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1 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA José Saldanha Matos (DECivil) Contacto: [email protected] Lisboa, Abril de 2011 VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) Mestrado Integrado em Engª do Ambiente

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA

José Saldanha Matos (DECivil)

Contacto: [email protected]

Lisboa, Abril de 2011

VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE)

Mestrado Integrado em Engª do Ambiente

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO

Constituição dos Sistemas

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REFERÊNCIA A ASPECTOS HISTÓRICOS

3000 AC – Mohengo-Doro (civilização Hindu, actualmente Paquistão)

1000 a 3000 AC – Cnossos, Creta

500 AC – Cloaca Máxima Romana (cloacarium e curatores clocarium)

1650 DC – 1º Colector enterrado (Londres)

1800 DC – Colectores/túneis de Paris

1870 DC – Primeiros sistemas separativos (Lenox e Memphis, USA)

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Evolução Histórica dos Sistemas

Ruínas de uma latrina pública do século I, em Ephessos, Turquia

Visita em barco aos esgotos de Paris, em 1896

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REFERÊNCIA A ASPECTOS HISTÓRICOS EM PORTUGAL

D. João II (1400 DC) – Limpeza dos canos

1755 – Canalização metódica (colectores unitários em malha)

Lisboa: colectores de cascões, ou “rateiros”

1950 – Setúbal: “canecos” à porta para recolha de “excreta”

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Evolução Histórica dos Sistemas

Saimel (Pombalino) Cascões

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Evolução Histórica dos Sistemas

Finais do séc. XIX, princípios do séc. XX: VERDADEIRA REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

1. Utilização do ferro fundido, como em condutas sob pressão2. Ramais(barro e grês)3. Colectores de betão, de secção circular

Corrente higienista: Preocupação com o tratamento dos efluentes e saúde pública. Analogia dos sistemas das cidades (água e esgoto) com os do corpo humano (artérias e veias).

Circular (grês cerâmico) Ferro fundido

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Séc. XX – Construção de Sistemas Separativos

1930 – Porto40as – parte do Barreiro50as – Beja, Caparica, Setúbal, …

C. Caparica – rede de fibrocimento com juntas estanque60as – Viseu, Tomar, …60as, 70as – Lisboa, Elvas, …80as – Alcanena (fábricas de curtumes, despoluição do Alviela)90as – C. Estoril

Grandes sistemas na região de Lisboa: Alcântara, Chelas e Beirolas, Frielas, S. João da Talha, Quinta da BombaVale do Ave, …

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Evolução Histórica dos Sistemas

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Evolução Histórica dos Sistemas

EVOLUÇÃO DO TIPO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Evolução Histórica dos Sistemas de Saneamento

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Componentes Órgãos Objectivo / função

Captação Obras de captação Captar água bruta nas origens (superficiais e subterrâneas), de acordo com as disponibilidades e as necessidades.

Tratamento Estações de tratamento de água (ETA)

Produzir a água potável a partir de água bruta, obedecendo às normas de qualidade (Decreto-Lei 243/01, de 1 de Agosto - Anexo VI).

Elevação Estações elevatórias e sobrepressoras

Bombar água (bruta ou tratada) entre um ponto de cota mais baixa e um ou mais pontos de cota mais elevada.

Transporte ou adução

Adutores, aquedutos e canais

Conjunto de obras destinadas a transportar a água desde a origem à distribuição. O transporte pode ser: em pressão (por gravidade e por bombagem); com superfície livre (aquedutos e canais).

SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

Constituição dos Sistemas

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

Constituição dos Sistemas

Componentes Órgãos Objectivo / função

Armazenamento Reservatórios Servir de volante de regularização, compensando as flutuações de consumo face à adução.Constituir reservas de emergência (combate a incêndios ou em casos de interrupção voluntária ou acidental do sistema de montante).Equilibrar as pressões na rede de distribuição.Regularizar o funcionamento das bombagens.

Distribuição Rede geral pública de distribuição de água

Conjunto de tubagens e elementos acessórios, como sejam juntas, válvulas de seccionamento e de descarga, redutores de pressão, ventosas, bocas de rega e lavagem, hidrantes e instrumentação (medição de caudal, por exemplo), destinado a transportar água para distribuição.

Ligação domiciliária Ramais de ligação Asseguram o abastecimento predial de água, desde a rede pública até ao limite da propriedade a servir, em boas condições de caudal e pressão.

Distribuição interior Redes interiores dos edifícios

Conjunto de tubagens e elementos acessórios para distribuição de água no interior dos edifícios.

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SISTEMAS DE DRENAGEM E DESTINO FINAL

Constituição dos Sistemas

Componentes Órgãos Objectivo / função

Rede interior de drenagem

Rede de drenagem interior dos edifícios

Conjunto de tubagens e elementos acessórios para recolha de águas residuais do interior dos edifícios.

Ligação domiciliária Ramais de esgoto Asseguram a recolha das águas residuais, desde o limite da propriedade a servir e a rede pública.

Sistema de Drenagem Rede geral pública de drenagem de águas residuais

Conjunto de tubagens e elementos acessórios, como caixas de visita destinado a recolher as águas residuais para os interceptores e emissários.

Transporte para ETAR e destino Final

Interceptores e Emissários

Conjunto de tubagens e elementos acessórios, como caixas de visita, destinado a transportar as águas residuais para as ETAR ou para destino final.

Tratamento de Águas Residuais

Estação de tratamento de águas Residuais (ETAR)

Tratar a água residual de forma a produzir um efluente compatível com a respectiva reutilização ou com a capacidade de assimilação do meio receptor.

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Torre de tomada de água em albufeira

CAPTAÇÕES DE ÁGUA

Captação de Águas Superficiais

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

Tratamento

Mistura rápida

Floculadores

Filtros

Oficinas

Saturadoresde cal

Espessadores

Desidrataçãode lamas

Armazenamentode cloro e CO2

Edifíciodos reagentes

Edifíciode exploração

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Grupos electrobomba

SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

Elevação (Estações Elevatórias)

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Redes interiores dos edifíciosa1) Águas pluviais

a2) Águas residuais domésticas, industriais e comerciais

Ramais de ligação à rede geral de drenagem

Rede geral de drenagem: colectores, câmaras de visita, sarjetas de passeio e/ou sumidouros (em redes unitárias ou separativas de águas pluviais).

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Constituição dos Sistemas

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Estações elevatórias e condutas de impulsão. Câmaras de parafusos de Arquimedes.

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Constituição dos Sistemas

Emissários e interceptores.

Estações de tratamento.

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Exutores de lançamento e destino final (emissários submarinos).

Descarregadores de tempestade.

Sifões invertidos. Pontes-canal em viadutos.

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Constituição dos Sistemas

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Obras especiais – atravessamentos.

Túneis.

Lagoas de amortecimento e retenção.

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Constituição dos Sistemas

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Constituição dos Sistemas

ETAR FATACA - ODEMIRA ETAR S. Gonçalo (Guarda)

ETAR

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Situação actual em Portugal

BALANÇO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PEAASAR 2000-2006: VERTENTE EM ALTAÂMBITO TERRITORIAL DOS SISTEMAS

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

SANEAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

SANEAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS

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SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Situação actual em Portugal

BALANÇO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PEAASAR 2000-2006: NÍVEIS DE ATENDIMENTO

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30

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100

1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006

Nível de atendimento em tratamento de AR

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1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Situação actual em Portugal

Nível de atendimento em drenagem de AR

A aprovação do PEAASAR 2007-2013 no final de 2006, veio definir objectivos e a estratégia nacional com vista à sua prossecução:

Servir 95% da população com sistemas públicos de abastecimento de água;

Servir 90% da população com sistemas públicos de drenagem de águas residuais.

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PRO

POST

ATarifárioEquilibrado

Protector do AmbienteComo dissuasor de

consumos excessivos

Auto/SustentávelComo garante da qualidade e continuidade do serviço

Socialmente AceitávelComo bem essencial a vida e ao bem estar

SUSTENTABILIDADE ECONOMICAE FINANCEIRA

SUSTENTABILIDADE ECONOMICAE FINANCEIRA

SUSTENTABILIDADEAMBIENTAL

SUSTENTABILIDADEAMBIENTAL

SUSTENTABILIDADE SOCIALSUSTENTABILIDADE SOCIAL

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Situação actual em Portugal

UM DOS DESAFIOS ACTUAIS É O TARIFÁRIO CORRECTO

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• As dimensões de Ecologia (Ambiente, E1), Ética (social, E2) e Económica (E3) Eficiência na utilização de recursos (controlo de perdas de água, reutilização de efluentes; controlo na origem de águas pluviais, produção de energia.

E2

E1 E3

R2

R1R3

SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAISSituação actual em Portugal

A cidade Sustentável

• R3-A Resiliência, a R1- Robustez a R2- Redução de riscos ( flexibilidade e adaptabilidade) (diversificação de origens, sistemas emalhados,…)

A cidade “Adaptada”

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Reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a população sem acesso seguro e sustentável a água e a saneamento (1200 milhões e 2400 milhões, respectivamente.(Não se vai cumprir em África, em termos de saneamento).Situação nos PALOP: Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe.

SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA E OBJECTIVOS DO MILÉNIO

O SANEAMENTO E A SATISFAÇÃO DE OBJECTIVOS DO MILÉNIO – O “PAPEL” DE PORTUGAL NO

CUMPRIMENTO DE METAS DO OBJECTIVO “7”

UN – DÉCADA DA ÁGUA (1995-2015)UN – ANO MUNDIAL DO SANEAMENTO (2008)

Assegurar a Sustentabilidade Ambiental

• Evolução dos Planos de Gestão de Regiões Hidrográficas (Norte, Centro, Tejo, Alentejo e Algarve)

• Caracterização, Cenários, Perspectivas, Objectivos, Medidas, Plano de Acção.

DQA

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

• Cobertura em abastecimento de água nos PALOP (1990 e 2008).

2689112008

‐‐‐1990São Tomé e Príncipe

847532008

536641990Moçambique

961392008

2‐‐1990Guiné Bissau

3884162008

‐‐‐1990Cabo Verde

2050502008

036641990Angola

Água canalizada

AdequadoNão adequado

Total

• Cobertura em saneamento nos PALOP (1990 e 2008).

1555262008

‐‐‐1990São Tomé e Príncipe

3842172008

2265111990Moçambique

4631212008

‐‐‐1990Guiné Bissau

442542008

‐‐‐1990Cabo Verde

2023572008

1461251990Angola

Não adequado

Ar livreAdequado

Total

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA

ANO LECTIVO 2010/2011TEMAS PARA TRABALHO NO ÂMBITO DO CICLO URBANO DA ÁGUA

TÍTULO:

1- Situação do abastecimento de água e saneamento nos PALOP – Estratégias e perspectivas para satisfação dos Objectivos do Milénio.

2- Abastecimento de água e saneamento em Moçambique – Análise critica do PRONASAR – Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento Rural, de Dez. 2009.

ORIENTADOR: Prof. José Saldanha Matos ([email protected])

FONTES RECOMENDADAS:

PRONASAR - Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento Rural, de Dez. 2009, R.P. Moçambique.

PIA 2010 – Programa de Implantação Anual do PRONASAR, 2011.PAMOA A – Contribuição para a evolução do abastecimento de água e de saneamento de águas residuais

em áreas peri-urbanas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – Caso de Estudo da Cidade de Maputo, em Moçambique. Dissertação de Mestrado em Engª do Ambiente. IST, Set. 2010.

JSM, 2011/04/20