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MIGRAÇÕES Aumentar a fonte Diminuir a fonte ACOLHIDOS - Imigrantes haitianos que obtiveram visto de trabalho por cinco anos, em fábrica da cidade de Nova Odessa (SP) Crédito: Gustavo Magnusson/Fotoarena O número de estrangeiros que emigrou para o Brasil cresceu 50% nos primeiros seis meses do ano passado em comparação com o total de 2010, e os pedidos de refugiados mais que triplicou em 2012, em comparação com o total daquele ano, de acordo com o Ministério da Justiça. A imagem favorável do país no exterior e o bom momento de crescimento econômico, em meio a uma crise econômica internacional e a guerras e conflitos, tornaram o país uma rota de interesse e de refúgio. Como resultado desse cenário, há também um significativo retorno de brasileiros que haviam partido para o exterior. O Brasil fechou o ano de 2012 com 1,5 milhão de estrangeiros legalizados e vivendo regularmente no país, com vistos permanentes ou temporários. Em 2010, esse número era de 960 mil. Naquele ano, o Censo já identificou um forte crescimento percentual da presença de imigrantes durante a década, e metade dos estrangeiros recenseados havia chegado nos dois anos anteriores, ou seja, quando começou a crise financeira internacional. A maioria dos imigrantes, porém, vem de países vizinhos da América Latina, mais pobres, embora o número de asiáticos e africanos esteja aumentando. O Brasil como novo destino https://almanaque.abril.com.br/materia/o-brasil-como-novo-destino 1 de 7 31/01/2014 23:23

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MIGRAÇÕES

Aumentar a fonte Diminuir a fonte

ACOLHIDOS - Imigrantes haitianos que obtiveram visto de trabalho por cinco anos, em fábrica da cidade de NovaOdessa (SP)

Crédito: Gustavo Magnusson/Fotoarena

O número de estrangeiros que emigrou para o Brasil cresceu 50% nos primeiros seis meses do ano passado emcomparação com o total de 2010, e os pedidos de refugiados mais que triplicou em 2012, em comparação com ototal daquele ano, de acordo com o Ministério da Justiça. A imagem favorável do país no exterior e o bom momentode crescimento econômico, em meio a uma crise econômica internacional e a guerras e conflitos, tornaram o paísuma rota de interesse e de refúgio. Como resultado desse cenário, há também um significativo retorno debrasileiros que haviam partido para o exterior.

O Brasil fechou o ano de 2012 com 1,5 milhão de estrangeiros legalizados e vivendo regularmente no país, comvistos permanentes ou temporários. Em 2010, esse número era de 960 mil. Naquele ano, o Censo já identificou umforte crescimento percentual da presença de imigrantes durante a década, e metade dos estrangeiros recenseadoshavia chegado nos dois anos anteriores, ou seja, quando começou a crise financeira internacional. A maioria dosimigrantes, porém, vem de países vizinhos da América Latina, mais pobres, embora o número de asiáticos eafricanos esteja aumentando.

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O Brasil é visto pelos migrantes como uma boa aposta para melhorar de vida – e um país mais acolhedor que os daUnião Europeia (UE), que endureceram as restrições aos imigrantes.

Tradicionalmente, a taxa anual de imigração e emigração no Brasil é relativamente estável. Mas ocorrem picosesporádicos de entrada e saída. O mais recente episódio é a entrada mensal de centenas de haitianos pelasfronteiras do país com Bolívia, Peru e Equador. O Haiti é o país mais pobre das Américas, foi assolado por umterremoto que destruiu a capital, Porto Príncipe, em 2010, e o Brasil lidera uma missão militar da ONU no país.

A chegada de haitianos em nosso território começou em 2011, tornou-se maciça no início de 2012, virou notícia efoi o tema da prova de redação desse ano no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As cidades do Acrepróximas à fronteira, como Brasileia e Epitaciolândia, e Tabatinga, no Amazonas, tiveram as ruas ocupadas porgrupos de haitianos em busca de trabalho e moradia, depois de viajar milhares de quilômetros de avião ou barco,caminhão e a pé, pela mata. Sem condições de atender a tantas pessoas, os prefeitos locais pediram socorro aseus governadores e ao governo federal, que iniciou um programa de cadastramento desses estrangeiros.

Os haitianos que chegam empenham suas economias para pagar a viagem e os chamados coiotes – profissionaisque conduzem grupos de imigrantes clandestinos através das fronteiras. No início de 2013, o Ministério da Justiçacontabilizava no país 9 mil haitianos com a situação regularizada. O governo federal está concedendo visto apraticamente todos os que entram. Porém, tenta diferentes medidas para diminuir ou conter essa onda de imigraçãoilegal e ambiciona limitar a concessão de vistos à sua embaixada no Haiti. Chegou a adotar uma quota para vistos,mas desistiu. Atualmente, pede aos países vizinhos (Peru, Equador e Bolívia) que barrem os ilegais e os mandemde volta.

O número de refugiados no país está crescendo. O Brasil colabora com o Alto Comissariado das Nações Unidaspara os Refugiados (Acnur), recebendo refugiados. Além disso, mantém instâncias próprias para conceder orefúgio, como o Comitê Nacional para Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça. Segundo o Conare,mais de 2 mil pessoas pediram refúgio no Brasil em 2012 – mais que o triplo do número registrado dois anos antes.Para 2013, o Conare espera receber 25% mais de pedidos. Entre os novos fluxos de refugiados estão os oriundosda Síria (na Ásia), e Costa do Marfim, Mali e República Democrática do Congo (na África), países que passaramou passam por violentos conflitos civis.

Conceitos

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INTEGRAÇÃO - Feira típica Kantuta, realizada aos domingos pelos imigrantes bolivianos, no bairro Pari, em SãoPaulo

Crédito: EPITáCIO PESSOA/AE

O acompanhamento dos movimentos migratórios é ferramenta importante em demografia. Quem deixa um lugaremigrou e é chamado emigrante; na região onde passa a viver ele imigrou, é chamado imigrante. Existem migraçõesentre cidades, regiões, países e continentes, e a maioria delas ocorre dentro dos países.

Atualmente, apenas uma a cada grupo de 33 pessoas no mundo vive fora de seu país natal. Segundo aOrganização Internacional para as Migrações (OIM, uma entidade independente), há 214 milhões de imigrantesinternacionais. Em 2000, eram 240 milhões.

Existem várias razões que levam as pessoas a migrar, mas a principal delas é econômica – a busca por melhorescondições de vida e trabalho. As pessoas migram também para escapar de perseguição religiosa ou política,guerras ou de calamidades naturais, como terremotos, secas e epidemias. Nesses casos, os imigrantes poderãoser considerados refugiados, como acontece com os haitianos.

Ondas migratórias

As migrações fazem parte da história da humanidade, desde que o Homo erectus deixou a África rumo à Eurásia,há 1 milhão de anos, em busca de alimentos, ou em fuga de alterações climáticas que tornaram o ambiente originalinabitável. As migrações tornaram-se globalizadas a partir das Grandes Navegações, entre os séculos XV e XVI,com a chegada dos europeus às Américas.

O século XIX marcou o início de migrações em massa. Na Europa, a industrialização e a urbanização aumentaramas taxas de natalidade e longevidade e reduziram a de mortalidade – o que provocou um boom no crescimentopopulacional. As mudanças na agricultura geraram êxodo rural, desemprego e pobreza. Esse cenário levou milhõesde irlandeses, ingleses, portugueses, espanhóis, alemães e italianos a cruzar o Atlântico em busca de novas

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oportunidades nas Américas, a partir da segunda metade do século XIX. E o Brasil foi um dos principais destinos.Estima-se que, entre 1850 e 1914, 50 milhões de pessoas tenham desembarcado nas Américas, a maioria vindadas regiões mais pobres do sul e leste europeus (veja a tabela Imigrações para o Brasil).

Muitos desses movimentos receberam o apoio dos governos dos dois lados da jornada. Para os países europeus,estabelecer acordos de migração com países das Américas foi uma solução para o alto nível de desemprego. Paraas nações americanas, as levas de trabalhadores constituíram importante impulso à agricultura em larga escala.

No Brasil, os imigrantes – tanto europeus quanto asiáticos – substituíram a mão de obra nas lavouras de caféquando houve a libertação dos escravos, e engrossaram o contingente de trabalhadores na indústria nascente.

A partir do final do século XX, o avanço das tecnologias de comunicação e informação chegou às migrações. Osimigrantes de baixa escolaridade ainda são maioria – 3,5 milhões, a cada ano, segundo a OIM. Porém, cresce onúmero de migrantes com alta qualificação profissional. Países desenvolvidos buscam nas nações emdesenvolvimento profissionais, principalmente para as áreas de tecnologia e saúde, no que é chamado pelos órgãosda mídia de “caça aos cérebros”.

Nos últimos anos, a Índia tornou-se celeiro de profissionais de computação para os Estados Unidos. E Cuba umafornecedora de médicos. O país, que depois da revolução de 1959 fez da saúde pública uma prioridade, tem 40 milprofissionais da saúde, de diferentes especialidades, atuando em mais de 60 países. Para esses profissionais, avantagem é a remuneração, muito mais alta no estrangeiro; para os países anfitriões, a disposição dos cubanos emtrabalhar em regiões pouco atrativas aos profissionais nacionais, e com salários modestos; e para Cuba, aemigração tornou-se uma das principais fonte de divisas.

Sentidos de migração

O sentido rotineiro das migrações é sempre dos países mais pobres para os mais ricos, por pessoas que buscammelhores condições de vida. Porém, ele é bastante permeado pelo interesse dos países: quem precisa de mão deobra busca, quem tem de sobra oferece. Essa gangorra obedece também à incidência das crises econômicas edos conflitos armados. Em 1917, por exemplo, os Estados Unidos já não precisavam tanto de mão de obra fabril edesqualificada. Daí, passaram a exigir dos candidatos testes de alfabetização. Em seguida, diante das ondasmigratórias dos países do leste europeu, o país fechou totalmente as portas aos migrantes.

Nos anos de 1960, países de língua inglesa – Canadá, Austrália e Estados Unidos – suspenderam as barreiras àmigração. A iniciativa marcou o início do movimento migratório de países latino-americanos, asiáticos e africanospara aqueles países. Hoje, os Estados Unidos abrigam mais de 40 milhões de imigrantes, o que corresponde a 13%da população do país – a maior parte deles, mexicanos. Em 2010, viviam em território norte-americano mais de 11milhões de pessoas nascidas no México. Em 2013, tramitava no Congresso dos Estados Unidos uma reforma nalegislação sobre migração. A proposta prevê a regularização de 11 milhões de clandestinos mas também umendurecimento no monitorameno e na fiscalização das fronteiras.

Na crise do petróleo, nos anos de 1970, as nações tradicionalmente importadoras de mão de obra cortaram osprogramas de imigração. Já os produtores de petróleo, no Oriente Médio, passaram a incentivar a vinda detrabalhadores estrangeiros. No final dos anos de 1980, depois da queda do muro de Berlim, grande onda migratóriaocorreu dentro da própria Europa, com populações do leste europeu se deslocando para as nações mais ricas.

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Barreiras

NO LIMITE - Agentes norte-americanos patrulham o muro construído na fronteira com o México, para impedir aentrada ilegal

Crédito: Mike Blake/ REUTERS

Até a Segunda Guerra Mundial, as migrações ocorriam de maneira relativamente informal, no máximo com acordosbilaterais entre países exportadores e importadores de mão de obra, ao sabor das necessidades nacionais. A partirda década de 1950, as nações mais procuradas para imigração estabeleceram leis cada vez mais rígidas que, nogeral, selecionam os imigrantes por sua qualificação profissional. No extremo, alguns países mantêm muros nasfronteiras, a fim de impedir a entrada de imigrantes. Um dos muros mais conhecidos é a barreira que separaEstados Unidos e México, construída pelo então presidente George W. Bush, em 2006. Ela se estende por 3,2 milquilômetros de fronteira seca entre os dois países, em alguns trechos como cercas poderosas, em outros como ummuro bastante alto para não ser transposto facilmente. Em Israel, o governo finaliza a construção de um muro,iniciada em 2002 alegando motivos de segurança, isolando cidades e terras palestinas da Cisjordânia. E, noMarrocos, a Espanha mantém muros e cercas isolando os territórios de Ceuta e Melilla, para barrar a entrada deafricanos e árabes.

Diante das dificuldades de entrar num país, cresce o número de imigrantes ilegais. Há dois tipos de imigrantesilegais – aqueles que migram voluntariamente e os que são objeto do tráfico de pessoas. A entrada ilegal deimigrantes é um problema não apenas nas fronteiras, mas também no país de destino. Sem documentação e sob oconstante risco de deportação, os imigrantes ilegais são muitas vezes obrigados a se submeter a condiçõesdesumanas de trabalho (trabalho escravo e prostituição). Por concorrerem com a população nativa no mercado detrabalho, os ilegais são comumente vítimas de xenofobia. Discriminados, têm dificuldade em conseguir trabalho,habitação e serviços de saúde. Ainda assim, o número de migrantes ilegais não para de crescer. Segundo a OIM, acada ano, 3,5 milhões de pessoas atravessam as fronteiras de maneira ilegal. Os principais países de destino sãoEstados Unidos, Itália, Reino Unido, Alemanha e França. Em 2010, cerca de 30 milhões de pessoas viviamirregularmente em países estrangeiros.

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Das 28 nações da União Europeia (UE), 27 e mais três países associados (Islândia, Noruega e Suíça) mantêm oAcordo de Schengen, que estabelece o livre trânsito entre os países signatários e o controle comunitário dasfronteiras. Não existe um número oficial da quantidade de pessoas que vivem clandestinamente na área da UE oudo Espaço Schengen. Mas, segundo a Agência de Gestão e Coordenação dos Estados da União Europeia para aSegurança de Fronteiras (Frontex), esse contingente pode variar entre 3 milhões e 8 milhões. Boa parte delesentrou legalmente no país, mas ali permanece, mesmo sem ter obtido o visto de permanência

Ao longo de 2011, milhares de migrantes do norte da África entraram ilegalmente na Europa, após o início dasrevoltas da Primavera Árabe, principalmente viajando de barco até a Itália.

De acordo com a Frontex, esses conflitos aumentaram em 80% a imigração ilegal para a Europa. Em 2011 a UniãoEuropeia registrou, oficialmente, a entrada de quase 141 mil imigrantes ilegais, vindos principalmente da Líbia e daTunísia. O arrefecimento do movimento e, principalmente, o aumento na fiscalização nas fronteiras – principalmentena Grécia e Itália – fizeram com que as tentativas diminuíssem para 72,4 mil em 2012.

Saiu na imprensa

Imigrantes latinos engrossam luta por moradia na cidade

(...) O aumento da imigração de latino-americanos, como bolivianos, paraguaios, peruanos e haitianos, empurrouessas pessoas para favelas, cortiços e terrenos invadidos na cidade de São Paulo. Sem dinheiro para pagaraluguel, eles se tornam cada vez mais conhecidos dos movimentos sem-teto, que os ajudam a se legalizar e entrarnos programas de habitação.

(...) Em 2009, os acordos do Mercosul que dão direito à residência abriram espaço para que todos os bolivianos,paraguaios e chilenos pudessem ter os mesmos direitos civis e sociais dos brasileiros. Em 2011, foi a vez dosperuanos. Com documentos em mãos, eles passaram engrossar as fileiras dos movimentos sociais na cobrança poruma casa própria.

(...) A presença de estrangeiros nas ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto também é comum. “Separa os brasileiros a situação já é complicada, para um boliviano que é explorado em uma tecelagem é pior ainda”,afirma Guilherme Boulos, um dos coordenadores do movimento. (...)

De acordo com estimativa da associação [Associação de Residentes Bolivianos], há cerca de 300 mil bolivianos nacidade de São Paulo. A minoria é regularizada: dados do Ministério da Justiça revelam que, em todo o País, hácerca de 90 mil bolivianos com documentos.

Resumo

Migrações

Conceito Migração é o deslocamento humano de um local ou região para outro dentro de um país, ou para outropaís ou continente. Quem deixa seu local de nascimento ou criação é um emigrante, quem entra em uma novaregião ou país é imigrante.

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Razões e consequências A principal razão para as pessoas migrarem é a busca de trabalho e de uma vidamelhor. Outra razão é a fuga de conflitos armados, perseguição religiosa, étnica e política ou calamidades naturais,como secas, terremotos e epidemias. Neste caso, os imigrantes são chamados de refugiados.

História mundial A humanidade sempre migrou. Mas foi só no final do século XIX e início do século XX queacontecem as migrações em massa, provocadas por mudanças econômicas e guerras. Nas décadas recentes, osfluxos migratórios acontecem de regiões e países em desenvolvimento, como África e América Latina, para Europa,EUA e Japão. Frente ao crescimento no número de imigrantes, os países ricos impõem regras cada vez maisrígidas para a entrada e permanência e chegam a construir muros.

Migrações no Brasil As principais ondas de imigrantes ao Brasil ocorreram entre o final do século XIX e início doXX, quando houve forte migração de europeus para as Américas. Eles vieram substituir a mão de obra escrava daslavouras e trabalhar nas indústrias nascentes. Nos anos de 1980 e 1990, a economia ficou estagnada e milhares debrasileiros foram para outros países.

Tendência atual Como a economia brasileira está em crescimento e há crise econômica no exterior, o históricobrasileiro está se invertendo: os emigrados estão voltando e há mais estrangeiros querendo trabalhar e viver aquido que brasileiros saindo. Desde 2010, está havendo aumento significativo de imigrações.

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