aula18 escmeiosporosos pit

45
1 Escoamento em Escoamento em leitos porosos leitos porosos (fixos e móveis) (fixos e móveis) Velocidade mínima de fluidização Equação de Ergun OPERAÇÕES UNITÁRIAS I OPERAÇÕES UNITÁRIAS I Lei de Darcy Porosidade, Diâmetro hidráulico Leitos fixos Leitos fluidizados Transporte pneumático Equação de Carman-Kozeny

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Page 1: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

1

Escoamento em Escoamento em leitos porosos leitos porosos (fixos e móveis)(fixos e móveis)

• Velocidade mínima de fluidização

• Equação de Ergun

OPERAÇÕES UNITÁRIAS I OPERAÇÕES UNITÁRIAS I

• Lei de Darcy

• Porosidade, Diâmetro hidráulico

Leitos fixos

Leitos fluidizados

Transporte pneumático

• Equação de Carman-Kozeny

Page 2: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

Lei de DarcyLei de Darcy

Henry Darcy em 1856 demonstrou que a velocidade média (v) de um fluido newtoniano quando escoa em regime laminar dentro de um leito poroso é proporcional ao gradiente de pressão e inversamente proporcional à distância percorrida.

L

PKv

)(

v = velocidade média do fluido (fora do leito),

K = constante que depende das propriedades físicas do leito e do fluído.

(-P) = queda de pressão através do leito;

L = percurso realizado no leito poroso;

Page 3: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

3

L

PBv

)( A equação de Darcy

também pode ser escrita da seguinte maneira:

B = coeficiente de permeabilidade;depende apenas das propriedades físicas do leito poroso

Lei de DarcyLei de Darcy

A

Q

Adt

dVv

v = velocidade superficial do fluido(antes ou depois de escoar no leito):

μ = viscosidade do fluído.

Page 4: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

Equação de PoiseuilleEquação de PoiseuilleExplica o escoamento em regime laminar de um fluido newtoniano dentro de um tubo.

2

32

D

v

L

P

L

PDv

)(

32

2 Colocando a equação em termos

da velocidade média no tubo:

Onde:∆p é a pressão (N/m2)v é a velocidade no tubo (m/s) D é o diâmetro (m)L é o comprimento (m)µ é a viscosidade (Pa.s)

Page 5: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

5

L

PBv

tortuosocanal

)(

Comparando as equações:Comparando as equações:

L

PDvtubo

)(

32

2

k

DB

2

Nesta expressão o diâmetro usado deve ser o diâmetro equivalente.

Pode-se pensar em uma expressão para a porosidade:

Darcy modificadaPoiseuille

Page 6: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

Quais são as variáveis que atuam no escoamento de um fluido newtoniano dentro de um leito de partículas sólidas rígidas?

Precisamos de equações para descrever como varia a pressão, com a distância percorrida (altura do leito) e a velocidade do fluido, em função de:porosidade diâmetro de partícula, primeiro em leitos fixos e depois em leitos móveis (ou fluidizados)

Page 7: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

Considerações

• Um leito de percurso curto (L pequeno)

• Usar a pressão piezométrica que incorpora o efeito da pressão (p) e da altura (z) numa variável só: P=p+gz.

• As partículas se distribuem homogeneamente, o que permite a formação de canais de escoamento contínuos e uniformes.

• O leito pode ser modelado como um conjunto de canais tortuosos em paralelo.

• Que o fluxo é laminar (f F = 16/Re ou f D = 64/Re).

Page 8: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

8

PorosidadePorosidade

Em um leito poroso existem vazios (zonas sem partículas).

leitodototalVolume

vazioVolume

Fluido

Leito poroso

v

vc LL’

A porosidade () é definida como a razão entre o volume do leito que não está ocupado com material sólido e o volume total do leito.

Page 9: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

9

Fluxo através de um leito de partículas

Vazio Sólido

Fração

Volume

Massa

ε ε)(1

bb )ρ(SLε)(1 )(SLε)(1 b

fb )ρ(SLε)(1 )(SLε b

Page 10: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

10

Dedução de fórmula para calcular a porosidade a partir da densidade do leito e dos materiais:

)(SLV bT

T

T

V

mB

vs )1(B

vbsb )(SLε)(SLε)1(m T

)(B svs sv

s

B

Page 11: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

11

Volumes no leito

leitodovolumeSLb

sólidasparticulaspelasocupadovolume)1( SLbfluxoparadisponívelvolumeSLb

Volume total do leito

Leito particulado

Conjunto de partículas

Volume = soma dos volumes unitários

Volume vazio

Volume do sólido

Page 12: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

12

A vazão fora do leito é igual a vazão dentro do leito:

SuSu 0Balanço

de massa

Velocidade superficial e velocidade média no leito

lsuperficiavelocidade0 u

0uu

5,0

leitono médiavelocidadeu

Quando o leito não tem partículas: 1

02 uu Se a porosidade for 50%:

uu 0

0u

u

Page 13: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

13

Diâmetro equivalente

Como não se trata do escoamento em uma tubulação cilíndrica devemos usar o conceito de diâmetro equivalente e raio hidráulico.

úmidoperimetro

fluxodeltransversaárea44 Heq RD

líquidosólidoatritodeárea

fluxooparadisponívelvolume4eqD

Multiplicando por L/L

Page 14: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

14

Diâmetro equivalente

líquidosólidoatritodeárea

fluxooparadisponívelvolume4eqD

fluxoparadisponívelvolumeSLb

sólidasparticulaspelasocupadovolume)1( SLb

sb

beq aSL

SLD

14

sólidode volume

sólidodeárea sa

s

eq aD

14

Page 15: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

Diâmetro equivalente

s

eq aD

14

pp

ps DD

Da

63

61

2

Para uma esfera:

peq DD

16

4

as é a área superficial por unidade de volume.

P

Ps V

Aa

Page 16: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

Leito particulado fixo

Como calculamos a perda de pressão no leito?

fff

uff

Ev

gzp

Wv

gzp

22

22

21

11 ˆ

24

2v

D

Lf

PF

f

Para o escoamento de um canal tortuoso temos:

Usamos o Balanço de Energia Mecânica:

f

F Dvf

16

Page 17: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

17

L

PBv

tortuosocanal

)(

Comparando as equações

L

PDvtubo

)(

32

2

k

DB

2

264

2v

D

L

vD

P

ff

vD

LP

ff

232

L

PDv

tortuosocanal

)(

32

2

Page 18: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

18

Substituindo termos:

L

PDv

tortuosocanal

)(

32

1 2

0u

u

peq DD

16

4

lsuperficiavelocidade0 u

leitododentro médiavelocidadeu

L

PDu po

)(

)1(6

4

32

12

L

PDu p

o )(

)1(72 2

32

3

2

2

172

p

o

D

Lup

o

tortuosocanal

uv

Page 19: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

Fluxo Laminar

3

2

20 172

pD

Lup

Como a equação não considera o caminho tortuoso do fluido dentro do leito, os dados experimentais revelam que o valor da constante é maior: 150.

3

2

20 1150

pD

Lup

f

fpp

uDRe

)1(0

Equação de Blake-Kozeny, válida para <0.5 e Rep<10.

Reynolds de partícula:

Page 20: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

20

2kf

p

1

Re

kf

Page 21: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

21

Regimes de escoamentoRegimes de escoamento

f

eqffp

dv

..

Re

Número de Reynolds da partícula:

Definição do regime do fluxo do fluído:

Laminar quando Rep < 40

Turbulento quando Rep > 40

f

fpp

uDRe

0

1

f

fpp

uDRe

)1(0

Page 22: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

22

Fluxo Turbulento

Para o regime turbulento pode propor-se:

3

20 13

p

f

D

Lukp

Experimentalmente: 000,1pRe

Equação de Burke-Plummer

3

20 175.1

p

f

D

Lup

24

2u

D

Lk

P

f

kf

0u

u ph DD

16

4

2)1(

4

12

o

pf

u

D

Lk

P

Page 23: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

23

Equação geral

Equação de Ergun

75.1150

1

3

20

p

p

ReL

D

u

p

No escoamento de gases se usa o valor médio da densidade no leito (ρm) e a vazão mássica (G=ρmū).

3

20

3

2

20 175.11150

p

bf

p

b

D

Lu

D

Lup

75.1150

1

3

2

p

pf

ReL

D

G

p

Page 24: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

24

Escoamento de gases em leitos porosos fixos vG

Page 25: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

25

Formas IrregularesNem todas as partículas tem forma esférica. Na indústria se usam partículas feitas especificamente para aumentar a área superficial para favorecer o contato entre fases na troca de massa e/ou calor.

partículadareal

partículadareal

eequivalentesféricap

partícula

esferas

V

S

D

a

a 6

Dp é o diâmetro da esfera do mesmo volume da partícula.

A partícula irregular é tratada como se fosse uma esfera, introduzindo o fator denominado esfericidade s que permite calcular um diâmetro equivalente.

Page 26: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

26

Exemplo: Cubo

3

26

aV

aS

Qual é a esfericidade da esfera de volume a3?

33

6 pDa

313

13132

6/6

/)6( a

as

realpartícula

eequivalentesfera

VS

ass

aDp316 81.0 s

aDa

ps

31

31

33

6

66

aa

a

V

S 663

2

partículareal

partículareal Diâmetro equivalente da esfera de volume a3?

ps D

a6

131

32

6 aas

Page 27: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

27

Para uma partícula esférica:

22peq dd deq = diâmetro equivalente

dp = diâmetro da partícula

Superfície específica da partículaSuperfície específica da partícula

2

2

.

.

p

eq

d

d

Para partículas quase esféricas do mesmo volume: p

eq

A

d 2.

pp

p

dV

A 6

p

pS V

Aa

partículadavolume

partículadaárea

deesfericida

Page 28: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

28

Partículas não esféricas

A equação de Ergun inclui a esfericidade(multiplicando ao diâmetro de partícula):

3

20

3

2

220 175.11150

ps

b

ps

b

D

Lu

D

Lup

3

20

3

2

20 175.11150

p

bf

p

b

D

Lu

D

Lup

Page 29: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

29

Resposta ao fluxo superficial

O fluido não fornece força de arraste suficiente para se sobrepor a

gravidade e fazer que as partículas se movimentem: Leito fixo.

A velocidade alta as forças de arraste e flotação superam a força da

gravidade e o leito se expande: Leito fluidizado.

Baixa velocidade

Alta Velocidade

p e o aumento da velocidade superficial u0

Enquanto se estabelece a fluidização o p cresce, depois se mantém constante.

Comprimento do leito quando aumenta u0

A altura (L) é constante até que se atinge o estado de fluidização depois começa a crescer.

Page 30: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

30

Resposta a Velocidade Superficial

Page 31: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

31

Quando inicia-se a fluidização, há um aumento da porosidade do leito e da altura também. Essa relação é da pela seguinte expressão:

Sem fluxo Com fluxo

L1

L2

1

2

)1()1( 2211 LSLS

Altura do leito porosoAltura do leito poroso

Page 32: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

32

Velocidade do fluido no canalVelocidade do fluido no canal

Considerando área de fluxo igual, chega-se à equação da velocidade de circulação

do fluído através do canal (vc):

vSSvc .

v = velocidade do fluído livre de partículas;

L’= deslocamento do fluído no interior do leito

L = altura do leito

Fluido

Leito poroso

v

vc LL’.'

L

Lvvc

v

vc

Page 33: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

33

DEFINIÇÃODEFINIÇÃO

A fluidização ocorre quando um fluxo de fluido ascendente através de um leito de partículas adquire velocidade suficiente para suportar as partículas, porém sem arrastá-las junto com o fluido.

Sem fluxo Com fluxo

L1

L2

1

2

O leito assume então o aspecto de um líquido em ebulição e devido a isso surgiu o termo “fluidizado”

Page 34: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

34

FINALIDADEFINALIDADE

A fluidização é empregada em:

• Secagem• Mistura • Revestimento de partículas • Aglomeração de pós • Aquecimento e resfriamento

de sólidos;• Congelamento.

Elevados coeficientes de transferência de calor e massa; Boa mistura dos sólidos; A área superficial das partículas sólidas fica

completamente disponível para a transferência.

Vantagens da Fluidização:

Page 35: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

35

EXEMPLO: resfriador de sólidos

Entrada de sólidos quentes

Entrada de ar

Entrada de ar

Leito fluidizado

Água fria

Saída de ar

Saída de sólidos frios distribuidor

Page 36: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

36

TIPOS DE FLUIDIZAÇÃOTIPOS DE FLUIDIZAÇÃO

1- Fluidização particulada:

Ocorre quando a densidade das partículas é parecida com a do fluido e o diâmetro das partículas é pequeno.

Observe como a presença do leito fluidizado melhora a distribuição do calor de um jato de gás quente no reator

Sem partículas Com partículas

Page 37: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

37

2. Fluidização agregativa: Ocorre quando as densidades das partículas e do fluído são muito diferentes ou quando o diâmetro das partículas é grande.

Page 38: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

38

Equação de ErgunEquação de Ergun

Pode ser utilizada para ambos os regimes, laminar e turbulento:

A equação de Ergun descreve a variação de pressão por unidade de comprimento do leito fluidizado.

23232

2 )1(75,1

)1(150

)(v

dv

dL

P

pp

f

pp

38

Page 39: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

39

Velocidade mínima de fluidizaçãoVelocidade mínima de fluidização

Fg

Fp

O leito somente fluidizará a partir de um certo valor de velocidade do fluido ascendente que seria a velocidade mínima de fluidização (vmf).

Quando temos esta vmf , a força de pressão do fluido (Fp) se iguala a força peso do leito(Fg).

Logo,

(Fp) = (Fg) (Fp) = (Fg)

Page 40: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

40

Velocidade mínima de fluidizaçãoVelocidade mínima de fluidização

Fg

Fp gLSFg p )1.(.).(

SPFp ).( Sabe-se que

Assim, quando Fp = Fg

SPgLSp ).()1.(.).(

S=área transversal da coluna que contém as partículas;

p=densidade da partícula

gL

Pp )1)((

L=altura do leito

gSLF pg )1(

gSLFb )1(

Page 41: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

41

Velocidade mínima de fluidizaçãoVelocidade mínima de fluidização

Regime laminar

A parte final da equação de Ergun é insignificante em relação à primeira, logo temos:

mfvdpL

P23

2)1(150

)(

23

.)1(

)(

150

1dpgv p

mf

mfmf

2

3232

2 )1(75,1

)1(150

)(mf

p

fmf

p

vdp

vdpL

P

mfg

L

Pp )1)((

Considerando

1 p

Page 42: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

42

Velocidade mínima de fluidizaçãoVelocidade mínima de fluidização

Regime turbulento

O termo de velocidade ao quadrado é o único relevante:

23

)1(75,1

)(v

dpL

P

2/1

32 )(756,0

dpgv mf

pmf

2

3232

2 )1(75,1

)1(150

)(mf

p

fmf

p

vdp

vdpL

P

1 p mfg

L

Pp )1)((

Considerando

Page 43: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

43

OA: Aumento da velocidade e da queda de pressão do fluído; AB: O leito está fluidizado; BC: Com o aumento da velocidade, há pouca variação na pressão de maneira instantânea, devido à mudança repentina da porosidade do leito; CD: A velocidade varia linearmente com a queda de pressão até chegar no ponto D. Após o ponto D, as partículas começam a ser carregadas pelo fluído e perde-se a funcionalidade do sistema.

vmf = velocidade mínima de fluidização

va = velocidade de arraste

Leito de ebulição (ou fluidização descontínua)

Transporte pneumático

Etapas da fluidizaçãoEtapas da fluidização

Page 44: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

44

Para determiná-la, usam-se as seguintes relações:

mfleito

sólidaspartículasdetotalmfleitomf V

VV

14

1. 3 mfp

Experimentalmente:

Porosidade mínima de fluidizaçãoPorosidade mínima de fluidização

Page 45: Aula18 EscMeiosPorosos Pit

45

Distribuidor do fluidoDistribuidor do fluidoNuma boa distribuição, a perda de carga na placa deve ser: (a) aproximadamente 10% em relação a do leito, ou;(b) 35 cm ca, ou; Escolher sempre o maior valor.

Placa perfurada Desenho de chapéu

Entalhes horizontais contínuos

Desenho de edifício