aula - tratamento de Água

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Tratamento de água e esgoto Operador de processos químicos industriais Juliano S.M.A.

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aula - tratamento de água

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  • Tratamento de gua e esgotoOperador de processos qumicos industriaisJuliano S.M.A.

  • Conjunto de aes socioeconmicas que tm por objetivo alcanar nveis crescentes de sade pblica, por meio do abastecimento de gua potvel, coleta e disposio sanitria dos resduos lquidos, slidos e gasosos, promoo de disciplina sanitria do uso e ocupao do solo, drenagem urbana, controle de vetores e reservatrios de doenas transmissveis e demais servios e obras especializados.Saneamento ambiental

  • , portanto, o conjunto de atividades institucionais formadas por: abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, drenagem urbana, resduos slidos e controle de vetores. At algum tempo atrs, era chamado de Saneamento Bsico e compunha-se apenas das duas primeiras atividades.

  • Saneamento ambientalAbastecimento de gua os servios de abastecimento de gua potvel abrangem as atividades, com respectivas infra-estruturas e instalaes operacionais, de: captao, aduo de gua bruta, tratamento de gua, aduo, reservao e distribuio de gua tratada.Esgotamento sanitrio os servios de esgotamento sanitrio abrangem as atividades, com respectivas infraestruturas e instalaes operacionais, de: coleta, afastamento, transporte, tratamento e disposio final de esgotos sanitrios.

  • A gua na natureza e o Ciclo HidrolgicoA gua na NaturezaCompe cerca de 60% do corpo humano;

    Em animais a concentrao pode chegar a 98% ( gua viva);

    vital para a manuteno e preservao de diferentes espcies de vida;

    Est distribuda de maneira irregular no planeta

  • Principais fontes e usos da gua guas Superficiaisgua de lagos e reservatrios elevados: localizados na superfcie terrestre, em reas elevadas, onde so restritas as possibilidades de contaminao. guas de rios, canais e reservatrios de plancie: na superfcie terrestre, em reas mais baixas, onde so maiores as possibilidades de contaminao (carga bacteriana mais elevada, algas, slidos em suspenso e substncias diversas dissolvidas).

  • Figura Y Reservatrio de planciePantanal

  • guas subterrneasOs reservatrios de guas subterrneas so chamados de lenis. Essas guas podem estar acumuladas em dois tipos de lenis: o fretico ou o cativo. O lenol fretico caracteriza-se por estar assentado sobre uma camada impermevel de subsolo, rocha por exemplo, e submetido a presso atmosfrica local.

    O lenol cativo caracteriza-se por estar confinado entre duas camadas impermeveis de crosta terrestre e submetido a uma presso superior a presso atmosfrica local.

  • A captao do lenol fretico pode ser executada por galerias filtrantes, drenos, fontes ou poos frticos. O emprego de galerias filtrantes caracterstico de terrenos permeveis, mas de pequena espessura (aproximadamente de um a dois metros) onde h necessidade de se aumentar a rea vertical de captao para coleta de maior vazo.

    Estas galerias em geral so tubos furados, que convergem para um poo de reunio, de onde a gua retirada em geral por bombeamento, no sendo incomuns outros mtodos mais rudimentares.

  • Figura - Galeria filtranteGaleria

  • A captao de lenis cativos normalmente feita atravs de poos artesianos e, mais raramente, por fontes de encosta.

    As guas subterrneas representam a maior reserva de gua doce do globo. Os aquferos, onde ficam os reservatrios, podem ser confinados (com presso superior atmosfrica) ou no (a gua no est sob presso).

  • VIDEO AQUIFERO GUARANI E DO RIO AMAZONAS

  • gua Subterrnea e Ciclo Hidrolgico A gua subterrnea nada mais do que gua filtrada no subsolo, presente nos espaos intergranulares dos solos ou nas fraturas das rochas. Para um melhor entendimento fundamental a noo de Ciclo Hidrolgico.

    Por efeito da radiao solar, as guas dos mares, rios e lagos evaporam-se e formam nuvens. Estas, ao encontrarem correntes frias de ar ou baixas presses atmosfricas, condensam-se e precipitam-se sob a forma de chuvas, granizo ou neve. Da gua precipitada, uma parte evapora-se antes mesmo de atingir o prprio solo ou serem interceptadas pelas folhas dos vegetais; e finalmente, outra parte infiltra-se no subsolo formando os reservatrios naturais de gua subterrnea ou aqferos.

  • A gua dos lagos, rios e mares ou emergente superfcie, forma fontes. A gua dos lagos, rios e mares evapora-se outra vez e assim o ciclo reiniciado.

  • Qualidade das guas Subterrneas A poluio das guas subterrneas pode ser, entre outras fontes, causada por:

    Uso intensivo de adubos e pesticidas em atividades agrcolas; Deposio de resduos industriais slidos e lquidos ou de produtos que podem ser dissolvidos e arrastados por guas de infiltrao em terrenos muito vulnerveis; Deposio de lixos urbanos em aterros; Deposio de dejetos animais resultantes de atividades agropecurias; Construo incorreta de fossas spticas; A contaminao salina pelo avano da gua salgada motivada pela explorao intensiva dos aquferos costeiros.

  • Poluio dos MananciaisMananciais so fontes disponveis de gua determinados pelas condies locais, com os quais a populao pode ser abastecida. Deve possuir quantidade e qualidade de gua adequada ao uso.

    A tendncia do desenvolvimento urbano contaminar a rede de escoamento superficial com despejo de esgotos cloacais e pluviais, inviabilizando o manancial e exigindo novos projetos de captao de reas mais distantes, no contaminadas.

  • Principais fatores responsveis pela poluio dos mananciais das guas subterrneas: O uso da fossa sptica contamina o lenol fretico.

    O lixo contamina o aqufero pela lixiviao dos perodos chuvosos.

    O vazamento da rede de esgotos cloacais e pluviais contamina o aqufero com o despejo dos poluentes.

    O uso de pesticidas e fertilizantes na agricultura.

    Despejo de resduos de cargas industriais sobre reas de recarga, para depurao de efluentes desse tipo, tende a contaminar guas subterrneas.

  • Contaminao em guas superficiais

    Principais aspectos: Despejos de poluentes dos esgotos cloacais domsticos ou industriais.

    b) Despejos de esgotos pluviais agregados com lixo urbano.

    c) Escoamento superficial que drena reas agrcolas tratadas com pesticidas ou outros compostos.

    d) Frenagem da gua subterrnea contaminada que chega ao rio.

  • gua de uso Municipal O sistema urbano tpico de uso da gua apresenta hoje um ciclo imperfeito, onde o processo de produo de gua para o abastecimento urbano vai da captao at a distribuio. A gua bombeada de uma fonte local, tratada, utilizada e, aps, retorna para o rio ou lago, para ser bombeada novamente. Mas a gua que devolvida raramente tem as mesmas qualidades que a gua receptora (ou a gua original, como foi extrada da natureza). Sais, matria orgnica, calor e outros resduos que caracterizam a poluio da gua so agora encontrados.

  • Sistema de tratamento e distribuio de gua

  • O desenvolvimento urbano altera a cobertura vegetal, provocando vrios efeitos que modificam os componentes do ciclo hidrolgico natural. Com a urbanizao, a cobertura da bacia alterada para pavimentos impermeveis e so introduzidos condutos para escoamento pluvial, gerando as seguintes alteraes no referido ciclo:

    Reduo da infiltrao do solo. Aumento do escoamento superficial. Reduo do escoamento subterrneo. Reduo da evapotranspirao

  • Biologia da guaA vida se originou na gua e grande parte dos fenmenos vitais ainda ocorrem no ambiente aqutico original, tais como a fotossntese e a mineralizao de compostos orgnicos. Os fatores mais importantes que influenciam a populao de organismos que vivem no meio aqutico so:

    Presena ou ausncia de oxignio;

    Presena ou ausncia de luz;

    Temperatura

  • As guas superficiais, como as de rios e lagos, abrigam uma comunidade biolgica bastante diversificada. Grande parte dessa biota constituda por organismos animais e vegetais invisveis a olho nu.

    O conjunto desses organismos aquticos foi denominado de plncton, por apresentar locomoo limitada, sendo arrastado pelos movimentos da gua. O fitoplncton compreende bactrias de vida livre, fungos e algas. O zooplncton compreende protozorios de vida livre, rotferos, cladceros, coppodos, larvas de alguns insetos e de peixes nas primeiras etapas de desenvolvimento. Alm destes, os organismos que vivem aderidos a superfcies so denominados perifiton.

  • Um lago tpico possui zonas distintas de comunidade comunidades biticas comunidades biticas relacionadas sua estruturas biticas fsica. A zona litornea fica prxima s margens e onde a luz solar penetra at o fundo, permitindo assim a existncia de plantas aquticas ou macrfitas (emersas, flutuantes e submersas) e delimitando a zona euftica.

    A zona bntica formada pelos sedimentos e detritos que se acumulam no fundo do lago ou reservatrio

  • Zonas biticas componentes de um lago de gua doce

  • Bactrias e fungosAs bactrias so seres unicelulares (uma nica clula), procariticos (no possuem membrana nuclear) e microscpicos, que podem viver em qualquer ambiente. A maioria das bactrias aquticas no ultrapassa 1 micrmetro (m), embora algumas delas possam medir vrios micrmetros. As bactrias recebem nomes especiais, de acordo com suas diferentes morfologias (formas), conforme a figura a seguir:

  • Morfologia bacteriana

  • Se o formato esfrico, so chamadas cocos. Estes podem estar isolados ou viver em grupos. Se tiverem forma de bastonete, so chamadas de bacilos. Se a forma for de espiral, chama-se espirilo. Caso a bactria se assemelhe a uma vrgula, denomina-se vibrio.

    Quanto respirao, as bactrias podem ser aerbias ou anaerbias. Chamam-se aerbias as que fazem uso do oxignio. As anaerbias vivem na ausncia desse gs, e so encontradas principalmente no sedimento (fundo) de ambientes aquticos.

  • Quanto nutrio, as bactrias obtm seu alimento de matria orgnica morta, animal ou vegetal, e so chamadas de saprfitas. H espcies de bactrias que produzem o seu prprio alimento, o que pode ser feito por fotossntese ou quimiossntese.

  • Os fungos so organismos, podendo ser unicelulares ou pluricelulares. Os fungos unicelulares so chamados de leveduras, apresentam forma oval e so maiores que as bactrias. So heterotrficos e apresentam reproduo assexuada ou sexuada. A maioria dos fungos obtm seu alimento decompondo a matria orgnica do corpo de organismos vegetais e animais mortos, sendo chamados de saprfitos.

    Podem ser parasitas, ou seja, vivem custa de outro ser vivo, prejudicando-o ou podendo at mat-lo; podem estar associados a outros seres e ambos se beneficiam, sendo a relao chamada de mutualismo. Nos ambientes aquticos so encontrados os Hyphomycetes, importantes na decomposio do material vegetal morto, e geralmente presentes em folhas e ramos de rvores que caem na gua.

  • ORGANISMOS EUCARIOTOS

    So todos os seres vivos com clulas eucariticas, ou seja, com um ncleo celular rodeado por uma membrana (DNA compartimentado consequentemente separado do citoplasma) e com vrios organelas.

  • Algas

    As algas so organismos unicelulares, eucariontes fotossintetizantes, ou seja, produzem seu prprio alimento. Podem fazer parte do plncton ou do perifiton. Apresentam grande variedade de formas e se reproduzem assexuada ou sexuadamente.

    So abundantes tanto em guas doces quanto em guas salgadas. Como organismos fotoautotrficos so encontrados na zona euftica (com incidncia de luz) dos corpos de gua. As algas so classificadas de acordo com seus pigmentos e sua forma.

  • CianobactriasAlgas

  • Protozorios e animais multicelulares

    Os protozorios so animais unicelulares, eucariticos, mveis e sem parede celular. Ocorrem como clulas isoladas ou em colnias de clulas e apresentam dimenses predominantemente microscpicas (4m a 350m).

    So divididos em quatro grupos, incluindo esporozorios, amebas, flagelados e ciliados. A forma como se apresentam na natureza, como cistos e oocistos, explica sua prevalncia em distintos tipos de ambiente e, principalmente, a significativa maior resistncia ao do cloro.

  • A maioria deles desprovida de clorofila, embora alguns apresentem algas simbiontes, como o caso de Paramecium bursaria. Assim como as bactrias, os protozorios podem ser aerbios ou anaerbios, exibir vida livre ou associar-se a outros organismos. A locomoo um critrio muito importante na diferenciao dos grupos de protozorios. Estes podem se locomover por meio de pseudpodos, flagelos e clios. Os protozorios se reproduzem assexuada e sexuadamente.

  • Caractersticas de qualidade da gua para abastecimento pblicoTemperatura: medida da intensidade de calor; um parmetro importante, pois, influi em algumas propriedades da gua (densidade, viscosidade, oxignio dissolvido), com reflexos sobre a vida aqutica. Vai interferir nos processos biolgicos, reaes qumicas e bioqumicas.

    A temperatura pode variar em funo de fontes naturais (energia solar) e fontes antropognicas (despejos industriais e guas de resfriamento de mquinas).

  • Sabor e odor: a gua pura no produz sensao de odor ou sabor nos sentidos humanos. Os produtos que conferem odor ou sabor resultam de causas naturais (algas, vegetao em decomposio, bactrias, fungos, compostos orgnicos, tais como sulfatos, e artificiais(esgotos domsticos e industriais).

    A deteco de sabor e odor e sua quantificao difcil pois depende exclusivamente da sensibilidade dos sentidos humanos. Outra dificuldade que esta sensibilidade varia de indivduo para indivduo e tende a diminuir com a constante exposio.

  • Turbidez: a alterao da penetrao da luz pela presena de matria em suspenso na gua, como argila, silte, plancton, substncias orgnicas finamente divididas, organismos microscpicos e outras partculas.

    O aumento da turbidez reduz a zona euftica, que onde penetra a luz e ocorre a fotossntese.A turbidez, alm de reduzir a penetrao da luz solar na coluna dgua, prejudicando a fotossntese das algas e plantas aquticas submersas, pode recobrir os ovos dos peixes e os invertebrados bnticos (que vivem no fundo).

  • Cor: o resultado principalmente dos processos de decomposio que ocorrem no meio ambiente. Por esse motivo, as guas superficiais esto mais sujeitas a ter cor do que as guas subterrneas. Alm disso, pode-se ter cor devido presena de alguns ons metlicos comoferro ou mangans, pela decomposio da matria orgnica da gua (principalmente vegetais), pelas algas ou pela introduo de esgotos industriais e domsticosA cor dita verdadeira ou real, causada por material dissolvido e coloides. As substncias que mais frequentemente adicionam a guas naturais so os cidos hmicos.

  • Condutividade Eltrica: capacidade que a gua possui de conduzir corrente eltrica. Este parmetro est relacionado com a presena de ons dissolvidos na gua, que so partculas carregadas eletricamente Quanto maior for a quantidade de ons dissolvidos, maior ser acondutividade eltrica na gua.Slidos: todas as impurezas na gua, com exceo de gases dissolvidos, contribuem para a cerga de slidos presentes nos recursos hdricos. Os slidos podem ser classificados de acordo com o seu tamanho e caractersticas qumicas:

  • Slidos em suspenso: resduo que permanece num filtro de asbesto aps filtragem da amostra. Podem ser divididos em:

    Slidos sedimentveis: sedimentam aps um perodo de tempo de repouso da amostra.

    Slidos no sedimentveis: somente podem ser removidos por processos de coagulao,floculao e decantao.

    Slidos dissolvidos: material que passa atravs do filtro. Representam a matria em soluo ou em estado coloidal presente na amostra de efluente.

  • Principais caractersticas qumicas da gua para uso urbanoOs parmetros qumicos so de grande importncia para se caracterizar a qualidade da gua. Estes parmetros permitem:

    Classificar a gua por seu contedo mineral; Determinar o grau de contaminao, verificando-se tambm a origem dos poluentes; Caracterizar picos de concentrao de poluentes txicos e as possveis fontes; Avaliar o equilbrio bioqumico que necessrio para manuteno da vida aqutica, avaliar as necessidades de nutrientes.

  • Acidez: representa o teor de CO2 livre, cidos minerais e sais de cidos fortes, os quais por dissociao resultam em ons hidrognio em soluo. Em geral a acidez classificada em carbnica, mineral e orgnica.

    O CO2 um componente natural das guas que levar formao de acidez carbnica. A acidez mineral resultante da presena de resduos industriais, materiais orgnicos sintticos e pela hidrlise de sais minerais de metais. A importncia da acidez est vinculada a problemas de corroso, tendo pouca importncia no aspecto sanitrio.

  • pH (potencial hidrogeninico): representa o equilbrio entre ons H+ e ons OH-; varia de 7 a 14; indica se uma gua cida (pH inferior a 7), neutra (pH igual a 7) ou alcalina (pH maior do que 7); o pH da gua depende de sua origem e caractersticas naturais, mas pode ser alterado pela introduo de resduos; pH baixo torna a gua corrosiva; guas com pH elevado tendem a formar incrustaes nas tubulaes. A vida aqutica depende do pH, sendo recomendvel a faixa de 6 a 9.

  • Alcalinidade: causada por sais alcalinos, principalmente de sdio e clcio. Normalmente encontrada nas guas na forma de carbonato ou bicarbonato. A alcalinidade mede a capacidade da gua de neutralizar os cidos; em teores elevados, pode proporcionar sabor desagradvel gua.

    A quantificao da alcalinidade tem grande importncia, pois se relaciona com o processo de coagulao com floculantes, que uma das etapas do tratamento convencional de guas, com a preveno de incrustaes e da corroso de canalizaes de ferro fundido.

  • Existem trs tipos de alcalinidade que podem ser encontradas em guas naturais:Alcalinidade a hidrxido (OH-)Alcalinidade a carbonato (CO3-)Alcalinidade a bicarbonato (HCO3-)Observao: alcalinidade, acidez e pH no so a mesma coisa

  • Dureza: resulta da presena, principalmente, de sais alcalinos terrosos (clcio e magnsio), ou de outros metais bivalentes, em menor intensidade, em teores elevados. Causa sabor desagradvel e efeitos laxativos; reduz a formao da espuma do sabo, aumentando o seu consumo; provoca incrustaes nas tubulaes e caldeiras. Classificao das guas, em termos de dureza (em CaCO3 ):

    Menor que 50 mg/L CaCO3 gua mole Entre 50 e 150 mg/L CaCO3 gua com dureza moderada Entre 150 e 300 mg/L CaCO3 gua dura Maior que 300 mg/L CaCO3 gua muito dura

  • A dureza por bicarbonatos, fonte da maioria dos problemas envolvendo os sais de clcio e magnsio, tambm chamada de dureza temporria. Pela ao do calor ou por reao com substncias alcalinas ocorre a formao de carbonatos que so insolveis e precipitamformando incrustaes.A dureza por sulfatos ou cloretos de clcio e/ou magnsio em soluo chamada dureza permanente pois no influenciada pelo calor, somente por substncias alcalinas.

  • Cloretos: Os cloretos, geralmente, provm da dissoluo de minerais ou da intruso de guas do mar; podem, tambm, advir dos esgotos domsticos ou industriais. Em altas concentraes, conferem sabor salgado gua ou propriedades laxativas.

    Ferro e Mangans: podem originar-se da dissoluo de compostos do solo ou de despejos industriais; causam colorao avermelhada gua, no caso do ferro, ou marrom, no caso do mangans, manchando roupas e outros produtos industrializados. Conferem sabor metlico gua, as guas ferruginosas favorecem o desenvolvimento das ferrobactrias, que causam maus odores e colorao gua e obstruem as canalizaes.

  • Nitrognio: o nitrognio pode estar presente na gua sob vrias formas: molecular, amnia, nitrito, nitrato. um elemento indispensvel ao crescimento de algas, mas, em excesso, pode ocasionar um exagerado desenvolvimento desses organismos, fenmeno chamado de eutrofizao. So causas do aumento do nitrognio na gua: esgotos domsticos e industriais, fertilizantes e excrementos de animaisFsforo: encontra-se na gua nas formas de ortofosfato, polifosfato e fsforo orgnico. essencial para o crescimento de algas, mas, em excesso, causa a eutrofizao; suas principais fontes so: dissoluo de compostos do solo; decomposio da matria orgnica, esgotos domsticos e industriais; fertilizantes; detergentes e excrementos de animais.

  • Fluoretos: os fluoretos tm ao benfica de preveno da crie dentria entretanto, em concentraes mais elevadas, podem provocar alteraes da estrutura ssea ou a fluorose dentria (manchas escuras nos dentes).Oxignio Dissolvido (OD): indispensvel aos organismos aerbios. A gua, em condies normais, contm oxignio dissolvido cujo teor de saturao depende da altitude e da temperatura. guas com baixos teores de oxignio dissolvido indicam que receberam matria orgnica, j que a decomposio da matria orgnica por bactrias aerbias , geralmente, acompanhada pelo consumo e reduo do oxignio dissolvido da gua.

  • Matria Orgnica: a matria orgnica da gua necessria aos seres hetertrofos, na sua nutrio, e aos auttrofos, como fonte de sais nutrientes e gs carbnico; em grandes quantidades, no entanto, podem causar alguns problemas, como: cor, odor, turbidez, consumo do oxignio dissolvido, pelos organismos decompositores. O consumo de oxignio um dos problemas mais srios do aumento do teor de matria orgnica, pois provoca desequilbrios ecolgicos, podendo causar a extino dos organismos aerbios. Geralmente, so utilizados dois indicadores do teor de matria orgnica na gua: Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) e Demanda Qumica de Oxignio (DQO).

  • Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO): a quantidade de oxignio necessria oxidao da matria orgnica por ao de bactrias aerbias. Representa, portanto, a quantidade de oxignio que seria necessrio fornecer s bactrias aerbias, para consumirem a matria orgnica presente em um lquido (gua ou esgoto). A DBO determinada em laboratrio, observando-se o oxignio consumido em amostras do lquido, durante 5 dias, 20 C.

  • DBO x Oxignio Dissolvido

  • Demanda Qumica de Oxignio (DQO): a quantidade de oxignio necessria oxidao da matria orgnica, atravs de um agente qumico. A DQO tambm determinada em laboratrio, em prazo muito menor do que o teste da DBO. Para o mesmo lquido, a DQO sempre maior que a DBO.Componentes Inorgnicos: alguns componentes inorgnicos da gua, entre eles os metais pesados, so txicos ao homem: arsnio, cdmio, cromo, chumbo, mercrio, prata, cobre e zinco; alm dos metais, pode-se citar os cianetos; esses componentes, geralmente, so incorporados gua atravs de despejos industriais, atividades agrcolas, de garimpo e de minerao.

  • Componentes orgnicos: alguns componentes orgnicos presentes na gua so resistentes aos processos de tratamento convencionais tais como os agrotxicos, alguns tipos de detergentes e outros produtos qumicos

  • Principais caractersticas biolgicas da gua para uso urbano

    No que diz respeito s caractersticas microbiolgicas das guas de abastecimento, de acordo com a legislao atual, no pode haver a presena de bactrias do grupo coliforme. Amostras devem ser analisadas tanto na sada do tratamento quanto na rede de distribuio. Anlises de bactrias heterotrficas no podem ultrapassar o valor de 500 unidades formadoras de colnias por 100 mL de amostra.

    No caso de organismos como giardia e criptosporidium, tendo em vista a dificuldade de anlise, recomendada que a gua apresente a turbidez inferior a 0,5 UNT. Com nveis de turbidez reduzidos, garante-se a ausncia destes patognicos.

  • Processos de Tratamento de guaNesta etapa so utilizados mtodos de tratamento nos quais predomina a aplicao de foras fsicas para remoo de material particulado:

    Peneiramento;Mistura ;Floculao;Sedimentao;Flotao;Filtrao;Transferncia gasosa;

  • Processos de Tratamento de gua1 - Aplicao do gradeamento

    O gradeamento constitui a primeira etapa de uma estao de tratamento de gua. Tem como objetivo reter os slidos grosseiros em suspenso e de corpos flutuantes, assim protegendo tubulaes, vlvulas, registros, bombas e outros equipamentos sua jusante, contra obstrues.

    A remoo de slidos pode ser feita mediante grades de barras de limpeza manual ou mecnica, conjugadas ou no com trituradores, ou ainda mediante peneiras rotativas, dependendo das caractersticas dos slidos a serem removidos.

  • As unidades de gradeamento podem ser classificadas em funo de:

    Abertura entre as barras: Grosseiras: de 4 a 10 cm Mdias: abertura de 2 a 4 cm Finas: abertura de 1 a 2 cm

    b) Sistema de limpeza: Manual: pequenas ETAs Mecanizado: mdias e grandes ETAs

    c) Posio no canal: Verticais: limpeza mecanizada Inclinadas ( 60): limpeza manual

  • Figura X grade fina de 1,3 cm de espaamento entre as barras.

  • Disposio do material gradeadoA quantidade de material retido funo do espaamento entre barras. O material removido deve ser enviado para aterro sanitrio. O material gradeado frequentemente acondicionado em containers, facilitando a remoo para um aterro sanitrio.

    A escolha da abertura entre barras (espaamento): definida em funo das unidades posteriores do tratamento podendo ser empregadas grades grosseiras seguidas de grades mdias ou finas (deciso do projetista).

    O nmero de unidades de gradeamento normalmente encontrada numa ETA duas unidades, permanecendo uma de reserva.

  • 2 - Mistura A etapa de mistura a fase crucial do tratamento de gua, pois, dessa fase depende muitas vezes o sucesso de todo o restante do tratamento. Nela adicionado o produto qumico responsvel pela desestabilizao e posterior aglutinao das substncias e/ou partculas que desejamos remover da gua. Estas podem estar sob a forma de suspenses coloidais provenientes da eroso dos solos ou da decomposio de vegetais. No primeiro caso fazem surgir a turbidez e no segundo a cor real.

  • A COR de uma amostra de gua est associada ao grau de reduo de intensidade que a luz sofre ao atravess-la (e esta reduo d-se por absoro de parte da radiao eletromagntica), devido presena de slidos dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgnico e inorgnico.

    Dentre os colides orgnicos pode-se mencionar os cidos hmico e flvico, substncias naturais resultantes da decomposio parcial de compostos orgnicos presentes em folhas, dentre outros substratos.

  • A TURBIDEZ de uma amostra de gua o grau de atenuao de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravess-la (e esta reduo se d por absoro e espalhamento, uma vez que as partculas que provocam turbidez nas guas so maiores que o comprimento de onda da luz branca), devido presena de slidos em suspenso, tais como partculas inorgnicas (areia, silte, argila) e de detritos orgnicos, algas e bactrias, plncton em geral, etc.

  • O agente fsico para a realizao tanto da coagulao como da floculao a agitao mais, ou menos intensa da gua, atravs da operao de mistura com a denominao de: MISTURA RPIDA: associada a etapa de coagulao;

    MISTURA LENTA: associada a etapa de floculao;

  • A disperso do agente coagulante deve ocorrer de forma imediata e homognea, constituindo-se em um dos mais srios problemas no tratamento de gua, tendo em vista as pequenas dosagens de coagulantes.

    A eficincia da coagulao e, portanto, das fases subsequentes do tratamento, est relacionada com a formao dos primeiros complexos de ctions metlicos hidrolisados, cuja composio depende das condies da gua no momento e no ponto em que entram em contato.

  • 3 - Coagulao/Floculao Processo pelo qual as partculas se aglutinam em pequenas massas (flocos) com peso especfico maior que o da gua. necessrio distinguir dois aspectos fundamentais na coagulao-floculao da gua: COAGULAO: a desestabilizao das partculas suspensas, ou seja, a remoo das foras que as mantm separadas.

    FLOCULAO: o transporte destas partculas dentro do lquido para que tenham contato, geralmente estabelecendo pontes entre si e formando uma malha tridimensional de cogulos porosos.

  • Na floculao as partculas, j desestabilizadas, chocam-se umas com as outras para formar cogulos maiores, denominados flocos, que podem ser removidos por sedimentao, flotao ou filtrao rpida.

    A ineficcia da floculao, intrinsecamente relacionada ao desempenho da coagulao, reduzir a eficincia da sedimentao e o intervalo entre as lavagens das unidades de filtrao, podendo tornar o processo de tratamento antieconmico.

  • O mecanismo de transporte ser funo das dimenses das partculas desestabilizadas e da progressiva formao e crescimento dos flocos. Tal transporte resultado de dois mecanismos: Floculao pericintica: causada pelo movimento browniano, devido s diferenas de velocidade das linhas de corrente do fluido em escoamento;Floculao ortocintica: causada pela energia hidrulica ou mecnica introduzida no meio, e as distintas velocidades de sedimentao dos flocos.

  • Movimento Browniano o movimento aleatrio de partculas macroscpicas num fluido como consequncia dos choques das molculas do fluido nas partculas. Tambm pode ser observado quando luz incidida em lugares muito secos, onde macropartculas flutuam em movimentos aleatrios (vulgarmente confunde-se com poeira).

  • Dentro do tratamento de gua, o processo de coagulao-floculao tem por objetivos:

    Remoo de turbidez orgnica ou inorgnica que no sedimenta rapidamente e, remoo de cor verdadeira e aparente;

    Eliminao de bactrias, vrus e organismos patognicos susceptveis de serem separados por coagulao e, destruio de algas e plncton em geral;

    Eliminao de substncias produtoras de sabor e odor e de precipitados qumicos;

    Remoo de fosfatos, os quais servem como nutrientes para o crescimento de algas

  • A coagulao-floculao no promovida adequadamente pode acarretar os seguintes prejuzos ao tratamento de gua: Consumo excessivo de produtos floculantes;

    Diminuio de rendimento da ETA devido a obstruo nos filtros ocasionada por flocos de baixa velocidade de sedimentao;

    Maior frequncia nas lavagens dos filtros, representando maior consumo de gua e energia para esse fim;

    Aumento nas perdas de gua na produo.

  • Principais Coagulantes/FloculantesTanto polmeros sintticos como naturais (amidos em geral) tm sido usados como auxiliares de coagulao, floculao ou filtrao. No primeiro caso tm-se os polmeros catinicos, o que permite em muitas situaes, reduzir consideravelmente a dosagem de coagulante primrio quando este um sal de alumnio ou de ferro.

  • Como auxiliar de floculao os polmeros so aplicados com o objetivo de aumentar a velocidade de sedimentao dos flocos, reduzir a ao de foras de cisalhamento nos flocos durante veiculao da gua floculada e diminuir a dosagem de coagulante primrio; tambm os polmeros, este caso, so usados para aumentar as foras atuantes nos flocos presentes no manto de lodo (em flotadores ou decantadores de manto de lodo).

  • No Brasil, devido s caractersticas de nossas guas e slidos suspensos, somente os aninicos e no inicos encontram a sua melhor aplicao. A vantagem principal que os polieletrlitos oferecem o tamanho avantajado de flocos, que proporcionam maior velocidade de sedimentao. Todos os polieletrlitos tm um limite mximo de dosagem aps o qual, eles se tornam dispersantes e antieconmicos.

    Por ltimo como auxiliares de filtrao, os polmeros reduzem a possibilidade de ocorrncia do transpasse e concorrem para que sejam usadas taxas de filtrao maiores que as tradicionais.

  • Polmeros Sintticos Floculantes (Polieletrlitos)At a introduo dos materiais sintticos, como coadjuvantes de floculao, chamados de polmeros polieletrlitos, a slica ativada no possua nenhum competidor srio em clarificao de gua. Alm de serem, nitidamente superiores estes produtos tem a vantagem de serem economicamente mais convincentes. Os polmeros sintticos podem ser agrupados em catinicos, aninicos, no inicos e anfolticos. A seguir so mostradas as estruturas qumicas de alguns polmeros sintticos.

  • No inico: no apresenta stios ionizveis:acrilamidapoliacrilamidaCatinico: apresenta stios ionizveis:

  • Aninico: apresenta stios ionizveis negativos

  • Polmeros Naturais

    O amido pode ser considerado um polmero composto por monmeros de glicose. Entretanto as propriedades do amido natural podem no ser apropriadas para todas as aplicaes, mas possvel modific-las via modificaes qumicas, fsicas e enzimticas, processo conhecido como derivatizao.

  • Modificao fsica: modificado fisicamente para melhorar a sua solubilidade em gua e alterar o tamanho da partcula.

    Modificaes qumicas: incluem o entrecruzamento de cadeias o que leva a um aumento da estabilidade molecular em relao ao cisalhamento mecnico, hidrlises cidas e submisso a altas temperaturas.

    Modificaes enzimticas: o polmero de amido enzimaticamente modificado para produzir diferentes oligossacardios (maltodextrina e ciclodextrina, por exemplo). Esta propriedade importante fator para incrementar o uso do amido, pois pode intensificar a capacidade espessante, formao de gel, aderncia, adesivo e formao de filme.

  • Mecanismos de Desestabilizao QumicaA coagulao um processo que comea no exato momento da adio do coagulante gua e dura fraes de segundos. Basicamente, consiste de uma srie de reaes fsicas e qumicas, entre os coagulantes, a superfcie das partculas, a alcalinidade da gua e a prpria gua. Quando o sulfato de alumnio adicionado gua, as molculas dissociam-se para produzir SO4-2, e vrios complexos hidrolisados tais como Al(OH)++, Al(OH)3 e Al(OH)4-.

  • Alguns dos produtos da hidrlise tambm se combinam para formar espcies polimricas de longa cadeia e alta carga. As vrias espcies positivas que so formadas podem combinar-se com os colides carregados negativamente para neutralizar parte da carga das partculas coloidais, reduzindo as foras repulsivas a um valor onde possvel ocorrer a aglomerao das partculas. Assim, pode-se dizer que a coagulao-floculao desenvolve em cinco fases consecutivas:

  • 1 fase: hidrlise dos coagulantes e desestabilizao das partculas existentes na suspenso;

    2 fase: precipitao e formao de compostos qumicos que se polimerizam;

    3 fase: adsoro das cadeias polimricas na superfcie dos coloides;

    4 fase: adsoro mtua entre coloides;

    5 fase: ao de sedimentao e arraste (varredura)

  • Portanto, a coagulao o resultado de dois fenmenos:

    o primeiro, essencialmente qumico, consiste nas reaes do coagulante com a gua e na formao de espcies hidrolisadas com carga positiva e depende da concentrao do metal e pH final da mistura;

    o segundo, fundamentalmente fsico, consiste no transporte das espcies hidrolisadas para que haja contato com as impurezas presentes na gua.

  • Produtos qumicos empregadosCoagulantes primrios (sais metlicos). A precipitao de um coloide efetuada atravs da adio de um eletrlito gua que tenha uma carga (on) oposta em sinal a das partculas coloidais e o efeito ser tanto melhor, quanto maior o nmero de cargas do eletrlito.

    Um on bivalente de 30 a 60 vezes mais efetivo que um monovalente, e um trivalente de 10 a 100 vezes mais efetivo que um bivalente.

  • O sulfato de alumnio, por ser um eletrlito trivalente, o agente coagulante mais empregado no tratamento de gua. Entretanto, outros sais tambm so utilizados, tais como o cloreto frrico, sulfato ferroso, sulfato ferroso clorado, sulfato frrico e, mais recentemente, o cloreto de polialumnio (PAC). O custo, a disponibilidade e o tipo de gua so fatores decisivos na escolha do coagulante mais adequadoPor exemplo:

    O sulfato de alumnio fcil de transportar e manejar, seu custo baixo e produzido em vrias regies brasileiras;

  • O cloreto frrico produz bons flocos em amplo intervalo de pH;

    O sulfato ferroso muito til para tratar guas que apresentem pH elevado;

    O sulfato frrico conveniente para o tratamento de guas altamente coloridas ou cidas; O sulfato de alumnio (Al2(SO4)3.18H2O) um p de cor marfim, obtido a partir do ataque de cido sulfrico bauxita. Atualmente, fornecido s estaes de tratamento de gua na forma lquida, em solues concentradas a 50%.

  • Coagulantes secundrios (polmeros sintticos ou naturais)

    So produtos utilizados nas estaes de tratamento com a finalidade de ajustar as propriedades da gua a valores que conduzam a uma eficiente coagulao. Tambm so empregados nas ETAs que operam acima da capacidade nominal ou nas unidades de decantao acelerada, que prescindem de floculadores.

    O termo polieletrlito indica a presena de cargas eltricas na molcula orgnica. Polieletrlito catinico aquele cuja carga eltrica positiva e aninico aquele que a carga eltrica negativa.

  • 4 - SedimentaoO processo de consiste na utilizao da ao da gravidade para separar partculas de densidade superior a da gua, depositando-as em uma superfcie ou zona de armazenamento. As partculas que no so removidas na sedimentao seja por seu pequeno tamanho ou por serem de densidade muito prxima a da gua, devero ser removidas na filtrao.

  • Normalmente a gua contm materiais finamente divididos, no estado coloidal ou em soluo, que no podem ser removidos por sedimentao simples, sendo necessria a adio de coagulante para formar aglomerados ou flocos que sedimentam com facilidade. A sedimentao com coagulao prvia um processo de clarificao usado na maioria das estaes de tratamento, visando reduzir a carga de slidos aplicada aos filtros. As partculas relativamente grandes (dimetro ou tamanho acima de 10mm) precipitam-se com um movimento acelerado, de acordo com a lei de Newton (queda dos corpos). J as partculas relativamente pequenas (dimetro inferior a 0,1mm), apresentam uma velocidade constante no seu movimento de deposio.

  • Velocidade de sedimentao de partculas

    PartculasTamanho das partculasVelocidade de sedimentaoTempo necessrio para cair 3,0mAreia0,20 mm2,4 cm/s2 minutosAreia fina0,10 mm0,9 cm/s6 minutosSilte0,01 mm0,01 cm/s8 horas

  • Sedimentao simples Sedimentao de partculas discretas: a partcula discreta sedimenta individualmente, no mudando de tamanho, forma, densidade e velocidade de sedimentao em sua descida. Acontecem normalmente em guas com baixa concentrao de slidos e com partculas do tipo areia, cinzas e semelhantes.

  • Sedimentao floculenta: entende-se por sedimentao de partculas aglomerveis aquela em que os slidos ao descerem no lquido se aderem entre si, aumentando o tamanho, o peso especfico e a prpria velocidade de sedimentao. Usualmente a velocidade cresce com o tempo de sedimentao e com a profundidade do tanque, sendo caracterstica de partculas geradas em tratamento de gua (floculao) e esgotos domsticos (precipitao qumica, lodos ativados) e industriais (curtumes, celulose e papel).

  • Sedimentao por zona: a partcula sedimenta como um lenol nico de partculas, com reduo na velocidade de sedimentao. Normalmente ocorre em guas com concentrao elevada de slidos (maior que 500 mg/L), como no fundo dos decantadores. A eficincia esperada de remoo das partculas em um processo de decantao no tratamento de gua de aproximadamente 80% para coliformes e entre 80 a 90% para turbidez.

  • Sedimentao com coagulao

    A adio de certas substncias qumicas gua, forma-se um precipitado insolvel gelatinoso, floculento o qual neutraliza e se combina com partculas carregadas e, em sua descida atravs da gua, absorve e prende matria em suspenso e coloidal, apressa a sedimentao e remove as partculas mais completamente e mais rapidamente que o faria a sedimentao simples. As substncias qumicas usadas como coagulantes, quando adequadamente aplicadas so inofensivas ao usurio da gua

  • As partculas removidas so as suspensas ou coloidais e so compostas de argila e outros materiais inorgnicos, substncias orgnicas, bactrias, vrus e at os responsveis pela cor da gua. So usados os seguintes reagentes:Coagulantes Sulfato de alumnio Sulfato ferroso Hidrxido de Clcio Aluminato de Sdio.A sedimentao com coagulao no comumente usada como um mtodo completo de tratamento, mas como um preparo da gua para a filtrao e a distribuio do coagulante deve ser o mais homognea possvel.

  • b) lcalis Hidrxido de Clcio ou Cal (virgem ou hidratado) Carbonato de Sdio (barrilha).

    Por razes de custo e facilidade de obteno o sulfato de alumnio e a cal so os reagentes normalmente empregados nas estaes de tratamento de gua.

  • FiltraoAps decantada, a gua em tratamento encaminhada aos filtros das estaes de tratamento de gua. Em algumas estaes de tratamento, a gua encaminhada diretamente aos filtros, aps coagulada ou, noutros casos, aps coagulada e floculada. Denominamos de estaes clssicas (ou convencionais) de tratamento de gua as estaes que realizam, em unidades separadas: a mistura rpida, a floculao, a decantao e a filtrao. Quando os filtros recebem gua coagulada ou floculada, sem passar, portanto, pelo decantador, dizemos que a estao de tratamento de gua do tipo Filtrao Direta

  • Os filtros podem ser de fluxo descendente ou de fluxo ascendente.

    Filtros de leito filtrante simples utilizam como material filtrante, a areia. Filtros de leito filtrante duplo utilizam areia e o antracito (nesta ordem, de baixo para cima). Filtros de leito filtrante triplo utilizam a granada, a areia o antracito (nesta ordem, de baixo para cima).

    O material filtrante sustentado pelo denominado fundo falso. Existem diversos tipos de fundo falso, alguns dos quais podem ser fabricados no prprio canteiro de obras; outros so patenteados por diversos fabricantes.

  • Com objetivo de impedir que o material filtrante passe atravs dos orifcios do fundo falso, coloca-se, entre os dois, a camada suporte, normalmente constituda de seixos rolados.

    Para que possa desempenhar satisfatoriamente essa funo, a camada suporte deve ser cuidadosamente especificada, do ponto de vista granulomtrico. Essa especificao depender da granulometria do leito filtrante e das dimenses dos orifcios do fundo falso.A camada suporte tem tambm por funo distribuir adequadamente o fluxo da gua atravs de todo o leito filtrante, tanto durante a filtrao quanto durante a lavagem do filtro

  • Filtros Ascendentes

    Esses filtros foram introduzidos no Brasil com a denominao de filtros russos. Posteriormente, alguns autores preferiram denomin-los de clarificadores de contato.

    Autores modernos tem utilizado a denominao de filtros ascendentes. Nenhum desses nomes faz justia ao que esses filtros so, de fato. No interior dos filtros ascendentes, ocorrem, simultaneamente, a floculao, a decantao e a filtrao.

  • A gua, previamente coagulada, introduzida sob a camada suporte, e escoa no sentido de baixo para cima atravs, sucessivamente, da camada suporte e do leito de areia. Acima da camada de areia, calhas coletoras ou tubos perfurados recolhem a gua filtrada. Um dos elementos fundamentais no projeto e operao de filtros ascendentes a denominada taxa de filtrao.A lavagem efetuada injetando-se gua de baixo para cima com velocidade suficiente para expandir o leito de areia. A gua de lavagem recolhida por calhas coletoras instaladas acima do leito de areia. Em alguns casos, a mesma calha que recolhe a gua filtrada recolhe tambm a gua de lavagem

  • Filtros Descendentes

    So os filtros mais utilizados em estaes clssicas de tratamento de gua. A figura a seguir representa como o arranjo geral desse tipo de filtros. Observe que a gua a filtrar introduzida na parte superior do filtro e percola, em seguida, atravs do leito filtrante e, logo aps, atravs da camada suporte; atravessa o fundo falso e encaminhada, finalmente, ao duto ou reservatrio de gua filtrada.

  • Materiais Filtrantes

    nos materiais filtrantes que de fato ocorrer a filtrao propriamente dita da gua em tratamento. Basicamente, os materiais utilizados nos filtros das ETAs so materiais granulares, especificados adequadamente. Normalmente so utilizados, com essa finalidade, o antracito e a areia.

    A rigor, cada gua a tratar deveria merecer uma especificao prpria para o leito filtrante ser utilizado, em funo, entre outros fatores, das caractersticas das impurezas a serem retidas e da facilidade de obteno dos materiais que o comporo

  • Areia

    A areia utilizada nos filtros das ETAs pode ser obtida nos rios ou lagos, ou mesmo em praias de gua salgada. O importante que seja limpa, sem barro ou matria orgnica. Alm disto, ela no deve conter mais de 1 % de partculas laminares ou micceas (partculas de mica ou malacacheta).

    Para saber se a areia est limpa, efetua-se o denominado teste de solubilidade em cido clordrico (HCI) a 40%. Aps esse teste, em que a areia permanece em contato com o cido durante 24 horas, a perda de material deve ser inferior a 5%.

  • Antracito

    O antracito um carvo mineral (portanto, de origem fssil), de cor negra, podendo ter aspecto brilhante e pobre em substncias volteis.

  • Filtrao Por MembranasOs Processos de Separao com Membranas apresentam diversas aplicaes na separao e purificao de misturas gasosas e lquidas. Os principais processos so os de Microfiltrao, Ultrafiltrao, Nanofiltrao, Osmose Inversa, Dilise, Eletrodilise, Pervaporao, Permeao de gases e vapores.

    Os filtros convencionais, amplamente empregados em residncias e estabelecimentos comerciais, no conseguem reter a totalidade de microrganismos presentes na gua. O emprego de material bacteriosttico, como resinas contendo metais de transio ou carvo ativado impregnado com prata coloidal, tambm no consegue reteno absoluta, havendo possibilidades da passagem de microrganismos.

  • A filtrao com membranas uma filtrao absoluta, baseada na excluso por tamanho, garantindo a qualidade da gua e ausncia microbiana.

    Neste sentido, atua na purificao da gua e representa uma garantia de sade e qualidade para os produtos, podendo ser utilizada em diversas aplicaes no setor hospitalar, na fabricao de medicamentos e de alimentos. Membranas de microfiltrao e ultrafiltrao possuem muitas outras aplicaes tais como:Concentrao e Purificao de protenas e enzimas;

    Pasteurizao do leite e outras bebidas lcteas;

    Recuperao de corantes;

  • Concentrao de tintas;

    Produo de gua estril para hospitais e aplicaes farmacuticas.

    Biotecnologia e Farmcia

    Purificao bacteriolgica de meios de cultura;

    Purificao bacteriolgica de meios injetveis (injeo e soros) como garantia bacteriolgica, antes do envase final do produto ou antes do uso, como no caso de soros;

    Purificao de Ar

  • Filtrao por membranaOsmose reversaA osmose natural ocorre quando duas solues salinas de concentraes diferentes encontram-se separadas por uma membrana semipermevel. Neste caso, a gua (solvente) da soluo menos concentrada tender a passar para o lado da soluo de maior salinidade. Com isto, esta soluo mais concentrada, ao receber mais solvente, se dilui, num processo impulsionado por uma grandeza chamada presso osmtica, at que as duas solues atinjam concentraes iguais.

  • A Osmose um fenmeno natural fsico-qumico. Quando duas solues, com diferentes concentraes, so colocadas num mesmo recipiente separados por uma membrana semipermevel, ocorre naturalmente a passagem do solvente da soluo mais diluda para a soluo mais concentrada, at que se encontre um equilbrio.

  • A Osmose Reversa obtida atravs da aplicao mecnica de uma presso superior Presso Osmtica do lado da soluo mais concentrada.

  • DesinfecoFinalidades e mtodos

    A gua consumida pela populao deve estar isenta de microrganismos patognicos.

    A eliminao ou inativao desses microrganismos conhecida como desinfeco. A escolha de um desinfetante depende:

    Habilidade de controlar e destruir os diferentes agentes infecciosos sob condies normais de operao;

  • Caractersticas que possam ameaar pessoas e ambiente durante a aplicao e depois;

    Segurana de manuseio, estocagem e transporte;

    Custo.O cloro o sistema mais antigo e ainda o mais usado. Sua ao se d por oxidao celular dos microrganismos e pode ser aplicado na forma de gs, de solues de hipoclorito ou dixido de cloro. Ele tem sido empregado como desinfetante primrio na maioria das estaes que trata gua superficial ou subterrnea, tanto como pr-desinfectante como ps-desinfectante, para manuteno de residual na rede.

  • O oznio outro forte oxidante, aplicado na forma de gs, deve ser produzido in loco, por descarga eltrica atravs de ar seco ou oxignio puro. capaz de oxidar compostos orgnicos e inorgnicos na gua, entretanto, isso implica em uma demanda de oznio antes que realmente ocorra a desinfeco.

    O oznio decompe-se na gua espontaneamente em pequenos intervalos de tempo, o que gera a dificuldade de manter uma concentrao residual na rede de abastecimento caso seja utilizado este mtodo de desinfeco.

  • A radiao ultravioleta (UV) gerada tambm in loco por descarga eltrica atravs de lmpadas de vapor de mercrio. Esta radiao natural, parte do espectro no visvel dos raios do sol, penetra no corpo dos microrganismos, altera seu cdigo gentico e impossibilita a reproduo.Vantagens da desinfeco por UV:

    eficiente para eliminar bactrias, vrus, esporos e cistos; um processo fsico no, adiciona produtos qumicos ao meio; No tem necessidade de transporte, armazenamento e manuseio de produtos txicos ou corrosivos.

  • Clorao

    O cloro o desinfetante mais utilizado mundialmente, podendo estar na forma gasosa (Cl2) ou na forma lquida como hipoclorito de sdio (NaOCl) ou hipoclorito de clcio (Ca(OCL)2). Outra forma ainda de utilizao do cloro como dixido de cloro (ClO2).Quando o cloro gasoso adicionado gua, duas reaes ocorrem:

    Cl2 + H2O HOCl + H+ +ClHOCl H+ + OCl

  • Quando h presena de nitrognio na gua, na forma de amnia, haver formao de cloraminas, em reaes sucessivas:

    NH3 + HOCl NH2Cl + H2O monocloramina

    NH2Cl + HOCl NHCl2 + H2O dicloramina

    NHCl2 + HOCl NCl3 + H2O tricloreto de nitrognioEstas reaes so dependentes do pH, temperatura, tempo de contato e concentraes de cloro e amnia na gua.

  • O cloro, apesar de ser o mais comum agente desinfetante, descobriu-se recentemente, reage com a matria orgnica decomposta existente na gua, para formar os trihalometanos (THMs), produtos cancergenos, em cuja molcula os trs tomos de hidrognio podem ser substitudos por halognios (cloro, flor, bromo ou iodo).

  • Fatores que afetam a desinfeco com cloroO pH da gua um dos fatores que ir interferir na eficincia da desinfeco. Valores entre 6,5 e 7 garantem que mais de 80% do cloro adicionado estar na forma de HOCl, ou seja, a forma de maior eficincia de desinfeco. Se o pH da gua estiver entre 7,5 e 8 os valores j caem para menos de 50% de HOCl, prevalecendo o cloro na forma dissociada OCl-.Fatores importantes na desinfeco pHConcentrao do cloro Tempo de contato