aula sobre a crise do feudalismo

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Crise do Sistema FeudalA BAIXA IDADE MDIA (SCULOS XI A XV)

As Cruzadas (1095) Expedies militares organizadas a partir do final do sculo XI, quando o Papa Urbano II, convocaram o Conclio de Clermont, instituindo o movimento cruzadista. Motivaes principais das cruzadas Religioso libertar a cidade de Jerusalm do domnio dos chamados infiis (mulumanos, mouros, sarracenos) que impediam a peregrinao dos cristos ao santo sepulcro. Poltica o papado via no movimento a chance de reunificar os cristos em torno da igreja romana (catlica), porque tinha ocorrido em 1504 o cisma do oriente, com o surgimento da igreja ortodoxa, em Constantinopla. Econmicas o interesse em direcionar para o oriente aquele excedente populacional europeu, na busca de terras e riquezas. A intenso dos mercadores das cidades italianas, em reabrir o comrcio regular com o oriente, atravs do mediterrneo. Obs.: A grande conseqncia das cruzadas foi promover o comrcio no mediterrneo controlando pelas cidades italianas. Enfraquecimento da nobreza feudal o que acabou favorecendo crise do feudalismo, centralizao poltica. O aparecimento de novos plos de comrcio na Europa.

Novos plos de comrcio Rotas Martimas Rota do mediterrneo (sul) controlava o comrcio de especiarias com o oriente (Gnova e Veneza). Rota com o Mar Bltico e do Mar do Norte, controlada pelos comerciantes da liga hansetica ou hansa teutnica, ,sediada em Lebucil, reunia mercadores de 90 cidades. Obs.: Hansa ou Guilda = associaes de mercadores destinados a monopolizar o comrcio de uma regio Rotas Terrestres Rota da Champagne (Frana) ao longo dessa rota surgiam s feiras medievais, ponto de encontro entre mercadores do sul e norte. Ligava o sul regio de Flanders (rica em artigo de l). A importncia das feiras medievais Estimularam o comrcio e conseqentemente a circulao de moeda. Deram impulso s prticas bancrias (surgiram as letras de cmbio). Sedentarizao das feiras possibilitou o aparecimento de pequenas vilas, os burgos (cercada por muros), e a um novo grupo social a burguesia.

Renascimento Urbano: esteve diretamente ligado ao comrcio. Cidades surgiam nas terras que pertenciam aos feudos; Tpico das cidades medievais, as corporaes de ofcio (associaes, grmios que reuniam profissionais artesos de um mesmo ofcio, tendo como principal objetivo, monopolizar a produo, evitando a concorrncia). Outros objetivos das corporaes de ofcio: determina a quantidade da produo e regulamentar preos e salrios (comea a dar lugar a relaes capitalistas de produo). Fiscalizavam a qualidade dos produtos, guardavam os segredos da profisso. Prestavam uma assistncia social aos seus membros. (velhos, invlidos, vivas e filhos). Colaboravam com a Igreja nos momentos de festas. Hierarquia das corporaes de ofcio: Mestre-arteso dono dos meios de produo (oficina, ferramentas, matria prima. Oficiais, jornaleiros: trabalhadores que recebem salrios por jornada de trabalho. Aprendiz: jovem, que vivia na casa do mestre, aprendendo a profisso, mas no era remunerado. Obs.: torna-se um mestre arteso dependia fundamentalmente da concorrncia da corporao.

O movimento de emancipao das cidades Visava busca da independncia em relao aos feudos, atravs das cartas de franquia, o movimento se deu de duas formas: Pacfica: negociao entre populao citadina e nobreza feudal, liberada a carta de franquia em troca de taxas pagas em dinheiro. Lutas: movimento comunal, cidades que tiveram que lutar para conseguir as cartas de franquia, tal motivo foi apoiado pelos reis.

Dificuldades econmicas de toda ordem assolavam a Europa, que passou a conviver com um outro problema: o esgotamento das fontes de minrios preciosos, necessrios para a cunhagem de moedas, levando os reis a constantes desvalorizaes da moeda. Isso s fazia agravar a crise. No plano social, ao lado dos problemas j levantados, importa verificar o crescimento de um novo grupo: a burguesia comercial, residente em cidades que tendiam para uma expanso cada vez maior, pois passaram a atrair os camponeses e os elementos marginais da sociedade feudal. Politicamente, a crise se traduz pelo fortalecimento da autoridade real, considerado necessrio pela nobreza, temerosa do alcance das revoltas camponesas. A unificao poltica, ou surgimento dos Estados Nacionais, aparece, desta forma, como uma soluo poltica para a nobreza manter sua dominao. Finalmente, a crise se manifesta tambm no plano espiritualreligioso. Tantas desgraas afetaram profundamente as mentes dos homens europeus, traduzindo-se em novas necessidades espirituais (uma nova concepo do homem e do mundo) e religiosas (a igreja Catlica no conseguia atingir to facilmente os fiis, necessitados de uma teologia mais dinmica).

A crise final do feudalismo SC. XIV & XV. Entre os sculos XI e XIII: a Europa conheceu um grande crescimento populacional, em razo da melhoria nas tcnicas de produo e no aumento das reas de cultivo (arroteamento) terras drenadas dos pntanos e avano sobre bosques. Sculos XIV e XV: grande retrao na economia europia (crise), provocada pela trplice tragdia. A grande fome: nas primeiras dcadas do sculo XIV, foi provocada devido a desequilbrios climticos, reduzindo as colheitas, ajudou a proliferar as doenas. A peste negra: peste bubnica (ratos), dizimou um tero da populao europia (+- 25 milhes de pessoas), proveniente de intercmbio comercial entre a Europa e oriente, chegando atravs de navios de mercadores italianos, pssimas condies de higiene e saneamento das cidades europias ajudou na proliferao das doenas, a peste chega aos campos e a morte de camponeses, acabou aumentando a explorao dos senhores, aumentando a explorao dos senhores, provocando rebelies de servos. A guerra dos cem anos: Frana X Inglaterra, importncia para a desagregao do feudalismo; enfraqueceu a nobreza, favoreceu a consolidao do poder monrquico, despertou o sentimento nacionalista na populao francesa (Joana Darc).

Poltica: disputa pelo trono da Frana, entre Eduardo III (rei da Inglaterra) e Felipe de Valois, nobreza da Frana no aceitava ser vassala de um rei ingls, alegou que a transmisso do trono seria por linhagem paterna (lei slica). Econmica: interesse dos ingleses pela regio de Flandres, controlada pela Frana, um importante centro de comrcio e produo de artigos de l (os ingleses eram os maiores fornecedores).

No sculo XIV, na Europa Ocidental, a populao vivia dentro de determinadas caractersticas, que vinham sondo construdas desde o sculo III, e s quais denominamos Feudalismo. As relaes de produo se baseavam no trabalho servil prestado fundamentalmente nas terras dos senhores feudais: os nobres e os elementos da alta hierarquia da Igreja Catlica. O crescimento da populao, verificado entre os sculos XI e XIV, foi extraordinrio. Os nobres aumentaram em nmero e tornaram-se mais exigentes com relao aos seus hbitos de consumo: isso determinava a necessidade de aumentar suas rendas e para consegui-lo, aumentou-se grandemente o grau de explorao da massa camponesa. Esta superexplorao produziu protestos dos servos, consubstanciados em numerosas revoltas e fugas para as cidades. A represso a esses movimentos foi enorme, mas a nobreza e o alto clero tiveram razes para temer por sua sobrevivncia. Paralelamente, importantes alteraes do quadro natural provocaram srias conseqncias. Durante o sculo XIII ocorrera uma expanso das reas agrcolas, devido ao aproveitamento das reas de pastagens e derrubada de florestas. O desmatamento provocou alteraes climticas e chuvas torrenciais e contnuas, enquanto o aproveitamento da rea de pastagens levou a uma diminuio do adubo animal, o que se refletir na baixa produtividade agrcola. Com as pssimas colheitas que se verificaram, ocorreu uma alta de preos dos produtos agrcolas. Os europeus passaram a conviver com a fome.

Reis Consolidar o seu poder de fato e de direito, impondo a autoridade por todo seu reino, definir as fronteiras do estado

Burguesia Interesse em remover os entraves feudais no comrcio: a existncia de vrias moedas, padro diversificado de pesos e medidas, vrias taxas de pedgios feudais, inexistncia de segurana nas estradas, os fatos de no existir leis nicas e uma justia para todo o Reino

Nobreza Manter os seus privilgios e controle poltico (particularismo dos feudos)

Igreja Continuar interferindo nas questes polticas (poder temporal), universalismo do papado supranacional

Imagem da Peste Negra Os ndices de mortalidade aumentaram sensivelmente e, no sculo XIV, uma populao debilitada pela fome teve que enfrentar uma epidemia de extrema gravidade: a Peste Negra, que chegou a dizimar cerca de 1/3 dos habitantes da Europa.

Esta crise o ponto de partida para se compreender o processo de transio do Feudalismo ao Capitalismo. Para melhor compreendala, selecionamos alguns documentos que permitiro um entendimento das questes provocadas pela Peste Negra, no que se refere demografia e s modificaes na mentalidade da sociedade europia

1 - (UFPE) A crise do sistema feudal acelerou-se no sculo XIV. Esta crise manifestou-se de vrias maneiras. Assinale a alternativa incorreta. a) Devido forma de explorao utilizada durante toda a Idade Media houve esgotamento do solo e conseqentemente a produo agrcola diminuiu. b) A queda da produo agrcola teve como conseqncia imediata a subida dos preos. c) Com a falta de produtos os mercados tendiam a fechar nas cidades e a fome atingiu tambm a populao do campo. d) Neste perodo a peste negra assolava em toda a Europa causando a morte da populao. e) Com a diminuio da taxa de crescimento populacional os preos tenderam a baixar e os senhores feudais e nobres mantiveram seu padro econmico.

2. (Fatec-SP) Dentre as causas da desagregao da ordem econmica feudal, possvel mencionar: a) a capitalizao intensa realizada pelos artesos medievais e a criao de grandes unidades industriais, que acabaram subvertendo a economia feudal. b) o desinteresse da nobreza e do clero pela manuteno do Feudalismo, pois esses setores se beneficiariam com o advento da sociedade baseada no lucro. c) o surgimento das corporaes de oficio e a substituio do justo preo, que restringia as possibilidades de lucro, pelo preo de mercado. d) o revivescimento do comrcio e a conseqente circulao monetria, que abalaram a auto-suficincia da economia senhorial. e) a substituio gradativa do trabalho escravo pelo trabalho assalariado dentro do feudo, o que criou condies para a constituio de um sistema de mercado dentro da prpria unidade feudal.

3. (UFMG) Todas as alternativas apresentam fatos que podem ser associados decadncia do feudalismo, EXCETO: a) a ocorrncia da fome e da Peste Negra que dizimaram a Europa na primeira metade do sculo XIV. b) o aumento do nmero de cidades tanto de origem rural como surgidas de acampamentos de mercadores. c) o desenvolvimento da cavalaria, quase empenhou nas Cruzadas e difundiu pelo mundo os valores cristos. d) o desenvolvimento das atividades comerciais nos mares Mediterrneo, Negro, do Norte e Bltico. e) uma srie de insurreies e perturbaes sociais que ocorreram na Europa Ocidental e atingiram a cidade e o campo.

4 (CEFET - MG) A peste negra, que dizimou grande parte da populao europia no sculo XIV, provocando escassez de mo-de-obra e alimentos, e sendo uma das causas da decadncia do feudalismo, pode ser descrita como: a) a peste bubnica, transmitida por ratos infectados. b) uma seca violenta que devastou as lavouras. c) Nuvens de gafanhotos provenientes do norte da frica. d) a clera, trazida pelos cruzados quando retornavam da terra santa. e) fungos que surgiram pelo excesso de umidade, atacando as plantaes de cereais.

5. (PUC-MG) Durante a Baixa Idade Mdia (sc. XI - XV), o modo de produo feudal conheceu o seu apogeu, mas tambm foi nesse perodo que as contradies inerentes a esse sistema avolumaram-se, determinando a sua superao. So fatores responsveis pela desarticulao das estruturas feudais, EXCETO: a) brusca queda da produtividade na agricultura, devido resistncia dos senhores feudais a tcnicas agrcolas avanadas. b)desenvolvimento da atividade mercantil tanto a nvel inter-regional quanto a longa distncia. c)crescente urbanizao, conduzindo a uma gradual especializao da economia, caracterizada pela ciso entre campo e cidade. d)surgimento da burguesia como um novo segmento social que foi se definindo no rgido contexto da hierarquizada sociedade feudal. e)organizao de expedies militares crists contra muulmanos no Oriente Mdio, pondo fim ao domnio secular dos rabes sobre o Mediterrneo.

06 - (UNIBH 1999) - O Feudalismo europeu ocidental entrou num perodo de crise aguda no sculo XIV e da por diante se desintegrou, com maior ou menor rapidez, em diferentes regies. (SWEEZY, Paul et al. A transio do feudalismo para o capitalismo um debate.) As razes fundamentais dessa crise foram, EXCETO, a) a superexplorao do trabalho dos servos pelos nobres, que exigiam deles um maior tempo de trabalho. b) as revoltas camponesas e urbanas atribudas misria que passou a caracterizar a vida de camponeses e trabalhadores. c) o esgotamento das foras produtivas acentuado pela crise demogrfica derivada da Peste Negra. d) a descoberta de novas minas de ouro e prata em territrios alemes, gerando a disputa entre vrias naes pelo seu domnio. e) a crise provocada pelas rebelies camponesas e urbanas em quase toda a Europa Ocidental.

07 - A destruio do feudalismo depende. em ltima analise,. da prpria situao interna do sistema - Karl Marx Com relao s razes que levaram o modo de produo feudal ao desaparecimento. essa frase de Marx possibilita a seguinte interpretao: a) A expanso martima e o mercantilismo foram os fatores fundamentais da crise feudal. h) O feudalismo foi golpeado de forma decisiva com a criao dos Estados Nacionais, dando inicio modernidade. e) O Renascimento cultural pode ser caracterizado como sendo o elemento chave para explicar a crise feudal do sculo XIV. d) A superexplorao do trabalho servil foi o motor da crise do feudalismo. abrindo caminho para a sua lenta derrocada. e) A Reforma religiosa, especialmente a anglicana, destruiu o feudalismo, ao atacar os fundamentos hierrquicos da Igreja Catlica.