera (2007) citam que

a crença sobre auto eficácia deve ser realista e respeitar a própria capacidade para que não

gere frustração entre os indivíduos, mas que a auto eficácia elevada de maneira não

excessivamente fantasiosa pode encorajar a perseverança e o esforço do aluno.

Gaudreau et al.(2012) mostraram que a percepção de auto eficácia também

influencia a motivação dos professores. De acordo com Alvarenga (2014), professores

com crenças mais sólidas de auto eficácia adaptam-se mais facilmente a mudanças

curriculares, são mais comprometidos com o ensino, desenvolvem procedimentos mais

eficazes para lidar com alunos com dificuldades de aprendizagem, assumem uma postura

mais democrática na sala de aula e são mais propensos a introduzir práticas de ensino

consideradas inovadoras.

De acordo com Ertmer et al. (2003), professores que têm alto senso de auto

eficácia para ensinar com tecnologias mostram mais motivação e persistência nestas

tarefas. Neste contexto, auto eficácia refere-se à crença do professor em sua capacidade

de se apropriar de tecnologias no processo de ensino e aprendizagem [ALVARENGA e

AZZI 2009].

Alvarenga (2014) enfatiza que há uma série de fatores que interferem no processo

de apropriação das tecnologias pelos professores, por exemplo, a dificuldade de acesso

aos recursos tecnológicos, falta de tempo para preparar aulas com metodologia

diferenciada, falta de apoio técnico e pedagógico, idade, área de atuação e formação,

tempo de docência, experiência prévia com o computador, acesso ao computador na

própria residência ou trabalho, frequência de uso e o fato de sentirem-se preparados e

motivados para utilizar as TICs nas aulas.

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2.4 Trabalhos Correlatos

Na literatura científica, alguns autores buscaram vincular as temáticas abordadas e assim

relacionar a evolução das tecnologias, sua utilização na educação, a percepção dos alunos

sobre suas capacidades para utilizá-las de maneira eficaz e seu desempenho. Neste

contexto, esta subseção pretende apresentar algumas destas pesquisas e iniciativas que

buscam fomentar a discussão sobre políticas públicas para incluir digitalmente os alunos.

Para sua construção as palavras-chave utilizadas para a pesquisa bibliográfica foram: auto

eficácia e tecnologia, auto eficácia e educação, educação e tecnologia.

Tomte e Hatlevik buscaram analisar a relação entre auto eficácia, tecnologias de

informação e comunicação e gênero em “Gender- diferences in self-efficacy ICT related

to various ICT user profiles in FInland and Norway. How self-efficacy, gender and ICT

user profiles relates do findings from PISA 2006”. Neste estudo, buscou-se relacionar os

dados do PISA 2006 ao nível de auto eficácia de usuários de TICs da Finlândia e Noruega.

Nos países destacados neste estudo, o acesso às TICs é garantido a praticamente toda a

população, independentemente de seu gênero ou status social e cultural. A partir dos

resultados, pode-se concluir que um crescente nível de auto eficácia em tarefas de alta

capacidade cognitiva utilizando as TICs está relacionado à utilização das TICs tanto em

ambientes educacionais quanto familiares. Isso mostra que a frequência com que alunos

utilizam as TICs afeta sua capacidade de resolver tarefas utilizando-as. Relacionando aos

dados encontrados no PISA 2006, os governos finlandês e norueguês iniciaram projetos

com o objetivo de desenvolver o uso de TICs nas escolas e, assim, garantir que os alunos

estejam preparados para entrar no mercado de trabalho. Também foi destacada a

importância da preparação do corpo docente para a utilização das TICs em sua

metodologia de ensino.

Em “A ressignificação da formação e da prática docente tendo as tecnologias

como ferramentas na mediação pedagógica”, os autores enfatizam que a educação no

século XXI tem como marco significativo a presença de paradigmas tecnológicos e que

este é o grande desafio que as instituições de ensino e os docentes terão que enfrentar nos

dias atuais. As instituições de ensino vêm sendo confrontadas com novos cenários

impostos pelas novas tecnologias e terão que se adaptar à essas mudanças. A utilização

das TICs como mediação pedagógica, democratiza o acesso à informação e à educação.

Neste cenário, professores e alunos interagem através de uma plataforma tecnológica

independentemente do tempo ou espaço físico. Este estudo mostra que a utilização das

TICs em atividades acadêmicas estimula o processo ensino-aprendizagem.

Em “Auto eficácia e desempenho escolar de alunos do ensino fundamental”, Silva

et al. buscaram investigar a associação do senso de auto eficácia com o desempenho

escolar, as dificuldades de aprendizagem, o sexo e a idade de crianças das séries iniciais

do Ensino Fundamental da região metropolitana de Florianópolis SC. Para este estudo,

foram utilizados o Teste de Desempenho Escolar (TDE) e o Roteiro de Avaliação do

Senso de Auto eficácia (RASAE). Para os autores, a auto eficácia se destaca como a

variável que mais influencia o comportamento humano e através do estudo realizado,

concluiu que variáveis psicológicas, como a auto eficácia, possuem grande impacto na

aprendizagem escolar. O estudo demonstrou que crianças com desempenho escolar baixo

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apresentaram percepção de auto eficácia também baixo. Resultados semelhantes foram

encontrados por Neves e Faria (2009), quando verificaram que alunos com melhor

aproveitamento em disciplinas como Português e Matemática, por exemplo, tendem a

apresentar uma alta percepção de auto eficácia.

Baseado na análise destes estudos e na literatura científica, pode-se perceber que

a proposta deste trabalho possui relevância para a comunidade educacional, justificando

seu desenvolvimento. Os dados poderão ser utilizados para justificar investimentos em

acesso ou discussões sobre políticas públicas para utilização das tecnologias nas escolas.

3. Método Para este estudo, o método utilizado foi o estudo de caso. Este método se mostrou o mais

adequado, pois permite analisar a teoria sobre a relação entre auto eficácia e o

desempenho dos alunos em seu contexto real, ao focar em uma amostra de estudantes em

uma escola pública no município de Barueri, SP. Assim pretende-se compreender os

temas discutidos, preservando as características e complexidade de um ambiente real. Participaram deste estudo 59 alunos da escola municipal Elvira Lefreve Salles

Nemer, localizada na cidade de Barueri, no estado de São Paulo, na faixa etária de 13 a

15 anos. Também participaram, da mesma escola, quatro professores na faixa etária de

36 a 48 anos. Desses professores, metade possui cursos relacionados à tecnologias e

informática. Os professores e alunos foram convidados a responder a um questionário, um para

os alunos e outro para os professores. Antes de responderem aos instrumentos, ambos os

grupos foram informados dos objetivos da pesquisa e também lhes foi informado que a

participação era voluntária e que os dados seriam utilizados apenas para fins acadêmicos,

preservando-se a imagem dos participantes. A escala utilizada nos questionários foi a escala Likert (ou contínua), com itens

de cinco pontos que contemplam afirmativas que variam de discordo totalmente (1) a

concordo totalmente (5). Os itens versam sobre situações relacionadas a percepção sobre

a capacidade de resolver determinadas tarefas utilizando as TICs.

O questionário voltado aos alunos (Anexo I) foi dividido em quatro blocos:

Avaliação de Acesso, Avaliação de auto eficácia; Avaliação de auto eficácia específica e

Avaliação de utilização da escola. O primeiro bloco foi desenvolvido para avaliar o acesso dos alunos na escola, em

suas casas e se os alunos possuíam conhecimentos prévios sobre TICs, ao questionar

sobre a realização de cursos extracurriculares relacionados à informática. Este bloco

permitiu que os alunos pesquisados fossem divididos em grupos para que fossem

realizadas as análises deste trabalho. O segundo bloco foi construído com base no roteiro de avaliação do senso de auto

eficácia (RASAE) que busca analisar a percepção dos alunos sobre o seu desempenho

acadêmico e sua capacidade de realização. Neste bloco, foram desenvolvidas oito

afirmativas centradas na percepção do aluno sobre seu desempenho escolar. Para estas

afirmativas, foram apresentadas alternativas que variavam entre discordo totalmente e

concordo totalmente e, assim, os alunos deveriam identificar o quanto concordam, ou não,

com as afirmativas apresentadas.

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O terceiro bloco é composto por questões com o objetivo de analisar a percepção

dos alunos sobre seu desempenho ao executar tarefas que exigem o uso de tecnologias.

Assim como no segundo bloco, essas questões foram baseadas no roteiro de avaliação do

senso de auto eficácia, porém foram adaptadas para a realização de tarefas específicas

que exigem capacidade para selecionar e utilizar os recursos disponíveis em um

computador para executar as tarefas. Para este bloco, foram desenvolvidas quatorze

questões que foram utilizadas para avaliar a percepção dos alunos ao desempenharem

diversas tarefas com o auxílio de softwares computacionais e comparar o resultado à

algumas tarefas aplicadas na segunda fase desta pesquisa que consistiu em aplicar tarefas

que os alunos deveriam executar com o auxílio das TICs buscaram analisar a utilização

das TICs na escola. As afirmativas analisam a frequência de uso de TICs e a utilização

do laboratório de informática para aplicação de aulas. Estas questões foram desenvolvidas

com o objetivo de avaliar a influência que a escola possui no desempenho dos alunos ao

disponibilizar laboratórios e oferecer aulas que utilizam tecnologias em sua execução. Por fim, o quarto bloco foi desenvolvido com questões que buscaram analisar a

utilização das TICs na escola. As afirmativas analisam a frequência de uso de TICs e a

utilização do laboratório de informática para aplicação de aulas. Estas questões foram

desenvolvidas com o objetivo de avaliar a influência que a escola possui no desempenho

dos alunos ao disponibilizar laboratórios e oferecer aulas que utilizam tecnologias em sua

execução. O questionário para os professores (Anexo II) foi agrupado em três blocos:

Avaliação de auto eficácia, Avaliação de acesso e disponibilização de recursos e avaliação

de utilização e formação.

No bloco de avaliação de auto eficácia, foram desenvolvidas nove afirmativas que

buscaram avaliar a confiança dos professores ao ministrarem suas aulas utilizando TICs.

Essas afirmativas foram desenvolvidas com base na escala sobre integração das

tecnologias de informática no ensino (EITIE), que tem como objetivo principal identificar

o nível de auto eficácia computacional dos docentes para utilizarem tecnologias no ensino.

No segundo bloco, foram aplicadas sete questões com o objetivo de avaliar a

frequência de uso de computadores e internet nas aulas, a disponibilização destes recursos

e incentivo para utilização dos mesmos pela escola. Por fim, foram aplicadas quatro

questões sobre acesso e utilização destas tecnologias em casa e sobre a relação de sua

formação com TICs. Este questionário permitiu analisar a preparação dos professores

para incorporar as tecnologias em suas aulas, como eles incentivam os alunos e como

contribuem para desenvolver as habilidades que os alunos precisam para desempenhar

atividades utilizando o computador.

Ao término dos questionários aplicados, os alunos também realizaram uma

avaliação com questões baseadas no PISA 2015 que buscaram avaliar as habilidades

exigidas para execução da avaliação e foram utilizadas para avaliar seu desempenho ao

executar tarefas que exigem conhecimentos básicos sobre funcionalidades das

ferramentas computacionais. Foram estabelecidas oito atividades com o auxílio de um

computador. As atividades foram aplicadas no laboratório de informática da escola, com

o auxílio de dois professores. Os alunos deveriam executar as tarefas em até uma hora e

vinte minutos. As atividades solicitadas foram:

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1. Pesquisar em um site de buscas o tema “Inclusão digital”;

2. Editar o texto selecionado a partir da atividade 1 utilizando um editor de textos

formatar com o seguinte padrão:

a. Fonte: Verdana

b. Tamanho: 10

c. Título em negrito

Por fim, o arquivo deverá ser salvo em formato PDF.

3. Criar uma apresentação utilizando textos e mídias (vídeo, sons, imagens, etc.);

4. Criar uma base de dados sobre o tema da atividade 1 e a partir desta base, criar um

gráfico;

5. Baixar uma música de sua escolha;

6. Escolha uma imagem em um site de buscas e edite-a utilizando um recurso de sua

escolha;

7. Salvar os arquivos gerados nas atividades anteriores em um pendrive;

8. Enviar os arquivos em anexo para o e-mail [email protected].

Para cada atividade, foram atribuídas notas que variam entre 1 e 3, sendo 1 para

atividades que o aluno não cumpriu, 2 para atividades que cumpriu parcialmente e 3 para

atividades que cumpriu totalmente.

4. Resultados e Discussão O mapeamento da acesso à tecnologia foi realizado com base na disponibilidade de

recursos físicos (computadores e laboratórios), técnicos (acesso à Internet e softwares

educacionais), a qualidade destes recursos (velocidade da Internet, ano dos computadores

e situação do laboratório) e na quantidade e frequência de aulas que utilizam estes

recursos. Na escola em estudo, há um laboratório com 30 computadores disponíveis, sendo

todos em bom estado de utilização e com acesso à Internet. Porém, apesar de a escola

possuir laboratório, os alunos não têm aulas de informática e a escola não oferece sinal

de Internet aos alunos fora do laboratório. O laboratório é utilizado pelos professores de

matemática uma vez por semana, que aplicam a aula por meio de uma plataforma de

ensino desta matéria, indicada pelo governo.

Entre os 59 alunos participantes da pesquisa, 36 eram do sexo masculino e 23 do

sexo feminino, representando 61% e 39%, respectivamente. Entre estes, a idade média

foi de 14 anos. Para classificar o perfil dos respondentes, foi analisado se o estudante

possuía algum curso extracurricular relacionado ao tema e se possuía acesso à Internet

em casa, com base nas respostas ao quarto bloco do questionário dos estudantes. As

respostas foram mapeadas na Tabela 1.

Tabela 1. Acesso às TICs, em casa e na escola, por gênero (em %).

Questões de avaliação de acesso Masculino Feminino

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Sim Não Sim Não

Eu possuo acesso à internet em casa. 100 - 100 -

Eu possuo computador/ notebook em

casa. 94,5 5,5 87 13

Eu possuo acesso à internet na escola. 63,9 36,1 60,9 39,1

A escola possui laboratórios de

informática bons e atuais. 75 25 43,5 56,5

Eu faço/fiz curso associado à

informática fora da escola. 50 50 4,3 95,7

Eu penso em seguir carreira em áreas

tecnológicas. 47,2 52,8 26,1 73,9

Dos estudantes participantes, 100% afirmaram possuir acesso à Internet em casa

e 91,5% informaram possuir computador ou notebook. Com esses dados, é possível

observar que a questão de acesso, que há alguns anos se tratava apenas sobre o acesso da

população às TICs, se tornou mais complexo e evoluiu para questões como alfabetização

digital e desenvolvimento de capacidades cognitivas para a utilização das TICs de

maneira eficaz. Como a escola não fornece sinal de Internet fora do laboratório, os estudantes que

afirmaram possuir acesso à Internet na escola, se referiram ao acesso no celular, o que

não depende da disponibilização da instituição. A escola oferece sinal de Internet no

laboratório que, para 75% dos meninos e 43,5% das meninas, é bom e atual. Entre as meninas participantes, apenas uma possui curso relacionado,

representando 4,3% da amostra feminina. Entre os meninos, 50% afirmaram já ter

realizado um curso extracurricular relacionado à informática. Ao serem questionados

sobre a pretensão de seguir carreira na área tecnológica, o público masculino se mostrou

mais interessado na área do que o público feminino. Enquanto 52,8% dos meninos

informaram que pretendem seguir na área tecnológica, apenas 26,1% das meninas

mostraram o mesmo interesse, o que mostra que, mesmo com o crescente público

feminino cursando cursos e graduações relacionados à tecnologia, este número ainda é

pequeno quando comparado com a quantidade de homens que seguem a mesma área. Para a análise dos resultados, os alunos foram divididos conforme seu gênero e se

afirmaram ter realizado curso extracurricular relacionado a tecnologias (Tabela 2). Tabela 2. Divisão dos alunos conforme gênero e curso relacionado

Curso relacionado à área Gênero Alunos

Número %

Possuem curso relacionado Masculino 18 30,5

Feminino 1 1,7

Não possuem curso relacionado Masculino 18 30,5

Feminino 22 37,3

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Com relação à auto eficácia geral e específica, as Tabelas 4 e 5 apresentam a

porcentagem de respostas de cada alternativa para cada questão apresentada no

questionário dos alunos separados pelo perfil definido.

Por esses dados, pode-se observar que a maioria dos alunos possui um bom senso

de auto eficácia geral, independentemente de possuir ou não curso extracurricular

relacionado à informática. Sendo assim, na Tabela 3 é possível observar o resultado da

avaliação de auto eficácia agrupado por gênero. A maioria das respostas mostra-se

positiva e indica elevado senso de auto eficácia geral dos alunos.

As questões do primeiro bloco do questionário (avaliação de auto eficácia) que

obtiveram mais respostas positivas (concordo e concordo totalmente) foram as questões

3 e 8, que analisam o que os alunos sentem sobre sua proficiência em leitura e se suas

famílias os consideram bons alunos. Isso mostra que os alunos se consideram bons em

atividades básicas ensinadas na escola e se sentem confiantes sobre isso perante seus

familiares.

Tabela 3. Análise das respostas de auto eficácia geral dos alunos curso por gênero (em %).

Questões Meninas Meninos

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

1. Na escola, eu tenho me

saído bem - - 19,0 76,2 4,8 - 5,6 30,6 50,0 13,9

2. Eu quero parar de

estudar logo. - 4,8 66,7 9,5 19,0 11,1 22,2 16,7 25,0 25,0

3. Eu consigo ler com

facilidade. - - - 60,0 40,0 - - 13,9 52,8 33,3

4. Meus professores me

consideram um bom aluno. - - 33,3 52,4 14,3 5,6 - 38,9 38,9 16,7

5. Eu demoro mais que os

outros alunos para acabar

minhas atividades.

- - 5,0 85,0 10,0 - 11,1 25,0 50,0 13,9

6. Eu lembro com

facilidade do que aprendi 8,7 13,0 60,9 13,0 4,3 - - 50,0 41,7 8,3

7. Eu esqueço rápido o que

aprendi. - 9,1 59,1 22,7 9,1 - 11,1 33,3 41,7 13,9

8. Minha família me

considera um bom aluno. - - 20,0 60,0 20,0 - 11,1 16,7 55,6 16,7

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Tabela 4. Análise das respostas de auto eficácia geral dos alunos que não possuem curso, por gênero (em %).

Questões de auto eficácia geral

Alunos que não possuem curso, por gênero

Masculino Feminino

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

1. Na escola, eu tenho me saído

bem. - - 39 50 11 - - 18 77 5

2. Eu quero parar de estudar

logo. 17 39 22 11 11 18 9 68 5 -

3. Eu consigo ler com facilidade. - - 5 72 22 - - 4 55 41

4. Meus professores me

consideram um bom aluno. - - 39 50 11 - 0 32 50 18

5. Eu demoro mais que os outros

alunos para acabar minhas

atividades.

5 56 28 11 0 9 86 5 - -

6. Eu lembro com facilidade do

que aprendi - - 39 50 11 9 9 64 14 4

7. Eu esqueço rápido o que

aprendi. 22 28 50 - - 5 27 59 9 -

8. Minha família me considera

um bom aluno. - 11 17 61 11 - - 13 50 37

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Tabela 5. Análise das respostas de auto eficácia geral dos alunos que possuem curso, por gênero (em %).

Questões de auto eficácia

geral

Possuem curso, por gênero

Masculino Feminino

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

1. Na escola, eu tenho me

saído bem - 11 22 50 17 - - - 100 -

2. Eu quero parar de estudar

logo. 33 11 11 33 11 100 - - - -

3. Eu consigo ler com

facilidade. - - 22 33 45 - - - - 100

4. Meus professores me

consideram um bom aluno 11 - 39 28 22 - - - 100 -

5. Eu demoro mais que os

outros alunos para acabar

minhas atividades.

17 44 28 11 - - 100 - - -

6. Eu lembro com facilidade

do que aprendi - - 61 33 5 - - 100 - -

7. Eu esqueço rápido o que

aprendi. 17 44 17 22 - - - - 100 -

8. Minha família me

considera um bom aluno. - 11 11 56 22 - - - 100 -

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As questões com mais respostas negativas (discordo e discordo totalmente) foram

as que os alunos deveriam informar se anseiam em parar de estudar, se demoram mais

para finalizar tarefas do que os outros alunos e se esquecem com facilidade o que

aprenderam. Essas respostas negativas indicam fatores positivos sobre os estudantes, pois

a maioria deles afirmou que não deseja parar de estudar logo, acredita que finaliza as

atividades em um tempo adequado e absorve com facilidade o conteúdo aprendido. Isso

mostra que a maioria dos alunos está confiante e possui elevado senso de auto eficácia

em relação ao seu desempenho acadêmico, que acredita ser capaz de desempenhar de

maneira aceitável tarefas escolares e se considera bons alunos na escola regular.

Para o grupo feminino, como apenas uma menina possui curso relacionado, não

foi possível analisar uma tendência de respostas para cada questão do questionário de

auto eficácia geral, para comparar com o grupo que não possui curso, porém a proporção

de respostas para algumas questões se mantém a mesma, como pode ser observado nas

Tabelas 4 e 5. Para as questões 1, 3, 4, 5, 6 e 8 do questionário de auto eficácia geral, as

respostas ficaram concentradas no mesmo grupo de respostas das meninas que não

possuem curso. Isso mostra que este fator não possui grande influência no senso de auto

eficácia geral dos alunos.

Para as questões de auto eficácia específicas, os alunos foram questionados sobre

a execução de tarefas que envolviam ferramentas computacionais para sua execução. As

questões foram elaboradas para verificar se os alunos se sentem aptos a executarem

tarefas simples que exijam o uso de TICs para sua resolução. As Tabelas 6 e 7 apresentam

o percentual de respostas para cada questão apresentada no segundo bloco do questionário,

sendo que o grupo de alunos que não possuem curso extracurricular em informática é

mostrado na Tabela 6, e os que possuem na Tabela 7.

Entre aqueles que não possuem curso extracurricular, é possível observar que,

para algumas atividades mais complexas, as confianças dos alunos de as executarem

corretamente é mais baixa. Para os meninos que não possuem curso extracurricular, o

senso de auto eficácia para atividades como montar planilhas e gráficos, apresentações

com mídias ou criar uma base de dados, que são tarefas que exigem maior capacidade

cognitiva, é baixo.

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Tabela 6. Análise das respostas de auto eficácia específica dos alunos que não possuem curso, por gênero (em %).

Questões de auto eficácia específica

Alunos que não possuem curso, por gênero (em %)

Masculino Feminino

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

9. Eu consigo montar planilhas e gráficos no

computador com facilidade. - 77,80 11,10 11,10 - 9,10 36,40 36,40 18,20 -

10. Eu consigo montar apresentações com mídias

(slides, imagens, vídeos, áudios) com facilidade. 11,10 50 16,70 22,20 - 9,10 22,70 59,10 9,10 -

11. Eu utilizo o editor de texto com facilidade - 16,70 50 22,20 11,10 - 13,60 13,60 63,60 9,10

12. Considero aulas aplicadas com o auxílio de

mídias mais interessantes - - 11,10 55,60 33,30 - - 18,20 59,10 22,80

13. Eu realizo pesquisas com facilidade ao utilizar

recursos tecnológicos - - - 61,10 38,90 - - 9,10 40,90 50

14. Eu consigo editar imagens e fotografias

facilmente utilizando recursos tecnológicos - 22,20 27,80 16,70 33,30 - - 13,60 68,20 18,20

15. Eu consigo decidir qual recurso é mais adequado

para cada tipo de tarefa que eu devo realizar - - 50 38,90 11,10 - 9,10 31,20 50 9,10

16. Eu me distraio facilmente quando estou

utilizando recursos tecnológicos para resolução de

tarefas escolares - 16,70 44,40 27,80 11,10 - 40,90 4,50 54,50 -

17. Eu me sinto capaz de desenvolver uma base de

dados utilizando os softwares adequados - 44,40 33,30 22,20 - 9,10 36,40 18,20 31,20 4,50

18. Eu me sinto capaz de baixar arquivos, músicas

ou programas de internet facilmente - - 22,20 33,30 44,40 9,10 - 9,10 59,10 22,80

19. Eu consigo me livrar de vírus computacionais

com facilidade 27,80 11,10 50 - 11,10 13,60 36,40 36,40 13,60 -

20. Me sinto capaz de escrever e-mails, anexar

arquivos e mensagens nos mesmos e enviá-los

facilmente. - 16,70 22,20 50 11,10 - 13,60 18,20 31,20 36,40

21. Eu utilizo recursos tecnológicos (computador,

internet, planilhas, editor de texto, apresentações)

com frequência para atividades escolares. 11,10 22,20 27,80 33,30 5,60 - 13,60 4,50 54,50 27,30

22. Eu utilizo recursos tecnológicos com frequência

em casa. - - - 38,90 61,10 - - 9,10 36,40 54,50

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Tabela 7. Análise das respostas de auto eficácia específica dos alunos que possuem curso, por gênero (em %).

Questões de auto eficácia específica

Alunos que possuem curso, por gênero (em %)

Masculino Feminino

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

9. Eu consigo montar planilhas e gráficos no

computador com facilidade. - - 66,70 22,20 11,10 - - 100 - -

10. Eu consigo montar apresentações com mídias

(slides, imagens, vídeos, áudios) com facilidade. - 11,10 50 27,80 11,10 - - - 100 -

11. Eu utilizo o editor de texto com facilidade - 11,10 33,30 22,20 33,30 - - - 100 -

12. Considero aulas aplicadas com o auxílio de

mídias mais interessantes - - 27,80 72,20 - - - 100 - -

13. Eu realizo pesquisas com facilidade ao utilizar

recursos tecnológicos - - 22,20 22,20 55,60 - - - - 100

14. Eu consigo editar imagens e fotografias

facilmente utilizando recursos tecnológicos - - 33,30 27,80 38,90 - - - - 100

15. Eu consigo decidir qual recurso é mais adequado

para cada tipo de tarefa que eu devo realizar - - 22,20 55,60 22,20 - - - 100 -

16. Eu me distraio facilmente quando estou

utilizando recursos tecnológicos para resolução de

tarefas escolares - 33,30 38,90 27,80 - - - 100 - -

17. Eu me sinto capaz de desenvolver uma base de

dados utilizando os softwares adequados - 11,10 61,10 5,60 22,20 - - - 100 -

18. Eu me sinto capaz de baixar arquivos, músicas

ou programas de internet facilmente - - - 22,20 77,80 - - - - 100

19. Eu consigo me livrar de vírus computacionais

com facilidade - 11,10 11,10 61,10 16,70 - - - - 100

20. Me sinto capaz de escrever e-mails, anexar

arquivos e mensagens nos mesmos e enviá-los. - - 22,20 33,30 44,40 - - - - 100

21. Eu utilizo recursos tecnológicos (computador,

internet, planilhas, editor de texto, apresentações)

com frequência para atividades escolares. - 11,10 50 38,90 - - - 100 - -

22. Eu utilizo recursos tecnológicos com frequência

em casa. - - - 38,90 61,10 - - - - 100

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Atividades como realizar pesquisas, editar imagens e fotografias, baixar arquivos,

músicas ou vídeos ou enviar e-mail foram as que apresentaram maior senso de auto

eficácia pelos alunos de ambos os sexos. Das respostas obtidas do grupo feminino, 72,7%

que não possuem curso extracurricular ainda afirmam que utilizam com facilidade o

editor de textos. Isso acontece, pois essas são atividades que os alunos realizam com

frequência quando utilizam seus celulares. O desafio é utilizar essas capacidades para a

realização de atividades que exijam maior senso crítico dos alunos.

Entre os meninos que não possuem curso, 50% afirmaram que conseguem decidir

qual o recurso mais adequado para cada atividade para as tarefas que devem realizar.

Entre as meninas, esse número subiu para 59,1%. Por sua vez, 81,8% das meninas

afirmaram utilizar recursos tecnológicos com frequência para realizar atividades

escolares, sendo que apenas 38,9% dos meninos afirmaram fazer o mesmo.

Para 95% dos alunos pesquisados, a escola deveria utilizar os recursos

tecnológicos com mais frequência nas aulas. Esta afirmação corrobora com o fato de que

os alunos não possuem aula de informática e apenas utilizam o laboratório para aulas de

matemática com uma plataforma específica do governo. É possível notar a carência dos

alunos por aulas específicas que os preparem para a utilização das tecnologias em seus

futuros.

Com relação aos alunos que possuem curso extracurricular, é possível observar

que os alunos afirmam montar apresentações com mídias, editar textos, realizar pesquisas,

editar imagens com facilidade. Estes alunos demonstraram maior confiança em algumas

atividades, sendo que 33,3% afirmaram conseguir montar planilhas e gráficos no

computador, 78,8% afirmaram conseguir se livrar de vírus computacionais com facilidade,

38,9% afirmam utilizar recursos tecnológicos com frequência para atividades escolares e

todos eles afirmam utilizar estes recursos com frequência em casa. Este estudo também

mostra que, mesmo que 100% dos alunos possuam acesso à Internet em casa, nem sempre

este acesso é utilizado para fins educacionais. Aproximadamente 40% dos meninos e 82%

das meninas afirmaram que utilizam recursos computacionais com frequência para

realizar tarefas escolares em casa, mas a grande maioria dos mesmos afirma que se distrai

facilmente com sites, redes sociais etc. ao realizarem essas tarefas. Realizar tarefas

escolares em casa pode estimular a autonomia dos alunos ao utilizarem TICs para sua

resolução e, com isso, desenvolver suas habilidades cognitivas para a utilização de

recursos computacionais.

Para os professores, foi aplicado um questionário com o objetivo de verificar sua

preparação para incorporar TICs nas aulas. Os respondentes foram divididos em dois

grupos: os que possuem curso ou formação relacionados à informática e os que não

possuem.

No questionário de auto eficácia específica, avaliado na Tabela 8, é possível

verificar que os professores que possuem curso ou formação relacionados, possuem maior

confiança ao avaliarem softwares para aprendizagem, utilizar regularmente recursos

tecnológicos nas aulas e incluir as tecnologias nas aulas quando houver necessidade.

Nota-se que o grupo que possui curso ou formação na área mostra mais

desenvoltura e confiança ao utilizar as TICs nas aulas e, portanto, auxilia melhor os alunos

para sua utilização.

No questionário de acesso e utilização aplicado aos professores, estes foram

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questionados sobre a utilização de recursos tecnológicos ao ministrarem suas aulas. O

grupo que possui formação afirmou utilizar com frequência as TICs em aula, enquanto o

grupo que não possui formação afirmou que não utiliza com frequência. Nesse contexto,

50% discordaram da afirmação e 50% se mantiveram imparciais (não concorda, nem

discorda), como pode ser observado na Tabela 9.

Com este questionário, foi possível notar que os professores não recebem

incentivos para a incorporação das TICs em suas aulas. Além da aula de matemática, que

é aplicada uma vez por semana no laboratório de informática para que os alunos utilizem

uma plataforma para a resolução de atividades, em nenhuma outra disciplina é utilizado

o laboratório de informática ou outros tipos de recursos computacionais com frequência.

Vale destacar que essa prática não é cobrada pela direção da escola. Pode-se observar que

a direção da escola ainda não recebe os incentivos do governo para que todas as aulas

preparem os alunos para utilizar os recursos tecnológicos disponíveis para resolver tarefas

com mais eficácia e eficiência, como será exigido deles em seu futuro profissional e

acadêmico.

De acordo com a pesquisa realizada, 50% dos professores questionados acreditam

que não recebem incentivos da direção para utilizar o auxílio de tecnologias em suas aulas

e 75% acreditam que os alunos deveriam ter aulas de informática.

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Tabela 8. Análise das respostas de auto eficácia específica dos professores (em %).

Questões de auto eficácia específicas Possuem formação ou curso relacionado Não possuem formação ou curso relacionado

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

1. Eu me sinto confiante em minha capacidade de

avaliar softwares (programas de computador) para o

ensino e aprendizagem. - - - 50 50 - - 100 - -

2. Eu me sinto confiante de que sou capaz de utilizar

a terminologia de informática correta quando oriento

os alunos a usarem o computador. - - - 100 - - - - 100 -

3. Eu me sinto confiante de que sou capaz de

desenvolver formas criativas de lidar com restrições

do sistema (como cortes de orçamento para

aquisição de recursos tecnológicos) e continuar a

ensinar bem com tecnologias.

- - 100 - - - 50 50 - -

4. Eu me sinto confiante em solicitar e avaliar

projetos desenvolvidos pelos alunos, utilizando-se

de tecnologias. - - - - 100 - - - - 100

5. Eu me sinto confiante de que minha capacidade de

atender as necessidades dos meus alunos em relação

às tecnologias melhorará continuamente. - - - 100 - - - - 100 -

6. Eu me sinto confiante de que sou capaz de

motivar meus alunos a participarem de projetos que

envolvem o uso de tecnologias de informática. - - - - 100 - - - 100 -

7. Eu me sinto confiante de que sou capaz de me

sentir à vontade ou confortável durante o uso de

tecnologias em minhas aulas. - - - - 100 - - 50 50 -

8. Eu me sinto confiante de que sou capaz de usar

regularmente os recursos tecnológicos nas minhas

aulas de maneira eficaz. - - - - 100 - - 50 50 -

9. Eu me sinto confiante de que sou capaz de incluir

as tecnologias nas minhas aulas sempre que percebo

que é apropriado para a aprendizagem dos alunos. - - - 50 50 - - 50 50 -

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Tabela 9. Análise das respostas de acesso e utilização dos professores (em %).

Questões de acesso e utilização Possuem formação ou curso relacionado Não possuem formação ou curso relacionado

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

Discordo

totalmente Discordo Imparcial Concordo

Concordo

totalmente

10. Eu utilizo recursos tecnológicos (computador,

internet, planilhas, editor de texto, apresentações)

com frequência para atividades escolares - - 50 - 50 - - 50 50 -

11. Eu utilizo recursos tecnológicos com frequência

em casa - - - 50 50 - - 0% 100 -

12. Utilizo com frequência o auxílio de recursos

tecnológicos (apresentações em slides, mídias,

computadores) em minhas aulas - - - 50 50 - 50 50 - -

13. A escola oferece aulas de informática 100 - - - - 100 - - - -

14. Eu acredito que a escola deveria utilizar os

recursos tecnológicos com mais frequência nas aulas - - - 50 50 - - 50 50 -

15. Eu recebo incentivos da direção da escola para

utilizar o auxílio de tecnologias em minhas aulas - - 50 50 - - - 100 - -

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Com relação às atividades propostas, a Tabela 10 mostra as médias de

desempenho que os alunos obtiveram nas mesmas. Esta nota foi calculada através da

média aritmética das notas obtidas pelos alunos nas tarefas aplicadas, conforme o grupo

de análise. A média aritmética se mostrou a melhor escolha, pois não houve grande

variação entre as notas dos alunos do mesmo grupo.

Nesta tabela, pode-se observar que o gênero não exerceu grande influência no

desempenho ao executar as tarefas utilizando TICs. O fator que influenciou o aumento

das notas foi o fato de o aluno já ter realizado cursos sobre este assunto. Tais alunos

possuem elevado senso de auto eficácia e, consequentemente, melhor desempenho ao

executar as tarefas. Isso mostra que ao preparar os alunos para executar tarefas

relacionadas à tecnologia, e aumentando sua familiaridade com os recursos

computacionais, os estudantes estarão mais preparados para utilizar as TICs para a

resolução de tarefas a fim de alcançar os resultados desejados.

Tabela 10. Média do desempenho dos alunos nas tarefas

Alunos Gênero Média do desempenho nas

tarefas utilizando TICs

Possuem curso

relacionado Masculino 2,5 Feminino 2,6

Não possuem

curso relacionado Masculino 2,3 Feminino 2,2

Ao relacionar o resultado apresentado na Tabela 10 com o questionário de auto

eficácia geral, os alunos que apresentaram auto eficácia geral mais baixa (querem parar

de estudar logo ou não acreditam que são bons alunos, por exemplo), tiveram nota média

2,4 nas atividades aplicadas. Porém, percebe-se que estes alunos obtiveram mais

facilidade nas atividades que exigem menos habilidades cognitivas e senso crítico, como

realizar pesquisas na Internet ou realizar o download de músicas, nas quais obtiveram

nota média 2,9, enquanto nas atividades que exigiam tais habilidades, como criar uma

base de dados e um gráfico, a média obtida foi 1,5, o que mostra que estes alunos possuem

dificuldades ao executarem tarefas mais complexas e que exigem mais esforços para sua

execução.

Ao comparar a atividade 1 do questionário de auto eficácia específica, que se

tratava sobre pesquisa na Internet, percebe-se que todos tiveram nota média 3 e 90%

responderam entre 4 e 5 (concordo e concordo totalmente) a afirmativa de que o fariam

com facilidade. Ainda, ao comparar a atividade 3 com as respostas da questão 10 do

mesmo questionário, que questionava sobre habilidades para criar apresentações,

percebe-se que aqueles que apresentaram melhor auto eficácia, corresponderam em seu

desempenho na atividade, ou seja, em uma tarefa que exige um pouco mais do que editar

um texto, aqueles com senso de auto eficácia mais alto conseguiram melhores resultados.

A atividade que obteve menor nota média foi a atividade 4, que solicitava aos

alunos que criassem uma base de dados e um gráfico relacionado à esta base. A nota

média nesta atividade para os alunos que possuem curso extracurricular relacionado à

informática foi 1,7 e para os alunos que não possuem foi 1,3. Esta nota corrobora com a

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análise de auto eficácia específica dos alunos, na qual aproximadamente 89% dos

meninos e 82% das meninas que não possuem curso extracurricular associado à

informática apresentaram baixo senso de auto eficácia (entre discordo totalmente e

imparcial) nas questões 9 e 17, e aproximadamente 70% dos meninos que possuem curso

afirmaram o mesmo.

Na aplicação das tarefas, pode-se notar que os alunos possuem extrema facilidade

em baixar imagens e músicas (Tarefa 5) e, ao comparar o desempenho na tarefa 5 com a

questão 18 da avaliação de auto eficácia específica, que era relacionada a facilidade que

os alunos possuíam em baixar arquivos e músicas na Internet, 100% dos alunos que

possuem curso afirmaram realizar esta tarefa com facilidade e aproximadamente 80% dos

que não possuem afirmam o mesmo.

A Tabela 11 mostra a pontuação média dos alunos por tarefa. Como o gênero não

apresentou grande influência no desempenho, os alunos foram divididos entre dois grupos:

os que possuem curso relacionado à informática e aqueles que não possuem.

Tabela 11. Média do desempenho dos alunos por tarefa

Tarefa

1

Tarefa

2

Tarefa

3

Tarefa

4

Tarefa

5

Tarefa

6

Tarefa

7

Tarefa

8

Possuem curso relacionado 3 2,8 2,2 1,7 2,9 2 2,9 2,5

Não possuem curso relacionado 3 2,4 2 1,3 2,7 1,7 2,9 2,3

Assim, é possível observar que conforme os alunos afirmaram na análise de auto

eficácia, possuem facilidade em realizar pesquisas na Internet, utilizar o editor de textos

e baixar arquivos e músicas. Para as tarefas que exigiam estas capacidades, os alunos que

possuíam curso alcançaram a pontuação média de 3 pontos, 2,8 pontos e 2,9 pontos,

respectivamente. Todos os alunos avaliados foram capazes de realizar estas atividades.

As tarefas que os alunos possuíram mais dificuldades, de acordo com a pontuação,

foram as atividades 4 e 6, que solicitavam aos alunos que montassem uma base de dados

e um gráfico utilizando uma ferramenta adequada e editar uma foto utilizando um

software adequado. Essas tarefas exigiam uma maior capacidade cognitiva dos alunos,

portanto, nota-se que a dificuldade foi maior para sua execução. Apenas 44% dos alunos

foram capazes de realizar essas tarefas de maneira parcial e nenhum aluno completou as

tarefas conforme solicitado.

Ao comparar o desempenho dos alunos nas tarefas aplicadas com o desempenho

do Brasil no PISA 2015, pode-se concluir que o governo possui o desafio de criar

programas de ensino que desenvolvam as habilidades cognitivas e senso crítico dos

alunos ao resolverem tarefas e investir na formação dos professores para que estejam

aptos a enfrentar os desafios das salas de aula e, assim, aumentar o desempenho e a

qualidade de formação dos estudantes brasileiros.

5. Considerações Finais Os resultados obtidos permitiram observar que há uma forte relação entre o senso de auto

eficácia dos alunos com seu desempenho em realizar tarefas. Também pode-se verificar

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a relação entre a preparação prévia dos estudantes e a familiaridade com recursos

tecnológicos com seu senso de auto eficácia específico para lidar com essas tarefas, e

como isso afeta seu desempenho ao executá-las. É importante que os estudantes se sintam

aptos a utilizarem da melhor maneira os recursos e informações que possuem, para que

isso aumente seu senso de auto eficácia e, consequentemente, seu senso crítico e

desempenho ao resolver problemas e alcançar um objetivo. Neste estudo, as tarefas foram desenvolvidas para analisar o desempenho dos

alunos ao utilizarem tecnologias de informação e comunicação, mas ao observar o senso

de auto eficácia geral e o desempenho dos alunos brasileiros no PISA 2015, pode-se

concluir que os alunos possuem diversos pontos a serem desenvolvidos no que se refere

à formação de qualidade. Além de melhor formação básica de qualidade, o governo deve

focar no desenvolvimento de habilidades que envolvam o uso de tecnologias para melhor

preparar os jovens brasileiros para o futuro na sociedade. A preparação para utilização de tecnologias como meio de pesquisas e obtenção

de informação oferece autonomia aos estudantes na busca por respostas e resolução de

problemas em um processo de construção do conhecimento. A formação do aluno deve

buscar a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de

utilizar as diferentes tecnologias para, assim, garantir a preparação dos estudantes para o

mundo atual.

Um importante aspecto a ser considerado na criação de práticas de ensino é a

formação e preparação dos professores para que eles possam integrar as tecnologias às

práticas pedagógicas, integrando e melhorando a preparação dos jovens para o mundo

contemporâneo. É fundamental que os professores recebam os incentivos e recursos

adequados para que este desenvolvimento aconteça.

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ANEXO I

Informações para o (a) participante voluntário (a)

Você está convidado (a) a responder este questionário que faz parte da coleta de dados para uma

pesquisa de utilização de tecnologias de informação e comunicação e auto eficácia. Essa coleta

de dados é necessária para uma das fases da elaboração do meu trabalho final de graduação no

curso Sistemas de Informação da Universidade Federal de Itajubá, sob a orientação da Profa.

Adriana Prest Mattedi e do Prof. Rodrigo Duarte Seabra.

Ao responder o questionário, seus dados serão mantidos em sigilo e os resultados obtidos serão

utilizados somente para fins de pesquisa.

Sua colaboração é muito importante para a nossa pesquisa, agradecemos sua atenção!

Data: ___/___/______ Turma: _________ N° Chamada: ____________

Idade: Sexo: Feminino Masculino

Avaliação de Acesso

Abaixo são apresentadas algumas afirmações e você deve indica se são verdadeiras ou

não.

Eu possuo acesso à internet em casa.

Eu possuo computador/notebook em

casa.

Eu possuo acesso à internet na escola.

A escola possui laboratórios de

informática bons e atuais.

Eu faço/fiz curso associado à

informática fora da escola.

Eu penso em seguir carreira em áreas

tecnológicas.

Avaliação de Auto Eficácia

Abaixo são apresentadas algumas frases e você deve dizer o quanto concorda ou discorda destas.

Basta assinalar uma das opções apresentadas, que variam entre Discordo Totalmente e Concordo

Totalmente.

1. Na escola, eu tenho me

saído bem

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2. Eu quero parar de

estudar logo.

3. Eu consigo ler com

facilidade.

4. Meus professores me

consideram um bom

aluno.

5. Eu demoro mais que os

outros alunos para

acabar minhas

atividades.

6. Eu lembro com

facilidade do que

aprendi.

7. Eu esqueço rápido o

que aprendi.

8. Minha família me

considera um bom

aluno.

Avaliação de auto eficácia específica

9. Eu consigo montar

planilhas e gráficos no

computador com

facilidade.

10. Eu consigo montar

apresentações com

mídias (slides, imagens,

vídeos, áudios) com

facilidade.

11. Eu utilizo o editor de

texto com facilidade

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12. Considero aulas

aplicadas com o auxílio

de mídias mais

interessantes

13. Eu realizo pesquisas

com facilidade ao

utilizar recursos

tecnológicos

14. Eu consigo editar

imagens e fotografias

facilmente utilizando

recursos tecnológicos

15. Eu consigo decidir qual

recurso é mais adequado

para cada tipo de tarefa

que eu devo realizar

16. Eu me distraio

facilmente quando estou

utilizando recursos

tecnológicos para

resolução de tarefas

escolares.

17. Eu me sinto capaz de

desenvolver uma base de

dados utilizando os

softwares adequados.

18. Eu me sinto capaz de

baixar arquivos, músicas

ou programas de internet

facilmente.

19. Eu consigo me livrar de

vírus computacionais

com facilidade

20. Me sinto capaz de

escrever e-mails, anexar

arquivos e mensagens

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nos mesmos e enviá-los

facilmente.

21. Eu utilizo recursos

tecnológicos

(computador, internet,

planilhas, editor de texto,

apresenta-ções) com

frequência para

atividades escolares.

22. Eu utilizo recursos

tecnológicos com

frequência em casa.

Avaliação de utilização da escola

23. As aulas são aplicadas

com o auxílio de

recursos tecnológicos

(apresentações em

slides, mídias,

computadores).

24. A escola oferece aulas

de informática.

25. Os alunos vão com

frequência ao

laboratório de

informática da escola.

26. Os professores me

auxiliam na utilização

de recursos

tecnológicos para a

resolução das tarefas

escolares.

27. Eu acredito que a

escola deveria utilizar

os recursos

tecnológicos com mais

frequência nas aulas.

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ANEXO II

Data: ___/___/______

Idade:

Formação:

Avaliação de Auto Eficácia

Serão apresentadas algumas frases e você deve dizer o quanto concorda ou discorda destas. Basta

assinalar uma das opções apresentadas, que variam entre Discordo Totalmente e Concordo

Totalmente.

Sinta-se à vontade para inserir comentários.

1. Eu me sinto confiante

em minha capacidade

de avaliar softwares

(programas de

computador) para o

ensino e

aprendizagem.

2. Eu me sinto confiante

de que sou capaz de

utilizar a terminologia

de informática correta

quando oriento os

alunos a usarem o

computador.

3. Eu me sinto confiante

de que sou capaz de

desenvolver formas

criativas de lidar com

restrições do sistema

(ex. cortes de

orçamento para

aquisição de recursos

tecnológicos) e

continuar a ensinar

bem com tecnologias.

4. Eu me sinto confiante

em solicitar e avaliar

projetos desenvolvidos

pelos alunos,

utilizando-se de

tecnologias.

5. Eu me sinto confiante

de que minha

capacidade de atender

as necessidades dos

meus alunos em

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relação às tecnologias

melhorará

continuamente.

6. Eu me sinto confiante

de que sou capaz de

motivar meus alunos a

participarem de

projetos que envolvem

o uso de tecnologias de

informática.

7. Eu me sinto confiante

de que sou capaz de

me sentir à vontade ou

confortável durante o

uso de tecnologias em

minhas aulas.

8. Eu me sinto confiante

de que sou capaz de

usar regularmente os

recursos tecnológicos

nas minhas aulas de

maneira eficaz.

9. Eu me sinto confiante

de que sou capaz de

incluir as tecnologias

nas minhas aulas

sempre que percebo

que é apropriado para

a aprendizagem dos

alunos.

Avaliação de Acesso e Disponibilização de Recursos

10. Eu utilizo recursos

tecnológicos

(computador, internet,

planilhas, etc.) com

frequência para

atividades escolares

11. Eu utilizo recursos

tecnológicos com

frequência em casa

12. Utilizo com

frequência o auxílio de

recursos tecnológicos

(apresentações em

slides, mídias,

computadores) em

minhas aulas

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13. A escola oferece aulas

de informática

14. Eu acredito que a

escola deveria utilizar

os recursos

tecnológicos com mais

frequência nas aulas

15. Eu recebo incentivos

da direção da escola

para utilizar o auxílio

de tecnologias em

minhas aulas

16. Eu acredito que a

escola possui recursos

e laboratórios atuais e

adequados para

utilização no processo

de ensino-

aprendizagem

Avaliação de Utilização e Formação

Eu possuo acesso à internet em

casa

Eu possuo computador/notebook

em casa

Eu possuo curso/ formação

associado à informática

Eu penso em realizar cursos

relacionados a tecnologias e

informática

Não Não

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ANEXO III

Eu Fernanda Mendes Garcia, registrada sob o número de matrícula 24105 no curso de

Sistemas de Informação na Universidade Federal de Itajubá localizada na Avenida B P S,

1303 - Pinheirinho, Itajubá - MG, venho por meio deste documento comprometer-me a

aplicar a pesquisa de campo para o trabalho de conclusão de curso da respectiva

universidade, sob a orientação da professora Adriana Prest Mattedi, de forma a gerar

resultados que serão utilizados apenas para fins acadêmicos e seus dados e conclusões

não serão divulgados.

A aplicação deverá ocorrer na escola municipal Elvira Lefevre Salles Nemer no dia

___/___/_________, com supervisão do (a) professor (a)

______________________________________________________________ aos alunos

do último ano do ensino fundamental (9° ano).

O objetivo do trabalho é relacionar a percepção de auto eficácia com o desempenho dos

alunos ao executarem tarefas utilizando tecnologias de informação e comunicação. Os

alunos deverão responder um questionário de auto eficácia (Anexo A), elaborado por mim

e conjunto com a minha orientadora de TCC Adriana Prest Mattedi e em seguida deverão

executar algumas atividades com o auxílio de tecnologias (Anexo B). A participação dos

alunos será voluntária.

Me comprometo a apresentar uma cópia do artigo final a secretaria de educação do

município de Barueri para acompanhamento dos resultados, a não interferir no andamento

das aulas regulares dos alunos e a não os expor a nenhuma atividade fora do acordado

com a secretaria de educação do município de Barueri SP.

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Fernanda Mendes Garcia

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Responsável – Secretaria da Educação

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Responsável – E.M. Elvira Lefevre Salles Nemer

Barueri, ____ de ______________________ de 2018.

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