aula1 financiamento em saude

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Financiamento em Saúde Eduardo Miguel Kühr PÓS-GRADUAÇÃO AUPEX REGULAÇÃO, CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA NOS SERVIÇOS DA SAÚDE Itajaí, março de 2012

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Health & Medicine


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Módulo 1 - Aula de Financiamento em saúde, pós-graduação em auditoria

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Page 1: Aula1  financiamento em saude

Financiamento em Saúde

Eduardo Miguel Kühr

PÓS-GRADUAÇÃO AUPEX

REGULAÇÃO, CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA

NOS SERVIÇOS DA SAÚDE

Itajaí, março de 2012

Page 2: Aula1  financiamento em saude

Introdução

• Conceitos básicos de economia da

saúde

• Elementos essenciais dos Sistemas de

Saúde

• Sistemas de Saúde no Mundo

• Modelos de financiamento da saúde

Page 3: Aula1  financiamento em saude
Page 4: Aula1  financiamento em saude
Page 5: Aula1  financiamento em saude

AÇÕES EM

Page 6: Aula1  financiamento em saude

X

Page 7: Aula1  financiamento em saude

Valor intrínsico da saúde

Visão filosófica

Visão cultural

Visão constitucional

Valor extrínseco da saúde: perspectiva

econômica de capital humano

• Objeto de desejo para consumidores dispostos a

pagar

• Fator de produção

Adaptado de Salehi, 2007

Por que investir em Saúde?

Page 8: Aula1  financiamento em saude

Saúde como capital

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Base genética

Meio Ambiente

Dieta

Exercício Físico

Assistência à Saúde

Renda

Tempo*

Dias saudáveis:

Saúde física

Saúde mental

Comorbidades

Período de tempo

Insumo de saúde Estoque de saúde

ao longo do tempo

Produtos de

saúde

Adaptado de Folland, 2007

Page 9: Aula1  financiamento em saude

Pessoas consomem cuidados de saúde (procedimentos, medicações, consultas) para

produzir saúde

Saúde como capital

Bem de consumo

(“sentir-se bem”)

Bem de investimento

(aumenta dias saudáveis)

Tempo

lazer trabalho doença ...

Adaptado de Grossmann, 1972

Page 10: Aula1  financiamento em saude

Utilização maior de serviços de saúde

Melhora de estilo de vida

Redução de riscos para doenças ocupacionais

Maior compra de serviços de educação e

outros serviços relacionados com

desenvolvimento de capital humano

Aumento de

riqueza

(“Income

Wealth

Growth”)

Saúde Melhora de estabilidade política, produtividade

Redução de gastos médicos

Redução de fertilidade

Aumento de força de trabalho e participação

feminina

Aumento de poupança interna

Aumento de expectativa de anos de vida com

saúde

Adaptado de Schieber, 2007

Page 11: Aula1  financiamento em saude

• “...Os mecanismos habituais pelos quais o Mercado

assegura a qualidade dos produtos não tem grandes

implicações no setor saúde”

Page 12: Aula1  financiamento em saude

Princípios de economia da saúde

• Princípio da incerteza

– Nem o usuário nem o profissional de saúde tem completo

domínio do momento de utilização dos serviços de saúde

nem a extensão deste uso.

• Assimetria de informação

– Desigualdade de informação entre os agentes econômicos

envolvidos quanto à real necessidade de consumo do

produto

Adaptado de Barros, 2005

Page 13: Aula1  financiamento em saude

• Indução de procura

– Profissional de saúde como agente de oferta

• Fortes juízos éticos

– Indivíduo delega sua integridade física e mental, confiando

escolha baseado em aspectos éticos e morais

• Presença de instituições sem fins lucrativos

Adaptado de Barros, 2005

Princípios de economia da saúde

Page 14: Aula1  financiamento em saude

Princípios de economia da saúde

• Lei de Widalvsky

– “Os gastos dos sistemas de serviços de saúde vão

aumentar até atingir o nível dos recursos disponíveis,

de modo que esse nível deve ser limitado para manter

os custos controlados”

• Lei de Roemer

– “Se há leitos hospitalares disponíveis, eles tendem a

ser usados, independentemente das necessidades da

população”

Adaptado de Barros, 2005

Page 15: Aula1  financiamento em saude

Princípios de economia da saúde

• Corrente racionalista

– Estratégia de contenção de custos (pagamento por

pacotes de serviços, tetos financeiros)

• Corrente sistêmica

– Mudança da lógica interna dos sistemas de serviços,

como instituição de competição gerenciada

• Corrente estruturalista

– Transformação da prática sanitária, através da

mudança de paradigma da produção social da saúde,

por meio da vigilância à saúde

Adaptado de Mendes, 2008

Page 16: Aula1  financiamento em saude

• Ponto essencial da economia da saúde

– Atingir um equilíbrio entre as necessidades da

sociedade e desejos dos indivíduos;

– Individualidade X coletividade

• Necessidade da presença do Estado como regulador

de mercado

Adaptado de Barros, 2005

Princípios de economia da saúde

Page 17: Aula1  financiamento em saude
Page 18: Aula1  financiamento em saude
Page 19: Aula1  financiamento em saude

OMS, 2010

Page 20: Aula1  financiamento em saude

Percentual de gastos em saúde em

relação ao Produto Interno Bruto, 2009

Page 21: Aula1  financiamento em saude

Gasto per capita total anual em saúde em

US$, 2009

Page 22: Aula1  financiamento em saude

Correlação entre gasto em saúde e

expectativa de vida

Total em gastos em saúde, em dólares americanos, 2003

Expectativa de vida (em anos)

WHO, 2007

Page 23: Aula1  financiamento em saude

Percentual de gasto privado em relação

ao gasto total em saúde, 2009

Page 24: Aula1  financiamento em saude

“Cerca de 20-40% do gasto total em saúde é desperdiçado...”

Page 25: Aula1  financiamento em saude

Elementos Essenciais do Sistema de Saúde

prestadores

serviços

produtos

impostos

seguros

gasto direto

pagamento:

salário

unidade

pacote

Estado

macro-contexto

sociedade financiadores

Page 26: Aula1  financiamento em saude

Sistemas de Saúde por tipo de

financiamento

Proteção Social

• Modelo Bismarckiano

• Modelo Beveridgiano

Page 27: Aula1  financiamento em saude

Sistemas de Saúde por tipo de

financiamento

• Modelo Bismarckiano

– Otto von Bismarck (1815-1898)

– “Princípio do mérito”

– Seletivismo e corporativismo

Page 28: Aula1  financiamento em saude

Sistemas de Saúde por tipo de

financiamento

• Modelo Beveridgiano

– Willian Beveridge (1879 – 1963)

– Plano Beveridge (1942)

– Caráter universal

Page 29: Aula1  financiamento em saude

Modelo Bismarckiano Modelo Beveridgiano

Alemanha Inglaterra

França Canadá

Japão Espanha

Holanda Portugal

Suíça Rússia

EUA: Medicare EUA: Medicaid

Sistemas de Saúde por tipo de financiamento

Page 30: Aula1  financiamento em saude

Sistemas de Saúde por tipo de financiamento

Modelo Bismarckiano Modelo Beveridgiano

Alemanha Inglaterra

França Canadá

Japão Espanha

Holanda Portugal

Suíça Rússia

EUA: Medicare EUA: Medicaid

Brasil: Saúde Suplementar Brasil: SUS

Brasil: INSS (pré-SUS)

Page 31: Aula1  financiamento em saude

Fontes de financiamento versus

características dos prestadores

• Fontes de financiamento

• Predomínio público

• Predomínio privado

• Característica dos prestadores

• Predomínio público

• Predomínio privado

Page 32: Aula1  financiamento em saude

$ pri

pri

$ pub

pub $ pri

pub

Inglaterra

China

Rússia

França

Portugal

Índia

México

EUA

Brasil

Cuba

Nicarágua

Argentina

Canadá

$ pub

pri

Sistemas de Saúde no Mundo

Alemanha

Espanha

Page 33: Aula1  financiamento em saude
Page 34: Aula1  financiamento em saude
Page 35: Aula1  financiamento em saude

Sistemas de saúde no mundo

Características de sistemas de alguns países:

• EUA

• Canadá

• Espanha

• Holanda

Page 36: Aula1  financiamento em saude

Sistema de saúde americano

• Financiamento público = 46%

– Medicaid (para população carente)

– Medicare (para idosos)

– Veteran´s Administration (veteranos de guerra)

• 1300 planos de saúde

– Maioria prestada por seguradoras privadas

– 6 controlam 43% do mercado

• Wellpoint (13%), UnitedHealth (11%), Aetna (7%), Kaiser

Permanente (4%), Humana (4%) e Cigna (4%)

– Hospitais sem fins lucrativos = 70% da capacidade hospitalar

total

Page 37: Aula1  financiamento em saude

Planos e Seguros

Privados

67,5%

194,6 milhões

Medicare

13,8%

41,4 milhões

Sem cobertura

15,3%

45,7 milhões (Jovens sadios,

não segurados e imigrantes ilegais) Medicaid

13,2%

39,6 milhões

US Census Bureau

Cobertura de saúde da população dos EUA, 2007

Page 38: Aula1  financiamento em saude

Sistema de Saúde Canadense

• Sistema de cobertura universal

• Não há um modelo único; 12 jurisdições (10 províncias e dois

territórios), cada qual com suas características

• Financiamento baseado na arrecadação tributária

• Cinco princípios:

– 1) Administração pública do plano de seguro da província;

– 2) cobertura compreensível e bem delimitada;

– 3) universalidade do atendimento

– 4) portabilidade de benefícios;

– 5) acessibilidade (sem restrição financeira para utilização)

Page 39: Aula1  financiamento em saude

Sistema de Saúde Canadense

• O não-cumprimento das pactuações resulta em redução do

subsídio federal para os planos de seguro das províncias

• Prestadores privados: fundações sem fins lucrativos com

médicos atuando com autônomos e empreendedores privados,

além de instituições filantrópicas e religiosas.

• 63% dos profissionais médicos direcionados para a atenção

primária (médicos de família, pediatras, obstetras e

ginecologista)

• 1984 – Canada Health Act – critérios claros e punições para

dupla cobrança.

Page 40: Aula1  financiamento em saude

Sistema de Saúde Espanhol

• Sistema Nacional de Salud (1986)

• Coordenação do sistema – descentralizada em 17 comunidades

autônomas, com competência na planificação da saúde, saúde

coletiva e assistência à saúde;

• Distritos sanitários com médicos de família, com centros

ambulatoriais com especialistas em referenciamento

• A partir de 1997 – fundações, com reestruturação de hospitais

públicos em entidades com personalidade jurídica e

responsabilidade perante autoridade pública, com financiamento

baseado em resultados

Page 41: Aula1  financiamento em saude

Sistema de Saúde Holandês

• Cobertura universal, por meio de mercado regulado e

competitivo de seguros privados, com ou sem fins

lucrativos;

• Todos os residentes são OBRIGADOS a subscrever

uma apólice de seguros para a cobertura de serviços

básicos de saúde, como consultas, hospitalização,

prescrição de medicamentos e exames

complementares;

• É possível optar por apólices complementares que

incluem serviços não cobertos, como cuidados de

saúde oral;

Page 42: Aula1  financiamento em saude

Sistema de Saúde Holandês

• O governo disponibiliza um seguro público

obrigatório, de cobertura universal, destinando a

cobrir despesas médicas excepcionais e de custo

elevado, como cuidados continuados e ao domicílio;

• Todo cidadão deve estar cadastrado a um distrito

sanitário, tendo acesso a um médico de sua escolha

dentro da área da abrangência. Para acesso à

médicos especialistas, é necessário passar primeiro

pela avaliação do médico local, excetuando-se

situações de emergência;

Page 43: Aula1  financiamento em saude

53% do Gasto Nacional em Saúde

Seguro Público

63% população

Seguro Privado

30% população

41% do Gasto Nacional de Saúde

Seguro para despesas excepcionais

100% população

3% do Gasto Nacional em Saúde

Seguro de Saúde Suplementar

Voluntário

* Mais 3% de outras fontes

Sistema de Saúde Holandês*

Fonte: WHO/EURO

Page 44: Aula1  financiamento em saude

Uso provável dos sub-sistemas de saúde

no Brasil por nível de renda Faixa de

renda SUS

Saúde

suplementar Gasto direto

Baixa

Atenção

primária, média

e alta

complexidade

-

Medicação

complementar

ao SUS

Média Alta

complexidade

Atenção

primária e

média

complexidade

Medicação

complementar

ao SUS

Alta Alta

complexidade

Atenção

primária e

média

complexidade

Utilização

frequente

Page 45: Aula1  financiamento em saude
Page 46: Aula1  financiamento em saude

Questões para discussão

SUS

• Parcerias públicas-privadas no setor saúde

– Renúncia fiscal – desconto de imposto de renda na

pessoa física;

– Copagamento de seguros de saúde/planos de

saúde por estatais /autarquias;

– Financiamento do BNDES para expansão de rede

privada;

– Tributação do setor saúde;

– Ressarcimento ao SUS

– DPVAT

– Cartões de desconto

Page 47: Aula1  financiamento em saude

Financiamento em Saúde

Eduardo Miguel Kühr

PÓS-GRADUAÇÃO AUPEX

REGULAÇÃO, CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA

NOS SERVIÇOS DA SAÚDE

Itajaí, março de 2012