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Dia 02/02/2009

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Dia 02/02/2009.

EMENTA:

Bibliografia bsica:

Coelho, Fabio Ulhoa Manual de Direito Comercial Editora Saraiva.

Bibliografia complementar:

Coelho, Fabio Ulhoa Curso de Direito Empresarial Editora Saraiva.

Sinopses Saraiva.

06/02/2009.

NON LIQUET: o julgador obrigado a dar soluo para o caso concreto, mesmo sem lei para o caso. Os juzes trouxeram de fora leis, ante a falta de lei nacional nas normas de Direito Comercial.

JURISPRUDNCIA: cincia do Direito. a reiterao de decises judiciais no mesmo sentido em determinada matria.

Cdigo Civil francs de 1804 e Cdigo Comercial francs de 1808 (chamados napolenicos) foram copiados pelo nosso Cdigo Comercial de 1850 (Lei 556/1850), parcialmente em vigor.

Revogao de lei pode ser expressa ou tcita.

Para que no ocorra conflito aparente de normas, uma lei deve ser revogada expressamente. Ex.: o CC de 2002 revogou a primeira parte do C. Comercial.

(CC de 1916: Cdigo Bevilacqua. CC de 2002: Cdigo Reale).

Com a edio do CC de 2002, matrias comerciais passaram a ser tratadas pelo CC, art. 966 e ss. Houve unificao do Direito Privado, parcialmente, pois h muitas leis esparsas.

D. Pblico => D. Penal.

D. Privado => D. Civil, C. Comercial.

A principal diferena que no D. Pblico, o Estado tem maior ingerncia. No D. Privado, h maior autonomia das partes.

A vinda da famlia real foi o primeiro marco para a criao do D. Comercial/empresarial, com a abertura dos portos s naes amigas, em 1808, com a chamada Carta Rgia (na realidade, foi a abertura dos portos Inglaterra). A Carta Rgia colocava os valores do imposto de importao para a Inglaterra bem mais baixos, mais baixos, inclusive, do que para Portugal, propriamente.

O segundo marco foi o C. Comercial de 1850.

O C. Comercial nasceu pois o comrcio necessitava de incentivo, tambm por suas atividades peculiares. Foi a forma de o Estado garantir a atividade comercial, incentiv-la e diminuir as perdas que surjam para o comerciante. Se no fosse assim, o comrcio no se desenvolveria.

As normas de comrcio podem ser editadas pela Unio, Estados e Municpios.

O D. Civil cuida de relaes no-empresariais.

TEORIA DOS ATOS DO COMRCIO - C. Comercial de 1850: criou lista para ditar o que atividade empresarial; fora disso, seria cvel. Posteriormente, a especializao do comrcio fez com que a Teoria ficasse obsoleta, pois surgiram atividades comerciais novas, fazendo com que tais atividades no fossem abrangidas pelo C. Comercial. Em 1942, na Itlia, surgiu a TEORIA DA EMPRESA. Com ela, acabou o sistema de se listar o que atividade empresarial, mas, sim, definir o que comrcio. O que estiver fora da definio, ser tratado pelo CC.

A TEORIA DOS ATOS DO COMRCIO vigorou at 2002 para regular as relaes de comrcio.

09/02/2009.

Para que o juiz aplique algo fora da lei, deve fundamentar. Ex.: pecuaristas e prestadores de servios no eram considerados como comerciantes, suas atividades eram reguladas pelo CC. Juzes importaram a TEORIA DA EMPRESA e passaram a aplic-la a eles.

A Teoria da Empresa comeou a ser introduzida no Brasil com a Lei 8078/90 (CDC) e Lei 8241/91 (Lei de Locaes). As locaes comerciais, at essa Lei, eram regulamentadas pelo CC.

O prestador de servios, com a Lei de Locao, passou a ter direito a ao renovatria de locao; no pode ser despejado por qualquer motivo, pois a lei diz que ele pode ficar no imvel, mesmo contra a vontade do locador. A renovatria proteo para o locatrio que exerce atividade comercial ou de prestao de servios.

A TEORIA DA EMPRESA entrou no ordenamento jurdico mesmo sem a revogao total do C. Comercial. Surgiu com o CDC e a Lei de Locao. A Teoria da Empresa, definitivamente, solidificou-se com o CC de 2002, quando foi revogado parcialmente o C. Comercial.

A responsabilidade dos prestadores de servios rege-se pelo CDC, no pelo CC.

A Teoria da Empresa tambm se incorporou jurisprudncia. Juzes passaram a decretar a falncia dos pecuaristas, alegando que a lei no evoluiu.

O Artigo 966 do CC define quem empresrio.

Escritor empresrio? Depende.

Para que se exera atividade empresarial, devem existir, SEMPRE, quatro fatores:

1. Capital.

2. Mo-de-obra.

3. Insumo (matria-prima).

4. Tecnologia (desenvolvimento de idia para se ganhar dinheiro, p. ex. Nem sempre criar. Materiais.).

Empresrio pode ser firma individual, dois scios ou S/A. O tamanho do empreendimento no define se empresrio.

EMPRESRIO INDIVIDUAL (FIRMA INDIVIDUAL): uma s pessoa toca. Quando h sociedade, h um ser novo, devidamente registrado na Junta Comercial. Quem tem direito aos benefcios empresariais a empresa, no seus scios. Os scios no so empresrios. Um dos scios pode ser empresrio individual em outra atividade.

O EMPRESRIO INDIVIDUAL sempre responde com seu patrimnio. Essa a regra. Em casos de sociedade, exceo, em casos de fraude.

NO SO ATIVIDADES EMPRESARIAIS:

A-atividades exploradas por quem no se enquadra no conceito legal de empresrio. Ex.: prestador de servios que no contrata empregado.

B- no empresrio quem desenvolve atividade rural e no for registrado na Junta Comercial. A vantagem do registro , por exemplo, financiamentos do governo para empresrio, o que no ocorre para pessoa natural.

C- No so empresrios as cooperativas (So conjugao de vontades. Sociedade de direito civil, regulada por norma cvel. Assim determina a lei.).

EMPRESA: tecnicamente, o exerccio da atividade produtiva. o empreendimento. Ex.: Volkswagem: produo de carros. Padarias: produo de pes e afins. o que se produz, o servio que se presta. A finalidade.

Empresa NO SINNIMO de estabelecimento empresarial. Est errado. Estabelecimento comercial o mesmo que firma.

O artigo 1142 do CC define que estabelecimento comercial o complexo de bens, corpreos ou incorpreos, utilizados pelo empresrio para o desenvolvimento de sua atividade econmica.

13/02/2009.

PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PBLICO so criadas por lei, e esto ligadas ao Estado (Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal, sendo que tem caractersticas dos Estados e Municpios).

Os Estados desempenham atividade econmica? Sim, mas como exceo (artigo 173 da CF). Isto ocorre, pois a atividade comercial seria desestimulada em face de uma concorrncia desleal. O Estado somente desempenha atividade econmica quando tais atividades no gerarem interesses dos particulares, pelo menos no em nmero suficiente. Ex.: no regime militar, em um perodo chamado de milagre econmico, no havia investimentos. Ento o Estado investiu na indstria de base (ao, siderurgia, etc.). Com o crescimento dos chamados perueiros, decaiu o interesse privado para explorao de transporte pblico, fazendo com que o Estado interviesse.

Para que o Estado desempenhe atividade econmica, o servio deve ser imprescindvel, necessrio e falte interessados.

OBSERVAO: Ao desempenhar atividade empresarial, o Estado pode perder dinheiro. Mesmo sendo atividade deficitria, mas necessria, o Estado tem o dever de atuar, pois a funo do Estado garantir o bem-estar social.

(Unio a unio dos Estados, Distrito Federal e Municpios).

PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PRIVADO: regra para exerccio da atividade empresarial (arts. 44 e ss do CC). O exerccio da atividade empresarial livre, ressalvados casos da CF. Ex.: precisa de autorizao casos em que, potencialmente, poder causar dano ao meio ambiente: postos de gasolina. H necessidade de autorizao do respectivo rgo ambiental. No basta o registro na Jucesp, que faz uma fiscalizao formal, necessrio, quando o caso, de autorizao do rgo competente.

SO PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PRIVADO:

I- Associaes.

II- Sociedades.

III- Fundaes.

IV- Organizaes religiosas.

Fundao sinnimo e patrimnio. Destina-se a uma atividade social. No pode ter fins econmicos, pois a finalidade incompatvel com o lucro. No que o lucro seja proibido, mas deve ser destinado prpria fundao, ou seja, o lucro reinvestido na prpria fundao. Lucro no deve ser dividido com ningum, diferentemente da atividade empresarial que visa a sua diviso, aumentando a riqueza.

EMPRESA (artigo 966 do CC).

Para que seja considerada empresa, devem existir, obrigatoriamente, os quatro critrios anteriores capital, mo-de-obra, insumo (matria-prima) e tecnologia (desenvolvimento de idia para se ganhar dinheiro) mais os trs seguintes:

1.Profissionalismo/pessoalidade (desaparece a pessoa de algum em particular).

2.Organizao da atividade econmica.

3.Produo ou circulao de bens/servios.

Segundo o artigo 966, 1, do CC, intelectual pode ou no ser considerado empresrio. Ex.: dentista. Preenche os quatro primeiros requisitos. Tem atividade econmica organizada e produz servios. A atividade cresce e abre uma clnica. Quando no mais procurado o Dr. Fulano de Tal, mas, sim, qualquer profissional da clnica, desaparece a pessoa natural e tem-se empresrio.

O marco da atividade empresarial no o registro na Jucesp, pois existem as atividades irregulares.

Mdicos, etc., regulam-se pelo CDC.

16/02/2009.

(vendedor porta a porta no atividade empresarial).

Presentes os quesitos, posso comear a pensar se h atividade empresarial. Caso falte um dos quesitos, no haver atividade empresarial.

Produtor rural nunca considerado como desenvolvedor de atividade irregular. Ou ser considerado empresrio, ou no; ou ser regido pelo CC ou pelas normas empresariais.

REGRAS DO DIREITO DO CONSUMIDOR (CDC): nem sempre o consumidor far jus a esse benefcio. Ex.: compra e venda entre grandes empresas. Ambos esto equiparados em condies, principalmente econmicas.

PRODUO OU CIRCULAO DE BENS E DE SERVIOS: podem ser considerados empresrios fornecedores de matrias-primas, auxiliares na circulao de mercadoria (Casas Bahia), atacadistas, prestadores de servios (maior problema para definio).

REQUISITOS PARA EXERCCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL INDIVIDUAL.

SER CAPAZ (maior de dezoito anos, ou capacidade civil, emancipao voluntria e casamento).

Exceto nos casos previstos pelo artigo 5, XIII, CF (quando depender de lei que permita o exerccio da profisso. Ex.: OAB)

Menor tem que ter autorizao judicial para exercer atividade empresarial (alvar). O relativamente incapaz (entre 16 e 18 anos) ter o assistente para praticar os atos em conjunto. O absolutamente incapaz ter um representante. No pratica nenhum ato.

PRINCPIO DA PRESERVAO DA EMPRESA: a atividade empresarial deve ser preservada a qualquer custo.

PROIBIDOS DE EXERCER ATIVIDADE EMPRESARIAL:

1.falido no reabilitado.

2. leiloeiro (profissional vinculado ao Direito Comercial. Supe-se que toma todo o seu tempo).

3.Juzes e promotores (somente vedado para praticar atos de gerncia).

4. Funcionrios pblicos (somente vedado para praticar atos de gerncia. Mesmo caso dos leiloeiros).

5.Rdio/TV: essa atividade empresarial prpria dos brasileiros natos ou naturalizados, pois essa rea est ligada soberania do Estado. Estrangeiro pode ser scio-minoritrio.

PROIBIO diferente de CAPACIDADE.

Proibio: quando no puder desempenhar atividade empresarial por interesse pblico. Ex.: rdio e TV.

Capacidade: quando no puder desempenhar atividade empresarial por interesse prprio. Ex.: incapaz.

02/03/2009.

proibida a sociedade empresarial entre cnjuges (art. 977, CC) que sejam casados pelos regime de separao obrigatria de bens e de comunho universal de bens, para a proteo da sociedade.

(Contrato bilateral: vontades antagnicas. Contrato de casamento: vontades paralelas).

COMUNHO UNIVERSAL DE BENS: no h diferena patrimonial. Portanto, a lei probe sociedade para evitar a transferncia de patrimnio para um dos scios, o que proibido por lei. Ex.: passar bens do casal para a sociedade. O scio-gerente tomar conta desses bens.

SEPARAO OBRIGATRIA DE BENS (art. 1641, CC as pessoas no possuem plena capacidade de suas faculdades mentais): mesmo caso da comunho universal de bens.

O motivo da vedao fazer com que os cnjuges continuem a gerir seu patrimnio, como determinado no regime de casamento.

A opo para constituir sociedade empresarial alterar o regime de casamento.

Os casados num desses dois regimes de casamento e que constituam sociedade tero uma sociedade irregular, que no tem a proteo do Direito Empresarial. Nesse caso, o patrimnio do scio responde por danos ou fraudes.

Caso haja mudana de regime de casamento para um que proba sociedade, ser necessrio: extinguir a empresa, passar para firma individual ou mudar o scio.

CLASSIFICAO DAS SOCIEDADES EMPRESARIAIS EM RAZO DA NATUREZA DOS SCIOS.

SOCIEDADE UNIPESSOAL INCIDENTAL: pode existir sociedade com um nico scio, ou sociedade unipessoal incidental, que a sociedade que teve mais de um scio e deixou de t-lo, passando a permanecer um s scio.

dada oportunidade para scio remanescente recompor a sociedade, em 180 dias, pelo princpio da preservao empresarial.

SOCIEDADE SUBSIDIRIA INTEGRAL: espcie de S/A.

DIVISO DA SOCIEDADE.

SOCIEDADE DE PESSOAS: sociedade que a responsabilidade dos scios maior diante do estreito relacionamento pessoal entre eles. Nessa espcie de sociedade, predominam os elementos subjetivos dos scios.

A entrada e sada de scios no livre, pois depende dos outros scios. O que importa so os scios, a amizade, a confiana.

EXCEO: na sociedade de pessoas no pode haver penhora de quotas, diferentemente da de capital.

SOCIEDADE DE CAPITAL: so aquelas em que indiferente a pessoa do scio, prevalecendo a impessoalidade, ou seja, o dinheiro.

A entrada e sada de scios livre. O que importa sempre o dinheiro. Para entrar no lugar, depende dos demais scios. A diminuio da sociedade tambm livre.

Conta de participao

Pessoas

Comandita simples

Nome coletivo

(Ltda. Hbrida: pessoas ou capital)

Sociedade

Capital

Comandita por aes

S/A por aes

06/06/2009.

(Contrato para ser recebido na Jucesp deve estar subscrito por advogado. 90% das sociedades so Ltda.)

As sociedades pequenas so de pessoas, pois mais fcil de gerir e tratar com as pessoas, inclusive as Ltda. Sociedade de pessoas com muitos scios poder dar muitos problemas. Ex.: quem vai administrar? Como est sendo administrado? Em sociedades de pessoas mais difcil trocar ou excluir scios. Sociedades de capital mais fcil de ser administrada, mesmo em casos de problemas, como brigas, discordncias, etc.

SOCIEDADES IRREGULARES OU EM COMUM.

Sociedades irregulares ou em comum a sociedade que no est devidamente constituda, ou seja, no h personalidade jurdica (art. 985, CC). At pode haver sociedade (reunio de pessoas para atividade empresarial), mas no haver personalidade. Os scios podero responder com seus bens. No haver a proteo jurdica do Direito Empresarial.

(Pode acontecer de no existir a pessoa jurdica para se fugir de impostos, para fraudar, ou, at mesmo, por falta de conhecimento).

ESPCIES DE SOCIEDADE.

(Sociedade o gnero).

Espcie: SOCIEDADE DE FATO: aquela que no est constituda juridicamente. Um dia existiu, mas deixou de existir, foi desconstituda.

Espcie: SOCIEDADE IRREGULAR: aquela que nunca existiu, nunca foi constituda regularmente.

A sociedade pode ser por prazo determinado ou indeterminado.

PRAZO DETERMINADO. Ex.: construo do boidromo. Edital de licitao exige que a empresa tenha um capital mnimo. Se no h esse capital, rene-se com outros, abre-se uma empresa com prazo determinado. Finda a obra, a sociedade terminar. Caso as atividades da sociedade continuem, ela ser uma sociedade irregular de fato. Caso a sociedade tenha dado certo e queria continuar, dever ser feito um aditamento no registro junto Jucesp, para constar prazo indeterminado.

Observaes:

1- mesmo que finda a sociedade, caso venham a surgir problemas futuros derivados da construo da obra, a responsabilidade ainda recair sobre a sociedade, mesmo que j desfeita.

2- Toda sociedade tem que fazer anotaes no seu registro das alteraes havidas. Ao fim de dez anos, se no houver alterao nenhuma, tem que, obrigatoriamente, comunicar que ainda est em atividade. Caso no o faa, ser considerada uma sociedade inativa, tornando-se irregular. Como conseqncia disso, a Jucesp fica autorizada a cancelar o registro do nome empresarial, permitindo que outra empresa use o mesmo nome. A empresa original ter que mudar de nome. H divergncia de jurisprudncia quanto a passara a ser ou no irregular.

3- Jucesp pode vedar registro de nome empresarial semelhante.

REGISTRO DA EMPRESA (saber mais: Lei 8934/94).

(Registro na Jucesp)

DNRC Departamento Nacional de Registro no Comercio. rgo federal vinculado ao Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio. Tem a incumbncia de ditar regras (somente, no registra nada) que sero seguidas pelas juntas comerciais. As regras so uniformes para todo o Brasil.

JUNTAS COMERCIAIS habilitam e nomeiam tradutores pblicos e intrpretes comerciais. Caso empresa estrangeira queira se instalar aqui, os tradutores fazem a traduo do contrato social. O tradutor e o intrprete tm f pblica. No pode ser um particular.

As atividades da junta comercial so trs:

1- Matrcula: ato de inscrio dos tradutores pblicos e intrpretes comerciais.

2-Arquivamento: registro/inscrio do empresrio individual e das sociedades empresariais, assim como o registro das alteraes dos atos constitutivos.

3- Autenticao: o ato ligado ao registro de livros comerciais (contbeis, registro de algumas atividades, etc.).

TRABALHO DAS JUNTAS COMERCIAIS: rgo vinculado Secretaria da Fazenda. O governador indica quem vai trabalhar l. por mandato. So os vogais quem tem o poder de deciso. So da rea jurdica e tambm aplicam o direito. Os atos decisrios da Junta Comercial podem se dar por um s vogal (deciso monocrtica) ou reunio de vogais (trs colegiado).

Decises referentes a sociedades ltda.: um vogal.

Decises referentes a S/A e sobre recursos administrativos: trs vogais (a maioria das decises so ligadas a nome empresarial). Pode-se recorrer justia sobre a deciso do colegiado.

(No ato do registro, deve-se indicar mais de um nome empresarial. Veda-se uso de nome semelhante em atividades semelhantes. Pode haver mesmo nome em ramos de atividades diferentes).

09/03/2009.

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL.

Definio (artigo 1142, CC):

Complexo de bens corpreos ou incorpreos utilizados pelo empresrio no desenvolvimento de sua atividade econmica (nome empresarial, clientes, maquinrio, capital, etc.). Outra definio, artigo 90, CC: universalidade de fato, ou seja, pluralidade de bens singulares que, pertinentes mesma pessoa, tenham destinao unitria.

(Ponto empresarial ou comercial: local onde se exerce a atividade empresarial).

Bens incorpreos: clientela: quem compra produto ou servio.

Aviamento (ou organizao da atividade empresarial): organizao de diversos elementos em torno de atividade empresarial, dentre eles a clientela. Exemplo de aviamento: shopping center, que a agregao de lojas e servios (organizao de vrios servios em maior escala).

(Empresa a atividade empresarial. Com o encerramento da atividade empresarial, nem todos os bens incorpreos desaparecem, como, por exemplo, o nome empresarial. Ex.: Mappin.).

Renovao compulsria de locao: proteo da lei sociedade empresarial. O direito de propriedade limitado, segundo leis e jurisprudncia.

Requisitos para se ter direito renovao compulsria de locao:

1- necessrio que a atividade esteja sendo desenvolvida por meio de contrato de locao com prazo mnimo de cinco anos (prazo determinado), podendo ser considerada a soma de prazos.

2- Contrato mnimo de cinco anos, mas trs anos deve estar exercendo a mesma atividade empresarial, de forma ininterrupta. Ex.: abri uma padaria e exerci essa atividade por dois anos e meio e no deu certo; abri uma farmcia que deu certo, nos dois anos e meio seguintes. No faz jus renovao compulsria de locao.

necessrio que preencha os dois requisitos.

3- A ao deve ser proposta entre o perodo de um ano a seis meses antes do trmino do contrato de locao, sob pena de perda do direito, ou seja, decadncia.

1 ano (Dentro deste perodo)6 meses Trmino

|________________________________|____________________________________|

Em contrapartida, o locador tem direito a majorao do aluguel. Havendo discordncia entre as partes, perito dir o valor de mercado do aluguel (poder, eventualmente, ocorrer minorao).

O novo contrato renovado por igual prazo, ou seja, cinco anos.

Elemento que integra o estabelecimento empresarial.

1- Nome empresarial: designativo (nome) que identifica a sociedade empresarial ou empresrio individual (nome da sociedade). Ex.: Coca-cola Company.

2- Ttulo de estabelecimento (nome fantasia): signo designativo (nome) do ponto comercial. Deve constar do contrato social. Ex.: Marcelo Cabral Bebidas.

3- Marca: nome do produto. Ex.: Coca-cola, Fanta, etc.

(Nome e marcas podem ser igual, semelhantes).

13/03/2009.

PROTEO S MARCAS.

Os ttulos de estabelecimentos e marca devem ser registrados. No ato do registro, caso no haja perigo de concorrncia desleal, a junta comercial aprova, pois existe proteo do ttulo/marca empresarial. A proteo existe para ttulos/marcas do mesmo ramo de atividade. Caso no haja o registro, o mesmo nome pode ser registrado.

Exceo: H conveno internacional que aceita a proteo de marcas que sejam de auto-renome, as quais no podem ser usadas em nenhum outro produto ou ramo de atividade. Ex.: Coca-Cola, McDonalds, etc. Mesmo sem registro, alguns pases protegem marcas reconhecidas por conveno.

NOME EMPRESARIAL.

Nome empresarial (gnero) o nome que identifica o empresrio ou a sociedade empresarial. H duas formas:

1- Firma ou Razo Social: firma ou razo social (espcie) o nome empresarial que toma por base o nome civil do empresrio ou dos scios, e privativa de empresas individuais ou sociedades de pessoas, podendo tambm ser utilizada por sociedades limitada (conta de participao, comandita simples ou nome coletivo). Deve haver coincidncia entre o nome da firma e o do empresrio/scio).

(Sociedade a empresria, scio comerciante, investidor. Usa-se o nome da firma com o mesmo nome do empresrio ou de um dos scios para se saber com quem se est negociando, e tambm porque alguns negcios se do pela confiana.).

Quando o scio que d o nome ao estabelecimento empresarial sai, deve ser feita alterao na junta comercial. A responsabilidade pela fiscalizao da alterao da razo social do scio que se afastou, pois em caso de conivncia, pode responder com seu patrimnio em caso de fraudes ou dvidas.

2- Denominao social: denominao social (espcie) o nome empresarial que pode ter por base tanto o nome civil do scio quanto um elemento fantasia, e privativa de sociedade de capital, podendo tambm ser utilizada pela sociedade limitada. A denominao social sempre faz referncia ao objeto social (a atividade desenvolvida). Ex.: Coca-cola comrcio de bebidas. (Pode-se usar qualquer expresso).

O empresrio individual no possui nome fantasia, por isso no existe registro, mas pode us-lo no dia-a-dia informalmente. Mesmo no sendo registrado o nome fantasia, pode haver proteo, mas pelo Cdigo Civil (propriedade intelectual, espcie de patente).

Nome fantasia o nome inventado pela sociedade, sem restrio, e levado a registro.

16/03/2009.

ATIVIDADE EMPRESARIAL POR INTERNET. O site, ou nome de domnio, d acesso ao estabelecimento comercial/empresarial do comrcio eletrnico. Comrcio eletrnico todo aquele realizado por transmisso eletrnica.

A regra geral para comrcio eletrnico a mesma para o comrcio tradicional.

Os empresrios e sociedades empresrias podem negociar entre si, bem como empresrios e sociedades empresrias entre consumidores. Pode haver comrcio entre consumidores, na forma de leilo; isto no atividade empresarial, no incidindo o CDC.

HIPTESES DE ALTERAO OBRIGATRIA DE RAZO SOCIAL.

Observao:Se o scio que d nome sociedade empresarial sai da sociedade, para sua substituio aplicam-se as mesmas regras para a criao de uma sociedade. Pode dar nome um dos scios remanescentes, ou todos. Somente se altera o nome empresarial se o nome do scio que se saiu que d nome sociedade.

1-EXCLUSO (compulsria) e 2-FALECIMENTO: excluso de scio cujo nome d nome firma social.

Enquanto o nome do ex-scio no for retirado do contrato social, ele, sou seu esplio, continuaro a responder pelas obrigaes da sociedade (art. 1165, CC).

A retirada compulsria ocorre geralmente quando some a affectio societatis (perda da confiana). Para a retirada compulsria de um scio, h a ao de Liquidao Parcial de Sociedade. Nela, percia apurar quanto vale a sociedade e qual a parte cabente ao scio excludo. Medida liminar pode afastar imediatamente o scio para possibilitar o funcionamento da sociedade.

No caso de falecimento, duas so as situaes:

a-o scio falecido d nome sociedade: aplicam-se as regras acima.

b-no d nome sociedade empresarial, sendo somente scio: o contrato social deve ser alterado para exclu-lo da sociedade. Caso contrrio, os sucessores respondero pelas obrigaes.

O contrato de sada de scio deve ser registrado na junta comercial, seno no haver validade contra terceiros, somente com relao aos scios. Registrado, tem eficcia contra todos.

Princpio da veracidade ou Teoria da veracidade: quem contrata com empresrio individual ou sociedade tem que saber com quem est negociando. O nico meio de se saber atravs de certido da junta comercial. O que estiver nela verdico, verdade.

Se ocorrer de scio excludo arcar com responsabilidades da sociedade, poder entrar com ao regressiva.

3- QUANDO HOUVER ALTERAO DA QUALIDADE DE SCIO: quando houver alterao da qualidade de scio quanto sua responsabilidade (artigo 1157, nico, CC). Scio de responsabilidade limitada e ilimitada. Se alterao no for registrada na junta comercial, no valer contra terceiros.

Responsabilidade ilimitada responde com patrimnio pessoal.

4- ALIENAO DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL: quando o adquirente (comprador) pode continuar a usar o nome do alienante (vendedor), antecedido do seu nome com a qualificao sucessor de ... no contrato social. Ex.: fulano de tal, sucessor de sicrano. Nesse caso, o alienante no responder pelas obrigaes. No depende de anuncia do alienante. Quanto ao nome fantasia, depender de anuncia.

NATUREZA JURDICA DO CONTRATO SOCIAL (definio jurdica): artigos 981 e 997, CC. Artigos que orientam o que deve conter um contrato social.

H duas teorias sobre a natureza jurdica do contrato social.

1- CONTRATUALISTA: a natureza jurdica do contrato social contrato. O contrato pode ser bilateral, porque tem duas partes, ou plurilateral, podendo ter mais de duas partes. Para a legislao brasileira a natureza jurdica do contrato social : CONTRATO PLURILATERAL.

2-ANTICONTRATUALISTA: no h natureza jurdica de contrato no contrato social, pois no existem vontades antagnicas/divergentes, mas, sim, afins. Para os anticontratualistas, o ato constitutivo da sociedade (contrato social) simples documento que retrata a vontade das partes.

23/09/2009.

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAO.

(Artigos 991 a 996 do CC).

Espcie de sociedade em desuso atualmente, por falta de interesse. sociedade atpica, pois no registrada na junta comercial e no tem personalidade jurdica. Se houver um contrato, poder ser registrado no cartrio de ttulos e documentos, onde qualquer interessado poder obter uma cpia (contrato de constituio da sociedade tambm pode ser verbal, apesar de no ser recomendado).

Tambm tipo de sociedade que pode ser criada por tempo determinado. Ex.: construo de grande obra.

Sociedade que no tem nome empresarial. No sociedade irregular. A diferena para a sociedade irregular que nestas todos os scios aparecem e respondem com seu patrimnio.

Esse tipo de sociedade existe pois, por exemplo, h pessoas que no querem aparecer no mundo jurdico. Ex.: servidores pblicos que no podem exercer atividade empresarial, ou pessoas que esto impedidas pela lei.

(Obs.: em nenhuma espcie de atividade empresarial/sociedade pode ocorrer de um scio no participar dos lucros.

Sempre que se falar em responsabilidade ilimitada de scio, ela subsidiria, ou seja, fica em segundo plano em relao ao patrimnio da sociedade; somente em no havendo mais patrimnio da sociedade que se buscar patrimnio do scio de responsabilidade ilimitada (scio ostensivo). Responsabilidade limitada: esgotado patrimnio da sociedade, no responder mais (scio oculto)).

(Princpio da Autonomia da Vontade: o que as partes envolvidas decidirem, estar bem).

Obs.: tecnicamente, sociedade em conta de participao no sociedade empresarial (apesar de o CC dizer que ), mas, sim, espcie de contrato de investimento.

Possui duas espcies de scios:

- OSTENSIVO ou APARENTE: aquele que desempenha o objeto social (atividade empresarial) e que conhecido, que aparece na sociedade.

Scio ostensivo d o seu nome sociedade, colocando-o no contrato que vier a ser feito. Em todos os contratos realizados, constar o nome do scio ostensivo. O scio ostensivo/aparente responde com seu patrimnio, sua responsabilidade ilimitada.

Em responsabilidade ilimitada: alm do valor investido, a responsabilidade alcanar o patrimnio da pessoa fsica (scio ostensivo).

Se scio ostensivo quitar dbitos que o scio oculto havia se comprometido em pagar, poder ajuizar ao regressiva contra este, cobrando na proporo do que prometeu. J o scio oculto somente pode entrar com ao contra o scio ostensivo/aparente em caso de m-f, dolo, na gerncia do objeto social ou fraude (no basta simplesmente perder dinheiro, pois isto um risco tpico da atividade empresarial).

- PARTICIPANTES ou OCULTOS: aqueles scios que no aparecem na sociedade. Scio oculto no responde pela sociedade. Caso scio oculto queira aparecer (transformar-se em scio aparente), passar a responder ilimitadamente com seu patrimnio.

Em responsabilidade limitada, ela se restringe ao valor investido, atualizado.

Pode existir mais de um scio ostensivo e mais de um scio oculto.

27/03/2009.

SOCIEDADES MENORES (quase no so registradas na junta comercial.

SOCIEDADES EM NOME COLETIVO (artigos 1039 a 1044, CC).

Somente pessoas fsicas podem ser scias.

Todos os scios respondem solidaria e ilimitadamente pelas obrigaes, salvo conveno unnime posterior. Essa responsabilidade exceo; a regra que responsabilidade na proporo.

Credor pode escolher de quem cobrar dvidas. Scio que pagar, passa a ser credor dos demais scios; pode ajuizar ao de regresso.

SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES (artigos 1045 e 1051, CC).

Quase no h na prtica.

H dois tipos de scios: COMANDITADOS, pessoas fsicas, que respondem solidria e ilimitadamente. COMANDITRIOS, respondem de forma limitada pelo valor de sua quota.

Scio de responsabilidade ilimitada comanditado administra a sociedade. Somente esse scio dar nome sociedade (firma ou razo social).

Quem no pode gerir, caso realize algum ato, passar a responder ilimitadamente.

30/03/2009.

DESCONSIDERAO DA PERSONALIDADE JURDICA.

Desconsiderao da personalidade jurdica: desconsiderao da autonomia jurdica da sociedade empresarial para que o patrimnio dos scios possam responder pelas dvidas.

A desconsiderao somente alcana scio de responsabilidade limitada. A desconsiderao da personalidade jurdica tambm subsidiria, ou seja, s ocorrer quando a sociedade no tiver mais patrimnio. Mesmo scios de responsabilidade ilimitada somente respondero depois de esgotados os bens da empresa.

No basta mora ou insolvncia no pagamento das dvidas, deve haver fraude, desvio da finalidade jurdica, confuso patrimonial ou encerramento irregular.

(Desvio de finalidade: o patrimnio deve ser utilizado somente nas atividades da empresa. Ex.: comprei 100 sacos de farinha para minha padaria, a contabilidade registra a compra de 100, mas somente deu entrada 50; Confuso patrimonial: no obedecer ao correto uso do patrimnio, no ter diferena entre patrimnio do scio ou da empresa).

Leis que tratam da desconsiderao da personalidade jurdica: CDC, art. 28; Lei 8884/94: art. 18; Lei 9605/98: art. 4.

A desconsiderao no precisa ser em autos autnomos, a prova pode ser produzida no mesmo processo (Uma ao separada para provar a fraude seria contra os scios).

A desconsiderao no faz acabar a personalidade da empresa.

O encerramento irregular o motivo da maioria dos casos de desconsiderao. Basta, por exemplo, a empresa no mais estar funcionando no mesmo local. Se certido da junta comercial informar que deveria estar nesse endereo (a certido retrata a realidade), estar caracterizado encerramento irregular.

EMPRESARIAL

Recapitulao: personalidade jurdica algo atribudo sociedade empresarial quando ocorre o registro na junta comercial, que permanecer at o fim da personalidade. Pessoa o ente dotado de personalidade. O que desconsiderado a personalidade, no a pessoa jurdica. Deve-se provar o desvio de finalidade. A desconsiderao da personalidade jurdica no leva extino, o que deve ser feito por meio da liquidao da pessoa jurdica.

SEGUNDO BIMESTRE.

SOCIEDADE LIMITADA artigos 1052 a 1087 do CC.

1-) a forma de sociedade mais escolhida, pois a que melhor responde s necessidades do empresrio, resguardando melhor seus interesses e limitando a responsabilidade dos scios.

Nessas sociedades, o scio somente responder com seu patrimnio em caso de desconsiderao da personalidade jurdica. No CC de 1916 era sociedade por cotas de responsabilidade limita. Hoje sociedade limitada.

2-) sociedade tida como contratual (contratualidade). Vai ao encontro do princpio da autonomia da vontade. Os scios tm ampla liberdade para estabelecer as clusulas do contrato social. Todavia, tais clusulas devero ser obedecidas. Caso no mais atendam s necessidades, elas devero ser alteradas. Ex.: caso haja um lucro muito grande em um ms, os scios no podero fazer retirada maior do que o permitido pelo contrato.

No silncio sobre algo no contrato social, de forma supletiva, aplicam-se s sociedades limitada as regras das sociedades simples, e, em caso de expressa previso contratual, podem ser aplicadas as normas das sociedades annimas (art. 1053, CC).

Obviamente, sociedade limitada deve ter mais de um scio. Excepcionalmente, sociedades limitada podem ter um nico scio em caso de sociedade unipessoal incidental (houve mais de um scio e por algum motivo restou somente um) ou sociedade limitada subsidiria (onde uma sociedade limitada scia de outra limitada).

As sociedades limitada so as mais procuradas, pois os contratos so flexveis, adaptando-se s necessidades: pode haver regras das sociedades simples (para sociedades ltda. menores e onde pode haver omisses no contrato) ou annimas (para sociedades ltda. maiores e onde deve haver previso para todas as circunstncias no contrato).

As S/A so maiores em capital, giram mais dinheiro, apesar de serem em menor quantidade.

Pela jurisprudncia, sempre que as regras para uma sociedade no forem suficientes para resolver questes atinentes a ela, ou das subsidirias, sero aplicadas as das sociedades annimas, supletivamente.

04/05/2009.

Capital Social: o conjunto de bens que compem o patrimnio da sociedade empresarial e que esto vinculados atividade empresarial desenvolvida. Para se saber qual o capital social, basta consultar o contrato social que est registrado na junta comercial. Caso no haja alterao no contrato social referente ao patrimnio, se necessrio, os scios respondero com o prprio patrimnio.

Promessa de capital social subscrio. Efetiva entrega de capital integralizao. O prazo para a entrega do capital vai depender das partes, que podem convencion-lo, como, por exemplo, entrega parcial vista e restante parceladamente.

O capital social deve ser de um valor mnimo para que a atividade empresarial possa ter incio. Se constar do contrato capital social menor do que o necessrio, eventualmente poder acontecer de scio responder subsidiariamente com seu patrimnio, e ter que complementar o capital social. Capital social tambm poder ser formado por bens, caso outros scios aceitem.

Scio que no entregar o capital social, poder ser excludo da sociedade pelos demais scios.

Aps a vigncia do NCC, o capital social no mais pode ser formado por trabalho; todos os scios devem contribuir (aporte) com dinheiro ou bens.

Os bens que subscrevero o capital social devero ser efetivamente entregues para a empresa. Caso esses bens no sejam entregues e permaneam com o scio, burlando a lei, esse scio responder subsidiariamente com seu patrimnio. A mesma punio ocorrer para declarao de valores incorretos (divergentes) aos bens que integram o capital social (vale dez mil e declara cem mil), alm de ter que complementar o valor.

Incluso de funcionrio pode ser com inteno de burlar a lei, como, por exemplo, no pagar encargos trabalhistas, ou, realmente, por questo de reconhecimento. Neste caso, o capital social pode ser pago de forma a ser convencionada (deduo dos lucros deste ex-funcionrio), e por prazo indeterminado. o princpio da autonomia da vontade das partes, que vigora at onde a lei permitir.

A diviso dos lucros no precisa ser na mesma proporo do capital social. Diviso deve ser feita em porcentagem dos lucros, nunca em valores pr-fixados. A lei probe o lucro zero, pois o scio tem que receber algo.

nicas vedaes para a criao de sociedade familiar so (art. 977, CC):

1- casamento em regime de comunho universal de bens; e

2- casamento em regime de separao obrigatria de bens.

Sociedade entre pai e filho. Geralmente, filhos no possuem capital para ingressar na sociedade, caso em que o pai d todo o dinheiro, mas consta do contrato social que cada um integralizou/subscreveu 50% do capital necessrio. Eventualmente, para se desconstituir a sociedade, o pai no poder excluir o filho; dever comprovar a manifestao da vontade no dia da criao do contrato. Se no comprovar que houve vcio na manifestao da vontade, no poder excluir o filho. Em caso de porcentagens diferentes na sociedade (ou mais de dois scios com porcentagens diferentes), depender de quanto cada um tem na sociedade. Prevalecer o voto de capital: quem tiver mais capital investido, prevalecer.

Caso um dos scios subscreva um valor e no o integralize, demais scios no precisam esperar o surgimento de dvidas para cobrar do scio o capital no entregue. Caso um dos scios subscreva um valor e no o integralize, os demais scios sero responsveis pelo capital no integralizado. Art. 1052 do CC: Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada scio restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralizao do capital social. Scio que complementar/pagar o valor no integralizado por outro, poder cobrar do scio devedor em ao de regresso.

Exceo da responsabilidade limitada: caso a pessoa jurdica nasa deficiente (capital no integralizado, bens no entregues, etc.), no ser necessrio desconstituir a personalidade jurdica. Responder ilimitadamente.

11/05/2009.

Todo scio pode ser administrador, mas administrador nem sempre ser um scio.

A sociedade pode doar dinheiro, mas os scios devem anuir, se no todos, a maioria.

O administrador pode ser substitudo, da mesma forma com que foi escolhido. Administrador que no seja scio fcil de ser retirado, ao contrrio de um que seja scio. Mesmo que scio seja retirado do cargo de administrador, ainda ser scio. Se a falta do scio-administrador for grave, para que seja excludo da sociedade, ser necessria a votao por capital social para retir-lo. A excluso poder ser extrajudicial ou judicial.

Administrador cargo comissionado.

Scios devem fiscalizar o administrador.

Deveres do administrador:

Dever de diligncia (art. 1010 e seguintes do CC): significa que o administrador deve trabalhar visando os interesses da sociedade, principalmente o lucro. Pode at ocorrer de o administrador no se obter lucro, mas deve se empenhar para tanto.

Dever de lealdade: a obrigao de o administrador aplicar todos os conhecimentos que possui para alcanar os objetivos da sociedade.

Dever de informar: a obrigao de esclarecer ou informar todos os integrantes da sociedade sobre todos os assuntos relevantes para o andamento regular da sociedade. Assuntos corriqueiros no precisam ser reportados, pois fazem parte de sua obrigao de gerncia; somente assuntos que saiam da normalidade devem ser informados.

Responsabilidade da sociedade empresria inclusive administrador.

1- Por dbitos tributrios (art. 135, II, CTN): para responsabilidade tributria, administrador se equipara a gerente. Em casos de responsabilidade solidria (que pode se dar por lei ou contrato), o credor cobra de quem ele quiser. Ex.: IRPJ.

Encerramento irregular da atividade empresarial configura fraude lei, respondendo os scios pelas dvidas. Este caso um exemplo de responsabilidade ilimitada dos scios.

2- Responsabilidade por dbitos previdencirios: tambm configura crime (art. 168, A, do CP). Ocorre quando o desconto da contribuio previdenciria realizado, mas no recolhido; fica retido.

Para esse caso, a nica possvel defesa (questionvel) provar que o dinheiro foi descontado mas no repassado ao INSS pois no existia, em face de a sociedade estar sem lucros para distribuio entre os scios por fora de crise.

No mais necessrio ingressar com ao prpria pelo INSS para cobrar os dbitos existentes e tambm no h mais o perigo de prescrio, por fora do artigo 387, IV, do CPP: O juiz, ao proferir sentena condenatria: IV - fixar valor mnimo para reparao dos danos causados pela infrao, considerando os prejuzos sofridos pelo ofendido.

3- Responsabilidade trabalhista: no importa se a sociedade foi encerrada regular ou irregularmente: h responsabilidade. Todos os scios so chamados a responder pela responsabilidade. Isso, pois a jurisprudncia entende que os funcionrios trabalharam e devem receber; no se deve transferir problemas da sociedade para empregados. Se a sociedade possui patrimnio, responder; caso contrrio, os scios.

15/05/2009.

Responsabilidade trabalhista: Art. 596, do CPC. Os bens particulares dos scios no respondem pelas dvidas da sociedade seno nos casos previstos em lei; o scio, demandado pelo pagamento da dvida, tem direito a exigir que sejam primeiro excutidos os bens da sociedade. 1o Cumpre ao scio, que alegar o benefcio deste artigo, nomear bens da sociedade, sitos na mesma comarca, livres e desembargados, quantos bastem para pagar o dbito. 2o Aplica-se aos casos deste artigo o disposto no pargrafo nico do artigo anterior.

O artigo 596, especialmente seu pargrafo primeiro, trata da regra e da exceo para que o scio responda ou no com seu patrimnio. Tambm se aplica a todas as cobranas de dvidas.

O credor, no decurso do processo, dever provar que a sociedade empresria no tem bens para, ento, poder partir para a expropriao de bens do scio. Para que o scio no pague dvidas com sues bens, dever nomear bens da sociedade empresria, suficientes para o pagamento da dvida. Esses bens devem estar livres e desembargados (no vinculados ao pagamento de outras dvidas), e em nome da sociedade empresria.

Na ausncia de diploma prprio, aplica-se, sempre, o CPC. Em se tratando de bens alienados, pode-se dar DIREITOS como garantia.

FORMAS DE DELIBERAO DOS SCIOS EM SOCIEDADES LTDA.

So duas as formas: reunies e assemblias.

A- Assembleia: a assemblia obrigatria para sociedades ltda., com mais de dez scios, devendo ser realizada ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes ao trmino do exerccio social. Exerccio social: o perodo em que so apurados os resultados da atividade da sociedade empresarial, quando so verificados as despesas e os lucros.

As assemblias servem para:

1- que os interessados (scios) saibam o que aconteceu no ano calendrio, se o administrador est trabalhando bem; se est havendo lucros, ou no;

2- tomar contas dos administradores;

3- destituir ou nomear administradores;

4- tratar de qualquer outro assunto relevante.

Para se convocar uma assemblia.

A convocao deve ser publicada em dirio oficial ou jornal de grande circulao na localidade. Caso no haja publicao, mas se os scios forem cientificados de outra forma, no haver prejuzo para scio ausente. A assemblia somente ser anulada se houver prejuzo ao scio ausente. Nesse sentido, deve-se observar se sua presena poderia alterar a deciso tomada pelos scios que compareceram (com seu voto por cabea ou com seu voto por capital social).

Quorum de deliberao da sociedade ltda. (no cair na prova).

1- Unanimidade dos scios para designao de administrador no scio, enquanto o capital social no estiver integralizado completamente. Depois da integralizao, pode-se nomear administrador no scio com votao de 2/3 dos scios art. 1061, CC.

2- Unanimidade dos scios para deliberar sobre a dissoluo da sociedade por prazo determinado (ou prazo temporal ou objetivo certo) art. 1033, II, CC. Nesse caso, a sociedade por si s j uma excepcionalidade, portanto, para encerr-la antes do prazo pr-determinado, deve ser por uma razo excepcionalssima.

3- 3/4 do capital social para alterao para alterao do contrato social, incorporao, fuso, dissoluo ou trmino (cessao) do estado de liquidao. Esta hiptese mais aplicada nas sociedades annimas.

4- 2/3 do capital social para destituio do scio administrador nomeado no contrato social, salvo disposio contratual contrria (para se alterar esse quorum) art. 1063, 1, CC.

Para se criar um contrato, logicamente dever haver unanimidade. Eventuais descontentes, por conseqncia, no integraro o contrato social/sociedade.

5- Mais da metade do capital social para a designao de administrador em ato separado (qualquer documento) art. 1076, II, CC.

6- Mais da metade do capital social para se estabelecer remunerao dos scios, quando isso no estiver no contrato social.

B- Reunio: para todas as sociedades ltda. com menos de dez scios, inclusive. O contrato social pode dizer ser ser assemblia, ao invs de reunio.

No h obrigatoriedade de uma forma fixa par convocao dos scios, depender do que constar no contrato social. Caso no conste do contrato, a convocao dever ser feita pela forma de uma assemblia.

No se pode vedar a votao de nenhum scio em contrato social; seria ilegal. nula qualquer clusula que impea a participao de um scio nos lucros art. 1008, CC. Isso vai contra o exerccio da atividade empresarial.

A participao nos lucros geralmente proporcional ao capital investido; todavia, a participao poder ser convencionada livremente pelos scios.

O lucro divido na media prevista no contrato social. Pode ocorrer de uma porcentagem dos lucros ser reinvestida na sociedade.

Pro labore: retribuio/remunerao por servios prestados por scio na sociedade.

18/05/2009.

Excluso de scio: extrajudicial e judicial.

Extrajudicial: as partes o fazem por conta prpria, sem a interveno judicial. Para que ocorra esse tipo de excluso, necessrio que esteja previsto no contrato social.

Somente pode ocorrer por justa causa, quando scio no cumprir com suas obrigaes (como, por exemplo, no integralizar o capital social).

Para a excluso do scio, necessria a convocao de uma assemblia/reunio para que os scios deliberem sobre a excluso (pode haver outros assuntos). O scio a ser excludo dever ser necessariamente convocado.

Quorum de votao: para excluso extrajudicial de scio, necessria a maioria dos scios, representativa de mais da metade do capital social art. 1085, CC.

O scio excludo, descontente, querendo, poder ir ao Judicirio; havendo prejuzo ao scio excludo, liminarmente, este poder ser reintroduzido na sociedade, sem ter que aguardar o fim do processo.

Scio remisso: aquele que no cumprir com a sua obrigao de integralizar a sua parcela do capital social. Subscrio: promessa de entrega de capital sociedade. Integralizao: efetiva entrega do capital prometido sociedade.

Os scios tm o dever de cobrar o scio remisso, pois isso pode causar diminuio do capital social, sob pena de responsabilidade subsidiria.

Para algum ingressar numa sociedade, tem que entrar com contraprestao capital ou bens. Somente com trabalho, no.

O scio excludo tem direitos. Ao sair da sociedade, far jus a receber, em noventa dias, o capital que integralizou, corrigido monetariamente. Em caso de fraude, de ter causado prejuzo, receber o que integralizou, descontando-se o valores a serem ressarcidos sociedade.

Pela jurisprudncia, tendo a sociedade crescido, o scio excludo poder receber a sua parte no que vale a sociedade, no ato da excluso; eventualmente poder receber menos do que integralizou caso a sociedade tenha regredido.

Para se aferir quanto vale a sociedade, ser necessria a interveno de um perito (judicial). Leva-se em conta capital social, patrimnio, marca, clientela, etc. Caso haja consenso na sada de um scio, pode-se ir a juzo somente para se definir quanto vale a sociedade.

Ocorrendo divergncia no valor a ser pago ao scio excludo, e indo a lide justia, o valor incontroverso dever ser depositado pelos demais scios, prosseguindo o processo pela importncia controversa.

At a data de sua excluso, o scio responde pelas dvidas da sociedade. A excluso deve ser registrada.

Caso o scio remisso no pague, os scios tm as seguintes opes:

1- Notificar o scio remisso para pagamento, em trinta dias. Isso uma forma de demonstrarem que no esto omissos, que esto cuidando da sociedade;

2- Excluso do scio;

3- Cobrar indenizao por dano emergente (cobrar prejuzo que a no-integralizao do capital causou sociedade).

4- Aquisio das cotas do scio remisso pelos demais.

5- Transferncia das cotas do scio remisso para terceiros.

A excluso de scio causa reduo do capital social.

22/5/2009.

DISSOLUO E LIQUIDAO DAS SOCIEDADES LTDA.

Dissoluo: o ato que desencadeia o processo de extino da personalidade jurdica da sociedade empresria ou o de desvinculao de um dos scios da sociedade empresria. o ato prvio liquidao. Esse procedimento idntico para as sociedades simples, inclusive as ltda.

Hipteses em que ocorre a dissoluo e liquidao das sociedades ltda:

1- Trmino do prazo de durao da sociedade (sociedade por tempo determinado).

(A sociedade por tempo determinado poder passar a ser por tempo indeterminado, desde que tal alterao contratual seja realizada na junta comercial at o ltimo dia de durao da sociedade, sob pena de constituir-se em sociedade irregular).

2- Por deliberao da maioria absoluta dos scios, em sociedades por prazo indeterminado.

3- Extino, na forma da lei, da autorizao para funcionamento da sociedade.

Como regra, a sociedade no precisa de autorizao para funcionar. Todavia, h excees. H atividades que necessitam de autorizao para funcionamento, como aquelas em que haver risco ao meio ambiente, como postos de gasolina, antigas fbricas de lana-perfume.

4- Falta de pluralidade dos scios.

Quando no reconstituda a sociedade unipessoal incidental no prazo de 180 dias, contados a partir do dia em que deixou de haver pluralidade de scios.

Processo de Liquidao: arts. 1102 a 1112, CC. o encerramento voluntrio da sociedade.

Haver a nomeao de um liquidante, que tem a funo de realizar a apurao dos haveres da sociedade, ou seja, levantar as dvidas, crditos e equipamentos da sociedade. O liquidante pode ser um no-scio, de preferncia com conhecimentos tcnicos.

Os passos do processo de liquidao so:

Quando o patrimnio paga todas as dvidas:

1- Registrar a liquidao na junta comercial, acrescentando-se ao nome da sociedade a expresso em liquidao.

2- Arrecadao de bens, livros e documentos da sociedade (de forma semelhante ao se que faz na falncia). Faz-se um inventrio completo.

3- Levantamento do valor (aproximado) de cada bem, e comparar com o que a sociedade deve. Se os bens cobrirem as dvidas, sero pagas; havendo sobra de dinheiro, ser dividido entre os scios, na proporo que cada um tem na sociedade.

4- O liquidante convocar os scios para, em assemblia ou reunio, para aprovao do relatrio. Uma vez aprovado e averbado na junta comercial, a sociedade estar definitivamente encerrada.

Quanto h mais dvidas do que patrimnio.

Aps seguir os passos anteriores, o liquidante deve requerer a auto-falncia da sociedade, pois ela se encontra em estado de insolvncia. Nesse caso, o encerramento da sociedade ser judicial.

O encerramento da sociedade ser considerado irregular caso o liquidante elabore relatrio fraudulento ou no sejam pagos todos os credores. Em caso de elaborao de relatrio fraudulento, o liquidante ser responsabilizado, inclusive criminalmente. Havendo qualquer espcie de fraude, os scios respondero ilimitadamente com seu patrimnio. Todavia, a fraude deve sempre ser provada.

Outra forma de liquidao a judicial. regulada pelos artigos 655 a 674 do CPC de 1939.

As dvidas que o liquidante dever pagar primeiramente so as trabalhistas, tributrias e previdencirias (confirmar no direito falimentar).

Art. 1110, CC: Encerrada a liquidao, o credor no satisfeito ter direito a exigir dos scios, individualmente, o pagamento de seu crdito, at o limite da soma por eles recebida em partilha, e a propor contra o liquidante ao de perdas e danos.

No satisfeito significa que no recebeu. Caso tenha sido dividido dinheiro entre os scios sem que algum credor tenha sido pago, este dever primeiramente buscar receber seu crdito at o limite que cada scio teve na partilha; somente depois, havendo ainda crdito, que a responsabilidade dos scios ser estendida ao patrimnio pessoal.

25/5/2009.

SOCIEDADE ANNIMA (Reservada para grandes negcios. cara.)

Artigos 1088 e 1088, CC; Lei 6404/74.

Assim como na sociedade ltda., nas S/A no h restrio quanto ao nmero de scios ou ao valor do capital. As ltda., que geralmente so pequenas, tambm podem ser S/A, mas isso no recomendvel, porque muito caro mant-la, haja vista a exigncia legal mnima de estrutura, inclusive quanto a certos cargos que so obrigatrios.

A S/A sociedade de capital, por excelncia.O que importa o dinheiro, e no o scio que investiu. A S/A pode ser de capital aberto ou fechado; este no negocia aes na bolsa. Para ser um acionista, somente comprando aes na bolsa. A venda de aes feita por meio de uma corretora de valores, que serve de intermediria entre o comprador/acionista e a empresa. No h mais aes ao portador, para se evitar lavagem de dinheiro. Sempre existir um cadastro na coreto e um na bolsa com os dados de quem compra e vende aes. Aes servem para investimento, que de alto risco, e tambm para se ingressar na sociedade. Como regra, acionista um investidor.

Ao um ttulo representativo do capital social da sociedade annima.

Poder haver diviso nos lucros se depois da compra das aes, em certo perodo, a empresa der lucro.

Principais caractersticas das S/A.

1-O capital social divido em aes;

2-A responsabilidade do acionista limitada ao preo de emisso das aes subscritas art. 1088.

A responsabilidade dos scios tambm limitada, mas ao valor da ao que prometeu pagar e no pagou. Neste caso, tambm se aplica a responsabilidade subsidiria do scio, ou seja, poder responder com seu patrimnio.

Nas S/A, para se responsabilizar os acionistas por atos com infrao lei ou fraude necessria a demonstrao do nexo de causalidade do ato praticado pelo acionista com a respectiva fraude ou infrao lei (geralmente so os diretores quem dita os rumos das S/A).

3-O nome empresarial da S/A sempre ser a denominao social (formado pelo nome civil do scio ou por elemento fantasia), com a meno ao objeto social, e incluindo a expresso S/A ou Cia..

Nas sociedades annimas, o Cia. Deve vir no incio do nome, porque, neste caso, no uma indicao de que h outros scios, mas, sim, de que se trata de uma sociedade annima.

H pequena diferena entre o artigo 1160 do CC e o artigo 3 da LSA: o artigo 3 no fala de objeto social. A jurisprudncia j pacificou que o artigo 1160 do CC se sobrepe ao artigo 3 da LSA pois se trata de lei mais nova, pretendendo esse artigo alterar o artigo 3 da LSA, complemenando-o.

O Artigo 982, nico, determina que as S/A sempre sero sociedade empresria, porque, por ser de capital, sempre visar o lucro. J as cooperativas sempre sero sociedade simples. assim porque a lei diz que .

AES.

H trs tipos de aes: ordinrias, preferenciais e de fruio.

1-Ordinrias: so aquelas que conferem ao seu titular o direito de voto, ou seja, permite o acesso ao controle da companhia.

O titular desse tipo de ao poder ser, eventualmente, responsabilizado por fraude ou dvidas.

2-Preferenciais: so aquelas que podem ou no dar direito a voto, mas so preferncia em vantagens patrimoniais, como a distribuio de lucros.

H preferncia sobre as ordinrias na distribuio de lucros.

3-De fruio: so aes que asseguram, no caso de liquidao da sociedade, a amortizao antecipada, ou seja, a distribuio das quantias que seriam cabveis no caso de liquidao da companhia.

Haver preferncia sobre as aes preferenciais na diviso dos lucros se isto estiver constando do estatuto.

Por mudana da lei, essas aes so chamam-se nominativas; devem ter o nome do titular. Hoje, aes so informaes de computador; documentos representam somente a compra de aes.

H pagamento de IR sobre os lucros havidos na venda de aes; a correta faz o desconto e repassa diretamente para a Receita Federal. Em caso de falncia da sociedade annima, o acionista/investidor pode perder tudo.

29/5/2009.

4-Endossvel: tipo de ao que se transfere por assinatura (do endossante) no ttulo. Assinatura uma transferncia virtual. Passa-se uma ordem corretora que transferir a ao a terceiro, que dever ser obrigatoriamente identificado (endossatrio).

Espcies de Sociedades Annimas.

So de duas espcies:

Fechadas: so aquelas que no negociam ttulos em bolsa de valores. Isso, pois o estatuto da sociedade no permite. Para que se possa negociar, dever ocorrer a alterao do estatuto social.

Abertas: so aquelas que podem negociar ttulos em bolsa de valores para captar recursos.

Acionista controlador: a pessoa fsica ou jurdica que disponha da maioria das aes com direito a voto.

Acordo de acionistas: o grupo de pessoas que se juntam e conseguem a maioria das aes com direito a voto, controlando a sociedade.

rgos de direo da sociedade annima:

1-Assembleia geral: o rgo mximo da sociedade annima, com amplos poderes para ditar os rumos da sociedade; oportunidade em que ocorrem todas as votaes.

2-Conselho de administrao: o rgo obrigatrio nas sociedades annimas abertas, e facultativo nas sociedades fechadas art. 142 da LSA. rgo colegiado, com, no mnimo, trs membros. Tem funo fiscalizadora, principalmente na venda de aes.

3-Diretoria: o rgo obrigatrio em qualquer sociedade annima. rgo executivo, pois pratica todos os atos necessrios ao funcionamento regular da sociedade annima.

Possui deveres:

a-Dever de diligncia: o dever de empregar todos os meios necessrios boa administrao da sociedade.

b-Dever de lealdade: o dever de proceder de forma fiel sociedade, agindo sempre dentro da lei e da tica. O administrador contratado para zelar da sociedade, sendo honesto.

c-Dever de informar: o dever de manter os acionistas informados dos rumos que esto sendo ditados sociedade.

Informao privilegiada: todo tipo de informao que pode influir no preo das aes. Informaes que podem elevar o valor das aes no podem ser divulgadas de plano: primeiramente deve-se informar a mdia, para que todos possam tomar conhecimento juntos, sem privilegiar ningum.

1/6/2009.

Conselho Fiscal: o rgo fiscalizador da sociedade annima. Fiscaliza todos os atos praticados na sociedade annima, em especial os da diretoria, a fim de tentar evitar que algo possa estar sendo feito de errado ou contrrio lei. composto por trs pessoas, no mnimo, e no mximo cinco.

atividade remunerada.

Sociedade annima estrangeira.

aquela que possui sua sede em um pas estrangeiro, e precisa de autorizao do poder executivo para funcionar art. 1134 do CC. Pode ser sociedade annima que j funcione em outro pas. Ex.: GM do Brasil.

(Depende de autorizao por causa da soberania. O governo pode barrar qualquer empresa de se instalar aqui. Caso haja autorizao para instalao mesmo que no se produza nada , dever obedecer lei brasileira. obrigao de quem quiser se instalar no Brasil informar-se de todos os requisitos legais para tanto. O intuito preservar o consumidor brasileiro).

Valores mobilirios (Ttulos de investimento).

So espcies de ttulos de investimento que a sociedade annima emite para captar dinheiro no mercado.

Podem ser:

1-Debnture: arts. 52 a 74 da LSA. So ttulos representativos de um contrato (contrato mtuo) de emprstimo, em que a sociedade annima recebe o dinheiro. (Geralmente, hiptese em que a Cia. precisa de dinheiro).

2-Partes beneficirias: so ttulos negociveis que conferem ao titular direito de crdito eventual consistente na participao dos lucros da sociedade annima.

A Cia. fechada no pode destinar parte beneficiria mais do que dez por cento do seu lucro. Neste caso, como os scios formam um grupo mais restrito, eventualmente a diviso dos lucros com os titulares das partes beneficirias no acarretaria prejuzo de grande monta.

A Cia. aberta no pode emitir partes beneficirias. Isto, pois parte do lucro iria para terceiro, em detrimento do acionista no scio que poderia ser prejudicado na diviso dos lucros da sociedade.

3-Bnus de subscrio: so ttulos que conferem aos titulares direitos de subscrever aes da Cia. emissora, quando de um futuro aumento do capital social. (No o caso de se precisar de dinheiro; pode ser caso de mero aumento de capital social. Pode haver inadimplemento contratual, pois nunca se sabe quanto estar valendo as aes da Cia. emissora quando da comercializao das aes em bolsa, podendo haver aumento ou diminuio de valor).

4-Notas promissrias ou commercial paper: so ttulos destinados captao de recursos pela sociedade annima para restituio a curto prazo, entre trinta e cento e oitenta dias. A diferena para o debnture o prazo. Este possui um prazo maior, podendo haver mnimo, mas no prazo mximo para se cobrar.

5-Aes: j visto acima.

Sociedade de economia mista.

espcie de sociedade annima em que a parte majoritria do capital social est nas mos do Estado, e a minoritria nas do particular.

Podem ser sociedades deficitrias: espcie de sociedade que pode no dar lucro, pela prpria natureza do negcio. Geralmente ocorre quando o Estado se v obrigado a prestar um servio por falta de interessados particulares, como no caso de transporte pblico. Mesmo com prejuzo, o Estado obrigado a servir a sociedade.

1/2/2010

Bibliografia: Fran Martins Ed. Forense Ttulos de Crdito.

Ttulos de Crdito ou Direito Cambirio. Recebe esse nome porque uma das espcies de ttulo de crdito a letra de cmbio. Ela rene os elementos gerais dos outros ttulos de crdito e o ttulo mais amplo. Da o porqu de ter surgido o nome Direito Cambirio.

Segundo Vivante, ttulo de crdito o documento necessrio ao exerccio de um direito literal e autnomo nele mencionado; o documento materializado, sem o qual no h direito de crdito.

Pela definio complementar do professor Marcelo, tudo o que estiver escrito no ttulo de crdito vlido, e apenas o que estiver escrito no documento; fora disso (por isso ser chamado de literal), nada se presume. Somente vlido o original do ttulo (Princpio da Cartularidade). Para alguns autores, o documento que substitui/representa dinheiro presente por dinheiro futuro. o documento que obriga algum a pagar certa quantia a determinada pessoa.

O ttulo de crdito surgiu para facilitar a circulao de riqueza, e o dinheiro surgiu como substituto do excesso de produtos: alimentos, metais preciosos, etc. Todavia, negcios no deixaram de ser celebrados por falta de dinheiro, sendo usados em seu lugar os ttulos de crdito. Para o seu uso dever haver confiana mtua.

Criaram-se, assim, instrumentos que vo alm da confiana, atributos que se ligam aos ttulos de crdito para facilitar o recebimento da quantia representada no ttulo. Dentre outros, podem-se citar (1) executividade: a caracterstica do ttulo que possibilita parte entrar diretamente com ao de execuo sem ter que se provar a existncia do direito de crdito em juzo, o que gera maior eficincia na cobrana, e (2) negociabilidade: a facilidade de circulao do crdito representado pelo ttulo. Esses dois atributos so uma vantagem em relao a outros documentos.

Processo de conhecimento: qualquer espcie de processo que precise produzir provas. O juiz precisa conhecer a discusso. Discute-se um direito. Ttulo executivo dispensa toda a fase de conhecimento.

O art. 585 do CPC diz quais so os ttulos executivos extrajudiciais. Podem ser criados sem a interferncia do judicirio. A lei pode dizer que os ttulos de crditos tambm sejam ttulos executivos extrajudiciais. Ttulo de crdito no a mesma coisa que ttulo executivo extrajudicial. Hoje, no Brasil, todos os ttulos de crdito so ttulos executivos extrajudiciais, por vontade do legislador; por fora de lei. Processo de execuo: fazer a parte cumprir uma obrigao sem se discutir um direito.

Cheque: ningum obrigado a aceitar qualquer coisa como pagamento no lugar de dinheiro. Dinheiro o nico documento de curso forado, curso obrigatrio, circulao obrigatria. Cheque no documento de curso forado. S o comerciante decide como receber. a Lei da oferta e da procura.

3/2/2010.

Todas as leis exigem que o ttulo de crdito seja materializado, escrito em papel; assim, no importa a informatizao. Portanto, devemos lembrar o que a lei regula: deve ser escrito. Sem isso no h ttulo de crdito. por isso que a palavra necessrio consta da definio de ttulo de crdito. Isso alvo de crtica de certos doutrinadores. Caso se perca o ttulo, no se perde o crdito, mas ser preciso provar que se tem o crdito na justia.

Termo literal: significa dizer que todo direito que decorre do ttulo de crdito deve estar nele escrito. Literalidade quer dizer que todo o direito a ser exercido deve estar expresso no ttulo; a literalidade deve ser vista com reserva, pois h direitos que no precisam estar escritos no ttulo, por fora de lei. Exemplo: transmisso de cheque recebido para terceiros por endosso.

Termo autnomo: significa que a obrigao de cada parte no ttulo independente da assumida por terceiros no mesmo documento. Ligado ao conceito de autonomia das obrigaes h o Princpio da Inoponibilidade (o que no pode ser oposto) das Excees Pessoais Contra Terceiros (exceo: algo que pode impedir o pagamento do ttulo, uma defesa), ou seja, ningum pode deixar de cumprir sua obrigao alegando questes que dizem respeito a terceiros (opor impedimento). A oposio s pode ser oposta contra a pessoa com quem se realizou o negcio, a outra parte da obrigao. Terceiro quem no participou do negcio que deu origem ao ttulo de crdito. A obrigao representada pelo ttulo de crdito no vincula somente as partes que celebraram o negcio, mas sim quem estiver com o ttulo em mo. Todavia, essa regra no absoluta, como no caso de cheque furtado, hiptese em que no se poder cobrar o titular do ttulo de crdito, pois o ttulo no surgiu, sendo um documento falsificado.

Literalidade e autonomia so atributos (caractersticas) dos ttulos de crdito. Mas h doutrinadores que os chamam de Princpios Orientadores dos Ttulos de Crdito.

O pagamento do ttulo est vinculado sua emisso voluntria, ou seja, se emitido involuntariamente ocorrer vcio na manifestao de vontade, como na coao no preenchimento. Isto dever ser comprovado judicialmente, podendo isentar do pagamento, desconstituindo a obrigao.

Outro princpio (norma matriz que orienta outras): abstrao. Significa que os direitos que decorrem do ttulo so abstratos, ou seja, no dependem do negcio subjacente (ou relao fundamental) que deu origem ao ttulo de crdito. Exemplo: pagamento do dbito da garota...

Resumo.

Atributos do ttulo de crdito:

1- Executividade: possibilita parte entrar diretamente com ao de execuo sem ter que provar a existncia do direito em juzo, que gera maior eficincia na cobrana.

2- Negociabilidade: facilidade de circulao do crdito representado pelo ttulo.

Princpios do ttulo de crdito:

1- Cartularidade: somente vlido o original do ttulo, pois ele um documento necessrio para o exerccio do direito de crdito.

2- Literalidade: significa dizer que todo direito que decorre do ttulo de crdito deve estar nele escrito, deve estar expresso.

3- Autonomia das obrigaes: significa que a obrigao de cada parte no ttulo independente da assumida por terceiros no mesmo documento.

4- Abstrao: Significa que os direitos que decorrem do ttulo so abstratos, ou seja, no dependem do negcio subjacente (ou relao fundamental) que deu origem ao ttulo de crdito.

TTULOS DE CRDITO.

LETRA DE CMBIO.

A Lei Uniforme de Genebra, editada por conveno (unio de chefes de Estado), em 1930, passou a viger no Brasil em 1942. Passou a viger com alteraes do original, e alguns artigos por normas posteriores deixaram de ter vigncia.

Conceito: letra de cmbio uma ordem de pagamento, sendo que quem d a ordem recebe o nome de sacador (emitente), quem recebe a ordem o sacado, e quem vai receber o dinheiro o tomador (beneficirio).

Sacador quem cria o ttulo, quem o assina, quem d uma ordem de pagamento. A ordem vai para o sacado pagar algum, o tomador/beneficirio.

Os requisitos de existncia e validade da letra de cmbio so:

1- Expresso letra de cmbio;

2- Dados de identificao do sacado (nome, RG, CPF, etc.);

3- Lugar do pagamento (na falta de indicao, o local de pagamento ser o local de emisso do ttulo regra supletiva);

4- Dados de identificao do beneficirio (nome, RG, CPF, etc.);

5- Assinatura do sacador ou emitente;

6- Data de vencimento. Deve constar a data de vencimento, mas se no constar o ttulo considerado vista.

8/2/2010.

A nica coisa que realmente deve haver para que o ttulo (letra de cmbio) surja a assinatura do sacador. E a falta dos outros requisitos? A jurisprudncia entende que a pessoa que somente assina o ttulo d uma carta branca para que o beneficirio o preencha como desejar, inclusive seu valor, data e local de vencimento, etc. Por precauo, todos os campos devem ser preenchidos para que no haja preenchimento incorreto, fora do acordado.

Princpio da boa-f: presuno de que o que foi pactuado entre as partes o que vai ser feito. Todavia, o beneficirio pode no agir de boa-f. Se isso acontecer, deve-se provar em juzo que o beneficirio agiu de m-f, pois a boa-f sempre se presume. Essa prova muito difcil de ser produzida, at mesmo por percia, inclusive no que diz respeito a qual preenchimento foi feito primeiro: se o da assinatura ou a dos demais campos. Se o preenchimento for feito erradamente (no importando at mesmo quem preencheu o ttulo) e no se fizer nenhum tipo de prova, o emitente arcar com as conseqncias da sua falta de cuidado. Fora o preenchimento da assinatura, os demais campos somente devero ser obrigatoriamente preenchidos quando da cobrana do ttulo, pois, do contrrio, no haver o valor do dbito, a data de vencimento, etc.

Direito de crdito, em regra, disponvel; a parte pode cobrar se quiser. A exceo a dos crditos dos incapazes.

Elementos do ttulo de crdito (letra de cmbio) (conceitos que inclusive sero utilizados para outros ttulos de crditos).

Aceite: o ato cambial pelo qual o sacado concorda com a ordem de pagamento criada pelo sacador, e o ato que vincula o sacado letra de cmbio.

Sacador (d a ordem para pagar)Sacado/aceitante(recebe a ordem para pagar)

Beneficirio (tomador) receber.

A incidncia prtica da letra de cmbio pequena. Duas dvidas diferentes geram a emisso de uma letra de cmbio. Na letra de cmbio, o sacador determina que o seu devedor (sacado) pague ao seu credor (beneficirio).

O aceite foi criado para se evitar fraudes. Ele vincula o sacado (como devedor principal) ao ttulo de crdito, que o reconhece, e fazendo com que ele pague ao beneficirio.

O sacado sempre dever se manifestar sobre a emisso da letra de cmbio. O aceite uma manifestao de vontade, e, como tal, deve estar escrito no ttulo. Pode ser de duas formas: a primeira forma de aceite a ordinria, mais usual, que se d com a mera assinatura do sacado na parte da frente do ttulo (anverso do ttulo). A segunda pode ser feita no verso do ttulo. Nesse caso no bastar somente a assinatura do sacado, mas dever vir qualquer expresso que deixe claro que o sacado aceita a letra de cmbio. Exemplo: eu, fulano de tal, aceito o pagamento, aceito a letra de cmbio, pagarei a cicrano (beneficirio), etc. Isso se deve para que no haja a vinculao de um estranho letra de cmbio (fraude).

O beneficirio dever cobrar a letra de cmbio do sacado, devedor principal. Se o sacado se recusar a aceitar a ordem de pagamento, o devedor principal da letra de cmbio passar a ser o sacador/emitente.

EXCEAO QUANTO REGRA DA LETRA DE CMBIO PODER SER COBRADA FORA DA DATA DE VENCIMENTO: a recusa de aceite pelo sacado faz com que a letra de cmbio vena antecipadamente. O beneficirio de plano poder cobrar o sacador; o prazo de vencimento no valer mais nada.

As partes podem convencionar o prazo para que o sacado aceite o ttulo, que dever ser anterior data do vencimento do ttulo. Se no ttulo no constar a data de aceite, a letra de cmbio dever ser apresentada ao sacado em at um ano contado da data de sua emisso (regra supletiva estabelecida pelo legislador).

Data da letra de cmbio em branco: somente a partir do preenchimento da data que se iniciar o prazo para aceite pelo sacado.

Endosso: o ato cambirio que opera a transferncia do crdito representado em um ttulo de crdito ordem.

A transferncia deve ser documentada no ttulo. As pessoas que transferirem o ttulo tornam-se-o coobrigados a pag-lo. A regra que todos os ttulos so ordem, transferveis, facilitando sua circulabilidade. A vedao de se transferir um ttulo de crdito exceo da regra. Nesse caso, deve-se escrever no ttulo no ordem. Isso dever estar expresso no ttulo. Poder ser usada outra expresso, desde que fique claro que o ttulo no poder ser transferido. Sempre vigorar o princpio da autonomia da vontade, desde que no contrarie a lei. O credor no obrigado a aceitar a letra de cmbio com a anotao no ordem. Somente no se recusa dinheiro.

O primeiro endossante/endossador necessariamente o tomador/beneficirio. Quem recebe o ttulo por endosso o endossatrio.

11/2/2010.

O endossante, ao transferir o ttulo ao endossatrio, no se desvincula do ttulo, mas passar a ser coobrigado ao pagamento do ttulo. Devedor principal aquele que ser cobrado em primeiro lugar. O sacado ser o devedor principal desde que aceite o pagamento da letra de cmbio. A posse do ttulo pelo sacado/aceitante significa que a obrigao foi satisfeita; essa a regra legal e suficiente. Todavia, para se evitar problemas futuros, recomendvel pegar recibo com a descrio detalhada do ttulo.

Caso o sacado no aceite a ordem de pagamento, o sacador ser o devedor principal da letra de cmbio.

O beneficirio do ttulo passar a ser chamado de endossante/endossador ao transferir o ttulo para um terceiro, que ser chamado de endossatrio. Na data de vencimento do ttulo, o endossatrio cobrar o ttulo do sacado/aceitante. Caso o sacado no aceite a ordem, cobrar tanto o sacador quanto o endossante (beneficirio primitivo), que so coobrigados.

Caso o sacado aceite a ordem de pagamento e por qualquer razo no cumpra com a obrigao, todos sero responsveis pelo pagamento ( faculdade escolher de quem cobrar).

H duas espcies de endosso prprio: 1- Endosso em branco e 2- Endosso em preto.

Endosso em preto aquele em que a parte que transfere o ttulo assina o documento e indica quem vai receb-lo. O endosso praticado no verso do ttulo, como regra, mas tambm se pode faz-lo na parte da frente, indicando o que significa a assinatura (no caso, endosso).

No endosso em branco h falta de indicao do endossatrio no ttulo, ou seja, de quem vai receb-lo (s h a assinatura do endossante). Nesse caso, o endossatrio ser mero portador da letra de cmbio, e para transferir esse ttulo no ser obrigado a assin-lo, bastando entreg-lo a um terceiro. Como mero portador, ele no obrigado pelo cumprimento da obrigao, pois seu nome no consta do ttulo ( assim para se evitar fraudes, como, por exemplo, cobrar de quem no tem obrigao).

Folha de alongamento uma espcie de ampliao do ttulo de crdito, que o integrar. Mesmo que o endosso seja feito em branco, mas se pela assinatura puder identificar o endossante, ele poder ser chamado a pagar.

No endosso no importa a redao, desde que fique clara a transferncia do ttulo. O endossatrio que receber um ttulo por endosso em preto poder transferi-lo tanto por endosso em preto quanto por em branco.

Endosso (gnero)prprio (espcie)em preto

em branco

imprprio (espcie)mandato

cauo

Endosso imprprio o tipo de endosso em que no se transfere o crdito representado pelo ttulo, mas apenas o ttulo para fins especficos. So duas as principais espcies:

1. Endosso mandato: O endosso mandato a transferncia do ttulo para a prtica de determinados atos, em especial a cobrana. Essa cobrana feita, em regra, por bancos, que podem usar todos os meios legais para a cobrana. Exemplos desses meios so o protesto do ttulo, a insero do nome do devedor em cadastros de rgos de proteo ao crdito, a ao judicial, etc. O endossante o responsvel pela negativao do nome do devedor, e no o banco. Caso haja negativao indevida do nome da pessoa, o endossante que ser responsabilizado.

2. O endosso cauo: o endosso cauo serve como garantia de pagamento de outra dvida sem transferir o direito de crdito. Havendo o pagamento da dvida, o ttulo ser devolvido. Caso no seja cumprida a obrigao por parte do endossante, esse endosso cauo transforma-se em endosso prprio, transferindo a titularidade do documento ao endossatrio, que poder praticar todos os atos necessrios para a defesa e conservao dos direitos oriundos da letra de que est na posse.

O endosso prprio aquele que assegura a circulao e facilitao de riqueza, e no o imprprio.

Endosso prprio. A regra que o coobrigado responsvel tambm pelo pagamento, por fora de lei, mas h exceo. Endosso sem garantia o caso de exceo.

Endosso sem garantia significa que no h garantia de que haver pagamento do ttulo. Ao endossar o ttulo, deixar claro. Exemplo: endosso o presente ttulo sem garantia a fulano de tal.

22/2/2010.

Cesso civil: cesso civil um instituto regulado pelo CC, arts. 295/296. No endosso, quem transfere/endossa o ttulo tambm se responsabiliza pela solvncia do ttulo; na cesso civil, no. Neste caso, o cedente se responsabiliza somente pela existncia do crdito/dvida.

Nos ttulos de crdito/direito cambirio a transferncia do crdito feita pelo endosso, e no pela cesso civil. A cesso civil um instituto inerente ao direito civil. No endosso, o credor pode cobrar o crdito de todos os coobrigados; na cesso civil no assim, pois se procura somente o devedor principal.

Na cesso civil de crdito no se fala na inoponibilidade das excees pessoais e na autonomia do ttulo de crdito. Cada um pode oferecer a defesa que lhe competir; so cabveis todas as defesas possveis, mesmo que a dvida tenha nascido de um ato ilcito. Nesse caso, para se cobrar, no ser a ao executiva e nem a de conhecimento, mas uma intermediria, a ao monitria. A ao monitria um misto de ao executiva e de conhecimento, ou seja, o juiz verificar a existncia real do crdito em face das evidncias existentes. O ttulo de crdito prescrito prova para ingresso de ao monitria. O direito de ao monitria s se dar com a extino do prazo da ao de execuo.

Ao Monitria a ao intermediria entre a ao de conhecimento e a ao de execuo.

Quanto aos prazos prescricionais da ao monitria, existem algumas divergncias. No que se refere ao artigo 206, 3, do CC, diz respeito a ao de execuo por iniciar o prazo a partir da data de vencimento, porm alguns entendem que cabvel para a ao monitria, no entanto entendimento minoritrio. Da mesma forma ocorre no 5 do mesmo artigo por tratar-se de dvidas lquidas.

Sendo assim, tendo em vista a falta de previso de prazo para a ao monitria acata-se majoritariamente o art. 205 do CC.

Para a maior parte da jurisprudncia a ao monitria no obrigatria, porm esta ao mais clere que a ao de conhecimento.

Excees ao direito de crdito garantido pelo endosso.

A regra que o endossante se torne um coobrigado pelo pagamento do ttulo, alm da existncia. Mas h excees, em que o endosso no ter esse efeito de vincular o endossante. As excees so:

a- Endosso praticado aps o protesto por falta de pagamento, ou aps o trmino do prazo para o protesto (um ato cambirio opcional dois dias aps o vencimento). Nessas hipteses significa que o ttulo no foi pago dentro do prazo. O endossatrio receber o ttulo ciente de que ele no foi pago dentro do prazo e de que o risco de no receb-lo grande. Esse chamado pela doutrina de endosso pstumo. Nesses casos o endosso no vincular o endossante, que no ser coobrigado pelo pagamento. endosso com efeitos de cesso civil. Poder cobrar de endossantes anteriores ao trmino do prazo. Endosso pstumo no se desfaz, salvo nas hipteses de vcio de consentimento do negcio jurdico: erro, dolo, coao, fraude contra credores, etc., por meio de ao prpria.

b- O endosso de letra de cmbio com a clusula no ordem (a letra de cmbio no pode ser transferida). Caso o beneficirio endosse o ttulo para fulano A com a clusula no ordem, ele (A) no poder endoss-lo; caso o faa, quem o receber no poder cobrar nem de A nem do beneficirio. Todavia, poder cobrar do sacado/aceitante, pois esse endosso foi regular.

Aval: a garantia de pagamento por uma pessoa ao devedor principal ou a algum co-obrigado. A obrigao do avalista (quem garante o pagamento) autnoma em relao a do avalizado; assim, se h nulidade na obrigao do avalizado, a do avalista permanece intacta.

Caso o sacado/aceitante no pague, quem recebeu o ttulo por endosso (endossatrio) poder cobrar do beneficirio/endossante e do avalista/garante.

O avalista pode avalizar o pagamento de todas as pessoas representadas no ttulo. Qualquer parte do ttulo pode ter avalista, inclusive mais de um.

(No direito cambirio, as regras que valem so sempre aquelas que favorecem o recebimento do ttulo).

Tudo o que puder ser aplicado para garantir o pagamento do ttulo de credito deve ser aplicado, por isso o avalista no deixar de ser co-obrigado se o seu avalizado desaparecer do ttulo. O avalista no poder oferecer qualquer inoponibilidade ou exceo pessoal.

Quando o avalista no identificar o avalizado, o aval dado em favor do sacador (aval em branco). (O sacado/aceitante o principal responsvel pelo pagamento do ttulo. Todavia, o sacado no obrigado a aceitar a letra de cmbio, desaparecendo dela; dessa forma, o beneficirio cobrar o valor da letra do sacador, que ser o devedor principal. Por esse motivo o legislador determinou que o aval em branco ser em favor do sacador).

O sacado pode ser avalizado antes mesmo de aceitar o ttulo (aval antecipado: aval dado ao sacado que ainda no aceitou o ttulo). Caso no haja aceite, o avalista ficar co-obrigado, mesmo assim.

24/2/2010.

Como se faz o aval na letra de cmbio: o aval realizado no anverso do ttulo, e se d com a assinatura do avalista e a identificao do ato praticado pela expresso por aval ou qualquer outra semelhante. ato cambirio que geralmente se d em preto.

Diferena entre o aval e a fiana.

- Aval instituto do direito cambirio (como um endosso) e a fiana do direito civil.

- O fiador, para no pagar a divida, pode opor quaisquer defesas pessoais de terceiro, mesmo que no ligadas ao fiador (art. 837 do CC), no aval, no.

- Art. 827: o fiador tem direito ao benefcio de ordem, o que no tem o avalista. Se o fiador, que no o devedor principal (secundrio), for cobrado por dvida, poder requerer que bens do devedor principal sejam executados primeiramente. No aval no se pode dizer que o devedor principal tem patrimnio para pagar a dvida; no h o benefcio do direito de ordem. Conceder esse benefcio seria dificultar o pagamento do ttulo de crdito.

Pagamento da letra de cmbio.

O vencimento da letra de cmbio torna o ttulo exigvel quanto ao devedor principal; j em relao aos coobrigados a cobrana exige a negativa de pagamento pelo devedor principal, e isso se d com o protesto (ato cambirio pr-notar o ttulo) no prazo legal. A falta de protesto da letra de cmbio no prazo legal acarreta a perda do direito de crdito contra os coobrigados.

O beneficirio vai poder cobrar a letra de cmbio de todos os coobrigados na cadeia de responsveis antes dele. O beneficirio poder escolher de quem cobrar em toda a cadeia de responsveis: de um ou mais de um. Aquele que pagar a obrigao poder tentar se ressarcir (direito de regresso) de todos os que vierem antes dele na cadeia de responsveis, pois daqueles que vieram aps fica extinta a obrigao.

Pelo princpio da cartularidade, o beneficirio sempre dever estar na posse do ttulo (documento impresso) para poder receb-lo. Quem paga a dvida tem o direito de reter o ttulo, e de preferncia colher nele recibo do pagamento em favor do beneficirio; pode ser recibo em apartado com a descrio da letra de cmbio.

1/3/2010.

Protesto.

um ato cambirio que torna pblica a falta de pagamento de um ttulo em uma data. Podem-se protestar documentos que sejam hbeis para ensejar uma ao de execuo. Documentos da dvida ativa tambm podem ser protestados, segundo entendimento j pacificado pela jurisprudncia. A vantagem do protesto que quem quiser negociar com uma pessoa, poder consultar se ela tem o nome protestado por falta de pagamento de uma obrigao.

H outros protestos alm daquele por falta de pagamento. A lei que regula a letra de cmbio permite que o sacado que no aceite a letra de cmbio seja protestado (no existe na prtica). Todavia, para o beneficirio muito mais efetivo o protesto por falta de pagamento do que por falta de aceite.

O principal efeito do protesto dentro do prazo legal garantir o pagamento da dvida pelos coobrigados (endossantes e avalistas). O prazo de protesto da letra de cmbio para que tenha efeitos de permitir a cobrana dos coobrigados de dois dias teis, seguintes ao vencimento. Fora desse prazo, somente poder se cobrar ou do sacado/aceitante ou do sacador, dependendo de qual for o devedor principal. Perdendo o prazo, no se perde o direito de crdito, mas somente as garantias possveis de cobrar de todos os coobrigados.

A lei no diz qual o prazo para se protestar um ttulo de crdito. H correntes doutrinrias e jurisprudenciais. A primeira defende que o protesto poder ser feito at o prazo para ajuizamento da ao execuo. Essa corrente minoritria. A segunda, majoritria, diz que o prazo o do vencimento do ttulo at cinco anos, em face do que disciplina o CDC. Caso se seguisse a tese da corrente minoritria, o credor se prejudicaria, pois o prazo de prescrio de muitos ttulos curto.

Protesto necessrio e facultativo: como ato cambirio, sempre facultativo. Contra o devedor principal e seu avalista (que tambm ser devedor principal) o protesto sempre facultativo. O protesto necessrio e obrigatrio apenas se a parte (beneficirio/tomador) quiser manter o direito de crdito contra os coobrigados.

Sustao de protesto: uma medida cautelar que pode ser utilizada apenas at a efetivao do protesto do titulo. (Sustao de protesto significa impedir que um protesto acontea.) Medida cautelar uma medida que visa garantir o andamento de um processo. Pode garantir a efetividade de um processo j em andamento, ou, ento, antes de um processo principal. uma medida rpida. uma medida preparatria de outro processo, aquele em que se discutir a emisso ou no do ttulo. (Suspender a publicidade do ttulo).

Execuo da letra de cmbio (prazos prescricionais para execuo da letra de cmbio): primeira hiptese: o prazo para se ajuizar a ao de execuo de trs anos, contados do vencimento da letra de cmbio, para cobrar o devedor principal ou o seu avalista. Segunda hiptese: um ano, cont