aula125 - com- ¦ércio internacional - aula 03

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Comércio Internacional em Teoria e Exercícios para AFRFB Prof. Thális Andrade Prof. Thális Andrade www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 3 4. Integração comercial: zona de preferências tarifárias; área de livre comércio; união aduaneira. 4.1 Acordos regionais de comércio e a Organização Mundial de Comércio (OMC): o Artigo 24º do GATT; Cláusula de Habilitação. 3. Sistemas preferenciais. 3.1. O Sistema Geral de Preferências (SGP). 3.2. O Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) 4.2. Integração comercial nas Américas: ALALC, ALADI, Comunidade Andina de Nações; o Acordo de Livre Comércio da América do Norte; CARICOM. Fala rapaziada! Tudo certo? Como vão os estudos? Vivos desde o último capítulo? Então beleza... Não preciso dizer novamente que vocês não devem hesitar em nos escrever se tiverem algum questionamento. A opinião de vocês é importante para aperfeiçoarmos cada vez mais nosso trabalho e sanar as dúvidas de vocês, ok? Em nossa aula de hoje, falaremos sobre o Regionalismo/Integração Regional. Isso nada mais é do que estudar as exceções à Cláusula da Nação Mais Favorecida, que são permissões para que o processo de regionalismo (ou integração regional para alguns) floresça em meio a um sistema comercial que se baseia no princípio da não discriminação. Para começar nosso estudo da semana, peço a vocês que tenham em mente que tudo que falarmos aqui se refere às exceções para regionalismo comercial, que nada mais é do que uma forma de discriminação autorizada pela OMC para que se criem sistemas preferenciais entre os membros que participam desse esquema em prejuízo dos demais. Prontos para a jornada? Então vamos nessa...

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  • Comrcio Internacional em Teoria e Exerccios para AFRFB Prof. Thlis Andrade

    Prof. Thlis Andrade www.pontodosconcursos.com.br 1

    AULA 3

    4. Integrao comercial: zona de preferncias tarifrias; rea de livre comrcio; unio aduaneira. 4.1 Acordos regionais de comrcio e a Organizao Mundial de Comrcio

    (OMC): o Artigo 24 do GATT;

    Clusula de Habilitao. 3. Sistemas preferenciais. 3.1. O Sistema Geral de Preferncias (SGP). 3.2. O Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC)

    4.2. Integrao comercial nas Amricas: ALALC, ALADI, Comunidade Andina de Naes; o Acordo de Livre Comrcio da Amrica do Norte; CARICOM.

    Fala rapaziada!

    Tudo certo? Como vo os estudos?

    Vivos desde o ltimo captulo?

    Ento beleza...

    No preciso dizer novamente que vocs no devem hesitar em nos escrever se tiverem algum questionamento. A opinio de vocs importante para aperfeioarmos cada vez mais nosso trabalho e sanar as dvidas de vocs, ok?

    Em nossa aula de hoje, falaremos sobre o Regionalismo/Integrao Regional. Isso nada mais do que estudar as excees Clusula da Nao Mais Favorecida, que so permisses para que o processo de regionalismo (ou integrao regional para alguns) floresa em meio a um sistema comercial que se baseia no princpio da no discriminao.

    Para comear nosso estudo da semana, peo a vocs que tenham em mente que tudo que falarmos aqui se refere s excees para regionalismo comercial, que nada mais do que uma forma de discriminao autorizada pela OMC para que se criem sistemas preferenciais entre os membros que participam desse esquema em prejuzo dos demais.

    Prontos para a jornada?

    Ento vamos nessa...

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    Estgios do direito da integrao

    A assinatura do GATT/1947 elevou, pela primeira vez, a regra de no-discriminao ao nvel multilateral. No entanto, a nova sociedade econmica internacional tambm resguardou outros interesses que o pilar da no discriminao no contemplava. Eram valores que necessitavam ser explcitos na normativa multilateral e excepcionassem a clusula da Nao Mais Favorecida (NMF) para acomodar acordos comerciais costurados antes do GATT/1947. Nesse sentido, foram explcitos dispositivos que permitem a fuga para a celebrao de acordos regionais.

    Essa integrao de que se fala fundamentalmente econmica, cujo conceito assume uma identidade hbrida, pois , ao mesmo tempo, processo e situao; enquanto processo, implica medidas destinadas abolio de discriminaes entre unidades econmicas de diferentes Estados; como situao, pode corresponder ausncia de vrias formas de discriminao entre economias nacionais.

    Nessa definio, cabe distinguir ainda a agregao de sujeitos estatais para mera cooperao ou para efetiva integrao. Para Bela Balassa, um dos maiores estudiosos sobre o assunto, a diferena no s qualitativa, mas tambm quantitativa. Enquanto a cooperao inclui uma ao tendente a diminuir a discriminao, a integrao econmica pressupe eliminao de algumas formas de discriminao.

    Para o nosso concurso, devemos saber a seguinte classificao de nveis de integrao:

    Estgio de Integrao Caractersticas

    rea de preferncia tarifria Os direitos aduaneiros e restries quantitativas so abolidos parcialmente. (ex. acordos de alcance parcial da ALADI)

    rea (Zona) de Livre Comrcio

    Direitos aduaneiros e restries quantitativas entre Estados participantes so totalmente abolidos, mas cada pas mantm suas pautas prprias em relao aos pases no membros da ZLC. Aqui, j se busca harmonizao de legislao.

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    Unio Aduaneira

    Alm do livre comrcio entre os membros, harmoniza tarifas em relao ao comrcio com pases no membros Tarifa Externa Comum (TEC). H coordenao de poltica comercial.

    Mercado Comum

    Atinge forma mais elevada de integrao econmica, abolindo-se no s restries comerciais, mas tambm restries ao movimento de fatores produtivos, como trabalho e capital. H coordenao das polticas econmicas.

    Unio Econmica

    Distingue-se do mercado comum por associar supresso de restries e ao movimento de mercadorias e fatores produtivos, certo grau de harmonizao das polticas econmicas nacionais, de forma a abolir as discriminaes resultantes das disparidades existentes entre essas polticas

    Integrao Econmica Total

    Pressupe a unificao das polticas monetrias, fiscais, sociais, e exige o estabelecimento de uma autoridade supranacional cujas decises so obrigatrias para todos os Estados-membros

    Como podem perceber, tratam-se de estgios sucessivos de integrao, da mais rasas para a mais profunda. No entanto, nada impede que se avance para outro estgio sem terminar o anterior (ex. MERCOSUL ainda no atingiu plenamente uma rea de livre comrcio nem uma Unio Aduaneira perfeita).

    Esse movimento regional pode ser classificado, cronologicamente, em duas fases:

    primeira onda do regionalismo Integrao profunda, abrangendo os diversos fatores de produo entre vizinhos geograficamente prximos. O modelo de integrao europeia iniciado na metade do sculo XX a referncia.

    segunda onda do regionalismo Integrao rasa, iniciada nos anos 80 (ex. NAFTA), que abrange liberalizao

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    comercial em alguns nveis, celebrando-se acordos tanto com Estados geograficamente prximos como distantes.

    Nos termos do direito internacional do comrcio, pode-se dizer que os dispositivos que autorizam o fenmeno da integrao econmica so:

    Existem excees antigas como o art. XXV do Acordo Geral que permite a pactuao de derrogaes (waivers) NMF e a Clusula de anterioridade (art. I, 2 do GATT/1947), que dispe que, ao tempo de sua celebrao, a Clusula da Nao Mais Favorecida (NMF) no vai suprimir as preferncias existentes, como as preferncias imperiais britnicas, as preferncias em vigor na Unio Francesa, as preferncias concedidas pelos pases do BENELUX e pelos Estados Unidos, as estabelecidas entre Chile e seus pases vizinhos e as outorgadas pela unio aduaneira do Lbano e Sria Palestina e Cisjordnia.

    No entanto, essas excees NMF no so nem de longe as mais relevantes, pois o art. XXIV do GATT e a Clusula de Habilitao se tornaram vlvulas de escape para o crescimento exponencial da integrao regional nas ltimas dcadas.

    Vejamos cada uma dessas clusulas.

    Artigo 24 (XXIV) do GATT

    Sob este artigo, as partes consentiram em estabelecer critrios para a formao de unies aduaneiras e acordos de livre comrcio no artigo XXIV do GATT, delineando uma srie de normas aplicveis a esses acordos regionais. As partes contratantes reconhecem ento a convenincia de aumentar a liberdade do comrcio, desenvolvendo, mediante acordos livremente firmados, uma integrao maior das economias dos pases que participem nesses acordos.

    Reconhecem tambm que o estabelecimento de uma unio aduaneira ou de uma zona de livre comrcio deve ter por objetivo facilitar o comrcio entre os territrios constitudos e no erguer obstculos maiores do que os anteriormente existentes para outras partes contratantes com esses blocos regionais.

    Segundo suas regras o art. XXIV do GATT ento exige que:

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    - As barreiras comerciais impostas a terceiros pases no sejam no conjunto (on the whole) maiores que aquelas anteriormente adotadas;

    - As barreiras comerciais sejam eliminadas em relao a substancialmente todo o comrcio (substantially all the trade) entre os membros do bloco;

    - Acordos temporrios visando a uma unio aduaneira ou a uma zona de livre-comrcio durem apenas por um perodo razovel de tempo (reasonable period of time) at que esses objetivos sejam atingidos.

    Da mesma forma que o art. XXIV do GATT fez com o comrcio de bens, o art. V do GATS trouxe previso para acordos regionais em dispositivo intitulado de integrao econmica. Apesar de trazer uma parte relativa plena integrao de mercados de trabalho, o dispositivo no trouxe a distino de zonas de livre comrcio e unies aduaneiras presentes no art. XXIV do GATT.

    Outra exceo NMF a Clusula de Habilitao, que permite acordos regionais para pases em desenvolvimento.

    Clusula de Habilitao

    Alm da exceo do artigo XXIV do GATT, a regra da NMF tem sido flexibilizada por diversas excees que permitem arranjos que facilitem a adeso ao livre comrcio. No entanto os pases em desenvolvimento ainda entendiam as regras do GATT como extremamente desvantajosas, uma vez que no reconheciam os distintos nveis de desenvolvimento nas negociaes tarifrias.

    Por essa razo, nos anos 60, passou a ser levantada a necessidade da insero da parte IV do GATT que institucionalizou a noo de que os pases em desenvolvimento mereciam um Tratamento Especial e Diferenciado no mbito do sistema multilateral, mediante observncia de algumas condies. Essa nova seo trouxe a percepo dos pases em desenvolvimento no que diz respeito aos mecanismos para se atingir o desenvolvimento econmico, a exemplo da concesso de preferncias tarifrias no recprocas.

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    Todavia, as prescries dessa nova parte cuidavam mais de objetivos e princpios do que obrigaes legais propriamente ditas. Essa ausncia de compromissos no modificava no plano ftico a situao desses pases. Por outro lado, a positivao dessa crena de que as relaes comerciais so efetivamente assimtricas iria remodelar os acordos comerciais e tarifrios, demandando uma concreta perspectiva desenvolvimentista.

    A que entra o papel da UNCTAD...

    Os pases em desenvolvimento envidaram esforos para concretizar suas reivindicaes, levando a cabo, em 1964, a 2 Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e Desenvolvimento (UNCTAD). Embora essa reunio da UNCTAD tivesse sido um dos maiores eventos do multilateralismo econmico cerca de 4000 delegados representaram mais de 100 pases , num primeiro momento no houve acordo sobre o estabelecimento de preferncias uma vez que os EUA rechaavam qualquer tentativa de derrogar os princpios bsicos que sustentavam o sistema multilateral de comrcio.

    Aps 7 anos de discusso e presso dos pases em desenvolvimento, o ano de 1971 foi marcado pela aceitao dos programas de Sistema Generalizado de Preferncias (SGP) por parte dos pases presentes conferncia. Em uma deciso extremamente vaga, que derrogava (waiver) a clusula da NMF, validou-se o SGP por at dez anos (at 1981), cabendo a cada pas desenvolvido instituir seu prprio programa.

    Mas a autorizao ainda era precria, pois tinha prazo para terminar.

    S em 28 de Novembro de 1979, veio a deciso definitiva sobre tratamento diferenciado e mais favorvel, reciprocidade e maior participao dos pases em desenvolvimento, criando-se a chamada Clusula de Habilitao (Enabling Clause), que possui a seguinte redao:

    Seguindo as conversaes dentro da linha de trabalho das negociaes comerciais multilaterais, as PARTES CONTRATANTES decidem o seguinte:

    1. No obstante as provises do artigo I do Acordo Geral, as partes contratantes podem acordar tratamento diferenciado e mais favorvel aos pases em desenvolvimento, sem estender referido tratamento outras partes contratantes.

    2. As provises do pargrafo 1 aplicam-se de acordo com o seguinte:

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    (a) Tratamento preferencial tarifrio acordado por pases contratantes desenvolvidos aos produtos originrios de pases em desenvolvimento conforme o Sistema Generalizado de Preferncias [SGP],

    (b) Tratamento Diferenciado e mais favorvel com respeito s provises do Acordo Geral concernentes a medidas no tarifrias regidas por provises de instrumentos negociados multilateralmente sob os auspcios do GATT;

    (c) Arranjos regionais ou globais celebrados entre partes contratantes menos desenvolvidas para reduo ou eliminao mtua de tarifas e [SGPC], de acordo com critrios ou condies que possam ser prescritas pelas PARTES CONTRATANTES, para mtua reduo ou eliminao de medidas no tarifrias, sobre produtos importados de outrem;

    (d) Tratamento especial para pases menos desenvolvidos entre pases em desenvolvimento no contexto de quaisquer medidas gerais ou especficas que favoream pases em desenvolvimento.

    [...] [grifou-se]

    A deciso foi parte dos resultados obtidos na Rodada Tquio, acomodando definitivamente a possibilidade de as diversas partes contratantes do GATT concederem um tratamento diferenciado e mais favorvel aos pases em desenvolvimento, excetuando (a exemplo do art. XXIV do GATT) a clusula da NMF.

    Dessa forma, abrigou dentro do sistema OMC, mecanismos de preferncias tarifrias sem exigncia de reciprocidade concedidas entre os prprios pases em desenvolvimento, bem como as concedidas por pases desenvolvidos aos pases em desenvolvimento, a exemplo do Sistema Generalizado de Preferncias (SGP) de 25 de Junho de 1971.

    A Clusula de Habilitao hoje parte integrante do GATT/1994 e, portanto, continua em vigor. Alm de chancelar preferncias tarifrias unilaterais dos pases desenvolvidos aos pases em desenvolvimento (e.g. SGP), extrai-se de sua redao que ela tambm se constitui na base legal para a celebrao de acordos regionais entre pases em desenvolvimento e para o Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC), por meio do qual um nmero de pases em desenvolvimento permuta concesses comerciais entre si.

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    O MERCOSUL, que estudaremos na prxima aula, um exemplo de exceo NMF com base nesta clusula.

    A propsito, vejamos uma questo sobre o tema:

    (ESAF/MDIC/2012) Em relao s obrigaes assumidas pelos Estados Partes do Mercosul quanto s barreiras impostas no comrcio internacional, no verdade afirmar que: - os Estados Partes do Mercosul devem garantir, na aplicao de suas tarifas, a absoluta extenso do princpio da nao mais favorecida aos Membros da OMC. Comentrio: De fato, o MERCOSUL tem como base legal a Clusula de Habilitao para fugir da exceo da Nao Mais Favorecida. Portanto, correta a questo ao afirmar que no verdadeira a absoluta extenso da NMF ao MERCOSUL.

    Vejamos agora os esquemas SGP e SGPC.

    Sistemas de preferncias comerciais (SGP e SGPC)

    Comeamos nos perguntando...

    Mas pra que serve o SGP?

    Essa pergunta atualssima meus caros.

    Por meio do SGP, certos produtos, originrios e procedentes de pases beneficirios em desenvolvimento (PD) e de menor desenvolvimento (PMD), recebem tratamento tarifrio preferencial (reduo da tarifa alfandegria) nos mercados dos pases outorgantes desse programa: Unio Europeia (27 Estados Membros), Estados Unidos (inclusive Porto Rico), Unio Aduaneira da Eursia (Cazaquisto, Rssia e Belarus), Sua, Japo, Turquia, Canad, Noruega, Nova Zelndia, e Austrlia (esse ltimo concede o benefcio apenas aos PMD do Pacfico Sul).

    A questo ainda mais pertinente se considerarmos que alguns produtos brasileiros gozam dos benefcios do SGP; por exemplo, os EUA concedem unilateralmente reduo tarifria para alguns produtos industrializados brasileiros, sem que precisem estender essa preferncias para aos parceiros comerciais desenvolvidos, tambm membros da OMC.

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    Esse SGP dos EUA renovado anualmente para o Brasil. Inclusive, a Unio Europeia tambm o faz em relao ao Brasil.

    No entanto, em 2011, a UE declarou que no vai mais prorrogar o SGP para o Brasil. Isso porque o pas j est alando voos mais altos como, por exemplo, liderando negociaes de Doha na OMC, buscando assento no Conselho de Segurana da ONU, etc. No entanto, a ltima autorizao concedida pela UE para funcionamento do SGP foi publicada no Regulamento 512/2011, cujo prazo de vigncia de 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2013. Depois desse prazo, ao que parece, s um fato novo e relevante para a UE prorrogar o SGP.

    Mas professor, a UE pode fazer isso? No precisa fazer concesses?

    Pode meus fazer isso sim meus caros.

    E pior; no precisa fazer compensao alguma, pois o SGP depende to somente da boa vontade do outorgante!

    O SGP assim uma benesse feita em carter precrio, ou seja, dependia simplesmente da vontade unilateral da UE em reduzir suas tarifas para determinados produtos brasileiros. Alis, essa negativa na renovao veio a calhar para os europeus, pois como o MERCOSUL e a UE esto h alguns anos em tratativas para um acordo de livre comrcio, muito provavelmente o SGP europeu deve ser inserido como mais um elemento de barganha na mesa de negociaes.

    Dureza... mas a vida...

    E como se faz a prova de que uma mercadoria faz jus ao SGP de determinado pas?

    Essa prova feita pelo Certificado de Origem Form A.

    Esse o documento por meio do qual o governo do pas exportador beneficirio do SGP atesta que os produtos nele relacionados foram produzidos em consonncia com as regras especificadas pelo outorgante no mbito do Sistema. emitido como prova documental de origem exclusivamente para a

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    solicitao das preferncias tarifrias do SGP, mediante pedido por escrito do exportador ou de seu representante autorizado. Os Estados Unidos, o Canad e a Nova Zelndia so os nicos outorgantes que dispensam a apresentao do Form A.

    O DEINT (Departamento de Negociaes Internacionais vinculado SECEX/MDIC) a autoridade governamental competente para administrao e emisso do SGP no Brasil. Com a devida chancela governamental exigida pelos outorgantes, essa atribuio foi delegada exclusivamente ao Banco do Brasil.

    O formato do certificado segue as especificaes definidas pela UNCTAD (Conferncia das Naes Unidas para Comrcio e Desenvolvimento). Em nosso pas, o Banco do Brasil emite um conjunto de trs vias do Certificado de Origem Form A.

    Para que a exportao de determinado pas faa jus ao SGP se faz necessrio que:

    a) o produto deve estar coberto pelo esquema do SGP do outorgante;

    b) O produto deve ser originrio do pas beneficirio exportador;

    c) O produto deve ser transportado diretamente do pas beneficirio exportador para o pas outorgante importador; e

    d) apresentao da prova de origem adequada alfndega de desembarque do produto, que, em geral, o Certificado de Origem Formulrio A ou Form A.

    Vejamos uma questo sobre o tema:

    (ESAF/MDIC/2012) So caractersticas bsicas do Sistema Geral de Preferncias (SGP): a) um sistema universal de liberalizao comercial, pactuado, gradual e irrevogvel no que tange s preferncias tarifrias concedidas. b) a incondicionalidade da aplicao das preferncias outorgadas, a no discriminao e a no reciprocidade. c) a concesso de preferncias mtuas entre pases em desenvolvimento, o carter temporrio e a incondicionalidade das preferncias negociadas. d) um sistema unilateral e no recproco, de carter temporrio, em que o pas outorgante define os produtos elegveis, as margens de preferncias concedidas e as regras aplicveis sua concesso. e) o alcance restrito s economias desenvolvidas, a discricionariedade e o carter temporrio das preferncias concedidas. Comentrio: Gabarito D.

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    Na letra A, vejam que o erro est no fato de afirmar que o SGP universal, o que no verdade.

    O erro da B que o SGP prev condies, portanto, no incondicional. O erro da C que SGP no incondicional e tambm no se trata, como regra, de

    preferncias entre pases em desenvolvimento, pois essa caracterstica do SGPC. O erro da E que pode ser concedido por pases em desenvolvimento como, por exemplo,

    a Rssia, no sendo restrito s economias desenvolvidas.

    E o que significa o SGPC?

    Tambm com base na clusula da habilitao de 1979, no dia 13 de abril de 1988, vrios pases em desenvolvimento, membros do chamado Grupo dos 77, incluindo o Brasil, assinaram a Conveno de Belgrado, Iugoslvia, um acordo constituindo o Sistema Global de Preferncias Comerciais entre Pases em Desenvolvimento (SGPC). Este acordo passou a vigorar em 19 de abril de 1989, tendo sido assinado em definitivo por 40 pases. Atualmente conta com 43 pases participantes outorgantes.

    Apesar de ser um sistema preferencial, esta conveno aplica a NMF em seu interior ao prescrever no seu art. 9 a necessidade e extenso das concesses negociadas, de modo que todas as concesses tarifrias, para-tarifrias e no-tarifrias, negociadas e trocadas entre participantes nas negociaes bilaterais / plurilaterais, sero, quando implementadas, estendidas a todos os participantes das negociaes sobre o SGPC, com base no princpio de nao mais favorecida (NMF).

    O SGPC ser baseado, e aplicado, no princpio da mutualidade de vantagens, de modo a poder beneficiar equitativamente todos os participantes, tomando em considerao seus respectivos nveis de desenvolvimento econmico e industrial, os padres de seu comrcio exterior, bem como suas polticas e sistemas comerciais.

    Esse sistema inclui todos produtos, manufaturados e produtos de base, quer seja em bruto, quer sob as formas semi-processadas e processada.

    Quanto aos membros do SGPC, a conveno estabelece que o programa ser reservado participao exclusiva de pases em desenvolvimento membros do Grupo dos 77.

    Podero participar grupos intergovernamentais de nvel sub-regional, regional ou inter-regional para cooperao econmica entre pases em

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    desenvolvimento membros do Grupo dos 77, de pleno, como tais, se e quando tais grupos considerarem isso desejvel, em qualquer ou todas as fases do trabalho relativo ao SGPC.

    Dizemos ainda que o SGPC no substitui as preferncias existentes, mas as refora e suplementa, segundo o texto da prpria conveno.

    Por meio do intercmbio de concesses comerciais entre seus membros, o SGPC objetiva promover e ampliar os laos comerciais entre os pases em desenvolvimento da frica, sia e Amrica Latina, no somente em benefcio prprio, mas tambm em benefcio do comrcio global. Atravs do comrcio exterior, os participantes do SGPC aspiram incrementar sua participao na economia global, identificando complementaridades entre as suas economias, de modo a abrir o enorme potencial para a cooperao comercial existente. No Brasil, o Acordo entrou em vigor em maio de 1991.

    Durante a Segunda Rodada de Negociaes, lanada por meio da Declarao de Teer, em 21 de novembro de 1991, foi aprovada a adeso do MERCOSUL como bloco, com uma lista nica de concesses dos quatro Estados Partes. A Deciso CMC n 51/00, de 14/12/00, do Conselho do Mercado Comum, aprovou o Projeto de Protocolo de Acesso do Mercosul ao Acordo sobre o SGPC e a Deciso CMC n 52/00, de 14/12/00, aprovou a Lista de Ofertas do Mercosul em ingls e no SH-1996. Aps as devidas internalizaes dessas normas nos pases, o Mercosul passou a negociar no SGPC como um bloco regional.

    A XI UNCTAD, realizada no Brasil em junho de 2004, lanou a Terceira Rodada de Negociaes do SGPC, denominada Rodada So Paulo, concluda em 15 de dezembro de 2010, em Reunio Ministerial de Foz do Igua.

    Atualmente os pases esto em fase de ratificao e implementao da Rodada So Paulo. Portanto, as preferncias tarifrias concedidas por cada pas e pelo Mercosul devero entrar em vigncia assim que essa etapa for concluda.

    Reitero novamente meus amigos que SGP e SGPC so derivadas da Clusula de Habilitao.

    Alis, interessante notarem que o MERCOSUL foi notificado como exceo ao regionalismo por meio da Clusula de Habilitao e no pelo art. XXIV! Por essa razo, a anlise quanto a sua implementao feita no Comit de Comrcio e Desenvolvimento da OMC, e no no Comit de Acordos Regionais. Assim, observa critrios mais flexveis para sua aplicao.

    Para finalizar esse tema, a faculdade da Clusula de Habilitao (em que o SGP e SGPC esto inseridos) traz exigncias menores que as constantes no

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    art. XXIV para criao de acordos regionais, pois clama apenas que qualquer tratamento diferenciado e mais favorvel concedido sob esta clusula seja destinado a facilitar e promover o comrcio entre pases em desenvolvimento e no aumente barreiras ou crie obstculos indevidos ao comrcio com quaisquer outros membros.

    Belezura?

    Vamos aos blocos em espcie ento.

    ALALC e ALADI (Associao Latino-Americana de Integrao)

    As discusses para a constituio de um mercado econmico regional para a Amrica Latina remontam ao tratado que estabeleceu a Associao Latino-Americana de Livre Comrcio (ALALC) desde a dcada de 1960. Esse organismo foi sucedido pela Associao Latino-Americana de Integrao (ALADI) na dcada de 1980, num processo de transio denominado fade out.

    Sua sucessora incorporou ento princpios mais flexveis, principalmente pelo seu art. 7 que permite a realizao de acordos de alcance parcial, em que participam alguns membros. Desse modo, a ALADI foge da abordagem eminentemente multilateralista que fracassou na dcada de 60!

    Nesse esforo, MERCOSUL veio como uma iniciativa para levar o projeto de integrao da ALADI adiante e, por meio da celebrao do ACE-18, tratou de criar condies para o estabelecimento do Mercado Comum.

    O MERCOSUL, inclusive, estabelece em seu prembulo que o Tratado de Assuno deve ser considerado como um novo avano no esforo tendente ao desenvolvimento progressivo da integrao da Amrica Latina, conforme o objetivo do Tratado de Montevidu de 1980.

    No Tratado de Montevidu encontram-se os princpios que devem ser respeitados:

    Pelo presente Tratado, as Partes Contratantes do prosseguimento ao processo de integrao encaminhado a promover o desenvolvimento econmico-social, harmnico e equilibrado, da regio e, para esse efeito, instituem a Associao Latino-Americana de Integrao (doravante

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    denominada "Associao"), cuja sede a cidade de Montevidu, Repblica Oriental do Uruguai.

    Esse processo ter como objetivo a longo prazo o estabelecimento, em forma gradual e progressiva, de um mercado comum latino-americano.

    ARTIGO 2

    As normas e mecanismos do presente Tratado, bem como aqueles que em seu mbito estabeleam os pases-membros, tero por objetivo o desenvolvimento das seguintes funes bsicas da Associao: a promoo e regulao do comrcio recproco, a complementao econmica e o desenvolvimento das aes de cooperao econmica que coadjuvem a ampliao dos mercados.

    ARTIGO 3

    Na aplicao do presente Tratado e na evoluo para seu objetivo final, os pases-membros levaro em conta os seguintes princpios:

    a) Pluralismo, sustentado na vontade dos pases-membros para sua integrao, acima da diversidade que em matria poltica e econmica possa existir na regio;

    b) Convergncia que se traduz na multilateralizao progressiva dos acordos de alcance parcial, atravs de negociaes peridicas entre os pases-membros, em funo do estabelecimento do mercado comum latino-americano;

    c) Flexibilidade, caracterizada pela capacidade para permitir a celebrao de acordos de alcance parcial, regulada em forma compatvel com a consecuo progressiva de sua convergncia e pelo fortalecimento dos vnculos de integrao;

    d) Tratamentos diferenciais, estabelecidos na forma que em cada caso se determine, tanto nos mecanismos de alcance regional como nos de alcance parcial, com base em trs categoria de pases, que se integraro levando em conta suas caractersticas econmico-estruturais. Esses tratamentos sero aplicados em determinada magnitude aos pases de

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    desenvolvimento mdio e de maneira mais favorvel aos pases de menor desenvolvimento econmico relativo; e

    e) Mltiplo, para possibilitar distintas formas de ajustes entre os pases-membros, em harmonia com os objetivos e funes do processo de integrao, utilizando todos os instrumentos capazes de dinamizar e ampliar os mercados a nvel regional.

    Portanto, o MERCOSUL (ACE n 18) parte dos esforo tendente integrao Latino-Americana almejada pela ALADI.

    Vale ainda dizer que o processo de integrao estabelecido no Tratado de Montevidu de 1980 tem como objetivo, de longo prazo, o estabelecimento, em forma gradual e progressiva, de um mercado comum latino-americano. Portanto, no precisa, necessariamente, estipular prazos para alcanar seus objetivos.

    Tanto o Tratado de Montevidu como o de Assuno buscam o mesmo nvel de integrao, ou seja, o estabelecimento de um mercado comum regional.

    Por buscarem o mesmo nvel de integrao, esses esquemas regionais interagem juridicamente entre si. Essa interao est traduzida, por exemplo, pelo princpio da convergncia (art. 3 do Tratado de Montevidu) na medida em que o MERCOSUL um acordo de alcance parcial que faz parte do propsito de multilateralizao progressiva para o estabelecimento do mercado comum latino-americano.

    Alis, a ALADI importante foro de negociaes regionais. Basta ver que o bloco o maior grupo latino-americano, com doze pases-membros: Argentina, Bolvia, Brasil, Chile, Colmbia, Cuba, Equador, Mxico, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela.

    Alm disso, a ALADI no se pauta pela NMF, mas sim por acordos de alcance parcial, que liberalizam o comrcio no entre todos os seus membros, mas sim, entre parte deles. Ela dotada de flexibilidade, capaz de permitir a celebrao de acordos de alcance parcial, de forma compatvel com a consecuo progressiva de sua convergncia e pelo fortalecimento dos vnculos de integrao.

    O art. 7 do Tratado de Montevidu refora essa concluso ao prescrever que os acordos de alcance parcial so aqueles cuja celebrao no participa a totalidade dos pases-membros e propendero a criar as condies necessrias para aprofundar o processo de integrao regional, atravs de sua progressiva multilateralizao.

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    Percebam que o art. 4 do Tratado de Montevidu esclarece que os pases-membros estabelecem uma rea de preferncias econmicas, composta por uma preferncia tarifria regional, por acordos de alcance regional e por acordos de alcance parcial.

    Preferncia tarifria regional Significa que as barreiras sobre as importaes de pases da ALADI sero sempre menores que as barreiras para importaes fora do bloco.

    Acordos de alcance regional Aqueles dos quais participam todos os pases-membros.

    Acordos de alcance parcial Aqueles de cuja celebrao no participa a totalidade dos pases-membros e propendero a criar as condies necessrias para aprofundar o processo de integrao regional, atravs de sua progressiva multilateralizao.

    Vejamos uma questo recente sobre o bloco:

    (ESAF/MDIC/2012) Sobre a Associao Latino-Americana de Integrao (ALADI), pode-se afirmar que: a) apesar de haver sido expressamente denunciada no Acordo da ALALC, o Tratado de Montevidu ainda tem relevncia poltica para o Brasil. b) o Mxico foi obrigado a denunciar a ALADI quando aceitou participar como membro pleno do NAFTA. c) a ALADI estabelece uma rea de preferncias econmicas, composta inclusive por uma preferncia tarifria regional. d) o Canad poderia requerer sua adeso como pas membro da ALADI, na qualidade de membro originrio da OEA. e) os acordos de alcance parcial se referem exclusivamente a regras fitossanitrias para a liberalizao agrcola entre os pases membros da ALADI. Comentrio: O art. 4 do Tratado de Montevidu esclarece que os pases-membros estabelecem uma rea de preferncias econmicas, composta por uma preferncia tarifria regional, por acordos de alcance regional e por acordos de alcance parcial. Portanto, gabarito C est correto. Vejamos o erro das demais alternativas.

    O erro da letra A que a ALALC foi substituda pela ALADI, num processo de transio

    (no houve denncia expressa, mas sim adaptao do que j existia). O erro da letra B que o Mxico no denunciou a ALADI. Ele ainda membro. O erro da letra D que a ALADI para pases latino-americanos (art. 58, Tratado de

    Montevidu). O erro da letra E que os acordos de alcance parcial servem para qualquer tema,

    principalmente tarifrio.

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    Passamos analise das modalidades de preferncias na ALADI.

    Preferncia Tarifria Regional

    Acordos de Preferncia Tarifria Regional (APTR) reforam a ideia de que o processo de integrao no deve criar obstculos ao comrcio que no existiam anteriormente.

    No mbito da ALADI, o mais importante APTR o n 4, que estabelece a Preferncia Tarifria Regional (PTR), conforme previsto no art. 5 do Tratado de Montevidu de 1980.

    Vejamos o quadro atual com o estabelecimento dessas preferncia:

    Fonte: MDIC

    Os itens constantes das listas de exceo de cada pas-membro no tm o benefcio da preferncia tarifria.

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    Os Pases de Menor Desenvolvimento Econmico Relativo Mediterrneos tm direito a um acrscimo de 20% sobre as preferncias tarifrias outorgadas aos Pases de Menor Desenvolvimento Econmico Relativo.

    O Peru, pelo fato de no ter internalizado o Segundo Protocolo Modificativo, no tem direito s preferncias estabelecidas nesse Protocolo. Entretanto, continuam em vigor as preferncias constante do Primeiro Protocolo Modificativo que corresponde metade das preferncias constantes do Segundo Protocolo.

    Interessante ainda destacar como feito o clculo dessas preferncias...

    Tomemos como exemplo o Brasil!

    O Brasil (outorgante) aplica hoje a Tarifa Externa Comum de 35% para calados importados originrios de qualquer pas fora do MERCOSUL. Caso este produto no esteja em lista de exceo, pelas preferncias tarifrias concedidas, a importao de calados do originrios do Equador (beneficirio) estaria sujeita a uma preferncia (desconto) de 40% sobre o Imposto de 35%, resultando numa tarifa de apenas 21%.

    Por sua vez, o Brasil (outorgante) importasse da Colmbia (beneficirio) esse calado, a tarifa de Importao seria um pouco maior que a do Equador, uma vez que a preferncia (desconto) de apenas 20% sobre a tarifa cheia, de 35%, resultando em 28% de II. Isso porque se supe que o Equador menos desenvolvido que a Colmbia, fazendo jus a uma maior preferncia (desconto)!

    Por outro lado, se a Venezuela (outorgante) impussesse 20% de II sobre o ao brasileiro, o Brasil como beneficirio goza de uma preferncia de 12%, ou seja, possui um desconto de 12% na tarifa cheia de 20%. O Imposto de Importao da Venezuela para o ao brasileiro, nesse caso, cairia para 17,6% ao invs de se pagar 20% de II.

    Mas como comprovar que o calado originrio da Colmbia, ou que o ao teve origem no Brasil?

    Para isso, usamos os critrios de regras de origem estabelecidos na Resoluo 252 do Comit de representantes da ALADI.

    So bens originrios da ALADI:

    a) mercadorias elaboradas integralmente em seus territrios, quando em sua elaborao forem utilizados exclusivamente materiais de qualquer um dos pases participantes do Acordo.

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    b) Que recebam nova individualidade, caracterizada pela mudana de posio, ou seja, os 4 primeiros dgitos da NALADI/SH (veremos mais detalhes do SH na aula sobre classificao fiscal/aduaneira).

    c) As mercadorias resultantes de operaes de industrializao, realizadas no territrio de um pas participante utilizando materiais originrios dos pases participantes do acordo e de terceiros pases, quando o valor CIF porto de destino ou CIF porto martimo dos materiais originrios de terceiros pases no exceda 50% (cinqenta por cento) do valor FOB de exportao dessas mercadorias.

    Neste ltimo caso, podemos citar o exemplo se o Mxico adquire um barco dos EUA, por US$ 9.000,00 CIF (isto , incluindo frete internacional de US$ 500,00 e seguro US$ 500,00), e aps a industrializao venda esse barco ao produto ao Brasil por US$ 20.000,00 FOB (sem frete e sem seguro), o Mxico ser considerado pas de origem desse barco uma vez que o preo CIF do barco americano corresponde a apenas 45% (9mil CIF/20mil FOB), ou seja, menos de 50% do preo FOB da exportao Mexicana para o Brasil.

    Isso significa que faz jus ao regime de origem o pas que agregar mais que 50% do produto final exportado e, neste caso, o Mxico respondeu 55% do produto final.

    Para pases de menor desenvolvimento relativo (Paraguai, Bolvia e Equador), as exigncias so menores, ou seja, devem agregar mais que 40% do produto final exportado.

    Alm disso, cabe destacar que as mercadorias originrias se beneficiem do tratamento preferencial, elas devem ter sido expedidas diretamente pelo pas exportador para o pas importador, sem um terceiro pas intermedirio.

    Vejamos as demais formas de acordos na ALADI...

    Acordos de Alcance Regional (AAR)

    So aqueles em que h a participao de todos os pases membros da ALADI. Os principais Acordos enquadrados como AAR so:

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    1) Acordo de Preferncia Tarifria Regional n 04 APTR 04

    Esse Acordo, assinado por todos os pasesmembros da ALADI, estabelece a Preferncia Tarifria Regional (PTR), conforme previsto no Art. 5 do Tratado de Montevidu TM 80. Nele, os pases membros outorgam preferncias tarifrias de Acordo com sua respectiva categoria.

    2) Acordos de Alcance Regional de Abertura de Mercados - LAM

    Estes Acordos so formados por listas negociadas de produtos, conhecidas como Lista de Abertura de Mercados LAM, e visam promover um melhor nivelamento econmico da regio por intermdio de concesses aos Pases de Menor Desenvolvimento Econmico Relativo. Cada pas-membro, em carter unilateral, sem reciprocidade, sem prazo de vigncia e sem clusula de denncia, concede total eliminao de gravames tarifrios e no-tarifrios s importaes de uma srie de produtos originrios da Bolvia, do Equador e do Paraguai.

    O Brasil concedeu 3 LAMs, para Bolvia, Equador e Paraguai, como segue:

    LAM n 1 - Lista de Abertura de Mercados do Brasil em favor da Bolvia

    LAM n 2 - Lista de Abertura de Mercados do Brasil em favor do Equador

    LAM n 3 - Lista de Abertura de Mercados do Brasil em favor do Paraguai.

    Entretanto, nas negociaes dos Acordos de Complementao Econmica que se seguiram, foi pactuado que estes pases no mais se utilizariam dos seus Acordos de LAMs, de forma que atualmente s a LAM n 2 Equador, ainda utilizada.

    3) AAP de Cooperao e Intercmbio de Bens nas reas Cultural, Educacional e Cientfica (transformado em Acordo de Alcance Regional em 1998), tem como signatrios todos os pases da ALADI

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    Acordos de Alcance Parcial (AAP)

    So acordos firmados entre alguns pases-membros da ALADI, no exigindo a participao de todos os membros da Associao. So utilizados como uma forma de aprofundar o processo de integrao regional, por meio de sua progressiva multilateralizao.

    1) AAPs de Renegociao das Preferncias Outorgadas no Perodo de 1962/1980 (perodo de transio da extinta ALALC).

    So acordos bilaterais, conhecidos simplesmente como Acordos de Alcance Parcial. Seus direitos e obrigaes so exclusivos para os pases que os subscrevem. Esses Acordos compilam os resultados da negociao das concesses outorgadas nas listas nacionais e nas listas de benefcios no extensivas da ALALC. Geralmente so absorvidos por novos Acordos de Complementao Econmica subscritos posteriormente.

    At recentemente, o Brasil dispunha dos seguintes AAPs:

    AAP n 9: Brasil/Mxico, substitudo pelo acordo do MERCOSUL com o Mxico

    AAP n 10: Brasil/Colmbia, substitudo por acordo do Brasil com a CAN

    AAP n 11 : Brasil/Equador. substitudo por acordo do Brasil com a CAN

    2) Acordos de Alcance Parcial de Natureza Comercial

    So realizados por setores industriais, com vantagens exclusivas para os pases signatrios e para os Pases de Menor Desenvolvimento Econmico Relativo, sendo que estes se beneficiam das concesses outorgadas sem que deles participem. So conhecidos como Acordos Comerciais (ACs):

    No comrcio com o Brasil, no esto mais em vigor os Acordos de Natureza Comercial. Alguns tiveram suas preferncias incorporadas aos AAPs ou ACEs firmados posteriormente e outros o Brasil decidiu no renovar as preferncias.

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    3) AAPs de Complementao Econmica - ACE

    O Acordo de Complementao Econmica (ACE) sem dvida a modalidade de Acordo de Alcance Parcial (AAP) de maior importncia na ALADI.

    Isso porque esses acordos podem ser mais abrangentes, incluindo ou no todo o universo tarifrio de produtos. Eles ainda tm por objetivo impulsionar o desenvolvimento dos pases-membros da Associao mediante a complementaridade dos sistemas produtivos da regio.

    Os ACEs comportam desde sistemas de integrao sub-regional, como o Mercosul a simples acordos de preferncias tarifrias fixas:

    ACE n. 2 Brasil e Uruguai: Protocolo de Expanso Comercial PEC

    ACE n. 14 Brasil e Argentina

    ACE n. 18 Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai (Mercosul)

    ACE n. 35 Mercosul e Chile

    ACE n. 36 Mercosul e Bolvia

    ACE n. 53 Brasil e Mxico

    ACE n. 54 Mercosul e Mxico

    ACE n. 55 Mercosul e Mxico Automotivo

    ACE n 58 Mercosul Peru

    ACE n 59 Mercosul - Colmbia, Equador e Venezuela

    ACE n. 62 Mercosul e Cuba

    Vale destacar que a Bolvia faz parte da Comunidade Andina - CAN, mas no signatria do ACE n. 39, pois foi autorizada pela CAN a firmar acordo isoladamente com o Mercosul, o ACE n. 36.

    Vejamos uma questo sobre o assunto:

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    (ESAF/MDIC/2012) A Associao Latino-Americana de Integrao (ALADI) a maior organizao latino-americana voltada para a integrao econmica. Sobre sua atuao neste campo, correto afirmar que prov marco jurdico para iniciativas de integrao econmica entre os pases membros e uma rea de preferncias comerciais constituda com base na Preferncia Tarifria Regional e em acordos de alcance parcial e de complementao econmica celebrados entre os pases membros. Comentrio: Essa questo interessante. O item havia sido dado como correto originalmente pela ESAF. No entanto, a resposta era para ser a transcrio do art. 4 do Tratado de Montevidu de 1980. Isso porque na prova para ATRFB de 2009 feita pela prpria ESAF, ela modificou o gabarito de uma questo praticamente idntica, considerando errado se falar em acordos de complementao econmica como instrumento de integrao. Vejam a questo: (ESAF/ATRFB/2009) Sobre a Associao Latino-Americana de Integrao (ALADI), incorreto afirmar que os principais instrumentos para a integrao concebidos no marco da Associao so os Acordos de Complementao Econmica, os Acordos de Alcance Parcial e a Preferncia Tarifria Regional. Esse item da ATRFB 2009 foi dado como incorreto justamente porque, segundo o art. 4 do tratado de Montevidu, os principais instrumentos de integrao da ALADI so: preferncia tarifria regional, acordos de alcance regional e por acordos de alcance parcial. Os Acordos de Complementao Econmica so apenas uma modalidade dos Acordos de Alcance Parcial. Assim, por uma questo de coerncia e uniformidade de tratamento dado recentemente pela prpria banca, a ESAF revisou sua posio e deu como incorreto o item da prova do MDIC de 2012. Na sua justificativa, a ESAF alegou que ainda que no seja incorreto asseverar que os Acordos de Complementao Econmica sejam instrumentos de integrao no marco da ALADI (os mecanismos de integrao sub-regional com o MERCOSUL e a Comunidade Andina esto amparados em Acordos de Complementao Econmica), a diferenciao que a redao da opo sugere inconsequente. Portanto, fiquem espertos. As vezes saber o conceito no suficiente. preciso ter a manha de prova!

    4) Acordo de Alcance Parcial com base nos Artigos 25 e 27 do Tratado de Montevidu/1980

    Os pases-membros da ALADI podem firmar Acordos de Alcance Parcial tambm com pases no membros, com base nos artigos 25 e 27 do TM-80, a saber:

    Artigo 25: so Acordos de Alcance Parcial firmados pelos pases-membros da ALADI com outros pases e reas de integrao da

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    Amrica Latina, nos termos das disposies especficas estabelecidas.

    Artigo 27: so Acordos de Alcance Parcial firmados pelos pases-membros da ALADI com outros pases em desenvolvimento ou respectivas reas de integrao econmica fora da Amrica Latina, nos termos das disposies especficas estabelecidas.

    Em ambos os casos, as concesses que os pases-membros outorguem no sero extensivas aos demais pases-membros, salvo aos Pases de Menor Desenvolvimento Econmico Relativo (Bolvia, Equador e Paraguai). As concesses outorgadas para os produtos nesses acordos no podero ser superiores s acordadas no mbito da ALADI. Se forem superiores, sero automaticamente estendidas aos pases que detm as preferncias internas.

    Esses Acordos devero ser apreciados multilateralmente, para ser verificada sua compatibilidade com os compromissos assumidos com os demais pases-membros.

    Atualmente, o Brasil j firmou acordos dessa natureza com Guiana, Suriname, e Trinidad e Tobago (este ltimo sem vigncia).

    5) Demais Acordos de Alcance Parcial

    Temos ainda outros acordos de alcance parcial que visam criar condies para facilitar determinadas correntes de comrcio. O Brasil participa dos (1) AAP de Sementes, (2) Bens utilizados na Defesa e Proteo do Meio-Ambiente, (3) Conformao do Mercado Comum do Livro Latino-Americano; (4) Promoo de Comrcio entre Brasil e Bolvia no Fornecimento de Gs Natural.

    CAN (Comunidade Andina)

    Em 26 de maio de 1969, cinco pases sul-americanos (Bolvia, Colmbia, Chile, Equador e Peru) firmaram o Acordo de Cartagena, com o propsito de melhorar, juntos, o nvel de vida de seus habitantes mediante a integrao e a cooperao econmica e social.

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    Da mesma forma que o MERCOSUL, a CAN dispe no art. 1 do Acordo de Cartagena a sua busca pelo estabelecimento de um Mercado Comum, o que passa invariavelmente pela adoo de uma tarifa externa comum (TEC), com coordenao de polticas econmicas e sociais, bem como aproximao de legislaes nacionais.

    No entanto, a CAN no faz parte da estrutura jurdica da Associao e, conseqentemente, a relao entre os pases andinos d-se de forma autnoma (no mbito do Artigo 44 do TM 80). Confira-se:

    As vantagens, favores, franquias, imunidades e privilgios que os pases-membros apliquem a produtos originrios de ou destinados a qualquer outro pas-membro ou no, por decises ou acordos que no estejam previstos no presente Tratado ou o Acordo de Cartagena, sero imediata e incondicionalmente estendidas aos demais pases-membros.

    Assim, pases membros da ALADI que fazem concesses tarifrias fora de um de seus mecanismos de preferncias tarifrias econmicas, devem estender essas preferncias para os demais membros da ALADI, por meio de uma clusula NMF para os pases integrantes da ALADI.

    No seu contexto histrico, o processo andino de integrao conhecido como Pacto Andino, Grupo Andino ou Acordo de Cartagena, teve ento incio em 1969. Em 13 de fevereiro de 1973, Venezuela aderiu ao bloco e em 30 de outubro de 1976 o Chile se retirou. Em 2006 a Venezuela se retira para comear seu processo de acesso ao MERCOSUL, restando portanto, somente Bolvia, Colmbia, Peru e Equador. So membros associados Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai. So membros observadores Mxico e Panam.

    Nos anos 70 a poltica predominante foi de substituio de importaes (fechado). Mas, como sabemos, esse modelo entrou em crise. Em 1989, numa reunio em Galpagos (Equador), se decidiu abandonar esse padro passando-se ao modelo aberto.

    Em 1993 se formou uma zona de livre comrcio, se liberalizando tambm os servios, especialmente de transporte en suas diferentes modalidades, com exceo do Peru que fo se incorporando gradualmente.

    Em 1994 aprovada a Tarifa Externa Comum (TEC), com a exceo do Peru, e j em 1997 foi assinado o Protocolo de Trujillo, que introduziu reformas no Acordo de Cartagena dando uma estrutura institucional e foi criada a Comunidade Andina (CAN) em substituio ao Pacto Andino.

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    So criados tambm relevantes rgos integrantes do sistema andino de integrao (SAI):

    Conselho Presidencial Andino - rgo mximo do SAI, emite diretrizes sobre assuntos da integrao subregional andina.

    Conselho Andino de Ministros de Relaes Exteriores entre outras atribuies, formula a poltica de comrcio exterior dos pases membros.

    Comisso da Comunidade Andina Formula, executa e avalia a poltica de integrao subregional.

    Secretaria Geral da Comunidade Andina o rgo executivo da CAN, com sede em Lima (Peru), atua em funo dos interesses da subregio.

    Tribunal de Justia da Comunidade Andina o orgo jurisdicional da CAN.

    Parlamento Andino orgo deliberativo da CAN, representa seus povos e constitudo por representantes eleitos pelo voto direto.

    Em 2003 se incorpora a vertente social ao processo de integrao e se faz um Plano Integrado de Desenvolvimento Social. Nesse ano tambm os cidados dos pases da Comunidade Andina passaram a ingressar sem visto a qualquer pas membro, em condio de turistas.

    Em 8 de Dezembro de 2004, os pases membros da Comunidade Andina assinaram a Declarao de Cuzco, que lanou as bases da Unio de Naes Sul-Americanas (UNASUL), entidade que unir a CAN ao MERCOSUL, em uma zona de livre comrcio continental.

    Em 2007, a Cpula de Tarija os Presidentes acordam em impulsionar uma integrao mais equilibrado entre os aspectos sociais, culturais, econmicos, polticos, ambientais e comerciais.

    Em 2010, o Conselho Andino de Ministros de Relaes Exteriores, aprova os princpios orientadores do processo de integrao andino e a Agenda Estratgica com 12 pontos de consenso, em que os Pases Membros da CAN decidiram avanar conjuntamente.

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    Acordo de Livre Comrcio da Amrica do Norte (NAFTA)

    Conhecido como Tratado Norte-Americano de Livre Comrcio, um acordo de integrao firmado com base no art. XXIV do GATT que almeja to somente alcanar o estgio de Zona de Livre Comrcio (ZLC), no passando para qualquer fase em que haja compartilhamento de soberania como a adoo de uma tarifa externa comum.

    Isso fcil de entender uma vez que os membros so Canad, Mxico e Estados Unidos da Amrica (Chile associado). O NAFTA entrou em vigor em 1 de janeiro de 1994.

    A iniciativa foi primeiramente firmada em 1988 entre os EUA e Canad, recebendo a adeso dos mexicanos em 1992.

    O atual NAFTA entrou em vigor em 1992, com um prazo de 15 anos para a total eliminao das barreiras alfandegrias entre os trs pases. Esse acordo em princpio beneficiou a economia mexicana e ajudou-a a enfrentar a concorrncia representada pelo Japo e pela Unio Europeia, mas tambm foi alvo de crticas no sentido de que teria aumentado a pobreza no Mxico e o desemprego nos EUA.

    Vale dizer que no NAFTA os EUA e o Canad no querem que a mo-de-obra mexicana entre livremente no pas. No entanto, os capitais norte-americano e canadense tm livre circulao.

    O acordo serviu de paradigma para muitos dos Acordos de Livre Comrcio celebrados posteriormente pelos EUA (inclusive a prpria ALCA), uma vez que o NAFTA disciplinou questes como investimentos, propriedade intelectual, compras governamentais, e tambm aborda questes trabalhistas e de meio ambiente, alm de possuir um sistema de soluo de controvrsias prprio.

    Segundo o Artigo 102[2] do NAFTA encontramos as finalidades do bloco:

    - Eliminar as barreiras alfandegrias (imposto de importao), e facilitar o movimento de produtos e servios entre os territrios dos pases participantes;

    - Promover condies para uma concorrncia justa dentro da rea de livre comrcio;

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    - Aumentar substancialmente oportunidades de investimento dos pases participantes;

    - Proteger e fazer valer, de modo efetivo e adequado, os direitos de propriedade intelectual no territrio de cada um das partes;

    - Criar procedimentos efetivos para a implementao e aplicao deste tratado, para sua administrao conjunta e para a soluo de controvrsias;

    - Estabelecer uma estrutura para futura cooperao trilateral, regional e multilateral para expandir e realar os benefcios deste acordo.

    Outro ponto interessante que todas as medidas tarifrias e quantitativas remanescentes foram eliminadas, conforme previstas, em 1 de janeiro de 2008. Alm disso, a ESAF tem entendido que o NAFTA um exemplo de bloco em que no h desvio de comrcio.

    CARICOM

    O bloco CARICOM uma novidade trazida pelo edital da RFB 2012. Trata-se de um bloco de cooperao econmica e poltica que nasceu em 1973. formado por 14 pases e seis territrios da regio caribenha (ex. Antgua e Barbuda; Bahamas; Barbados; Belize; Dominica; Granada; Guiana; Haiti; Jamaica; Montserrat; Santa Lcia; So Cristvo e Nvis; So Vicente e Granadinas; Suriname; Trinidad e Tobago).

    O bloco , basicamente, formado por ex-colnias de pases europeus que, aps adquirirem independncia, buscaram se unir para suplantar suas limitaes que o atraso colonial lhes havia deixado. O bloco ainda visa promover o livre comrcio, o livre movimento dos fatores de produo, ou seja, pretende atingir o estgio de mercado comum.

    Dentre seus principais objetivos esto: pleno emprego e plena explorao dos outros fatores de produo, como recursos naturais e capital; produo de grande varidade e quantidade de produtos e servios ao comrcio com outros pases. Espera-se que esses objetivos incrementem os padres de vida, trabalho e desenvolvimento sustentvel.

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    Como elementos chaves desse mercado comum temos:

    - Livre circulao de bens e servios;

    - Direito ao estabelecimento comercial (garante a entrada de empresas de pases do CARICOM em qualquer pas membro, sem restries);

    - Tarifa Externa Comum;

    - Livre circulao de bens importados de pases extra CARICOM;

    - Livre movimento de capital;

    - Poltica Externa Comum;

    - Livre movimento da fora de trabalho.

    No ano de 1998, Cuba entra para o bloco como observadora. Em maio e em julho de 2000 a Repblica Dominicana e Cuba, respectivamente, firmam acordos de livre comrcio com o bloco.

    Bom pessoal, chegamos ao final de mais esta jornada. No deixem a peteca cair agora, pois o grande dia est chegando! Tambm faam os exerccios propostos. Se esqueceram de algo, frum na cabea!

    Aguardem o ltimo captulo de nossa saga...

    Aquele abrao e bons estudos!

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    Questes

    1. (ESAF/PFN/2003) Indique a opo correta.

    a) So tipos (modalidades) de processos de integrao econmica: zona de preferncia tarifria, zona de livre comrcio, unio aduaneira, mercado comum e unio econmica e monetria.

    b) A Unio Europeia mais do que uma zona de livre comrcio e menos do que um mercado comum.

    c) Ao Grupo Mercado Comum, um dos componentes da estrutura institucional do Mercosul, compete velar pela aplicao dos instrumentos de poltica comercial comum acordados pelos Estados-partes.

    d) Apesar de possuir personalidade jurdica de Direito Internacional, ao Mercosul vedado contratar, adquirir ou alienar bens mveis e imveis, ainda que no uso de suas atribuies.

    e) O Mercosul no pode celebrar acordos de sede j que no uma organizao internacional.

    2. (ESAF/ACE/97) O princpio segundo o qual as alquotas aplicadas dentro da Zona de Livre Comrcio sero sempre diferentes e inferiores quelas praticadas com pases de fora da Zona :

    a) nao mais favorecida

    b) privilgio tarifrio

    c) margem de preferncia

    d) tratamento especial e diferenciado

    e) reduo tarifria

    3. (ESAF/ACE/97) So Fases do Processo de Integrao, em ordem crescente de complexidade:

    a) Zona de Livre Comrcio, Mercado Comum, Unio Aduaneira, Unio Econmica

    b) rea de Livre Comrcio, Unio Econmica, Mercado Comum, Unio Aduaneira

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    c) Zona de Livre Comrcio, Unio Aduaneira, Unio Econmica, Mercado Comum

    d) Unio Aduaneira, Zona de Livre Comrcio, Mercado Comum, Unio Econmica

    e) Zona de Preferncia Tarifria, rea de Livre Comrcio, Unio Aduaneira, Mercado Comum

    4. (ESAF/ACE/2002) Acordos Comerciais Preferenciais so:

    a) acordos celebrados entre empresas estabelecendo alianas comerciais com as quais procuram deslocar competidores.

    b) acordos nos quais Estados uniformizam o tratamento a ser dispensado s importaes oriundas de terceiros pases.

    c) acordos celebrados entre empresas com o objetivo de negociarem conjuntamente frente aos governos melhores condies de acesso a mercados.

    d) acordos nos quais os Estados promovem conjuntamente o rebaixamento de tarifas aplicadas s importaes oriundas de terceiros pases.

    e) acordos em que os Estados-parte concedem-se mutuamente descontos nas tarifas de importao e outras facilidades de acesso a mercados.

    5. (ESAF/AFTN/96) Unio aduaneira e mercado comum so duas formas de integrao econmica regional. O que diferencia essas duas formas a(o):

    a) Incluso dos fatores de produo no tratamento das relaes econmicas entre os pases-membros;

    b) Nmero de pases participantes;

    c) Nvel de diversificao dos produtos que fazem parte do acordo regional;

    d) Fato de que, na unio aduaneira, somente os pases-membros so beneficiados pela retirada das tarifas, enquanto que, no mercado comum, mesmo pases no-membros podem gozar de benefcios semelhantes;

    e) Existncia ou no de barreiras no-tarifrias.

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    6. (ESAF/AFTN/98) So fases da integrao econmica, em ordem de complexidade e profundidade:

    a) Unio Aduaneira, Mercado Comum, Unio Econmica, Integrao Total

    b) Unio Econmica, Zona de Livre Comrcio, Unio Aduaneira, Mercado Comum, Integrao Total

    c) Zona de Livre Comrcio, Unio Aduaneira, Regio Preferencial, Mercado Comum, Unio Econmica, Integrao Total

    d) Zona de Livre Comrcio, Mercado Comum, Unio Aduaneira, Unio Econmica

    e) Zona de Livre Comrcio, Mercado Comum, Integrao Total, Unio Econmica

    7. (ESAF/AFRF/2003) Uma unio aduaneira pressupe:

    a) a livre movimentao de bens, capital e mo-de-obra e a adoo de uma tarifa externa comum entre dois ou mais pases.

    b) a uniformizao, por dois ou mais pases, do tratamento aduaneiro a ser dispensado s importaes de terceiros pases, mesmo sem a adoo de um regime de livre comrcio internamente.

    c) a existncia de uma rea de preferncias tarifrias entre um grupo de pases e a harmonizao das disciplinas comerciais aplicveis ao comrcio mtuo.

    d) a liberalizao do comrcio entre os pases que a integram e a adoo de uma tarifa comum a ser aplicada s importaes provenientes de terceiros pases.

    e) a completa liberalizao dos fluxos de comrcio entre um grupo de pases e a coordenao de polticas macroeconmicas.

    8. (ESAF/AFRF/2002-1) O que define, essencialmente, uma unio aduaneira a:

    a) livre circulao de bens e servios atravs das fronteiras.

    b) adoo de uma tarifa externa comum e a harmonizao das polticas comerciais dos pases membros.

    c) concesso mtua, pelos pases membros, de preferncias comerciais.

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    d) livre circulao do capital e da mo-de-obra entre os pases.

    e) coordenao das polticas macroeconmicas.

    9. (ESAF/AFRF/2000) Dois pases, ao reduzirem suas tarifas de importao entre si ao nvel mais baixo possvel com vistas a uma liberalizao integral do comrcio recproco dentro de dez anos, sem, entretanto, estabelecerem uma tarifa externa comum para as importaes de terceiros pases, pretenderam criar

    a) uma unio monetria

    b) uma zona de livre comrcio

    c) uma unio aduaneira

    d) uma ZPE (Zona de Processamento de Exportaes)

    e) zona franca

    10. (ESAF/AFRF/2002-2) A Associao Latino-Americana de Integrao (ALADI) foi estabelecida em 1980, sucedendo Associao Latino-Americana de Livre Comrcio (ALALC). Ao longo de pouco mais de duas dcadas de funcionamento, a ALADI logrou estabelecer:

    a) uma rea de preferncias tarifrias alcanando a totalidade dos pases-membro.

    b) uma rea de livre comrcio que alcana apenas o comrcio de bens e da qual participam todos os pases-membro.

    c) uma unio aduaneira da qual participam todos os pases-membro, exceto Cuba.

    d) um mercado comum com vrias disciplinas ainda por serem aperfeioadas, do qual tomam parte apenas os pases que integram iniciativas sub-regionais de integrao, a exemplo do Mercado Comum do Sul (Mercosul)

    e) uma unio econmica que envolve apenas os pases de maior desenvolvimento relativo pertencentes Associao.

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    11. (ESAF/ACE/97) O objetivo da ALADI (Associao Latino-Americana de Integrao), criada em 1980 era:

    a) eliminao total de barreiras tarifrias no comrcio entre os membros

    b) eliminao total de barreiras no tarifrias entre os membros

    c) adoo de uma tarifa externa comum

    d) livre circulao de capitais e mo-de-obra

    e) criao de uma rea de integrao econmica e monetria

    12. (ESAF/AFRF/2002-1) A Associao Latino Americana de Integrao (ALADI) foi criada em 1980 com o objetivo de estabelecer, em forma gradual e progressiva, um mercado comum latino-americano com base em:

    a) acordos de cooperao setorial.

    b) uma unio aduaneira.

    c) uma unio econmica.

    d) rea de livre comrcio.

    e) uma rea de preferncias econmicas.

    13. (ESAF/AFRF/2000) Considerando que uma importao brasileira oriunda de pases membro da ALADI - Associao Latino-Americana de Integrao e no membro do MERCOSUL, goza de uma margem de preferncia de 30% (trinta por cento) sobre a alquota da TEC - Tarifa Externa Comum de 10%(dez por cento), o imposto resultante alcanar o percentual de:

    a) 10%

    b) 7%

    c) 40%

    d) 20%

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    e) 3%

    14. (ESAF/AFRFB/2009) Na Amrica Latina coexistem diferentes esquemas de integrao econmica. Considerando este fato, assinale a opo que expressa corretamente as relaes entre a Associao Latino-Americana de Integrao (ALADI) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul).

    a) O Mercosul e a ALADI so esquemas preferenciais complementares, na medida em que perseguem distintos nveis de integrao econmica.

    b) Por possurem objetivos, alcance e instrumentos distintos de integrao, no h nenhuma relao funcional e jurdica entre ambos esquemas de integrao.

    c) O Mercosul foi constitudo sob a gide da Associao Latino-Americana de Integrao por meio de acordo de complementao econmica firmado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.

    d) Como os membros da ALADI esto formalmente proibidos de integrarem outros esquemas preferenciais, os pases do Mercosul desligaram-se daquela associao quando firmaram o Tratado de Assuno que constituiu o Mercosul.

    e) Embora sejam esquemas idnticos quanto aos propsitos e instrumentos que aplicam visando integrao econmica regional, inexistem vnculos funcionais ou jurdicos entre eles.

    15. (ESAF/ATRFB/2009) Sobre a Associao Latino-Americana de Integrao (ALADI), incorreto afirmar que:

    a) por ter como membros pases das trs Amricas, a ALADI constitui, no presente, o mais importante e ativo frum de negociaes comerciais regionais.

    b) por no se pautar pela aplicao estrita da Clusula da Nao Mais Favorecida, a ALADI oferece marco jurdico para acordos de integrao bilaterais bem como para iniciativas de integrao econmica de carter sub-regional, como o Mercado Comum do Sul e a Comunidade Andina de Naes.

    c) os principais instrumentos para a integrao concebidos no marco da Associao so os Acordos de Complementao Econmica, os Acordos de Alcance Parcial e a Preferncia Tarifria Regional.

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    d) criada em 1980 em substituio Associao Latino-Americana de Livre Comrcio (ALALC), a ALADI incorporou princpios e instrumentos para a integrao econmica mais flexveis que sua antecessora, abandonando a abordagem eminentemente multilateralista que marcou o processo de integrao regional desde o incio dos anos sessenta.

    e) em razo dos princpios da gradualidade e flexibilidade, os acordos celebrados no marco da ALADI no necessariamente devem estipular prazos para a consecuo dos objetivos a que se reportam.

    16. (ESAF/ACE/2002) Sobre o Acordo de Livre Comrcio da Amrica do Norte (NAFTA), que rene os Estados Unidos da Amrica, o Canad e o Mxico, correto afirmar:

    a) o Acordo prev a expanso da integrao econmica no continente, a qual teve incio com a proposta do Presidente George Bush para a criao da rea de Livre Comrcio das Amricas, ora em negociao.

    b) por ser compatvel com o Artigo XXIV do GATT, o Acordo prev o aprofundamento da integrao econmica entre os Estados-Parte, evoluindo para uma unio aduaneira e para a coordenao de polticas macroeconmicas, alm da liberalizao comercial em todos os setores das economias envolvidas.

    c) o Acordo prev que os estados-parte devem submeter aos demais signatrios propostas outras de complementao econmica que se interessem em integrar, a exemplo da Iniciativa para a Bacia do Caribe, no caso dos Estados Unidos da Amrica, e do Acordo de Livre Comrcio com a Unio Europeia, no caso do Mxico.

    d) por ser compatvel com o artigo XXIV do GATT, o Acordo prev a liberalizao comercial em todos os setores das economias envolvidas, ainda que gradual, e a formal comunicao aos demais integrantes do GATT da inteno de se constituir um processo de integrao regional.

    e) estabelecido pela Comisso de Livre Comrcio, o Secretariado do NAFTA responsvel pela administrao das provises do acordo referentes soluo de controvrsias.

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    17. (ESAF/AFRF/2002-1) O Acordo de Livre Comrcio da Amrica do Norte, quando comparado ao Mercado Comum do Sul (Mercosul), configura iniciativa:

    a) de natureza, forma e objetivos coincidentes com os do bloco do Cone Sul.

    b) mais abrangente e profunda, por envolver a livre circulao dos fatores de produo.

    c) de integrao econmica menos profunda por limitar-se liberalizao do comrcio de bens e de servios.

    d) mais abrangente por constituir uma unio aduaneira.

    e) cujos objetivos so contrrios aos do Mercosul.

    18. (ESAF/AFRF/2003) O Tratado de Livre Comrcio da Amrica do Norte, conhecido por NAFTA, foi firmado pelos Estados Unidos, Canad e Mxico em 1992, representando o primeiro grande acordo preferencial de que tomavam parte os Estados Unidos. Sobre o mesmo, correto afirmar que:

    a) prev a criao de um mercado comum entre seus membros a fim de fazer frente ao projeto de integrao da Comunidade Econmica Europeia.

    b) foi precedido de acordo bilateral entre os Estados Unidos e o Canad, o qual apresentou o primeiro grande acordo preferencial de que tomavam parte os Estados Unidos.

    c) compreende a totalidade dos bens e servios comercializados pelos trs pases, alm de disciplinas complementares relacionadas ao meio ambiente e a direitos trabalhistas.

    d) prev prazo de doze anos para a total liberalizao do comrcio de bens entre Estados Unidos e Canad e de quinze para a total abertura do mercado mexicano s exportaes desses dois pases.

    e) representa um acordo totalmente conforme normativa da Organizao Mundial do Comrcio (OMC).

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    19. (ESAF/ACE/97) O NAFTA representa o que considerado como um dos modelos mais bem sucedidos de liberalizao comercial, sem desvio de comrcio, em nvel regional. A respeito do NAFTA, pode se fazer as seguintes afirmaes, exceto:

    a) teve como principal antecedente o Tratado de Livre Comercio entre EUA e Canad, de 1988

    b) o NAFTA, como uma rea de livre comrcio, tem como meta maior a eliminao de barreiras tarifrias

    c) os entendimentos entre EUA e Mxico iniciaram-se em 1990

    d) o NAFTA promove a harmonizao de legislaes nacionais

    e) o acordo foi concludo durante a administrao Clinton, em 1993

    20. (ESAF/AFRF/2002-2) O Mercado Comum do Sul e a Comunidade Andina (CAN) esto negociando a formao de uma rea de livre comrcio entre ambos blocos subregionais. Se comparada ao Mercosul, correto afirmar sobre a Comunidade Andina que:

    a) possui objetivos diferentes, alcanou nvel de integrao comercial mais profundo e seu arcabouo institucional mais avanado.

    b) possui objetivos diferentes, alcanou nvel de integrao comercial menos profundo e seu arcabouo institucional menos avanado.

    c) seus objetivos, o nvel de integrao comercial alcanado e seu arcabouo institucional so semelhantes.

    d) possui objetivos semelhantes, alcanou o mesmo nvel de integrao econmica e possui arcabouo institucional mais avanado.

    e) possui objetivos semelhantes, alcanou nvel de integrao econmica mais profundo e possui arcabouo institucional mais avanado.

    21. (ESAF/AFRF/2003) Sobre a Comunidade Andina (CAN), correto afirmar que:

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    a) foi criada no mbito da Associao Latino-Americana de Livre Comrcio (ALALC), estando, no presente, integrada por Bolvia, Chile, Equador, Peru, Colmbia e Venezuela.

    b) conforma uma unio aduaneira, uma vez que teve sua tarifa externa comum implementada em todos os pases-membros a partir de 1995.

    c) contempla o livre comrcio para bens e servios entre todos os pases-membros, estando a Colmbia temporariamente suspensa em razo do conflito interno que atravessa.

    d) instaurou, desde 1993, uma rea de livre comrcio para bens da qual participam todos os pases-membros, exceto o Peru que a ela est se incorporando gradualmente.

    e) conforma um mercado comum, na medida em que foram abolidas as restries ao comrcio de bens e de servios e movimentao dos fatores de produo.

    22. (ESAF/AFRF/2005) Atribua a letra (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas. Em seguida, marque a opo que contenha a seqncia correta.

    ( ) Para fins de concesso de benefcio tributrio, a origem de um produto nem sempre coincide com a sua procedncia.

    ( ) O Formulrio A, documento expedido pela Secretaria de Comrcio Exterior (Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior), o instrumento que atesta a origem do produto para fins de concesso de tratamento tributrio diferenciado no mbito do Sistema Geral de Preferncias.

    ( ) O Acordo sobre Regras de Origem da OMC define, para cada Captulo do Sistema Harmonizado, o critrio utilizado para se conferir origem aos produtos do Captulo.

    ( ) Entre os critrios possveis para se conferir origem esto, por exemplo, o salto na classificao tarifria e a agregao de valor.

    ( ) Segundo o Acordo sobre Regras de Origem da OMC, as regras de origem no-preferenciais devem ser definidas de maneira positiva (ou seja, devem indicar o que confere origem, e no o que no confere origem). Normas negativas, contudo, podem ser empregadas para esclarecer uma norma positiva.

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    ( ) O Certificado de Origem Mercosul apresentado ser desqualificado pela autoridade aduaneira, para fins de reconhecimento do tratamento preferencial, quando ficar comprovado que no acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser originria de terceiro pas ou no corresponder mercadoria identificada na verificao fsica, conforme os elementos materiais juntados.

    Assinale a seqncia correta.

    a) V V F F V F

    b) F V V F V F

    c) F F V F F V

    d) V F V V V V

    e) V F F V V V

    23. (ESAF/ACE/2002) O Sistema Geral de Preferncias (SGP) consiste em um conjunto de regras que oferece aos pases em desenvolvimento condies preferenciais de acesso aos mercados de pases desenvolvidos. A seu respeito, correto afirmar que:

    a) entre as exigncias feitas pelos pases outorgantes com que devem cumprir os pases beneficirios do SGP esto: i) que o produto seja transportado diretamente do pas beneficirio exportador para o pas outorgante importador; e ii) que se apresente alfndega do pas outorgante um certificado de origem especfico, em conformidade com as regras de origem estabelecidas pelos pases outorgantes.

    b) entre as exigncias feitas pelos pases outorgantes com que devem cumprir os pases beneficirios do SGP esto: i) que o produto seja originrio do pas beneficirio exportador; e ii) que o produto seja transportado diretamente do pas beneficirio exportador para o pas outorgante importador por transportador com bandeira deste ou de outro pas outorgante do SGP c) os pases outorgantes beneficiam com a reduo total ou parcial do imposto de importao produtos industriais que constem em suas listas positivas ou que no estejam expressamente mencionados em suas listas negativas, no havendo concesses relativas a produtos agrcolas.

    d) entre as exigncias feitas pelos pases outorgantes com que devem cumprir os pases beneficirios do SGP esto: i) que o produto seja originrio do pas beneficirio exportador; e ii) que o produto tenha alguma vez constado nas listas

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    de mercadorias com direito aos benefcios do SGP publicadas pelos pases outorgantes desde a vigncia do SGP.

    e) os pases outorgantes beneficiam com a reduo total ou parcial do imposto de importao produtos industriais que constem em suas listas positivas, visto que o objetivo principal do SGP consiste em fomentar a industrializao das economias menos desenvolvidas.

    24. (ESAF/ACE/2002) No atual contexto internacional, os estados assumem compromissos mtuos de vrias maneiras, entre os quais a assinatura de acordos e a participao em organizaes internacionais. Entre os compromissos assumidos pelo Governo brasileiro pode-se relacionar:

    a) a rea de Livre Comrcio da Amrica do Sul, compatvel com os compromissos assumidos no mbito da OMC e da ALCA.

    b) a outorga de concesses comerciais, no mbito do Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC), a outros pases membros tambm integrantes do Grupo dos 77.

    c) a vinculao dos emprstimos obtidos junto ao Fundo Monetrio Internacional (FMI) s negociaes comerciais empreendidas no mbito da Organizao Mundial do Comrcio (OMC), j que ambos integram o Sistema de Bretton Woods.

    d) o compromisso de aceitao da prevalncia das regras da OMC sobre as do Mercosul no que diz respeito aos temas tratados pelo Acordo sobre Medidas de Investimentos Relacionados ao Comrcio (TRIMS).

    e) a oferta de vantagens no acesso ao mercado brasileiro dos produtos agrcolas oriundos dos pases que integram a Comunidade Andina das Naes (CAN).

    25. (ESAF/TRF/2005) Assinale a opo incorreta.

    a) Entre os pases que participam do Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC) esto, por exemplo, o Brasil, a Argentina, a Colmbia e o Mxico.

    b) Com base no Sistema Geral de Preferncias (SGP), o Brasil concede vantagens na importao de alguns produtos originrios de pases em desenvolvimento, ao reduzir o imposto de importao incidente sobre eles.

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    c) Em regra, a prova documental necessria para que o produto se beneficie do tratamento tributrio preferencial do Sistema Geral de Preferncia (SGP) o Formulrio A.

    d) Para que um exportador brasileiro se beneficie do tratamento preferencial do Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC), necessrio que obtenha um Certificado de Origem do SGPC, emitido pelas Federaes de Indstrias credenciadas para tanto.

    e) Ao mesmo tempo em que certas importaes feitas pelo Brasil podem-se beneficiar do SGPC, certas exportaes brasileiras tambm se beneficiam do mesmo regime.

    26. (ESAF/AFRF/2003) No marco da cooperao para o desenvolvimento, os pases industrializados estabeleceram o Sistema Geral de Preferncias (SGP), almejando facilitar o comrcio com os pases em desenvolvimento. O SGP consiste em:

    a) suspenso de tributos, em carter definitivo, para importaes de matrias-primas e manufaturas procedentes de pases em desenvolvimento.

    b) negociaes que objetivam concesses mtuas de preferncias tarifrias para os produtos menos competitivos e que so tornadas permanentes uma vez definidas.

    c) concesses tarifrias, outorgadas em base de no-reciprocidade, para exportaes de manufaturas originrias e procedentes de pases em desenvolvimento, segundo quantidades, condies de preos e perodos pr-determinados.

    d) sistema de cotas e preos que beneficiam as importaes de pases em desenvolvimento e que negociado no mbito do Acordo Geral de Comrcio e Tarifas (GATT).

    e) concesses tarifrias condicionais estendidas somente aos pases de menor desenvolvimento econmico relativo e que abrangem as exportaes de matrias-primas e demais produtos primrios deles procedentes.

    27. (ESAF/AFTN/96) O Sistema Geral de Preferncia (SGP) foi criado no seio da Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e Desenvolvimento - UNCTAD, com o objetivo de fomentar o comrcio

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    internacional, especialmente em benefcio dos pases em desenvolvimento, que h muito, vinham observando dificuldades cada vez maiores para sustentar seus programas de desenvolvimento e industrializao, face ao declnio da importncia relativa dos bens primrios tradicionais no comrcio internacional. A principal caracterstica do Sistema Geral de Preferncia a (o):

    a) Abertura de linhas especiais de crdito exportao originria dos pases em desenvolvimento;

    b) Estabelecimento de quotas preferenciais aos pases em desenvolvimento;

    c) Estabelecimento de padres menos rgidos para concesso de subsdios exportao por parte dos governos dos pases em desenvolvimento;

    d) Importao, pelos pases industrializados de produtos manufaturados e servios preferencialmente produzidos nos pases em desenvolvimento;

    e) Eliminao total ou parcial, pelos pases industrializados, de tarifas que incidem sobre produtos originrios de pases em desenvolvimento, sem exigncia de reciprocidade.

    28. (ESAF/AFRF/2000) sabido que todo processo de desenvolvimento econmico exige volume aprecivel de divisas para financiar a importao de bens de equipamento. Os pases subdesenvolvidos dependem, para suas receitas de divisas, da exportao de produtos primrios, cujo mercado vem declinando cada vez mais nos pases industriais. Em outubro de 1970, foi institudo pela Conferncia das Naes Unidas sobre Comrcio e Desenvolvimento (UNCTAD) o Sistema Geral de Preferncias, conhecido por SGP.

    Acerca do Sistema Geral de Preferncias (SGP) e do Sistema Global de Preferncias Comerciais (SGPC), pode-se afirmar que:

    a) A principal vantagem do SGP a iseno das tarifas de importao.

    b) O sistema foi incorporado ao GATT nos anos 70, com a clusula de habilitao (Enabling Clause aps a Rodada Tquio).

    c) A principal diferena entre o GATT e o SGPC que, enquanto o GATT utiliza o princpio da nao mais favorecida, o SGPC utiliza o sistema de acordos preferenciais dentro do sistema.

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    d) O SGPC defende uma eliminao de tarifas entre PEDs.

    e) O SGP constitui um conjunto de regras gerais adotadas universalmente para estimular as exportaes de bens dos PEDs, supervisionadas pela CEPAL.

    29. (ESAF/AFRFB/2009) O Sistema Global de Preferncias Comerciais, institudo no mbito da Conferncia das Naes Unidas sobre Comrcio e Desenvolvimento (UNCTAD), objetiva promover e manter o comrcio entre pases em desenvolvimento por meio da concesso mtua de preferncias comerciais. Sobre seu funcionamento, incorreto afirmar que:

    a) dele participam exclusivamente pases em desenvolvimento membros do Grupo dos 77.

    b) contempla-se a aplicao da Clusula da Nao Mais Favorecida quanto extenso das concesses negociadas e implementadas pelos pases participantes, ressalvado o princpio da mutualidade de vantagens, que lhe anterior.

    c) os pases menos desenvolvidos no esto obrigados a fazer concesses em base de reciprocidade aos demais no mbito do (SGPM).

    d) o sistema abrange produtos manufaturados e de base em todas as formas de processamento.

    e) por se tratar de arranjo preferencial, e para evitar superposio de compromissos de tal ordem, o SGPC suplanta quaisquer outras formas e instrumentos comerciais de carter preferencial pr-existentes entre os pases participantes.

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    Questes Comentadas

    1. (ESAF/PFN/2003) Indique a opo correta.

    a) So tipos (modalidades) de processos de integrao econmica: zona de preferncia tarifria, zona de livre comrcio, unio aduaneira, mercado comum e unio econmica e monetria.

    b) A Unio Europeia mais do que uma zona de livre comrcio e menos do que um mercado comum.

    c) Ao Grupo Mercado Comum, um dos componentes da estrutura institucional do Mercosul, compete velar pela aplicao dos instrumentos de poltica comercial comum acordados pelos Estados-partes.

    d) Apesar de possuir personalidade jurdica de Direito Internacional, ao Mercosul vedado contratar, adquirir ou alienar bens mveis e imveis, ainda que no uso de suas atribuies.

    e) O Mercosul no pode celebrar acordos de sede j que no uma organizao internacional.

    Comentrio: Gabarito A. Para a ESAF, em grau crescente de complexidade, a zona de preferncia tarifria o 1 estgio de integrao, seguindo da Zona (rea) de Livre Comrcio, Unio Aduaneira, Mercado Comum, Unio Econmica e monetria, e Unio Econmica Total.

    2. (ESAF/ACE/97) O princpio segundo o qual as alquotas aplicadas dentro da Zona de Livre Comrcio sero sempre diferentes e inferiores quelas praticadas com pases de fora da Zona :

    a) nao mais favorecida

    b) privilgio tarifrio

    c) margem de preferncia

    d) tratamento especial e diferenciado

    e) reduo tarifria

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    Comentrio: Gabarito C. Usado por alguns tratados como o de Montevidu que criou a a ALADI, as redues tarifrias promovidas dentro de uma Zona de Livre Comrcio so chamadas de margem de preferncia tarifria.

    3. (ESAF/ACE/97) So Fases do Processo de Integrao, em ordem crescente de complexidade:

    a) Zona de Livre Comrcio, Mercado Comum, Unio Aduaneira, Unio Econmica

    b) rea de Livre Comrcio, Unio Econmica, Mercado Comum, Unio Aduaneira

    c) Zona de Livre Comrcio, Unio Aduaneira, Unio Econmica, Mercado Comum

    d) Unio Aduaneira, Zona de Livre Comrcio, Mercado Comum, Unio Econmica

    e) Zona de Preferncia Tarifria, rea de Livre Comrcio, Unio Aduaneira, Mercado Comum

    Comentrio: Gabarito E. Para a ESAF, em grau crescente de complexidade, a Zona de Preferncia Tarifria o 1 estgio de integrao, seguindo da Zona (rea) de Livre Comrcio, Unio Aduaneira, Mercado Comum, Unio Econmica e Monetria, e Unio Econmica Total.

    4. (ESAF/ACE/2002) Acordos Comerciais Preferenciais so:

    a) acordos celebrados entre empresas estabelecendo alianas comerciais com as quais procuram deslocar competidores.

    b) acordos nos quais Estados uniformizam o tratamento a ser dispensado s importaes oriundas de terceiros pases.

    c) aco