aula farmacoepidemiologia crianças 2012

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Estudos de utilização de medicamentos em pediatria FCF-USP, Disciplina de Farmacoepidemiologia Farm. Sandra Brassica Maio, 2012

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Page 1: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Estudos de utilização de medicamentos em pediatria

FCF-USP, Disciplina de Farmacoepidemiologia

Farm. Sandra Brassica

Maio, 2012

Page 2: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Desenvolvimento de um novo fármaco

Pré clínicos

Fase 1

Fase 2

Fase 3

Fase 4

Page 3: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Populações especiais

Page 4: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Dificuldades da condução de ECC em pediatria1) necessidade de um diálogo cuidadoso entre o investigador, a criança e seus

responsáveis;

2) dificuldade de inclusão de sujeitos de pesquisa;

3) complexidade da estratificação destes entre as categorias: neonato, lactente, criança e adolescente;

4) necessidade de realocação destes sujeitos, por meio das categorias, no decorrer do estudo;

5) limitação de retorno financeiro para a indústria, uma vez que a população pediátrica, que geralmente utilizará os novos medicamentos, poderá ser menor em relação à adulta;

6) custo das tarifas adicionais para a aprovação de novas indicações ;

7) complexidade da realização dos ensaios, que devem ser conduzidos em hospitais pediátricos; demoram mais para serem desenvolvidas e demandam equipes com experiência em pediatria .

Page 5: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

População Pediátrica

Criança = paciente especialPopulação pediátrica (0-18 anos)

•Enfermidades específicas (não apresentadas por outras faixas etárias)

•Sinais e sintomas podem ser inespecíficos

•Dependência (em relação a cuidadores)

•Dificuldade de expressão

Page 6: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

a) recém-nascidos pré – termo (RNPT) = < 37 semanas IG até 28 ddv; b) recém-nascidos a termo (RNT) = ≥37 semanas IG até 28 ddv; c) lactentes e crianças de 29 dias a 23 meses de idade; d) crianças de 2 a 11 anos; e) adolescentes de 12 a 18 anos

(OMS, 2007)

População Pediátrica

Page 7: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

???

FARMACOTERAPIA PEDIÁTRICA50% medicamentos utilizados em pediatria não são licenciados

para uso nessa faixa etária (Yeung, 2007)

• Características peculiares que podem predispor a ocorrência de EAM;

• Carência de um método universal para o cálculo das doses (idade / características

do desenvolvimento);

Page 8: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Impacto na administração de medicamentos:

Intravenosa: diluições próprias, diluição / restrição hídrica, velocidade de infusão, osmolalidade (flebites: 900mOsm/Kg periférico).

• pequeno calibre das veias;

• < camada adiposa;

• emprego de pequenos volumes (erros de diluição).

Necessidades de maiores doses (mg/Kg) para alguns fármacos (> volume de distribuição).

Ex: aminoglicosídeos

Menor distribuição de fármacos lipossolúveis.

Intramuscular: absorção lenta e errática ( massa muscular, circulação sanguínea), limitação de volume, dor no local da aplicação e imobilidade do RN.

Tópica: da absorção (estrato córneo menos espesso), ATENÇÃO RISCO DE TOXICIDADE SISTÉMICA. Absorção variável.

•> parte do peso corpóreo é constituído de água (75% RN termo; 85% RNPT), de relação extracelular/ intracelular (40:60 neonato x 20:80 adulto).

• gordura representa cerca de 3% do peso corpóreo.

Page 9: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

• > pH do estômago (imaturidade das células parietais) até 32 semanas de idade gestacional).

atividade das enzimas amilase, lipase e ácidos bilares.

motilidade intestinal, do tempo de esvaziamento gástrico.

• imaturidade da mucosa intestinal ( da permeabilidade).

Impacto na administração de medicamentos:Oral: diminuição da absorção de fármacos ácidos (fenobarbital/ fenitoína), da solubilidade de fármacos lipossolúveis, retardo do início de ação. Atenção a osmolalidade: risco de enterocolite necrotizante ( 460 mOsm/Kg).

Retal: alternativa para a administração sistêmica evitando o efeito de primeira passagem.

Page 10: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

• ↓concentração, qualidade e afinidade da ligação

das proteínas plasmáticas

• bilirrubina (produto final do catabolismo do grupo

heme) ligada de forma reversível a albumina.

Impacto na administração de medicamentos:

•> fração de droga livre plasmática, que é farmacologicamente ativa (digoxina, fenitoína e fenobarbital) = RISCO DE TOXICIDADE.

•possibilidade de deslocamento da bilirrubina pelo uso de fármacos com alta afinidade à proteína plasmática. Obs. A bilirrubina atravessa a BHE e pode ocasionar o Kernicterus.

Page 11: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Limitação de metabolismo hepático

Fase I - reações de oxidação, redução, hidrólise, metilação e hidroxilação (polar => apolar; + -OH, -COOH, -NH2; perda da atividade farmacológica) até por volta do sexto mês de idade;

Fase II - reações de glucoronidação, sulfatação e acetilação (=> hidrossolúvel) até por volta do terceiro ou quarto anos de vida.

Toxicidade

Excipientes: propilenoglicol, álcool benzílico e polietilenoglicol causam toxicidade em neonatos devido à função renal imatura.

Page 12: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Função hepática

Não há um marcador endógeno para predizer a função hepática em relação a capacidade de eliminação de fármacos;

A escala de Child-Pugh* é frequentemente utilizada para verificar a severidade da lesão hepática, mas oferece ao clínico um guia apenas qualitativo para a avaliação da função hepática.

*BTF, INR, albumina, ascite e encefalopatia.

12

Page 13: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Ritmo de filtração glomerular nos prematuros: cerca de 30 a 40% em relação ao adulto (nefrogenese até 12 meses de idade).

Page 14: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Função renal

Clearance de creatinina:

Idade K

Prematuros < 1 ano 0,33

Termos < 1 ano 0,45

2-12 anos 0,55

13-21 anos (fem) 0,55

13-21 anos (masc) 0,70

Cl Cr = K x L/SCR

K: constante de proporcionalidadeL: altura (cm) SCr: creatinina sérica

*Limitações: alterações de peso e RN na primeira semana de vida.

14

Page 15: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Farmacoterapia pediátrica:

Informações específicas (cinética / perfil de segurança)

inexistentes ou incompletas. (PANDOLFINI; BONATI, 2005)

Poucos estudos clínicos – questões éticas, logísticas,

financeiras. (PANDOLFINI; BONATI, 2005)

“Órfãos terapêuticos” – evidências clínicas

insuficientes. (CHOONARA; CONROY, 2002)

Page 16: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012
Page 17: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Situação atual

Número expressivo de crianças

recebem medicamentos não

licenciados ou sem indicação .

Page 18: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Histórico• morte de 107 crianças que receberam o elixir de

sulfanilamida em dietilenoglicol em 1937;

• o aumento da mortalidade neonatal associada ao

Kernicterus em recém-nascidos prematuros que

receberam sulfonamida, em 1956;

• a descrição de colapso cardiovascular em neonatos

que recebiam cloranfenicol, em 1959, (RACHMANINA; VAN DEN ANKER, 2006)

Page 19: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Medidas

Page 20: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Todos os pedidos de autorização de comercialização de novos medicamentos na EU a partir de 26/01/07 têm de incluir resultados de estudos realizados em crianças de diferentes idades. O Comitê de Pediatria (PDCO) determina quais estudos devem ser feitos e os descrevem em Planos de Investigação Pediátrica (PIPs).

A exigência também se aplica quando uma empresa pretende aprovar uma nova indicação, forma farmacêutica e via de administração de um medicamento que já está autorizado e patenteado.

Como incentivo, medicamentos que tenham sido autorizados na UE com resultados dos PIPs incluídos na informação do produto são elegíveis para uma extensão de sua patente por seis meses, mesmo quando os resultados dos estudos são negativos.

(http://www.ema.europa.eu/ema/index.jsp?curl=pages/special_topics/general/general_content_000302.jsp&murl=menus/special_topics/special_topics.jsp&mid=WC0b01ac058002d4ea)

Page 21: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

A pesquisa pediátrica é estimulada pelo Pediatric Research Equity Act.

No Norma Pediátrica (Pediatric Rule), os pedidos de aprovação, a partir de 1º/04/99, para

mudanças no princípio ativo, na indicação, forma farmacêutica, posologia, ou da via de

administração eram obrigados a incluir a avaliação pediátrica pelos patrocinadores que

estavam recebendo ou buscando a aprovação em adultos, a menos que a exigência

fosse dispensada.

Esta norma foi projetada para que houvesse um incentivo, firmado na legislação para

encorajar patrocinadores ou detentores de registro já aprovados para voluntariamente

realizar estudos pediátricos e qualificar-se para um período adicional de seis meses de

comercialização com exclusividade.

http://www.fda.gov/Drugs/DevelopmentApprovalProcess/DevelopmentResources/ucm049867.htm e

http://www.fda.gov/downloads/Drugs/DevelopmentApprovalProcess/DevelopmentResources/

UCM077855.pdf

Page 22: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

[...] o uso destes medicamentos é feito por conta e risco do médico

que o prescreveu, e pode eventualmente vir a caracterizar um erro médico, mas em grande parte

das vezes trata-se de uso essencialmente correto, apenas

ainda não aprovado[...].

(ANVISA, 2005)

Page 23: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

“O emprego de fármacos sem a devida garantia de

eficácia e, sobretudo, da segurança somente pode ser

justificado em situações nas quais o risco de se utilizá-

los é menor do que o de não fazê-lo.”

(WANNMACHER, 2007)

Relação Risco x Benefício

Page 24: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Fármaco Micromedex (FDA -

Drug Summary

Information)

BNF for children

2007

Anvisa (Bulário Eletrônico e CBM

2004/2005)

Fabricante

aminofilina Licenciado para uso

pediátrico.

Não Inclui neonatos.

Licenciada para

uso pediátrico.

Inclui neonatos.

A Apresentação para uso

parenteral não consta do Bulário

eletrônico da ANVISA. CBM: USO

ADULTO E PEDIÁTRICO.

USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. Não

menciona recém-nascidos,

lactentes e crianças.

Minoton® - Ariston.

cefotaxima Licenciado para uso

pediátrico. Inclui

neonatos.

Licenciada para

uso pediátrico.

Inclui neonatos.

Bulário eletrônico da ANVISA e

CBM: USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. "Contra-indicado

em crianças com idade abaixo de

30 meses."

USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. Inclui recém-

nascidos. Cetazima® -

Novafarma.

dobutamina Não licenciado para

uso em crianças.

Não

licencenciado

para uso em

crianças.

Bulário eletrônico da ANVISA e

CBM: USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. Não menciona

neonatos.

USO ADULTO E

PEDIÁTRICO. "Não

menciona neonatos".

Dobutanil® - Novafarma.

Dificuldade de informação

Page 25: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

•Em algumas situações, especialmente quando o medicamento é

novo, pode-se calcular a dose da criança em função da do adulto.

Porém, se ainda não há doses para crianças, muito provavelmente

esse medicamento ainda não foi testado suficientemente,

necessitando indicação e monitoramento ainda mais criteriosos.

Logo, os cálculos individualizados são meras aproximações.

Doses em pediatria

Page 26: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

•Lembrar que os reajustes de dose são necessários até o peso máximo de 25 a

30 kg. Além desse peso, utiliza-se a dose preconizada para adultos.

•A dose máxima calculada não deve superar a do adulto.

•A utilização da superfície corporal baseia-se no fato de que, na criança, ela é

maior em relação ao peso do que nos adultos. A razão superfície corporal/ peso

varia inversamente com a altura.

•Prefere-se a utilização da superfície corporal quando o peso da criança for

superior a 10 kg. Quando for inferior a esse valor, o próprio peso é utilizado.

Assim, a dose do medicamento é apresentada em mg/kg/dia ou mg/m2/dia.

Doses em pediatria

Page 27: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Regras e fórmulas para cálculo de dose com base no peso do paciente

Regra de Clark - Peso corporal < 30 kg

DP = DA x peso da criança (kg)70 kg

Regra de Law < de 1 ano de idade

DP = idade da criança (meses) x DA 150

Fórmula de Young 1 a 12 anos de idade

DP = idade da criança (anos) x DA (idade da criança + 12)

DP = dose pediátrica DA = dose do adulto já estabelecida

Page 28: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Dose, Forma farmacêutica, Apresentação x

Erros de medicação

• Necessidade de efetuar cálculos para a prescrição em pediatria;

• disponibilidade de especialidades farmacêuticas gerando a necessidade

de manipulação ou transformação de formas farmacêuticas para uso adulto;

• Grande utilização de suspensões extemporâneas para uso oral

(homogeneidade) ;

• Variabilidade de concentrações;

• Necessidade de realização de cálculos para administração intra-hospitalar

pela equipe de enfermagem;

• Necessidade de preparo dos cuidadores para tratamentos domiciliares.

Page 29: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

•Persistência do canal arterial

•Doença da Membrana Hialina - DMH

•Broncodisplasia

•Apnéia da prematuridade

•Retinopatia da prematuridade

•Convulsões febris, etc.

Enfermidades específicas

Ensaios clínicos Necessários???

Page 30: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação

A utilização de medicamentos “não licenciados e sem

indicação” não é capaz de gerar evidências e ainda

expõe estas populações a riscos que poderiam ser

monitorados em ensaios clínicos controlados

(RACHMANINA E VAN DEN ANKER , 2006) .

Page 31: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Crianças não são pequenos adultos, apresentam diferenças

não apenas anatômicas, mas variações fisiológicas

importantes durante todo o seu desenvolvimento.

Apresentam características e doenças distintas das que

acometem os adultos, o que inviabiliza a extrapolação de

dados oriundos de estudos realizados em populações

adultas para pediátrica, principalmente, a neonatal (KAUFFMAN, 1994).

Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação

Page 32: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Seria justificável e ético conduzir ensaios clínicos

controlados a oferecer tratamentos sem evidência científica

razoável, ou seja, baseados apenas em relatos de

experiências locais, uma vez que o ensaio clínico tem

maior capacidade de responder a questões de eficácia e

segurança sobre um tratamento.

(YEUNG, 2007) .

Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação

Page 33: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

A utilização desses medicamentos em pediatria é uma

prática comum e, ao mesmo tempo, um dilema.

Apesar de não constituir um preceito ilegal, pode

oferecer risco ao paciente, sendo o médico e o

farmacêutico responsáveis por qualquer evento adverso

relacionado ao seu uso.

(ASHP, 1992; BARR et al, 2002; COLLIER, 1999; DICK et al, 2003; FDA, 1982).

Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação

Page 34: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Também é um fator de preocupação, uma vez

que esta população tem maior suscetibilidade

para o desenvolvimento de toxicidade, devido à

imaturidade das funções hepática e renal e ao

grande número de medicamentos utilizados.

(CUZZOLIN; ZACCARON; FANOS, 2003).

Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação

Page 35: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Atualmente...

Bob Peterson, MD PhD MPH, Paul C. Hébert, MD MHSc, Noni MacDonald, MD MSc, Daniel Rosenfield, BArtsSc, Matthew B. Stanbrook, MD PhD, and Ken Flegel, MDCM MSc

Industry’s neglect of prescribing information for children

Physicians caring for Canadian children are frequently denied easy access to important prescribing information.

The pharmaceutical industry generally has not submitted evidence in its possession supporting safe pediatric doses and dosing intervals to Health Canada.

At present, Canadian health professionals do not have the same access to evidence as their American and European colleagues.

In addition, without approval for pediatric use, our children may be denied access to expensive new drugs because of lack of insurance coverage. Labelled indications also provide incentives for research and evidence-based reviews by national and

provincial formularies.

CMAJ, June 14, 2011, 183(9)

Page 36: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Atualmente...

Farmacología en pediatría y usos de medicamentos no Autorizados

Entre los años 2008 y 2010 se han registrado en Clinical Trials.gov 22 ensayos clínicos pediátricos

en la Argentina y otros 10 que incluían niños y adultos, pero en relación a los estudios que se

desarrollan en adultos el número continúa siendo escaso.

Arch Argent Pediatr 2012;110(1):4-7 / 5

Page 37: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Atualmente...Tareq Mukattash & Ahmed F. Hawwa & Karen Trew & James C. McElnay

Healthcare professional experiences and attitudes on unlicensed/off-label paediatric prescribing and paediatric clinical trials

A regional study in which a survey instrument with 39 items was issued to 500 randomly selected GPs, all community pharmacists (n=512), 50 hospital consultants and 150 paediatric nurses in

Northern Ireland.Approximately half (46.5%) of the 1,212 healthcare professionals approached responded to the

questionnaire.The majority of respondents indicated their familiarity with the term unlicensed (82.9%) or off-label

(58.6%) prescribing with the most frequently quoted reason for such prescribing being younger age (33.6%). Apart from community pharmacists, most respondents reported having gained

their knowledge through personal experience. Even though a large percentage of respondents expressed concerns about the safety (77.8%) or efficacy (87.9%) of unlicensed/off-label

prescribing in children, only 30.7% reported informing parents/guardians of these concerns on the use of such medicines in children. In addition, only 56% of respondents believed that

unlicensed/off-label medicines should undergo clinical trials in children.Overall, 28.4% of respondents (20.1% of GPs, 41.4% of community pharmacists, 27.7% of

paediatric nurses and 94% of consultant paediatricians) indicated their willingness to be actively involved in, and recruit their patients for paediatric clinical research.

Eur J Clin Pharmacol (2011) 67:449–461

Page 38: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

The amount of clinical trial research on drugs for children is not keeping up with the burden of disease in children, with developing countries showing the most severe deficiency of evidence.

These conditions differ, depending on the development status of countries.

More adult trials than pediatric trials received any industry support (51.5% vs 36.6%). Fewer pediatric than adult trials involved safety (7.9% vs 17.0%; P < .001) or pharmacokinetic/pharmacodynamic (16.1% vs 22.2%; P = .02) end points. The pediatric ones were somewhat more likely to be registered before the start of the trial and had a higher probability of being published (P = .04 for both).

 Bourgeois, MD, MPH . Pediatric Academic Societies (PAS) 2012 Annual Meeting. Abstract 1135.8. Presented April 28, 2012.

Atualmente...

Page 39: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012
Page 40: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Determinou-se incidência de reações adversas a medicamentos (RAM) que levaram crianças a atendimento de emergência. Analisaram-se, retrospectivamente, 23.286 fichas de atendimento em emergência pediátrica, a partir de código CID que indicasse possível RAM.

Observaram-se 83 (0,36%) RAM: 82 (98,8%) foram consideradas possíveis e uma (1,2%) provável, utilizando-se o algoritmo de Naranjo.

A maioria ocorreu na faixa etária entre 1 a 5 anos com leve predominância no sexo masculino (51,8%). Os medicamentos mais implicados foram antibacterianos para uso sistêmico (53,0%), vacinas (9,6%) e analgésicos (7,2%).

Page 41: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Tabela 1 – Distribuição do sexo e faixa etária de crianças atendidas num Setor de Emergência

Pediátrica Hospitalar, entre maio e julho de 2006, com reação adversa a medicamento

Sexo

Idade

Feminino

N (%)

Masculino

N (%)

Total

N (%)

Menores que 1

mês

3 (75,0) 1 (25,0) 4 (100,0)

1 mês a 11 meses 12 (54,5) 10 (45,5) 22 (100,0)

1 a 5 anos 13 (38,2) 21 (61,8) 34 (100,0)

6 a 10 anos 5 (35,7) 9 (64,3) 14 (100,0)

11 a 15 anos 7 (77,8) 2 (22,2) 9 (100,0)

Total 40 (48,2) 43 (51,8) 83 (100,0)

Page 42: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

1

Tabela 2 – Medicamentos implicados em reações adversas a medicamentos que levaram a atendimento no Setor de Emergência Pediátrica Hospitalar, no período de maio a julho de 2006, segundo a classificação ATC - Anatomical Therapeutic Chemical.

Grupo Terapêutico ATC N (%)

Antibacterianos para uso sistêmico (J01) 43(51,8)

Amoxicilina J01CA04 27 (32,5)

Cefalexina J01DB01 5 (6,0)

(sulfametoxazol + trimetoprima) J01EE01 3 (3,6)

amoxicilina + clavulanato J01CR02 2 (2,4)

Ceftriaxona J01DD04 2 (2,4)

Outros (cefaclor, cefuroxima, eritromicina, não especificado) 4 (4,8)

Vacinas (J07) 8 (9,6)

Vacina DPT J07 4 (4,8)

Outras vacinas (BCG, Hepatite B, Tetravalente, não especificada)

4 (4,8)

Analgésicos (N02) 6 (7,2)

Dipirona N02BB02 3 (3,6)

Paracetamol N02BE01 2 (2,4)

Ácido acetilsalicílico N02BA01 1 (1,2)

Produtos antiinflamatórios e antireumáticos (M01) 3 (3,6)

Nimesulide M01AX17 2 (2,4)

Diclofenaco potássico M01AB05 1 (1,2)

Medicamentos que afetam a função gastrointestinal (A03) 4 (4,8)

Bromoprida A03FA04 2 (2,4)

Metoclopramida A03FA01 2 (2,4)

Corticóides para uso sistêmico (H02) 3 (3,6)

Dexametasona H02AB02 1 (1,2)

Prednisolona H02AB06 2 (2,4)

Todos os outros produtos terapêuticos (V03) 1 (1,2)

Combinações de medicamentos 2 (2,4)

Amicacina + penicilina cristalina J01GB06 + J01CE01

1 (1,2)

Ibuprofeno + prednisolona M01AE0 + H02AB06

1 (1,2)

Outros 16 (19,2)

Total 83 (100,0)

Page 43: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

 51 RAM (61,4%) foram leves, 30 (36,1%) exigiram algum tipo de

intervenção como suspensão ou troca do medicamento ou a

prescrição de um antídoto e foram consideradas moderadas. Duas

(2,4%) levaram à internação, sendo consideradas graves. Uma

delas foi atribuída à amoxicilina e a outra à metoclopramida.

15 reações adversas à amoxicilina foram consideradas leves e 11

moderadas. A maior parte delas (70%) foi manifestação dérmica,

como exantema ou urticária e as demais foram gastrintestinais,

predominantemente diarréia. Duas reações atribuídas à

amoxicilina com clavulanato foram dérmicas e moderadas.

Page 44: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

No Brasil, RAM levam crianças a atendimento de

emergência, de forma similar a outros países.

A pesquisa no setor de emergência hospitalar é

importante para conhecer RAM que ocorrem fora do

contexto hospitalar podendo contribuir para identificar

aquelas de maior gravidade.

São necessários estudos de maior sensibilidade para

detectar essas reações e propor medidas dirigidas a sua

prevenção.

Page 45: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Determinou-se incidência de eventos adversos a medicamentos

(EAM) que levaram crianças a atendimento de emergência

hospitalar. Analisaram-se 23.286 fichas de atendimento (FA) em

emergência pediátrica, a partir de código CID que indicasse

possível EAM.

Em 13 (0,06%) observou-se EAM: não adesão a tratamento,

ingestão acidental e tentativas de suicídio.

Page 46: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Foi realizado estudo descritivo, retrospectivo e transversal

Foram considerados EAM os incidentes que caracterizassem o uso inadequado do

medicamento: a falta de eficácia da terapia medicamentosa (observada pela persistência

de sinais e sintomas após o tratamento prescrito), a falta de adesão à terapia

medicamentosa, as interações medicamentosas, as intoxicações e outros acidentes.

Foram classificados como eventos adversos potenciais os incidentes que poderiam

causar danos, mas que não chegaram a ocorrer porque foram interceptados antes de

alcançar o paciente e aqueles que não chegaram a causar prejuízo, porque fortuitamente

foram tolerados pelas crianças.

Page 47: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Tabela 1 – Distribuição do sexo e faixa etária de crianças atendidas devido a eventos adversos a

medicamentos no Setor de Emergência Pediátrica de um Hospital Universitário em São Paulo - SP,

entre maio e julho de 2006

Sexo

Idade

Feminino

N (%)

Masculino

N (%)

Total

N (%)

1 a 5 anos 3 (42,9) 4 (57,1) 7 (100,0)

6 a 10 anos 2 (100,0) 0 (0,0) 2 (100,0)

11 a 15 anos 3 (75,0) 1 (25,0) 4 (100,0)

Total 8 (61,5) 5 (38,5) 13 (100,0)

Page 48: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Quadro 1 – Medicamentos observados em eventos adversos a medicamentos que levaram a atendimento no Setor de Emergência Pediátrica de um Hospital Universitário em São Paulo - SP, no período de maio a julho de 2006, segundo os grupos terapêuticos da Classificação ATC – Anatomical Therapeutic Chemical e a circunstância do uso.

Grupo terapêutico Medicamento Sinais e sintomas Ocorrência Circunstância (*)

Antiepilépticos

carbamazepina Agitação psicomotora e sonolência

Ingeriu 3 comprimidos de 200 mg

Acidental

fenobarbital Crise convulsiva Uso suspenso na última consulta

fenobarbital Crise convulsiva Uso suspenso por hepatite medicamentosa

fenobarbital Mal convulsivo Ingeriu 2 cartelas porque tinha dor de cabeça.

Acidental

carbamazepina Vômitos e sonolência

Ingeriu 10 comprimidos

Tentativa de suicídio

fenobarbital; carbamazepina; fenitoína

Crises tônico-clônico generalizadas; confusão.

Níveis séricos abaixo do nível terapêutico

Não adesão ao tratamento

Medicamentos para doença pulmonar obstrutiva

bromidrato de fenoterol

Assintomático Acidental (3 casos de 3 irmãs)

Laxativos; Medicamentos para doença pulmonar obstrutiva;

bisacodil; bromidrato de fenoterol; brometo de ipratrópio

Tremores de membros; hipertensão.

Ingeriu 20 cp de bisacodil, 1 frasco de bromidrato de fenoterol e 1 frasco de brometo de ipratrópio

Tentativa de suicídio

Hormônios sexuais e moduladores do sistema genital

levonorgestrel e etinilestradiol

Náusea e vômitos Ingeriu 4 comprimidos

Acidental

Antibacterianos para uso sistêmico

amoxicilina Assintomático Ingeriu 5 ml Acidental

Não classificado (isometepteno + dipirona sódica + cafeína anidra)

Assintomático Ingeriu 12 comprimidos

Tentativa de suicídio

(*) Conforme descrita na ficha de atendimento

Page 49: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

A incidência foi inferior à literatura, provavelmente por ser estudo retrospectivo, utilizando CID para seleção das FA.

A falta de definição consensual do termo EAM dificulta comparação rigorosa.

EAM ocorreram mais em meninas, principalmente na faixa entre 1 a 5 anos, sugerindo necessidade de prevenção específica.

Antiepilépticos foram os medicamentos mais implicados. Três eventos requereram internação.

Os dados sugerem facilidade de acesso de crianças a medicamentos. Medidas preventivas existem, têm eficácia comprovada e foram alvo de projeto de lei no país. Embora insuficientes, medidas voltadas à regulamentação da forma e apresentação de medicamentos são necessárias para limitar seu acesso a crianças.

Page 50: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Amostra 79 pacientes

•Idade, sexo, peso, causas de admissão, medicamentos prescritos nas 24 horas

•Prontuários, ficha / adendo de internação/ transferência, evolução clínica, prescrições médicas

Critério de inclusão

Estratificação por faixa etária

(OMS)

Itens de medicamentos

Licenciados e não licenciados

Indicados e sem indicação

Brasil x EUA

3. Análise do perfil de utilização de medicamentos por neonatos na unidade de terapia intensiva

Page 51: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

BrasilMedicamentos não licenciados

•adrenalina•aminofilina• ampicilina• atropina• benzoato de sódio• cálcio (gluconato) •cefotaxima• clotrimazol

•dexametasona•dipirona•dobutamina•dopamina•fenobarbital•fenoterol•fentanila•filgrastima

•fósforo•furosemida •espironolactona•hidrato de cloral• hidroclorotiazida•midazolam•milrinona•pancurônio

•proximetacaína•ranitidina•rocurônio•salbutamol•sildenafil•tramadol

Licenciados42%

Não licenciados58%

Porcentagem de itens de medicamentos

licenciados e não licenciados para uso neonatal

no Brasil

Licenciados27%

Não licenciados

73%

Porcentagem de fármacos licenciados e não

licenciados para uso neonatal no Brasil

Page 52: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

EUAMedicamentos não licenciados

Licenciados47%

Não licenciados 53%

Porcentagem de itens de medicamentos licenciados e não licenciados para uso neonatal nos EUA

•adrenalina•aminofilina•atropina•benzoato de sódio•clotrimazol•dexametasona•dipirona

•dobutamina•dopamina•espironolactona•fenobarbital•fenoterol•fentanila•filgrastima

•flumazenila•fósforo•furosemida•hidrato de cloral•hidroclorotiazida•midazolam•milrinona,

•proximetacaína•ranitidina•rocurônio•salbutamol•sildenafil•tramadol

Licenciados34%

Não licenciados 66%

Porcentagem de Fármacos com especialidades farmacêuticas licenciadas para uso neonatal nos

EUA

Page 53: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Fármacosn=41

Sem especialidade farmacêutica no

Brasiln=3 (7,3%)

Sem bula BE n=24 (63%)

Sem bula no CBM

n=19 (50%)

Disponibilidade de informação sobre medicamentos segundo a fonte

Page 54: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Neonatos no HU-USP estão expostos a medicamentos não licenciados e a

medicamentos sem indicação.

RNT foram mais expostos a medicamentos não licenciados e sem

indicação que RNPT.

58% e 53% dos itens de medicamentos prescritos não eram licenciados

para uso neonatal e 9,5% e 10,9% dos itens licenciados não possuíam

indicação de acordo com os critérios de licenciamento brasileiros e

americanos.

Principais medicamentos não licenciados observados: N, J e C, resultado

difere da literatura, mas em consonância com as classes de medicamentos

prioritárias para a realização de EC em neonatos nos EUA.

Page 55: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Brasil: Falta de informação; bulas de um mesmo medicamento de

diferentes fabricantes podem apresentar distintas informações em relação

a indicação / licenciamento.

Medicamentos licenciados e suas indicações diferem entre países.

Não foram propostas estratégias para resolver o problema no Brasil.

Uso: dilema; não constitui um preceito ilegal.

Autoridades sanitárias de distintos países, ainda, não encontraram uma

solução para obter dados de segurança e eficácia em relação ao uso dos

medicamentos em distintas faixas etárias da população pediátrica.

Page 56: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

Verhamme K, Sturkenboom M. Study designs in

paediatric pharmacoepidemiology. Eur J Clin

Pharmacol (2011) 67 (Suppl 1):S67–S74

Page 57: Aula Farmacoepidemiologia CriançAs   2012

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Referências